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UTILIZAÇÃO DO GPS NO CONTROLE DE QUALIDADE DE CARTAS

Mauricio Galo
Paulo de Oliveira Camargo

UNESP - FCT - Faculdade de Ciências e Tecnologia


Departamento de Cartografia, Caixa Postal 468
19060-900 - Presidente Prudente - SP - Brasil
{galo,paulo}@prudente.unesp.br

RESUMO: Uma das etapas finais do processo de produção de


cartas, consiste no controle de qualidade. Este
procedimento apesar de ser obrigatório por lei é poucas
vezes realizado. Além disso não existe uma cobrança
efetiva deste controle por parte dos
usuários/contratantes. Pode-se supor que o custo e o
tempo necessários para a realização do controle de
qualidade em cartografia sejam fatores que impeçam a sua
execução. Em função disto propõe-se a utilização do GPS
(Global Positioning System) no Controle da Exatidão
Cartográfica e apresentam-se as etapas necessárias à
análise da Exatidão Cartográfica, desde a coleta dos
dados até a classificação do produto, com a aplicação
deste procedimento para a análise planimétrica de uma
carta na escala 1:50.000.

ABSTRACT: The quality control is the last step in map


production. This procedure although mandatory by law is
seldom applied. Beside this, the users and/or
contractors do not use to demand this control. One can
suppose that time and expenses are reasons that can
obstruct it. In this paper we suggest the use of GPS
(Global Positioning System) in map accuracy tests and we
show the necessary steps to apply map accuracy tests,
from data acquisition until the product classification,
with practical application in the planimetric accuracy
test in one map at 1:50.000 scale.

INTRODUÇÃO tolerância e na medida que a


tolerância aumenta esta preocupação
O controle da qualidade de um pode se tornar desprezível, mas
produto cartográfico é uma fase mesmo assim é importante conhecer a
extremamente importante e é poucas qualidade do produto utilizado.
vezes realizado no Brasil. Uma Esta preocupação acentua-se com
parcela de culpa pode ser atribuída a proliferação de Sistemas de
ao próprio produtor do mapa, outra Informações Geográfica, pois muitas
aos próprios usuários e contratantes vezes se tem disponível um excelente
destes produtos e a última ao sistema é no entanto a qualidade
processo de fiscalização. geométrica das informações inseridas
Na medida em que a tecnologia no mesmo é desconhecida.
utilizada nos procedimentos de Neste sentido este trabalho tem
mapeamento se desenvolve com o objetivo de apresentar as fases do
espantosa velocidade, um número procedimento de controle de
maior de usuários não especialistas qualidade, desde a coleta de dados a
em mapeamento também aumenta, e partir da utilização do GPS, até a
justamente em função de um certo classificação do produto, de acordo
despreparo é que a questão da com o decreto no 89817, constante das
qualidade geométrica é muitas vezes Instruções Reguladoras das Normas
esquecida, ou simplesmente Técnicas da Cartografia Nacional
considera-se que o produto utilizado (1984).
é "geometricamente adequado". É A proposta de utilização do GPS
lógico que cada aplicação tem sua se deve principalmente aos seguintes
Trabalho publicado no 1o COBRAC 1994.
Galo, M.; Camargo, P. de O.; O uso do GPS no controle de qualidade de cartas. In.: COBRAC - 1994, 1o Congresso Brasileiro de
Cadastro Técnico Multifinalitário. Tomo II, p. 41-48, Florianópolis - SC, 1994.
fatores: precisão oferecida, tempo pontos, deve-se saber qual a
despendido no planejamento, na qualidade necessária na determinação
coleta de dados em campo e dos pontos de referência. Esta
processamento. qualidade depende da escala e da
classe esperada para a carta.
A ANÁLISE DA EXATIDÃO CARTOGRÁFICA Segundo Merchant (1982) os pontos de
referência a serem utilizados podem
O procedimento de análise da ser determinados por procedimentos
exatidão cartográfica se baseia na na qual o erro não seja superior a
análise das discrepâncias entre as 1/3 do erro padrão esperado para a
coordenadas de pontos retiradas da classe da carta. A tabela I mostra o
carta e as coordenadas dos pontos Padrão de Exatidão Cartográfica
homólogos obtidas a partir de Planimétrico (PEC) e o Erro Padrão
observações realizadas em campo, (EP), para cada uma das classes,
consideradas como coordenadas de conforme decreto no 89817/84.
referência. De posse destas Os valores da tabela I são
discrepâncias, diversos expressos em milímetros na escala da
procedimentos podem ser utilizados carta e a tabela II mostra o PEC e o
para a análise da exatidão (Brito, EP altimétrico.
1987). Neste trabalho procurou-se
seguir alguns procedimentos Tabela I - Padrão de Exatidão
sugeridos por Merchant (1982). Planimétrico e Erro Padrão para as
Uma questão importante se refere classes A, B e C.
ao número de pontos necessários para Classe PEC(mm) EP(mm)
uma análise segura, pois não se deve 0,5 0,3
A
ter um número de pontos na qual não
se pode afirmar que a análise seja B 0,8 0,5
segura ou ter um número excessivo de C 1,0 0,6
pontos onde se tem uma análise
segura e um custo inviável para esta Tabela II - Padrão de Exatidão
tarefa. Merchant (1982) sugere vinte Altimétrico e Erros Padrão (em
como sendo o número mínimo de fração da eqüidistância).
pontos, bem distribuídos por todos Classe PEC EP
os quadrantes da carta. Vale A 1/2 eq 1/3 eq
ressaltar que esta questão, embora
B 3/5 eq 2/5 eq
importante, não foi explorada neste
trabalho, e sim o procedimento em C 3/4 eq 1/2 eq
si.
Em função dos valores mostrados
MEDIÇÃO DE PONTOS DE REFERÊNCIA NO na tabelas I e II pode-se calcular
TERRENO E NA CARTA qual deve ser o erro tolerável para
os pontos a serem utilizados como
Antes da medição propriamente referência para o controle.
dita, deve ser feito um planejamento A tabela III mostra as
no sentido de definir uma prévia tolerâncias planimétricas (Tol.
disposição dos pontos a serem Plan.) em metros e altimétricas
utilizados na análise da exatidão. (Tol. Alt.) como fração da
Após esta fase deve ser feito um eqüidistância, para algumas escalas,
reconhecimento para verificar se não considerando a relação 1/3 do Erro
existem obstáculos que prejudiquem o Padrão.
rastreio. Na impossibilidade de
poder ocupar o ponto pré-definido Tabela III - Tolerância
deve-se procurar um ponto próximo, planimétrica e altimétrica, para o
na qual a antena possa ser colocada controle de qualidade de um produto
e na qual haja intervisibilidade ao classe A, para algumas escalas.
ponto de interesse. Escala Tol. Tol. Alt.
Plan. (m)
Precisão dos pontos de referência 1 / 50.000 5 1/9 eq
1 / 100.000 10 2/15 eq
Para que a classificação da 1 / 250.000 25 1/6 eq
carta seja feita com segurança, além
do número e da distribuição dos
Trabalho publicado no 1o COBRAC 1994.
Galo, M.; Camargo, P. de O.; O uso do GPS no controle de qualidade de cartas. In.: COBRAC - 1994, 1o Congresso Brasileiro de
Cadastro Técnico Multifinalitário. Tomo II, p. 41-48, Florianópolis - SC, 1994.
Para o controle de cartas em
Medição dos pontos no terreno escalas maiores esta influência pode
se tornar impraticável. Dentre
Na medição dos pontos de algumas das alternativas, pode-se
referência devem ser utilizados considerar o uso de outras técnicas
procedimentos que garantam a de posicionamento com o GPS
tolerância exigida. Como pode ser (técnicas que requeiram menor tempo
visto nos valores mostrados na de rastreio) ou procurar outros
tabela III, o GPS pode perfeitamente pontos para o controle.
ser utilizado. Ao término deste procedimento
Considerando, no caso específico tem-se as coordenadas geodésicas dos
deste trabalho, que a escala da pontos de referência no sistema WGS-
carta a ser classificada seja 84 (World Geodetic System - 84).
1/50.000, a tolerância planimétrica
é de cinco metros. Medição dos pontos na carta
Os valores fornecidos no decreto
citado se referem a valores Diversos são os procedimentos
resultantes, mas considerando que os que podem ser utilizados na
testes são realizados sobre as determinação da posição dos pontos
componentes, a tolerância de 5 / 2 na carta. No caso de produtos
será considerada. Uma vez definida a analógicos pode-se utilizar
tolerância passou-se para o simplesmente uma régua graduada, um
rastreamento e optou-se por fazer o coordenatógrafo, etc. No caso de
posicionamento estático, durante o produtos armazenados em meio
tempo de 1 hora, de modo a garantir digital, o meio pode ser outro, e
a qualidade. Utilizou-se um par de dependerá do hardware e do software
rastreadores, marca TRIMBLE 4000SL utilizado.
de uma portadora e o ponto de Para que se tenha uma análise
partida para o posicionamento confiável, o uso de um equipamento
relativo foi um ponto da Rede mais preciso é recomendado e em
Brasileira de Monitoramento função disto utilizou-se um
Contínuo. coordenatógrafo de precisão (CARL
Como em alguns pontos de ZEISS JENA), do Laboratório de
interesse não foi possível a Fotogrametria e Sensoriamento Remoto
colocação da antena (em função de da FCT/UNESP.
obstáculos, ou do tráfego de Para cada ponto de interesse e
veículos) fez-se o rastreamento num para os quatro pontos extremos da
ponto próximo, determinando-se com quadrícula desse ponto, 3 medidas
uma declinatória montada sobre um foram realizadas. As posições, bem
teodolito o azimute magnético da como os números dos pontos foram
direção e com uma trena a distância armazenados em disco, possibilitando
horizontal, possibilitando o a posterior transformação das
posterior transporte de coordenadas. coordenadas do sistema de máquina
Pode-se questionar que este (Sistema do Coordenatógrafo) para o
procedimento deteriora a precisão do sistema de projeção da carta (UTM).
ponto de referência, calculado a
partir do transporte de coordenadas TRANSFORMAÇÃO DE COORDENADAS E DE
do ponto rastreado. Na verdade isto DATUM
acontece, mas deve-se ter em mente
qual a influência de um erro de Antes da análise das
azimute e distância na posição final discrepâncias entre as coordenadas
deste ponto. Admitindo um erro de retiradas da carta e as
azimute de 2 graus, numa distância correspondentes medidas em campo,
de 26 metros (máxima distância são necessárias transformações de
medida), a máxima influência numa coordenadas e transformações de
coordenada é da ordem de 1m. DATA, uma vez que a comparação deve
Aplicando a propagação de ser feita no mesmo referencial.
covariâncias e considerando-se que a As coordenadas obtidas da carta
tolerância seja aproximadamente 3,5m estão em um determinado sistema de
(neste caso específico) pode-se projeção. Na carta utilizada neste
admitir este procedimento como trabalho, o sistema utilizado é o
aceitável.
Trabalho publicado no 1o COBRAC 1994.
Galo, M.; Camargo, P. de O.; O uso do GPS no controle de qualidade de cartas. In.: COBRAC - 1994, 1o Congresso Brasileiro de
Cadastro Técnico Multifinalitário. Tomo II, p. 41-48, Florianópolis - SC, 1994.
UTM, sendo utilizado como DATUM pode-se determinar as coordenadas
horizontal, Córrego Alegre, e como UTM de um ponto i, por:
DATUM vertical, o nível médio dos
mares definido pelo marégrafo de E 1  d − b  x i − c
IMBITUBA. Já as coordenadas obtidas =
 N  ad − bc  − c a   y − f  (2)
com o GPS são as coordenadas  i   i 
geodésicas referidas ao WGS-84.
Em função de se ter mais de um
Ao término deste procedimento
datum envolvido, algumas tem-se as coordenadas UTM dos
transformações, que serão abordadas
pontos, no DATUM da carta.
na seqüência, são necessárias.
Transformação do datum WGS-84 para o
Transformação das coordenadas de
Máquina para UTM datum da carta

As coordenadas obtidas com o As coordenadas resultantes do


auxílio do coordenatógrafo de GPS são as coordenadas geodésicas no
precisão são referidas a um sistema datum WGS-84. Para se ter as
plano retangular. Admitindo que o coordenadas no datum da carta deve-
material da carta sofre trabalho e se fazer a seguinte transformação:
que pode haver não ortogonalidade
entre os eixos do sistema de ϕ ϕ
máquina, pode-se utilizar a λ  ⇒ λ  (3)
transformação afim plana, na qual se
determinam os parâmetros de
   
transformação do sistema de máquina  h  WGS −84  h  C. Alegre
(x,y) para o sistema UTM (E,N),
parametrizando (de modo implícito) Esta transformação pode ser
estes "eventuais" problemas. feita diretamente sobre as
Este modelo pode ser expresso coordenadas geodésicas, podendo-se
por: utilizar, por exemplo, as Equações
de Molodenskii, ou sobre as
 x   a b  E   c  coordenadas geodésicas cartesianas
 y  = d e   N  + f  (1) (X,Y,Z). Qualquer que seja o
 i    i   procedimento é necessário que se
onde: conheça os parâmetros de
-a,...,f são parâmetros da transformação entre os diversos
transformação afim; sistemas, parâmetros estes
-(E,N) coordenadas UTM de um ponto publicados pelo IBGE (IBGE, 1983;
i; Fortes et al., 1989).
-(x,y) coordenadas de máquina do Em (Fortes et al., 1989) são
ponto i. publicados parâmetros que permitem a
transformação entre alguns data,
Para maior confiabilidade são dentre eles os parâmetros que
medidas as coordenadas de máquina permitem a transformação do datum
dos pontos de interesse e dos quatro WGS-84 para SAD-69. Em (IBGE, 1983)
pontos extremos da quadrícula na são publicados os parâmetros que
qual o ponto se localiza. Com as permitem a transformação SAD-69 para
coordenadas de máquina destes quatro Córrego Alegre:
pontos e com as coordenadas UTM
destes mesmos pontos, pode-se X X  66,87 
escrever um sistema de equações Y = Y + − 4,37
superabundante e determinar os       (4)
parâmetros (a,b,...,f) da  Z   Z   38,52 
SAD − 69 WGS −84
transformação (1) através do Método
dos Mínimos Quadrados (MMQ), que X X  138,70 
pode ser visto de modo detalhado em Y 
= Y  +  − 164,40
(Gemael, 1984).   (5)
 Z   Z   − 34,40 
SAD −69 
Com estes parâmetros conhecidos C. Alegre
e com a transformação inversa a (1)

Trabalho publicado no 1o COBRAC 1994.


Galo, M.; Camargo, P. de O.; O uso do GPS no controle de qualidade de cartas. In.: COBRAC - 1994, 1o Congresso Brasileiro de
Cadastro Técnico Multifinalitário. Tomo II, p. 41-48, Florianópolis - SC, 1994.
Portanto com os parâmetros Os coeficientes ai's são
apresentados nas equações (4) e (5) calculados em função da latitude e
pode-se fazer a transformação de alguns parâmetros do elipsóide de
desejada. revolução adotado.
Como pode ser observado, para se O termo B corresponde ao
realizar a transformação de datum comprimento de arco de meridiano que
sobre as coordenadas geodésicas vai do ponto considerado ao equador.
cartesianas, é necessária uma prévia As equações que permitem calcular os
transformação de coordenadas coeficientes ai' e o valor de B
geodésicas para coordenadas podem ser obtidos em (Blachut et
geodésicas cartesianas, e após al., 1979).
aplicação das translações expressas
pelas equações (4) e (5) deve-se ANÁLISE ESTATÍSTICA
realizar a transformação inversa
(coordenadas geodésicas cartesianas Diversos são os critérios que
em geodésicas), não mostrada neste podem ser utilizados na análise da
trabalho. exatidão cartográfica. Neste
Deve-se observar que os trabalho são analisadas a existência
elipsóides de revolução adotados em de tendências e a precisão do
cada um dos sistemas descritos são produto.
diferentes, devendo-se utilizar em E importante aqui diferenciar
cada passo os parâmetros relativos exatidão (acurácia) de precisão. A
aos sistemas envolvidos (Fortes et precisão está ligada com a dispersão
al., 1989; IBGE, 1983). das observações em torno do valor
médio, enquanto que a acurácia está
Transformação de coordenadas relacionada com a proximidade do
geodésicas em UTM valor real, ou seja, sem a
influência de erros sistemáticos.
Uma vez que se tem as Portanto, na análise da exatidão
coordenadas geodésicas deve-se estes dois aspectos devem ser
transformá-las em coordenadas UTM, considerados.
para que sejam calculadas as No próximo tópico serão
discrepâncias. Esta transformação descritos os procedimentos para a
pode ser feita utilizando-se, por análise de tendência e precisão e
exemplo, as fórmulas apresentadas nas fórmulas apresentadas, baseadas
por Blachut et al. (1979), que em Merchant (1982), a variável X
permite a transformação das pode representar qualquer uma das
coordenadas geodésicas em coordenadas, sejam elas
coordenadas no sistema Transverso de planimétricas, ou altimétricas.
Mercator (TM) e posteriormente para
o sistema Universal Transverso de Análise de tendências
Mercator (UTM).
As expressões que permitem A análise da exatidão da carta é
determinar as coordenadas no sistema baseada na análise estatística das
TM em função das coordenadas discrepâncias entre as coordenadas
geodésicas, e posteriormente as observadas na carta e as coordenadas
coordenadas UMT são: de referência, calculada para cada
ponto i por:
x = B + a 2 ∆λ2 + a 4 ∆λ4 + a 6 ∆λ6 + ...
(6) ∆X i = X i − X ir (8)
y = a 1 ∆λ + a 3 ∆λ3 + a 5 ∆λ5 + ...
A média, bem como o desvio-
com ∆λ = λ − λ 0 , ai=Fi(ϕ,a,f), e padrão das discrepâncias amostrais
B=F(ϕ,a,f). devem ser calculadas por:

N = 0,9996x ( para ϕ > 0) 1 n


∆X = ∑ ∆X i (9)
N = 10.000.000 + 0,9996x ( para ϕ < 0) (7) n i =1
E = 500.000 + 0,9996y e

∑ (∆Xi − ∆X ) .
1 n 2
S∆ X = (10)
n − 1 i =1

Trabalho publicado no 1o COBRAC 1994.


Galo, M.; Camargo, P. de O.; O uso do GPS no controle de qualidade de cartas. In.: COBRAC - 1994, 1o Congresso Brasileiro de
Cadastro Técnico Multifinalitário. Tomo II, p. 41-48, Florianópolis - SC, 1994.
considera-se para os testes
No teste de tendência podem ser planimétricos:
avaliadas as seguintes hipóteses:
EP
σX = . (13)
H0: ∆X = 0 , contra 2
H1: ∆X ≠ 0
Uma vez calculada a variância
Para este teste deve-se calcular esperada pode-se calcular a seguinte
a estatística amostral "t", e estatística:
verificar se o valor de t amostral
está no intervalo de aceitação ou S 2∆X
rejeição da hipótese nula. χ 2X = ( n − 1) (14)
O valor de t amostral deve ser σ 2X
calculado através de:
e verificar se o valor acima
∆X calculado está no intervalo de
tX = n (11) aceitação, ou seja:
S ∆X

e o intervalo de confiança por: χ 2X ≤ χ 2( n −1,α) . (15)

t X < t ( n −1,α / 2) . (12) Se a expressão anterior não for


obedecida, rejeita-se a hipótese(H0)
de que a carta atenda à precisão
Uma vez que a estatística pré-estabelecida.
amostral t esteja fora do intervalo No caso da análise ser feita,
de confiança, rejeita-se a hipótese não sobre as componentes, mas sobre
nula, ou seja, a carta não pode ser as resultantes, a equação (13) fica
considerada como livre de tendências
significativas na coordenada mais simples: S∆X=EP.
testada, para um determinado nível
de confiança. APLICAÇÃO PRÁTICA
A existência de tendências em
alguma direção indica a ocorrência Foi feita uma aplicação prática
de algum problema (cujas causas num produto na escala 1:50.000 e a
podem ser as mais variadas), mas uma escolha deste produto se deu
vez conhecida, o seu efeito pode ser simplesmente por facilidades
minimizado pela subtração de seu operacionais, uma vez que o Campus
valor a cada coordenada "lida" na da UNESP se situa na região central
carta. da carta testada.
Este experimento foi realizado
Análise da precisão com a finalidade de mostrar ao
leitor a aplicação prática do
A análise da precisão, pode ser procedimento descrito no trabalho e
feita comparando-se o desvio-padrão não simplesmente avaliar a qualidade
das discrepâncias com o erro padrão do produto, mesmo porque este foi
(EP) esperado, para a classe na qual editado em 1974, onde foram
se deseja testar. utilizadas fotos de 1965, o que
Portanto o teste de hipótese a significa que o produto está
ser formulado é o seguinte: desatualizado, podendo este fato
"mascarar" o resultado da análise
proposta.
H0: S 2∆X = σ 2X , contra A carta testada abrange trechos
H1: S 2∆X > σ 2X de nove municípios e alguns pontos
foram medidos em áreas rurais, a fim
de que houvesse uma distribuição
O termo S∆X corresponde ao mais homogênea.
desvio-padrão esperado para a Foram realizados rastreios
coordenada X, que nada mais é do que sobre 22 pontos, sendo o ponto de
o erro-padrão esperado para aquela referência para o posicionamento
classe. Considerando que o erro- relativo um ponto da RBMC - Rede
padrão é fixado não para uma Brasileira de Monitoramento
coordenada, mas para a resultante,
Trabalho publicado no 1o COBRAC 1994.
Galo, M.; Camargo, P. de O.; O uso do GPS no controle de qualidade de cartas. In.: COBRAC - 1994, 1o Congresso Brasileiro de
Cadastro Técnico Multifinalitário. Tomo II, p. 41-48, Florianópolis - SC, 1994.
Contínuo, localizado na estação vetores das discrepâncias, obtidos
meteorológica da FCT - UNESP. após a subtração da tendência em E.
Destes 22 pontos, o ponto da
RBMC e um dos pontos rastreados não CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES
foram utilizados. O ponto da RBMC,
por não ser identificável na carta e A questão da análise da exatidão
o último devido ao fato de ter dos produtos cartográficos deve ser
ocorrido interrupção do rastreio, mais difundida na medida em que
por falta de energia. novas tecnologias, como por exemplo:
A partir da determinação destes os sistemas de informações
pontos, das transformações geográficas; os sistemas
descritas, da medição dos pontos na fotogramétricos digitais, etc,
carta e do cálculo das contribuem para a participação de
discrepâncias, foi feita a análise profissionais não especialistas, na
estatística. produção cartográfica, sem no
Um resumo das estatísticas entanto se preocupar com a qualidade
calculado é mostrado na tabela IV. geométrica das informações.
Na avaliação da exatidão,
Tabela IV - Resumo das diversos critérios podem ser
estatísticas. utilizados (Brito, 1987), podendo-se
inclusive, de acordo com o enfoque
Direção E N
utilizado, obter diferentes
19,551 2,608 classificações para um mesmo
∆{E, N} (m)
produto. Neste sentido, estudos
S ∆{E ,N} (m) 16,202 19,344 devem ser realizados a fim de que
sejam adotados critérios semelhantes
na avaliação de produtos
tamostral 5,40 0,60 cartográficos, em conformidade com o
t(19,5%) 1,73 1,73 decreto no 89817/84, incentivando-se
a inscrição da confiabilidade nos
χ 2classe A 44,34 63,20 produtos.
Neste sentido sugere-se
15,96 22,75 procedimentos que avaliem a
χ 2classe B existência de tendências e a
exatidão, como por exemplo o
χ 2(19,10%) 27,20 27,20 procedimento apresentado neste
trabalho.
O GPS pode ser utilizado, com
Como pode ser verificada na grande ganho de tempo e com precisão
Tabela IV, a comparação do valor de compatível na determinação de pontos
t amostral com o valor teórico de referência para o controle de
indica a existência de uma certa qualidade, devendo-se ter os devidos
tendência na direção E, que pode ser cuidados quanto aos referenciais
eliminada subtraindo-se de cada envolvidos.
coordenada lida o valor da
discrepância nesta direção. A
comparação do Qui-Quadrado amostral
com os valores teóricos indica que a
carta pode ser classificada como
classe B, para um nível de
significância de 10%.
A utilização do critério da
proporção amostral, sobre as
discrepâncias resultantes, indica
resultado semelhante. Dos 20 pontos
utilizados, mais de 90% atendem ao
PEC planimétrico para a classe B
(40m para a escala 1/50.000) e 90%
das discrepâncias são menores que
0,74mm na escala da carta.
A figura 1 mostra a distribuição
dos pontos de referência e os

Trabalho publicado no 1o COBRAC 1994.


Galo, M.; Camargo, P. de O.; O uso do GPS no controle de qualidade de cartas. In.: COBRAC - 1994, 1o Congresso Brasileiro de
Cadastro Técnico Multifinalitário. Tomo II, p. 41-48, Florianópolis - SC, 1994.
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Projeto final do Curso de
Os autores agradecem à direção Engenharia Cartográfica da
da FCT/UNESP pelo apoio e ao Dr. UNESP, Presidente
Antônio Maria Garcia Tommaselli, Prudente,1989.
pelas sugestões apresentadas. TOMMASELLI, A. M. G.; MONICO, J. F.
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Trabalho publicado no 1o COBRAC 1994.


Galo, M.; Camargo, P. de O.; O uso do GPS no controle de qualidade de cartas. In.: COBRAC - 1994, 1o Congresso Brasileiro de
Cadastro Técnico Multifinalitário. Tomo II, p. 41-48, Florianópolis - SC, 1994.

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