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– Não desanimar pelos nossos defeitos: o Senhor conta com eles e com o nosso empenho em
arrancá-los.
– O defeito dominante.
A tradição fez chegar até nós alguns pormenores dos últimos anos da vida
de São João, que confirmam a solicitude com que o Apóstolo cuidou de que
fosse mantida a fidelidade ao mandamento do amor fraterno. São Jerónimo
conta que, quando os discípulos o levavam às reuniões dos cristãos – pois pela
sua idade já não podia ir sozinho –, repetia constantemente: “Filhinhos, amai-
vos uns aos outros”. E como certa vez lhe perguntassem por que sempre dizia
o mesmo, respondeu: “É o mandamento do Senhor, e, se se cumpre, isso
basta”6.
Ele quer situar “no edifício da minha vida a pedra que convém colocar neste
ou naquele momento preciso e que é reclamada, digamo-lo assim, pelo
projecto do edifício, conforme o estado actual da construção”7, do grande
projecto que Deus tem acerca da nossa vida, e que não quer levar a cabo sem
a nossa colaboração.
E tudo está ordenado – umas vezes permitido, outras enviado pelo nosso
Pai-Deus – para que alcancemos a santidade, o fim para o qual fomos criados
e que consiste na nossa plena felicidade aqui na terra e depois, por toda a
eternidade, no Céu. Também a dor, o sofrimento ou o fracasso que Deus
permite estão orientados para esse fim mais alto, que nunca devemos perder
de vista: Porquanto esta é a vontade de Deus, a vossa santificação8.
São João não mudou num instante, nem sequer depois da repreensão de
Jesus. Mas não desanimou com os seus erros; pôs empenho, permaneceu
junto do Mestre, e a graça fez o resto. Isto é o que o Senhor nos pede.
Quando, no anoitecer da vida, o Apóstolo recordasse esse e muitos outros
episódios em que se encontrava bem longe do espírito do seu Mestre, viria
também à sua memória a paciência de que Jesus usara com ele, as vezes em
que tivera de recomeçar, e isso o ajudaria a amar mais Aquele que, numa tarde
inesquecível, o chamara para que o seguisse.
“Caminhemos levados pela mão por Maria, a cheia de graça. Deus Pai,
Deus Filho, Deus Espírito Santo encheram-na de dons, fizeram d’Ela uma
criatura perfeita; é da nossa raça e tem por missão distribuir apenas coisas
boas. Mais. Ela converteu-se para nós em vida, doçura e esperança nossa.
“Maria, Mãe de Jesus, sinal de consolo e de esperança segura (Concílio
Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 68), caminha pela terra iluminando
com a sua luz o Povo de Deus peregrinante.
(1) Lc 9, 52-56; (2) 1 Jo 4, 8; (3) Santo Agostinho, Comentário à primeira Epístola de São João,
prólogo; (4) cfr. Jo 13, 34-35; (5) 1 Jo 4, 12; (6) São Jerónimo, Comentário à Epístola aos
Gálatas, III, 6; (7) Joseph Tissot, La vida interior, 16ª ed., Herder, Barcelona, 1964, pág. 287;
(8) 1 Tess 4, 3; (9) Joseph Tissot, La vida interior, pág. 293; (10) 1 Jo 3, 10; (11) cfr. Réginald
Garrigou-Lagrange, Las tres edades de la vida interior, vol. I, págs. 365 e segs.; (12) ibid., pág.
367; (13) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 241; (14) Jesús Urteaga, Los defectos de los
santos, 3ª ed., Rialp, Madrid, 1982, págs. 380-381.