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PROGRAMA DA DISCIPLINA
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EMENTA
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.6 Introdução
A produção de resíduos sólidos tornou-se um grande problema mundial, com reflexos que
extrapolam a área ambiental, visto que a ausência de sustentabilidade do ciclo linear de produção
e descarte de materiais, além de esgotar as reservas naturais, tem transformado o planeta em um
largo depósito de lixo, causando a degradação do meio ambiente (COSTA, 2011).
Para Costa et. al., o interesse com as questões ambientais parece acontecer em ondas
sucessivas e na contingência da conjuntura vigente: forças políticas e pressões econômicas e
ideológicas. Os recursos naturais têm sido explorados no planeta de forma muito errônea e a
conseqüência disso, é o desequilíbrio ambiental, onde um dos grandes problemas é a produção
crescente de resíduos sólidos.
Para que possamos iniciar uma mudança de paradigma e assim, buscar o equilíbrio para
que as gerações futuras possam aproveitar o meio, é necessário que os conceitos inerentes à
produção de resíduos sólidos sejam conhecidos e usados como base para o entendimento da
posição sócio cultural que vivemos.
São resíduos, nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades de origem
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos
nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água,
ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível. (NBR 10004:2004).
Uma definição de resíduos sólidos abrangente, e a proposta pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). A NBR 1004 (ABNT 2004a) define resíduos sólidos como:
ÍCONE 3 – O texto Resíduos Sólidos do site Portal Brasil apresenta um cenário mais
completo sobre a produção e algumas sugestões para a diminuição dos nossos resíduos
produzidos. (http://www.brasil.gov.br/sobre/meio-ambiente/residuos-solidos).
Segundo Lima (2000), os resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e
orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente
utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos
naturais. A classificação quanto à origem, características físicas, químicas e biológicas dos
resíduos, podem-se ser colocadas da seguinte forma:
O quadro acima mostra de forma clara como os resíduos são gerados. A necessidade de se
conhecer a origem a característica de cada resíduo é importante quando da disposição correta
dos resíduos.
Ribeiro e Morelli (2009) apresentam um esquema desta classificação quanto a origem, mais
corriqueira, é apresentado na figura 1.
Figura 1 – Classificação dos resíduos sólidos quanto à sua origem
RESÍDUOS
SÓLIDOS
Indústrias de
Transformação
Rejeitos
Radioativos
Industriais Rejeitos
Agrícolas
Construção
e demolição
Fonte: Adaptado de Ribeiro e Morelli (2009)
São consideradas fontes geradoras, toda e qualquer fonte que possa produzir um resíduo.
Segundo a Lei nº 12.305/2010, os resíduos sólidos são classificados quando as fontes geradoras
conforme os Quadros 2 e 3, através das seguintes classificações:
QUADRO 02 – Classificação das fontes geradoras quanto à origem
Quanto à origem
Os originários de atividades domésticas em
Resíduos domiciliares
residências urbanas;
São aqueles gerados nos processos produtivos e nas instalações industriais. Podem ser
de inúmeros tipos.Atualmente, os resíduos sólidos industriais, que são corretamente destinados a
aterros sanitários industriais, sofrem um processo classificatório prévio ao seu tratamento e
disposição final. A classificação dos resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que
lhes deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com
listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (ABNT,
2004a).
FONTE: http://negocionovale.web285.uni5.net/upload/image_files/photo_5403.jpg
Entende-se por impacto ambiental qualquer deterioração do meio ambiente que decorre de
atividade humana.
Segundo a Resolução n.º 001/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),
Alterada pelas Resoluções nº 11, de 1986, nº 05, de 1987, e nº 237, de 1997, Impacto Ambiental
é "qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do meio ambiente, causada
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem
diretamente ou indiretamente a:
Saúde, a segurança, e o bem estar da população;
Atividades sociais e econômicas;
Biota;
Condições estéticas e sanitárias ambientais;
A qualidade dos recursos ambientais.
Desta forma, uma melhor definição de Impacto Ambiental pode ser descrita como uma
alteração ou efeito ambiental significativo, podendo ser negativo ou positivo (Bitar & Ortega,
1998).
O monitoramento ambiental pode ser realizado pela empresa ou pelo Poder Público, de
maneira isolada ou integrada, auxiliando na elaboração de outro instrumento ambiental, como por
exemplo a auditoria. Nesses casos, o monitoramento é essencial para a auditoria pois, sem o
registro de medições e/ou observações de períodos anteriores, a auditoria fica restrita apenas a
uma avaliação da situação presente (Machado, 1995).
Ainda segundo Machado (1995), uma empresa que não efetua um monitoramento constante
e/ou não registra adequadamente os resultados do monitoramento, não está apta a realizar uma
auditoria ambiental completa e adequada.
1.5.2 Implantação
Aspectos Indicadores
Estado e as tendências dos recursos ambientais; Objetivos do monitoramento
Situação socioeconômica da área em estudo; O que será monitorado
Desempenho de instituições para o cumprimento Informações que se pretende obter.
de suas atribuições.
Fonte: Adaptado da Lei 12305/2010
Neste primeiro tópico, referente aos conceitos básicos dos Resíduos Sólidos, você estudou
os seguintes assuntos:
A produção de resíduos sólidos é hoje um grande problema mundial, com reflexos que
extrapolam a área ambiental;
Podemos conceituar como resíduos, nos estados sólidos e semi-sólidos, os que resultam
de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e
de varrição.
Quanto a sua origem, os resíduos sólidos são materiais heterogêneos, que resultam das
atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando,
entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos naturais;
Consideramos como fonte geradora, toda e qualquer fonte que possa produzir um resíduo;
O monitoramento ambiental pode ser realizado pela empresa ou pelo Poder Público, de
maneira isolada ou integrada, auxiliando na elaboração de outro instrumento ambiental,
como por exemplo a auditoria;
Olá Acadêmico (a)! Agora é só você resolver as questões a seguir. Com isso você
reforçará seu aprendizado. Boa atividade!
1) Defina, conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o que são resíduos
sólidos.
2) Explique como os resíduos sólidos são classificados.
Tópico 2 – Políticas aplicadas e gestão de resíduos sólidos
2.1 Introdução
Segundo Rossi (2009), a questão dos Resíduos Sólidos foi considerada pelo direito
brasileiro de forma predominante na sua historio, como uma questão privada enquanto gerado
nosso domicílios. O Estado somente ocorria quando o assunto era tratado como sanitário e por
estes motivos, foram instituído os serviços públicos, gerando tributos.
Nas décadas de 1960 para 1970, inicia-se uma mudança no foco, como por exemplo, o
decreto-lei nº 303, de 23 de fevereiro de 1967, que criava o Conselho Nacional de Controle da
Poluição Ambiental e dá outras providências, revogado pela LEI Nº 5.318/26.09.1967.
Percebe-se que o assunto dos resíduos permanece com uma forte implicação ao tema
saneamento. Podemos verificar isso na Lei n. 11.445/2007, que estabelece diretrizes nacionais
para o saneamento básico onde se lê em seu art. 2, que fala sobre os princípios fundamentais dos
serviços públicos e ao saneamento, especificificamente em seu inciso III, onde se lê:
Segundo Ribeiro e Morelli (2009), a gestão ambiental no Brasil tem como um dos seus
principais referenciais a Política Nacional do Meio Ambiente, Lei Federal . 6.938/1981, que
estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, sendo esta uma das bases para o desenvolvimento de uma legislação aplicável à
problemática dos resíduos.
UNI ÍCONE 6 A participação social é definida na Lei nº 12.305/2010 como “controle social”, sendo
o conjunto de mecanismos e procedimentos que garanta à sociedade informações e participação
nos processos de formulação, implementação e avaliação das políticas publicas relacionadas aos
resíduos sólidos.
n) Órgãos colegiados
municipais;
o) Cadastro Nacional de
Operadores de Resíduos
Perigosos;
p) Acordos setoriais.
FONTE: Adaptado da Lei Nº 12.305/2010.
UNI ÍCONE 6 Para ler a Lei Federal 12.305 2 de Agosto de 2010 acadêmico (a), você pode
acessar o site do governo federal http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2010/Lei/L12305.htm.
Um dos grandes ganhos com relação ao estabelecimento da Política Nacional de Resíduos
Sólidos foi a definição dos Planos de Resíduos Sólidos, em todas as esferas, Figura 3. O Decreto
7.404/2010 estabeleceu a obrigatoriedade de elaboração de uma Versão Preliminar do Plano a
ser colocada em discussão com a sociedade civil que devem ser formulados, implementados e
operacionalizados com ampla participação social, além de possuir ampla publicidade.
Planos de
Resíduos
Sólidos de
regiões
Planos metropolitanas Planos
Microrregionai ou Municipais de
s de Resíduos aglomerações Resíduos
Sólidos urbanas Sólidos
Planos
Intermunicipais
de Resíduos
Sólidos
UNI ÍCONE 6 Em setembro de 2011, foi lançado no site do Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, uma Versão Preliminar para Consulta Pública do PLANO NACIONAL DE
RESÍDUOS SÓLIDOS. Você pode acessar o site através do endereço
http://www.cnrh.gov.br/pnrs/documentos/consulta/versao_Preliminar_PNRS_WM.pdf
A conferência de Estocolmo foi realizada em junho de 1972 e foi a primeira atitude mundial
em tentar organizar as relações de Homem e Meio Ambiente. cPara Passos (2009), os sérios
problemas ambientais que afetavam o mundo foram a causa da convocação pela Assembléia
Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1968, da Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano, que veio a se realizar em junho de 1972 em Estocolmo. ARAÚJO
(2008) assinala o ano de 1960, como “o ponto de partida de uma nova postura em relação às
questões ambientais e à visão do meio ambiente como valor complexo a ser protegido do ponto
de vista internacional.
A Conferência teve a participação de 113 países representantes, 250 organizações-não-
governamentais e dos organismos da ONU e produziu a Declaração sobre o Meio Ambiente
Humano, uma declaração de princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam
governar as decisões concernentes a questões ambientais. Outro resultado formal foi um Plano de
Ação que convocava todos os países, os organismos das Nações Unidas, bem como todas as
organizações internacionais a cooperarem na busca de soluções para uma série de problemas
ambientais.
UNI ÍCONE 6 A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, reunida
em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, e, atenta à necessidade de um critério e de
princípios comuns que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e
melhorar o meio ambiente humano. Você pode acessar a declaração através do endereço
http://www.mp.ma.gov.br/site/centrosapoio/DirHumanos/decEstocolmo.htm.
No final da década de 80, Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou uma Resolução
determinando à realização, até o ano de 1992, de uma Conferência sobre o meio ambiente e
desenvolvimento que pudesse avaliar como os países haviam promovido a Proteção Ambiental
desde a Conferência de Estocolmo de 1972.
Durante a sessão onde foi aprovada essa resolução, o Brasil ofereceu-se para sediar o
encontro em 1992. Em 1989, em Assembléia Geral, a Organização das Nações Unidas (ONU),
convocou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CNUMAD), que ficou conhecida como "Cúpula da Terra", e marcou sua realização para o mês de
junho de 1992, de maneira a coincidir com o Dia do Meio Ambiente. No Quadro 6, são elencados
os principais objetivos desta conferencia. Dentre os objetivos principais dessa conferência,
destacaram-se os seguintes:
Objetivos
1. Examinar a situação ambiental mundial desde 1972 e suas relações com o estilo de
desenvolvimento vigente;
A questão dos Resíduos Sólidos foi considerada pelo direito brasileiro de forma
predominante na sua historio, como uma questão privada enquanto gerado nosso
domicílios;
Nas décadas de 1960 para 1970, inicia-se uma mudança no foco, como por exemplo, o
decreto-lei nº 303, de 23 de fevereiro de 1967, que criava o Conselho Nacional de Controle
da Poluição Ambiental;
A gestão ambiental no Brasil tem como um dos seus principais referenciais a Política
Nacional do Meio Ambiente, Lei Federal . 6.938/1981, que estabelece a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, sendo esta uma
das bases para o desenvolvimento de uma legislação aplicável à problemática dos
resíduos;
Que a Lei Federal 12.305 2 de Agosto de 2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos;
São necessárias ações conjuntas entre o poder público, o setor empresarial e a sociedade,
inclusive que os estados e municípios, embasados por essas diretrizes, criem novos
planos de ação ajustados à nova política, dentro das suas peculiaridades e realidades;
Que o cenário mundial de resíduos é muito heterogêneo, visto que tem-se países em
desenvolvimento que não respeitam o meio ambiente em detrimento do crescimento
econômico, bem como países desenvolvidos que não vêem a necessidade de cuidar do
meio ambiente, já que isso iria provocar mudanças no consumo;
A conferência de Estocolmo foi realizada em junho de 1972 e foi a primeira atitude mundial
em tentar organizar as relações de Homem e Meio Ambiente;
Convenção de Basiléia, que discorreu sobre o controle dos movimentos transfronteiriços e
resíduos perigosos e sua destinação final que ocorreu em março de 1983;
No final da década de 80, Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou uma Resolução
determinando à realização, até o ano de 1992, de uma Conferência sobre o meio ambiente
e desenvolvimento que pudesse avaliar como os países haviam promovido a Proteção
Ambiental desde a Conferência de Estocolmo de 1972;
Que os objetivos da ECO 92 são de Examinar a situação ambiental, estabelecer
mecanismos de transferência de tecnologias não-poluentes, examinar estratégias
nacionais e internacionais para incorporação de critérios ambientais ao processo de
desenvolvimento, estabelecer um sistema de cooperação internacional e reavaliar o
sistema de organismos da ONU, eventualmente criando novas instituições para
implementar as decisões da conferência.
AUTO-ATIVIDADE!
Olá Acadêmico (a)! Agora é só você resolver as questões a seguir. Com isso você
reforçará seu aprendizado. Boa atividade!
3.1 Introdução
Colombo (2004), afirma que é oportuno detalhar que este princípio não permite a poluição
e nem pagar para poluir. Pelo contrário, procura assegurar a reparação econômica de um dano
ambiental quando não for possível evitar o dano ao meio ambiente, através das medidas de
precaução. Desta forma, o princípio do poluidor-pagador não se reduz à finalidade de somente
compensar o dano ao meio ambiente, deve também englobar os custos necessários para a
precaução e prevenção dos danos, assim como sua adequada repressão.
Veja, que a idéia não ;Le a de inviabilizar os processos de desenvolvimento e sim criar um
cenário para uma discussão visando o bem para o meio ambiente. No âmbito dos resíduos
sólidos, que hoje são tidos com rejeitos de processo industrial, é percebível uma mudança do
deste paradigma, colocando-os como não mais como rejeitos e sim como matérias primas para a
reutilização em outros processos, tendo como exemplo, o sistema de gestão integrada de
resíduos.
A Norma brasileira NBR ABNT 10004 – Resíduos sólidos – classificação, define resíduos
sólidos como:
Para fins de classificação dos resíduos sólidos urbanos, pode-se seguir quanto a sua
origem, descrito no quadro 8:
De acordo com a caracterização dos resíduos sólidos urbanos nos EUA mostram que os
restos de alimentos combinados com podas de vegetação corresponderam a 23% da geração de
resíduo sólido urbano no ano de 1996 de tal forma que medidas que reduzam a geração deste
tipo de resíduo terão importante efeito na redução de resíduos, Maia (1998).
No Brasil, Reduzir, Reutilizar e Reciclar os resíduos sólidos urbanos se constitui
atualmente no principal elemento para a redução do passivo ambiental já que pode ser estimado
um valor de 20 a 30% do peso dos resíduos gerados, por um programa 3R's bem executado.
Segundo a Norma ABNT NBR 10 004 de 09/1987, os resíduos sólidos industriais são
classificados nas seguintes classes:
A partir desta norma, as empresas devem informar anualmente a geração dos seus
resíduos. Para tanto, as informações solicitadas seguem um fluxo, que podemos visualizar na
FIGURA 9:
FIGURA 04 - Esquema das informações solicitadas na resolução do CONAMA 313
UNI ÍCONE 6 Diversos trabalhos já foram desenvolvidos para dar uma destinação aos
rejeitos de processos industriais Um trabalho interessante foi a do Prof. Alberto Wisniewski
Junior, que realizou a caracterização dos produtos advindos da produção de biocombustivel
de óleo de peixe residual. Neste trabalho, foi possível verificar que a fração de biogasolina
produzida é muito semelhante a gasolina de petróleo fóssil e com uma carga poluente
muito menos. Você pode acessar o trabalho na integra através do endereço
http://www.tede.ufsc.br/tedesimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1208.
Nas granjas de confinamento, para suínos, aves, bovinos, eqüinos, ovinos, são produzidas
grandes quantidades de dejetos, que dependendo to ipo de gestão, podem ser manejados na
forma sólida (conteúdos de sólidos totais maiores que 15-20 dag L-1), quando então são
denominados “estercos”, Matos (2005).
Quadro 10 - Quantidade de DBO5, sólidos totais e voláteis produzidos por dia pelos suínos
Alguns trabalhos apresentam a adubação com esterco como uma forma de reutilização
deste rejeito. Carvalho e Caetano (2006) mostram que o esterco é amplamente recomendado
para o cultivo da figueira.
AMPODALL’ORTO et al. (1996) recomendam para a figueira adubação com 10kg de
esterco de curral bem curtido por cova, por ocasião do plantio, e a mesma quantidade por planta
anualmente como adubação de produção. Dos benefícios da utilização da adubação orgânica na
cultura da figueira, a melhoria das propriedades físicas do solo, o fornecimento de nutrientes e o
aumento da população de organismos “nematófagos” do solo podem ser considerados os mais
importantes. No solo, o aumento do teor de matéria orgânica causa, entre outros efeitos, o
aumento do pH e da saturação por bases, assim como a complexação e a precipitação do
alumínio da solução do solo (FRANCHINI et al., 1999, MELLO & VITTI, 2002).
A utilização destes resíduos como fonte de macronutrientes para adubação é uma saída
para os rejeitos produzidos pelo cultivo agrícola.
UNI ÍCONE 6 O uso de palha de café como adubo é altamente rentável, como podemos
verificar neste artigo. É possível reduzir os gastos com adubo químico – o insumo que mais
vem pesando no custo de produção de várias culturas – utilizando no solo a casca do café,
resíduo rico em nutrientes como nitrogênio e potássio. (Fonte: h
http://www.agrocapixaba.com.br/uso-de-palha-de-cafe-como-adubo-e-altamente-rentavel/,
acesso em 06/11/2011).
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_3RXhwYXmgVQ/S-
GDFkJ5WQI/AAAAAAAAB0w/4ecjEh8xbgw/s400/bagaco.jpg.
UNI ÍCONE 6 Sendo o resíduo do bagaço de cana abundante, Adalberto Pessoa Júnior, da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas, desenvolveu uma fibra que poderá se tornar um
tecido que, com o acréscimo de enzimas e fármacos, tem potencial para ser utilizado como
curativo com múltiplas aplicações. (Fonte: http://saude-
joni.blogspot.com/2010/05/tequinfim-coisa-boa.html/, acesso em 06/11/2011).
Os resíduos de matadouros são constituídos por esterco dos currais, vômitos, conteúdo
estomacal e conteúdo intestinal, além de ossos e pele. Nos matadouros de bovinos são
produzidos cerca de 23 kg de barrigada e 18 kg de dejetos, para cada animal abatido, enquanto
nos abatedouros de frango o descarte de material (penas, intestinos, pé, cabeça e sangue)
representa 30% da massa total do animal, Matos (2005).
Na industrialização de peixe há produção de resíduos predominantemente constituídos por
pedaços de peixes, escamas e peles, vísceras, etc.
.
Fonte: http://impressope.uai.com.br/noticias/fotos/20111001155717132.jpg
De acordo com o que aprendemos nos tópicos anteriores, abaixo é apresentado um estudo
de caso, para a construção do conhecimento referente aos resíduos industriais e agroindustriais.
Por outro lado, a crescente necessidade de reduzir custos de produção, a aplicação dos
conceitos de logística reversa, ou seja, retornar subprodutos à cadeia produtiva, aliado à
consciência ambiental crescente implantada nos processos industriais e as restrições cada vez
mais rígidas da legislação ambiental, têm favorecido a busca e a efetiva utilização de novas
tecnologias de tratamento de resíduos sólidos, que contemplem o desenvolvimento sustentável.
Nas últimas décadas, os problemas ambientais têm se tornado cada vez mais evidentes e
freqüentes, principalmente devido ao desmedido crescimento populacional e ao aumento da
atividade industrial. Com estes fatores os problemas devido a ação da atividade humana têm
atingido dimensões preocupantes, podendo ser observadas através de alterações na qualidade do
solo, ar e água.
O custo destas operações pode alcançar 60% dos custos operacionais da empresa e
portanto não pode ser negligenciado. Durante anos os projetos das estações de tratamento de
resíduos sólidos industriais praticamente ignoravam o destino dos sólidos descartados. Em muitas
situações os projetos apresentavam uma seta indicando o desenho de um caminhão, com as
mágicas palavras: “destino final adequado”. Parte das indústrias nunca haviam realizado estudos
para avaliar as potencialidades de uso destes resíduos.
ÍCONE 6 - Vetores são indivíduos, insetos ou ratos por exemplo, que carregam em seu
corpo bactérias e outros seres, capazes de transmitir doenças
Uma das alternativas mais aplicadas para o tratamento do lodo industrial é a digestão
anaeróbia que pode ser seguida pela destinação final em aterros sanitários exclusivos. Na
seqüência do processo, outras alternativas são empregadas como a disposição de superfície, a
disposição oceânica, lagoas de armazenagem, a incineração ou a reciclagem agrícola. Opções
como a incineração e a disposição em aterros sanitários requerem tecnologia sofisticada e podem
apresentar alto custo.
Do ponto de vista econômico, o uso do lodo e sólidos efluentes tratados como fertilizante
orgânico representa o reaproveitamento integral de seus nutrientes e a substituição de parte das
doses de adubação química sobre as culturas, com rendimentos equivalentes, ou superiores aos
conseguidos com fertilizantes comerciais. As propriedades do produto o tornam especialmente
interessante a solos agrícolas desgastados por manejo inadequado, bem como para recuperação
de áreas de degradação.
pH
É o produto hidrogeniônico da água. Em outras palavras, mede o grau de acidez ou
alcalinidade de um determinado efluente, a quantidade de íons H+ na solução. A faixa
recomendada para o tratamento biológico situa-se entre 6,5 e 8,5.
TEMPERATURA
Valores elevados de temperatura, ou seja, acima de 40ºC, podem causar muitos problemas
aos corpos d’água principalmente devido à redução drástica do valor de oxigênio dissolvido.
Valores próximos de 0ºC provocam a redução de atividade celular dos microrganismos.
ÓLEOS E GRAXAS
É um parâmetro que mede a quantidade de substâncias oleosas em efluentes líquidos. A
presença de óleos e graxas é um fator indesejável, não só do ponto de vista estético, como
também dificulta a troca de oxigênio entre o efluente e o ar devido à formação de película
oleosa que é mais leve que a água. Em tratamentos biológicos, a presença de óleos e graxas
em grande quantidade é prejudicial à decantação do lodo.
LODO
O lodo é composto basicamente por colônias de bactérias e microrganismos que se
desenvolvem em tratamentos biológicos. Deve ser descartado constantemente, pois essa
operação é responsável pela renovação da microbiota nos sistemas de tratamento biológicos.
RADEAMENTO
O gradeamento consiste na separação de sólidos grosseiros, compostos geralmente por
papéis, plásticos, estopas, com utilização de barras verticais ou inclinadas. São empregadas
com espaçamento que pode variar de ¼ a 6 polegadas. O material de fabricação dependerá
das características dos efluentes, podendo ser construídas em aço-inox, aço-carbono ou fibra
de vidro.
FLOCULAÇÃO
É uma operação unitária que consiste na agitação branda e maior tempo de residência,
favorecendo o crescimento de flocos. Normalmente são utilizados coadjuvantes de floculação,
dentre os quais se se destacam os polieletrólitos. Estes produtos fazem com que as impurezas
se aglutinem formando os flocos para serem facilmente removidos.
FLOTAÇÃO
O sistema consiste em pressurizar uma mistura efluente/ar entre 2 e 7 kgf/cm 2, para em
seguida permitir uma expansão no tanque do flotador. Em pressões elevadas a solubilidade do
ar na água aumenta e, quando ocorre a expansão na câmara do flotador, a pressão cai,
liberando o ar na forma de microbolhas em fluxo ascendente.
ESPESSAMENTO DE LODOS
Os lodos de natureza físico-química apresentam concentrações de sólidos, em geral elevadas,
variando de 3 a 10%. Espessadores de lodo tem a função de proporcionar adensamento o
lodo, ou seja, concentração deste tipo de material.
DECANTAÇÃO
O decantador recebe o efluente, no qual os sólidos deslocam para o fundo do tanque por
gravidade e a fase líquida clarificada é dirigida até a tubulação de saída para dar seqüência a
posterior tratamentos ou descarte em corpo receptor. O lodo biológico é separado do efluente
clarificado. A concentração de sólidos no lodo decantado varia de 0,4 a 0,8%, sem a adição de
coadjuvantes de decantação.
O tratamento biológico segue o mesmo processo que ocorre na natureza em rios e lagos.
Em condições ótimas de pH e temperatura, associadas a um efluente de natureza biodegradável,
são favorecidos o crescimento e desenvolvimento dos microrganismos.
LAGOAS AERADAS:
O oxigênio é fornecido através de aeradores (superfície ou submersos) ou sopradores de ar
comprimido. Ocupam grandes áreas. Para evitar o risco de contaminação do lençol freático
em solos permeáveis, a impermeabilização do subsolo tem sido recomendada. Geralmente,
há a necessidade de um sistema de decantação após as lagoas aeradas para retenção de
sólidos sedimentáveis.
Também é importante que você conheça alguns conceitos do descarte do lodo (sólido)
resultante do tratamento de efluentes líquidos:
LEITOS DE SECAGEM
O leito é formado por camadas de tijolos, areia e brita. Parte da água percola pela camada
filtrante e parte evapora. O percolado deve ser enviado de volta ao sistema de tratamento, de
preferência, ao tanque de aeração.
FILTRO A VÁCUO
Trata-se de um equipamento caro, com custo operacional elevado. Foi muito utilizado, quando
os filtros-presa e centrífugas apresentavam preços proibitivos. Concentração final do lodo da
ordem de 25%.
CENTRÍFUGAS/DECANTERS
São dimensionadas com base na concentração de sólidos no lodo adensado e na vazão
volumétrica. A concentração de sólidos atinge valores médios de 25% para lodo físico-químico.
FILTROS-PRENSA
O lodo biológico deve ser condicionado com cal e cloreto férrico para poder ser desaguado em
filtros-prensa. A proporção recomendada é de que para cada 100 kg de lodo em base seca,
seja utilizado cal em torno de 50 kg e uma quantidade de 30 kg de cloreto férrico. A
concentração de sólidos no lodo desaguado pode atingir até 40 %.
SECADOR DE LODO
Este equipamento tem por finalidade utilizar energia térmica para a secagem do material. Essa
energia pode ser produzida por combustíveis e por gases gerados em caldeiras. O lodo seco
apresenta concentrações de sólidos acima de 90%, podendo ser retirado do equipamento na
forma granulada ou em pó.
Pode-se verificar que a planta está bem próxima dos limites aceitáveis pela legislação, ou
seja, em condição é crítica, impedindo trabalhos de ampliação de escala e produção sem que haja
uma otimização do sistema de tratamento de efluentes.
O lodo produzido pelas diversas áreas de produção das empresas geralmente é levado
para um local apropriado, onde é disperso sobre o solo. Entretanto, o custo de transporte deste
material é bastante elevado.
Os projetos desenvolvidos visam reduzir a carga orgânica eliminada para o rio pela fábrica
e atender a legislação vigente. Além disso, possíveis ampliações de escala na indústria e no
processo iriam aumentar essa quantidade de material orgânico descartado o que acarretará na
extrapolação destes limites legais.
O desafio deste tipo de projeto é a criação de um sistema que reduza o máximo possível a
quantidade de água retida no lodo, sendo assim deve ser feita a análise dos melhores
equipamentos para que se atinja esse objetivo. O enfoque de atuação do profissional em gestão
ambiental estará sempre na viabilidade econômica e no retorno dos gastos futuros em todo o
projeto, objetivando o atendimento a política de segurança, saúde e meio ambiente. (UNI
chamando a atenção).
Redução da quantidade de água presente no lodo para diminuir o valor pago no transporte
deste material, ou seja, aumentar a lucratividade da empresa;
Reduzir a quantidade de matéria orgânica presente no efluente final;
Selecionar o(s) melhor(es) equipamento(s) para realizar a concentração e secagem do
lodo produzido na planta;
Buscar possibilidades da utilização do resíduo sólido gerado pelo processo.
As plantas de produção de ração animal são composta por um sistema de tratamento de
efluentes que consiste nas seguintes etapas:
Gradeamento: O efluente possui em sua constituição papéis, plásticos, fios de tecido, por
isso, é feita a retenção deste material antes do material seguir para a próxima etapa;
Tanque de Equalização: O tanque de equalização tem por objetivo reter o óleo e os sólidos
que por ventura venham a passar para nos efluentes.
Lançamento do efluente: Após a etapa de decantação o efluente é lançado para o rio por
gravidade.
Figura 07 – Esquema de Efluentes da empresa CCCC
Efluentes
Extração
Gordura
Efluentes Tanque de Tanque de
Incubatório Equalização Armazenagem de Borra
Efluentes Lagoa de
Lavanderia Equalização
Lagoa de
Aeração
Lodo
Decantador
Rio
Fonte: pesquisa
O filtro a vácuo é um equipamento muito caro e de custo operacional muito elevado. Está
técnica está em desuso por esses motivos.
Os filtros-presa necessitam de grandes quantidades de cal e cloreto férrico para obter o
grau de umidade requerida. Além disso, os gastos relativos ao equipamento e ao custo de
operação são elevados, o que inviabiliza o uso deste tipo de filtro.
Com essa análise destas características, a melhor alternativa adotada pelas empresas
fabricantes de rações é a utilização de um secador de lodo a fim de diminuir a carga de água
presente no material.
Como alternativa foi sugerido o uso de decanters, filtros presa e filtro a vácuo. Os dois
últimos possuem custo elevado de operação além do alto valor do próprio equipamento.
Selecionado o dencater, efetua-se o levantamento de dados para o uso deste equipamento (dados
operacionais).
1. Após o tratamento do lodo no flotador, aquele é levado por gravidade para um tanque,
onde será armazenado até completar este volume.
2. O lodo será recalcado para outro tanque de maior capacidade por meio de uma bomba de
deslocamento positivo (para materiais viscosos).
3. Após completar o volume no tanque aéreo, o efluente e o lodo irão para o tanque de
mistura, onde será adicionado cal para correção do pH e solução polimérica para a
formação de flocos para facilitar o processamento no decanter.
4. Nesta etapa o lodo é processado no decanter atingindo uma umidade final por volta de
80%. A água retirado no equipamento retorna à lagoa de equalização e o borra é enviado
para secador.
5. A borra processada no secador atinge uma umidade final de 10%.
6. A borra seca é armazenada em um contentor.
Lodo Físico-
Químico
(GEL)
Tanque 40 m3
Cal
Bomba
Polímero dosadora
Tanque de
Mistura
Lodo
concentrado Secador
ou Borra
Água Armazenagem
Lagoa de
Contentor
Equalização
Fonte: Pesquisa
Essa proposta pode ser incrementada com a opção de utilização do lodo seco como
combustível direto a ser queimado em geradores de vapor na fábrica, eliminando assim o gasto de
transporte do lodo. O transporte do lodo será apenas do contentor até a entrada do cavaco no
gerador de vapor, onde seria misturado a borra formada pelo decanter.
Os resíduos sólidos urbanos são classificados como objetivo de permitir seu correto
tratamento e disposição final;
Nas granjas de confinamento, para suínos, aves, bovinos, eqüinos, ovinos, são produzidas
grandes quantidades de dejetos, que dependendo do tipo de gestão, podem ser
manejados na forma sólida;
Alguns trabalhos apresentam a adubação com esterco como uma forma de reutilização
deste rejeito;
A utilização destes resíduos como fonte de macronutrientes para adubação é uma saída
para os rejeitos produzidos pelo cultivo agrícola;
A geração de resíduos na agroindústria é, marcadamente, sazonal, uma vez que a
matéria-prima é de produção irregular no ano;
Os resíduos de matadouros são constituídos por esterco dos currais, vômitos, conteúdo
estomacal e conteúdo intestinal, além de ossos e pele.
AUTO-ATIVIDADE!
Olá Acadêmico (a)! Agora é só você resolver as questões a seguir. Com isso você
reforçará seu aprendizado. Boa atividade!
3) Defina, conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o que são resíduos
sólidos.
4) Explique como os resíduos sólidos são classificados.