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FUNDAMENTAÇÃO.

4. Em razão dessa decisão, passo a decidir sobre a pena a ser imposta a cada um dos acusados em relação a
este crime de homicídio pelo qual foram considerados culpados pelo Conselho de Sentença.

Uma vez que as condições judiciais do art. 59 do Código Penal não se mostram favoráveis em relação a ambos os
acusados, suas penas-base devem ser fixadas um pouco acima do mínimo legal.

Isto porque a culpabilidade, a personalidade dos agentes, as circunstâncias e as conseqüências que cercaram a
prática do crime, no presente caso concreto, excederam a previsibilidade do tipo legal, exigindo assim a
exasperação de suas reprimendas nesta primeira fase de fixação da pena, como forma de reprovação social à
altura que o crime e os autores do fato merecem.

Com efeito, as circunstâncias específicas que envolveram a prática do crime ora em exame demonstram a
presença de uma frieza emocional e uma insensibilidade acentuada por parte dos réus, os quais após terem
passado um dia relativamente tranqüilo ao lado da vítima, passeando com ela pela cidade e visitando parentes,
teriam, ao final do dia, investido de forma covarde contra a mesma, como se não possuíssem qualquer vínculo
afetivo ou emocional com ela, o que choca o sentimento e a sensibilidade do homem médio, ainda mais porque o
conjunto probatório trazido aos autos deixou bem caracterizado que esse desequilíbrio emocional demonstrado
pelos réus constituiu a mola propulsora para a prática do homicídio.

De igual forma relevante as conseqüências do crime na presente hipótese, notadamente em relação aos familiares
da vítima.

Porquanto não se desconheça que em qualquer caso de homicídio consumado há sofrimento em relação aos
familiares do ofendido, no caso específico destes autos, a angústia acima do normal suportada pela mãe da
criança Isabella, Srª. Ana Carolina Cunha de Oliveira, decorrente da morte da filha, ficou devidamente comprovada
nestes autos, seja através do teor de todos os depoimentos prestados por ela nestes autos, seja através do laudo
médico-psiquiátrico que foi apresentado por profissional habilitado durante o presente julgamento, após realizar
consulta com a mesma, o que impediu inclusive sua permanência nas dependências deste Fórum, por ainda se
encontrar, dois anos após os fatos, em situação aguda de estresse (F43.0 - CID 10), face ao monstruoso assédio a
que a mesma foi obrigada a ser submetida como decorrência das condutas ilícitas praticadas pelos réus, o que é
de conhecimento de todos, exigindo um maior rigor por parte do Estado-Juiz quanto à reprovabilidade destas
condutas.

A análise da culpabilidade, das personalidades dos réus e das circunstâncias e conseqüências do crime, como foi
aqui realizado, além de possuir fundamento legal expresso no mencionado art. 59 do Código Penal, visa também
atender ao princípio da individualização da pena, o qual constitui vetor de atuação dentro da legislação penal
brasileira, na lição sempre lúcida do professor e magistrado Guilherme de Souza Nucci:

"Quanto mais se cercear a atividade individualizadora do juiz na aplicação da pena, afastando a possibilidade de
que analise a personalidade, a conduta social, os antecedentes, os motivos, enfim, os critérios que são subjetivos,
em cada caso concreto, mais cresce a chance de padronização da pena, o que contraria, por natureza, o princípio
constitucional da individualização da pena, aliás, cláusula pétrea" ("Individualização da Pena", Ed. RT, 2ª edição,
2007, pág. 195).

Assim sendo, frente a todas essas considerações, majoro a pena-base para cada um dos réus em relação ao crime
de homicídio praticado por eles, qualificado pelo fato de ter sido cometido para garantir a ocultação de delito
anterior (inciso V, do parágrafo segundo do art. 121 do Código Penal) no montante de 1/3 (um terço), o que resulta
em 16 (dezesseis) anos de reclusão, para cada um deles.

Como se trata de homicídio triplamente qualificado, as outras duas qualificadoras de utilização de meio cruel e de
recurso que dificultou a defesa da vítima (incisos III e IV, do parágrafo segundo do art. 121 do Código Penal), são
aqui utilizadas como circunstâncias agravantes de pena, uma vez que possuem previsão específica no art. 61,
inciso II, alíneas "c" e "d" do Código Penal.

Assim, levando-se em consideração a presença destas outras duas qualificadoras, aqui admitidas como
circunstâncias agravantes de pena, majoro as reprimendas fixadas durante a primeira fase em mais ¼ (um quarto),
o que resulta em 20 (vinte) anos de reclusão para cada um dos réus.

Justifica-se a aplicação do aumento no montante aqui estabelecido de ¼ (um quarto), um pouco acima do patamar
mínimo, posto que tanto a qualificadora do meio cruel foi caracterizada na hipótese através de duas ações
autônomas (asfixia e sofrimento intenso), como também em relação à qualificadora da utilização de recurso que
impossibilitou a defesa da vítima (surpresa na esganadura e lançamento inconsciente na defenestração).

Pelo fato do co-réu Alexandre ostentar a qualidade jurídica de genitor da vítima Isabella, majoro a pena aplicada
anteriormente a ele em mais 1/6 (um sexto), tal como autorizado pelo art. 61, parágrafo segundo, alínea "e" do
Código Penal, o que resulta em 23 (vinte e três) anos e 04 (quatro) meses de reclusão.

Como não existem circunstâncias atenuantes de pena a serem consideradas, torno definitivas as reprimendas
fixadas acima para cada um dos réus nesta fase.

Por fim, nesta terceira e última fase de aplicação de pena, verifica-se a presença da qualificadora prevista na parte
final do parágrafo quarto, do art. 121 do Código Penal, pelo fato do crime de homicídio doloso ter sido praticado
contra pessoa menor de 14 anos, daí porque majoro novamente as reprimendas estabelecidas acima em mais 1/3
(um terço), o que resulta em 31 (trinta e um) anos, 01 (um) mês e 10 (dez) dias de reclusão para o co-réu
Alexandre e 26 (vinte e seis) anos e 08 (oito) meses de reclusão para a co-ré Anna Jatobá.

Como não existem outras causas de aumento ou diminuição de pena a serem consideradas nesta fase, torno
definitivas as reprimendas fixadas acima.

5. Tendo em vista que a quantidade total das penas de reclusão ora aplicadas aos réus pela prática do crime de
homicídio triplamente qualificado ser superior a 04 anos, verifica-se que os mesmos não fazem jus ao benefício da
substituição destas penas privativas de liberdade por restritivas de direitos, a teor do disposto no art. 44, inciso I do
Código Penal.

Tal benefício também não se aplica em relação às penas impostas aos réus pela prática do delito de fraude
processual qualificada, uma vez que as além das condições judiciais do art. 59 do Código Penal não são favoráveis
aos réus, há previsão específica no art. 69, parágrafo primeiro deste mesmo diploma legal obstando tal benefício
de substituição na hipótese.

6. Ausentes também as condições de ordem objetivas e subjetivas previstas no art. 77 do Código Penal, já que
além das penas de reclusão aplicadas aos réus em relação ao crime de homicídio terem sido fixadas em
quantidades superiores a 02 anos, as condições judiciais do art. 59 não são favoráveis a nenhum deles, como já
especificado acima, o que demonstra que não faz jus também ao benefício da suspensão condicional do
cumprimento de nenhuma destas penas privativas de liberdade que ora lhe foram aplicadas em relação a qualquer
dos crimes.

7. Tendo em vista o disposto no art. 33, parágrafo segundo, alínea "a" do Código Penal e também por ter o crime
de homicídio qualificado a natureza de crimes hediondos, a teor do disposto no artigo 2o, da Lei n° 8.072/90, com a
nova redação que lhe foi dada pela Lei n. 11.464/07, os acusados deverão iniciar o cumprimento de suas penas
privativas de liberdade em regime prisional FECHADO.

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