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GRANDE DO SUL
DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
Chico Xavier
A DOENÇA: ASPECTOS PSICOLÓGICOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO
DE ADOECIMENTO E O PSICÓLOGO HOSPITALAR NA ÓRBITA DA
DOENÇA
RESUMO
INTRODUÇÃO.........................................................................4
1 A DOENÇA...........................................................................6
2 A DESPERSONALIZAÇÃO NA HOSPITALIZAÇÃO......15
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................30
REFERÊNCIAS...................................................................32
INTRODUÇÃO
Ter o estado de saúde alterado por alguma doença, fará com que o
estado psicológico do sujeito também se manifeste. Há uma reação psíquica
diante dessa realidade orgânica. A mente possui uma influência sobre o corpo,
podendo implicar diretamente nas causas orgânicas da doença. O fator
psicológico pode ser o causador da doença, se manifestando em uma
vulnerabilidade física já existente. Por outro lado, se não for o causador da
doença, pode influenciar de forma negativa o processo de tratamento.
A doença provoca uma situação desconcertante. No caso de uma
hospitalização prolongada, a doença passa a ser o foco central. Ela passa a ter
um significado na vida do sujeito que precisa aceitar esse processo.
Geralmente a pessoa adoentada ficará restrita a um ambiente onde, muitas
vezes, não poderá realizar suas atividades rotineiras e tudo isso poderá lhe
causar um mal-estar diante dessa nova situação.
Dizer que o indivíduo faz sua doença, significa que a evolução desse
percurso vai depender da maneira como ele está dando significado para ela.
Toda a situação que faz parte desse processo também é importante e tratada
de maneira subjetiva. O autor ainda cita que: “ O indivíduo 'faz' a sua doença,
determina o sucesso ou o fracasso do tratamento que lhe é prescrito, 'escolhe'
a saúde ou a doença e, dentro de certos limites, a vida ou a morte.” Isso nos
mostra que o tratamento e a cura dependem não só do tratamento físico, mas
também do psicológico. A forma com que cada indivíduo encara a sua doença
pode auxiliar seu progresso. O profissional de psicologia passa a ter um papel
muito importante nesse processo. No próximo capítulo essa é uma questão que
será aprofundada.
A doença pode ser definida como uma situação de perdas. Perde-se
muita coisa quando se adoece, coisas físicas, psíquicas, em muitos casos até
mesmo a vida. Perde autoestima, a esperança, a rotina, o trabalho, contato
direto com amigos e família, a liberdade. Algumas perdas podem ser reais
outras imaginárias, mas perde-se também algo muito valioso, a saúde.
Esse novo lugar fará o sujeito perder sua autonomia. Ele não poderá
mais fazer suas próprias escolhas, pois estas dependerão de seu estado de
saúde. Seus hábitos também deverão ficar suspensos pois devido a sua
hospitalização terá que manter uma rotina estabelecida conforme a doença
existente.
Segundo Camon (1995), as novas especializações médicas focam
cada vez mais em diagnósticos específicos. Esse novo modelo deixa de lado
toda a amplitude do sujeito. Leva em conta apenas aquele “pedaço” que não
está saudável. Nesta perspectiva o sujeito visto em um modelo biopsicossocial
passa a ser apenas um fragmento que precisa ser tratado como podemos
observar a seguir:
[…] A psicologia hospitalar enfatiza a parte psíquica, mas não diz que
a outra parte não é importante, pelo contrário, perguntará sempre
psíquica diante dessa realidade orgânica, qual a posição do sujeito
diante desse “real” da doença, e disso fará seu material de trabalho.