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Medicina tradicional
UNIVERSIDADE METODISTA
Módulo: IV
O ritual xamânico, por sua vez, exige a presença do xamã, que nada mais é do que um
sacerdote. Geralmente, ele já é apresentado com o próprio estado de consciência
mudado. Dessa forma, ele começa a expressar uma série de poderes que não teria se
estivesse normal, como é o caso de se comunicar com plantas, espíritos e outros seres
do universo. Para fazer isso, ele se utiliza de algumas ferramentas já próprias para a
prática, além do organismo e o próprio corpo de quem também assiste à cerimônia.
Durante esse evento sagrado, algumas coisas acontecem: as pessoas começam a dançar,
os tambores, a soar, e até mesmo algumas ervas que também são consideradas sagradas
podem ser consumidas com o intuito de alterar levemente o próprio espírito.
Essa prática tanto filosófica quanto religiosa não confia em Deus e não se relaciona com
o seu filho, Jesus Cristo, mas suas crenças estão voltadas, principalmente, aos
ensinamentos proporcionados pelo próprio meio ambiente.
Dessa forma, um xamã só pode ser assim considerado quando esse indivíduo passa por
algum período de sofrimento ou dor, seja por alguma crise de caráter pessoal ou uma
enfermidade de forma geral. Quando ele é convocado pela espiritualidade, ele deve
passar por um longo “tratamento”, ou melhor, um preparo que envolve a cura por meio
da mãe Natureza e demais procedimentos, todos eles de caráter medicinal.
No nosso País, a tradição se chama pajelança e conta com vários aspectos únicos da
cultura desse povo, como por exemplo, tocar instrumentos musicais essencialmente
brasileiros durante as cerimônias, como é o caso de zunidores, maracás e outros. (Fonte:
Web – Eu sem fronteiras)
Entre outros produtos utilizados pelo xamanismo, a região norte do Brasil apresenta,
ainda, outros derivados de plantas, como o Daime. De origem indígena, apresenta
propriedades calmantes, mas sabe-se também que é pertencente à "família" dos
perturbadores do sistema nervoso central, ou seja, é alucinógena tanto quanto a
maconha ou o LSD.
Entendo, por fim, que o tema é desconhecido de grande parte da população mundial,
graças ao grande lobby dos laboratórios alopáticos.
A abrangência e a profundidade das questões levantadas por Bilimoria mostra que existe
a possibilidade das análises nos parâmetros, no entanto, levar em consideração a
imensidade de questões a serem tratadas na cultura das filosofias específicas.
Desse modo, as religiões apresentam inúmeras diversidades entre elas dos elementos
distintivos de características extremamente específicas para cada uma, “as religiões
enquanto totalidade de visões do mundo, abarcando um amplo leque de doutrinas,
ideologias, mitos e padrões simbólicos, práticas sagradas, crenças últimas (que
informam de modo profundo a vida humana, mais do que simplesmente oferecem uma
base para asserções proporcionais) , e assim por diante”. (Ninian SMART)
Nessa perspectiva das propostas apresentadas por Smart o Porf. P. Bilimoria questiona
que: “a filosofia comparada da religião fundamenta-se erroneamente em dois dogmas, a
religião comparada em si e a teologia natural”.
Parece contraditório, mas acrescenta e motiva que a “comparação deve sim existir no
campo acadêmico, porque Comparar é Preciso, simplesmente porque as coisas se
apresentam como semelhantes ou como diferentes, ou ambos”.
Em questões que buscamos identificar parâmetros para as distinções, Bilimoria propõe
uma reflexão positiva se existe possibilidade das religiões serem comparadas?
Primeiramente destaca que: “existe uma multiplicidade dos fenômenos religiosos em
todas as diversas culturas; segundo, eles podem ser agrupados em religiões; e por
último, tem algo em comum, por ex. uma crença que transcende ou em coisas
sagradase na possibilidade de salvação ou de libertação”.
Pelo caráter orgânico das religiões, Purushottama Bilimoria diz que não há como
compará-las. De que modo poderíamos comparar a unidade dada pelas escrituras,
deuses, cultos, conceitos de uma determinada religião face a outra? Mesmo que
isolássemos um desses aspectos, como seria possível equipará-lo a outro fora do
contexto em que foi criado? Mas, se não podemos isolar e comparar os aspectos
próprios de uma religião, por medo de removê-los de seu cenário específico (histórico,
cultural, teológico ou simplesmente funcional), como poderemos fazer religião
comparada? Ao que tudo indica e segundo Bilimora, não podemos, e por questões de
princípios mesmo. Segundo Bulimoria, a filosofia comparada da religião está
erroneamente fundamentada em dois princípios bem específicos. Um, a religião
comparada “em si”, e dois, a teologia natural “per se”. Na primeira, temos a crença de
que há elementos comuns entre as tradições ou sistemas religiosos, e de que esses
elementos são significativos do ponto de vista acadêmico. Não são. O que se passa é
que a atividade de comparar é inerente ao homem, faz parte de sua capacidade de
discernir, determinar e julgar. Quanto à teologia natural “per se”, o problema está em
como comparar as motivações, pressuposiçõe, posição cultural e legados das próprias
civilizações. Tais questões, de acordo com Bilimoria, impedem a demarcação dos
limites de categorias-chave como Deus, Absoluto, O Transcendente, A Criação, o
problema do mal, a vida após a morte, a imortalidade, o pecado, a redenção, o destino,
por fim, e o livre-arbítrio. No que se refere a à filosofia da religião, Bilimoria parece
acreditar que ela não deveria se render aos rigores da lógica, da razão, da análise, da
dialética, da redução, da refutação, etc., próprios da lógica mesma, da epistemologia, da
ontologia e da metafísica, ou seja, de outros ramos da filosofia. A filosofia da religião,
afinal, não é só mais um ramo da filosofia, seus objetos de estudo são, antes, as questões
que ela toma para si mesma, questões que derivam quase que exclusivamente da
teologia natural “per se”.
Sim,é difícil destacar elementos distintivos de uma religião pois isso sempre partirá de
uma comparação e no fim, cada religião é única em si mesma, embora a mesma entre as
demais. Principalmente quando ela é mais prática que teórica, quer dizer, chama mais o
fiel às suas práticas que à reflexão sobre suas doutrinas. Em alguns casos, essas
doutrinas nem existem.
Assim, o escritor Philip Wilkinson dirá que “as religiões sendo tão diversas quanto as
culturas no mundo existentes, torna-se difícil definir religião, em especial porque ela
envolve conceitos intangíveis, porém há que se constatar alguns fios condutores comuns
a elas” e assim, ela pode ser definida sob sete aspectos básicos, a saber: a doutrina, a
mitologia, a experiência religiosa (pessoal), a institucionalidade, o conceito ético, o
ritual e, os objetos/lugares sagrados ou de culto.[i]
Mais do que as definições propriamente ditas (ou o fenômeno religioso), esse intento
sempre se declina para uma questão mais complicada, cumpre dizer, as extensas
reflexões filosóficas sobre o que encerra a relação entre o sujeito (religioso) e o objeto
(de adoração).
Porém, a religião pressupõe a relação entre o homem e o sobrenatural, mas isso não
implica necessariamente uma relação homem-divindade, uma vez que encontramos
religiões a-teistas (budismo primitivo, por exemplo). Mas o transcendente afirma sua
existência nos argumentos e por meio deles.[ii]
Assim, sugere-se, para o esboço geral sobre as proposições abaixo que se seguem, a
pergunta objetiva: Quem propõe melhor as questões para entendimento da filosofia da
religião, o julgamento da razão ou o comprometimento da fé? Para essas perguntas o
debate e as respostas são intermináveis e inconclusos.[iii]
O escritor e educador Ninian Smart (precursor dos estudos de religião secular e religião
comparada, citado por Bolimoria, pg.14 ) dá suporte para as reflexões expondo que se
faça toda a análise do tema nas três introduções a uma filosofia da religião, quer seja:
b) A teologia natural per se: implicações culturais nas religiões comparadas, suas
influências e problemas de teodiceia.
A religião então se define por revelação (origem divina), origem política (doutrinas
disciplinadoras de medo ou vingança dos deuses) e a formação humana (teorética
[conhecimento da existência e do mundo] e prática [tremor e temor do futuro de si].
Max Müller vê a religião como apreensão do infinito [naturalismo], mas igualmente, ela
é vista por muitos pensadores como uma tentativa de explicar o mundo (Feuerbach [o
medo] e Durkheim [vazio]) e crises do cotidiano e temor da morte, bem como enfrentá-
las positivamente (Malinowski [superação pela magia] e Freud [sublimação]). Hobbes
afirmava que a principal causa do aparecimento da religião é o temor que nasce da
incerteza do futuro.[vi]
b) A verdade: “a filosofia tem o mesmo objeto da Religião, porque ambas têm como
objeto a Verdade, no sentido superior da palavra, porquanto Deus, e somente Deus é a
Verdade”. Aquela por meio do conceito e esta por meio do sentimento.
d) Sua função social, entre outras, seria o fortalecimento de laços de amizade e boa
vontade, bem como, a alteridade nas sociedades religiosas, mormente primitivas.[vii]
Rubem Alves dirá que todas as análises da religião permanecerão sempre incompletas e
unilaterais (p.24): “A religião é um sonho da mente humana. E, através dela passamos a
ver as coisas reais no fascinante esplendor da imaginação e do capricho, ao invés de o
fazer sob a luz mortiça da realidade e da necessidade” (Feuerbach, apud Alves, R. –
in Enigma da Religião, p.15). Em resumo, a consciência religiosa é uma expressão da
imaginação e esta é a origem da criatividade humana.[viii]
Para Marilena Chauí, a experiência religiosa advém do sagrado que emerge o amor,
repulsa e ódio, sentimentos esses que decorrem em respeito feito de temor. Mas pontua
que a concepção do sagrado é originário da experiência religiosa, decorrendo em
religião como narrativa de origem (de tudo), os ritos (laços sentimentais, processuais e
simbólicos entre os homens e a divindade), objetos simbólicos (que também em alguns
momentos explicam as origens do sagrado [Otto]), as doutrinas (Otto) e a vida post
mortem.[ix]
O filósofo Battista Mondin irá acreditar que a religião em sua essência, seja o conjunto
de conhecimentos, ações e estruturas com as quais o homem expressa reconhecimento,
dependência e veneração em relação ao sagrado. Baseado nisso ele evidencia por um
lado, o sujeito – e sua atitude que este adota ao se expressar religiosamente – bem como
o objeto que é caracterizado de modo exclusivo e unicamente à esfera do religioso
(conceito que vai ao encontro de Scheiermacher que parte da base kantiana).[x]
Sendo um texto para um fórum, saliento aqui que o texto-base lido para a elaboração
acima, suscita à recorrência de outras tantas (e inúmeras) obras a respeito, e que ao fim
e ao cabo, façam com que voltemos a reler mais detidamente o professor Bilimoria.
[ix] CHAUÍ, Marilena – Convite à filosofia - Ática, 12ª edição, 2000, pg.298. A
referência ao teólogo Rudolf Otto (1869 – 1937) foi uma inferência à descrição de
Chauí por minha conta.
O cristianismo ainda é o cadinho onde as demais religiões são "depuradas" para serem
digeridas. O sistema filosófico que da conta de discutir a religião ainda é
hegemonicamente europeu e logicamente, ainda é cristão. As questões que anima o
cenário religioso, quando equiparadas numa espécie de “canone” que afere qualidade e
gradação de verdade absoluta se complica. a Busca pela racionalidade religiosa embora
se esbarre em uma serie de problemas não pode ser desencorajada.
Os índios são os primeiros habitantes de nossa terra, que colonizados pelo branco que
acabaram com seus costumes e com a sua religião. Contudo a "religião" indigna
continua com suas crenças e costumes. Para o índio o mundo terreno e o mundo
espiritual estão interligados, por isso para entender sua cultura é necessário também
entender sua crença. Dessa forma o Xamanismo (religião/prática mística) = ' a mente na
caverna', acontece através do curandeiro que recebe ajuda dos espíritos auxiliares e
junto com as plantas trazem a cura e a libertação ao doente ou a aldeia. Suas crenças são
expressas através de rituais, com danças, bebidas e fumo. O Xamã (chefe curandeiro)
junto com seus amigos pintam seus corpos (para sua proteção), vestem suas roupas e
fumam os seus cigarros, atos esses que deixam o curador em transe, levando-o ao
mundo dos espíritos, se preparando assim para atuar na mediação. Ainda segundo o
vídeo, depois do ritual de cura o curandeiro tira do corpo do enfermo uma massa, e a
destroem, dizendo ser essa massa a causa da doença. Após alguns dias o enfermo está
bem de saúde. Além da parte espiritual, os índios utilizam muito as plantas como
remédios naturais, muitos possuem suas próprias plantas na aldeia, quando não, vão
procurar em outras regiões. O vídeo nós mostra a maneira simples dos índios
sobreviverem, suas crenças e seus costumes que são passados de geração em geração e
que por muitos, são consideradas antigas e ultrapassadas.
Compreendi que para os indígenas, a enfermidade está relacionada ao
desequilíbrio espiritual, por tanto a cura da doença está diretamente vinculada às
práticas ritualísticas, as forças da natureza e aos ancestrais, ou seja, na fé espiritual.
Tal condição é admitida como a mais pura expressão de verdade, ou seja, a crença na
cura pelas divindades e forças da natureza.