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Unidade III
5 Arte e Estética: da pós‑modernidade à contemporaneidade
Com a ideia de progresso e o culto às máquinas, “uma ala do Modernismo apelou para a imagem da
racionalidade incorporada na máquina, na fábrica, no poder da tecnologia contemporânea, ou da cidade
como ‘máquina viva’” (HARVEY, 1992, p. 38).
A expressão “Indústria Cultural” foi usada pela primeira vez em 1947 pela escola de Frankfurt,
formada por pensadores e estudiosos alemães, como Adorno e Horkheimer, que tecem uma crítica ao
capitalismo, ao consumo e à massificação cultural.
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Arte e Estética
Vamos exemplificar através de uma prática cultural brasileira: a capoeira está presente em algumas
regiões do País, como o Nordeste; supondo que aumente a demanda de turistas que queiram assistir a
espetáculos de capoeira, ter‑se‑ia que treinar pessoas para praticá‑la e apresentá‑la para eles. Assim, a
capoeira, que era cultural na região, passaria a ter um investimento capitalista para atender à demanda
do mercado de turismo, ou seja, à cultura de massa. Produtos ou serviços são oferecidos para a massa.
Nas primeiras décadas do século XX, os frankfurtianos utilizaram o termo “indústria cultural” para
se referir ao fato de a cultura estar subordinada à racionalidade capitalista. De acordo com Adorno
e Horkheimer, entre outros, a indústria cultural era uma prática social em que a produção cultural e
intelectual estava diretamente a serviço da possibilidade de consumo e de mercado.
Harvey (1992) apresenta o quadro de Hassan (apud HARVEY, 1992, p. 123‑4) que mostra algumas
diferenças conceituais entre o modernismo e o Pós‑modernismo:
Modernismo Pós‑modernismo
Romantismo/Simbolismo Parafísica/Dadaísmo
forma (conjutiva/fechada) antiforma (disjuntiva/aberta)
propósito jogo
projeto acaso
hierarquia anarquia
domínio/logos exaustão/silêncio
objeto de arte/obra acabada processo/performance/happening
distância participação
criação/totalização/síntese descriação/desconstrução/antítese
presença ausência
centração dispersão
gênero/fronteira texto/intertexto
semântica retórica
paradigma sintagma
hipotaxe parataxe
metáfora metonímia
seleção combinação
raiz/profundidade rizoma/superfície
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Unidade III
“A modernidade” escreveu Baudelaire em seu artigo seminal The painter of modern life (publicado
em 1863) “é o transitório, o fugidio, o contingente, é a metade da arte, sendo a outra o eterno e o
imutável” (BAUDELAIRE apud HARVEY, 1992, p. 20).
Por outro lado, se tivéssemos que fazer referência a um período, poderíamos dizer que a
pós‑modernidade ou Pós‑modernismo inicia‑se simbolicamente com a bomba de 1945, em Hiroshima
mas, historicamente, inicia‑se em 1950. Refere‑se a um período de mudanças que aconteceram nas
ciências, na sociedade, na arquitetura, na informática, nas artes. Mas floresce com a Pop Art nos anos
1960, com a filosofia em 1970 e, na contemporaneidade, alia‑se às tecnologias e mídias digitais.
Dentro desse cenário, de massificação e publicidade, a arte perde um pouco sua função.
Em 1950, surge a Pop Art, que ironiza o cotidiano consumista das pessoas. O Pop Art descontrói
imagens pertencentes à cultura de massa, revela a crise na arte, que perde a sua “aura” artística, já que:
A indústria cultural também impõe sua arte. Walter Benjamin (2012) argumenta que, na época da
sua reprodutibilidade técnica, a “aura” da obra de arte é atingida, perde‑se a originalidade e passa‑se a
reproduzir cópias, ou seja, criações em série.
Observação
Sendo assim, a arte é uma forma de criticar o dia a dia consumista a que nos submetemos, através
da Pop Art ou do renomado texto de Walter Benjamin.
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Unidade III
Agora compare:
Figura 79 – Coca‑Cola
Sua obra marcada por cores, texturas e repetições mostra o retrato de americanos famosos: “No
futuro todos serão mundialmente famosos por 15 minutos” (frase dita em 1968 por Andy Warhol).
questionamento entre a arte e o mercado. A Pop Art se desenvolve nesse contexto, se apropriando
de elementos da indústria cultural e publicidade, reorganizando e ressignificando seus produtos
(FIGUEIREDO JR; SILVA, 2012, p. 8‑9).
Por outro lado, se a arte é reflexo desse contexto da publicidade, o cenário caminha para a
interação. A publicidade, apesar de ter a intenção clara de marketing e vendas, aproxima‑se do
cotidiano das pessoas.
Com o intuito de comparar o pré‑moderno, o moderno e o pós‑moderno, até o uso das artes na
publicidade, vamos mostrar as imagens a seguir, escolhidas de forma aleatória por Harvey (1992).
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Unidade III
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Arte e Estética
A autora faz uma distinção entre a Arte Moderna, no que se refere à colagem e ao real, versus a
representação. Já na contemporaneidade, é o mundo da arte que se instaura no mundo comum, pois a
arte e o contexto fazem parte da obra.
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Unidade III
Observação
Seduzir o consumidor, refletir seu cotidiano e interagir com ele. A publicidade cria a necessidade do
consumo. A tirinha a seguir retrata a questão da propaganda:
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Arte e Estética
O perigo é que essas reproduções são feitas por uma indústria que vende a ideia que, para as pessoas
serem felizes, elas precisam consumir. Ou seja, “fico feliz quando compro algo que desejo. E, quando esse
produto fica ultrapassado, fico infeliz”, sendo necessária uma nova compra para ser feliz novamente.
A contemplação e necessidade de consumo fazem com que indústria cultural dite as novas influências
para a massa.
Figura 87
A tirinha ilustra claramente a falsa ideia de que, para ser feliz, basta consumir.
Apesar de essa comunicação entre as artes e a publicidade ter sido a causa da reprodução em série
das obras de arte, não se pode negar que ela se aproxime do ser‑humano, até pelo próprio objetivo que
é a venda, a sedução.
Dentro do nosso contexto, podemos pensar que onde está escrito “autores” lê‑se “artista”,
quando ele produz uma obra e a publica na internet. O que se questiona é com que tipo de autores
ou artistas queremos interagir enquanto espectadores e de quais obras queremos fazer uma
releitura? Podemos produzir a diferença ao publicar textos, enquanto críticos, ou ainda divulgar
obras, enquanto artistas. Nos dois casos, como críticos/autores ou somente como artistas, trata‑se
da autoria e da divulgação de nossos trabalhos por meio da rede. O universo tecnológico de
comunicação está cheio de fragmentos que correm soltos e descontextualizados. Então, para
compreendê‑los enquanto receptor ou emissor, pesquisador ou artista, autor ou leitor ou ainda
todos os papéis que temos dentro da comunicação e produção artística, do que precisamos? Ter
uma boa formação e uma formação continuada.
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Unidade III
Esta é uma das quebras de paradigmas: a redefinição da estética na comunicação, a linha tênue
entre o autor e o espectador, entre o artista e o apreciador e evidentemente sobre a nova forma de
acessar a cultura, a arte e a estética.
Redefinir os conceitos de estética e arte, pensar nos fragmentos que encontramos nessa
comunicação, como a reprodutibilidade técnica, ou refletir sobre uma arte que contextualize, informe
e construa sentidos.
A interação permite que o receptor colabore para artigos, galerias, redes sociais, interagindo com
um trabalho coletivo. Ou mesmo quando um estudante/artista se inspira em uma obra para criar uma
releitura. Nesse último caso, a interação é total, acontece ao analisar uma obra e ao mesmo tempo sua
releitura ou recriação.
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Arte e Estética
6.1 Expressionismo
No meio acadêmico, essa imagem é muito utilizada na disciplina de História da Arte, principalmente
para realizar uma releitura, ou confecção de livro‑objeto.
Estudantes de artes em geral, independente do curso, têm como função recriar, reconstruir as obras
de arte, muitas vezes, atribuindo‑lhes nova função estética, implementando a obra de outra forma:
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Unidade III
A escultura foi apresentada no dia 15 de junho de 2015, para o Projeto Integrado Multidisciplinar –
PIM, feito pelos alunos do curso de Fotografia, da UNIP do campus Paraíso.
Nota‑se, junto à boca da escultura, todas as mídias, notícias e escândalos noticiados no nosso
cotidiano, por isso os estudantes nomearam essa releitura de Na Boca do Povo, a qual representa a
sensação de angústia, melancolia e desespero em relação ao mundo atual.
A obra intitulada O Grito ganha um vídeo, um curta‑metragem, uma animação. O diretor é Sebastian
Cosor. A trilha sonora do vídeo é a música Great Gig In The Sky, do Pink Floyd.
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Arte e Estética
Saiba mais
Já Dubuffet teve uma formação tradicional de pintura. Mas tudo que via era diferente do
momento que vivia. Inspirou‑se em crianças e em loucos: “A distinção entre ‘normal’ e ‘anormal’
parecia não menos sustentável do que as noções de ‘beleza’ e de ‘feiura’” (JANSON; JANSON,
2009, p. 385). Trata-se de uma crítica bem intensa para o mundo das artes. Até então, só Marcel
Duchamp havia contestado a arte desta forma.
Sua pintura é pesada e revestida de gesso branco, sua arte é realmente bruta. Dubuffet
tornou‑se um dos principais artistas do L´Art Brut, “A Arte Bruta”. Dubuffet é o figurativo que
traz uma correlação com as imagens. A expressão “a arte bruta” foi usada por ele para os artistas
livres que não seguem as imposições do mercado de Artes: “A pintura é tão pesada e opaca quanto
um revestimento grosseiro de gesso, e as linhas articulam a estrutura semelhante a um bloco, são
rabiscadas em sua superfície como grafitos feitos por uma mão destreinada.” (JANSON; JANSON,
2009, p. 387).
O corpo feminino é belo, contudo, não é essa beleza que Dubuffet quer revelar, mas sim a beleza dos
mais desprezados: “[entretanto] a fúria de Dubuffet deveria nos convencer que sua fêmea demoníaca
não é ‘algo que qualquer criança’ pode fazer” (JANSON; JANSON, 2009, p. 387)
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Lembrete
Entretanto, ao conhecer melhor a história e obra de Pollock, assim como ocorre com Duchamp,
compreendemos suas obras de arte.
Pollock, se tivesse nascido na década de 1950, seria um dos principais representantes dos
expressionistas abstratos. Ele se debruçava em seus quadros para pintá‑los, o que foi chamado de
pintura de ação, ou seja, quando o artista fazia uso do próprio corpo para pintar.
A seguir, incluímos uma pintura a óleo em lona, de 8 metros de altura e mais de 20 metros de
comprimento, com uma técnica de gotejar tinta desenvolvida por Pollock.
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Arte e Estética
Mas o que se vê no mural? Animais, rostos, imagens arquetípicas, ou seja, símbolos ou representações
coletivas. Em 1939, Pollock fez psicanálise pelo método junguiano. A obra intitulada Mural é um reflexo
da biografia de Pollock, uma explosão desse inconsciente coletivo com o espectador.
Saiba mais
A arte expressionista abstrata nos faz questionar quando uma obra pode ser realmente
considerada arte?
Ramme, com base na filosofia da arte goodmaniana, traz a mesma questão: “[...] quando é que
uma obra funciona esteticamente, isto é, quando de fato um objeto se torna objeto artístico?”
(RAMME, 2007, p. 2). Antes de responder a essa pergunta, vamos entender o que é símbolo para
Goodman.
Dentro dessa teoria, todos os tipos de signos são definidos por convenção, são culturais, dependem
do grupo de pessoas com que convivemos ou do qual fazemos parte. A esses signos, Goodman (apud
Freitas; Vilaça, 2009) dá o nome de “símbolos”. São os símbolos que sistematizam o modo como vemos
o mundo, que formam o esquema, ou seja, um sistema ou um conjunto de símbolos.
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A maneira como representamos o mundo por imagens é o que nomeamos de “símbolos” ou “signos”.
Há um debate sobre essa terminologia. De forma geral, “símbolo” ou “signo” são termos utilizados para
representar algo ou alguém que não está presente. Para outros, a representação depende do mundo das
ideias, de como vemos as coisas, da questão cultural.
Segundo Freitas e Vilaça (2009), alguns autores entendem que os símbolos não são ensinados
por convenção e outros entendem que eles são. No primeiro caso, quando não ensinados por
convenção, os símbolos são parecidos com o objeto que representam. Já quando são ensinados,
os símbolos são convencionais, ou seja, estão em acordo com a nossa cultura, com a nossa forma
de interpretar o mundo. Esse estudo foi baseado em dois autores, Pierce (2000) e Goodman (apud
Freitas; Vilaça, 2009).
“Pierce, de modo geral, tende a compreender como signo qualquer fenômeno presente que esteja
no lugar de um ausente. [...] Pierce dividiu os signos em ícone, índice e símbolo.” (PIERCE apud FREITAS;
VILAÇA, 2009, p. 3).
Vamos procurar entender melhor melhor essa diferenciação dos signos em: “ícone”, “índice” e
“símbolo” da Teoria de Pierce.
O índice está fisicamente ligado ao objeto, depende do objeto e não da pessoa que irá interpretá‑lo.
Um bom exemplo de índice é “uma pegada na areia”. Para explicar melhor o que é “índice”, Freitas
e Vilaça (2009) citam Pollock, por causa da técnica de gotejamento realizada pelo artista, que é um
aspecto físico em seu material do trabalho.
Já no ícone, a imagem representa exatamente o objeto ausente. O exemplo utilizado para ilustrar o
conceito é a imagem de René Magritte, intitulada A traição das imagens, que representa exatamente o
objeto ausente, no caso, o cachimbo.
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Arte e Estética
Veja agora a figura a seguir, de Braque, que retrata a natureza morta de um cachimbo e traz uma
representação diferente.
Na primeira imagem, há uma proximidade maior que na segunda em relação ao objeto representado.
Dentro dessa forma de pensar, a fotografia seria uma imagem muito mais próxima do objeto, a exata
representação do objeto, na questão da aparência.
Além disso , há o “símbolo”, que independe da questão física (índice) ou da representação semelhante
(ícone). O símbolo depende da questão cultural. Para compreender o significado de Ceci n´est pas une
pipe, é necessário conhecer francês para poder fazer a tradução: “Isto não é um cachimbo”. O mesmo
acontece em relação a símbolos visuais, como placas, que precisam ser apreendidas para fazerem sentido.
Freitas e Vilaça (2009) ainda exemplificam a questão através de outros signos como os ícones de
“masculino” e “feminino” e o que representam:
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Podemos pensar em vários outros símbolos, como as placas de trânsito. Além de as placas de “Não
fume”; “Cuidado – piso molhado”, entre outras.
PARE
E E E
PARE
Figura 95
Nas placas apresentadas, fica claro que a apreensão é cultural, precisa ser ensinada.
O que, para Peirce, é signo, para Goodman, é símbolo. Essa distinção entre as teorias de Peirce e
Goodman se faz necessária porque:
Dentro da teoria de Pierce, considerando as duas imagens apresentadas: A Traição das imagens,
Natureza Morta com Cachimbo, a primeira é mais próxima da representação do objeto que a segunda.
Entretanto, compreendemos que as duas imagens representam um cachimbo independentemente
da maior ou menor proximidade do objeto, mas conforme Goodman (apud Freitas; Vilaça, 2009, p.
10‑11), por convenção.
A expressão Ceci n´est pas une pipe traz apenas informações. Para compreender seu significado,
o espectador precisa ter conhecimento de outro idioma, no caso, o francês, e fazer a tradução para
português. E qual a diferença entre “informação” e “conhecimento”?
Fazendo uma analogia, essa questão virtual é a mesma que a presencial, nesse caso, pois a pergunta é: o
espectador compreender a função estética da obra de arte, a implementação, conforme a teoria goodmaniana,
a ressignificação do objeto ou obra de arte, ou seja, o porquê de ser considerada obra de arte?
Dentro dessa análise, do que pode ser considerado arte, a figura, a obra: A Traição das Imagens, de
René Magritte, nos instiga e nos leva a refletir que:
“As imagens em perspectiva, como todas as outras, têm de ser lidas, e a capacidade de ler tem de ser
adquirida” (GOODMAN apud FREITAS; VILAÇA, 2009, p. 10).
Tecendo uma comparação: podemos aprender diferentes idiomas, assim como aprendemos a ler as
imagens e compreendê‑las por meio do conhecimento e da nossa leitura do mundo.
Aprendemos a ler as imagens, assim como também podemos aprender a ler e escrever em diferentes
idiomas, por meio do conhecimento adquirido, da nossa leitura de mundo que, dentro da visão
goodmaniana, se dá pelo reconhecimento dos símbolos e por convenções culturais.
A questão é: quando a arte entra na cultura? Quando uma simples pedra, um mictório, uma
roda de bicicleta, um simples objeto podem ser implementados como obra de arte?
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Lembrete
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Unidade III
As obras de Duchamp provocam novas questões sobre o que tradicionalmente era aceito e sobre o
que pode ser considerado obra de arte. A implementação revela a função estética e por isso o objeto
torna‑se obra de arte.
No decorrer de nosso texto, abordamos algumas vezes suas obras, porque elas exemplificam
conceitos aqui abordados, ao mesmo tempo em que rompem paradigmas e nos fazem refletir sobre
a questão da estética.
6.5 Instalação
A instauração é uma arte contemporânea, é uma ação que dá uma significação para o objeto, muitas
vezes, usando recursos digitais, como áudio. É um acontecimento, ou seja, uma ação.
Um exemplo foi a instalação da escultura Arco Inclinado feita na praça federal de Nova York.
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Arte e Estética
O Arco Inclinado era uma obra artística minimalista e foi encomendado pelos serviços gerais de
administração dos Estados Unidos. A obra não agradou muito, principalmente os trabalhadores da
praça, que tinham de se desviar da obra para se locomover, dizendo que ela interferia no espaço e na
locomoção. Outras reclamações diziam que a obra atraía lixo e ratos.
Foi motivo de protestos de muitos artistas que defendiam que a arte devia ser livre, já que muitas
obras de arte que, em um primeiro momento, não haviam sido aceitas, com o tempo, passaram a ser.
Depois de muitas discussões e crises, oito anos mais tarde, a obra foi destruída e desmontada.
Cada vez mais o espectador interage com a obra. Essa interação pode ser positiva ou causar incômodo.
As novas tecnologias e mídias digitais, nesse contexto, fazem com que o receptor seja mais ativo, à
medida que ele interage e se comunica com a obra artística. As tecnologias permitem a interação da
obra de arte com o espectador, mas também facilitam a reprodutibilidade técnica. São os benefícios e
os malefícios da tecnologia.
Resumo
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