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MUITOS JOÃOS: A INCLUSÃO DAS PESSOAS CADEIRANTES NO AMBIENTE ESCOLAR.

SCWARZ, DANIEL. 2470498, 2018.


Resumo

O presente artigo pretende versar sobre a questão da inclusão das pessoas cadeirantes no ambiente
escolar. Para tanto, parte de um relato de um aluno do sexto ano do ensino fundamental 2 para
refletir a respeito dos direitos deste grupo de pessoas à educação e das necessidades de
reorganização do espaço escolar para acolher estas pessoas e garantir a igualdade de oportunidade a
que estas têm direito, assegurada pela Constituição Federal do Brasil.

Introdução
Faz dois anos que estudo aqui: é bem mais fácil do que a escola anterior. Na escola que eu
estudava antes, as salas ficavam no segundo andar de um prédio que não possuía elevador. Eu
dependia da ajuda de colegas, professores e funcionários da escola.
Agora que estudo aqui tá um pouco melhor: conseguiram transferir minha sala para uma classe
que tem no térreo e consigo entrar na escola por uma rampa de acesso.... Pra ir no banheiro é
tranquilo, já que existe um banheiro adaptado no térreo...Na sala de aula eu sento na primeira
carteira da primeira fileira, porque é muita cadeira na sala e fica mais fácil de entrar e sair...Não
participo das aulas de educação física e não consigo acessar a biblioteca, a sala de leitura e de
informática, que ficam todas em andares mais em cima do que consigo chegar... É chato quando
tem aula lá em cima: fico sozinho estudando ou desenhando.
Depoimento concedido por João, 11 anos. 6º ano do Ensino Fundamental II de uma Escola
Municipal de São Paulo, SP.

Os desafios da inclusão escolar das pessoas portadoras de deficiência, ou de necessidades


especiais, como alguns autores preferem chamar a condição destas pessoas, são enormes:
adaptação e reforma do espaço físico de escola muitas vezes bastante antigas, reorganização dos
espaços escolares para melhor acomodação destes e destas alunas, ressignificação do que se entende
por uma série de atividades que a condição física dessas pessoas não permite que sejam executadas,
presença de material específico para a inclusão escolar dessas pessoas, existência de uma série de
profissionais capacitados para atender a este público, dentre uma série de outras tantas questões.

O caso enunciado pelo depoimento do aluno João é mais comum do que se pode imaginar e
atinge uma boa parte dos alunos e alunas portadoras de algum tipo de deficiência: sua experiência
escolar é atravessada por sua condição física e, muitas vezes, sua rotina passa pela dependência da
ajuda, ou da boa vontade, das pessoas que participam deste ambiente.
Por outro lado, o caso de Joao só representa uma parcela daquilo que é a realidade e a
condição de estudo das pessoas portadoras de necessidades especiais: isso porque João é cadeirante
e existem uma série de outras condições de deficiência que devem ser consideradas pelos ambientes
escolares quando de seu projeto de adaptação e reorganização para o acolhimento deste público.

O jornal O Estado de São Paulo(TOLEDO, 2016), em matéria publicada no ano de 2016,


mostra um retrato do cenário em que se encontram as escolas do país para receberem alunos
portadores de necessidades especiais e aponta para uma dura e preocupante realidade, cuja mudança
depende não só da proposição de políticas públicas para sua aplicação, como também um
investimento maciço em melhorias no espaço físico e na formação de pessoal capacitado para o
devido acolhimento, garantido pela Constituição Federal e por uma série de Leis, Decretos e
Acordos Internacionais sancionados pelo nosso país (PRIMO, 2011).

Desenvolvimento

Em matéria publicada em 15 de Setembro do 2016, o Jornal o Estado de São Paulo apontava


uma preocupante realidade para os alunos portadores de deficiência na capital do Estado: Apenas
33% das escolas da rede municipal e 38,96% da estadual estão acessíveis 1 de acordo com os padrões
técnicos determinados pela norma técnica NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) que versa sobre a devida presença destes alunos e alunas:

(...) as unidades devem oferecer rampas de acesso e elevadores para cadeirantes, piso com
sinalização tátil para pessoas com deficiência visual e barras de apoio, entre outros
equipamentos. Além disso, o Estatuto da Pessoa com Deficiência prevê a oferta de profissionais
de apoio escolar para cuidar desses alunos.
(TOLEDO, 2016)

O jornal ainda faz uma denúncia bastante grave mas pouco surpreendente, as escolas dos
bairros periféricos, que concentram um maior número de alunos portadores de deficiência, estão
pior equipadas para a acolhida destas pessoas do que as escolas dos bairros mais ricos da cidade.
O Estado brasileiro entende a pessoa portadora de deficiência enquanto uma categoria
abrangente, caracterizado este grupo composto de pessoas que:
1 De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência)
acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços,
mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo,
tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida(BRASIL, 2015, Art. 3º)
tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
(BRASIL, 2015, Art. 2º)

O texto apresentado acima é parte da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 6 de Julho do
ano de 2015 , que confere à pessoa com deficiência “o direito à igualdade de oportunidades com as
demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.” (BRASIL, 2015, Art. 3º).

Divina Pereira Primo(2011), pesquisadora educadora, aponta em sua tese de mestrado que,
apesar de se tratar de tema e preocupação antiga, o direito das pessoas portadoras de necessidades
especiais à educação especial só foi garantido com a promulgação da Constituição de 1988
(BRASIL, 1988), visto que ela assegurou a “responsabilidade do Estado [para com] a saúde,
assistência social e o atendimento educacional especializado” (Purificacao, Souza, Melo, s/d, p.4)
voltado para este público.

A partir dos anos 1990, a publicação da Lei das Diretriz e Bases (LDB) da Educação Básica
do Brasil reforçou, em seu artigo 58, esse compromisso do Estado para com a inclusão escolar.

Nos anos de 2000, a presença do Estado Brasileiro na Convenção sobre os direitos das
pessoas com deficiência realizada em Nova Iorque, trouxe consigo a publicação de uma emenda
Constitucional que deu mais forca ainda a este movimento, garantindo aos deficientes o direito à
educação especial, preferencialmente na rede regular de ensino. (PRIMO, 2011)

Aos alunos com deficiência física, indica-se que participem da rotina da rede regular de
ensino (JUNIOR et all, 2017). A posse de deficiência física produz alterações nas capacidades de
movimento das pessoas e “essas mudanças podem implicar singularidades no modo de mobilidade,
alimentação, coordenação motora, comunicação oral ou escrita”( Idem, p. 2).

A escola, para bem recebe-los, precisa realizar melhoras em sua estrutura física, oferecendo
rampas de acesso, banheiros adaptados, classes espaçosas para que o cadeirante possa se deslocar
dentro delas, bibliotecas e salas multimídia aptas a receberem este público, etc. (PRIMO, 2011).

Conclusão
Por necessitarem quase que tão somente de adaptações no espaço físico escolar, os
cadeirantes são parte de um dos grupos de pessoas portadoras de deficiência de mais fácil inclusão
em escolas regulares (Idem). Esta possibilidade, entretanto, é tolhida destas pessoas pela
negligencia do poder público para com as leis vigentes no país, tal como o caso de João nos
enuncia.

As escolas do país precisam rapidamente se adaptarem para receberem estes alunos com
dignidade e incentivá-los a darem continuidade a sua trajetória escolar, a fim de que se evite que a
evasão escolar e as adversidades enfrentadas por essas pessoas os impeçam de alcançarem os
diversos níveis da educação no país, permitindo-os que tenham acesso à igualdade de
oportunidades, garantida pela Constituição Federal.

Referências

BRASIL. Estatuto da pessoa com deficiência. Lei 13146, 6 de Julho de 2015.


BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988.
JUNIOR, O. R. S et all. Inclusão e acessibilidade: A realidade das infraestruturas para alunos
cadeirantes nas escolas públicas de Pernambuco, Anais do IV Conedu, João Pessoa/PB, 2017.
PRIMO, D. P. Inclusão de Alunos Cadeirantes: Perspectivas e desafios após o Decreto
6.571/2008. Pós-graduação em Desenvolvimento Humano. Unb, 2011.
PURIFICACAO, S. B; SOUZA, R.G; MELO, V. B. O direito das pessoas portadoras de
deficiência.In: IV Simpósio Internacional de Ciências Integradas da UNAERP, p. 11, Guarujá/SP,
s/d.
TOLEDO, L.F. Maioria das escolas públicas de SP não é adaptada para pessoas com deficiência.
Matéria publicada no Jornal O Estado de São Paulo, 15 de Setembro de 2016. Disponível em: <
https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,maioria-das-escolas-publicas-de-sp-nao-e-adaptada-
para-pessoas-com-deficiencia,10000076098 >. Acesso em: 02/06/2018.

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