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FORMAS DIFERENCIAIS
Prefácio v
2 Cálculo Diferencial 11
i
SUMÁRIO
4 Derivadas Parciais 34
7 Variedades Diferenciais 66
7.4 Identificações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
7.6 Subvariedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
ii
SUMÁRIO
iii
SUMÁRIO
Bibliografia 230
Index 232
iv
Prefácio
v
de uma forma, e demonstramos os teoremas de Stokes, Brouwer (diferenciável) e
Poincaré-Brouwer. Introduzimos a métrica riemaniana e as funções harmônicas.
Estudamos o grau de uma aplicação, e calculamos o grau da aplicação normal de
Gauss de uma hipersuperficie compacta do Rn .
Muitos assuntos importantes não foram tratados no livro. Dentre eles desta-
camos: transversalidade, teorema de Sard, teoremas de aproximação de Whitney,
aplicações de recobrimento, aplicação exponencial, correspondência entre grupos de
Lie simplesmente conexos e suas álgebras de Lie, representação adjunta, ...
Queremos agradecer a Mário Jorge Dias Carneiro, que leu parte do manuscrito,
e ao avaliador de uma primeira versão do livro, pelas várias sugestões que fizeram
para sua melhoria. Agradecemos também ao Eng. Alan Antônio Moreira pelo bom
trabalho na editoração. Ao leitor, bom proveito.
vi
Capítulo 1
Neste capítulo fazemos uma revisão dos conceitos básicos concernentes aos
espaços vetoriais normados, em particular aos espaços de Banach, e estudamos as
aplicações lineares e multilineares contínuas, tendo em vista a utilização destes fatos
no estudo do Cálculo Diferencial.
1
CAPÍTULO 1. ESPAÇOS VETORIAIS NORMADOS
Obs. (1) O par (V, k · k) é um espaço vetorial normado (e.v.n). Definindo d (x, y) =
= kx − yk para x ∈ V , y ∈ V , obtemos uma distância em V e (V, d) é um
espaço métrico; essa métrica natural d satisfaz:
(i) d (x + z, y + z) = d (x, y) ;
(2) Como | kxk − kyk | ≤ kx − yk, resulta que a norma é uma função contínua.
Definição 1.2. Seja (xn )n≥1 uma sequência no e.v.n V . Dizemos que (xn )n≥1
converge para x ∈ V se limn→∞ kxn − xk = 0 , ou seja, dado ε > 0 arbitrário,
existe n0 ∈ N tal que n ≥ n0 ⇒ kxn − xk < ε .
2
CAPÍTULO 1. ESPAÇOS VETORIAIS NORMADOS
Exemplo 1.1.2. Seja V = C 0 ([a, b], K) o espaço vetorial das funções contínuas
Rb
f : [a, b] → K, onde ae b são reais, a < b. Definamos: kf k1 = |f (t)| dt;
a
kf k∞ = sup |f (t)| . É fácil mostrar (faça-o!) que k·k1 e k·k∞ são normas em V .
a≤t≤b
Exemplo 1.1.3. Seja (V, h·i) um espaço vetorial munido de um produto interno
positivo. Definindo kxk = hx, xi obtemos uma norma em V . Se V for completo
»
Definição 1.5. Seja (xn )n≥1 uma sequência no espaço de Banach V . Dizemos que
∞ ∞
a série xn é absolutamente convergente se kxn k é convergente.
P P
n=1 n=1
∞
Dem. Como kxn k converge, dado ε > 0, existe n0 ∈ N tal que m ≥ n, n ≥ n0
P
n=1
implicam kxn+1 k + · · · + kxm k < ε e, portanto, kxn+1 + · · · + xm k < ε para m ≥
≥ n ≥ n0 , isto é, ksm − sn k < ε para m ≥ n ≥ n0 , onde sn = x1 + · · · + xn . Como
∞
V é de Banach, resulta que a sequência (sn )n≥1 converge, ou seja, a série xn
P
n=1
é convergente,
e a desigualdade kx1 + · · · + xn k ≤ kx1 k + · · · + kxn k para todo n,
∞ ∞
implica
P
xn
≤ kxn k.
P
n=1 n=1
(a) T é contínua em V ;
3
CAPÍTULO 1. ESPAÇOS VETORIAIS NORMADOS
Dem. Seja (Tn )n≥1 uma sequência de Cauchy em L(V, W ). Dado ε > 0,
existe n0 ∈ N tal que m ≥ n ≥ n0 ⇒ kTm − Tn k < ε, donde kTm (x) − Tn (x)k < ε,
kxk ≤ 1, e kTm (x) − Tn (x)k < εkxk ∀x ∈ V ; logo, (Tn (x))n≥1 é de Cauchy em
W e, portanto, converge para y = T (x) , e obtemos a aplicação T : V → W . É
fácil ver que T é linear.
4
CAPÍTULO 1. ESPAÇOS VETORIAIS NORMADOS
5
CAPÍTULO 1. ESPAÇOS VETORIAIS NORMADOS
6
CAPÍTULO 1. ESPAÇOS VETORIAIS NORMADOS
T : V −→ L(K, V ) ; S : L(K, V ) −→ V
x 7→ Tx : K → V f 7−→ f (1)
a 7→ a x
y
n
fn
1 x
n 1
1 kfn k∞
Então: kfn k∞ = n, kfn k1 = , = 2n, e k · k∞ k · k1 não são
2 kfn k1
7
CAPÍTULO 1. ESPAÇOS VETORIAIS NORMADOS
equivalentes.
(a) T é contínua em V1 × V2 ;
Dem. Exercício.
8
CAPÍTULO 1. ESPAÇOS VETORIAIS NORMADOS
É fácil ver que f está bem definida, é linear e kf k ≤ 1 , que g está bem
definida, é linear, que kgk ≤ 1 e que g = f −1 . Portanto, kf k = kgk = 1, isto é,
kSk = kT k e f (resp. g ) é isometria. É a isometria canônica entre L(U, V ; W )
e L(U, L(V, W )) .
9
CAPÍTULO 1. ESPAÇOS VETORIAIS NORMADOS
1. Sejam.
∞
ß ™
l1 (K) = x = (xn )x≥1 ; xn ∈ K e |xn | < ∞ ;
P
® n=1 ´
l∞ (K) = x = (xn )x≥1 ; xn ∈ K e sup |xn | < ∞ .
n∈N
Prove que, com as operações usuais, l1 (K) e l∞ (K) são espaços vetoriais,
∞
que x 7→ kxk1 = |xn | é norma em l1 (K), e que x 7→ kxk∞ = sup |xn | é
P
n=1 n∈N
norma em l∞ (K) .
∞
6. Sejam V = l2 (R), a = (an )n≥1 ∈ V , f : V → R, f (x) = an xn para todo
P
n=1
x = (xn )x≥1 ∈ V . Prove que f é linear contínua e ache sua norma.
10
Capítulo 2
Cálculo Diferencial
r(h)
vemos que lim = 0. Reciprocamente, se existe m ∈ R tal que
h→0 h
f (a + h) − f (a) − mh f (a + h) − f (a)
lim = 0 , é imediato que m = lim = f 0 (a).
h→0 h h→0 h
11
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
r(h)
f (a + h) = f (a) + df (a) · h + r(h) , com lim = 0.
h→0 h
r(h)
f (a + h) = f (a) + T · h + r(h) , onde lim = 0.
h→0 khk
Resulta,
ε3 (h)
Como lim = 0, dado α > 0 , existe δ > 0 tal que khk ≤ δ im-
h→0 khk
kε3 (h)k
plica ≤ α e, portanto, k(T1 − T2 )(h)k ≤ αkhk para todo h ∈ V , donde
khk
kT1 − T2 k ≤ α, donde T1 = T2 .
Dizemos que T é a derivada (ou diferencial) de f em a e escrevemos
T = f 0 (a) = D f (a) = d f (a) . A igualdade
12
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
r(h)
f (a + h) = f (a) + f 0 (a) · h + r(h), com lim =0,
h→0 khk
exprime o fato de que a função afim x 7→ f (a) + f 0 (a) · (x − a) é uma boa aproxi-
mação de f na vizinhança de a .
Obs.
T (t h) f (a + t h) − f (a) r(t h)
T (h) = = ± · khk (t 6= 0).
t t kt hk
Logo,
f (a + t h) − f (a) ∂f
T (h) = lim =Dh f (a) = (a) = derivada de f em a na di-
t→0 t ∂h
reção de h 6= 0.
Dem. Imediata.
f 0 = D f = d f : A −→ L(V, W )
x 7−→ f 0 (x)
13
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
ri (h)
fi (a + h) = fi (a) + Ti (h) + ri (h) com lim =0,
h→0 khk
Obs. (1) A derivada Df (a) : Rn → Rm , sendo linear, tem uma matriz em rela-
ção às bases canônicas de Rn e Rm , que é m × n e anotada Jf (a) : é a jacobiana
de f em a .
Temos:
∂ f1
0
(a) ..
∂ xj
.
∂f ..
. ,
D f (a) · ej = Dj f (a) = (a) =
ej = 1 ←− linha j .
∂ xj
..
(1≤j≤n)
∂ fm
.
(a)
∂ xj
0
14
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
Então,
∂ f1 ∂ f1
(a) · · · (a)
∂ x1 ∂ xn
.. .. ..
ñ ô
∂ fi
. . .
Jf (a) = =
(a) .
∂ xj 1≤i≤m
∂ fm ∂ fm
1≤j≤n
(a) · · · (a)
∂ x1 ∂ xn
∂f
(2) Se existe f 0 (a) então existem as derivadas direcionais (a) = f 0 (a) · h ;
∂h
∂f
em particular, existem as derivadas parciais (a). A recíproca é falsa, isto é,
∂xj
∂f
pode existir ∀h ∈ Rn , mas não existir f 0 (a) . Por exemplo, seja
∂h
0 se (x, y) = (0, 0);
f (x, y) = x2 y
se (x, y) 6= (0, 0).
x2 + y 2
a2 b
Se h = (a, b)temos Dh f (0, 0) = . Para:
a2 + b 2
15
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
B(h, k)
kB(h, k)k ≤ kBk · khk · kkk ≤ kBk k(h, k)k2 , donde lim =0
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
e, portanto,
B 0 (x, y)(h, k) = B(x, k) + B(h, y).
16
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
(a)
B : L(V, W ) × L(U, V ) −→ L(U, W )
(g, f ) 7−→ g ◦ f
é bilinear. Logo,
17
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
Então,
h(x) − h(a) = g(f (x)) − g(f (a)) = g(y) − g(b) = g 0 (b) · (y − b)+
+ky − bk s(y) = g 0 (b) [f (x) − f (a)] + kf (x) − f (a)k s(y) =
= g 0 (b) · [f 0 (a)(x − a) + kx − ak r(x)] + kf (x) − f (a)k s(y) =
= g 0 (b) · f 0 (a)(x − a) + kx − ak · t(x),
onde
kf (x) − f (a)k
t(x) = g 0 (b) · r(x) + · s(f (x)).
kx − ak
Mas,
lim g 0 (b) · r(x) = 0
x→a
kf (x) − f (a)k = kf 0 (a) · (x − a)+ kx − ak· r(x)k ≤ (kf 0 (a)k + kr(x)k) ·kx − ak,
kf (x) − f (a)k
donde ≤ kf 0 (a)k + kr(x)k
kx − ak
kf (x) − f (a)k
e, como lim r(x) = 0, resulta que é limitado numa vizinhança
x→a kx − ak
kf (x) − f (a)k
de a e , portanto, lim s(f (x)) = 0 .
y→b kx − ak
Resulta que x→a lim t(x) = 0 , o que prova que h = g ◦ f é derivável em a e que
h0 (a) = g 0 (b) · f 0 (a)
18
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
v = α0 (0) f 0 (a).v
α(0) = a
f (a)
n
∂gi X ∂ gi ∂ yk
(a) = (b) · (a) .
∂ xj k=1 ∂ yk ∂ xj
19
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
(I + H)−1 = I − H + r(H).
kHk2
Vem: kr(H)k = k(I + H)−1 − I + Hk ≤ (pela parte (a)) donde
1 − kHk
r(H)
lim = 0, e D f (In ) = −I.
H→0 kHk
α f β
H 7−→ X −1 H 7−→ H −1 X 7−→ H −1 ,
onde α e β são lineares. Logo, D f (X) = β 0 (I)·f 0 (I)·α0 (X) = β◦f 0 (I)·α ,
donde Df (X) · H = β ◦ f 0 (I) · α(H) = β · f 0 (I)(X −1 H) = β(−X −1 H) =
= −X −1 · H · X −1 .
20
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
Seja
φ : M (n) × M (n) −→ L(M (n), M (n))
(T, S) 7−→ φ(T, S) : M (n) → M (n)
H 7→ −T · H · S
21
CAPÍTULO 2. CÁLCULO DIFERENCIAL
22
Capítulo 3
23
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
definimos
p
X
IP (t) = (ti − ti−1 )vi ∈ V.
i=1
I : S −→ V
Rb
f 7−→ I(f ) = f.
a
Seja B = B([a, b], V ) o espaço vetorial real dos caminhos limitados f : [a, b] → V
com a topologia da convergência uniforme, definida pela norma kf k∞ = sup kf (t)k.
a≤t≤b
S = S([a, b], V ) é um subespaço de B. O fecho (ou aderência) de S em B é o e.v.n.
R = R([a, b], V ) dos caminhos regulados. Sejam fn , gn ∈ S, fn → f , gn → f ,
Rb Rb
In = fn , Jn = gn , a convergência sendo uniforme.
a a
24
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
Rb
Temos: kIn − Im k =
(fn
a
− fm )
≤ (b − a)kfn − fm k∞ , donde (In )n≥1 é de
Cauchy em V , e converge para I = n→∞
lim In . Analogamente, seja J = n→∞
lim Jn .
Vamos mostrar que I = J. Dado ε > 0 , existe n0 ∈ N tal que n ≥ n0 implica
kfn − f k∞ < ε e kgn − f k∞ < ε, donde kfn − gn k < 2ε para n ≥ n0 . Logo,
kIn − Jn k ≤ (b − a)kfn − gn k < 2ε(b − a) para n ≥ n0 , donde resulta
lim (In − Jn ) = 0, e I = J .
n→∞
Rb Rb
Assim, se fn → f e gn → f , então fn e gn convergem em V para o
a a
mesmo vetor I , e podemos definir:
Rb
Definição 3.3. Se fn ∈ S([a, b], V ) e fn → f uniformemente, então lim fn
n→∞ a
Rb Rb
está bem definido e se chama a integral de f em [a, b] . Notação: I = n→∞
lim fn = f .
a a
Rb Rb Rb
(a) (f + g) = f + g;
a a a
Rb Rb
(b) λf = λ f ;
a a
Rb
(c) k f k ≤ (b − a)kf k∞ ;
a
Ç å
Rb Rb
(d) T ◦ f = T. f .
a a
25
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
Zb Zb
Ñ b é Ñ b é
Z Z
λ(t).h dt = (T ◦ λ)(t) dt = T. λ(t) dt = λ(t) dt .h.
a a a a
defina gn (t) = f (ti−1 ), donde gn ∈ S([a, b], V ) e supa≤t≤b kgn (t) − f (t)k ≤ ε.
sendo análogo. Como f é regulada, existe sequência (fn )n≥1 , fn ∈ S, tal que
fn → f uniformemente. Seja vn = fn (c − 0); dado ε > 0, existe no ∈ N tal
que m ≥ n ≥ no implica kfm (t) − fn (t)k < ε ∀t ∈ [a, b]. Seja t < c tal que
kfn (t) − vn k < ε e kfm (t) − vm k < ε. Resulta, kvm − vn k < 3ε se m ≥ n ≥ n0 ,
isto é, (vn )n≥1 é de Cauchy em V , donde existe lim vn . Provemos que
v = n→∞
v = f (c−0). Dado ε > 0 , seja n0 ∈ N tal que kvn0 −vk < ε e kfn0 (t)−f (t)k < ε
∀t ∈ [a, b]; existe δ > 0 tal que c − δ < t < c implica kfn0 (t) − vn0 k < ε. Logo
c − δ < t < c implica kf (t) − vk < 3ε, donde v = lim− f (t).
t→c
26
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
1
Reciprocamente, dado ε > 0 , existe n ∈ N tal que < t < c ⇒
c−
n
⇒ kf (t) − f (c − 0)k < 2ε , e c < t < c + n1 ⇒ kf (t) − f (c + 0)k < 2ε . Resulta
Ç å
1 1
que se x < c, y < c ou x > c, y > c, ambos em Ic = c − , c + ,
n n
1
então kf (x) − f (y)k < ε (Nas extremidades os intervalos são Ia = [a, a + ) e
n
1
Ib = (b − , b]). Como [a, b] é compacto, existe número finito de tais intervalos
n
Ic0 , . . . , Icm , com a = co < c1 < . . . < cm = b, cuja união contém [a, b], e
podemos supor que nenhum Ici esteja contido na união dos demais, donde existe
ti ∈ Ici ∩ Ici+1 , ci < ti < ci+1 .
Assim, kf (x) − f (y)k < ε desde que x, y estejam ambos em (ci , ti ) ou ambos
em (ti , ci+1 ) . Definamos gn ∈ S pondo gn (ci ) = f (ci ), gn (ti ) = fn (ti ) e, em cada
intervalo (ci , ti ) ou (ti , ci+1 ), tomando gn constante e igual ao valor de f num ponto
(por exemplo, o ponto médio) do intervalo. Então, kf (t) − gn (t)k < ε ∀t ∈ [a, b],
gn −→ f uniformemente, e f é regulada.
Rx Rb Rb
Proposição 3.5. Seja f ∈ R([a, b], V ). Para todo x ∈ [a, b], temos: f + f = f.
a x a
27
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
Zx i−1
X
g= (tk − tk−1 )vk + (x − ti−1 )vi ,
a k=1
Zb p
X
g = (ti − x)vi + (tk − tk−1 )vk .
x k=1
Rx Rb Rb
Logo, g + g = g, e o teorema vale para g ∈ S . Por passagem ao limite
a x a
obtemos o caso f ∈ R.
Rx
Proposição 3.6. Seja f ∈ R([a, b], V ), e seja F (x) = f (t) dt.
a
Então:
(a) F é contínua;
28
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
Zb
f (b) − f (a) = f 0 (t) dt.
a
Rx 0
Dem. Seja F (x) = f (t) dt , donde F 0 (x) = f 0 (x) , e f (x) = F (x) + C ,
a
Rb 0
resultando f (a) = C ,e F (x) = f (x) − f (a) , donde F (b) = f (t) dt =
a
= f (b) − f (a) .
Ç å
R1 0
Dem. De f (a + h) − f (a) = f (a + th) dt .h, vem
0
Z1
0
kf (a + h) − f (a)k ≤ khk.
f (a + th) dt
≤ khk sup kf 0 (a + th)k.
0
0<t<1
29
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
30
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
a
A
t0 ∈ (0, 1) tal que ϕ(1) − ϕ(0) = ϕ0 (t0 ), donde f (b) − f (a) = f 0 (c).(b − a), onde
c = a + t0 (b − a) ∈ [a, b] ⊂ A.
Então,
31
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
r(a, h)
donde lim = 0 e T = Df (a).
h→0 khk
C1
Proposição 3.12. Seja A ⊂ V aberto. Se uma sequência de aplicações fn : A −→ W ,
onde V e W são e.v.n. (reais e de dimensão finita), converge para f :A→W
C0
e a sequência das derivadas fn0 : A −→ L(V, W ) converge uniformemente para
C0
g : A −→ L(V, W ), então f 0 = g e f ∈ C 1 .
R1
Dem. fn (x + h) − fn (x) = fn0 (x + th).h dt. Por passagem ao limite, vem:
0
Z1
f (x + h) − f (x) = g(x + th).h dt.
0
Seja
Z1
r(h) = f (x + h) − f (x) − g(x).h = [g(x + th) − g(x)].h dt.
0
Então,
r(h)
kr(h)k ≤ khk sup kg(x + th) − g(x)k, donde lim = 0, f 0 = g e f ∈ C 1 .
0<t<1 h→0 khk
m
kf (a + h) − f (a)k ≥ kT · hk − kr(h)k ≥ khk.
2
32
CAPÍTULO 3. INTEGRAÇÃO DE CAMINHOS E O TEOREMA DO VALOR MÉDIO
Zb Zb
0
hf (t), g (t)i dt = hf (b), g(b)i − hf (a), g(a)i − hf 0 (t), g(t)i dt,
a a
33
Capítulo 4
Derivadas Parciais
34
CAPÍTULO 4. DERIVADAS PARCIAIS
Seja f1 = f ◦ λ1 : A1 → W
V2
A2
) A
a2 a = (a1 , a2 )
)
A1 V1
( )
a1
35
CAPÍTULO 4. DERIVADAS PARCIAIS
Em particular,
r(h1 )
f (a1 + h1 , a2 ) = f (a) + Df (a)(h1 , 0) + r(h1 ) , com lim = 0 , ou seja,
h1 →0 kh1 k
Logo,
Df (a).(h1 , h2 ) = D1 f (a).h1 + D2 f (a).h2 .
36
CAPÍTULO 4. DERIVADAS PARCIAIS
r(h)
Logo, devido à continuidade de D1 f e D2 f , resulta que lim= 0 ,
h→0 khk
Como [a, b] é compacto, existem vizinhanças V (t1 ), . . . , V (tp ) que cobrem [a, b].
37
CAPÍTULO 4. DERIVADAS PARCIAIS
Seja δ = inf r(ti ) > 0 . Então, kx − x0 k < δ implica kf (x, t) − f (x0 , t)k < ε para
1≤i≤p
todo t ∈ [a, b] , ou seja, kx − x0 k < δ implica sup kf (x, t) − f (x0 , t)k ≤ ε , que é a
a≤t≤b
tese.
Dem. Temos:
Zb
kF (x+h)−F (x)k =
[f (x + h, t) − f (x, t)]dt
≤ (b−a) sup kf (x + h, t) − f (x, t)k .
a
a≤t≤b
38
CAPÍTULO 4. DERIVADAS PARCIAIS
Rb
para khk < δ , ou seja, F 0 (x) = D1 f (x, t) dt , resultando F ∈ C 1 (A, Rm ) .
a
xy 1
2. Seja f : R2 → R definida por f (0, 0) = 0 e f (x, y) = √ sen √ 2
+y 2 x2
x + y2
se (x, y) 6= (0, 0) . Prove que D1 f e D2 f existem em cada ponto (x, y) ∈ R2 ,
e que as funções x 7→ D1 f (x, b) , y 7→ D1 f (a, y) , x 7→ D2 f (x, b) ,
y 7→ D2 f (a, y) são contínuas em R para cada (a, b) ∈ R2 , mas que f não e
derivável em (0, 0).
Ö è
β(z)
Z
t 7→ D2 f (u, z) du .t + (β 0 (z).t)f (β(z), z) − (α0 (z).t)f (α(z), z) .
α(z)
39
CAPÍTULO 4. DERIVADAS PARCIAIS
∂f
4. Sejam A ⊂ Rn aberto e f : A → R . Se as derivadas parciais = Di f
∂xi
existem e são limitadas numa vizinhança de a ∈ A , prove que f é contínua
em a.
xy(x2 − y 2 )
5. Seja f : R2 → R tal que f (0, 0) = 0 e f (x, y) = se
x2 + y 2
(x, y) 6= (0, 0) . Mostre que f ∈ C 1 (R2 , R) .
40
Capítulo 5
41
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
√
f −1 (x) = 3
x não é derivável na origem.
com x→a
lim r(x) = 0 . Aplicando [f 0 (a)]−1 , vem:
kx − aks(x)
com lim = 0 , o que mostra que g = f −1 é derivável em b = f (a) e
y→b ky − bk
que g 0 (b) = [f 0 (a)]−1 .
42
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
(b) Existência: Seja x0 ∈ M arbitrário, e definamos uma sequência (xn )n∈N por
x1 = f (x0 ) , xn+1 = f (xn ) , n ∈ N . Temos: d(x2 , x1 ) = d(f (x1 ), f (x0 )) ≤
≤ k · d(x1 , x0 ) e, por indução, d(xn+1 , xn ) ≤ k n d(x1 , x0 ). Se n, p ∈ N , temos:
d(xn+p , xn ) ≤ d(xn , xn+1 )+· · ·+d(xn+p , xn+p−1 ) ≤ (k n +· · ·+k n+p−1 )d(x1 , x0 ) ≤
kn
≤ d(x1 , x0 ) , donde (xn )n∈N é sequência de Cauchy em M e, portanto,
1−k
converge para um ponto a ∈ M . Então, a = lim xn+1 = lim f (xn ) = f (a) , e a
é ponto fixo de f .
43
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
um aberto de V .
Seja k ∈ R , 0 < k < 1 ; existe r > 0 tal que x ∈ Br (a) implica kϕ0 (x)k < k,
donde kϕ(x) − ϕ(y)k ≤ k · kx − yk (pelo Teorema do Valor Médio) para x e y
em Br (a), isto é, ϕ : Br (a) → V é uma contração. Pela Proposição 5.4, g é um
44
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
Dem. Pela Proposição 5.5 existem vizinhanças abertas Va0 de a, Wb0 de b = f (a)
tais que f : Va0 → Wb0 seja um homeomorfismo; além disso, f 0 (x) existe para todo
x ∈ Va0 .
45
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
46
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
(b) f é uma submersão se, para todo x ∈ A, f 0 (x) é sobrejetora, ou seja, o posto de
f é igual a m em cada x ∈ A.
(c) f é um mergulho se f é uma imersão e um homeomorfismo de A sobre f (A).
f
U V
ϕ ψ
W Z
g
g◦ϕ=ψ◦f .
(b) Dizemos que f é localmente C 1 - conjugada a g na vizinhança de a ∈ U se
existem aberto A ⊂ U , a ∈ A, aberto B ⊂ V , f (a) ∈ B, aberto C de W e aberto
D ⊂ Z tais que f : A → B e g : C → D sejam C 1 −conjugadas.
47
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
f
U V
id f −1
U U
id
Sejam:
p : Rm → Rr , p(y1 , . . . , ym ) = (y1 , . . . , yr ),
q : Rn → Rn−r , q(x1 , . . . , xn ) = (xr+1 , . . . , xn ),
f = (f1 , . . . , fm ) , e definamos ϕ : A → Rn por ϕ = (p ◦ f, q), ou seja,
ϕ(x) = ϕ(x1 , . . . , xn ) = (f1 (x), . . . , fr (x), xr+1 , . . . , xn ).
48
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
Temos:
Ir ñ 0
J(f ◦ ϕ−1 )(u) =
∂gi
ô
,
∗ (u)
∂uj
de posto r.
∂gi
Logo: (u) = 0 para r +1 ≤ i ≤ m e r +1 ≤ j ≤ n . Sem perda de gene-
∂uj
ralidade podemos considerar ϕ(Ω) como um aberto convexo ( por exemplo uma bola
aberta de centro ϕ(a)), o que implica que gr+1 , . . . , gm independem de ur+1 , . . . , un .
Assim, f ◦ ϕ−1 (u1 , . . . , un ) = (u1 , . . . , ur , gr+1 (u1 , . . . , ur ), . . . . . . , gm (u1 , . . . , ur )).
Definamos ψ , numa vizinhança de f (a), por ψ(z1 , . . . , zr , zr+1 , , . . . , zm ) = (z1 , . . . , zr ,
zr+1 − gr+1 (z1 , . . . , zr ), . . . , zm − gm (z1 , . . . , zr )) .
f
Ω f (Ω)
ϕ ψ
49
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
Dem. f 0 (a) sendo injetora, existe vizinhança aberta de a na qual f 0 (x) é injetora,
ou seja, de posto n, e a Proposição 5.7 se aplica.
Dem. f 0 (a) sendo sobrejetora, existe vizinhança aberta de a na qual f 0 (x) é sobre-
jetora, ou seja, de posto m, e a Proposição 5.7 se aplica.
Obs. A demonstração da Proposição 5.7 mostra que, no caso das submersões (r = m),
temos ψ = idRn e ϕ = (f, q).
50
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
f
Rm × Rn−m ⊃ Ω Rm
ϕ
π1
Rm × Rn−m ⊃ ϕ(Ω) = W × V
51
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
Rn−m × Rm ⊃ Ω
β f
Rm × Rn−m ⊃ Ω0 Rm
f ◦β
Rm × Rn−m ⊃ ϕ(Ω0 ) π2
52
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
x3 + y 3 + z 3 + t2 = 0
x2 + y 2 + z 2 + t = 2
x+y+z+t=0
Verifique que o ponto (0, −1, 1, 0) é solução. Mostre que se pode resolver este
sistema em relação a (x, y, z) numa vizinhança deste ponto. Calcule a derivada
em t = 0 da aplicação t 7−→ (x(t), y(t), z(t)) assim definida.
53
CAPÍTULO 5. TEOREMA DA FUNÇÃO INVERSA
Seja f : R5 → R2 de classe
8. C 1 tal que f (a) = f (1, 2, −1, 3, 0) = 0 e Jf (a) =
1 3 1 −1 2
. Mostre que existem B ⊂ R3 aberto e g : B → R2 ,
0 0 1 2 −4
g ∈ C 1 , tal que f (x1 , g1 (x), g2 (x), x2 , x3 ) = 0 para x = (x1 , x2 , x3 ) ∈ B , e
g(1, 3, 0) = (2, −1) . Ache g 0 (1, 3, 0) .
R1
9. Seja f : [0, 1] → R, contínua e positiva, tal que f (t)dt = 3. Mostre que,
0
para cada x num certo intervalo [0, δ], existe um único g(x) ∈ [0, 1] tal que
g(x)
f (t)dt = 2, e que a função g : [0, δ] → [0, 1] é de classe C 1 . Ache g 0 (x).
R
x
54
Capítulo 6
55
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
bilinear:
f 00 (a) : V × V −→ W
(u, v) 7−→ f 00 (a)(u, v) = D2 f (a)(u)(v) .
Dk f : A → Lk (V ; W ).
56
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
Exemplo 6.1.4. L2 (Rn , R) tem uma base natural que consiste das formas bilineares
dxi ⊗ dxj : Rn × Rn −→ R definidas por (dxi ⊗ dxj )(u, v) = dxi (u) · dxj (v), donde
(dxi ⊗ dxj )(eh , ek ) = δih · δjk , onde (e1 , . . . , en ) é a base canônica do Rn . De fato,
n n n
se g ∈ L2 (Rn , R) então g(u, v) = g( ai e i , bj e j ) = ai bj g(ei , ej ) =
P P P
i=1 j=1 i,j=1
n
= gij ai bj .
P
i,j=1
n
Mas, ai = dxi (u) e bj = dxj (v). Logo, g(u, v) = gij dxi (u)dxj (v) =
P
i,j=1
n
= gij dxi ⊗ dxj (u, v).
P
i,j=1
n
Portanto, g = gij dxi ⊗ dxj , onde gij = g(ei , ej ).
P
i,j=1
Assim, as formas εij = dxi ⊗dxj geram L2 (Rn , R). Elas são linearmente indepen-
n
dentes pois se λij εij = 0, então λij εij (eh , ek ) = 0, isto é, λij δih · δjk = 0,
P P P
i,j=1 i,j i,j
donde λhk = 0 (h, k = 1, . . . , n).
Resulta que as formas εij = dxi ⊗ dxj formam uma base de L2 (Rn , R).
57
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
∂f
= αi ◦ f 0 : A −→ R.
∂xi
Então: (αj ◦ Df )0 (a) = Dαj (f 0 (a)) · D2 f (a) = αj ◦ D2 f (a).
∂
E : D2 f (a)(ei )(ej ) = αj (D2 f (a))(ei ) = (αj · Df )0 (a)(ei ) = (αj ◦ Df )(a) =
∂xi
∂ 2f
Ç å
∂ ∂f
= (a) = (a).
∂xi ∂xj ∂xi ∂xj
Resulta que a matriz de D2 f (a) procurada é a matriz hessiana
∂ 2f ∂ 2f
(a) ··· (a)
∂x21 ∂x1 ∂xn
.. ... ..
Hf (a) = . . .
∂ 2f ∂ 2f
(a) · · ·
∂xn ∂x1 ∂x2n
n
∂ 2f
D2 f (a) =
X
(a) dxi ⊗ dxj ,
i,j=1 ∂xi ∂xj
∂ 2f n
que classicamente se escrevia d f (a) = 2
(a) dxi dxj .
P
i,j=1 ∂xi ∂xj
58
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
(a) g : B −→ A;
(b) f 0 : A −→ L(V, W );
F
(c) X ∈ Isom(V, W ) 7−→ X −1 ∈ L(W ; V ).
59
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
Obs. (1) No teorema da função inversa (Proposição 5.6 do Capítulo 5), se supuser-
mos que f ∈ C k , então f : Va → Wb (notação da Proposição 5.6 do Capítulo 5)
será um C k −difeomorfismo.
Z1 Z1 Z1
0 0
= f (a + h + sk) · k ds − f (a + sk) · k ds − f 00 (a) · h · k ds =
0 0 0
Z1
= [f 0 (a + h + sk) − f 0 (a + sk) − f 00 (a) · h] · k ds =
0
1
Z1
Z
= ds [f 00 (a + th + sk) − f 00 (a)] dt (h) · (k)
0 0
60
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
Então, kf 00 (a)(h, k) − f 00 (a)(k, h)k < ε · khk · kkk desde que khk ≤ δ ,
kkk ≤ δ. Os dois membros dessa desigualdade são homogêneos do 2◦ grau em h , k,
donde a mesma desigualdade vale para h , k arbitrários. Resulta que a aplicação
bilinear (h, k) 7−→ [f 00 (a)(h, k) − f 00 (a)(k, h)] tem norma menor do que ε, donde
ela é igual a zero, ou seja, f 00 (a)(h, k) = f 00 (a)(k, h) para h , k quaisquer, isto é,
f 00 (a) é simétrica.
61
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
Proposição 6.5. Seja ϕ : [0, 1] → W de classe C n+1 (num aberto contendo [0, 1]).
Então:
Z1
ϕ00 (0)
0 ϕ(n) (0) (1 − t)n (n+1)
ϕ(1) = ϕ(0) + ϕ (0) + + ··· + + ϕ (t) dt.
2! n! n!
0
n (1 − t)k (k)
Dem. Seja f (t) = ϕ (t), 0 ≤ t < 1, f (1) = ϕ(1).
P
k=0 k!
Temos:
62
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
Como f ∈ C 1 , temos:
Z1
(1 − t)n (n+1)
f (1) − f (0) = ϕ (t) dt,
n!
0
ou seja,
Z1
0 ϕ(n) (0) (1 − t)n (n+1)
ϕ(1) = ϕ(0) + ϕ (0) + · · · + + ϕ (t) dt.
n! n!
0
Z1
1 M M
kϕ(1) − ϕ(0) − · · · − ϕ(n) (0)k ≤ (1 − t)n dt = .
n! n! (n + 1)!
0
Z1
0 1 (1 − t)n (n+1)
f (a + h) = f (a) + f (a) · h + · · · + f (n) (a) · hn + f (a + th) · hn+1 dt,
n! n!
0
n
onde hn = (h, h, .^. ., h) . Esta é a fórmula de Taylor.
Z1
0 1 (1 − t)n (n)
ϕ(1) = ϕ(0) + ϕ (0) + · · · + ϕ(n) (0) + ϕ (t) dt ,
n! n!
0
donde
1 00 1
f (a + h) = f (a) + f 0 (a) · h + f (a) · h2 + · · · + f (n) (a) · hn +
2! n!
63
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
Z1
(1 − t)n (n+1)
+ f (a + th)hn+1 dt.
n!
0
1 (n) M r(khkn )
kf (a+h)−f (a)−· · ·− f (a)·hn k = r(khkn ) ≤ khkn+1 , donde lim =0,
n! (n + 1)! h→0 khkn
ou seja,
1 (n)
f (a + h) = f (a) + f 0 (a) · h + · · · + f (a) · hn + r(khkn ) ,
n!
r(khkn )
onde lim = 0.
h→0 khkn
∞ Xn
de classe C ∞ em A. Prove que exp : L(V ) → L(V ), exp(X) = é de
P
n=0 n!
classe C ∞ .
1
3. Seja X uma matriz quadrada de ordem p. Prove que, se kX − Ik < , a
2
64
CAPÍTULO 6. DERIVAÇÃO DE ORDEM SUPERIOR
Ñ é
∞ 1/2
série (X − I)n converge para Y tal que Y 2 = X.
P
n=0 n
(g ◦ f )00 (x)(h, k) = g 0 (f (x)) · f 00 (x) · (h, k)) + g 00 (f (x)) · (f 0 (x) · h, f 0 (x) · k),
65
Capítulo 7
Variedades Diferenciais
66
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
U M
·p
x(U )
·
x(p)
Rm
67
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
2 e x2 ◦ x1 são C . Portanto,
x1 ◦ x−1 −1 k
x ◦ x−1 −1 −1
2 = (x ◦ x1 ) · (x1 ◦ x2 ) : x2 (V ) → x(V ) e
x2 ◦ x−1 = (x2 ◦ x−1 −1
1 ) · (x1 ◦ x ) : x(V ) → x2 (V )
68
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
√
= (x, y, − 1 − x2 − y 2 ) ; (x, y) ∈ D , e definamos ϕ3 : U3 → D, ψ3 : V3 → D por
¶ ©
√ √
meio de ϕ3 (x, y, 1 − x2 − y 2 ) = (x, y) e ψ3 (x, y, − 1 − x2 − y 2 ) = (x, y). É
fácil ver que ϕ3 e ψ3 são homeomorfismos, ou seja, cartas em S 2 . Considerando
os conjuntos e aplicações análogas, ϕ1 : U1 → D ; ϕ2 : U2 → D ; ψ1 : V1 → D;
ψ2 : V2 → D, obtemos ao todo 6 cartas cujos domínios cobrem S 2 . Quanto às
mudanças de coordenadas, tomemos por exemplo ϕ3 ◦ ψ2−1 : ψ2 (U3 ∩ V2 ) →
√
→ ϕ3 (U3 ∩V2 ). Esta aplicação é dada por ϕ3 ψ2−1 (u, v) = ϕ3 (u, − 1 − u2 − v 2 , v) =
69
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
√
= (u, − 1 − u2 − v 2 ) e , portanto, é de classe C ∞ , o mesmo acontecendo com as
outras mudanças de coordenadas. Obtivemos, assim , um atlas de dimensão 2 e
classe C ∞ em S 2 .
Exemplo 7.1.4. Seja M (n, R) o espaço vetorial real das matrizes quadradas reais
de ordem n. Identifiquemos M (n, R) com Rn . O grupo linear geral
2
GL(n, R)
é o aberto de M (n, R) formado pelas matrizes de determinante diferente de zero.
Logo, GL(n, R) tem uma estrutura diferencial natural induzida pela de Rn .
2
Obs. (1) Existe exemplo de variedade topológica, isto é, de classe C 0 , que não é o
espaço topológico subjacente a nenhuma variedade diferencial de classe C 1 .
(2) H. Whitney provou que todo atlas máximo de classe C 1 em uma variedade M
contem um atlas C ∞ (na realidade analítico).
70
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
71
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
U M V N
·p f ·
f (p)
x y
fxy = y ◦ f ◦ x−1
x(U ) y(V )
Rm Rn
72
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
73
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
74
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
75
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
M
U
[α]
p
v = θx ([α])
x(p)
x◦α Rm
[f ◦ α]
[α] N
p f
f (p)
M
α f ◦α
R 0
76
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
f
U V
x y
x(U ) y(V )
fxy
f 0 (p)
Tp M Tf (p) N
θx θy
Rm 0
fxy (x(p)) R
n
Ç å
∂
A matriz de f (p) em relação às bases ordenadas
0
(p) de Tp M e
∂x =1,...,m
Ç å
∂ ∂
(f (p)) de Tf (p) N tem coluna genérica f 0 (p) · (p) =
∂yı ı=1,...,n ∂x
∂fxy
= θy−1 · fxy
0
(x(p)) · e = θy−1 · (x(p)). Se fxy = (f1 , . . . , fn ), então
∂x
n n
∂ ∂fı ∂fı ∂
f 0 (p) · (p) = θy−1 ·
X X
(x(p)) · eı = (x(p)) · (f (p)) ,
∂x ı=1 ∂x ı=1 ∂x ∂yı
77
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
7.4 Identificações
78
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
x
U x(U )
x id
x(U ) id x(U )
nos dá o diagrama
x0 (p)
Tp M Rm
θx,p id
Rm id
Rm
79
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
∂ ∂
dxı (p) (p) = πı · x0 (p) (p) = πı (e ) = δı .
∂x ∂x
m
Se f : U → R é de classe C 1 , então df (p) = λ dx (p) e
P
=1
∂ m ∂ m
df (p) · (p) = λ dx (p) · (p) = λ δı = λı .
P P
∂xı =1 ∂xı =1
∂ ∂
Mas, f 0 (p) · (p) = (f ◦ x−1 )0 (x(p)) · x0 (p) · (p) = (f ◦ x−1 )0 (x(p)) · eı =
∂xı ∂xı
∂(f ◦ x−1 )
= (x(p)).
∂xı
∂f
Para simplificar a escrita vamos usar a notação (p) para significar
∂xı
80
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
f
U R
x
f ◦ x−1
x(U )
∂(f ◦ x−1 )
(x(p)).
∂xı
Assim,
m
X ∂f
df (p) = (p)dx (p).
=1 ∂x
81
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
N
M V
U p f (p)
f
x y
Rm x(U ) × {0} Rm
0 (s, 0)
x(U ) 0 s
y(V )
82
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
V Nn
U Mm
f
p f (p)
x y
Rn
Rn
Obs. (1) Resulta do Corolário 7.1 que o conjunto dos pontos onde f 0 (p) é injetora
é um aberto de M .
(2) Resulta do Corolário 7.2 que o conjunto dos pontos onde f 0 (p) é sobrejetora é
um aberto em M, e que toda submersão é uma aplicação aberta.
83
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
g
N P
f
g◦f
f
M P
h g
84
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
f
M N
h g
Então:
85
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
(b) Se f não é submersão, então r < n. Pelo teorema do posto, cada ponto de
M tem vizinhança coordenada na qual f tem expressão local (x1 , . . . , xm ) 7→
7→ (x1 , . . . , xr , 0, . . . , 0). Como toda cobertura aberta de M tem subcobertura
enumerável, podemos tomar uma quantidade enumerável de cartas locais
∞
xi : Wi → Rm em M, e cartas yi : Vi → Rn em N tais que M = Wi ,
S
i=1
W̄i , compacto, f (W̄i ) ⊂ Vi , e localmente f na forma acima. Como yi · f (W̄i ) ⊂
⊂ Rr ⊂ Rn temos que f (W̄i ) tem interior vazio em N, donde f (M ) tem interior
vazio em N (pelo teorema de Baire), e f não pode ser sobrejetora. A reciproca
é imediata.
(c) Se f é bijetora, então f é uma imersão por (a) e uma submersão por (b), isto
é, r = m = n e f é um difeo local entre variedades de mesma dimensão, donde
um difeomorfismo.
7.6 Subvariedades
86
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
Então: y1 (M ∩ V1 ) ⊂ W1 , M ∩ V1 = M ∩ V e y(M ∩ V ) = y1 (M ∩ V1 ) =
= W1 ∩ (Rm × {0}) = y(V ) ∩ (Rm × {0}) .
V N
p M
y Rn−m
y(V ) y(M ∩ V ) 0
Rm x(M ∩ V )
87
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
ı
M2 N
idM ı
M1
88
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
p = lim f (t)
t→∞
89
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
90
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
N
U
q P
(p, q)
f −1 (c)
f
c = f (p, q)
M
V p
91
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
M
U V N
q
p f
f −1 (q)
Rm−r
x y
Rm−r Rn−r
π2 z (ω, z)
fxy (ω, z) = (ω, 0)
ω Rr (ω, 0) Rr
92
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
93
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
Para X = In , vem:
n n
det0 (In ) · H =
X X
det(E1 , . . . , Hı , . . . , En ) = hii = tr H ,
ı=1 ı=1
0
..
.
onde trH é o traço de H e Ej =
1 é o j-ésimo
H = (hij ) − n × n−,
.
.
.
0
vetor-coluna de In .
Se Ers é a matriz n × n cujos elementos são iguais a zero , exceto o situado
na linha r e coluna s, que vale 1, então
∂ det
= det0 (X) · Ers = (−1)r+s det Xrs , onde
∂xrs
n(n + 1)
dim S(n, R) =
2
n(n − 1)
dim A(n, R) =
2
94
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
¶ ©
TIn O(n, R) = X ∈ M (n, R) ; X + X t = 0 = A(n, R) .
Definição 7.13. Seja M um espaço topológico. Uma família (Aı )i∈I de subcon-
juntos de M é localmente finita se, para cada x ∈ M , existe vizinhança U de x tal
que U ∩ Aı = ø exceto para um número finito de índices i ∈ I, isto é, existem
ı1 ∈ I, . . . , ık ∈ I tais que U ∩ Aı = ø para ı 6= ı1 , . . . , ı 6= ık .
95
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
Definição 7.14. Se (Aı )i∈I e (B )∈J são coberturas do espaço topológico M, a
cobertura (Bj )j∈J é um refinamento da cobertura (Aı )i∈I se, para cada j ∈ J,
existe i ∈ I tal que Bj ⊂ Aı . Um espaço topológico M é paracompacto quando
toda cobertura aberta de M pode ser refinada por uma cobertura aberta localmente
finita.
Dem. Consideremos uma base enumerável para a topologia de M , e seja A = (Aj )j∈N
a subcoleção que consiste de abertos com fecho compacto. É fácil ver que A é uma
base enumerável para a topologia de M .
Obs. Vamos representar por B(r) a bola aberta de Rm de centro na origem e raio
r > 0.
96
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
Kn+1
Kn
K4
K3
K2
K1
∞
Dem. Podemos escrever M = Kı , onde cada Kı é compacto e Kı ⊂ int Ki+1 .
S
ı=1
Para cada p ∈ K2 , seja y : Z → Rm carta com p∈Z e y(p) = 0. Seja C
um aberto da cobertura Γ tal que p ∈ C. Então, Vp = Z ∩ C ∩ int K3 é aberto
contendo p. Seja r ∈ R tal que B(r) ⊂ y(Vp ) e ponhamos Up = y −1 (B(r)).
3v
Se h : Rm → Rm é definida por h(v) = e x = h ◦ y, então x : Up → Rm
r
é tal que x(Up ) = B(3). Seja Wp = x−1 (B(1)); Wp é aberto contendo p e,
portanto, um número finito deles cobre K2 , cada U correspondente está contido em
int K3 e em algum aberto de Γ. Analogamente, o compacto (K3 − int K2 ) pode ser
coberto por um número finito de abertos W , com cada U correspondente contido em
(K4 − K1 ) e em algum aberto de Γ. Repetindo o raciocínio para (K4 − int K3 ),
(K5 − int K4 ), etc, obtemos indutivamente uma cobertura enumerável (Wı )i∈N de
M e , correspondentemente, cobertura enumerável Ω = (Uı )i∈N . É claro que Ω
refina Γ. Como cada Uı está contido em algum Kj , resulta que cada Uı intersecta
apenas um número finito de elementos de Ω , ou seja Ω, é localmente finita.
97
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
família localmente finita, então a soma ϕı (x) está definida para todo x ∈ M,
P
i∈I
pois esta soma contém apenas um número finito de parcelas não nulas. Se cada ϕı
é contínua, então ϕ(x) = ϕı (x) também é contínua, pois existe vizinhança V de
P
i∈I
x que intersecta apenas um número finito de conjuntos supp ϕı e, portanto, em V ,
ϕı (x) é uma soma finita de funções contínuas.
P
i∈I
(a) 0 ≤ ϕ ≤ 1;
−2 −1 1 2
0 se t ≤ 0
Dem. Seja f : R → R definida por f (t) = . É fácil
− 1t
e se t > 0
− 1t
ver, por indução, que D f (t) = e
n
Pn ( 1t ), onde Pn (t) é um polinômio. Como
1
e− t
lim = 0 para todo n ∈ N, vem que lim Dn f (t) = 0. Logo, f ∈ C ∞ .
t→0+ tn t→0+
f (t)
Seja g : R → R definida por g(t) = .
f (t) + f (1 − t)
Então, g ∈ C ∞ , g(t) ≥ 0, g(t) = 1 para t ≥ 1 e g(t) = 0 para t ≤ 0.
98
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
0 1
99
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
Dem. Seja Ω = (Uı )ı∈N cobertura aberta localmente finita que refina Γ , onde cada
Uı é o domínio de uma carta xı : Uı → Rm e xı (Uı ) = B(3). Consideremos as
funções auxiliares ϕxı : M → R, ϕxı ∈ C k , associadas às cartas xı . A soma
ϕ= ϕxı está definida e é de classe C k , já que Ω é localmente finita. Pondo
P
i∈N
ϕx
ψı = ı temos que ψı = 1, e cada ψı é de classe C k . (ψı )ı∈N é a partição
P
ϕ ı∈N
da unidade procurada, já que supp ψı = Vı ⊂ Uı . Observemos que supp ψı é
compacto.
seja, p ∈
/ ∪ı Cı , contradição.
100
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
tal que f (n) = ı, donde Un ⊂ Cf (n) para cada n ∈ N. Definamos (ψı )ı∈I por
ψı = ψn . Como Ω é localmente finita temos que supp ψı = ∪ Vn = ∪ Vn
P
f (n)=ı f (n)=ı f (n)=ı
(já que supp ψn = Vn ). Observemos que supp ψı pode não ser compacto. Provemos
agora que (supp ψı )ı∈I é família localmente finita. Dado p ∈ M , existe vizinhança
V de p tal que Un ∩ V = ø exceto para n ∈ J, J = {n1 ., . . . , nk } ⊂ N. Seja
Io = f (J). Se (supp ψı ) ∩ V 6=ø então Un ∩ V 6= ø para algum n tal que
f (n) = ı, donde n ∈ J, resultando i = f (n) ∈ Io . Logo, (supp ψı ) ∩ V 6=ø
implica i ∈ Io , e resulta que (supp ψı )i∈I é localmente finita.
ψı
Pondo ψ = ψı e ϕı = , então ϕı = 1, ϕı ∈ C k e (supp ϕı ) ⊂ Cı .
P P
ı∈I ψ ı∈I
101
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
Ç å
∂ ∂
torno de p. Ponhamos g ı (q) = gq (q), (q) . Temos,
∂yı ∂y
Ç å
m ∂xk ∂ m ∂xr ∂ m ∂xk ∂xk
g ı (q) = gq (q) (q) , (q) (q) = gkr (q) (q) (q),
P P P
k=1 ∂yı ∂xk r=1 ∂y ∂xr k,r=1 ∂yı ∂y
m ∂yk ∂yr
e gı (q) = g kr (q) (q) (q).
P
k,r=1 ∂xı ∂x
102
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
Dem. Seja Ω = (Uı )i∈N uma cobertura aberta localmente finita de M por domínios
de cartas xı : Uı → Rm . Seja (ϕı )ı∈N uma partição da unidade estritamente
subordinada a Ω. Em cada aberto Uı induzimos uma métrica gı , de classe C k−1 , por
∞
meio de gı (p)(u, v) = hx0ı (p) · u , x0ı (p) · vi. Pondo gp (u, v) = ϕı (p) · gı (p)(u, v),
P
i=1
onde ϕı (p)gı (p)(u, v) = 0 se p ∈
/ Uı , obtemos uma métrica riemaniana g ∈ C k−1
em M .
m m
X ∂ X ∂y ∂
Xq = aı (q) (q) = aı (q) (q) (q) .
ı=1 ∂xı ı,=1 ∂xı ∂y
m ∂y ∂y
Portanto, b (q) = aı (q)(q) e, como ∈ C k−1 , resulta que aı ∈ C k−1
P
ı=1 ∂xı ∂xı
(ı = 1, . . . , m) implica b ∈ C k−1 . De modo análogo, b ∈ C k−1 ( = 1, . . . , m)
implica aı ∈ C k−1 . Dizemos, por definição, que o campo X é de classe C r , r < k,
se as funções aı : U → R(1 ≤ i ≤ m) são de classe C r .
103
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
Dem. De fato,
(a) M= Uı = x−1
ı (xı (Uı )) ∈ T ;
S S
ı∈I ı∈I
Ç å
(b) se Ak ∈ T , então ∈ T;
S S −1 S −1
Ak = x (A i,k ) = x Ai,k
S S
ı ı
k k ı ı k
xı (G) = Aı ∩ xı · x−1
(B ∩ x (Uı ∩ U )) .
Como xı · x−1
= ϕı é um homeomorfismo, temos que Gı = xı (G) é aberto
ı (Gı ) ∈ T .
em Rm e G = x−1
104
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
[
TM = {p} × Tp M = {(p, v) ; p ∈ M e v ∈ Tp M } .
p∈M
105
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
π π
M f
N
106
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
m
x s2 X π
ı
p 7−→ x(p) 7−→ a (p)e 7−→ aı (p)
=1
107
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
4. S = {(x, y, z, t) ∈ R4 ; x5 + y 5 + z 5 + t5 = 1} é subvariedade de R4 ?
n
6. Seja ϕ : Rn → Rn , ϕ(x1 , . . . , xn ) = (y1 , . . . , yn ) onde yı = aı x +
P
=1
+ bı , ı = 1, . . . , n, onde b = (b1 , . . . , bn ) ∈ Rn . Se det(aı ) 6= 0 dizemos que
ϕ é uma transformação afim. As transformações afins do Rn formam o "grupo
afim" do Rn . Prove que toda transformação afim do Rn é um difeomorfismo.
108
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
ϕ
Rn+1 − {0} Rn+1 − {0}
π π
Pn ψ Pn
109
CAPÍTULO 7. VARIEDADES DIFERENCIAIS
a topologia induzida de N .
C∞
13. Prove que uma aplicação f : R2 → R não pode ser injetora.
110
Capítulo 8
Álgebra Exterior
111
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
vetorial real, as leis sendo definidas do modo usual. Por convenção, Lo (V, W ) = W ,
e L1 (V, W ) = L(V, W ) é o espaço das aplicações lineares de V em W .
112
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
Dem. Temos:
τ (σf )(v1 , . . . , vr ) = (σf )(vτ (1) , . . . , vτ (r) ). Seja uı = vτ (ı) .
Então,
A recíproca é imediata.
113
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
p
Proposição 8.4. (a) f ∈ Lp (V, R) implica Alt f ∈ ∧ V ∗ , e a aplicação
p
Alt : Lp (V, R) −→ ∧ V ∗ é linear.
p
(b) ω ∈ ∧ V ∗ implica Alt ω = ω. Em particular, f ∈ Lp (V, R) implica
Alt(Alt f ) = Alt f .
1 X
Alt f (v1 , . . . , vj , . . . , vi , . . . , vp ) = ε(α)f (vα(1) , . . . , vα(j) , . . . , vα(i) , . . . , vα(p) ) =
p! α∈Sp
1 X 1 X
= ε(α)f (vβ(1) , . . . , vβ(i) , . . . , vβ(j) , . . . , vβ(p) ) = −ε(β)f (vβ(1) , . . . , vβ(p) ) =
p! α∈Sp p! β∈Sp
= − Alt f (v1 , . . . , vi , . . . , vj , . . . , vp ),
p
quaisquer que sejam v1 , . . . , vp em V . Logo, Alt f ∈ ∧ V ∗ .
p
(b) Se ω ∈ ∧ V ∗ , então σω = ε(σ)ω para todo σ ∈ Sp . Logo,
1 X 1 X
Alt ω = ε(σ)(σω) = ω=ω.
p! σ∈Sp p! σ∈Sp
p
Em particular, se f ∈ Lp (V, R) então Alt f ∈ ∧ V ∗ , donde Alt(Alt f ) = Alt f .
p q p+q
Definição 8.7. Se α ∈ ∧ V ∗ e β ∈ ∧ V ∗ , definimos o produto exterior α∧β ∈ ∧ V ∗
por
(p + q)!
α∧β = Alt(α ⊗ β) , ou seja ,
p! q!
1 X
(α ∧ β)(v1 , . . . , vp+q ) = ε(σ) · α(vσ(1) , . . . , vσ(p) ) · β(vσ(p+1) , . . . , vσ(p+q) ) ,
p!q! σ∈Sp+q
114
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
p
Exemplo 8.1.2. Sejam α ∈ V ∗ e β ∈ ∧ V ∗ . Então, (α ∧ β)(v0 , v1 , . . . , vp ) =
1 P 1 P p
= ε(σ)α(vσ(0) )·β(vσ(1) , . . . , vσ(p) ) = ε(σ)α(vi )·β(vσ(1) , . . . , vσ(p) ).
P
p! σ∈Sp+1 p! i=0 σ∈Sp+1
σ(0)=i
p
1 X X
(α ∧ β)(v0 , . . . , vp ) = ε(σ)α(vi )ε(πi )β(v0 , . . . , vbi , . . . , vp ) =
p! i=0 σ∈Sp+1
σ(0)=i
p p
1 X i
(−1) α(vi ) · β(v0 , . . . , vbi , . . . , vp ) = (−1)i α(vi )β(vi , . . . , v̂i , . . . , vp ) ,
X X
=
p! i=0 σ∈Sp+1 i=0
σ(0)=i
onde o circunflexo "^" indica que o vetor correspondente deve ser omitido.
p q
Proposição 8.5. Sejam α ∈ ∧ V ∗ e β ∈ ∧ V ∗ . Então, α ∧ β = (−1)pq β ∧ α.
115
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
donde a tese.
Sejam α ∈ Sp+q , α ∈
/ G , Gα = {σ.α; σ ∈ G} . Ponhamos vα(1) = u1 ,
vα(2) = u2 , . . . , vα(p+q) = up+q . Então,
116
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
p q r
Proposição 8.6. Sejam α ∈ ∧ V ∗ , β ∈ ∧ V ∗ e γ ∈ ∧ V ∗ . Então,
(p + q + r)!
(b) (α ∧ β) ∧ γ = α ∧ (β ∧ γ) = Alt(α ⊗ β ⊗ γ).
p! q! r!
Analogamente,
Alt [Alt (α ⊗ β) ⊗ γ] = Alt(α ⊗ β ⊗ γ),
donde a tese.
(b) Temos,
(p + q + r)!
(α ∧ β) ∧ γ = Alt [(α ∧ β) ⊗ γ] =
(p + q)! r!
(p + q + r)! (p + q)!
= · Alt [Alt(α ⊗ β) ⊗ γ] =
(p + q)! r! p! q!
(p + q + r)!
= Alt(α ⊗ β ⊗ γ),
(p! q! r!
e analogamente para α ∧ (β ∧ γ), donde a igualdade.
117
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
Proposição 8.7. Seja (e1 , . . . , en ) uma base do espaço vetorial real V e seja
p
(e∗1 , . . . , e∗n ) a base dual associada. Todo elemento ω ∈ ∧ V ∗ se escreve, de modo
único, na forma
ai1 i2 ...ip e∗i1 ∧ . . . ∧ e∗ip ,
X
ω=
1≤i1 <...<ip ≤n
p n
Dem. Se v1 , . . . , vp são vetores de V e ω ∈ ∧ V ∗ , então vj = vij ei ,
P
i=1
1 ≤ j ≤ p, e temos
Ç å
n n
ω(v1 , . . . , vp ) = ω vi1 1 ei1 , . . . , vip p eip =
P P
i1 =1 ip =1
n
= vi1 1 . . . vip p ω(ei1 , . . . , eip ) =
P
i1 ,...,ip =1
n
= ai1 . . . aip vi1 1 . . . vip p ,
P
i1 ,...,ip =1
onde ai1 ...ip = ω(ei1 , . . . , eip ). Como ω é alternada, temos ω(vσ(1) , . . . , vσ(p) ) =
= ε(σ)ω(v1 , . . . , vp ) e, portanto, aiσ(1) ...iσ(p) = ε(σ)ai1 ... ip . Além disso, ai1 ... ip = 0
toda vez que dois dos inteiros i1 , . . . , ip são iguais . Basta, então, considerar o
caso em que estes inteiros são distintos. Se gruparmos o conjunto dos p! termos
que se deduzem uns dos outros por uma permutação de {i1 , . . . , ip }, obteremos
Ç å
ω(v1 , . . . , vp ) = ai1 ...ip ε(σ)vi1σ(1) . . . vip σ(p) .
P P
1≤i1 <...<ip ≤n σ∈Sp
118
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
Portanto,
ai1 . . . aip e∗i1 ∧ . . . ∧ e∗ip ,
X
ω=
1≤i1 <...<ip ≤n
8.2 Determinantes
119
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
n
Dem. Para todo ω ∈ ∧ V ∗ e v1 , . . . , vn em V , arbitrários, temos:
Definição 8.9. Seja A = (aij )1≤i ,j≤n uma matriz quadrada real. Se TA : Rn → Rn
é a transformação linear cuja matriz, relativamente à base canônica (e1 , . . . , en ) de
Rn , é A, definimos det A como sendo det TA .
n
Se ω ∈ ∧(Rn )∗ é a n-forma tal que ω(e1 , . . . , en ) = 1, então
n n
!
X X
det A = ω(TA e1 , . . . , TA en ) = ω ai1 ei , . . . , ain ei = ω(A1 , . . . , An ),
i=1 i=1
120
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
1 X 1
Alt(e∗1 ⊗ . . . ⊗ e∗n )(e1 , . . . , en ) = ε(σ)e∗1 (eσ(1) ) . . . e∗n (eσ(n) ) = ,
n! σ∈Sn n!
Dem. Temos:
n
Dem. Seja f (ω1 , . . . , ωn ) = ω1 ∧ . . . ∧ ωn . Então, f ∈ An (V ∗ , ∧ V ∗ ). Logo, pela
Proposição 8.8, se ω1 , . . . , ωn são linearmente dependentes, temos f (ω1 , . . . , ωn ) = 0.
121
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
n p p
0 1 n X
∧V = ∧ V ⊕ ∧ V ⊕ · · · ⊕ ∧ V = ∧ V = ⊕ ∧ V,
p=0 p≥0
2 n
onde n = dim V , isto é, ∧V = R⊕V ⊕ ∧ V ⊕· · ·⊕ ∧ V . Cada z ∈ ∧V se escreve,
i
de modo único, na forma z = z0 + z1 + · · · + zn , onde zi ∈ ∧ V . Definimos a
aplicação bilinear
∧ : ∧V × ∧V −→ ∧V
(z, ω) 7−→ z ∧ ω
Com este produto ∧, o espaço vetorial ∧V se torna uma álgebra e tem o nome
de álgebra exterior de V ou álgebra de Grassmann de V . Uma base (e1 , . . . , en ) de V
determina uma base de ∧V formada pelos elementos ei1 ∧ . . . ∧ eip = eI onde I =
{i1 < i2 < . . . < ip } percorre todos os subconjuntos "crescentes" de {1, 2, . . . , n}
com p elementos e eI = 1 se I = ø. Logo, dim ∧V = 2n = 2dim V .
122
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
q
quaisquer que sejam v, v1 , v2 , ∈ V ; ω1 , ω2 , . . . , ωp ∈ V ∗ ; β ∈ ∧V ∗ ; a ∈ R ;
p
ω, α, α1 , α2 ∈ ∧ V ∗ .
123
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
p
Portanto, iv (ω ∧ . . . ∧ ωp ) = (−1)i+1 ωi (v)(ω1 ∧ . . . ∧ ω
ci ∧ . . . ∧ ωp ).
P
i=1
p+q
iv (α ∧ β) = (−1)i+1 αi (v).α1 ∧ . . . ∧ α
ci ∧ . . . ∧ αp+q =
P
i=1
p
= (−1)i+1 αi (v).α1 ∧ . . . ∧ α
ci ∧ . . . ∧ αp ∧ . . . ∧ αp+q +
P
i=1
p+q
+(α1 ∧ . . . αp ) ∧ (−1)j+1 αj (v).αp+1 ∧ . . . ∧ α
cj ∧ . . . ∧ αp+q =
P
j=p+1
Å p ã
i+1
= (−1) αi (v).α1 ∧ . . . ∧ α
ci ∧ . . . ∧ αp ∧ (αp+1 ∧ . . . ∧ αp+q )+
P
i=1
q
+(−1)p (α1 ∧ . . . ∧ αp ) ∧ (−1)j+1 αp+j (v).αp+1 ∧ . . . ∧ αp+j ∧ . . . ∧ αp+q =
P
’
j=1
p
3. α ∈ ∧ V é decomponível se existem v1 , . . . , vp ∈ V tais que α = v1 ∧ . . . ∧ vp .
124
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
Prove:
125
CAPÍTULO 8. ÁLGEBRA EXTERIOR
10. Seja (e1 , . . . , en ) base ordenada do espaço vetorial real V e (e∗1 , . . . , e∗n ) a
n n
base dual . Se f = ai e∗i e g = bij e∗i ∧ e∗j , com bij = −bji , prove que
P P
i=1 i,j=1
n
iek (f ) = ak e iek (g) = bkj e∗j .
P
j=1
12. Seja (e1 , . . . , en ) base ordenada do espaço vetorial real V e (e∗1 , . . . , e∗n ) a
n
base dual. Se ω = aijk e∗i ∧ e∗j ∧ e∗k , v = vi ei , e iv ω =
P P
i<j<k i=1
n
= bjk e∗j ∧ e∗k , prove que bjk = vi aijk .
P P
j<k i=1
126
Capítulo 9
Formas Diferenciais
127
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
9.1 Generalidades
128
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
m ∂yj1 ∂yjr
dyj1 ∧ . . . ∧ dyjr = ··· dxi1 ∧ . . . ∧ dxir =
P
i1 ,...,ir =1 ∂xi1 ∂x! ir
∂yj1 ∂yjr
= ε(σ) ... dxi1 ∧ . . . ∧ dxir =
P P
i1 <...,<ir σ∈Sr ∂xσ(i1 ) ∂xσ(ir )
∂(yj1 , . . . yjr )
= dxi1 ∧ . . . ∧ dxir ,
P
i1 <...<ir ∂(xi1 , . . . , xir )
∂yJ
que também se escreve: dyJ = dxI .
P
I ∂xI
∂yJ
Portanto, ω = cj1 ...jr d yj1 ∧ . . . ∧ dyjr = cJ dyJ = dxI = cJ
P P P P
j1 <...<jr J J I ∂xI
P ∂yJ ∂(yj1 , . . . yjr )
= bI dxI . Resulta, bI = cJ ; , ou seja, bi1 ...ir = cj1 ...jr ,
P P
I J ∂xI j1 <...<jr ∂(xi1 , . . . , xir )
expressão que mostra que, se s < k , cj1 ...jr ∈ C s implica bi1 ...ir ∈ C s .
1 X
(α∧β)(p; v1 , . . . , vq+r ) = ε(σ)α(p; vσ(1) , . . . , vσ(r) )·β(p; vσ(r+1) , . . . , vα(r+q) )
q!r! σ∈Sq+r
129
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
(b) df = f 0 ;
130
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Å I,J ã Å ã Å I,J ã Å ã
r
∧dxI ∧ dxJ = d aI ∧ d xI ∧ bJ d xJ + aI (−1) d xI ∧ dbJ ∧ d xJ =
P P P P
I J I J
r
= dα ∧ ω + (−1) α ∧ d ω .
m ∂a
dγ = d a ∧ d xI = dxj ∧ dxi1 ∧ . . . ∧ dxir , e
P
j=1 ∂xj
∂ 2a
m P
m
d2 γ = d xk ∧ d xj ∧ d xi1 ∧ . . . ∧ d xir =
P
j=1 k=1 ∂xk ∂xj
∂ 2a ∂ 2a
Ç å
= − d xj ∧ d xk ∧ d xi1 ∧ . . . ∧ d xir = 0,
P
j<k ∂xj ∂xk ∂xk ∂xj
∂ 2a ∂ 2a
pois a ∈ C 2 implica = . Logo : d2 = 0.
∂xj ∂xk ∂xk ∂xj
Vamos mostrar agora que a definição de d independe da carta, isto é, se
x : U → Rm e y : V → Rm são cartas em torno de p ∈ M , então dx ω = dy ω.
De fato, se ω = aK d xK = bL d yL , então
P P
K L
Ç å
∂xK
dy ω = d bL ∧ d yL = d aK ∧ d yL =
P PP
L L K Ç ∂yL å
P ∂xK ∂xK
= d aK ∧ dyL + aK d ∧ d yL =
P
L,K ∂yL L,K ∂yL
= daK ∧ dxK + aK d (d xK ) = daK ∧ dxK = dx ω,
P P P
K K K
131
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
ω 0 (p) · v =
X Ä 0 ä
a i1 ...ir (p) · v d xi1 ∧ . . . ∧ d xir .
i1 ,...,ir
Ora,
r+1
fórmula que relaciona a diferencial exterior d ω : U → ∧ (Rn )∗ com a derivada
r
usual ω 0 : U → L(Rn , ∧(Rn )∗ ).
Ç å
∗
X ∂yK
f ω= (aK ◦ f ) d xL ,
L,K ∂xL
132
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Ç å
∂yK ∂ (yk1 , . . . , ykr )
onde = é um subdeterminante do jacobiano da aplicação
∂xL ∂(xl1 , . . . , xlr )
(y ◦ f ◦ x−1 ) no ponto x(p). Esta expressão de f ∗ ω mostra que ω ∈ C k implica
f ∗ ω ∈ C k , ou seja, f ∗ ω ∈ Ωkr (M ). É fácil ver que:
Dem. (a)
(b) Basta considerar o caso em que ω = ad xi1 ∧. . .∧d xir numa carta x : U → Rn
em N . Então, f ∗ dω = f ∗ (da ∧ d xi1 ∧ . . . ∧ d xir ) = f ∗ (da)∧
∧f ∗ (d xi1 ) ∧ . . . ∧ f ∗ (d xir ).
133
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
134
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
9.3 Orientação
I : V → V é a identidade.
135
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
ξ ∼ G.
Definição 9.6. Qualquer uma das classes B1 , B2 é dita uma orientação de V . Por-
tanto, V tem duas orientações. Um espaço vetorial orientado é um espaço vetorial
real associado a uma de suas orientações, ou seja, é um par (V, O), onde O é uma
orientação de V . As bases que pertencem à orientação O chamam-se positivas. As
outras são ditas negativas.
Exemplo 9.3.1. O espaço Rn possui uma orientação canônica, que é aquela deter-
minada pela base canônica (e1 , . . . , en ).
136
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
n
Definição 9.7. Dizemos que ω ∈ ∧ V ∗ , ω 6= 0, é positiva se ω(v1 , . . . , vn ) > 0
para toda base positiva F = (v1 , . . . , vn ). Resulta que ω(u1 , . . . , un ) < 0 para toda
base negativa ξ = (u1 , . . . , un ) .
n n
Como dim ∧ V ∗ = 1, se θ ∈ ∧ V ∗, θ 6= 0, então θ = aω para algum
a 6= 0. Portanto, ou θ é positiva ou (−θ) é positiva ; neste último caso dizemos que
n
θ é negativa. Assim, ∧ V ∗ − {0} = B1∗ ∪ B2∗ , onde B1∗ é o conjunto das n−formas
positivas e B2∗ o das negativas. Se θ(v1 , . . . , vn ) > 0, então F = (v1 , . . . , vn ) ∈ Bj
se, e só se, θ ∈ Bj∗ (j = 1, 2) . Resulta que podemos considerar B1∗ e B2∗ como
sendo as orientações de V .
Dem. (a) ⇒ (b) : Seja (Ui )i∈N uma cobertura localmente finita de M por domínios
de cartas xi : Ui → Rm , onde xi pertence ao atlas coerente A de M . Seja
(ϕi )i∈N partição da unidade subordinada a (Ui )i∈N . Em cada Ui temos a m−forma
i , onde xi : Ui → R,
dx1i ∧ . . . ∧ dxm 1 ≤ α ≤ m são as funções coordenadas em
α
137
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
∞
Ui . Seja ω= i , onde
ϕi dx1i ∧ . . . ∧ dxm i é considerada
ωi = ϕi dx1i ∧ . . . ∧ dxm
P
i=1
∞ ∞
nula fora de Ui e, em cada ponto, a soma ωi é finita. A m− forma ω = ωi
P P
i=1 i=1
∂xαi
!
está definida em M e, como dx1i ∧ . . . ∧ dxm
i = det β 1 , temos
dx11 ∧ . . . ∧ dxm
∂x1
∂xαi
!
∞ s
ωp = (ωi )p = ϕi (p) det 1 )p , onde 1, . . . , s são os índices
(dx11 ∧ . . . ∧ dxm
P P
i=1 i=1 ∂xβ1
i para os quais ϕi (p) 6= 0, e o coeficiente de dx11 ∧ . . . ∧ dxm 1 é positivo. Resulta
(b) ⇒ (a) : Seja ω uma m−forma contínua diferente de zero em todos os pontos
de M m . Em cada p ∈ M tomemos como positiva a orientação definida por ωp . Se
x : U → Rm é uma carta local e se, para cada p ∈ U , ωp
Ä ä
∂
∂x1
(p), . . . , ∂x∂m (p) > 0,
isto é, se é base positiva de Tp M , então dizemos que x : U →
Ä ä
∂
∂x1
(p), . . . , ∂x∂m
→ Rm é carta positiva e temos ω = a dx1 ∧ . . . ∧ dxm , onde a : U → R é função
contínua positiva. Se y : V → Rm é carta local arbitrária e V é conexo, então
ω = bdy1 ∧ . . . ∧ dym em V , com b(p) 6= 0 em todos os pontos de V . Assim, ou
b(p) > 0 ou b(p) < 0 em V , ou seja uma carta local num conexo ou é positiva ou
negativa. Se x : U → Rm e y : V → Rm são cartas positivas e U ∩ V 6= ø,
então ω = b dy1 ∧ . . . ∧ d ym = b
a
det ∂yi
∂xj
a dx1 ∧ . . . ∧ dxm = b
a
det ∂yi
∂xj
ω, donde
∂yi a
det ∂xj
= b
> 0.
138
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Corolário 9.2. Sejam M m uma variedade C k e (Ui )i∈I uma cobertura aberta
de M . Se, para cada i ∈ I, existe uma m− forma ω i definida em Ui tal que
Ui ∩ Uj 6= ø implica ωi = fij ωj com fij > 0 em Ui ∩ Uj , então M é orientável.
Ç å Ç å Ç å
∂ ∂ ∂yα ∂ ∂
ωj ,..., = det · ωj ,..., ,
∂y1 ∂ym ∂xβ ∂x1 ∂xm
Ç å
∂yα
de modo que det > 0, isto é, as cartas x e y são coerentes. O conjunto das
∂xβ
cartas positivas formam um atlas coerente em M , ou seja, M é orientável.
(i) u ⊥ vj (1 ≤ j ≤ m);
139
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
140
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
n
ω=
P d ∧ . . . ∧ dx , donde
(−1)i+1 dxi (N )dx1 ∧ . . . ∧ dx i n
i=1
n
ω= (−1)i+1 xi dx1 ∧ . . . ∧ dx
d ∧ . . . ∧ dx .
P
i n
i=1
x
Exemplo 9.3.5. Seja f : Rn − {0} → S n−1 a projeção radial, . Se f (x) =
kxk
h hh, xi h − cx hh, xi
h ∈ Rn , é fácil ver que f 0 (x) · h = − 3
x= , onde c = éa
kxk kxk kxk kxk2
projeção algébrica de h sobre x.
Ç å
x
α(x; v1 , . . . , vn−1 ) = ω ; f 0 (x)v1 , . . . , f 0 (x)vn−1 =
kxk
x v1 − c1 x vn−1 − cn−1 x
Ç å
=ω ; ,..., =
kxk kxk kxk
x v1 − c1 x vn−1 − cn−1 x
Ç å
= det , ,..., =
kxk kxk kxk
n
1 1 X
= det(x, v1 , . . . , v n−1 ) = (−1)i+1 xi dx1 ∧ . . . ∧ dx
d ∧ . . . ∧ dx .
i n
kxkn kxkn i=1
1 P n
Logo, α(x) = d ∧ . . . ∧ dx . Se
(−1)i+1 xi dx1 ∧ . . . ∧ dx i n n = 2, temos
kxkn i=1
141
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
−ydx + xdy
α(x, y) = que é o "elemento de ângulo" em R2 − {0} .
x2 + y 2
H1 x1
0
∂H1
142
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Rm−1 = ∂H1
R
0 e1
143
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
144
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
∂H1 = Rm−1
x
x(p) = (0, x̄(p))
U
H1
p 0 x1
145
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
U
p f −1 (o)
V
f
x
R
R
t t
(0, 0)
f ◦ x−1 (ω, t) = t
0
Vo
ω Rm−1
I
W ×I
146
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Obs. De modo análogo ao visto para variedades (sem bordo) definem-se, para as va-
riedades com bordo, os conceitos de espaço tangente, aplicação de classe C k entre
duas variedades, orientação, formas diferenciais, etc. Por exemplo, uma orientação
numa variedade com bordo M m , de dimensão m e classe C k , é dada por uma
m−forma de classe C k−1 que não se anula em ponto algum. Para uma variedade
sem bordo esta condição é equivalente à existência de um atlas coerente; isto foi
provado na Proposição 9.5. A mesma demonstração vale para uma variedade com
bordo. No final da demonstração é preciso substituir a carta (U, x1 , . . . , xm ) por
(U, −x1 , x2 , . . . , xm ), o que não é possível no caso n = 1, a não ser que admita-
mos L1 = {x ∈ R; x ≥ 0} como modelo local na definição de uma carta para uma
variedade de dimensão 1 com bordo, o que faremos.
Exemplo 9.4.2. M = [0, 1] é uma variedade com bordo, de classe C ∞ ; ela tem
um atlas formado pelas cartas
147
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
coerente.
(i) y1 (0, x2 , . . . , xm ) = 0, e
∂y1
Então: (0, x2 , . . . , xm ) = 0 para j = 2, . . . , m, e
∂xj
148
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Portanto,
∂y1
0 ··· 0
∂x1
∂y2 ∂y2 ∂y2 ∂y1
···
0
J(y ◦ x−1 ) = ∂x1 ∂x2 ∂xm
= ∂x1
.
.. .. .. ..
. . . . ∗ J(y ◦ x−1 |B )
∂ym ∂ym ∂ym
···
∂x1 ∂x2 ∂xm
Logo,
∂y1
det J(y ◦ x−1 ) = det J[y ◦ x−1 |B ].
∂x1
Como det J(y ◦ x−1 ) > 0 em todos os pontos de x(U ∩ V ), temos que
∂y1
(0, x2 , . . . , xm ) > 0, donde resulta det J(y ◦ x−1 |B) > 0, como queríamos
∂x1
provar.
∂
Exemplo 9.5.2. Em H1 , (p) aponta para fora.
∂x1
149
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Dem. Se Xp ∈
/ Tp (∂M ) aponta para fora, existe curva α : [0, ε) → M, α ∈ C 1 , tal
que α(0) = p, α ((0, ε)) ⊂ intM e α0 (0) = −Xp . Seja x : U → H1 carta local tal
que x(p) = 0 e x1 (q) ≤ 0 para cada q ∈ U . Se (x ◦ α)(t) = (α1 (t), . . . , αm (t)),
então x1 (α(0)) = α1 (0) = 0 e α1 (t) < 0 para t > 0. Logo,
α1 (t) − α1 (0)
α10 (0) = lim ≤ 0.
t→0
t>0
t
m ∂ ∂
Como −Xp = (p), o coeficiente de
αi0 (0) (p) em Xp é −α10 (0) ≥ 0
P
i=0 ∂xi ∂x1
/ Tp (∂M ), temos −α10 (0) > 0 .
e , como Xp ∈
150
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Exemplo 9.5.5. Seja M m uma variedade orientada (sem bordo) e I = [0, 1] ori-
entada pelo atlas coerente {α, β} , onde α : [0, 1) → [0, 1) e β : (0, 1] → (0, 1] são
iguais à identidade. Em (t, p) ∈ I ×M , uma base positiva de T(t,p) I ×M = R⊕Tp M ,
na orientação produto, é da forma (e1 , v1 , . . . , vm ), onde e1 = 1 é a base canônica
de R e (v1 , . . . , vm ) uma base positiva de Tp M . No ponto t = 0 o vetor e1 aponta
para dentro e no ponto t = 1 ele aponta para fora, de modo que (v1 , . . . , vm ) é base
151
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
M M0 M1
0 e1 1 e1
Z Z Z Z
ω= ω= (x−1 )∗ ω = a(x1 , . . . , xm )dx1 . . . dxm ,
M U x(U ) x(U )
y : V → Rm outra
R
Para provar que ω independe da carta, seja
M
carta (positiva) tal que S ⊂ V . Então , ω(p) = b(y(p))dy1 ∧ . . . ∧ dym =
Ç å Ç å
∂yi ∂yi
= b(y(p)) det (p) dx1 ∧ . . . ∧ dxm , donde a(x(p)) = b(y(p)) det (p) ,
∂xj Ç å ∂xj
∂yi
onde J(p) = det (p) é positivo. Pelo teorema da mudança de variá-
∂xj
152
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
R R
veis temos: b(y1 , . . . , ym )dy1 . . . dym = b(y1 , . . . , ym )J(p)dx1 . . . dxm =
y(V ) x(U )
R R
= a(x1 , . . . , xm )dx1 . . . dxm = ω.
x(U ) M
Se S = supp ω não está contido numa vizinhança coordenada, seja (Uα )α∈A
uma cobertura de M por vizinhanças coordenadas, e seja (ϕα )α∈A uma partição
da unidade, de classe C 1 , estritamente subordinada à cobertura M = Uα .
S
α∈A
Seja ωα = ϕα · ω, donde ωα = ω. Como S é compacto e os suportes das ϕα
P
α
formam uma família localmente finita, resulta que S ∩ supp ϕα 6= ø apenas para
um número finito de índices, donde a soma ωα é uma soma finita. O suporte
P
α
R R
de cada ωα sendo compacto e contido em Uα , existe ωα , e podemos definir ω
M M
por meio da igualdade
Z XZ
ω= ωα .
M α∈A M
Ç å
XZ XZ X X
e ψβ ω = ψβ ϕα ω = θαβ ω,
β M β M α α,β
R
o que prova que ω tem caráter intrínseco.
M
153
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
(2) Se ω≥0e ω(p) > 0 para algum p ∈ M , então ω > 0, onde c∈Re
R
M
ω, ω1 , ω2 são m−formas contínuas, de suporte compacto, na variedade orientada
M , de dimensão m e classe C 1 .
C1
Proposição 9.17. Sejam U e V abertos do Rm . Um difeomorfismo f : U −→ V
Ç å
∂fi
preserva a orientação se, e só se, det (x) > 0 para cada x ∈ U , onde
∂xj
f = (f1 , . . . , fm ) .
154
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
atlas C k
em M . Seja y : V → Rm carta positiva em N , e x = y ◦ f carta
∂
em M . Para p ∈ U = f −1 (V ) temos, para 1 ≤ i ≤ m, x0 (p) (p) = ei =
∂xi
∂ ∂
= y 0 (q)f 0 (p) (p) = y 0 (q) (q) , onde q = f (p) e (e1 , . . . , em ) é a base canô-
∂xi ∂yi
nica do Rm . Como f ∗ ωN = λωM , com λ(p) > 0 para todo p ∈ M , temos:
e,
Ä ä Ä ä
λ(p)ωM p; ∂x∂ 1 , . . . , ∂x∂m = ωN q; f 0 (p) ∂x∂ 1 , . . . , f 0 (q) ∂x∂m = ωN q; ∂y∂ 1 , . . . , ∂y∂m
y sendo carta positiva, resulta que x = y ◦ f é carta positiva em M , ou seja, o atlas
{xα = yα ◦ f }α∈A define a orientação de M .
155
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Z XZ XZ Z
∗ ∗ ∗ ∗
(x−1 ∗ ∗
X
f ω= (f ϕα ) (f ω) = f (ϕα ω) = α ) f (ϕα ω) =
α α α
M Uα Uα xα (Uα )
Z Z
(yα ◦ f )−1 ∗ f ∗ (ϕα ω) = (yα−1 )∗ (ϕα ω) =
X X
=
α α
(yα ◦f )(f −1 (Vα )) yα (Vα )
XZ Z
= ϕα ω = ω.
α
Vα N
Z Z
dω = ω.
M ∂M
156
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
y ∂H1
−a a x
supp ω
−a
Por meio de uma partição da unidade vimos que podemos supor ω igual a
uma soma finita de formas, cada uma delas com suporte contido numa vizinhança
coordenada. Basta então considerar o caso em que S = supp ω ⊂ U , sendo
x : U → H1 uma carta positiva.
m
Para p ∈ U , temos ω = d ∧ . . . ∧ dx , e é suficiente
(−1)i−1 fi dx1 ∧ . . . ∧ dx
P
i m
i=1
157
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Rm−1 = ∂H1
x(S) 0 x1
x(U )
Temos:
Za
∂f
Z Z
dω = dx1 . . . dx
d . . . dx
i m dxi =
∂xi
M Rm−1 −a
Z
= d . . . dx [f (· · · , x , a, x , · · · )−
dx1 . . . dx i m i−1 i+1
Rm−1
158
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Rm−1 = ∂H1
x(S)
x1
(a) i 6= 1:
Za
∂f ∂f
Z Z Z
dω = dx1 . . . dxm = dx1 . . . dx
d . . . dx
i m dxi = 0,
∂xi ∂xi
M x(U ) −a
como no 1 º caso.
(b) i=1:
Z0
∂f ∂f
Z Z Z
dω = dx1 . . . dxm = dx2 . . . dxm dx1 =
∂xi ∂x1
M x(U ) Rm−1 −a
Z Z
= f (0, x2 , . . . , xm )dx2 . . . dxm = ω.
Rm−1 ∂M
Obs. Seja ω uma m−forma de classe C 1 definida numa variedade (sem bordo)
compacta, orientada M m , de dimensão m e classe C k . Se ω é exata, isto é, se
existe uma (m − 1) forma η tal que ω = dη, então
Z Z Z
ω= dη = η = 0.
M M ∂M =ø
159
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Se M m não é compacta, uma m− forma contínua positiva pode ser exata. Por
exemplo, se M = Rm , então ω = dx1 ∧ . . . ∧ dxm = d(x1 dx2 ∧ . . . ∧ dxm ) é exata
e positiva.
Dem. Suponhamos que exista uma tal f , e seja ω a (m − 1)forma que define a
orientação de ∂M . Então, ω é de classe C 1 , ω 6= 0. Como
R
dω = 0,
∂M
f |∂M = id∂M , o teorema de Stokes nos dá:
Z Z Z Z
0 6= ω= ∗
f ω= ∗
d(f ω) = f ∗ (dω) = 0 , absurdo.
∂M ∂M M M
x
f (x) g(x)
v
0
160
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Obs. O teorema clássico de Brouwer afirma que o resultado acima é válido para
aplicações g : B → B contínuas (Veja [13]).
161
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Z Z Z Z Z Z Z
g∗ω − f ∗ω = H∗ω − H ∗ω = H ∗ω = d(H ∗ ω) = H ∗ (dω) = 0,
M M M1 M0 ∂(I×M ) I×M I×M
pois dω = 0.
Obs. (1) Pode provar-se que toda aplicação contínua f : M → N entre variedades
C k , é homotópica a uma aplicação g : M → N, g ∈ C k . Além disso, se
f, g : M → N são C k e existe uma homotopia contínua H entre f e g, então existe
uma homotopia C k entre f e g. Veja a referência [13].
Z Z
ω= f ∗ ω.
f (M ) M
Z Z Z Z Z Z Z
∗ ∗ ∗
α= α= f α= d(f α) = f (dα) = dα = dα,
∂Γ f (∂M ) ∂M M M f (M ) Γ
−ydx + xdy
Exemplo 9.6.1. Seja ω = a 1− forma "elemento de ângulo" em
x2 + y 2
R2 − {0}. Sejam f, g : [0, 2π] → R2 − {0}, f (θ) = a(cos θ, sen θ) ,
g(θ) = (a cos θ, b sen θ) onde a > b > 0.
162
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
y
(0, a)
f (θ)
(0, b)
g(θ)
θ
(b, 0) (a, 0) x
2π
Então, f ∗ω = g∗ω = ω (pois dω = 0). Como dθ = 2π ,
R R R R R R
ω= ω=
[0,2π] C [0,2π] C1 C 0
vem
R
ω = 2π.
C1
163
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Seja H(t, x) = x cos(πt)+v(x) sen(πt). É fácil ver que kH(t, x)k = 1, H(0, x) = x,
H(1, x) = −x = α(x), ou seja, H : [0, 1] × S m → S m é uma homotopia entre a apli-
cação antípoda α e idS m , o que só é possível se m é impar. Assim, para m par, todo
campo de vetores tangentes a S m = S 2p tem uma singularidade. Para m = 2p − 1,
o campo v(x) = v(x1 , x2 , . . . , x2p ) = (x2 , −x1 , x4 , −x3 , . . . , x2p , −x2p−1 ) é tangente a
S 2p−1 e nunca se anula.
164
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
S n−1
0
Srn−1
Então, 0 = α , donde
R R R R R R
dα = α= α− α = cn−1 − α=
M ∂M S n−1 Srn−1 Srn−1 Srn−1
= cn−1 .
165
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
s
supor as vizinhanças U1 , . . . , Us duas a duas disjuntas. Seja Z = Zi . Se
T
i=1
Wi = fi−1 (Z) , onde fi = f |Ui , então W1 , . . . , Ws são vizinhanças disjuntas
de p1 , . . . , ps , respectivamente, e f aplica cada Wi difeomorficamente sobre Z. Se
s
existir vizinhança V de q tal que f −1 (V ) ⊂ Wi , então f −1 (V ) = V1 ∪ . . . ∪ Vs ,
S
1
onde Vi = f −1 (V ) ∩ Wi , e f : Vi → V difeomorfismo , o que provaria o teorema.
166
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Poincaré
167
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
168
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
E: Ç å
∗ ∂f ∗
Kd (f dt ∧ π ω) = K π dxi ∧ dt ∧ π ∗ ω − K (f dt ∧ π ∗ dω) =
P
Ç i ∂xåi Ç å
P R1 ∂f R1
=− dt dxi ∧ ω − f (x, t)dt dω.
i 0 ∂xi 0
ω = (H ◦ i1 )∗ ω = i∗1 (H ∗ ω);
0 = (H ◦ i0 )∗ ω = i∗0 (H ∗ ω),
e d(H ∗ ω) = H ∗ dω = 0 pois dω = 0.
Logo, ω = i∗1 (H ∗ ω) = d(K(H ∗ ω)) = dα, onde α = K(H ∗ ω).
169
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
~i ~j ~k
∂ ∂ ∂
Ç å
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P
rot F~ =
= − , − , − ,
∂x ∂y ∂z
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
P Q R
∂P ∂Q ∂R
div : X∞ (A) → C ∞ (A, R) , div(P, Q, R) = + + = div F~
∂x ∂y ∂z
Definamos:
α0 : C ∞ (A, R) → Ω∞0 (A)
∞ ∞
α1 : X (A) → Ω1 (A)
β0 : X∞ (A) → Ω∞ 2 (A)
β1 : C (A, R) → Ω∞
∞
3 (A) , por:
grad d
α
X∞ (A) 1
−→ Ω∞
1 (A)
rot d
β
X∞ (A) 0
−→ Ω∞
2 (A)
div d
β
C ∞ (A, R) 1
−→ Ω∞
3 (A) , ou seja :
dα0 = α1 grad
dα1 = β0 rot
dβ0 = β1 div ,
170
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Proposição 9.30. (Stokes) Seja S uma superfície compacta, com bordo , de classe
C∞
C ∞ , orientada, contida no aberto A do R3 . Se F~ = (P, Q, R) : A −→ R3 é um
campo vetorial, então:
s
Ç å Ç å Ç å
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P
S
− dy ∧ dz + − dz ∧ dx + − dx ∧ dy =
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
R
= P dx + Qdy + Rdz,
∂S
171
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
m
= aik ei . Sabemos que, por definição, vol (v1 , . . . , vm ) = det A, onde A =
P
i=1
= (aik ) − m × m. Assim , σp (v1 , . . . , vm ) = det A.
∂ m
Mas, se = aki ek , então
P
∂xi k=1
Ç å
∂ ∂
σp ,..., = det A, onde A = (aij ).
∂x1 ∂xm
Æ ∏
∂ ∂ m m
E: gij = , = haki ek , arj er i = aki akj , donde det G =
P P
∂xi ∂xj k,r=1
√ k=1
= det(At A) = (det A)2 , e det A = det G, onde G = (gij ) .
√ R √
Logo, a(x(p)) = det G e f = f det G dx1 ∧ . . . ∧ dxm .
R
U U
Obs. (1) Sejam M m uma variedade orientada e D uma variedade com bordo, con-
tida em M , de mesma dimensão que M , e com D̄ compacto. Se ω é um ele-
mento de volume de M e X ∈ X1 (M ), definimos a divergência de X como
sendo a função div X tal que d(iX ω) = (div X)ω. Do teorema de Stokes resulta:
div Xω = iX ω (teorema de Gauss).
R R
D ∂D
172
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
C2
Toda f : M −→ R define um campo X = grad f , o gradiente de f , por
meio da igualdade df (Y ) = g(X, Y ) para todo Y ∈ X1 (M ).
Definimos o laplaciano ∆f de f por ∆f = div grad f . Do teorema de Gauss
R R
acima, resulta: ∆f σ = iX σ, X = grad f .
D ∂D
R
Em particular, se M é compacta, então ∆f σ = 0.
M
173
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Corolário 9.4. H m (M m ) = R.
Z Z Z
∗ ∗
f θ=µ f σ2 = µgr(f ) = gr(f ) θ,
M1 M1 M2
174
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
R
o que mostra que grf independe da escolha de σ2 , pois se σ é tal que σ = 1,
M2
f ∗ σ = gr(f ).
R
então
M1
Z Z Z
∗
X
f ω = gr(f ) ω=γ ω, ou seja, gr(f ) = γ = εp .
M1 M2 M2 p∈f −1 (q)
a) gr(f ) é um inteiro;
175
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Z Z Z Z
K= Kω = N σ = gr(N )
∗
σ = gr(N ) vol(S m ),
M M M Sm
que relaciona a curvatura integral com o grau de N . H. Hopf provou (em 1925)
que se m é par, então gr(N ) = vol(S
1
K = 21 χ(M ), onde χ(M ) é a característica
R
m)
M
de Euler, que é um invariante topológico de M. No caso m impar, gr(N) não é um
invariante topológico de M .
176
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
C1
9. Sejam ω = ydx − xdy + dz, u, v : R3 −→ R. Prove que se ω − vdu é
fechada , então u e v independem de z e, neste caso, que du, dv e ω − vdu são
linearmente independentes em cada ponto de R3 .
C1
10. Seja ϕ : M −→ M um difeomorfismo de uma variedade compacta orientada
M . Se para uma forma volume ω em M temos ϕ∗ ω = cω, onde c ∈ R,
R R
prove que c = ±1(donde ϕ preserva volume), e que f ω = (f ◦ ϕ)ω para
M M
toda f : M → R contínua.
11. Seja a 2−forma ω = dx1 ∧ dx2 + · · · + dx2n−1 ∧ dx2n em R2n . Prove que
n
∧ ω = n!dx1 ∧ . . . ∧ dx2n .
177
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
onde α, β, ω ∈ Ω∞
r (M ) e f : M → R é de classe C
∞
.
13. Prove que o espaço projetivo real P n é orientável se, e só se, n é ímpar.
14. Seja (M, g) uma variedade riemaniana compacta orientada, com bordo ∂M ,
e de classe C 2 . Para todo campo de vetores X ∈ C 1 (M, T M ), prove que
R R
(div X)σ = hX, N iiN σ (Gauss), onde σ é a forma volume induzida pela
M ∂M
métrica g, e N é um campo de vetores unitários ao longo de ∂M , de classe
C 1 , e que aponta para fora.
xz dy ∧ dz + yz dz ∧ dx + x2 dx ∧ dy.
R
16. Calcule
S2
178
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
Z Ç å
∂v ∂v
Z
(u∆v − v∆u) σ = u −v in σ ,
∂n ∂n
M ∂M
179
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
23. Seja o aberto A = {(ρ, ϕ, θ)|ρ > 0; 0 < ϕ < π; 0 < θ < 2π} do R3 , e seja
f : A → R3 definida por (x, y, z) = f (ρ, ϕ, θ) = (ρ cos θ sen ϕ, ρ sen θ sen ϕ, ρ cos ϕ).
Mostre que f ∗ (dx ∧ dy ∧ dz) = ρ2 sen ϕ dρ ∧ dϕ ∧ dθ.
Sejam as formas :
E = E1 dx + E2 dy + E3 dz
B = B1 dy ∧ dz + B2 dz ∧ dx + B3 dx ∧ dy
180
CAPÍTULO 9. FORMAS DIFERENCIAIS
C2 m ∂f ∂
(a) Se f : M → R prove que , na carta x, grad f = g ij , onde
P
i,j=1 ∂xj ∂xi
ij
(g ) é a matriz inversa de G = (gij ).
√ !
m ∂ m ∂ai 1 ∂ ln det G
(b) Se X = ai prove que, na carta x, div X = + ai .
P P
i=1 ∂xi i=1 ∂xi 2 ∂xi
m ∂ 2f
(c) Se X = grad f , prove que ∆f = div grad f = g ij +
P
C2
26. Se (M m , g) é variedade riemaniana, e f, g : M −→ R, prove que ∆(f g) =
= f ∆g + g∆f + 2hgrad f, grad gi.
29. Seja M uma variedade compacta orientada de classe C ∞ . Prove que M não
é contrátil a um ponto.
181
Capítulo 10
Sistemas Diferenciais
182
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
∂f ∂(f ◦ x−1 ) ∂
onde (p) = (x(p)). Em particular, X(xj ) = aj . Se Y = bj
P
∂xi ∂xi ∂xj
é outro campo de classe C em U , então Y (Xf ) : U → R é de classe C
s s−1
e
Ç 2 å
m ∂ai ∂f ∂ f
Y (Xf ) = bj + ai .
P
i,j=1 ∂xj ∂xi ∂xj ∂xi
Proposição 10.1. Sejam X e Y campos vetoriais de classe C s na variedade M m
de classe C k , s < k, s ≥ 1. Existe um único campo [X, Y ] em M , de classe
C s−1 , tal que [X, Y ]f = X(Y f ) − Y (Xf ) para toda f de classe C 2 num aberto de
M.
∂ ∂
Dem. Na carta x : U → Rm , temos X = ai , Y = bj e
P P
Ç å Ç∂xi å ∂xj
m ∂bj ∂f ∂ai ∂f ∂bj ∂aj ∂f
X(Y f ) − Y (Xf ) = ai − bj = ai − bi , ou
P P
i,j=1 ∂xi ∂xj ∂x
Ç j ∂xi i,j
å ∂xi ∂xi ∂xj
m ∂ m ∂bk ∂ak
seja, [X, Y ]x = ck , com ck = ai − bi .
P P
k=1 ∂xk i=1 ∂xi ∂xi
∂ ∂
Se y : U → Rm é outra carta local, então X = a0α , Y = b0j e
P P
∂yα ∂yj
∂b0 ∂a0
Ç å
m ∂
[X, Y ]y = dj , com dj = a0α j − b0α j .
P P
j=1 ∂yj α ∂yα ∂yα
∂xi P ∂xk
Como ai = e bk = b0j , temos
P 0
a β
β ∂y β j ∂y j
2 ∂b0j ∂yα ∂yα ∂b0j ∂xk 2
Ç å Ç å
P ∂bk P 0 ∂xi 0 ∂ xk 0 0 ∂ xk
ai = a b + = 0
aα + aβ b j .
P
i ∂xi i,j,α,β β ∂yβ j ∂yj ∂yα ∂yα ∂yj ∂xi α,j ∂yα ∂yj ∂yj ∂yα
Analogamente,
Logo,
∂b0j ∂a0
Ç å
∂xk
a0α − b0α j
X
ck = .
α,j ∂yα ∂yα ∂yj
Portanto,
183
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
(d) [[X, Y ], Z] + [[Z, X], Y ] + [[Y, Z], X] = 0 (identidade de Jacobi), quaisquer que
sejam os campos X, Y, Z : M → T M de classe C s , f, g : M → R de classe
C 2 e a, b ∈ R.
Dem. Exercício.
X : C ∞ (M, R) → C ∞ (M, R)
f 7→ Xf
184
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
dy
= f (y) , y(0) = y0
dt
∂y
(t, q) = f (y(t, q)) , y(0, q) = q ,
∂t
e temos o seguinte teorema.
185
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
ϕt (ϕs (q)) = ϕt+s (q) pois ambos, como funções de t, são curvas integrais de X com
ponto inicial ϕs (q) (correspondente a t = 0). Se o fluxo ϕ(t, p) está definido em
R × M , então ϕ é o fluxo global de X e, neste caso , dizemos que o campo X é
completo. Se ϕ é fluxo global, então ϕt : M → M é um difeomorfismo para cada
t ∈ R, cujo inverso é ϕ−t . Quando M m é uma variedade compacta, pode provar-se
que todo campo X : M → T M , X ∈ C s , é completo.
Dem. A aplicação (X, Y ) 7−→ d ω(X, Y ) é bilinear, de modo que basta provar a
∂ ∂
fórmula acima no caso em que X = a , Y =b e ω = fk d xk numa carta
∂xi ∂xj
local x : U → Rm .ñ ô
∂ ∂ ∂b ∂ ∂a ∂
Temos: [X, Y ] = a ,b =a −b , donde
∂xi ∂xj ∂xi ∂xj ∂xj ∂xi
0 se k 6= i e k 6= j
Ç
∂b ∂a
å
∂b
afj se k = j
ω([X, Y ]) = fk a δjk − b δik = ∂xi
∂xi ∂xj
∂a
−bfi se k = i
∂xj
0 se k 6= j
Ç å
∂
ω(Y ) = fk d xk b = bfk δjk =
∂xj bfj se k = j
0 se k 6= j
e Xω(Y ) =
Ç å
∂ ∂fj ∂b
a (bfj ) = a b + fj se k = j
∂xi ∂xi ∂xi
0 Çse k 6= i
Analogamente: Y ω(X) =
å
∂fi ∂a
b a + fi se k = i
∂xj ∂xj
186
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
Então:
0 se k 6= i e k 6= j
∂fj
ab se k = j
Xω(Y ) − Y ω(X) − ω([X, Y ]) = ∂xi
∂fi
−ab se k = i.
∂xj
0 se k 6= i e k 6= j
Ç
∂fk ∂fk
å
∂fj
ab se k = j
= ab δjk − δik = ∂xi
∂xi ∂xj
∂fi
−ab se k = i ,
∂xj
187
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
∂ ∂
p ∈ U , tal que ,..., seja base local para D em U . Dizemos que um
∂x1 ∂xr
campo de vetores X : M → T M pertence a D, e escrevemos X ∈ D, se
X(p) ∈ Dp para todo p ∈ M . Se X, Y ∈ D implica [X, Y ] ∈ D dizemos que
D é involutivo; neste caso, se {X1 , . . . , Xr } é base local de D , então [Xi , Xj ] =
r
= ckij Xk para 1 ≤ i, j ≤ r.
P
k=1
ñ ô ñ ô Ç å
X ∂ ∂ X ∂ ∂ X ∂gj ∂ ∂fi ∂
[X, Y ] = fi , gj = fi gj , + fi − gj ∈ D,
i,j ∂xi ∂xj i,j ∂xi ∂xj i,j ∂xi ∂xj ∂xj ∂xi
ñ ô
∂ ∂
pois , = 0.
∂xi ∂xj
Proposição 10.8. Seja D um sistema diferencial de dimensão r e classe C s em
M m . Existe carta local y : V → Rm , y(p) = 0, tal que D tenha base local
∂ m ∂
{X1 , . . . , Xr }, em torno de p, da forma Xi = + cji (1 ≤ i ≤ r).
P
∂yi j=r+1 ∂yj
188
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
Dem. Seja y : V 0 → Rm ,
y(p) = 0 carta local em M , e seja {Y1 , . . . , Yr } base
m ∂
local de D em V 0 . Então, Yi = aji (1 ≤ i ≤ r), onde aji ∈ C s . Como
P
j=1 ∂yj
os Yi são linearmente independentes, a matriz A = (aij ) − r × m− tem posto r,
e podemos supor que B = (aki ) − r × r − (1 ≤ i, k ≤ r), é invertível no aberto
r
V ⊂ V 0 . Seja B −1 = (bki ) − r × r− e ponhamos Xi = bki Yk (1 ≤ i ≤ r).
P
k=1
Então,
r m ∂ r P r ∂ r m ∂ r ∂
Xi = bki ajk = ajk bki + ajk bki = δji +
P P P P P P
k=1 j=1 ∂yj k=1 j=1 ∂yj k=1 j=r+1 ∂yj j=1 ∂yj
Ç å
m r ∂ ∂ m ∂
+ ajk bki , donde Xi = + cji .
P P P
j=r+1 k=1 ∂yj ∂yi j=r+1 ∂yj
m
Å
∂ r r ∂ ã
donde ak − = bi
bi cki , donde bi = 0 e Z = 0, isto é,
P P P
k=r+1 i=1 ∂yk i=1 ∂yi
W1 ∩ W2 = {0}, e resulta [Xi , Xj ] = 0, 1 ≤ i, j ≤ r.
189
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
aberto β(B) ⊂ M . Pondo x = β −1 : β(B) → B temos que x é carta local tal que
∂
X= em U = β(B).
∂x1
Proposição 10.10. (Frobenius)
Seja D um sistema diferencial de dimensão r e classe C s em M m . Se D é
involutivo então D é completamente integrável.
xi = yi 1 ≤ i ≤ r − 1
xk = fk (yr , . . . , ym ) , r ≤ k ≤ m
® ´
∂ ∂ ∂ ∂ ∂
tal que = (1 ≤ i ≤ r − 1) e = Y . Logo, ,..., é
∂xi ∂yi ∂xr ∂x1 ∂xr
base local de D, e D é completamente integrável.
190
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
existe campo contínuo de direções pois todo campo de vetores contínuo em S 2 tem
uma singularidade (teorema de Poincaré-Brouwer, Proposição 9.25 do Capítulo 9).
Dq = {v ∈ Tq M ; ωj (q; v) = 0 , 1 ≤ j ≤ m − r} ,
191
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
(b) D é involutivo;
m−r
(c) existem 1−formas αij tais que dωi = αij ∧ ωj ;
P
j=1
(iv) (c) ⇔ (e): é claro que (c) ⇒ (e) . Seja θ uma 2− forma em U tal que
θ∧ω1 ∧. . .∧ωm−r = 0. Vamos provar que existem 1− formas αi (1 ≤ i ≤ m−r)
m−r
tais que θ = αi ∧ ωi . Seja {ω1 , . . . , ωm−r , . . . , ωm } base de (Tq M )∗ em cada
P
i=1
q ∈ U . Podemos escrever θ = aij ωi ∧ ωj , donde aij ωi ∧ ωj ∧ ω1 ∧ . . . ∧
P P
i<j i<j
∧ωm−r = 0, donde aij = 0 se m − r < i < j . Portanto, θ = aij ωi ∧ ωj .
P
i≤m−r
i<j
192
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
U
M
p
P
Rm−r
x(p) = (u1 , c)
Rr
U1 × U2
m−r
Pondo αi = − aij ωj , vem θ = αi ∧ ωi , e (c) ⇔ (e), o que termina a
P P
j>i i=1
demonstração da proposição 10.12.
Seja D um sistema diferencial de dimensão r e classe C s na variedade M m .
193
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
194
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
U M
q f N
B p = f (q)
Q
W
Rm−r
Rm−r
(0, c) x(p) = (u1 , c) π2 c
Rr
U1 × U2
r ∂
v ∈ Dp , então v = ai(p), donde (π2 ◦ x)0 (p)v = 0, donde (π2 ◦ x)0 (p) = 0,
P
i=1 ∂xi
donde π2 ◦ x|V = c = constante, e V está contida na placa P definida por xi = 0,
i ≥ r + 1.
Como P é mergulhada em M e i : V → M é de classe C s , resulta i : V → P
de classe C s ( Proposição 7.4 do Capítulo 7), imersão injetiva entre variedades de
mesma dimensão, donde difeo local, aplicação aberta e homeomorfismo de V sobre
um aberto de P .
Seja agora f : Q → M de classe C k , k ≥ s, f (Q) ⊂ N . Vamos provar
que f : Q → N é de classe C s . Pelo Corolário da Proposição 7.4 do Capítulo 7,
basta provar que f : Q → N é contínua. Sejam q ∈ Q , p = f (q) ∈ M , Pp a placa
por p e W uma vizinhança aberta de p em N . Podemos tomar U suficientemente
pequeno de modo que Pp ⊂ W . Como f : Q → M é contínua, existe vizinhança
conexa B de q tal que f (B) ⊂ U ∩ N donde f (B) está contida na componente
conexa de U ∩ N que contém p, donde f (B) ⊂ Pp ⊂ W , isto é, f : Q → N é
contínua, donde de classe C s .
195
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
−1 0 1 R
Obs. Para uma aplicação da Proposição 10.14, veja a Proposição 11.12 do Capítulo
11.
C2
Exemplo 10.2.5. Sejam P, Q, R : A −→ R, onde A ⊂ R3 é aberto, e ω =
= P d x + Qd y + Rd z . A condição de integrabilidade da equação ω = 0, segundo
Frobenius, é que
Ç ω ∧ d ωå = 0. Ç å Ç å
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P
Como d ω = − d y ∧d z + − d z ∧d x+ − d x ∧ d y,
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
resulta que a condição de integrabilidade é
Ç å Ç å Ç å
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P
P − +Q − +R − =0
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
196
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
dx
Para achar as superfícies integrais, suponhamos z constante donde =
dy
−z z dz zd y
= 2
, que nos dá x = + ϕ(z), donde d x = − +
(y − 1) y−1 y − 1 (y − 1)2
+ϕ0 (z)d z, e comparando com a expressão de dz, obtemos ϕ0 (z) = 0, donde ϕ(z) = C
z
e, portanto, x = + C, e z = (y − 1)(x − C), que é a família de superfícies
z−1
integrais no aberto A = {(x, y, z) ∈ R3 |y > 1}.
197
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
198
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
199
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
ϕ : L2 (V ; R) → L(V, V ∗ )
b 7−→ ϕb : V −→ V ∗
u 7−→ ϕb (u) : V −→ R
v 7−→ ϕ(u)v = b(u, v)
(a) b(u, v) = 0 ∀v ∈ V ⇒ u = 0;
(b) ϕb : V → V ∗ é um isomorfismo;
Definição 10.9. Uma forma simplética no espaço vetorial V é uma forma bilinear
2
alternada não-degenerada, isto é , é uma 2− forma ω ∈ ∧ V ∗ tal que ω(u, v) = 0
∀v ∈ V ⇒ u = 0 . (V, ω) é um espaço vetorial simplético.
200
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
n n
então ω é dada por ω = u∗i ∧ vi∗ . De fato, temos ω = aij u∗i ∧ vj∗ , donde
P P
i=1 i,j=1
δir 0 n
aij δir δjs = ars , e ω = u∗i ∧ vi∗ .
δrs = ω(ur , vs ) = aij =
P P P
0 δjs
i,j ij i=1
0 1
−1 0
0 1
0
−1 0
e det Ωξ = 1 ,
Ωξ =
...
0 0 1
−1 0
0 In
enquanto que a matriz de ω na base F é ΩF = e det ΩF = 1.
−In 0
A base F = (u1 , . . . , un , v1 , . . . , vn ) é dita simplética.
Em R2 , ω = d x ∧ d y, e toda 2− forma é múltiplo de d x ∧ d y, ou seja, em
dimensão 2 toda 2− forma 6= 0 é simplética.
201
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
(b) W é isotrópico se W ⊂ W ⊥ ;
(c) W é coisotrópico se W ⊥ ⊂ W ;
(d) W lagrangiano se W = W ⊥ .
Dem. (indução).
Se m = 0, nada a provar. Suponhamos o teorema verdadeiro para dim V < m,
m ≥ 1. Como ω é não-degenerada, existem u1 , v1 ∈ V tais que ω(u1 , v1 ) = 1.
u1 e v 1 são L.I. ( pois v1 = λu1 ⇒ ω(u1 , v1 ) = 0). Seja W = S(u1 , v1 ) o espaço
gerado por u1 e v 1 , donde dim W ⊥ = m − 2. Vamos provar que W ∩ W ⊥ = {0};
de fato, seja v = au1 + bv1 ∈ W ∩ W ⊥ . Então 0 = ω(u1 , v) = b e 0 = ω(v, v1 ) = a ,
ou seja v = 0. Resulta que W é simplético, donde W ⊥ é simplético (pois(W ⊥ )⊥ =
= W ). Por indução, dim W ⊥ é par, donde m = 2n é par, e existe base do
tipo (u2 , v2 , . . . , un , vn ) para W ⊥ , e F = (u1 , . . . , un , v1 , . . . , vn ) é base simplética
para (V, ω). Como vimos, na base ξ = (u1 , v1 , . . . , un , vn ) a 2−forma ω se escreve
n
ω= u∗i ∧ vi∗ , onde ξ ∗ = (u∗1 , v1∗ , . . . , u∗n , vn∗ ) é a base dual de ξ.
P
i=1
Obs. O conjunto Sp(V, ω), dos automorfismos simpléticos do espaço vetorial sim-
plético (V, ω), é um subgrupo do grupo SL(V ) dos automorfismos de determinante
igual a 1 de V . Vimos que na base F = (u1 , . . . , un , v1 , . . . , vn ) a matriz de ω é
0 In
J = . Se M é a matriz do automorfismo T : V → V na base F ,
−In 0
T é simplético ⇔ M t JM = J. De fato, se u, v ∈ V , X = [u]F , Y = [v]F
então ω(u, v) = X t JY e (T ∗ ω)(u, v) = ω(Tu , Tv ) = (M X)t J(M Y ) = X t M t JM Y
e, portanto, T ∗ ω = ω se, e só se, M t JM = J · Sp(V, ω) é o grupo simplético.
202
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
203
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
∂H ∂H ∂L ∂L ∂L
dH = dq + dp = pdq̇ + q̇dp − dq − dq̇ = pdq̇ + q̇dp − dq − pdq̇ =
∂q ∂p ∂q ∂ q̇ ∂q
∂L
= q̇dp − dq = q̇dp − ṗdq,
∂q
∂H dp ∂H dq
donde =− e = , como queríamos.
∂q dt ∂p dt
n ∂ n ∂
Seja X um campo de vetores em T ∗ M , X = ai + bj . As curvas
P P
i=1 ∂qi j=1 ∂pj
204
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
dqi ∂H
integrais de X satisfazem às equações de Hamilton se, e só se, ai = =
Ç å dt ∂pi
dpi ∂H n ∂H ∂ ∂H ∂
e bi = = − , ou seja X = − . É fácil ver que
P
dt ∂qi i=1 ∂pi ∂qi ∂qi ∂pi
n
iX ω = −bi dqi + ai dpi , de modo que iX ω = dH, e X = XH é chamado de
P
i=1
campo de vetores hamiltoniano. O fluxo (ϕt ) gerado por X é o fluxo hamiltoniano.
Como iX ω = dH temos que XH H = dH(XH ) = ω(XH , XH ) = 0, ou seja H
é constante ao longo do campo XH . Se c é valor regular de H, então H −1 (c) é
subvariedade tal que Tp H −1 (c) = N (dH(p)). Como dH(XH ) = 0 temos que
XH (p) é tangente a H −1 (c) em p ∈ H −1 (c).
205
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
Exemplo 10.4.5. Em S 3 , α0 = xdy − ydx + zdt − tdz é uma forma contato pois
dα0 = 2(dx ∧ dy + dz ∧ dt) e αo ∧ dα0 = 2xdy ∧ dz ∧ dt − 2ydx ∧ dz ∧ dt + 2zdx∧
∧dy ∧ dt − 2tdx ∧ dy ∧ dz 6= 0 em S 3 , pois d(α0 ∧ dα0 ) = 8dx ∧ dy ∧ dz ∧ dt 6= 0.
206
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
∂z
= g(x, y, z)
∂y
onde g e h são C ∞ num aberto do R3 .
∂ ∂ ∂ ∂
Sejam: X = +h , Y = +g .
∂x ∂z ∂y ∂z
(a) Se z = f (x, y) é uma solução do sistema, prove que X e Y geram o espaço
tangente em cada ponto da superfície z = f (x, y) em R3 .
(b) Seja D o sistema diferencial gerado por X e Y . Prove que D involutivo
equivale a fxy = fyx .
(a) (W ⊥ )⊥ = W.
207
CAPÍTULO 10. SISTEMAS DIFERENCIAIS
(7) Seja (V, ω) um espaço vetorial simplético, dim V = 2n. Existe base ξ =
= (u1 , v1 , . . . , un , vn ) tal que:
208
Capítulo 11
Grupos de Lie
209
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
210
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
Sejam:
f : G × G → G, f (x, y) = xy −1 ;
j : H × H → G × G, j(x, y) = (x, y);
i : H → G, i(x) = x.
f ∈ C ∞ por hipótese, j ∈ C ∞ , pois H × H é subvariedade de G × G, e i é
mergulho C ∞ , pois H é subvariedade de G, e temos o diagrama comutativo
i
H G
g f ◦j
H ×H
isto é, i ◦ g = f ◦ j.
Pela Proposição 7.4 do Capítulo 7 resulta que g ∈ C ∞ , donde H é um grupo
de Lie .
211
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
g f Ä ä
h : t ∈ R 7−→ (t, ct) ∈ R2 7−→ e2πit , e2πict ∈ T 2 = S 1 × S 1
(i) θe = idM ;
212
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
213
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
214
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
1 0 0
=
0 cos θ − sen θ
.
0 sen θ cosθ
Seja p = cos 2θ + sen 2θ v1 . Então: p−1 = p = cos 2θ − sen 2θ v1 , ϕp (v1 ) = v1 ,
ϕp (v2 ) = cos θv2 + sen θv3 , ϕp (v3 ) = − sen θv2 + cos θv3 como mostra um cálculo
simples, ou seja, ϕp = T , e ϕ é sobrejetora.
Temos o diagrama comutativo:
ϕ
S3 SO(3)
π
f
3¿
P 3 = S {−1, 1}
215
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
f
M −→ N
θg ↓ ↓ ϕg
M −→ N , ou seja,
f
216
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
θ
Definição 11.6. Seja G × M −→ M uma ação C ∞ do grupo de Lie G na
variedade M . Dizemos que a ação é própria se, para todo compacto K ⊂ M , o
conjunto GK = {g ∈ G|(g · K) ∩ K 6= ø} é compacto.
θ
Proposição 11.4. A ação G × M −→ M é própria se, e só se, a aplicação
ϕ : G × M −→ M × M , ϕ(g, p) = (g · p, p) é uma aplicação própria, isto é, ϕ−1 (L)
é compacto qualquer que seja L ⊂ M × M compacto.
(g, h) 7−→ gh
espaço de órbitas G/H é uma variedade C ∞ , e π : G → G/H é uma submersão
C∞ .
Dem. É claro que a ação θ é de classe C ∞ e livre. Para provar que a ação é
própria, seja K ⊂ G × G compacto e ϕ : G × H −→ G × G, ϕ(g, h) = (gh, g).
217
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
Para mostrar que ϕ−1 (K) é compacto, seja (gi , hi ) uma sequência em ϕ−1 (K).
Passando a uma subsequência, podemos supor que (gi hi ) e (gi ) convergem em G,
donde hi = gi−1 (gi hi ) converge para um ponto de H (pois H é fechado) e, portanto,
(gi , hi ) converge em G × H. Resulta que ϕ−1 (K) é compacto e ϕ é própria.
Obs. Pode provar-se que os elementos g ∈ SO(4) são da forma g(x) = `xr−1 ,
onde ` e r são quatérnios unitários. Se, por exemplo, G ⊂ SO(4) é o subgrupo
formado pelas rotações g(x) = `xr−1 , com ` ∈ S 3 e r ∈ I (subgrupo de ordem
120 de S 3 ), como a ação G × S 3 → S 3 é própria e livre, resulta (da Proposição
(g, x) 7→ g(x)
3 3
11.5) que S /G tem uma estrutura diferencial tal que a projeção π : S 3 → S /G
seja uma submersão C ∞ .
218
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
C∞
Proposição 11.7. Seja θ : G × M −→ M uma ação transitiva do grupo de Lie
G na variedade M . Seja H = Gp o grupo de isotropia de p ∈ M . Então,
f : G/H → M , f (g(H)) = g · p, é um difeomorfismo equivariante. Além disso,
f (g1 g2 H) = g1 f (g2 H) quaisquer que sejam g1 , g2 ∈ G.
ψ
G M
π
f
G/
H
ψ
G M
Lg1 θg 1
G M
ψ
Obs. A proposição acima mostra que todo espaço homogêneo M é da forma G/H ,
onde H é um subgrupo fechado do grupo de Lie G.
219
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
é um subgrupo de Lie de G, então X tem uma única estrutura diferencial tal que a
ação θ seja C ∞ .
Dem. Com as notações da Proposição 11.7, sabemos que G/H é uma variedade
C ∞ , e que f : G/H → X, f (gH) = g · x, é uma bijeção equivariante.
Transportando para X a estrutura que torna f um difeomorfismo C ∞ , temos
que θ(g, x) = g · x = f (g · f −1 (p)), donde θ ∈ C ∞ . A unicidade resulta do fato de
X ser difeomorfo a G/H .
220
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
donde
Ñ V éem W . O grupo de isotropia H de V é formado pelas matrizes do tipo
A 0
, A ∈ O(k), D ∈ O(n − k). H é subgrupo de Lie de O(n), difeo-
0 D
morfo a O(k) × O(n − k), de modo que Gk (n) é uma variedade C ∞ difeomorfa
a O(n)/ e, portanto, compacta.
O(k) × O(n − k)
X
G TG
Lg d Lg
G TG
X
Dem. Basta provar que f ∈ C ∞ (G, R) implica Xf ∈ C ∞ (G, R). Para isto, seja
γ : R → G um caminho C ∞ tal que γ(0) = e , γ 0 (0) = Xe , e definamos α : R → G
por α(t) = g·γ(t). α é C ∞ pois é a composta t 7→ (g, t) 7→ (g, γ(t)) 7→ g·γ(t) = α(t),
todas de classe C ∞ . Além disso, α(0) = g, α0 (0) = dLg · Xe = Xg , já que X é
invariante à esquerda.
d d
Seja F (g, t) = f (α(t)); F ∈ C ∞ e (Xf )(g) = f 0 (g)·α0 (0) = f (α(t)) =
dt dt t=0
= F (g, 0). Como g 7→ (g, 0) 7→ F (g, 0) é C , resulta que Xf ∈ C ∞ , ou seja,
∞
X ∈ C ∞.
Representamos por L(G) o conjunto dos campos de vetores invariantes à es-
querda do grupo de Lie G. L(G) é um subespaço vetorial do espaço X(G) de todos
221
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
Resulta que L(G) é uma álgebra de Lie quando munida do colchete de Lie: L(G) é
a algebra de Lie do grupo de Lie G.
222
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
Dem. (a) Como F é homomorfismo, temos F (Lσ (g)) = F (σg) = F (σ)F (g) =
= LF (σ) F (g) para todo g ∈ G, donde F ◦ Lσ = LF (σ) ◦ F .
(c) Pela Proposição 10.6 do Capítulo 10 sabemos que [X, Y ] é F −relacionado com
[X1 , Y1 ]. Em particular, [X1 , Y1 ](e) = dF [X, Y ](e), donde [dF (X), dF (Y )] =
= dF [X, Y ] e F é homomorfismo de álgebras.
223
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
(b) ω é de classe C ∞ .
(L∗g ω)(X1 (x), . . . , Xp (x)) = ωgx L0g (x)X1 (x), . . . , L0g (x)Xp (x) =
Ä ä
224
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
n
Então, Yj = aij Xi , onde aij ∈ C ∞ , e basta provar que ω(Xi1 , . . . , Xip ) ∈ C ∞
P
i=1
quaisquer que sejam Xi1 , . . . , Xip , o que resulta de (a), já que ω(Xi1 , . . . , Xip ) é
constante.
R R
às vezes escrito como f (x)dx = f (gx)dx, e dizemos que a integral é invariante
G G R
à esquerda. No caso de G ser compacto, podemos escolher ω de modo que ω = 1.
G
225
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
Proposição 11.14. (Weyl) Seja (ρ, V ) uma representação linear do grupo de Lie
G, compacto. Existe um produto interno hu, vi em V tal que hρ(x)u, ρ(x)vi =
= hu, vi para todo x ∈ G, u ∈ V , v ∈ V , ou seja, h,i é G−invariante.
C ∞
θ : G × M −→ M uma ação de G em M .
(g, p) 7−→ θ(g, p) = gp
C∞
Prove que o difeomorfismo θg : M −→ M , θg (p) = gp, preserva orientação.
5. Seja
1 x y
H=
0 1 z
; x, y, z ∈ R
.
0 0 1
226
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
(a) Mostre que H tem uma estrutura diferencial C ∞ com a qual é difeomorfa
a R3 .
(b) Mostre que H, com a multiplicação matricial, é um grupo de Lie (chamado
grupo de Heisenberg).
® ´
∂ ∂ ∂ ∂
(c) Mostre que , ,x + é uma base para a álgebra de Lie de
∂x ∂y ∂y ∂z
H.
U (n) = {A ∈ GL(n, C) ; A∗ A = In } ,
C∞
7. Sejam G um grupo de Lie , M m uma variedade C ∞ , e θ : G × M −→ M
uma ação C ∞ , livre e própria. Prove que as G−órbitas são subvariedades de
M , de mesma dimensão que G.
227
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
10. Prove que se ω é uma p−forma no grupo de Lie G tal que ω(X1 , . . . , Xp ) =
=constante, quaisquer que sejam os campos vetoriais invariantes à esquerda,
então ω é invariante à esquerda.
11. Sejam G um grupo de Lie, G = L(G) sua álgebra de Lie, e Ep (G) o espaço
vetorial das p−formas em G, invariantes à esquerda. Se ω ∈ Ep (G) e
p
X1 , . . . , Xp ∈ G, seja f : Ep (G) −→ ∧ G ∗ tal que fω (X1 , . . . , Xp ) =
ω 7−→ fω
= ω(X1 , . . . , Xp ) ∈ R.
Prove que f é um isomorfismo. Em particular, E1 (G) é isomorfo a G ∗ .
onde a, b ∈ G , Xa ∈ Ta G e Yb ∈ Tb G.
228
CAPÍTULO 11. GRUPOS DE LIE
Prove que G tem uma estrutura de grupo de Lie que o torna um subgrupo de
Lie de GL(2, R).
229
Bibliografia
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231
Índice
232
ÍNDICE
233
ÍNDICE
234
ÍNDICE
235