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1 TÍTULOS EXECUTÁVEIS NO PROCESSO DO TRABALHO
O art. 876 da CLT disciplina os títulos executivos trabalhistas, dividindo-os em judiciais e extrajudiciais, quais
sejam:
a) judiciais: sentenças transitadas em julgado; sentenças sujeitas a recurso desprovido de efeito suspensivo;
acordos judiciais não cumpridos.
b) extrajudiciais: termos de compromisso de ajustamento de conduta firmados perante o Ministério Público do
Trabalho, termos de conciliação firmados perante a comissão de conciliação prévia.
Além desses, o cheque e a nota promissória também são títulos executáveis na Justiça do Trabalho. À luz do
art. 13 da IN 39/2016 do TST, “por aplicação supletiva do art. 784, I (art. 15, CPC), o cheque e a nota promissó-
ria emitidos em reconhecimento de dívida inequivocamente de natureza trabalhista também são títulos extraju-
diciais para efeito de execução perante a Justiça do Trabalho”, na forma dos arts. 876 e seguintes da CLT.
Também são títulos executivos extrajudiciais executáveis na Justiça do Trabalho as multas inscritas na Dívida
Ativa da União provenientes dos autos de infração lavrados pelos Auditores Fiscais do Trabalho (art. 114, VII,
CF/88 c/c o art. 784, IX, CPC).
Vale destacar que a CF/1988, no art. 114, VIII (por força da EC 45/2004), a súmula vinculante 53 do STF e o
parágrafo único do art. 876 da CLT determinam que serão executados de ofício pela Justiça do Trabalho os
créditos previdenciários devidos em decorrência das sentenças ou acordos proferidos pelos juízes e Tribunais
do Trabalho.
Impende destacar que a arbitragem é cabível nos dissídios coletivos (art. 114, § 1º, da CF) e nos dissídios indivi-
duais cujos contratos de trabalho tenham remuneração superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para
os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, desde de pactuada cláusula compromissória de arbitragem,
por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, antes ou após o término do contrato (art.
507-A, CLT). Portanto, a sentença arbitral, quando condenatória, é um título executivo, podendo ser executada na
Justiça do Trabalho (art. 31 da Lei 9.307/1996).
2 INÍCIO DA EXECUÇÃO
A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal
apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado (art. 878, CLT).
3 LEGISLAÇÃO SUBSIDIÁRIA
Na execução do Processo do Trabalho aplicam-se os artigos 876 e seguintes da CLT. Subsidiariamente, aplica-se a
Lei de Execução Fiscal (Lei no 6.830/80) e, posteriormente, o CPC. Assim, ordena o artigo 889 da CLT.
Art. 889 da CLT. Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem
ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da
Fazenda Pública Federal.
Sempre que a sentença for ilíquida, far-se-á necessária a sua liquidação, que poderá ocorrer em três modalidades:
cálculos, arbitramento e pelo procedimento comum (art. 879 da CLT):
a) Cálculos: a liquidação mediante cálculos depende apenas de simples operações aritméticas, pois a sentença
oferece todos os elementos necessários para determinar o valor condenatório.
b) Arbitramento: consiste em exame pericial, de pessoas ou coisas, com a finalidade de apurar o quantum relativo à
obrigação pecuniária que deverá ser adimplida pelo devedor, ou, em determinados casos, de individualizar, com
precisão, o objeto da condenação. Ressalte-se desde já que, nessa hipótese, o juiz nomeará o perito e fixará o prazo
para a entrega do laudo pericial conforme estabelece o artigo 510 do CPC. Constate:
Art. 510 do CPC. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou docu-
mentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que
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couber, o procedimento da prova pericial.
c) Procedimento comum: a liquidação por artigos mencionada no artigo 879 da CLT teve seu nome trocado para
liquidação pelo procedimento comum com o atual Código de Processo Civil, sendo a nova nomenclatura adotada no
Processo do Trabalho também. Impõe-se a liquidação pelo procedimento comum quando há necessidade de alegar
e provar fatos novos, para quantificar ou individualizar o objeto da condenação (art. 509, II, do CPC). Após a apre-
sentação dos cálculos pelo requerente, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou
da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quin-
ze) dias (art. 511 do CPC). Observe:
Art. 511 do CPC. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de
seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no pra-
zo de 15 (quinze) dias observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial desse Código.
Na liquidação não será possível modificar ou inovar a sentença liquidanda, nem discutir matéria pertinente à causa
principal (art. 879, § 1o, da CLT).
Em se tratando de liquidação por cálculos, os cálculos de liquidação, inclusive quanto às contribuições previdenciá-
rias, poderão ser apresentados pelas partes ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, a critério do juiz (art.
879, § 3°, da CLT), que, preferencialmente, deverá intimar as partes para apresentá-lo (art. 879, § 1°-B, da CLT).
Após a apresentação dos cálculos, o juiz deverá permitir a manifestação das partes quanto aos cálculos no prazo
comum de 8 dias, sob pena de preclusão (art. 879, § 2o, da CLT).
Em seguida, nos moldes do § 3o do artigo 879 da CLT, a União será intimada para se manifestar, no prazo de 10
dias, em relação às contribuições previdenciárias, sob pena de preclusão.
Após o retorno, os autos serão conclusos para apreciação dos cálculos pelo juiz, que em seguida proferirá a senten-
ça de liquidação.
Proferida a sentença de liquidação, é expedido mandado de citação e penhora, a ser cumprido por oficial de justiça
(art. 880, § 2o, da CLT), para que o executado pague ou garanta o juízo, no prazo de 48 horas.
Para garantia do juízo, o executado poderá depositar o valor da execução, nomear bens à penhora ou oferecer
seguro-garantia judicial (art. 882, CLT).
Caso o executado não pague ou garanta o juízo, o juiz mandará penhorar tantos bens quantos bastem para a
garantia do juízo, observada a ordem de penhora prevista no artigo 635 do CPC (art. 883, CLT)
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A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compu-
seram a diretoria dessas instituições (art. 884, § 6º, CLT).
Garantido o juízo, o executado terá 5 dias para apresentar embargos à execução e o exequente, o mesmo prazo
para apresentar impugnação à sentença de liquidação, sendo ambas as petições endereçadas ao juiz da execu-
ção.
Após a manifestação das partes por meio de embargos à execução e impugnação à sentença de liquidação, o juiz
proferirá decisão definitiva na execução (art. 884, § 4o, da CLT), na qual serão julgados, concomitantemente, os em-
bargos e a impugnação. A sentença na execução poderá ser impugnada por meio de agravo de petição (art. 897, “a”,
da CLT).
O acórdão proferido pelo TRT em agravo de petição poderá ser impugnado por meio do recurso de revista para o
TST, desde que haja ofensa à Constituição no julgado (art. 896, § 2o, da CLT). Ressalte-se, entretanto, que cabe
recurso de revista por violação à lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas
execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhis-
tas (art. 896, § 10, da CLT).
Saliente-se que o bloqueio de dinheiro e sua conversão em penhora deve observar o procedimento previsto no artigo
854 do CPC:
Art. 854 do CPC. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimen-
to do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de
sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos
financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.
§ 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz determinará o cancelamento de
eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na pessoa de seu advogado ou,
não o tendo, pessoalmente.
§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que:
I – as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
II – ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros.
§ 4o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3o, o juiz determinará o cancelamento de eventual indispo-
nibilidade irregular ou excessiva, a ser cumprido pela instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a indisponibilidade em penhora, sem
necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da execução determinar à instituição financeira depositária que, no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução.
§ 6o Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz determinará, imediatamente, por sistema eletrônico gerido
pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, a notificação da instituição financeira para que, em até 24
(vinte e quatro) horas, cancele a indisponibilidade.
§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu cancelamento e de determinação de penhora previstas
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neste artigo far-se-ão por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional.
§ 8o A instituição financeira será responsável pelos prejuízos causados ao executado em decorrência da indisponibilidade
de ativos financeiros em valor superior ao indicado na execução ou pelo juiz, bem como na hipótese de não cancelamento
da indisponibilidade no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, quando assim determinar o juiz.
§ 9o Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a requerimento do exequente, determinará às institui-
ções financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido por autoridade supervisora do sistema bancário, que tornem
indisponíveis ativos financeiros somente em nome do órgão partidário que tenha contraído a dívida executada ou que
tenha dado causa à violação de direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a responsabilidade pelos atos pratica-
dos, na forma da lei.
Em síntese:
• Primeiro ocorre um bloqueio de valores que depois será convolado em penhora, observado o seguinte procedi-
mento:
• a) a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia ao executado, o juiz determinará as instituições financei-
ras a indisponibilidade de valores em nome do executado;
• b) em 24 horas a contar da resposta da instituição financeira, o juiz determinará o cancelando do excesso;
• c) terá a instituição financeira também 24 horas para promover o cancelamento;
• d) o executado será intimado do bloqueio para se manifestar em 5 dias. A intimação será na pessoa de seu advo-
gado ou pessoalmente, se não houver;
• e) a manifestação só poderá ser em 2 sentidos: excesso de bloqueio ou impenhorabilidade;
• f) a não manifestação em 5 dias implica preclusão;
• g) não apresentada a manifestação ou se rejeitada a manifestação, o bloqueio será convertido em penhora e deter-
minada a transferência do dinheiro para conta vinculada ao juízo.
Nos termos do art. 866 do CPC de 2015, é admissível a penhora sobre a renda mensal ou faturamento de empre-
sa, limitada a percentual, que não comprometa o desenvolvimento regular de suas atividades, desde que não haja
outros bens penhoráveis ou, havendo outros bens, eles sejam de difícil alienação ou insuficientes para satisfazer o
crédito executado (OJ 93, SDI-1, TST).
A desconsideração da personalidade jurídica do executado permite que os atos executórios alcancem os bens particu-
lares dos sócios, segundo duas teorias: a) quando se verifica a insuficiência do patrimônio societário (teoria menor), e b)
quando se verifica a insuficiência do patrimônio societário e, concomitantemente, restar comprovado o abuso da perso-
nalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial (teoria maior).
A teoria menor, prevista no art. 28, § 5º, do CDC, é aplicável no processo do trabalho, pois está em consonância com
os princípios da celeridade, proteção ao trabalhador hipossuficiente, da efetividade da execução trabalhista e do privilé-
gio do crédito laboral, merecendo plena aplicação ao processo do trabalho.
Desta forma, basta que se verifique a insuficiência de bens por parte da pessoa jurídica para arcar com a condenação
trabalhista, para que seja possível a desconsideração de sua personalidade jurídica da empresa, visto que esta consti-
tui obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
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O CPC instituiu regras para o seu processamento, nos arts. 133 a 137 e a CLT, e a CLT, no art. 855-A, determina que
são aplicáveis no Processo do Trabalho.
Determina o art. 133 do CPC que o incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido
da parte ou do Ministério Público.
O requerimento suspende o processo e o requerente deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais espe-
cíficos para desconsideração da personalidade jurídica, ou seja, a insuficiência de patrimônio da pessoa demandada
(teoria menor - art. 28, § 5º, CDC).
A pessoa jurídica ou o sócio será citado para se manifestar e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 dias, sendo a
decisão interlocutória (art. 135, CPC).
Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será inefi-
caz em relação ao requerente (art. 137, CPC).
Ressalte-se que é possível também a desconsideração inversa da personalidade jurídica (art. 133, § 2º, do CPC), a
qual ocorre quando se litiga contra o indivíduo e busca-se bens na pessoa jurídica.
Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial,
hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica (art.134, § 2º, CPC).
Quanto aos recursos, esclarece o art. 855-A, § 1º, da CLT, que da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o inci-
dente:
a) na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do art. 893, § 1º, da CLT;
b) na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo;
c) cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal.
A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cau-
telar de que trata o art. 301 do CPC (art. 855-A, § 2º, CLT), sendo muito utilizada para o bloqueio de contas
Em síntese:
7. EMBARGOS À EXECUÇÃO
O art. 11-A, caput e §§ 1º e 2º, da CLT torna aplicável a prescrição intercorrente mediante requerimento ou de ofício
no processo do trabalho, de modo que a súmula 114 do TST, que determina o contrário, deve ser cancelada.
Art. 11-A, CLT. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos.
§ 1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação
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judicial no curso da execução.
§ 2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdi-
ção.
Prescrição intercorrente é a perda de um direito pelo decurso do tempo, em razão da inércia da parte, que não toma
iniciativa no sentido de praticar atos processuais necessários para a execução da dívida, paralisando o processo, por
mais de 2 anos.
Ressalte-se que só há prescrição intercorrente quando o exequente deixar de praticar ato que dependa exclusiva-
mente dele para a continuação da execução. É comum na liquidação por procedimento comum em que a continua-
ção do processo depende do exequente alegar e provar fatos novos (art. 509, II, do CPC).
Ressalte-se que, nos embargos, o executado poderá arguir a inexigibilidade do título quando a sentença executada
tiver por fundamento lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou estiver fundamentada em aplica-
ção ou interpretação tidas por incompatíveis com a constituição. Verifique o teor do artigo 884, § 5o, da CLT:
Art. 884, § 5o, da CLT. Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstituci-
onais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Fe-
deral.
Sua interposição é dependente da garantia do juízo, eis que seu prazo de 5 dias se inicia somente após o cumpri-
mento desse requisito. Os embargos à execução, no Processo do Trabalho, tramitam nos mesmos autos da execu-
ção.
Processo nº
NOME DO EMBARGANTE, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com NO-
ME DO EMBARGADO, também qualificado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
através de seu advogado adiante assinado, com fulcro no artigo 884 da CLT, APRESENTAR:
EMBARGOS À EXECUÇÃO
I – FATOS
Proferida sentença condenatória transitada em julgado, foi iniciada a fase de liquidação. O sr.
perito calculista foi intimado a elaborar a conta, a qual foi homologada pelo juiz. Expedido
mandado de citação, o executado nomeou bens à penhora, garantindo o juízo. No prazo legal
apresenta os presentes embargos com o objetivo de impugnar os cálculos homologados.
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS
a) Garantia integral do juízo: o embargante garantiu integralmente o juízo através _____, com
base no artigo 880 da CLT.
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referido.
III – MÉRITO
Muito embora o Reclamado, em sentença transitada em julgado, tenha sido condenado a pa-
gar horas extras diárias, acrescidas de 50%, bem como reflexos, ao elaborar os cálculos, o sr.
perito computou 100% de adicional de horas extras e o juiz os homologou nestes termos.
Segundo o artigo 879, § 1o, da CLT não se poderá modificar ou inovar a sentença liquidanda,
nem discutir matéria pertinente à causa principal. A homologação dos cálculos contrariando os
limites impostos pelo título executivo judicial implica violação à coisa julgada e, portanto, ao art.
5o, XXXVI, da CF.
Diante do exposto, requer a correção dos cálculos apresentados pelo perito, para considerar o
adicional de horas extras de apenas 50%.
IV – REQUERIMENTOS FINAIS
Diante do exposto, requer o recebimento dos embargos, a notificação do embargado para ma-
nifestar-se no prazo de 5 dias e a procedência dos pedidos formulados.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB no
Processo no
NOME DO IMPUGNANTE, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com NOME
DO IMPUGNADO, também qualificado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
através de seu advogado adiante assinado, com fulcro no artigo 884, caput, § 3o, da CLT,
APRESENTAR:
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IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO
pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir expostos:
I – FATOS
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS
A – TEMPESTIVIDADE
A presente medida é tempestiva, posto que observou o prazo legal de 5 dias, contados a
partir da ciência da garantia do juízo, previsto no artigo 884, caput, da CLT.
B – CUSTAS
As custas processuais fixadas no valor de R$ 55,35, de acordo com o art. 789-A, VII, da CLT,
serão recolhidas ao final pelo executado, conforme autoriza o caput do artigo referido.
III – MÉRITO
De acordo com o artigo 879, § 1o, da CLT, não se poderá modifica ou inovar a sentença liqui-
danda, nem discutir matéria pertinente à causa principal. A homologação dos cálculos contrari-
ando os limites impostos pelo título executivo judicial implica a violação à coisa julgada e, por-
tanto, ao artigo 5o, XXXVI, da CF.
Diante do exposto, requer a correção dos cálculos apresentados pelo sr. perito, a fim de sejam
computadas as duas horas extras deferidas.
IV – REQUERIMENTOS FINAIS
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB no
9. EMBARGOS DE TERCEIRO
À luz do artigo 674 do CPC, os embargos de terceiro são a medida cabível para aquele que, não sendo parte no
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processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incom-
patível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro:
Art. 674 do CPC. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que
possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua
inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no
art. 843;
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude
à execução;
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo inci-
dente não fez parte;
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha
sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
Os embargos de terceiro possuem natureza jurídica de ação incidental conexa ao processo de conhecimento ou de
execução, conforme o caso.
No processo de conhecimento, os embargos de terceiro têm lugar enquanto não transitar em julgado a sentença
ou acórdão.
Já na execução, a ação pode ser ajuizada até 5 dias adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arre-
matação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta (art. 675 do CPC).
Art. 675 do CPC. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não
transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias de-
pois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da res-
pectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-
lo pessoalmente.
Os embargos de terceiro tramitam em autos apartados, devendo ser distribuídos “por dependência” aos autos que
originaram a constrição dos bens de parte alheia ao processo (art. 676 do CPC).
Além das exigências previstas pelo artigo 319 do CPC, a petição inicial dos embargos de terceiro deve atender aos
seguintes requisitos específicos (art. 677, caput, do CPC):
a) prova sumária da posse do bem em questão;
b) a qualidade ou condição de terceiro legítimo;
c) prova da constrição judicial ou da sua iminência.
Art. 677 do CPC. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualida-
de de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas.
§ 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
§ 2o O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio.
§ 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal.
§ 4o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no pro-
cesso principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.
Nos moldes do artigo 679 do CPC, o prazo para contestar os embargos de terceiro é de 15 (quinze) dias, contados a
partir da citação do embargado.
Art. 679 do CPC. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se seguirá o proce-
dimento comum.
É possível o acolhimento liminar dos embargos de terceiro, desde que o juiz julgue suficientemente provada a posse
do embargante. Nesta circunstância, será expedido um mandado de manutenção ou de restituição em favor do em-
bargante. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de
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caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.
Art. 678 do CPC. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão
das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração
provisória da posse, se o embargante a houver requerido.
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação
de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.
Caso seja necessário, o juiz realizará a instrução dos embargos de terceiro e, a partir desta, proferirá uma sentença.
Visto que esta seja proferida na fase de execução, desafiará agravo de petição.
EMBARGOS DE TERCEIRO
I – FATOS
II – REQUISITOS ESPECÍFICOS
A distribuição deve ocorrer por dependência perante o mesmo juízo que ordenou a apreen-
são do bem em questão, nos moldes do art. 676 do CPC.
2. Legitimidade
Nos termos do artigo 674 do CPC, esclarecer-se que o embargante é parte legítima para
propor o feito, pois não é parte no processo, no entanto seu bem foi apreendido e nomeado à
penhora.
Ressalte-se que a constrição do patrimônio do embargante ocorreu em virtude de desconside-
ração da personalidade jurídica da empresa sem o devido incidente de desconsideração da
personalidade jurídica, previsto nos arts. 133 e seguintes do CPC.
Desta forma, nos termos do artigo 674, § 2o, III, do CPC considera-se terceiro “quem sofre
constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de
cujo incidente não fez parte”.
3. Tempestividade
A presente ação é tempestiva, já que foi proposta antes do término do prazo legal de 5 dias
contados da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, de acordo
com o artigo 675 do CPC.
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4. Prova sumária da posse e da constrição judicial (art. 677 do CPC)
A prova sumária da posse do bem em questão se faz pela nota fiscal em anexo. A prova da
constrição judicial faz-se pelo autor de penhora e avaliação de fls.
III – PRELIMINAR
IV – MÉRITO
O primeiro embargado ajuizou reclamatória trabalhista, que tramita nesta Vara do Trabalho,
em face da Empresa X, pleiteando verbas oriundas de um contrato de trabalho que vigorou
desde janeiro de 2004 até outubro de 2009. Transitada em julgado a decisão deste litígio, foi
expedido o mandado de citação e penhora. A executada não efetuou o pagamento, tampou-
co nomeou bens à penhora para garantir o juízo. Tal fato ensejou a penhora de bens dos
sócios da empresa, com base em contrato social desatualizado.
É oportuno destacar que o embargante não é sócio da empresa reclamada desde fevereiro de
2000, conforme comprovam os documentos anexos. Logo, o embargado foi admitido na empre-
sa executada 4 anos após o embargante ter se retirado da sociedade.
Saliente-se que, nos termos dos artigos 1.003 e 1.032 do Código Civil e do art. 10-A, da CLT, o
ex-sócio não tem qualquer responsabilidade pelo pagamento das verbas trabalhistas dois anos
após averbada a sua retirada da sociedade. Verifique:
Art. 1.032 do CC. A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a seus herdeiros, da
responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução
da sociedade; nem nos dois primeiros casos, pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não
se requerer a averbação.
Art. 1.003 do CC. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do
contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à
sociedade.
Art. 10-A, CLT. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da
sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até
dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de prefe-
rência:
I – a empresa devedora;
II – os sócios atuais; e
III – os sócios retirantes.
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar
comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.
Neste contexto é que foi realizada a penhora do veículo do embargante marca, cor,
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ano/modelo, placa, cujo valor corresponde a R$_____, suficiente para garantir integralmente
o juízo.
V – LIMINAR
À luz do artigo 678 do CPC, requer o deferimento liminar dos embargos, ordenando a expe-
dição de mandado de restituição em favor do embargante, tendo em vista que foram atendi-
dos os requisitos do artigo 677 do CPC, quais sejam: a comprovação sumária da posse, bem
como a constrição judicial.
VI – REQUERIMENTOS FINAIS
a) A distribuição por dependência da presente ação para este douto juízo, apenso aos autos
sob no .... .
b) o deferimento liminar dos embargos, conforme o artigo 678 do CPC, expedindo o mandado
de reintegração (manutenção do bem, se for o caso) do bem em favor do embargante.
c) a citação dos embargados para contestar a presente ação no prazo de 15 dias, consoante
estabelece o artigo 679 do CPC.
Por fim, requer a nulidade da penhora por ausência do incidente de desconsideração da per-
sonalidade jurídica e, sucessivamente, a procedência do pedido, confirmando a liminar con-
cedida, determinando que a constrição judicial indevida seja cancelada, ordenando a imedia-
ta reintegração (ou a manutenção, se fosse o caso) definitiva do bem, à luz do artigo 681 do
CPC, bem como a condenação dos embargados ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios a razão de 15%, nos termos do art. 791-A, da CLT.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB no
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