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FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CONCRETO I
v. 2009-2
DISCIPLINA: CODICRED:
CONCRETO ARMADO I 4421U-04
CURSO: CURRÍCULO: CRÉDITOS/HORAS AULA:
Engenharia Civil 4/451 04 créditos / 60 h/a
TIPOLOGIA: MÓDULO: VIGÊNCIA (a partir de):
Teórico-Prático 1/60 2004/02
EMENTA
OBJETIVOS
Formação profissional, indicando aos alunos como abordar um assunto técnico, indicando
como se dimensiona uma estrutura de concreto armado abrindo caminho para a abordagem
de livros técnicos e elaboração de programas computacionais.
CONTEXTO
PROGRAMA
1 Concreto Armado
1.1 Materiais, componentes
1.2 Histórico, vantagens e desvantagens em relação aos demais materiais.
2 Propriedades do concreto
2.1 Ensaios
2.2 Resistência a compressão: média e característica
2.3 Resistência e tração
2.4 Sugestões para escolha da resistência característica no projeto
estrutural
2.5 Diagrama tensão – deformação do concreto. Módulo de deformação
tangente e coeficiente de Poisson.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, Rio de Janeiro.
Norma Brasileira NBR-6118. Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado, 1986.
Norma Brasileira NBR-6120. Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações, 1980.
CARVALHO, Roberto Chust; FILHO, Jasson Rodrigues de Figueiredo. Cálculo e Detalhamento
de Estruturas Usuais de Concreto Armado – Segundo a NBR 6118/80 e Proposta de 1999 (NB1/99)
Editora da Universidade Federal de São Carlos.
SUSSEKIND, José Carlos. Curso de Concreto. 2ª Prova vol. I e II. Editora Globo.
MONTOYA, J.; MEJEGUER, A. G. Hormigon Armado. Vol. 1 e 2. Editorial Gustavo Gili, S. A.
Barcelona, 1988.
MASSARO JUNIOR, Mário. Manual de Concreto Armado, Vol. 1 e 2.
INTRODUÇÃO
1.1 Definição
a) Flexibilidade
O concreto é facilmente moldável; o concreto fresco adapta-se a qualquer tipo de
forma e é sempre possível por um conveniente dimensionamento da peça e de suas armaduras
absorver os diversos tipos de solicitações a que ela pode ser submetida. Podemos então,
executar obras de grandes vãos e balanços audaciosos e peças com as formas mais variadas.
b) Monolitismo
O concreto armado é próprio para estruturas monolíticas (sem juntas) que por serem
muitas vezes hiperestáticas, apresentam uma elevada reserva de capacidade resistente e
segurança. Numerosas obras que sofreram na última guerra avarias graves, mas sem colapso,
puderam ser restauradas.
Esta qualidade especial das estruturas hiperestáticas de concreto armado de poderem
resistir sem colapso a esforços diversos daqueles para os quais foram projetados, foi um dos
atrativos dos construtores no início do concreto armado e nos 20 ou 30 anos que se seguiram.
Após este período, houve diversidade de opinião, já que alguns projetistas estruturais
admitem que não há vantagem em multiplicar as ligações hiperestáticas, uma vez que
complicam o cálculo e podem introduzir esforços que em certos casos são difíceis de avaliar.
Entretanto, a facilidade e exatidão de cálculo das estruturas isostáticas não compensam as
duas vantagens primordiais das hiperestáticas: economia de materiais e reserva de resistência
frente a esforços parasitas.
c) Simplicidade de Execução
A execução das estruturas de concreto armado, ao contrário das metálicas, necessita
um pequeno número de operários com grande especialização. Além disso, a possibilidade de
racionalização e mecanização dos canteiros de obra torna a execução cada vez menos
dependente de mão-de-obra especializada.
e) Economia de conservação
As estruturas metálicas devem ser conservadas constantemente através de pinturas.
Isto não acontece com o concreto armado exceto em casos especiais, como por exemplo,
quando sujeito a águas agressivas, ácidos, etc.
f) Incombustibilidade
Esta é uma vantagem incontestável sobre as estruturas metálicas, sobre as quais o fogo
tem um poder de deformação considerável. As estruturas reparadas após a última guerra foram
a demonstração desta vantagem do concreto armado.
Em caso de incêndio, as peças estruturais em concreto armado ficam expostas às altas
temperaturas das chamas. Devido a má condutibilidade térmica do concreto, o calor penetra
lentamente, de modo que as estruturas normais apresentam em geral, uma boa resistência ao
fogo, mesmo sem proteção adicional.
Para incêndios de curta duração, o fogo afeta só as camadas externas, até uma
profundidade de 50 a 100 mm provocando fissuras superficiais seguidas de descascamentos
que podem deixar as armaduras expostas ao calor e ao fogo. A resistência do concreto não se
reduz até 200ºC, é de 80% de uma resistência normal aos 300ºC e de 50% aos 500ºC.
O aquecimento do aço é particularmente perigoso, porque com temperaturas acima de
400ºC o aço perde rapidamente sua resistência, chegando a valores da ordem de 40% de sua
resistência a frio quando atinge a 600ºC.
CONCRETO
fci (MPa)
fcj = (Σ fci)/n e sn =
∑ (fci − fcj) 2
n −1
Para um número grande de valores (n > 30) faz-se na expressão de sn, o denominador
do radicando igual a n; demonstra-se em estatística que a divisão por n - 1 é mais
representativa da dispersão de valores no caso de pequeno número destes (n ≤ 30 ).
O problema prático que se apresenta é o seguinte:
Dados n resultados obtidos ao ensaiar a compressão simples n corpos de prova de um
mesmo concreto, determinar um valor que seja representativo da resistência da amostra e, por
conseguinte, do próprio concreto.
Nos primórdios do concreto armado, quando eram empregados para verificação da
segurança das estruturas os métodos clássicos ou de tensões admissíveis, o valor adotado para
a resistência do concreto era a média aritmética, fcj dos n valores de ruptura, chamada
resistência média na idade de "j" dias (normalmente "j" = 28).
A média aritmética, entretanto, apresenta o inconveniente de não representar a
verdadeira resistência do concreto na obra, por não levar em conta a dispersão da série de
valores. No ensaio dos corpos de prova da amostra de um concreto, metade deles terá
resistência inferior e metade resistência superior a fcj.
Figura 2.2
Entre dois concretos cujas curvas de distribuição por freqüência sejam as da figura
acima apesar de terem a mesma resistência média, não há dúvida que o mais seguro é o
concreto (1), aquele que apresenta menor dispersão, apresentando um número de pontos de
menor resistência consideravelmente menos elevado que o concreto (2). Em conseqüência, o
coeficiente de segurança a adotar no cálculo, deve ser maior para o concreto (2) de maior
dispersão.
A conclusão a que se chega é que, ao adotar a resistência média como base dos
cálculos, ter-se-á coeficientes de segurança variáveis segundo a qualidade de execução.
Para eliminar este inconveniente e conseguir que se trabalhe com um coeficiente de
segurança único e homogêneo em todos os casos, se adota modernamente o conceito de
"resistência característica do concreto", que é uma medida estatística que tem em conta não
só o valor da média aritmética, fcj, das rupturas dos diversos corpos de prova, como também o
coeficiente de variação δ, da série de valores.
Define-se como resistência característica fck do concreto, aquele valor que apresenta
uma probabilidade de 95% de que se apresentem valores individuais de resistência de corpos
de prova mais altos do que ele, ou seja, somente 5% de valores menores ou iguais.
Admitindo-se a hipótese de distribuição estatística normal de resistências, a definição
anterior conduz à adoção do valor do quantil de 5% para valor da resistência característica fck.
Esta maneira é considerada mais lógica e segura para definir a resistência do concreto.
fci (MPa)
Figura 2.3
Das tabelas de áreas da curva de distribuição normal, adotando a forma reduzida para
que a probabilidade de 5% dos resultados sejam iguais ou menores que fck resultam as
seguintes relações: fck = fcj - 1,65 sn, onde sn é o desvio padrão da resistência.
Uma coletânea executada a nível internacional dos resultados estatísticos do controle
de qualidade do concreto e a análise destes resultados demonstraram que o desvio padrão é
bastante independente da resistência do concreto e que pode ser considerado como uma
medida de cuidado empregado na fabricação do concreto.
De acordo com o item 8.2.4 da NBR 6118-03 as prescrições se referem à resistência à
compressão obtida em ensaios de cilindros moldados segundo a NBR 5738 realizados de
acordo com a NBR 5739.
onde sd é o desvio padrão de dosagem que, depende entre outras variáveis, da condição de
preparo do concreto.
A NBR 8953/1992 classifica os concretos para fins estruturais em classes de
resistência que são designadas pela letra C seguida do valor da resistência característica à
compressão (fck) expressa em MPa conforme as tabelas 1 e 2.
Ensaios efetuados por Rüsch mostraram que o concreto apresenta uma resistência a
longo prazo cerca de 20% inferior a resistência a curto prazo. A determinação da resistência
em laboratório é efetuada através de ensaios de curta duração em que mesmo com baixas
velocidades de deformação e máxima carga atingida dura pouco tempo.
Na estrutura, a carga é geralmente aplicada em curto espaço de tempo e depois é
mantida constante. Este tipo de carregamento, que corresponde à realidade, é desfavorável em
relação ao primeiro, de acordo com os ensaios de Rüsch.
A figura da página seguinte reproduzida do CEB - 1964 ilustra o fenômeno. Na figura
são marcadas em abcissas os encurtamentos relativos do concreto e em ordenadas as relações
entre a tensão do concreto σc e a resistência à ruptura por compressão determinado em ensaio
rápido.
À medida que o tempo t aumenta, a tensão σc última cai. Se a tensão σc for mantida
mais baixa que a resistência em longo prazo (ponto A) após o tempo t de duração de carga
(100 minutos) não haverá ruptura; se a carga for mantida indefinidamente também não haverá
ruptura (ponto B), apenas aumento de deformação (deformação lenta).
σc / fc
t = duração do carregamento
Idade do concreto no instante de aplicação
da carga: 28 DIAS
εc (‰)
εc (‰)
Se a tensão σc for mantida superior à resistência em longo prazo (ponto C) não haverá
ruptura após os 20 minutos do ensaio, mas se mantiver a carga por mais tempo, a ruptura
poderá ocorrer em D (antes de 100 minutos).
Ocorre, portanto, com o aumento da duração da carga, uma redução da resistência do
concreto, com rupturas para relações σc/fc menores que 1. Se os ensaios forem realizados em
corpos de prova com 1 ano de idade quando da aplicação da carga, os resultados são análogos,
com deformações máximas menores, uma vez que a deformação lenta é menor nos concretos
mais velhos.
A redução da resistência do concreto devido às cargas de longa duração se opõe o
aumento da resistência ao longo do tempo, devido ao endurecimento, independente da atuação
ou não das cargas.
Para que os resultados sejam reais, a resistência em curto prazo é definida como a
resistência de um corpo de prova moldado na mesma época e nas mesmas condições que o
corpo de ensaio e que permanece descarregado até o instante em que o corpo de prova gêmeo
rompe sob carga mantida, ocasião em que o primeiro é levado à ruptura num ensaio rápido.
Desta maneira, as rupturas no ensaio lento e no ensaio rápido são comparáveis pois
ambas referem-se à mesma idade do concreto, isto é, ao mesmo grau de endurecimento ou
maturidade.
Ainda que não se conte com a resistência a tração do concreto para a verificação das
estruturas de concreto no estado limite último de ruptura, é necessário conhecer seu valor
porque desempenha um papel importante em certos problemas como a fissuração, a
deformação, o esforço cortante, a aderência e deslizamento das armaduras, etc.
Além disso, em certos elementos de concreto, como no caso de pavimentos, pode ser mais
interessante o conhecimento da resistência à tração do que a compressão, por refletir melhor
certas qualidades, como a resistência e limpeza dos agregados.
Como ocorre com a resistência à compressão, a resistência à tração é um valor
convencional que depende do tipo de solicitação, das dimensões e forma do corpo de prova e
principalmente da aderência dos grãos dos agregados com a argamassa de cimento.
Fendilhamento
A resistência à tração por fendilhamento deveria ser um pouco menor que a resistência
à tração axial, devido as tensões de compressão que atuam simultaneamente (caso de
solicitação "biaxial"). Na realidade, observa-se o contrário, o que é explicado pelo fato de que,
neste tipo de ensaio, as maiores tensões de tração não ocorrem na superfície, mas sim no
interior da seção, onde a retração produz tensões de compressão que necessitam ser
primeiramente eliminadas.
uma vez que é menor, aproximadamente 15%, do que a resistência à tração por
fendilhamento, como já foi visto anteriormente.
fct = Mr/W
Esta resistência depende muito das dimensões dos corpos de prova, principalmente de
sua altura e do carregamento. O seu valor é maior do que a resistência à tração axial ou a
obtida por compressão diametral, porque a maior tensão ocorre apenas na fibra mais externa e,
por conseguinte, as fibras internas, menos solicitadas, colaboram na resistência.
Verifica-se que, depois de carregado pela primeira vez, o concreto se comporta para
tensões não superiores às atingidas no primeiro carregamento mais ou menos de acordo com a
lei de Hooke: as deformações são proporcionais às tensões (diagrama retilíneo).
AÇO
3.1 Classificação
fyk
ε
Aços classe B (encruados a frio) obtidos por trefilação a partir do aço classe A com o
aumento da resistência a tração à custa da grande perda de tenacidade.
Estes aços não apresentam patamar no diagrama tensão - deformação sendo
definidos por um valor convencional da tensão que corresponde a uma deformação residual de
2‰. Este valor chama-se tensão convencional de escoamento.
σ
fyk
ε
2‰
σ
fyk1
fyk2
ε
2‰ εsr1 εsr2
VALORES DE CÁLCULO
σs
fyk
fyd
ELS
εs
Figura 5.2
Este diagrama é válido para intervalos de temperatura entre -20ºC e 150ºC e pode ser
aplicado para tração e compressão.
εs
Figura 5.3
De acordo com o item 8.3.6 da NBR 6118-03, pode-se utilizar o mesmo diagrama dos
aço classe A. Para a compressão no aço classe B valem as mesmas observações dos aços
classe A.
Sendo que, para qualquer aço a deformação limite última é de 10‰.
AÇÕES E SOLICITAÇÕES
6.1 Generalidades
A partir das cargas fornecidas pela NBR 6120 se obterão através da análise estrutural
as solicitações características que denominamos Sk (M,N,V).
De acordo com o item 11.2 da NBR 6118-03 as ações a considerar na análise estrutural
deve ser considerada a influência de todas as ações que possam produzir efeitos significativos
para a segurança da estrutura em exame, levando-se em conta os possíveis estados limites
últimos (objetivo do nosso curso) e os de serviço.
De acordo com o item 11.2.2 as ações a considerar classificam-se de acordo com a
NBR 8681 em permanentes, variáveis e excepcionais.
De acordo com o item 11.3 da NBR 6118-03 as ações permanentes são as que ocorrem
com valores praticamente constantes durante toda a vida da construção. Também são
consideradas como permanentes as ações que crescem no tempo, tendendo a um valor limite
constante. As ações permanentes devem ser consideradas com seus valores representativos
mais desfavoráveis para a segurança.
De acordo com o item 11.3.2 da NBR 6118-03 as ações permanentes diretas são
constituídas pelo peso próprio da estrutura e pelos pesos dos elementos construtivos fixos e
das instalações permanentes.
De acordo com o item 11.4.1 as ações variáveis diretas são constituídas pelas cargas
acidentais previstas para o uso da construção, pela ação do vento, da chuva e da neve
devendo-se respeitar as prescrições feitas por normas brasileiras específicas.
O item 11.6.3 da NBR 6118-03 fixa que os valores de cálculo Fd das ações são
obtidos a partir dos valores representativos multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de
ponderação ϒf definidos em 11.7. Estes coeficientes de ponderação das ações no estado limite
último (ELU) são definidos para cada espécie de carga pelas tabelas 11.1 e 11.2 e levam em
Concreto Armado I – PUCRS. Profs. Henrique Gutfreind e Mauren Aurich
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conta a possibilidade de desvios desfavoráveis das ações em relação aos valores
característicos.
1)
2)
3)
ℓ/3
-P
Pℓ / 3 Pℓ / 3
A ∆ℓ C A’ ∆ℓ1 C’
B D B’ ∆ℓ D’
2
fck
III
II
Ib
Ia
εt
ε
εr
σt
7.2.1 Estádio I a
Quando as cargas são muito fracas a seção se deforma muito pouco e as tensões
internas são também pequenas; se pode considerar que existe proporcionalidade linear entre as
tensões e deformações. Com efeito para cargas tão pequenas que produzem na borda superior
uma deformação de ordem de 1/50 da que provoca a ruptura do concreto se pode supor que a
distribuição de tensões de compressão é praticamente linear. Na parte tracionada da seção se
pode considerar ainda também linear a variação de tensões de tração. Como o módulo elástico
Ec do concreto é, para pequenos esforços, igual para compressão e tração, ambos os
diagramas estão constituídos pela mesma reta.
O concreto no estádio Ia é estudado como material homogêneo valendo para ele todos
as fórmulas da resistência.
Concreto Armado I – PUCRS. Profs. Henrique Gutfreind e Mauren Aurich
32
ε’ σ’ ε’ ε’ σ’= σc εr’ 0,85 . fcd
2‰
Mk Md
εs εs
ε σ εT σT
Estádio I a Estádio I b Estádio II Estádio III
7.2.2 Estádio I b
Aumentando as solicitações e consequentemente as tensões na seção estudada, se ε
atinge um valor tal que o diagrama de tensões na parte tracionada não é mais linear, e sim
curvo, desenhando uma curva afim ao diagrama tensão - deformação do concreto à tração
estamos diante do estádio Ib em que o concreto não está fissurado, mas no limiar do início da
fissuração. Na parte comprimida continua a lei de Bernouilli ou seja, as tensões são
proporcionais as suas distâncias à linha neutra.
7.2.3 Estádio II
Com o aumento das solicitações a deformação ε ultrapassa a máxima admitida pelo
concreto à tração e o material fissura. Neste caso passa a armadura a resistir integralmente à
força de tração do binário reagente ao momento fletor atuante.
Não mais se considera no cálculo o pequeno valor das tensões de tração existentes
próximos a linha neutra onde termina a fissura. Na borda comprimida neste estádio o concreto
pode atingir uma tensão máxima igual a metade de fck que é chamada tensão admissível.
σc = fck/2
Por outro lado, a tensão de tração na armadura estará condicionada a deformação
unitária do concreto naquela região que será a mesma da armadura εs.
A seção transversal da seção não é mais toda útil e a parte útil da seção (isto é, a parte
considerada estaticamente resistente) depende do estado de deformação ou, em outras
palavras, da posição da linha neutra.
8.1 Generalidades
Limites de deformação
Para o encurtamento de ruptura do concreto nas seções não inteiramente comprimidas
considera-se o valor convencional de 3,5‰, para a compressão uniforme 2‰.
Nas seções inteiramente comprimidas a “configuração última do diagrama de
deformações específica” o encurtamento da borda mais comprimida pode variar de 3,5‰
(limite da flexão) a 2‰ (compressão uniforme) mas a configuração deverá passar pelo ponto
C intersecção das configurações DE e BF.
Este ponto C estará da borda mais comprimida a uma distância 3/7 h como se deduz pela
semelhança dos triângulos DCB e CEF.
1,5‰ / y = 2‰ / (h-y) y = 3/7 h
A
F E
Denominaremos kx = x/d
εs = 10‰
Neste domínio: 0 < x ≤ x2lim
Domínio 3
O estado limite é caracterizado pela deformação εc = 3,5‰ (ruptura do concreto) e
com escoamento da armadura tracionada (deformação mínima εyd do aço).
Este domínio será limitado pela reta que une o ponto B com εyd que é a deformação
que corresponde ao início do escoamento. Será, portanto, um flexão simples ou composta com
peça sub-armada (melhor chamar adequadamente armada) onde a armadura atinge o
escoamento. (εs ≥ εyd).
Neste domínio: 0,2593 d < x < x3lim
x3lim = kxlim . d
e, kxlim depende exclusivamente do tipo de aço empregado, sendo também determinado por
semelhança de triângulos.
3,5‰
x3lim
d
0,0035 x 3 lim
=
ε yd d − x 3 lim
εyd
σ
fyd f yd f yd
ε yd = =
Es 21000
ε
εyd 10‰
então:
0,0035 1
x 3 lim = .d = .d com fyd em kN/cm2
f yd 1 + 0,0136.f yd
+ 0,0035
21000
x3lim = kxlim . d
De acordo com o item 8.3.6 da NBR 6118-03, pode-se utilizar o mesmo diagrama de
cáculo, tanto para os aços classe A como B. Assim, os valores de xlim podem ser calculados
pela mesma fórmula.
Para o aço CA - 50 fyk = 50 kN/cm² fyd = 50/1,15 = 43,48 kN/cm² kxlim = 0,628
Para o aço CA - 60 fyk = 60 kN/cm² fyd = 60/1,15 = 52,17 kN/cm² kxlim = 0,585
Domínio 4a
O estado limite é caracterizado pela deformação εc = 3,5‰. A linha neutra ainda corta
a seção transversal, mas na região de cobrimento da armadura menos comprimida.
No domínio 4a, teremos flexão composta com ambas as armaduras comprimidas,
embora sejam realmente desprezadas as tensões na armadura menos comprida.
Neste domínio d < x ≤ h
Domínio 5
O estado limite é caracterizado por uma deformação 2‰ ≤ εc ≤ 3,5‰, sendo 2‰ para
a compressão uniforme e 3,5‰ para x = h. Pelo fato dos diagramas de deformação dos dois
casos limites se cruzarem no ponto C afastado de 3h/7 da borda mais comprimida da seção,
adota-se a hipótese que todas as configurações últimas passam pelo ponto C neste domínio,
ou seja, a fibra situada a uma distância 3/7 h de O terá a deformação de 2‰.
Neste domínio h ≤ x < ∞
σ c = 0,85 fcd. 1 − 1 −
0,002
d”
x 0,8.x
0,2.x
FLEXÃO SIMPLES:
9.1 Generalidades
As incógnitas serão as áreas das seções de armadura As (cm²) e A’s (cm²) e a altura
mínima, caso a altura não tenha sido fixada.
φw d
h
φℓ
bw
De acordo com os itens 7.5.1 e 7.5.2 da NBR 6118-03, as barras devem ser dispostas
dentro do componente ou elemento estrutural de modo a permitir e facilitar a boa qualidade
das operações de lançamento e adensamento do concreto, sendo vital prever no das
disposições das armaduras espaço suficiente para a entrada da agulha do vibrador. Na falta de
maior esclarecimento, o espaçamento entre barras não deve ser inferior a 2 cm, diâmetro da
barra e 1,2 do diâmetro máximo do agregado.
0,85.fcd εc
y = 0,8.x x
0,85 . fcd . b . y
h d d
Md
εs
As . fyd
b
Como o dimensionamento deverá ser feito no domínio 3, a tensão na armadura deverá ser fyd,
que é a tensão de escoamento.
As equações de equilíbrio são:
Teremos:
Aço CA - 25 CA - 50 CA - 60
fyk (kN/cm²) 25 50 60
fyd (kN/cm²) 21,74 43,48 52,17
kxlim 0,772 0,628 0,585
µlim 0,363 0,320 0,246
Md
Portanto, dmin = e o valor de As será obtido na primeira equação:
µ lim b . fcd
Usando as tabelas teremos para cada tipo de aço na coluna do k6, k6lim e na coluna do
k3, k3lim, na mesma linha. Determinamos:
Mk.k 6 lim
dmin = e no limite na mesma linha obtemos k3lim:
b
As = k3lim Mk/d [tf, cm]
Md
Pelas tabelas do Prof. Schäffer dmin =
km lim bw . fcd
zlim = kzlim . d
As = Md / (zlim .d)
Pela 1ª equação:
As = 0,85 fcd . b . y / fyd
Admite-se, como ocorre nos aços CA-50, que a armadura comprimida entre em escoamento.
9.6.1 Determinar a altura útil mínima (dmin) e a armadura de tração As de uma viga de
seção retangular de base b = 15 cm para resistir a um momento fletor de serviço M = 150
kN.m usando concreto C 20 e armadura de aço CA - 50.
Dados: b = 15 cm fck = 20 MPa fyk = 50 kN/cm² M = 150 kN.m.
Equações de equilíbrio:
0,85 fcd b.y - As fyd = 0
0,85 fcd b.y (d - 0,5 y) = Md
Substituindo na 1ª equação:
As = (0,85 fcd . b . ylim)/ fyd = (0,85 . 1,43 . 15 . 0,502 . 55,35)/43,38
As = 11,65 cm² → 4 φ 20
Usando as tabelas
Mk = 150 kN.m = 1500 t.cm b = 15 cm fck = 20 MPa fyk = 50 kN/cm²
k 6 lim . Mk 30,58 .1500
dmin = = = 55,30 cm
b 15
As = k3lim . Mk/d = 0,434 . 1500/ 55,30 = 11,70 cm²
Md = 21000 kN.cm < Mdlim = 0,85 fcd b ylim (d – 0,5 ylim)= 33620,28 kN.cm
Armadura simples
Equações de equilíbrio:
0,85 fcd . b . y - As . fyd = 0
0,85 fcd . b . y (d - 0,5y) = Md
Resolvendo a 2ª equação:
0,85 . 1,43 . 15 y (70 - 0,5 y) = 21000
y = 19,04 cm
Substituindo na 1ª equação:
As = 0,85 . 1,43 . 15 . 27,33/43,48
As = 7,98 cm² → 2 φ 25
Dados: b = 25cm d = 56cm d’= 4cm h = 60cm fck = 20 MPa fyk = 50 MPa M = 335 kN.m
fcd = 20/(1,4 . 10) = 1,43 kN/cm²
fyd = 50/1,15 = 43,48 kN/cm²
Md = 1,4 . M . 100 = 1,4 . 335 . 100 = 46900 kN.cm
Equações de equilíbrio:
0,85 fcd . b . ylim + A’s . fyd - As . fyd = 0
0,85 fcd . b . ylim (d - 0,5 ylim) + A’s . fyd . (d - d’) = Md
A 2ª equação será:
Mdlim + A’s . fyd . (d - d’) = Md
A’s = (Md - Mdlim)/ fyd . (d - d’) = (46900 - 35829)/[43,48.(56-4)]
A’s = 4,90 cm² → 4 φ 12,5
Na 1ª equação teremos:
As = (0,85 fcd b.ylim + A’s fyd)/fyd = (0,85.1,43.25.28,11 + 4,90.43,48)/43,48
As = 24,55 cm² → 8 φ 20 (divididas em duas camadas)
Equações de equilíbrio
0,85 fcd b.y - As fyd = 0
0,85 fcd b y (d - 0,5 y) = Md
Pela 2ª Equação:
0,85 . 1,428 . 100 . y (7 - 0,5 y) = 1260
y = 1,69 cm
Substituindo na 1ª equação:
As = 0,85 . 1,428 . 100 . 1,69/52,17
As = 3,91 cm²/m
/fyd
FLEXÃO SIMPLES:
10.1 Generalidades
bf
hf
h d
bw
0,10. a
b1 ≤ b3 ≤ 0,10 . a
0,5. b 2
Se não houver mísula, que é o caso mais comum, b2 é a distância entre as faces das nervuras.
bf bf
y y
d d
As As
bw
Neste caso, tudo se passará como se tivesse uma viga de seção retangular de largura bf,
altura útil d e altura total h podendo ser empregados, para fim de dimensionamento as
equações de equilíbrio
0,85 fcd bf .y - As fyd = 0
0,85 fcd bf .y (d - 0,5 y) = Md
[
y= d . 1− 1 − Md /(0,425 . b f .d 2 .fcd) ]
As = 0,85 fcd . bf . y/fyd
εs
As . fyd
bw
e, da primeira:
As = 0,85 fcd/fyd [bw . y +(bf - bw) hf]
Esta solução é válida para hf < y ≤ ylim uma vez que para y > ylim ou o que é o mesmo
x > xlim a peça com armadura simples será superarmada, ou seja, a armadura de tração não
atingirá a tensão de escoamento fyd.
Mdlim é o momento limite de nervura para uma viga de seção retangular de largura bw e
altura útil d, logo:
Mdmax = Mdlim + 0,85 fcd (bf - bw) hf (d - 0,5 hf)
bf
εc = 3,5‰
A’s . fyd
hf ylim 0,85 . fcd . (bf - bw) . hf ε’s
0,85 . fcd . bw . y x lim
d
εs
As . fyd
bw
Este caso ocorre quando Md > Mdmax e as equações de equilíbrio são as seguintes:
0,85 fcd bw ylim + 0,85 fcd (bf - bw) hf + A’s fyd - As fyd = 0
0,85 fcd bw ylim (d - 0,5 ylim) + 0,85 fcd (bf - bw) hf (d - 0,5 hf) + A’s fyd (d - d’) = Md
M0 = 0,85 fcd bf hf (d - 0,5 hf) = 0,85 . 1,43 . 100 . 10 (60 - 0,5 . 10) = 66852,50 kN.cm.
Md = 42000 kN.cm < M0 = 66852,50 kN.cm viga T dimensionada como viga de
seção retangular de base bf e altura útil d
Equações:
0,85 fcd bf . y - As fyd = 0
0,85 fcd bf . y (d - 0,5y) = Md
Na 2ª equação teremos:
y = 6,07 cm
E, pela 1ª equação:
As = 0,85 fcd bf . y/fyd = 0,85 . 1,43 . 100 . 6,07/43,48
As = 16,97 cmª → 2 φ 22 + 3 φ 20
M0 = 0,85 fcd bf hf (d - 0,5 hf) = 0,85 . 1,43 . 100 . 10 (60 - 0,5 . 10) = 66852,5 kN.cm
Mdmax = Mdlim + 0,85 fcd (bf - bw) hf (d - 0,5 hf)
Mdlim = 0,85 fcd bw hf ylim (d – 0,5 ylim)
Mdmax = 0,85 . 1,43 . 20 . 10 . ylim (60 – 0,5 ylim)+ (0,85 . 1,43 (100 - 20) . 10 (60 - 0,5 . 10)
Mdmax = 86429,2 kN.cm
M0 = 66852,5 < Md = 77000 < Mdmax = 86429,2 kNcm simplesmente armada.
Equações:
0,85 fcd [bw y + (bf - bw) hf] - As fyd = 0
0,85 fcd [bw y (d - 0,5 y) + (bf - bw) hf (d - 0,5 hf)] = Md
Na 2ª equação teremos:
y = 19,19 cm
Pela 1ª equação
As = 0,85 . 1,43 [20 . 19,19 + (100 - 20) . 10] /43,48
As = 33,10 cm² → 4 φ 25 + 4 φ 22
M0 = 0,85 fcd . bf hf (d - 0,5 hf) = 0,85 . 100 . 10 . 1,428 (60 - 0,5 . 10) = 66759 kN.cm
Md = 100800 kN.cm > M0 = 66759 kN.cm
então: Mdmax = Mdlim + 0,85 fcd (bf - bw) hf (d - 0,5 hf)
Mdlim = 0,85 fcd bw hf ylim (d – 0,5 ylim)
Mdmax = 0,85 . 1,428 . 25 . 10 . ylim (60 – 0,5 ylim) + 0,85 . 1,428 (100 - 25) . 10 (60 - 0,5 . 10 )
Mdmax = 41126,4 + 50069,3 = 91195,7 kNcm
Md = 100800 kN.cm > Mdmax = 91195,7 kN.cm (caso pouco freqüente.) armadura dupla
Equações:
0,85 fcd bw ylim + 0,85 fcd (bf - bw) hf + A’s fyd - As fyd = 0
0,85 fcd bw ylim (d - 0,5 ylim) + 0,85 fcd (bf - bw) hf (d - 0,5 hf) + A’s fyd (d - d’) = Md
Na 2ª equação teremos:
A’s = 3,95 cm² 2 φ 16
Pela 1ª equação
As = 0,85 fcd [bw ylim + (bf - bw) hf]/fyd + (Md - Mdmax)/fyd/(d - d’)
As = 0,85 . 1,428 [25. 30,14 + (100 - 25) . 10]/43,48 +
+ (100800 - 91195,7)/43,48/(60 - 4)
As = 41,97 + 3,95 = 45,92 → 5 φ 25 + 6 φ 22
LAJES
As lajes, segundo 3.3.2 da NBR - 6118, são estruturas laminares planas solicitadas
predominantemente por cargas normais ao seu plano médio; são principalmente aqueles
elementos que constituem os pisos das estruturas, onde predominam duas dimensões,
comprimento e largura sobre a terceira que é a espessura ou altura. Enquanto que as vigas são
representadas pelo eixo médio por serem lineares as lajes são representadas por seu plano
médio.
Quanto às deformações, o problema é semelhante ao das vigas que são elementos da
simples curvatura enquanto que as lajes são consideradas de dupla curvatura. O importante
nas lajes é a forma que em geral é retangular, o vão e a vinculação.
A NBR 6118/03 fixa os vãos efetivos de lajes ou placas no seu item 14.7.2.2:
ℓef = ℓef + a1 + a2
onde:
a1: menor valor entre t1/2 e 0,3h
a2: menor valor entre t2/2 e 0,3h
A laje pode estar simplesmente apoiada sobre vigas, paredes de alvenaria de tijolos
cerâmicos, de blocos de concreto ou pedras.
Considera-se uma laje simplesmente apoiada quando termina sobre uma viga ou
parede ou quando ela não tem continuidade no seu plano devido a um rebaixo, caso em que
ambas as lajes são consideradas apoiadas.
CORTE: CORTE:
L1 L1 L2
R =-20
ESQUEMAS:
L1
L1 L2
R =-20
L1 L2 L1 L2
h=8 h = 10
h=8 h = 10
L1
L1 L1
R =-15 R =-15
11.4.1 Lajes armadas em uma direção - São aquelas em que existe predominância de uma
dimensão (comprimento b) sobre a outra (largura a) podendo-se arbitrar:
b
>2
a
Neste caso pode-se considerar a deformada da laje cilíndrica sem deformação no
sentido longitudinal. As lajes têm uma armadura principal paralela ao lado menor sendo a
outra de distribuição construtiva paralela ao comprimento b.
11.4.2 Lajes armadas em duas direções (em cruz) - São aquelas onde:
b
≤2
a
Portanto, será necessário calcular 2 armaduras ortogonais (dupla curvatura).
A espessura mínima das lajes é especificada no item 13.2.4 da NBR 6118-03, onde
devem ser respeitados os seguintes limites mínimos para espessuras:
Exemplo: Uma parede de 15 de tijolo furado com 2,60 m de altura dá uma carga por metro de:
2,60 x 0,15 x 13 kN/m3 = 5,07 kN/m (alvenaria = 13 k/m3 para tijolo furado)
a b > 2.a
1m
Reações sobre as
Momentos:
bordas maiores:
p a M
p
M = p.a2/8 R = p.a/2
a p X = –p.a2/12 R = p.a/2
p M
M = p.a2/24
X = –p.a2/8 Ra = 3/8.p.a
a
p p M M = p.a2/14,2 Rb = 5/8.p.a
X
P/m
P
p a p X = –p.a2/2 – Pa R = p.a + P
X
Se fizermos o cálculo no processo rígido-plástico, poderemos utilizar grau de
engastamento igual a -1,5.
Concreto Armado I – PUCRS. Profs. Henrique Gutfreind e Mauren Aurich
72
X
M = p.a2/20
a ϕ M X = - p.a2/13,3
M = p.a2/14,7
a
ϕ M X = - p.a2/9,80
R = p.a/2
11.7.1 Dimensionamento
As lajes armadas numa direção serão dimensionadas para estes momentos e para
determinados concreto e aço, com b = 100 cm e uma altura útil “d” que é obtida considerando
um cobrimento que depende da classe de agressividade ambiental de acordo com as tabelas
6.1, 7.1 e 7.2 da NBR 6118-03 já transcritas quando estudamos dimensionamento do concreto.
De acordo com o apêndice 2 da tabela 7.2 que permite nos casos correntes de edifício:
cnom = 1,5 cm.
d h
cnom φℓ
Para as lajes armadas numa direção paralelamente à maior dimensão se usará uma
armadura de distribuição Assecundária (que a NBR 6118-03 no seu item 20.1 denomina armadura
secundária de flexão) a qual segundo o item 20.1 da NBR 6118-03 abaixo transcrito deve ser
igual ou superior a 20% da armadura principal, devendo ainda de acordo com a tabela 19.1 da
NBR 6118-03, abaixo transcrita: Assecundária de flexão > 0,9 cm²/m e ρsf > 0,5 ρmin sendo ρmin
fixado na tabela 17.3 da NBR 6118-03, abaixo transcrita (para lajes comuns esta última
condição geralmente é atendida quando se respeitou as duas primeiras condições).
Ainda de acordo com o item 20.1 abaixo transcrito se manterá para Assecundária de flexão
um espaçamento entre barras de no máximo 33 cm. A emenda destas barras deve respeitar os
mesmos critérios de emenda das barras da armadura principal (adota-se em geral 50 cm).
Asy Asx
h – 2 h – 2,5
Os momentos, tanto os positivos nos vãos como os negativos nos engastes, podem ser
calculados pelo método elástico, utilizando as tabelas do Montoya ou de acordo com o item
14.7.4 da NBR 6118-03 para a consideração do estado limite último, para análise dos esforços
pode ser realizada através da teoria das charneiras plásticas desenvolvida no item 11.9.3.2.2
das apostilas.
1m
h=?
1,40 m
p P
Para arbitrar a espessura utilizamos a fórmula empírica:
d = a/12,5 = 145/12,5 = 11,7 ~ 12 cm → h = 14 cm a
De acordo com o item 14.7.2.2 da figura 14.5 da NBR 6118-03 o vão efetivo:
ℓ0
a< ℓ0 + tparede /2 = [1,40 – 0,15/2] + 0,25/2 = [1,325] + 0,125 = 1,45 m
ℓ0 + 0,3 . h = 1,325 + 0,3 . 0,14 = 1,367 ~ 1,40 m
+M
Dimensionamento:
Concreto C 20 → fck = 20 MPa aço CA 60 → fyk = 60 kn/cm²
b = 100 cm h = 7 cm d = 5 cm M = 1,37 kNm = 13,7 tcm
k6 = bd²/M = (100 . 5²)/13,7 = 182,48
As = k3 M/d = (0,277 . 13,7)/5 = 0,76 cm²/m
Asmín = 0015 bh = 0,0015 . 100 . 7 = 1,05 cm²/m → As < Asmín → φ 4,2 c/13
0,20.As = 0,20.1,05 = 0,21
Assecundária de flexão ≥
0,9cm / m → φ4,2 c / 15
2
Dimensionamento:
Como o maior momento nesta laje para qualquer um dos processos (X = - 1,19 kN.m)
é menor que o momento máximo (M = 1,37 kN.m) da L4 para o qual já foi calculada
armadura mínima, para a mesma altura útil, então, nesta laje, os dois momentos terão
armadura mínima φ 4,2 c/ 13 cm e a armadura secundária de flexão φ 4,2 c/ 15 cm.
11.9.1 Generalidades
Quando a relação entre os lados b/a for menor ou igual a 2, e quando a laje não for
apoiada apenas em dois lados opostos ela deverá ser armada em duas direções ou armada em
cruz. Devem-se determinar os momentos nos vãos e nos engastes nas direções paralelas aos
lados da laje. Os momentos podem ser determinados considerando a laje como placa,
funcionando ou em regime elástico ou em regime rígido-plástico, pelos itens 14.7.3 e 14.7.4
da NBR 6118-03.
Material elasto-plástico: Material rígido-plástico:
σ σ
ε ε
No regime elástico as lajes poderão ser calculadas através da teoria das placas ou por
processos simplificados devidamente justificados como, por exemplo, o processo de Marcus.
No regime rígido-plástico, quando as cargas atuarem sempre no mesmo sentido e as
deformações específicas da seção estiverem nos domínios 2 ou 3 as lajes poderão ser
calculadas pela teoria das charneiras plásticas.
O estudo das placas apresenta dificuldades bem maiores do que os elementos lineares
que são as vigas. O funcionamento é bem mais complexo e mesmo um exame intuitivo, que é
muito útil, resulta mais difícil. Há a contração transversal que não ocorre nas vigas que tem as
faces laterais livres, há o momento torsor que tem uma importância significativa sobre o
comportamento da laje.
Y my
mx
mx
X
Z my
Considera-se a laje como constituída de dois conjuntos de faixas ortogonais entre si. A
carga é suportada pelas faixas das duas direções, portanto, cada conjunto de faixas resulta
menos solicitado do que se estivesse sob a ação da carga total.
fy
1m ℓy
1m
py
ℓx
px
fx
Ao utilizar o método das grelhas se observou que as lajes resistiam a carga bem
superior para as quais foram dimensionadas. Marcus observou que entre as faixas ortogonais
existe uma solidariedade de outra natureza: a flexão da faixa ab constrange a faixa cd a se
torcer, fazendo com que as faixas transversais transmitam mutuamente momentos torsores.
Marcus aperfeiçoou em 1924 o método das grelhas (1915) e deu solução ao problema
introduzindo fatores de redução que levam em conta os momentos torsores.
c
Resultam as tabelas de Marcus utilizadas
no cálculo de lajes retangulares sob
O cálculo exato das solicitações em regime elástico é feito com aplicação da teoria
matemática da elasticidade, resultando a tabela 23.1 de J. Montoya para placas apoiadas nos 4
lados.
As tabelas apresentam 9 casos de vinculação para carga uniformemente distribuída e
triangular com ℓy/ℓx compreendido entre 0,5 e 1 (ℓy = lado menor). As tabelas também
fornecem coeficientes que permitem determinar os momentos positivos nos vãos e negativos
de engastamento (quando houver) nas direções ℓy e ℓx. m = coef. q . ℓy² . 0,001
11.9.2.4 Exemplo de lajes armadas em cruz do projeto base calculadas pelo método
elástico usando concreto C 20 e aço CA-60
L2
ℓx = 6,00 + (0,15/2) + (0,25/2) = 6,20
ℓy = 4,95
ℓy = 4,70 + (0,25/2) + (0,25/2) = 4,95
ℓx = 6,20
Momentos atuantes
ℓy / ℓx = 4,95/6,20 = 0,799 ≅ 0,8 → 3º caso da tabela Montoya
my = 0,001 . q. ℓy² . 39 = 0,001 . 6,6 . 4,95² . 39 = 6,31 kNm
mx = 0,001 . q. ℓy² . 26 = 0,001 . 6,6 .4,95² . 26 = 4,20 kNm
my − = - 0,001 . q. ℓy² . 91 = - 0,001 . 6,6 . 4,95² . 91 = - 14,70 kNm
mx − = - 0,001 . q. ℓy² . 78 = - 0,001 . 6,6 . 4,95² . 78 = - 12,59 kNm
Dimensionamento
mx = 4,20 kN.m < 6,31 kN.m (= my), portanto, usa-se a armadura mínima
Asmin = 1,41 → φ 5 c/ 14
ℓx = 6,20
Momentos atuantes:
ℓy / ℓx = 4,65/6,20 = 0,75 → 5º caso da tabela Montoya
my + = 0,001 . q.ℓy² . 38 = 0,001 . 6,60 . 4,65² . 38 = 5,42 kNm
mx + = 0,001 . q.ℓy² . 15 = 0,001 . 6,60 . 4,65² . 15 = 2,14 kNm
my − = 0,001 . q. ℓy² . 80 = - 0,001 . 6,60 . 4,65² . 80 = - 11,40 kNm
mx = 2,14 kN.m < 5,42 kN.m (= my), portanto, usa-se a armadura mínima
Asmin = 0,67 . 0,0015 . 100 . 14 = 1,41 cm²/m → φ 5 c/14
ℓx = 5,00
Para arbitrar a altura útil usaremos a fórmula:
d ≥ 0,025 (1 - n . 0,1) . ℓ = 0,025 (1 - 1 . 0,1) . 495 = 11,13 ~ 12 cm
h = d + 2 = 14 cm
Momentos atuantes:
ℓy / ℓx = 4,95/5,00 = 1 → 6º caso da tabela Montoya
my+ = 0,001 . 7,22 . 4,95² . 30 = 5,28 kNm
mx+ = 0,001.7,22 . 4,95² .36 = 6,37 kNm
mx − = - 0,001 . 7,22 . 4,95². 84 = - 14,86 kNm
my = 5,28 kN.m < 5,42 kN.m (da L6, portanto, usa-se a armadura mínima)
Asmín = 1,41 cm²/m → φ 5 c/ 13 cm
mx = 6,37 kN.m
k6 = (100.12²)/63,7 = 226,05
As = (0,276.63,7)/12 = 1,47 > Asmin → φ 5 c/ 13
ℓy = 1,40
Momentos atuantes:
ℓy / ℓx = 1,40/1,80 ~ 0,80 → 1º caso da tabela Montoya
my+ = 0,001 . 7,15 . 1,40² . 61 = 0,86 kN.m
mx+ = 0,001 . 7,15 . 1,40² . 42 = 0,59 kN.m
ℓx = 1,70
ℓy = 1,35
Adotaremos: h = 7 cm d = 5 cm
Momentos atuantes:
ℓy / ℓx = 1,35/1,70 ~ 0,80 → 8º caso da tabela Montoya
my+ = 0,001 . 4,85 . 1,35² . 33 = 0,30 kN.m
mx+ = 0,001 . 4,85 . 1,35² . 18 = 0,16 kN.m
my − = - 0,001 . 4,85 . 1,35² . 74 = - 0,65 kN.m
mx − = - 0,001 . 4,85 . 1,35² . 58 = - 0,52 kN.m
my = 0,30 kNm < 0,86 kN.m (da L7, portanto, usa-se a armadura mínima)
Asmin = 0,0015 . 100 . 7 = 0,71 As < Asmin → φ 4,2 c/19 cm
mx = 0,16 kN.m < 0,86 kN.m (da L7, portanto, usa-se a armadura mínima)
Asmin = 0,0015 . 100 . 7 = 0,71 As < Asmin → φ 4,2 c/19 cm
ℓx = 4,95
ℓy = 3,60
Momentos atuantes:
ℓy / ℓx = 3,60/4,950 = 0,73 ~ 0,70 → 7º caso da tabela Montoya
my+ = 0,001 . 6,10 . 3,60² . 51 = 4,04 kN.m
mx+ = 0,001 . 6,10 . 3,60² . 23 = 1,82 kN.m
my - = 0,001 . 6,10 . 3,60² . 109 = -8,62 kN.m
Pelo item 14.7.4 da NBR – 6118/03, o efeito das cargas atuantes normalmente ao
plano médio das lajes será considerado calculando-as como placa em regime elástico que
corresponde aos métodos anteriores, ou em regime rígido-plástico.
Quando as cargas atuarem sempre no mesmo sentido e as deformações de laje
estiverem nos domínios 2 e 3 da fig. 17 da NBR – 6118/03 as lajes poderão ser calculadas no
regime rígido plástico pela teoria das charneiras plásticas. Este processo é um recurso
relativamente simples para a solução dos casos mais variados de cargas e condições de
contorno.
O trabalho original sobre este método acha-se traduzido sob o título “Linhas de
Ruptura de autoria de K. W. Johansen”
Para uma viga bi-engastada com carga uniformemente distribuída, surgem no engaste
momentos M = 1/12 q.ℓ² e no vão 1/24 q.ℓ ². Junto aos engastes não há deslocamento angular.
Haverá uma carga qℓ que produz o momento Xℓ de plastificação nos engastes.
Quando este momento é atingido ele se conserva constante havendo uma rotação nos
engastes, que a partir deste instante transformam-se em rótulas que denominaremos rótulas
plásticas.
Mesmo após a formação das duas rótulas
Xℓ Mℓ Xℓ
plásticas nos engastes a viga continua admitindo Mℓ
acréscimo de carga até a formação de uma terceira
rótula na seção central ao ser atingido o momento de Xℓ Mℓ
p
Mℓ = p.ℓ2 / 20,0 Xℓ = - p.ℓ2 / 13,3
Xℓ
Mℓ
p Mℓ = p.ℓ2 / 14,7 Xℓ = - p.ℓ2 / 9,8
Xℓ
Mℓ
1 my
m’3
Mℓ ℓy
m’1 mx 3
Mℓ
2 m’2
ℓx
11.9.3.2.1 Lajes retangulares com armaduras isótropas
O momento fletor unitário de plastificação nos vãos será o mesmo nas duas direções
(aplicável quando a laje tem a forma aproximadamente quadrada).
L2
ℓy = 4,95
ℓx = 6,20
2 . 6,20 / 0,682
lxr = = 5,82
1 + 0 + 1 + 1,5
p . lyr . lxr
my = = 6,60 .3,84 .5,82 / [8(1 +3,84/5,82 +5,82/3,84)]= 5,79 kN.m
lyr lxr
8 1 + +
lxr lyr
mx = ϕ my = 0,682 . 5,79 = 3,95 kN.m
m1’ = - 1,5 . mx = - 1,5 . 3,95 = - 5,93 kN.m
m2’ = -1,5 . my = -1,5 . 5,79 = - 8,69 kN.m
m3 ’ = m4 ’ = 0
Dimensionamento
my = 5,79 kN.m d = 12
k6 = bd²/my = (100 x 12²)/57,9 = 248,7
As = k3 m/d = 0,275 x 57,9/12 = 1,33 cm²/m
Asmin = 0,67 x 0,0015 x 100 x 14 = 1,41 cm² → φ 5 c/14
mx = 3,95 < 5,79 (= my, portanto, usa-se a armadura mínima)
Asmin = 1,41 cm² → φ 5 c/14
ℓy = 4,65
ℓx = 6,20
ly
= 4,65/6,20 = 0,75
lx
Adota-se: i1 = i3 = 0 e i2 = i4 = -1,5
ϕ = [(12 + 0 + 0)/(12 – 1,5 – 1,5)] . (4, 65/ 6,20)1,7 = 0,818
2 . 4,65
lyr = = 2,94
1 + 1,5 + 1 + 1,5
2 . 6,20 / 0,818
lxr = = 6,85
1− 0 + 1− 0
p . lyr . lxr 6,60 . 2,94 . 6,85
my = = = 4,42 kN.m
lyr lxr 8(1 + 2,94 / 6,85 + 6,85 / 2,94)
8 1 + +
lxr lyr
mx = ϕ my = 0,818 . 4,42 = 3,62 kNm
m2’ = - 1,5 . my = - 1,5 . 4,42 = - 6,63 kN.m
m4’ = -1,5 . my = -1,5 . 4,42 = - 6,63 kN.m
m1 ’ = m3 ’ = 0
Dimensionamento
my = 4,42 kN.m < 5,79 (da L2, portanto, usa-se a armadura mínima)
Asmin = 0,67 x 0,0015 x 100 x 14 = 1,41 cm² → φ 5 c/14
mx = 3,62 < 5,79 (da L2, portanto, usa-se a armadura mínima)
Asmin = 1,41 cm² → φ 5 c/14
ℓx = 5,00
Adota-se: i1 = -1,5 e i2 = i3 = i4 = 0
ϕ = 1 (laje isótropa)
2.4,95
lyr = = = 4,95 m
1+ 0 + 1+ 0
2 .5
lxr = = = 3,88 m
1 + 1,5 + 1 + 0
7,22.4,95.3,88
my = mx = = 5,67
8(1 + 4,95 / 3,88 + 3,88 / 4,95)
m1’= - 1,5 . 5,67 = - 8,51
Dimensionamento:
ℓx = 1,80
ℓy = 1,40
2.5 / 0,65
lxr = = = 2,23 m
1+ 0 + 1+ 0
my = 7,15 x 1,40 x 2,23/{8[1 + (1,40/2,23) + (2,23/1,40)]} = 0,87 kNm
mx = ϕ my = 0,65 x 0,87 = 0,57
m1’= m2’= m3’= m4’= 0
Dimensionamento:
ℓx = 1,70
ℓy = 1,35
2 .1,70 / 0,89
lxr = = 1,40
1 + 0 + 1 + 1,5
p . lyr . lxr
my = = 4,85. 0,78. 1,40/[8 (1+ 0,78/1,40+ 1,40/0,78)]= 0,197 kN.m
lyr lxr
8 1 + +
lxr lyr
mx = ϕ my = 0,89 . 0,197 = 0,176 kN.m
m1 ’ = 0
m2’ = m4’ = -2 . my = -2 . 0,197 = - 0,394 kN.m
m3’ = - 1,5 . mx = - 0,264 kN.m
Dimensionamento
como os valores dos momentos são inferiores aos da L7 as armaduras serão todas mínimas:
my:
Asmin = 0,67 . 0,0015 . 100 . 7 = 0,71 cm²/m → φ 4,2 c/19
mx:
Asmin = 0,67 . 0,0015 . 100 . 7 = 0,71 cm²/m → φ 4,2 c/19
ℓy = 3,60
2 . 4,95 / 0,67
lxr = = 6,05
1+ 0 + 1+ 0
p . lyr . lxr
my = = 6,10 .2,79 .6,05 /[8 (1 +2,79/6,05 +6,05/2,79)] = 3,56 kN.m
lyr lxr
8 1 + +
lxr lyr
mx = ϕ my = 0,67 . 3,56 = 2,39 kN.m
m1 ’ = m3 ’ = m4 ’ = 0
m2’ = -1,5 . my = -1,5 . 3,56 = - 5,34 kN.m
Dimensionamento:
my = 3,56 kN.m = 35,6 t.cm
k6 = 100 . 10²/35,6 = 280,9
As = 0,275 . 35,6/10 = 0,95 cm²/m
Asmin = 0,067 . 0,0015 . 12 . 100 = 1,206 cm²/m
As = 0,95 < Asmin = 1,206 cm²/m → φ 5 c/16
mx = 2,39 kN.m < 3,56 (= my, portanto, usa-se a armadura mínima)
Asmin = 1,206 cm²/m → φ 5 c/16
As reações de apoio são calculadas de acordo com o item 14.7.6.1 da NBR 6118-03
Para lajes apoiadas ou engastadas nos 4 lados existem tabelas que de acordo com as
condições de contorno apresentam 9 casos que para a relaçãob (lado maior)/a (lado menor)
entre 1 e 2 fornece coeficientes que multiplicados pela carga total K = qab dá a reação total
sobre cada um dos 4 lados e - engastado, r - apoiado.
Para obter a carga por metro deve-se dividir pelo comprimento do lado.
Quando a laje for dimensionada no regime rígido-plástico permite-se calcular com as retas
inclinadas de 45º (1º caso)
A a B
RA = RB = p.a / 2
p
A B
a
p
A B RA = 5/8 p.a RB = 3/8 p.a
a
(pelo processo rígido-plástico pode-se admitir ainda
neste caso RA = RB = p.a/2)
Exemplos:
L2 q = 6,6 kN/m²
ℓy = 4,95
K = qab = 6,6 . 4,95 . 6,20 = 202,55 kN
ε = b/a = 6,20/4,95 = 1,25 → 6º Caso
ℓx = 6,20
L1 q = 7,22 kN/m²
ℓy = 4,95 K = 7,22 . 4,95 . 5 = 178,70 kN
ε = 5/4,95 = 1,01 → 3º Caso
ℓx = 5,00
Vae = 0,40 . 178,70 = 71,48 Vae/m = 71,48/4,95 = 14,44 kN/m
Var = 0,231 . 178,70 = 41,28 Var/m = 41,28/4,95 = 8,34 kN/m
Vb = 0,185 . 178,70 = 33,06 Vb/m = 33,06/5 = 6,61 kN/m
Calculando pelo processo simplificado: ε = 4,95/5 = 0,99
Va/m = 7,22 x 4,95/4 = 8,93 kN/m
Vb/m = 8,93 (2-0,99) = 9,02 kN/m
ℓy = 1,40
Va = 0,192 . 18,02 = 3,46 Va/m = 3,46/1,40 = 2,48 kN/m
Vb = 0,308 . 18,02 = 5,56 Vb/m = 5,56/1,80 = 3,09 kN/m
ℓx = 1,35
L9 q = 6,10 kN/m²
ℓy = 3,60
L3 p = 8 kN/m P = 3,95 kN
a = 1,40 m
L4 p = 4,85 kN/m
a = 1,50 m
L8 p = 4,85 kN/m
a = 1,40 m
l menor
a≥ 5
30 cm
Para laje em balanço em desnível, deve-se fazer um laço para engastar na laje
adjacente a fim de evitar a tendência de retificação da armadura.
De acordo com o item 3.3.2.8 da NBR 6118-78, em cada canto de lajes retangulares
livremente apoiadas quando não for calculada armadura para resistir aos momentos volventes,
deverá ser colocada uma armadura superior na direção da bissetriz e uma inferior na direção
perpendicular a bissetriz possuindo cada uma área de seção transversal não inferior a metade
Concreto Armado I – PUCRS. Profs. Henrique Gutfreind e Mauren Aurich
106
da máxima no centro da laje. Essas armaduras deverão estender-se até a distância média e
partir da face dos apoios igual a 1/5 do vão menor.
ARMADURA ARMADURA
SUPERIOR INFERIOR
25
ESCADAS
p /m de projeção
1m NB
p α PB
p’ p”
α RB
RA
PA c
NA
α
Sendo as cargas verticais as reações de apoio também o serão, pelo que, conforme
veremos a seguir o cálculo da laje em projeção tomando a carga por m² de projeção nos leva a
valores idênticos aos obtidos considerando a laje inclinada com seu real comprimento, pois os
momentos fletores nas seções e máximo serão iguais nos dois casos.
Com efeito, sendo p a carga por metro de projeção ela se decompor numa carga p’
normal ao eixo da peça e uma tangencial p”.
A carga normal p’que produzirá momento fletor será p’= p.cosα, porém, por metro de
projeção ela corresponderá a um comprimento c = 1/cosα ao longo do eixo da laje ou viga.
a Vão: h:
a b
até 3 m 10 a 12 cm
a b
h de 3 a 4 m 12 a 13 cm
b
C de 4 a 5 m 13 a 15 cm
α
1m
Para vãos maiores podemos arbitrar a altura útil d = 0,028 . ℓ , onde ℓ é o vão.
A reação vertical poderá ser calculada como se fosse uma laje horizontal com o vão
projetado e a carga por metro de projeção.
RA = RB = 0,5 pℓ Mmax = 1/8 pℓ²
Os momentos fletores neste caso são calculados para a projeção do vão e a carga
vertical por metro de projeção de acordo com o esquema da figura:
p1
p2
A B
ℓ1 ℓ2
2
1
D
D
Z
Z
p2
p1 P3
ℓ1 ℓ2 ℓ3
12.2 Exemplos
1 2 3 4 5 6 7 8 9
150
28
h
10
16,7
α
150
18 17 16 15 14 13 12 11 10
20 8 X 28 = 224 150 20
p1
p2 RB = 15,34 kN
A B
RA = 18,67 kN
2,34 1,60
Dimensionamento:
Ponto de momento máximo: xmax = RA/p1 = 18,67/10,05 = 1,86 m
Mmax = 17,32 kNm = 173,2 t cm
100 . d 2
k6 = = (100 . 10²)/173,2 = 57,67
M
k .M
As = 3 (t, cm) = 0,364 . 173,2/10 = 6,32 cm²/m → φ 10 c/12
d
14 φ 10 c/ 12
trespasse = 55 cm
trespasse = 55 cm
14 φ 10 c/ 12
Obs: pelo fato de ter arbitrado uma altura pequena as armaduras determinadas foram de
grande diâmetro (φ = 10 mm)
12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
130
13 L1
14 L2 peitoril
4 x 29 = 116 15
PATAMAR
16 L3
17
130 VE
V30
18 19 20 21 22 23 24 25 24 27 28 29
Patamar:
peso próprio = 0,18 x 25 = 4,50 kN/m²
revestimento = 0,85
reboco = 0,25
carga acidental = 3,00
peitoril = (0,10 . 0,8 . 13)/1,20 = 0,87
p = 9,47 kN/m²
Lance inclinado:
peso parte ativa h/cosα . 25 = 0,18/0,86 . 25 = 5,23 kN/m²
revestimento = 0,85
reboco = 0,25
peso dos degraus b/2 . 24 = 0,17/2 . 24 = 2,04
carga acidental = 3,00
peitoril = (0,10 . 0,80 . 13)/1,30 = 0,80
p = 12,17 kN/m
Por exemplo: o lance L2 se apoia sobre os Lances L1 e L3, cuja largura é 1,30 m,
logo o centro de apoio estará a uma distância 1,30/3 = 0,43 da face e teremos para L2 o
seguinte esquema de cálculo:
LANCE PATAMAR:
RA = RB = (9,47 . 1,16)/2 = 5,49 kN/m
p = 9,47 kN/m
Como na L2 em que a carga era maior para o mesmo vão, e altura útil, as armaduras eram
mínimas, neste caso também o serão:
As → φ 8 c/18 cm
Assec → φ 6,3 c/ 33
p1
p3
L1 e L3 p2
14,03 12,82
12,17
1,40 1,28
V30
8 68cm de trespasse
L3
14cm de
trespasse
1
7 2 14 φ12,5 c/10
68 cm
14 cm
VE 8 19 φ8 c/20
1 14 φ12,5 c/10
Comprimento de trespasse:
5
L1 ℓb = 54φ
3
54 . 1,25 ~ 68 cm
4
VE 54 . 8,0 ~ 44 cm
8
4 14 φ12,5 c/10
3 14 φ12,5 c/10
6
L2 V30
1
7
9
5 8 φ8 c/18 5
3
7 8 φ8 c/18
44cm
de trespasse
9 6 9 4 φ6,3 c/33
2 4
PATAMAR
6 7 φ8 c/18
Escadas especiais:
Escada com estrutura plissada espacial.
Escadas curvas
α
1m
As
Devemos também considerar uma carga linear no extremo do balanço de P [kN/m] que dará
por degrau P . a e a componente normal será: P . a cosα.
O momento máximo negativo por degrau será: Mmax/deg = - p cosα . ℓ²/2 - P a cosα ℓ
Concreto Armado I – PUCRS. Profs. Henrique Gutfreind e Mauren Aurich
126
LN LN
x x
As
As
d b)
d a)
Caso a linha neutra caia no degrau (caso a) o problema será resolvido por tentativas,
arbitrando a posição da linha neutra, determinando o centro geométrico da parte comprimida
cuja distância ao centro da gravidade da armadura (braço da alavanca) será z e as equações de
equilíbrio serão:
0,85 fcd . Acc - As fyd = 0
0,85 fcd . Acc . z = Md
Caso o momento seja tal que a linha neutra caia fora do degrau, na laje (caso b) se
calcula a armadura para uma seção retangular de base a/cosα e altura útil d.
12.5 Projeto de uma escada com degraus isolados engastados em uma viga
lateral
Aço: degraus: CA-60 viga: CA-50 estribos: CA-60
Concreto C20 (fck = 20 MPa) Prédio Residencial cobrimento c = 1,5 cm
29
parede: 8 kN/m
17
45 10 7
α
22 110
22 8 x 29 = 232 22
1,21
p
Cálculo da viga:
m
2,54
Observação: este tipo de escada também deve ser dimensionada ao cisalhamento e à torção.
y x = kx . d y = 0,8 . x
x
d b w .d 2 Mk
k6 = As = k 3 .
Mk d
As
UNIDADES: t, cm
fyd εsd
bw
fck = 20 MPa fck = 25 MPa fck = 26 MPa
k3 kx k6 k3 k3
kx k6 kx k6
As εs
εyd = fyd / 21000
Mdlim = 0,85 fcd b ylim (d – 0,5 ylim) 0,0035 / xlim = εyd / (d - xlim)
0,0035
xlim = .d
0,0035 + ε yd
0,85 f cd b y (d − 0,5 y ) = M d
VIGAS DE SEÇÃO T:
M0 = 0,85 fcd bf hf (d – 0,5 hf)
Se Md ≤ M0 ⇒ calcula como seção retangular, sendo b = bf
(equações da seção retangular com armadura simples)
Mdmax = Mdlim + 0,85 fcd (bf – bw) hf (d – 0,5 hf), onde Mdlim = 0,85 fcd bw ylim (d – 0,5 ylim)
ℓ ℓ ℓ ℓ
X
X X X
M M M
M = pl2/8 X = –pl /8 M = pl2/14,2
2
X = –pl2/12 M = pl2/24 X = –pl2/2 – Pl
R = pl/2 Ra = 3/8pl Rb = 5/8pl R = pl/2 R = pl + P
100 . d 2 k3 .M
Dimensionamento: k 6 = As = (t, cm) d=h–2
M d
As secundária de flexão ≥ 0,20 . Asprinc Asmin = 0,0015 . 100 . h
0,9 cm2/m
i4
LAJES ARMADAS EM DUAS DIREÇÕES ℓx < 2 ℓy
Método rígido-plástico: m4’
a
2. d = 0,28 . ℓprinc cos α =
a 2 + b2
b
Peso dos degraus: . 24 (sendo b em metros) [kN/m2] de projeção
2
A peitoril . γ peitoril
Carga de peitoril: [kN/m2] de projeção
l arg ura da laje
Carga da reação do lance secundário no lance principal: Reação da LS [kN/m2]
largura da laje
4. Cálculo do momento máximo