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ABC DA DÍVIDA
Luana Bruni
Felipe Kula
Jhonathan Knapik
Everaldo Brito
Jhonathan Ramos
Curitiba 2018
ÍNDICE
1- Apresentação
2- Um breve histórico
3- A divida pode ser Interna ou Externa.
4- O que são títulos ou Bônus
5- A divida E(x)Terna
6- Quem paga essa Dívida? Você
7- Quando começou a Dívida?
8- Como Pagamos a dívida?
9- A quem pagamos a Dívida externa?
10-A ilusão de que a economia vai bem
11-A farra dos especuladores
12-Os credores da Dívida Interna
13-Prisioneiros do Neoliberalismo
14-As reformas ditadas pelo FMI
15-Dívida e Petróleo: Somos independentes e autosuficientes?
16-As cláusulas de Ação Coletiva: Ameaça à Soberania
O que aconteceria se a Dívida fosse auditada e Anulada?
17-Auditoria já!
18-Por que auditar a Dívida?
19-A Dimensão Ética da Dívida
20-A Campanha Auditoria Cidadã da Dívida
CURITIBA 2018
Apresentação
Abc da divida é um texto que foi elaborado por entidades com base na Cartilha
ABC da Dívida, editado originalmente no Plebiscito popular realizado em 2000.
Nesse plebiscito, cerca de 6 milhões de pessoas votaram contra a continuidade
do pagamento da dívida externa, solicitando que fosse feita uma auditoria na
dívida, conforme está previsto na Constituição Federal.
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Rentistas: que ou aquele que vive de rendimentos.
Fonte do Texto: Auditoria Cidadã da Dívida – Rede Jubileu Sul Brasil 2008
Um Breve histórico
A América Latina foi colônia européia por mais de 300 anos. Mesmo depois da
declaração de independência continuamos dependentes e oprimidos. Boa parte
de toda riqueza produzida é transferida para países ricos.
Os efeitos da dívida são como os de uma grande guerra. Não temos feridos,
porém os hospitais estão sempre lotados de doentes e subnutridos, as ruas
repletas de desempregados. Não temos bombas sendo lançadas, mas vemos
nossas riquezas sendo saqueadas. A dívida é uma sangria permanente a mais
de 500 anos.
A Dívida é uma prova de que não somos independentes! Somos um dos onze
países mais ricos do mundo, mas a dívida consome grande parte de nossas
riquezas, impedindo que os brasileiros tenham uma vida digna. O trabalho da
Jubileu Sul é denunciar essa imoralidade. Essa exploração gera uma intensa
dívida social, política e ecológica. Temos que saber quem são os verdadeiros
devedores, os verdadeiros credores, quem deve a quem, quanto, o que foi feito
com esse dinheiro, quem esta se beneficiando com essa dívida, e por que essa
dívida não para de Crescer?
A maior parte da divida formada na ultima década, foi por títulos e bônus.
Quando o governo toma recursos dos emprestadores (bancos, por exemplo)
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entrega a ele um título, um papel com valor de face , taxas de juros e prazos
de pagamento. O detentor desse papel detém o direito de receber o valor.
Quem tem o titulo pode revendê-lo. Essas operações são chamadas de
mercado secundário. Neste mercado o valor do titulo é influenciado pelo risco
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País , ou seja, se o governo irá pagar ou não a dívida. Se o governo se
compromete positivamente com o pagamento deste titulo, o mesmo pode
aumentar significativamente no mercado secundário, podendo ficar até mesmo
acima de seu valor de face.
A Divida E(x)terna.
A dívida externa do governo brasileiro era muito pequena nos anos 90. A partir
do plano real começou a crescer, atingindo o valor de R$ 62 bilhões em 1995.
651 bilhões de reais foram pagos apenas em juros durante os anos de 1995 e
2007. Mesmo pagando toda essa quantia, a dívida foi multiplicada por 20 e
passamos a dever 1 trilhão e 390 bilhões de Reais em 2007.
Sob argumento de que estaria pagando a dívida externa, a maior parte das
estatais brasileiras foram privatizadas. A Campanha “Auditoria Cidadã da
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Valor de Face: Valor de uma obrigação, certificado ou instrumento.
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Risco país: Conceito econômico financeiro, diz respeito à possibilidade de mudanças no ambiente de
negócios de um determinado país.
Dívida” vem destacando o quanto do orçamento total do país é destinado ao
pagamento de juros e amortização da dívida e quanto é destinado aos gastos
sociais. Os gastos com a dívida são priorizados enquanto os gastos com
saúde, educação e outras garantias básicas são deixados em segundo plano,
colocando em números, em 2007 foram investidos R$ 237 bilhões de Reais em
pagamento de dívida externa, já na saúde foram investidos apenas R$ 40
bilhões e na educação, R$ 20 bilhões. A importância da auditoria seria
justamente mostrar à população de onde vem esse dinheiro que paga a conta
da dívida e como estão sendo distribuídos os recursos do governo.
Essa dívida começou desde que os europeus chegaram aqui, nessa época os
moradores daqui eram obrigados a trabalhar e dar todas as riquezas obtidas
para os colonizadores. Depois da independência a situação não melhorou,
adquirimos dívidas com a Coroa a fim de reconhecer politicamente a
independência do Brasil.
Nos anos 70, durante a ditadura militar a dívida voltou a crescer mais de 42
vezes, de 2,5 bilhões de dólares em 1964 ara 105 bilhões de dólares em 1985.
O principal motivo foi que os banqueiros saíram oferecendo juros muito baixos,
porém, flutuantes, a interesse do credor.
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O governo Brasileiro divulgou em 2005, pagamento antecipado ao FMI de $
15,5 bilhões, como sinal de que a economia ia bem. Porém a divida com FMI é
uma parcela bem pequena. Este pagamento não resultou em redução da
Dívida, sim uma troca de Divida antiga por uma nova, com novos juros, novas
taxas. Trocamos uma divida externa por uma divida interna, muito mais cara. O
banco central compra dólares para efetuar esses pagamentos. Para comprar
esses dólares o governo se endivida cada vez mais. Em 2007 a dívida já
ultrapassou os R$ 1,4 trilhões de reais.
Esses pagamentos são feitos sem nenhuma auditoria, não sendo um ato de
soberania Nacional. Seguem orientações de outros governantes. Os sacrifícios
sociais continuam sendo aplicados ao povo brasileiro. Reformas Neoliberais
tiram direitos dos trabalhadores, como previdência e trabalhista. O Brasil
continua se endividando sem necessidade, faz isso para acalmar investidores
internacionais e para justificar a existência de alguns bancos.
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Dados de 2005
A entrada do dólar no país se deu, mais recentemente e com maior intensidade
nos empréstimos externos, tanto para a Dívida externa e para a interna. Estas
empresas e bancos tomam empréstimos a juros mais baixos, no exterior, para
emprestar ao governo brasileiro, recebendo os juros mais altos do mundo. Os
bancos e empresas nacionais também se aproveitam disto.
O próprio governo tem induzido esse processo por meios de manutenção das
maiores taxas de juros reais do mundo, manutenção de uma política de total
priorização ao pagamento da dívida, e estrangeiros foram isentos de impostos
de renda sobre aplicações em títulos da dívida interna.
Reservas Internacionais
Prisioneiros do Neoliberalismo
Significa a preponderância dos interesses do mercado, sobre o interesse dos
povos. É também a abertura das fronteiras para os produtos dessas empresas
e o aumento da dependência perante a tecnologia estrangeira. Têm como
objetivo aumentar o lucro dos grandes empresários e do setor financeiro. A
ALCA e a OMC, possibilitaram a invasão de produtos e serviços
norte-americanos no país sem nenhum controle estatal.
Reforma da Previdência
Reforma Tributária
Imposta pelo FMI, vem impedir que o governo eleito pelo povo posso intervir
em suas funções, administração das taxas de juros, da divida publica e controle
de capitais financeiros. Em 2003 no primeiro semestre foi promulgada uma
modificação na constituição, que acaba com a limitação legal dos juros reais a
12% ao ano, permitiu também a aprovação da independência do banco central
apenas com maioria simples dos parlamentares, e não 3/5.
As Parcerias Público-Privadas (PPPs)
Super Simples
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Isso significa também a implantação do projeto da ALCA no Brasil, uma vez
que o país comprometeria a sua soberania alimentar em favor das grandes
empresas exportadoras agrícolas, nacionais e estrangeiras.
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ALCA: Área de livre comércio das Américas
própria cláusula, foi a resposta por parte do Ministério, que disse que assim
que o contrato fosse traduzido, enviaria as repostas para solicitação. Alem de
não revelar o conteúdo das cláusulas, denunciou que os contratos foram
assinados em língua estrangeira. Aos Senadores Brasileiros que tem o dever e
a competência de acompanhar as operações de endividamento externo, são
negadas informações referentes a estas cláusulas.
Muitos dizem que se o país deixasse de pagar a dívida, haveria uma grande
crise econômica. Trata-se de argumentos neoliberais a favor do pagamento da
dívida:
Neoliberais dizem que não pagar a dívida é calote, é dar o cano. A realidade é
que não estamos defendendo o calote, sim uma auditoria, para que se tenha
acesso sobre a verdade do endividamento brasileiro. É preciso identificar
quantas dívidas já foram pagas, para acabar com a sangria de recursos e lesão
do povo Brasileiro.
Quando a Argentina deixou de pagar a dívida em 2002, seu PIB caiu em 11%,
isso aconteceu porque seguia a risca tudo que era imposto pelo FMI. A partir
de 2003 a Argentina apresenta crescimento de 9% ao ano, compensando a
queda de 2002.
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Sistema Patriarcal: Sistema social baseado no controle dos machos sobre as fêmeas, em que estes
ocupam uma posição central.
Auditoria Já!!
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A Auditoria da Divida externa é prevista na Constituição Federal, no artigo 26
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
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Art.26 ADCT – No prazo de um ano a contar da promulgação da Constituição, o congresso nacional
promoverá, através de comissão mista, exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do
endividamento externo Brasileiro. § 1° A comissão terá força legal de Comissão parlamentar de
inquérito para os fins de requisição e convocação, e atuará com o auxilio do Tribunal de Contas da
União. §2° Apurada a irregularidade, o Congresso Nacional proporá ao Poder executivo a declaração de
nulidade do ato e encaminhará o processo ao Ministério Público Federal, que formalizará, no prazo de
sessenta dias, ação cabível.
financeira, de interesse da União, dos Estados e do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios”.
Quanto “Devemos”
R$ 5.094.970.665.512,80
US$ 550.775.126.164,84
Constituição Federal.
CURITIBA 2018