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Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS

Prof. Kilma Gouveia de Melo


Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Núcleo de Educação à Distância - Universidade de Pernambuco - Recife

Melo, Kilma Gouveia de

Letras: Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS/ Kilma Gouveia de Melo -


Recife: UPE/NEAD, 2012.

56 p.

Universidade de Pernambuco, Núcleo de Educação à Distância II. Título


Universidade de Pernambuco - UPE
Reitor
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Vice-Reitor
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Pró-Reitor Administrativo
Prof. Rosângela
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Pró-Reitor de Integração e Fortalecimento da Interiorização
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NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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.
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Edição 2013
Impresso no Brasil - Tiragem 150 exemplares
Av. Agamenon Magalhães, s/n - Santo Amaro
Recife - Pernambuco - CEP: 50103-010
Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664
5

Língua Brasileira de
Sinais - LIBRAS
Profa. Kilma Gouveia de Melo
Carga Horária | 60 horas

Ementa
• Conceitos de Surdez, Identidade, comunidade e cultura da pessoa com
surdez.

• História da Educação dos Surdos.

• Aspectos legais da Língua Brasileira de Sinais – Libras

• Características da LIBRAS. Aspectos linguísticos: fonológicos, morfológi-


cos e sintáticos.

• Produção textual da Libras: Dialógicos/Auto expressão por meio de jogos


e histórias (estudo de vocabulário).

• Atendimento Educacional Especializado – AEE e Tecnologias Assistivas.

Objetivo Geral
Fomentar a difusão da Língua Brasileira de Sinais, viabilizando a formação conti-
nuada de professores para mediar a acessibilidade do aluno surdo aos conteúdos
curriculares por meio da Língua de Sinais.

Apresentação da Disciplina
Aprendendo Língua Brasileira de
Sinais como segunda língua
Prezado Aluno,

Seja bem-vindo
Fonte: http://www.google.com.br/search

ao estudo da disciplina de Língua Bra-


sileira de Sinais – LIBRAS!

Estamos iniciando uma caminhada


que será, certamente, muito enrique-
cedora para todos nós. Ela representa
uma etapa de fundamental importân-
cia à nossa história de vida, misturada
com a de outras pessoas, por meio da
comunicação que perpassa por dife-
rentes Línguas. A LIBRAS, nosso objeto de estudo, é uma língua extraordinariamente bela e expressiva
que, por muito tempo, foi reprimida injustamente por pessoas ouvintes.

O objetivo principal do nosso trabalho é disseminar informações sobre a Surdez e a comunidade Surda,
como também possibilitar o conhecimento básico da Língua Brasileira de Sinais, instrumentalizando os
futuros profissionais da Educação para, posteriormente, efetivar o acesso ao currículo da base nacional
comum aos alunos surdos por meio da LIBRAS.

Desenvolveremos o programa da disciplina em quatro capítulos que apresentam unidades de detalhamen-


to para consolidação das ideias principais. Além disso, trabalharemos com atividades de aprofundamento,
referências e autoavaliações, e, no decorrer dos estudos, todos deverão receber claras orientações para se
realizar cada uma delas. Esperamos você encontrar motivos que aumentem seu interesse pela aprendiza-
gem de uma nova Língua, facilitando sua opção pela melhor forma de efetivar a inclusão.

Desejamos a você bons momentos de estudo, encantamento, reflexão e convivência virtual de tal forma
que, ao longo desta disciplina e também após seu encerramento, possamos contribuir com o processo
educativo na busca da qualidade na educação.
Capítulo 1
Capítulo 1 7

Pessoa
com Surdez
Conceitos, Identidade
Comunidade, Cultura e
História da Educação
Profa. Kilma Gouveia de Melo
Carga Horária | 15 horas

Objetivos Específicos
• Conceituar a Surdez, a Identidade, a Comunidade e a Cultura da Pessoa
Surda.

• Identificar os fatos históricos da educação das pessoas com surdez e a evo-


lução mediante as lutas e os movimentos para a efetivação da educação
inclusiva.

Introdução
Iniciaremos com algumas considerações sobre conceitos e mitos propagados so-
bre as pessoas com surdez. Vamos pensar um pouco. Quem é o Surdo? Observe
as fotos e marque a imagem que mais identifica, para você, a pessoa surda.

(A) (B) (C)


Fonte: HTTP://www.sites.google.com

(D)

(E) (F)
8 Capítulo 1

São várias as concepções equivocadas sobre as pes- entre as deficiências auditivas e certos problemas
soas com surdez: Pessoas que vivem no silêncio, emocionais, sociais, linguísticos e intelectuais, que
pessoas com falha no aparelho auditivo, pessoas seriam inerentes à surdez e comuns a crianças, jo-
que não escutam, pessoas que dependem de um vens e adultos surdos (Skliar, 1997; Solé, 2004).
intérprete, pessoas que fazem apenas gestos esqui- Em várias publicações sobre o desenvolvimento lin-
sitos com as mãos, pessoas surdas como uma por- guístico, cognitivo e emocional do surdo, a aquisi-
ta, e, finalmente, pessoas que se comunicam por ção da linguagem era associada à aquisição de uma
meio da Língua de Sinais, utilizando as mãos e a língua oral.
expressão facial e a corporal. Se você marcou as
alternativas – A, D ou E – está no caminho certo. A associação entre a psicologia e o modelo clínico-
-terapêutico de surdez produz um olhar que tende
a enfatizar, no contexto da surdez, o déficit orgâni-
1. Conceito de Surdez co. As diferenças costumam ser interpretadas como
desvio. Percebe-se também uma tendência de com-
Para Johnstone (2001), o conceito que os pesquisa- preender os surdos como um grupo homogêneo
dores têm a respeito de seu objeto de pesquisa de- com desvantagens maturativas inerentes à condi-
fine o tom de seus projetos. Por isso, uma das pri- ção da deficiência. Alguns autores afirmam existir
meiras questões a ser analisada em um trabalho na diferenças neurológicas causadas pela surdez, que
área da surdez diz respeito à concepção dos autores: respondem pelos níveis e agilidade do raciocínio
abstrato, diferentes entre surdos e ouvintes (Simi-
A pessoa surda é compreendida com base em nerio, 2000). Outros dizem não haver diferenças
um conceito de deficiência ou um conceito biológicas entre surdos e ouvintes, mas psicológi-
de diferença cultural? cas. Afirmam que a consequência mais devasta-
Ou há uma crítica a respeito de ambas dora da deficiência auditiva é o impacto causado
as abordagens? na identidade, pois isso afeta negativamente as
interações sociais, inclusive as familiares (Rezende,
Segundo Carlos Scliar, entre as concepções equivo- Krom, & Yamada, 2003). Exemplos de problemas
cadas, pode ser encontrada a definição de surdez no desenvolvimento de crianças surdas por priva-
no modelo clínico terapêutico, em que o surdo é ção do acesso à linguagem costumam ser ampla-
visto como uma pessoa desprovida da audição, isto mente citados. Há uma preferência pela utilização
é, não ouve e, portanto, não fala. É definido por dos termos deficiência auditiva e deficiente audi-
suas características negativas. Colin (1980) afirma: tivo, às vezes, abreviados simplesmente para D.A.
“As crianças com surdez profunda assumem com êxito cer-
Outra pesquisa recente (Hindley, 2005) descreve a
tas tarefas intelectuais, porém, geralmente com um nível
vulnerabilidade de crianças surdas a atrasos signi-
inferior ao dos ouvintes” (p. 5).
ficativos no desenvolvimento de habilidades meta-
Meadow-Orlans (1990) parte de uma perspectiva cognitivas (capacidade de entender o que as outras
semelhante para falar do desenvolvimento psíqui- pessoas pensam e sentem diferentemente) e a pou-
co da criança surda. Segundo afirma a autora, a ca compreensão e o reconhecimento de emoções
capacidade reduzida para a comunicação tem um em função do vocabulário emocional significativa-
impacto direto em todas as áreas do desenvolvi- mente reduzido. Nesses estudos, a ênfase está nos
mento humano, portanto, não é de se estranhar efeitos da restrição das experiências de linguagem
que muitas crianças e adolescentes surdos demons- no desenvolvimento global do surdo. A surdez é
trem dificuldades comportamentais ou retardos utilizada para comprovar a tese de que o pensa-
no seu desenvolvimento. mento não se desenvolve sem linguagem, e esta é
compreendida, basicamente, como linguagem oral
O período de maior força do modelo clínico-tera- (Góes, 1999).
pêutico na psicologia foi nos anos 50 e 60, quando
surgiu a denominação Psicologia da Surdez. O defi- É interessante observar, porém, que, ao mesmo
ciente auditivo era caracterizado pela dificuldade tempo em que muitas pesquisas em psicologia re-
motora, inteligência concreta, lentidão na aprendi- forçam a visão do surdo como deficiente, há au-
zagem, agressividade, dificuldade de aceitar limites tores que, desde muito tempo, não compartilham
e impulsividade. Afirmava-se uma relação direta desse viés.
Capítulo 1 9

É na década de 60 que o modelo clínico-terapêu- 2. A Identidade e a Cultura das


tico começou a sofrer um profundo questiona-
Pessoas Surdas
mento, embasado no trabalho revolucionário de
Stokoe sobre a estrutura da Língua Americana de (...) sujeitos surdos que não habitam o mesmo local, mas
Sinais e de outros estudos de linguistas, demons- que estão ligados por uma origem, por um código ético de
trando que as línguas de sinais são línguas natu- formação visual, independentemente do grau de evolução
rais e complexas (McCleary, 2003). Observações linguística, tais como a língua de sinais, a cultura surda e
oriundas do campo da antropologia e da sociologia quaisquer outros laços. (STROBEL, p.29, 2008)
reforçaram a perspectiva socioantropológica. Se-
gundo Skliar et al. (1995), o modelo socioantropo- A pessoa surda tem uma identidade, não é apenas
lógico está apoiado em duas observações: o fato de surda, é mulher/homem, branco/negro, estudan-
que os surdos formam comunidades onde o fator te/profissional, solteiro/casado e tantas outras
aglutinante é a língua de sinais, melhor habilidade qualificações que a tornam uma pessoa singular,
para a aprendizagem e não apresentam os proble- embora seja vista, a princípio, e rotulada apenas
mas socioafetivos comuns a filhos surdos de pais como uma pessoa surda, pois possui costumes e ne-
ouvintes. Diante dessa perspectiva, questiona-se o cessidades peculiares que fazem parte de uma cul-
discurso da normalidade e se procura a comprova- tura própria, que a identifica como pessoa surda.
ção de que os filhos surdos de pais surdos apresen-
tam melhores níveis acadêmicos se inverter a lógica Gladis Perlin (2003), afirma que o conceito de
da adaptação, denunciando o modo como a socie- ser surdo confirma o surdo, da mesma forma que
dade “cria” deficiências ao não reconhecer as dife- o conceito de ser negro ou de ser índio. Assim,
renças ou a restringir o acesso de todos à educação dentro de posições culturais, a expressão ser surdo
e à saúde. Isso aparece com clareza no artigo de Pi- assume uma política para a identidade, a diferença
menta e Fávero (2005), pois os autores procuram se e a alteridade.
diferenciar do modelo clínico, associado a questões
patológicas e padrões de normalidade, e propõem
olhar para o surdo como um sujeito em desenvol-
vimento e não um sujeito limitado pela sua perda. SAIBA MAIS!
lhor
dade surda, nada me
Para explicitar a identi pro pri ed a-
de quem tem
No modelo socioantropológico (Skliar, 1997), a que expor as palavras , se faz ne ces sá rio
, porém
surdez é vista como um espaço de produção de de no assunto. Antes a.
en tar um po uc o da sua história. A Dr
diferenças, em oposição à visão clínica de surdo/ apres o da ide nti -
lveu o Conceit
Gladis Perlin desenvo nti da de s ain da
surdez. Nessa concepção, o surdo passa a ser visto ltiplas ide
dade surda e suas mú des-
como um indivíduo diferente, que tem uma lín- o seu Me str ad o em Educação. Ela
durante , híb rid a,
mo mulher, surda
gua, a Língua de Sinais, considerada sua primeira creve a si mesma co ide nti da de e di-
eridade,
língua, pois é adquirida no convívio com a comu- o que molda a sua alt en-
As su as exp eri ências como surda
ferença. pa ra o
nidade surda (Behares, 1991). Portanto, o aluno outro na audição
volvem a transição do um ap ag ar
deixa de ser um paciente e passa a ser considerado cessou como
outro surdo, que se pro is.
um sujeito histórico e cultural. au dit ivo s e o passar a signos visua
de signos

Essa mudança de paradigma e mais o ressurgi- “Eu não nasci


mento das contribuições de Vygotsky, a partir da surda e quan-
década de 80, introduzem também, na psicolo- do tinha sete
anos, mo-
gia, um novo olhar em relação à surdez. Segundo mento em que
Góes (1999, p. 37), “nessa perspectiva teórica, o iniciava meus
desenvolvimento da criança surda deve ser com- primeiros
preendido como processo social, e suas experiên- passos na es-
cias de linguagem concebidas como instâncias de crita e leitura,
veio a menin-
Fonte:

significação e de mediação nas suas relações com gite que me


a cultura, nas interações com o outro”. A autora deixou sem al de
de de captação natur
afirma que não há limitações cognitivas ou afetivas nenhuma possibilida a ba rre ira,
de isso ser um
inerentes à surdez, enfatizando as condições sociais sons auditivos. Longe mu nd o.
svendante
constituiu- se num de
da criança surda e as possibilidades para a consoli-
dação da linguagem.
10 Capítulo 1

7. Não consegue assimilar a ordem da língua fala-


ns- da, tem dificuldade de entendê-la;
erença, eu deveria co
Como parte dessa dif tra s alt eri da des
com as ou
tituir uma alteridade u en co ntr o co m os
do. Me 8. Na escrita, obedece à estrutura da língua de
rochosas do povo sur me sm o
tinha de acontecer,
surdos e sua cultura a no çã o do s sinais, pode igualar-se, porém, à língua escrita
tinha perdido
tarde, quando eu já fal ad a e co nse rva - com reservas.
palavra
signos constantes da lav ras
o um punhado de pa
va em meu repertóri s to-
e mal significadas, dado 9. Nas suas comunidades, associações e/ou ór-
mal pronunciadas aç o de de z an os.
rante o esp
dos os alvoreceres du çõ es pro fun das”. gãos representativos, compartilha entre si suas
sig nif ica
Foi um encontro de dificuldades, aspirações, utopias.
2003.
rto Alegre : UFRGS,
Gladis T.T. Perlin.- Po 10. Usa tecnologia diferenciada: legenda e sinais
na TV, telefone especial, campainha luminosa;

2.1 Identidades Surdas 11. Tem uma diferente forma de relacionar-se com
Por Gladis Perlin as pessoas e até com animais.

Poderíamos identificar as pessoas surdas pelas suas 2. Identidade Surda Híbrida


diferenças, observáveis facilmente. No momento,
distinguiremos algumas categorias para as diferen- Surdo nascido ouvinte, pois o tempo, a doença ou
tes identidades surdas. o acidente o deixaram sem a audição.

1. Identidade Surda (Identidade Política) 1. Dependendo da idade em que a surdez che-


gou, conhece a estrutura do português falado
Trata-se de uma identidade fortemente marcada e o envio ou a captação da mensagem, vez ou
pela política surda. É mais presente no surdo per- outra, é na forma da língua oral;
tencente à comunidade surda e apresenta caracte-
rísticas culturais, tais como: 2. Usa língua oral ou língua de sinais para cap-
tar a mensagem. Essa identidade também é
1. Possui a experiência visual que determina for- bastante diferenciada, alguns não usam mais a
mas de comportamento, cultura, língua, etc; língua oral e usam sinais sempre;

2. Carrega a língua de sinais consigo. Usa os si- 3. Assume um comportamento de pessoa surda,
nais, pois assim se expressa e tem um costume a exemplo da tecnologia para surdos...;
bastante presente que o diferencia do ouvinte,
caracterizando a diferença surda: a captação da 4. Convive pacificamente com as identidades surdas;
mensagem é visual, e não auditiva; ao enviá-la,
não usa o aparelho fonador, só as mãos. 5. Assimila um pouco mais que os outros surdos,
ou não consegue assimilar a ordem da língua
3. Ele se aceita como surdo, no seu íntimo, sabe falada, cuja dificuldade de entendê-la é muita;
que é surdo e assume um comportamento de
surdo. Entra facilmente na política da identi- 6. Na escrita, obedece à estrutura da língua de
dade surda, em que impera a diferença: neces- sinais, pode igualar-se, porém, à língua escrita
sidade de intérprete, de educação diferenciada, com reservas;
de língua de sinais, etc.;
7. Participa das comunidades, associações, e/ou
4. Passa a outros surdos sua cultura, sua forma de órgãos representativos e compartilha com as
ser diferente; identidades surdas suas dificuldades, políticas,
aspirações e utopias;
5. Assume uma posição de resistência;
8. Aceita-se como surdo, sabe que é surdo, exige
6. Assume uma posição avançada em busca de intérpretes, legenda e sinais na TV, telefone es-
delineação da identidade cultural; pecial, companhia luminosa;
Capítulo 1 11

9. Tem, também, uma diferente forma de relacio- 1. Não consegue captar a representação da iden-
nar-se com as pessoas e até com animais. tidade ouvinte nem compreender a fala;

3. Identidade Surda Flutuante 2. Não tem condições de usar a língua de sinais,


não lhe foi ensinada nem teve contato com ela;
Surdo que não tem contato com a comunidade
surda. Para Karol Paden, é outra categoria de sur- 3. Geralmente é visto como incapacitado;
do, visto não contar com os benefícios da cultura
surda. Ele também tem algumas características par- 4. Nesse particular, ouvintes determinam o com-
ticulares. portamento, vida e aprendizado do surdo;

1. Segue a representação da identidade ouvinte; 5. Apresenta, na realidade, uma situação de defi-


ciência, de incapacidade, de inércia, de revolta;
2. Está em dependência no mundo do ouvinte,
segue os seus princípios, respeita-os, coloca-os 6. Há casos de aprisionamento de surdo na fa-
acima dos princípios da comunidade surda; às mília, seja pelo estereotipo ou pelo preconcei-
vezes, compete com ouvinte, pois é induzido to, tornando-o incapaz de chegar ao saber ou
ao modelo da identidade ouvinte; decidir-se por si mesmo;

3. Não participa da comunidade surda, das asso- 7. Falta à família informações sobre o surdo,
ciações e lutas políticas; geralmente predomina a opinião do médico;
algumas clínicas reproduzem uma ideologia
4. Desconhece ou rejeita a presença do intérprete contra o reconhecimento das diferenças.
de língua de sinais;
Esses são alguns dos mecanismos de poder, cons-
5. Orgulha-se de saber falar “corretamente”; truído pelos ouvintes sobre as representações clíni-
cas da surdez, colocando o surdo entre deficientes
6. Mostra resistência à língua de sinais, à cultura ou retardados mentais.
surda, pois, para ele, representa estereótipo;
5. Identidade Surda de Transição
7. Não consegue se identificar como surdo, o sen-
timento é sempre de inferioridade em relação Está presente na situação do surdo que, em ra-
aos ouvintes, o que pode nele causar, muitas zão da sua condição social, viveu em ambientes
vezes, depressão, fuga, suicídio, acusação a ou- sem contato com a identidade surda ou que se
tros surdos, competição com ouvintes; alguns afasta dela.
até se angustiam no desejo contínuo de ouvir.
1. Vive no momento de trânsito entre uma iden-
8. É vítima da ideologia oralista, da inclusão, da tidade e outra;
educação clínica, do preconceito e do precon-
ceito da surdez; 2. Se a aquisição da cultura surda não se dá na
infância, normalmente a maioria precisa pas-
9. É surdo, quer ouça algum som, quer não ouça, sar por esse momento de transição, visto que
persiste em usar aparelhos auriculares, não usa grande parte deles são filhos de pais ouvintes;
a tecnologia do surdo.
3. No momento em que ele consegue contato
com a comunidade surda, sua situação muda,
4. Identidade Surda Embaçada passa pela desouvintização, ou seja, rejeição da
representação da identidade ouvinte;
A identidade surda embaçada é outro tipo que po-
demos encontrar diante da representação estereo- 4. Embora passe por essa desouvintização, apre-
tipada da surdez ou do desconhecimento da surdez senta sequelas da representação, já evidencia-
como questão cultural. do na sua identidade em construção;
12 Capítulo 1

5. Há uma passagem da comunicação visual/oral Conclusão


para a comunicação visual/sinalizada;
As diferentes identidades surdas são bastante com-
6. No caso do surdo em transição para a repre- plexas, diversificadas. Isso pode ser constatado
sentação ouvinte, ou seja, na identidade flutu- nessa divisão por identidades quando há oportu-
ante, dá-se o contrário. nidade para identificar outras muitas identidades
surdas. Exemplo: surdos filhos de pais surdos; sur-
6. Identidade Surda de Diáspora dos que não têm nenhum contato com surdo, sur-
dos que nasceram na cidade ou que tiveram con-
As Identidades de diáspora divergem das identi- tato com língua de sinais desde a infância. Assim,
dades de transição. Estão presentes entre surdos a identidade surda não é estável, está em contínua
que passam de um país a outro ou, de um Estado mudança. Os surdos não podem ser um grupo de
brasileiro a outro, ou ainda de um grupo surdo identidade homogênea. Devem-se respeitar as dife-
a outro. Ela pode ser identificada como o surdo rentes identidades.
carioca, o surdo brasileiro, o surdo norte-america-
no. É, portanto, uma identidade muito presente Em todo caso, para a construção dessas identida-
e marcante. des, impera sempre a identidade cultural, ou seja,
a identidade surda como ponto de partida para
7. Identidade Intermediária distinguir as outras identidades surdas. Essa iden-
tidade se caracteriza também como identidade po-
O que vai determinar a identidade surda é sem- lítica, pois está no centro das produções culturais.
pre a experiência visual. Nesse caso, em vista des-
sa característica diferente, distinguimos a identi-
dade ouvinte da identidade surda. Há também
a identidade intermediária, em geral vista como
surda. Essa pessoa tem outra identidade, pois
uma característica não lhe permite essa identi-
dade, isto é, sua captação de mensagem não está 2.2 Existe Cultura Surda?
totalmente na experiência visual que determina
a identidade surda. Segundo Carlos Skliar, pessoas com dificuldade
em entender a existência de uma cultura surda
1. Apresenta alguma porcentagem de surdez, geralmente pensam que nada há fora de sua pró-
mas leva uma vida de ouvinte, pria referência cultural, então, entendem a cultura
surda como uma anomalia, um desvio, uma irrele-
2. Para este, são de importância os aparelhos de vância. Normalmente essas pessoas desconhecem
audição, os processos e os produtos dessa cultura surda: des-
conhecem o que os surdos geram em relação ao
3. Importância do treinamento oral, teatro, ao brinquedo, à poesia visual, à literatura
em língua de sinais, à tecnologia que utilizam para
4. Busca de amplificadores de som, viverem o cotidiano, etc. (1998, p. 28, 29).

5. Não uso de intérpretes de cultura surda, As pessoas em geral formam grupos de interesses
que denominamos de comunidade. Os surdos
6. Quando presente na comunidade surda, geral- que estão obviamente espalhados por todo o país,
mente se posiciona contra uso de interpretes formam as Comunidades Surdas do Brasil, tendo
ou considera o surdo como menos dotado e como fatores principais de integração a LIBRAS,
não entende a necessidade da língua de sinais os esportes e interações sociais. Fazem parte des-
e de intérpretes. sas comunidades as associações de surdos e, como
tal, os seus estatutos estabelecem eleição para uma
7. Tem dificuldade de encontrar sua identidade diretoria que direciona atividades esportivas, edu-
uma vez que não é surdo nem ouvinte. cacionais, sociais e políticas. Essas associações têm
especial interesse em divulgar a Língua de Sinais,
oferecendo diligentemente Cursos de LIBRAS.
Capítulo 1 13

Pessoas ouvintes também participam dessas comu- encontram, mas um ponto de articulação política
nidades, em sua maioria são intérpretes, profes- e social, porque, cada vez mais, os Surdos se orga-
sores, familiares ou pessoas da área de assistência nizam como minoria linguística, lutando por seus
social ou religiosa. direitos e evidenciando não as deficiências, mas as
diferenças.
Há também as associações de cada cidade, que se
ligam, formando Federações e a Confederação.
Aqui, no Brasil, temos a Federação Nacional de 3. Fatos Históricos da Educação
Educação e Integração dos Surdos - FENEIS, enti-
das Pessoas com Surdez
dade não governamental, registrada no Conselho

Nacional de Serviço Social/CNAS, sendo filiada a
Nosso passeio
World Federation of the Deaf. A FENEIS foi fun-
histórico começa
dada em 1987 e atua como órgão de integração dos
com o triste pa-
Surdos na sociedade, mediante convênios com em-
norama da vida
presas e instituições que empregam Surdos. É um
das pessoas com
dos órgãos que institui as lutas e campanhas pelos
deficiência na an-
direitos dos Surdos, em relação à sua língua, à edu-
tiguidade, quan-
cação, a intérpretes em escolas e em estabelecimen-
do alguns povos
tos públicos, buscando efetivar a sua cidadania.
tinham a práti-

Fonte:
ca de afogar as
Os surdos participantes dessas comunidades têm
crianças deficien-
assumido uma cultura própria, denominada Cul-
tes, abandoná-las à própria sorte em cestos, nos
tura Surda, ainda muito recente no Brasil, contu-
rios ou lugares sagrados, como faziam os romanos,
do se pode perceber características e peculiarida-
ou mesmo exterminá-las, jogando-as de uma cadeia
des, constituindo a identidade surda, que, segundo
de montanhas chamada Taygetos, na Grécia. Uma
Tanya A.Felipe, se evidencia da seguinte forma:
exceção acontecia no Egito Antigo, onde era ressal-
tada a necessidade de se respeitar as pessoas com
• A maioria dos Surdos prefere um relaciona-
nanismo e outras deficiências. As pessoas surdas
mento mais íntimo com pessoas Surdas.
eram adoradas como se fossem deuses.
• Suas piadas envolvem a problemática da in-
Com o advento do Cristianismo no império roma-
compreensão da surdez pelo ouvinte que, nor-
no, os ensinamentos sobre o amor e exemplos de
malmente é comparado ao “português” que
caridade de Jesus, foram lentamente alterando as
não percebe bem, ou quer “dar uma de esper-
velhas concepções e atitudes desumanas. O Cris-
to” e se dá mal.
tianismo combateu, entre outras práticas, a elimi-
nação das pessoas com deficiência.
• Seu teatro já começa a abordar questões de
relacionamento, educação e visão de mundo,
O fim do Império romano marca o início da Idade
próprias de pessoas Surdas.
Média, quando as pessoas assoladas pela miséria,
têm precárias condições de vida e de saúde e pas-
• O Surdo tem um modo próprio de olhar o
sam a ver o nascimento de crianças com deficiên-
mundo onde as pessoas são expressões faciais
cia como castigo de Deus. Os supersticiosos vêm
e corporais. Como ele fala com as mãos, evita
nelas poderes especiais de bruxos ou feiticeiros.
usá-las desnecessariamente e, quando as usa,
mostra agilidade e leveza que podem se trans-
A Idade Moderna é marcada, historicamente, por
formar em poesia.
mudanças em direção a um ideal humanista e na-
turalista. Com o renascimento, quando começa,
Os Surdos frequentadores dos espaços de Surdos
também, para as pessoas com surdez, na época
convivem com duas comunidades: a de surdos e
chamadas de “surdos-mudos”, uma nova era. É im-
a dos ouvintes e precisam utilizar duas línguas: a
portante destacar que, até o início da idade moder-
Libras e a Língua Portuguesa. Portanto, numa pers-
na, não se tem notícias de experiências educacio-
pectiva antroposociolinguística, uma Comunidade
nais para surdos. Um monge beneditino espanhol,
Surda não é um “lugar” onde pessoas deficientes se
14 Capítulo 1

chamado Pedro l’Epée, fundada em 1755 e primeira a obter auxílio


Ponce de León público, treinou inúmeros professores para os sur-
(1510-1584), fig.6, dos. Foi de seu instituto na França, que veio para o
inicia mundialmen- Brasil, o Padre Eduardo Huet, fig.8, um professor

Fonte: HTTP://www.sites.google.com
te a história dos sur- surdo, que, à convite de Dom Pedro II, trouxe esse
dos, em Madri, e de- “método combinado”, criado por De l’Epée, para
dica grande parte de trabalhar com os surdos no país.
sua vida ao ensino
dos surdos, filhos de Em 1857, foi fundada a primeira escola para sur-
nobres, desenvolven- dos no Brasil, o Instituto dos Surdos-Mudos, hoje,
do o alfabeto manu- Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES.
al que possibilitou Figura 6 Foi nesse instituto que surgiu, da mistura da Lín-
aos surdos soletra- gua de Sinais Francesa, trazida por Huet, com a
rem palavras. língua de sinais brasileira antiga, já usada pelos sur-
dos das várias regiões do Brasil, a Língua Brasileira
Um jovem abade, Michel Charles De l’Epée (1712), de Sinais.
Fig.7A e Fig.7B, observou, nas ruas de Paris, pesso-
as surdas comunicando-se por meio de sinais nati-
vos. Não tolerando a ideia de as almas dos surdos-
-mudos viverem e morrerem sem ser ouvidas em
confissão e privadas da Palavra de Deus, encarou
a língua de sinais sem desprezo e com reverência.
Fonte: HTTP://www.sites.google.com

Pedro Ponce de León Eduardo Huet

Figura 7b

Figura 7a

Segundo Sacks (1998), o abade De l’Epée prestou


a máxima atenção a seus pupilos, aprendeu sua lín-
Época de ouro com o Abade Charles
gua e, então, associando sinais a figuras e palavras
escritas, criou o sistema de sinais “metódicos” –
uma combinação da língua de sinais nativa com
a gramática francesa
traduzida em sinais.
Fonte: HTTP://www.sites.google.com

Ensinou-os a ler e,
Fonte: HTTP://www.sites.google.com

com isso, deu-lhes


acesso ao conheci-
mento e à cultura
do mundo. Muitos
o consideram cria-
dor da língua gestu- Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES
al, mas sabemos que
esta já existia antes
Figura 8
dele. A escola de De
Capítulo 1 15

FIQUE LIGADO! que pode ser corrigido, no entanto, sem a sua cura,
o insucesso do oralismo começou a ser evidencia-
Essas fases históricas estão interligadas aos temas do, pois ficou notório os surdos não conseguirem
que iremos estudar nos próximos capítulos. Enfim, ter uma comunicação fluente mediante a oralida-
tudo tem uma origem e uma explicação e, por isso, de. Segundo Tanya Felipe (2001), a partir dos anos
é fundamental conhecermos a história das pessoas de 1960, com o estudo linguístico iniciado por
surdas com as quais vamos atuar. William Stookoe, passa a ter o reconhecimento das
línguas na modalidade sinalizada. A FENEIS foi
Se o início da história nos causa indignação, quan- fundamental no processo de crescimento da polí-
do pensamos no destino cruel das pessoas surdas tica surda. Não há dúvidas de que o surdo tem voz
do passado, muito mais sentimos ao perceber o pela sinalização e já conseguiu abrir portas antes
retrocesso que acontece na educação dos Surdos, fechadas.
no I Congresso Internacional de Educadores de
Surdos, ocorrido em Milão, em 1880, quando os Hoje a Política Nacional de Educação Especial na
professores ouvintes decidiram pela proibição do Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) concebe
uso da língua de sinais, e os professores surdos a escola como um espaço de todos, no qual cada
excluídos da votação. Duas decisões, entre outras, aluno tem a possibilidade de aprender, valendo-se
mudaram a história dos surdos. de suas aptidões e capacidade, expressar suas ideias
livremente e se desenvolver como cidadão nas
1. Que a fala é incontestavelmente a única suas diferenças. O método usado nas escolas é o
maneira de incorporar os surdos-mudos à bilinguismo, que defende a língua de sinais como
sociedade. língua materna dos surdos, portanto, língua de co-
municação, e a língua portuguesa como segunda
2. Que o método oral deve ser ensinado pura- língua dos surdos.
mente, os gestos devem ser proibidos.

Os professores surdos existentes nas escolas foram


afastados e os alunos surdos desestimulados, vis-
to que eram proibidos de usar a língua de sinais
de seus países. Era comum a prática de amarrar
as mãos das crianças surdas para não usarem os
sinais. Foi um período obscuro na história dos
Surdos. Segundo Tanya Felipe (2001), ocorre um
período de isolamento da Comunidade Surda em
oposição ao uso da língua oral. A partir dos anos
60, começa uma fase de manipulação para entrar
na fase de luta pelo retorno da língua de sinais.
A Educação torna-se um ponto importante para o
resgate da língua de sinais e da cultura surda para
os surdos.
Fonte: HTTP://www.sites.google.com

Duas tendências na educação dos surdos sur-


giram durante o século XVIII, anteriores ao
congresso de Milão, o gestualismo (ou méto-
do francês) e o oralismo (ou método alemão),
criado pelo alemão Samuel Heinicke. Evidente-
mente, a maioria dos surdos era a favor do ges-
tualismo, enquanto apenas os ouvintes apoia-
vam o oralismo.

No século XX, em resultado do avanço tecnológico


e científico, a educação dos surdos passou a ser do-
minada pelo oralismo que tem a surdez como algo
16 Capítulo 1

Visão da educação como privilégio de um grupo, exclusão que foi legitimada nas políticas e nas práticas
educacionais reprodutoras da ordem social.
Idade Antiga Idade Média Idade Moderna Idade
Grécia/Roma Renascimento Contemporânea
• Sociedade pautada • Cristianismo/ • Ideias reformistas • Alto grau de desenvol-
nos valores da estéti- Inquisição. monitorando o vimento tecnológico.
ca, dos feitos heroícos desenvolvimento das
e guerra. • Abrigo por troca de ciências. • Comunicação
indulgênciaas. Globalizada.
• Legitimação do aban- • Convivência da
dono e eliminação. • Ideia de possessão medicina, alquimia e • Convivência com a
e castigo. magia. diversidaade.
Eliminação Isolamento Isolamento Isolamento
Isolamento Asilamento Asilamento Asilamento
Integração Integração
Inclusão
Fonte: Instituto Paradigma

SAIBA MAIS!
CURIOSIDADES defen-
cado por um surdo,
) fra nc ês, esc rev eu o primeiro livro publi r su rdo s, e nã o por
• Pierre Desloges, (19
47 – 1977
lín gu a ge stu al fra nc esa foi criada po
al e provando que a
dendo a língua gestu o som
intenção de ampliar
ouvintes. 22 ), fig . 15 , inv en tou o telefone com a o do s su rdo s e se
Bell, (1847-19 r da oralizaçã
• Alexandre Graham a, am ba s su rda s. Era grande defenso
espos
para sua mãe e sua a doen-
stu al. de, por causa de um
opun ha à lín gu a ge
e 17 , fic ou su rda aos 19 meses de ida ou tud o me diante
- 1968), fig. 16 , que lhe ensin
• Helen Keller (1880 ora çã o de su a pro fessora Ann Sullivan fal a, co mb ina nd o com
ça. Com a inestimáv
el colab a ga rga nta da pessoa que
nsiste em tocar os láb ios e go pelo métod braile
o
o método tadoma (co ren de u a ler ing lês , francês, alemão e gre
a da mão), ap de se chegar ao suces
so.
dactilologia na palm soriais não impedem
e de fic iên cia s sen tór ia de He len Keller.
e provou qu emocionante his -
n Su lliv an co nta a a fundação, 26 de setem
• O filme O Milagre
de An
ÃO DE SU RD OS – INES. No dia de su
NAL DE EDUCAÇ
• INSTITUTO NACIO RDO em todo o país.
rad o também o DIA DO SU • ALFABETO MANU
AL
bro, é comemo Pedro
(desen vo lvi do pe lo monge beneditino
- 1584)
Ponce de Leon - 1520

Figura 15
es.google.com
Fonte: HTTP://www.sit

Fonte:

Figura 17
Figura 16
Capítulo 1 17

a ( ) O Bilinguismo é a proposta mais adequa-


da para tornar acessível à criança surda duas
SAIBA MAIS! línguas no contexto escolar.
_
g/wiki/O_Milagre_de b ( ) A expressão “surdo-mudo” está politica-
http://pt.wikipedia.or
Anne_Sullivan
mente correta.
e
l de Helen Keller, o film
Baseado na vida rea An ne Su lliv an , c ( ) Alexandre Graham Bell contribuiu para
tór ia de
conta a comovente his ior lut a o desenvolvimento da Língua de Sinais.
fessora, cuja ma
uma persistente pro a
r um a menina cega e surda
foi a de ajuda rod ea va . O ine - 5. Exercite o alfabeto manual fazendo o seu
o que a
adaptar-se ao mund , qu e
os pais de Helen nome, o de seus familiares e dos amigos.
vitável confronto com ,
pe na da filha, mimando-a
sempre sentiram o alg o co nc ret o,
ensinad
sem nunca lhe terem
ad o du ran te o filme.
é abord

RESUMO
ATIVIDADES | O objetivo deste capítulo é oportunizar
1. Esquematize o conteúdo teórico do capítu- a estudantes e pessoas das diversas áre-
lo, ressaltando os conceitos-chaves. as do conhecimento a compreensão da
diversidade do mundo dos surdos, cujo
2. Há muitas concepções equivocadas sobre enfoque são os aspectos sociolinguísti-
surdez. Fundamentado no texto estudado, tra- co, histórico e cultural. A Língua Brasi-
ce um esquema comparativo das características leira de Sinais – LIBRAS é uma língua de
da surdez no modelo clínico terapêutico e no modalidade gestual-visual que utiliza,
modelo socioantropológico: como canal ou meio de comunicação,
movimentos gestuais e expressões fa-
MODELO DA CONCEPÇÃO
ciais que são percebidos pela visão.
SOBRE SURDEZ
CARACTERÍSTICAS
PESQUISADORES INERENTES
A SURDEZ
CLÍNICO-TERAPÊUTICO GLOSSÁRIO
Colin (1980)
Meadow-Orlans (1990) Alteridade - Segundo a enciclopédia Larousse (1998), al-
teridade é um “Estado, qualidade daquilo que é outro,
(Siminerio, 2000).
distinto (antônimo de Identidade). Conceito da filosofia e
(Rezende, Krom, & psicologia: relação de oposição entre o sujeito pensante
Yamada, 2003).
(o eu) e o objeto pensado (o não eu).”
(Hindley, 2005)
SÓCIO Cultura surda - Ao longo dos séculos, os surdos foram
ANTROPOLÓGICO formando uma cultura própria centrada principalmente
Skliar et al. (1997) em sua forma de comunicação. Em quase todas as cida-
des do mundo, vamos encontrar associações de surdos
Skliar
onde eles se reúnem e convivem socialmente. (Origem:
Pimenta e Fávero (2005)
Wikipédia, a enciclopédia livre)
(Behares, 1991)
Góes (1999, p. 37) Deficiência - A Convenção da Guatemala, que foi pro-
Góes mulgada pelo Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de
2001, conceitua deficiência, para fins de proteção legal,
Stokoe
como uma limitação física, mental, sensorial ou múltipla,
que incapacite a pessoa para o exercício de atividades
3. Que fato histórico acontecido na Itália, tor- normais da vida e que, em razão dessa incapacitação,
nou-se um marco negativo, na Educação dos a pessoa tenha dificuldades de inserção social. (Origem:
surdos? Por quê? Wikipédia, a enciclopédia livre)

4. Marque com (V) as questões Verdadeiras e Intérprete de Língua de Sinais - Pessoa ouvinte que inter-
com ( F) as questões Falsas. preta para os surdos uma comunicação falada, usando a
18 Capítulo 1

língua de sinais e vice-versa. (Origem: Wikipédia, a enci- Quadros, Ronice Muller de. Língua de Sinais
clopédia livre) brasileira: estudos lingüísticos/ Ronice Muller
de Quadros e Lodenir Becker Karnopp. – Porto
Língua - Conjunto do vocabulário de um idioma e de
Alegre: Artmed,2004. 1.Línguística – Língua de
suas regras gramaticais; idioma. Por exemplo: inglês, por-
Sinais –Surdos – Brasil. Karnopp, Lodenir Be-
tuguês, LIBRAS. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
cker. II. Título.
Linguagem - Capacidade que o homem e alguns animais
possuem para se comunicar, expressar seus pensamentos. Sá, Nídia de. Surdos: qual escola? Nídia de Sá.
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre) – Manaus: Editora Valer e edua, 2011. 302p.

Linguística - O estudo científico da linguagem em qual- Sacks, Oliver W. Vendo vozes: uma viagem
quer um de seus sentidos. (Origem: Wikipédia, enciclo- ao mundo dos surdos/ Oliver Sacks: tradução
pédia livre) Laura Texeira Motta. _ São Paulo: Companhia
das Letras, 1988
Língua de Sinais - É a língua dos surdos que possui a
sua própria estrutura e gramática por meio do canal co-
municação visual, a língua de sinais dos surdos urbanos GUGEL, Maria Aparecida Gugel. Pesso-
brasileiros é a LIBRAS, em Portugal é a LGP. (Origem: as com Deficiência e o Direito ao Trabalho.
Wikipédia, a enciclopédia livre) Florianópolis : Obra Jurídica, 2007.

Ouvintismo - “Trata-se de um conjunto de representações SILVA, Otto Marques da. A Epopeia Ignorada:
dos ouvintes, no qual o surdo está obrigado a olhar-se e a A pessoa Deficiente na História do Mundo de
narrar-se como se fosse ouvinte”. Skliar (1998:15) Ontem e de Hoje. São Paulo : CEDAS, 1986.
(dados coletados pela internet, às 16:15 do dia
Paradigma - literalmente modelo, é a representação de
04/01/2012)
um padrão a ser seguido. (Origem: Wikipédia, a enciclo-
pédia livre.)
Educação de Surdo e Língua de Sinais Tex-
Patologia - A patologia é a ciência que estuda as doen- to 3 A EDUCAÇÃO DE SURDOS NO
ças e procura entendê-las. (Origem: Wikipédia, a enci- BRASIL Fontes de consultas: FELIPE, Tanya;
clopédia livre.) MONTEIRO, ...(dados coletados pela internet,
às 16:15 do dia 13/01/2012)
Surdos - Os surdos, por norma, são utilizadores de uma
comunicação espaço-visual, como principal meio de co- PSICOLOGIA, REFLEXÃO E CRÍTICA. Contri-
nhecer o mundo em substituição à audição e à fala, e buições da psicologia Brasileira para o estudo
podem ter ainda uma cultura característica.
da surdez. Cláudia A. BisolI,II; Janaína Simio-
niII; Tânia SperbI,*IUniversidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porot Alegre, Brasil. IIUniversi-
REFERÊNCIAS dade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Brasil13
jan. 2011.
Bernardino, Elidéa Lúcia. Absurdo ou lógica?: a
produção linguística do surdo/ Elidéa Lúcia Ber- Educação de Surdo e Língua de Sinais Texto 3
nardino. – Belo Horizonte: Editora Profetizando A EDUCAÇÃO DE SURDOS NO BRASIL Fon-
Vida, 2000. 208 p.il tes de consultas: FELIPE, Tanya; MONTEIRO,
...PSICOLOGIA, REFLEXÃO E CRÍTICA. Contri-
Felipe, Tanya A. Libras em contexto: curso bá- buições da psicologia Brasileira para o estudo
sico, livro do estudante cursista/ Tanya A. Felipe da surdez. Cláudia A. BisolI,II; Janaína Simio-
– Brasília: Programa Nacional de Apoio às Edu- niII; Tânia SperbI,*IUniversidade Federal do Rio
cação dos Surdos, MEC; SEESP, 2001. 164 p.il. Grande do Sul, Porot Alegre, Brasil. IIUniversi-
dade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Brasil.
Quadros, Ronice Muller de. Educação de sur-
dos: a aquisição da linguagem/ Ronice Mul-
ler de Quadros._ Porto Alegre: Artes Médicas,
1997. Surdez – Educação – I Título
2
Capítulo 2 19

Evolução por Meio de


Lutas e Movimentos
Marcos Legais
Características e
Aspectos Linguísticos
Profa. Kilma Gouveia de Melo
Carga Horária | 15 horas

Objetivos Específicos
• Apresentar a evolução histórica da língua de sinais, evidenciando as lutas e
os movimentos da comunidade surda.

• Identificar os marcos legais que a constituíram como língua oficial das comu-
nidades surdas.

• Conceituar a LIBRAS.

• Abordar as características e os aspectos linguísticos comprovando que as lín-


guas de sinais são sistemas abstratos de regras gramaticais naturais às comu-
nidades de indivíduos surdos dos países que a utilizam.

Introdução
Iniciaremos com algumas considerações com base na discussão do capítulo ante-
rior, em que mostramos conceitos de surdez, identidade e cultura surda e intro-
duzimos a história dos surdos, relatando os altos e baixos da comunidade surda.
Dando continuidade a essa história, veremos como nascem os movimentos de
um grupo minoritário, rotulados de deficientes, e sua luta para comprovar, fi-
nalmente, a complexidade da LIBRAS, trazendo à tona características que fazem
dela uma língua completa, semelhante, em alguns aspectos, às línguas orais.
Fonte: HTTP://www.sites.google.com
20 Capítulo 2

Considerando a temática deste capítulo, podere- tropologia. Assim, a classificação antropológica do século
mos observar as imagens que mostram a nascente XVIII para o indivíduo surdo ganha nova força, definindo
de um rio, seu crescimento até se tornar uma pode- a linguagem dos sinais como uma forma de sobrevivência
atávica da era primitiva do homem, fazendo as resoluções
rosa fonte de energia e relacioná-las ao nascimento
do Congresso parecerem razoáveis e progressistas.
da luta e dos movimentos da comunidade surda
que vão se fortalecendo em prol da conquista da
Contudo, não obstante a proibição do uso da lín-
cidadania. Sendo assim, vamos à primeira unidade
gua de sinais, a história revela que os surdos nunca
deste capítulo.
deixaram de sinalizar. Quando estavam sozinhos,
conversavam na língua de sinais, como descreve
1. Luta e Movimentos dos Surdos tão bem Sacks, (1933) em seu livro Vendo Vozes –
“...os sinais floresciam na escola, irreprimíveis ape-
Um rio nasce de um fio de água, pequeno jorro, sar dos castigos e proibições”. Através dos tempos,
que vai aumentando a sua força, à medida que ou- os surdos travaram grandes batalhas em busca da
tras correntes vão se juntando, crescendo o volume oficialização de sua língua.
das águas, então aquele simples fio de água, trans-
forma-se muitas vezes em uma cachoeira, e torna- Os primeiros movimentos surdos remontam a
-se uma poderosa fonte de energia. Assim também uma época em que os surdos tomavam suas pró-
nascem as leis; a princípio, são hábitos, sugestões prias decisões, conscientes de tudo que acontecia
ou características da cultura de uma comunidade, ao seu redor. Foi, precisamente, em 1834, que
que, antes de serem reconhecidas, passam por um um grupo de dez surdos, liderados por Berthier,
longo percurso, são as lutas de um povo que vão se começou a realizar um banquete em homenagem
fortalecendo por força dos movimentos. ao abade L’Epée, e, pouco a pouco, tornou-se um
evento anual, em que as pessoas surdas passaram a
Você se lembra do que aconteceu em Milão, em discutir suas ideias e necessidades.
1880? Se você respondeu à atividade do capítulo
anterior, está por dentro e, certamente, respondeu Após a Segunda guerra mundial, muitos soldados
correto. Sim, foi no I Congresso Internacional de voltaram para casa mutilados, cegos ou surdos.
Educadores de Surdos que ficou decidida a proibi- Quase todas as famílias tiveram de conviver com
ção das Línguas de Sinais. Segundo Lulkin (1998. a presença de uma pessoa com deficiência e se
P.38), depois da Revolução Francesa e durante a adaptar a ela. Dessa forma, a sociedade da época
Revolução Industrial, travou-se uma disputa entre teve de repensar seus conceitos e buscar meios para
os métodos oralistas e os métodos baseados na lín- reintegrá-los à vida cotidiana.
gua gestual.
Em todo o tempo, as pessoas com deficiência e de
A repressão autorizada pelo Congresso de Milão foi legiti-
mada pela nova ciência da raça, especialmente a disciplina
outros grupos minoritários tiveram de se unir para
da Antropologia. Em 1868, Paul Broca, o fundador da So- lutar por seus direitos e, atualmente, todos esses
ciedade Antropológica Parisiense, diz que nenhum conhe- grupos têm saído da margem da sociedade para
cimento humano que forneça dados sobre a história do expressar seus desejos. Nunca se falou tanto em
homem e da sociedade humana pode ser excluído da An- igualdade de direitos.
es.google.com

SAIBA MAIS!
TA
LEIA O VOO DA GAIVO
mulher incomum
um livro sobre uma
O Voo da Gaivota é ndo com sua vitória sobre a surdez.
Fonte: HTTP://www.sit

que sensibilizou o mu
. ta do cientis-
nuelle Laborit é ne
Nascida surda, Emma -1995). Só conheceu a Língua de
14
ta Henri Laborit (19 ensinando-a rapidamente à irmã,
,
Sinais aos sete anos sua confidente. Antes de aprender
u
que, assim, se torno ncesa, ela apenas se comunicava
Fra
a Língua de Sinais mbilical”. O seu
uma comunicação “u rito em 1993,
com a mãe, tinham ta, esc
O grito da gaivo
livro autobiográfico de infância, a difícil adolescência e /)
lem bra nç as rso. (http://www.ivt.fr
retrata as
ult a au tôn om a, as sim como o seu percu
o início da idade ad
Capítulo 2 21

s difíceis quando,
ibi do pro ibi r”, em que relata os dia anto
pítulo intitulado “É pro lábios e a falar, enqu
O livro contém um ca um a esc ola ora list a e obrigada a ler os a LSF (Lí ng ua
triculada em res conheciam
aos onze anos, foi ma Em ma nu ell e co nta que alguns professo rim ia. Ela de sa ba fa:
as mãos . ão injusta que a op
era proibida de usar did as . Um a situ aç
a praticavam às escon
Francesa de Sinais) e ssam
se responsabilizar po
ins tru tor es, os pro fessores que desejam nd o ne ssa qu est ão.
ucadores, os nue se intromete
“É preciso que os ed io qu e o Est ad o co nti
: Sua mãe é for mi dá ve l,
te... Não é necessár diziam-me na escola
fazer isso abertamen to. Ce rta s cri an ça s
ssas co nd içõ es, co mo
, total isolamen sabiam dos sinais. Ne
Sentia total impotência ide nte mente, seus pais nada tim entos?”
em sin ais ! Ev ma s, seu s sen
ela se exprime s an gú sti as, seu s pequenos proble
ressar sua
fariam eles para exp

2. Aspectos Legais râneo sobre o conceito de cidadania. Empenhada


em valorizar os direitos humanos, a Constituição
“Todos são iguais perante a lei”, assim diz o artigo 5º também estabeleceu normas jurídicas de proteção
da Constituição brasileira. Se os Estados não cumprem às minorias e aos grupos socialmente vulneráveis
com a palavra, a cidadania torna-se uma conquista, que (crianças, idosos, mulheres, negros, deficientes físi-
exige educação, informação e um amplo esforço coletivo cos etc.). Com isso, vai gerando leis voltadas para a
para ser alcançada. formação da cidadania.

A Constituição de 1988 contribuiu para a forma- A seguir, apresentaremos alguns quadros panorâ-
ção da cidadania ao inovar nas áreas das garantias micos da evolução das leis que beneficiaram não
individuais, a nossa lei suprema estabeleceu os di- apenas a comunidade surda, mas todas as pessoas
reitos individuais (também ditos civis), sociais e po- com deficiência.
líticos, também conhecidos no mundo contempo-

MARCOS LEGAIS
1988 Constituição Federal Art.2O5 – Educação como um direito de TODOS
Art. 206 - Igualdade de condições de acesso e permanência na escola
Art. 208 - Garante a oferta do atendimento educacional especializado preferencialmente
na rede regular de ensino.
1989 Lei 7.853/89 - dispõe sobre a integração social das pessoas portadoras de deficiência.
1990 Estatuto da Criança e do adolescente
Art.55 – reforça os dispositivos legais supracitados ao determinar que “os pais ou respon-
sáveis têm a obrigação de matricular seus filhos na rede regular de ensino”.
Declaração Mundial de Educação para Todos.
1994 Declaração de Salamanca
Passa a influenciar a formulação de Políticas Públicas de Educação Inclusiva.
É publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de “integra-
ção instrucional”, no âmbito da educação especial, mas mantém a responsabilidade da
educação desses alunos no âmbito da educação especial.
1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9 394/96
Art. 59 – institui que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, méto-
dos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades.
Assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido em virtude
das suas deficiências e assegura a aceleração de estudos aos superdotados.
1999 Decreto nº 3.298 Regulamenta a lei Nº 7.853/89.
Define a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e moda-
lidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao ensino
regular.
Decreto nº 3.298 Regulamenta a lei Nº 7.853/89.
2001 Resolução CNE/CEB
Conselho Nacional de Educação
Institui Diretrizes. Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
22 Capítulo 2

MARCOS LEGAIS
2001 Art. 2º determinam que:
“Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos” cabendo às escolas organiza-
rem-se para o atendimento”(...)
Resolução CNE/CEB Conselho Nacional de Educação Institui Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica.
Convenção de Guatemala - Promulgada no Brasil pelo decreto nº 3.956/2001.
Afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdade fun-
damentais que as demais pessoas.
Tem importante repercussão na educação, adotada para promover a eliminação das bar-
reiras que impedem o acesso à escolarização.

Os surdos vinham lutando pela oficialização da Li-


CONQUISTAS
bras em âmbito nacional, mediante uma conjun-
2002 - 2005 Lei nº 10.436/02 – reconhece a Li-
tura de movimentos e conquistas. Assim, em 1993, bras como meio legal de comuni-
essa luta se intensificou por meio de um Projeto de cação e expressão.
Lei da senadora Benedita da Silva (PT-Rio), com o Decreto 5626/05
apoio do MEC-SEESP e também com a ação con- Art. 1º Regulamenta a Lei nº
10.436, de 24 de abril de 2002,
junta dos surdos, resultou na aprovação da Lei de
que dispõe sobre a Língua Brasi-
Libras - Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 2002 - leira de Sinais e o art 18 da Lei nº
Lei federal que reconhece a língua de sinais como 10.098 de dezembro de 2000.
língua oficial das comunidades surdas brasileiras, Art 2º Para fins deste decreto,
representando uma conquista sem precedentes na considera-se pessoa surda aquela
que, por ter perda auditiva, com-
história dos surdos do Brasil. preende e interage com o mundo
por meio de experiências visuais,
manifestando sua cultura princi-
palmente pelo uso da Língua Bra-
sileiras de Sinais – LIBRAS.
Inclusão da disciplina de Libras
nos cursos de formação de profes-
sores e de fonoaudiologia.

2006 Convenção sobre os Direitos das


Pessoas com Deficiência – aprova-
da pela ONU
Estabelece que os Estados-Partes
devem assegurar um sistema de
educação inclusiva em todos os
níveis de ensino.
UNESCO – lança o Plano Nacional
de Educação em Direitos Huma-
nos. – Objetiva desenvolver ações
afirmativas que possibilitem aces-
so e permanência da pessoa com
deficiência na educação superior.

2007 É lançado o Plano de Desenvolvi-


mento da Educação – PDE.
Eixos para a formação de profes-
Fonte: HTTP://www.sites.google.com

sores para a educação especial,


com a implantação de salas de re-
cursos multifuncionais.
Decreto nº 6.094/2007 para a im-
plementação do PDE.
Estabelece diretrizes do Compro-
misso Todos pela Educação.
Capítulo 2 23

As diretrizes Nacionais para a Educação Especial 3. Conceito


na Educação Básica, instituídas pela Resolução nº
02/2001, da Câmara de Educação Básica do Con- LIBRAS
selho Nacional de Educação, adotam a promoção

Fonte: HTTP://www.sites.google.com
da acessibilidade como um dos eixos de transfor-
mação da gestão e da prática pedagógica para uma
educação inclusiva.

Leis de Acessibilidade

• Decreto 5.296/04 - promoção da acessibilida-


de das pessoas com deficiência e/ou mobilida-
de reduzida.
• No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais é le-
• barreiras - qualquer entrave ou obstáculo que galmente reconhecida.
limite ou impeça o acesso, a liberdade de movi-
mento, a circulação com segurança e a possibi- • Não é uma língua universal.
lidade de as pessoas se comunicarem ou terem
acesso à informação; • É uma língua visual-espacial articulada por meio
das mãos, das expressões faciais e do corpo.
• barreiras na comunicação e na informação -
qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou • Como as línguas orais, foi constituída com
impossibilite a expressão ou o recebimento de base nas relações sociais estabelecidas por um
mensagens por intermédio dos dispositivos, grupo.
meios ou sistemas de comunicação, sejam ou
não de massa, bem como aqueles que dificul- • Obedece aos traços culturais da sua co-
tem ou impossibilitem o acesso. munidade.

Apoio Necessário - Intérprete de LIBRAS • Apresenta variações de comunicação.

• Apresenta todas as características de uma lín-


gua oral auditiva.
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Como comentário no início do primeiro capítulo,


as pessoas se comunicam de várias formas e por
meio de diversas línguas. Entre essas línguas, há
também uma diversidade de modalidades, isto é,
mudanças nos
canais de co-
municação, as
quais podem
A profissão de intérprete de Libras é regulamenta- ser orais/au-
da no dia 1º de setembro de 2010, pela lei federal ditivas ou vi-
12.319 - profissão de tradutor e intérprete de Libras suais/gestuais.
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(Língua Brasileira de Sinais) - meio de comunica- As pessoas com


ção da comunidade surda. A lei prevê formação surdez falam
profissional e possibilita que instituições públicas com as mãos e
possam fazer concurso para o cargo específico de ouvem com os
tradutor e intérprete. olhos.
24 Capítulo 2

No entender de SKLIAR (1997 p.141-142): 2. Seria universal e única em todo o mundo, uti-
lizada por todos os surdos;
“Os surdos formam uma comunidade linguística minoritá-
ria caracterizada por compartilhar uma Língua de Sinais e 3. Haveria uma falha na sua estrutura gramatical
valores culturais, hábitos e modos de socialização próprios. da, sendo essa um pidgin sem estrutura pró-
A Língua de Sinais constitui o elemento identificatório pria, inferior às línguas orais;
dos surdos, e o fato de constituir-se em comunidade sig-
nifica que compartilham e conhecem os usos e normas de 4. Seria um sistema de comunicação superficial,
uso da mesma língua já que interagem cotidianamente em com conteúdo restrito, linguisticamente infe-
um processo comunicativo eficaz e eficiente. Isto é, desen- rior ao sistema de comunicação oral;
volveram as competências linguística e comunicativa – e
cognitiva - por meio do uso da Língua de Sinais própria 5. Seriam derivadas da comunicação gestual es-
de cada comunidade de surdos. (...) A participação na co-
pontânea dos ouvintes;
munidade surda se define pelo uso comum da Língua de
Sinais, pelos sentimentos de identidade grupal, o auto re- 6. Por serem organizadas espacialmente, estariam
conhecimento e identificação como surdo, o reconhecer-se
representadas no hemisfério direito, não se
como diferentes, os casamentos endogâmicos, fatores estes
constituindo um sistema linguístico com re-
que levam a redefinir a surdez como uma diferença e não
como uma deficiência e permite que os surdos constituam, presentação hemisférica.
então, uma comunidade linguística minoritária e não um
desvio da normalidade.” Segundo Quadros (1997), todas essas concepções
vêm sendo desmitificadas mediante pesquisas com
A discussão sobre a legitimidade da Língua de Si- diferentes línguas de sinais existentes no mundo,
nais é antiga. Por muito tempo essa língua, por ser como a Língua de Sinais Americana e a Língua Bra-
gestual, não foi considerada uma língua natural, sileira de Sinais. Essas pesquisas mostraram que tais
e sim uma mímica. (CAPOVILLA, 2001 p.1489). línguas são muito complexas e apresentam todos
Somente após vários estudos de linguistas renoma- os níveis de análises da linguística tradicional. A di-
dos (como STOKOE), é que se começou a pensar ferença básica está no canal essencialmente visual.
a educação de surdos sob o prisma da linguagem. Stokoe et all (1976), Bellugi e Klima (1979), Liddel
(1980), Lillo-Martin (1986) são exemplos clássicos
Segundo ROBERTSON & RAMÍREZ (1999, de pesquisas da Língua de Sinais Americana que
p.228): trazem evidências da existência de todos os níveis
de análise dessa língua. Karnopp (1994), Quadros
Desde la década del 60 a partir de los estudios de W. Stokoe, se (1995,1999), Ferreira Brito (1995) e Felipe (1993)
demostró que la naturaleza de la lengua de señas no es muy dis- são exemplos de pesquisadores que evidenciam
tinta a la de las lenguas orales. Su diferencia fundamental está en a complexidade da Língua Brasileira de Sinais.
la modalidade gestual visual. Así la lengua de señas, lengua ma-
terna de las personas sordas, es reconocida desde una perspectiva
Como uma língua percebida pelos olhos, a Língua
linguística como una lengua legítima, completa, com estructuras
gramaticales complejas y un amplo vocabulário. Brasileira de Sinais apresenta algumas peculiarida-
des que são normalmente pouco conhecidas pelos
profissionais. Perguntas sobre os níveis de análise,
tais como a fonologia, a semântica, a morfologia
4. Características e Aspectos
e a sintaxe são muito comuns, uma vez que tais
Linguísticos línguas são expressas sem som e no espaço.

Quadros (1997) cita Karnop (1994) que, baseada 4.1 Aspectos Querológicos
em pesquisas realizadas em vários países sobre o
estatuto linguístico das Línguas de Sinais, apresen- A estrutura da LIBRAS está constituída de parâme-
tou quatro concepções inadequadas em relação a tros que se combinam, especialmente com base na
essas línguas, às quais, Quadros acrescenta outras simultaneidade. Esses parâmetros são, conforme
duas. São elas: Ferreira Brito (1995), os parâmetros principais:
1. Seria uma mistura de pantomima e gesticula- Configuração das Mãos (CM) - seriam as diversas
ção, incapaz de expressar conceitos abstratos; formas que uma ou as duas mãos tomam na reali-
zação do sinal;
Capítulo 2 25

Movimento (M) - segundo Klima e Bellugi (1979), • Região de contato: seria a parte da mão que
é um parâmetro tão complexo que pode envolver entra em contato com o corpo, a qual pode ser
uma grande quantidade de formas e direções, des- por meio de um toque, um risco, um desliza-
de os movimentos internos da mão, os movimen- mento ou outros.
tos do pulso, movimentos direcionais no espaço e Os componentes não manuais, como a expressão
até conjuntos de movimentos no mesmo sinal; facial ou corporal, são elementos muito importan-
tes. Ferreira-Brito diz que há a possibilidade de que
Ponto de Articulação ou Locação (PA) - seria o esses sejam outros parâmetros, dada a sua impor-
espaço diante do corpo, ou uma região do próprio tância para diferenciar significados.
corpo, onde os sinais são articulados.
O Sistema Linguístico da Libras

A Fonologia é compreendida como a


parte da ciência linguística que analisa
as unidades mínimas sem significado de
uma língua e a sua organização interna.
Quer dizer, em qualquer língua falada,
a fonologia é organizada com base em

Fonte: HTTP://www.sites.google.com
um número restringido de sons que po-
dem ser combinados em sucessão para
formar uma unidade maior, ou seja, a
palavra. Nas Línguas de Sinais, a confi-
guração de mãos, junto com a localiza-
ção em que os sinais são produzidos, os
movimentos e as direções são as unida-
des menores que formam as palavras. A
figura 1 ilustra dois exemplos da Língua
Brasileira de Sinais. A configuração de
mão é a mesma em ambos os sinais, chamada de
Estes seriam os componentes do Plano Queroló-
/y/. A localização é diferente: enquanto a palavra
gico da LIBRAS, conforme definição de Fernan- AZAR é sinalizada no nariz, a palavra DESCUL-
des (1994), em que, nessa língua, a fonologia se- PAS é sinalizada no queixo. Também, o movimen-
ria representada pela querologia, e os queremas to é diferente, enquanto AZAR é sinalizada com
os correspondentes aos fonemas das línguas orais. um único movimento em direção ao nariz, DES-
Portanto, no nível fono-querológico, algumas das CULPAS é sinalizada com um movimento curto e
distinções entre o português e a LIBRAS seriam: repetido em direção ao queixo.
Figura 1: AZAR – DESCULPAS
PORTUGUÊS LIBRAS
Fala escrita parâmetros dactilologia
Fonemas letras (CM) (M) (PA) [C-A-S-A]
[kasa] CASA mãos d/ e [B] O TB

Para Ferreira-Brito, a orientação poderia ser um


quarto parâmetro fundamental, mas este ainda é
motivo de muita polêmica, por isso ela o define
entre os Parâmetros Secundários, que seriam:

• Disposição das mãos: o sinal pode ser feito


apenas pela mão dominante ou pelas duas,
mas, nesta última combinação, ambas pode-
riam formar o sinal ou apenas a mão domi-
nante, servindo a outra como Ponto de Articu-
lação da primeira;

• Orientação das mãos: a direção da palma da


mão, durante a realização do sinal, pode ter mu-
Fonte:

dança dessa orientação durante o movimento;


26 Capítulo 2

Na língua de sinais, também se podem analisar as para verbos que são chamados verbos de concor-
unidades mínimas mediante pares mínimos, ou dância (cf. Loew, 1980; o Lillo-Martin, 1986; Pad-
seja, pares que apresentam apenas uma unidade den, 1990; Emmorey, 1991; Quadros, 1995, 1997).
que implica mudança de significado, apresentan-
do, portanto, uma determinada função fonológi- Figura 3: Verbo DIZER na Língua Brasileira de Si-
ca na língua. PEDRA e QUEIJO formam um par nais com diferentes flexões
mínimo na Língua Brasileira de Sinais em que a
única unidade que difere nesses sinais é a configu- a) DIZER (forma infinitiva)
ração de mão; o movimento e o ponto de articula- b) DIZER (Ele disse a mim)
ção são os mesmos (ver figura 2): Figura 2: PEDRA c) DIZER (Tu disseste a ele)
e QUEIJO d) DIZER (Eu disse a vocês)

Os sinais são feitos em um espaço delimitado à


frente do sinalizador. Ferreira-Brito e Langevin
(primeiro apresentado em 1988 e, posteriormente,
publicado em Ferreira-Brito, 1995), descreveram
esse espaço na Língua Brasileira de Sinais como
ilustrado na figura 3.
Figura 3: Espaço de sinalização
Fonte: Quadros, 1997 baseado em Langevin & Ferreira Brito, 1988:01

A morfologia e, especialmente, a sintaxe des-


Fonte: Quadros, 1997 baseado em Langevin & Ferreira Brito, 1988:01

sa língua parecem ser organizadas nesse espaço.


Portanto, a formação das palavras e das frases na
Língua Brasileira de Sinais apresentam restrições
espaciais. A morfologia e a sintaxe das línguas de
sinais determinam a estrutura interna das palavras
e das frases a qual reflete o sistema computacional
da linguagem.

Por exemplo, o verbo DIZER, na Língua Brasileira


de Sinais, tem que concordar com o sujeito e o ob-
jeto indireto da frase. Como você pode observar na
figura (3), há uma relação entre pontos estabeleci-
dos no espaço e os argumentos que estão incorpo-
rados no verbo. Esse é um tipo de flexão próprio
das línguas de sinais, como observado na Língua de
Sinais Americana e na Língua Brasileira de Sinais,
Capítulo 2 27

Na Língua Brasileira de Sinais, os sinalizadores estabelecem os referentes associados com uma localização
no espaço. Tais referentes podem estar fisicamente presentes ou não. Depois de serem introduzidos no
espaço, os pontos específicos podem ser referidos ao longo do discurso. Quando os referentes estão pre-
sentes, os pontos no espaço são estabelecidos baseados na posição real ocupada pelo referente. Por exem-
plo, o sinalizador aponta para si a fim de indicar a primeira pessoa, para o interlocutor a fim de indicar a
segunda pessoa e para os outros para terceira pessoa (cf. a figura 4). Quando os referentes estão ausentes
do discurso, são estabelecidos pontos abstratos no espaço (cf. figura 5).

Fonte: Quadros, 1997:51 adaptado de Lillo-Martin e Klima, 1990:192 / Quadros, 1997:52 adaptado de Lillo-Martin e
Klima, 1990:193

Os sinais manuais são frequentemente acompa- ATIVIDADE |


nhados por expressões faciais que podem ser consi- 1. Complete o quadro abaixo, considerando as
deradas gramaticais (para mais detalhes ver Bahan, diferenças que você observa entre a produções
1995 e Quadros, 1999). Tais expressões são chama- na Língua Portuguesa e na Língua Brasileira
das de marcações não manuais. de Sinais.
Língua
Língua
Apesar da sucinta apresentação de alguns estudos Diferenças Brasileira
Portuguesa
das línguas de sinais, os mecanismos espaciais e fa- De Sinais
ciais aqui ilustrados refletem a existência de uma Canal de Oral-auditivo
estrutura complexa. O estudo das línguas de sinais comunicação
indica que tais línguas são altamente restringidas Interações Experiências
por princípios gerais que restringem as línguas culturas baseada nos
sons
humanas. Portanto, as línguas de sinais como a
Língua Brasileira de Sinais são, apenas, mais uma Estrutura que Fonologia
especifica
instância das línguas que expressam a capacidade as unidades
humana para a linguagem. mínimas
28 Capítulo 2

2. Agora complete o quadro abaixo, conside- FIQUE LIGADO!


rando as semelhanças que você observa entre
as produções na Língua Portuguesa e na Lín-
gua Brasileira de Sinais.
Língua
Língua
Semelhanças Brasileira
Portuguesa
de Sinais.

3. A estrutura da LIBRAS é constituída com


base em parâmetros que se combinam. Cite e
descreve os parâmetros principais.
CM – (______________________________)
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________

M- (________________________________)
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________

PA- (________________________________)
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________

4. A luta dos surdos pela oficialização da Li-


bras, em âmbito nacional, culminou em grande
vitória. Cite a lei e o decreto que oficializaram
e regulamentarm a Libras, respectivamente.
LEI nº ______________________________
Fonte: http://libraseducandosurdos.blogspot.com

Decreto nº ___________________________

5. Marcações não manuais, frequentemente


acompanham os sinais manuais, podendo ser
considerados gramaticais. Como são chamadas
essas marcações ?

6. Estude o vocabulário abaixo e tente se comu-


nicar em LIBRAS. Boa sorte!
Capítulo 2 29

Língua de Sinais - sinais gestuais que podem expressar


letras, palavras ou frases inteiras e nos quais, devem-se
considerar cinco parâmetros: a localização, a forma da
mão, a orientação, os movimentos e a expressão facial.

Morphema - unidade mínima de significação composto


por três quiremas: ponto de articulação (pa); configura-
ção das mãos (cm);movimento (m).

Quirema - segmento mínimo sinalizado. Corresponde ao


fonema das línguas faladas.

Datilologia - Forma de soletrar palavras com as mãos.


Muito utilizado para nome próprio, nome de pessoas,
nome geográfico e palavras estrangeiras. No entanto,
nem todos os nomes de pesoas são soletrados. Frequen-
temente, cria-se um sinal específico para se referir a uma
determinada pessoa. Não é universal. Países diferentes
possuem sinais datilológicos diferentes.

Bilinguismo - falar duas línguas ou falar uma oral e outra


sinalizada.

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Elizabeth Oliveira Crepaldi de. Leitu-
ra e surdez: um estudo com adultos não oraliza-
dos. Rio d janeiro: Ed. REVINTER. 2000.
Fonte: http://libraseducandosurdos.blogspot.com

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Educação Especial. Ensino da língua portugue-
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gógica. Brasília: MEC/SEESP, 2002. Volumes
1 e 2.

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língua de sinais.Rio de Janeiro: Tempo Brasilei-
ro: UFRJ, 1995.
GLOSSÁRIO
BOTELHO, Paula. Linguagem e letramento
Casamento Endogâmico - espécie de tradição na narrativa na educação dos surdos-Ideologias e práticas
do texto bíblico, que impõe, ou, ao menos, recomenda,
pedagógicas. Belo Horizonte: Ed. Autêntica,
o casamento no interior do clã, ou seja, o cônjuge deve
2002.
ser encontrado no seio do parentesco ou mesmo da li-
nhagem.
BOTELHO, Paula. Segredos e silêncios na edu-
PIDGIN - Português Sinalizado - a utilização de uma cação dos surdos. Belo Horizonte: Autêntica,
língua com a estrutura de outra. As línguas de sinais têm 1998.
a sua própria estrutura. É incorreto fazer os sinais das Li-
bras seguindo a estrutura da língua portuguesa. DANESI, Marlene Canarim (org.). O admirável
mundo dos surdos: novos olhares do fonoaudi-
30 Capítulo 2

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SKLIAR, Carlos (org.). Um olhar sobre as dife-


renças. Porto Alegre: Ed. Mediação, 1998.

SKLIAR, Carlos (org.). Atualidade da educação


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SKLIAR, Carlos. La educación de los sordos:


Una reconstrucción histórica, cognitiva y peda-
gógica. Mendoza: Ed. Ediunc, 1997.

SKLIAR, Carlos (org.). Educação & exclusão:


abordagens socioantropológicas em educação
especial. Porto Alegre: Ed. Mediação, 1997.

SOUZA. Regina Maria de. Que palavra te falta?


Linguística, educação e surdez: considerações
epistemológicas a partir da surdez.São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
3
Capítulo 3 31

Sistema de Transcrição
Características e
Produção Textual da
LIBRAS
Profa. Kilma Gouveia de Melo
Carga Horária | 15 horas

Objetivos Específicos
• Apresentar o ensino e aprendizagem da LIBRAS em situações contextualiza-
das como elemento de comunicação.

Introdução
Neste capítulo, veremos o Sistema de Transcrição da LIBRAS e daremos conti-
nuidade ao estudo dos aspectos linguísticos da Língua Brasileira de Sinais, abor-
dando noções de morfologia, tendo como enfoque o substantivo, o verbo, o
adjetivo e os numerais.

1. Sistema de Transcrição da LIBRAS


A LIBRAS é uma língua de modalidade gestual-visual com características pró-
prias, em todos os níveis gramaticais. Assim, quando precisamos escrever LI-
BRAS em português, é necessário usar convenções utilizadas por pesquisadores
de línguas de sinais. Vamos citar, aqui, Tanya Felipe e Myrna Monteiro, que nos
trazem várias considerações sobre essa temática (2001):

• Como os sinais da LIBRAS são realizados no espaço, para representá-los,


são usados os léxicos da língua portuguesa (LP) através de letras maiúsculas.
Exemplos: MENINO, BOLA, BRINCAR, etc.

• Alguns sinais da LIBRAS são representados utilizando-se duas ou mais pa-


lavras em língua portuguesa. Esses sinais são representados pelas palavras
correspondentes separadas por hífen. Exemplos: NÃO-PODER, MEIO-DIA,
NÃO-GOSTAR, etc.

• Quando um sinal é composto, isto é, dá ideia de uma única coisa, mas é forma-
do por dois ou mais sinais, é representado por duas ou mais palavras da língua
portuguesa separadas pelo símbolo ^. Exemplo: FACA^CORTAR = cortar.
32 Capítulo 3

• Não há desinências para gênero (masculino e Esta é a palavra em português G-I-R-A-F-A es-
feminino) em LIBRAS. O sinal para represen- crita utilizando o alfabeto manual de LIBRAS
tar a palavra da língua portuguesa que possui – Língua Brasileira de Sinais!
essas marcas será o símbolo @, que substituirá
a última letra da palavra escrita com letras mai-
úsculas. Exemplo: AMIG@; BONIT@;FEI@.

• Não há desinência para plural na LIBRAS.

Fonte:
Pode haver uma marca de plural pela repetição
do sinal ou alongamento do movimento, que
será representada por uma cruz no lado direito A datilologia é a soletração de uma palavra usando
acima da palavra que representa o sinal: o alfabeto manual de LIBRAS.
Exemplos:
CRIANÇA + “muitas crianças”; CARRO + Na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, pode-
“muitos carros” mos nos referir ao animal usando a datilologia,
alfabeto manual em que cada sinal corresponde a
• Os verbos que se referem a lugar ou a pessoas uma letra (imagens acima), mas também podemos
gramaticais e movimento direcionado serão re- utilizar um sinal específico para a palavra girafa,
presentados pela palavra correspondente com chamado de “sinal da girafa”, como mostra a ima-
uma letra em subscrito, que indicará: gem abaixo.

a) O lugar: Já o sinal é formado com base na combinação do
i = ponto próximo à 1ª pessoa movimento das mãos com um determinado for-
j = ponto próximo à 2ª pessoa mato (que chamamos configuração de mãos de LI-
k e k = pontos próximos à 3ª pessoa BRAS), em um determinado lugar, podendo este
e = esquerda ser uma parte do corpo ou um espaço em frente
d = direita ao corpo.

Fonte: www.acessobrasil.org.br/LIBRAS
b) As pessoas: SINAL DA GIRAFA
1º 2º
1s,2s,3s = 1ª ,2ª,3ª pessoas do singular
1d,2d,3d = 1ª, 2ª,3ª pessoas do dual
1p,2p,3p = 1ª,2ª,3ª pessoas do plural

Exemplos:
1s ENTREGAR 2s “Eu entrego para você”
2s DAR 3p “Você deu para eles/elas”.
Kd ANDAR Ke “Andar da direita (d) para a
esquerda (e).”
A datilologia é mais usada para expressar nome de
• Nome de pessoas, localidades, objetos e outras pessoas, localidades e outras palavras que não pos-
palavras quaisquer que não tenham um sinal suem um sinal específico. Às vezes, uma palavra da
são representados pela datilologia (soletração língua portuguesa que, por empréstimo, passou a
do alfabeto manual) e transcritas pela palavra pertencer a LIBRAS por ser expressa pelo alfabe-
separada, letra por letra, por hífen. Exemplo: to manual com uma incorporação de movimento
C-A-S-A-M-E-N-T-O; J-O-Ã-O; M-A-R-I-A. próprio desta língua, será apresentada pela soletra-
– G-I-R-A-F-A na língua brasileira de sinais ção ou parte da soletração como as palavras “reais”
(usando a datilologia) e “nunca”, por exemplos: N-U-N-C-A,”nunca.”

Uma pessoa que não é surda pode usar a datilolo-


gia quando ela não sabe o sinal correspondente do
que quer falar com um surdo. Então, para o surdo
entender do que se trata devemos soletrar usando
Fonte:

o alfabeto manual.
Capítulo 3 33

2. Aspectos Linguísticos Quando o sinal que possui marca de gênero (mas-


Morfológicos culino e feminino) é escrito em língua portuguesa
(LP), usa-se o símbolo @ para dar a ideia de au-
2.1 Substantivo sência e/ou neutralidade. Exemplo: CUNHAD@,
PRIM@ VOV@, como já foi descrito acima.
Os substantivos em LIBRAS não apresentam fle-
xão de gênero: não há desinência para marcar o gê- 2.2 Verbo
nero nos sinais. Isso acontece também com adjeti-
vos, pronomes e numerais. Quando se quer marcar De acordo com Quadros e Karnopp (2004), os ver-
o gênero do substantivo, faz-se o sinal e acrescenta- bos em LIBRAS estão divididos em três classes:
-se o sinal de HOMEM e MULHER.
a. Verbos sem concordância: Eles não se fle-
Exemplos: xionam em pessoa e número. Exemplos:
PULAR, AMAR, BRIGAR, ARREPEN-
MENINO: sinal de homem + sinal de criança DER, CONVERSAR, NADAR, DANÇAR,
MENINA: sinal de mulher + sinal de criança LER,PENSAR, ANDAR e outros.

Fonte: http://libraseducandosurdos.blogspot.com
34
Capítulo 3

Fonte: http://libraseducandosurdos.blogspot.com
Capítulo 3 35

b. Verbos com concordância: são os verbos que se flexionam em pessoa e número – têm movimentos.
Exemplos: ABENÇOAR fig.1, ABRIR (recipiente) fig.2, ABRIR (janela) fig. 3, ABRIR (armário) fig.5,
ACUSAR fig 6, ABRIR (porta) fig 7, entre outros.

Fonte: http://adoniranmelo.blogspot.com.br/2010/05/verbos-na-LIBRAS.html
36 Capítulo 3

c. Verbos espaciais: Eles têm ação e direção. Ex: AJOELHAR - fig.1, AGRADECER- fig.3 e CHEGAR
– fig.4. Alguns têm uma forma icônica na maneira de realizar o sinal. Ex: AJOELHAR - fig.1 e CHO-
RAR – fig.6.

Fonte: http://adoniranmelo.blogspot.com.br/2010/05/verbos-na-LIBRAS.html
Capítulo 3 37

d. especificidade de alguns verbos: Outros Exemplos:

Em LIBRAS, alguns verbos possuem algumas espe- a) 1sIR2s COMER! “Vou comer!”
cificidades. São elas: a) 2sIR1s COMER! “Vamos comer!”

• Alguns verbos incorporam o objeto: não há ne- b) 1sIR2s BEBER! “Vou beber!”
cessidade de sinalizar o verbo e o objeto para b) 2sIR1s BEBER! “Vamos beber!”
estruturar a oração, porque o complemento é
incorporado pelo sinal do verbo, complemen- c) 1sIR2s DANÇAR! “Vou dançar”
tado pelo movimento realizado ao produzir o c) 2sIR1s DANÇAR! “Vamos dançar!”
sinal. Exemplos: COMER, BEBER, etc.
Os verbos do segundo grupo podem também ser
• Os verbos que representam fenômenos da na- subdivididos em:
tureza são impessoais (não têm sujeito). Exem-
plos: CHOVER, NEVAR, TROVEJAR, etc. • Verbos que possuem concordância número-
-pessoal: a orientação marca as pessoas do dis-
• Pode acontecer a incorporação da negação em curso. O ponto inicial concorda com o sujeito
alguns verbos que possuem um determinado e o final com o objeto. Com já se podem conhe-
movimento em um primeiro, e se finaliza com cer as pessoas do discurso com base na orien-
um movimento contrário, que caracteriza a tação, geralmente não se utilizam os pronomes
negação incorporada, como nos verbos: QUE- pessoais com esse tipo de verbo. Exemplos:
RER/ QUERER NÃO; GOSTAR/GOSTAR
NÃO. • Verbos classificadores: a configuração de mão
é uma marca de concordância de gênero: PES-
• A negação, segundo Tanya Felipe, pode tam- SOA, ANIMAL, COISA, VEÍCULO. Verbos
bém se incorporar simultaneamente ao movi- que possuem concordância de gênero são cha-
mento ou expressão corporal como nos verbos: mados de verbo classificador porque concorda
TER/ TER NÃO; PODER/PODER NÃO. com o sujeito ou objeto da frase. Por exemplo,
o verbo CAIR que, dependendo do sujeito da
• A negação, além de poder ocorrer por meio frase, terá uma configuração para concordar
desses processos morfológicos acima, pode com a pessoa, a coisa, o animal ou o veículo:
também ocorrer sintaticamente porque, me-
diante os advérbios “NÃO” e “NADA”, pode-
-se construir uma frase negativa, como no SAIBA MAIS!
exemplo: EU INGLÊS SABER NÃO, EN- oniran Melo para ve
r
TENDER NADA. “Eu não sei inglês, não en- Acesse o site de Ad
ento.
os verbos em movim
tendo nada”.
.
elo .b lo gs po t.c om
ht tp :// ad on ira nm ml
a-LIBRAS.ht
• O verbo IR e suas variações br/2010/05/verbos-n
Na LIBRAS, o verbo “IR” possui uma forma
neutra como a maioria dos verbos da LIBRAS,
mas possui também formas que marcam fle- 2.3 Adjetivos
xões pessoais que podem ser empréstimos da
forma verbal em português, representadas Os adjetivos são sinais que formam uma classe
através de sinais soletrados ou do uso do parâ- específica na LIBRAS e sempre estão na forma
metro – direcionalidade para: V-A-I e V- O-U; neutra, não havendo, portanto, nem marca para
1sIR2s e 2sIR1s: gênero (masculino e feminino), nem para número
(singular e plural).
Exemplos:
Muitos adjetivos, por serem descritivos, apresen-
a. VOCÊ IR TRABALHAR? V-A-I? tam iconicamente uma qualidade do objeto, de-
b. EU IRaceno de cabeça afirmativamente ou senhando-a no ar ou mostrando-se a mediante o
EU V-O-Uaceno de cabeça afirmativamente. objeto ou o corpo do emissor.
38 Capítulo 3

Em português, quando uma pessoa se refere a um objeto arredondado, quadrado, listrado, entre outros,
está também descrevendo, mas, em LIBRAS, esse processo é mais simples, mais “transparente”, porque o
formato ou a textura é traçado no espaço ou no corpo do emissor, em uma tridimensionalidade permitida
pela modalidade da língua.

Em relação à colocação dos adjetivos na frase, eles geralmente vêm, após o substantivo que qualifica.
Exemplos:

1. EU PASSADO GORD@ PORQUE COMERmuito, AGORA EU EMAGRECER PORQUE EU CO-


MER POUCO COMER EVITAR.

2. ME@ CARRO BONIT@ 1sVER CARRO veículoMOVER FEI@.

3. EU VER MULHER BONIT@ CABELO-CREP@. MAS ME@ ESPOS@ CABELO-LIS@ LIS@.

4. LEÃ@ ENORME CORPO AMARL@. É PERIGOS@.

5. RAT@ PEQUEN@, PRET@, ESPET@.

Conheça alguns adjetivos em LIBRAS.

Fonte: http://libraseducandosurdos.blogspot.com
Capítulo 3 39

Fonte: http://libraseducandosurdos.blogspot.com
SAIBA MAIS!
in-
o, para obter outras
Acesse os sites abaix Co nfi ra os exe m-
RA S.
formações sobre a LIB HT TP :// ww w.
do o site:
plos citados, acessan e ap rov eit e pa ra
RAS
acessobrasil.org.br/LIB S.
da LIB RA
treinar alguns sinais
Fonte:

a/
azul.com.br/novoea
http://editora-arara- e/
.br /p ag
http://www.feneis.com
p:/ /w ww.in es. go v.b r/default.aspx Numerais Cardinais
htt

Há formas diferentes para sinalizar quantidades e


cardinais até o numeral 10. A partir do 11, as for-
2.4 Numerais mas são idênticas, ou seja basta juntar os sinais dos
cardinais que formam o outro número.
Assim como na língua portuguesa, na LIBRAS,
também, existem formas diferentes para apresen- Numerais Ordinais
tar cada tipo de numeral. Não se pode utilizar a
mesma configuração de mão para a quantidade, Os numerais ordinais, do primeiro (1º) até o nono
para o numeral cardinal e para o ordinal. É neces- (9º), têm as mesmas formas dos cardinais, mas com
sária a observação do contexto em que o numeral uma diferença: os ordinais possuem movimentos,
aparece: se indica ordem, quantidade, medida, ida- os outros não. Os ordinais do primeiro (1º) ao
de, horas, valor monetário, etc. quarto (4º) têm movimentos para cima e para bai-
40 Capítulo 3

xo, enquanto os do quinto (5º) ao nono (9º) movimentam-se para os lados. A partir de dez, cardinais e
ordinais são realizados de forma idêntica.

Fonte:
Valores Monetários - expressão interrogativa ”QUANTAS HORAS”,
tem um acréscimo da expressão facial para frase
Em LIBRAS, para se representar os valores monetá- interrogativa. Esse sinal está sempre relacionada ao
rios de um até nove reais, usa-se o sinal do numeral tempo gasto para se realizar alguma atividade. A
correspondente ao valor, incorporando a este o si- esse sinal, podem-se incorporar os quantificadores:
nal VÍRGULA. Por isso, o numeral, para valor mo- 2, 3, e 4 mas, a partir da quinta hora, já não há
netário, terá pequenos movimentos rotativos. Po- mais essa incorporação.
dem ser usados também, para esses valores acima,
os sinais dos numerais correspondentes, seguidos Exemplos:
dos sinais soletrados R-L “real” ou R”real/reais”.
1- QUE-HORA?
As Horas
•AULA COMEÇAR QUE-HORA AQUI?
Na LIBRAS, há dois sinais para se referirem à hora:
um para se referir ao horário cronológico e outro •VOCÊ TRABALHAR COMEÇAR QUE-
para a duração. O sinal HORA, com o sentido de -HORA?
tempo cronológico, é sinalizado por um apontar
para o pulso e, quando utilizado em frase inter- •AULA TERMINAR QUE-HORA?
rogativa - expressão interrogativa ”QUE-HORA?”,
tem um acréscimo da expressão facial para frase •VOCÊ ACORDAR QUE-HORA?
interrogativa. Com relação às horas do dia, sina-
liza-se o sinal HORA, seguido de numerais para •VOCÊ DORMIR QUE-HORA?
quantidade. Após doze horas, não se continua a
contagem, começa-se a contar novamente: HORA Interrogativa
1, HORA 2, HORA 3, acrescentando o sinal TAR-
DE, quando necessário, porque geralmente, pelo 2-QUANTAS-HORAS?
contexto, já se sabe se o sinalizador está se referin-
do à manhã, tarde, noite ou madrugada. •VIAJAR SÃO-PAULO QUANTAS-HORAS?

O sinal HORA, com o sentido de tempo decorrido •TRABALHAR ESCOLA QUANTAS-HORAS?


ou duração, é sinalizado por um círculo ao redor
do rosto e, quando utilizado em frase interrogativa
Capítulo 3 41

SAIBA MAIS!
ria linguística
Os surdos como mino ssem
municações que pude
os ho me ns co me ça ram a desenvolver co ráf ico s de lim ita dos
Não se tem registro
de quando
na est á div idi da nos espaços geog lín gu a
guas. Hoje a raça hu
ma , que possui a
ser consideradas lín gu a ou lín gu as ofi ciais como o Canadá nte , mo no -
nação tem sua lín o, politicame
politicamente e cada po ssu em so me nte uma língua oficial sã ng ue s.
Os países qu e as polilí
inglesa e a francesa. e possuem mais de du
qu e po ssu em du as são bilíngues e os qu
língues, os ão,
de etnia e/ou imigraç
mi no ria s lin gu ísti cas que, por motivo mi no ria s co ab i-
íses, existem as oficiais dos paíse
s onde estas
Mas, em todos os pa m, em bo ra as lín gu íge na s no Bra sil e no s
de orige caso das tribos ind
mantêm suas línguas ou tra s. Ess e é o
línguas de ori ge m,
fazem parte, sejam nuam utilizando suas
tam ou politicamente tes qu e se organizam e conti nte são discriminados
do s im igr an s ge ral me
Estados Unidos e Fra nç a. Os ind iví du os dessas minoria
idos e na nidades.
como nos Estados Un rticipar das duas comu
am se tor na r bil íng ues para poderem pa
e precis um
a comunidade, por alg
cia l e ind ivi du al, o primeiro é quando um ap ren de r ou tra lín -
uismo so indivíduo para
Pode-se falar de biling un do é a op çã o de um
nam ind iví du os
r duas línguas, o seg rias linguísticas se tor
motivo, precisa utiliza ral me nte os membros das mino gu as dis tintas.
ter na . Ge m lín
gua além da sua ma co mu nid ad es lin guísticas que utiliza
inseridos em
bilíngues por estarem por causa da imi-
gu ísti ca s co mo outras, mas não e
os surdos são mino ria s lin oficial da comunidad
Em todos os países, ia na sce de fam ília s que falam a língua an iza rem em
já que a maior por se org
gração ou da etnia, o minoria linguística
al tam bé m pe rte nc em por etnia; eles sã o de um a lín gu a gestual-visual por
to-
maior, à qu raç ão é a uti liza çã
há repressã o de su a
or principal de integ um espaço onde não
associações cujo fat á no fat o de ter em
am pa ra ma nte rem
a integração est que mais lhes satisfaç
dos os associados. Su exp res sarem-se da maneira
rdo , po de nd o
condição de su comunicação.
prazerosa no ato de
entre si uma situação nte, é
que levam, geralme
tro s pa íse s, for ma ndo guetos, a língua de im igr am , mas
vão para ou no país para on
Quando imigrantes peita da , co mo lín gu a,
serem utilizadas por
a cultura, sendo res gestual-visual e por
a língua oficial de su tra mo da lid ad e -
, se expressar como
s, por serem de ou , na maioria das vezes
as línguas dos surdo nã o po de rem olas e
“deficientes” - po r serem usadas nas esc
pessoas consideradas as e, até be m po uc o tempo, proibidas de
restigiad
ouvintes - eram desp .
sa de cri an ça su rda com pais ouvintes
em ca esse tipo
o e se pensava que
de sco nh eci me nto , gerou um preconceit mu nic an do por “mí-
Esse desrespeito, fru
to de um e se os su rdos ficassem se co -
surdo não poderia ser
lín gu a que foram desenvolvi
de comunicação do a ofi cia l de seu pa ís. Mas as pesquisas de r ap ren de r
deriam a língu ança surda pu
mica”, eles não apren rop a mo str ara m o contrário. Se uma cri ma is fac ilid ad e em
s e na Eu terá
das nos Estados Unido qual está inserida, ela sse
sin ais da su a co munidade surda, na qu al tam bé m pe rtencerá porque, ne
a língua de nid ad e ou vin te a na me nto e
l-auditiva da comu , ela já trará internali
zado o funcio
aprender a língua ora os so ns qu e em ite ces so de ap ren -
aprendizado, que nã
o pode ouvir eber em seu pro
um a lín gu a de sin ais, a qual pôde rec um pro ces so na tur al e
as estruturas linguísti
cas de língua por
o para adquirir uma
em um fee db ac k que serviu de reforç
dizag
espontâneo. s, variando ape-
ba sea da s em universais linguístico ,
as as línguas se edific
am máticas particulares
Isso ocorre porque tod al- au dit iva ou ge stual-visual) e suas gra e a uti liza . Da í
a modalidade (or ltura da comunidade
linguística qu
nas em termos de su ão , co m ba se na cu r ou tra , já qu e ela s,
cada geraç a qualque
transformando- se a a língua é superior ndo ser
eit o e ing en uid ad e dizer, hoje, que um nô mi co s ou tec nológicos, não pode
é preconc m do s fat ore s eco
ísticos, independe da, primitivas.
como sistemas lingu s, su bdesenvolvidas ou, ain
de sen vo lvi da
classificadas em m. Uma criança
mu nid ad es lin guísticas que a utiliza de-
mam por meio da s co r ficar com um bom
As línguas se transfor nid ad e Su rda de sua cidade para pode as co mu nid ad es,
egrar à Comu estão em du
surda precisará se int de ssa co mu nid ad e. Como os surdos da ou tra .
de sinais mpreens ão
sempenho na língua a língua ajuda na co
am ma nte r ess e bil inguismo social, e, um
precis
ntexto /
Fonte: LIBRAS em co d-LIBRAS -em-contexto
ww.ba ixe tur bo .or g/2011/11/downloa
http://w
42 Capítulo 3

FIQUE LIGADO!
RESUMO
Jogos em Libras
Exercite-se brincando, Você pode acessar este site Este capítulo abordou o Sistema de
e procurar outros para testar sua percepção. BOA Transcrição da LIBRAS e deu continui-
SORTE! dade ao estudo dos aspectos linguísti-
http://www.educajogos.com.br/jogos-educativos cos da Língua Brasileira de Sinais. Você
pode perceber que uma semelhança
entre as línguas é que todas são estru-
ATIVIDADES | turadas com base em unidades mínimas
1. Pesquise e faça uma lista de: que formam unidades mais complexas,
ou seja, todas possuem os seguintes ní-
a) Cinco sinais realizados em diferentes Pontos veis linguísticos: o fonológico, o morfo-
de Articulação (PA ). lógico, o sintático e o semântico. Neste
capítulo, abordamos noções de morfo-
b) Cinco sinais com a mesma Configuração de logia tendo como enfoque o substanti-
Mãos (CM). vo, o verbo, o adjetivo e os numerais. O
que é denominado palavra ou item lexi-
cal, nas línguas orais auditivas, são de-
c) Cinco sinais com diferentes Movimentos (M). nominados sinais nas línguas de sinais.
2. Revise todo o repertório de sinais que você
aprendeu até aqui. Para isso, exercite-se em
frente a um espelho.

3. Você já tem uma bagagem linguística muito GLOSSÁRIO


boa em LIBRAS e já conhece bastantes nomes
e verbos. Então, construa, pelo menos, três fra- Processos Morfológicos - processo de decomposição
ses usando as convenções do Sistema de Trans- das palavras em suas várias formas mínimas.
crição e sinalize para um colega.
Desinências - elementos colocados no final das palavras
para indicar certos aspectos gramaticais que classificam
4. Descreva, por escrito, a formação dos sinais a os substantivos e adjetivos em masculino e feminino. Ex:
seguir, e sinalize para um colega ou para alguém menina – menino; singular e plural: meninas – meninos.
da sua família os Sinais que você descreveu.
Forma Icônica - apresenta uma qualidade do objeto, de-
a) 10 senhado no ar ou mostrado no objeto ou no corpo do
b) 205 emissor, em tridimensionalidade permitida pela modalida-
c) 32 de da língua.
d) 47
e) R$ 69 Parâmetro - articulações das mãos, que podem ser com-
paradas aos fonemas e, às vezes, aos morfemas. Em LI-
f) 8h
BRAS, os parâmetros podem ser comparados a “peda-
cinhos” de um sinal porque, no nível morfológico, eles
5. RESPEITO – é uma necessidade concreta podem ter significado, sendo, portanto, morfemas. São
dos 345 mil surdos brasileiros a quem ainda eles: configuração de mão, ponto de articulação, movi-
são negados direitos básicos, como o da comu- mento e orientação.
nicação. Ilhados em sua linguagem e cercados
pelo preconceito, eles seguem estrangeiros no Incorporação da Negação - alguns verbos que possuem
País. Esse texto faz parte de uma reportagem um determinado movimento em um primeiro e finaliza-se
feita pelo Jornal do Comércio (Ano 2 – nú- com um movimento contrário, que caracteriza a negação
mero 56 – Recife) no dia 06 de maio de 2012. incorporada, como nos verbos: QUERER/QUERER NÃO;
GOSTAR/GOSTAR NÃO
Pesquise, sintetize e comente essa relevante re-
portagem, de Bruna Cabral.
Capítulo 3 43

REFERÊNCIAS
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de
língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasilei-
ro: UFRJ, 1995.

Felipe, Tanya A. LIBRAS em contexto: curso bá-


sico, livro do estudante cursista/ Tanya A. Fe-
lipe – Brasília: Programa Nacional de Apoio à
Educação dos Surdos, MEC; SEESP, 2001. 164
p.il.

Quadros, Ronice Muller de Educação de sur-


dos: a aquisição da linguagem/ Ronice Mul-
ler de Quadros._ Porto Alegre: Artes Médicas,
1997. Surdez – Educação – I Título

Quadros, Ronice Muller de Língua de Sinais


brasileira: estudos linguísticos/ Ronice Muller
de Quadros e Lodenir Becker Karnopp. – Porto
Alegre: Artmed, 2004. 1.Línguística – Língua
de Sinais –Surdos – Brasil. Karnopp, Lodenir
Becker. II. Título.
4
Capítulo 4 45

Educação Inclusiva
para Estudantes Surdos
Sala de Atendimento
Educacional - AEE
Profa. Kilma Gouveia de Melo
Carga Horária | 15 horas

Objetivos Específicos
• Refletir sobre a questão da educação inclusiva de estudantes surdos e sobre a
dimensão e características da sala de atendimento educacional – AEE;

• Estimular o conhecimento básico da LIBRAS em situações contextualizadas,


como elemento de comunicação.

Introdução
Neste capítulo, iremos verificar as condições necessárias para a educação inclusi-
va de estudantes surdos, a dimensão e as características da sala de atendimento
educacional – AEE, que dão o suporte para a exposição e o estudo dos conteúdos
curriculares abordados na sala de aula regular inclusiva. Daremos continuidade,
ainda, às características da LIBRAS, observando seu aspecto morfológico e reven-
do algumas que a fazem uma língua completa.

1. Educação Inclusiva para Estudantes Surdos


A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(2008) concebe a escola como um espaço de todos, no qual cada aluno tem possi-
bilidade de aprender, valendo-se de suas aptidões e capacidades, a expressar suas
ideias livremente e a se desenvolver como cidadãos, nas suas diferenças.

Cristiane T. Sampaio e Sônia R. Sampaio, na sua obra Educação Inclusiva - o pro-


fessor mediando para a vida, escrevem: “Os diferentes ritmos, comportamentos,
experiências imprimem ao cotidiano escolar a possibilidade de troca de repertó-
rios, de visões de mundo, confrontos, ajuda mútua e consequente ampliação das
capacidades individuais.”

A Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação publica uma co-


leção sobre a Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, abordan-
do um novo conceito de educação especial. A política enseja novas práticas de
46 Capítulo 4

ensino, tendo em vista atender às especificida- • Atendimento Educacional Especializado de


des dos alunos que constituem seu público alvo LIBRAS.
e garantir a todos o direito à educação. Dessa
forma, trazendo contribuições para o entendi- • Atendimento Educacional Especializado de
mento dessa escola e de seus serviços, vai tratar Língua Portuguesa.
da interface entre o direito de todos à educação
e o direito à diferença, perpassando todas as 2.1 Atendimento Educacional
transformações que a escola precisa fazer para Especializado em LIBRAS
se tornar um ambiente educacional inclusivo
(Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Proposta que possibilita a relação dos alunos com
Inclusão Escolar - 2010). o currículo escolar, reformulando ideais e amplian-
do conhecimentos acerca dos temas desenvolvidos
A Língua de Sinais é, certamente, o principal meio em LIBRAS (L1- 1ªlíngua) e Português (L2 – 2ª
de comunicação entre as pessoas com surdez. Con- língua), favorecendo o desenvolvimento de todo o
tudo, o seu uso nas escolas comuns e especiais, por processo educativo.
si só, resolveria o problema da educação escolar da
pessoa surda?

Uma das inovações trazidas pela Política Nacional


de Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva (2008) é o Atendimento Educacional
Especializado – AEE, um serviço da educação es-
pecial que “[...] identifica, elabora e organiza recur-
sos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem
as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando suas necessidades específicas” (SE-
ESP/MEC, 2008).

Fonte: HTTP://www.sites.google.com
2. Sala de Atendimento Educacional
Especializado - SAEE
O decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008,
que dispõe sobre o Atendimento Educacional Es-
pecializado, destina recursos do Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação Básica – FUN-
DEB ao AEE de alunos com deficiência, transtor-
nos globais do desenvolvimento e altas habilida-
des/superdotação, matriculados na rede pública 2.2 Atendimento Educacional
de ensino regular, admitindo o cômputo duplo da Especializado de LIBRAS
matrícula desses alunos em classe comum do ensi-
no regular público e no AEE, concomitantemente, O estudo e a pesquisa dos termos técnico-científi-
conforme registro no Censo Escolar. cos das diferentes áreas do conhecimento, em LI-
BRAS, estão em processo de desenvolvimento, cuja
A Educação Inclusiva contrapõe a Educação Es- sistematização visa ampliar o léxico da LIBRAS e
pecial e é pautada na valorização das diferenças, realizá-lo na interação entre alunos, professores e
reconhecendo habilidades e competências. tradutores/intérpretes da LIBRAS.

Conforme Damázio (2007), o AEE envolve três A criação e organização desses termos em LIBRAS
momentos didáticos pedagógicos: são fundamentais para subsidiar o tradutor/in-
térprete e o professor bilíngue a trabalhar em LI-
• Atendimento Educacional Especializado em BRAS, em seus vários contextos científicos.
LIBRAS.
Capítulo 4 47

• Desenvolver referencial teórico que possibilite Segundo Eduardo Lucizano e Mônica Gargalaka,
a apreensão de termos inerentes ao conheci- o método, normalmente, é o principal meio de co-
mento científico; municação. Em geral, o ensino acontece em grupo,
ou seja, se incluem aí o fato social e a interação.
• Construir conceitos em sala de aula e possibili- Toda a metodologia deve ser bem visual, pois o
tar ampliação das competências linguísticas da canal mais importante para o surdo é a visão. Na
pessoa com surdez em LIBRAS e em Língua leitura, as crianças fazem suas hipóteses sobre o
Portuguesa. funcionamento da língua portuguesa, as quais, ela-
boradas visualmente, serão testadas à medida que
• Gerar novas convenções em glossários e dicio- as crianças surdas tenham acesso às atividades que
nários da LIBRAS. envolvem a escrita. Caso o aluno tenha conheci-
mento em LIBRAS, a situação se torna ainda mais
favorável. O trabalho é lento, porém mais fácil, já
que, durante as aulas, sempre existe o paralelo com

Fonte: HTTP://www.sites.google.com
a língua de sinais. O professor trabalha com temas
e, por meio dessa estratégia, formula textos com
histórias dos alunos, ensinando conceitos, leitura,
escrita, entre outros.

A aprendizagem da língua portuguesa propicia ao


aluno com surdez autonomia e efetiva comunica-
ção com as pessoas ouvintes, especialmente pelo
uso da mídia via internet, celular e cartas.
A professora no AEE ensina em LIBRAS, cons-
truindo com o aluno conceitos sobre o ciclo de Tarefas do Professor de Alunos com Surdez
na Sala de Atendimento Educacional
vida da Taenia Solium, por meio de recursos visu-
ais, tais como uma maquete, um cartaz e um esque- Especializado - Aee
leto humano.
• Acolhimento dos alunos, que precisam ser va-
lorizados para uma relação de respeito e con-
2.3 Atendimento Educacional
fiança com os professores da SAEE.
Especializado de Língua Portuguesa
• Identificação de habilidades e necessidades
A proposta didático pedagógica para o ensino de educacionais específicas, contemplando a ava-
português aos alunos com surdez se orienta pela liação inicial do conhecimento dos alunos.
concepção bilíngue - LIBRAS e Português escrito,
como línguas de instrução desses alunos. A escola • Estudo dos termos científicos em LIBRAS,
constitui o local da aprendizagem formal da lín- próprios das áreas a serem estudadas.
gua portuguesa na modalidade escrita, em seus
vários níveis de desenvolvimento. Na educação • Identificação, organização e produção de re-
bilíngue, os alunos e professores utilizam as duas cursos didáticos acessíveis, para serem usados
línguas em diversas situações do cotidiano e das nas ilustrações das aulas.
práticas discursivas.
• Articulação com o Coordenador Pedagógico,
Pretende-se desenvolver a competência gramatical para garantir vez e voz nos Conselhos de Clas-
ou linguística, bem como a textual nos estudantes ses, Planejamentos e outras atividades pedagó-
com surdez. gicas desenvolvidas pela escola.

• Garantia da participação das pessoas com sur-


Na organização do AEE, é possível atender aos
dez em todos os eventos que forem apresenta-
alunos em pequenos grupos, se suas necessidades
dos e vividos pela escola.
forem comuns a todos. É possível, por exemplo,
atender a um grupo de alunos com surdez para en- • Parceria com os professores da sala de aula,
sinar-lhes LIBRAS ou Língua Portuguesa escrita. para discussão dos conteúdos curriculares,
48 Capítulo 4

visando à coerência entre o planejamento e a O professor de AEE acompanha a trajetória acadê-


SAEE, para possibilitar o aprendizado e busca mica, no ensino regular, de seus alunos para atua-
de apoio a serem contemplados no P.P.P. rem com autonomia na escola e em outros espaços
de sua vida social. Para isso é imprescindível a ar-
• Informações aos professores de sala de aula so- ticulação entre o professor de AEE e os do ensino
bre a importância de recursos visuais que enri- comum.
quecem as aulas, tornando-as mais atraentes e
representativas. • Conhecimento da estrutura da língua e fluên-
cia na LIBRAS.
• Apoio aos professores de sala de aula, orien-
tando quanto às avaliações e correção de ati- • Identificação de habilidades e necessidades
vidades dos alunos com surdez, respeitando as educacionais específicas, contemplando a ava-
suas singularidades. liação inicial do conhecimento dos alunos.

• Orientação quanto à função do intérprete em • Identificação, organização e produção de re-


sala de aula, principalmente quando a relação cursos didáticos acessíveis para serem usados
entre eles estiverem em dificuldades. nas ilustrações das aulas.

• Promoção de encontros com a direção da es- • Garantia da participação da pessoa com sur-
cola, em busca de melhorias para o aluno com dez em todos os eventos apresentados e vividos
surdez, dentro de toda conjuntura educacional. pela escola.

• Possibilitar a circulação da LIBRAS na escola. Atribuições do Professor da Sala Comum

• Prover e acompanhar as famílias com informa- • Parceria com o professor da sala de AEE, para
ções necessárias para o desenvolvimento esco- discussão dos conteúdos curriculares, visando
lar dos alunos atendidos na SAEE. à coerência entre o planejamento e a SAEE,
para possibilitar o aprendizado e busca de
apoio para serem contemplados no P.P.P.

• Uso de recursos visuais que enriquecem as aulas,


tornando-as mais atraentes e representativas.

• Respeito às singularidades dos alunos com sur-


Fonte: HTTP://www.sites.google.com

dez nas avaliações e correções de atividades.

Atribuições do Intérprete Escolar


Fonte: HTTP://www.sites.google.com

Atribuições do Professor do AEE

Os planos de AEE resultam da escolha do profes-


sor quanto aos recursos, equipamento e apoio mais
adequados para que possam eliminar as barreiras
que impedem o aluno de ter acesso ao ensino em Os futuros professores devem ter formação especí-
sua sala da escola comum, garantindo-lhe a partici- fica para que atendam aos objetivos da Educação
pação no processo escolar e na vida social em geral, especial na perspectiva da Educação Inclusiva. A
segundo sua capacidade. proposta é que sejam realizadas ações de formação
Capítulo 4 49

fundamentadas em metodologias ativas de apren- • segunda pessoa do singular: VOCÊ


dizagem, tais como Estudo de Casos, Aprendiza- Apontar para o interlocutor (a pessoa com
gem baseada em Casos, Trabalhos com Projetos, quem se fala).
Aprendizagem colaborativa, entre outros.
• segunda pessoa do plural: VOCÊ+-2,
VOCÊ+-3, VOCÊ+4, VOCÊ+-TOD@ (as pes-
soas com quem se fala).
3. Características da Libras
Aspectos Linguísticos: - VOCÊ+-2 (usar a configuração de mãos “V”
Morfológicos e Sintáticos ou numeral “2”, apontando para as duas pes-
soas, simultaneamente).
3.1 Pronomes Pessoais
- VOCÊ+-3, (usar a configuração de mãos/ nu-
Segundo Tanya Felipe (2001), A LIBRAS possui meral 3 apontando para as três pessoas, simul-
um sistema pronominal para representar as pesso- taneamente).
as do discurso:
- VOCÊ+4, (usar a configuração de mãos/ nu-
meral 4, apontando para as quatro pessoas,
• Primeira pessoa (singular, dual, trial, qua-
simultaneamente).
trial e plural): EU; NÓS-2; NÓS- 3, NÓS-4,
NÓS-GRUPO,NÓS-TOD@;
- VOCÊ+-GRUPO (usar a configuração de
mãos/ “G”, apontando para o grupo ou o
- primeira pessoa do singular: EU
sinal de grupo).
Apontar para o peito do enunciador (a pessoa
que fala)
- VOCÊ+-TOD@ (usar o sinal de grupo – ver
livro: LIBRAS em Contexto).
• primeira pessoa do plural : nós-2
Apontar para o peito do enunciador e para a
• Terceira pessoa (singular, dual, trial, quatrial
pessoa que está ao lado (ou na frente) simul-
e plural): EL@, EL@-2, EL@-3, EL@-4, EL@-
taneamente (usar a configuração de mãos “V”
-GRUPO, EL@-TOD@
ou numeral “2”)
• terceira pessoa do singular: EL@ - Apontar
•primeira pessoa do plural : nós-3
com o indicador para uma pessoa que não está
fazer um semicírculo, partindo do peito do
na conversa ou para um lugar convencional.
enunciador e circulando até a pessoa que está
ao lado e na frente, simultaneamente (usar a
• terceira pessoa do plural: EL@, EL@-2,
configuração de mãos/ numeral 3).
EL@-3, EL@-4, EL@-TOD@ - Apontar para
pessoas que não estão na conversa ou para um
• primeira pessoa do plural : nós-4
lugar convencional.
fazer um semicírculo partindo do peito do
enunciador e circulando até a 4ª pessoa que
- EL@+-2 (usar a configuração de mãos “V” ou
está ao lado ou na frente, simultaneamente
numeral “2”, apontando para as duas pessoas,
(usar a configuração de mãos/ numeral 4).
simultaneamente).
• primeira pessoa do plural : nós-tod@
- EL@+-3, (usar a configuração de mãos/ nu-
fazer um semicírculo, partindo do peito do
meral 3 apontando para as três pessoas, simul-
enunciador e circulando até as pessoas que es-
taneamente).
tão ao lado e na frente, simultaneamente (usar
a configuração de mãos/ “G”).
- EL@+4, (usar a configuração de mãos/ nu-

meral 4 apontando para as quatro pessoas,
• Segunda pessoa (singular, dual, trial, quatrial
simultaneamente).
e plural): VOCÊ, VOCÊ-2, VOCÊ-3, VOCÊ4,
VOCÊ-GRUPO, VOCÊ-TOD@
- EL@+-TOD@ (usar o sinal de grupo – ver li-
vro: LIBRAS em Contexto).
50 Capítulo 4

3.2 Pronomes Demonstrativos a os dedos juntos, que bate levemente no peito


Advérbios de Lugar do emissor; a outra é a configuração da mão em
P com o dedo médio batendo no peito – MEU-
Na LIBRAS, como em Português, os pronomes -PRÓPRIO. Para as segunda e terceiras pessoas, a
demonstrativos e os advérbios de lugar estão rela- mão tem essa segunda configuração em P, mas o
cionados às pessoas do discurso e representam, na movimento é em direção à pessoa com quem se
perspectiva do emissor, o que está bem próximo, fala (segunda pessoa) ou está sendo mencionada
perto ou distante. Eles têm a mesma configuração (terceira pessoa).
de mãos dos pronomes pessoais, mas os pontos de
articulação e as orientações do olhar são diferentes. Não há sinal específico para os pronomes possessi-
vos no dual, trial, quadrial e plural (grupo). Nessas
Os pronomes demonstrativos e os advérbios de lu- situações, são usados os pronomes pessoais corres-
gar relacionados às 2ª e 3ª pessoas têm o mesmo si- pondentes. Exemplo: NÓS FILH@ “nosso(a) filh(a).
nal, somente o contexto os diferencia pelo sentido
da frase, acompanhados de expressão facial. 3.4 Pronomes Interrogativos

Os pronomes demonstrativos e os advérbios de lu- Os pronomes interrogativos QUE e QUEM


gar relacionados à 1ª pessoa, EST@/ AQUI, são geralmente são usados no início da frase, mas
representados por um apontar para o lugar perto e o pronome interrogativo ONDE e o pronome
em frente do emissor, acompanhado de um olhar QUEM, quando estão sendo usados com o
para esse ponto. EST@ também pode ser sinaliza- sentido de “quem é” ou “de quem é” são mais
do ao lado do emissor apontando para a pessoa/ usados no final. Todos os três sinais têm uma
coisa mencionada. expressão facial interrogativa feita simultanea-
mente com eles.
ESS@/ AÍ é um apontar para o lugar e em frente
do receptor, acrescido de um olhar direcionado O pronome QUEM, dependendo do contexto,
não para o receptor, mas para o ponto sinalizado pode ter duas formas diferentes, os sinais QUEM
com relação à coisa/pessoa que está perto da se- e o sinal soletrado QUM. “Se se quer perguntar
gunda pessoa do discurso. “quem está tocando a campainha”, usa-se o sinal
QUEM; se se quer perguntar “quem faltou hoje”
AQUEL@/ LÁ é um apontar para um lugar mais ou “quem está falando” ou ainda “que fez isso”,
distante, o lugar da terceira pessoa, mas diferente- usa-se o sinal soletrado QUM conforme exem-
mente do pronome pessoal, ao apontar para este plos abaixo”:
ponto, há um olhar direcionado para a coisa/ se-
gunda pessoa do discurso. Interrogação
1. QUEM
Como os pronomes pessoais, os pronomes de- QUEM NASCER RIO?
monstrativos também não possuem marca para QUEM FAZER ISSO?
gêneros masculino e feminino. PESSOA, QUEM-É? “Quem é esta pessoa?”
CANETA, DE-QUEM-É “De quem é esta
3.3 Pronomes Possessivos caneta”
(contexto: telefone TDD tocar) QUEM-É?
Os pronomes possessivos, como os pessoais e de- (contexto: Campainha tocar) QUEM-É?
monstrativos, também não possuem marca para gê-
nero e estão relacionados às pessoas do discurso e Interrogação
não à coisa possuída, como acontece em português: 2. Q-U-M
Q-U-M TER LIVRO?
• EU - ME@ SOBRINH@ Q-U-M FALAR?
• VOCÊ - TE@ ESPOS@
• EL@ - SE@ FILH@ / DEL@ Fonte: LIBRAS em contexto
http://www.baixeturbo.org/2011/11/download-
Para a primeira pessoa: ME@, pode haver duas -LIBRAS-em-contexto/
configurações de mão: uma é a mão aberta com
Capítulo 4 51

3.5 Os Advérbios de Tempo FIQUE LIGADO!

Na LIBRAS, não há marca de tempo nas formas Aquisição de língua de sinais por crianças surdas
verbais, é como se os verbos ficassem na frase qua-
se sempre no infinitivo, que é um tempo neutro. Há algumas décadas, nos Estados Unidos, pesqui-
O tempo é marcado sintaticamente por meio de sadores vêm desenvolvendo pesquisas sobre a lín-
advérbios de tempo que indicam se a ação está gua de sinais americana (ASL) e sobre sua aquisi-
ocorrendo no presente: HOJE, AGORA; ocorreu ção por crianças.
no passado: ONTEM, ANTEONTEM; ou irá cor-
rer no futuro: AMANHÃ. Por isso, os advérbios Todas essas pesquisas têm, como sujeitos, crianças
geralmente vêm no começo da frase, mas podem surdas, filhas de pais surdos, portanto, a aquisição
ser usados também no final. Para um tempo verbal da ASL se dá como primeira língua (L1), mas tra-
indefinido, usam-se os sinais: balhando também com crianças surdas, filhas de
pais ouvintes e com crianças ouvintes, filhas de
• HOJE, que traz a ideia de “presente”; pais surdos. Outras pesquisas, ainda, trabalharam
• PASSADO, que traz a ideia de “passado”; com crianças surdas, filhas de pais ouvintes que,
• FUTURO, que traz a ideia de futuro. por causa do fato de não serem expostas à ASL,
desenvolvem sistemas de comunicação gestuais in-
Advérbios de Tempo (Frequência) ventados.

Na LIBRAS, há expressões específicas para repre- Dessas pesquisas, pode-se destacar que o processo
sentar frequência de uma ação e alguns são expres- de aquisição da ASL é igual ao processo de aquisi-
sões idiomáticas: ção de línguas orais auditivas, ou seja, obedecendo
à maturação da criança, que vai internalizando a
• NUNCA pode ter o sinal e sinal soletra- língua com base no mais simples para o mais com-
do, NUNCA-MAIS, NUNCA-VI são si- plexo, há as seguintes fases:
nais soletrados.
1. Primeira: Há um período inicial que se asse-
• FREQUENTE e FREQUENTEMENTE pos- melha ao balbucio das crianças ouvintes, nes-
suem a mesma configuração de mão, mas, ta fase a criança produz sequencias de gestos
para o primeiro dar a ideia de que tem aspecto que fonologicamente se assemelham aos si-
contínuo, o sinal é feito repetidamente; nais, mas não são reconhecidos como tal, são
somente movimentos das mãos com algumas
• SEMPRE (CONTINUAR) e MESMO pos- formas.
suem a mesma configuração de mão, mas, no
primeiro, há um movimento para a frente do 2. Segunda: Frase de uma palavra: a criança sur-
emissor, enquanto o segundo fica no mesmo da começa a nomear as coisas, aprende a unir
ponto de articulação inicial; o sinal ao objeto, produzindo suas primeiras
palavras. Como a criança ouvinte, que ainda
• MESMA^COISA é um sinal composto forma- não pronuncia corretamente as palavras nes-
do pelo sinal MESMO mais o sinal IGUAL, sa fase, a criança surda também faz os sinais
com o sentido de “sempre”. Exemplo: com erros nos parâmetros, por exemplo, pode
trocar a configuração das mãos ou o ponto de
1. VOCÊ ESTUDAR AINDA INES? articulação, mas o adulto compreende que ela
Afirmativamente produziu um sinal na língua.
EU CONTINUAR. Nessa fase, são produzidos dois tipos de sinais:
2. EL@ SEMPRE FALAR A-MESMA^COISA
3. TDD DIFERENTE EU NUNCA-VI. EU a) Pronomes - aos dez meses, uma criança sur-
CONHECER NÃO! da pode apontar para si e para os outros. Mas,
os pontos para pessoas desaparecem completa-
Fonte: LIBRAS em contexto mente da produção linguística da criança sur-
http://www.baixeturbo.org/2011/11/download- da dos doze a dezoito meses e só reaparecem
-LIBRAS-em-contexto/ depois desse tempo, entre dois a três anos. Tal-
52 Capítulo 4

vez nesse período haja a passagem do apontar ATIVIDADES |


não linguístico para o apontar linguístico, ou 1. Trace um paralelo envolvendo os três mo-
seja, a utilização dos pronomes de maneira mentos didático-pedagógicos do AEE, ressal-
consciente, e não simplesmente um apontar tando os pontos principais de cada um:
para algo;
2. Com base no que foi estudado sobre a Edu-
b) os sinais congelados, que são os mesmos si- cação Inclusiva para estudantes surdos, escre-
nais dos adultos, mas sem flexão de número, va um pequeno texto comentando a seguinte
ou concordância verbal ou aspectos. afirmação feita por Marcha Forest, que assim
se refere ao caleidoscópio educacional: O ca-
3. Terceira: frase de duas palavras: a partir dos leidoscópio precisa de todos os pedaços que o
dois anos e meio, a criança surda começa a compõem. Quando se retiram pedaços dele, o
produzir frases de duas palavras, iniciando sua desenho se torna menos complexo, menos rico.
sintaxe, mas as palavras ainda são usadas sem As crianças se desenvolvem, aprendem e evo-
flexão nem concordância. A ordem das pala- luem melhor em um ambiente rico e variado.
vras constituirá sua primeira sintaxe.
Dessa fase em diante, a criança surda começa a 3. Sinalize para outra pessoa algumas frases
adquirir a morfologia de uma língua de sinais, que contenham advérbios.
a aquisição de subsistemas morfológicos mais
complexos continua até aos 5 anos, quando 4. Treine os sinais apresentados no repertório
também já produzirá frases gramaticais maio- do capítulo.
res e mais complexas. O primeiro subsistema
mais complexo que adquire é a concordância 5. Pesquise o texto referente à Declaração de
verbal. Como se pôde observar, com base em Salamanca e outros documentos oficiais que
alguns aspectos, o processo de aprendizagem tratem de educação para todos e educação in-
de uma língua de sinais é semelhante ao pro- clusiva. Valendo-se deles, construa sua própria
cesso de aquisição de qualquer língua. Quanto definição para os termos a seguir:
mais cedo uma criança surda entrar nesse pro-
cesso, mais natural ele será. a) Educação especial;
b) Educação inclusiva;
Fonte: LIBRAS em contexto c) Portadores de necessidades educacionais es-
http://www.baixeturbo.org/2011/11/download- peciais.
-LIBRAS-em-contexto/

SAIBA MAIS!
r que,
É importante salienta
s co nfi gu raç õe s de
além da
tam cada
mãos que represen
da língua
letra do alfabeto
, há mu ita s outras
portuguesa
os .
configurações de mã
jamais
Uma conversação
ser ma nti da us ando
poderá
ma nual.
apenas o alfabeto
RA S sã o os si-
O léxico de LIB
Fonte:

ad os ne ssa s lín gu as
nais us -
e as pa
da mesma forma qu
as na s lín gu as
lavras são usad
orais auditivas.
Capítulo 4 53

Fonte:

RESUMO
Este capítulo abordou a questão da educação inclusiva de estudantes surdos e a dimensão
e características da sala de atendimento educacional – AEE, dando também continuidade
ao estudo dos aspectos linguísticos da Língua Brasileira de Sinais, observando pronomes e
advérbios. Dessa forma, foi apresentada a complexidade da LIBRAS, trazendo mais uma vez
à tona características peculiares que fazem dela uma língua completa semelhante em alguns
aspectos às línguas orais.

Chegamos ao final da nossa caminhada que muito enriqueceu a todos nós, e que certa-
mente irá contribuir com o processo educativo inclusivo.

embrando que você deve praticar a língua de sinais, efetivando e aprofundando seus co-
nhecimentos em LIBRAS, mediante a comunicação com pessoas surdas.
54 Capítulo 4

GLOSSÁRIO Rapoli, Edilene Aparecida. A Educação Especial


na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola co-
Cômputo - contagem, cálculo. mum inclusiva,/Edilene Aparecida Rapoli... [st.
al.]. – Brasília: Ministério da Educação, Secre-
ACESSIBILIDADE - recursos pedagógicos que colaboram taria de Educação Especial; [Fortaleza]: Univer-
para que pessoas com deficiência participem ativamente sidade Federal do Ceará, 2010.
do processo escolar, Os recursos podem ser considerados
ajuda, apoio e também meios utilizados para alcançar um
determinado objetivo; são ações, práticas educacionais
ou material didático.

Sistematizar - reduzir (vários elementos) a um sistema.

Léxico - o conjunto das palavras usadas numa língua ou


num texto.

SAEE - sala de atendimento educacional especializado.

PPP - projeto político pedagógico

Subsidiar - dar subsídio a/ ajuda

Comunicação Gestual Inventada - mímica ou gestos


caseiros

REFERÊNCIAS
BRITO, Lucinda Ferreira. Por uma gramática de
língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasilei-
ro: UFRJ, 1995.

Felipe, Tanya A. LIBRAS em contexto: curso bá-


sico, livro do estudante cursista/ Tanya A. Feli-
pe – Brasília: Programa Nacional de Apoio à
Educação dos Surdos, MEC; SEESP, 2001. 164
p..il.

Quadros, Ronice Muller de Educação de sur-


dos: a aquisição da linguagem/ Ronice Mul-
ler de Quadros._ Porto Alegre: Artes Médicas,
1997. Surdez – Educação – I Título

Mantoan, Maria Teresa Egler Inclusão escolar:


o que é? por quê? como fazer?/ Maria Teresa
Egler Mantoan. – 2. Ed.- São Paulo: Moderna,
2006. – (Cotidiano escolar: ação docente).

Quadros, Ronice Muller de Língua de Sinais


brasileira: estudos linguísticos/ Ronice Muller
de Quadros e Lodenir Becker Karnopp. – Porto
Alegre: Artmed,2004. 1.Línguística – Língua de
Sinais –Surdos – Brasil. Karnopp, Lodenir Be-
cker. II. Título.

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