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Roteiro de Estudo
Objetivo
O objetivo deste trabalho é apresentar de uma maneira simples e direta as
operações unitárias na fabricação de açúcar e álcool, compreendendo as
seguintes etapas do processo:
Tratamento do Caldo
Evaporação
Cristalização do Açúcar
Cozimento do Açúcar
Centrifugação
Fermentação
Centrifugação
Destilação
Fonte : Autor
Tratamento do Caldo
O caldo de cana é uma solução de sacarose impura e diluída, cujas
impurezas se encontram em suspensão e em dissolução. Existem nele todos os
componentes solúveis da cana, tais como: sacarose, açúcares redutores, sais
orgânicos e inorgânicos, pectinas e gomas, terra, bagacinho, clorofila, albumina,
entre outros.
3
Clarificação
Segundo Castro (2007)1 o caldo misto que flui das moendas encerra em
solução diversas substâncias como sacarose, glucose, bagacilho, terra, cera,
compostos nitrogenados, sais minerais, etc. Como se trata de matéria prima
extrativa, o caldo sendo de composição variável, pode apresentar modificações
em função de:
Variedade, idade e sanidade da cana
Condições climáticas
Tratos culturais
Tempo de espera para industrialização após o corte
1
CASTRO,S.B; Tecnologia do Açúcar, 2007, pag. 34
4
Caleação
A caleação é um dos processos na qual se utiliza a cal como agente de
clarificação do caldo. A cal é obtida através da dissociação térmica do carbonato
de cálcio em fornos especiais. A transformação do carbonato de cálcio em óxido
de cálcio (CaO) ocorre em função da temperatura de calcinação. Por via de regra,
esta temperatura varia de 900 a 1300 oC. Temperaturas elevadas, mantidas por
um tempo além do necessário, podem ser responsáveis pela produção de uma
cal pouco porosa e não facilmente hidratável acarretando problemas durante o
processo de clarificação e maior consumo. Os aspectos de temperatura e tempo
são muito importantes na qualidade da cal obtida, pois quando não controladas
devidamente podem modificar a estrutura molecular da cal dando origem ao que
se conhece por “cal morta”. Atualmente outro problema encontrado com relação à
queima da cal é a utilização de pneus na calcinação. Este processo faz com que a
cal apresente dioxina em sua composição sendo que este composto é
extremamente tóxico ao homem, acarretando problemas no sistema nervoso e
outros.
2
PAYNE,J.H; Operações Unitárias na Produção de Açúcar de Cana, 1989, pag. 85,86,93
5
3
HUGOT,E; Manual de Engenharia Açucareira, 1977, volume 1 pag 418
4
CASTRO,S.B; Tecnologia do Açúcar, 2007, pag. 123
7
Destilaria
pH do caldo dosado na faixa de 5.8 a 6.2. Não se deve trabalhar acima
desta faixa para evitar a degradação de nutrientes essenciais diminuindo a
eficiência de fermentação.
Sulfitação
5
CASTRO,S.B; Tecnologia do Açúcar, 2007, pag. 113
8
Fonte – SMAR
Ação purificante
Ao se aplicar gás de enxofre (anidro sulfuroso) ao caldo bruto, observa-se
que, pequenas partículas são formadas no caldo, as quais vão se transformando
em volumosa massa de flocos com varias densidades. A diferença de densidade
faz com que as mais pesadas (com densidade maior) sedimentem e os mais
leves (com densidade menor) fazem um movimento de ascensão. Os precipitados
(os flocos) formados são constituídos principalmente por matéria orgânica.
Ação descorante
As matérias coloridas do caldo são reduzidas em parte pelo gás sulfuroso.
A sua ação descorante é devido a liberação de hidrogênio, o qual faz reduzir as
substâncias coloridas dando formação a compostos menos coloridos; entretanto
essa descoloração é temporária, pois, o caldo sulfitado exposto ao ar
gradualmente se oxida pela absorção de oxigênio, retornando a cor inicial.
Ação neutralizante
9
Parâmetros de trabalho
Teor de sulfito no caldo deve ser em torno de 600 ppm, podendo chegar a 800
ppm quando a cana está velha ( alto teor de dextrana )
Entre
Entre no
no site
site indicado
indicado abaixo;
abaixo;
apresenta
apresenta um conceito
um conceito de
de
sulfitação
sulfitação moderno
moderno
http://www.engenovo.com.br/pt/produtos_servicos/acucar_alcool/sc.php
Aquecedor de Caldo
O aquecimento do caldo da cana é realizado em trocadores de calores,
denominados de aquecedores de caldo, esta operação tem como principio o fluxo
de energia entre dois fluidos, sendo que esta troca pode ocorrer entre
vapor/líquido e líquido/líquido. O sentido do fluxo de energia fluxo de energia
ocorre do fluido mais quente para o fluido mais frio.
10
Como fontes de calor têm vários fluidos para serem utilizados: vapor,
vinhaça, flegmassa, condensado e caldo clarificado.
O objetivo do aquecimento de caldo ( Castro,2007) 6:
Redução dos microorganismos presentes no caldo
Remover os gases
Reduzir a viscosidade do caldo
Flocular as impurezas insolúveis
Desidratação dos colóides do caldo, para proporcionar sua precipitação
pelo efeito de coagulação.
Tipos de aquecedores utilizados:
Aquecedor tubular vertical – (shell – tube)
6
CASTRO,S.B; Tecnologia do Açúcar, 2007, pag. 135
11
caldo vapor
caldo condensado
Fonte - Autor
entrada S entrada
D D de caldo de caldo
S S
D saída de saída de
caldo caldo
leve leves
s
gases
gases
pesados pesados
12 CIRCULAÇÕES 6 CIRCULAÇÕES
FOSFATAÇÃO
Consiste na correção do teor de fosfato no caldo, quando necessário, a fim
de se manter um teor mínimo por volta de 300 ppm. O objetivo da fosfatação é
auxiliar na remoção de materiais corantes no caldo após reagir com o hidróxido
de cálcio, pela formação de fosfato de cálcio que é um sal que se insolubiliza em
pH neutro e se precipita na decantação.
Parâmetros de trabalho
Teor de P2O5 no caldo ideal é de 250 a 300 ppm
Teor de P2O5 no caldo clarificado é menor que 30 ppm
DECANTAÇÃO
Na decantação é onde ocorre a precipitação dos flocos formados, eliminados
pelo fundo do decantador na forma de lodo. O caldo clarificado sai pela parte
superior das bandejas, já isento da maioria das impurezas encontradas no caldo
primário ou misto. Ou seja, nos decantadores ocorre apenas a separação física
entre o caldo e as impurezas sendo que a qualidade do caldo clarificado depende
mais do tratamento químico e térmico efetuados antes do que da própria
decantação.
Depois que o caldo é sulfitado, caleado e aquecido, ele é enviado para os
decantadores para que seja feita a separação das impurezas (lodo). O tempo de
retenção do caldo nos decantadores varia de 0,5 a 4 horas. Atualmente se
utilizam decantadores rápidos que trabalham com um tempo de retenção menor
do caldo, em média de 40 minutos.
A diferença entre decantadores tipo convencional e tipo rápido consiste na
velocidade de floculação principalmente, fazendo com tenham tempos de
retenção distintos. Do ponto de vista construtivo os decantadores tipo
convencional apresentam maior números de bandeja com entrada e saída de
caldo individualizada por bandeja, enquanto os decantadores tipo rápido
apresentam somente uma bandeja, entretanto a entrada de caldo pode variar
dependendo o tipo de projeto, pode se uma entrada ou mais.
CALDO
CLARIFICADO
7
PAYNE,J.H; Operações Unitárias na Produção de Açúcar de Cana, 1989, pag.87
14
Parâmetros de trabalho
Diluição do polímero deve ser da ordem de 0.05%,
A dosagem deve ser 2,5 g / TC,
O preparo do polímero deve ser feito utilizando água a uma temperatura de
no máximo 50 oC, pois acima dessa temperatura ocorre problemas com a
estrutura do polímero vindo a prejudicar a decantação. Após o preparo a
solução diluída deve permanecer em repouso sob agitação no mínimo 4
horas antes de ser usado, para que ocorra uma boa solubilização do
produto.
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FILTRAÇÃO
A filtração tem por objetivo recuperar uma quantidade de açúcar contida no
caldo proveniente do lodo extraído dos decantadores. Este processo é realizado
pelos filtros rotativos a vácuo ou por filtros tipo prensa, cujo principio de operação
é a retenção do lodo em uma superfície de filtragem através de vácuo formado
por bombas ou multi-jatos.
A retenção indica a porcentagem de impurezas que ficaram retidas na tela
dos filtros. O restante passa a ser o caldo filtrado e retorna para o processo. Para
que este processo tenha eficiência é necessário que o lodo apresente certa
consistência, isso significa que este deve apresentar uma textura. O lodo
apresenta um brix em torno de 15 a 17 o e é nesta faixa que encontramos maior
taxa de retenção nos filtros, ocasionando maior recuperação. Nestas condições o
brix do caldo filtrado deve estar em torno de 7 a 11.
Fonte - SMAR
Fitro Rotativo
Filtro Prensa
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Fonte – Tecnopulp
Parâmetros de trabalho
- Temperatura do lodo deve ser maior que 80 oC
- Temperatura da água de lavagem deve ser em torno de 80 oC
- Umidade da torta – 70 – 75 %
- Pressão da água de lavagem 1,5 – 2,0 Kg / cm 2
- Espessura da torta 7 – 10 mm
- Quantidade de bagacilho 6 – 10 Kg / TC
- Pol da torta de filtro < 1,5 %
EVAPORAÇÃO
O tratamento do Caldo fornece um caldo clarificado. Este caldo é açúcar
dissolvido na água, com certas impurezas. Como já foi eliminada parte das
impurezas é preciso evaporar a água, esta é a finalidade da evaporação.
Um evaporador é constituído basicamente de uma calandra tubular, sendo
que o vapor de aquecimento envolve os tubos externamente e o caldo a ser
evaporado está no interior dos tubos. A forma de aquecimento entre o vapor e o
caldo se dá através de troca térmica transmitida pela parede do tubo.
O vapor entra na calandra com uma temperatura e pressão fixa, no qual
condensa, liberando assim seu calor latente. No interior dos tubos está o caldo
com uma temperatura e pressão menor que absorve o calor liberado pela
condensação do vapor.
18
8
PAYNE,J.H; Operações Unitárias na Produção de Açúcar de Cana, 1989, pag.97
9
CASTRO,S.B; Tecnologia do Açúcar, 2007, pag. 167
19
Fonte - SMAR
Entre
Entre nos
nos sites
sites indicados
indicados abaixo:
abaixo:
apresentam
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conceito de
de engenharia
engenharia
de
de fluxo
fluxo de
de corrente
corrente emem um
um evaporador
evaporador
ee os
os diferentes
diferentes sistemas
sistemas de
de operação!
operação!
http://www.fcav.unesp.br/omir/aulastaa/aulasacucar/aulaacucar5.pdf
http://ltar.trix.net/doc/opu/Evaporadores_ver2_1.pdf
CRISTALIZAÇÃO DO AÇÚCAR
A cristalização é o processo inicial na fabricação de açúcar. Esta operação
tem por objetivo gerar cristais de açúcar relativamente uniformes através da
propriedade da sacarose de formar soluções supersaturadas extraordinariamente
estáveis, sendo que os cristais se desenvolvem a partir da deposição da sacarose
no núcleo destes cristais.
O processo de cristalização é feito através da concentração do licor mãe
(xarope ou mel) dentro do tacho de cozimento, onde as condições de temperatura
22
Fonte - SMAR
COZIMENTO
O esgotamento é a proporção de sacarose extraída de uma massa cozida.
O esgotamento da sacarose é realizado em várias etapas dentro de uma
fábrica de açúcar. O processo empregado que proporciona uma maior
recuperação da sacarose é o de três massas (A, B e C), que consiste em três
tipos de cozimentos, entretanto pode-se operar com duas massas (A e B).
Cozimento A: também conhecido como cozimento de primeira, consiste
em se esgotar a sacarose do xarope, que contém uma pureza média de 80 a 90.
Este cozimento tem início com o magma do cozimento C, que são cristais com
24
Fonte – SMAR
Fonte - SMAR
CENTRIFUGAÇÃO
A massa cozida descarregada de um cozedor apresenta uma
supersaturação acentuada. Deixando-a em repouso nos cristalizadores, a
sacarose ainda contida no licor-mãe continua a depositar-se sobre os cristais.
Este processo é denominado de cristalização a frio. O tempo de residência nos
cristalizadores é determinante para completar a formação dos cristais e aumentar
o esgotamento do licor-mãe.
Os cristalizadores têm a função de pulmão para a alimentação das
centrifugas de açúcar, sendo que a alimentação das centrifugas ocorre por ação
da gravidade. Nesta etapa ocorre a separação por processo físico dos cristais
gerados no cozimento do licor da massa. Esta operação é realizada em
centrifugas de secagem, que são chamadas de turbinas ou centrifugas.
Existem dois tipos de centrífugas: contínua e batelada (Hugot, 1977)11.
A centrífuga contínua é utilizada para a separação dos cristais do açúcar B e
C, para a formação do magma, que será utilizado como pé dos cozimentos de
massa A e B quando está se trabalhando com 3 massas. Entretanto quando está
se trabalhando com 2 massas a centrifuga contínua é utilizada para a separação
11
HUGOT,E; Manual de Engenharia Açucareira, 1977, volume 2 pag. 780
27
ENTRAR
ENTRAR NO
NO ICONE
ICONE NEWS;
NEWS;
http://www.westfaliaservice.com.br/weplan.htm ALTA
ALTA TECNOLOGIA EM
TECNOLOGIA EM
AÇÚCAR
AÇÚCAR
SECAGEM DO AÇÚCAR
umidade.
Existem secadores verticais e horizontais. O secador horizontal é formado
por um tambor rotativo, com uma inclinação de 5 a 7%, que facilita a progressão
do açúcar.
O ar quente que saí através do secador contém uma poeira muito fina de
açúcar, por isso é enviado para uma coluna de lavagem para recuperação do
açúcar.
Fonte – SMAR
Fonte – MAUSA
REFINARIA
Esquema refinaria
Fonte - Autor
torno de 60 %.
O açúcar cristal é misturado com um xarope denso 75 brix, para depois ser
separado nas centrifugas, uma vez eliminado este xarope na afinação, o cristal é
lavado com água quente.
O açúcar lavado que saí da centrifuga de afinação é dissolvido em um
derretedor, onde o açúcar é diluído com água e vapor, dando origem a calda com
um brix médio de 65, que passará por um processo de clarificação .
Normalmente a Clarificação é feita pelo processo de adição de cal e ácido
fosfórico, que permite uma excelente clarificação de boa supressão de cor, porém
o precipitado de fosfato é de difícil filtragem, por isso são utilizados os
clarificadores de espuma.
FERMENTAÇÃO
O açúcar presente no mosto (melaço e caldo de cana) é composto em maior
quantidade por sacarose, embora tenha glicose e frutose. A sacarose para ser
31
Fluxograma fermentação
Fonte - Autor
12
AMORIN,H.V,etal; Manual do Fermentador, USP-ESALQ, 1981, pag. 23
33
DESTILAÇÃO
A flegma que sai da coluna A16 entra na base da coluna B (que está em
cima da coluna B1) e vai subindo pela coluna B, até chegar ao topo com 96° GL,
originando o álcool hidratado. Na coluna B1 (coluna de esgotamento), a flegma
vinda da coluna A, vai se esgotando gradativamente até a sua base, onde está a
entrada de vapor. Na base da coluna B sai o álcool fraco que retorna para a
coluna A.
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E E1 E2
R
A’
C
A B
ÁLCOOL
B1
HIDRATADO
CARBURANTE
ÓLEO FÚSEL
K
VINHAÇA FLEGMAÇA
Fonte - Autor
Ciclo hexano
37
Process
w ater
H I
Cooling w ater
27 oC
Cyclohexane
Pur = 99,5 %
C P
Hydrous alcohol
93 %w - 78 oC
F
steam
Steam
1,5 Bar - 127
1,5 Bar - 127 oC
L
Process
w ater
Lutter w ater
Condensate
J 0,03 %w -
100 oC
Cooling
Anhydrous
w ater
alcohol
99,3 %w - 30 oC
Fonte - Dedine
Monoetilenoglicol (MEG)
38
Process w ater
45 oC
Vacuum
I1 25 " Hg
H I
Cooling w ater
27 oC
Lutter water
20 %w - 55
Pure glycol
Steam
1,5 Barg - 127
C
C
R R Anhydrous
Alc ohol
99,3 %w - 30 oC
Condensate
100 oC
Steam
10 Barg - 183
T
L
Steam T1
10 Bagr - 183
Condensate
Condensate
100 oC
100 oC
Hydrous
Process w ater
alcohol
40 oC
93 %w - 30 o C
Fonte - Dedine
Peneira molecular
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Leitura Obrigatória
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-
acucar/arvore/CONTAG01_102_22122006154841.html
40
Leitura Complementar
http://www.copersucar.com.br/institucional/por/academia/acucar.asp
http://www.copersucar.com.br/institucional/por/academia/alcool.asp
Referência Bibliográfica
Atividades
Atividade 1
Atividade 2
Sulfitação
Aquecimento
Decantação
Filtração
Atividade 3
Atividade 4
Ação purificante
Ação descorante
Ação neutralizante
Ação fluidificante
Ação preservativa
Ação precipitativa
A sulfitação é aplicada para obtenção de açúcar branco.
Atividade 5
Atividade 6