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Unidade III

Unidade III
5 Arte e Estética: da pós‑modernidade à contemporaneidade

O contexto social, cultural, político, econômico, religioso e tecnológico influencia, ou mesmo se


reflete, nas artes, ou seja, na criação artística. Também a tecnologia e todas as mídias digitais, como
internet, e a construção do conhecimento, fazem parte do mundo pós‑moderno até os dias de hoje. É
nesse contexto que está inserida a linguagem artística, que vai além da estética e da comunicação, mas
também da utilização das ferramentas tecnológicas e digitais.

Para compreender melhor a quebra de paradigma na arte, caminhamos desde o Modernismo e


Pós‑modernismo e até a contemporaneidade.

O Modernismo refere‑se ao período de 1900–1950. O movimento socialista começou a questionar o


Iluminismo. Como ficaria a produção cultural no Modernismo?

Os artistas teciam críticas sobre o consumismo e os burgueses. As guerras demonstravam a bagunça,


a anarquia, a desorganização e o caos, “[...] ao mesmo tempo em que alguns movimentos artísticos e de
vanguarda (Léger, Picasso e Aragon etc.) apoiavam ativamente a causa comunista” (HARVEY, 1992, p. 38).

Com a ideia de progresso e o culto às máquinas, “uma ala do Modernismo apelou para a imagem da
racionalidade incorporada na máquina, na fábrica, no poder da tecnologia contemporânea, ou da cidade
como ‘máquina viva’” (HARVEY, 1992, p. 38).

Figura 77 – Instrumentos do Poder, Thomas Hart Benton, 1929

A expressão “Indústria Cultural” foi usada pela primeira vez em 1947 pela escola de Frankfurt,
formada por pensadores e estudiosos alemães, como Adorno e Horkheimer, que tecem uma crítica ao
capitalismo, ao consumo e à massificação cultural.
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Arte e Estética

Vamos exemplificar através de uma prática cultural brasileira: a capoeira está presente em algumas
regiões do País, como o Nordeste; supondo que aumente a demanda de turistas que queiram assistir a
espetáculos de capoeira, ter‑se‑ia que treinar pessoas para praticá‑la e apresentá‑la para eles. Assim, a
capoeira, que era cultural na região, passaria a ter um investimento capitalista para atender à demanda
do mercado de turismo, ou seja, à cultura de massa. Produtos ou serviços são oferecidos para a massa.

Já a indústria é a produção em série de diversos produtos. Quando a indústria produz cultura,


geralmente, resulta na massificação cultural da população, no consumo estético massificado, como a
produção de canecas, canetas, quadrinhos, entre outros, e ainda camisetas estampadas com obras de
artes mais conhecidas ou na “moda”, muitas vezes, ditada ou criada pela indústria e pelas campanhas
de publicidade e marketing.

A escola de Frankfurt defendia a dialética do Iluminismo, que visava à emancipação do pensamento.

Nas primeiras décadas do século XX, os frankfurtianos utilizaram o termo “indústria cultural” para
se referir ao fato de a cultura estar subordinada à racionalidade capitalista. De acordo com Adorno
e Horkheimer, entre outros, a indústria cultural era uma prática social em que a produção cultural e
intelectual estava diretamente a serviço da possibilidade de consumo e de mercado.

Harvey (1992) apresenta o quadro de Hassan (apud HARVEY, 1992, p. 123‑4) que mostra algumas
diferenças conceituais entre o modernismo e o Pós‑modernismo:

Quadro 1 – Diferenças esquemáticas entre Modernismo e Pós‑modernismo

Modernismo Pós‑modernismo
Romantismo/Simbolismo Parafísica/Dadaísmo
forma (conjutiva/fechada) antiforma (disjuntiva/aberta)
propósito jogo
projeto acaso
hierarquia anarquia
domínio/logos exaustão/silêncio
objeto de arte/obra acabada processo/performance/happening
distância participação
criação/totalização/síntese descriação/desconstrução/antítese
presença ausência
centração dispersão
gênero/fronteira texto/intertexto
semântica retórica
paradigma sintagma
hipotaxe parataxe
metáfora metonímia
seleção combinação
raiz/profundidade rizoma/superfície

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interpretação/leitura contra a interpretação/desleitura


significado significante
lisible (legível) scriptible (escrevível)
narrativa/grande histoire antinarrativa/petite histoire
código mestre idioleto
sintoma desejo
tipo mutante
genital/fálico polimorfo/andrógino
paranoia esquizofrenia
origem/causa diferença‑diferença/vestígio
Deus Pai Espírito Santo
metafísica ironia
determinação indeterminação
transcendência imanência

Fonte: Hassan apud Harvey (1992, p. 123‑4).

“A modernidade” escreveu Baudelaire em seu artigo seminal The painter of modern life (publicado
em 1863) “é o transitório, o fugidio, o contingente, é a metade da arte, sendo a outra o eterno e o
imutável” (BAUDELAIRE apud HARVEY, 1992, p. 20).

A modernidade vai da fragmentação até o contingente da arte.

Por outro lado, se tivéssemos que fazer referência a um período, poderíamos dizer que a
pós‑modernidade ou Pós‑modernismo inicia‑se simbolicamente com a bomba de 1945, em Hiroshima
mas, historicamente, inicia‑se em 1950. Refere‑se a um período de mudanças que aconteceram nas
ciências, na sociedade, na arquitetura, na informática, nas artes. Mas floresce com a Pop Art nos anos
1960, com a filosofia em 1970 e, na contemporaneidade, alia‑se às tecnologias e mídias digitais.

No mundo pós‑moderno, o homem torna‑se individualista, consumista, vive o presente e o que


lhe dá prazer.

Ao mesmo tempo, o Pós‑modernismo é libertador, pois engloba uma pluralidade de estilos de


arte, é heterogêneo.

Dentro desse cenário, de massificação e publicidade, a arte perde um pouco sua função.

5.1 Andy Warhol

Em 1950, surge a Pop Art, que ironiza o cotidiano consumista das pessoas. O Pop Art descontrói
imagens pertencentes à cultura de massa, revela a crise na arte, que perde a sua “aura” artística, já que:

[...] as técnicas de reprodução atingiram um tal nível que estão agora em


todas as condições não só de se aplicarem a todas as obras de arte do
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passado e de modificarem profundamente seus modos de influência, como


também de que elas mesmas se imponham como formas originais de arte
(BENJAMIN apud LIMA, 1978 p. 212).

A indústria cultural também impõe sua arte. Walter Benjamin (2012) argumenta que, na época da
sua reprodutibilidade técnica, a “aura” da obra de arte é atingida, perde‑se a originalidade e passa‑se a
reproduzir cópias, ou seja, criações em série.

Observação

Segundo Benjamin (2012), a ideia da “aura” vem do fato de a obra de


arte ser única, e que todas as cópias seriam plágio. A contemplação era
individual de uma obra única, original e autêntica.

Tanto em 1968, como no século XX e na contemporaneidade, ocorre a massificação, inclusive da


arte. Figueiredo Jr e Silva (2012) ainda complementam dizendo que o Pop Art, através do cotidiano,
mostra a banalização da criação artística.

Sendo assim, a arte é uma forma de criticar o dia a dia consumista a que nos submetemos, através
da Pop Art ou do renomado texto de Walter Benjamin.

Andy Warhol é um dos artistas mais conhecidos na Pop Art.

Figura 78 – Coca-Cola, Andy Warhol, 1960

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Agora compare:

Figura 79 – Coca‑Cola

Sua obra marcada por cores, texturas e repetições mostra o retrato de americanos famosos: “No
futuro todos serão mundialmente famosos por 15 minutos” (frase dita em 1968 por Andy Warhol).

Figura 80 – Shot Blue Marilyn, Andy Warhol, 1964

O processo de massificação da cultura promovido pelos meios de comunicação, já consolidado em


meados do século XX, ecoa na esfera das artes. O ápice da reprodutibilidade dos objetos, alcançado
com a popularização da fotografia, do cinema e da televisão, conduz o pensamento artístico ao
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questionamento entre a arte e o mercado. A Pop Art se desenvolve nesse contexto, se apropriando
de elementos da indústria cultural e publicidade, reorganizando e ressignificando seus produtos
(FIGUEIREDO JR; SILVA, 2012, p. 8‑9).

Figura 81 – Black on Black Retrospective, Andy Warhol, 1979

5.2 A massificação da cultura: a linguagem artística na publicidade

Por outro lado, se a arte é reflexo desse contexto da publicidade, o cenário caminha para a
interação. A publicidade, apesar de ter a intenção clara de marketing e vendas, aproxima‑se do
cotidiano das pessoas.

Os processos de apropriação das linguagens artísticas pela publicidade


restabelecem a tese clássica da ausência de função da arte, que tem como
característica primordial a criação de um estado contemplativo livre e
desinteressado (FIGUEIREDO JR; SILVA, 2012, p. 8‑9).

Com o intuito de comparar o pré‑moderno, o moderno e o pós‑moderno, até o uso das artes na
publicidade, vamos mostrar as imagens a seguir, escolhidas de forma aleatória por Harvey (1992).

O nu clássico de Ticiano é ativamente retrabalhado na Olímpia modernista


de Manet. Rauschenberg apenas reproduz através da colagem pós‑moderna;
David Salle superpõe mundos diferentes e o anúncio dos relógios Citizen
(o mais ultrajante do lote, mas que apareceu nos suplementos de fim de
semana de vários jornais britânicos de qualidade por um longo período) é
um engenhoso uso da mesma técnica pós‑moderna para fins puramente
comerciais (HARVEY, 1992, p. 67).

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Figura 82 - A Venus de Urbino, Ticiano, 1863

Olímpia, de Manet, retrabalhada nas ideias de Ticiano:

Figura 83 - Olímpia, Manet

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Figura 84 – A obra pós‑modernista pioneira de Rauschenberg,


Persimon (1964) faz a colagem de muitos temas, incluindo a
reprodução direta de Vênus no Banho, de Rubens

Uma das características da arte pós‑moderna é a colagem

Para ele [Tassinari], o mundo da Arte Moderna, começando com a


colagem, oscila permanentemente entre o real e a representação. Na
contemporaneidade, por outro lado, o mundo da arte e o mundo em
comum trocam de posição o tempo todo. Mesmo assim, uma obra de
arte contemporânea não transforma o mundo em arte; ao contrário,
solicita o espaço do mundo em comum para nele se instaurar como
arte. Assim, podemos dizer que o contexto pode ser incluído na obra
(RAMME, 2007, p. 96).

A autora faz uma distinção entre a Arte Moderna, no que se refere à colagem e ao real, versus a
representação. Já na contemporaneidade, é o mundo da arte que se instaura no mundo comum, pois a
arte e o contexto fazem parte da obra.

E, por fim, a arte diretamente ligada à publicidade, considerada pós‑modernista.

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Figura 85 – Anúncios do relógio Citizen, mas o relógio quase não aparece

Observação

As imagens apresentadas anteriormente para representar o


pré‑modernismo, modernismo e Pós‑modernismo, apesar de terem sido
escolhidas aleatoriamente por Harvey (1992), foram criticadas por algumas
feministas pós‑modernas. Entretanto a imagem do relógio Citizen foi
anunciada em vários jornais britânicos de qualidade por um bom período.
Não se pode deixar de considerar que as mulheres foram e ainda são
subjugadas, e que o anúncio tinha fins estritamente comerciais.

Seduzir o consumidor, refletir seu cotidiano e interagir com ele. A publicidade cria a necessidade do
consumo. A tirinha a seguir retrata a questão da propaganda:

Figura 86 – Toda Mafalda, Quino, 2003

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O perigo é que essas reproduções são feitas por uma indústria que vende a ideia que, para as pessoas
serem felizes, elas precisam consumir. Ou seja, “fico feliz quando compro algo que desejo. E, quando esse
produto fica ultrapassado, fico infeliz”, sendo necessária uma nova compra para ser feliz novamente.
A contemplação e necessidade de consumo fazem com que indústria cultural dite as novas influências
para a massa.

A tirinha da Mafalda ilustra bem a falsa ideia de felicidade.

Figura 87

A tirinha ilustra claramente a falsa ideia de que, para ser feliz, basta consumir.

Apesar de essa comunicação entre as artes e a publicidade ter sido a causa da reprodução em série
das obras de arte, não se pode negar que ela se aproxime do ser‑humano, até pelo próprio objetivo que
é a venda, a sedução.

6 A interação entre o espectador e a obra de arte

A interação se dá entre o espectador/público/coletivo. Lévy (1993) questiona se somos o coletivo, se


pensamos dentro do coletivo. A priori, sim, mas, ao revermos nossa posição nesse coletivo, descobrimos
que somos os atores e, ao mesmo tempo que somos feitos do coletivo, que o construímos. “Tudo o que
for capaz de produzir uma diferença em uma rede será considerado como ator, e todo ator definirá a si
mesmo pela diferença que ele produz.”(LÉVY, 1993, p. 137).

Dentro do nosso contexto, podemos pensar que onde está escrito “autores” lê‑se “artista”,
quando ele produz uma obra e a publica na internet. O que se questiona é com que tipo de autores
ou artistas queremos interagir enquanto espectadores e de quais obras queremos fazer uma
releitura? Podemos produzir a diferença ao publicar textos, enquanto críticos, ou ainda divulgar
obras, enquanto artistas. Nos dois casos, como críticos/autores ou somente como artistas, trata‑se
da autoria e da divulgação de nossos trabalhos por meio da rede. O universo tecnológico de
comunicação está cheio de fragmentos que correm soltos e descontextualizados. Então, para
compreendê‑los enquanto receptor ou emissor, pesquisador ou artista, autor ou leitor ou ainda
todos os papéis que temos dentro da comunicação e produção artística, do que precisamos? Ter
uma boa formação e uma formação continuada.

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Já não somos só pesquisadores, somos autores/críticos também, ainda que em um simples


post de comentário sobre uma obra de arte. Muitos também são artistas e publicam suas
obras no mundo digital. A contemporaneidade, e nela a comunicação, mais especificamente
a internet, possibilita que o sejamos. Por isso os estudantes devem ser responsáveis pelo que
publicam pois, para produzir essa diferença, devemos saber utilizar esses recursos de forma
contextualizada, uma vez que a arte e a estética estão inseridas nesse contexto.

Esta é uma das quebras de paradigmas: a redefinição da estética na comunicação, a linha tênue
entre o autor e o espectador, entre o artista e o apreciador e evidentemente sobre a nova forma de
acessar a cultura, a arte e a estética.

Compreendidas as combinações entre a arte e a comunicação, bem como as


novas capacidades de criação de sentido emergem com o desenvolvimento
tecnológico, o rigor formal na prática artística e informativa aos poucos se
dissolve (FIGUEIREDO JR; SILVA, 2012, p. 5‑6).

Redefinir os conceitos de estética e arte, pensar nos fragmentos que encontramos nessa
comunicação, como a reprodutibilidade técnica, ou refletir sobre uma arte que contextualize, informe
e construa sentidos.

A linha entre emissor e receptor, entre o espectador/público e a obra de arte é tênue.

O processo de redefinição dos instrumentos de difusão de conteúdos


pelo avanço tecnológico torna cada vez mais tênue a linha divisória
entre emissor e receptor. [...] A veiculação de ideias e a criação de
um discurso persuasivo da publicidade também se utilizam das novas
interfaces e transitam os meios tradicionais e as experiências de
caráter híbrido, baseados numa maior interação com o público-alvo.
(FIGUEIREDO JR; SILVA, 2012, p. 5).

A interação permite que o receptor colabore para artigos, galerias, redes sociais, interagindo com
um trabalho coletivo. Ou mesmo quando um estudante/artista se inspira em uma obra para criar uma
releitura. Nesse último caso, a interação é total, acontece ao analisar uma obra e ao mesmo tempo sua
releitura ou recriação.

Abordaremos a seguir o Expressionismo e o Expressionismo abstrato. No Expressionismo,


mostraremos uma releitura feita por alunos, no Expressionismo abstrato, a explosão do inconsciente
coletivo com o espectador exemplificando com Dubuffet e Pollock. Este último, se fosse da década de
1950, seria um dos representantes desta arte. E por último as instalações – estruturas instaladas para
a participação do espectador.

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6.1 Expressionismo

O Expressionismo é um movimento artístico alemão do início do século XX. É uma terminologia


contrária ao Impressionismo. A impressão se dá do exterior para o interior. A expressão, ao contrário,
se dá do interior para o exterior. O sujeito externa sentimentos internos que são impressos no objeto.

Literalmente expressão é o contrário de impressão. A impressão é um


movimento do exterior para o interior: é a realidade (objeto) que se
imprime na consciência (sujeito). A expressão é um movimento inverso,
do interior para o exterior: é o sujeito que por si imprime o objeto.
(ARGAN, 1992, p. 227).

No Expressionismo, temos o quadro O Grito, de Edvard Munch. E a sensação de angústia que a


pintura transmite:

Figura 88 - O Grito, Edvard Munch, 1893

Visualizando a obra, conseguimos sentir melhor o desespero do autor.

No meio acadêmico, essa imagem é muito utilizada na disciplina de História da Arte, principalmente
para realizar uma releitura, ou confecção de livro‑objeto.

Estudantes de artes em geral, independente do curso, têm como função recriar, reconstruir as obras
de arte, muitas vezes, atribuindo‑lhes nova função estética, implementando a obra de outra forma:

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Figura 89 – Na Boca do Povo

Na boca do povo é um livro‑objeto que faz uma releitura da obra O Grito.

A escultura foi apresentada no dia 15 de junho de 2015, para o Projeto Integrado Multidisciplinar –
PIM, feito pelos alunos do curso de Fotografia, da UNIP do campus Paraíso.

Logo na Introdução do trabalho desenvolvido, os alunos explicam:

O projeto com o título Na Boca do Povo originou‑se da observação


dos fatos decorrentes na sociedade atual. A obra é uma metáfora dos
acontecimentos ocorridos em nosso cotidiano, afetando todas e quaisquer
classes sociais. Os símbolos acrescentados à escultura representam a
violência desenfreada que assombra o nosso dia a dia, a corrupção e a
opressão à qual estamos submetidos, e a tecnologia, para que seja vista
como ferramenta de auxílio para a informação e a comunicação. Partindo
da premissa do conceito básico de Expressionismo, qual (natureza),
dando primazia aos sentimentos em relação à descrição objetiva da
escultura, unir a deformação (transfiguração) da face humana com os
acontecimentos atuais, que denotam a realidade nua e crua (SANTOS;
SANTOS; OLIVEIRA, 2015, p. 8).

Nota‑se, junto à boca da escultura, todas as mídias, notícias e escândalos noticiados no nosso
cotidiano, por isso os estudantes nomearam essa releitura de Na Boca do Povo, a qual representa a
sensação de angústia, melancolia e desespero em relação ao mundo atual.

A obra intitulada O Grito ganha um vídeo, um curta‑metragem, uma animação. O diretor é Sebastian
Cosor. A trilha sonora do vídeo é a música Great Gig In The Sky, do Pink Floyd.

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Arte e Estética

Saiba mais

Assita ao curta‑metragem de Sebastian Cosor:

THE SCREAM. Dir. Sebastian Cosor. Romênia: Mihai Mitrica, 2010.


3min22.

6.2 Expressionismo abstrato

Após a Segunda Guerra Mundial surge o Expressionismo abstrato.

No contexto pós‑guerra, da bomba nuclear e da Guerra Fria, os artistas do Expressionismo abstrato


revelam em suas obras o consciente e o inconsciente, com questões internas e externas, a pintura revela
a própria vida.

A pintura tornou‑se equivalente à própria vida: um processo contínuo


no qual o artista enfrenta riscos comparáveis e supera dilemas com que
se defronta através de uma série de decisões conscientes e inconscientes,
numa reação a exigências tanto internas quanto externas (JANSON;
JANSON, 2009, p. 383).

Já Dubuffet teve uma formação tradicional de pintura. Mas tudo que via era diferente do
momento que vivia. Inspirou‑se em crianças e em loucos: “A distinção entre ‘normal’ e ‘anormal’
parecia não menos sustentável do que as noções de ‘beleza’ e de ‘feiura’” (JANSON; JANSON,
2009, p. 385). Trata-se de uma crítica bem intensa para o mundo das artes. Até então, só Marcel
Duchamp havia contestado a arte desta forma.

Sua pintura é pesada e revestida de gesso branco, sua arte é realmente bruta. Dubuffet
tornou‑se um dos principais artistas do L´Art Brut, “A Arte Bruta”. Dubuffet é o figurativo que
traz uma correlação com as imagens. A expressão “a arte bruta” foi usada por ele para os artistas
livres que não seguem as imposições do mercado de Artes: “A pintura é tão pesada e opaca quanto
um revestimento grosseiro de gesso, e as linhas articulam a estrutura semelhante a um bloco, são
rabiscadas em sua superfície como grafitos feitos por uma mão destreinada.” (JANSON; JANSON,
2009, p. 387).

O corpo feminino é belo, contudo, não é essa beleza que Dubuffet quer revelar, mas sim a beleza dos
mais desprezados: “[entretanto] a fúria de Dubuffet deveria nos convencer que sua fêmea demoníaca
não é ‘algo que qualquer criança’ pode fazer” (JANSON; JANSON, 2009, p. 387)

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Figura 90 – Le Metafisyx (Corps de Dame), 1950

Lembrete

No tópico sobre representacionalismo, vimos a obra Number 32 ,


de Pollock, 1950, e a seguinte indagação : o que podemos julgar
do Expressionismo abstrato de Jackson Pollock (1912–1956) ou do
ready‑made de Marcel Duchamp (1887–1968)? Convencionalmente,
nada .

Entretanto, ao conhecer melhor a história e obra de Pollock, assim como ocorre com Duchamp,
compreendemos suas obras de arte.

Pollock, se tivesse nascido na década de 1950, seria um dos principais representantes dos
expressionistas abstratos. Ele se debruçava em seus quadros para pintá‑los, o que foi chamado de
pintura de ação, ou seja, quando o artista fazia uso do próprio corpo para pintar.

A seguir, incluímos uma pintura a óleo em lona, de 8 metros de altura e mais de 20 metros de
comprimento, com uma técnica de gotejar tinta desenvolvida por Pollock.

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Figura 91 – Mural, Pollock, 1943‑1944

Mas o que se vê no mural? Animais, rostos, imagens arquetípicas, ou seja, símbolos ou representações
coletivas. Em 1939, Pollock fez psicanálise pelo método junguiano. A obra intitulada Mural é um reflexo
da biografia de Pollock, uma explosão desse inconsciente coletivo com o espectador.

Saiba mais

O filme Pollock, dirigido por Ed Harris, conta a biografia do artista, sua


obra e seus momentos criativos, que oscilavam entre fúria e docilidade. A
dependência do álcool aumenta juntamente com sua fama.

POLLOCK. Dir. Ed Harris. Estados Unidos: Sony Pictures Classics, 2000.


122 minutos.

A arte expressionista abstrata nos faz questionar quando uma obra pode ser realmente
considerada arte?

Ramme, com base na filosofia da arte goodmaniana, traz a mesma questão: “[...] quando é que
uma obra funciona esteticamente, isto é, quando de fato um objeto se torna objeto artístico?”
(RAMME, 2007, p. 2). Antes de responder a essa pergunta, vamos entender o que é símbolo para
Goodman.

Dentro dessa teoria, todos os tipos de signos são definidos por convenção, são culturais, dependem
do grupo de pessoas com que convivemos ou do qual fazemos parte. A esses signos, Goodman (apud
Freitas; Vilaça, 2009) dá o nome de “símbolos”. São os símbolos que sistematizam o modo como vemos
o mundo, que formam o esquema, ou seja, um sistema ou um conjunto de símbolos.

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6.3 Aspectos culturais e símbolos

A maneira como representamos o mundo por imagens é o que nomeamos de “símbolos” ou “signos”.
Há um debate sobre essa terminologia. De forma geral, “símbolo” ou “signo” são termos utilizados para
representar algo ou alguém que não está presente. Para outros, a representação depende do mundo das
ideias, de como vemos as coisas, da questão cultural.

Segundo Freitas e Vilaça (2009), alguns autores entendem que os símbolos não são ensinados
por convenção e outros entendem que eles são. No primeiro caso, quando não ensinados por
convenção, os símbolos são parecidos com o objeto que representam. Já quando são ensinados,
os símbolos são convencionais, ou seja, estão em acordo com a nossa cultura, com a nossa forma
de interpretar o mundo. Esse estudo foi baseado em dois autores, Pierce (2000) e Goodman (apud
Freitas; Vilaça, 2009).

“Pierce, de modo geral, tende a compreender como signo qualquer fenômeno presente que esteja
no lugar de um ausente. [...] Pierce dividiu os signos em ícone, índice e símbolo.” (PIERCE apud FREITAS;
VILAÇA, 2009, p. 3).

Vamos procurar entender melhor melhor essa diferenciação dos signos em: “ícone”, “índice” e
“símbolo” da Teoria de Pierce.

O índice está fisicamente ligado ao objeto, depende do objeto e não da pessoa que irá interpretá‑lo.
Um bom exemplo de índice é “uma pegada na areia”. Para explicar melhor o que é “índice”, Freitas
e Vilaça (2009) citam Pollock, por causa da técnica de gotejamento realizada pelo artista, que é um
aspecto físico em seu material do trabalho.

Já no ícone, a imagem representa exatamente o objeto ausente. O exemplo utilizado para ilustrar o
conceito é a imagem de René Magritte, intitulada A traição das imagens, que representa exatamente o
objeto ausente, no caso, o cachimbo.

Figura 92 – A Traição das Imagens, René Magritte, 1928‑9

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Veja agora a figura a seguir, de Braque, que retrata a natureza morta de um cachimbo e traz uma
representação diferente.

Figura 93 – Natureza Morta com Cachimbo, Georges Braque, 1933

Ambas as imagens analisadas representam um cachimbo mas, ao mesmo tempo, há diferentes


formas de representá‑las, a forma de visualizar um cachimbo muda de pessoa para pessoa.

Na primeira imagem, há uma proximidade maior que na segunda em relação ao objeto representado.
Dentro dessa forma de pensar, a fotografia seria uma imagem muito mais próxima do objeto, a exata
representação do objeto, na questão da aparência.

Além disso , há o “símbolo”, que independe da questão física (índice) ou da representação semelhante
(ícone). O símbolo depende da questão cultural. Para compreender o significado de Ceci n´est pas une
pipe, é necessário conhecer francês para poder fazer a tradução: “Isto não é um cachimbo”. O mesmo
acontece em relação a símbolos visuais, como placas, que precisam ser apreendidas para fazerem sentido.

Freitas e Vilaça (2009) ainda exemplificam a questão através de outros signos como os ícones de
“masculino” e “feminino” e o que representam:

Figura 94 – Sinais de masculino e feminino

No campo da visualidade, um símbolo, no sentido peirceano, é todo e


qualquer signo que significa por pura convenção, e não por semelhança ou
por conexão física, como no caso dos símbolos de masculino e feminino, ou
dos sinais de trânsito (FREITAS; VILAÇA, 2009, p. 8).

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Podemos pensar em vários outros símbolos, como as placas de trânsito. Além de as placas de “Não
fume”; “Cuidado – piso molhado”, entre outras.

PARE

E E E
PARE

Figura 95

Podemos observar que, na maioria das imagens, não há nada escrito.

Nas placas apresentadas, fica claro que a apreensão é cultural, precisa ser ensinada.

O que, para Peirce, é signo, para Goodman, é símbolo. Essa distinção entre as teorias de Peirce e
Goodman se faz necessária porque:

Desse modo, as diferenças de iconicidade de uma representação visual


seriam diferenças baseadas numa maior ou menor proximidade do signo
com o objeto. [...] Para Goodman, entretanto, esse raciocínio é insustentável.
Todas as imagens estariam à “mesma distância” dos seus objetos, na medida
em que todas as relações entre os signos (“símbolos”, em Goodman) e os seus
objetos seriam relações ditadas não pelas diferenças das imagens, mas sim
pelas diferenças de hábitos de reconhecimento. Ou seja: todas as imagens,
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Arte e Estética

todas as representações visuais seriam igualmente convencionais, uma vez


que todos os signos são “símbolos” e, portanto, ditados pelas convenções
culturais (FREITAS; VILAÇA, 2009, p. 9).

Dentro da teoria de Pierce, considerando as duas imagens apresentadas: A Traição das imagens,
Natureza Morta com Cachimbo, a primeira é mais próxima da representação do objeto que a segunda.
Entretanto, compreendemos que as duas imagens representam um cachimbo independentemente
da maior ou menor proximidade do objeto, mas conforme Goodman (apud Freitas; Vilaça, 2009, p.
10‑11), por convenção.

A expressão Ceci n´est pas une pipe traz apenas informações. Para compreender seu significado,
o espectador precisa ter conhecimento de outro idioma, no caso, o francês, e fazer a tradução para
português. E qual a diferença entre “informação” e “conhecimento”?

A informação pode ser considerada um acúmulo de dados, mas a


organização dessa informação, na forma de explicações, de entendimentos
e de compreensão é o conhecimento. [...] Se o usuário [espectador] apenas
contempla este acúmulo de dados ou apenas visualiza questões ali postas
e, em seguida, visualiza respostas já aprontadas, ele não está mesmo
produzindo conhecimento. Ele, no máximo, está constatando produção de
conhecimentos já produzidos por outras pessoas. Se este usuário [espectador],
porém, tem questões suas que o movem à busca de respostas e ele se serve
das informações que estão organizadas nos recursos informatizados e as
liga e religa, organiza‑as à sua maneira, coteja‑as com outras organizações
de informações e chega a conclusões próprias e cada vez melhor articuladas
e contextualizadas, ele está produzindo conhecimento de ótima qualidade.
Esse usuário [espectador] pode ser considerado um cliente de crédito,
ou seja, ele consegue obter a informação que deseja e transformá‑la em
conhecimento (ALVES apud ALVES, 2008, p. 81–2).

A diferença entre conhecimento e informação é fundamental principalmente quando as artes


começam a interagir com as tecnologias. Quando os espectadores interagem com as obras de arte ou as
acessa via internet, ele está acessando a tecnologia e construindo conhecimento ou simplesmente está
tendo acesso à informação?

Fazendo uma analogia, essa questão virtual é a mesma que a presencial, nesse caso, pois a pergunta é: o
espectador compreender a função estética da obra de arte, a implementação, conforme a teoria goodmaniana,
a ressignificação do objeto ou obra de arte, ou seja, o porquê de ser considerada obra de arte?

Dentro dessa análise, do que pode ser considerado arte, a figura, a obra: A Traição das Imagens, de
René Magritte, nos instiga e nos leva a refletir que:

A imagem, aqui, é o “ícone“ de um cachimbo, já que realmente “se parece“


com um cachimbo e portanto permite uma “excitação análoga na mente“
103
Unidade III

de quem vê. A questão, contudo, é que a teoria peirceana nos impele a


pensar que imagens diferentes evocam diferentes analogias na mente de
quem vê, analogias que variam conforme o grau de excitação provocada
pela imagem (FREITAS; VILAÇA, 2009, p. 5‑6)

Se levarmos em consideração a teoria goodmaniana, a figura do cachimbo excita nossa mente,


que contradiz a imagem: como não é um cachimbo? Mas não é um objeto, é um símbolo aprendido e
representado de acordo com nossa cultura.

“As imagens em perspectiva, como todas as outras, têm de ser lidas, e a capacidade de ler tem de ser
adquirida” (GOODMAN apud FREITAS; VILAÇA, 2009, p. 10).

Tecendo uma comparação: podemos aprender diferentes idiomas, assim como aprendemos a ler as
imagens e compreendê‑las por meio do conhecimento e da nossa leitura do mundo.

Aprendemos a ler as imagens, assim como também podemos aprender a ler e escrever em diferentes
idiomas, por meio do conhecimento adquirido, da nossa leitura de mundo que, dentro da visão
goodmaniana, se dá pelo reconhecimento dos símbolos e por convenções culturais.

6.4 A função estética: a implementação, do simples objeto ao objeto de arte

Dentro da arte goodmaniana, segundo a teoria de Goodman, a implementação é mais importante


que a execução. A implementação é como a arte passa pela cultura. A função estética que o artista
atribui para a sua obra. Ou seja, o que sua obra revela.

A exibição, a publicação e o show são instrumentos de implementação


(implementation) e modos pelos quais a arte entra na cultura. A execução
consiste em fazer uma obra, a implementação em fazê‑la trabalhar.
Como a teoria da arte de Goodman é uma teoria do funcionamento
estético, a implementação é bem mais importante que a execução.
Assim, um poema nunca lido ou uma tela pintada utilizada para cobrir
um móvel são obras de arte, embora não funcionem como tal, enquanto
um objeto que não foi executado, como uma pedra, ou que foi feito para
fins não estéticos, como uma roda de bicicleta, por exemplo, podem
ser implementados como obra de arte e passar a ter função estética.
(GOODMAN apud, RAMME, 2007, p. 93).

A questão é: quando a arte entra na cultura? Quando uma simples pedra, um mictório, uma
roda de bicicleta, um simples objeto podem ser implementados como obra de arte?

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Arte e Estética

Lembrete

A obra A fonte, de Duchamp de 1917, não precisa ser uma imitação da


realidade, ela pode ser uma representação naturalista. Ou seja, o objeto não
tem sentido por si só em sua execução, um mictório é um mictório.

Por que um simples mictório, urinol, seria considerado uma obra de


arte, se convencionalmente não simboliza nada além do próprio objeto? A
partir do momento em que Duchamp vira o mictório e o chama de “fonte”,
dá uma ressignificação ao símbolo anterior. O mictório intitulado de “fonte”
torna‑se uma obra de arte.

Apesar da estranheza inicial causada, a obra ganhou grande repercussão,


pois a abordagem do artista deu a esse objeto cotidiano, o urinol, uma nova
função estética.

É a ressignificação do símbolo, do objeto que o transforma em obra de arte.

Figura 96 – Roda de Bicicleta, Duchamp, 1913

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Unidade III

Essa obra é uma roda de bicicleta aparafusada no banco.

O ready‑made de Duchamp, depois de ter sido considerado durante muitos


anos uma amável impostura, adquiriu uma importância considerável:
a escolha deliberada do artista altera a destinação primeira do objeto,
conferindo‑lhe uma imprevista vocação expressiva. Meio século depois da
Roda de Bicicleta e da Fonte‑mictório, seu gesto antiarte incorpora uma
nova positividade onde surge uma atitude diferente do autor no âmago
mesmo do fato bruto que é a obra, agora imbuída de poderes explosivos. Se,
como afirma Duchamp, a palavra “arte” vem do sânscrito e significa “fazer”,
tudo fica mais claro (CABANNE, 1987, p. 11).

As obras de Duchamp provocam novas questões sobre o que tradicionalmente era aceito e sobre o
que pode ser considerado obra de arte. A implementação revela a função estética e por isso o objeto
torna‑se obra de arte.

No decorrer de nosso texto, abordamos algumas vezes suas obras, porque elas exemplificam
conceitos aqui abordados, ao mesmo tempo em que rompem paradigmas e nos fazem refletir sobre
a questão da estética.

6.5 Instalação

Então qual é o conceito de instalação?

A instauração deveria juntar dois outros conceitos preexistentes: a


instalação, que seria estática e espacial, e a performance, dinâmica e
temporal. Deveria ainda indicar uma preocupação com participação do
espectador, a ser incluído no processo; as instalações seriam estruturas
instaladas em um espaço determinado e temporariamente “usadas” pelas
pessoas (RAMME, 2007, p. 94).

A instalação refere‑se à parte estática e espacial. Já a instauração permite a interação com o


espectador, que vivencia a arte.

A partir deles, podemos pensar que a instauração é da ordem não apenas


do espaço, mas também do tempo; ela é um acontecimento. Entendida
como a instauração de uma nova realidade, ela é, sobretudo, ação (RAMME,
2007, p. 94).

A instauração é uma arte contemporânea, é uma ação que dá uma significação para o objeto, muitas
vezes, usando recursos digitais, como áudio. É um acontecimento, ou seja, uma ação.

Um exemplo foi a instalação da escultura Arco Inclinado feita na praça federal de Nova York.

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Arte e Estética

Figura 97 – Arco Inclinado, Richard Serra, 1981

O Arco Inclinado era uma obra artística minimalista e foi encomendado pelos serviços gerais de
administração dos Estados Unidos. A obra não agradou muito, principalmente os trabalhadores da
praça, que tinham de se desviar da obra para se locomover, dizendo que ela interferia no espaço e na
locomoção. Outras reclamações diziam que a obra atraía lixo e ratos.

Foi motivo de protestos de muitos artistas que defendiam que a arte devia ser livre, já que muitas
obras de arte que, em um primeiro momento, não haviam sido aceitas, com o tempo, passaram a ser.

Depois de muitas discussões e crises, oito anos mais tarde, a obra foi destruída e desmontada.

Cada vez mais o espectador interage com a obra. Essa interação pode ser positiva ou causar incômodo.
As novas tecnologias e mídias digitais, nesse contexto, fazem com que o receptor seja mais ativo, à
medida que ele interage e se comunica com a obra artística. As tecnologias permitem a interação da
obra de arte com o espectador, mas também facilitam a reprodutibilidade técnica. São os benefícios e
os malefícios da tecnologia.

Resumo

A arte reflete o contexto em que está inserida. Percebemos claramente


essa afirmação na relação da arte com a publicidade. As obras de Andy
Warhol mostram exatamente o consumismo da época e o criticam.

A publicidade cria uma proximidade maior entre o artista e o espectador. A


linha entre eles fica tênue, o que reforça que a arte está inserida no contexto.

A arte e a estética modificaram‑se desde a modernidade até a


contemporaneidade, conforme exemplificado no Expressionismo e

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Unidade III

no Expressionismo abstrato. Assinalamos uma curiosidade: até um


curta‑metragem de o O Grito já temos hoje em dia, o que só mostra a
interação da arte conosco. Outro bom exemplo é a instalação que possibilita
a interação do público com a obra de arte.

A arte passa pela cultura e, através da implementação, referente à teoria


goodmaniana, um simples objeto vira objeto artístico.

Sobre a reprodutibilidade técnica baseada em Walter Benjamin,


podemos pensar no resgate da “aura” da obra de arte e ampliar o debate,
que é o que faremos a seguir.

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