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Mudanças Climáticas em Maputo: Um estudo das estratégias de adaptação dos

agricultores do Distrito de Magude 2015/6

David Mondlane1
Este estudo avalia a percepção e interpretação dos agricultores das comunidades do
Distrito de Magude sobre as Mudanças Climáticas e as respostas para a redução da
vulnerabilidade através de estratégias de adaptação.
A abordagem metodológica baseia-se numa pesquisa qualitativa, desenvolvida aos
agricultores das comunidades do Distrito de Magude, Província de Maputo, onde se
identificou o problema. Os resultados da pesquisa apontam que a maior parte dos
agricultores não conhece o termo “Mudanças Climáticas”, mas percebeu da alteração na
temperatura e precipitação, sendo que grande parte considera que a precipitação
decresceu e todos perceberam o aumento da temperatura. A interpretação sobre o
fenómeno não é a mesma dentro das comunidades. Para alguns agricultores, a falta de
chuva explica-se pela zanga dos espíritos dos antepassados locais, para outros é uma
causa divina e que o homem não pode intervir. Todos os agricultores perceberam dos
efeitos da falta de chuva e calor intenso uma vez que não tiveram colheita.

Diante da improdutividade da agricultura, os agricultores recorrem a outros meios de


vida como a exploração da lenha e carvão para a venda, comércio de pequena escala e
venda de animais bem como em actividades ocasionais. Com os rendimentos destas
actividades, os agricultores compram comida e outros bens para o uso quotidiano.
Por via disso, embora sejam vulneráveis às Mudanças Climáticas, os agricultores
conseguem reduzir o risco a que estão expostos através de adopção de estratégias de
adaptação.

Palavras-chave: Percepção e interpretação, Mudanças Climáticas e Adaptação.

1
Este artigo é baseado na dissertação de mestrado para obtenção do grau de mestrado na Faculdade de
Letras – Departamento de Sociologia da Universidade Eduardo Mondlane
Introdução
Um dos grandes problemas actuais que a humanidade tem enfrentado tem a ver com o
meio ambiente, que vem sendo afectado pelas Mudanças Climáticas (MC). As MC
abalam o mundo no seu todo e constituem-se num dos grandes problemas que põe em
causa o desenvolvimento da humanidade através da degradação dos principais
ecossistemas afectando o sector agrícola. O sector agrícola é dependente dos recursos
naturais, das condições de temperatura e precipitação, daí que é severamente afectado
por este fenómeno.

O comportamento da estação chuvosa 2015/2016 na Província de Maputo foi


caracterizado pela ocorrência de chuvas muito a abaixo da média, sobretudo nos meses
de Outubro, Novembro e Dezembro de 2015 e princípios de 2016 em quase toda a
região Sul do país UNRCO (2016) e dias de intenso calor INGC (2016). Estas
condições de chuva afectaram severamente a actividade agrícola, e quase todas as
principais culturas foram perdidas devido a seca. Esta situação colocou mais de 1,5
milhão de pessoas (da zona sul do país) em insegurança alimentar segundo as
estimativas da Secretaria Técnica de Segurança Alimentar e Nutricional, necessitando
de assistência humanitária (idem).

Este estudo tem como objectivo geral avaliar a percepção e interpretação dos
agricultores das comunidades do Distrito de Magude sobre às Mudanças Climáticas e as
respostas para a redução da vulnerabilidade. Especificamente, o estudo tem os seguintes
objectivos: a) Analisar a percepção/interpretação que os agricultores das comunidades
de Magude têm sobre as Mudanças Climáticas; b) Identificar as estratégias adoptadas
pelos agregados familiares em face de situações de vulnerabilidade; e c) Identificar os
meios (recursos) de subsistência que as comunidades encontram para resistirem aos
efeitos da seca e estiagem.

As comunidades do Distrito de Magude, tal como as de outros distritos, têm a


actividade agro-pecuária como a principal fonte de sobrevivência e esta depende
inteiramente da queda da chuva. A falta da chuva na época agrícola 2015/6 quebrou o
ciclo de produção que garante a sobrevivência das famílias uma vez que a agricultura só
é praticável com a queda da chuva. Devido a esta situação, as comunidades procuram
formas de adaptação à nova realidade adoptando estratégias de adaptação através da
realização de outras actividades complementares manifestas pela diversificação de
estratégias de subsistência. O estudo tem como hipóteses que: (i) - Devido ao
desconhecimento da problemática das Mudanças Climáticas os agregados familiares
não possuem outras actividades auxiliares para redução da vulnerabilidade em face de
seca e estiagem e (ii) - a experiência vivida no dia-a-dia das comunidades no que
concerne às Mudanças Climáticas faz com que estas se apoiem em outras actividades
auxiliares na redução da vulnerabilidade.

O estudo e aprofundamento da percepção e interpretação que os agricultores têm acerca


do fenómeno das Mudanças Climáticas, pode ser obtido fazendo-se uma construção
social da realidade vivida pelas comunidades através da Sociologia do conhecimento. A
Sociologia do conhecimento se preocupa com a análise da construção social da
realidade (Berger e Luckmann, 2010: 15). Estes teóricos entendem a realidade como
algo socialmente construído e que a Sociologia do conhecimento (fenomenologia) tem o
dever de fazer uma análise dos processos pelos quais a realidade surge concordando
com a visão de Molénat (2009). A Fenomenologia parte do dia-a-dia das comunidades,
da compreensão do modo de vida das pessoas (vida quotidiana). Desta forma, ela
procura resgatar os significados atribuídos pelos sujeitos ao objecto em estudo, usando
técnicas de pesquisa de natureza qualitativa e não estruturada.

Para a percepção da vida quotidiana, segundo Berger & Luckmann, (1996:35) é preciso
ter em conta o carácter intrínseco antes da abordagem em causa. Os autores vêm o dia-
a-dia como uma realidade interpretada pelos homens, dotando-a de significado uma vez
que forma para eles um mundo coerente. Para o estudo desta realidade, é preciso, antes
de mais, esclarecer os fundamentos do conhecimento na vida quotidiana, a saber, e as
objectivações dos processos (e significações) subjectivas graças às quais é construído o
mundo intersubjectivo do senso comum de acordo com (Berger & Luckmann 1996: 35).
É no quotidiano e em interacção que os indivíduos constroem o seu conhecimento e dão
“vida” ao mundo. Deste modo, a partir desta teoria, podemos captar as percepções e
interpretações sobre as Mudanças Climáticas bem como as estratégias de adaptação das
comunidades do distrito de Magude face ao fenómeno.
A metodologia usada para a elaboração da pesquisa consistiu primeiro em pesquisas
exploratórias de modo a proporcionar maior familiaridade com o problema em estudo,
seguidas pela pesquisa bibliográfica sobre o assunto e revisão da literatura. Pela
natureza do fenómeno em estudo que é a percepção e interpretação das comunidades às
Mudanças Climáticas através de comportamentos e actividades quotidianas, o estudo é
de tipo qualitativo por permitir a descrição de fenómenos complexos, analisar e
interpretar certas variáveis bem como compreender e classificar processos dinâmicos
vividos por grupos sociais. O universo em estudo são as comunidades do Distrito da
Magude, Província de Maputo. Para a obtenção da informação necessária neste estudo
foi seleccionada uma amostra não probabilística de tipo intencional, constituída por 50
agregados familiares afectados pela seca e que tenham a agricultura como base de
sobrevivência. Para além de agregados familiares foram entrevistados adicionalmente os
chefes dos postos administrativos (5 informantes chaves) com algumas questões
específicas como líderes das comunidades. Os critérios tomados em consideração para a
selecção do grupo alvo foram: ser chefe do agregado familiar com idade igual ou
superior a 18 anos independentemente do sexo. Para a pesquisa, cada entrevistado
corresponde ao chefe do agregado familiar (AF) ou seu substituto. Foram por tanto
feitas 55 entrevistas a chefes de agregados familiares afectados pela seca e estiagem nos
5 Postos Administrativos que compõem o Distrito de Magude. Deste número, fazem
parte os respectivos chefes de postos administrativos. O número dos entrevistados
subdivide-se da seguinte maneira: 28 homens chefes de agregados familiares e 27
mulheres também chefes de agregados familiares.

Para recolha de dados, foram usadas entrevistas semiestruturadas, acompanhadas por


uma observação directa.
O presente estudo encontra-se dividido em secções descritos a seguir: Primeiro a
introdução do estudo apresentando o objecto de estudo, o problema levantado pela
pesquisa, os objectivos do estudo, as hipóteses do estudo, abordagens teóricas de análise
sobre o tema, definição da abordagem adoptado para o estudo, a abordagem
metodológica usada. Depois é apresentada a revisão da literatura essencial para o
estudo, seguida pela apresentação e análise dos dados e por fim as conclusões do
estudo.
Mudanças Climáticas e diversificação dos meios de subsistência

Esta secção do estudo faz uma abordagem integrada das matérias concernentes a uma
análise da percepção e interpretação das Mudanças Climáticas dentro das comunidades
de agricultores, a adaptação às mesmas bem como a diversificação dos meios de
subsistência como estratégia de redução da vulnerabilidade. Estas justificam pela
interligação que tem entre si e a sua correlação na explicação do objecto em causa. O
estudo analisa primeiro como as comunidades percebem e interpretam o fenómeno das
Mudanças Climáticas (MC). Da interpretação que dão ao fenómeno, elas adaptam-se
através estratégias quotidianas para a redução da vulnerabilidade. As MC trazem
consigo grandes desafios à humanidade por causa do seu forte impacto sobre o ambiente
natural bem como para o desenvolvimento humano. Os impactos das Mudanças
Climáticas variam de um local para o outro, daí que a sua compreensão exige análises
regionais e para sectores económicos específicos. O sector agrícola, por ter uma
dependência directa da natureza, é o que mais sofre com as MC. Sendo que os efeitos
das MC impactam de forma directa na agricultura, importa a existência de esforços para
que os agricultores saibam lidar com as adversidades trazidas pelas alterações de modo
a que reduzam significativamente a sua vulnerabilidade. Para tal, é preciso que haja uma
percepção sobre o fenómeno. Assim, é relevante rever a literatura sobre a percepção
sobre as MC, adaptação às mesmas e a diversificação dos meios de subsistência.

O estudo sobre a percepção é de extrema importância na medida em que o


comportamento das pessoas é baseado na interpretação que elas fazem da realidade em
si. Entende-se que a percepção é um factor presente em toda a actividade do homem, daí
o efeito marcante no seu envolvimento com o que toca, sente, vê e percebe. Isto
influencia directamente a sua conduta e o que faz. A percepção dá um entendimento das
interacções entre o homem e o meio ambiente. Quando se fala em percepção, a primeira
ideia nos leva aos órgãos dos sentidos, na captação de informações sobre um meio.
Tratando-se já da percepção às Mudanças Climáticas, faz-se alusão a capacidade que se
acredita que os seres vivos tenham de construir uma representação do meio onde se
encontram. Para Maturana (1977), usualmente se fala e se explicam fenómenos
percebidos negando-se o papel do observador. O fenómeno percebido obtém-se apenas
porque existem meios de captação e não porque existe um envolvimento do observador
na interacção com o meio em que vive. Ballone (2005), por seu turno vê a percepção
como a apreensão de uma totalidade e sua organização consciente e não como uma
simples adição de estímulos locais e temporais captados pelos órgãos dos sentidos. No
seu entender, a organização perceptual muitas vezes reflecte os factores pessoais de
quem percebe, tais como suas necessidades, emoções, atitudes e valores. Assim, quanto
mais forte for a necessidade de uma pessoa, mais predisposta estará para determinados
aspectos significativos a esta necessidade no campo perceptual.

De acordo com Maturana & Mpodozis (1987), perceber é, configurar objectos e não
captar uma informação nos termos da neurobiologia hegemónica. Todavia, cada
indivíduo percebe, interpreta, reage e responde de forma diferente diante das acções
sobre o meio. Blennow et al (2012) entendem a percepção como um conhecimento das
características que direccionam os seres humanos a tomar iniciativas e a responder aos
eventos de Mudanças Climáticas que são factores cruciais para a condução de uma
efectiva formulação de políticas públicas. Por outro lado, Hansen, J. (2004) entende a
percepção das Mudanças Climáticas em termos de percepções de riscos que fazem parte
de "modelos mentais" maiores que orientam as decisões que as pessoas fazem para
protegerem-se e a outros de danos relacionados ao clima e às culturas.
Se Blennow et al (2012) consideram percepção como “conhecer o fenómeno”, Spencer
(2011) fala da percepção como experiência em primeira mão. Para ele, uma das razões
pelas quais as pessoas não podem tomar medidas para mitigar ou adaptar-se às
Mudanças Climáticas (MC) é que elas não possuem experiência em primeira mão
acerca das possíveis consequências. Nesta perspectiva, os indivíduos que têm
experiência directa sobre as MC têm maior probabilidade de se preocupar com o
problema e, portanto, mais inclinados a realizarem comportamentos sustentáveis. A
experiência pessoal é pensada para ser um motor principal das percepções de risco e a
percepção de risco é maior se recentemente tiver sido experimentado (idem). Relacionar
eventos locais com as MC também pode ter impactos perceptivos e comportamentais na
medida em que estes ajudam a tornar os problemas menos distantes e mais tangíveis
Spencer (2012). A outra questão na percepção das MC tem a ver com a distância em
relação ao fenómeno. As pessoas afectadas pelas MC ou que se relacionam com as
possíveis consequências têm mais probabilidade de sentir e perceber mais do que as que
se encontram em lugares geograficamente distantes das áreas vulneráveis (idem). De um
modo geral, para Spencer, a percepção do risco sobre as Mudanças Climáticas é movida
pela experiência pessoal que por sua vez depende da proximidade geográfica com o
fenómeno.
O termo adaptação, actualmente utilizado no campo de Mudanças Climáticas, tem suas
origens em ciências naturais, particularmente na biologia evolutiva. Este conceito,
refere-se ao desenvolvimento de características genéticas ou comportamentais, que
permitem que os organismos ou sistemas possam lidar com alterações ambientais como
forma destes sobreviverem e se reproduzirem segundo (Futuyama, 1979; Winterhalder,
1980; Kitano, 2002) citados por (Smit & Wandel, 2006). Nas ciências humanas, o termo
adaptação começou a ser usado em Antropologia Cultural e ecologista por Julian
Steward, designando '' adaptação cultural '' descrevendo o ajuste de '' núcleos de cultura
'' para o ambiente natural através de actividades de subsistência (idem).

Adaptação no contexto de dimensão humana de mudança global geralmente se refere a


um processo, acção ou resultado em um sistema (lar, comunidade, grupo, sector, região,
país), a fim do sistema melhor lidar, gerir ou ajustar a alguma condição mudando,
stress, perigo, risco ou oportunidade (Smit & Wandel, 2006).

A adaptação é específica em contexto e varia de país para país, de comunidade para


comunidade, entre os grupos sociais e indivíduos, e ao longo do tempo. Em termos de
agregado familiar, a capacidade para lidar com riscos climáticos depende até certo grau
do ambiente da comunidade e da capacidade de adaptação da mesma e é o reflexo dos
recursos e processos da região segundo (Smit e Pilifosova, 2003; Yohe e Tol, 2002)
citados por (Smit & Wandel, 2006).

No que diz respeito à diversificação dos meios de subsistência, a agricultura por conta
própria é cada vez mais incapaz de fornecer os meios de sobrevivência suficientes nas
áreas rurais de acordo com Ellis (1999). Uma vez insuficiente, é importante observar
alternativas capazes de mudar esta situação.

A subsistência das comunidades no âmbito da seca e estiagem pode ser abordada em


termos de diversificação dos meios de subsistência e a situação da pobreza pode ser
analisada sob ponto de vista de risco e vulnerabilidade das comunidades.

A diversificação dos meios de subsistência é vista como um processo pelo qual as


famílias constroem o seu portefólio diversificado de actividades e capacidades de apoio
social para a sua sobrevivência e para melhorar o seu padrão de vida Ellis (1999). Como
forma de assegurar a sobrevivência e melhorar os padrões de vida, a diversificação de
meios de subsistência é um processo social activo individual ou familiar que envolve a
manutenção e adaptação contínua de actividades ao longo do tempo Ellis (2000b).
Start (2001) aborda a diversificação em termos de processos que ocorrem em diferentes
níveis da economia, que geralmente são, mas não sempre directamente vinculados. Em
primeiro lugar, entende a diversificação como uma mudança sectorial de actividades
rurais longe das actividades agrícolas para actividades não agrícolas, associadas à
expansão da economia rural. Em segundo lugar aborda a “diversificação individual ou
familiar” como estratégia de renda dos indivíduos ou famílias rurais em que eles
aumentam o seu número de actividade independentemente do sector ou local. Embora a
diversificação dos meios de subsistência seja uma estratégia importante pela qual as
pessoas rurais possam trabalhar e alcançar os meios de subsistência sustentáveis,
geralmente opera em conjunto com outras estratégias que também contribuem para a
formação de meios de subsistência sustentáveis. Os meios de subsistência denotam os
meios, actividades, direitos e bens pelos quais as pessoas ganham a vida de acordo com
Krantz (2001). A diversificação dos meios de subsistência pode ocorrer quando os
produtores rurais mudam a composição de produtos agrícolas que produzem. Este é um
ponto de partida natural para produtores rurais pobres com baixos níveis de capital, que
podem reestruturar a sua mistura de produção mais facilmente do que investir em outras
áreas não agrícolas. Um exemplo disto é a integração entre colheitas e gado. Esta
integração não só ajuda os agricultores a manter a fertilidade através da incorporação de
estrume animal no solo, mas os próprios animais podem fornecer outros produtos
(idem).

Apresentação e interpretação dos resultados

No que diz respeito à análise da percepção/interpretação que os agricultores das


comunidades de Magude têm sobre as Mudanças Climáticas o estudo observou que os
chefes dos Postos Administrativos (todos) mostraram domínio nos assuntos acerca do
assunto. Este domínio das matérias sobre as Mudanças Climáticas, tem a ver com o
facto de serem pessoas escolarizadas por um lado e por inerência das funções que
desempenham, participarem em seminários e capacitações sobre o assunto promovidos
pelo Governo da província. No que tange ao nível de escolaridade dos chefes dos postos
administrativos, 4 são professores e 1 é técnico profissional em administração pública.
Dos 4 professores, 2 tem o nível de licenciatura concluído, um em processo de
conclusão e o quarto é do nível médio profissional. Estes níveis de formação académica
e profissional justificam a capacidade de acumulação de informação sobre as Mudanças
Climáticas. Os Chefes dos cinco postos administrativos, demonstraram muita segurança
nas respostas dadas acerca das razões do fenómeno por um lado e por outro nas medidas
de mitigação do mesmo no seio das comunidades. Os chefes dos 5 Postos
Administrativos do Distrito de Magude (Albino Carlos Chilaúle, Carlos Daniel, Isabel
João Thembissa, Luísa Maria Carlos, Luís Castigo Cuambe) afirmaram que os efeitos
das Mudanças Climáticas afectam o sector da agricultura e pecuária através da falta da
chuva que se desdobra em seca prolongada nos campos de cultivo e falta de água nos
rios e represas para o consumo do gado.

Análise da percepção e interpretação sobre as Mudanças Climáticas

Avaliando a percepção/interpretação dos agricultores do Distrito de Magude às


Mudanças Climáticas, que é o principal objectivo deste estudo, verificou-se que a
maioria dos entrevistados (cerca de 91%) não conhece o termo “Mudanças Climáticas”,
mas sabe responder sobre alterações na queda da chuva, aumento da temperatura e de
eventos extremos. Esta informação em si afigura-se importante para o nosso estudo. Os
agricultores afirmaram ter se apercebido de alterações da precipitação na sua respectiva
região desde o Verão do ano de 2014. Em cada área em que os agricultores se
encontram sentiram as consequências da falta da chuva ganhando experiência sobre o
fenómeno em primeira mão. Observaram que não choveu no período habitual do ano,
mas como de costume, haviam preparado os solos. Vide a tabela abaixo que apresenta a
percentagem na percepção acerca da época chuvosa, eventos extremos, temperatura
atmosférica e a frequência da época da seca.
Tabela 1: Percepção dos entrevistados sobre a precipitação e eventos extremos

Descrição Nível de Nível Frequência Percentagem


classificação (%)
Aumentou 1 1 2
1 A época do começo das Manteve-se 2 0 0
chuvas Decresceu 3 49 98

Aumentou 1 1 2
2 A época do término das Manteve-se 2 0 0
chuvas Decresceu 3 49 98

Aumentou 1 0 0
3 O número de meses com Manteve-se 2 0 0
chuva Decresceu 3 50 100

Aumentou 1 49 98
4 Os eventos extremos Manteve-se 2 0 0
Decresceu 3 1 2
Aumentou 1 50 100
5 A temperatura Manteve-se 2 0 0
atmosférica Decresceu 3 0 0

Aumentou 1 50 100
6 A frequência da época Manteve-se 2 0 0
seca Decresceu 3 0 0

Fonte: Arquivo do Pesquisador (2017)

A tabela acima faz uma descrição da percepção dos agricultores sobre as Mudanças
Climáticas durante o período em análise.

No que diz respeito ao comportamento da chuva no Distrito de Magude, o estudo


constata através das respostas dos entrevistados (98%) que a precipitação decresceu
bastante, razão pela qual os agricultores não puderam praticar suas culturas como de
costume. A falta da chuva foi também descrita no relatório das actividades agrícolas do
Governo Distrital de Magude como sendo a causa da fraca produção agrícola no distrito.
No que diz respeito ao período do término da caída da chuva, a percentagem iguala-se à
do decréscimo do começo da época chuvosa uma vez que não choveu. A respeito disto,
uma das entrevistadas disse o seguinte: já estou a quase três anos sem ver uma gota de
chuva. Eu nunca vi uma situação idêntica na minha vida. Este é o maior castigo que
nós agricultores já passamos neste lugar. (Margarida Sonda2, agricultora do Posto
Administrativo de Mapulanguene). Para a entrevistada, a falta da chuva representa um
grande castigo na sua vida.

No que diz respeito aos eventos extremos, os agricultores consideram ter havido
aumento de eventos extremos com a subida da temperatura atmosférica e o longo
período de aquecimento, bem como a falta de chuva.

As percepções sobre as causas da falta da chuva são diferentes entre os agricultores.


Dos entrevistados, quinze camponeses (30% dos abrangidos) olham para o fenómeno
como algo normal e dependente de Deus, outros (8%) como resultado do desrespeito
pela tradição. Outros (4) são de opinião que a falta de chuva no distrito resulta de
Mudanças Climáticas derivadas do desrespeito pela natureza. Acreditam que o homem é
a causa da desgraça ambiental que afecta o sector agrícola. Se o homem explorasse de
forma racional os seus recursos, a situação seria outra, mas destrói as matas a procura de
forma desenfreada de lenha e carvão para vender.

Observando os respondentes com ideia formada acerca das Mudanças Climáticas


mesmo que de forma variada, são os com um grau de instrução razoável e com acesso à
informação. A maioria (46%) dos entrevistados pelo estudo não tem opinião sobre as
causas da seca e estiagem no distrito muito menos do conceito de Mudanças Climáticas.
Os agricultores que acham a falta de chuva como causa de origem divina, acreditam
tratar-se do “descontentamento de Deus” devido a algo que o Homem tenha feito e que
não o agrada embora nenhum tenha especificado. Perante esta situação, acreditam que
Deus é quem faz cair a chuva e tem poder de não deixar cair. Diante do seu poder, não
resta mais nada ao Homem fazer senão aguardar e suplicar à sua graça através de cultos
e orações. Ao perceber a falta da chuva como algo divino, este grupo de entrevistados, é
a favor da organização de uma campanha de orações envolvendo estruturas

2
Nome fictício para efeitos de estudo
administrativas desde o Governo distrital até aos bairros, passando pelos postos
administrativos.

Do lado oposto de quem tem poder sobre os fenómenos naturais, 16% dos agricultores
abrangidos pelo estudo acredita que a chuva não cai e faz muito calor devido a ira dos
antepassados. Para estes agricultores, há uma perda gradual dos valores tradicionais
como cerimónias de evocação de espíritos dos antepassados para consultar se precisam
que algo seja feito para agradar o “governo espiritual” da área e alguns rituais de inicio
das épocas da bebida tradicional “canhu” que deviam ser praticados e preservados.
Relativamente à questão do início da época do Canhú (bebida tradicional típica da
região), mesmo tendo condições para produzir, ninguém está autorizado a fazê-lo antes
da evocação pública numa cerimónia dirigida pelos líderes tradicionais na presença das
elites governamentais. Tem acontecido no seu entender que algumas pessoas violam
esta ordenança, produzindo às escondidas (os que têm canhoeiros nos quintais recolhem
a fruta e preparam em segredo dentro das suas residências). Ainda nas violações,
algumas efemérides tradicionais não são respeitadas. Ninguém neste momento se
preocupa em dar continuidade com as práticas tradicionais que sempre caracterizaram o
distrito desde os tempos imemoriais de acordo com relatos dos entrevistados. A
propósito desta visão, uma das nossas entrevistadas disse o seguinte:

As pessoas já não têm respeito, acham que como estudaram sabem de tudo. Os
dirigentes não sabem que precisam ajoelhar-se sobre os que tem mais poder para
poderem governar bem. É preciso respeitar os seus antecessores. (Cristina Mabote3,
agricultora do Bairro Nhuiane A, Posto Administrativo de Panjane). Estas palavras
mostram a crença na dependência que os vivos têm em relação aos antepassados que
devem ser consultados e venerados. Sempre que houver um distanciamento e falta de
veneração, os antepassados se revoltam e exigem respeito por via de imposição ao
sofrimento de acordo com a crença destes.

Para que volte a chover, os líderes tradicionais devem organizar cerimónias de evocação
dos espíritos dos antepassados para conversar e pedir perdão para que seja restaurada a
harmonia entre os vivos e os mortos. No diálogo entre os vivos e os mortos, os últimos
irão determinar o que dever ser feito para que a aflição popular seja satisfeita.

3
Nome fictício para efeitos de estudo
Argumentam que há tempos passados, problemas desta natureza eram resolvidos desta
maneira.

Outra interpretação sobre a falta da chuva no distrito tem a ver com a rivalidade entre
duas tribos Timba e Cossa. Sobre este assunto disseram o seguinte:

Os espíritos dos antepassados estão revoltados devido a usurpação do seu espaço de


governação. (Secretário e Secretário-Adjunto do Bairro Ricatlhani do Posto
Administrativo de Magude-Sede). Segundo estes a revolta traduz-se pelas crises de
natureza climática. Os “Timba” são a tribo nativa de Magude, mas os “Cossa”
ocuparam a região pela força nas guerras entre tribos. Com a vitória e posterior
ocupação, os “Timba” foram expulsos da liderança da região. Na percepção destes dois
entrevistados, os espíritos dos antepassados “Timba” estão se vingando, criando
instabilidade até que sejam ouvidos e venerados.

No que diz respeito à temperatura, 91% dos abrangidos pelo estudo disse ter sentido o
aumento da temperatura durante o período em estudo e 9 % disse não saber sobre o
assunto. No que concerne à ocorrência de eventos extremos, 96% dos agricultores
referiu-se a seca que perturbou a actividade agrícola e os restantes não tiveram nada a
dizer a este respeito.

Estratégias de adaptação face de situações de vulnerabilidade


A actividade básica praticada pelas comunidades do Distrito de Magude é a agricultura.
Todos os entrevistados têm um campo de cultivo para onde se deslocam todos os dias
em épocas normais em que chove e a agricultura garante o bem-estar dos membros dos
agregados familiares em alimentas como também pela venda do excedente para
aquisição de outros bens necessários para o uso quotidiano que não provém da
agricultura.

A adaptação às Mudanças Climáticas no Distrito de Magude é feita através de


actividades não agrícolas baseadas na diversificação dos meios de subsistência, sendo
desta forma uma adaptação reactiva na medida em que acontece após a observação dos
impactos de mudança de clima.

Quando não chove que é o motivo do nosso estudo, as comunidades desenvolvem uma
série de actividades em substituição à agricultura como a venda de lenha, comércio em
pequena escala, o artesanato entre outras. Estas actividades traduzem-se em
diversificação dos meios de subsistência, vista como construção de um portfolio
diversificado de actividades e capacidades de apoio social para a sobrevivência e
melhoria do seu padrão de vida.

A diversificação de actividades de renda como forma de redução da vulnerabilidade está


baseada em actividades como o corte e venda de lenha/carvão, venda de gado, criação
de frangos, cerâmica, pastagem, trabalhos ocasionais, comércio geral e venda de
bebidas tradicionais. Estas actividades representam uma mudança sectorial de
actividades, fora das actividades agrícolas associadas à expansão da economia rural.

Das actividades praticadas pelos agricultores no seu dia-a-dia, destacam-se 3 a saber:


corte/venda de lenha e produção de carvão também para venda; trabalhos ocasionais
como de auxiliar nas plantações de cana-de-açúcar na empresa de produção de açúcar
Açucareira de Xinavane, venda de medicamento tradicional, venda de bebidas
tradicionais e pastagem. Destas actividades, os agricultores que recorrem mais ao
corte/venda de lenha bem como a produção e venda de carvão para a cozinha são de
numa percentagem de 32%, seguida pelos trabalhos ocasionais com 28%, os mesmos
dos que não fazem nada para além da agricultura. A produção da lenha como de carvão
é uma estratégia recorrente no Distrito de Magude. A lenha e o carvão produzidos são
transportados e vendidos sobretudo na Cidade de Maputo e outros distritos das
províncias de Maputo e Gaza. Com as vendas, os agricultores obtêm dinheiro para a
compra de alimentos e outros bens necessários para a sua sobrevivência como sal de
cozinha, sabão, açúcar, pão, óleo, etc. Estes e outros bens garantem a diversificação da
dieta alimentar, e higiene pessoal. Esta renda é usada também na aquisição de material
de construção, pagamento das despesas escolares para os seus filhos. Especificamente, o
Posto Administrativo de Panjane é o com mais recorrentes ao corte e venda de lenha e
carvão.

No que diz respeito à estratégia de execução de trabalhos ocasionais, estes ocupam-se


como auxiliar de construção, pequenas vendas de produtos de primeira necessidade e
trabalho sazonal nas plantações de cana-de-açúcar da Companhia Açucareira de
Xinavane. Esta forma de obtenção de renda é mais frequente no Posto Administrativo
de Magude-sede e Motaze. Muitos agricultores tiveram a oportunidade de minimizar a
sua situação delicada de sobrevivência trabalhando na companhia como uma prática
alternativa.
A outra estratégia de sobrevivência é a venda do gado, com incidência ao gado bovino.
Com a falta de chuva começou a escassear o pasto. Com esta situação, muitos animais
ficaram debilitados e depois morreram por não ter até água para beber. Vendo a situação
de perda de gado, os criadores optaram por fazer abates em massa e vender aos
revendedores com receio de perder todo o gado. Tratando-se de venda compulsiva para
evitar que os animais moram muitas vezes não era possível fazer um bom negócio na
medida em que acabavam vendendo a preços a baixos do que tem sido devido a
necessidade de venda rápida. A respeito desta situação, a chefe do Posto Administrativo
de Motaze disse o seguinte: os criadores neste posto administrativo foram severamente
afectados. Por desespero, alguns criadores chegaram a vender o gado até a 2.000.00
meticais enquanto os preços normais tem sido de 16 a 18.000.00 meticais Isabel João
Tembissa, (Chefe do Posto Administrativo de Motaze). Esta redução drástica do preço
do gado, afectou a criação de animais, mas mesmo assim, com as vendas foi possível
comprar alguns bens de sobrevivência para aguentar com a alimentação das famílias
durante algum tempo.

Os agricultores sem criação de animais e sem forças para procurar outro tipo de
trabalho, têm como fonte de subsistência os apoios de familiares de outros distritos da
Província de Maputo. Este grupo de agricultores é maioritariamente constituído por
idosos com filhos e netos a viver noutros distritos que oferecem cereais como milho,
arroz e dinheiro, doações do PMA/ADRA no âmbito do projecto comida pelo trabalho,
Cruz Vermelha de Moçambique, Caritas Diocesana, Instituto Nacional de Gestão de
Calamidades, entre outras formas de sobrevivência.
Em todas as actividades fora da agricultura (actividades não agrícolas) os agricultores
de Magude usam a sua mão-de-obra e capital humanos à sua disposição para ganhar a
vida. Desta forma, os rendimentos ganhos ajudam na criação do bem-estar em forma de
consumo, nutrição, saúde, contrapondo a sua situação de vulnerabilidade.

Face ao fenómeno, os agricultores criam em si uma capacidade de adaptação para


absorver o stress através de adopção de novos meios de subsistência

O gráfico abaixo, apresenta as diferentes formas alternativas de obtenção de alimentos


como meios de vida fora da agricultura em vigor em todos os postos administrativos do
Distrito de Magude e a respectiva percentagem através do gráfico abaixo.
Gráfico no 1: Alternativas usadas para a obtenção de alimentos

2%2% Venda de gado


18%
16%
Trabalhos ocasionais

Emigração para RSA


10% Venda de carvão
24%
Ajuda de ONG

Ajuda de familiares
26% 2%
Venda de bebidas tr adicionais

Comércio geral

Fonte: Arquivo do pesquisador (2017)

De acordo com o gráfico, 26% dos entrevistados, para a obterem alimentos, recorrem a
venda de carvão, 24% ao comércio geral.

Os agregados têm também uma rede de parentesco que auxilia em bens. Neste contexto,
os agregados com familiares que residem fora do distrito e não abrangidos pela seca tem
recebido oferta em bens alimentares como farinha de milho, arroz, amendoim, etc. Ao
nível institucional, existe no distrito uma intervenção governativa que apoia os
agricultores através da disponibilização de bens alimentares em parceria com o
Programa Mundial para Alimentação (PMA). Observa-se também um empenho do
Governo do distrito na disponibilização de água potável através de tanques de água e
pela montagem de um sistema de abastecimento de água baseado em furos e bombagem
através de energia produzida por um sistema de painéis solares.
Veja por exemplo na fotografia a seguir o sistema montado no Posto Administrativo de
Motaze.

Sistema de abastecimento de água no Posto Administrativo de Motaze

Fonte: Arquivo do autor (2017)

Apesar de os agricultores mostrarem-se vulneráveis ao choque trazido pela seca e


estiagem, fazem esforço de adaptação à nova realidade desenvolvendo outras
actividades que normalmente não tem feito por se bastarem da actividade agrícola. Esta
força de conquista de novas fontes de sobrevivência através do desenvolvimento de
outras actividades é determinante no contexto da vulnerabilidade.

Conclusões e recomendações

Conclusões

A presente pesquisa sobre Mudanças Climáticas, visando avaliar a percepção e


interpretação dos agricultores das comunidades do Distrito de Magude sobre o
fenómeno e as respostas para a redução da vulnerabilidade através de estratégias de
adaptação, conclui o seguinte:
A maioria dos entrevistados não conhece o termo “Mudanças Climáticas”, mas quando
fossem questionados sobre mudanças nos padrões de chuva e calor, afirmaram terem
sentido alterações durante o período em estudo. As comunidades perceberam ter havido
aumento da temperatura e falta de chuva. Da interpretação dada a estas alterações, o
estudo conclui que a maioria dos entrevistados (46%), embora tenha notado alterações
nos padrões de chuva e precipitação, não sabe e nem tem opinião sobre as causas da
seca e estiagem no distrito. Dos entrevistados, 30% interpretam o fenómeno como algo
normal e dependente de Deus e outros (8%) consideram o fenómeno como resultado da
fúria dos espíritos dos antepassados locais devido ao desrespeito pela tradição
Contrariamente à hipótese do estudo segundo a qual, pelo facto dos agricultores
desconhecerem a problemática das Mudanças Climáticas os agregados familiares não
possuem outras actividades auxiliares para redução da vulnerabilidade face a seca e
estiagem, o estudo provou que embora não tenham domínio sobre o fenómeno, eles
adoptam outros meios de subsistência que os permite a obtenção do que lhes falta no
seu quotidiano. A análise das entrevistas mostra que os agricultores desenvolvem outras
actividades fora da agricultura que garantem o sustento dos seus agregados familiares.
Essa tomada de decisão de exploração de carvão/lenha, trabalho ocasional, comércio,
etc, deriva da vontade de obter e manter disponíveis recursos para o sustento familiar.
Estas actividades representam um forte activo no relacionamento entre os riscos e a
pobreza e através dele conseguem ganhar a vida. Por via disso, embora sejam
vulneráveis às Mudanças Climáticas, os agricultores conseguem reduzir o risco a que
estão expostos. A decisão de uso destes meios de vida advém da experiência de vida
dentro de um meio ambiente de seca, validando a hipótese de que a percepção da falta
de chuva que por via disso não podem produzir nas suas machambas faz com que os
agricultores procurem outros meios de subsistência para a redução da vulnerabilidade.

Relativamente à estratégia de corte de lenha e produção de carvão, tem resultado no


desmatamento e em consequência impactos a longo termo tais como erosão,
desertificação e alterações climáticas.

Recomendações

Partindo do princípio de que as Mudanças Climáticas são uma realidade e que para o
caso vertente manifestam-se através de mudanças no padrão da precipitação e
temperatura, afectando directamente a produção agrícola (base económica das
comunidades), o estudo considera importante o conhecimento e domínio de matérias
relacionadas com as MC no seio dos agricultores, mas também recomenda a:
• Maior divulgação de informações sobre o fenómeno por parte das autoridades do
Governo do distrito através de uma educação ambiental;

• Elaboração e implementação de um plano de educação ambiental;

• Implementações de programas de apoio às populações que não conseguem


aceder a outros meios de subsistência fora da actividade agrícola como mais
trabalhos de comida pelo trabalho à semelhança do que foi feito nos Postos
Administrativos de Mapulanguene e Motaze; e

• Abertura de uma linha de crédito para pequenos negócios.

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