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Françoise Iatski de Lima


Noções de Economia p/ PF: Agente de Polícia Federal

Noções de Economia – PF: Agente de Polícia Federal - 2014


Professora: Françoise Iatski de Lima

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Noções de Economia p/ PF: Agente de Polícia Federal

NOÇÕES DE ECONOMIA
PARTE I

POLÍTICAS ECONÔMICAS

POLÍTICA MONETÁRIA
 Emissão de moeda
 Open Market
 Redesconto
 Compulsório
 Crédito

POLÍTICA FISCAL
 Tributação
 Gastos do Governo
 Orçamento:
Equilibrado
Superavitário
Deficitário
Déficit operacional (D.O.):

D.O. = RECEITA – (DESPESAS + JUROS DA DÍVIDA PASSADA) = NFSP

INFLAÇÃO
 Demanda
 Custos
 Inercial
 Curva de Phillips

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DEMANDA POR MOEDA


 Demanda de Moeda
 Motivo Transação
 Motivo Precaução
 Motivo Especulação

HORA DE EXERCITAR:

 Base monetária
Corresponde à soma de dois tipos específicos de moeda: por um lado, as notas e moedas em
circulação fora das instituições financeiras e, por outro, as reservas obrigatórias dos bancos,

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impostas normalmente pelo Banco Central do país em causa. Tendo em conta a forma de
contabilização da política monetária, pode assim dizer-se que a base monetária corresponde ao
passivo (responsabilidades) do Banco Central da economia.

MODELO IS-LM

 Curva IS
Qualquer ponto sobre a curva IS representa o equilíbrio no mercado de produto: oferta
agregada igual a demanda agregada de bens e serviços.

Y = C (Yd) + I (r) + G

 Inclinação da curva IS
A sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros.
A propensão marginal a consumir (ou multiplicador de gastos).

 Curva LM
O equilíbrio no mercado de ativos.

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 Inclinação da curva LM
A elasticidade da demanda de moeda em relação à renda.
A elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros.

EQUILÍBRIO

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POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA

ARMADILHA DA LIQUIDEZ: POLÍTICA MONETÁRIA INEFICAZ

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CASO CLÁSSICO: POLÍTICA MONETÁRIA MUITO EFICAZ

POLÍTICA FISCAL EXPANSIONISTA

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NOÇÕES DE ECONOMIA
PARTE II

INTRODUÇÃO

A parte dois do nosso material analisa os problemas econômicos dos últimos 20 anos
(1986-2006) e a conjuntura econômica recente. Dividimos esse período em duas grandes partes:
de 1986 a 1999 e de 1999 a 2008, sendo esses os anos mais importantes para nossa análise,
tendo como precaução, visto em vídeo, os períodos anteriores. A primeira parte foi marcada pela
preocupação com o problema da inflação, de modo que o tema central do debate foram os
planos de estabilização econômica, nomeadamente o Plano Cruzado, Plano Bresser, Plano
Verão, Plano Collor I e II e finalmente o Plano Real. A segunda parte, caracterizada pelo alcance
da estabilidade de preços, passa a se preocupar com a consolidação da estabilidade e com o
crescimento econômico, tendo como destaque o Regime de Metas de Inflação e o Plano de
Aceleração do Crescimento.
Com base neste contexto, esta seção será conduzida a partir destas duas grandes
preocupações: estabilidade de preços, dívida externa e crescimento econômico.

PARTE I – ELEMENTOS CONCEITUAIS E PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO

No entanto, antes de entrar na economia brasileira e seus grandes momentos, vamos


trabalhar com alguns conceitos relevantes para nosso entendimento.

ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES

1.1. DESEMPREGO
O que é desemprego?
PIA – População em Idade Ativa (IBGE: dez. 2002 > 15 anos, a partir de 2003 > 10 anos).
A PIA divide-se em duas partes:
PEA – População Economicamente ativa: que está de alguma forma ligada ao mercado de
trabalho. Divide-se em PEA empregada e PEA desempregada;
População em idade ativa desligada do mercado de trabalho, pois não buscam e não
desejam trabalhar: incapacitados, estudantes, donas de casa, aposentados, pensionistas;
Desemprego (D) = PEA– PEA empregada

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Taxa de desemprego (TD) = D/PEA


Divergências metodológicas IBGE e DIEESE
IBGE: desemprego aberto: contempla quem procurou emprego nos últimos 30 dias;
DIEESE: desemprego aberto e oculto: contemplam quem procurou emprego nos últimos
12 meses, inclusive aqueles exercendo atividades consideradas precárias;
Relação PIB versus Desemprego
Lei de Okun: Hiato do produto = PIB potencial – PIB real = + TD
 crescimento do PIB  emprego  desemprego
 crescimento do PIB  emprego  desemprego
Desemprego tecnológico: reconversão produtiva em direção a processos intensivos em
capital (ex. Plano Real)
 crescimento do PIB  pouco (ou nada) emprego  pouco (ou nada) desemprego
Tipos de desemprego:
Conjuntural (cíclico): devido à condições recessivas da economia;
Friccional: decorre do tempo necessário para que o mercado de trabalho se ajuste
(mudanças geográficas; problemas burocráticos para contratação; requalificação
profissional; informações sobre novas vagas);
Estrutural: decorrente do aumento da produtividade do trabalho gerado por novas
tecnologias produtivas.
Políticas de combate ao desemprego:
Fomento ao crescimento econômico: melhora o desemprego conjuntural;
Criação de mecanismo de difusão de informações sobre novas vagas e criação de
programas de requalificação de mão-de-obra: melhora o desemprego friccional;
criação de programas de requalificação de mão-de-obra e de incentivos às atividades
trabalho-intensivas (construção civil).
Pleno emprego: situação de utilização eficiente da totalidade dos recursos produtivos,
descontada a taxa natural de desemprego.
Taxa natural de desemprego: quantidade de desemprego (friccional e estrutural)
compatível com o pleno emprego.
Diferentes abordagens teóricas:
Teoria marxista: o progresso técnico numa sociedade que visa o lucro gera desemprego;
Teoria keynesiana: a insuficiência da demanda efetiva é a causa do desemprego. A
demanda efetiva é determinada, em última instância, pelo estado de confiança dos
agentes, sobretudo, dos empresários;

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Teoria neoclássica: o mercado de trabalho está sempre em equilíbrio, salvo quando as


ações do Estado desfazem este equilíbrio. Neste sentido, só há desemprego voluntário,
isto é, a situação na qual o agente está sem trabalho por não aceitar o salário de mercado.

1.2. INFLAÇÃO
O que é inflação? Aumento generalizado e contínuo dos preços. Deflação é o inverso.
Tipos de inflação: diagnóstico
Inflação de demanda:
O que é: aumento generalizado e contínuo de preços decorrente do excesso de demanda
em relação à produção disponível;
Quando ocorre: em situações de alto grau de utilização da capacidade produtiva (próximo
ao pleno emprego dos fatores);
Causa: em geral, expansão monetária sistemática decorrente de déficit público contínuo
não financiado por dívida pública;
Como combater: eliminação do déficit público (metas de superávit);
Política econômica, duas visões:
Monetaristas: enfatizam a política monetária restritiva de redução da emissão de moeda.
Fiscalistas: enfatizam a política fiscal restritiva de redução de gastos e a política de renda,
como o congelamento de preços e salários.
o Inflação de custos (ou de oferta): é o aumento generalizado e contínuo dos preços
decorrente de aumentos nos custos de produção das empresas, como por
exemplo:
Aumento no preço das matérias-primas produzidas internamente (aumento
de preços de insumos básicos agrícolas decorrentes de quebra de safra) ou
importadas (decorrente da desvalorização cambial que encarece a
importação de matérias-primas).
Aumentos salariais (via negociações sindicais ou políticas governamentais)
sem estarem ancorados em aumentos de produtividade.
Elevações nas taxas de juros que afetam os empréstimos tomados pelas
empresas aumentando seus custos.
Estruturalismo: corrente de pensamento que concebia a inflação brasileira como inflação
de custos. Segundo esta concepção, a inflação era vista como decorrente de problemas
associados ao processo de industrialização dos países latino-americanos. O crescimento
industrial pressionava a demanda por produtos agrícolas sem que a oferta dos mesmos
respondesse adequadamente. Isso gerava pontos de estrangulamento que elevavam os

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preços dos produtos primários e eram repassados aos produtos finais. As taxas de inflação
tenderiam a se perpetuar devidos aos mecanismos de propagação:
o Política protecionista do governo: permitia o repasse da elevação de custos
agrícolas aos salários e aos produtos industriais;
o Estrutura oligopólica do mercado: facilita o repasse de qualquer aumento nos
custos para os preços finais.
o Inflação inercial: diante de um processo inflacionário originado na demanda ou na
oferta, a inflação pode se manter permanentemente no mesmo patamar, sem
aceleração inflacionária devido aos mecanismos de indexação. A disseminação
destes mecanismos pela economia dificulta o combate da inflação. Os mecanismos
de indexação atrelam os preços do presente à inflação passada e podem ser:
Formais: consistem em cláusulas de indexação prevista por lei em contratos de aluguéis,
financiamento etc.
Informais: os agentes aumentam os preços por que outros também o fizeram ou por que
acreditam que os demais também o farão.

Conseqüências da inflação:
o Distorção na alocação de recursos: perda de capacidade de utilizar preços relativos
para tomada de decisão e de prever o retorno de investimentos;
o Balanço de pagamentos: obscurece o valor da moeda e da taxa de câmbio,
provocando preferência pela moeda estrangeira e causando fuga de capitais;
o Distribuição de renda: salários geralmente não são os preços que mais sobem,
portanto, os trabalhadores perdem poder aquisitivo e a renda se concentra na fatia
da sociedade que beneficia com a elevação dos preços;
o Finanças públicas: efeito Oliveira-Tanzi: corrosão do valor da arrecadação fiscal
pela defasagem entre o fato gerador e o recolhimento dos impostos.
o Aumento nos custos de transação: agentes gastam muito mais tempo e recursos
para identificar as melhores oportunidades produtivas e alocativas.

1.3. POLÍTICA ECONÔMICA

A política econômica consiste na intervenção do governo na economia com o objetivo de


manter elevados níveis de emprego e elevadas taxas de crescimento econômico com estabilidade
de preços. É importante entender o que é política econômica, pois na disciplina de economia
brasileira, os planos de estabilização e de crescimento são meras manipulações da política

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econômica. Importante observar que não há um consenso entre os teóricos acerca da eficiência
da política econômica. Para keynesianos políticas econômicas expansionistas, em geral, tem
efeito positivo sobre a economia, pois afeta a demanda agregada, o emprego e o PIB. Já para
alguns teóricos neoclássicos, uma política monetária expansionista só gera inflação e não tem
efeito sobre as variáveis reais do sistema.

1.3.1 Política Fiscal

O que é? É a atuação do governo no que diz respeito à arrecadação de impostos e aos


seus gastos. Ambos afetam diretamente o nível de demanda da economia:
o Arrecadação de impostos: afeta a renda disponível dos agentes e esta afeta o
consumo e a poupança agregada:
C = α + c.YD
C = α + c.(Y + TR – tY)
Onde: C = consumo; α = consumo autônomo; c = propensão marginal a
consumir; YD = renda disponível; Y = renda total; TR = transferências do
governo, são constantes; tY = parcela da renda paga em impostos.
o Gastos do governo: são diretamente um elemento de demanda:
DA = C + I + G, onde: I = investimento e G gastos do governo, ambos aqui
considerados constantes
o Multiplicador dos gastos:
Y = DA = C + I + G
C = (α + c.TR) + c.(1 – t).Y
Y = (α + c.TR + I + G) + c.(1 – t).Y
Y – c.(1 – t).Y = (α + c.TR + I + G)
Y = [1/(1 – c (1 – t))]. (α + c.TR + I + G)

Como interpretar isso?


o Qual variável é manipulada numa política fiscal contracionista e qual o efeito?
Aumenta t diminui Y.
o Qual variável é manipulada numa política fiscal expansionista? Aumenta G ou TR e
aumenta Y.
Resultado do governo: receita – despesa
o Receita = arrecadação de impostos
o Despesa = gastos correntes, gastos com investimentos e gastos com juros

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o Se receita > despesa = superávit


o Se receita < despesa = déficit
Como o governo financia seu déficit? Emitindo dívida pública:
o Venda de títulos públicos ao setor privado: absorção de poupança privada
o Venda de títulos público ao Banco Central: emissão monetária

1.3.2 Política Monetária

O que é? É a atuação do Banco Central para definir as condições de liquidez da economia


como: quantidade ofertada de moeda, nível da taxa de juros etc. A política monetária afeta
a demanda agregada indiretamente.
Oferta de moeda: realizada pelo governo (Banco Central).
O que é moeda: moeda é o ativo utilizado para liquidar transações e tem a característica
de ser o ativo mais liquido que existe. Agregados monetários:
o Meios de pagamentos restritos:
M1 = papel moeda em poder do público (PP) + depósitos à vista (DV)
o Meios de Pagamentos Ampliados
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança +
títulos emitidos por instituições depositárias
M3 = M2 + quotas de fundo de renda fixa + operações compromissadas
registradas no Selic
o Poupança Financeira
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez
Taxa de juros: SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é o depositário central
dos títulos da dívida pública federal interna. O Sistema também recebe os registros das
negociações no mercado secundário e promove a respectiva liquidação, contando,
ademais, com módulos por meio dos quais são efetuados os leilões de títulos pelo Tesouro
Nacional ou pelo Banco Central. Quanto às negociações, o sistema acata comandos de
compras e vendas à vista ou a termo, definitivas ou compromissadas, adotando os
procedimentos necessários às movimentações financeiras e de custódia envolvidas na
liquidação dessas operações, realizadas uma a uma e em tempo real - ou seja, utilizando o
modelo LBTR (liquidação bruta em tempo real). Por intermédio do SELIC também são
efetuados as liquidações das operações de mercado aberto e de redesconto com títulos
públicos, decorrentes da condução da política monetária. Em 28/02/2008 a taxa de juros

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SELIC estava em 11,18% aa. Esta taxa é definida mensalmente pelo COPOM (Comitê de
Política Monetária).

Como a PM afeta a economia? Diversas abordagens teóricas:


o Teoria keynesiana: a redução da taxa selic, melhora a relação entre taxa de juros e
eficiência marginal do capital, incentivando o investimento, que por sua vez
incentiva a demanda agregada, o emprego e o produto.
o Teoria neoclássica: um aumento da oferta de moeda, fera apenas inflação, via
teoria quantitativa da moeda.

1.4. SETOR EXTERNO

Balanço de pagamentos
o A - Balança de transações correntes
Balança comercial
Balança de serviços e rendas
Transferências unilaterais
o B - Conta capital e financeira
Conta capital
Conta financeira
o C - Erro e omissões
o Resultado do balanço = A + B + C (déficit ou superávit)
o D – Variação de reservas (divisas = moeda estrangeira e ouro)
Se o resultado do balanço de pagamentos for positivo (superavitário), então
D é negativo, indicando entrada de divisas;
Se o resultado do balanço de pagamentos for negativo (deficitário), então D
é positivo, indicando saída de divisas.
o Dívida externa: se o país não tiver divisas (moeda estrangeira) para bancar o déficit
em transações correntes (em geral a conta mais problemática é a balança de
serviços), ele terá de emprestar dinheiro de algum organismo internacional e isso
gera uma dívida externa.
Taxas de câmbio: é o valor que uma moeda nacional possui em termos de outra moeda
nacional; é a taxa pela qual duas moedas de países diferentes podem ser trocadas.
o ATENÇÃO: no Brasil costumamos expressar a quantidade de moeda nacional
necessária para comprar uma unidade de moeda estrangeira, isto é: xR$/1US$

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(R$/US$ = 2,90, significa que são necessários 2,9 reais para comprar 1 dólar). Em
outros países, ela é expressa como a quantidade de moeda estrangeira necessária
para comprar uma unidade de moeda nacional, isto é: xUS$/1R$ (US$/R$ = 0,35)
significa que são necessário 35 centavos de dólar para comprar 1 real)
o Determinação da taxa de câmbio: envolve diversas variáveis que afetam a oferta e
demanda das moedas em questão: competitividade,
o Valorização: aumento do poder de compra de uma moeda em relação à outra.
o Desvalorização: diminuição do poder de compra de uma moeda em relação à outra.
Regimes cambiais:
o Fixo: o governo define uma taxa e intervém no mercado de câmbio, vendendo ou
comprando divisas, para sustentar a taxa definida;
o Flutuante: o governo não intervém no mercado de câmbio e a taxa flutua de acordo
com oferta e demanda de divisas.

PARTE II – PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO

PLANO CRUZADO (28 DE FEVEREIRO DE 1986)

Objetivos:
Qual a origem da inflação que o Plano Cruzado pretendia combater?
Quais os elementos constitutivos do plano?
Quais os resultados do plano?

1.5. CONTEXTO ECONÔMICO INTERNACIONAL

1970-1980
PIB mundial, 1973: Crescimento de cerca de 7%, puxado pelo aquecimento da demanda
mundial decorrente do aumento dos gastos americanos com a guerra do Vietnã (principalmente
entre 1961 a 1974).
Aumento da liquidez mundial: expansão do mercado de euro-dólares (depósitos em dólares
efetuados em bancos localizados fora do território dos EUA, em geral na Europa), o que permitiu
a expansão do crédito bancário para o financiamento do crescimento dos países em
desenvolvimento e para o comércio internacional.

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Crescente inflação dos países industrializados: explicada, sobretudo, como fruto dos regimes de
câmbio fixo e fruto do crescimento (curva de Philips).
1973 – 1º choque do petróleo: após a Guerra do Yom Kipur, em outubro de 1973, os países
árabes decretam completo bloqueio do fornecimento de petróleo aos aliados de Israel, atingindo
principalmente Estados Unidos, Holanda e Portugal. O preço do barril passa de US$ 10 (dólares
de 2003) para US$ 42.
1979 – 2º choque do petróleo: surge inicialmente em decorrência da Revolução Islâmica no Irã,
quando o aiatolá Khomeini obriga a uma ampla renegociação dos contratos de exploração das
companhias estrangeiras - em especial a BP - residentes no país. No ano seguinte eclode a
Guerra Irã-Iraque, desencadeada em 1980 (durará até 1988) por Saddam Hussein contra o novo
regime xiita do Irã (com o apoio dos Estados Unidos, que armam o Iraque, inclusive com armas
de destruição em massa). O preço do barril chega a US$ 80, cai a US$ 30 em 2000 e hoje está
em torno de US$ 70. (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Início dos anos 80: aperto da política monetária americana com a elevação da taxa de juros
EUA.
Conseqüência final deste cenário mundial no início da década de 80: restrição do crédito
internacional para os países em desenvolvimento.

1.6. CONTEXTO POLÍTICO-ECONÔMICO BRASILEIRO

1.6.1. Antecedentes Políticos


Ascensão e queda do Regime Militar: o regime militar nasceu de um golpe de Estado
desfechado a 31 de março de 1964 contra o presidente João Goulart. Apoiaram o golpe os
partidos conservadores (PSD e UDN), o empresariado, os proprietários rurais e a classe média
urbana, unidos, acima de tudo, para dar combate ao comunismo. A queda do regime militar
culmina com a crise sócio-econômica do início da década de 80.
Nova República: período iniciado no Brasil com as reformas políticas e institucionais do governo
de José Sarney (1985-1990), primeiro presidente civil depois do regime militar.
O marco do novo regime é a Constituição Federal de 1988: A Nova Constituição assegurou
novas conquistas sociais: consagrou o regime presidencialista, independência dos 3 poderes,
voto ao analfabeto e aos maiores de 16 ano e a censura foi abolida.

1.6.2. Antecedentes Econômicos

Milagre econômico (1968-1973): taxas de crescimento de até 14% a.a. (1973)

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Conseqüências:
Endividamento externo
Trajetória ascendente da inflação
Mecanismos de indexação permitiam postergar depois a implantação de medidas restritivas.
O crescimento da dívida externa, mais a alta dos juros internacionais, associadas à alta dos
preços do petróleo, somaram-se e desequilibraram o balanço de pagamentos brasileiro e,
conseqüentemente, houve o aumento da inflação e da dívida interna e o fim do milagre de
crescimento, em 1983 o PIB cai 5,2%.
Meados de 1980 sente-se as conseqüências do cenário econômico mundial pela escassez de
financiamento externo com a dificuldade de renovar empréstimos.
Ajustamento externo (1981-1984): desvalorizações cambiais para ajustar o Balanço de
Pagamentos e acordos com FMI para conseguir vinculando a obtenção de mais recursos com o
ajuste das contas fiscais do Estado.
A inflação foi colocada em segundo plano. As medidas ortodoxas para combatê-la (restrição ao
crédito, contração monetária) com conseqüente queda da demanda, do PIB e a rigidez da
inflação em 1981, reforçava o diagnóstico da inflação inercial.

1.7. DIAGNÓSTICO DA INFLAÇÃO EM 1986

A inflação brasileira entre 1979 e 1986 apresentava propriedades específicas e dinâmica própria
que a faziam resistir aos antídotos deflacionistas recessivos.
Dois pontos principais:
1979: de 50% a.a. para 100% a.a
1983: 200% a.a.
O diagnóstico heterodoxo baseava-se na noção de inflação inercial. A inércia inflacionária resulta
do conflito distributivo, típico das economias capitalistas, qual seja: Ela é propagada pelos
mecanismos de indexação para a correção monetária dos preços, salários, taxa de câmbio e
ativos financeiros que repassam aos preços futuros a inflação passada (essa é a definição de
Bresser Pereira que acha incorreto definir inflação inercial como uma situação de inflação alta e
estável, isto por que ele enfatiza a existência de fatores aceleradores e mantenedores da
inflação inercial). Na ausência de choques, a taxa de inflação permaneceria no patamar vigente.
Um choque de oferta, como uma desvalorização da taxa de câmbio, causaria uma elevação
permanente na taxa de inflação, resultando numa inconsistência na distribuição de renda (esta
parte é do livro A ordem do progresso).

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Logo, o principal ingrediente para a eliminação da inflação inercial seria a fixação dos preços
relativos nos valores médios e a supressão dos mecanismos de indexação que atrelavam a
inflação futura à passada.
Administrar o nível de preços é o motivo que justifica o congelamento enquanto medida para
acabar com a inflação inercial.

1.8. O PLANO CRUZADO

1.8.1. Características

Reforma monetária substituindo o cruzeiro pelo cruzado, a uma taxa de conversão de Cr$
1.000,00 (mil cruzeiros) por Cz$ 1,00 (um cruzado);
Choque neutro: regras específicas de conversão visando evitar uma redistribuição de renda
perversa para os trabalhadores que poderia ocorrer em decorrência das diferentes
periodicidades dos reajustes:
Salários: foram convertidos tomando como base o poder de compra médio dos últimos seis
meses. Concessão de abono de 8% para todos os assalariados para garantir a aceitação da
conversão pela média. O salário mínimo foi fixado em Cz$ 804,00, equivalente a um abono de
16%.
Aluguéis: foram convertidos pela média dos picos (relação média-pico), com reajustes
semestrais e anuais;
Congelamento de preços:
Salários: não foram congelados e os dissídios anuais prevalecentes até 1979 foram
reestabelecidos. Na ocasião dos dissídios os salários seriam corrigidos em com base em 60%
da variação acumulada do custo de vida. Além disso, criou-se o “gatilho” que consistia na
correção automática dos salários, de acordo com uma escala móvel, sempre que a inflação
chegasse a 20%;
Todos os preços, exceto as tarifas industriais de energia elétrica, foram congelados, por tempo
indeterminado, nos níveis ao consumidor (na ponta) prevalecentes em 27 de fevereiro de 1986.
Não houve qualquer compensação pela inflação passada (desde o último reajuste) nem pela
perda futura (durante a vigência do congelamento);
Tarifas industriais de energia elétrica: foram congeladas com aumento de 20%;
Índice de preços ao consumidor: deslocou-se a base do índice IPCA (índice de preços ao
consumidor ampliado) para 28 de fevereiro de 1986, denominando o novo índice de IPC (índice

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de preços ao consumidor). O objetivo era evitar que o índice registrasse inflação positiva no
primeiro mês, mesmo que os preços permanecessem estáveis ao longo do mês.
Taxa de câmbio: fixada em cruzeiros no nível vigente em 27 de fevereiro de 1986, sem
necessidade de maxidesvalorização compensatória ou defensiva do cruzado.
À política monetária e fiscal não foi aplicada nenhuma regra ou meta, o que tornava difícil a
administração destas políticas:
Taxa de juros alta: poderiam desincentivar os investimento e aumentar os encargos da dívida
pública.
Taxas de juros baixas: poderiam estimular a especulação com estoques e moedas estrangeiras
ameaçando a estabilidade.
Política fiscal: cancelamento do “pacote fiscal” anunciado em 1985, que visava alcançar
superávit primário, em razão da perda de arrecadação decorrente da não concretização dos
ganhos nominais de capital e da perda do imposto inflacionário.

1.8.2. Resultados

Março de 1986 – junho de 1986


Ampla participação da sociedade na fiscalização do congelamento;
Queda substancial da inflação;
Indícios de existência de excesso de demanda na economia, confirmados pela explosão do
consumo decorrente do:
Aumento do poder de compra dos salários;
Despoupança voluntária causada pela ilusão monetária;
Redução das taxas de juros nominais;
Consumo reprimido durante os anos de recessão;
Congelamento de alguns preços com valores defasados em relação aos custos.
Tomada de consciência, pelo governo, do déficit público: 2,5% do PIB, contra uma taxa de 0,5%
prevista no “pacote fiscal” de 1985;
Sintomas do superaquecimento da economia, junho de 1986:
Crescimento de 22,8% das vendas;
Crescimento de 33,2% da produção de bens de consumo duráveis;
Queda de 4,4% (em março) para 3,8% na taxa de desemprego aberto;
Aumento de 12% nos salários reais.
Duas soluções possíveis para que o superaquecimento da economia não causasse pressões
inflacionárias:

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Fim do congelamento
Corte na demanda agregada: opção implantada via pacote de ajuste fiscal (cruzadinho).
Julho de 1986 – outubro de 1986
Cruzadinho: pacote de ajuste fiscal elaborado para desaquecer o consumo via empréstimos
compulsórios, como novo imposto na aquisição de gasolina e compra de automóveis que seriam
restituídos após 3 anos, entre outros;
O aumento da arrecadação financiaria o Plano de Metas que visava crescimento de 7%;
Escassez de produtos: com a atenção do governo voltada para as eleições de governadores e
da Assembléia Constituinte, o Cruzadinho teve pouca eficácia e o Pib industrial alcançava um
pico de crescimento de 12,2% que ainda assim não foi suficiente para atender a demanda o que
causou escassez de produtos;
A inflação se manteve baixa, mas com tendência ascendente.
Deterioração das contas externas: queda das exportações, em razão da necessidade de atender
a demanda interna, gerou a necessidade de desvalorizar o cruzado e, portanto, descongelar a
taxa de câmbio. Com a expectativa de que o câmbio ainda estava sobrevalorizado em pelo
menos 10%, isto adiava as exportações o que gerou a deterioração do balanço de Pagamentos.
Novembro de 1986 a junho de 1987
Após a vitória do partido do governo nas eleições, anuncia-se o Cruzado II;
Cruzado II: pacote fiscal que objetivava aumentar a arrecadação do governo em 4% do PIB
através de reajustes de tarifas públicas (gasolina energia elétrica, telefone, etc) e aumento de
impostos indiretos (automóveis cigarros e bebidas);
Resultado do cruzado II: forte choque inflacionário;
O cruzado II previa que os preços dos automóveis, cigarros e bebidas deveriam ser expurgados
do IPC para retardar o primeiro “gatilho” salarial, mas a reação da população fez o governo voltar
atrás. O “gatilho” reajustou os salários em 20%.
A economia se desaquece;
Suspensão por tempo indeterminado do pagamento de juros da dívida externa, com o objetivo
de estancar a perda de reservas cambiais e iniciar uma nova fase de renegociações da dívida;
A confirmação do fracasso do plano vem com o retorno da indexação, das altas taxas de inflação
e do fim do congelamento em fevereiro de 1987.
Causas do fracasso do Plano cruzado:
Descaso com as contas externas (dívida externa);
Déficit público;
Duração excessiva do congelamento;
Superaquecimento da economia (excesso de demanda);

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PLANO BRESSER (12 DE JUNHO 1987)

Relembrando o Plano Cruzado:


Objetivo: tentativa de estabilizar o nível dos preços, cujo diagnóstico acerca da causa da inflação
baseou-se na teoria da inflação inercial.
Inflação inercial: é a inflação causada pelo repasse da inflação passada aos preços futuros,
viabilizados, sobretudo, pelos mecanismos de indexação. Essa passagem ocorre, de acordo
com a corrente estruturalista, em decorrência da existência do conflito distributivo. Este consiste
na tentativa permanente de cada indivíduo ou grupo social manter ou ainda aumentar sua
participação na renda através da administração dos preços.
Principais medidas:
Reforma monetária (mudança do padrão monetário de cruzeiro para cruzado);
Congelamento de preços;
Extinção dos mecanismos de indexação.
Causas do Fracasso:
Descaso com as contas externas (dívida externa);
Déficit público;
Duração excessiva do congelamento;
Superaquecimento da economia (excesso de demanda);
Preços relativos se mantiveram em desequilíbrio (Bresser-Pereira)
Ensinamentos legados pelo Plano Cruzado:
Necessidade de controlar a demanda após a estabilização;
Necessidade de que os choques fossem neutros do ponto distributivo;
Redução do prazo do congelamento de preços;
Importância do equilíbrio externo (balança de pagamentos).
Sai Dílson Funaro e entra Bresser-Pereira como Ministro da Fazenda;
Característica do Plano Bresser: enquanto o Plano Cruzado foi caracterizado como um plano
heterodoxo, o plano Bresser foi caracterizado como um Plano híbrido, pois reunia medidas de
caráter ortodoxo e heterodoxo.
Objetivos do Plano Bresser:
Não visava “inflação zero”, apenas a redução do nível da inflação;
Não visava eliminar a indexação da economia;
Visava a redução do déficit público.
Medidas de caráter ortodoxo:

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Minidesvalorização de 7,5% do cruzado (lembrar que o Plano cruzado fixou o câmbio em


cruzeiros no nível vigente em 27 de fevereiro de 1986, sem necessidade de maxidesvalorização
compensatória ou defensiva do cruzado), visando melhorar o resultado do BP;
Austeridade Fiscal: programa fiscal que visava reduzir o déficit público em 1987 dos 6,7% do
PIB projetados para cerca de 3,5% do PIB. Isto foi viabilizado por meio do aumento das tarifas
públicas e do fim ao subsídio do trigo e o adiamento de alguns projetos de investimento público;
Outras medidas ortodoxas previstas para o ano seguinte: independência do Banco Central na
condução da política monetária; proibição da emissão de moeda para financiar déficits públicos.
Medidas de caráter heterodoxo
Congelamento dos salários, por um prazo máximo de três meses, nos níveis de 12 de junho de
1987, sem reajuste além daquele realizado em maio. Criação de uma nova base de indexação
salarial: URP – Unidade de Referência de Preços. Os percentuais de reajuste da URP seriam
pré-fixados para os três meses seguintes, com base na taxa de inflação média, fazendo ampliar
a defasagem entre a observação da taxa de inflação e seu repasse aos salários, ou seja,
suspendendo o “gatilho salarial” mensal.
Congelamento dos preços pelo prazo máximo de três meses, nos níveis de 12 de junho de 1987,
com reajuste dos preços da energia elétrica (45%), telefone (34%), aço (32%), pão (36%), leite
(27%) e combustíveis (13%);
Congelamento dos aluguéis residenciais e comerciais aos níveis de junho de 1987, sem
qualquer compensação desde o último reajuste;
Resultados do plano:
A taxa de inflação caiu de 26,1% em junho para 3,1% e 6,4% em julho e agosto;
Dado o desequilíbrio dos preços relativos desde o início do plano, ou seja, alguns preços foram
congelados acima do normal e outros abaixo do normal, isto gerou pressões inflacionárias, tanto
por parte dos trabalhadores que requeriam reajustes salariais, quanto por parte dos empresários
que requeriam a remarcação dos preços;
Essas pressões inflacionárias levaram o governo, em agosto, com o congelamento ainda em
vigor, a reduzir o leque dos preços controlados permitindo alguns reajustes (teto 10%).
Esta medida abalou a credibilidade do programa de congelamento e da URP e a sociedade
perde a confiança na determinação do governo em controlar o déficit público e, portanto, passam
a reajustar os preços;
Em dezembro a inflação atinge 14%, determinando a saída de Bresser Pereira da Fazenda e o
fracasso do plano.

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PLANO VERÃO (14 DE JANEIRO DE 1989)

1.9. POLÍTICA PÓS-PLANO BRESSER

“Política do feijão com arroz” (jan-dez 1988)


Manteve-se uma política conservadora visando:
Estabilizar a inflação em 15% a.m.;
Reduzir o déficit operacional do governo de 8% para 4% do PIB, conforme acordado com FMI.
Medidas:
Suspensão da moratória decretada em fevereiro de 1987;
Congelamento dos empréstimos ao setor público;
Contenção salarial: suspensão dos reajustes por 2 meses dos funcionários públicos;
Redução no prazo de recolhimento dos impostos
Resultados:
No segundo semestre de 1988, o déficit público operacional fica em torno de 4% do PIB, mas
esse resultado é neutralizado pela pressão das operações com moeda estrangeira decorrente da
emissão de cruzado para cobrir a BC e as conversões da dívida externa em capital de risco;
Inflação manteve-se abaixo de 20% no 1º semestre, mas com a recomposição das tarifas
públicas volta a ultrapassar os 20%;
A Constituição Federal (outubro de 1988) piorou:
Contas do governo: pelo aumento das transferências de impostos para Estados e Municípios
sem que fossem repassadas as obrigações
Aumentou o custo da mão-de-obra pelo: aumento de 10 para 40% do FGTS da multa rescisória,
redução da jornada semanal de 48 para 44 horas, aumento do custo da hora extra e ampliação
dos prazos das licenças maternidade e paternidade.
Necessidade de um novo plano:
Em novembro e dezembro a inflação ficou em 26,9 e 28,8% sinalizando superar os 30% levando
a criação do Plano Verão.

1.10. O PLANO VERÃO

Continha elementos ortodoxos e heterodoxos:


Ortodoxos: visava conter a demanda via redução dos gastos públicos e aumento das taxas de
juros;

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Heterodoxos: visava promover a desindexação da economia sem pré-determinar novas regras.


Medidas do Plano Verão:
Congelamento de preços por tempo indeterminado, com aumento para preços e públicos
administrado:
Pão (33,3%)
Leite (47,5%)
Tarifas postais (63,5%)
Tarifas telefônicas (35%)
Energia elétrica (14,8%)
Gasolina (19,9%)
Álcool (30,5%)
Política monetária:
Reforma monetária: introdução do Cruzado Novo, corte de 3 zeros no cruzado: NCz$ 1,00 = Cz$
1.000,00 (em 14 de janeiro de 1989);
Aumento da taxa de juros real de curto prazo visando inibir movimentos especulativos;
Controle do crédito do setor privado através de:
Limitação de crédito;
Alteração do limite do cheque especial;
Redução dos prazos de financiamento e pagamento de cartão de crédito;
Aumento do recolhimento do compulsório;
Suspensão dos leilões mensais de conversão da dívida externa em capital de risco e do
reempréstimo dos depósitos dos bancos credores no BC.
Aluguéis: convertidos para novos cruzados pelos valores médios, de acordo com cada
periodicidade contratual que se baseava em fatores de conversão diferentes;
Salários convertidos para novos cruzados pela média dos últimos 12 meses mais a aplicação da
URP de janeiro;
Ativos financeiros: aplicou-se tabela de conversão para contratos pré e pos fixados ,
expurgando-se da correção monetária a aceleração inflacionária, ou seja, promovendo
transferência de renda dos credores para os devedores (Estado).
Política Cambial: adoção de câmbio fixo NCz$ 1,00 = US$ 1,00, por tempo indeterminado, o que
equivale a uma desvalorização do cruzado de 18%.
Política fiscal: não houve ajuste fiscal, e por conseqüência manteve-se elevados e crescentes
déficits públicos.
Resultados do Plano:

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Sistemática subindexação de salários e contratos o que provocou o descontentamento e


desconfiança não só dos trabalhadores, mas de empresários e investidores colocando a
economia numa trajetória a hiperinflação, com uma taxa mensal de 80% em dez. 1989.
Descontrole das contas públicas: política econômica torna-se prisioneira da rolagem da dívida
interna.

PLANO COLLOR (16 DE MARÇO DE 1990)

1.11. NOVO DIAGNÓSTICO DA INFLAÇÃO BRASILEIRA

A experiência adquirida com o fracasso dos planos de estabilização anteriores faz emergir
um novo diagnóstico para inflação brasileira, baseado em:
Descontrole monetário e fiscal (que já era tido com causa pelos outros planos);
Elevada e crescente liquidez dos haveres financeiros não monetários, isto é, a
possibilidade de alterar rapidamente os portfólios de investimento e de monetizá-los
(transformar em dinheiro) rapidamente;
Consequência da alta liquidez: inviabilizava a política econômica:
Levava ao aumento da demanda de bens de consumo, de ativos reais e de risco e,
portanto, gerava pressões inflacionárias diretas;
Tornava a política cambial ineficaz, gerando pressões para desvalorização cambial e,
portanto, pressões inflacionárias indiretas, pela combinação de duas situações:
Exportador líquido permite o retardamento dos negócios e, portanto, o retardamento da
entrada de divisas, isto, redução da oferta de divisas;
Aumento da demanda por ativos dolarizados, isto é, aumento da demanda por divisas;
Tornava a política monetária passiva: a alta liquidez ao permitir a fuga dos ativos
financeiros, nos momentos de queda da taxa de juros, exigia a manutenção de altas taxas
de juros. Isto impede o controle da oferta de moeda, pois modificações na oferta monetária
afetariam a taxa de juros. Deste modo, a oferta de moeda torna-se endógena e suas
variações, impossíveis de serem controladas pelo governo, geram pressões inflacionárias.
Operações de mercado aberto: era o único instrumento disponível para controlar a oferta
de moeda, mas dada a incerteza do ambiente econômico o BC precisava fixar taxas
diárias no overnight para que os agentes aceitassem realizar operações com títulos
(moeda indexada). Estas taxas eram baseadas na expectativa de inflação o que tornava a
indexação sem limites.
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1.12. PRINCIPAIS MEDIDAS

5.2.1 Collor I (16 de março de 1990)


Reforma monetária:
Mudança do padrão monetário com a volta do cruzeiro equivalente a Cr$ 1,00 = NCz$
1,00;
Redução da liquidez: confisco da liquidez via bloqueio de 50% dos depósitos à vista, 80%
das aplicações de overnight e fundos de curto prazo e 30% dos depósitos de poupança.
Isto representou o bloqueio de cerca de 70% do M4.
Reforma administrativa e fiscal:
Ajuste fiscal: reduzir o déficit de 8% para um superávit de 2%. Resultado superávit de
1,2%.
Plano Nacional de Desestatização (PND): objetivava reduzir a participação do Estado na
economia e reduzir a dívida pública, pagando a dívida com o patrimônio vendido.
Total de 68 empresas vendidas, 18 delas do setor siderúrgico, fertilizantes e petroquímica;
Moedas de privatização: títulos de dívida pública e “moedas podres” (baixa liquidez e
valor);
Arrecadação de US$ 4 bilhões
Congelamento de preços e desindexação dos salários
Mudança de regime cambial: adoção de taxas de câmbio flutuantes.
Mudança na política comercial: processo de liberalização do comércio exterior com:
Eliminação de tarifas de importação (de 40% para 20% em 4 anos);
Eliminação de incentivos às exportações.

Resultado:
O plano fracassa por conta do fato de que as políticas de abertura comercial (incentivos às
importações e desincentivos às exportações) causaram a deterioração da Balança
Comercial que associada à ausência de fluxos de capitais provocou forte desvalorização
do cruzeiro, contribuindo para alimentar o processo inflacionário.

5.2.2 Collor II (31 de janeiro de 1991)


Novo congelamento de preços e salários;
Substituição do overnight pelo Fundo e Aplicação Financeira (FAF), cuja composição de carteira
era regulada pelo governo:

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43% em títulos públicos (federais e estaduais)


13% títulos de desenvolvimento econômicos;
Restante em ativos livres.
Criação da TR (taxa referencial) para atuar como taxa de remuneração dos títulos públicos, que
refletiria a média das remunerações futuras de títulos públicos e privados, visando acabar com a
memória inflacionária;
Aperto fiscal, sobretudo no caixa do ministério da fazenda;
Resultado:
Queda inexpressiva da inflação;
Denúncia de corrupção, crise de confiança dos agentes;
Substituição da Ministra Zélia
Processo de Impeachment do presidente Collor

TRANSIÇÃO ITAMAR FRANCO E O PLANO REAL

1.13. HISTÓRICO
Do Estado Liberal ao Estado Neoliberal
Impeachment de Collor
Denúncias de corrupção envolvendo Collor e o “esquema PC Farias”, entre as quais a
comprovação de que as contas de Collor e PC não tinham sido afetadas pelo confisco.
02/10/1992: Collor é afastado do cargo e assume seu vice Itamar Franco.
29/12/1992: Collor renuncia, mas seu julgamento é levado a cabo (embora sob a
controvérsia acerca da legalidade jurídica) e culmina com a condenação de perda do cargo
de presidente e dos direitos políticos por 8 anos.
Itamar Franco assume em 02/10/1992 como presidente e FHC em maio de 1993 como
ministro da fazenda.

1.14. LANÇAMENTO DO PLANO REAL (A PARTIR DE MARÇO DE 1993)

6.2.1 Diagnóstico da Inflação


Entre 1986 e 1991 o caráter inercial perdeu, paulatinamente, sua força devido aos choques
provocados pelos planos de estabilização;
Entre 1992 e 1994: retoma-se o diagnóstico de inflação inercial devido à:
Ausência de choques neste período (congelamentos)

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Aumento da indexação
Estabilidade da taxa de câmbio
Altas taxas de juros

6.2.2 Propostas para o Combate à Inflação Inercial


Congelamento de preços (Francisco Lopes):
Afeta o componente “choque” da inflação inercial que leva à alteração do patamar inflacionário;
Foi adotado no Plano Cruzado e fracassou devido:
Ao tempo excessivo do congelamento;
À explosão da demanda;
À deterioração das contas externas.
Reforma monetária (Larida = Pérsio Arida e André de Lara Rezende): adoção de duas moedas:
Afeta o componente “tendência” do processo inflacionário responsável por fazer a inflação se
perpetuar em determinado patamar;
Simula os efeitos de uma hiperinflação. Como? Mantendo duas moedas ao mesmo tempo sendo
a primeira “boa” e a segunda “ruim”. Em seguida, substitui lentamente a ruim pela boa.
A experiência mostrou que para um plano de combate à inflação ter sucesso o principal
componente a ser atacado deve ser o componente tendencial, garantindo-se que após o
rompimento da tendência não se verifiquem choques ou que existam mecanismos para dissipar
tais choques.

6.2.3 Contexto Econômico da Adoção do Plano Real


Existência de um ambiente econômico diferente daquele vigente durante o Plano Cruzado:
Situação fiscal melhorada: desde 1990 apresentava significativos superávits primários (sem
contar os juros da dívida pública) e déficits operacionais relativamente baixos (contando os juros
da dívida pública);
Maior nível de reservas;
Maior fluxo (voluntário) de recursos externos, contribuindo para entrada de reservas;
Maior grau de abertura comercial, limitando a capacidade de repassar preços.

6.2.4 Fases do Plano Real


Ajuste fiscal (meados de 1993)
Objetivo: impedir pressões inflacionárias via desequilíbrios orçamentários.

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Apesar de que desde 1990 as contas públicas vinham melhorando acreditava-se que esta
melhora se dava por um Efeito Tanzi1 ao contrário, por isso, medidas reais de ajuste fiscal
eram tidas como necessárias.
Medidas:
Corte de despesas: implantação do PAI (Plano de Ação Imediata) com meta de redução
dos gastos da ordem de US$ 7 bilhões.
Aumento dos impostos: criação do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação
Financeira) que durou de janeiro a dezembro de 1994 (imposto do cheque):
Vantagens: facilidade de recolhimento, ampla base tributária (inclusive para atividades
informais), não compartilhada com outras esferas de governo.
Desvantagens: imposto em cascata, desestimula à intermediação financeira e aumento
das taxas de juros.
Diminuição das transferências do governo federal: criação do FSE (Fundo Social de
Emergência) que se constituía de 15% da arrecadação de todos os impostos sem que
estes recursos atendessem as determinações da Constituição de 1988, isto é, sem que
tivessem de ser repassados à Estados e Municípios.
Indexação completa da economia (1º março de 1994)
A (hiper) inflação destrói as funções da moeda sequencialmente:
Primeiro debilitando sua capacidade de servir como reserva de valor. Ninguém mais
guardava cruzeiros no bolso ou no banco;
Segundo, prejudicando sua utilidade como unidade de conta: à medida que se dissemina a
indexação, ninguém mais usava cruzeiros para dar o valor de uma casa, um carro. As
coisas passaram a ser contadas em dólar, em UFIR etc.;
Terceiro, reduzindo sua capacidade de servir como meio de pagamento. Isso não chegou
a ocorrer inteiramente no Brasil, especialmente entre a população mais pobre, que
continuava pagando suas pequenas contas em cruzeiro. Mas os mais ricos já usavam
dólar ou papéis indexados.
Objetivo: recuperar as funções da moeda, sobretudo as funções de unidade de conta e
reserva de valor, por meio da simulação dos efeitos de uma hiperinflação com indexações
diárias e mantendo-se simultaneamente duas moedas (ou uma quase moeda e uma
moeda) de modo a eliminar a memória inflacionária da moeda “boa”, cuja função unidade

1
Efeito Tanzi: é o efeito de deterioração das receitas públicas pela inflação decorrente da defasagem entre o fato
gerador e o recolhimento. Efeito Tanzi ao contrário seria a ampliação das receita públicas pela inflação decorrente da
política de controle na “boca do caixa”.
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de conta estaria vinculada e depois substituí-la definitivamente como unidade monetária


oficial.
Medidas:
Cruzeiro real (CR$) em 1 de agosto de 1993 a 30 de junho de 1994. CR$ 1,00 = Cr$
1.000,00. Passaria a funcionar como meio de pagamento do sistema.
URV (Unidade Real de Valor): criada em 1º de março de 1994, por medida provisória e
sancionada pela Lei Nº 8.880 de 27 de maio de 1994, passaria a funcionar como unidade
de conta do sistema:
Tinha uma relação de paridade com o dólar: 1 URV = US$ 1,00
Era corrigida diariamente em termos de cruzeiro real com base na média aritmética das
variações dos seguintes índices de preços: IGP-M, IPC-FIPE e IPCA-Especial;
Preços oficiais, contratos, salários (média dos últimos quatro meses) e impostos foram
convertidos imediatamente em URV, os demais preços foram convertidos
espontaneamente pelos agentes, ou seja, os agentes passavam a formar seus preços em
URV.
Portanto, a URV funcionava como unidade de conta, expressando o preço das
mercadorias, mas as transações era liquidadas em cruzeiro real, que mantinha a função de
meio de troca. Ou seja, no momento da transação convertia-se o preço da mercadoria
expresso em URV em CR$ pela cotação do dia da URV. Com isso a inflação persistia em
cruzeiros, mas não em URV.

Valores para 1 URV em Cruzeiros Reais


1994 Jan Fev Mar Abr Mai Jun
01 333,17 466,66 647,50 931,05 1.323,92 1.908,68
02 333,17 475,31 657,50 931,05 1.323,92 1.942,11
03 333,17 484,11 667,65 931,05 1.345,54 1.942,11
04 338,52 493,09 677,98 931,05 1.367,56 1.976,13
05 343,95 502,23 688,47 948,93 1.389,94 1.976,13
06 349,47 502,23 688,47 967,16 1.412,74 1.976,13
07 355,09 502,23 688,47 985,74 1.435,92 2.010,74
08 360,79 511,53 699,13 1.004,68 1.435,92 2.046,38
09 360,79 521,01 709,96 1.023,98 1.435,92 2.082,65
10 360,79 530,67 720,97 1.023,98 1.459,76 2.119,80
11 366,58 540,51 732,18 1.023,98 1.484,27 2.157,78

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12 372,47 550,52 743,76 1.043,65 1.509,20 2.157,78


13 378,45 550,52 743,76 1.063,70 1.534,66 2.157,78
14 384,52 550,52 743,76 1.084,13 1.560,55 2.196,55
15 390,70 550,52 755,52 1.104,96 1.560,55 2.236,02
16 390,70 550,52 767,47 1.126,18 1.560,55 2.276,91
17 390,70 560,73 779,61 1.126,18 1.586,87 2.318,55
18 396,97 571,12 792,15 1.126,18 1.613,64 2.361,49
19 403,35 581,70 805,53 1.147,81 1.640,66 2.361,49
20 409,82 581,70 805,53 1.169,80 1.668,54 2.361,49
21 416,40 581,70 805,53 1.191,93 1.696,69 2.406,05
22 423,09 592,48 819,80 1.191,93 1.696,69 2.452,17
23 423,09 603,46 834,32 1.213,97 1.696,69 2.499,18
24 423,09 614,65 849,10 1.213,97 1.725,31 2.547,09
25 429,88 626,04 864,14 1.213,97 1.754,41 2.596,58
26 436,78 637,64 879,45 1.235,99 1.784,00 2.596,58
27 443,80 637,64 879,45 1.258,12 1.814,09 2.596,58
28 450,92 637,64 879,45 1.280,19 1.844,69 2.647,03
29 458,16 - 895,03 1.302,65 1.844,69 2.698,46
30 458,16 - 913,50 1.323,92 1.844,69 2.750,00
31 458,16 - 931,05 - 1.875,82 -

Reforma monetária: 1º de julho de 1994


Depois que todos os preços estavam expressos em URV o governo introduz a nova
moeda, o Real (R$), cujo valor era igual a URV e, portanto, igual ao dólar do dia: US$ 1,00
= URV 1,00 = CR$ 2.750,00.
Âncora monetária: o ponto fundamental do plano era evitar a possibilidade dos agentes
repassarem choques de custos para preços, por isso outras medidas foram tomadas:
Metas de expansão monetária restrita;
Restrição de operações de crédito;
Imposição de depósito compulsório de 40% para 100% sobre captações de recursos no
sistema financeiro;
Controle da demanda;
Taxas de juros elevadas para desestimular processos especulativos.

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“Âncora cambial”: paridade R$ 1,00 = US$ 1,00 e controle cambial na forma de flutuação
para baixo com teto na paridade.

IMPACTOS E PROBLEMAS DO PLANO REAL

1.15. INFLAÇÃO
Redução lenta, mas estável;
IGP: junho = 46,58%
IGP em julho = 24,71%, devido a tentativas de se aproveitar da confusão da troca de moeda;
IGP em agosto = 3,34%
Em 1995 IGP = 14,8% e 1996 = 9,3%
Ver gráfico.

1.16. DEMANDA
Política monetária restritiva, com taxas de juros reais elevadas, não impediu a explosão da
demanda.
Motivos:
Aumento do poder aquisitivo: fim do imposto inflacionário
Recomposição dos mecanismos de crédito como efeito do fim da inflação
Taxa de juros e prestações fixas
Demanda reprimida
Previsibilidade da renda futura
Ilusão monetária: despoupança

1.17. CÂMBIO
Valorização cambial: estratégia do plano de estabilização, pois a possibilidade de importação
dada à valorização do câmbio força os preços internos a acomodarem-se aos internacionais, ou
seja, a valorização cambial serviu para aprofundar a ancoragem dos preços.
Funciona para bens tradeables, mas não funciona para bens não tradeables, por isso observou-
se aumento de preços para esses bens, ver tabela 18.1.
Enquanto continuava a entrada de recursos externos o governo permitiu a valorização, assim a
combinação entre a valorização cambial, a abertura comercial e o grande volume de reservas
manteve os preços internos controlados (superâncora cambial).

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A partir de 1995, para controlar a apreciação do câmbio, o governo recorre a esterilização (entra
divisas transformam-se em reservas no lugar entram reais venda de títulos para captar
os reais em excesso) com conseqüente aumento da dívida pública.

1.18. BALANÇA PAGAMENTOS


Déficit na balança comercial: a apreciação cambial e o aquecimento da demanda levaram ao
aumento das importações e à queda das exportações.
Ver tabela 18.2
Os superávits comerciais serviam para compensar os déficits da balança de serviços (decorrente
do pagamento de juros) e manter o equilíbrio das transações correntes.
Duas características do período:
Pauta de importações: aumento da parcela de bens de consumo (185%) e automóveis (208%):
problema: não amplia a capacidade futura de pagamento do país.
Natureza do capital ingressante: recursos voláteis que se caracterizam pela possibilidade de
refluir rapidamente em resposta às incertezas (queda na taxa de juros, aumento na taxa de juros
internacional etc.)
Problema: manter déficits em TC financiado com recursos voláteis e direcionado para o consumo
gerará uma situação de deterioração do BP.
Algumas medidas de restrição do crédito e de controle de capitais foram tomadas, mas, o déficit
em TC manteve-se.

1.19. RESULTADO FISCAL


Déficit operacional: 1991/1994 = 0,4% do PIB e 1995/1998 = 5,1% do PIB
Resultado primário: 1991/1994 = superávit de 2,9% do PIB e déficit de 3,1% do PIB
Esta deterioração das contas públicas se deu apesar da:
Elevação da carga tributária;
Receitas de privatização
Esta deterioração das contas públicas deveu-se ao:
Aumento dos gastos previdenciários e assistenciais:
Aumento do número de beneficiários;
Aumento do valor dos benefícios;
Vinculação de receitas a despesas;
Inflexibilidade dos componentes de gastos;
Transferências de renda.

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1.20. PRODUTO E EMPREGO


Crescimento do PIB: trajetória stop and go
Média do período 2,6% a.a, frente a uma taxa histórica de 7%
Desemprego atinge seu recorde em 7,6% (aberto), fechado chegou a 20%

1.21. RESERVAS INTERNACIONAIS


Crise do México: dezembro de 1994
Primeiro teste à resistência do plano
Perda de reservas: US$ 12 bilhões, que se recuperam no final do ano para US$ 50 bi.
Início de 1995 havia consenso de que não se poderia deteriorar ainda mais as contas externas
Medidas:
Controle da demanda via restrição ao crédito e aumento da taxa de juros;
Pequena desvalorização cambial de 6% via alargamento das bandas;
Estímulo aos exportadores via Adiantamento dos Contratos de Câmbio (ACC);
Elevação de algumas tarifas de importação (carros)
A elevação da taxa de juros foi suficiente para evitar um ataque especulativo por conta da crise
mexicana.
Quebra bancária no Brasil: a política adotada para conter a crise mexicana gerou uma retração
da atividade econômica que implicou num grande aumento da inadimplência (empresas, bancos
e consumidores) provocando o princípio de uma crise financeira. Isto obrigou o governo a
implantar dois programas de apoio ao sistema financeiro:
Proer: Programa de estímulo à reestruturação e fortalecimento do sistema financeiro nacional.
Proes: Programa de incentivo à redução do setor público estadual na atividade bancária.
Crise da Ásia: julho de 1997
Perda de reservas da ordem de US$ 20 bilhões, que se recuperam a um patamar superior ao
anterior a 1997.
Medidas: ainda funcionou:
Aumento da taxa de juros
Pacote fiscal
Crise Russa: agosto de 1998
Em 1998 todos os indicadores apontavam a deterioração das condições econômicas:
Aumento do desemprego;
Pequeno crescimento do PIB;
Déficit Público;
Déficit em TC;

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Aumento da relação dívida/PIB


Perda de reservas da ordem de US$ 30 bi, que não mais se recuperou refletindo a descrença na
possibilidade de manutenção da taxa de câmbio.
A crise estava colocada, a grande questão era quando a desvalorização do real ocorreria. Por
motivos eleitorais a desvalorização é empurrada para o ano seguinte.

MUDANÇA CAMBIAL

Desde 1995, os fundamentos macroeconômicos foram se deteriorando:


Teoria:
Padrão de contágio de crises determinado por “maus” fundamentos macroeconômicos:
Inflação descontrolada
Contas externas (saldo comercial e em conta corrente) desequilibradas
Baixos investimentos, baixo crescimento
Alto nível de desemprego
Elevado endividamento público
Apreciação exagerada da taxa de câmbio (sachs)
Empréstimos bancários excessivos ao setor privado (sachs)
Padrão de contágio de crises determinado aleatoriamente pelo comportamento irracional dos
investidores.
No Brasil:
Câmbio sobrevalorizado: em 1995 R$/US$ = 0,971998; em 1998 R$/US$ = 1,2
Ampliação do endividamento externo (déficit em conta corrente):
Balança comercial: 1995 = US$ -3.158 mi; 1998 US$ -6.474 mi
Transações correntes: 1995 = US$ -17.972 mi; 1998 US$ -33.611 mi
Aumento da relação dívida interna liquida/PIB: 1995 = 25,5%; 1998 = 37,1%
Retardamento do crescimento: crescimento do PIB em 1995 = 4,2%; 1998 = 0,2%
Elevação do desemprego: 1995 = 4,6%; 1998: 7,6%
Então, desde meados de 1998 já se justificaria uma desvalorização cambial.
Controvérsia no debate econômico:
Alguns autores (a maioria) acreditavam que a deterioração dos “fundamentos macroeconômicos”
já justificava a desvalorização;

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Outros (Gustavo Franco) achavam que era possível manter a mesma política cambial, pois o
país, no final de 1998, já dava sinais de recuperação da crise russa. Para estes os
determinantes da crise cambial eram outros:
Queda nos termos de troca
Não aprovação de medidas importantes para o ajuste fiscal
Moratória mineira em 1999
Apesar da controvérsia acadêmica, a desvalorização cambial já estava definida em meados de
1998 em decorrência da crise russa, mas foi adiada, por dois motivos:
Eleições presidenciais no final de 1998 (2º mandato FHC)
Transferência do risco cambial para o setor público:
Transferência do risco cambial para o setor público:
Característica do endividamento externo brasileiro em meados da década de 90: predomínio de
captações privadas:
Setor público: 1994 60% da dívida externa total; 1997: 38%
Setor privado: 1994 40% da dívida externa total; 1997: 62%
Do setor privado 30% eram dívidas de instituições financeiras que possuíam ativos externos
capazes de fazer face ao passivo interno
Problema desta característica: uma desvalorização cambial geraria uma deterioração patrimonial
do setor privado que poderia gerar crises econômicas (efeito riqueza: queda do consumo e
investimento em decorrência da queda na riqueza dos agentes) e financeiras (falências e
quebras bancárias)
Solução: transferência do risco cambial para o setor público via operações de hedge cambial
(proteção cambial):
Hedgear: estratégias de proteção para diminuir o risco
Exemplos de oprações de hedge:
Viagem ao exterior: como qualquer gasto no exterior é calculado em dólar pela administradora, o
valor das contas virão indexadas à variação da cotação dessa moeda. Para se proteger de
qualquer crise cambial, o investidor calcula em média quanto gastará em sua viagem e compra o
mesmo valor em dólar ou simplesmente aplica o dinheiro num fundo cambial (atrelado ao dólar).
Ao retornar da viagem, pode vender os dólares comprados e, com o equivalente em reais, pagar
sua fatura.
Produtor agrícola faz para “hedgiar” sua safra: Vamos dizer que um produtor de milho esteja
planejando sua colheita para daqui a quatro meses. No entanto, ele não sabe a que preço vai
estar o produto naquela época. Para evitar que perca muito, caso haja uma queda brusca de
preço, ele compra uma opção de venda. Com isso, garante que vai vender o produto a

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determinado preço, em determinada data. Essa opção de venda protege o produtor contra as
fortes oscilações do preço do produto no mercado. Mas, caso o preço do milho ultrapasse o
preço fixado na opção de venda, o produtor não é obrigado a exercer a operação. Isso é uma
forma de hedge.
Venda de moeda estrangeira tanto no Mercado de Swaps (Swap significa troca. No caso dos
contratos de swaps, pode-se trocar moedas, taxa de juro ou commodities. Um swap de taxas de
juros pode ser utilizado para transformar uma taxa flutuante numa taxa fixa, e vice-versa. Um
swap de moedas pode ser usado para transformar um empréstimo numa moeda estrangeira em
outra moeda. É uma operação mais sofisticada. Por isso, as tesourarias de bancos e os gestores
de fundos de investimento são os que mais usam o mercado de swaps. A idéia é que dois
investidores façam aplicações "casadas" que, no dia do vencimento, servirão como proteção do
dinheiro ou até mesmo como especulação para aumentar o capital) quanto no mercado futuro,
que implicou em perda de US$ 30 bi de reservas estrangeiras;
Alteração na composição da dívida pública por indexador:
Retração nos títulos pré-fixados: participação em 05/1998 = 55% e 12/1998 = 3%
Aumento dos títulos indexados ao over/SELIC
Aumento dos títulos indexados ao câmbio: participação em 1997 = 10% e 1998 = 21%.
Assim, em janeiro de 1999, com a deterioração dos “fundamentos macroeconômicos” e com a
crise política gerada pelos Estados que queriam rediscutir as dívidas estaduais (moratória
mineira) o governo promove uma desvalorização de 70% da taxa de câmbio, mantendo
inicialmente o regime de bandas e posteriormente adotando o câmbio flutuante: de R$/US$ = 1,2
em 1998 para R$/US$ 2,00 em 1999.
Resultado:
Prejuízo para o Tesouro Nacional: só em janeiro de 1999 o aumento da dívida pública pelos
títulos indexados ao câmbio foi de R$ 50 bi.
As perdas concentraram-se no setor público, pois apenas uma pequena parcela da dívida
externa do setor privado não estava protegida.
Para conter a aceleração inflacionária, decorrente da perda da âncora cambial, e a saída de
reservas o governo aumenta a taxa de juros selic para 45% em mar/1999.
Inflação: IGP
1998 = 1,7% aa (dez/1998 = 0,98%)
1999 = 20% aa (fev/1999 = 4,4%)
2000 = 9,8%
Taxa de câmbio se estabiliza em abril/1999 em R$/US$ = 1,7

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Regime de Metas de Inflação: a partir de julho de 1999 o governo adota formalmente o regime
de metas de inflação como âncora dos preços em substituição da âncora cambial.

Para concluir, remos a seguir um pequeno quadro com as principais características de cada um
dos períodos envolvidos no texto acima.

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Planos Cruzado Bresser Verão Collor I e II Real


Data 28 de fevereiro de 1986 12 de junho de 1987 14 de janeiro de 1989 16 de março 1990 1ª fase: 14 de junho de 1993 (PAI
e FSE)
2ª fase: 28 de fevereiro de 1994
(URV)
3ª fase: 1º de julho de 1994 (Real)
Responsáveis Presidente: José Sarney Presidente: José Sarney Presidente: José Presidente: Fernando Presidente: Itamar Franco
Fazenda: Dílson Funaro Fazenda: Bresser Pereira Sarney Collor de Melo Ministro da Fazenda: Fernando
Fazenda: Maílson da Fazenda: Zélia Henrique Cardoso
Nóbrega Cardoso de Mello.
Diagnóstico Inercial Inercial + inflação de Inercial + inflação de Elevada liquidez dos Inercial
da Inflação demanda demanda haveres financeiros
não monetários
Congelamento Salários: não foram Preços e salários três fases: Preços e salários: por Preços e salários: Não houve.
congelados (1) Congelamento 90 dias; tempo indeterminado. tempo indeterminado
Preços: congelamento (2) Flexibilização: reajustes Descongelamento Ativos financeiros:
previsto para 1 a 3 mensais pelo IPC dos gradual a partir de bloqueio por 18 meses
meses, durou 11 meses. três meses anteriores março. de:
(3) Liberação dos preços Reajustes trimestrais. 50% depósitos à
vista
80% overnight e
fundos de curto

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prazo
30% poupança
Reforma Substituição do cruzeiro Não houve. Substituição do Substituição do Substituição do Cruzeiro pelo
Monetária pelo cruzado: Cr$ cruzado pelo cruzado Cruzado Novo pelo Cruzeiro real: CR$ 1,00 = Cr$
1.000,00 = Cz$ 1,00 novo: Cz$ 1.000,00 = Cruzeiro: Cr$ 1.00 = 1.000,00
NCz$ 1,00 NCZ$ 1.00 Substituição do cruzeiro real e da
URV pelo Real: 1 URV = CR$
2.750,00 = R$ 1,00 = US$ 1,00
Política Salários convertidos à Congelamento seguindo as Congelamento por Congelamento por Não houve congelamento de
Salarial nova moeda pela média fases acima. tempo indeterminado. tempo indeterminado. salários.
dos últimos 6 meses. Não houve abonos ou Salários convertidos
Abono salarial de 8% gatilho. pela média dos
para todos os salários e últimos 12 meses
16% para o mínimo. mais a aplicação da
Dissídios anuais URP de janeiro.
prevalecentes até 1979
foram restabelecidos.
“gatilho” = 20%).
Indexação Indexação proibida por 1 Novo indexador URP para Extinção da OTN e Desindexação dos Indexação da economia pela URV
ano, fim a ORTN e criação os salários. URP. Na prática o salários.
da OTN (congelada por 1 indexador passava a
ano) ser o IPC ou o

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overnight.
Política Fiscal Cruzado I: proposta Contracionista. Proposta: corte de Contracionista. Contracionista.
acomodatícia, mas na Pacote fiscal que visava despesas e aumento Ajuste fiscal: visava Corte de despesas: Plano de
prática foi expansionista reduzir o déficit público de de tributos. reduzir o déficit de Ação Imediata (PAI)
com cancelamento do 6,7% para 3,5%. Prática: o Congresso 8% para 2%. Aumento de Impostos (IPMF)
“pacote fiscal” anunciado não aprova o ajuste Plano Nacional de Fundo Social Emergencial (FSE)
em 1995. fiscal. Desestatização diminuição das transferências do
Cruzadinho (10/86): (PND): privatizações governo federal (15%).
pacote fiscal Continuidade do PND:
Cruzado II (07/87): privatizações.
pacote fiscal
Política Proposta: acomodatícia Contracionista: Contracionista: Redução da liquidez Contracionista:
Monetária Prática: expansionista Proibição de emissão de Aumento na taxa de pelo confisco dos Restrição da expansão
moeda para financiar juros real de curto ativos financeiros. monetária.
déficit público. prazo. Elevação da taxa de juros.
Limite de crédito. Redução prazos de
Redução prazos de financiamento.
financiamento. Aumento compulsório de 40%
Aumento para 100%.
compulsório. Suspensão leilão dívida.
Suspensão leilão
dívida.

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Política Câmbio fixo ao valor de Desvalorização de 9,5% da Adoção de câmbio fixo Adoção de taxas de Âncora cambial: regime de bandas
Cambial 28 de fevereiro de 1986, taxa. NCz$ 1,00 = US$ 1,00, câmbio flutuantes. cambiais, era permitido flutuar
sem desvalorização Minidesvalorizações. o que equivale a uma para baixo com teto na paridade.
compensatória ou desvalorização do
defensiva. cruzado de 18%.
Balança comercial
equilibrada.
Política Nada especial. Nada especial. Nada especial. Inicio do processo de Continuidade de políticas de
comercial: liberalização abertura comercial.
comercial:
Eliminação de tarifas
de importação.
Eliminação de
incentivos à
exportação.
Resultados: Ampla participação da Taxa de inflação cai nos Subindexação de Queda inexpressiva Redução da inflação de 46,5%
população na primeiros meses (jun = salários e contratos: da inflação. em junho para 3,34% em agosto,
fiscalização do 26,1%, jul = 3,1% e ago = descontentamento Denúncias de mantendo-se neste patamar nos
congelamento. 6,4%); dos agentes. corrupção: crise de anos seguintes.
Explosão da demanda. Desequilíbrio de preços Sem ajuste fiscal confiança dos .Aumento da demanda.
Inflação próxima de zero relativos: empresários (ano eleitoral) agentes. Sobrevalorização do câmbio
nos primeiros meses. pressionavam para manteve-se elevados Substituição da Déficits em TC mantido por

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Descaso com as contas remarcar preços; e crescentes déficits Ministra Zélia e capitais voláteis e direcionado
externas: elevação da Governo reduz leque de públicos tornando a posterior para o consumo.
dívida; preços controlados: perda política econômica Impeachment de Deterioração das contas públicas
Descontrole do déficit de credibilidade do plano; prisioneira da Collor. apesar das privatizações e da
público; Em dezembro a inflação já rolagem da dívida Volta da aceleração elevação da carga tributária.
Duração excessiva do alcançava 14%. interna. inflacionária. Baixas taxas de crescimento do
congelamento: Juros elevados. PIB.
desequilíbrio nos preços Flexibilização do Elevação do desemprego.
relativos; congelamento, Deterioração das reservas
Volta da inflação. associada ao fim da internacionais:
OTN e URP leva a Crise mexicana: US$ 12 bi
remarcação de Crise asiática: US$ 20 bi
preços e aceleração Crise russa US$ 30 bi
inflacionária. Desvalorização cambial em
1999.

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