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TÍTULO DO PROGRAMA

A Luz, a Sombra e o Reflexo: Pintando com a Luminosidade

Série: Linhas, Formas e Cores

SINOPSE DO PROGRAMA
 
O filme percorre boa parte da História da Arte para mostrar como a
expressão da luz, da sombra e do reflexo revolucionou a pintura por
diversas vezes. Van Eyck, Caravaggio, Monet, Van Gogh, Duchamp,
cada um em seu tempo, conseguiram realizar o sonho de pintar com a
luz, deixando obras eternas. A proposta de trabalho interdisciplinar
consiste em realizar um ensaio fotográfico utilizando os diferentes
recursos de luz que possam mostrar a sua função estética.

CONSULTORES

Anamelia Bueno Buoro – ARTES


Cristiane Rodrigues Caetano Tavolaro – FÍSICA
Fernando Isao Kawahara – HISTÓRIA

TÍTULO DO PROJETO
Nem só do Sol vive a luz
™ MATERIAL NECESSÁRIO PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE:
Física

Para fazer as observações de iluminação:


- Ambiente escurecido (lâmpadas apagadas, cortinas ou papel para cobrir as janelas);
- 01 lâmpada incandescente (com soquete e fio com plug, caso não esteja instalada no teto);
- 01 lâmpada luminescente “branca” (com soquete e fio com plug, caso não esteja instalada no
teto);
- 01 lâmpada luminescente “amarela” (com soquete e fio com plug, caso não esteja instalada no
teto);
- 01 extensão (caso não haja tomada próxima);
- 01 folha de papel celofane de cada cor: vermelha, amarela, verde e azul (e outras, se quiser);
- 01 cartolina, ou papel cartão ou qualquer papel que possa servir como aba para o papel celofane;
- Tinta acrílica fosca nas cores: branca, preta, vermelha e amarela (e outras, se quiser);
- 05 tubos de rolo de papel (ou qualquer outro objeto que possa ser pintado com a tinta sugerida,
ou que se apresente nas cores sugeridas, mas sem brilho);
- Tesoura ou estilete;
- Fita adesiva ou cola.

Para fazer o espectroscópio caseiro:


- 01 CD (de preferência transparente, senão, retire a camada refletora usando um estilete e fita
adesiva);
- 01 caixinha de papelão (como, por exemplo, uma caixa de perfume);
- Tesoura ou estilete;
- Fita adesiva.

Para registro das imagens e pesquisa:


- 01 máquina fotográfica digital;
- 01 microcomputador com acesso à Internet.
Arte
- Reprodução das imagens no tamanho A3, em papel, e/ou projeção com uso de computador e
data-show.

™ PRINCIPAIS CONCEITOS QUE SERÃO TRABALHADOS EM CADA


DISCIPLINA

FÍSICA
• O espectro eletromagnético visível;
• Coloração por absorção e coloração por transmissão.

ARTE
• Luz, sombra e reflexo como elementos da linguagem plástica.
• O uso da luz, da sombra e do reflexo ao longo da História da Arte.
• A função estética da luz.
• Leitura da imagem - descrição.

HISTÓRIA
• História e memória.
• Sujeito histórico.
• Documentos fílmicos.

™ DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE
Física
Para mostrar que o conceito de cor depende da iluminação ambiente e que essa iluminação
interfere na tentativa de representação de uma cena real - seja através da pintura, da fotografia ou
de filmes - o professor de Física pode planejar a realização de alguns experimentos simples e com
materiais de baixo custo. As fontes de luz, juntamente com a instalação (soquetes, fios, plugs e
extensão) podem ser providenciadas pelo professor, enquanto o restante do material pode ser
solicitado aos estudantes.
A atividade de Física pode levar cerca de duas aulas: uma para preparação do material, isto é,
pintura dos tubos e confecção do espectroscópio, e outra para realização dos experimentos e
discussões.
Sugiro que a atividade ocorra antes da discussão teórica sobre o conceito de cor da luz e cor dos
corpos.
Aula para preparação do material
Cada lâmpada será acesa individualmente, de modo que um único soquete com fio e extensão
pode servir para acender as três (figura 1).

Fig. 1: Lâmpada incandescente com potenciômetro (dimmer) em um soquete apoiado num bloco de
madeira.
O papel celofane terá a função de filtro de luz. Dobre o papel celofane para formar quatro camadas
e utilize a cartolina ou papel cartão para fazer uma aba como suporte (veja a figura 2).

Fig. 2: Filtros de luz feitos de celofane. Filtro vermelho em frente à lâmpada luminescente branca.
Cada tubo de rolo de papel deve ser pintado (em cores diversas) com uma camada bem espessa
de tinta ou com várias demãos (figura 3). Deixe um sem pintura.
Fig. 3: Tubos de rolo de papel higiênico pintados com tinta acrílica.

Para fazer o espectroscópio caseiro leia o artigo disponível em:


http://fisicamodernaexperimental.blogspot.com/2009/07/espectro-dentro-de-uma-caixinha.html .
Ou assista ao vídeo disponível em:
http://fisicamodernaexperimental.blogspot.com/search/label/espectroscopio%20manual .
Ou siga as instruções a seguir:
Corte o CD transparente em pequenos pedaços, cerca de 2 x 2 cm (um único CD renderá vários
espectroscópios). Pegue uma caixa de papelão pequena e em uma das tampas (aba móvel)
recorte um quadrado pouco menor que sua rede de difração. Esta janela deve ser feita próximo à
lateral da tampa (Figura 4a). A rede será encaixada nesta janela e presa com fita adesiva.

Janela com rede


de difração

Aba móvel
fechada

Figura 4 a: posição do pedaço de CD transparente que atuará como rede de difração.

Na outra tampa precisamos produzir uma fenda de largura variável para a entrada de luz e um
anteparo com uma escala graduada. Em uma tira de papelão da mesma largura e comprimento da
tampa, cole um pedaço de papel milimetrado, cobrindo totalmente a tira.
Recorte totalmente a tampa e cole-a na caixa transversalmente como mostra a Figura 4b. Desse
modo a tampa funcionará como trilho suporte para o anteparo com a escala. Introduza o anteparo
com a escala voltada para dentro e deixe um vão (fenda) do mesmo lado da rede de difração, para
a entrada de luz.

Orifício para
iluminação da Fenda com rede
escala de difração

Anteparo com
escala interna Fenda regulável
para entrada de
Suporte do luz
anteparo

Figura 4 b: Na face oposta à face com o CD, encontra-se o anteparo que desliza para regular a fenda
de entrada de luz.
Pronto, agora é só experimentar! Direcione a fenda para uma lâmpada qualquer e olhe através da
rede. Ajuste a largura da fenda (cerca de 2 a 3 mm) até que seja possível ver o espectro projetado
no anteparo. A figura 5 mostra um espectroscópio caseiro pronto.

Fig. 5: Na foto à esquerda vemos a face com o anteparo e fenda, na foto central a face oposta
contendo o pedacinho de CD transparente e na foto à direita vemos um espectro projetado dentro da
caixa sobre uma escala graduada.

Com todo o material preparado, vamos às atividades.


Aula para realização dos experimentos e discussões
Em um ambiente escurecido, alinhe os tubos coloridos e acenda a lâmpada incandescente. Essa
lâmpada pode ser a do próprio ambiente (no teto) ou a do suporte com soquete posicionada em
frente aos tubos. Se a instalação tiver um dimmer, varie a intensidade da luz. Peça aos estudantes
para fotografarem, sem flash, os tubos.
Questione aos estudantes que cores podem ser observadas nos tubos.

Fig. 6: A foto à esquerda foi tirada com menos intensidade de luz da lâmpada incandescente.

Repita o procedimento com a lâmpada luminescente (também conhecida por lâmpada fria) branca
e depois com a amarela. Essas lâmpadas podem ser encontradas com soquete igual ao da
lâmpada incandescente e com potências que variam entre 10 W e 30 W. Na embalagem existe a
classificação para distinguir entre luz branca e amarela (fig. 7).

Figura 7: Lâmpadas luminescentes branca e amarela com soquete, existentes no mercado.


Questione novamente os estudantes sobre as diferenças existentes entre as imagens obtidas com
as diferentes iluminações.

Figura 8: Os mesmos tubos iluminados com luz fria branca e luz fria amarela.

Apesar de percebermos nuances e tonalidades diferentes nos tubos com as diferentes


iluminações, ainda assim os observamos nas cores branca, amarela, preta, vermelha e marrom,
respectivamente da esquerda para a direita. Para ter certeza de que o mecanismo básico da cor
que vemos é fruto da iluminação, vamos repetir as fotos com outras fontes de luz, mas agora com
fontes monocromáticas. A fonte da figura 9 é uma lâmpada específica para uso em fisioterapia,
pois produz radiação vermelha e infravermelha (calor). Observe os mesmos tubos iluminados com
essa luz. Veja a foto da figura 10. Suponha que essa tivesse sido a primeira observação (primeira
foto dos tubos). Qual a cor de cada tubo?

Figura 9: Lâmpada infravermelha medicinal. Tem alta intensidade.


Figura 10: Tubos iluminados com a luz da lâmpada vermelha.

E se agora iluminarmos os tubos com luz violeta de uma lâmpada de mercúrio (figura 11)? Imagine
novamente que essa é a primeira observação. O que seria respondido quanto à cor dos tubos?
Veja as fotos das figuras 12 e 13.

Figura 11: Lâmpada de mercúrio de 125 W com transformador. Possui baixa intensidade.
Figura 12: Tubos iluminados pela luz violeta da lâmpada de mercúrio (fundo escuro).

Figura 13: Tubos iluminados pela luz violeta da lâmpada de mercúrio (fundo claro). É muito bonito com
fundo claro!
Nesses exemplos fica mais fácil perceber que a cor de um corpo depende da cor da luz que incide
sobre ele. Nas primeiras fotos (figuras 6 e 8) é imediata a resposta de que o segundo tubo é
amarelo, mas deveríamos responder que o segundo tubo está amarelo, devido ao tipo de luz
incidente, já que na foto da figura 10 o mesmo tubo está vermelho (só luz vermelha incidente) e
nas fotos das figuras 12 e 13 está negro (luz violeta incidente).
Para entender por que a cor de um corpo muda em função da cor da luz incidente, precisamos
entender que ao serem iluminados, os corpos podem refletir, transmitir e absorver a luz. Cada
superfície tem características próprias no que diz respeito à reflexão e absorção da luz incidente.
Nas três primeiras fotos dos tubos podemos dizer que a luz branca incide sobre eles. A superfície
do segundo tubo refletiu em abundância a luz amarela e em menor quantidade as demais cores,
absorvendo a maior parte delas. O que chega aos nossos olhos (ou à máquina fotográfica) é uma
mistura de muita luz amarela com outras cores em menor intensidade (figura 14).
Figura 14: Corpo iluminado por luz branca, refletindo principalmente luz amarela [1].

Ao iluminarmos o mesmo tubo apenas com luz vermelha, ele a refletiu, e o vimos vermelho. Mas
ao iluminarmos com luz violeta, nós o vimos de cor negra. Isso significa que a superfície desse
tubo absorveu a luz violeta e nenhuma luz foi refletida. Nós o vemos por comparação com os
corpos em volta que refletem luz.

Agora precisamos entender por que vemos tonalidades diferentes nos tubos com as diferentes
iluminações, nos casos das fotos das figuras 6 e 8. Para isso vamos analisar o espectro visível das
fontes de luz com o espectroscópio caseiro.
O espectro é o conjunto de todas as radiações emitidas por uma fonte de radiação. Dependendo
do fenômeno físico envolvido na produção da luz, as quantidades de radiação, bem como as
frequências emitidas, podem variar. O espectroscópio possui uma rede de difração (CD
transparente) que separa a luz incidente em suas diferentes frequências (cores) e também permite
comparar as intensidades. As figuras a seguir mostram fotos tiradas com o espectroscópio das
fontes usadas na atividade. Compare as cores e suas intensidades relativas. Direcione o debate
com os estudantes, questionando, por exemplo, por que o primeiro tubo parece mais branco na
foto à esquerda, na figura 8.
Figura 15: Espectro obtido com a caixinha para a lâmpada incandescente e tubos iluminados com
essa luz.

Figura 16: Espectro obtido com a caixinha para a lâmpada incandescente com baixa intensidade e
tubos iluminados com essa luz.

Figura 17: Espectro obtido com a caixinha para a lâmpada fria amarela e tubos iluminados com essa
luz.
Figura 18: Espectro obtido com a caixinha para a lâmpada fria branca e tubos iluminados com essa luz.
 

A fonte incandescente tem espectro contínuo (todas as frequências), mas produz principalmente
luz vermelha, laranja, amarela e verde (pouca intensidade na região do azul). Por outro lado, a
intensidade de cada cor depende da temperatura do filamento e é por isso que para intensidades
diferentes, temos colorações diferentes (veja foto da figura 6).
A luminescente amarela tem espectro discreto (faltam várias frequências) e emite principalmente
luz vermelha, laranja e verde (bem menos azul, se comparado às outras duas fontes). Luz
vermelha e luz verde são primárias, se refletidas juntas produzem luz amarela.
A luminescente branca exibe bastante intensidade de luz em todas as cores, mas principalmente
na faixa do azul. Agora dá pra explicar por que o primeiro tubo parece mais branco quando
iluminado por luz luminescente branca? Porém se iluminado pela luminescente amarela, o mesmo
tubo parece “branco sujo”, tendendo para o amarelo.
As próximas figuras mostram os espectros das lâmpadas de infravermelho e de mercúrio. Ambas
são monocromáticas, pois só emitem uma estreita faixa de frequências na região visível do
espectro.
Figura 19: Espectro obtido com a caixinha para a lâmpada infravermelha. Há uma pequena faixa de
frequências na região do vermelho e o restante é infravermelho.

Figura 20: Espectro obtido com a caixinha para a lâmpada de mercúrio. Só violeta na região visível (e
ultravioleta que não podemos ver).

Uma maneira de driblar a impossibilidade de utilizar as fontes monocromáticas descritas aqui é a


utilização de filtros de luz. A função do filtro é bloquear determinadas frequências (cores) de uma
fonte de luz.
Um filtro bastante utilizado em cinema e TV é feito de plástico com um corante particular
impregnado (gelatina de acetato). Os corantes têm a propriedade de absorver certa região da luz
do espectro. Assim, um filtro ciano contém moléculas de corantes que absorvem a luz vermelha do
espectro, embora permita a passagem da região verde e azul [2].
Outro filtro muito utilizado em dispositivos de alta tecnologia para transmissão de radiação (tal
como uma fibra óptica, por exemplo) é o de interferência. A propriedade de cada filtro é transmitir
uma frequência enquanto reflete outras.
Um filtro caseiro pode ser obtido com celofane colorido. As fotos a seguir foram obtidas com filtros
de celofane amarelo, vermelho, verde e azul. Confira os efeitos obtidos. Nas fotos das figuras 21 a
24 o filtro foi posicionado logo em frente à lâmpada incandescente. Nas fotos das figuras 25 a 28 o
filtro foi posicionado logo em frente à lente da câmera digital. Em sala de aula utilize os filtros para
questionar os estudantes sobre o efeito que se deve obter com a utilização deles. Questione
também o que ocorrerá se os filtros forem sobrepostos (usados todos ao mesmo tempo). Confira
na foto da figura 29.

Figura 21: Tubos iluminados pela luz da lâmpada incandescente e filtro de celofane amarelo.

Figura 22: Tubos iluminados pela luz da lâmpada incandescente e filtro de celofane vermelho.
Figura 23: Tubos iluminados pela luz da lâmpada incandescente e filtro de celofane verde.

Figura 24: Tubos iluminados pela luz da lâmpada incandescente e filtro de celofane azul.

Figura 25: Filtro amarelo em frente à lente da câmera digital.


Figura 26: Filtro vermelho em frente à lente da câmera digital.

Figura 27: Filtro verde em frente à lente da câmera digital.

Figura 28: Filtro azul em frente à lente da câmera digital.


Figura 29: Os quatro filtros sobrepostos em frente à lente da câmera digital.

Para completar o estudo sobre como a iluminação interfere nas cores que vemos refletidas nos
objetos, acesse o site http://www.educaplus.org/luz/mezaditiva.html. O simulador permite que você
“construa” sua própria fonte de luz, misturando as cores primárias de luz em diferentes
quantidades. Ao acender a lâmpada é possível observar a cor refletida pelas bolas coloridas. Veja
também http://www.educaplus.org/luz/colprima.html para estudar as cores primárias.
Para estudar os efeitos dos filtros na iluminação ambiente, acesse
http://www.educaplus.org/luz/mezsustractiva.html. O simulador permite “construir” filtros de luz para
subtrair frequências da luz branca incidente. Verifique a cor da luz resultante.

As atividades com os simuladores na Internet podem ser realizadas em uma terceira aula, para
discussão dos conceitos e encerramento da atividade específica de Física.

Arte
No vídeo “Sombra, Luz e Reflexo” temos um bom material para estudar a luz como
elemento da linguagem plástica. Nele é explorado como o uso da luz se modifica na construção do
discurso da pintura ao longo do tempo. O filme traz artistas das mais diferentes épocas, desde a
Idade Média até a Arte Moderna, mostrando como cada um deles faz uso da luz, da sombra e do
reflexo. Com o desejo de aproximar pintura e realidade, observamos que será a partir do fim da
Idade Média que o uso desses recursos se intensifica. Isto porque esses elementos ajudam os
pintores a realizarem obras nas quais podemos perceber uma grande semelhança com o mundo
visto por nossos olhos.
Para além de ajudar o pintor a criar uma ilusão de realidade, a luz nas obras de arte tem
também uma função estética. Assim, mais do que construir esta ilusão de realidade, a luz é
utilizada para criar uma atmosfera, que pode ser calma, tensa, alegre, triste, inquietante, etc. Há
dois modos principais de utilizar a função estética da luz. O primeiro é a utilização de um tipo de luz
mais natural, que ilumina as principais figuras da cena. Já o outro modo pode ser observado em
obras a partir do Renascimento. Essa função é mais poética, é utilizada pelo artista quando ele
quer criar um determinado “clima” para sua pintura. Em muitas das obras de Caravaggio podemos
observar, por exemplo, um clima de tensão e dramaticidade. A luz muda a aparência das coisas e
essa mudança é mostrada pelos diversos artistas dos mais diferentes períodos da História da Arte.
Cada período tem uma maneira de ver a realidade e de tratá-la plasticamente.
Para mostrar como a luz, a sombra e o reflexo se modificam ao longo da História da Arte,
reveja o filme com seus alunos, destacando as características apontadas nas diferentes épocas:
1. Na Idade Média as figuras são pintadas em contraste, com um fundo dourado.
2. No Renascimento as sombras ganham importância, passando a surgirem bem definidas
nas pinturas. O uso da sombra colabora para construir uma pintura mais realista, junto ao
uso da perspectiva.
3. Durante o período Barroco a luz é dramática. Caravaggio faz uso de um forte contraste de
luz e sombra, criando cenas cheias de dramaticidade. O vídeo mostra que ele colocava
seus modelos contra um fundo escuro e com uma luz forte de cima para baixo sobre eles
para obter os efeitos que desejava.
4. As regras da Academia postulavam uma luz uniforme com reflexos cinza azulados.
5. Van Gogh pinta sombras e reflexos coloridos.
6. Monet faz uso da vibração das cores, pintando reflexos coloridos ou paisagens de imagens
refletidas. Ele não se preocupa em realizar uma pintura realista.
7. Malevich usa o contraste entre preto e branco.
8. Na última cena do vídeo vemos Duchamp, que pinta sua sombra em primeiro plano, como
figura.
Em cada período histórico há um modo de utilizar a luz e ela cumpre uma função estética
conforme o artista e a época em que ele vive. Observe que diferentes momentos da História da
Arte configuram diferentes modos de utilizar a luz, a sombra e o reflexo. Dois momentos em que se
destacam um uso muito específico da luz é o Barroco e o Impressionismo. Os artistas do período
Barroco fazem uso de um forte contraste entre luz e sombra, criando pinturas muitas vezes
dramáticas. Já os artistas do Impressionismo buscam compreender como a luz incide nos espaços
e sobre os objetos observados, tentando capturá-la nas suas obras.
Esses modos de apresentar a luz na pintura mostram a função estética da luz, que vai além de
simplesmente iluminar alguns objetos de cena, também cria efeitos que ampliam o sentido da obra
construída. Por exemplo, na imagem “Moça lendo uma carta na janela aberta”, de Vermeer, o
pintor não só mostra que a moça vai até a janela para ter claridade suficiente para ler a carta que
segura nas mãos, mas essa luz também ajuda a construir um clima de intimidade na cena. Essa
mesma luz produz um reflexo da figura da mulher na janela, criando novos sentidos para a pintura,
uma interpretação possível é entender que a luz que vem de fora traz notícias de longe.
Para discutir esses conceitos com seus alunos, proponha um exercício, a partir de imagens de
diferentes épocas, com diferentes usos de iluminação. Realize um trabalho em sala de aula.
Sugerimos a seguinte seleção do Barroco e do Impressionismo:

• Barroco

Figura 1: CARAVAGGIO. Ceia de Emaús, 1601-02. Óleo sobre tela, 139 x 195 cm. National
Gallery, Londres.
Figura 2: VERMEER. Moça lendo uma carta na janela aberta, 1657. Óleo sobre tela, 83 x 64,5 cm,
Gemäldegalerie, Dresden.
• Impressionismo

Figura 3 - Claude Monet, A Estação Saint-Lazare, 1877. Óleo sobre tela, 74,9 x 100,3 cm, Museu
de Orsay, Paris.

Figura 4 - Edgar Degas, O Ensaio, 1877, Óleo sobre tela, 68 x 103 cm, Coleção Burrel, Museu e
Galeria de Arte de Glasgow.
Tendo em mãos reproduções dessas imagens, proponha um exercício de olhar, dividindo a
classe em grupos e distribuindo-as. Cada grupo deverá olhar atentamente para a reprodução da
obra de arte e observar como o artista utilizou a luz, a sombra e o reflexo nela. Após olhar e discutir
com os colegas, os alunos deverão escrever um pequeno texto descritivo com as conclusões do
grupo. Socialize as descobertas de todos em uma conversa ao final da aula.
Na aula seguinte retome as conclusões da aula anterior e proponha um novo exercício com
as mesmas imagens. Dessa vez faça dois grandes grupos, de um lado reúna aqueles que
trabalharam com as imagens barrocas, de outro os que descreveram as impressionistas. Cada
metade deverá comparar e descobrir semelhanças e diferenças entre as duas imagens do mesmo
período histórico. Socialize as descobertas dos grupos e conclua a aula fazendo uma comparação
entre as quatro imagens. É importante que todos percebam os diferentes usos da luz, da sombra e
do reflexo em cada uma delas. Aproveite esse momento para explicar aos seus alunos sobre a
função estética da luz. Direcione para que eles descubram que a função estética da luz nas obras
barrocas cria climas mais dramáticos e introspectivos. Já nas pinturas impressionistas, a luz se
difunde pelos ambientes com mais naturalidade, construindo uma atmosfera do momento. Os
impressionistas usaram um aspecto de luz na pintura que até então não havia sido explorado,
buscando mostrar o fugaz da visualidade.

História

Qual a atuação possível do professor de História frente ao vídeo “A luz, a sombra e o


reflexo – pintando com a luminosidade”?
Há sempre uma atuação possível que servirá de escada para as outras disciplinas – o que
não é demérito algum – ajudando, por exemplo, o professor de Arte na discussão de alguns
períodos canônicos para o estudo das grandes mudanças da História do Mundo Ocidental.
Contextualizar as mudanças artísticas do Renascimento em um processo maior de
mudanças da transição do feudalismo para o capitalismo, no qual o comércio de longa distância,
reaquecido, permite que se repense ideias sobre o mundo e sobre a vida.
Pode-se também comentar sobre a história das ciências e as tentativas de se explicar esse
fenômeno maravilhoso. Dos gregos antigos que a explicavam como uma propriedade dos olhos de
quem vê, às atuais teorias sobre dualidade onda/matéria ou sobre os quanta. São muitas as
possibilidades para o professor de História relacionar os trabalhos científicos sobre a luz com o
contexto de surgimento, ou com o momento em que essas explicações tornam-se predominantes.
Outra possibilidade: tratar o vídeo como um documento, fazendo algumas perguntas,
como:
1) Qual recorte cronológico é utilizado no documentário?
2) Por que optou por este recorte? Por que não outro?
3) No documentário são feitas relações entre os fatos relacionados à produção artística, e
outros fatos, por exemplo, os relacionados à produção agrícola ou ao campo político?
4) Os fatos são ordenados linearmente, dos mais antigos aos mais recentes, ou a idas e
vindas no tempo?
5) Segundo o vídeo, quem são os responsáveis pela evolução nas técnicas da pintura?
6) A escolha das obras exibidas está relacionada com o local de produção?

Há muitas outras perguntas possíveis, mas estas já proporcionam um grande leque de


derivações. Abaixo seguem derivações das questões originais 1 e 2:
a) O recorte está relacionado com o acaso que preservou certas obras e não outras?
b) Por que começar na Idade Média? Por que não antes ou depois?
c) Por que parar nos readymade? E a arte digital, não é outra forma de lidar com a luz?
d) Se pensarmos nos readymade, como ficam as esculturas? Ao realizá-las, o artista não
pensa na luz?

Pensar estas questões pode nos aproximar de uma das grandes preocupações dos
historiadores: entender como as pessoas de hoje pensam o passado, qual passado escolhem para
lembrar e para que pensam esse passado. Além disso, fazem parte de uma série de preocupações
que levanto sobre o produto documentário, procurando mostrar as intencionalidades que moldam
esses objetos.

Essa intencionalidade pode ajudar na realização da proposta interdisciplinar: a realização


de uma obra que utilize imagens e sons.
Essa obra precisa se valer dos elementos levantados pelos professores de História, Artes e
Física, portanto os alunos precisaram se preocupar com:
• o uso expressivo da luz;
• os componentes físicos do fenômeno luz;
• as preocupações com o gênero documentário;
• a intenção do autor.

E como estamos tratando de luz, o tema da obra audiovisual pode ser “as metáforas da
luz”. Um tema amplo que permitirá aos alunos a livre escolha de um recorte dele, e a abordagem,
desde que utilizem alguns elementos que elencamos anteriormente.
É importante que os alunos escolham um tema ou uma abordagem com a qual realmente
queiram trabalhar, que tragam uma mensagem deles. E é necessário que saibam que há
balizamentos, pois nenhuma produção é livre de alguma limitação.
Como este trabalho que apresentamos é uma mistura de encomenda (a TV Escola sugeriu
um vídeo para que elaborássemos propostas didáticas a partir dele) com autonomia de execução
(dentro dos parâmetros estabelecidos, estamos livres para propor atividades, temas,
encaminhamentos, etc). A obra dos alunos será uma mistura de avaliação de conteúdos com
liberdade de expressão – sem contar que o próprio exercício dessa liberdade é um critério
interessante de avaliação.
Assim, o grupo de professores poderia avaliar a pertinência do tema e da abordagem
escolhida pelos alunos, o atendimento às exigências de se tratar a luz como um elemento
expressivo, utilizando conhecimentos físicos trabalhados em sala de aula. Ao mesmo tempo
poderia ser verificada a relevância das informações veiculadas e a adequação ao formato
audiovisual.
Sobre as metáforas da luz:
• Deus;
• Revelação religiosa;
• Iluminação espiritual;
• Iluminação/Iluminismo: conhecimento laico;
• Sabedoria;
• Poder dos reis;
• Poder religioso;
• Limpeza.
Os alunos do 3º ano do Centro Educacional Pioneiro elaboraram uma metáfora muito
interessante: a luz representando o trabalho em equipe. A luz branca é dividida em diversas cores,
que depois se reunem em luz branca de novo, sugerindo, segundo eles, que o trabalho em grupo
permite ver cores diferentes (análogo à análise) para recompor uma luz branca novamente
(análogo à síntese).

™ ETAPA INTERDISCIPLINAR
O passo a passo do trabalho.
A proposta de trabalho interdisciplinar consiste em realizar um ensaio fotográfico utilizando os
diferentes recursos de luz que possam mostrar a sua função estética. A turma será dividida em
grupos e cada grupo escolherá um tema para o ensaio. Vamos sugerir aqui alguns temas, mas não
são únicos e nem mais importantes: o tema deverá ter significado para os estudantes.

Exemplos de temas:
• Qual o espaço da escola no qual você mais gosta e menos gosta de estar?
• Durante o período em que está na escola, qual situação lhe causa mais angústia e qual lhe
causa mais tranquilidade?

Após a definição do tema, cada grupo precisará planejar o “cenário” e objetos ou pessoas que
serão fotografadas (relacionadas ao tema) e os recursos de luz que serão utilizados: fontes de luz
(lâmpadas incandescentes ou luminescentes, lanternas, ponteiras LASER), filtros coloridos (pode
ser uma folha de celofane dobrada duas ou três vezes) e objetos que causarão sombras e reflexos.
Durante a sessão de fotos, o flash da máquina fotográfica pode estar ligado ou não. O próprio flash
pode ser utilizado como recurso.
O passo seguinte corresponde à escolha e edição (organização da sequência e agrupamento) das
fotos, de modo que exprimam as ideias dos estudantes de acordo com o tema escolhido. Não é
necessário imprimi-las. A edição pode ocorrer num software de exibição, tal como o Power Point.
A escolha para o nome do ensaio fotográfico poderá ocorrer antes ou depois da edição.
E então o ensaio poderá ser exibido ao restante da turma e também para a comunidade da escola
(estudantes das outras séries, professores, pais, etc).
A seguir apresentamos o ensaio fotográfico que realizamos para exemplificar. O nome escolhido:

A Espera
™ RESUMO DA ATIVIDADE

1- Exibir o vídeo.
2- Realização das atividades específicas propostas nas disciplinas.
3- Discussão da escolha do tema para realização da atividade interdisciplinar.
4- Elaboração do cenário e escolha dos equipamentos para realização das fotos.
5- Sessão de fotos.
6- Escolha e edição das fotos.
7- Exposição das fotos para os grupos e para o restante da comunidade da escola.

™ COMO VOCÊS AVALIARIAM ESSE TRABALHO?

Uma parte da avaliação deve ocorrer durante a atividade específica, outra durante a atividade
interdisciplinar.
• Física: Relatório das observações realizadas durante a atividade.

• Artes: Ao apresentar o trabalho ao final da primeira atividade proposta, avaliar, a partir


do texto apresentado pelo grupo, como cada um percebeu o uso da luz, da sombra e do
reflexo na obra observada. O professor deverá mostrar aos alunos quais conteúdos da
linguagem da Arte foram trabalhados naquela aula. Ao final da segunda atividade
proposta, avaliar se todos os alunos perceberam as semelhanças e diferenças entre as
obras barrocas e impressionistas, pedindo que cada grupo escreva uma síntese sobre
suas descobertas.

• História: Realização de relatório/diário das atividades.

• Interdisciplinar: Avaliar o produto final (fotos editadas) nos seguintes critérios:

- Houve utilização da luz como elemento estético (sombra, reflexo e cor)?


- As fotos expressam a intenção do tema escolhido pelo grupo?
- O editorial de fotos dá conta da construção de uma expressão estética da luz?

Realização de relatório justificando as fotos escolhidas e registrando os processos de discussão do


grupo.

™ EM QUAL ANO OU ANOS DO ENSINO MÉDIO SERIA MELHOR


APLICAR ESSE TRABALHO?

Na série em que o tema “Luz” pertença ao conteúdo de Física. Esse tema aparece nos livros
didáticos na 2ª série do Ensino Médio. Se a 3ª série do Ensino Médio já estudou o assunto, a
atividade pode ajudar a reforçar ou a introduzir temas de Física Moderna, tais como dualidade da
luz e modelos atômicos (devido aos conceitos trabalhados em espectroscopia). Cabe também na
1º série do Ensino Médio se o professor, sem ter o aporte dos conteúdos da Física, trabalhar
experimentalmente a função estética da luz.

™ PALAVRAS-CHAVE
- Cor da luz,
- Espectro visível;
- Espectro contínuo;
- Espectro discreto;
- Lâmpada incandescente,;
- Lâmpada luminescente;
- Filtros de luz;
- Espectroscópio;
- Função estética da luz;
- Luz;
- Sombra;
- Reflexo;
- Impressionismo;
- Barroco.
™ SUGESTÕES DE LEITURAS

Referências de Física
• Figueiredo, A.; Pietrocola, M.; Luz e Cores. FTD, São Paulo, 1997 (figura 22 da página 29).
• Filtros de Luz http://www.willians.pro.br/filtros.htm, acessado em 07/08/2009.
• A temperatura da cor http://www.willians.pro.br/tempera.htm, acessado em 07/08/2009.
• A luz http://www.educaplus.org/luz/index.html, acessado em 07/08/2009.
• Cavalcante, M. A.; Tavolaro, C. R. C.; Uma Caixinha para o Estudo de Espectros. Revista
Brasileira de Ensino de Física, Física na Escola, Vol. 3, no2, 2002.
Sites

• http://fisicamodernaexperimental.blogspot.com/2009/07/espectro-dentro-de-uma-
caixinha.html
• http://fisicamodernaexperimental.blogspot.com/search/label/espectroscopio%20manual,
acessadas em 07/08/2009.

Referências de Artes
• ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
• BUORO, Anamelia Bueno. O olhar em construção. São Paulo, Cortez, 1996.
• _______. Olhos que pintam. São Paulo, Educ/Cortez, 2002.
• CAMARGO, Roberto Gil. Função Estética da Luz. Sorocaba (SP): TCM Comunicação,
2000.
• DIDEROT, Denis. Ensaios sobre a pintura. Campinas (SP): Papirus, 1993.
• GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
• STAROBINSKI, Jean. 1789: Os emblemas da razão. São Paulo: Companhia das Letras,
1988.

Referências de História

Sobre uso didático de fontes:


• BITTENCOURT, Circe M.F. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo;
Cortez, 2004. (Principalmente a 3ª parte, capítulo II: Usos didáticos de documentos.)
• FERRO, Marc. Cinema e história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
• NAPOLITANO, Marcos. “A televisão como documento”. In: BITTENCOURT, Circe M.F.
(org.). O saber histórico em sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997.
• VESENTINI, Carlos Alberto. “História e ensino: o tema do sistema de fábrica visto através
de filmes”. In: BITTENCOURT, Circe M.F. (org.). O saber histórico em sala de aula. São
Paulo: Contexto, 1997.

Sobre História e Arte


• BRONOWSKI, Jacob. A escalada do Homem. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
• KOSSOY, Boris. Fotografia e história. São Paulo: Ática, 1989.
• PANOFSKY, Erwin. O significado nas artes visuais. São Paulo, Perspectiva, 1991.
• JANSON, H. W. História da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

Sobre História e Memória


• HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
(Principalmente, o primeiro capítulo “Valor e História”.)
• GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Cia das
Letras, 1989. (No capítulo “Sinais: raízes de um paradigma indiciário” há uma boa
discussão sobre aobras de arte como documentos históricos.)
• BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. Cotia: Ateliê, 2003.
219 p. (principalmente, o capítulo 1 “A substância social da Memória”, PP: 13-48.)

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