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FACULDADES INTEGRADAS SANTA CRUZ

TRABALHO DE ECONOMIA POLÍTICA

ABC DA DÍVIDA

Professora: Bianca Larissa Klein

Alunos: Deny Iachitzki

Luana Bruni

Felipe Kula

Jhonathan Knapik

Everaldo Brito

Jhonathan Ramos
Curitiba 2018

ÍNDICE

1- Apresentação
2- Um breve histórico
3- A divida pode ser Interna ou Externa.
4- O que são títulos ou Bônus
5- A divida E(x)Terna
6- Quem paga essa Dívida? Você
7- Quando começou a Dívida?
8- Como Pagamos a dívida?
9- A quem pagamos a Dívida externa?
10-A ilusão de que a economia vai bem
11-A farra dos especuladores
12-Os credores da Dívida Interna
13-Prisioneiros do Neoliberalismo
14-As reformas ditadas pelo FMI
15-Dívida e Petróleo: Somos independentes e autosuficientes?
16-As cláusulas de Ação Coletiva: Ameaça à Soberania
O que aconteceria se a Dívida fosse auditada e Anulada?
17-Auditoria já!
18-Por que auditar a Dívida?
19-A Dimensão Ética da Dívida
20-A Campanha Auditoria Cidadã da Dívida
CURITIBA 2018

Apresentação

Abc da divida é um texto que foi elaborado por entidades com base na Cartilha
ABC da Dívida, editado originalmente no Plebiscito popular realizado em 2000.
Nesse plebiscito, cerca de 6 milhões de pessoas votaram contra a continuidade
do pagamento da dívida externa, solicitando que fosse feita uma auditoria na
dívida, conforme está previsto na Constituição Federal.

Mesmo com essa comoção popular, o governo não atendeu a reivindicação,


prosseguindo com os pagamentos. A partir de 2001 forças populares deram
inicio a uma auditoria popular, Auditoria Cidadã da Dívida. Consiste na
auditoria feita pela sociedade, com intuito de levantar toda verdade sobre o
processo de pagamento da Dívida.

Nos últimos anos, a dívida adquiriu novas roupagens. O objetivo principal da


Dívida é a expropriação da riqueza nacional, beneficiando uma Elite de
1
rentistas . O endividamento Interno, esta se tornando cada vez mais
significativo. Porém como veremos, trata-se de uma mera reciclagem, e tanto
dívidas (Interna e Externa), fazem parte de um mesmo mecanismo, repletos de
ilegalidades e ilegitimidades, aumentando de maneira exponencial.

Esse elevado endividamento Brasileiro impede a resolução de diversos


problemas sociais. O País destina cerca de 40% de seu orçamento para
pagamento da dívida. Essa auditoria cidadã busca militantes que possam
multiplicar essas informações, em todos os meios de comunicação, espalhando
as corretas informações a respeito da dívida.

1
Rentistas: que ou aquele que vive de rendimentos.
Fonte do Texto: Auditoria Cidadã da Dívida – Rede Jubileu Sul Brasil 2008
Um Breve histórico

A América Latina foi colônia européia por mais de 300 anos. Mesmo depois da
declaração de independência continuamos dependentes e oprimidos. Boa parte
de toda riqueza produzida é transferida para países ricos.

Os efeitos da dívida são como os de uma grande guerra. Não temos feridos,
porém os hospitais estão sempre lotados de doentes e subnutridos, as ruas
repletas de desempregados. Não temos bombas sendo lançadas, mas vemos
nossas riquezas sendo saqueadas. A dívida é uma sangria permanente a mais
de 500 anos.

A Dívida é uma prova de que não somos independentes! Somos um dos onze
países mais ricos do mundo, mas a dívida consome grande parte de nossas
riquezas, impedindo que os brasileiros tenham uma vida digna. O trabalho da
Jubileu Sul é denunciar essa imoralidade. Essa exploração gera uma intensa
dívida social, política e ecológica. Temos que saber quem são os verdadeiros
devedores, os verdadeiros credores, quem deve a quem, quanto, o que foi feito
com esse dinheiro, quem esta se beneficiando com essa dívida, e por que essa
dívida não para de Crescer?

A Dívida pode ser Interna ou Externa

*Dívida Interna: É a soma de todos os débitos assumidos pelo governo junto a


bancos, empresas e pessoas físicas residentes no país ou no exterior, paga em
moeda nacional. Altas taxas de juros são usadas para atrair capital,
necessários para esse refinanciamento, fazendo a dívida crescer.

*Divida Externa: É contraída no exterior, sendo paga em moeda estrangeira, ou


seja, em moeda que somente pode ser obtida através de exportação, por
endividamento externo ou por investimentos estrangeiros. Resulta do
empréstimo de dinheiro a juros, de instituições financeiras ou emissão de
títulos públicos. Composta por parcelas (Públicas e Privada). Públicas são
contraídas por governos e estatais. Privadas são contraídas por empresas
privadas, com aval do governo e banco central. Mesmo sendo de
responsabilidade privada, são assumidas pelo governo. Brasileiros podem ser
credores da dívida externa, pois mandam dinheiro para o exterior, comprando
títulos emitidos pelo governo.

O que são Títulos ou bônus?

A maior parte da divida formada na ultima década, foi por títulos e bônus.
Quando o governo toma recursos dos emprestadores (bancos, por exemplo)
2
entrega a ele um título, um papel com ​valor de face , taxas de juros e prazos
de pagamento. O detentor desse papel detém o direito de receber o valor.
Quem tem o titulo pode revendê-lo. Essas operações são chamadas de
mercado secundário. Neste mercado o valor do titulo é influenciado pelo ​risco
3
País , ou seja, se o governo irá pagar ou não a dívida. Se o governo se
compromete positivamente com o pagamento deste titulo, o mesmo pode
aumentar significativamente no mercado secundário, podendo ficar até mesmo
acima de seu valor de face.

A Divida E(x)terna.

A dívida externa do governo brasileiro era muito pequena nos anos 90. A partir
do plano real começou a crescer, atingindo o valor de R$ 62 bilhões em 1995.
651 bilhões de reais foram pagos apenas em juros durante os anos de 1995 e
2007. Mesmo pagando toda essa quantia, a dívida foi multiplicada por 20 e
passamos a dever 1 trilhão e 390 bilhões de Reais em 2007.

Quem Paga essa Dívida?

Sob argumento de que estaria pagando a dívida externa, a maior parte das
estatais brasileiras foram privatizadas. A Campanha “Auditoria Cidadã da

2
Valor de Face: Valor de uma obrigação, certificado ou instrumento.
3
Risco país: Conceito econômico financeiro, diz respeito à possibilidade de mudanças no ambiente de
negócios de um determinado país.
Dívida” vem destacando o quanto do orçamento total do país é destinado ao
pagamento de juros e amortização da dívida e quanto é destinado aos gastos
sociais. Os gastos com a dívida são priorizados enquanto os gastos com
saúde, educação e outras garantias básicas são deixados em segundo plano,
colocando em números, em 2007 foram investidos R$ 237 bilhões de Reais em
pagamento de dívida externa, já na saúde foram investidos apenas R$ 40
bilhões e na educação, R$ 20 bilhões. A importância da auditoria seria
justamente mostrar à população de onde vem esse dinheiro que paga a conta
da dívida e como estão sendo distribuídos os recursos do governo.

Quando começou a Dívida?

Essa dívida começou desde que os europeus chegaram aqui, nessa época os
moradores daqui eram obrigados a trabalhar e dar todas as riquezas obtidas
para os colonizadores. Depois da independência a situação não melhorou,
adquirimos dívidas com a Coroa a fim de reconhecer politicamente a
independência do Brasil.

Nos anos 30, durante a grande depressão econômica, o Brasil durante o


governo Getúlio Vargas chegou a realizar uma auditoria da dívida, e chegou a
conclusão de que apenas 40% dos contratos estavam documentados e que
não havia contabilidade regular e nem controle de remessas de dinheiro para
outros países. Com isso houve uma grande redução da dívida externa.

Nos anos 70, durante a ditadura militar a dívida voltou a crescer mais de 42
vezes, de 2,5 bilhões de dólares em 1964 ara 105 bilhões de dólares em 1985.
O principal motivo foi que os banqueiros saíram oferecendo juros muito baixos,
porém, flutuantes, a interesse do credor.

Diante das crises de pagamentos provocadas pelos credores, principalmente


Estados Unidos, surge o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco
Mundial, que prometiam salvar as nações endividadas, eles ofereciam a
renegociação das dívidas, com juros cada vez mais altos. Ao renegociar nossa
dívida externa com o FMI, nossos governantes entregaram nosso direito de
decidir como iremos investir nosso dinheiro, dando prioridade a continuidade do
pagamento da dívida externa. Isso causou recessão, desemprego e
empobrecimento da população.

Em 1989, com a nova Constituição Federal de 1988, foi formada uma


Comissão, formada por deputados federais e senadores, com a missão de
examinar a dívida externa, mas não foi muito longe. O Relatório Final dessa
comissão nunca foi entregue nem votado pelo Congresso. Em 1994 foi
concluída uma renegociação da dívida com credores privados, e ela
transformou uma dívida contratual em dívida em títulos, que poderiam ser
revendidos entre investidores.

Com os maiores juros do mundo, a dívida externa atingiu o patamar de 1,4


trilhão de Reais no final de 2007. Tudo isso apesar das privatizações que
desmoronaram empresas públicas com o pretexto de ajudar a abater a dívida.

Como pagamos a Dívida?

Todos os brasileiros pagam a Dívida Interna e a Dívida Externa. Pagamos essa


dívida com ​sacrifício Social. Cada Brasileiro nascido em 2008 já carrega uma
dívida externa de mais de $ 1300,00 dólares, e uma interna de mais de R$
7500,00. Os juros da divida interna são os maiores do mundo. Para pagar
esses juros contraímos cada vez mais empréstimos, num eterno e sem fim
circulo vicioso. Taxas injustas, extorsivas e empobrecedoras são cobradas
pelos credores. Para pagar essa divida o Brasil exporta cada vez mais,
aumenta impostos, corta investimentos sociais, sacrificando o povo brasileiro
para beneficiar os credores da Dívida. Para atrair mais capital externo, o
governo livra investidores externos de impostos como CPMF e imposto de
renda. Essas medidas estimulam esses investidores a se tornarem credores da
dívida, adquirindo elevadas quantidades de títulos.

A Quem Pagamos a Dívida Externa?

*Os que emprestam são chamados de credores.


Credores Oficiais: ​São os países mais ricos, tais como Estados Unidos,
Japão, Alemanha, França, Inglaterra, Suíça, Canadá e Holanda.

Credores Privados: ​Bancos comerciais privados; Citibank, Deutsche Bank,


Amro, Crédit Agricole, União dos Bancos Suíços e bancos nacionais. Os
bancos detêm mais da metade da dívida externa brasileira, sendo nossos
maiores credores.

Credores Multilaterais: ​FMI, Banco Mundial, Banco de Desenvolvimento(BID).


Embora essas instituições respondam por uma pequena parcela da divida
externa, são estes que continuam impondo o pagamento da mesma, impondo
também reformas neoliberais que retiram direitos dos trabalhadores.

A Ilusão de que a Economia vai bem.

4
O governo Brasileiro divulgou em 2005, pagamento antecipado ao FMI de $
15,5 bilhões, como sinal de que a economia ia bem. Porém a divida com FMI é
uma parcela bem pequena. Este pagamento não resultou em redução da
Dívida, sim uma troca de Divida antiga por uma nova, com novos juros, novas
taxas. Trocamos uma divida externa por uma divida interna, muito mais cara. O
banco central compra dólares para efetuar esses pagamentos. Para comprar
esses dólares o governo se endivida cada vez mais. Em 2007 a dívida já
ultrapassou os R$ 1,4 trilhões de reais.

Esses pagamentos são feitos sem nenhuma auditoria, não sendo um ato de
soberania Nacional. Seguem orientações de outros governantes. Os sacrifícios
sociais continuam sendo aplicados ao povo brasileiro. Reformas Neoliberais
tiram direitos dos trabalhadores, como previdência e trabalhista. O Brasil
continua se endividando sem necessidade, faz isso para acalmar investidores
internacionais e para justificar a existência de alguns bancos.

A Farra dos Especuladores

4
Dados de 2005
A entrada do dólar no país se deu, mais recentemente e com maior intensidade
nos empréstimos externos, tanto para a Dívida externa e para a interna. Estas
empresas e bancos tomam empréstimos a juros mais baixos, no exterior, para
emprestar ao governo brasileiro, recebendo os juros mais altos do mundo. Os
bancos e empresas nacionais também se aproveitam disto.

O próprio governo tem induzido esse processo por meios de manutenção das
maiores taxas de juros reais do mundo, manutenção de uma política de total
priorização ao pagamento da dívida, e estrangeiros foram isentos de impostos
de renda sobre aplicações em títulos da dívida interna.

Reservas Internacionais

As reservas estão sendo utilizadas nestas obscuras operações de pagamento


antecipado da dívida externa. Outra parte está empregada na compra de títulos
do Tesouro Norte Americano. Prejudicando o país e beneficiando os
investidores, uma vez que o dólar está desvalorizando e com taxas de juros
acima de 10% ao ano, o que é um verdadeiro escândalo.

Prejuízo para o Banco Central

Chegou a 58,5 bilhões apenas de janeiro a outubro de 2007. Este prejuízo é


bancado pelo Tesouro Nacional, e corresponde ao dobro de todos os gastos
federais com saúde no mesmo período. Por outro lado, os banqueiros não
param de bater recordes de lucro.

Os Credores da Dívida Interna

Os bancos internacionais são credores da Dívida interna, o que significa que


chamada “Dívida Interna” é, na verdade apenas uma nova roupagem da
“Dívida Externa”. Tem como principais beneficiários grandes investidores,
empresas privadas e investidores estrangeiros. Os grandes credores da Dívida,
que acompanham de perto mercado, puderam a tempo enviar capitais ao
exterior.

Prisioneiros do Neoliberalismo
Significa a preponderância dos interesses do mercado, sobre o interesse dos
povos. É também a abertura das fronteiras para os produtos dessas empresas
e o aumento da dependência perante a tecnologia estrangeira. Têm como
objetivo aumentar o lucro dos grandes empresários e do setor financeiro. A
ALCA e a OMC, possibilitaram a invasão de produtos e serviços
norte-americanos no país sem nenhum controle estatal.

As Reformas Ditadas Pelo FMI

Existem diversas reformas exigidas atualmente no mercado brasileiro, algumas


já implantadas, outras em processo de implantação, projetos como a ALCA e
de abertura que esta sendo negociada na OMC.

Reforma da Previdência

A primeira reforma da previdência realizada ​em 1998​, adiando a aposentadoria


dos trabalhadores, nos setores públicos e privados. ​Já em 1999 foi implantado
o fator previdenciário que também adiou a aposentadoria e reduziu benefícios
dos trabalhadores privados. ​Em 2003 Foi impulsionada pelo governo Lula a
aprovação da emenda constitucional da reforma da previdência, retirando
direitos conquistados pelos servidores públicos. Já em ​2007 o governo enviou
ao congresso o projeto de lei que regulamenta os fundos de pensão dos
servidores, sendo os administradores os bancos, também em ​2007 foi criado o
fórum da previdência, na tentativa de legitimar a reforma. O famoso “​déficit​” da
previdência é uma mentira, tendo em vista que computadas as receitas de
COFINS, CSLL, PIS/PASEP, etc.

Reforma Tributária

Em 1996 o governo congelou a tabela de impostos de renda das pessoas


físicas e estabeleceu vários privilégios para o capital: isenção de impostos de
renda sobre distribuição de lucros e remessas ao exterior. Já em 1998 firmou
outro acordo com o ​FMI ocorre no sistema tributário, embutidos nos preços dos
produtos é o caso da ​COFINS (CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO
DA SEGURIDADE SOCIAL​) e da CPMF ​(CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA
SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA). ​No governo FHC vem sendo
aplicado a ​“desvinculação das receitas da união” DRU​, permite que o
governo gaste 20% de recursos destinados à saúde, educação, assistência
social e previdência de acordo com a ​CF​.

Nova reforma tributaria aprovada em 2003, mantendo-se CPMF e a DRU para


garantir o pagamento da divida, permanecendo isentos de CPMF investidores
estrangeiros. Essa reforma também feriu a autonomia constitucional dos
estados e municípios ao prever um regime único de arrecadação dos tributos
federais, estaduais e municipais, implantado em 2006 por meio
“super-simples”. ​No mesmo ano o governo Lula isentou de imposto de renda
os investidores que comprarem títulos da divida externa. Em 2007 o governo
tentou prorrogar a CPMF E DRU, não tendo sucesso aumentou alíquotas de
tributos e cortes de gastos sociais​. “TUDO ISSO PARA MANTER INTACTA A
MAIOR PRIORIDADE: O PAGAMENTO DA DIVIDA”.

Nova Lei de Falências

Aprovada em 2005​, modifica a ordem de preferência no recebimento das


dividas de empresas falidas, anteriormente era preferência dos créditos
trabalhistas e depois dos tributários, já a nova lei determina que os créditos
trabalhistas sejam pagos ate o limite de 150 salários mínimos, em seguida são
pagos os créditos que exigem garantias, somente após isso serão pagos os
tributos devidos. Tal alteração imposta pelo FMI é grave, pois coloca o
interesse privado acima do publico.

Independência do Banco Central

Imposta pelo FMI, vem impedir que o governo eleito pelo povo posso intervir
em suas funções, administração das taxas de juros, da divida publica e controle
de capitais financeiros. ​Em 2003 no primeiro semestre foi promulgada uma
modificação na constituição, que acaba com a limitação legal dos juros reais a
12% ao ano​, permitiu também a aprovação da independência do banco central
apenas com maioria simples dos parlamentares, ​e não 3/5​.
As Parcerias Público-Privadas (PPPs)

PPPs ​são as novas formas de privatização, é financiamento publico de


empreendimentos e infra-estrutura operados por empresas privadas com
retorno garantido pelo estado. Por meio das ​PPPs​, abre-se a porta de
privatização generalizada no país de qualquer setor. A abertura do mercado
externo para investir em bens e serviços, substituindo o papel do estado.

Reforma Trabalhista e Sindical

O governo FHC realizou diversas reformas na legislação trabalhista que


retiraram direitos da classe trabalhadora, agora está em andamento reformas
sindicais e trabalhista, podendo tirar ainda mais o direito dos trabalhadores,
apregoa-se que o objetivo de tais reformas é diminuir os custos de produção no
país. Assim trilhamos o mesmo caminho do México, que, com o Nafta,
promoveu a retirada dos direitos trabalhistas para que transnacionais
norte-americanas lá se instaladas pudessem produzir a custos baixíssimos.

Super Simples

A Reforma trabalhista realizada em parte com o ​‘’super simples’’ ​abrangendo


80% das empresas brasileiras, as quais serão desobrigadas de procedimentos
básicos como a fixação de quadro de trabalho em suas dependências, as
anotações das férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de
registros etc. Outra medida da super simples, é a impossibilidade de punir o
empresário flagrado no descumprimento de obrigações trabalhistas. Essas
reformas significam a implantação de parcela da ALCA no país.

Reforma Universitária: Uma imposição do Banco Mundial

A Reforma universitária, velha imposição do banco mundial, já se traduziu no


PROUNI aprovado em 2004 pelo congresso. A medida concede isenção de
IRPJ (IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA), CSLL (CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO), COFINS (CONTRIBUIÇÃO PARA O
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL) E PIS (PROGRAMA DE
INTEGRAÇÃO SOCIAL) para universidades privadas que concederem bolsas
de estudo a estudantes. Em 2007 o governo lançou o ‘’REUNI’’, programa que
prevê aumento nas vagas das universidades publicas, porem sem aumento nos
investimentos ou nos números de servidores, reduzindo a qualidade de ensino
em faculdades publicas.

Dívida e Petróleo: Somos Independentes e Auto-Suficientes?

A questão do petróleo está intimamente ligada à questão do endividamento, ao


mesmo tempo em que propagandeia nossa suposta ‘’auto-suficiência’’ em
petróleo, o governo vende a preços baixos para obter pagamentos da divida
externa, em subserviência aos interesses externos, os pesados tributos
incidentes sobre a gasolina e o diesel os altos lucros da Petrobrás. São
destinados ao cumprimento das metas de superávit primário, ou seja, reserva
de recursos para o pagamento da divida.

5
Isso significa também a implantação do projeto da ALCA no Brasil, uma vez
que o país comprometeria a sua soberania alimentar em favor das grandes
empresas exportadoras agrícolas, nacionais e estrangeiras.

As “Cláusulas de Ação Coletiva”: Ameaça à Soberania - Mais uma


imposição do FMI

Os títulos da dívida externa, emitidos a partir de 2003 passaram por profunda


mudança, em virtude da “Cláusula de Ação Coletiva - CAC”. Atualmente estes
títulos representam 65% da dívida externa pública em Bônus. Esta cláusula
não foi objeto de aprovação pelo congresso nacional, muito menos divulgada a
sociedade. Com esta cláusula abrimos mão da soberania nacional, pois elege
foro estrangeiro para julgar e decidir sobre conflitos da dívida externa brasileira.
Garante também aos credores o direito de decidir sobre futuras renegociações.
Os credores têm o poder de decidir sobre qualquer ponto da divida, por conta
desta cláusula.

A então Senadora Heloisa Helena (P-SOL/AL) solicitou em 2006 maiores


informações sobre esta cláusula ao Ministério da Fazenda. Mais absurda que a

5
ALCA: Área de livre comércio das Américas
própria cláusula, foi a resposta por parte do Ministério, que disse que assim
que o contrato fosse traduzido, enviaria as repostas para solicitação. Alem de
não revelar o conteúdo das cláusulas, denunciou que os contratos foram
assinados em língua estrangeira. Aos Senadores Brasileiros que tem o dever e
a competência de acompanhar as operações de endividamento externo, são
negadas informações referentes a estas cláusulas.

O que Aconteceria se a Dívida fosse Auditada e Anulada?

Muitos dizem que se o país deixasse de pagar a dívida, haveria uma grande
crise econômica. Trata-se de argumentos neoliberais a favor do pagamento da
dívida:

Neoliberais dizem que não pagar a dívida é calote, é dar o cano. A realidade é
que não estamos defendendo o calote, sim uma auditoria, para que se tenha
acesso sobre a verdade do endividamento brasileiro. É preciso identificar
quantas dívidas já foram pagas, para acabar com a sangria de recursos e lesão
do povo Brasileiro.

Quando a Argentina deixou de pagar a dívida em 2002, seu PIB caiu em 11%,
isso aconteceu porque seguia a risca tudo que era imposto pelo FMI. A partir
de 2003 a Argentina apresenta crescimento de 9% ao ano, compensando a
queda de 2002.

Neoliberais dizem que se deixarmos de pagar a Dívida, vai parar de entrar


dinheiro no País, que não teremos mais créditos, que os países ricos podem
retaliar, deixando de comprar nossos produtos; Como acompanhamos desde o
começo dessa cartilha, o endividamento tem provocado uma saída muito maior
de nossos recursos. Os empréstimos tomados atualmente servem para pagar
empréstimos anteriores, não para desenvolver o país. O dinheiro que pode
sobrar, pode ajudar a desenvolver muito mais nosso País. Países ricos
dependem dos nossos produtos e matérias primas, portanto não seria
interessante para estes, deixar de comprar com o Brasil.
Em estudo feito pelo próprio FMI, o mesmo defende a moratória. Analisando
mais de 79 países, entre 1970 e 2002, identificou 26 casos de reduções da
Dívida. 19 destes casos conseguiram redução após declarar moratória.

Para conseguir mais dólares para pagamento da dívida, exportamos produtos


agrícolas e minerais. A mata nativa é derrubada para aumentar o local para
plantio de soja e plantio de eucalipto (celulose). Camponeses são expulsos do
campo, acentuando ainda mais a injustiça social. A reforma agrária que poderia
minimizar esta situação, é jogada para o futuro, para não atrapalhar o modelo
injusto e danoso visto atualmente.

Quando o Estado abre mão da saúde, educação, da segurança social da


população, o peso destas tarefas recai principalmente sobre as mulheres,
fazendo com que estas aumentem em varias vezes seu trabalho. As mulheres
não são vitimas apenas do Machismo, do sexismo e da violência provocados
6
pelo sistema patriarcal , mas também da miséria da exploração e da exclusão
que produz o modelo neoliberal e o endividamento. O desemprego é maior
entre as mulheres, a renda média da mulher é muito menor que a do homem.
Em médias as mulheres ganhem cerca de 30% menos que os homens, sendo
que mulheres negras ganham até 50% menos.

A Dívida impede também a oferta de serviços básicos, sugando a maior parte


dos recursos públicos. Podemos identificar isso quando falta educação integral,
quando hospitais estão completamente lotados, com pessoas morrendo em
filas intermináveis. Apesar da Constituição Federal, prever gastos mínimos com
saúde e educação, o governo inventa diversos artifícios para não cumprir a lei,
gastando mais com a dívida financeira. Em 2007 o governo gastou R$ 237
bilhões com a dívida, enquanto gastou R$ 40 bilhões com a saúde e R$ 20
bilhões com a educação. Com esse dinheiro gasto na dívida, o governo poderia
construir 474 mil postos de saúde, 95 mil novas escolas com cerca de 800
vagas cada uma.

6
Sistema Patriarcal: Sistema social baseado no controle dos machos sobre as fêmeas, em que estes
ocupam uma posição central.
Auditoria Já!!

Depois de analisar nossa dívida pública, percebemos que a auditoria é uma


alternativa. A auditoria da dívida ou uma analise mais minuciosa de toda
documentação relacionada às dividas externa e interna, se faz necessária. É
uma ferramenta essencial para que se conheça a real dimensão do
endividamento e todas as ilegalidades e ilegitimidades desse processo. Será
uma luta contra o Neoliberalismo e imperialismo que tornam nosso país cada
vez mais injusto e dependente. Com a Auditoria, teremos com umas das
alternativas: o não pagamento, o repúdio ou a anulação das dívidas
injustamente cobradas. Poderão ser formuladas novas estratégias de
desenvolvimento sem a necessidade de novos empréstimos.

7
A Auditoria da Divida externa é prevista na Constituição Federal, no artigo 26
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

*​Objetivos da Auditoria: ​Mostrar a relação da dívida com os diversos


problemas dos países: seguridade social, modelo tributário, serviços de saúde,
educação, segurança, habitação, etc.; demonstrar que a dívida já foi
amplamente paga; mostrar a co-responsabilidade dos credores, dos governos
e demais grupos econômicos; Revelar a relação entre a dívida e demais
tratados.; Fortalecer a organização e a mobilização da sociedade frente a
divida; Favorecer a elaboração de políticas e estratégias para um
enfrentamento contra os emprestadores; Fortalecer o movimento de repúdio e
anulação dessa dívida.

Por que auditar a Dívida?

*De acordo com o Artigo 52, Inciso V, da Constituição Federal, compete


privativamente ao Senado Federal “Autorizar operações externas de natureza

7
Art.26 ADCT – No prazo de um ano a contar da promulgação da Constituição, o congresso nacional
promoverá, através de comissão mista, exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do
endividamento externo Brasileiro. § 1° A comissão terá força legal de Comissão parlamentar de
inquérito para os fins de requisição e convocação, e atuará com o auxilio do Tribunal de Contas da
União. §2° Apurada a irregularidade, o Congresso Nacional proporá ao Poder executivo a declaração de
nulidade do ato e encaminhará o processo ao Ministério Público Federal, que formalizará, no prazo de
sessenta dias, ação cabível.
financeira, de interesse da União, dos Estados e do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios”.

Em 2001, após solicitação formulada pela “Auditoria Cidadã”, a consultoria do


Senado elaborou uma planilha-arquivo contendo 815 resoluções que versavam
sobre endividamento externo. Foram selecionados temas dentro dessas
resoluções, falando sobre Pobreza/Miséria e Energia Elétrica, posteriormente
enviados como ofícios para, Governos dos Estados, Tribunais de Contas
Estaduais e União, cobrando informações sobre efetividade dos empréstimos e
destinação dos recursos. Dos 59 ofícios enviados, apenas 16 foram
respondidos. Entre os respondidos, alguns diziam que não podiam passar
informações, pois estava sobre sigilo, outros que a realização de empréstimo
não havia sido efetivada pelo órgão. Alguns não sabiam como nem quais
informações repassar. Percebe-se completo descaso quanto as informações
solicitadas.

Dos 815 contratos, apenas 238 foram encaminhados e analisados pelos


Senadores. Esses 238 contratos representavam US$ 42,7 Bilhões, ou seja,
apenas 20% do aumento do endividamento ocorrido de 1964 aos dias atuais. O
grupo Auditoria Cidadã tem solicitado informações aos demais órgãos
competentes, sem obter êxito. O resultado da pesquisa desses 238 contratos
mostrou que não foram analisados devidamente por parte do Senado.
Cláusulas abusivas e lesivas à soberania nacional, aprovadas de maneira
irregular e ilegítima. Entre as cláusulas: Juros Flutuante, Foro estrangeiro, O
Brasil não imporá quaisquer controles às saídas dos Capitais, entre outras.

Estas Cláusulas constituem uma amostra das ilegalidades e ilegitimidades do


processo de endividamento. ​“Auditá-lo será um ato de respeito com o povo
Brasileiro”.

*Argumentos Jurídicos para o não pagamento da Dívida​.

Com a Auditoria da divida podemos elaborar provas necessárias para o repúdio


e a anulação judicial da Divida, com base nos Direitos Internacionais. Devem
ser apresentados casos de violação de direitos humanos (saúde, educação,
moradia) por pagamento da dívida. Casos de corrupção serão denunciados a
mesma corte Internacional, bem como aumento arbitrário dos juros.

Algumas figuras jurídicas permitem que, em alguns casos, o país deixe de


pagar a divida aos credores. Entre esses estão:

*Divida Odiosa: No período de guerra fria, por pressão internacional, muitos


regimes totalitários receberam ajuda financeira via concessão de empréstimos
externos. Em muitos desses casos os governantes se apropriavam destes
recursos.

*Caso Fortuito ou força Maior: Caso o devedor encontre-se em situação que


torne difícil ou impossível dispor de recursos para o pagamento da divida,
deixando de garantir os direitos fundamentais dos seus cidadãos. Refere-se
também a catástrofes, terremotos e inundações. Caso fortuito quando existem
epidemias ou guerras.

*Cláusula rebus sic stantibus: Condiciona o pagamento da divida a mesma


legislação vigente na época que o contrato foi assinado.

*Divida Corrupta: A corrupção da Divida se produz em sua fase de contração e


renegociação.

A Dimensão Ética da Dívida.

“Frente a tantas desigualdades e injustiças, convém considerar a dimensão


ética da dívida e perceber como ela é imoral, ilegítima e ilegal”.

A Dívida é Imoral: Quem são os verdadeiros credores? Quem deve a quem: os


pobres aos ricos, ou os ricos aos pobres? Na pratica, os pobres pagam aos
ricos. Os impostos pagos pelos brasileiros são utilizados para pagar juros aos
ricos. A dívida é imoral porque gera pobreza, miséria, aumenta as
desigualdades, ameaça e destrói vidas. A dívida exclui, mata. A dívida atinge
antes de tudo os mais pobres. A dívida é insustentável, um fardo insuportável
para os pobres.

A Dívida é Ilegítima: Os juros exorbitantes foram estabelecidos unilateralmente


pelos credores. Negociações sempre são desiguais. Juros abusivos fizeram
explodir a dívida. É ilegítima por falta de transparência. Empréstimos afetam a
vida do povo, sendo feitos sem nenhuma consulta. São uma ameaça a
Soberania Nacional, deve ser objeto de debate nacional, para que a população
possa se pronunciar.

A Dívida é Ilegal: Imoral, Ilegítima, a dívida muitas vezes, também é Ilegal.


Contratos fraudulentos firmados sem consulta, sem aprovação parlamentar.
Não podemos continuar pagando essa dívida, ao custo de todo povo brasileiro.

A Campanha “Auditoria Cidadã da Dívida”

Nascido do Plebiscito realizado sobre a Dívida Externa em 2000, o Auditoria


Cidadã busca a Auditoria da Dívida Brasileira. Tem por objetivo analisar o
processo de endividamento do país, revelar a verdadeira natureza da dívida e,
a partir daí, promover a popularização das discussões sobre o tema, tanto
nacional quanto internacionalmente.

Á exemplo da Auditoria Cidadã da Dívida no Brasil, movimentos sociais já


formaram auditorias em vários países. Estas iniciativas mostram que a
auditoria é uma alternativa soberana dos países contra a dominação exercida
pela dívida, visa o esclarecimento da verdade acerca do obscuro e
questionável processo de endividamento em todo o mundo.

Números atuais da Divida: Divida Pública Federal

Em 2016 R$ 1.130.149.667.981,00 = 3,1 Bilhão por dia

1 trilhão, 130 bilhões, 149 milhões, 667 mil reais.

Em 2017 R$ 986.110.833.381,00 = 2,7 bilhões por dia

986 bilhões, 110 milhões, 833 mil reais

Quanto “Devemos”

Dívida Interna Federal – Dez 2017

R$ 5.094.970.665.512,80

5 Trilhões, 094 Bilhões, 970 Milhões, 665 Mil reais

Dívida externa Total – Dez 2017

US$ 550.775.126.164,84

550 Bilhões, 775 milhões, 126 Mil dólares.


Bibliografia

Site Auditoria Cidadã – Cartilha ABC da Dívida.

Constituição Federal.
CURITIBA 2018

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