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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 10
Olá pessoal!
SUMÁRIO
Depois de 2012, o tema não vinha sendo cobrado nas provas da OAB,
mas voltou a aparecer em exames mais recentes, inclusive exigindo
conhecimento da jurisprudência. Sendo assim, bastante atenção nesta
aula!
Aos estudos!
1 Não confunda com a responsabilidade dos agentes públicos (pessoas físicas), que pode ser
2Conforme ensina Hely Lopes Meirelles, a atuação ilícita do servidor não exclui a responsabilidade
objetiva da Administração. Antes, a agrava, porque tal atuação traz ínsita a presunção de má escolha do
agente público para a missão que lhe fora atribuída.
(RE 591.874/MS):
EMENTA: CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º,
DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO
PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU
PERMISSIONÁRIO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-USUÁRIOS
DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO. I - A responsabilidade civil das pessoas
jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva
relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo decorre do
art. 37, § 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de
causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do
serviço público, é condição suficiente para estabelecer a responsabilidade objetiva da
pessoa jurídica de direito privado. III - Recurso extraordinário desprovido.
8 Não obstante, a detecção do agente causador da omissão é importante para o Estado, para que possa
apurar as devidas responsabilidades, e, assim, acionar o agente público em sede de ação regressiva, mas
essa é outra história, que veremos daqui a pouco.
9 STF RE 695.887/PB; STJ RE 602.102
10 RE 633.138/DF
12. (FGV – OAB 2016) José, acusado por estupro de menores, foi condenado e
preso em decorrência da execução de sentença penal transitada em julgado. Logo
após seu recolhimento ao estabelecimento prisional, porém, foi assassinado por um
colega de cela. Acerca da responsabilidade civil do Estado pelo fato ocorrido no
estabelecimento prisional, assinale a afirmativa correta.
A) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do
Estado, porque está presente o fato exclusivo de terceiro, que rompe o nexo de
causalidade, independentemente da possibilidade de o Estado atuar para evitar o
dano.
B) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do
Estado, porque não existe a causalidade necessária entre a conduta de agentes do
Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal.
C) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do
Estado, porque o ordenamento jurídico brasileiro adota, na matéria, a teoria do risco
integral.
D) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do
Estado, porque o poder público tem o dever jurídico de proteger as pessoas
submetidas à custódia de seus agentes e estabelecimentos.
Comentário: vamos analisar cada item:
a) ERRADA. Segundo a jurisprudência dos nossos tribunais superiores, o
Estado possui sim o dever de assegurar a segurança dos detentos em
estabelecimentos prisionais públicos. Em razão desse dever, não há que se
falar em “fato exclusivo de terceiro” como excludente de responsabilidade. É
diferente, por exemplo, de um assalto ocorrido dentro de um ônibus de
concessionária de serviço público. Neste caso, o fato exclusivo de terceiro
afasta a responsabilidade civil objetiva da concessionária, pois esta não tem o
dever de proteger os seus passageiros contra assaltos (tal função seria das
forças de segurança públicas).
b) ERRADA. Existe sim o nexo de causalidade entre a conduta de agentes
do Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal, uma vez que a
omissão dos agentes em garantir a integridade do detento acabou
possibilitando que ele fosse assassinado dentro da cela.
13. (Cespe – TCDF 2012) A responsabilidade do Estado por danos causados por
fenômenos da natureza é do tipo subjetiva.
Comentário: Nos danos decorrentes de caso fortuito ou força maior –
como se pode classificar os fenômenos da natureza – sem que haja conduta
comissiva da Administração Pública, esta somente será responsabilizada caso
se comprove que a adequada prestação do serviço estatal obrigatório teria
evitado ou reduzido o resultado danoso. Nesses casos, a responsabilidade do
Estado, se houver, é subjetiva, baseada na teoria da culpa administrativa.
Gabarito: Certo
15. (ESAF MDIC 2012) Assinale a opção em que a responsabilidade civil dar-se-á
de forma subjetiva.
a) Responsabilidade pela omissão também chamada de serviço deficiente ou falta
do serviço.
b) Responsabilidade do Estado pelo ato comissivo ensejador de dano que seu
18. (Cespe – MIN 2013) Considere que um particular, ao avançar o sinal vermelho
do semáforo, tenha colidido seu veículo contra veículo oficial pertencente a uma
autarquia que trafegava na contramão. Nessa situação, o Estado deverá ser
integralmente responsabilizado pelo dano causado ao particular, dado que, no
Brasil, se adota a teoria da responsabilidade objetiva e, de acordo com ela, a culpa
concorrente não elide nem atenua a responsabilidade do Estado de indenizar.
Comentário: De acordo com a teoria da responsabilidade objetiva, na
hipótese de culpa concorrente, a responsabilidade do Estado será atenuada,
ou seja, o valor da indenização que terá de pagar será reduzido
proporcionalmente, na medida de sua culpa. Como o particular também teve
culpa, parte do prejuízo será suportado por ele.
Gabarito: Errado
*****
Em frente!
11Art. 1o-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de
pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
públicos.
20. (Cespe – PGE/BA 2014) Suponha que viatura da polícia civil colida com
veículo particular que tenha ultrapassado cruzamento no sinal vermelho e o fato
ocasione sérios danos à saúde do condutor do veículo particular. Considerando essa
situação hipotética e a responsabilidade civil da administração pública, julgue o item
subsequente.
No caso, a ação de indenização por danos materiais contra o Estado prescreverá em
vinte anos.
Comentário: A ação de indenização contra o Estado prescreverá em
cinco anos, e não em vinte.
Gabarito: Errado
22. (FGV – OAB 2011) Tendo o agente público atuado nesta qualidade e dado
causa a dano a terceiro, por dolo ou culpa, vindo a administração a ser condenada,
terá esta o direito de regresso.
A respeito da ação regressiva, é correto afirmar que
(A) em regra deve ser exercida, sob pena de afronta ao princípio da
indisponibilidade.
(B) o prazo prescricional tem início a contar do fato que gerou a ação indenizatória
contra a Administração.
(C) a prescrição será decenal, com base na regra geral da legislação civil.
(D) o prazo prescricional será o mesmo constante da esfera penal para o tipo
criminal correspondente.
Comentários: A doutrina majoritária é no sentido de que a ação
regressiva é obrigatória. Afinal, é a integridade do erário que está jogo, não
podendo o agente público abrir mão, a seu critério, de um patrimônio que é de
todos. Tanto é assim que a Lei 4.619/1965 estipula o prazo de 60 dias para
ajuizamento da ação regressiva, a contar da data em que transitar em julgado a
condenação imposta ao Estado. O não cumprimento desse prazo pelos
procuradores responsáveis por impetrar a ação constitui falta no exercício do
dever. Sendo assim, correta a alternativa “a”.
Quanto às demais opções, o erro é que ação de regresso, em si, é
imprescritível, ressalvado algum entendimento contrário da banca a partir da
decisão do STF no RE 669.069, conforme explanado anteriormente.
Gabarito: alternativa “a”
24. (Cespe – MTE 2014) O servidor que, por descumprimento de seus deveres
funcionais, causar dano ao erário, ficará obrigado ao ressarcimento, em ação
regressiva.
Comentário: O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo
exercício irregular de suas atribuições. Nos termos do art. 122 da Lei
8.112/1990, “a responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros”. Assim, na
hipótese de um ato do servidor causar dano ao erário, ele responderá na
esfera civil diretamente, ficando obrigado ao ressarcimento. A ação regressiva
ocorre para os casos de danos a terceiros, daí o erro.
Gabarito: Errado
25. (ESAF – CGU 2006) No caso de responsabilidade civil do Estado, por dano
causado a outrem, cabe ação regressiva, contra o agente causador, que tenha agido
culposa ou dolosamente, mas constitui requisito essencial para tanto, ter havido
a) ajuizamento de ação pelo paciente, cobrando indenização do dano.
b) condenação do Estado a indenizar o paciente.
c) reconhecimento de culpa ou dolo, por parte do agente.
d) prova produzida pelo paciente, de culpa ou dolo do agente.
e) recusa do agente em assumir o ônus da reparação desse dano.
Comentário: Para entrar com a ação de regresso contra o agente, a
pessoa jurídica (entidade pública ou delegatária de serviços públicos) deverá
comprovar que já foi condenada judicialmente a indenizar o particular que
sofreu o dano. Isso porque o direito de regresso nasce com o trânsito em
julgado da decisão condenatória prolatada na ação de indenização. Portanto,
pode-se afirmar que o requisito essencial para a ação regressiva é a
condenação do Estado a indenizar o paciente (opção “b”). Perceba que o
“reconhecimento de culpa ou dolo, por parte do agente” (opção “c”) não é
propriamente requisito para a propositura da ação regressiva, e sim para a
condenação do agente nessa ação.
Gabarito: alternativa “b”
DENUNCIAÇÃO À LIDE
28. (Cespe – DP/DF 2013) Considere que o Poder Judiciário tenha determinado
prisão cautelar no curso de regular processo criminal e que, posteriormente, o
cidadão aprisionado tenha sido absolvido pelo júri popular. Nessa situação
hipotética, segundo entendimento do STF, não se pode alegar responsabilidade civil
do Estado, com relação ao aprisionado, apenas pelo fato de ter ocorrido prisão
cautelar, visto que a posterior absolvição do réu pelo júri popular não caracteriza, por
si só, erro judiciário.
Comentário: A questão apresenta corretamente o entendimento do STF
acerca do assunto, no sentido de que a prisão preventiva, por si só, não é
suficiente para atrair a responsabilidade civil objetiva do Estado nos casos em
que o réu, ao final da ação penal, venha a ser absolvido ou tenha sua sentença
condenatória reformada na instância superior.
Gabarito: Certo
30. (FGV – OAB 2016) A fim de pegar um atalho em seu caminho para o trabalho,
Maria atravessa uma área em obras, que está interditada pela empresa contratada
pelo Município para a reforma de um viaduto. Entretanto, por desatenção de um dos
funcionários que trabalhava no local naquele momento, um bloco de concreto se
desprendeu da estrutura principal e atingiu o pé de Maria. Nesse caso,
A) a empresa contratada e o Município respondem solidariamente, com base na
teoria do risco integral.
B) a ação de Maria, ao burlar a interdição da área, exclui o nexo de causalidade
entre a obra e o dano, afastando a responsabilidade da empresa e do Município.
C) a empresa contratada e o Município respondem de forma atenuada pelos danos
causados, tendo em vista a culpa concorrente da vítima.
D) a empresa contratada responde de forma objetiva, mas a responsabilidade do
Município demanda comprovação de culpa na ausência de fiscalização da obra.
Comentário: Na situação narrada, dois fatores contribuíram para o dano
provocado a Maria:
(i) o fato de a vítima ter atravessado uma área proibida.
(ii) a desatenção do funcionário que fez despender o bloco de concreto.
O primeiro fator denota que Maria contribuiu para a ocorrência do
acidente, caracterizando um excludente de responsabilidade, qual seja, a culpa
concorrente da vítima, que atenua a responsabilidade do Poder Público. Não
se trata de culpa exclusiva da vítima por causa da presença do segundo fator
acima, que também concorreu para a ocorrência do dano.
O segundo fator mostra que houve uma má execução da obra, em razão
da não observância dos procedimentos corretos por parte do funcionário, que
estava desatento. Neste caso, como a obra estava sendo executada por uma
empresa contratada, é ela quem responderá civilmente pelo dano causado a
Maria. A responsabilidade da empresa é do tipo subjetiva, conforme previsto
no art. 70 da Lei 8.666/93. O Estado, no caso, responderá apenas de forma
subsidiária.
Pelo exposto, nota-se que apena a alternativa “c” está correta.
Gabarito: alternativa “c”
31. (FGV – OAB 2016) Um servidor público federal em São Paulo viajou a serviço
para Brasília, para uma inspeção, e cobriu todas as despesas com recursos
próprios. Passados exatos 3 anos e 10 meses, o servidor formulou pedido na esfera
Uma vez suspenso o prazo prescricional, este não poderá retomar seu
curso enquanto não houver manifestação definitiva da Administração. Correta,
portanto, a alternativa “b”. Detalhe é que, no caso, trata-se de suspensão, e
não de interrupção do prazo prescricional.
Gabarito: alternativa “b”
Bons estudos!
Erick Alves
JURISPRUDÊNCIA
*****
RESUMÃO DA AULA
TEORIAS SOBRE A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Teoria da irresponsabilidade: o Estado não pode ser responsabilizado (Estados absolutistas; jamais existiu no
Brasil).
Responsabilidade subjetiva: a responsabilidade do Estado depende da comprovação de culpa.
▪ Teoria da culpa comum ou civilista: o Estado poderá ser responsabilizado se comprovada a culpa do seu
agente. Apenas atos de gestão, mas não atos de império.
▪ Teoria da culpa administrativa: o Estado poderá ser responsabilizado se comprovada a culpa da
Administração (falta do serviço). Aplicável nos casos de omissão na prestação de serviço público.
Responsabilidade objetiva: a responsabilidade do Estado independe da comprovação de culpa. Basta existir o
dano, o fato do serviço e o nexo causal entre eles:
▪ Teoria do risco administrativo: admite excludentes -> aplicada como regra
▪ Teoria do risco integral: não admite excludentes -> apenas casos excepcionais: danos nucleares,
ambientais e ataques terroristas a aeronaves brasileiras.
A responsabilidade do Estado é objetiva: o Estado responde pelos danos causados por seus agentes
independentemente de culpa.
A responsabilidade do agente é subjetiva: agente responde ao Estado, em ação regressiva, só se agir com
dolo ou culpa.
A ação regressiva depende da condenação da pessoa jurídica a indenizar a vítima (trânsito em julgado);
2. (FGV – OAB 2011) Um policial militar, de nome Norberto, no dia de folga, quando
estava na frente da sua casa, de bermuda e sem camisa, discute com um transeunte e
acaba desferindo tiros de uma arma antiga, que seu avô lhe dera.
Com base no relatado acima, é correto afirmar que o Estado
(A) será responsabilizado, pois Norberto é agente público pertencente a seus quadros.
(B) será responsabilizado, com base na teoria do risco integral.
(C) somente será responsabilizado de forma subsidiária, ou seja, caso Norberto não tenha
condições financeiras.
(D) não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não atuou
nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao Ente Público.
4. (Cespe – PC/CE 2012) A responsabilidade civil do Estado exige três requisitos para a
sua configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a terceiros e nexo de
causalidade.
6. (ESAF – IRB 2006) Caio, servidor público federal efetivo e regularmente investido na
função pública, motorista da Presidência da República, ao dirigir carro oficial em serviço,
dorme ao volante e atropela uma pessoa que atravessava, prudentemente, em uma faixa de
pedestres em Brasília, ferindo-a.
10. (ESAF – PGFN 2012) Assinale a opção que corresponde ao entendimento atualmente
esposado pelo Supremo Tribunal Federal sobre a responsabilidade civil das empresas
concessionárias de serviços públicos.
a) Há responsabilidade somente perante os usuários do serviço público, na modalidade do
risco administrativo.
b) Há responsabilidade somente perante os usuários do serviço público, desde que
caracterizada ao menos culpa da prestadora do serviço.
c) É reconhecida a possibilidade de responsabilização em face de dano causado a não-
usuário do serviço, uma vez caracterizada ao menos culpa da concessionária e nexo de
causalidade entre a conduta e o resultado prejudicial.
11. (FGV – OAB 2016) Um paciente de um hospital psiquiátrico estadual conseguiu fugir
da instituição em que estava internado, ao aproveitar um momento em que os servidores de
plantão largaram seus postos para acompanhar um jogo de futebol na televisão. Na fuga, ao
pular de um viaduto próximo ao hospital, sofreu uma queda e, em razão dos ferimentos, veio
a falecer. Nesse caso,
A) o Estado não responde pela morte do paciente, uma vez que não configurado o nexo de
causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano.
B) o Estado responde de forma subjetiva, uma vez que não configurado o nexo de
causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano.
C) o Estado não responde pela morte do paciente, mas, caso comprovada a negligência dos
servidores, estes respondem de forma subjetiva.
12. (FGV – OAB 2016) José, acusado por estupro de menores, foi condenado e preso em
decorrência da execução de sentença penal transitada em julgado. Logo após seu
recolhimento ao estabelecimento prisional, porém, foi assassinado por um colega de cela.
Acerca da responsabilidade civil do Estado pelo fato ocorrido no estabelecimento prisional,
assinale a afirmativa correta.
A) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado,
porque está presente o fato exclusivo de terceiro, que rompe o nexo de causalidade,
independentemente da possibilidade de o Estado atuar para evitar o dano.
B) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado,
porque não existe a causalidade necessária entre a conduta de agentes do Estado e o dano
ocorrido no estabelecimento estatal.
C) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado,
porque o ordenamento jurídico brasileiro adota, na matéria, a teoria do risco integral.
D) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado,
porque o poder público tem o dever jurídico de proteger as pessoas submetidas à custódia
de seus agentes e estabelecimentos.
13. (Cespe – TCDF 2012) A responsabilidade do Estado por danos causados por
fenômenos da natureza é do tipo subjetiva.
15. (ESAF MDIC 2012) Assinale a opção em que a responsabilidade civil dar-se-á de
forma subjetiva.
a) Responsabilidade pela omissão também chamada de serviço deficiente ou falta do
serviço.
b) Responsabilidade do Estado pelo ato comissivo ensejador de dano que seu agente cause
a terceiro.
c) Responsabilidade dos prestadores de serviço público por ato comissivo causador de dano
ao usuário do serviço.
d) Responsabilidade pela omissão ensejadora de serviço deficiente, ocasionando dano
nuclear.
e) Responsabilidade pela atuação omissiva do Estado no seu dever de assegurar a
integridade de pessoas ou coisas.
17. (Cespe – TJDFT 2013) Se um particular sofrer dano quando da prestação de serviço
público, e restar demonstrada a culpa exclusiva desse particular, ficará afastada a
responsabilidade da administração. Nesse tipo de situação, o ônus da prova, contudo,
caberá à administração.
18. (Cespe – MIN 2013) Considere que um particular, ao avançar o sinal vermelho do
semáforo, tenha colidido seu veículo contra veículo oficial pertencente a uma autarquia que
trafegava na contramão. Nessa situação, o Estado deverá ser integralmente
responsabilizado pelo dano causado ao particular, dado que, no Brasil, se adota a teoria da
responsabilidade objetiva e, de acordo com ela, a culpa concorrente não elide nem atenua a
responsabilidade do Estado de indenizar.
20. (Cespe – PGE/BA 2014) Suponha que viatura da polícia civil colida com veículo
particular que tenha ultrapassado cruzamento no sinal vermelho e o fato ocasione sérios
danos à saúde do condutor do veículo particular. Considerando essa situação hipotética e a
responsabilidade civil da administração pública, julgue o item subsequente.
No caso, a ação de indenização por danos materiais contra o Estado prescreverá em vinte
anos.
21. (Cespe – TRT10 2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região metropolitana de
determinado município é acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a seus
moradores. Estudos no local demonstraram que os fatores preponderantes causadores das
enchentes são o sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo de lixo nas
vias públicas.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Caso algum cidadão pretenda ser ressarcido de prejuízos sofridos, poderá propor ação
contra o Estado ou, se preferir, diretamente contra o agente público responsável, visto que a
responsabilidade civil na situação hipotética em apreço é solidária.
22. (FGV – OAB 2011) Tendo o agente público atuado nesta qualidade e dado causa a
dano a terceiro, por dolo ou culpa, vindo a administração a ser condenada, terá esta o direito
de regresso.
A respeito da ação regressiva, é correto afirmar que
(A) em regra deve ser exercida, sob pena de afronta ao princípio da indisponibilidade.
(B) o prazo prescricional tem início a contar do fato que gerou a ação indenizatória contra a
Administração.
(C) a prescrição será decenal, com base na regra geral da legislação civil.
(D) o prazo prescricional será o mesmo constante da esfera penal para o tipo criminal
correspondente.
24. (Cespe – MTE 2014) O servidor que, por descumprimento de seus deveres funcionais,
causar dano ao erário, ficará obrigado ao ressarcimento, em ação regressiva.
25. (ESAF – CGU 2006) No caso de responsabilidade civil do Estado, por dano causado a
outrem, cabe ação regressiva, contra o agente causador, que tenha agido culposa ou
dolosamente, mas constitui requisito essencial para tanto, ter havido
a) ajuizamento de ação pelo paciente, cobrando indenização do dano.
b) condenação do Estado a indenizar o paciente.
c) reconhecimento de culpa ou dolo, por parte do agente.
d) prova produzida pelo paciente, de culpa ou dolo do agente.
e) recusa do agente em assumir o ônus da reparação desse dano.
26. (FGV – OAB 2012) Sílvio, servidor público, durante uma diligência com carro oficial do
Estado X para o qual trabalha, se envolve em acidente de trânsito, por sua culpa, atingindo
o carro de João.
Considerando a situação acima e a evolução do entendimento sobre o tema, assinale a
afirmativa correta.
A) João deverá demandar Sílvio ou o Estado X, à sua escolha, porém, caso opte por
demandar Sílvio, terá que comprovar a sua culpa, ao passo que o Estado responde
independentemente dela.
B) João poderá demandar Sílvio ou o Estado X, à sua escolha, porém, caso opte por
demandar Sílvio, presumir se á sua culpa, ao passo que o Estado responde
independentemente dela.
C) João poderá demandar apenas o Estado X, já que Sílvio estava em serviço quando da
colisão e, por isso, a responsabilidade objetiva é do Estado, que terá direito de regresso
contra Sílvio, em caso de culpa.
D) João terá que demandar Sílvio e o Estado X, já que este último só responde caso
comprovada a culpa de Sílvio, que, no entanto, será presumida por ser ele servidor do
Estado (responsabilidade objetiva).
28. (Cespe – DP/DF 2013) Considere que o Poder Judiciário tenha determinado prisão
cautelar no curso de regular processo criminal e que, posteriormente, o cidadão aprisionado
tenha sido absolvido pelo júri popular. Nessa situação hipotética, segundo entendimento do
STF, não se pode alegar responsabilidade civil do Estado, com relação ao aprisionado,
29. (Cespe – TCDF 2014) Incidirá a responsabilidade civil objetiva do Estado quando, em
processo judicial, o juiz, dolosamente, retardar providência requerida pela parte.
30. (FGV – OAB 2016) A fim de pegar um atalho em seu caminho para o trabalho, Maria
atravessa uma área em obras, que está interditada pela empresa contratada pelo Município
para a reforma de um viaduto. Entretanto, por desatenção de um dos funcionários que
trabalhava no local naquele momento, um bloco de concreto se desprendeu da estrutura
principal e atingiu o pé de Maria. Nesse caso,
A) a empresa contratada e o Município respondem solidariamente, com base na teoria do
risco integral.
B) a ação de Maria, ao burlar a interdição da área, exclui o nexo de causalidade entre a obra
e o dano, afastando a responsabilidade da empresa e do Município.
C) a empresa contratada e o Município respondem de forma atenuada pelos danos
causados, tendo em vista a culpa concorrente da vítima.
D) a empresa contratada responde de forma objetiva, mas a responsabilidade do Município
demanda comprovação de culpa na ausência de fiscalização da obra.
31. (FGV – OAB 2016) Um servidor público federal em São Paulo viajou a serviço para
Brasília, para uma inspeção, e cobriu todas as despesas com recursos próprios. Passados
exatos 3 anos e 10 meses, o servidor formulou pedido na esfera administrativa de
reembolso de despesas e pagamento das diárias de viagem. A decisão final no processo
administrativo somente foi proferida 1 (um) ano e 6 (seis) meses após a formalização do
pedido, negando o pleito. Diante desse fato, ele pretende ingressar com demanda para
cobrar o referido valor. Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.
A) O prazo prescricional é de 3 (três) anos, que já se tinha consumado quando o servidor
formulou o pedido na esfera administrativa.
B) O prazo prescricional é de 5 (cinco) anos e este foi suspenso pelo pedido administrativo.
Com a decisão negativa, volta a correr a prescrição contra o servidor.
C) O prazo prescricional é de 10 (dez) anos e, a despeito de não haver previsão de
suspensão ou interrupção do prazo, este ainda não se consumou em desfavor do servidor.
D) O prazo prescricional é de 5 (cinco) anos e, portanto, este já transcorreu integralmente,
visto que o pedido formulado na esfera administrativa não suspende e nem interrompe a
prescrição.
*****
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
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Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
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Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Marrara, Thiago. As fontes do direito administrativo e o princípio da legalidade. Revista
Digital de Direito Administrativo. Ribeirão Preto. V. 1, n. 1, p. 23-51, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.