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Resumo
Durante o processo de produção de ácido sulfúrico a oxidação do dióxido de enxofre
é considerada a etapa chave e a mais complicada do processo, pois trata-se de
uma reacção demasiadamente lenta e a temperaturas adequadas. Trata-se de uma
reacção exotérmica e reversível, sendo assim, a reacção de oxidação de SO2 a SO3
liberta uma considerável quantidade de calor, o que provoca, em consequência,
subida da temperatura do meio reaccional. Tal subida de temperatura actua no
sentido de consumo de SO3, ou seja, reduz a geração do produto que se deseja
maximizar. Por outro lado, como a actividade do catalisador aumenta com a
temperatura, uma operação que vise à maximização da produção de SO3 requer um
balanço apropriado entre os efeitos opostos da velocidade de reacção e do
equilíbrio químico.
A tecnologia de contacto é actualmente empregue em quase todas as instalações
industriais de produção de ácido sulfúrico e envolve as seguintes etapas:
Obtenção do dióxido de enxofre (SO2);
Conversão catalítica do dióxido de enxofre a trióxido de enxofre (SO3); e
Absorção do trióxido de enxofre.
O presente trabalho apresenta resultados do dimensionamento de um reactor para a
oxidação do SO2 considerando o reactor isotérmico, com perdas de carga, e análise
da resistência a difusão externa e interna. O mesmo destina-se a um trabalho de
pesquisa da disciplina de Reactores Químicos II do IV nível do curso de Engenharia
Química.
Índice
Resumo ....................................................................................................................... i
1 Introdução ........................................................................................................... 1
4 Conclusão ......................................................................................................... 19
5 Bibliografia ........................................................................................................ 20
6 Anexos .............................................................................................................. 22
1 Introdução
2 Revisão bibliográfica
O capítulo da revisão bibliográfica irá abordar os aspectos gerais da reacção de
oxidação do dióxido de enxofre para formar o trióxido de enxofre, e em particular a
sua aplicação para produzir o ácido sulfúrico.
2.1 Matérias-primas
2.1.1 Oxigénio
2.1.2 Enxofre
O ácido sulfúrico produzido pelo método de John Roebuck tinha apenas uma
concentração de 35-40%. Refinamentos posteriores no processo da câmara de
chumbo foram feitos pelos químicos: francês Joseph-Louis Gay-Lussac e britânico
John Glover que melhoraram a concentração para 78%. Porém, a fabricação de
certos pigmentos e outros processos químicos demandavam por um produto ainda
mais concentrado e, ao longo do século XVIII, isto só podia ser feito pela destilação
seca de minerais, de uma maneira similar aos processos originais de alquimia.
A pirita (dissulfeto de ferro, FeS2) era aquecido ao ar para formar sulfato de ferro (II),
FeSO4, que era oxidado por aquecimento adicional ao ar para formar sulfato de
ferro (III) Fe2(SO4)3, que, quando aquecido até 480oC, decompunha-se em óxido de
ferro (III) e trióxido de enxofre, que poderia finalmente ser borbulhado em água para
dar ácido sulfúrico em qualquer concentração. O custo deste processo impedia o
seu uso em grande escala para a fabricação de ácido sulfúrico concentrado.
Em 1831, o comerciante de vinagre britânico Phillips patenteou um processo bem
mais económico para produzir trióxido de enxofre e ácido sulfúrico concentrado,
conhecido hoje como processo de contacto. Basicamente todo o fornecimento
mundial de ácido sulfúrico actual é feito por este método.
Pressão
A elevação da pressão do meio reaccional proporciona maior velocidade da reacção
de oxidação do SO2, o que indica contracção de volume e aumento das
concentrações do SO2 e do O2 provocando um deslocamento do equilíbrio no
sentido directo, isto é, no sentido de formação de SO3.
Relação O2/SO2
A influência da relação O2/SO2 é exercida através de duas acções em oposição. O
oxigénio presente no meio reaccional favorece a velocidade de reacção e a desloca
no sentido de formação do SO3. Por outro lado, a presença do nitrogénio do ar
usado na combustão do enxofre provoca diluição dos reagentes, ocorrência que
ocasiona efeito negativo tanto na velocidade de reacção, como no equilíbrio.
Concentração de SO3
A concentração de SO3 estagna quando a referida concentração se aproxima
daquela definida pelas condições de equilíbrio da reacção. Atingida tal condição,
retira-se o SO3 do meio reaccional, mantendo constantes as restantes variáveis do
processo. Com a adopção de tal medida, o sistema tende a um novo equilíbrio,
através de nova formação de SO3.
Catalisadores
No desenvolvimento dos processos de contacto, vários materiais foram testados
experimentalmente como catalisadores da reacção de oxidação do SO2. Destes
materiais, somente três chegaram a ser utilizados comercialmente: platina, óxido de
ferro e pentóxido de vanádio.
O óxido de ferro é relativamente um mau catalisador, foi usado uma vez na
oxidação preliminar num conversor a alta temperatura e usada a platina para
terminar a oxidação. Embora a platina seja mais activa e requeira uma menor
temperatura para dar início à reacção de conversão durante as fases iniciais de
operação, razões de natureza económica conduzirem à utilização exclusiva do
pentóxido de vanádio como catalisador de reacção de conversão do SO2 a SO3.
Entre os factores que provocaram esta mudança podem ser destacadas os
seguintes:
Extrema sensibilidade da platina a envenenamento por impurezas presente
nos gases de combustão do enxofre, exigindo dispendiosas operações de
purificação da alimentação do conversor;
Alto custo da platina por unidade de massa em relação ao pentóxido de
vanádio.
Pentóxido de vanádio activado por potássio é agora usado quase que
exclusivamente para oxidação a nível comercial de óxido de enxofre. Estes são
muito resistentes ao envenenamento, e a redução na actividade é quase sempre
resultante do revestimento físico ou entupimento do catalisador por poeira e cinza
proveniente do enxofre que tende a depositar-se nos espaços vazios da superfície
do catalisador. Por esta razão e para evitar o aumento da perda de carga no
conversor, é necessário remover a poeira periodicamente.
Arrefecimento directo
No Arrefecimento directo, a queda de temperatura é provocada pela injecção no
conversor de um gás frio, normalmente ar seco. O uso de ar nesta operação
apresenta como vantagem a introdução de uma nova quantidade de oxigénio, que
proporciona aumento desejável da relação O2/SO2 mas como factor limitante desta
prática é a quantidade de azoto introduzida no conversor que ocasiona diluição dos
gases reagentes no meio reactivo.
Arrefecimento indirecto
No arrefecimento indirecto, o calor gerado na reacção de conversão, é removido do
meio reaccional, através de trocadores de calor, que podem estar fisicamente
localizados dentro ou fora do conversor. Como meio de arrefecimento é usada água,
vapor de água ou ar.
Outros processos utilizam de forma indirecta o ar seco como meio de resfriamento
das massas catalíticas.
Desta forma, as gotículas de água presentes nas nuvens ficam com uma elevada
concentração de ácido sulfúrico. Quando ocorre saturação, estas gotículas caem
sobre a forma de chuva, que, devido ao seu baixo pH, se denomina “chuva ácida”.
Grandes concentrações de enxofre no solo impossibilitam a plantação de qualquer
produto pois, caso isso acontecesse, a sua ingestão teria graves consequências.
Por outro lado, o ácido sulfúrico concentrado pode remover água de outros
compostos, como por exemplo açúcares, sendo utilizado como desidratante.
Cerca de 78% da produção total mundial de ácido sulfúrico é usado para a produção
de ácido fosfórico, que é usado na produção de fertilizantes fosfatados, e triofosfato
de sódio, usado em detergentes, plásticos, fibras e sabões.
É usado no fabrico de sulfato de alumínio, que é usado em variadas sínteses
orgânicas e químicas, como por exemplo, em plantas de tratamento de água para
filtrar impurezas e melhorar o sabor da água. Também se aplica na indústria
química para produzir nylon. Associado ao cloreto de sódio, gera ácido clorídrico. É
também usado na refinação do petróleo, no fabrico de vários pigmentos e fármacos
(éteres), é usado como electrólito nas baterias de chumbo presentes nos
automóveis, como agente de vulcanização na indústria da borracha, como
catalisador de algumas reacções, é um agente de desidratação poderoso capaz de
remover água de muitos compostos orgânicos e é usado no processamento de
minérios e no fabrico de acumuladores explosivos.
3 Dimensionamento do reactor
Pretende-se dimensionar um reactor para a oxidação do dióxido de enxofre usando
o pentóxido de vanádio como catalisador como ilustra a reacção seguinte:
1
SO2 (g) + 2O2 (g) → SO3 (g)
1
A + 2B C
3.1.3. Estequiometria
FA FA0 (1 − x)
CA = =
v v0 (1 + εx)
(1 − x)
CA = CA0
(1 − 0,375x)
CA ↝ PA
yB0 0,25 1
θB = = =
yA0 0,75 3
(1 − x)
PA = PA0
(1 − 0,375x)
b
(θB − a x) (0,33 − 0,5x)
PB = PA0 = PA0
(1 − 0,375x) (1 − 0,375x)
PA0 x
PC =
(1 − 0,375x)
x →?
No equilíbrio:
−rA = 0
1
K1
K1 PA PB = K 2 PC PB2 ; =K
K2
1/2
KPA PB = PC x ⇒ xeq
(0,33 − 0,5x)
K ′′ (1 − x)2 = x 2
(1 − 0,375x)
xeq = 0,66
x = 0,8 × xeq = 0,8 × 0,66 = 0,528
3.1.4. Balanço molar
dW dx
=
FA0 −rA
0,528
dx
dW = FA0 ∫
−rA
0
3/2
2 (1−x) A0 P x (0,33−0,5x) 1/2
K1 PA0 × (0,33 − 0,5x) − K 2 (1−0,375x) [ (1−0,375x) ]
(1−0,375x)2
−r′A =
PA0 (1−x) 1/2
[(1−0,375x)]
1. Balanço molar
dX −rA
=
dW FA,0
Condições de limite:
W=0 X=0
Wdesejada = W X = 0.52
k1 PA PB − k 2 PC PB0.5
−rSO2 =
PA0.5
k1 = 5.06 ∗ 10−2
k 2 = 4.57 ∗ 10−5
Po = 2 atm
PAo = 0.75 ∗ Po
PBo = 0.25 ∗ Po
P
P0
PA = PAO ∗ (1 − X) ∗
(1 + εX)
P
P0
PB = PBO ∗ (0.33 − 0.5X) ∗
(1 + εX)
P
P0
PC = PCO ∗ X ∗
(1 + εX)
ε = −0.375
Onde:
2 ∗ 𝛽0
𝛼=
𝐴𝐶 (1 − ∅) ∗ 𝜌𝑐𝑎𝑡 ∗ 𝑃0
𝐺 1− ∅ 150 ∗ (1 − ∅) ∗ 𝜇
𝛽0 = ∗( )∗[ + 1.75 ∗ 𝐺 ]
𝜌𝑔𝑎𝑠,0 ∗ 𝑑𝑝 ∗ 𝑔𝑐 ∅ 𝑑𝑝
𝑚 4 ∗ 500 ∗ (0.032 + 0.3333 ∗ 0.064) 𝑘𝑔
𝐺= = = 28.06
𝐴𝐶 𝜋 ∗ 1.12 𝑚2 𝑠
𝑘𝑔
𝜌𝑐𝑎𝑡 = 2300
𝑚3
𝑘𝑔
𝜌𝑔𝑎𝑠,0 = 2.12 3
𝑚
𝑑𝑝 = 0.005 𝑚
Dreactor = 1.1 m
∅ = 0.45
𝜇 = 3.2 ∗ 10−5 𝑃𝑎. 𝑠
rp
Km =
am (CA,b − CA,s )
0,458 dP . G −0,407
jD = ( ) = 0,25
εB μ
2
rp . ρ μ 3
CA,b − CA,s = ( )
G. am . JD ρ. DAs
PA
PA = yA × PTotal ⇒ yA =
PTotal
1.5
yA = = 0,75 atm
2
0,5
yB = = 0,25 atm
2
M = yA × MA + yB × MB = 0,75 × 64 + 0,25 × 32 = 56g/mol
P×M 2 × 56 kg
ρ= = = 2,12 ⁄m3 = 0,00212 g/cm3
R × T 0,08206 × 643
1
NO2 = NSO2
2
NSO2 = NSO2
NSO3 = −NSO2
1⁄
1 1 2
10−3 × T1,75 (M + M )
A B
DA−B =
1 1⁄ 2
P× [(∑ νA ) ⁄3 + (∑ νB ) 3]
1⁄
−3 1,75 1 1 2
10 × 643 (64 + 64)
DSO2 −SO2 = 2 = 0,305 cm2 /s
1 1
1× [(41,1) ⁄3 + (41,1) ⁄3 ]
1⁄
−3 1,75 1 1 2
10 × 643 (64 + 32)
DSO2 −O2 = 2 = 0,493 cm2 /s
1 1
1× [(41,1) ⁄3 + (16,6) ⁄3 ]
1⁄
−3 1,75 1 1 2
10 × 643 (64 + 80)
DSO2 −SO3 = 2 = 0,309 cm2 /s
1 1
1× [(41,1) ⁄3 + (33,44) ⁄3 ]
1⁄
−3 1,75 1 1 2
10 × 643 (32 + 32)
DO2 −O2 = 2 = 0,616 cm2 /s
1 1
1× [(16,6) ⁄3 + (16,6) ⁄3 ]
1⁄
1 1 2
10−3 × 6431,75 (80 + 32)
DO2 −SO3 = 2 = 0,515 cm2 /s
1 1
1× [(33,44) ⁄3 + (16,6) ⁄3 ]
1
N
2 SO2
1 − y O2 ( 1 )
N
2 SO2
DO2−m =
(ySO2 −yO2 ×2) (yO2 −yO2 ×1) (ySO3 −yO2 ×(−2))
+ +
DSO2 −O2 DO2 −O2 DO2 −SO3
1
N
2 SO2
1 − 0,25 ( 1 )
N
2 SO2
DO2−m = (0,75−0,25×2) (0,25−0,25×1) (0−0,25×(−2))
= 0,507cm2 /s
+ +
0,493 0,616 0,515
∑N
1 − yA ( N i )
A
DAm =
1 N
∑[ (yj − yA × N j )]
DAj A
1
N
2 SO2
1 − ySO2 ( N )
SO2
DSO2−m = 1
(ySO2 −ySO2 ×1) (yO2 −ySO2 × ) (ySO3 −ySO2 ×(−1))
2
+ +
DSO2 −SO2 DSO2 −O2 DSO2 −SO3
0,288
DSO2−m = = 0,144cm2 /s
2
1/2
K1 PA PB − K 2 Pc PB
−rA′ = 1/2
PA
−rp = K m . am . (CA,b − CA,s ). R. T
−rA′ = −rp
PAo = CAo . R. T
PAo (1 − x)
PA =
(1 − 0,375x)
PAo x
Pc =
(1 − 0,375x)
1/2 1/2
K1 PA PB − K 2 Pc PB = K m . am . (PA,b − PA,s ). PA
𝑃𝐵 1/2 = 0,39𝑎𝑡𝑚
𝑃𝐴𝑜 𝑥 0,75
𝑃𝑐 = = = 0,92𝑎𝑡𝑚
(1 − 0,375𝑥) 0,8125
1/2
0,75. 10−3 × 𝑃𝐴 − 1,65. 10−6 = 𝐾𝑚 . 𝑎𝑚 . (𝑃𝐴,𝑏 − 𝑃𝐴,𝑠 ). 𝑃𝐴
0,458 𝑑𝑃 . 𝐺 −0,407
𝑗𝐷 = ( )
𝜀𝐵 𝜇
𝑑𝑃 . 𝐺
𝑅𝑒 =
𝜇
−2
0,5.10 × 0,199
𝑅𝑒 = = 31
0,032.10−3
0,458
𝑗𝐷 = (31)−0,407
0,45
𝑗𝐷 = 0,25
2/3
𝐾𝑚 × 𝜌 𝜇
𝑗𝐷 = ( )
𝐺 𝜌 × 𝐷𝐴,𝑠
𝐺 × 𝑗𝐷 0,25 × 0,199
𝑘𝑚 = 2/3
= 2/3
= 9,8.10−3
𝜇 3,2
(𝜌×𝐷 ) × 𝜌 (0,00212×0,144) × 0,00212
𝐴,𝑠
6 6
𝑎𝑚 = = = 5,22 𝑐𝑚2 /𝑔
𝜌𝑝 × 𝑑𝑝 2,3 × 0,5
𝑅. 𝑇. 𝐾𝑚 . 𝑎𝑚 = 82,06 × 643 × 9,8. 10−3 × 5,22 = 2842
1/2
0,75. 10−3 × 𝑃𝐴,𝑠 − 1,65. 10−6 = 2842. (𝑃𝐴,𝑏 − 𝑃𝐴,𝑠 ). 𝑃𝐴,𝑠
3/2
0,75. 10−3 × 𝑃𝐴,𝑠 − 1,65. 10−6 = 2842𝑃𝐴,𝑏 − 2842𝑃𝐴,𝑠
𝑃𝐴,𝑏 = 1,5𝑎𝑡𝑚
−3 3/2
0,75. 10 × 𝑃𝐴,𝑠 − 1,65. 10−6 = 21263 − 2842𝑃𝐴,𝑠
3/2
0,75. 10−3 × 𝑃𝐴,𝑠 + 2842𝑃𝐴,𝑠 − 4263 = 0
Não se deve ignorar os fenómenos da resistência a difusão externa pois o erro que
se cometeria a não se considerar esses fenómenos será de aproximadamente 13%.
rA,p
η=
rA,s
R K R ρp
ϕ= √
3 De
K1 (K eq + 1)
KR =
K eq
K1 5. 10−3
K eq = = = 1,9. 103
K 2 4,6. 10−6
5. 10−3 (1,9. 103 + 1)
KR = = 5.10−3
1,9. 103
4 Conclusão
De acordo com o estudo realizado conclui-se que:
5 Bibliografia
6 Anexos
Isotérmico
Perdas de carga