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Fig. 1 - Evolução da
pressão no impulsor, na aspiração (SS) e na compressão (DS)
Fig. 2 -
Consequências da descida da pressão à entrada do impulsor
As bolhas de vapor formam-se se a pressão estática numa determinada zona do
impulsor igualar a pressão de vaporização do fluido. Depois, quando as bolhas
de vapor são transportadas para uma zona de pressão mais elevada (p > p D),
colapsam e precipitam-se violentamente sobre as pás do impulsor sob a forma
de jactos microscópicos, atingindo-as com uma velocidade muito elevada.
corrosão e erosão.
Fig. 3 – Evolução das bolhas de vapor
A Fig. 3 representa a evolução das bolhas de vapor, desde a formação até à sua
precipitação, sob a forma de jacto microscópico. Em investigações recentes,
utilizando imagens em câmara lenta com aproximadamente 9x10 5 imagens por
segundo, foi possível visualizar o fenómeno e verificar que durante o colapso das
bolhas forma-se um jacto microscópico que perfura a extremidade oposta da
bolha, precipitando-se sempre na direcção do material com uma enorme
violência.
Critérios para aplicação prática
Para evitar as consequências da cavitação, é necessário garantir uma
determinada margem de segurança entre a pressão registada à entrada do
impulsor e a pressão de vaporização do fluido. À diferença entre a pressão à
entrada do impulsor e a pressão de vaporização do fluido, é chamado NPSH (Net
Positive Suction Head).
O NPSH é um valor neutro que só ganha significado quando definido o contexto
em que ele se aplica.
O NPSH de uma bomba (NPSHp ou NPSHr) é a pressão mínima requerida à
entrada do impulsor para que não ocorra cavitação.
Na prática é extremamente complicado definir o valor exacto do NPSHr, pois isso
implicaria a instalação de sistemas de monitorização no interior do impulsor da
bomba, a fim de determinar o preciso momento do início da cavitação. O NPSH
da bomba é normalmente determinado por via experimental, mediante a
estipulação prévia de determinados critérios. Tendo em conta que o início do
desenvolvimento de bolhas de vapor ocorre bastante antes da performance da
bomba ser afectada pela cavitação, é usual definir critérios de níveis de cavitação
admissíveis.
Na prática, são aplicados diferentes tipos de critérios:
NPSHi: Cavitação incipiente;
Redução da altura manométrica numa determinada percentagem
0% NPHS0 (= inicio redução altura devido cavitação)
1% NPSH1
2% NPSH2
3% NPHS3
X% NPSHx
NPSHfull: Cavitação total (bomba não gera caudal);
NPSHDh: Queda da eficiência da bomba num determinado valor;
NPSHm: Erosão de uma determinada quantidade de material, num
determinado intervalo de tempo;
NPSHPhon:Limite de um determinado nível sonoro;
NPSHVibr: Limite de um determinado nível de vibração;
De um modo geral, os fabricantes de bombas usam o critério de redução da
altura manométrica em 3% para determinar o valor de NPSH da bomba
representado nas suas curvas (Fig. 4). Também é usual recomendar uma
margem de segurança (≥0,5 m) a adicionar ao NPSHr, que varia consoante o
tipo de bomba e seus materiais.
Fig. 4 -
Determinação experimental do NPSHr usando o critério de redução da altura (H)
em 3%
Fig. 5a - Cálculo do
Fig. 5b – Cálculo do
NPSHa numa instalação com aspiração positiva
Medidas correctivas
Para que não ocorra cavitação, a condição NPSHa > NPSHr tem de ser garantida
em toda a gama de funcionamento, prevista para uma determinada bomba num
determinado sistema. Se, após o arranque de uma instalação de bombagem, se
verificar a ocorrência de cavitação, as medidas corretivas passam por aumentar
o valor de NPSHa ou baixar o valor de NPSHr. Os valores de NPSHa e NPSHr de
uma instalação têm por base a geometria fixa do sistema e da bomba. Isto leva
a que a subsequente melhoria da condição NPSHa > NPSHr num sistema de
bombagem, só poderá ser possível mediante acentuadas alterações no sistema
ou da bomba, normalmente com elevados custos associados.
Para aumentar o valor de NPSHr, as opções passam por substituir a bomba por
outra que tenha um menor NPSHr ou em certos casos, usar um impulsor especial
de baixo NPSHr no andar de aspiração em bombas multicelulares, ou instalar um
indutor – consistindo num pequeno impulsor à frente do impulsor da bomba (Fig.
7 e Fig. 8). Qualquer uma destas soluções implica alterações significativas na
construção da bomba pelo que, devido aos custos associados, só se torna viável
em grandes bombas.
Fig. 8 – Curvas de
NPSHr de uma bomba, com indutor e sem indutor
Em certos casos, quando a performance da bomba se mantém dentro de níveis
aceitáveis, é possível reduzir substancialmente os efeitos de erosão provocada
pela cavitação, usando impulsores em materiais com melhor qualidade. Os
materiais com maior resistência ao efeito da cavitação são aqueles que
apresentam uma boa resistência mecânica, combinada com elevada resistência
à corrosão. Por exemplo, se atribuirmos ao ferro fundido cinzento (GG-25) um
índice de perda de peso igual a 1.0 por efeito da cavitação, temos a seguinte
graduação de outros materiais com melhor resistência:
Ferro fundido cinzento GG-25 índice 1.0
Aço vazado GS-C 25 índice 0.8
Bronze G-CuSn 10 índice 0.5
Aço crómio G-X 20 Cr 14 índice 0.2
Liga de bronze G-AlBz 10 Fe índice 0.1
Aço crómio-níquel G-X 6 CrNi 18 9 índice 0.05
Noridur ® G-X 3 CrNiMoCu 24 6 índice 0.02
Conclusão
A solução mais adequada e económica para o problema depende das
características individuais de cada bomba e cada sistema. Mas, de um modo
geral, não existem soluções simples e os seus custos são elevados. Por isso é
recomendável que, durante o projeto e antes da aquisição das bombas, seja
verificada e garantida a condição NPSHa > NPSHr (a – aspiração e r - recalque)