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CONCERTOS NAS IGREJAS

(in VIDA CATÓLICA 1988, Janeiro-Abril, nº. 7, pp. 159-162)

DECRETO

1. O can. 1210 do Código de Direito Canónico determina: "No lugar sagrado apenas se admita
aquilo que serve para exercer ou promover o culto, a piedade e a religião; e proíba-se tudo o que
seja discordante da santidade do lugar. Porém, o Ordinário pode permitir acidentalmente outros
actos ou usos, que não sejam contrários à santidade do lugar”.
Com base nesta disposição, aprovámos e mandámos publicar o Decreto de 25 de Outubro de
1984 sobre a “Utilização dos lugares sagrados para fins alheios ao culto divino”, a que se seguiu,
com data de 10 de Março de 1987, um esclarecimento da nossa Vigararia Geral.

2. Limitando o assunto à execução de concertos nas igrejas, a Santa Sé, por intermédio da
Congregação do Culto Divino, publicou recentemente, em 5 de Novembro de 1987 [documento
apresentado abaixo], um extenso conjunto de orientações sobre o assunto, com vista a conseguir-se
uma disciplina comum nas várias Dioceses.
O importante documento, depois de largamente expôr a natureza e finalidade das igrejas –
“lugares sagrados, quer dizer, postos à parte de maneira permanente, pela consagração ou bênção,
para o culto prestado a Deus” –, lembra a propósito a Palavra do Senhor: “A minha casa é uma casa
de oração (Lc. 19,46). Por tal motivo, “as igrejas não podem considerar-se como simples lugares
'públicos', disponíveis para reuniões de todo género”, mas tão-somente para aquelas que forem
conciliáveis com a santidade do lugar, e mesmo assim mediante autorização do Ordinário, como
preceitua o can. 1210.
De outra forma, como é óbvio, se deverá entender a utilização dos salões paroquiais ou de
outras instalações anexas a uma igreja. Aí já se consentem manifestações culturais de índole
profana, com a reserva, porém, de que se revistam de boa qualidade artística e sejam conformes
com a finalidade pastoral de tais instalações. A Igreja tem a arte, designadamente a música, em
muito elevado apreço. Mas, propriamente quanto aos templos, incumbe-lhe manter sempre o seu
carácter próprio de espaços destinados à celebração, à oração e ao silêncio.

3. Nesta linha de considerações, o documento acrescenta, especificamente quanto à realização


de concertos, que o princípio consignado no referido can. 1210 “determina o critério segundo o qual
convém abrir a porta da igreja a um concerto de música sacra ou religiosa, e fechá-la a toda a outra
espécie de música”, incluindo “a mais bela música sinfónica, por exemplo, que não é em si mesma
religiosa”. O qualificativo de música sacra ou religiosa – esclarece – “deve resultar explicitamente
do destino original das peças musicais ou dos cânticos, bem como do seu conteúdo. Não é legítimo
programar para uma igreja a execução de música que não seja religiosa e que tenha sido composta
para ser executada em contextos profanos precisos, quer se trate de música clássica ou
contemporânea, erudita ou popular: tal procedimento não respeitaria nem o carácter sagrado da
igreja, nem a mesma obra musical, que não seria executada no seu contexto próprio.

4. Quando, todavia, se tratar de música sacra (isto é, a que foi composta para a Liturgia,
mesmo a que por motivos actuais não possa já executar-se durante uma celebração litúrgica) ou de
música simplesmente religiosa (isto é, que se inspira em textos da Sagrada Escritura, da Liturgia ou
que tem relação com Deus, com a Santíssima Virgem, com os Santos ou com a Igreja), os concertos
não só podem ser autorizados, como inclusivamente pode convir que o sejam, nas seguintes
circunstâncias:

a) “para preparar as principais festas litúrgicas, ou para lhes dar maior solenidade fora das
celebrações”;
b) “para acentuar o carácter específico dos diversos tempos litúrgicos”;
c) “para criar nas igrejas um clima de beleza e de meditação que suscite e favoreça, mesmo
nos que estão afastados da Igreja, a necessária disposição para receber os valores do espírito”;
d) “para criar um contexto que torne mais fácil e acessível a proclamação da Palavra de Deus:
por exemplo, apoiando uma leitura prolongada do Evangelho”;
e) “para manter vivos os tesouros da música de igreja que não devem perder-se: músicas e
cânticos compostos para a Liturgia, mas que não podem entrar no ordinário nem facilmente nas
celebrações litúrgicas actuais; músicas espirituais, como as oratórias, as cantatas religiosas, que
continuam a ser veículos de comunicação espiritual”;
f) “para ajudar os visitantes e os turistas a melhor apreender o carácter sagrado do templo, isto
através de concertos de órgão previstos para horas determinadas”.

Nestas circunstâncias – declara o documento –, “o toque do órgão e outras execuções


musicais, quer vocais quer instrumentais, podem 'servir ou favorecer a piedade e a religião' (cf. CIC,
can. 1210)”; o que particularmente se verifica no caso dos “concertos espirituais”, assim chamados
“em razão do tema tratado, dos textos que as melodias adornam, do clima em que tudo se realiza”.
Não raro, tais concertos “englobam leituras, preces, silêncios”, podendo então comparar-se a um
“piedoso exercício”.

5. Segundo o exposto, e tendo presentes as disposições práticas que o documento enumera,


para se conceder autorização de concertos nas igrejas,
havemos por bem determinar e mandar publicar quanto segue, em substituição do nosso
mencionado Decreto de 25 de Outubro de 1984, bem como do esclarecimento da Vigararia Geral,
de 10 de Março de 1987:

1º. – A autorização para a realização de um concerto no interior de qualquer igreja só pode ser
concedida se se tratar exclusivamente de música sacra ou religiosa, quer vocal quer instrumental, e
é sempre reservada ao Ordinário diocesano (cf. Can. 1210).

2º. – Os promotores do concerto devem pedir a autorização em requerimento apresentado no


Patriarcado de Lisboa até um mês antes do concerto, com a indicação:
a) do dia e horário do concerto;
b) do respectivo programa, explicitando nele as obras e os nomes dos autores;
c) do compromisso que assumem relativamente à responsabilidade civil, ao pagamento das
despesas, à reparação de estragos eventuais e à reposição das coisas da igreja no seu lugar.

3º. – Antes de apresentarem no Patriarcado o seu requerimento, os promotores do concerto


devem obter a concordância do pároco ou reitor da igreja sobre dia e horário, resolvendo com ele
alguma dificuldade que obste localmente à realização do concerto. A concordância deve constar de
declaração expressa do Pároco ou reitor da igreja, sem o que o requerimento não subirá a despacho.

4º. – Se lhe constar que o programa não é de musica exclusivamente sacra ou religiosa, o
pároco ou reitor da igreja deve desde logo dissuadir os promotores de fazerem o requerimento para
a realização do concerto, visto que este não poderia ser autorizado.

5º. – Os executantes e os ouvintes devem ter um comportamento em tudo conforme com o


carácter sagrado da igreja, lembrando-se de que não se encontram numa vulgar sala de espectáculos.
Além disso, os executantes evitarão, quanto possível, ocupar o santuário e observarão o maior
respeito relativamente ao altar, à cadeira do celebrante e ao ambão.

6º. – A entrada na igreja será sempre livre e gratuita.


7º. – É muito aconselhável que, sempre que possível, o concerto seja acompanhado de
comentários, que não se limitem a sublinhar aspectos de ordem artística ou histórica, mas ajudem os
ouvintes a uma reflexão espiritual.

Lisboa, 3 de Fevereiro de 1988.

+ António, Cardeal Patriarca


Cón. Manuel Alves Lourenço, Chanceler

CONCERTOS NAS IGREJAS


(in VIDA CATÓLICA 1987, Setembro-Dezembro, nº. 6, pp. 323-330)

Instrução da Congregação para o Culto Divino

I - A MÚSICA NAS IGREJAS, FORA DAS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS

1. O interesse pela música é uma das manifestações da cultura contemporânea. A facilidade


de poder ouvir em casa as obras clássicas, graças à rádio, aos discos, às cassetes, à televisão, não
diminuiu em nada o prazer de assistir directamente a um bom concerto; pelo contrário, aumentou-o.
Trata-se de um fenómeno de sentido positivo, dado que a música e o canto contribuem para elevar o
espírito.
O aumento do número de concertos levou, recentemente, em diversos países, à utilização
frequente das igrejas para a sua execução. As razões invocadas são várias: necessidade de ambiente,
pois não é fácil encontrar locais apropriados; razões de acústica, uma vez que as igrejas oferecem
geralmente boas garantias a este respeito; razões estéticas, no desejo de que o concerto seja
executado num espaço de beleza; razões de conveniência, para restituir às composições executadas
o ambiente que foi o da sua criação; e também razões simplesmente práticas, principalmente para os
concertos de órgão: as igrejas, com efeito, dispõem habitualmente deste instrumento.

2. Simultaneamente com este processo cultural, verifica-se na igreja uma situação nova.
As “Scholae Cantorum”, por motivos vários, deixaram de ter oportunidade de executar o seu
repertório habitual de música sacra polifónica no contexto da celebração litúrgica.
Por esta razão, surgiu a iniciativa de executar esta música sacra dentro das igrejas, sob a
forma de concerto. O mesmo aconteceu com o canto gregoriano, que passou a figurar nos
programas de concertos, dentro e fora das igrejas.
Outro facto importante consiste na iniciativa de “concertos espirituais”, assim designados,
porque a música executada pode considerar-se religiosa, em razão do tema tratado, dos textos que
as melodias adornam, do clima em que tudo se realiza.
Em certos casos, estes concertos englobam leituras, preces, silêncios. Em virtude da forma
que os caracteriza, podem ser comparados a um “piedoso exercício”.

3. Este realização progressiva de concertos nas igrejas suscitou entre os párocos e reitores
algumas interrogações a que convém dar resposta.
Se a abertura geral das igrejas a todo a espécie de concertos provoca reacções e protestos da
parte de numerosos fiéis, uma recusa não motivada corre igualmente o risco de ser mal
compreendida ou aceite pelos organizadores do concerto, os músicos e os cantores.
Antes de mais, importa ter em conta o que significa uma igreja e qual a sua finalidade. Por
isso, a Congregação do Culto Divino julga oportuno propor às Conferências Episcopais e, de acordo
com as competências de que gozarem, também às Comissões Nacionais de Liturgia e de Música
Sacra, alguns elementos de reflexão e de interpretação das normas canónicas que dizem respeito ao
uso nas igrejas dos diversos géneros de música: música e canto para a liturgia, música de inspiração
religiosa e música não religiosa.

4. É necessário voltar a ler, no contexto actual, os documentos já publicados, particularmente


a Constituição sobre a Liturgia Sacrosanctum Concilium, a Instrução Musicam Sacram, de 5 de
Março de 1967, a Instrução Liturgicae Instaurationes, de 5 de Setembro de 1970, assim como os
cânones 1210, 1213 e 1222 do Código de Direito Canónico.
No texto presente falar-se-á, sobretudo, da utilização da música fora das celebrações
litúrgicas.
A Congregação do Culto Divino deseja, desta forma, ajudar cada Bispo a tomar as decisões
pastorais convenientes, tendo em conta a respectiva situação sócio-cultural.

II - ELEMENTOS DE REFLEXÃO

Natureza e finalidade das igrejas

5. Segundo a tradição, ilustrada pelo “Ritual da Dedicação da igreja e do altar”, as igrejas são
os locais onde se congrega o Povo de Deus. Este, “reunido na unidade que procede do Pai e do
Filho e do Espírito Santo, é a Igreja, o templo de Deus edificado de pedras vivas, no qual o Pai é
adorado em espírito e verdade. Com razão, pois, desde os tempos antigos, se chamou també 'igreja'
ao edifício onde a comunidade cristã se reúne para aí ouvir a Palavra de Deus, orar em conjunto,
receber os sacramentos, celebrar a Eucaristia”, e adorar o Senhor presente neste lugar em
sacramento permanente (cf. RDIA, cap. II, 1).
As Igrejas não podem, portanto, ser consideradas como simples lugares 'públicos', disponíveis
para reuniões de todo o género. São lugares sagrados, quer dizer, “postos à parte” de maneira
permanente, pela consagração ou a bênção, para o culto prestado a Deus.
Como edifícios visíveis, as igrejas são sinais da Igreja peregrina sobre a terra; imagens que
anunciam a Jerusalém celeste; lugares em que se realiza, já neste mundo, o mistério da comunhão
entre Deus e os homens. Nos aglomerados urbanos e rurais, a igreja é ainda a casa de Deus, quer
dizer, o sinal da sua morada entre os homens. Ela permanece, portanto, um lugar sagrado, mesmo
fora das celebrações litúrgicas.
Numa sociedade de agitação e ruído, sobretudo nas grandes cidades, as igrejas são também
lugares propícios para os homens reencontrarem, no silêncio ou na oração, a paz do espírito ou a luz
da fé.
Isto só é possível se as igrejas conservarem a sua identidade. Quando são utilizadas para fins
diferentes daquele que lhes é próprio, a sua característica de sinal do mistério cristão corre perigo,
com perdas mais ou menos graves para a pedagogia da fé e o sentir do povo de Deus, como lembra
a palavra do Senhor: “A minha casa é uma casa de oração” (Lc 19, 46).

Importância da Música Sacra

6. A música sacra, tanto a vocal como a instrumental, merece cuidadosa atenção. Por esta
designação de música sacra, entendemos aqui “aquela música que, composta para a celebração do
culto divino, é dotada de santidade e bondade de forma” (MS, n. 4a). A Igreja considera-a como
“um tesouro de valor inestimável, o que a eleva sobre as outras artes”, reconhece-lhe “uma função
ministerial no serviço divino” (cf. SC, n. 112) e recomenda que “este tesouro seja conservado com a
maior solicitude” (cf. SC, n. 114).
Quando a execução da música sacra se realiza durante uma celebração, deve conformar-se
com o ritmo e as modalidades que a mesma lhe dita. Esta disposição obriga, com bastante
frequência, a limitar o uso das obras criadas numa época em que a participação activa dos fiéis não
era proposta como fonte de verdadeiro espírito cristão ( cf. SC, n. 14; Pio X, Tra le sollecitudini).
Esta mudança na utilização das obras musicais é análoga à verificada em outras criações
artísticas no campo litúrgico, por razões de celebração: por exemplo, os santuários foram
reestruturados relativamente à disposição do lugar da presidência, do ambão, do altar voltado para o
povo, o que não significa, de forma nenhuma, desprezo pelo passado, mas exigência motivada por
um objectivo importante, qual é o da participação da assembleia. A limitação eventual que daqui
resulta para a utilização das obras musicais no decorrer da liturgia pode ser compensada pela
apresentação integral a ser feita fora das celebrações, sob a forma de concerto de música sacra.

O Órgão

7. O uso do órgão durante as celebrações litúrgicas limita-se, hoje, a algumas intervenções.


No passado, o órgão substituía a participação activa dos fiéis e encobria a assistência daqueles que
“eram espectadores mudos e inertes” da celebração (Pio XI, Divini Cultus, n. 9).
O órgão pode acompanhar e manter, durante as celebrações, os cânticos sagrados da
assembleia ou da “Schola”. Mas o som do órgão não deve sobrepor-se às orações ou aos cânticos do
sacerdote celebrante, nem às leituras proclamadas pelo leitor ou pelo diácono.
O silêncio do órgão deverá ser respeitado, segundo a tradição, igualmente nos tempos
penitenciais (Quaresma e Semana Santa), durante o Advento e na liturgia de defuntos. Nestas
circunstâncias, o som do órgão é permitido unicamente para acompanhar o canto.
É aconselhável que o órgão se utilize, mesmo por tempo prolongado, para preparar e para
concluir as celebrações.
É importante que em todas as igrejas, mas especialmente nas principais, não faltem músicos
competentes nem instrumentos musicais de qualidade. Dedicar-se-á particular cuidado aos órgãos
de épocas passadas, sempre preciosos pelas suas características.

III - DISPOSIÇÕES PRÁTICAS

8. A regulamentação do uso das igrejas é determinada pelo can. 1210 do Código de Direito
Canónico: “No lugar sagrado apenas se admita aquilo que serve para exercer ou promover o culto, a
piedade e a religião; e proibe-se tudo o que seja discordante da santidade do lugar. Porém, o
Ordinário pode permitir, acidentalmente, outros actos ou usos, que não sejam contrários à santidade
do lugar”.
O princípio de que a utilização das igrejas não deve ser contrária à santidade do lugar
determina o critério segundo o qual convém abrir a porta da igreja a um concerto de música sacra
ou religiosa e fechá-la a toda a outra espécie de música. A mais bela música sinfónica, por exemplo,
não é, em si mesma, religiosa. Este qualificativo deve resultar explicitamente do destino original
das peças musicais ou dos cânticos, bem como do seu conteúdo. Não é legítimo programar para
uma igreja a execução de uma música que não seja religiosa e que tenha sido composta para ser
executada em contextos profanos precisos, quer se trate de música clássica ou contemporânea,
erudita ou popular: tal procedimento não respeitaria nem o carácter sagrado da igreja, nem a mesma
obra musical, que não seria executada no seu contexto próprio.
Compete à autoridade eclesiástica exercer livremente os seus poderes nos lugares sagrados
(cf. Can. 1213) e, portanto, regulamentar a utilização das igrejas, de modo a fazer respeitar o seu
carácter sagrado.
9. A música sacra, a saber, aquela que foi composta para a liturgia, mas que por motivos
actuais não pode executar-se durante uma celebração litúrgica, e a música religiosa, isto é, a que se
inspira em textos da Sagrada Escritura, da Liturgia ou que tem relação com Deus, com a Santíssima
Virgem, com os Santos ou com a Igreja, podem ter o seu lugar no templo, fora das celebrações
litúrgicas. O toque do órgão e outras execuções musicais, quer vocais quer instrumentais, podem
“servir ou favorecer a piedade ou a religião” (cf. CIC, Can. 1210).

Terão particular utilidade:

a) para preparar as principais festas litúrgicas, ou para lhes dar maior solenidade fora das
celebrações;
b) para acentuar o carácter específico dos diversos tempo litúrgicos;
c) para criar nas igrejas um clima de beleza e de meditação que suscite e favoreça, mesmo nos
que estão afastados da Igreja, a necessária disposição para receber os valores do espírito;
d) para criar um contexto que torne mais fácil e acessível a proclamação da Palavra de Deus:
por exemplo, apoiando uma leitura prolongada do Evangelho;
e) para manter vivos os tesouros da música de igreja que não devem perder-se: músicas e
cânticos compostos para a Liturgia, mas que não podem entrar de ordinário nem facilmente nas
celebrações litúrgicas actuais; músicas espirituais, como as oratórias, as cantatas religiosas, que
continuam a ser veículos de comunicação espiritual;
f) para ajudar os visitantes e os turistas a melhor apreender o carácter sagrado do templo, isto
através de concertos de órgão previstos para horas determinadas.

10. Quando os organizadores pedem para utilizar uma igreja a fim de executar nela um
concerto, compete ao Ordinário dar a concessão “per modum actus”. Esta determinação diz respeito
a concertos ocasionais. Exclui-se, consequentemente, uma concessão cumulativa, por exemplo, no
quadro de um festival ou de um ciclo de concertos.
Se o Ordinário o julgar necessário, poderá, nas condições previstas pelo Código de Direito
Canónico, Can. 1222, § 2, destinar uma igreja que já não serve ao culto, como “auditorium” para a
execução de música sacra ou religiosa, e até para execuções musicais profanas, na condição de elas
se coadjuvarem com a sacralidade do lugar.
Nesta função pastoral, o Ordinário encontrará ajuda e conselho na Comissão Diocesana de
Liturgia e Música Sacra.

A fim de salvaguardar a sacralidade das igrejas, observar-se-ão, relativamente às autorizações


para concertos, as seguintes condições, que o Ordinário poderá precisar melhor:

a) Em tempo útil, deverá apresentar-se um pedido, por escrito, ao Ordinário do lugar, com a
indicação da data do concerto, do horário e do programa, expicitando neste as obras e nome dos
autores.
b) Depois de ter recebido a autorização do Ordinário, os párocos ou reitores das igrejas
poderão combinar o modo de utilização da sua igreja com os coros e as orquestras, que deverão
observar as condições seguidamente indicadas:
c) A entrada na igreja deve ser livre e gratuita.
d) Os executantes e os ouvintes deverão ter uma postura e um comportamento que sejam
conformes com o carácter sagrado da igreja.
e) Os músicos e os cantores evitarão ocupar o santuário. Deve observar-se o maior respeito
relativamente ao altar, à cadeira do celebrante, ao ambão.
f) Na medida do possível, o Santíssimo Sacramento será guardado numa capela anexa ou
noutro lugar seguro e digno (cf. CIC, Can. 938, §4).
g) O concerto será apresentado e eventualmente acompanhado de comentários que não sejam
unicamente de ordem artística ou histórica, mas que favoreçam uma melhor compreensão e uma
participação interior dos ouvintes.
h) O organizador do concerto assumirá, por escrito, a responsabilidade civil, as despesas, o
pôr em ordem o edifício, a reparação de estragos eventuais.

11. As disposições práticas precedentes querem contribuir para ajudar os Bispos e os reitores
de igrejas no esforço pastoral que lhes incumbe para manter sempre o carácter próprio dos templos
destinados às celebrações, à oração e ao silêncio.
Estas medidas não devem, de forma alguma, ser consideradas como falta de interesse pela arte
musical.
O tesouro da música sacra permanece um testemunho da maneira como a fé cristã pode
promover a cultura humana.
Ao colocar no seu justo valor a música sacra ou a religiosa, os músicos cristãos e os eméritos
membros das “Scholae Cantorum” devem sentir-se encorajados a continuar esta tradição e a mantê-
la viva ao serviço da fé, segundo o convite que lhes foi feito pelo Concílio Vaticano II, na sua
mensagem aos artistas: “Não recuseis pôr o vosso talento ao serviço da verdade divina. O mundo
em que vivemos tem necessidade de beleza para não cair no desespero. A beleza, como a verdade,
dão alegria ao coração dos homens. E isto, pelas vossas mãos” (Concílio Vaticano II, Mensagem
aos Artistas, 8 de Dezembro de 1965).

Roma, 5 de Novembro de 1987.

+ Paul Augustin, Card. Mayer osb, Prefeito


+ Virgilio Noè, Arcebispo tit. de Voncaria, Secretário

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