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Evandro Freire
Consultor
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
Ainda que a vibração que sujeita hidrogeradores possa ser de origem hidráulica,
mecânica e elétrica, e em quaisquer dos casos possam ocorrer vibrações em regime
transiente ou estacionário, ou mesmo ressonâncias,asvibrações mais comuns e
importantes são em regime permanente e, por conta disto, geralmente de natureza
periódica. Diante de tal fato, cada uma das forças perturbadoras pode ser identificada
por sua resposta em frequência, assim,para dar um maior detalhamento à vibração de
origem elétrica apresentada em (1), quer seja em regime permanente ou transitório, o
artigo esmiuçará as características e abordagens, normalmente, adotadas para o
tratamento deste tipo de vibração.
Por outro lado, admitindo que as superfícies interna do núcleo do estator e externa do
rotor permaneçam perfeitamente cilíndricas e que, agora, o rotor e estator não sejam
mais concêntricos, mas que o centro de massa do rotor (eixo de inércia) coincida com
seu eixo de rotação, neste caso, o valor do entreferro varia de um mínimo num lado
até um máximo no outro lado. Por consequência, os esforços de atração magnética
variam de um máximo, onde o entreferro for mínimo, para um mínimo onde o
entreferro for máximo. A correção do desbalanceamento magnético se faz pela
recentragem do conjunto girante, notar para o caso em questão, no entanto, que o
empuxo magnético de desbalanceamento provoca no estator solicitações
heterogêneas, mas quasi-estáticas, com máximo na posição de menor entreferro,
enquanto que no rotor as solicitações nos polos variam com as respectivas posições
angulares.
Sendo:
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Bm densidade magnética máxima no entreferro (sem deslocamento), Tesla
ou Weber/m2
deslocamento provocado pelo empuxo, mm
Lg espessura nominal do entreferro, mm
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família de máquinasse apresentar com o formato bastante elíptico, é esperado que o
mesmo possua uma vibração em seu respectivo espectro vibratório, significativamente
maior na frequência dupla da rotação,quando esta medição é comparada a uma
unidade geradora congênere que não possua o rotor ovalizado.
Como referência segura para evitar-se problemas de trincas, temos para vibração
radial do núcleo valores da ordem de 2 a 3 m pico rms para a usina de Itumbiara
(365 MVA com diâmetro interno do núcleo do estator de 14605 mm). Como valores
globais de vibração radial do núcleo apresentam-se, para alarme, 8 mm/s pico, e 10
mm/s pico, para correção imediata.
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No caso da fadiga de baixo ciclo que se caracteriza por grandes deformações
específicas submetidas a frequências muito baixas, como por exemplo as geradas
pelo ciclos de partida, colocação e variação de carga e parada de máquina, pode
haver o surgimento de trincas em pontos mais solicitados. Isto pode ser consequência
da falta de homogeneidade da rigidez da estrutura. Assim por exemplo, as regiões
menos rígidas de uma carcaça de um estator ficam mais sujeitas ao torque gerado que
as regiões mais rígidas e que, por isto, se deformam mais. A depender desta
magnitude de deformação dinâmica, isto pode acarretar em fadiga de baixo ciclo e
levar ao surgimento de trincas em elementos de suporte de carga, como em
numerosos filetes tracionados das soldas de fixação das chavetas do núcleo à carcaça
do estator de um gerador de 365 MVA.A solução empregada no caso (6) foi o uso de
um outro engaste para absorver parte da carga e, desta forma, reduzir as deformações
localizadas.
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ressonância ocorre. Esta vibração, predominantemente na direção radial, é tão mais
intensa quanto mais assimétricas forem as cargas.
De acordo com (9), para raios de núcleo estatórico na faixa de 4,5 a6,7 m na condição
de ressonância e sob condições de carga assimétrica, são permissíveis valores de até
50 m de vibração radial. No caso de hidrogeradores operando em condições de
carregamento simétrico esta vibração radial não deve exceder a 30 m pico-a-pico.
A fórmula a seguir (10) permite calcular com razoável precisão, quando comparada a
soluções (11) obtidas por métodos numéricos mais complexos, a frequência natural
de um anel fechado sujeito a modos de vibração flexionais:
1 n.(n 2 1) EI
fn . .
2 (n 2 1) R 4
Sendo:
f
FN 46000 ciclos / min sendo:
c
f freqüência do sistema, Hz
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c constante de regulação
WR2 .( RPM ) 2
c sendo:
hp
WR2 lb.ft2
hp= 578.294 HP
60
FN 46000 89,83ciclos / min 1,5Hz
15733950
Sob o ponto de vista do projeto, o fabricante da turbina ao tomar ciência, por ensaio de
modelo, da magnitude e frequência das forças hidráulicas perturbadoras formadas no
tubo de sucção informa seus resultados ao fabricante do gerador. Este, por sua vez,
procura dimensionar o gerador com FN o mais afastado possível das frequências das
forças excitadoras, para tanto, dispõe das variáveis de controle da constante de
regulação: momento de inércia, rotação ou ambas.
As soluções via de regra empregadas são: admissão natural de ar, injeção forçada de
ar, colocação de diferentes tipos de obstáculos mecânicos no tubo de sucção, visando
a quebra ou dissipação dos vórtices formados, extensão do cone do rotor e, por último,
se isto é possível, evitar-se operar a turbina na faixa prejudicial. Em quaisquer dos
casos há sempre vantagens e desvantagens, as quais devem ser exaustivamente
avaliadas para a seleção da melhor opção.
3. CONCLUSÕES
O trabalho demonstrou que, em boa parte dos casos, as vibrações aqui abordadas
não são genuína e exclusivamente de origem elétrica, como a vibração ocasionada
por empuxo magnético desbalanceado, que, fundamentalmente, é gerada por um
entreferro do gerador irregular, ou seja, na essência trata-se de uma não
conformidade geométrica e, portanto, de origem mecânica. Para este caso
específico, além da correção mecânica admite-se também a solução elétrica.O
mesmo pode-se dizer para a ressonância da frequência natural do hidrogerador
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conectado a uma rede elétrica infinita, em que a causa raiz pode ser de origem
hidráulica.
A chave para a escolha da solução a ser adotada para a eliminação do problema
de vibração, independentemente da origem ser mecânica, hidráulica ou elétrica,
como aqui discutida, deve semprelevar em conta a relação custo-benefício da
questão, ou seja, fatores como domínio da técnica a ser usada, logística, tempo e
facilidade de execução, duração esperada do resultado,capacitação e custo da
mão de obra empregada e outros aspectosque deverão ser devidamente
analisados para que o resultado esperado possa ser obtido com sucesso.
4. REFERÊNCIAS
[1] Freire, E., Vibração em Hidrogeradores, III ENAM, 2006.
[4]Ode, P. R. D., Mariano, C. A. S., Leal, E. M., Oliveira, W. C. de, Uemori, M. K. I., Sá, F. S. F.,
Redução do Empuxo Magnético Desbalanceado do Rotor da Unidade Geradora 11 da UHE Ilha
Solteira, XX SNPTEE, 2009
[5] Freire, E., Farias,E.L., Vibração do Núcleo Estatórico da Unidade Geradora 4 da Usina Luiz
Carlos Barreto de Carvalho, VII SMMER, FURNAS, 2002
[6] Freire, E.,Trincas por Fadiga nas Soldas de Fixação das Chavetas do Núcleo à Carcaça do
Estator dos Geradores de uma Hidrelétrica de FURNAS, XIV SNPTEE, 1997
[7] Baker, M., Measurement of Shaft Vibration on Hydro Electric Turbine Generators – Part 1,
August 83
[8] Shizhang, X., Magnetic Vibration of Hydrogenerator Stator Core Due to Rotor Eccentricity,
Rotor Non-Circularity and Negative-Sequence Current, Electra N.86, 1983
[9] Nadtochii, V.M., Tsvestkov, V.A., The Forces and Vibrations in Hydrogenerators Operating
under Asymetrical Conditions, Electric Technology, U.S.S.R., No. 3, 1989
[10] Den Hartog, J. P., Mecânica de las Vibraciones, Cuarta Edición, Compañia Editorial
Continental S.A.
[11] Holdefer, A.R., Mena, J.C., Martins, N.F., Brito Jr., G.C., Ressonâncias em Estatores de
Hidrogeradores, XIX SNPTEE, 2007
[12] Rheingans, W.J., Power Swings in Hydroelectric Power Plants, April, 1940
[13] Grein, H., Vibration Phenomena in Francis Turbines: Their Causes and Prevention, Escher
Wyss News 1/1981/1/1982
[14] Fazalare, R.W., Trends in Selecting and Procuring Hydro Turbines, Water Power & Dam
Construction, December 1986
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