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O termo Qigong é relativamente novo, mas suas práticas remontam desde antes
500 a.C., como práticas relativas a saúde. Já as práticas de cunho marcial, vem do
período do Bodhidharma e da fundação do mosteiro Shaolin. Na China atual, desde
o período da Revolução Cultural, pessoas foram presas por ensinar ou praticar o
qigong. Embora atualmente haja uma restrição menor, ainda é um tanto temerário
afirmar publicamente que se é praticante ou mestre no qigong.
Estes malefícios são na grande maioria das vezes oriundos da prática errada, que
quase sempre é orientada por falsos 'mestres' de Qigong ou Artes Marciais. É de
conhecimento geral que muitos estrangeiros ao irem estudar na China, se
matriculam em cursos que lhes dá ao final de certo tempo, o título de Mestre
Internacional de Tai Ji Chuan e Qigong, mas que na verdade, tal título não possui
valor algum do ponto de vista da prática real, pois os verdadeiros mestres de Artes
Marciais tem por regra primeiro estabelecer um vínculo de convivência por longo
tempo antes de revelar as técnicas realmente importantes de conduzir a energia
pelo corpo. Um desses mestres que tive o prazer de conhecer chamava essa
exigência de convívio de copyright chinês, em que as informações muitas vezes são
trocadas no intuito de separar o joio do trigo, pois normalmente pressa e dedicação
são duas palavras que não combinam. Logo, o prêmio só é dado pela dedicação, e
não pela chuva de perguntas incessantes.
Os Tipos de Qigong
Qigong acaba sendo um termo genérico que pode ser traduzido como 'trabalho de
energia', mas que nos dias de hoje acaba por definir todos os tipos de meditação
Chan (Zen), técnicas de respiração, auto-massagens e técnicas de alongamento
interno. Portanto, há inúmeros tipos de Qigong e nem todos tem os mesmos efeitos
para o corpo humano.
Algumas dessas técnicas podem trazer danos à saúde se não forem praticadas
corretamente, ou se forem praticadas de forma desigual durante muito tempo, ou
em condições inadequadas. Portanto, torna-se muito importante o
acompanhemento de um médico especializado em Medicina Tradicional Chinesa,
que saiba diagnosticar e corrigir possíveis desvios do Qi pelo corpo, antes deles se
tornarem danos permanentes à saúde do praticante.
Infecções do Qi -
A maior parte das técnicas de qigong trabalha com posturas específicas (fixas ou
com movimento), combinadas com algum tipo de respiração e às vezes com
visualização. Logo, podemos dizer que a prática do Qigong afeta o fluxo de Qi no
corpo, produzindo estados mentais e emocionais específicos, correspondendo a
direções dadas ao Qi durante os exercícios. Desta forma fica fácil de compreender
como uma prática errada de Qigong pode causar um fluxo anormal de Qi que pode
causar desde um leve incômodo, até uma condição patológica.
Por exemplo, se uma pessoa perturba o fluxo livre do Qi, absorvendo mais do que o
corpo pode conter e difundir livremente, acumulando e concentrando o qi em
determinada área do corpo, isto pode facilmente levar a uma estagnação de Qi. Se
esta estagnação prosseguir, a depressão pode transformar o fogo, e o fogo arde
para cima, molestando o espírito do coração. O calor deprimente também pode
danificar e consumir os fluídos Yin, dando origem assim a hiperatividade
ascendente de Yang, calor da vacuidade, e movimento interno de vento.
Num outro nível, se a pessoa for fisicamente muito ativa, a atividade, que é Yang,
também pode danificar e consumir fluídos Yin que conduzem a hiperatividade Yang
e o calor perverso. Quando há muita inatividade, como em meditação Chan (Zen),
que é Yin, pode agravar uma depressão, e causar ou agravar umidade de muco e
estagnação de sangue. Isto se torna ainda mais provável se tal meditação for
acompanhada de um esvaziamento dos desejos, como a busca de um estado
Búdico, ou Imortal, ou se há preocupações excessivas e ansiedades. Especialmente
se a pessoa conduz o Qi para cima no corpo ou concentra a mente num ponto
superior do corpo, ela pode conduzir o Fogo Ministerial para cima em um contra-
fluxo. Quando este mecanismo de doença causar sintomas de calor que molestam
acima, é às vezes chamado de "fogo que queima o mosteiro Shaolin. (O mosteiro
Shaolin, é a casa tradicional de Chan ou Zen Budismo, enquanto o Lin de Shao
significa 'pequena floresta' literalmente).
Ao primeiro sinal dos sintomas relacionados a uma das três doenças descritas
acima, o praticante deveria ser monitorado e avaliado, e caso os sintomas
persistam, ele deve buscar um acupunturista ou médico especializado em Medicina
Tradicional Chinesa, para reequilibrar o Qi no organismo. Caso essas doenças
existam em período anterior às práticas, convém que primeiro se faça um
tratamento adequado utilizando técnicas da Medicina Tradicional Chinesa, e
somente então se procedam as práticas relativas ao Qigong, para adquirir e
preservar a saúde.
FASE 1:
A preparação para a prática de Qigong envolve os seguintes pontos:
· Vestuário: o vestuário deve ser composto de roupas adequadas à estação do ano
e confortáveis ao ponto de não impedir a movimentação do corpo. O calçado deve
ser constituído de tênis ou sapatilhas de solado baixo e flexível;
· Alimentação: deve-se evitar a prática em jejum ou logo após ter sido feita uma
refeição. O ideal é que se respeite o espaço mínimo de 30 min após a ingestão de
alimentos leves e de 1h nos casos onde a refeição tenha sido completa( almoço ou
jantar) antes que se iniciem os exercícios respiratórios;
· Local: o mais indicado é o local amplo, limpo, organizado e arejado. Sendo
escolhido o ambiente ao ar livre, devem-se preferir os espaços retirados e
silenciosos longe de locais onde haja águas estagnadas e depósitos de entulhos e
detritos. Deve-se evitar a exposição direta a ventos frios e ao orvalho;
· Horário: embora não haja nenhum inconveniente maior em se praticar em outros
horários, os mais indicados são aqueles próximos ao nascer e ao pôr do Sol;
FASE 2:
Após terem sido respeitadas as recomendações gerais para a fase preparatória,
seguem-se as destinadas à prática propriamente dita:
· Aquecimento: deve-se dar atenção especial ao aquecimento das articulações
("Desbloqueio das oito articulações"). Se possível, realizar exercícios de
alongamento. Tal procedimento previne o surgimento de lesões articulares em caso
de se cometer excessos;
· Respiração: durante a realização dos exercícios, deve-se manter a respiração
profunda e suave, o que significa dizer que se deve evitar forçar o ritmo
respiratório para além do confortável. A atenção para a respiração abdominal é
fundamental;
· Movimentação: os movimentos devem ser realizados de maneira uniforme e
contínua e sempre obedecendo ao ritmo respiratório. O corpo deve estar relaxado e
bem alinhado. Todos os exercícios serão praticados de maneira suave e
descontraída;
· Atitude mental: a mente deve estar calma e concentrada na respiração.
FASE 3:
· Exposição do corpo: Deve-se tomar cuidado e evitar a exposição do corpo ao
vento e ao orvalho logo após a prática dos exercícios. Sempre que possível, deve-
se procurar proteger as áreas corporais mais sensíveis (região abdominal,
garganta, peito e as costas) com agasalhos adequados às condições climáticas
reinantes;
· Alimentação:O ideal é que se respeite o espaço mínimo de 30 min antes de se
ingerir alimentos leves e de 1h nos casos onde a refeição vier a ser completa
(almoço ou jantar) após a realização dos exercícios respiratórios;
· Higiene pessoal : Recomenda-se que se evite o banho em água fria logo após a
realização dos exercícios respiratórios. Um intervalo mínimo de 30 min é o indicado
antes do banho.