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Supremo Tribunal Federal

Ementa e Acórdão

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10/11/2015 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NA PRISÃO PREVENTIVA PARA EXTRADIÇÃO 760 DISTRITO


FEDERAL

RELATOR : MIN. EDSON FACHIN


AGTE.(S) : GEORGE OWEN KEW PRINCE
ADV.(A/S) : ANTENOR PEREIRA MADRUGA FILHO E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : GOVERNO DA VENEZUELA

PRISÃO PREVENTIVA PARA EXTRADIÇÃO. PRESSUPOSTO


NECESSÁRIO AO REGULAR PROCESSAMENTO DO PEDIDO DE
EXTRADIÇÃO. ATENUAÇÃO DA EXIGÊNCIA DE
ENCARCERAMENTO DO EXTRADITANDO EM SITUAÇÃO DE
EXCEPCIONALIDADE. RELEVÂNCIA DA ALEGAÇÃO DE
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS PARA O EXAME DE MÉRITO
DO PEDIDO DE EXTRADIÇÃO. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL QUE
AUTORIZA A CONSTRIÇÃO DA LIBERDADE DO EXTRADITANDO
EM REGIME DOMICILIAR MEDIANTE MONITORAMENTO
ELETRÔNICO.
1. Pode o Supremo Tribunal Federal rejeitar pedido de extradição
passiva quando a submissão do estrangeiro à Jurisdição do Estado
requerente implicar em violação a direitos humanos internacionalmente
reconhecidos, dentre eles, a garantia de ser julgado por juiz isento,
imparcial, e sob a égide do devido processo legal, o que configura exceção
ao princípio da contenciosidade limitada.
2. É relevante a alegação de violação a direitos humanos a futura
submissão do extraditando ao julgamento por magistrada demissível ad
nutum, que teria sido punida em razão de ter proferido decisão favorável
a corréu em situação similar à do extraditando. A isso, soma-se o fato de o
Estado requerente estar sendo intensamente questionado pela
comunidade internacional por atitudes de menoscabo à democracia,
consistentes na perseguição de opositores, cooptação de magistrados para
decisão em favor dos interesses do Poder Executivo e punição aos
integrantes do Poder Judiciário e membros do Ministério Público com

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atuação independente, além do que a anterior adesão à Convenção


Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) foi
notoriamente denunciada.
3. Matéria concernente ao mérito de futuro pedido de extradição a
ser apresentado a este Supremo Tribunal Federal quando, à luz do
contraditório, poderão o extraditando e o Estado requerente produzir
provas, na acepção jurídica do termo, a respeito de suas alegações.
4. No processo de extradição passiva, a prisão preventiva é a regra.
Excepcionalmente, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal admite
a concessão de medidas cautelares alternativas à prisão, particularmente
em hipóteses cuja permanência no cárcere seja singularmente penosa ao
extraditando.
5. Não se antecipa juízo de mérito sobre a procedência de eventual
pedido de extradição passiva para concessão de liberdade, salvo quando
a improcedência puder ser antecipadamente declarada, estreme de
dúvidas.
6. A manutenção da prisão preventiva para a extradição decorre da
regular aplicação da lei (art. 84, parágrafo único, da Lei 6.815/80 e art. 208
do RISTF), e não implica, por si só, em risco de submissão do
extraditando a um julgamento que desborde da cláusula do devido
processo legal, o qual só se concretizará quando (e se) for apreciado o
mérito do pedido de extradição a fim de deliberar sobre sua entrega ao
Estado requerente.
7. Prisão preventiva convertida, excepcionalmente, em prisão
domiciliar com monitoramento eletrônico, o que se revela suficiente no
caso concreto para assegurar eventual êxito de pedido de extradição.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da


Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, sob a Presidência da
Senhora Ministra Rosa Weber, na conformidade da ata de julgamento e
das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em dar provimento

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ao agravo regimental, convertendo a prisão preventiva em prisão


domiciliar, com monitoramento da respectiva tornozeleira, nos termos do
voto do Relator.

Brasília, 10 de novembro de 2015.

Ministro EDSON FACHIN


Relator

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FEDERAL

RELATOR : MIN. EDSON FACHIN


AGTE.(S) : GEORGE OWEN KEW PRINCE
ADV.(A/S) : ANTENOR PEREIRA MADRUGA FILHO E
OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : GOVERNO DA VENEZUELA

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN


(RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão
monocrática por meio da qual neguei pedido de reconsideração da prisão
preventiva decretada para fins de extradição do nacional venezuelano
George Owen Kew Prince, nos seguintes termos:

Por meio da petição das fls. 31-46, o extraditando requer a


revogação de sua prisão preventiva, decretada às fls. 18-21.
Para tanto, alega que o Supremo Tribunal Federal, em
circunstâncias excepcionais, autoriza a concessão de liberdade
provisória ou medidas alternativas à prisão para extradição.
Sustenta que a excepcionalidade se faz presente no presente
caso porque: (i) o extraditando não está condenado no país de
origem, nem foragido, encontrando-se no território brasileiro
com visto permanente de trabalho, onde é diretor de empresa
multinacional, com endereço certo, dois filhos de seis e sete
anos, regularmente matriculados em escola brasileira; (ii) há
evidência de iminente e grave risco de violação de direitos
humanos, ao devido processo legal e à independência da
autoridade judiciária na ordem de prisão que pesa contra o
extraditando em seu país de origem; (iii) situação similar foi
decidida pela Corte Suprema da Costa Rica, onde a extradição
foi negada; (iv) a ordem de prisão que pesa contra o

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extraditando foi proferida por Juíza temporária que, segundo


notícia da imprensa venezuelana, chegou a ser afastada por ter
concedido liberdade a co-investigados; (v) as investigações que
levaram à ordem de prisão do extraditando foram conduzidas
pelo SEBIN - Servicio Bolivariano de Inteligencia Nacional,
conhecida polícia política do Governo Venezuelano.
É o relatório.
Decido.
A prisão preventiva é condição de procedibilidade do
processo de extradição passiva. Os requisitos do art. 312, do
Código de Processo Penal não são elementos aferíveis para sua
decretação ou manutenção.
Apenas em hipóteses excepcionais o Supremo Tribunal
Federal tem admitido a substituição do regime prisional
fechado, típico da prisão preventiva, por outro menos grave, ou
permite a concessão de liberdade provisória, atenuando o rigor
da regra do art. 84, parágrafo único, da Lei nº 6.815/80, a qual
dispõe:
Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o
pedido será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.
(...)
Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento
final do Supremo Tribunal Federal, não sendo admitidas a
liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão
albergue.

Nesse sentido, com grifos que não correspondem ao


original, exemplificativamente:

A PRISÃO CAUTELAR É PRESSUPOSTO


INDISPENSÁVEL AO REGULAR PROCESSAMENTO DO
PEDIDO DE EXTRADIÇÃO PASSIVA.
A prisão do súdito estrangeiro constitui pressuposto
indispensável ao regular processamento da ação de
extradição passiva, sendo-lhe inaplicáveis, para efeito de sua
válida decretação, os pressupostos e os fundamentos referidos no

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art. 312 do Código de Processo Penal.


A privação cautelar da liberdade individual do
extraditando deve perdurar até o julgamento final, pelo
Supremo Tribunal Federal, do pedido de extradição,
vedada, em regra, a adoção de meios alternativos que a
substituam, como a prisão domiciliar, a prisão-albergue
ou a liberdade vigiada (Lei nº 6.815/80, art. 84, parágrafo
único). Precedentes. Inocorrência, na espécie, de situação
excepcional apta a justificar a revogação da prisão
cautelar do extraditando. (Extradição 1.121-AgR, Tribunal
Pleno, Rel. Min. Celso de Mello).

No caso, o extraditando alega ser excepcional sua situação,


sustentando basicamente haver indícios de violação grave aos
direitos humanos, pois a magistrada que proferiu a decisão no
Estado requerente é temporária, sofreu represália por decisão
favorável a investigados na mesma situação do extraditando,
além de o caso sob investigação ter sido conduzido por uma
força policial alcunhada de polícia política do Governo
Venezuelano.
Em síntese, o extraditando sustenta que não há garantias
de que, uma vez entregue à República Bolivariana da
Venezuela, será submetido ao um julgamento justo, com
respeito às regras do devido processo legal.
A argumentação é relevante na medida em que esta
Suprema Corte reafirma a prevalência do respeito aos direitos
humanos quando em causa processos de extradição. Nem
poderia ser diferente, pois a Constituição da República, em seu
art. 4º, inciso II, proclama a prevalência dos direitos humanos,
como um dos princípios reitores das relações internacionais da
República Federativa do Brasil.
A necessidade e importância da cooperação penal
internacional cede, e deve sempre ceder, à necessária proteção
dos direitos mais básicos da pessoa humana, dentre os quais se
insere inapelavelmente o direito a ser julgado, no Estado
requerente, por juiz isento, imparcial e sob a égide do devido

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processo legal.

Nesse sentido, cito trecho da seguinte ementa:

8. Tema do juiz natural assume relevo inegável no


contexto da extradição, uma vez que o pleito somente poderá
ser deferido se o estado requerente dispuser de condições
para assegurar julgamento com base nos princípios
básicos do estado de direito, garantindo que o
extraditando não será submetido a qualquer jurisdição
excepcional. 9. Precedentes (Ext. No 232/Cuba-segunda,
relator min. Victor Nunes Leal, DJ 14.12.1962; Ext. 347/Itália,
Rel. Min. Djaci Falcão, DJ 9.6.1978; Ext. 524/Paraguai, rel.
Min. Celso de Mello, DJ 8.3.1991; Ext. 633/República Popular
da China, rel. Min. Celso de Mello, DJ 6.4.2001; Ext. 811/Peru,
rel. Min. Celso de Mello, DJ 28.2.2003; Ext. 897/República
Tcheca, rel. Min. Celso de Mello, DJ 23.09.2004; Ext.
953/Alemanha, rel. Min. Celso de Mello, DJ 11.11.2005; Ext.
977/Portugal, rel. Min. Celso de Mello, DJ 18.11.2005; Ext.
1008/Colômbia, rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 11.05.2006; Ext.
1067/Alemanha, rel. Min. Marco Aurélio, DJ 01.06.2007). (Ext.
986, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, j. 15/08/2007).

Nada obstante a relevância da alegação, entendo-a


prematura diante da natureza cautelar da decisão que decreta a
prisão preventiva para fins extradicionais.
A presunção de que a decisão de detenção proferida pelo
Poder Judiciário do Estado requerente está hígida quanto ao
respeito aos direitos humanos, neste momento, milita em
desfavor do extraditando, mormente porque os principais fatos
narrados na petição de reconsideração estão fundados em
notícias jornalísticas e carecem de maior consistência
probatória.
Ainda, o tema ora trazido à baila é matéria afeita ao
mérito do pedido extradição, a qual sequer foi formalmente
requerida.

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Sendo assim, indefiro o pedido de revogação da prisão


preventiva.

Em suas razões recursais sustenta o agravante


que: (i) a falta de independência e imparcialidade do Poder Judiciário da
República Bolivariana da Venezuela é pública e notória, razão pela qual
não se pode presumir que suas decisões são “hígidas quanto ao respeito
aos direito humanos”; (ii) diante da excepcionalidade de sua situação
requer lhe seja concedido o direito de responder a eventual pedido de
extradição em liberdade; (iii) a violação aos direitos humanos não é
matéria afeita apenas ao mérito do pedido de extradição.
Às fls. 225-227, em complemento à petição de
interposição do recurso, o agravante apresentou decisões do Tribunal
Supremo de Justiça da Venezuela onde se consigna que juízes
temporários são exoneráveis por critérios discricionários.
Em 5 de novembro, novamente peticionou o
agravante juntando aos autos cópia da “acta de asamblea extraordinaria de
accionistas” (fls. 288-294) onde conta que o agravante teria deixado o cargo
de presidente da empresa antes da data apontada como sendo a da
prática do crime.

É o relatório.

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FEDERAL

VOTO

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN


(RELATOR): Senhora Presidente, esta Suprema Corte tem jurisprudência
sólida a respeito da prisão preventiva enquanto pressuposto
indispensável ao regular processamento do pedido de extradição.
Nessa linha, decidiu o Plenário ao julgar o
Agravo Regimental na Extradição 1.121, Rel. Min. Celso de Mello,
oportunidade em que se consignou na ementa que a “prisão do súdito
estrangeiro constitui pressuposto indispensável ao regular
processamento da ação de extradição passiva, sendo-lhe inaplicáveis, para
efeito de sua válida decretação, os pressupostos e os fundamentos referidos no art.
312 do Código de Processo Penal”.
Trata-se de exegese da Lei nº 6.815/80 (Estatuto
do Estrangeiro) a qual, em seu art. 84, parágrafo único, dispõe que a
“prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal Federal,
não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a
prisão albergue”, o que se coaduna com o disposto no art. 208, do
Regimento Interno deste Supremo Tribunal Federal ao enunciar que “não
terá andamento o pedido de extradição sem que o extraditando seja preso
e colocado à disposição do Tribunal”.
A prisão preventiva para a extradição, portanto,
não tem a racionalidade do processo penal comum e não pode ser
pensada à lógica da prisão preventiva do art. 312 do Código de Processo
Penal.
A liberdade no processo penal comum é a regra e
a prisão preventiva é medida excepcionalíssima.

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Tratando-se de processo de extradição a lógica se


inverte. A prisão é a regra. Nesses casos a prisão preventiva “destina-se,
em sua precípua função instrumental, a assegurar a execução de eventual
ordem de extradição” (Ext nº 579-QO, Tribunal Pleno, Relator o Min.
Celso de Mello, DJ de 10/9/93).
Isso é assim porque há, no âmbito do Estado
requerente, uma ordem de prisão expedida por autoridade competente,
em razão de, supostamente, ter o extraditando negociado 25 milhões de
dólares mediante apresentação de declaração falsa à Comissão de
Administração de Divisas da Venezuela, cuja juridicidade, em princípio,
não pode ser sindicada pelo Estado requerido, dada a adoção pelo
ordenamento jurídico pátrio do princípio da contenciosidade limitada.
Nesse sentido, como bem ressaltado no voto do Ministro Celso de Mello,
no julgamento da EXT 669, DJ 29.3.1996 o “modelo que rege, no Brasil, a
disciplina normativa da extradição passiva – vinculado, quanto a sua matriz
jurídica, ao sistema misto ou belga – não autoriza que se renove, no âmbito do
processo extradicional, o litígio penal que deu origem, nem que se proceda ao
reexame de mérito (revision au fond) ou, ainda, à revisão de aspectos
formais concernentes à regularidade dos atos de persecução penal
praticados no Estado requerente”.
Ainda, porque o extraditando, a despeito de
estar sendo processado ou ter sido condenado no estrangeiro, encontra-se
fora dos limites da eficácia das decisões jurisdicionais proferidas no
âmbito do Estado requerente, de modo que se presume não ser do seu
interesse retornar àquele Estado para se submeter ao processo ou à
execução penal, o que torna legítima a medida constritiva da liberdade.
A despeito da constante reafirmação da prisão
preventiva como pressuposto inarredável ao processo de extradição, esta
Suprema Corte, em casos excepcionalíssimos, tem admitido atenuar a
literalidade da regra constante do art. 84, parágrafo único, da Lei 6815/80,
segundo a qual a “prisão perdurará até o julgamento final do Supremo
Tribunal Federal, não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão
domiciliar, nem a prisão albergue”.

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Como exemplo, cita-se a Extradição 1254, Rel.


Min. Ayres Britto, onde se considerou situação especial de proteção à
criança e à família do extraditando; a Extradição 1054, Relator Min. Marco
Aurélio, em razão da injustificada inércia imputável ao Estado requerente
ao trazer aos autos elementos indispensáveis ao julgamento da causa;
Extradição 791, Relator Min. Celso Mello e Extradição 974, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, ambas em razão de o extraditando ser idoso e
com quadro de saúde extremamente debilitado; Extradição 1008, Rel.
Min. Gilmar Mendes, deferimento de prisão domiciliar diante do
reconhecimento por parte do CONARE da condição de refugiado ao
extraditando; e AC n 70/RS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, deferimento de
prisão domiciliar diante da constatação de que o extraditando seria
brasileiro.
No caso concreto, o agravante pretende ver
reconhecida situação excepcional que justifique a revogação da prisão
preventiva ou substituição por medida alternativa afirmando não haver
garantias de que, uma vez entregue ao Estado requerente, será submetido
ao um julgamento justo, com respeito às regras do devido processo legal.
Inicialmente, apresentou os seguintes fatos e
argumentos (fl. 37): (i) “decisão da Corte Suprema da Costa Rica (que) nega
extradição à Venezuela em caso análogo ao que ora se submete ao Supremo
Tribunal Federal”; (ii) “a ordem de prisão venezuelana que substancia a presente
PPE para fins de Extradição foi emitida por juíza temporária que, segundo
notícia da imprensa venezuelana, chegou a ser afastada por ter concedido
liberdade a co-investigados do Requerido”; (iii) “evidência de que as
investigações que levaram à ordem de prisão do Requerido foram conduzidas pelo
Servicio Bolivariano de Inteligencia Nacional (Sebin), reconhecido pelos
órgãos de proteção aos direitos humanos e pela imprensa internacional como a
‘polícia política’ do governo venezuelano”.
Na decisão sobre o pedido de reconsideração,
considerei relevante a argumentação, na medida em que esta Suprema
Corte reafirma a prevalência do respeito aos direitos humanos quando
em causa processos de extradição. Nem poderia ser diferente, pois a

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Constituição da República, em seu art. 4º, inciso II, proclama a


prevalência dos direitos humanos, como um dos princípios reitores das
relações internacionais da República Federativa do Brasil.
Ainda, asseverei que a necessidade e
importância da cooperação penal internacional cede, e deve sempre
ceder, à necessária proteção dos direitos mais básicos da pessoa
humana, dentre os quais se insere inapelavelmente o direito a ser
julgado, no Estado requerente, por juiz isento, imparcial e sob a égide
do devido processo legal.
Nesse sentido, desta Suprema Corte, citei trecho
da seguinte ementa que aponta outros precedentes no mesmo sentido:

8. Tema do juiz natural assume relevo inegável no


contexto da extradição, uma vez que o pleito somente
poderá ser deferido se o estado requerente dispuser
de condições para assegurar julgamento com base
nos princípios básicos do estado de direito,
garantindo que o extraditando não será submetido a
qualquer jurisdição excepcional. 9. Precedentes (Ext.
No 232/Cuba-segunda, relator min. Victor Nunes Leal, DJ
14.12.1962; Ext. 347/Itália, Rel. Min. Djaci Falcão, DJ
9.6.1978; Ext. 524/Paraguai, rel. Min. Celso de Mello, DJ
8.3.1991; Ext. 633/República Popular da China, rel. Min.
Celso de Mello, DJ 6.4.2001; Ext. 811/Peru, rel. Min.
Celso de Mello, DJ 28.2.2003; Ext. 897/República Tcheca,
rel. Min. Celso de Mello, DJ 23.09.2004; Ext.
953/Alemanha, rel. Min. Celso de Mello, DJ 11.11.2005;
Ext. 977/Portugal, rel. Min. Celso de Mello, DJ
18.11.2005; Ext. 1008/Colômbia, rel. Min. Gilmar
Mendes, DJ 11.05.2006; Ext. 1067/Alemanha, rel. Min.
Marco Aurélio, DJ 01.06.2007). (Ext. 986, Rel. Min.
Eros Grau, Tribunal Pleno, j. 15/08/2007).

Nesta quadra, reafirmo, uma vez mais, que em


se tratando de direitos humanos, incluindo o direito à prestação

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jurisdicional imparcial e o devido processo legal, não se deve placitar


qualquer eiva, por menor que seja, e que atente contra esses direitos e
princípios que são magnos diante da Constituição brasileira.
Esta Suprema Corte, no que depender deste
Relator, manterá a linha jurisprudencial que vem espelhada nos julgados
acima referidos, de onde quer que parta a ameaça a direitos humanos
básicos e elementares de extraditandos, qualquer que seja a ideologia
em nome da qual sejam tais direitos violados ou postos em risco.
Entretanto, extemporâneo, porque prematuro, o
tema concernente à liberdade do agravante.
Sabe-se que o Estado da Venezuela tem sido
questionado internacionalmente por atitudes que põem em suspeita sua
atuação no âmbito do respeito aos direitos e garantias fundamentais.
Há diversas manifestações trazidas aos autos por
parte de entidades como a Human Rights Watch censurando atitudes do
Poder Judiciário venezuelano, ao qual se alega não dispor de
independência e imparcialidade suficiente para garantir o direito dos
cidadãos a um julgamento justo.
A imprensa internacional e nacional divulga,
seguidamente, notícias que são elementos indiciários importantes de uma
guinada autoritária naquele país, com perseguição política de opositores
ao governo, cooptação política de magistrados e membros do Ministério
Público para decidirem a favor dos interesses do Poder Executivo e
punições contra aqueles que resistem.
Além disso, é notória a denúncia que o Estado
venezuelano fez à Convenção Americana Sobre Direitos Humanos (Pacto
de São José da Costa Rica) a indicar um retrocesso daquele país no trato
com as questões relacionadas ao reconhecimento dos direitos mais
básicos do cidadão.
Noticia-se, ademais, um extenso número de
juízes temporários. Nomeados por ato do Tribunal Supremo de Justiça,
podem ser demitidos a qualquer tempo por razões discricionárias, como
atestam as sentenças juntadas na petição apresentada em adendo ao

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agravo regimental (fls. 225-227).


Alega o agravante que a magistrada venezuelana
responsável pela ordem de prisão incluída na “Difusão Vermelha” da
Organização Internacional de Polícia Criminal – INTERPOL, a qual a Lei
nº 6815/80, em seu art. 82, § 2º, confere eficácia para embasar o pedido
feito pelo Ministro da Justiça de prisão preventiva, é temporária e já teria
sido afastada em represália por decidir favoravelmente a outros acusados
em situação semelhante à do agravante.
A alegação é relevante e, caso efetivamente
comprovada, aliada aos demais indícios sobre o estado declinante de
respeito aos direitos humanos na Venezuela, no entender deste Relator,
também é grave o suficiente para que se tenha por configurado risco de
que o agravante não terá garantido seu direito a um julgamento justo e
imparcial no Estado requerente.
Note-se, porém, que a Venezuela, até o
momento, não formalizou o pedido de extradição. Nos termos do art. 82,
§ 2º, da Lei 6815/80, poderá fazê-lo no prazo de 90 (noventa) dias a partir
da ciência da prisão do agravante. Não o fazendo, o agravante será
imediatamente posto em liberdade como dispõe o § 4º, do art. 82, da Lei
6.815/80.
Do contrário, proposta a ação de extradição
passiva, pode o Supremo Tribunal Federal concluir que o Estado
requerente não tem condições de garantir ao agravante um julgamento
imparcial e justo, mas não antes da instrução processual do eventual
pedido de extradição a ser formulado pelo Estado venezuelano.
Em primeiro lugar porque, como consectário do
princípio constitucional do contraditório, o Regimento Interno deste
Supremo Tribunal Federal, em seu art. 212, parágrafo único, permite que
o Estado requerente se faça representar por advogado e possa expor suas
razões sobre as alegações do extraditando. Recomendável, por evidente,
que a alegação de grave violação aos direitos humanos possa ser
contrastada pelo Estado requerente, caso pretenda fazer uso de seu
direito ao contraditório.

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Supremo Tribunal Federal
Voto - MIN. EDSON FACHIN

Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 28

PPE 760 AGR / DF

Ademais, a alegação de que há o risco de grave


violação aos direitos humanos do agravante não implica a necessária
concessão de liberdade provisória nesse momento. Ou seja, a premissa
assentada no recurso, caso correta, não tem a almejada consequência de
propiciar a libertação imediata do agravante. Afinal, caso esse risco
realmente exista, apenas com a entrega do agravante ao Estado
requerente é que a violação aos direitos humanos se concretizará.
Essa a razão pela qual a matéria versada nesse
agravo é prematura. O tema concerne ao mérito da extradição. As
excepcionalíssimas hipóteses de concessão de liberdade provisória aos
extraditandos normalmente estão vinculadas a situações pessoais que
tornam o cárcere algo insuportável dadas suas condições pessoais
específicas. Rememoro os exemplos encontráveis na jurisprudência desta
Suprema Corte: extraditandas e extraditandos provectos e doentes;
grávidas; situações familiares excepcionalíssimas que demandam suas
presenças no seio familiar para resguardar direitos de filhos em tenra
idade; presos por longo período, cuja demora processual seja imputável
ao Estado requerente. Raríssimas são as hipóteses em que se concedeu
liberdade por razões vinculadas ao mérito da extradição e, ainda assim,
as teses de mérito eram indiscutíveis: extraditando brasileiro e concessão
de refúgio no curso do processo.
O próprio exemplo apresentado pelo agravante,
consistente na negativa de extradição à Venezuela por parte da Corte
Suprema da Costa Rica, versando sobre caso similar ao presente, se
seguido em sua íntegra, impõe a manutenção da prisão do recorrente até
o pronunciamento final desta Suprema Corte. Afinal, como se vê do
contido às fls. 60, a soltura do extraditando é determinada apenas após a
conclusão do julgamento invocado como paradigma internacional.
Sendo assim, entendo ser o caso de manter a
constrição da liberdade do agravante. Havendo, entretanto, possibilidade
de monitoramento eletrônico que confere segurança similar à prisão
proventiva, para a finalidade de assegurar a entrega do agravante caso
pedido de extradição futuro venha a ser julgado procedente, dada as

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Voto - MIN. EDSON FACHIN

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PPE 760 AGR / DF

peculiaridades do caso, possível mantê-lo em prisão domiciliar com o


respectivo monitoramento.
Essa situação somente poderá ser revista se
provas, na expressão jurídica do termo, vierem a ser produzidas no
sentido de que a magistrada responsável pelo julgamento e expedição de
ordem de prisão contra o agravante foi punida com afastamento de suas
funções em razão do teor de sua decisão, o que tornaria o mérito do
pedido de extradição, na minha compreensão, indiscutivelmente
favorável ao agravante.
No atual panorama, todavia, diante da ausência
de demonstração cabal, como seria necessário, de que será inviável um
pedido futuro de extradição por parte do Estado requerente, tenho que
deva ser mantida a restrição da liberdade, pressuposto indispensável ao
regular processamento da ação de extradição passiva, como
reiteradamente tem afirmado esta Corte, ainda que mitigada pela
possibilidade dessa restrição se dar no âmbito domiciliar, com
monitoramento eletrônico.
Por fim, quanto à apresentação de documentos
que seriam prova de que o agravante não estava na presidência da
empresa no período em que o suposto crime teria sido praticado, trata-se
de elemento que se situa fora dos limites da cognição deste Supremo
Tribunal Federal inclusive quando for analisar o mérito da extradição, já
que, como acima mencionado, a adoção do princípio da contenciosidade
limitada não permite juízo sobre o mérito do delito imputado no Estado
requerente. Por certo, poderá servir de indício a corroborar alegações já
deduzidas quanto à ausência de imparcialidade num futuro julgamento,
porém não têm o condão de alterar o juízo ora externado pelo
desprovimento do agravo.
Assim sendo, dou provimento ao agravo
regimental apenas para implementar regime de prisão domiciliar, com
monitoramento eletrônico, até levar a efeito a instrução para decisão de
mérito do pedido de extradição.
É como voto.

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Debate

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10/11/2015 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NA PRISÃO PREVENTIVA PARA EXTRADIÇÃO 760 DISTRITO


FEDERAL

DEBATE

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Só pra


avisar que eu gostaria de pedir vista regimental do processo, mas vamos
ouvir o Ministro Fux antes.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente - como o


Ministro Barroso vai pedir vista -, eu verifico que Sua Excelência o Relator
fez um voto minudente, trazendo à baila dois aspectos muito
importantes. O primeiro deles é que o Estado requerente tem o direito de
se pronunciar nos autos em relação a essas circunstâncias mencionadas. O
segundo aspecto é que Sua Excelência menciona que o Estado requerente
denunciou o Pacto de São José da Costa Rica, ou seja, renunciou ao
compromisso transnacional de respeitar os direitos humanos.
Pois bem, a prisão preventiva na extradição é instrumental em
relação à extradição, e Sua Excelência, no voto, esclarece que se, de fato,
tudo isso for verdade, certamente o pedido de extradição vai ser
desfavorável ao Estado e favorável ao agravante. Então, eu iria sugerir
que nós concedêssemos um prazo para o Estado requerente - porque são
noventa dias para requerer esta extradição - e outro para o Ministério
Público antes de nós voltarmos a analisar esse pedido de prisão, porque
afirmar peremptoriamente...

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas, enquanto isso, o


extraditando está preso!

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Está preso.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E com raízes no Brasil,

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Debate

Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 28

PPE 760 AGR / DF

e o contexto que coloca em dúvida um julgamento isento no Estado


requerente.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Sim, mas se nós seguirmos à


risca o que agora acabou de se decidir, vai ficar noventa dias.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Não sufrago o tabu


segundo o qual não se pode afastar a prisão preventiva no processo de
extradição.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Eu também não. Os casos do


Supremo não são exaustivos, são exemplificativos.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Eu mesmo já deferi


liberdade a extraditando, e o Pleno, posteriormente, concluiu que a
entrega não era possível – e não se tratava de brasileiro.

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Se nós


afastarmos o Regimento Interno do Supremo e a lei pertinente à
extradição, poderemos obviamente pensar numa medida alternativa que
fosse asseguratória da extradição. O que estou aqui é aplicando os
precedentes do Supremo, o Regimento e a lei. Agora, este Colegiado
poderá, e eu obviamente não iria, em hipótese alguma, me opor a isso,
porque os argumentos indiciários da violação de direitos humanos são
fortíssimos - a denúncia do Pacto de São José da Costa é um fato que fala
por si só. Portanto, em havendo uma inclinação deste Colegiado nesta
direção, como por exemplo monitoramento eletrônico ou alguma
circunstância dessa natureza...

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Se Vossa Excelência


propõe, adiro.

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente,

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Debate

Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 28

PPE 760 AGR / DF

eu gostaria de tranquilizar o Advogado. Eu me comprometo a trazer - é


uma pessoa que está presa - no prazo regimental de pedido de vista e, se
possível, já na próxima sessão. Não quero me comprometer de pedra e
cal, mas provavelmente. No entanto, certamente trarei no prazo
regimental, porque sei que quem está preso tem pressa. Trarei o mais
breve possível.

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - De


qualquer sorte, a prisão aconteceu quando? Porque, a partir da prisão, são
noventa dias, não é?

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Noventa


dias da ciência da prisão.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Então, se nós ouvíssemos o


Ministério Público...

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Eu


perguntei quando, porque eu acho que vai ficar prejudicado o prazo. O
Ministro lembraria a data? Eu acho que é setembro. O advogado pode
esclarecer? Porque são noventa dias a partir da ciência da prisão, e ele
aqui já está preso há quase sessenta dias.

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Proposta

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10/11/2015 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NA PRISÃO PREVENTIVA PARA EXTRADIÇÃO 760 DISTRITO


FEDERAL

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Presidente, apenas


faria uma ponderação.
Ante as peculiaridades – o início, inclusive, da ementa produzida
pelo ministro Luiz Edson Fachin –, por que não transformar, em relação a
uma pessoa que tem raízes no Brasil, tem visto para trabalho no Brasil, a
prisão em regime fechado, que está sendo até aqui observada, em
domiciliar? Proponho à Turma que o faça, ante as peculiaridades do caso.

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Voto s/ Proposta

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10/11/2015 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NA PRISÃO PREVENTIVA PARA EXTRADIÇÃO 760 DISTRITO


FEDERAL

VOTO S/ PROPOSTA

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Eu já


mencionei a Vossa Excelência que tenho sensibilidade a essa circunstância
por causa dos argumentos indiciários. Apenas não quis
monocraticamente afastar a lei e o Regimento do Supremo. Mas este Juízo
Colegiado, diante da excepcionalidade do fato, focalizando uma medida
alternativa que pode, como mencionei, eventualmente ser o
monitoramento eletrônico, poderíamos tomar essa decisão desde logo,
sem embargo de algum...
O Ministro Barroso adiantou pedido de vista, mas, como se trata de
preso, não vejo nenhuma circunstância que possa nos impedir, em grau
de colegialidade, de tomar essa decisão neste momento. E eu a
subscreveria inclusive propondo, porque os fatos me pareceram
extremamente graves.
Apenas formulei a manutenção da prisão preventiva em
homenagem à dicção literal do artigo 208 do Regimento do Supremo
Tribunal Federal, mas, se em conjunto enxergarmos aqui uma
excepcionalidade, proponho e acompanho este ilustre Colegiado.

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Voto s/ Proposta

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10/11/2015 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NA PRISÃO PREVENTIVA PARA EXTRADIÇÃO 760 DISTRITO


FEDERAL

VOTO S/ PROPOSTA

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente,


eu pedi vista, mas estou de acordo, sobretudo porque não se trata de uma
pessoa perigosa, e a natureza do delito inclusive é de ordem financeira.
Não é menos grave, mas não é uma pessoa de periculosidade relevante.
De modo que eu endossaria a ideia de, enquanto deliberamos, essa
pessoa poder estar em prisão domiciliar monitorada. Eu adiro a essa
ideia. Até comentei reservadamente com o Ministro Marco Aurélio, e ele
concorda. E, se o Relator concorda, eu acho que podemos encaminhar
dessa forma.
O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Isso é
coerente com as minhas premissas, tanto é que a primeira tese que eu
estou a formular na ementa é da prevalência dos direitos humanos.
O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO -
Registrando o caráter excepcional, mas é porque, aqui, há um conjunto
muito impressionante de elementos que sugerem a possibilidade de,
eventualmente, se negar a extradição - pelas circunstâncias presentes,
infelizmente - da República requerente. De modo que manter uma pessoa
presa em regime fechado, nas circunstâncias carcerárias brasileiras,
quando nós todos antecipamos uma possibilidade real de não
deferimento, a meu ver, caracteriza uma situação de excepcionalidade a
justificar a prisão domiciliar. E penso que, se o Relator indica, portanto,
podemos adotar esta solução, acompanhando Sua Excelência.

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Aditamento ao Voto

Inteiro Teor do Acórdão - Página 23 de 28

10/11/2015 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NA PRISÃO PREVENTIVA PARA EXTRADIÇÃO 760 DISTRITO


FEDERAL

ADITAMENTO AO VOTO

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Havendo


a compreensão unânime ou majoritária do Colegiado, estou fazendo a
indicação e a incorporo na minha proposta de voto.
A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Então a
proposta de Vossa Excelência é que se dê provimento ao agravo
regimental?
O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Que
prossiga ordinariamente a extradição e, de imediato, na data de hoje, se
expeça o alvará no sentido de que se transforme o regime fechado em
regime de prisão domiciliar, mediante monitoramento eletrônico.

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10/11/2015 PRIMEIRA TURMA

AG.REG. NA PRISÃO PREVENTIVA PARA EXTRADIÇÃO 760 DISTRITO


FEDERAL

DEBATE

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) -


Ministro Luís Roberto, Vossa Excelência vai manter o pedido de vista?

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Eu vou


manter o pedido de vista, embora já esteja satisfeito com esta solução.
Mas, de qualquer forma, já que pedi, gostaria de examinar.

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Eu


acho interessantíssimo esse aspecto que agora está sendo levantado e que
Vossa Excelência bem destacou, que diz com o resultado final da
extradição.
Eu mesma, em pedidos de prisão provisória para extradição, já
deferi a substituição da prisão por prisão domiciliar, mas em hipótese de
doença em estágio terminal - inclusive o extraditando terminou falecendo
no curso do processamento da extradição - e também em caso de grávida;
não só grávida, mas também mãe com crianças pequenas. Aqui, no caso,
o que está nos impressionando é o pano de fundo, quer dizer, a afronta
aos direitos humanos, que seria, digamos assim, o resultado do nosso
juízo de valor ao exame da extradição, e não deste pedido.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Nesse segundo caso,


tivemos uma situação jurídica em que, na Presidência do Tribunal,
substituindo o titular, implementei a liberdade de uma mexicana.

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Sim. E,


nesse caso específico, também se traz o argumento que foi, na verdade,
fundamento de uma decisão do Ministro Ayres Britto, no sentido do
relaxamento de uma prisão, porque a subsistência da esposa e das

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Debate

Inteiro Teor do Acórdão - Página 25 de 28

PPE 760 AGR / DF

crianças, dos filhos pequenos, dependia do trabalho do extraditando.


Também já temos esse precedente.

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Eu


gostaria de deixar bem assinalado que esta é uma situação excepcional.

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) –


Absolutamente.

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Nós não


estamos mudando o entendimento nem a regra geral, mas casos como
gravidez, doença terminal e possibilidade real e presente de
indeferimento do pedido, ao final, eu acho que também caracteriza uma
excepcionalidade.

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Só para


efeito prático, Senhora Presidente, sem embargo do pedido de vista do
Ministro Barroso, assim que concluir a sessão, eu emitirei a decisão
respectiva.

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Vamos


simplificar a vida. Eu já estou satisfeito com a prisão domiciliar, já acho
que é uma concessão relevante ao agravante.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Já não haverá nem


justificativa para o pedido de vista.

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Não há,


porque já julgamos o mérito.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Vamos aparelhar o


processo para julgamento final, ouvindo...

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Debate

Inteiro Teor do Acórdão - Página 26 de 28

PPE 760 AGR / DF

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Não


sabemos nem se será apresentado o pedido de extradição, porque ainda
está fluindo o prazo, ainda estão fluindo os 90 dias. Mas, desde logo,
asseguramos. Então, damos provimento ao agravo regimental para
assegurar a conversão da prisão em prisão domiciliar.

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Com


monitoramento eletrônico.

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Exato. Eu,


na verdade, pedi vista para me instruir para fazer essa proposta. Como a
proposta já recebeu a adesão de todos, eu retiro o pedido de vista.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - Senhora Presidente, conforme


destaquei logo no início, realmente essa prisão é instrumental, é um
acessório que deve seguir o principal. Se há uma verossimilhança de que
o principal não vai ser procedente, evidentemente que se esvazia essa
medida acessória.
Eu sugeriria, de início, a oitiva do Estado requerente e do Ministério
Público, mas, de preferência, então, que se implemente essa prisão
domiciliar. E, depois, o Ministério Público vai se pronunciar.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Com a prisão


domiciliar, vamos aguardar a formalização do pedido de entrega.

O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX - E o Estado vai agravar


também.

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - E aí


julgaremos o mérito da extradição sem que o julgamento de hoje
implique, por si só, num exaurimento do exame que faremos por ocasião
do mérito do pedido de extradição.

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Debate

Inteiro Teor do Acórdão - Página 27 de 28

PPE 760 AGR / DF

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (PRESIDENTE) - Eu


espero que o monitoramento eletrônico aqui se torne viável; acredito que
sim. Porque, no caso da grávida a que me referi, disseram: Não temos
tornozeleira eletrônica, não temos como obtê-la.

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Há certas


soluções que só se criam a partir dos problemas.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – Mas a deficiência do


Estado não pode prejudicar o estrangeiro aqui residente.

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - Se não


houver monitoramento eletrônico, aplicar-se-á o regime de prisão
domiciliar.

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Eu gostaria


de dizer, como já fiz na Ação Penal nº 470, da qual sou Relator, que é
prisão; é prisão domiciliar, mas é prisão. Portanto, o descumprimento das
regras importará em voltar para o regime normal. E tenho certeza que o
advogado advertirá o seu cliente disso, porque a prisão domiciliar é uma
alternativa civilizatória, e, se for desrespeitada, ela se desmoraliza.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO – E quanto à


possibilidade do trabalho, logicamente o profissional da advocacia
requererá ao Relator.

O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Pode


requerer ao Relator, é natural.

O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR) - E assim


faremos. Portanto, vou incluir na parte final do voto que, por
unanimidade, convertemos a prisão preventiva em prisão domiciliar com
monitoramento da respectiva tornozeleira.

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Supremo Tribunal Federal
Extrato de Ata - 10/11/2015

Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 28

PRIMEIRA TURMA
EXTRATO DE ATA

AG.REG. NA PRISÃO PREVENTIVA PARA EXTRADIÇÃO 760


PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. EDSON FACHIN
AGTE.(S) : GEORGE OWEN KEW PRINCE
ADV.(A/S) : ANTENOR PEREIRA MADRUGA FILHO E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : GOVERNO DA VENEZUELA

Decisão: A Turma deu provimento ao agravo regimental,


convertendo a prisão preventiva em prisão domiciliar, com
monitoramento da respectiva tornozeleira, nos termos do voto do
Relator. Unânime. Presidência da Senhora Ministra Rosa Weber. 1ª
Turma, 10.11.2015.

Presidência da Senhora Ministra Rosa Weber. Presentes à Sessão


os Senhores Ministros Marco Aurélio, Luiz Fux, Roberto Barroso e
Edson Fachin.

Subprocuradora-Geral da República, Dra. Cláudia Sampaio


Marques.

Carmen Lilian Oliveira de Souza


Secretária da Primeira Turma

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