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Sebenta de Exercı́cios de

Macroeconomia II

Tiago Neves Sequeira

Covilhã e Universidade da Beira Interior, 2009


ii
Conteúdo

0.1 Prefacı́o ao Projecto “Sebentas de Macroeconomia” . . . . . . v

1 Consumo 1
1.1 Enunciados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Resoluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 Investimento 15
2.1 Enunciados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Resoluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3 Investimento, Poupança e Conta Corrente 23


3.1 Enunciados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 Resoluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4 Procura de Moeda 29
4.1 Enunciados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.2 Resoluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

5 Modelo IS-LM em Economia Fechada e Procura Agregada 35


5.1 Enunciados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.2 Resoluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

6 Modelo IS-LM em Economia Aberta 47


6.1 Enunciados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
6.2 Resoluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

iii
7 Exercı́cios Sı́ntese 53
7.1 Enunciados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
7.2 Resoluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

8 Definições 83
8.1 Alfabeto Grego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

9 Publicações do Autor 87
9.1 Artigos Cientı́ficos de Macroeconomia em Revistas Internacio-
nais com Referee . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
9.2 Capitulos de Macroeconomia em Livros Internacionais com
Referee . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
9.3 Tese de Doutoramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
9.4 Outros Artigos Cientı́ficos Internacionais com Referee . . . . . 88

À Matilde
In Memoriam António Neves
0.1 Prefacı́o ao Projecto “Sebentas de Ma-
croeconomia”

Estas sebentas surgem depois de 6 anos a leccionar as disciplinas


de Macroeconomia na Universidade da Beira Interior, e durante
o perı́odo de implementação do processo de Bolonha, como mais
um instrumento de trabalho para os estudantes. Desde sempre que
estas disciplinas tiveram um pendor muito baseado na resolução de
exercı́cios, na tradição da Faculdade de Economia da Universidade
Nova de Lisboa, onde o autor iniciou a sua carreira de docente
e se doutorou. No entanto, este projecto pedagógico enfrentou
sérias dificuldades com a baixa preparação inicial dos estudantes
em matemática e com o muito referido defice de horas de trabalho
do estudante português. Assim, este trabalho poderá ser útil, não
só na Universidade da Beira Interior, mas em todas as escolas de
economia e gestão onde se sentem estes constrangimentos.
Estas sebentas surgem como instrumento para aumentar a au-
tonomia dos estudantes para tornar as aulas práticas mais partici-
pativas e acompanhadas, podendo assim aumentar a produtividade
dos estudantes e de incrementar o aprofundamento da matéria e a
variedade dos casos estudados. Ela pretende ser um complemento
aos cadernos de exercı́cios que contém exercı́cios para resolução
individual, em 3 nı́veis distintos. O primeiro nı́vel é identico ao
das sebentas. O segundo nı́vel é de uma complexidade superior e

v
vi CONTEÚDO

o terceiro nı́vel consiste em exercı́cios que relacionam diferentes


matérias. Alguns destes exercı́cios são já de niveis dois e três. A
existência destas sebentas tem por objectivo permitir que os testes
sejam basicamente constituidos por exercı́cios de nı́vel 3. Pretende-
se que, no futuro, estas sebentas possam incluir mais exercı́cios dos
cadernos de exercı́cios (3 nı́veis) e que seja editada bi-anualmente,
para garantir a sua actualização. Alguns dos exercı́cios são dei-
xados como exercı́cios propostos se forem apenas repetições de
anteriores. Devem ser os primeiros a ser resolvidos pelos alu-
nos. Por outro lado, a sebenta inclui chamadas de atenção para
possı́veis casos ou alterações que surgem naturalmente da resolução
dos exercı́cios.

Agradeço a um conjunto de pessoas que tiveram importan-


cia crucial na elaboração deste projecto. Em primeiro lugar, à
Profa Dra Ana Balcão Reis, que, no inicio da minha actividade como
docente de M acro, me facultou o material pedagógico das Dis-
ciplinas de Macroeconomia da N ova, que inspiram esta sebenta.
A minha orientadora de doutoramento inspirou decisivamente a
minha forma de ser Professor. Em segundo lugar, agradeço às as-
sistentes que trabalharam comigo nas disciplinas a partir de 2004,
Dra Joana Costa e Dra Florbela Machado. Em terceiro lugar, aos
meus alunos de Macroeconomia, que com as suas questões foram
contribuindo para o melhoramento contı́nuo deste trabalho. Todos
os erros remanescentes são obviamente meus e serão corrigidos à
medida que forem detectados.

Dada a morosidade de um trabalho como este e a concialiação


com a produção cientı́fica e com elevadas cargas lectivas e adminis-
trativas, não é possı́vel apresentar as sebentas das três disciplinas
de Macroeconomia todas simultaneamente. Apresenta-se no ano
lectivo 2008/2009, um ano a seguir ao inicio do projecto, a sebenta
0.1. PREFACÍO AO PROJECTO “SEBENTAS DE MACROECONOMIA”vii

de Macroeconomia II.

Esta é uma unidade curricular de Macroeconomia, onde o estu-


dante toma o primeiro contacto com os modelos de Macroecono-
mia do lado da procura. É a Macroeconomia com bases micro-
económicas, que funciona em articulação com a Microeconomia I
que funciona no mesmo semestre. Diz-se que a Macroeconomia tem
bases microeconómicas quando esta se baseia no estudo dos agen-
tes representativos na economia e nas suas decisões optimizadoras.
Mostrou-se que muitos dos fenómenos macroeconómicos entre os
quais muito do comportamento das principais variáveis macroe-
conómicas pode ter o seu fundamento no comportamento no com-
portamento racional dos agentes económicos, sejam eles famı́lias
ou empresas. Está construida para servir alunos de Economia.
Tem como principais competências as seguintes: compreende o
perfil dos diferentes agentes e o seu comportamento e suas con-
sequências para as caracterı́sticas dos fenómenos macroeconómicos;
compara e avalia teorias, métodos e modelos alternativos para a ex-
plicação das variáveis macroeconómicas do lado da Procura; rela-
ciona Princı́pios de Teoria Económica com Formulação de Polı́tica
Económica; selecciona e utiliza técnicas quantitativas e mostra pro-
ficiência na análise numérica e gráfica dos comportamentos dos
agentes e fenómenos económicos daı́ decorrentes. Os objectivos
e competências especı́ficas são expostos em ficheiro anexo, exclu-
sivamente dedicado a esse fim. Os exercı́cios aqui presentes têm
diversas inspirações. A sua grande maioria são exercı́cios novos,
criados propositadamente para esta Sebenta. Outros foram retira-
dos de testes e cadernos já ministrados nas aulas e uma minoria
são inspirados no livros recomendados para a unidade curricular.
No caso desta sebenta em particular, ela vem colmatar uma la-
cuna sentida por vários docentes de macroeconomia no paı́s: a
viii CONTEÚDO

inexistência de livros de exercı́cios que cubram suficientemente as


teorias macroeconómicas inspiradas na escola neoclássica.
Capı́tulo 1

Consumo

1.1 Enunciados
Exercı́cio 1 O João tem uma mesada de 100 em Setembro, mas
já sabe que os pais a vão aumentar para 120 em Outubro. Se o
João tiver que pedir um empréstimo paga uma taxa de juro de
10%. Enuncie e Represente Graficamente de forma completa a
restrição orçamental intertemporal do João.

Exercı́cio 2 A vida de estudante é dificil, por isso, o João e o


Joaquim quando decidem quanto consumir, fazem-no apenas de
2 em 2 meses. O João quer consumir o mesmo todos os meses.
Se o fizer quanto consome? E qual a sua poupança? O seu co-
lega Joaquim sabe que o pai vai perder o emprego em Outubro e
logo a sua mesada que era de 100 em Setembro passará a ser de
80 em Outubro. Enuncie e represente graficamente a restrição
orçamental intertemporal do Joaquim. Se o Joaquim também
consumir o mesmo nos 2 meses quanto consome? E poupa?

Exercı́cio 3 O João vive num paı́s chamado Reino dos Ovos de


Ouro, que tem 1000 habitantes, 700 jovens e 300 adultos. Nesse

1
2 CAPÍTULO 1. CONSUMO

paı́s, se todos os consumidores se comportarem como o João, qual


o consumo e a poupança nesse paı́s.

Exercı́cio 4 O que significa a frase: “A vida de estudante é dificil,


por isso, o João e o Joaquim quando decidem quanto consumir,
fazem-no apenas de 2 em 2 meses”?

Exercı́cio 5 Numa dada economia sabe-se que os agentes económicos


se comportam como se tivessem uma função de felicidade U =
C10.5 C20.5 . Se em média, as pessoas ganharem no primeiro periodo
500 e no segundo 350 e a taxa de juro for de 10%, responda às
seguintes questões:
a) Enuncie a restrição orçamental intertemporal.
b) Formalize o problema do agente económico médio.
c) Encontre as condições de primeira ordem do problema.
Interprete-as.
d) Encontre expressões para o Consumo e a Poupança.
e) Encontre os valores do Consumo e da Poupança.

Exercı́cio 6 Se os agentes económicos tiverem uma função de fe-


log(C2 )
licidade (ou utilidade) igual a U = log(C1 ) + 1+ρ
, responda às
seguintes questões:
a) Qual o significado de ρ? Qual a interpretação de ρ > r, de
ρ < r e de ρ = r?
b) Mostre que com uma função deste tipo (aditiva) e com ρ = r,
C1 = C2 . Indique porque é que esta situação é relevante.

Exercı́cio 7 Agora o tempo de decisão dos agentes económicos é


alargado (4 anos), o que é o mesmo que dizer que o horizonte
temporal dos agentes económicos é de 4 anos. Supondo uma uti-
lidade do tipo
1.1. ENUNCIADOS 3

log(C2 ) log(C3 ) log(C4 )


U = log(C1 ) + + 2 +
1+ρ (1 + ρ) (1 + ρ)3
e um rendimento esperado no primeiro ano com o seguinte padrão:
100, 120, 130, 150. No entanto, várias situações não esperadas
vão ocorrendo a este agente económico. No segundo ano, um ano
de boas vendas na empresa, a entidade patronal aumenta-o extra-
ordinariamente para 130. No terceiro ano, uma doença afasta-o
da empresa com uma penalização de 30%, durante 4 meses. No
quarto ano, completamente recuperado da doença, ganha um dos
3o prémios do Euromilhões, no valor de 50. Se tiver que pedir
emprestado este agente económico sujeita-se a uma taxa de 5%
que, por coincidência, é igual à sua taxa subjectiva de desconto
intertemporal.
a) Represente o padrão de rendimento esperado e o padrão de
rendimento realmente verificado.
b) Calcule o padrão de consumo e de poupança deste agente
económico.
c) O que pode concluir quanto ao impacto de variações não
esperadas e esperadas no rendimento dos agentes económicos no
seu padrão de consumo.

Exercı́cio 8 No Reino das Pantufas Iludidas, o Governo pretende


fazer uma estátua de uma Pantufa gigante à entrada da Capital,
o que vai custar um montante médio por habitante de 20. Para
isso o Governo, que tem um horizonte temporal de 2 perı́odos
igual ao das famı́lias, pode lançar impostos ou contrair dı́vida.
Os 1500 habitantes deste Reino, que são todos iguais, têm um
rendimento de 100 no primeiro perı́odo, com um aumento para
110 no segundo perı́odo. A taxa de juro é de 10% e é igual à taxa
de desconto intertemporal. A Utilidade é logarı́tmica e aditiva no
consumo.
4 CAPÍTULO 1. CONSUMO

a) Calcule o custo total da estátua que o Governo pretende


construir.
b) Formalize o problema do consumidor médio.
c) Calcule o consumo, se o Governo lançar impostos para fi-
nanciar a estátua.
d) Calcule o consumo, se o governo contrair dı́vida pública
para financiar a estátua.
e) Calcule o utilidade, se o Governo lançar impostos para fi-
nanciar a estátua.
f ) Calcule o utilidade, se o governo contrair dı́vida pública
para financiar a estátua.
g) Conclua, referindo-se ao fenómeno da Equivalência Ricar-
diana.

Exercı́cio 9 Assuma agora que o Governo do Reino das Pantufas


Iludidas consegue financiar-se a uma taxa de 5%. Resolva no-
vamente as alı́neas c) a g) do exercı́cio anterior com esta nova
hipótese.

Exercı́cio 10 Assuma agora que o Governo do Reino das Pantufas


Iludidas tem um horizonte temporal de 3 perı́odos e que no caso
de contrair dı́vida ele apenas lança os impostos no 3o perı́odo.
Resolva novamente as alı́neas c) a g) do exercı́cio anterior com
esta nova hipótese.

Exercı́cio 11 Assuma agora que os consumidores pantufas são


ingénuos e ao verem o governo lançar a obra contraindo dı́vida,
assumem que os impostos não aumentam no segundo perı́odo.
Para eles T2e = 0. Resolva novamente as alı́neas c) a g) do exercı́cio
anterior com esta nova hipótese.
1.2. RESOLUÇÕES 5

1.2 Resoluções
Solução 1 A restrição orçamental intertemporal do João é:

C2 Y2 120
C1 + = Y1 + = 100 + (1.1)
1+r 1+r 1 + 0.1
A representação gráfica é a seguinte:

Y
C


Figura 1: Representação Gráfica da Restrição Orçamental


Intertemporal

Atenção! 1.1 Pense porque é que é necessário frisar que o João


sabe que a sua mesada vai aumentar.

Atenção! 1.2 Ao formalizar assim a restrição orçamental inter-


temporal estamos a assumir que o agente não deixa nem recebe
heranças, caso contrário a restrição teria que ser representada
C2 Y2
da seguinte forma: C1 + 1+r
= Y1 + 1+r
+ B, onde B representa a
quantidade de rendimento recebida (B > 0) ou deixada (B < 0) a
titulo de herança.

Solução 2 Se o João consumir o mesmo nos 2 perı́odos C1 = C2 ,


logo podemos substituir cada um destes consumos pela variável
C2 C
¡ 1
¢
única C. C1 + 1+r = C + 1+r = C 1 + 1+r . Assim:
6 CAPÍTULO 1. CONSUMO

µ ¶
1 120
C 1+ = 100 + ⇒ C = 109.52
1 + 0.1 1 + 0.1
Assim, o Consumo do João é de 109.52 em cada um dos perı́odos.
A sua poupança é S1 = −9.52. O João endivida-se no primeiro
perı́odo (porque sabe que o seu rendimento vai aumentar no se-
guindo perı́odo e o seu desejo é consumir o mesmo nos 2 perı́odos).
No segundo perı́odo o João pagará a sua dı́vida de 9.52×1.1 = 10.47.
A restrição orçamental intertemporal do Joaquim é:

C2 Y2 80
C1 + = Y1 + = 100 + (1.2)
1+r 1+r 1 + 0.1
Baseando-se no Gráfico 1 faça a representação gráfica indi-
cando a escolha óptima.
Se o Joaquim consumir o mesmo nos 2 perı́odos C1 = C2 , logo
podemos substituir cada um destes consumos pela variável única
C2 C
¡ 1
¢
C. C1 + 1+r = C + 1+r = C 1 + 1+r . Assim:
µ ¶
1 80
C 1+ = 100 + ⇒ C = 90.48
1 + 0.1 1 + 0.1
Assim, o Consumo do Joaquim é de 90.48 em cada um dos
perı́odos. O Joaquim poupa S1 = 9.52. O Joaquim poupa no pri-
meiro perı́odo (porque sabe que o seu rendimento vai dimunuir
no seguindo perı́odo e o seu desejo é consumir o mesmo nos 2
perı́odos). No segundo perı́odo o Joaquim receberá a sua pou-
pança de 9.52 × 1.1 = 10.47.

Atenção! 1.3 Da mesma forma que no exercı́cio anterior pense


porque é que é necessário frisar que o Joaquim sabe que seu pai
vai perder o emprego.

Solução 3 O consumo agregado será de 1000 × 109.52 = 109520 e a


poupança agregada será de 1000 × (−9.52) = −9520.
1.2. RESOLUÇÕES 7

Atenção! 1.4 Recorde que a ser assim as exportações lı́quidas têm


que ser negativas se não houver estado e o investimento privado
por não nergativo. Justifique esta afirmação.

Solução 4 Significa que o horizonte temporal destes estudantes é


de 2 meses. No fim dos 2 meses, o João reformula a sua decisão
e volta a fazer “contas”.

C2
Solução 5 a) A restrição orçamental intertemporal é C1 + 1+r
=
Y2 C2 350
Y1 + 1+r
⇔ C1 + 1+0.1
= 500 + 1+0.1
.
b)

M ax U (C1 , C2 ) = C10.5 C20.5 s.a. (1.3)


C2 350
C1 + = 500 +
1 + 0.1 1 + 0.1
c) Assim
µ ¶
Y2 C2
L= C10.5 C20.5 + λ Y1 + − C1 − (1.4)
1+r 1+r
As condições de primeira ordem para a maximização são as se-
guintes: 
 0.5C20.5
 ∂Ξ
=0 
 =λ
 ∂C1  C10.5
∂Ξ 0.5C1 0.5
∂C2
=0 ⇔ λ
= 1+r

 
 C20.5
∂Ξ
∂λ
=0  Y + Y2
− C1 − 1+rC2
=0
1 1+r

A primeira condição de primeira ordem dá-nos a utilidade mar-


ginal do consumo do bem 1 igual ao multiplicador de lagrage (ou
preço-sombra do bem 1) e a segunda dá-nos a utilidade margi-
nal do consumo do bem 2 igual ao multiplicador de lagrange (ou
preço-sombra do bem 2). Se substituimos λ na segunda equação
0.5C20.5

0.5C10.5 0.5
C1
vem C20.5
= 1+r
que é uma igualdade entre a utilidade marginal
do bem 2 e a utilidade marginal do bem 1, actualizada para o
perı́odo 1. A terceira condição de primeira ordem é a restrição
orçamental intertemporal.
8 CAPÍTULO 1. CONSUMO
0.5
0.5C2
0.5C10.5 C10.5 0.5C1 1
d) De C20.5
= 1+r
⇔ 0.5C2
= 1+r
⇔ C2 = (1 + r)C1 . Substituindo
esta expressão na restrição orçamental intertemporal, vem C1 =
1
¡ Y2
¢
2
Y 1 + 1+r
, C1 = 12 (Y1 (1 + r) + Y2 ). Para a poupança, S1 = Y1 − C1 =
1
¡ Y2
¢
2
Y1 − 1+r .
e) Os valores do consumo e da poupança são: C1 = 409.1; C2 =
450; S1 = 90.9.

Solução 6 a) ρ é a taxa de desconto intertemporal, que funciona


como o custo de consumir no futuro e não no presente. ρ > r
significa que o custo de consumir no futuro é superior ao beneficio
de consumir no futuro dado pela taxa de juro real que o consumir
ganha se poupar e consumir no futuro e logo há um incentivo a
consumir mais no presente, de ρ < r significa que o custo de
consumir no futuro é inferior ao beneficio de consumir no futuro
dado pela taxa de juro real que o consumir ganha se poupar e
consumir no futuro e logo há um incentivo a consumir mais no
futuro e ρ = r significa que o custo de consumir no futuro é
igual ao beneficio de consumir no futuro dado pela taxa de juro
real que o consumir ganha se poupar e consumir no futuro e
logo há um incentivo em consumir sensivelmente o mesmo nos 2
perı́odos (veja a alı́nea seguinte para saber as condições exactas
em que o consumidor consome o mesmo nos 2 perı́odos, i.e.,
alisa o consumo). ρ não pode ser inferior a −1 pois nesse caso o
consumo no futuro seria considerado um mal económico, o que
não é razoável quando trabalhamos em termos agregados.
b)
V (C2 )
M ax U (C1 , C2 ) = V (C1 ) + s.a. (1.5)
1+ρ
C2 Y2
C1 + = Y1 +
1+r 1+r
em que V (C1,2 ) é uma função concava em C1,2 . Formaliza-se a
1.2. RESOLUÇÕES 9

função de Lagrange para proceder à maximização condicionada.


De forma a poder obter expressões para o consumo e para a pou-
pança usa-se V (C1,2 ) = log(C1,2 ). Assim
µ ¶
log(C2 ) Y2 C2
L = log(C1 ) + + λ Y1 + − C1 − (1.6)
1+ρ 1+r 1+r

As condições de primeira ordem para a maximização são as se-


guintes:
 
1


∂Ξ
∂C1
=0 
 C1

∂Ξ (1+r)
∂C2
=0 ⇔ (1+ρ)C2


 ∂Ξ 
 Y + Y2 C2
∂λ
=0 1 1+r
− C1 − 1+r =0
(
C2 (1+r)
C1
= (1+ρ)
⇔ Y2 C2
Y1 + 1+r
= C1 + 1+r
 ³ ´¡ ¢
 C1 = 1+ρ Y1 + Y2
⇔ ³ 2+ρ ´ ¡ 1+r
¢ (1.7)
 C2 = 1+r Y1 + Y2
2+ρ 1+r

Mostra-se que se a utilidade for aditiva e a taxa de juro real (be-


nefı́cio de consumir no futuro) for igual à taxa de desconto in-
tertemporal (custo de consumir no futuro) então o consumo será
igual em todos os perı́odos (C1 = C2 ; para isso basta fazer r = ρ em
(1.7)). Isto corresponde ao alisamento do consumo que é vı́sivel
nos dados. Mostra-se evidência deste alisamento, recordando-
se o que se disse na aula anterior. Dedução da Função Pou-
pança. Interpretação da Função Poupança. Depois de recor-
dar que nos dados o consumo é persistente, determinam-se as
condições que terão que ser impostas para que haja alisamento do
consumo. Preocupamo-nos com a poupança corrente S1 = Y1 −C1 =
1
Y
2+ρ 1
− 1+ρ Y2
2+ρ 1+r
. Assim, a poupança depende positivamente do ren-
dimento presente e negativamente do rendimento futuro, nega-
tivamente da txa de desconto intertemporal e positivamente da
taxa de juro.
10 CAPÍTULO 1. CONSUMO

Solução 7 a) Apresenta-se o padrão de rendimento esperado (Yie )


e o padrão de rendimento realmente verificado (Yi ) na seguinte
tabela:
i 1 2 3 4
e
Yi 100 120 130 150
Yi 100 130 91 200
b) Uma vez que a função de utilidade é aditiva e a taxa de
juro real é igual à taxa de desconto intertemporal, sabemos que o
agente alisa completamente o consumo, pelo que podemos resolver
o problema recorrendo apenas à restrição orçamental intertem-
poral. No 1o periodo ele consome
1 1 1 120 130 150
C(1 + + 2 + 3 ) = 100 + + 2 +
1 + 0.05 (1 + 0.05) (1 + 0.05) 1 + 0.05 (1 + 0.05) (1 + 0.05)3
⇔ C1 = 119.6492; S1 = 100 − 119.6492 = −19.6492

No segundo perı́odo ele refaz as suas contas devido ao aumento


de salário inesperado:
1 1 130 150
C(1 + + 2 ) = 130 + + − 19.6492(1 + 0.05)
1 + 0.05 (1 + 0.05) 1 + 0.05 (1 + 0.05)2
⇔ C2 = 129.13; S2 = 130 − 129.13 = 0.87

No terceiro perı́odo ele refaz as suas contas devido ao perı́odo


de doença, também inesperado
1 150
C(1 + ) = 91 + − 19.6492(1 + 0.05)2 + 0.87(1 + 0.05)
1 + 0.05 1 + 0.05
⇔ C3 = 109.1526; S3 = 91 − 109.1526 = −18.1526

No ultimo periodo, vai consumir C4 = 109.1526 + 50 = 159.1526 e vai


poupar S4 = 40.8474. S1 (1 + r)3 + S2 (1 + r)2 + S3 (1 + r) + S4 = 0
c) Pode-se concluir que apenas variações inesperadas no ren-
dimento conduzem a variações no consumo quando a função de
utilidade é aditiva e a taxa de juro real igual à taxa de des-
conto intertemporal. Assim, a explicação para a existência de
1.2. RESOLUÇÕES 11

oscilações no consumo reside na existência de variações inespe-


radas no rendimento.

Solução 8 a) A estátua custará 20 × 1500 = 30000.


b)

log(C2 )
M ax U (C1 , C2 ) = log(C1 ) + s.a. (1.8)
1+ρ
C2 Y2 − T 2
C1 + = Y1 − T 1 +
1+r 1+r
c) Estão reunidas as condições para ter alisamento do con-
sumo (utilidade aditiva no consumo e taxa de juro real igual à
C 110−0
taxa de desconto intertemporal, logo C + 1+r
= 100 − 20 + 1+0.1

100−20+ 110−0
C= 1
1+0.1
1+ 1+0.1
= 94.28571.
d) Se o governo contrair divida para financiar a estátua, então
não lança impostos no primeiro perı́odo T1 = 0 e T2 = (1 + r)G1 ⇔
T2 = 1.1 × 20 = 22. Assim o cálculo do consumo inclui impostos
C 110−22
no perı́odo 2 e não no perı́odo 1: C + 1+r
= 100 + 1+0.1
⇔ C =
88
100+ 1+0.1
1
1+ 1+0.1
= 94.28571.
log(94.28571)
e) U = log(94.28571) + 1+0.01
= 8.6794.
log(94.28571)
f ) U = log(94.28571) + 1+0.01
= 8.6794.
g) A equivalência Ricardiana diz-nos que o impacto no bem-
estar do lançamento de impostos é igual ao impacto do lançamento
de dı́vida pública para fazer face a uma determinada despesa.

Solução 9 c) Estão reunidas as condições para ter alisamento do


consumo (utilidade aditiva no consumo e taxa de juro real igual
C
à taxa de desconto intertemporal, logo C + 1+r = 100 − 20 + 110−0
1+0.1

100−20+ 110−0
C= 1+0.1
1
1+ 1+0.1
= 94.28571.
d) Se o governo contrair divida para financiar a estátua, então
não lança impostos no primeiro perı́odo T1 = 0 e T2 = (1 + r)G1 ⇔
T2 = 1.05 × 20 = 21. Assim o cálculo do consumo inclui impostos
12 CAPÍTULO 1. CONSUMO

C 110−21
no perı́odo 2 e não no perı́odo 1: C + 1+r
= 100 + 1+0.1
⇔ C =
89
100+ 1+0.1
1
1+ 1+0.1
= 94.7619.
log(94.28571)
e) U = log(94.28571) + 1+0.01
= 8.6794.
log(94.7619)
f ) U = log(94.7619) + 1+0.01
= 8.6889.
g) A equivalência Ricardiana não se verifica neste caso porque
um dos seus pressupostos não se verifica, isto é a taxa de juro
real a que o governo se financia não é identica à taxa de juro à
qual as famı́lias se financiam. Assim, sob o ponto de vista do
bem estar das famı́lias, a dı́vida é preferı́vel aos impostos.

Solução 10 c) Estão reunidas as condições para ter alisamento do


consumo (utilidade aditiva no consumo e taxa de juro real igual
C
à taxa de desconto intertemporal, logo C + 1+r = 100 − 20 + 110−0
1+0.1

100−20+ 110−0
C= 1+0.1
1
1+ 1+0.1
= 94.28571.
d) Se o governo contrair divida para financiar a estátua, então
não lança impostos no primeiro perı́odo T1 = 0 e, como o estado
lança impostosno perı́odo 3, T3 = (1 + r)2 G1 ⇔ T3 = 1.12 × 20 = 24.2.
Assim o cálculo do consumo inclui impostos no perı́odo 3. No
entanto, como o horizonte temporal das famı́lias é de apenas 2
perı́odos estes impostos não entrarão no cálculo do consumo dos
agentes do perı́odo 1 (o periodo em que o Governo constrói a
estátua). Assim o consumo é calculado como se não houvesse
110
C 110 100+ 1+0.1
impostos: C + 1+r
= 100 + 1+0.1
⇔C= 1
1+ 1+0.1
= 104.7619.
log(94.28571)
e) U = log(94.28571) + 1+0.01
= 8.6794.
log(104.7619)
f ) U = log(104.7619) + 1+0.01
= 8.88050.
g) A equivalência Ricardiana não se verifica neste caso porque
um dos seus pressupostos não se verifica, isto é o horizonte tem-
poral do estado é superior ao horizonte temporal das famı́lias.
Assim, sob o ponto de vista do bem estar das famı́lias, a dı́vida
é preferı́vel aos impostos.
1.2. RESOLUÇÕES 13

Solução 11 Tudo se passa como no exercı́cio anterior uma vez que


a taxa de imposto que os agentes incorporam no seu problema no
segundo perı́odo é o imposto esperado que é 0.
14 CAPÍTULO 1. CONSUMO
Capı́tulo 2

Investimento

2.1 Enunciados

Exercı́cio 12 O João quer agora considerar investir na produção


de ovos. Claro que o objectivo final continua a ser aumentar a
sua própria felicidade. Para isso tem que comprar Galinhas que,
para todos o João, são as máquinas de produzir ovos. Se comprar
I1 Galinhas, o número de ovos que obtém é Y = I10.5 . Recorde que
o João tem uma mesada de 100 em Setembro, mas já sabe que os
pais a vão aumentar para 120 em Outubro. A taxa de juro real
continua a ser de 10%. No fim do primeiro perı́odo sobrevivem
75% das Galinhas adquiridas no perı́odo anterior.
a) Formalize o novo problema do João, como Consumidor.
Represente-o graficamente.
b) Qual a forma como o João encara o problema de investir?
O que ele vai fazer, como agente optimizador?
c) Formalize o problema de investimento do João.
d) Encontre o no de Galinhas que o João vai comprar, o que
é o mesmo que dizer, o montante do investimento que este vai
realizar.

15
16 CAPÍTULO 2. INVESTIMENTO

e) Encontre o no de Ovos que o João vai produzir.


f ) Encontre o consumo e a utilidade do João. O João deve
investir?

Exercı́cio 13 O João pensa que se constituir uma empresa para


gerir o negócio das galinhas em que ele é o único proprietário,
poderá vir a produzir mais ovos. Será que ele tem razão? Forma-
lize o problema do investimento da empresa do João, determine
o no de Galinhas que ela vai adquirir e o número de Ovos que vai
produzir.

Exercı́cio 14 Qual o montante do Investimento, do Consumo e da


Poupança no Reino dos Ovos de Ouro?

Exercı́cio 15 Admita que o João reparou que se soltasse as Galin-


has num espaço aberto durante umas horas, as Galinhas produ-
ziam mais ovos. Com este método, um número de Galinhas igual
a I1 , o número de ovos que obtém é I10.75 . Em termos técnicos,
o que se alterou na função de produção de Ovos? Calcule o in-
vestimento, o consumo, a poupança e a utilidade do João neste
caso.

Exercı́cio 16 O Reino dos Ovos de Ouro decidiu aumentar a produção


de Ovos, garantindo que por cada unidade monetária dispendida
em Galinhas, o Governo devolve 0.1 unidades monetárias. De
que tipo de polı́tica se está a falar? Calcule o investimento, o
consumo, a poupança e a utilidade do João neste caso.

Exercı́cio 17 Considere um cenário onde os investidores pensam


em mais que 2 perı́odos antes de decidirem investir. Assuma
agora que a produção não está apenas dependente dos bens de
capital (como até aqui). Numa economia deste tipo, os produtores
2.1. ENUNCIADOS 17

de Ovos usam Galinhas (K), mas também usam mão de obra


(L) para produzir ovos. Assim a produção de ovos é dada por
Y = K 0.5 L0.5 .
a) Escreva a equação que descreve a relação entre o investi-
mento e o capital fı́sico, assumindo uma taxa de depreciação δ.
b) Formalize o problema do Investidor.
c) Resolva o problema do Investidor e encontre a equação que
permite calcular o investimento óptimo.
d) No caso do número de galinhas inicial ser 1000 e o número
de ovos produzido no plano óptimo ser 500, qual o investimento
a realizar se a taxa de depreciação for 5% e a taxa de juro real
for 10%.
f ) Enuncie o modelo de investimento de que se trata neste
exercı́cio.

Exercı́cio 18 Agora, face às incertezas da economia mundial, os


produtores de Ovos não querem ajustar o seu número de Galinhas
ao nı́vel óptimo num único perı́odo. Assumindo que os investido-
res fazem o ajustamento a uma taxa de 70% em cada perı́odo e
que os restantes dados necessários provém do exercı́cio anterior,
responda às seguintes questões.
a) Encontre o investimento em Galinhas nos 5 primeiros perı́odos.
b) Enuncie o modelo de investimento de que se trata neste
exercı́cio.

Exercı́cio 19 O João pretende agora expandir o seu negócio, fa-


zendo cotar a sua empresa Ovos de Ouro, S.A no mercado de
capitais. O João aprendeu que se calcular uma medida chamada
‘q de Tobin’ pode decidir se compra mais Galinhas ou vende Gal-
inhas.
a) O custo de cada Galinha é 1 u.m. Mostre que compreende
que esta hipótese se mantem desde o incio.
18 CAPÍTULO 2. INVESTIMENTO

b) Calcule o q de Tobin, se os dados do exercı́cio anterior se


mantiverem.

2.2 Resoluções

Solução 12 a)

V (C2 )
M ax U (C1 , C2 ) = V (C1 ) + s.a. (2.1)
1+ρ
C2 Y2 + I10.5 + (1 − δ)I1
C1 + = W1 = Y1 − I1 +
1+r 1+r
em que V (C1,2 ) é uma função concava em C1,2 e em que r = 0.1;
δ = 0.25; Y1 = 100 e Y2 = 120. O gráfico é o seguinte:

C 

Y + F ( I ) + ( 1 -δ ) I

Y 

Y -I Y C

Figura 2: Representação Gráfica da Restrição Orçamental


Intertemporal com Investimento

b) O João, primeiro vai maximizar as suas possibilidades de


consumo, i.e., vai escolher o investimento tal que o seu espaço
2.2. RESOLUÇÕES 19

de possibilidades de consumo seja máximo. Depois vai incorporar


esse investimento óptimo na restrição orçamental intertemporal
e maximizar a utilidade (como fazia antes, quando não investia).
Isto significa que um problema do consumidor com investimento
é resolvido em 2 fases: a primeira em que o consumidor maxi-
miza a sua riqueza intertemporal (que é o mesmo que dizer que
maximiza o espaço de possibilidades de consumo) e a segunda
em que o consumidor maximiza a utilidade sujeito a essa riqueza
intertemporal já maximizada.
c)
· ¸
Y2 + I10.5 + (1 − δ)I1
M axI1 Y1 − I1 +
1+r
0.5I1−0.5 +(1−δ)
d) ∂W1
∂I1
= 0 ⇔ −1 + 1+r
= 0 ⇔ 0.5I1−0.5 = r + δ ⇔ 0.5I1−0.5 =
0.35 1
⇔ I 0.5 = 0.7 ⇔ 1
0.7
= I10.5 ⇔ I1 = 2.041. A expressão 0.5I1−0.5 = r + δ
1

não é mais nem menos que a produtividade marginal do capital


(galinhas) na produção de ovos igualado ao custo marginal, con-
stituido pelo custo de oportunidade de investir e pelo custo de
depreciação.
e) A produção é I10.5 = 1.43.
C 120+1.43+(1−0.25)×2.041 209. 74
f) C + 1+01.
= 100 − 2.041 + 1+0.1
⇔C= 1
1+ 1+0.1
= 109.
86. Este é o consumo do João com investimento que é comparado
com o consumo do João sem investimento (exercı́cio do capı́tulo
anterior) que era 109.52.

Solução 13 O João não tem razão porque a abordagem ao investi-


mento através do problema do consumidor é equivalente à abor-
dagem do investimento através do problema da empresa. Assim,
se o João detivesse essa empresa a sua função do lucro seria

π = I10.5 − rI1 − δI1 (2.2)


20 CAPÍTULO 2. INVESTIMENTO

pelo que o empresário procederia à maximização do lucro que se


faz da seguinte forma: ∂π
∂I1
= 0 ⇔ 0.5I1−0.5 = r + δ ⇔ 0.5I1−0.5 = 0.35 ⇔
(...) ⇔ I1 = 2.041. Verifica-se assim que o nivel de investimento é
igual seguindo o problema da empresa ou o problema da famı́lia.

Solução 14 Se considerarmos que os jovens vivem no perı́odo 1 e


os adultos no periodo 2, temos:
C agregado = (C1 + C2 ) × 1000 = 1000 × 109.86 = 109860
S agregado = S1 × 700 = (100 − 2.041 − 109.89) × 700 = −8330.7
I agregado = I1 × 700 = 2.041 × 700 = 1428.571

Solução 15 Formalização:
· ¸
Y2 + I10.75 + (1 − δ)I1
M axI1 Y1 − I1 +
1+r
∂W1
Resolução: condição de primeira ordem: ∂I1
= 0 ⇔ −1 +
0.75I1−0.25 +(1−δ)
1+r
= 0 ⇔ 0.75I1−0.25 = r + δ ⇔ 1
I10.25
= 0.35
0.75
⇔ I1 = ( 0.75
0.35
)4 . = 21.
085. A produção é I10.75 = 21. 0850.75 . = 9. 839 7. O consumo calcula-se
C
da seguinte forma: C + 1+01. = 100 − 21.085 + 120+9.8395+(1−0.25)×21.085
1+0.1

211. 33
C= 1
1+ 1+0.1
. = 110. 7. O resultado mostra que o consumo é superior
ao que acontecia com a função de produção anterior. Em termos
técnicos o que se passou com a função de produção de ovos foi
um aumento da elasticidade do capital de 0.5 para 0.75. A pou-
pança é S1 = 100 − 21.085 − 110.7 = −31. 785. Finalmente a Utilidade
log(110.7)
é log(110.7) + 1+0.1
= 8. 985 8.

Atenção! 2.1 Mostre que a elasticidade do capital da função de


produção I1α é α.

Solução 16 Formalização:
· ¸
Y2 + I10.75 + (1 − δ)I1 + χI1
M axI1 Y1 − I1 +
1+r
onde χ = 0.1 é o benefı́cio fiscal ao investimento.
2.2. RESOLUÇÕES 21

∂W1
Resolução: condição de primeira ordem: ∂I1
= 0 ⇔ −1 +
0.5I1−0.5 +(1−δ)+χ
1+r
= 0 ⇔ 0.5I1−0.5 = r + δ − χ ⇔ 1
I10.5
= 0.25
0.5
0.5 2
⇔ I1 = ( 0.25 ) = 4.
A produção é I10.5 = 2. O consumo calcula-se da seguinte forma:
C
C + 1+01. = 100 − 4 + 120+2+(1−0.25)×4
1+0.1
⇔C= 209.64
1
1+ 1+0.1
. = 109. 81 O resultado
mostra que o consumo é superior ao que acontecia com sem o be-
nefı́cio fiscal χ. Em termos técnicos o que se passou com a função
de produção de ovos foi aparecimento da taxa de benefı́cio fiscal
ou da taxa de reserva fiscal. A poupança é S1 = 100 − 4 − 109.81 =
log(109. 81)
−13. 81 Finalmente a Utilidade é log(109. 81) + 1+0.1
= 8. 970 3.

Solução 17 a) Kt+1 = It + (1 − δ)Kt


b) O problema do investidor é o seguinte

M axK π = K 0.5 L0.5 − rK − δK − wL


∂π 0.5Y 0.5Y
c) a condição de 1a ordem foi ∂K
=0⇔ K∗
= r + δ ⇔ K∗ = r+δ
, onde K ∗ , indica o stock óptimo de capital fı́sico.
0.5×500
d) O stock óptimo de capital fı́sico é então K ∗ = 0.15
= 1666.67.
Se o capital fisico inicial é 1000, o investimento é I = K ∗ − (1 −
δ)Kt = 1666.67 − (1 − 0.05) × 1000 = 716. 67.

Atenção! 2.2 Diga se o investimento calculado acima é bruto ou


lı́quido. Justifique e calcule a variável de investimento (bruto ou
lı́quido) que não está calculada.

Solução 18 f ) Este é o modelo do acelarador simples.

Atenção! 2.3 Recorra às aulas teóricas para justificar o nome deste
α
modelo (ajuda: mostre que I L = a(Y ∗ − Y ) , em que a = r+δ
, onde
α 1−α
α é o exponte do capital na função de produção Y = K L .

Solução 19 a) I1L = 0.7(1666.67 − 1000) = 466. 67;


I2L = 0.7(1666.67 − (1000 + 466.67)) = 140.0;
22 CAPÍTULO 2. INVESTIMENTO

I3L = 0.7(1666.67 − (1000 + 466.67 + 140)) = 42.0;


I4L = 0.7(1666.67 − (1000 + 466.67 + 140 + 42)) = 12. 6;
I5L = 0.7(1666.67 − (1000 + 466.67 + 140 + 42 + 12.6)) = 3. 78.
b) Este é o modelo do Acelarador Flexı́vel, onde o ajustamento
para o stock de capital óptimo se faz gradualmente e onde 0.7 é
precisamente o acelarador flexı́vel.

Solução 20 a) Equivalência entre a condição de equilibrio para o


investimento decorrente da teoria do q de Tobin e a condição de
equilı́brio determinada pelas teorias anteriores. Define-se q de
T obin:
valor da empresa na bolsa
q=
valor de reposição do capital
Identifica-se o valor de reposição de uma unidade de capital fı́sico
com pK = 1. O valor da empresa na bolsa pode ser visto como o
valor actual dos dividendos. Assumindo que se paga aos accioni-
stas a produtividade lı́quida do capital, isso seria P mgK −δ. Então
o valor da empresa na bolsa seria dado por
P mgK − δ P mgK − δ P mgK − δ
+ + + ... =
1+r (1 + r)2 (1 + r)3
· ¸
P mgK − δ 1 1
= 1+ + + ... =
1+r 1+r 1+r
" # · ¸
P mgK − δ 1 P mgK − δ 1 + r
= 1 =
1+r 1 − 1+r 1+r r
P mgK − δ
= (2.3)
r
Assim se q = 1, temos a condição de óptimo do investimento.
0.5Y 0.5×500
P mgK −δ K∗
−δ −0.05
b) q = r
= r
= 1666.67
0.1
= 1. 0.

Atenção! 2.4 Com base no exercı́cio, explique detalhadamente o


resultado da alı́nea b).
Capı́tulo 3

Investimento, Poupança e
Conta Corrente

3.1 Enunciados
Exercı́cio 20 Considere uma economia fechada num modelo a dois
perı́odos. Há dois tipos de consumidores A e B cujas preferências
por consumo presente e futuro são representáveis pela seguinte
função utilidade:

log(C2 )
U = log(C1 ) +
1+ρ
Onde ρ = 1 é a taxa de desconto subjectiva. A função de
produção da economia é dada por I10.5 , todo o capital se gasta no
próprio perı́odo e o stock de capital inicial é nulo. A única dis-
tinção entre os dois tipos de consumidores reside na sua dotação
no inı́cio de cada perı́odo: para os consumidores tipo A é 30
nos dois perı́odos, e para os consumidores tipo B é 60 nos dois
perı́odos. Há 300 indivı́duos do tipo A e 150 indivı́duos do tipo
B. A
a) Determine o nı́vel de investimento óptimo para cada tipo

23
24CAPÍTULO 3. INVESTIMENTO, POUPANÇA E CONTA CORRENTE

de agente supondo que não há restrições de liquidez e o nı́vel de


Investimento Agregado da economia.
b) Determine o nı́vel de poupança individual e agregado da
economia.
c) Faça um esboço das curvas da Poupança e do investimento
Agregado. Interprete-as.
d) Determine a taxa de juro de equilı́brio.
e) Um jornal deste paı́s abriu a sua edição de hoje com a
seguinte notı́cia: “Com uma taxa de juro tão elevada, o consumo
vai cair nos próximos meses”. Comente a afirmação (máx: 2
linhas). (ajuda: use o resultado da alı́nea b) para o auxiliar na
resposta).
f ) Usando a taxa de juro encontrada calcule o valor de C1
(Consumo no primeiro perı́odo) e de W1 (Riqueza permanente
actualizada) referentes à economia deste paı́s.
g) Suponha agora que a economia pode ser adequadamente
representada por uma função de consumo do tipo keynesiano
C1 = 5590 + 0.8W1 − 750i . Com os dados da alı́nea anterior calcule
i. Indique o que torna r diferente de i?

3.2 Resoluções
Solução 21 a) O nı́vel de investimento óptimo provém da expressão
¡ 0.5 ¢2
P mgK = r + δ, o que equivale a 0.5I1−0.5 = r + 1 ⇔ I1 = 1+r . Então
o investimento agregado é I agregado = 450 × 0.25/ (1 + r)2 . = 112. 5
(1+r)2
b) O problema do consumidor tem que ser resolvido através da
implementação da função de lagrange, uma vez que a condição
r = ρ não é necessariamente verificada. Assim, as funções con-
sumo são equivalentes às encontradas no exercı́cio 6 do capı́tulo
1:
3.2. RESOLUÇÕES 25
³ ´³ ´ ¡2¢ ³ ´
1+ρ Y2 +I10.5 Y +I 0.5
C1 = 2+ρ
Y1 − I1 + 1+r
C1 = 3 Y1 − I1 + 21+r1
³ ´³ ´ ⇔ ¡ ¢³ ´
1+r Y2 +I10.5 Y2 +I10.5
C2 = 2+ρ
Y1 − I1 + 1+r
C2 = 1+r
3
Y 1 − I1 + 1+r

Assim os consumidores A terão os seguintes consumos:


A
¡2¢ ³ 30+I10.5
´
C1 = 3 30 − I1 + 1+r
¡ ¢³ 30+I10.5
´
C2A = 1+r
3
30 − I1 + 1+r

Para os consumidores B, o consumo será


¡ ¢³ 60+I 0.5
´
C1B = 32 60 − I1 + 1+r1
¡ ¢³ 60+I10.5
´
C2B = 1+r
3
60 − I1 + 1+r

O nı́vel de consumo agregado é

µ ¶µ ¶ µ ¶µ ¶
Agregado 2 30 + I10.5 2 60 + I10.5
C = 300 × 30 − I1 + + 150 × 60 − I1 + ⇔
3 1+r 3 1+r
µ ¶ µ ¶
Agregado 30 + I10.5 60 + I10.5
⇔C = 200 30 − I1 + + 100 60 − I1 + ⇔
1+r 1+r
µ ¶
Agregado 12000 112.50.5 112.5
⇔C = 12000 + + 300 − ⇔
1+r (1 + r)2 (1 + r)2
µ ¶ µ ¶
Agregado 1 1
⇔C = 12000 1 + − 101.89
1+r (1 + r)2

A poupança agregada é S Agregada = Y Agregado − I Agregado − C Agregado ,


ficando então:

µ ¶ µ ¶ µ ¶
Agregada 112.50.5 112.5 1 1
S = 18000 + − − 12000 1 + + 101.89 ⇔
(1 + r)2 (1 + r)2 1+r (1 + r)2
µ ¶
Agregada 1
⇔S = 18000 − 12000 1 + ⇔
1+r
12000
⇔ S Agregada = 6000 −
1+r

c) Gráfico:
26CAPÍTULO 3. INVESTIMENTO, POUPANÇA E CONTA CORRENTE

r S

r*

S*, I* S, I

Figura 3: Representação Gráfica Poupana e Investimento

d) A taxa de juro de equilı́brio em economia fechada é tal que


S Agregada = I Agregado , então vem

12000 112.5
6000 − = ⇔
1+r (1 + r)2
⇔ 6000 (1 + r)2 − 12000(1 + r) − 112.5 = 0
⇔ 6000(1 + 2r + r2 ) − 12000 − 12000r − 112.5 = 0
6000r2 − 6112.5 = 0 ⇔
r = 1. 0093

e) Com uma taxa de juro tão elevada o consumo não cairá no


horizonte temporal do consumidor desde que este tenha previsto
correctamente a taxa de juro. Apenas alterações inesperadas na
taxa de juro levam a oscilações no consumo.
¡ ¢ ³ ´
f ) C Agregado = 12000 1 + 1+1.10093 − 101.89 (1+1. 10093)2 = 17947;
I1Agregado = 112.5
(1+1.0093) 2 = 27. 865
³ √ ´ ³ √ ´
W1Agregado = 300× 30 − 27. 865 + 30+ 27. 865
1+1. 0093
+150× 60 − 27. 865 + 60+ 27. 865
1+1. 0093
=
15601.
3.2. RESOLUÇÕES 27

g) C1 = 5590 + 0.8W1 − 750i ⇔ 17947 = 5590 + 0.8 × 15601 − 750i ⇔


750i = 5590 + 0.8 × 15601 − 17947 ⇔
5590+0.8×15601−17947
⇔i= 750
= . 165 07. O que diferencia a taxa de juro
nominal (i) da taxa de juro real (r) é a taxa de inflação (i = r+
π) que neste caso seria π = 0.16507 − 1.0093 = −. 844 23 (situação de
deflação).
28CAPÍTULO 3. INVESTIMENTO, POUPANÇA E CONTA CORRENTE
Capı́tulo 4

Procura de Moeda

4.1 Enunciados

Exercı́cio 21 Considere agora que o modelo de Baumol-Tobin que


explica a procura de moeda com a existência de custos de tran-
sacção se aplica ao Reino dos Ovos de Ouro. Note que este mo-
delo parte da hipótese de que cada agente tem um custo efectivo
de fazer cada transacção e tem um custo de oportunidade de de-
ter moeda. Recorde ainda que, dadas as hipóteses do modelo,
cada indivı́duo detém M*/2, em que M* é o montante de cada
levantamento.
a) Explique porque é que M d = M ∗ /2.
b) Nesta pequena economia não existe nenhum banco ou mer-
cado financeiro. O banco mais próximo, onde os agentes podem
comprar e vender tı́tulos de dı́vida sem risco (que pagam 20% de
juros), fica no vizinho Reino das Pantufas Iludidas, a 100 Km de
distância da capital. O bilhete de comboio - o meio de transporte
mais barato até ao banco - custa 30% do salário mensal (Y) de
cada trabalhador. Para ir ao banco, cada pessoa perde dois dias
de trabalho o que representa uma perda média de 10% do salário

29
30 CAPÍTULO 4. PROCURA DE MOEDA

mensal. Formalize o problema do agente em relação ao stock


óptimo de moeda, identificando todos os seus componentes.
c) Calcule o stock óptimo de moeda.
d) O Grande Pantufa propõe ao Rei dos Ovos de Ouro instalar
uma dependência do Banco das Pantufas no reino deste, com a
condição de cobrar um custo de transacção de 10% do rendimento
de cada trabalhador. O Reino dos Ovos de Ouro é tão pequeno,
que o custo em tempo de se deslocar ao banco passaria a ser
negligenciável. Calcule o stock óptimo de moeda neste caso.
e) Verifique se a proposta é aceite.

Exercı́cio 22 Suponha um indivı́duo que trabalha H horas por mês


recebendo um rendimento mensal Y que pretende gastar unifor-
memente ao longo desse perı́odo. O montante Y é recebido sob
a forma de um depósito a prazo com taxa de juro anual i. Por
cada ida ao banco para fazer levantamentos o indivı́duo perde
meia hora e gasta k num bilhete de autocarro, pagando ainda c
de encargos bancários (custo de conversão).
a) Deduza a expressão da procura de moeda por motivo de
transacções e explicite o trade-off entre o custo e o benefı́cio
marginais das conversões depósito-numerário.
b) Calcule a elasticidade rendimento da procura de moeda e
explique a intuição subjacente à diferença face ao resultado ha-
bitual (1/2).
d) Se Y=660, H=125, k=1 e c=0.485, calcule o montante de
cada levantamento M ∗ , a procura de moeda M d e o número de
levantamentos (n), sabendo também que a taxa de juro nominal
é igual a 5% (i=0.05).
4.2. RESOLUÇÕES 31

4.2 Resoluções

Solução 22 a) Dadas as hipóteses do modelo, nomeadamente a


de que o agente recebe o seu rendimento no activo menos lı́quido
(conta bancária) e faz levantamentos todos no mesmo montante,
sendo a sua despesa homógenea (linear) ao longo do tempo, se o
seu levantamento for designado por M ∗ então M ∗ /2 é o montante
médio de moeda que o agente detém, o que designamos de procura
de moeda.
b) O enunciado dá-nos os seguintes dados: a taxa de juro
nominal, i = 0.20, os custos de transação sendo compostos pelo
custo da viagem e do dia perdido P b = 0.3Y + 0.1Y = 0.4Y, sendo
Y o seu rendimento. Assim, podemos formular o problema do
consumidor relativamente à detenção de moeda:

(0.4Y ) Y M∗
M inM ∗ CT = + 0.2
M∗ 2

c) Esta expressão será minimizada relativamente a M ∗ , sendo


a seguinte a condição de primeira ordem do problema de mini-
mização:

∂CT 0.4Y 2
= − + 0.1 = 0 ⇔
∂M ∗ M ∗2
0.4Y 2
⇔ ∗2
= 0.1 ⇔ M ∗2 = 4Y 2 ⇔
M
⇔ M ∗ = 2Y

d) Neste caso P b = 0.1Y e a função custos a minimizar seria


(0.1Y )Y ∗
CT = M∗
+0.2 M2 . Esta expressão será minimizada relativamente
a M ∗ , sendo a seguinte a condição de primeira ordem do problema
32 CAPÍTULO 4. PROCURA DE MOEDA

de minimização:

∂CT 0.1Y 2
= − ∗2 + 0.1 = 0 ⇔
∂M ∗ M
0.1Y 2
⇔ = 0.1 ⇔ M ∗2 = 1Y 2 ⇔
M ∗2
⇔ M∗ = Y

e) Para verificar se os habitantes do Reino dos Ovos de Ouro


ficam melhores com a dependencia do banco no local temos que
comparar os custos totais na primeira com os custos totais na
primeira situação. A situação com os menores custos totais é a
melhor.
Situação Inicial: Banco no Reino das Pantufas

(0.4Y ) Y 2Y
CT P = + 0.2 = 0.2Y + 0.2Y = 0.4Y
2Y 2

Situação Final: Banco no Reino dos Ovos de Ouro

(0.1Y ) Y Y
CT OO = + 0.2 = 0.1Y + 0.1Y = 0.2Y
Y 2

Assim como CT OO < CT P porque 0.2Y < 0.4Y , então o Rei dos
Ovos de Ouro a pensar no seu povo aceita a proposta.

Solução 23 a) O principal aspecto do enunciado deste problema é


que o custo de transação tem diversas componentes:
Y
Pb = 0.5 × H + k + c. A expressão da procura de moeda é deduzida
através da minimização da seguintes função de custos: CT =
4.2. RESOLUÇÕES 33

(0.5× HY +k+c)Y ∗
M∗
+ i M2 , cuja condição de primeira ordem é a seguinte:
¡ Y
¢
∂CT 0.5 × H +k+c Y i

=− ∗2
+ =0⇔
∂M ¡ M ¢ 2
Y
0.5 × H + k + c Y i
⇔ ∗2
= ⇔
| M{z 2
} |{z}
Bmg = Cmg
Y
¡ ¢
2 0.5 ×
+k+c Y
⇔ M ∗2 = H

s ¡ i
Y
¢
∗ 2 0.5 × H +k+c Y
⇔M =
i
s¡ ¢
∗ Y
M 0.5 × + k + c Y
⇒ MD = = H
2 2i
³Y ´µ ¶−1/2
∂M D Y 1 +k+c (0.5× HY +k+c)Y Y
b) A elasticidade é ∂Y M D
= 2
H
2i 2i !1/2 =
(0.5× HY +k+c)Y
2i
 
2
( )
0.5 Y +k+c Y +0.5 Y
H
2i
H  µ 2

1 0.5 YH
! = 1+ > 21 . A elasticidade-rendimento
(0.5× HY +k+c)Y 2 (0.5× HY +k+c)Y
2i

da procura de moeda é superior ao valor habitual de 1/2 porque


neste caso o custo de transação também depende do rendimento
o que torna a procura de moeda mais sensivel a oscilações no
rendimento. q
∗ 2(0.5× 125
660
+1+0.485)660
d) Y=660, H=125, k=1 e c=0.485; M = =
q 0.05
2(0.5× 660 +1+0.485)660
330.0; M D = 125
4∗0.05
= 165.0 e
Y 660
n= M∗
= 330.0
= 2.
34 CAPÍTULO 4. PROCURA DE MOEDA
Capı́tulo 5

Modelo IS-LM em Economia


Fechada e Procura Agregada

5.1 Enunciados
Exercı́cio 23 Considere uma economia que pode ser descrita pelas
seguintes equações:

C = 0.8(1 − t)Y
t = 0.25
I = 900 − 50i
G = 800
Ld = 0.25Y − 62.5i
M/P = 500

(i está medido em percentagem. Por exemplo, i=5 equivale a


uma taxa de juro de 5%)
1) a) Qual a equação que descreve a curva IS?
b) Qual a definição da curva IS?
c) Qual a equação que descreve a curva LM?

35
36CAPÍTULO 5. MODELO IS-LM EM ECONOMIA FECHADA E PROCURA AGREGADA

d) Qual a definição da curva LM?

e) Quais os nı́veis de equilı́brio de rendimento e taxa de juro?

f ) Descreva as condições que estão satisfeitas na intersecção


da curva IS com a LM e diga por que razão é que este é um ponto
de equilı́brio.

2) a) Qual a medida do deslocamento da IS devido a uma


variação dos gastos do Estado, para uma taxa de juro constante?

b) Qual a alteração do rendimento de equilibrio devido a uma


variação dos gastos do Estado neste modelo? Explique a dife-
rença em relação ao valor obtido em a) e relacione-a com o con-
ceito de crowding-out.

c) De quanto é que uma variação dos gastos do Estado afecta


a taxa de juro de equilı́brio?

d) Como é que um aumento da taxa de impostos afecta a curva


IS? Como é que afecta os nı́veis de equilı́brio do rendimento e da
taxa de juro?

e) Qual o impacto de uma variação da oferta real de moeda


sobre o rendimento de equilibrio?

f ) Se, no seguimento de uma variação dos gastos do Estado, as


autoridades monetárias quiserem manter a taxa de juro constante
de quanto é que têm que alterar a oferta real de moeda?

Exercı́cio 24 A Republica das Rosas é uma economia fechada em


que o estado não tem receitas nem despesas. Admita que esta eco-
nomia pode ser adequadamente representada pelo seguinte modelo
macroeconómico. Em que é o rendimento permanente que é uma
média ponderada do rendimento presente (Y) e do rendimento
5.1. ENUNCIADOS 37

futuro (Yf ).

C = 100 + 0.8Y dp
I = 30 − 350i
G = 5
M/P = 2500/1
Ld = 20Y − 0.5i
Y dp = 0.6Y + 0.4Y f
Y f = 1.08Y

a) Enuncie o modelo em termos dos parâmetros usuais, encon-


trando expressões para a IS e a LM em função desses parâmetros.
b) Encontre expressões para o rendimento e taxa de juro de
equilı́brio.
c) Encontre os valores para o rendimento e taxa de juro de
equilı́brio.
d) Assuma que os preços subiram 20%, o que tem que aconte-
cer à emissão monetária para que os valores calculados na alı́nea
c) não se alterem? E se os preços se alterassem 20% e a oferta
nominal de moeda não se alterasse, o que aconteceria aos valores
de equilı́brio de rendimento e taxa de juro? Represente grafica-
mente a situação inicial e as alterações efectuadas. Quantifique.
e) Interprete as equações (6) e (7) do enunciado, à luz da
teoria do consumo.
f ) Imagine agora que o estado pretende aumentar as depesas
públicas em 10. u.m.. Assumindo que o Governo paga essas
despesas através da criação de um imposto no mesmo valor, re-
calcule o novo equilı́brio macroeconómico.
g) Assuma agora que o estado contrai uma dı́vida (que terá
que pagar no futuro). Assuma que paga por essa dı́vida uma taxa
38CAPÍTULO 5. MODELO IS-LM EM ECONOMIA FECHADA E PROCURA AGREGADA

fixa de i, quando proceder à regularização da dı́vida. Re-calcule o


novo equilı́brio macroeconómico.

5.2 Resoluções
Solução 24 1 a) A curva IS deduz-se da seguinte forma, começando
por escrever o produto pela óptica da despesa,

Y = PA = C + I + G + X − M ⇔
⇔ Y = 0.8(1 − t)Y + 900 − 50i + 800 + 0 ⇔
⇔ Y (1 − 0.8(1 − 0.25)) = 1700 − 50i ⇔
⇔ Y = 4250 − 125i

b) A curva IS dá-nos as combinações de rendimento (Y) e taxa


de juro nominal (i) que mantém o mercado de bens e serviços
(real) em equilı́brio.
c) Para encontrar a curva LM, iguala-se a procura à oferta
de moeda:

500 = 0.25Y − 62.5i ⇔


⇔ Y = 2000 + 250i

d) A curva LM dá-nos as combinações de rendimento (Y) e


taxa de juro nominal (i) que mantém o mercado de monetário
em equilı́brio.
e) Os nı́veis de equilı́brio de rendimento e taxa de juro obtém-
se resolvendo um sistema de equações entre a IS e a LM:
½ ½
Y = 4250 − 125i 2000 + 250i = 4250 − 125i
⇔ ⇔
Y = 2000 + 250i − − − − − − − − −−
½ ½
375i = 2250 i=6
⇔ ⇔
− − − − − − − − −− Y = 2000 + 250(6) = 3500
5.2. RESOLUÇÕES 39

f ) É um equilibrio macroeconómico (do lado da procura) por-


que quer o mercado real quer o mercado monetário estão em
equilı́brio.
2 a) A expressão geral da IS seria:
1 ¡ ¢
Y = A − bi
1 − c(1 − t)

em que A = C + I + G é a soma das componentes autónomas do


consumo, investimento e gastos públicos, c é a propensão margi-
nal a consumir, t a taxa marginal de imposto e b a sensibilidade
∆Y 1
do investimento à taxa de juro nominal. Logo ∆G
= 1−c(1−t)
=
1
1−0.8(1−0.25)
= 2.5.

1
Atenção! 5.1 Para obter a expressão Y = 1−c(1−t)
A deve resolver o
modelo substituido os números pelos parametros habituais (para
ver os parâmetros habituais consulte as aulas teóricas). Para
consultar uma resolução com base nos parametros veja o exercı́cio
seguinte.

Solução 25 b) A expressão do rendimento de equilı́brio seria:


µ ¶
1 M
Y = A + b/h
1 − c(1 − t) + bk/h P

M
em que P
é a oferta real de moeda, k é a sensibilidade da procura
de moeda ao rendimento, h a sensibilidade da procura de moeda à
∆Y 1 1
taxa de juro nominal. Logo ∆G
= 1−c(1−t)+bk/h
= 1−0.8(1−0.25)+50×0.25/62.5
=
1. 666 7. A diferença entre os dois valores é o efeito crowding-out,
que é ∆Y = (2.5 − 1.6667)∆G, i.e. é a diferença entre os efeitos que
um aumento dos gastos do estado teriam numa situação em que
a taxa de juro nominal permanecesse constante (alı́nea a)) e o
efeito que teriam numa situação em que a taxa de juro nominal
se altera via mercado monetário.
40CAPÍTULO 5. MODELO IS-LM EM ECONOMIA FECHADA E PROCURA AGREGADA

Atenção! 5.2 Mostre que não existe efeito crowding-out sempre


que a curva LM seja horizontal.

Solução 26 c) A expressão para a taxa de juro de equilı́brio seria


a seguinte:
µ ¶
k/h M M
i= A + b/h − 1/h
1 − c(1 − t) + bk/h P P
∆i k/h
Logo os gastos do estado teriam o seguinte efeito: ∆G
= 1−c(1−t)+bk/h
.
d) Esse efeito é medido, respectivamente, através da derivada
c(A−bi)
da expressão da IS em relação à taxa de imposto: ∆Y
∆t
= − (1−c(1−t))2 ;do
∆Y
rendimento
 
de equilı́brio em relação à taxa de imposto: ∆t
=
c A+b/h M
P
− (1−c(1−t)+bk/h)2 ; e da derivada da expressão da taxa de juro de
 
ck/h A+b/h M
∆i P
equilı́brio em relação à taxa de imposto: ∆t
= − (1−c(1−t)+bk/h)2 .
∆Y b/h
e) = 1−c(1−t)+bk/h
.
∆M
P
f ) Sabe-se que no seguimento de uma variação dos gastos do
estado, rendimento de equilı́brio e taxa de juro de equilı́brio va-
riam da seguinte forma:
1 b/h
∆Y = 1−c(1−t)+bk/h³
∆G + ∆M =
1−c(1−t)+bk/h ´ P
1. 666 7∆G + 1.333∆ M
P
k/h k/hb/h
∆i = 1−c(1−t)+bk/h
∆G + 1−c(1−t)+bk/h
− 1/h ∆ M P
= 0.00666∆G − 0.010667∆ M
P

Não querendo que a taxa de juro se altere ∆i = 0, logo 0 =


0.00666∆G−0.010667∆ M
P
⇔ 0.00666∆G = 0.010667∆ M
P
⇔ ∆G = 1.6017∆ M
P
,
logo
∆Y = 1. 666 7∆G+1.333∆ M
P
⇔ ∆Y = 1. 666 7(1.6017∆ M
P
)+1.333∆ M
P
=
4∆ M
P
⇔ ∆M
P
= 0.25∆Y . Então a alteração na oferta real de moeda
vai ser 1/4 da variação no rendimento. Como exemplo se ∆G =
16017, então ∆ M
P
= 16017
1.6017
= 10000 e ∆Y = 1. 666 7 × 16017 + 1.333 ×
10000 = 40026. Chama-se a este tipo de polı́tica, polı́tica monetária
de acomodação, uma vez que corresponde a uma politica mo-
netária expansionista que se segue a uma polı́tica fiscal expan-
sionista para evitar a subida da taxa de juro.
5.2. RESOLUÇÕES 41

Solução 27 a)

C = C + cY dp
I = I − bi
G = G
M/P = M/P
Ld = kY − hi
Y dp = aY + f (Y f − T (1 + i))
Y f = gY

em que
C c I b G M/P k h a f g
100 0.8 30 350 5 2500 20 0.5 0.6 0.4 1.08
Atenção! 5.3 Pense como é que o enunciado deste problema res-
peita a teoria do consumo estudada no capı́tulo 1.

Solução 28 b) Para encontrar expressões para o rendimento e a


taxa de juro de equilı́brio, primeiro deduzimos a curva IS:

Y =C +I +G+X −M ⇔
⇔ Y = C + cY dp + I − bi + G ⇔
¡ ¢
⇔ Y = C + c aY + f (Y f − T (1 + i) + I − bi + G ⇔
⇔ Y = C + c (aY + f gY ) + I − bi + G ⇔
⇔ Y (1 − c(a + f g)) = C + I − bi + G ⇔
1 £ ¤
⇔Y = C + I − bi + G ⇔
(1 − c(a + f g))
1 £ ¤ b
⇔Y = C +I +G − i
(1 − c(a + f g)) (1 − c(a + f g))
De seguida deduzimos a curva LM:

M/P = kY − hi ⇔
1 h
⇔Y = M/P + i
k k
42CAPÍTULO 5. MODELO IS-LM EM ECONOMIA FECHADA E PROCURA AGREGADA

E por fim encontramos Y de equilı́brio resolvendo um sistema


entre as duas equações, a da IS e a da LM:

( £ ¤
1 b
Y = C + I + G − (1−c(a+f
(1−c(a+f g)) g))
i

Y = k1 M/P + hk i
( £ ¤
1
k
M/P + hk i = (1−c(a+f 1
g))
C + I + G − (1−c(a+f b
g))
i
⇔ ⇔
− − − − − − − − − − − − −−
( ³ ´ £ ¤ 1
h b 1
k
+ (1−c(a+f g))
i = (1−c(a+f g))
C + I + G − k M/P
⇔ ⇔
− − − − − − − − − − − − −−


1
[C+I+G]− k1 M/P
 i = (1−c(a+fhg))
( k + (1−c(a+f
b
g)) )


h/k
 Y = (1−c(a+f hg)) [C+I+G ] −
h/k
M/P
k
+ k1 M/P
( k + (1−c(a+f g)) )
b

c) Para encontrar os valores do rendimento e da taxa de juro


basta substituir os parametros pelos respectivos valores usando
para isso o quadro construido na resposta a alı́nea a)
1 1
(1−0.8(0.6+0.4×1.08))
[100+30+5]− 20 ×2500
i= = 0.323
( 0.5
20
+ 350
)
(1−0.8(0.6+0.4×1.08))
0.5/20 0.5/20
(1−0.8(0.6+0.4×1.08))
[100+30+5]− 20
×2500 1
Y = + × 50 = 125.01
( 0.5
20
+ ) 350
(1−0.8(0.6+0.4×1.08))
20

d) Se os preços se alterassem 20%, para que os resultados da


alı́nea anterior não se alterassem, a oferta nominal de moeda te-
ria que alterar-se na mesma percentagem. Se os preços se altera-
rem e a moeda nominal se mantiver constante M/P1 = 2500/1.2. =
2083. 3 Então, os valores de equilı́brio serão:
1 1
(1−0.8(0.6+0.4×1.08))
[100+30+5]− 20 ×2083.3
i= = 0.33381
( 0.5
20
+ 350
)
(1−0.8(0.6+0.4×1.08))
0.5/20 0.5/20
(1−0.8(0.6+0.4×1.08))
[100+30+5]− 20 ×2083.3 1
Y = + × 2083.333 = 104.18
( 0.5
20
+ ) 350
(1−0.8(0.6+0.4×1.08))
20

Tal como se pode verificar pelo gráfico seguinte a taxa de juro


nominal aumenta e o rendimento diminui, tal como aconteceria
numa recessão monetária.
Gráfico:
5.2. RESOLUÇÕES 43

L M ’

i L M

0.33
0.32

IS

10 4 12 5 Y

Figura 4: Representação Gráfica do Modelo IS-LM com aumento de


Preos

e) A equação (6) diz-nos que o rendimento permanente Y dp é


uma média ponderada do rendimento presente e futuro tal como
prevê a teoria do rendimento permanente é Y f = 1.08Y p (equação
7) diz-nos que se prevê um aumento de 8% para o rendimento
futuro relativamente ao rendimento presente.
f ) Isso quer dizer que

C = C + cY dp
I = I − bi
G = G
M/P = M/P
Ld = kY − hi
Y dp = a(Y − T ) + f Y f
Y f = gY

em que
C c I b G M/P k h a f g T
100 0.8 30 350 15 2500 20 0.5 0.6 0.4 1.08 10
44CAPÍTULO 5. MODELO IS-LM EM ECONOMIA FECHADA E PROCURA AGREGADA

Temos então que deduzir o novo modelo IS-LM, sendo que a


única expressão que se altera é a IS:

Y =C +I +G+X −M ⇔
⇔ Y = C + cY dp + I − bi + G ⇔
¡ ¢
⇔ Y = C + c a(Y − T ) + f Y f + I − bi + G ⇔
¡ ¢
⇔ Y = C + c a(Y − T ) + f gY + I − bi + G ⇔
⇔ Y (1 − c(a + f g)) = C − caT + I − bi + G ⇔
1 £ ¤
⇔Y = C − caT + I − bi + G ⇔
(1 − c(a + f g))
1 £ ¤ b
⇔Y = C − caT + I + G − i
(1 − c(a + f g)) (1 − c(a + f g))
E recalcular
 o equilı́brio:

1
[C−caT +I+G]− k1 M/P
 i = (1−c(a+f g))h +
( k (1−c(a+fb
g)) )


h/k
[
 Y = (1−c(a+f g)) h
C−caT +I+G ] −
h/k
k
M/P 1
+ M/P
 ( k + (1−c(a+f
b
g)) )
k
1 1
[100−0.8×0.6×10+30+15]− 20 ×2500

 i = (1−0.8(0.6+0.4×1.08)) = 0.338
( 20 (1−0.8(0.6+0.4×1.08)) )
0.5
+ 350
⇔ 0.5/20 0.5/20

 Y = (1−0.8(0.6+0.4×1.08))
[100−0.8×0.6×10+30+15]− 20 ×2500
+ 201
× 2500 = 125.01
( 20 + (1−0.8(0.6+0.4×1.08)) )
0.5 350

g) Isso quer dizer que

C = C + cY dp
I = I − bi
G = G
M/P = M/P
Ld = kY − hi
Y dp = aY + f (Y f − T (1 + i))
Y f = gY

em que
C c I b G M/P k h a f g T
100 0.8 30 350 15 2500 20 0.5 0.6 0.4 1.08 10
5.2. RESOLUÇÕES 45

Temos então que deduzir o novo modelo IS-LM, sendo que a


única expressão que se altera é a IS:

Y =C +I +G+X −M ⇔
⇔ Y = C + cY dp + I − bi + G ⇔
¡ ¢
⇔ Y = C + c a(Y ) + f (Y f − T (1 + i) + I − bi + G ⇔
¡ ¢
⇔ Y = C + c a(Y ) + f gY − f T − f T i + I − bi + G ⇔
⇔ Y (1 − c(a + f g)) = C − cf T + I − bi − cf T i + G ⇔
1 £ ¤
⇔Y = C − cf T + I − (b + cf T )i + G ⇔
(1 − c(a + f g))
1 £ ¤ b + cf T
⇔Y = C − cf T + I + G − i
(1 − c(a + f g)) (1 − c(a + f g))
E
 recalcular o 1equilı́brio:

 [C−−cf T +I+G ]− k1 M/P
 i = (1−c(a+f g))

h b+cf T

k
+ (1−c(a+f g))



h/k
[C−cf T +I+G]− h/k M/P
 Y =
(1−c(a+f g))

h b+cf T
k
+ k1 M/P
+ (1−c(a+f
 k
1
g))
[100−0.8×0.4×10+30+15]− 20 1
×2500

 i= (1−0.8(0.6+0.4×1.08))
= 0.33975
( 0.5
20
350+0.8×0.4×10
)
+ (1−0.8(0.6+0.4×1.08))
⇔ 0.5/20 0.5/20

 Y = (1−0.8(0.6+0.4×1.08))
[100−0.8×0.4×10+30+15]− 20
×2500
+ 1
× 2500 = 125.01
(0.5
20
350+0.8×0.4×10
)
+ (1−0.8(0.6+0.4×1.08)) 20

Atenção! 5.4 Neste exercı́cio o que pode dizer relativamente à


equivalência Ricardiana? Pense na definição de equivalência Ri-
cardiana e nos resultados das duas alı́neas anteriores.
46CAPÍTULO 5. MODELO IS-LM EM ECONOMIA FECHADA E PROCURA AGREGADA
Capı́tulo 6

Modelo IS-LM em Economia


Aberta

6.1 Enunciados

Exercı́cio 25 A economia XYZ tem um regime de câmbios fixos,


onde existe perfeita mobilidade de capitais, e é descrita pelas
seguintes funções:
C = 120 + 0, 75Y d
LD = 32 + 0, 2Y − 200i
I = 150 − 200i
M/P = 120
G = 200
T = 0, 3Y
N X = −100 + 150e − 0, 325Y
a) Determine os valores de equilı́brio do rendimento, taxa de
juro, taxa de câmbio, saldo orçamental e balança de transacções
correntes para uma taxa de juro internacional de 6%.
b) Tentando reduzir o défice orçamental, o governo decide re-
duzir as despesas públicas em 60 u.m. Calcule o impacto desta

47
48 CAPÍTULO 6. MODELO IS-LM EM ECONOMIA ABERTA

medida sobre os valores de equilı́brio do rendimento, taxa de juro,


taxa de câmbio, massa monetária e balança de transacções cor-
rentes. Represente graficamente.
c) O Governo decidiu abandonar o regime cambial existente e
passar para um regime de câmbios flexı́veis. Determine a taxa
de câmbio que decorre da polı́tica da alı́nea b).
d) No caso do governo pretender que a taxa de câmbio flutue
dentro de uma banda com limites de 7.8 e 8, indique se existe ne-
cessidade do banco central intervir no caso da politica de alı́nea
b) entrar em vigor. (Regime de Câmbios Flexı́veis). Mostre gra-
ficamente.

Exercı́cio 26 Os estudos efectuados na economia Salvaterra per-


mitiram representar esta economia através das seguintes equações:
C = 10 + 0, 9Y d
LD = Y − 2i
I = 3 − 1, 5i
M/P = 20
G=2
T = 0, 1Y
N X = qX − qY = 1 − 0, 06Y
(Considere i=5 (5%))
a) Calcule o rendimento e taxa de juro de equilı́brio.
b) O paı́s Salvaterra encontra-se em pleno processo de inte-
gração num espaço económico mais alargado e, para cumprir os
critérios de convergência, tem de impedir que a taxa de juro in-
terna se desvie do valor de referência i*=8%, obtido através de
uma média das taxas de juro de alguns dos seus parceiros. O Go-
verno anunciou que adaptará o nı́vel de gastos públicos de forma
a garantir essa convergência. A nova função dos gastos públicos
estimada é G=G0+g(i*-i). G0 representa dos gastos autónomos
6.2. RESOLUÇÕES 49

que se mantém (G0=2). O estudo revela também que |g|=0,5.


Indique e explique qual deve ser o sinal de g?
c) Verifique, numericamente e graficamente, como a nova função
de gastos altera a situação de equilı́brio.
d) Proponha uma combinação de politicas que permita equi-
librar as contas do Governo e também manter a taxa de juro
inalterada.

6.2 Resoluções
Solução 29 a) Primeiro, calculamos a curva IS, da seguinte forma:

Y =C +I +G+X −M ⇔
⇔ Y = 120 + 0, 75Y d + 150 − 200i + 200 − 100 + 150e − 0, 325Y ⇔
⇔ Y = 370 + 0.75(Y − T ) − 200i + 150e − 0.325Y ⇔
⇔ Y = 370 + 0.75(Y − 0.3Y ) − 200(6) + 150e − 0.325Y ⇔
⇔ Y − 0.75 × 0.7Y + 0.325Y = −830 + 150e ⇔
⇔ 0.15Y = −830 + 150e ⇔
⇔ Y = −5533 + 1000e

De seguida, calcula-se a LM, da seguinte forma:

120 = 32 + 0, 2Y − 200i ⇔
⇔ 0.2Y = 88 + 1200 ⇔
⇔ Y = 1640

Assim, igualando IS a LM vem e = 7.173. O Saldo Orçamental é


SO = T −G = 0.3Y −200 = 292 e a Balança de Transações Correntes
N X = −100 + 150e − 0, 325Y = −100 + 150 × 7.173 − 0, 325 × 1640 = 975.
95
50 CAPÍTULO 6. MODELO IS-LM EM ECONOMIA ABERTA

b) Com G = 140, os valores pedidos podem ser calculados da


seguinte forma:

IS : Y = C + I + G + X − M ⇔
⇔ Y = 120 + 0, 75Y d + 150 − 200i + 140 − 100 + 150e − 0, 325Y ⇔
⇔ Y = 310 + 0.75(Y − T ) − 200i + 150e − 0.325Y ⇔
⇔ Y = 310 + 0.75(Y − 0.3Y ) − 200(6) + 150e − 0.325Y ⇔
⇔ Y − 0.75 × 0.7Y + 0.325Y = −890 + 150e ⇔
⇔ 0.15Y = −830 + 150e ⇔
⇔ Y = −5933 + 1000e

De seguida, como o câmbio é fixo, então: e = 7.173, pelo que


Y = 1240. O Saldo Orçamental é SO = T − G = 0.3Y − 140 = 232 e
a Balança de Transações Correntes N X = −100 + 150e − 0, 325Y =
−100+150×7.173−0, 325×1240 = 1378.95. Com a redução orçamental,
e a taxa de câmbio constante, o rendimento decresce, o saldo
orçamental decresce e aumenta o saldo positivo da balança de
transações correntes.
c) Com G = 140, os valores pedidos podem ser calculados da
seguinte forma:

IS : Y = C + I + G + X − M ⇔
⇔ Y = 120 + 0, 75Y d + 150 − 200i + 140 − 100 + 150e − 0, 325Y ⇔
⇔ Y = 310 + 0.75(Y − T ) − 200i + 150e − 0.325Y ⇔
⇔ Y = 310 + 0.75(Y − 0.3Y ) − 200(6) + 150e − 0.325Y ⇔
⇔ Y − 0.75 × 0.7Y + 0.325Y = −890 + 150e ⇔
⇔ 0.15Y = −830 + 150e ⇔
⇔ Y = −5933 + 1000e
6.2. RESOLUÇÕES 51

De seguida, calcula-se a LM, da seguinte forma:

120 = 32 + 0, 2Y − 200i ⇔
⇔ 0.2Y = 88 + 1200 ⇔
⇔ Y = 1640

Assim, igualando IS a LM vem e = 7.573. Devido à diminuição


dos gastos públicos, há uma depreciação da moeda (devido a uma
menor procura de moeda nacional), mantendo-se o rendimento
constante em 1640.
d) O objectivo é que haja uma depreciação da moeda. Assim,
uma redução da despesa pública ou aumento de impostos serviria
o objectivo de aumentar a taxa de câmbio (depreciar a moeda)
para 7.8 ou 8. Assim seria necessário o seguinte aumento de
gastos:
∆G
0 = + 1000 × (7.8 − 7.173) ⇔
0.15
∆G
⇔ = (7.173 − 7.8) × 1000 ⇔
0.15
⇔ ∆G = −94.05

para que a moeda se deprecie para 7.8 ou


∆G
0 = + 1000 × (8 − 7.173) ⇔
0.15
∆G
⇔ = (7.173 − 8) × 1000 ⇔
0.15
⇔ ∆G = −124.05

para que a moeda se deprecie para 8. Assim se os gastos do


estado decrescerem de 200 para um valor entre 75.95 e 105.95, a
taxa de câmbio oscilará na banda entre 7.8 e 8.
52 CAPÍTULO 6. MODELO IS-LM EM ECONOMIA ABERTA
Capı́tulo 7

Exercı́cios Sı́ntese

Este capı́tulo constitui uma inovação relativamente à Sebenta de


Macroeconomia I, uma vez que , como em nenhuma outra unidade
curricular de Macroeconomia I, a matéria de Macroeconomia II
está interligada do principio ao fim. Assim, nunca como aqui se
exige dois alunos um processo de aquisição cumulativo e integrativo
de conhecimentos. Este capı́tulo pretende favorecer essa integração
de conhecimentos.

7.1 Enunciados
Exercı́cio 27 A República das Bananas, uma pequena e bela ilha
do Atlântico, é governada pelo ditador AJJ, como já sabe. Ele
está novamente interessado nos seus serviços de economista, para
tomar conta do burocrático e desorganizado Instituto de Estatı́stica
do Estado (INERB). Todos os 200 habitantes são iguais nas suas
preferências (todos gostam muito da cor de laranja!).
a) Os dados do INERB mostram que os agentes parecem comportarem-
se como se tivessem uma função utilidade do tipo: U = ln(C1 ) +
ln(C2 )
1+ρ
. Suponha que os técnicos do instituto acreditam que a taxa

53
54 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

de juro real é tal que r < ρ , embora esta taxa não tenha sido
calculada. Consegue ainda retirar dos cadernos de estatı́stica do
INERB os seguintes valores para os rendimentos individuais e
para as variáveis do orçamento: Y1 = 101, Y2 = 100, T1 = 20,
G1 = 20, G1 = 20. Escreva a restrição orçamental intertemporal
do Estado, assumindo que o horizonte temporal deste é igual ao
das famı́lias.
b) Calcule as funções consumo do agente representativo no
perı́odo 1 e no perı́odo 2 em função da riqueza intertemporal W1 ,
admitindo que este não investe. Comente referindo-se à condição
r<ρ .
Admita agora que o agente representativo investe e que obtém
no segundo perı́odo um resultado do investimento dado por I10.5 .
c) O inquérito trimestral ao consumo mostrou que os nı́veis de
consumo este trimestre se mantiveram iguais aos dos trimestres
anteriores. Os seus conhecimentos de macro sugerem-lhe que
duas condições da utilidade estão satisfeitas. Quais são?
d) Calcule as funções consumo e poupança individuais.
e) Apresente a função do investimento individual.
f ) Apresente agora as funções poupança e investimento agre-
gadas. Represente graficamente um esboço das mesmas.
g) Calcule a taxa de juro real de equilı́brio nesta economia e
os nı́veis do consumo, poupança e investimento.
h) Um maremoto inesperado destroı́ algumas plantações de ba-
nanas pelo que a dotação nesse perı́odo desceu. Represente gra-
ficamente o sucedido e explique qualitativamente os efeitos deste
choque na economia (Nota: não necessita fazer cálculos).
i) Para fazer face ao sucedido, o ministro adjunto, Dr. José
Keynesiano, aconselha o ditador AJJ a reduzir os impostos T1
para zero, o que este aceita, ao contrário das suas insistentes re-
7.1. ENUNCIADOS 55

comendações neoclássicas. Qual o efeito desta medida no nı́vel de


consumo? (Nota: explique intuitivamente o que acontece recor-
rendo a algumas equações que julgue apropriadas. Não necessita
fazer cálculos).
j) Este efeito é sempre garantido? Apresente duas situações
teóricas em que este efeito não é garantido.

Exercı́cio 28 Continua a trabalhar no INERB e que estimou eco-


nometricamente a função de procura de moeda seguinte: L =
0.5Y − 50i.
a) Fundamente microeconomicamente esta função de procura
de moeda, usando o Modelo Baumol-Tobin.
b) Depois da sua opinião de tendência neoclássica, o Sr. Mi-
nistro adjunto resolve intervir directamente no seu trabalho e
dizer-lhe que a economia da República das Bananas pode ser ade-
quadamente representada pelo seguinte modelo macroeconómico
keynesiano:
C = 20 + 0, 8Y d
P =1
I = 20 − 100i
M = 200
G = 100
i∗ = 10%
T = 12, 5
c) Contrariado, acaba por aceitar adoptar este modelo para as
suas contas nacionais. Calcule o rendimento e a taxa de juro de
equilı́brio.
d) Analise o efeito de um decréscimo dos impostos autónomos
em 2.5 unidades monetárias na produção e no consumo. Com-
pare com os resultados obtidos na alı́nea i) do exercı́cio anterior.
56 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

A República das Bananas acaba de ser aceite como membro da


OMC (Organização Mundial do Comércio) tendo para isso que
abrir a sua economia ao exterior. Como bom estudante de ma-
croeconomia, sabe que o modelo anterior deixou de ser adequado
a esta nova situação. Como o Ministro Adjunto, seu amigo de
longa data, ainda não sabe que regime de taxas de câmbio adop-
tar, pede-lhe o seu parecer, dizendo-lhe que para ganhar eleições
é sempre necessário ter efeitos da polı́tica fiscal. A taxa de
juro internacional ascende a 3%. Estima-se que a função das
exportações lı́quidas pode ser representada da seguinte forma:
N X = 50 − 0.2Y + 5e, em que e é a taxa de câmbio real.
e) Explique qualitativamente (use gráficos) quais os efeitos
da polı́tica fiscal anterior nesta pequena economia nos seguintes
casos:
i) Regime de câmbios fixos.
ii) Regime de câmbios flexı́veis.
iii) Imperfeita mobilidade de capitais com uma função
CF = f (i − i∗).
f ) Calcule o novo equilı́brio desta economia, determinando Y
e e.
g) Quantifique os efeitos daquela polı́tica fiscal nesta pequena
economia nos seguintes casos:
i) Regime de câmbios fixos.
ii) Regime de câmbios flexı́veis.
iii) Imperfeita mobilidade de capitais com uma função
CF = 5(i − i∗).

Exercı́cio 29 Comente as seguintes afirmações (máximo: 5 lin-


has):
7.1. ENUNCIADOS 57

A. ” Se a base de tributação for o Consumo, a abordagem


intertemporal, ao contrário da abordagem Keynesiana, sustenta
que o aumento de impostos em Portugal não reduz a base de
tributação”.
B. ”O Estado Português deveria concentrar-se na redução das
despesas correntes e não no aumento dos impostos, com vista a
controlar o défice público.”

Exercı́cio 30 A República Independente do Norte Lusitano (RINL),


com capital na bela e formosa cidade ”Inbicta”, é governada pelo
Presidente Bombo da Posta. Ele requisitou-o ao amigo AJJ para
lhe prestar assistência técnica. Todos os 200 habitantes deste
paı́s são iguais nas suas preferências.
a) Os dados do INERINL (Instituto Nacional de Estatı́stica
da RINL) mostram que os agentes parecem comportar-se como se
ln(C2 )
tivessem uma função utilidade do tipo: U = ln(C1 ) + 1+r
. A taxa
de juro real, r, ainda não foi calculada. Consegue ainda retirar
dos cadernos de estatı́stica do INERINL os seguintes valores para
os rendimentos individuais e para as variáveis do orçamento:
Y1 = 90, Y2 = 80, T1 = 20, T ransf erências1 = 20, T ransf erências2 = 20.
Não há outras despesas do Estado. Admita que o agente repre-
sentativo investe e que obtém no segundo perı́odo um resultado
do investimento dado por I10.5 + (1 − δ)I1 , em que a taxa de de-
preciação está avaliada em 10%. Calcule as funções consumo,
poupança e investimento do agente representativo no perı́odo 1 e
no perı́odo 2.
b) Demonstre que se considerarmos que cada habitante da
RINL possui uma empresa que maximiza lucros, a decisão óptima
de investir se mantém inalterada.
c) Apresente as funções Poupança e Investimento agregadas.
58 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

d) Calcule a taxa de juro real de equilı́brio nesta economia e


os nı́veis do consumo, poupança e investimento.
e) A recuperação económica do mundo faz com que a indústria
exportadora de sapatinhos (a principal indústria do paı́s) recupere
o que faz aumentar a dotação para Y2 =85. Indique quantitava-
mente os efeito no consumo, na poupança e no investimento.
f ) A invenção de uma nova tecnologia no Departamento de
Electromecânica da Universidade da Beira Interior, no paı́s vi-
zinho, permite agora aumentar a produtividade da indústria de
sapatinhos. Indique o efeito qualitativo desta invenção na RINL
se a tecnologia ficar disponı́vel para aquela indústria.
g) Assuma que um espião infiltrado na U.B.I. consegue imi-
tar essa tecnologia e disponibilizá-la sem custos ao presidente da
AIS (Associação dos Industriais de Sapatinhos). A tecnologia
referida transforma a elasticidade da produção em 0,75. Calcule
o novo nı́vel de equilı́brio do Investimento e do Consumo dos ha-
bitantes da RINL assumindo que a taxa de juro real, r, se situa
agora nos 25,5%.
h) Assuma que a UBI descobre o espião e o expulsa antes
que este consiga copiar a tecnologia. Simultaneamente, dá in-
struções para que uma patente seja registada no organismo oficial
das Comunidades Europeias e estabelece o preço para a patente
em 10 × 200. Será que o Presidente Bombo da Posta está disposto
a comprar a patente? Qual o preço máximo que este está disposto
a pagar pela mesma?
1) assuma que o Presidente está interessado na maxi-
mização do bem-estar dos agentes.
2) assuma que o Presidente está interessado na maxi-
mização do lucro das empresas.
i) Suponha que, orgulhoso, o Presidente Bombo da Posta não
7.1. ENUNCIADOS 59

quer comprar a patente. Sugira uma forma alternativa (estudada


na disciplina) de aumentar o investimento. Quantifique essa me-
dida de forma a atingir o mesmo nı́vel de investimento.
j) Na resposta à alı́nea f ) detectou que o nı́vel de capital
óptimo era atingido no perı́odo seguinte. No entanto, para in-
stalar a nova tecnologia em qualquer fábrica de sapatinhos é ne-
cessário que um investigador da U.B.I. dê formação aos chefes
das linhas de produção e que técnicos qualificados montem as
máquinas. Assim, qualquer empresário racional decidirá insta-
lar esta nova tecnologia gradualmente. Que modelo devemos usar
para estudar um investimento desta natureza? O que falta no
modelo anterior para que este resultado (investimento gradual)
possa ser alcançado?

Exercı́cio 31 Considere a decisão dos agentes económicos da RINL


sobre a quantidade de moeda que desejam deter.
a) Explique intuitivamente (apenas por palavras) porque é que
o modelo intertemporal usado nos Capı́tulos I não pode ser usado
para explicar a procura de moeda (max: 3 linhas).
b) Considere agora o modelo de Baumol-Tobin que explica a
procura de moeda com a existência de custos de transacção. Note
que este modelo parte da hipótese de que cada agente tem um
custo efectivo de fazer cada transacção e tem um custo de opor-
tunidade de deter moeda. Recorde ainda que, dadas as hipóteses
do modelo, cada indivı́duo detém , em que M* é o montante de
cada levantamento.
b-1) A RINL está a considerar autorizar a abertura de
mais um banco comercial na remota ”probincia de Bila Reale”.
Actualmente os agentes podem comprar e vender tı́tulos de dı́vida
sem risco (que pagam 20% de juros). Uma vez que todas as
60 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

ligações com esta provincia se fazem por uma via muito perigosa
(IP4), os custos de transacção ascendem a 40% do salário mensal
(Y) de cada agente. Formalize o problema do agente em relação
ao stock óptimo de moeda.
b-2) Calcule o stock óptimo de moeda.
b-3) O banco Estatal CGRINL (Caixa Geral da RINL)
propõe ao Presidente a instalação de uma dependência no local,
com a condição de cobrar um custo de transacção de 10% do
rendimento de cada agente. Calcule o stock óptimo de moeda
neste caso.
b-4) Verifique se a proposta é aceite.
c) Sugira uma forma funcional da procura de moeda do tipo
”Keynesiana” que esteja de acordo com o modelo ”Baumol-Tobin”.
d) Suponha que para calcular os juros de equilibrio nesta eco-
nomia (20%), os técnicos da CGRINL usaram o modelo IS-LM
em economia fechada. Descreva em termos gerais como procede-
ram. Use equações gerais em termos paramétricos.
e) O Presidente pretende saber se pode usar a polı́tica mo-
netária para controlar a taxa de juro e o rendimento nacional
depois de abrir a economia ao exterior. Responda de forma fun-
damentada e sucinta ao Presidente.

Exercı́cio 32 Proponha um modelo keynesiano para uma pequena


economia com ausência de mobilidade de capitais que respeite as
seguintes condições:
- O consumo depende do rendimento nacional disponı́vel e da
taxa de juro real;
- O investimento depende do rendimento nacional e da taxa
de juro real;
7.1. ENUNCIADOS 61

- A procura de moeda depende positivamente do rendimento


nacional e negativamente da taxa de juro real;
- O orçamento está equilibrado, existem apenas impostos di-
rectos;
- As importações dependem do rendimento nacional;
- As exportações dependem do rendimento do exterior;
- A oferta real de Moeda responde positivamente a subidas na
taxa de juro.
- Todas as componentes (excepto impostos) têm uma compo-
nente autónoma.
a) Formalize o modelo em termos paramétricos. Use uma
barra por cima das letras (explo: ) para designar as respectivas
componentes autónomas.
b) Diga, com base nos modelos estudados, quais destas carac-
terı́sticas têm fundamentos em modelos microeconomicos. Iden-
tifique esses modelos e as respectivas caracterı́sticas.
c) Encontre uma expressão para a IS e outra para a LM.
d) Determine:
i) uma expressão para o rendimento de equilı́brio,
ii) uma expressão para o multiplicador geral,
iii) e outra para a inclinação curva da procura desta eco-
nomia.
e) Identifique as caracterı́sticas de estabilizador automático
presentes no multiplicador.
f ) Quais os efeitos de um aumento exógeno na oferta real
de moeda? Quais as diferenças em relação ao efeito habitual
(Ajuda: apresente o multiplicador em termos paramétricos)?
g) Escreva a(s) equação(ões) que falta(m) ao modelo para ca-
racterizar a economia com perfeita mobilidade de capitais e re-
gime de câmbios flexı́vel.
62 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

h) Escreva a(s) equação(ões) que falta(m) ao modelo inicial


para caracterizar uma economia com mobilidade de capitais im-
perfeita.

Exercı́cio 33 No Paı́s das Coisas Tristes (PCT), a utilidade do


consumidor representativo pode ser adequadamente representada
por uma função de utilidade aditiva com a taxa de juro real igual
à taxa de desconto intertemporal. O consumidor ganha um ren-
dimento (dotação) de 150 tristes (a moeda local) no primeiro
perı́odo (enquanto jovem) e de 200 no segundo perı́odo (enquanto
adulto), pagando ao estado 10% da sua dotação total, em impo-
stos. Este consumidor pode ainda comprar tı́tulos que pagam
uma taxa de juro real de 10% e realizar investimentos enquanto
jovem recebendo no segundo perı́odo I10.5 + (1 − δ)I1 , em que I1 é o
investimento feito e é a taxa de depreciação do capital, avaliada
em 15%. Admita, até informação em contrário, que o Estado
mantém o orçamento equilibrado todos os anos.
a) Imagine que o consumidor não investe. Calcule o padrão
de consumo e de poupança e a utilidade. Calcule a despesa do
Estado nos dois perı́odos.
b) Calcule o padrão de consumo, o investimento e a utilidade
do agente representativo do PCT no caso em que o agente investe.
Compare este resultado com o da alı́nea anterior.
c) Considere agora que o Governo, para incrementar o in-
vestimento, admite a introdução de uma reserva fiscal de 20%,
segundo a qual, o investidor vê reembolsado 20% do investimento
realizado em deduções fiscais no segundo perı́odo. Foi-lhe pedido
um parecer técnico sobre esta medida, no qual deve incluir os
efeitos no padrão de consumo, no investimento, na utilidade e
na dı́vida pública actualizada. Assuma nas suas respostas que o
7.2. RESOLUÇÕES 63

Governo não altera os gastos, em relação à situação da alı́nea


b).
d) A crise que afecta o paı́s fez o Governo aumentar os gas-
tos em 10 no primeiro perı́odo. Mais uma vez antes de tomar
uma medida o primeiro-ministro convida-o a emitir um parecer
onde deve mencionar os efeitos no padrão de consumo, no inve-
stimento, na utilidade e na dı́vida pública actualizada. Divida a
sua resposta em dois casos possı́veis:
d-1) o caso em que o estado tem o mesmo horizonte tem-
poral que as famı́lias;
d-2) o caso em que o estado tem um horizonte temporal
mais alargado que as famı́lias;
e) Será a reserva fiscal suficiente para suplantar o efeito do
aumento dos gastos no consumo? Comente e sugira outros meios
para compensar os efeitos do aumento dos gastos.
f ) Admita que há 100 jovens e 150 idosos nesta economia.
Calcule o consumo, o investimento, a poupança e a balança de
transações correntes em todo o PCT (na situação da alı́nea b).
O que pode concluir em relação à taxa de juro internacional?

7.2 Resoluções
Em algumas das resoluções destes exercı́cios sintese far-se-á um
mais um guião da resolução do que uma resolução exaustiva, de
forma a motivar os alunos a recordarem os conhecimentos adquiri-
dos até aqui e a integrarem-nos num todo coerente.

G2 T2
Solução 30 a) G1 + 1+r
= T1 + 1+r
. Note que se substituirmos os
valores dos gastos públicos G1 e G2 , obtemos T2 = 20.
64 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

b) Como anteriormente pode voltar a mostrar que as funções


consumo são:
³ ´
C1 = 1+ρ W1
³ 2+ρ ´ onde W1 = Y1 −T1 + Y21+r
−T2
. Se r < ρ, quer dizer que
1+r
C2 = 2+ρ W1
C2 < C1 porque o benefı́cio de consumir no futuro (r) é inferior
ao custo de consumir no futuro (ρ).

c) As 2 condições que estão satisfeitas são a função utilidade


aditiva e que r = ρ.

d) Como anteriormente pode voltar a mostrar que as funções


consumo são:
³ ´³ ´
Y2 −T2 +I10.5
C1 = 1+ρ Y1 − T1 − I1 +
³ 2+ρ ´ ³ 1+r
´
1+r Y2 −T2 +I10.5
C2 = 2+ρ Y1 − T1 − I1 + 1+r
1
e a função poupança é S1 = Y1 − C1 − I1 = (Y1 − T1 − I1 ) −
³ ´³ ´ 2+ρ
1+ρ Y2 −T2 +I10.5
2+ρ 1+r
.
¡ 0.5 ¢2
e) Tal como anteriormente obtenha I1 = 1+r
, através da
abordagem do consumidor ou da empresa.

f ) O nı́vel de consumo individual, dadas as duas condições


mencionadas na alı́nea c), é dado por
 0.5

Y −T2 +I1
Y1 −T1 −I1 + 2 1+r
C1 = C2 = 1
1+ 1+r
. O nı́vel de consumo agregado é

µ ¶
¡ 0.5 ¢2 Y2 −T2 +( 1+r
0.5
)
Y1 − T 1 − 1+r
+ 1+r
Agregado
C = 200 × 1
1+ 1+r
µ ¶
¡ 0.5 ¢2 80+( 1+r
0.5
)
81 − 1+r
+ 1+r
Agregado
C = 200 × 1
1+ 1+r

A poupança agregada é S Agregada = Y Agregado − I Agregado − C Agregado ,


7.2. RESOLUÇÕES 65

ficando então:
µ ¶2 µ ¶Ã ¡ 0.5 ¢ !
200 0.5 1+r Y2 − T2 + 1+r
S Agregada = (Y1 − T1 − ) − 200 =
2+r 1+r 2+r 1+r
µ ¶2 µ ¶Ã ¡ 0.5 ¢ !
200 0.5 1+r 80 + 1+r
⇔ S Agregada = (81 − ) − 200 =
2+r 1+r 2+r 1+r
50 100
16200 − (1+r)2
− 16000 − 1+r
Agregada
⇔ S = =
2+r
50 100
200 − (1+r)2 − 1+r
⇔ S Agregada = .
2+r
g)

S Agregada = I Agregado
50 100
200 − (1+r)2
− 1+r 50
⇔ =
2+r (1 + r)2
⇔ r = 0.17539
50 100
200− − 1+0.17539
Agregada (1+0.17539)2
S = = 36. 191;
Agregada
¡2+0.17539
0.5
¢2
I = 200 × 1+0.17539
= 36. 191;
!
2 80+( 1+0.17539 )
0.5
81−( 1+0.17539 ) +
0.5
1+0.17539
C Agregada = 200 × 1
1+ 1+0.17539
= 16128.
h) Se o rendimento cai inesperadamente a poupança diminui,
o que faz com que a recta da poupança se desloque para a es-
querda, fazendo subir a taxa de juro real e dimunir o investi-
mento. Imagine que o rendimento individual descia de 81 para
80.9. Se assim for mostre que a taxa de juro sobe para 27.058%.
Baseando-se no gráfico 3, apresente um gráfico que descreva esta
situação.
i) As quantidades de consumo mantém-se inalteradas devido
ao efeito da equivalência ricardiana uma vez que o governo ao
reduzir os impostos e mantendo as despesas públicas vai aumen-
tar os impostos no periodo seguinte que passarão de 20 para
20(1 + 0.17539) = 23. 508 (Porquê?).
66 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

j) Nem sempre a Equivalência Ricardiana está garantida. Duas


condições em que a equivalência Ricardiana não está garantida
são: o horizonte temporal do estado é superior ao das famı́lias e
o estado financia-se a uma taxa de juro real mais baixa que as
famı́lias.

Atenção! 7.1 Recorde todas as outras situações nas quais a equi-


valência ricardiana não é satisfeita.

Solução 31 a) Os fundamentos microeconómicos da função de


procura de moeda apresentada podem ser encontrados na função
de procura
q de moeda do modelo de Baumol-Tobin que (recorde-
se) é cY
2i
, pelo que a forma funcional apresentada no enunciado,
embora diferente, respeita os impactos positivo do rendimento e
negativo da taxa de juro nominal, apresentada pelo Modelo de
Baumol-Tobin, este sim, com fundamentos microeconómicos.
b) Encontra-se a IS

IS : Y = C + I + G ⇔
⇔ Y = 20 + 0, 8Y d + 20 − 100i + 100 ⇔
⇔ Y = 140 + 0.80(Y − T ) − 100i ⇔
⇔ Y = 140 + 0.80(Y − 12.5) − 100i ⇔
⇔ Y − 0.8Y = 130 − 100i ⇔
⇔ Y = 650 − 500i

De seguida, calcula-se a LM, da seguinte forma:

200 = 0.5Y − 50i ⇔


⇔ 0.5Y = 200 + 50i ⇔
⇔ Y = 400 + 100i
7.2. RESOLUÇÕES 67

A seguir encontra-se o equilı́brio:


½ ½
Y = 650 − 500i 400 + 50i = 650 − 500i
⇔ ⇔
Y = 400 + 50i − − − − − − − − −−
½ ½
550i = 250 i = 0.45455
⇔ ⇔
− − − − − − − − −− Y = 422.73

Solução 32 Encontra-se a IS, fazendo T = 10

IS : Y = C + I + G ⇔
⇔ Y = 20 + 0, 8Y d + 20 − 100i + 100 ⇔
⇔ Y = 140 + 0.80(Y − T ) − 100i ⇔
⇔ Y = 140 + 0.80(Y − 10) − 100i ⇔
⇔ Y − 0.8Y = 132 − 100i ⇔
⇔ Y = 660 − 500i

A seguir encontra-se o equilı́brio:


½ ½
Y = 660 − 500i 400 + 50i = 660 − 500i
⇔ ⇔
Y = 400 + 50i − − − − − − − − −−
½ ½
550i = 260 i = 0.47273
⇔ ⇔
− − − − − − − − −− Y = 423.64

Encontrou-se então uma variação em i de 0.47273 − 0.45455 = .0


181 8 e uma variação em Y de 0.91. Neste caso a redução nos
impostos aumenta o rendimento de equilı́brio ao contrário do que
acontecia na alı́nea i) do exercı́cio anterior. isto acontece porque
neste exercı́cio não temos os efeitos intertemporais subjacentes
à equivalência ricardiana. Esta é uma das fraquezas do modelo
Keynesiano.

Atenção! 7.2 Elabore uma resposta a esta questão usando as ex-


pressões dos multiplicadores, i.e, encontre as variações de i e de
Y numa primeira fase e a partir daı́ calcule os valores finais de
i e de Y .
68 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

Solução 33 e) Se o Governo pretende ter efeitos de polı́tica fis-


cal, então deve adoptar uma polı́tica de câmbios fixos. Consulte a
aula teórica correspondente para desenhar estes gráficos. Preste
particular atenção à inclinação da IS no caso iii) quando com-
parado com o caso de economia fechada. Recorde a comparação
de efeitos de polı́tica económica nos casos de economia fechada,
pequena economia aberta com câmbios fixos, pequena economia
aberta com câmbios flexı́veis (ambas com perfeita mobilidade de
capital) e pequena economia aberta com imperfeita mobilidade de
capitais.

f ) Encontra-se a IS

IS : Y = C + I + G + X − M ⇔
⇔ Y = 20 + 0, 8Y d + 20 − 100i + 100 + 50 − 0.2Y + 5e ⇔
⇔ Y = 190 + 0.80(Y − T ) − 0.2Y − 100 × (3) + 5e ⇔
⇔ Y = 190 + 0.80(Y − 12.5) − 300 + 5e ⇔
⇔ Y − 0.8Y + 0.2Y = −120 + 5e ⇔
⇔ Y = −300 + 12.5e

De seguida, calcula-se a LM, da seguinte forma:

200 = 0.5Y − 50i ⇔


⇔ 0.5Y = 200 + 50(3) ⇔
⇔ Y = 700

O equilı́brio é Y = 700 e e = 80.

g) i) A alteração dos impostos para 10 tem o seguinte efeito


7.2. RESOLUÇÕES 69

na IS:

IS : Y = C + I + G + X − M ⇔
⇔ Y = 20 + 0, 8Y d + 20 − 100i + 100 + 50 − 0.2Y + 5e ⇔
⇔ Y = 190 + 0.80(Y − T ) − 0.2Y − 100 × (3) + 5e ⇔
⇔ Y = 190 + 0.80(Y − 10) − 300 + 5e ⇔
⇔ Y − 0.8Y + 0.2Y = −118 + 5e ⇔
⇔ Y = −295 + 12.5e

Como a taxa de juro se tem que manter constante e = 80,


então Y = −295 + 12.5 × 80 = 705.0, pelo que a emissão monetária
tem de alterar-se de forma a que a LM passe a determinar um
rendimento de 705:

M/P = 0.5 × 705 − 50(3) = 202.5

A politica monetária implementada é um aumento de 2.5 na


emissão de moeda.
ii) Se a taxa de câmbio puder flutuar (regime de câmbios flu-
tuantes), a alteração dos impostos para 10 tem o seguinte efeito
na IS:

IS : Y = C + I + G + X − M ⇔
⇔ Y = 20 + 0, 8Y d + 20 − 100i + 100 + 50 − 0.2Y + 5e ⇔
⇔ Y = 190 + 0.80(Y − T ) − 0.2Y − 100 × (3) + 5e ⇔
⇔ Y = 190 + 0.80(Y − 10) − 300 + 5e ⇔
⇔ Y − 0.8Y + 0.2Y = −118 + 5e ⇔
⇔ Y = −295 + 12.5e

De seguida, calcula-se a LM, da seguinte forma:

200 = 0.5Y − 50i ⇔


⇔ 0.5Y = 200 + 50(3) ⇔
⇔ Y = 700
70 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

O equilı́brio é Y = 700 e e = 995/12.5. = 79. 6, o que equivale a uma


apreciação da moeda.
iii) Este caso resolve-se de forma muito semelhante ao de eco-
nomia fechada fazendo N X + CF = 0
IS:

IS : Y = C + I + G + X − M ⇔
⇔ Y = 20 + 0, 8Y d + 20 − 100i + 100 − 5(i − i∗ ) ⇔
⇔ Y = 140 + 0.80(Y − T ) − 105i + 5(3) ⇔
⇔ Y = 155 + 0.80(Y − 12.5) − 105i ⇔
⇔ Y − 0.8Y = 145 − 105i ⇔
⇔ Y = 725 − 525i

De seguida, calcula-se a LM, da seguinte forma:

200 = 0.5Y − 50i ⇔


⇔ 0.5Y = 200 + 50i ⇔
⇔ Y = 400 + 100i

e que não se altera face à inicial.


A seguir encontra-se o equilı́brio:
½ ½
Y = 725 − 525i 400 + 50i = 725 − 525i
⇔ ⇔
Y = 400 + 50i − − − − − − − − −−
½ ½
575i = 325 i = 0.5652
⇔ ⇔
− − − − − − − − −− Y = 428.26

Solução 34 Comentário às frases


A. ” Se a base de tributação for o Consumo, a abordagem
intertemporal, ao contrário da abordagem Keynesiana, sustenta
que o aumento de impostos em Portugal não reduz a base de
tributação”
7.2. RESOLUÇÕES 71

R: Se os gastos se mantiverem constantes e se todos os pres-


supostos da verificação da equivalência ricardiana se verificarem
(recorde-os!), a frase é verdadeira, uma vez que um aumento de
impostos no presente implicará uma redução dos mesmos no fu-
turo, pelo que o consumo não se alterará. Na prática sabemos
que o Governo raramente faz aumentos de impostos sem aumen-
tar as despesas e aı́ o aumento dos impostos afectará o consumo,
uma vez que o que condiciona o consumo é a soma actualizada
dos impostos ao longo do horizonte temporal das famı́lias e não
apenas os impostos presentes ou futuros.
B. ”O Estado Português deveria concentrar-se na redução das
despesas correntes e não no aumento dos impostos, com vista a
controlar o défice público.”
R: A redução das despesas leva a uma diminuição dos im-
postos futuros o que afecta positivamente o consumo e o rendi-
mento. O aumento dos impostos, na melhor das hipóteses não
tem algum efeito, se a equivalência ricardiana se verificar, ou
pode diminuir o consumo e o rendimento. A frase é verdadeira.

Solução 35 a) Como anteriormente pode voltar a mostrar que as


funções consumo
³ ´ ³ são: ´
Y2 −T2 +I10.5
C1 = 1+ρ Y1 − T1 − I1 +
³ 2+ρ ´ ³ 1+r
´
1+r Y2 −T2 +I10.5
C2 = 2+ρ Y1 − T1 − I1 + 1+r
1
e a função poupança é S1 = Y1 − C1 − I1 = (Y1 − T1 − I1 ) −
³ ´³ ´ 2+ρ
1+ρ Y2 −T2 +I10.5 +(1−δ)I1
2+ρ 1+r
.
¡ 0.5 ¢2
b) Tal como anteriormente obtenha I1 = r+δ
, através da
abordagem do consumidor ou da empresa. Note que em relação
ao primeiro exercı́cio desta secção, aqui a taxa de depreciação é
inferior a 1.

Atenção! 7.3 Volte atrás e verifique que δ = 1 no exercı́cio 1 desta


secção. Volte ao capı́tulo do Investimento e demonstre que a
72 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

abordagem pelo consumidor tem o mesmo resultado que a aborda-


gem pela empresa, resultando ambas na condição de investimento
óptimo que é dado pela igualdade entre a produtividade marginal
a investir P M gI e o custo marginal de investir r + δ.

Solução 36 c) O nı́vel de consumo individual, dadas as duas condições


mencionadas na alı́nea c), é dado por
 0.5 +(1−δ)I

Y −T +I1
Y1 −T1 −I1 + 2 2 1+r 1

C1 = C2 = 1
1+ 1+r
. O nı́vel de consumo agre-
gado é
µ ¶
¡ 0.5 ¢2 Y2 −T2 +( r+δ
0.5
)+(1−δ)( r+δ
0.5
)
2

Y1 − T 1 − r+δ
+ 1+r
Agregado
C = 200 × 1
1 + 1+r
µ ¶
¡ 0.5 ¢2 60+( 0.1+r
0.5
)+(1−0.1)( r+0.1
0.5
)
2

70 − 0.1+r
+ 1+r
Agregado
⇔ C = 200 × 1
1+ 1+r

A poupança agregada é S Agregada = Y Agregado − I Agregado − C Agregado ,


ficando então:

µ ¶2
Agregada 200 0.5
S = (Y1 − T1 − )−
2+r 0.1 + r
µ ¶Ã ¡ 0.5 ¢ ¡ 0.5 ¢2 !
1+r Y2 − T2 + 0.1+r + (1 − 0.1) r+0.1
− 200 ⇔
2+r 1+r

µ ¶2 µ ¶Ã ¡ 0.5
¢ ¡ 0.5
¢2 !
200 0.5 1+r 60 + 0.1+r
+ (1 − 0.1) r+0.1
⇔ S Agregada = (70 − ) − 200 ⇔
2+r 0.1 + r 2+r 1+r
50 100
¡ 0.5
¢2
14000 − (0.1+r)2
− 12000 − 0.1+r
− 180 r+0.1
⇔ S Agregada = ⇔
2+r
95 100
2000 − (0.1+r)2
− 0.1+r
Agregada
⇔S = .
2+r
7.2. RESOLUÇÕES 73

d)

S Agregada = I Agregado
95 100
2000 − (0.1+r)2
− 0.1+r 50
⇔ =
2+r (0.1 + r)2
⇔ r = 0.24799
95 100
2000− − 0.1+0.24799
(0.1+0.24799)2
S Agregada = 2+0.24799
= 412. 88
¡0.5
¢2
I Agregada = 200 × 0.1+0.24799 = 412. 88
 2

2 60+( 0.1+0.24799 )+(1−0.1)( 0.24799+0.1 )
0.5 0.5
70−(
0.1+0.24799 )
0.5
+ 
1+0.24799

C Agregado = 200× 1
1+ 1+0.24799
= 13174.
e) Se o rendimento cai inesperadamente a poupança diminui, o
que faz com que a recta da poupança se desloque para a esquerda,
fazendo subir a taxa de juro real e dimunir o investimento.
µ ¶2
Agregada 200 0.5
S = (Y1 − T1 − )−
2+r 0.1 + r
µ ¶Ã ¡ 0.5 ¢ ¡ 0.5 ¢2 !
1+r Y2 − T2 + 0.1+r + (1 − 0.1) r+0.1
− 200 ⇔
2+r 1+r

µ ¶2 µ ¶Ã ¡ 0.5
¢ ¡ 0.5
¢2 !
200 0.5 1+r 60 + 0.1+r
+ (1 − 0.1) r+0.1
⇔ S Agregada = (65 − ) − 200 ⇔
2+r 0.1 + r 2+r 1+r
50 100
¡ 0.5
¢2
13000 − (0.1+r)2
− 12000 − 0.1+r
− 180 r+0.1
⇔ S Agregada = ⇔
2+r
95 100
1000 − (0.1+r)2
− 0.1+r
Agregada
⇔ S = .
2+r
d)

S Agregada = I Agregado
95 100
1000 − (0.1+r)2
− 0.1+r 50
⇔ =
2+r (0.1 + r)2
⇔ r = 0.4173
74 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE
95 100
1000− − 0.1+0.4173
(0.1+0.4173)2
S Agregada = 2+0.4173
= 186. 85
¡0.5
¢2
I Agregada = 200 × 0.1+0.4173 = 186. 85
 2

2 60+( 0.1+0.4173 )+(1−0.1)( 0.4173+0.1 )
0.5 0.5
65−(
0.1+0.4173 )
0.5
+ 
1+0.24799

C Agregado = 200× 1
1+ 1+0.4173
= 13320.0

Atenção! 7.4 Explique o efeito no consumo.

Solução 37 f ) Aumenta o Investimento, deslocando a recta do in-


vestimento para a direita, aumentando a taxa de juro real e port-
anto aumentando também a poupança.
g) O investimento resulta da decisão óptima de consumidores
e/ou empresas P M gI = r + δ ⇐⇒ 0.75(I1−0.25 ) = 0.255 + 0.1 ⇔ 0.75
0.355
=
¡ 0.75 ¢4
I10.25 ⇔ I1 = 0.355 = 19.922.
h) Seja P o preço da patente.
1) O bem-estar é a utilidade que depende directamente do con-
sumo e este da riqueza intertemporal daı́ que descobrir a solução
que maximiza a riqueza intertemporal W1 é também descobrir a
solução que maximiza a utilidade.
SP
¡ 0.5 ¢2 60+( 0.1+0.255
0.5
)+(1−0.1)( 0.255+0.1
0.5
)
2

W1 = 70 − 0.1+0.255 + 1+0.255
= 118. 37
60+2.1127+(1−0.1)×19.922
W1P = 70 − 10 − 19.922 + 1+0.255
= 103. 86
Segundo este critério o presidente Bimbo da Posta não compra
a patente à UBI.
2) De acordo com o critério do lucro da empresa a decisão
será:
¡ 0.5
¢ ¡ 0.5
¢2
π SP = 0.1+0.255
− (0.1 + 0.255) × 0.1+0.255
= . 704 23
π P = 2.1127 − 10 − (0.1 + 0.255) × 19.922 = −14. 96
Segundo este critério o presidente Bimbo da Posta não compra
a patente à UBI.
i) O presidente pode decretar um benefı́cio fiscal ao investi-
mento:
7.2. RESOLUÇÕES 75
³ ´2
0.5
I1 = 0.255+0.1−χ
= 19.922 (esta equação vem da condição de
óptimo P mgI = r + δ − χ - recorra aos seus apontamentos para
explicar esta condição de óptimo!)
³ ´2
0.5
0.255+0.1−χ
= 19.922, Solution is : {χ = . 242 98} , {χ = . 467 02}
O presidente escolhe a taxa mais baixa, 24.298% que lhe per-
mite uma receita fiscal mais elevada. A receita fiscal com esta
medida é 20 − 0.24298 × 19.922 = 15. 159 com a primeira taxa e
20 − 0.46702 × 19.922 = 10. 696.
j) Se usarmos o modelo do acerelador flexı́vel estamos a con-
siderar que o ajustamento ao stock de capital óptimo pode não
ser feito todo de uma vez.

Solução 38 Este exercı́cio é semelhante ao primeiro exercı́cio do


capı́tulo 4 (procura de moeda). Resolva o exercı́cio e encontre
diferenças e semelhanças com o exercı́cio referido. Na última
alı́nea refira-se aos regimes de taxas de câmbio e às suas con-
sequências para o desemprenho das diferentes polı́ticas económicas.

Solução 39 a) De seguida dão-se as caracterı́sticas do modelo des-


critas no enunciado e escrevem-se as respectivas equações. Note-
se que todas as componentes (excepto impostos) têm uma com-
ponente autónoma.
- O consumo depende do rendimento nacional disponı́vel e da
taxa de juro real;
C = C + cY d − di
- O investimento depende do rendimento nacional e da taxa
de juro real;
I = I − bi
- A procura de moeda depende positivamente do rendimento
nacional e negativamente da taxa de juro real;

L = L + kY − hi
76 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

- O orçamento está equilibrado, existem apenas impostos di-


rectos;
G=T

- As importações dependem do rendimento nacional;

Q = Q + qY

- As exportações dependem do rendimento do exterior;

X = X + fY f

- A oferta real de Moeda responde positivamente de subidas


na taxa de juro.
M/P = M /P + mi

b) De acordo com a teoria do consumo, verificámos que o con-


sumo dependia positivamente do rendimento permanente e inver-
samente da taxa de juro. A primeira equação escrita acima mo-
stra uma relação positiva com o rendimento presente (mas não
com o rendimento permanente) e negativa com a taxa de juro
nominal (e não real como se estudou no capı́tulo do consumo).
No capı́tulo do Investimento, verificou-se que este dependia ne-
gativamente da taxa de juro real, como parte do custo marginal
de investir. A segunda equação apresenta uma relação negativa
entre investimento e taxa de juro nominal. No capı́tulo que se
debruçou sobre a procura de moeda verificou-se que esta depen-
dia positivamente do rendimento e negativamente da taxa de juro
nominal, algo que também acontece com a terceira equação apre-
sentada acima. Assim, as equações que escrevemos têm, nos
seus efeitos mas não nas suas formas funcionais, alguma base
microeconómica.
7.2. RESOLUÇÕES 77

c) A IS é:

Y = C + cY d − di + I − bi + G + X + f Y f − Q − qY ⇐⇒
⇐⇒ Y = C + I + G + X − Q − qY + f Y f − cT + cY − (b + d)i ⇐⇒
⇐⇒ Y (1 − c + q) = C + I + G + X − Q − qY + f Y f + cY − (b + d)i ⇐⇒
1 ¡ ¢ b+d
⇐⇒ Y = A + fY f − i
1−c+q 1−c+q

onde A = C + I + G + X − Q.
A LM é:

L + kY − hi = M /P − mi ⇐⇒
1 h−m
⇐⇒ Y = (M /P − L) + i
k k

d) i) rendimento de equilı́brio:
( ¡ ¢
1 b+d
Y = 1−c+q A + f Y f − 1−c+q i
1 h−m ⇔
Y = k (M /P − L) + k i
( ¡ ¢
1 b+d
Y = 1−c+q A + f Y f − 1−c+q i
⇔ k 1 ⇔
h−m
Y − h−m
(M /P − L) = i
µ ¶
1 ¡ f
¢ b+d k 1
⇔Y = A + fY − Y − (M /P − L) ⇔
1−c+q 1−c+q h−m h−m
µ ¶
b+d k 1 ¡ ¢ b+d 1
⇔Y 1+ = A + fY f + (M /P − L) ⇔
1−c+qh−m 1−c+q 1−c+qh−m
µ ¶
1 1 ¡ f
¢ b+d 1
⇔Y = b+d k
A + fY + (M /P − L)
1 + 1−c+q h−m
1−c+q 1−c+qh−m

ii) multiplicador geral:


1
b+d k
1+ 1−c+q h−m
iii) inclinação da curva da procura:
1
∂Y 1 b+d 1
∂P
= − 1+ b+d k 1−c+q h−m
M /P 2 =− b+d
h−m
k
+ h−m
M /P 2
1−c+q h−m 1−c+q
e) As caracterı́sticas de estabilizador automático presentes no
multiplicador são d. Quanto maior for a reacção das importações
ao rendimento menor o multiplicador, logo a economia reage de
78 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

forma mais suave a um choque exógeno, daı́ chamar-se estabi-


lizador automático. O estabilizador automático a que usualmente
se refere é a taxa marginal de imposto.
1
∂Y
f) ∂M /P
= b+d
h−m
k
+ h−m
. A diferença em relação ao efeito usual é o
1−c+q
aparecimento da sensibilidade da oferta de moeda à taxa de juro
(m) o que diminui o multiplicador.
g) As equações que faltam ao modelo são i = i∗ e uma função
de exportações lı́quidas que dependa positivamente da taxa de
câmbio.
h) A equação que falta ao modelo para caracterizar uma econo-
mia aberta com imperfeita mobilidade de capitais é uma equação
para a saı́da de fundos da economia: CF = g(i∗ − i).

Solução 40 a) Como anteriormente pode voltar a mostrar que as


funções consumo
³ ´ são:
1+ρ
C1 = 2+ρ W1
³ ´ onde W1 = Y1 − T1 + Y21+r −T2 1
. S1 = Y1 − C1 = 2+ρ (Y1 −
1+r
C2 = 2+ρ W1
³ ´¡ ¢
T1 ) − 1+ρ
2+ρ
Y2 −T2
1+r
.
³ ´ ¡ ¢¡ ¢
C1 = 1+ρ2+ρ
W1 = 1+0.1 2+0.1
150 − 15 + 200−20
1+0.1
= 156.43
¡ 1+0.1 ¢ ¡ 200−20
¢
C2 = 2+0.1 150 − 15 + 1+0.1 = 156.43
A despesa do estado é 15 no primeiro perı́odo e 20 no segundo.
b) Neste caso o problema resolve-se em duas fases: 1o calcula-
se o nı́vel óptimo de investimento que maximiza o espaço de
possibilidades de consumo intertemporal (abordagem do consu-
midor):
¡ 0.5 ¢2 ¡ 0.5 ¢2
I1 = r+δ = 0.1+0.15 = 4
Na 2a fase incorpora-se o resultado obtido na primeira fase na
riqueza intertemporal e calcula-se o consumo de acordo com as
seguintes condições:
 
0.5 +(1−δ)I
Y2 −T2 +I1 1
Y1 −T1 −I1 + 1+r (150−15−4+ 200−20+2+0.85×4 )
C1 = C2 = 1
1+ 1+r
= 1
1+0.1
1+ 1+0.1
= 156.
9 > 156.43
7.2. RESOLUÇÕES 79

Nota-se portanto que o consumo com investimento é superior


ao consumo sem investimento. Assim, o agente maximizador de
bem-estar prefere investir a não investir.
c) Com uma reserva fiscal de 20%, o custo marginal de in-
vestir decresce nesta percentagem e assim o investimento fica:
³ ´2 ¡ ¢2
0.5 0.5
I1 = r+δ−χ = 0.1+0.15−0.2 = 100
O consumo

vem alterado da seguinte

forma:
0.5 +(1−δ)I +χI
Y2 −T2 +I1 1 1
Y1 −T1 −I1 + 1+r (150−15−100+ 200−20+10+0.85×100+0.2×100 )
C1 = C2 = 1
1+ 1+r
= 1
1+0.1
1+ 1+0.1
=
158. 81 > 156.9
Concluimos assim que esta medida é benéfica para o bem estar,
o que também pode ser visto calculando a riqueza intertemporal
e a utilidade:
¡ 200−20+10+0.85×100+0.2×100
¢
W1 = 150 − 15 − 100 + 1+0.1
= 303. 18
ln(C2 )
U com χ = ln(C1 ) + 1+r
= ln(158. 81) + ln(158. 81)
1+0.1
= 9. 674 7, utilidade
esta que se compara com as anteriores:
ln(C2 ) ln(156.43)
U sem/I = ln(C1 ) + 1+r
= ln(156.43) + 1+01
= 7. 578 9 e
ln(C2 ) ln(156.9)
U com/I = ln(C1 ) + 1+r
= ln(156.9) + 1+01
= 7. 583 4.
Logo U com I e χ
> U com/I sem χ
> U sem/I .
No entanto, até aqui assumimos que o governo não altera os
impostos com a introdução da reserva fiscal (ou benefı́cio fiscal
para o investimento). No entanto, nas condições definidas no
problema esse aspecto tem que ser incorporado na resposta. As-
sim, o impacto na dı́vida actualizada vem:
T2 −0.2×I1
15 + 1+r
20
= 15 + 1+r ⇔ 15 + T2 −0.2×100
1+0.1
= 15 + 20
1+0.1
= 33. 182 ⇔
15 + T2 −0.2×100
1+0.1
= 33.182 ⇔
⇔ 15 + T2 −0.2×100
1+0.1
= 33.182, Solution is : {T2 = 40.0} .
Incorporando este novo nı́vel de impostos no problema do con-
sumidor, fica:
 
0.5 +(1−δ)I +χI
Y2 −T2 +I1 1 1
Y1 −T1 −I1 + 1+r (150−15−100+ 200−40+10+0.85×100+0.2×100 )
C1 = C2 = 1
1+ 1+r
= 1
1+0.1
1+ 1+0.1
=
80 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE

149. 29 < 156.43, o que nos leva a concluir que na realidade o con-
sumidor fica pior com esta medida do que sem ela, o que se fica a
dever a um aumento dos impostos para financiar a medida. Note
então que a reserva fiscal aumenta o investimento mas tem um
efeito adverso no consumo e bem-estar.
d-1) Se o estado aumentar os gastos em 10 no primeiro perı́odo
isso pode repercurtir-se num aumento de impostos no primeiro
perı́odo ou na contração de dı́vida pública (aumento dos impostos
no segundo perı́odo). No primeiro caso o aumento nos impostos
T1 é de 10.  
Y −T +I 0.5 +(1−δ)I1 +χI1
Y1 −T1 −I1 + 2 2 1 1+r
(150−25−100+ 200−20+10+0.85×100+0.2×100 )
C1 = C2 = 1
1+ 1+r
= 1
1+0.1
1+ 1+0.1
=
153. 57
Na segunda situação o aumendo dos impostos verifica-se no
segundo perı́odo e é de T2 = (1+r)×10 = 11. O impacto no consumo
é de:  
Y −T +I 0.5 +(1−δ)I1 +χI1
Y1 −T1 −I1 + 2 2 1 1+r
(150−15−100+ 200−31+10+0.85×100+0.2×100 )
C1 = C2 = 1
1+ 1+r
= 1
1+0.1
1+ 1+0.1
=
153. 57.
O consumo é o mesmo no primeiro caso (impostos) e no se-
gundo (dı́vida), uma vez que se verifica a equivalência Ricar-
diana.
d-2) No caso em que o governo tem um horizonte intertempo-
ral superior ao das famı́lias e no caso da dı́vida pública o aumento
dos impostos que daı́ resulta pode incidir sobre perı́odos já fora do
horizonte temporal das famı́lias o que faz que do ponto de vista
do consumo e da utilidade a situação de dı́vida pública possa ser
preferı́vel à situação de impostos. Recorde que um horizonte tem-
poral do estado superior ao das famı́lias é uma das razões para
que a equivalência Ricardiana não se verifique. Aproveite este
momento para recordar todas as outras situações que que falha a
equivalência Ricardiana.
7.2. RESOLUÇÕES 81

e) A reserva fiscal não compensa o efeito dos gastos porque


por si só até piora o consumo (embora aumente o investiomento).
A solução para aumentar o consumo e o investimento simulta-
neamente pode ser um aumento de produtividade que aumente a
elasticidade do investimento na função de produção.
¡ 0.5 ¢2 ¡ 0.5 ¢2
f ) I1 = r+δ = 0.1+0.15 = 4 ⇒ I1agregado = 4 × 100 = 500
Na 2a fase incorpora-se o resultado obtido na primeira fase na
riqueza intertemporal e calcula-se o consumo de acordo com as
seguintes condições:
 
0.5 +(1−δ)I
Y2 −T2 +I1 1
Y1 −T1 −I1 + 1+r (150−15−4+ 200−20+2+0.85×4 )
C1 = C2 = 1
1+ 1+r
= 1
1+0.1
1+ 1+0.1
= 156.
9⇒
C1agregado = 156.9 × 100 = 15690.0
C2agregado = 156.9 × 150 = 23535.
S1agregado = Y1agregado − T1agregado − C1agregado − I1agregado = 135 × 100 −
15690 − 400 = −2590.0
N X = −2590.0 − 400 = −2990.0.
A taxa de juro internacional é inferior à taxa doméstica, em-
bora a taxa em vigor nesta economia seja a taxa de juro inter-
nacional, caso contrário a poupança seria igual ao investimento.
82 CAPÍTULO 7. EXERCÍCIOS SÍNTESE
Capı́tulo 8

Definições

T - Impostos.
G - Despesas Correntes do Governo.
C - Consumo Privado.
S - Poupança.
W - Riqueza em valor presentes.
Y - Rendimento.
I - Investimento.
N X - Exportações Lı́quidas ou Balança Comercial.
X - Exportações.
M - Importações.
r - Taxa de Juro Real.
i - Taxa de Juro Nominal.
K - Capital fı́sico.
L - Número de trabalhadores ou horas trabalhadas.
H - Capital Humano.
N - Recursos Naturais.
n - número de anos, tempo.
OA - Oferta Agregada.
P A - Procura Agregada.

83
84 CAPÍTULO 8. DEFINIÇÕES

CP - Curto Prazo.
LP - Longo Prazo.
R - Taxa de câmbio real.
e - Taxa de câmbio nominal.
N ota : os parâmetros usados no modelo IS-LM são definidos nos
exercı́cios.

8.1 Alfabeto Grego


α − alpha
β − beta
γ − gama
δ − delta
² − epsilon
ε − varepsilon
ζ − zeta
η − eta
θ − theta
ϑ − vartheta
ι − iota
κ − kappa
λ − lambda
µ − miu
ν − niu
ξ − csi
π − pi
$ − varpi
ρ − rho
σ − sigma
ς − varsigma
8.1. ALFABETO GREGO 85

τ − tao
υ − upsilon
φ − phi
ϕ − varphi
χ − chi
ψ − psi
ω − omega
κ − varkappa
% − varrho
86 CAPÍTULO 8. DEFINIÇÕES
Capı́tulo 9

Publicações do Autor

9.1 Artigos Cientı́ficos de Macroeconomia em


Revistas Internacionais com Referee

1. Sequeira, Tiago N. (2003), “High-Tech Human Capital: Do


the richest countries invest the most?”, The B.E. Journal of
Macroeconomics (Topics), vol.3: n. 1, Article 13. http://
www.bepress.com/bejm/topics/vol3/iss1/art13.

2. Sequeira, Tiago N. and A. B. Reis (2006), “Human Capital


Composition, R&D and the Increasing Role of Services”, The
B.E. Journal of Macroeconomics (Topics), vol.6: n. 1, Ar-
ticle 12. http://www.bepress.com/bejm/topics/vol6/iss1/art12.

3. Sequeira, Tiago N. (2007), “Human Capital Composition, Growth


and Development: An R&D growth model versus data”, Em-
pirical Economics,vol.32(1), p.41-65, DOI 10.1007/ s00181-
006-0071-8.

4. Sequeira, Tiago N. and P. M. Nunes, “Does Tourism Influ-


ence Economic Growth? A Dynamic Panel Data Approach”,

87
88 CAPÍTULO 9. PUBLICAÇÕES DO AUTOR

Applied Economics, accepted August 2006.

5. Sequeira, Tiago N. and A. B. Reis, “Human Capital and Ove-


rinvestment in R&D”, Scandinavian Journal of Economics,
accepted February 2007.

9.2 Capitulos de Macroeconomia em Livros


Internacionais com Referee
1. Sequeira, Tiago N. and C. Campos (2006), “Tourism and Eco-
nomic Growth: A Panel Data Approach”, in Matias, A, P.
Nijkamp and P. Neto (eds.), Advances in Modern Tourism
Research, Physica-Verlag, Springer.

9.3 Tese de Doutoramento


1. Sequeira, Tiago N. (2004), Essays on Human Capital, Eco-
nomic Growth and Development, Tese de Doutoramento, Fa-
culdade de Economia, Universidade Nova de Lisboa (Orienta-
dores: Ana Balcão Reis and José Albuquerque Tavares; Júri:
João Ferreira Gomes, Isabel Horta Correia, Mário Páscoa,
Vasco Santos).

9.4 Outros Artigos Cientı́ficos Internacionais


com Referee
1. Nunes, Paulo M., T. N. Sequeira and Z. Serrasqueiro (2007),
“Firms’ Leverage and Labor Productivity: a Quantile Ap-
9.4. OUTROS ARTIGOS CIENTÍFICOS INTERNACIONAIS COM REFEREE89

proach to Portuguese Firms”, Applied Economics, iFirst 2007,


1-6.

2. Serrasqueiro, Z., T. N. Sequeira and P.M Nunes, “Firms’


Growth Opportunities and Profitability: a Non-Linear Re-
lationship”, Applied Financial Economics Letters, accepted
February 2007.

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