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PROFISSIONAL DE VIGILANTE
PENITENCIÁRIO
TEMPORÁRIO
2018
Gerência de Ensino
Estado de Goiás
Diretoria-Geral de Administração
Penitenciária
Módulo I
Administração Penitenciária
Apostila
Goiânia
2018
Sumário
DIREITO PENAL ........................................................................................................................................ 4
LEI DE EXECUÇÃO PENAL ....................................................................................................................... 13
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................ 24
PROCEDIMENTOS CARTORÁRIOS E PLATAFORMAS DE DADOS PENAIS ............................................... 49
COMUNICAÇÃO E POSTURA .................................................................................................................. 64
ÉTICA E TRATAMENTO PENAL ............................................................................................................... 67
QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE MENTAL ................................................................................................ 78
EXECUÇÃO PENAL GOIANA.................................................................................................................... 84
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E GERENCIAMENTO DE CRISE .................................................................... 91
REINTEGRAÇÃO SOCIAL E ALTERNATIVAS PENAIS ................................................................................ 98
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CAPÍTULO 1 - DIREITO PENAL -PARTE Caracteriza-se pela utilização de um Fechado (art. 33, §1º, "a" - CP): consiste
GERAL E ESPECIAL direito ou faculdade que pode decorrer da no cumprimento da pena em
lei, de um fim social ou dos costumes, estabelecimento de segurança máxima ou
1.1 Exclusão de ilicitude dando ao agente a permissão para que média;
pratique condutas dentro dos limites “Condenado a pena superior a 8 (oito)
Art. 23 - Não há crime quando o agente estabelecidos e com finalidades diversas. anos deverá começar a cumpri-la em
pratica o fato: Exs.: corretivo aplicado pelos pais aos regime fechado”. Art. 33, § 2º, “a”, CP.
I -em estado de necessidade; filhos, desde que moderadamente;
II -em legítima defesa; lutador de boxe que causa lesões no Semiaberto (art. 33, §1º, "b" - CP):
III - em estrito cumprimento de dever adversário. consiste no cumprimento da pena em
legal ou no exercício regular de direito. colônia agrícola, industrial ou
Excesso punível 1.2 Sanção Penal estabelecimento similar.
§ único - O agente, em qualquer das “Condenado não reincidente, cuja pena
hipóteses deste artigo, responderá pelo 1.2.1 Pena: é a sanção penal imposta pelo seja superior a 4 (quatro) anos e não
excesso doloso ou culposo. Estado, mediante o devido processo legal, exceda a 8 (oito)”. Art. 33, § 2º, “b”, CP.
ao autor de um fato típico e ilícito que foi
1.1.1 Estado de Necessidade reconhecido culpado, tendo como Aberto (art. 33, §1º, "c" - CP): consiste no
finalidade puni-lo e ressocializá-lo, bem cumprimento da pena em casa de
Art. 24 - Considera-se em estado de como prevenir a prática de novas albergado ou estabelecimento adequado.
necessidade quem pratica o fato para infrações mediante a intimidação penal. “Condenado não reincidente, cuja pena
salvar de perigo atual, que não provocou seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos”.
por sua vontade, nem podia de outro 1.2.2 Espécies de penas Art. 33, § 2º, “c”, CP.
modo evitar, direito próprio ou alheio,
cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era Art. 32 - As penas são: PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL
razoável exigir-se. I - privativas de liberdade; É uma regra prevista no artigo 33, §2º, do
§ 1º - Não pode alegar estado de II - restritivas de direitos; CP, em que as penas privativas de
necessidade quem tinha o dever legal de III - de multa. liberdade devem ser executadas
enfrentar o perigo. progressivamente, ou seja, o condenado
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o 1.2.3 Das Penas Privativas de Liberdade passará de um regime mais severo para
sacrifício do direito ameaçado, a pena um mais brando de forma gradativa,
poderá ser reduzida de um a dois terços. Reclusão (destinada a crimes dolosos; conforme o preenchimento dos requisitos
cumprida em regime fechado, semiaberto legais, que são: cumprimento de 1/6 da
1.1.2 Legítima Defesa ou aberto), detenção (destinada a crimes pena no regime anterior e ostentar bom
dolosos e culposos; cumprida em regime comportamento carcerário, comprovado
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa semiaberto ou aberto, salvo a hipótese de pelo diretor do estabelecimento (art.
quem, usando moderadamente dos meios transferência excepcional para o regime 112,caput - Lei de Execuções Penais).
necessários, repele injusta agressão, atual fechado, por incidente da execução) e
ou iminente, a direito seu ou de outrem. prisão simples (destinada a PROGRESSÃO DE REGIME CRIMES
contravenções penais). HEDIONDOS
1.1.3 Estrito Cumprimento do Dever LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
Legal ESTABELECIMENTOS PENAIS “Lei dos Crimes Hediondos”
▪ Penitenciária – destina-se ao Art. 2º[...]
Apesar de praticar uma conduta típica, cumprimento da reclusão em regime § 1o A pena por crime previsto neste
quem age em estrito cumprimento de um fechado. artigo será cumprida inicialmente em
dever que lhe é imposto por lei (lei, aqui, regime fechado.
no sentido genérico de qualquer norma ▪ Colônia agrícola, industrial ou similar § 2o A progressão de regime, no caso dos
legal) não pratica crime, uma vez que a – destina-se ao cumprimento da reclusão condenados aos crimes previstos neste
excludente tira o caráter ilícito de sua ou detenção em regime semiaberto. artigo, dar-se-á após o cumprimento de
conduta. O agente conduz-se 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado
estritamente segundo o permissivo legal, ▪ Casa do albergado – destina-se ao for primário, e de 3/5 (três quintos), se
respondendo pelos excessos que vier a cumprimento da reclusão ou detenção em reincidente.
cometer. regime aberto.
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CAPÍTULO 2 - DIREITO PENAL - PARTE exige-se que o terceiro saiba da qualidade funcionário público em nada ajudou na
ESPECIAL de funcionário público do outro. subtração; se um funcionário público, por
outro lado, consegue entrar na repartição
DOS CRIMES CONTRA A PECULATO APROPRIAÇÃO E DESVIO durante a noite, utilizando-se de uma
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Art. 312 - (apropriação / desvio) chave que possui em razão de suas
Apropriar-se o funcionário público de funções, e subtrai valores ali existentes,
DOS CRIMES PRATICADOS dinheiro, valor ou qualquer outro bem comente “peculato-furto”.
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO móvel, público ou particular, de que tem a
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL posse em razão do cargo (a expressão PECULATO CULPOSO
“posse”, nesse crime, abrange também a § 2º (culposo) - Se o funcionário
PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL detenção e a posse indireta; ela deve ter concorre culposamente para o crime de
O condenado por crime contra a sido obtida de forma lícita) (apropriação - outrem (ex.: funcionário público esquece a
administração pública terá a progressão o funcionário tem a posse do bem, mas porta aberta e alguém se aproveita da
de regime do cumprimento da pena passa a atuar como se fosse seu dono - situação e furta objeto da repartição -
condicionada à reparação do dano que ex.: carcereiro que recebe os objetos do haverá apenas “peculato culposo” por
causou ou à devolução do produto do preso e os toma para si; policial que parte do funcionário relapso, enquanto o
ilícito praticado, com os acréscimos legais. apreende objeto do bandido e fica com ele terceiro, evidentemente, responderá pelo
Código Penal etc.), ou desviá-lo, em proveito próprio ou “furto”):
Art. 33... alheio (desvio - é alterar o destino - ex. o Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano.
§ 4o O condenado por funcionário público que paga alguém por
crime contra a administração pública terá serviço não prestado ou objeto não § 3º - No caso do § anterior, a reparação
a progressão de regime do cumprimento vendido à Administração Pública; o que do dano, se precede à sentença
da pena condicionada à reparação do empresta dinheiro público de que tem a irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe
dano que causou, ou à devolução do guarda para ajudar amigos etc.; se o é posterior, reduz e metade a pena
produto do ilícito praticado, com os desvio for em proveito da própria imposta.
acréscimos legais. administração haverá o crime do art. 315 -
“emprego irregular de verbas ou rendas Dentre os “crimes contra a
EFEITOS DA CONDENAÇÃO públicas”): Administração Pública”, só o “peculato”
Art. 92 (Código Penal) - São também Pena - reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. admite a conduta culposa.
efeitos da condenação:
I -a perda de cargo, função pública ou Os prefeitos municipais não Se uma pessoa produzir bens e
mandato eletivo: responderão pelo “peculato-apropriação” explorar matéria-prima pertencente à
a) quando aplicada pena privativa de ou “peculato-desvio”, só pelo “peculato- União, sem a devida autorização, não é
liberdade por tempo igual ou superior a furto”; nos dois primeiros casos eles “peculato” e sim “usurpação”.
um ano, nos crimes praticados com respondem pelo crime do art. 1°, I, do
abuso de poder ou violação de dever Decreto-Lei n. 201/67. O uso de bem público por funcionário
para com a Administração Pública; público para fins particulares, qualquer
b) quando for aplicada pena privativa de PECULATO FURTO que seja a hipótese, caracteriza ato de
liberdade por tempo superior a 4 (quatro) § 1º(furto) - Aplica-se a mesma pena, se improbidade administrativa, previsto no
anos nos demais casos. o funcionário público, embora não tendo art. 9°, IV, da Lei n. 8.492/92.
II -a incapacidade para o exercício do a posse do dinheiro, valor ou bem, o
pátrio poder, tutela ou curatela, nos subtrai (ex.: funcionário público abre o PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM
crimes dolosos, sujeitos à pena de cofre da repartição em que trabalha e leva (ou “peculato-estelionato”)
reclusão, cometidos contra filho, tutelado os valores que nele estavam guardados; Art. 313 - Apropriar-sede dinheiro ou
ou curatelado; policial subtrai toca-fitas de carro qualquer utilidade que, no exercício do
III - a inabilitação para dirigir veículo, apreendido que está no pátio da cargo, recebeu por erro de outrem (a
quando utilizado como meio para a delegacia), ou concorre para que seja vítima entrega um bem ao agente por
prática de crime doloso. subtraído, em proveito próprio ou alheio, estar em erro, não provocado por este -
Parágrafo único - Os efeitos de que valendo-se de facilidade que lhe ex.: alguém entrega objeto ao funcionário
trata este artigo não são automáticos, proporciona a qualidade de funcionário B quando deveria tê-lo entregue ao
devendo ser motivadamente declarados (ex.: intencionalmente o funcionário funcionário A, e o funcionário B,
na sentença. público deixa a porta aberta para que à percebendo o equívoco, fica com o
noite alguém entre e furte - há “peculato- objeto):
CRIMES FUNCIONAIS furto” por parte do funcionário e do Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
Só podem ser praticados de forma terceiro).
direta por funcionário público, daí serem CONCUSSÃO
chamados de crimes funcionais; é possível Funcionário público que vai à Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem,
que pessoa que não seja funcionário repartição à noite e arromba a janela para direta ou indiretamente, ainda que fora
público responda por crime funcional, poder subtrair objetos, comete “furto da função ou antes de assumi-la (ex.:
como coautor ou partícipe (art. 30 - as qualificado” e não “peculato-furto”, pois o quando já passou no concurso, mas ainda
circunstâncias de caráter pessoal, quando delito foi realizado de uma maneira tal não tomou posse), mas em razão dela,
elementares do crime, comunicam-se a que qualquer outra pessoa poderia tê-lo vantagem indevida (a vantagem exigida
todas as pessoas que dele participem); praticado, ou seja, a qualidade de tem de ser indevida; se for devida, haverá
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crime de “abuso de autoridade” do art. 4°, Na “corrupção passiva”, o funcionário interesse privado (se for próprio, não há o
“h”, da Lei n. 4.898/65): público negocia seus atos, visando uma crime) perante a administração pública,
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa. vantagem indevida; na “prevaricação” isso valendo-se da qualidade de funcionário:
não ocorre; aqui, o funcionário público Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou
Se o funcionário público cometer essa viola sua função para atender a objetivos multa.
ação extorsiva, tendo a específica pessoais. - ex.: permitir que amigos § único - Se o interesse é ilegítimo:
intenção de deixar de lançar ou recobrar pesquem em local público proibido, Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano,
tributo ou contribuição social, ou cobrá- demorar para expedir documento além da multa.
los, parcialmente, não é “concussão” e solicitado por um inimigo (o sentimento,
sim “crime funcional contra a ordem aqui, é do agente, mas o benefício pode Ele se aperfeiçoa quando, um
tributária”. ser de terceiro). funcionário público, valendo-se de sua
condição (amizade, prestígio junto a
CORRUPÇÃO PASSIVA O atraso no serviço por desleixo ou outros funcionários), defende interesse
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou preguiça não constitui crime; se fica alheio, legítimo ou ilegítimo, perante a
para outrem, direta ou indiretamente, caracterizado, todavia, que o agente, por Administração Pública.
ainda que fora da função ou antes de preguiça, rotineiramente deixa de praticar
assumi-la, mas em razão dela, vantagem ato de ofício, responde pelo crime - ex.: ABANDONO DE FUNÇÃO
indevida, ou aceitar promessa de tal delegado que nunca instaura IP para Art. 323 - Abandonar cargo público
vantagem: apurar crime de “furto”, por considerá-lo (criado por lei, com denominação própria,
Pena - reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. pouco grave. em número certo e pago pelos cofres
§ 1º - A pena é aumentada de 1/3, se, públicos), fora dos casos permitidos em lei
em consequência da vantagem ou A “prevaricação” não se confunde com (+ de 30 dias consecutivos):
promessa, o funcionário retarda ou deixa a “corrupção passiva privilegiada”; nesta, Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou
de praticar qualquer ato de ofício ou o o agente atende a pedido ou influência de multa.
pratica infringindo dever funcional. outrem; naquela não há tal pedido de § 1º - Se do fato resulta prejuízo
§ 2º (privilegiada) - Se o funcionário influência, o agente visa satisfazer público:
pratica, deixa de praticar ou retarda ato interesse ou sentimento pessoal. Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e
de ofício, com infração de dever funcional, multa.
cedendo a pedido ou influência de Art. 319-A. Deixar o Diretor de § 2º - Se o fato ocorre em lugar
outrem: Penitenciária e/ou agente público, de compreendido na faixa de fronteira
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou cumprir seu dever de vedar ao preso o (compreende a faixa de 150 km ao longo
multa. acesso a aparelho telefônico, de rádio ou das fronteiras nacionais - Lei n. 6.634/79):
similar, que permita a comunicação com Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
É possível que exista “corrupção outros presos ou com o ambiente
passiva” ainda que a vantagem indevida externo: Para que esteja configurado o
seja entregue para que o funcionário Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 abandono é necessário que o agente se
pratique ato não ilegal; tal entendimento (um) ano. afaste do seu cargo por tempo
doutrinário e jurisprudencial reside no juridicamente relevante, de forma a
fato de que a punição dessa conduta visa A Lei n. 11.466/2007, que entrou em colocar em risco a regularidade dos
resguardar a probidade administrativa, vigor no dia 29 de março de 2007, serviços prestados (assim, não há crime na
sendo que o funcionário público já recebe acrescentou o inciso VII ao artigo 50 da Lei falta eventual, bem como no desleixo na
seu salário para praticar os atos inerentes de Execução Penal, estabelecendo que realização de parte do serviço, que
ao seu cargo, e não pode receber quantias constitui falta grave no cumprimento de caracteriza apenas falta funcional, punível
extras para realizar o seu trabalho; nesses pena privativa de liberdade, ter o preso na esfera administrativa); não há crime
casos, há crime, pois o funcionário público em sua posse, utilizar ou fornecer quando o abandono se dá nos casos
poderia acostumar-se e deixar de aparelho telefônico, de rádio ou similar, permitidos em lei (ex.: autorização da
trabalhar sempre que não lhe que permita a comunicação com outros autoridade competente, para prestação
oferecessem dinheiro; por todo o exposto, presos ou com o ambiente externo. de serviço militar).
existe crime na conduta de receber o
policial dinheiro para fazer ronda em CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE
certo quarteirão ou receber o gerente de Art. 320–Deixar o funcionário, por ANTECIPADO OU PROLONGADO
banco público dinheiro para liberar um indulgência (clemência, por tolerância), de Art. 324 - Entrar no exercício de função
empréstimo ainda que lícito etc. responsabilizar subordinado que cometeu pública antes de satisfeitas as exigências
infração (administrativa ou penal) no legais, ou continuar a exercê-la, sem
PREVARICAÇÃO exercício do cargo ou, quando lhe falte autorização, depois de saber oficialmente
Art. 319 - Retardar ou deixar de competência, não levar o fato ao que foi exonerado, removido, substituído
praticar, indevidamente, ato de ofício, ou conhecimento da autoridade competente: ou suspenso:
praticá-lo contra disposição expressa de Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou
lei, para satisfazer interesse ou multa. multa.
sentimento pessoal:
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e ADVOCACIA ADMINISTRATIVA VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL
multa. Art. 321– Patrocinar (advogar, pleitear, Art. 325 - Revelar fato de que tem
facilitar), direta ou indiretamente, ciência em razão do cargo e que deva
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permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a DOS CRIMES PRATICADOS POR no chão para não ser preso, sair correndo
revelação: PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO etc.
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, EM GERAL
ou multa, se o fato não constitui crime Ameaça: ao contrário do que ocorre
mais grave. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA normalmente no CP, a lei não exige que a
§ 1º - Nas mesmas penas deste artigo Art. 328 – Usurpar(desempenhar ameaça seja grave; ela pode ser escrita ou
incorre quem: indevidamente)o exercício de função verbal.
I – permite ou facilita, mediante pública:
atribuição, fornecimento e empréstimo de Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, e Se a violência for empregada com o
senha ou qualquer outra forma, o acesso multa. fim de fuga, após a prisão ter sido
de pessoas não autorizadas a sistemas de § único - Se do fato o agente aufere efetuada, o crime será o do art. 352
informações ou banco de dados da vantagem: (“evasão mediante violência contra a
Administração Pública; Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. pessoa”).
II – se utiliza, indevidamente, do acesso
restrito. O sujeito assume uma função pública, O ato a ser cumprido deve ser legal
§ 2º - Se da ação ou omissão resulta vindo a executar atos inerentes ao ofício, quanto ao conteúdo e a forma (modo de
dano à Administração Pública ou a sem que tenha sido aprovado em execução); se a ordem for ilegal, a
outrem: concurso ou nomeado para tal função; oposição mediante violência ou ameaça
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa. parte da doutrina entende que também não tipifica a “resistência” - ex.: prender
comete o crime um funcionário público alguém sem que haja mandado de prisão;
FUNCIONÁRIO PÚBLICO que assuma, indevidamente, as funções prisão para averiguação etc.
Art. 327 - Considera-se funcionário de outro.
público, para os efeitos penais, quem, O mero xingamento contra funcionário
embora transitoriamente ou sem A simples conduta de se intitular público constitui crime de “desacato”; se,
remuneração, exerce cargo (são criados funcionário público perante terceiros, sem no caso concreto, o agente xinga e
por lei, com denominação própria, em praticar atos inerentes ao ofício, pode emprega violência contra o funcionário
número certo e pagos pelos cofres constituir apenas a contravenção descrita público, teria cometido dois crimes, mas a
públicos), emprego (para serviço no art. 45 da LCP (“simulação da jurisprudência firmou entendimento de
temporário, com contrato em regime qualidade de funcionário” - fingir-se que, nesse caso, o “desacato” fica
especial ou pela CLT - ex.: diaristas, funcionário público). absorvido pela “resistência”.
mensalistas, contratados) ou função
pública (abrange qualquer conjunto de RESISTÊNCIA DESOBEDIÊNCIA
atribuições públicas que não Art. 329 - Opor-se-á execução de ato Art. 330 – Desobedecer(não cumprir,
correspondam a cargo ou emprego legal, mediante violência ou ameaça a não atender) a ordem legal de funcionário
público - ex.: jurados, mesários etc.). funcionário competente para executá-lo público:
§ 1º - Equipara-se a funcionário público ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de 15 dias a 6 meses, e
quem exerce cargo, emprego ou função Pena - detenção, de 2 meses a 2 anos. multa.
em entidade paraestatal, e quem trabalha § 1º - Se o ato, em razão da resistência,
para empresa prestadora de serviço não se executa: Deve haver uma ordem: significa
contratada ou conveniada para a Pena - reclusão, de 1 a 3 anos. determinação, mandamento; o não
execução de atividade típica da § 2º - As penas deste artigo são atendimento de mero pedido ou
Administração Pública (só se aplica aplicáveis sem prejuízo das solicitação não caracteriza o crime.
quando se refere ao sujeito ativo e nunca correspondentes à violência.
em relação ao sujeito passivo - ex.: A ordem deve ser legal: material e
ofender funcionário de uma autarquia é O particular pode efetuar prisão em formalmente; pode até ser injusta; só não
“crime contra a honra” e não “desacato”; flagrante, nos termos do art. 301 do CPP; pode ser ilegal.
se o mesmo funcionário apropriar-se de se ele o fizer, desacompanhado de algum
um bem da autarquia, haverá “peculato”, funcionário público, e contra ele for Deve ser emanada de funcionário
não mera “apropriação indébita”). empregada violência ou ameaça, não público competente para proferi-la - ex.:
§ 2º - A pena será aumentada da terça haverá crime de “resistência”, já que não Delegado de Polícia requisita informação
parte quando os autores dos crimes é funcionário público. bancária e o gerente do banco não atende
previstos neste Capítulo forem ocupantes (não há crime, pois o gerente só está
de cargos em comissão (é o cargo para o Violência: agressão, desforço físico obrigado a fornecer a informação se
qual o sujeito é nomeado em confiança, etc.; o tipo refere-se à violência contra a houver determinação judicial).
sem a necessidade de concurso público) pessoa do funcionário público ou do
ou de função de direção ou terceiro que o auxilia; eventual violência É necessário que o destinatário tenha
assessoramento de órgão da empregada contra coisa (ex.: viatura o dever jurídico de cumprir a ordem; além
administração direta, sociedade de policial) caracteriza crime de “dano disso, não haverá crime se a recusa se der
economia mista, empresa pública ou qualificado”; a chamada resistência por motivo de força maior ou por ser
fundação instituída pelo poder público. passiva (sem o emprego de violência ou impossível por algum motivo o seu
ameaça), não é crime - ex.: segurar-se em cumprimento.
um poste para não ser conduzido, jogar-se
DESACATO
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partícipe; se ele não dá o jeitinho, o fato é FAVORECIMENTO REAL razão de medida socioeducativa pela
atípico. Art. 349 – Prestar a criminoso, fora dos prática do ato infracional) a fuga de
casos de coautoria (foi aqui utilizada em pessoa legalmente presa ou submetida a
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO sentido amplo, de forma a abranger medida de segurança detentiva:
DA JUSTIÇA também a participação) ou de receptação, Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos.
auxílio destinado a tornar seguro o § 1º - Se o crime é praticado a mão
EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS proveito do crime(é apenas aquilo que armada, ou por mais de uma pessoa(não
RAZÕES advém da prática do crime e não o meio se computando o preso nesse total), ou
Art. 345 – Fazer justiça pelas próprias utilizado para praticá-lo): mediante arrombamento(de cadeado,
mãos, para satisfazer pretensão, embora Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e grades etc.), a pena é de reclusão, de 2 a 6
legítima, salvo quando a lei o permite(ex.: multa. anos.
direito de retenção, desforço imediato e § 2º - Se há emprego de violência contra
legítima defesa da posse - art. 502 CC): Ex.: esconder o objeto do crime para pessoa, aplica-se também a pena
Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou que o autor do delito venha buscá-lo correspondente à violência.
multa, além da pena correspondente à posteriormente, transportar os objetos do § 3º - A pena é de reclusão, de 1 a 4
violência. crime; guardar para o homicida dinheiro anos, se o crime é praticado por pessoa
§ único - Se não há emprego de que este recebeu para matar alguém etc. sob cuja custódia ou guarda está o preso
violência, somente se procede mediante ou o internado(carcereiro policial, agente
queixa. Art. 349-A. Ingressar, promover, penitenciário etc.).
intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada § 4º - No caso de culpa do funcionário
FAVORECIMENTO PESSOAL de aparelho telefônico de comunicação incumbido da custódia ou guarda, aplica-
Art. 348 - Auxiliara subtrair-se à ação de móvel, de rádio ou similar, sem se a pena de detenção, de 3 meses a 1
autoridade pública(policiais civis ou autorização legal, em estabelecimento ano, ou multa (comete um descuido
militares, membro do Judiciário, prisional. quanto à segurança, de forma a permitir a
autoridades administrativas) autor de Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 fuga - ex.: esquecer destrancada a porta
crime(de contravenção, o fato é atípico) a (um) ano. da cela, deixar de colocar o cadeado na
que é cominada pena de reclusão: porta, sair do local da guarda para
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e Só é punível a conduta dolosa. É de se lanchar etc.).
multa. exigir, ainda, a demonstração de dolo
§ 1º(favorecimento pessoal privilegiado) específico, evidenciado na intenção O fato pode dar-se em penitenciárias
- Se ao crime não é cominada pena de dirigida de fazer com que o aparato ou cadeias públicas, ou em qualquer outro
reclusão: termine em mãos de quem não poderia local (viatura em que o preso é escoltado,
Pena - detenção, de 15 dias a 3 meses, e recebê-lo em razão de estar submetido a hospital onde recebe tratamento etc.).
multa. estabelecimento penal. A regra não
§ 2º - Se quem presta o auxílio é alcança o simples incauto. EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA
ascendente, descendente, cônjuge ou PESSOA
irmão do criminoso, fica isento de pena. Nesta exata medida, não pode se ver Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o
exposto à acusação criminal aquele que preso ou o indivíduo submetido a medida
Ex.: ajudar na fuga, emprestando carro simplesmente ingressa ou tenta ingressar de segurança detentiva, usando de
ou dinheiro ou, ainda, por qualquer outra no estabelecimento penal trazendo violência contra a pessoa:
forma (só se aplica quando o autor do consigo aparelho de telefonia celular, v.g. Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano,
crime anterior está solto; se está preso e além da pena correspondente à violência.
alguém o ajuda a fugir, ocorre o crime do A regra, de tal maneira interpretada,
art. 351 - “facilitação de fuga de pessoa não alcança os funcionários da O legislador pune apenas o preso que
presa”); esconder a pessoa em algum administração penitenciária, os advogados foge ou tenta fugir com emprego de
lugar para que não seja encontrada; ou qualquer outra pessoa que trabalhe ou violência contra pessoa; a fuga pura e
enganar a autoridade dando informações se encontre nas dependências de simples constitui mera falta disciplinar
falsas acerca do paradeiro do autor do determinado estabelecimento penal, (art. 50, II, da LEP); o emprego de grave
delito (despistar) etc. exceto quando demonstrada a intenção ameaça não caracteriza o delito em
de fazer com que o aparato eletrônico vá análise, constituindo apenas crime de
O advogado não é obrigado a dizer desaguar em mãos de qualquer pessoa “ameaça” (art. 147); o emprego de
onde se encontra escondido o seu cliente; submetida ao confinamento por decisão violência contra coisa pode caracterizar
pode, todavia, cometer o crime se o judicial. crime de “dano qualificado” (art. 163, §
auxilia na fuga, se o esconde em sua casa único, III), mas há opinião no sentido de
etc. FUGA DE PESSOA PRESA OU SUBMETIDA ser o fato atípico.
À MEDIDA DE SEGURANÇA
Se o autor do crime antecedente vier a Art. 351 – Promover(o agente provoca, Se a violência for empregada para
ser absolvido por qualquer motivo (exceto orquestra, dá causa a fuga; é impedir a efetivação da prisão, haverá,
na absolvição imprópria, em que há desnecessária ciência prévia por parte do entretanto, crime de “resistência”.
aplicação de medida de segurança), o juiz detento) ou facilitar(exige-se colaboração,
não poderá condenar o réu acusado de cooperação de alguém para a iniciativa de ARREBATAMENTO DE PRESO
auxiliá-lo. fuga do preso; a lei não abrange a
facilitação de fuga de menor internado em
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c) deixar de comunicar, imediatamente, b) detenção por dez dias a seis meses; Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do
ao juiz competente a prisão ou detenção c) perda do cargo e a inabilitação para o abuso de autoridade houver deixado
de qualquer pessoa; exercício de qualquer outra função vestígios o ofendido ou o acusado poderá:
d) deixar o Juiz de ordenar o pública por prazo até três anos. a) promover a comprovação da
relaxamento de prisão ou detenção ilegal § 4º As penas previstas no parágrafo existência de tais vestígios, por meio de
que lhe seja comunicada; anterior poderão ser aplicadas autônoma duas testemunhas qualificadas;
e) levar à prisão e nela deter quem quer ou cumulativamente. b) requerer ao Juiz, até setenta e duas
que se proponha a prestar fiança, § 5º Quando o abuso for cometido por horas antes da audiência de instrução e
permitida em lei; agente de autoridade policial, civil ou julgamento, a designação de um perito
f) cobrar o carcereiro ou agente de militar, de qualquer categoria, poderá ser para fazer as verificações necessárias.
autoridade policial carceragem, custas, cominada a pena autônoma ou acessória, § 1º O perito ou as testemunhas farão o
emolumentos ou qualquer outra despesa, de não poder o acusado exercer funções seu relatório e prestarão seus
desde que a cobrança não tenha apoio em de natureza policial ou militar no depoimentos verbalmente, ou o
lei, quer quanto à espécie quer quanto ao município da culpa, por prazo de um a apresentarão por escrito, querendo, na
seu valor; cinco anos. audiência de instrução e julgamento.
g) recusar o carcereiro ou agente de Art. 7º recebida a representação em § 2º No caso previsto na letra a deste
autoridade policial recibo de importância que for solicitada a aplicação de sanção artigo a representação poderá conter a
recebida a título de carceragem, custas, administrativa, a autoridade civil ou indicação de mais duas testemunhas.
emolumentos ou de qualquer outra militar competente determinará a Art. 15. Se o órgão do Ministério
despesa; instauração de inquérito para apurar o Público, ao invés de apresentar a
h) o ato lesivo da honra ou do fato. denúncia requerer o arquivamento da
patrimônio de pessoa natural ou jurídica, § 1º O inquérito administrativo representação, o Juiz, no caso de
quando praticado com abuso ou desvio de obedecerá às normas estabelecidas nas considerar improcedentes as razões
poder ou sem competência legal; leis municipais, estaduais ou federais, civis invocadas, fará remessa da representação
i) prolongar a execução de prisão ou militares, que estabeleçam o ao Procurador-Geral e este oferecerá a
temporária, de pena ou de medida de respectivo processo. denúncia, ou designará outro órgão do
segurança, deixando de expedir em tempo § 2º não existindo no município no Ministério Público para oferecê-la ou
oportuno ou de cumprir imediatamente Estado ou na legislação militar normas insistirá no arquivamento, ao qual só
ordem de liberdade. (Incluído pela reguladoras do inquérito administrativo então deverá o Juiz atender.
Medida Provisória nº 111, de 1989) serão aplicadas supletivamente, as Art. 16. Se o órgão do Ministério Público
i) prolongar a execução de prisão disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº não oferecer a denúncia no prazo fixado
temporária, de pena ou de medida de 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto nesta lei, será admitida ação privada. O
segurança, deixando de expedir em tempo dos Funcionários Públicos Civis da União). órgão do Ministério Público poderá,
oportuno ou de cumprir imediatamente § 3º O processo administrativo não porém, aditar a queixa, repudiá-la e
ordem de liberdade. (Incluído pela poderá ser sobrestado para o fim de oferecer denúncia substitutiva e intervir
Lei nº 7.960, de 21/12/89) aguardar a decisão da ação penal ou civil. em todos os termos do processo, interpor
Art. 5º Considera-se autoridade, para os Art. 8º A sanção aplicada será anotada recursos e, a todo tempo, no caso de
efeitos desta lei, quem exerce cargo, na ficha funcional da autoridade civil ou negligência do querelante, retomar a ação
emprego ou função pública, de natureza militar. como parte principal.
civil, ou militar, ainda que Art. 9º Simultaneamente com a Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz,
transitoriamente e sem remuneração. representação dirigida à autoridade dentro do prazo de quarenta e oito horas,
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará administrativa ou independentemente proferirá despacho, recebendo ou
o seu autor à sanção administrativa civil e dela, poderá ser promovida pela vítima do rejeitando a denúncia.
penal. abuso, a responsabilidade civil ou penal § 1º No despacho em que receber a
§ 1º A sanção administrativa será ou ambas, da autoridade culpada. denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia
aplicada de acordo com a gravidade do Art. 10. Vetado e hora para a audiência de instrução e
abuso cometido e consistirá em: Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as julgamento, que deverá ser realizada,
a) advertência; normas do Código de Processo Civil. improrrogavelmente. dentro de cinco
b) repreensão; Art. 12. A ação penal será iniciada, dias.
c) suspensão do cargo, função ou posto independentemente de inquérito policial § 2º A citação do réu para se ver
por prazo de cinco a cento e oitenta dias, ou justificação por denúncia do Ministério processar, até julgamento final e para
com perda de vencimentos e vantagens; Público, instruída com a representação da comparecer à audiência de instrução e
d) destituição de função; vítima do abuso. julgamento, será feita por mandado
e) demissão; Art. 13. Apresentada ao Ministério sucinto que, será acompanhado da
f) demissão, a bem do serviço público. Público a representação da vítima, aquele, segunda via da representação e da
§ 2º A sanção civil, caso não seja no prazo de quarenta e oito horas, denúncia.
possível fixar o valor do dano, consistirá denunciará o réu, desde que o fato Art. 18. As testemunhas de acusação e
no pagamento de uma indenização de narrado constitua abuso de autoridade, e defesa poderão ser apresentada em juízo,
quinhentos a dez mil cruzeiros. requererá ao Juiz a sua citação, e, bem independentemente de intimação.
§ 3º A sanção penal será aplicada de assim, a designação de audiência de Parágrafo único. Não serão deferidos
acordo com as regras dos artigos 42 a 56 instrução e julgamento. pedidos de precatória para a audiência ou
do Código Penal e consistirá em: § 1º A denúncia do Ministério Público a intimação de testemunhas ou, salvo o
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; será apresentada em duas vias. caso previsto no artigo 14, letra "b",
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requerimentos para a realização de Processo Penal, sempre que compatíveis I -se o crime é cometido por agente
diligências, perícias ou exames, a não ser com o sistema de instrução e julgamento público;
que o Juiz, em despacho motivado, regulado por esta lei. II -se o crime é cometido contra criança,
considere indispensáveis tais Parágrafo único. Das decisões, gestante, deficiente e adolescente;
providências. despachos e sentenças, caberão os II –se o crime é cometido contra criança,
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará recursos e apelações previstas no Código gestante, portador de deficiência,
que o porteiro dos auditórios ou o oficial de Processo Penal. adolescente ou maior de 60 (sessenta)
de justiça declare aberta a audiência, Art. 29. Revogam-se as disposições em anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741,
apregoando em seguida o réu, as contrário. de 2003)
testemunhas, o perito, o representante do III - se o crime é cometido mediante
Ministério Público ou o advogado que Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º sequestro.
tenha subscrito a queixa e o advogado ou da Independência e 77º da República. § 5º A condenação acarretará a perda
defensor do réu. do cargo, função ou emprego público e a
Parágrafo único. A audiência somente H. CASTELLO BRANCO interdição para seu exercício pelo dobro
deixará de realizar-se se ausente o Juiz. Juracy Magalhães do prazo da pena aplicada.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora § 6º O crime de tortura é inafiançável e
marcada o Juiz não houver comparecido, TORTURA insuscetível de graça ou anistia.
os presentes poderão retirar-se, devendo § 7º O condenado por crime previsto
o ocorrido constar do livro de termos de LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997. nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará
audiência. o cumprimento da pena em regime
Art. 21. A audiência de instrução e Define os crimes de tortura e dá outras fechado.
julgamento será pública, se providências. Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se
contrariamente não dispuser o Juiz, e ainda quando o crime não tenha sido
realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço cometido em território nacional, sendo a
dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, saber que o Congresso Nacional decreta e vítima brasileira ou encontrando-se o
excepcionalmente, no local que o Juiz eu sanciono a seguinte Lei: agente em local sob jurisdição brasileira.
designar. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a Art. 1º Constitui crime de tortura: de sua publicação.
qualificação e o interrogatório do réu, se I -constranger alguém com emprego de Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº
estiver presente. violência ou grave ameaça, causando-lhe 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto
Parágrafo único. Não comparecendo o sofrimento físico ou mental: da Criança e do Adolescente.
réu nem seu advogado, o Juiz nomeará a) com o fim de obter informação,
imediatamente defensor para funcionar declaração ou confissão da vítima ou de Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da
na audiência e nos ulteriores termos do terceira pessoa; Independência e 109º da República.
processo. b) para provocar ação ou omissão de
Art. 23. Depois de ouvidas as natureza criminosa; FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
testemunhas e o perito, o Juiz dará a c) em razão de discriminação racial ou Nelson A. Jobim
palavra sucessivamente, ao Ministério religiosa; __________________________
Público ou ao advogado que houver II -submeter alguém, sob sua guarda,
subscrito a queixa e ao advogado ou poder ou autoridade, com emprego de REFERÊNCIAS
defensor do réu, pelo prazo de quinze violência ou grave ameaça, a intenso
minutos para cada um, prorrogável por sofrimento físico ou mental, como forma BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das
mais dez (10), a critério do Juiz. de aplicar castigo pessoal ou medida de penas. São Paulo: Martin Claret, 2002.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz caráter preventivo. 128p
proferirá imediatamente a sentença. Pena - reclusão, de dois a oito anos. BRASIL. Lei 7.210, de 11 de julho de
Art. 25. Do ocorrido na audiência o § 1º Na mesma pena incorre quem 1984. Institui a Lei de Execução Penal.
escrivão lavrará no livro próprio, ditado submete pessoa presa ou sujeita a medida Disponível em:
pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, de segurança a sofrimento físico ou <http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L7
os depoimentos e as alegações da mental, por intermédio da prática de ato 210.htm>. Acesso em: 13/11/2011.
acusação e da defesa, os requerimentos e, não previsto em lei ou não resultante de CARNELUTTI, Francesco. As Misérias do
por extenso, os despachos e a sentença. medida legal. Processo Penal. 6.ed. Campinas:
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o § 2º Aquele que se omite em face Bookseller, 2005. 86p.
representante do Ministério Público ou o dessas condutas, quando tinha o dever de CNPCP - CONSELHO NACIONAL DE
advogado que houver subscrito a queixa, evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA.
o advogado ou defensor do réu e o detenção de um a quatro anos. Regras Mínimas para o Tratamento do
escrivão. § 3º Se resulta lesão corporal de Preso no Brasil. Brasília: Ministério da
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de natureza grave ou gravíssima, a pena é de Justiça, 2007. 24p.
transporte forem difíceis e não reclusão de quatro a dez anos; se resulta FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE.
permitirem a observância dos prazos morte, a reclusão é de oito a dezesseis Normas e Padrões para Elaboração de
fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá- anos. Trabalhos Acadêmicos. Rio Verde: Pró-
las, sempre motivadamente, até o dobro. § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa,
Art. 28. Nos casos omissos, serão um terço: 2008. 40p.
aplicáveis as normas do Código de
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Execução e será integrada por fiscais do II - à saúde; a prestação de assistência jurídica integral
serviço social. III -jurídica; e gratuita aos réus, sentenciados em
Art. 8º O condenado ao cumprimento IV - educacional; liberdade, egressos e seus familiares, sem
de pena privativa de liberdade, em regime V - social; recursos financeiros para constituir
fechado, será submetido a exame VI - religiosa. advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
criminológico para a obtenção dos 2010).
elementos necessários a uma adequada SEÇÃO II
classificação e com vistas à Da Assistência Material SEÇÃO V
individualização da execução. Art. 12. A assistência material ao preso e Da Assistência Educacional
Parágrafo único. Ao exame de que trata ao internado consistirá no fornecimento Art. 17. A assistência educacional
este artigo poderá ser submetido o de alimentação, vestuário e instalações compreenderá a instrução escolar e a
condenado ao cumprimento da pena higiênicas. formação profissional do preso e do
privativa de liberdade em regime Art. 13. O estabelecimento disporá de internado.
semiaberto. instalações e serviços que atendam aos Art. 18. O ensino de 1º grau será
Art. 9º A Comissão, no exame para a presos nas suas necessidades pessoais, obrigatório, integrando-se no sistema
obtenção de dados reveladores da além de locais destinados à venda de escolar da Unidade Federativa.
personalidade, observando a ética produtos e objetos permitidos e não Art. 19. O ensino profissional será
profissional e tendo sempre presentes fornecidos pela Administração. ministrado em nível de iniciação ou de
peças ou informações do processo, aperfeiçoamento técnico.
poderá: SEÇÃO III Parágrafo único. A mulher condenada
I - entrevistar pessoas; Da Assistência à Saúde terá ensino profissional adequado à sua
II - requisitar, de repartições ou Art. 14. A assistência à saúde do preso e condição.
estabelecimentos privados, dados e do internado de caráter preventivo e Art. 20. As atividades educacionais
informações a respeito do condenado; curativo, compreenderá atendimento podem ser objeto de convênio com
III - realizar outras diligências e exames médico, farmacêutico e odontológico. entidades públicas ou particulares, que
necessários. § 1º (Vetado). instalem escolas ou ofereçam cursos
§ 2º Quando o estabelecimento penal especializados.
Art. 9-A. Os condenados por crime não estiver aparelhado para prover a Art. 21. Em atendimento às condições
praticado, dolosamente, com violência assistência médica necessária, esta será locais, dotar-se-á cada estabelecimento
de natureza grave contra pessoa, ou por prestada em outro local, mediante de uma biblioteca, para uso de todas as
qualquer dos crimes previstos no art. 1o autorização da direção do categorias de reclusos, provida de livros
da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, estabelecimento. instrutivos, recreativos e didáticos.
serão submetidos, obrigatoriamente, à § 3ºSerá assegurado acompanhamento
identificação do perfil genético, mediante médico à mulher, principalmente no pré- SEÇÃO VI
extração de DNA - ácido natal e no pós-parto, extensivo ao recém- Da Assistência Social
desoxirribonucleico, por técnica nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de Art. 22. A assistência social tem por
adequada e indolor. (Incluído pela Lei nº 2009) finalidade amparar o preso e o internado
12.654, de 2012) e prepará-los para o retorno à liberdade.
§ 1o A identificação do perfil genético SEÇÃO IV Art. 23. Incumbe ao serviço de
será armazenada em banco de dados Da Assistência Jurídica assistência social:
sigiloso, conforme regulamento a ser Art. 15. A assistência jurídica é I - conhecer os resultados dos
expedido pelo Poder Executivo. (Incluído destinada aos presos e aos internados diagnósticos ou exames;
pela Lei nº 12.654, de 2012) sem recursos financeiros para constituir II - relatar, por escrito, ao Diretor do
§ 2o A autoridade policial, federal ou advogado. estabelecimento, os problemas e as
estadual, poderá requerer ao juiz Art. 16. As Unidades da Federação dificuldades enfrentadas pelo assistido;
competente, no caso de inquérito deverão ter serviços de assistência III - acompanhar o resultado das
instaurado, o acesso ao banco de dados jurídica, integral e gratuita, pela permissões de saídas e das saídas
de identificação de perfil genético. Defensoria Pública, dentro e fora dos temporárias;
(Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) estabelecimentos penais. (Redação dada IV - promover, no estabelecimento,
pela Lei nº 12.313, de 2010). pelos meios disponíveis, a recreação;
§ 1ºAs Unidades da Federação deverão V - promover a orientação do assistido,
CAPÍTULO II prestar auxílio estrutural, pessoal e na fase final do cumprimento da pena, e
Da Assistência material à Defensoria Pública, no exercício do liberando, de modo a facilitar o seu
SEÇÃO I de suas funções, dentro e fora dos retorno à liberdade;
Disposições Gerais estabelecimentos penais. (Incluído pela VI - providenciar a obtenção de
Art. 10. A assistência ao preso e ao Lei nº 12.313, de 2010). documentos, dos benefícios da
internado é dever do Estado, objetivando § 2ºEm todos os estabelecimentos Previdência Social e do seguro por
prevenir o crime e orientar o retorno à penais, haverá local apropriado destinado acidente no trabalho;
convivência em sociedade. ao atendimento pelo Defensor Público. VII - orientar e amparar, quando
Parágrafo único. A assistência estende- (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). necessário, a família do preso, do
se ao egresso. § 3ºFora dos estabelecimentos penais, internado e da vítima.
Art. 11. A assistência será: serão implementados Núcleos
I - material; Especializados da Defensoria Pública para SEÇÃO VII
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Da Assistência Religiosa judicialmente e não reparados por outros remuneração adequada. (Renumerado
Art. 24. A assistência religiosa, com meios; pela Lei nº 10.792, de 2003)
liberdade de culto, será prestada aos b) à assistência à família; § 2º Os governos federal, estadual e
presos e aos internados, permitindo-se c) a pequenas despesas pessoais; municipal poderão celebrar convênio com
lhes a participação nos serviços d) ao ressarcimento ao Estado das a iniciativa privada, para implantação de
organizados no estabelecimento penal, despesas realizadas com a manutenção do oficinas de trabalho referentes a setores
bem como a posse de livros de instrução condenado, em proporção a ser fixada e de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei
religiosa. sem prejuízo da destinação prevista nas nº 10.792, de 2003)
§ 1º No estabelecimento haverá local letras anteriores. Art. 35. Os órgãos da Administração
apropriado para os cultos religiosos. § 2º Ressalvadas outras aplicações Direta ou Indireta da União, Estados,
§ 2º Nenhum preso ou internado legais, será depositada a parte restante Territórios, Distrito Federal e dos
poderá ser obrigado a participar de para constituição do pecúlio, em Municípios adquirirão, com dispensa de
atividade religiosa. Caderneta de Poupança, que será concorrência pública, os bens ou produtos
entregue ao condenado quando posto em do trabalho prisional, sempre que não for
SEÇÃO VIII liberdade. possível ou recomendável realizar-se a
Da Assistência ao Egresso Art. 30. As tarefas executadas como venda a particulares.
Art. 25. A assistência ao egresso prestação de serviço à comunidade não Parágrafo único. Todas as importâncias
consiste: serão remuneradas. arrecadadas com as vendas reverterão em
I - na orientação e apoio para reintegrá- SEÇÃO II favor da fundação ou empresa pública a
lo à vida em liberdade; Do Trabalho Interno que alude o artigo anterior ou, na sua
II - na concessão, se necessário, de Art. 31. O condenado à pena privativa falta, do estabelecimento penal.
alojamento e alimentação, em de liberdade está obrigado ao trabalho na
estabelecimento adequado, pelo prazo de medida de suas aptidões e capacidade. SEÇÃO III
2 (dois) meses. Parágrafo único. Para o preso Do Trabalho Externo
Parágrafo único. O prazo estabelecido provisório, o trabalho não é obrigatório e Art. 36. O trabalho externo será
no inciso II poderá ser prorrogado uma só poderá ser executado no interior do admissível para os presos em regime
única vez, comprovado, por declaração do estabelecimento. fechado somente em serviço ou obras
assistente social, o empenho na obtenção Art. 32. Na atribuição do trabalho públicas realizadas por órgãos da
de emprego. deverão ser levadas em conta a Administração Direta ou Indireta, ou
Art. 26. Considera-se egresso para os habilitação, a condição pessoal e as entidades privadas, desde que tomadas as
efeitos desta Lei: necessidades futuras do preso, bem como cautelas contra a fuga e em favor da
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 as oportunidades oferecidas pelo disciplina.
(um) ano a contar da saída do mercado. § 1º O limite máximo do número de
estabelecimento; § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto presos será de 10% (dez por cento) do
II - o liberado condicional, durante o possível, o artesanato sem expressão total de empregados na obra.
período de prova. econômica, salvo nas regiões de turismo. § 2º Caberá ao órgão da administração,
Art. 27.O serviço de assistência social § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos à entidade ou à empresa empreiteira a
colaborará com o egresso para a obtenção poderão solicitar ocupação adequada à remuneração desse trabalho.
de trabalho. sua idade. § 3º A prestação de trabalho à entidade
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos privada depende do consentimento
CAPÍTULO III somente exercerão atividades apropriadas expresso do preso.
Do Trabalho ao seu estado. Art. 37. A prestação de trabalho
SEÇÃO I Art. 33. A jornada normal de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do
Disposições Gerais não será inferior a 6 (seis) nem superior a estabelecimento, dependerá de aptidão,
Art. 28. O trabalho do condenado, como 8 (oito) horas, com descanso nos disciplina e responsabilidade, além do
dever social e condição de dignidade domingos e feriados. cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto)
humana, terá finalidade educativa e Parágrafo único. Poderá ser atribuído da pena.
produtiva. horário especial de trabalho aos presos Parágrafo único. Revogar-se-á a
§ 1º Aplicam-se à organização e aos designados para os serviços de autorização de trabalho externo ao preso
métodos de trabalho as precauções conservação e manutenção do que vier a praticar fato definido como
relativas à segurança e à higiene. estabelecimento penal. crime, for punido por falta grave, ou tiver
§ 2º O trabalho do preso não está Art. 34. O trabalho poderá ser comportamento contrário aos requisitos
sujeito ao regime da Consolidação das Leis gerenciado por fundação, ou empresa estabelecidos neste artigo.
do Trabalho. pública, com autonomia administrativa, e
Art. 29. O trabalho do preso será terá por objetivo a formação profissional CAPÍTULO IV
remunerado, mediante prévia tabela, não do condenado. Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) § 1º Nessa hipótese, incumbirá à SEÇÃO I
do salário mínimo. entidade gerenciadora promover e Dos Deveres
§ 1° O produto da remuneração pelo supervisionar a produção, com critérios e Art. 38. Cumpre ao condenado, além
trabalho deverá atender: métodos empresariais, encarregar-se de das obrigações legais inerentes ao seu
a) à indenização dos danos causados sua comercialização, bem como suportar estado, submeter-se às normas de
pelo crime, desde que determinados despesas, inclusive pagamento de execução da pena.
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Art. 39. Constituem deveres do XIII - audiência especial com o diretor do Parágrafo único. Nas faltas graves, a
condenado: estabelecimento; autoridade representará ao Juiz da
I - comportamento disciplinado e XIV - representação e petição a qualquer execução para os fins dos artigos 118,
cumprimento fiel da sentença; autoridade, em defesa de direito; inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º
II - obediência ao servidor e respeito a XV - contato com o mundo exterior por desta Lei.
qualquer pessoa com quem deva meio de correspondência escrita, da
relacionar-se; leitura e de outros meios de informação SUBSEÇÃO II
III - urbanidade e respeito no trato com que não comprometam a moral e os bons Das Faltas Disciplinares
os demais condenados; costumes. Art. 49. As faltas disciplinares
IV - conduta oposta aos movimentos XVI – atestado de pena a cumprir, classificam-se em leves, médias e graves.
individuais ou coletivos de fuga ou de emitido anualmente, sob pena da A legislação local especificará as leves e
subversão à ordem ou à disciplina; responsabilidade da autoridade judiciária médias, bem assim as respectivas
V - execução do trabalho, das tarefas e competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, sanções.
das ordens recebidas; de 2003) Parágrafo único. Pune-se a tentativa
VI - submissão à sanção disciplinar Parágrafo único. Os direitos previstos com a sanção correspondente à falta
imposta; nos incisos V, X e XV poderão ser consumada.
VII - indenização à vitima ou aos seus suspensos ou restringidos mediante ato Art. 50. Comete falta grave o condenado
sucessores; motivado do diretor do estabelecimento. à pena privativa de liberdade que:
VIII - indenização ao Estado, quando Art. 42. Aplica-se ao preso provisório e I - incitar ou participar de movimento
possível, das despesas realizadas com a ao submetido à medida de segurança, no para subverter a ordem ou a disciplina;
sua manutenção, mediante desconto que couber, o disposto nesta Seção. II - fugir;
proporcional da remuneração do Art. 43. É garantida a liberdade de III - possuir, indevidamente,
trabalho; contratar médico de confiança pessoal do instrumento capaz de ofender a
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou internado ou do submetido a tratamento integridade física de outrem;
alojamento; ambulatorial, por seus familiares ou IV - provocar acidente de trabalho;
X - conservação dos objetos de uso dependentes, a fim de orientar e V - descumprir, no regime aberto, as
pessoal. acompanhar o tratamento. condições impostas;
Parágrafo único. Aplica-se ao preso Parágrafo único. As divergências entre o VI - inobservar os deveres previstos nos
provisório, no que couber, o disposto médico oficial e o particular serão incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
neste artigo. resolvidas pelo Juiz da execução. VII – tiver em sua posse, utilizar ou
fornecer aparelho telefônico, de rádio ou
SEÇÃO II SEÇÃO III similar, que permita a comunicação com
Dos Direitos Da Disciplina outros presos ou com o ambiente externo.
Art. 40. Impõe-se a todas as autoridades SUBSEÇÃO I (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
o respeito à integridade física e moral dos Disposições Gerais Parágrafo único. O disposto neste artigo
condenados e dos presos provisórios. Art. 44. A disciplina consiste na aplica-se, no que couber, ao preso
Art. 41. Constituem direitos do preso: colaboração com a ordem, na obediência provisório.
I - alimentação suficiente e vestuário; às determinações das autoridades e seus Art. 51. Comete falta grave o condenado
II - atribuição de trabalho e sua agentes e no desempenho do trabalho. à pena restritiva de direitos que:
remuneração; Parágrafo único. Estão sujeitos à I - descumprir, injustificadamente, a
III - Previdência Social; disciplina o condenado à pena privativa de restrição imposta;
IV - constituição de pecúlio; liberdade ou restritiva de direitos e o II - retardar, injustificadamente, o
V - proporcionalidade na distribuição do preso provisório. cumprimento da obrigação imposta;
tempo para o trabalho, o descanso e a Art. 45. Não haverá falta nem sanção III - inobservar os deveres previstos nos
recreação; disciplinar sem expressa e anterior incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VI - exercício das atividades previsão legal ou regulamentar. Art. 52. A prática de fato previsto como
profissionais, intelectuais, artísticas e § 1º As sanções não poderão colocar em crime doloso constitui falta grave e,
desportivas anteriores, desde que perigo a integridade física e moral do quando ocasione subversão da ordem ou
compatíveis com a execução da pena; condenado. disciplina internas, sujeita o preso
VII - assistência material, à saúde, § 2º É vedado o emprego de cela escura. provisório, ou condenado, sem prejuízo da
jurídica, educacional, social e religiosa; § 3º São vedadas as sanções coletivas. sanção penal, ao regime disciplinar
VIII - proteção contra qualquer forma de Art. 46. O condenado ou denunciado, no diferenciado, com as seguintes
sensacionalismo; início da execução da pena ou da prisão, características: (Redação dada pela Lei nº
IX - entrevista pessoal e reservada com será cientificado das normas disciplinares. 10.792, de 2003)
o advogado; Art. 47. O poder disciplinar, na execução I - duração máxima de trezentos e
X - visita do cônjuge, da companheira, da pena privativa de liberdade, será sessenta dias, sem prejuízo de repetição
de parentes e amigos em dias exercido pela autoridade administrativa da sanção por nova falta grave de mesma
determinados; conforme as disposições regulamentares. espécie, até o limite de um sexto da pena
XI - chamamento nominal; Art. 48. Na execução das penas aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de
XII - igualdade de tratamento salvo restritivas de direitos, o poder disciplinar 2003)
quanto às exigências da individualização será exercido pela autoridade II - recolhimento em cela individual;
da pena; administrativa a que estiver sujeito o (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
condenado.
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III - visitas semanais de duas pessoas, II - a concessão de regalias. VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela
sem contar as crianças, com duração de Parágrafo único. A legislação local e os Lei nº 12.313, de 2010).
duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, regulamentos estabelecerão a natureza e
de 2003) a forma de concessão de regalias. CAPÍTULO II
IV - o preso terá direito à saída da cela SUBSEÇÃO IV Do Conselho Nacional de Política
por 2 horas diárias para banho de sol. Da Aplicação das Sanções Criminal e Penitenciária
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Art. 57. Na aplicação das sanções Art. 62. O Conselho Nacional de Política
§ 1º O regime disciplinar diferenciado disciplinares, levar-se-ão em conta a Criminal e Penitenciária, com sede na
também poderá abrigar presos provisórios natureza, os motivos, as circunstâncias e Capital da República, é subordinado ao
ou condenados, nacionais ou estrangeiros, as consequências do fato, bem como a Ministério da Justiça.
que apresentem alto risco para a ordem e pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. Art. 63. O Conselho Nacional de Política
a segurança do estabelecimento penal ou (Redação dada pela Lei nº 10.792, de Criminal e Penitenciária será integrado
da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, 2003) por 13 (treze) membros designados
de 2003) Parágrafo único. Nas faltas graves, através de ato do Ministério da Justiça,
§ 2º Estará igualmente sujeito ao regime aplicam-se as sanções previstas nos dentre professores e profissionais da área
disciplinar diferenciado o preso provisório incisos III a V do art. 53 desta Lei. do Direito Penal, Processual Penal,
ou o condenado sob o qual recaiam (Redação dada pela Lei nº 10.792, de Penitenciário e ciências correlatas, bem
fundadas suspeitas de envolvimento ou 2003) como por representantes da comunidade
participação, a qualquer título, em Art. 58. O isolamento, a suspensão e a e dos Ministérios da área social.
organizações criminosas, quadrilha ou restrição de direitos não poderão exceder Parágrafo único. O mandato dos
bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de a trinta dias, ressalvada a hipótese do membros do Conselho terá duração de 2
2003) regime disciplinar diferenciado. (Redação (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em
dada pela Lei nº 10.792, de 2003) cada ano.
SUBSEÇÃO III Parágrafo único. O isolamento será Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política
Das Sanções e das Recompensas sempre comunicado ao Juiz da execução. Criminal e Penitenciária, no exercício de
Art. 53. Constituem sanções suas atividades, em âmbito federal ou
disciplinares: SUBSEÇÃO V estadual, incumbe:
I - advertência verbal; Do Procedimento Disciplinar I - propor diretrizes da política criminal
II - repreensão; Art. 59. Praticada a falta disciplinar, quanto à prevenção do delito,
III - suspensão ou restrição de direitos deverá ser instaurado o procedimento administração da Justiça Criminal e
(artigo 41, parágrafo único); para sua apuração, conforme execução das penas e das medidas de
IV - isolamento na própria cela, ou em regulamento, assegurado o direito de segurança;
local adequado, nos estabelecimentos que defesa. II - contribuir na elaboração de planos
possuam alojamento coletivo, observado Parágrafo único. A decisão será nacionais de desenvolvimento, sugerindo
o disposto no artigo 88 desta Lei. motivada. as metas e prioridades da política criminal
V - inclusão no regime disciplinar Art. 60. A autoridade administrativa e penitenciária;
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, poderá decretar o isolamento preventivo III - promover a avaliação periódica do
de 2003) do faltoso pelo prazo de até dez dias. A sistema criminal para a sua adequação às
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do inclusão do preso no regime disciplinar necessidades do País;
art. 53 serão aplicadas por ato motivado diferenciado, no interesse da disciplina e IV - estimular e promover a pesquisa
do diretor do estabelecimento e a do da averiguação do fato, dependerá de criminológica;
inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente. (Redação V - elaborar programa nacional
despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) penitenciário de formação e
dada pela Lei nº 10.792, de 2003) Parágrafo único. O tempo de isolamento aperfeiçoamento do servidor;
§ 1º A autorização para a inclusão do ou inclusão preventiva no regime VI - estabelecer regras sobre a
preso em regime disciplinar dependerá de disciplinar diferenciado será computado arquitetura e construção de
requerimento circunstanciado elaborado no período de cumprimento da sanção estabelecimentos penais e casas de
pelo diretor do estabelecimento ou outra disciplinar. (Redação dada pela Lei nº albergados;
autoridade administrativa. (Incluído pela 10.792, de 2003) VII - estabelecer os critérios para a
Lei nº 10.792, de 2003) elaboração da estatística criminal;
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de TÍTULO III VIII - inspecionar e fiscalizar os
preso em regime disciplinar será Dos Órgãos da Execução Penal estabelecimentos penais, bem assim
precedida de manifestação do Ministério CAPÍTULO I informar-se, mediante relatórios do
Público e da defesa e prolatada no prazo Disposições Gerais Conselho Penitenciário, requisições,
máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei Art. 61. São órgãos da execução penal: visitas ou outros meios, acerca do
nº 10.792, de 2003) I - o Conselho Nacional de Política desenvolvimento da execução penal nos
Art. 55. As recompensas têm em vista o Criminal e Penitenciária; Estados, Territórios e Distrito Federal,
bom comportamento reconhecido em II - o Juízo da Execução; propondo às autoridades dela incumbida
favor do condenado, de sua colaboração III - o Ministério Público; as medidas necessárias ao seu
com a disciplina e de sua dedicação ao IV - o Conselho Penitenciário; aprimoramento;
trabalho. V - os Departamentos Penitenciários; IX - representar ao Juiz da execução ou à
Art. 56. São recompensas: VI - o Patronato; autoridade administrativa para
I - o elogio; VII - o Conselho da Comunidade. instauração de sindicância ou
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sua condição pessoal. (Redação dada pela pública ou do próprio condenado. sua responsável. (Incluído pela Lei nº
Lei nº 9.460, de 1997) (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 11.942, de 2009)
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico 2003) Art. 90. A penitenciária de homens será
poderá abrigar estabelecimentos de § 2° Conforme a natureza do construída, em local afastado do centro
destinação diversa desde que estabelecimento, nele poderão trabalhar urbano, à distância que não restrinja a
devidamente isolados. os liberados ou egressos que se dediquem visitação.
Art. 83. O estabelecimento penal, a obras públicas ou ao aproveitamento de
conforme a sua natureza, deverá contar terras ociosas. CAPÍTULO III
em suas dependências com áreas e § 3º Caberá ao juiz competente, a Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
serviços destinados a dar assistência, requerimento da autoridade Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou
educação, trabalho, recreação e prática administrativa definir o estabelecimento Similar destina-se ao cumprimento da
esportiva. prisional adequado para abrigar o preso pena em regime semiaberto.
§ 1º Haverá instalação destinada a provisório ou condenado, em atenção ao Art. 92. O condenado poderá ser alojado
estágio de estudantes universitários. regime e aos requisitos estabelecidos. em compartimento coletivo, observados
(Renumerado pela Lei nº 9.046, de 1995) (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) os requisitos da letra a, do parágrafo
§ 2ºOs estabelecimentos penais único, do artigo 88, desta Lei.
destinados a mulheres serão dotados de CAPÍTULO II Parágrafo único. São também requisitos
berçário, onde as condenadas possam Da Penitenciária básicos das dependências coletivas:
cuidar de seus filhos, inclusive amamentá- Art. 87. A penitenciária destina-se ao a) a seleção adequada dos presos;
los, no mínimo, até 6 (seis) meses de condenado à pena de reclusão, em regime b) o limite de capacidade máxima que
idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, fechado. atenda os objetivos de individualização da
de 2009) Parágrafo único. A União Federal, os pena.
§ 3ºOs estabelecimentos de que trata o Estados, o Distrito Federal e os Territórios
§ 2o deste artigo deverão possuir, poderão construir Penitenciárias CAPÍTULO IV
exclusivamente, agentes do sexo feminino destinadas, exclusivamente, aos presos Da Casa do Albergado
na segurança de suas dependências provisórios e condenados que estejam em Art. 93. A Casa do Albergado destina-se
internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de regime fechado, sujeitos ao regime ao cumprimento de pena privativa de
2009). disciplinar diferenciado, nos termos do liberdade, em regime aberto, e da pena
§ 4ºSerão instaladas salas de aulas art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº de limitação de fim de semana.
destinadas a cursos do ensino básico e 10.792, de 2003) Art. 94. O prédio deverá situar-se em
profissionalizante.(Incluído pela Lei nº Art. 88. O condenado será alojado em centro urbano, separado dos demais
12.245, de 2010) cela individual que conterá dormitório, estabelecimentos, e caracterizar-se pela
§ 5ºHaverá instalação destinada à aparelho sanitário e lavatório. ausência de obstáculos físicos contra a
Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. São requisitos básicos fuga.
12.313, de 2010). da unidade celular: Art. 95. Em cada região haverá, pelo
Art. 84. O preso provisório ficará a) salubridade do ambiente pela menos, uma Casa do Albergado, a qual
separado do condenado por sentença concorrência dos fatores de aeração, deverá conter, além dos aposentos para
transitada em julgado. insolação e condicionamento térmico acomodar os presos, local adequado para
§ 1° O preso primário cumprirá pena em adequado à existência humana; cursos e palestras.
seção distinta daquela reservada para os b) área mínima de 6,00m2 (seis metros Parágrafo único. O estabelecimento terá
reincidentes. quadrados). instalações para os serviços de fiscalização
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era Art. 89. Além dos requisitos referidos e orientação dos condenados.
funcionário da Administração da Justiça no art. 88, a penitenciária de mulheres
Criminal ficará em dependência separada. será dotada de seção para gestante e CAPÍTULO V
Art. 85. O estabelecimento penal deverá parturiente e de creche para abrigar Do Centro de Observação
ter lotação compatível com a sua crianças maiores de 6 (seis) meses e Art. 96. No Centro de Observação
estrutura e finalidade. menores de 7 (sete) anos, com a realizar-se-ão os exames gerais e o
Parágrafo único. O Conselho Nacional finalidade de assistir a criança criminológico, cujos resultados serão
de Política Criminal e Penitenciária desamparada cuja responsável estiver encaminhados à Comissão Técnica de
determinará o limite máximo de presa. (Redação dada pela Lei nº 11.942, Classificação.
capacidade do estabelecimento, de 2009) Parágrafo único. No Centro poderão ser
atendendo a sua natureza e Parágrafo único. São requisitos básicos realizadas pesquisas criminológicas.
peculiaridades. da seção e da creche referidas neste Art. 97. O Centro de Observação será
Art. 86. As penas privativas de liberdade artigo: (Incluído pela Lei nº 11.942, de instalado em unidade autônoma ou em
aplicadas pela Justiça de uma Unidade 2009) anexo a estabelecimento penal.
Federativa podem ser executadas em I – atendimento por pessoal qualificado, Art. 98. Os exames poderão ser
outra unidade, em estabelecimento de acordo com as diretrizes adotadas pela realizados pela Comissão Técnica de
local ou da União. legislação educacional e em unidades Classificação, na falta do Centro de
§ 1º A União Federal poderá construir autônomas; e (Incluído pela Lei nº 11.942, Observação.
estabelecimento penal em local distante de 2009)
da condenação para recolher os II – horário de funcionamento que CAPÍTULO VI
condenados, quando a medida se garanta a melhor assistência à criança e à Do Hospital de Custódia e Tratamento
justifique no interesse da segurança Psiquiátrico
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Art. 99. O Hospital de Custódia e VI - outras peças do processo reputadas ostentar bom comportamento carcerário,
Tratamento Psiquiátrico destina-se aos indispensáveis ao adequado tratamento comprovado pelo diretor do
inimputáveis e semi-imputáveis referidos penitenciário. estabelecimento, respeitadas as normas
no artigo 26 e seu parágrafo único do § 1º Ao Ministério Público se dará que vedam a progressão. (Redação dada
Código Penal. ciência da guia de recolhimento. pela Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, § 2º A guia de recolhimento será § 1º A decisão será sempre motivada e
no que couber, o disposto no parágrafo retificada sempre que sobrevier precedida de manifestação do Ministério
único, do artigo 88, desta Lei. modificação quanto ao início da execução Público e do defensor. (Redação dada pela
Art. 100. O exame psiquiátrico e os ou ao tempo de duração da pena. Lei nº 10.792, de 2003)
demais exames necessários ao tratamento § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, § 2º Idêntico procedimento será
são obrigatórios para todos os internados. era funcionário da Administração da adotado na concessão de livramento
Art. 101. O tratamento ambulatorial, Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção condicional, indulto e comutação de
previsto no artigo 97, segunda parte, do dessa circunstância, para fins do disposto penas, respeitados os prazos previstos nas
Código Penal, será realizado no Hospital no § 2°, do artigo 84, desta Lei. normas vigentes. (Incluído pela Lei nº
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou Art. 107. Ninguém será recolhido, para 10.792, de 2003)
em outro local com dependência médica cumprimento de pena privativa de Art. 113. O ingresso do condenado em
adequada. liberdade, sem a guia expedida pela regime aberto supõe a aceitação de seu
autoridade judiciária. programa e das condições impostas pelo
CAPÍTULO VII § 1° A autoridade administrativa Juiz.
Da Cadeia Pública incumbida da execução passará recibo da Art. 114. Somente poderá ingressar no
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao guia de recolhimento para juntá-la aos regime aberto o condenado que:
recolhimento de presos provisórios. autos do processo, e dará ciência dos seus I - estiver trabalhando ou comprovar a
Art. 103. Cada comarca terá, pelo termos ao condenado. possibilidade de fazê-lo imediatamente;
menos 1 (uma) cadeia pública a fim de § 2º As guias de recolhimento serão II - apresentar, pelos seus antecedentes
resguardar o interesse da Administração registradas em livro especial, segundo a ou pelo resultado dos exames a que foi
da Justiça Criminal e a permanência do ordem cronológica do recebimento, e submetido, fundados indícios de que irá
preso em local próximo ao seu meio social anexadas ao prontuário do condenado, ajustar-se, com autodisciplina e senso de
e familiar. aditando-se, no curso da execução, o responsabilidade, ao novo regime.
Art. 104. O estabelecimento de que cálculo das remições e de outras Parágrafo único. Poderão ser
trata este Capítulo será instalado próximo retificações posteriores. dispensadas do trabalho as pessoas
de centro urbano, observando-se na Art. 108. O condenado a quem sobrevier referidas no artigo 117 desta Lei.
construção as exigências mínimas doença mental será internado em Hospital Art. 115. O Juiz poderá estabelecer
referidas no artigo 88 e seu parágrafo de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. condições especiais para a concessão de
único desta Lei. Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o regime aberto, sem prejuízo das seguintes
condenado será posto em liberdade, condições gerais e obrigatórias:
TÍTULO V mediante alvará do Juiz, se por outro I - permanecer no local que for
Da Execução das Penas em Espécie motivo não estiver preso. designado, durante o repouso e nos dias
CAPÍTULO I de folga;
Das Penas Privativas de Liberdade SEÇÃO II II - sair para o trabalho e retornar, nos
SEÇÃO I Dos Regimes horários fixados;
Disposições Gerais Art. 110. O Juiz, na sentença, III - não se ausentar da cidade onde
Art. 105. Transitando em julgado a estabelecerá o regime no qual o reside, sem autorização judicial;
sentença que aplicar pena privativa de condenado iniciará o cumprimento da IV - comparecer a Juízo, para informar e
liberdade, se o réu estiver ou vier a ser pena privativa de liberdade, observado o justificar as suas atividades, quando for
preso, o Juiz ordenará a expedição de guia disposto no artigo 33 e seus parágrafos do determinado.
de recolhimento para a execução. Código Penal. Art. 116. O Juiz poderá modificar as
Art. 106. A guia de recolhimento, Art. 111. Quando houver condenação condições estabelecidas, de ofício, a
extraída pelo escrivão, que a rubricará em por mais de um crime, no mesmo requerimento do Ministério Público, da
todas as folhas e a assinará com o Juiz, processo ou em processos distintos, a autoridade administrativa ou do
será remetida à autoridade administrativa determinação do regime de cumprimento condenado, desde que as circunstâncias
incumbida da execução e conterá: será feita pelo resultado da soma ou assim o recomendem.
I - o nome do condenado; unificação das penas, observada, quando Art. 117. Somente se admitirá o
II - a sua qualificação civil e o número do for o caso, a detração ou remição. recolhimento do beneficiário de regime
registro geral no órgão oficial de Parágrafo único. Sobrevindo aberto em residência particular quando se
identificação; condenação no curso da execução, somar- tratar de:
III - o inteiro teor da denúncia e da se-á a pena ao restante da que está sendo I - condenado maior de 70 (setenta)
sentença condenatória, bem como cumprida, para determinação do regime. anos;
certidão do trânsito em julgado; Art. 112. A pena privativa de liberdade II - condenado acometido de doença
IV - a informação sobre os antecedentes será executada em forma progressiva com grave;
e o grau de instrução; a transferência para regime menos III - condenada com filho menor ou
V - a data da terminação da pena; rigoroso, a ser determinada pelo juiz, deficiente físico ou mental;
quando o preso tiver cumprido ao menos IV - condenada gestante.
um sexto da pena no regime anterior e
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Art. 118. A execução da pena privativa III - participação em atividades que absolvição no processo penal, do
de liberdade ficará sujeita à forma concorram para o retorno ao convívio cancelamento da punição disciplinar ou da
regressiva, com a transferência para social. demonstração do merecimento do
qualquer dos regimes mais rigorosos, Parágrafo único. A ausência de condenado.
quando o condenado: vigilância direta não impede a utilização
I - praticar fato definido como crime de equipamento de monitoração SEÇÃO IV
doloso ou falta grave; eletrônica pelo condenado, quando assim Da Remição
II - sofrer condenação, por crime determinar o juiz da execução. (Incluído Art. 126. O condenado que cumpre a
anterior, cuja pena, somada ao restante pela Lei nº 12.258, de 2010) pena em regime fechado ou semiaberto
da pena em execução, torne incabível o Art. 123. A autorização será concedida poderá remir, por trabalho ou por estudo,
regime (artigo 111). por ato motivado do Juiz da execução, parte do tempo de execução da pena.
§ 1° O condenado será transferido do ouvidos o Ministério Público e a (Redação dada pela Lei nº 12.433, de
regime aberto se, além das hipóteses administração penitenciária e dependerá 2011).
referidas nos incisos anteriores, frustrar da satisfação dos seguintes requisitos: § 1ºA contagem de tempo referida no
os fins da execução ou não pagar, I - comportamento adequado; caput será feita à razão de: (Redação dada
podendo, a multa cumulativamente II - cumprimento mínimo de 1/6 (um pela Lei nº 12.433, de 2011)
imposta. sexto) da pena, se o condenado for I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze)
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do primário, e 1/4 (um quarto), se horas de frequência escolar - atividade de
parágrafo anterior, deverá ser ouvido reincidente; ensino fundamental, médio, inclusive
previamente o condenado. III - compatibilidade do benefício com os profissionalizante, ou superior, ou ainda
Art. 119. A legislação local poderá objetivos da pena. de requalificação profissional - divididas,
estabelecer normas complementares para Art. 124. A autorização será concedida no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela
o cumprimento da pena privativa de por prazo não superior a 7 (sete) dias, Lei nº 12.433, de 2011)
liberdade em regime aberto (artigo 36, § podendo ser renovada por mais 4 (quatro) II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três)
1º, do Código Penal). vezes durante o ano. dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº
§ 1ºAo conceder a saída temporária, o 12.433, de 2011)
juiz imporá ao beneficiário as seguintes § 2ºAs atividades de estudo a que se
SEÇÃO III condições, entre outras que entender refere o § 1º deste artigo poderão ser
Das Autorizações de Saída compatíveis com as circunstâncias do caso desenvolvidas de forma presencial ou por
SUBSEÇÃO I e a situação pessoal do condenado: metodologia de ensino a distância e
Da Permissão de Saída (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) deverão ser certificadas pelas autoridades
Art. 120. Os condenados que cumprem I - fornecimento do endereço onde educacionais competentes dos cursos
pena em regime fechado ou semiaberto e reside a família a ser visitada ou onde frequentados. (Redação dada pela Lei nº
os presos provisórios poderão obter poderá ser encontrado durante o gozo do 12.433, de 2011)
permissão para sair do estabelecimento, benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de § 3ºPara fins de cumulação dos casos de
mediante escolta, quando ocorrer um dos 2010) remição, as horas diárias de trabalho e de
seguintes fatos: II - recolhimento à residência visitada, estudo serão definidas de forma a se
I - falecimento ou doença grave do no período noturno; (Incluído pela Lei nº compatibilizarem. (Redação dada pela Lei
cônjuge, companheira, ascendente, 12.258, de 2010) nº 12.433, de 2011)
descendente ou irmão; III - proibição de frequentar bares, casas § 4ºO preso impossibilitado, por
II - necessidade de tratamento médico noturnas e estabelecimentos congêneres. acidente, de prosseguir no trabalho ou
(parágrafo único do artigo 14). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) nos estudos continuará a beneficiar-se
Parágrafo único. A permissão de saída § 2ºQuando se tratar de frequência a com a remição.(Incluído pela Lei nº
será concedida pelo diretor do curso profissionalizante, de instrução de 12.433, de 2011)
estabelecimento onde se encontra o ensino médio ou superior, o tempo de § 5ºO tempo a remir em função das
preso. saída será o necessário para o horas de estudo será acrescido de 1/3 (um
Art. 121. A permanência do preso fora cumprimento das atividades discentes. terço) no caso de conclusão do ensino
do estabelecimento terá a duração (Renumerado do parágrafo único pela Lei fundamental, médio ou superior durante
necessária à finalidade da saída. nº 12.258, de 2010) o cumprimento da pena, desde que
§ 3ºNos demais casos, as autorizações certificada pelo órgão competente do
SUBSEÇÃO II de saída somente poderão ser concedidas sistema de educação.(Incluído pela Lei nº
Da Saída Temporária com prazo mínimo de 45 (quarenta e 12.433, de 2011)
Art. 122. Os condenados que cumprem cinco) dias de intervalo entre uma e outra. § 6ºO condenado que cumpre pena em
pena em regime semiaberto poderão (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) regime aberto ou semiaberto e o que
obter autorização para saída temporária Art. 125. O benefício será usufrui liberdade condicional poderão
do estabelecimento, sem vigilância direta, automaticamente revogado quando o remir, pela frequência a curso de ensino
nos seguintes casos: condenado praticar fato definido como regular ou de educação profissional, parte
I - visita à família; crime doloso, for punido por falta grave, do tempo de execução da pena ou do
II - frequência a curso supletivo desatender as condições impostas na período de prova, observado o disposto
profissionalizante, bem como de instrução autorização ou revelar baixo grau de no inciso I do § 1o deste artigo.(Incluído
do 2º grau ou superior, na Comarca do aproveitamento do curso. pela Lei nº 12.433, de 2011)
Juízo da Execução; Parágrafo único. A recuperação do
direito à saída temporária dependerá da
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§ 7ºO disposto neste artigo aplica-se às V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº requerimento do Ministério Público,
hipóteses de prisão cautelar.(Incluído pela 12.258, de 2010) promoverá a execução, podendo, para
Lei nº 12.433, de 2011) Parágrafo único. (VETADO). (Incluído tanto, requisitar, quando necessário, a
§ 8ºA remição será declarada pelo juiz pela Lei nº 12.258, de 2010) colaboração de entidades públicas ou
da execução, ouvidos o Ministério Público Art. 146-C.O condenado será instruído solicitá-la a particulares.
e a defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de acerca dos cuidados que deverá adotar Art. 148. Em qualquer fase da execução,
2011) com o equipamento eletrônico e dos poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz seguintes deveres: (Incluído pela Lei nº forma de cumprimento das penas de
poderá revogar até 1/3 (um terço) do 12.258, de 2010) prestação de serviços à comunidade e de
tempo remido, observado o disposto no I - receber visitas do servidor limitação de fim de semana, ajustando-as
art. 57, recomeçando a contagem a partir responsável pela monitoração eletrônica, às condições pessoais do condenado e às
da data da infração disciplinar. (Redação responder aos seus contatos e cumprir características do estabelecimento, da
dada pela Lei nº 12.433, de 2011) suas orientações; (Incluído pela Lei nº entidade ou do programa comunitário ou
Art. 128. O tempo remido será 12.258, de 2010) estatal.
computado como pena cumprida, para II - abster-se de remover, de violar, de
todos os efeitos.(Redação dada pela Lei nº modificar, de danificar de qualquer forma SEÇÃO II
12.433, de 2011) o dispositivo de monitoração eletrônica Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 129. A autoridade administrativa ou de permitir que outrem o Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
encaminhará mensalmente ao juízo da faça;(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) I - designar a entidade ou programa
execução cópia do registro de todos os III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº comunitário ou estatal, devidamente
condenados que estejam trabalhando ou 12.258, de 2010) credenciado ou convencionado, junto ao
estudando, com informação dos dias de Parágrafo único. A violação qual o condenado deverá trabalhar
trabalho ou das horas de frequência comprovada dos deveres previstos neste gratuitamente, de acordo com as suas
escolar ou de atividades de ensino de artigo poderá acarretar, a critério do juiz aptidões;
cada um deles. (Redação dada pela Lei nº da execução, ouvidos o Ministério Público II - determinar a intimação do
12.433, de 2011) e a defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de condenado, cientificando-o da entidade,
§ 1ºO condenado autorizado a estudar 2010) dias e horário em que deverá cumprir a
fora do estabelecimento penal deverá I - a regressão do regime; (Incluído pela pena;
comprovar mensalmente, por meio de Lei nº 12.258, de 2010) III - alterar a forma de execução, a fim
declaração da respectiva unidade de II - a revogação da autorização de saída de ajustá-la às modificações ocorridas na
ensino, a frequência e o aproveitamento temporária; (Incluído pela Lei nº 12.258, jornada de trabalho.
escolar.(Incluído pela Lei nº 12.433, de de 2010) § 1º o trabalho terá a duração de 8
2011) III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº (oito) horas semanais e será realizado aos
§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de 12.258, de 2010) sábados, domingos e feriados, ou em dias
seus dias remidos. (Incluído pela Lei nº IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº úteis, de modo a não prejudicar a jornada
12.433, de 2011) 12.258, de 2010) normal de trabalho, nos horários
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº estabelecidos pelo Juiz.
do Código Penal declarar ou atestar 12.258, de 2010) § 2º A execução terá início a partir da
falsamente prestação de serviço para fim VI - a revogação da prisão domiciliar; data do primeiro comparecimento.
de instruir pedido de remição. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 150. A entidade beneficiada com a
VII - advertência, por escrito, para todos prestação de serviços encaminhará
SEÇÃO V os casos em que o juiz da execução decida mensalmente, ao Juiz da execução,
O Discente deverá pesquisar e estudar não aplicar alguma das medidas previstas relatório circunstanciado das atividades
em casa. nos incisos de I a VI deste parágrafo. do condenado, bem como, a qualquer
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) tempo, comunicação sobre ausência ou
Seção VI Art. 146-D.A monitoração eletrônica falta disciplinar.
Da Monitoração Eletrônica poderá ser revogada: (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) 12.258, de 2010) SEÇÃO III
Art. 146-A.(VETADO). (Incluído pela Lei I - quando se tornar desnecessária ou Da Limitação de Fim de Semana
nº 12.258, de 2010) inadequada; (Incluído pela Lei nº 12.258, Art. 151. Caberá ao Juiz da execução
Art. 146-B.O juiz poderá definir a de 2010) determinar a intimação do condenado,
fiscalização por meio da monitoração II - se o acusado ou condenado violar os cientificando-o do local, dias e horário em
eletrônica quando: (Incluído pela Lei nº deveres a que estiver sujeito durante a que deverá cumprir a pena.
12.258, de 2010) sua vigência ou cometer falta grave. Parágrafo único. A execução terá início a
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) partir da data do primeiro
12.258, de 2010) comparecimento.
II - autorizar a saída temporária no CAPÍTULO II Art. 152. Poderão ser ministrados ao
regime semiaberto;(Incluído pela Lei nº Das Penas Restritivas de Direitos condenado, durante o tempo de
12.258, de 2010) SEÇÃO I permanência, cursos e palestras, ou
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº Disposições Gerais atribuídas atividades educativas.
12.258, de 2010) Art. 147. Transitada em julgado a Parágrafo único. Nos casos de violência
IV - determinar a prisão domiciliar; sentença que aplicou a pena restritiva de doméstica contra a mulher, o juiz poderá
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a determinar o comparecimento obrigatório
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do agressor a programas de recuperação e Art. 183. Quando, no curso da execução regulamentares, necessárias à eficácia dos
reeducação. (Incluído pela Lei nº 11.340, da pena privativa de liberdade, sobrevier dispositivos não autoaplicáveis.
de 2006) doença mental ou perturbação da saúde § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as
Art. 153. O estabelecimento designado mental, o Juiz, de ofício, a requerimento Unidades Federativas, em convênio com o
encaminhará, mensalmente, ao Juiz da do Ministério Público, da Defensoria Ministério da Justiça, projetar a
execução, relatório, bem assim Pública ou da autoridade administrativa, adaptação, construção e equipamento de
comunicará, a qualquer tempo, a ausência poderá determinar a substituição da pena estabelecimentos e serviços penais
ou falta disciplinar do condenado. por medida de segurança. (Redação dada previstos nesta Lei.
pela Lei nº 12.313, de 2010). § 2º Também, no mesmo prazo, deverá
SEÇÃO IV Art. 184. O tratamento ambulatorial ser providenciada a aquisição ou
O Discente deverá pesquisar e estudar poderá ser convertido em internação se o desapropriação de prédios para instalação
em casa. agente revelar incompatibilidade com a de casas de albergados.
medida. § 3º O prazo a que se refere o caput
TÍTULO VII Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo deste artigo poderá ser ampliado, por ato
Dos Incidentes de Execução mínimo de internação será de 1 (um) ano. do Conselho Nacional de Política Criminal
CAPÍTULO I e Penitenciária, mediante justificada
Das Conversões CAPÍTULO II solicitação, instruída com os projetos de
Art. 180. A pena privativa de liberdade, Do Excesso ou Desvio reforma ou de construção de
não superior a 2 (dois) anos, poderá ser Art. 185. Haverá excesso ou desvio de estabelecimentos.
convertida em restritiva de direitos, desde execução sempre que algum ato for § 4º O descumprimento injustificado
que: praticado além dos limites fixados na dos deveres estabelecidos para as
I - o condenado a esteja cumprindo em sentença, em normas legais ou Unidades Federativas implicará na
regime aberto; regulamentares. suspensão de qualquer ajuda financeira a
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 Art. 186. Podem suscitar o incidente de elas destinada pela União, para atender às
(um quarto) da pena; excesso ou desvio de execução: despesas de execução das penas e
III - os antecedentes e a personalidade I - o Ministério Público; medidas de segurança.
do condenado indiquem ser a conversão II - o Conselho Penitenciário; Art. 204. Esta Lei entra em vigor
recomendável. III - o sentenciado; concomitantemente com a lei de reforma
Art. 181. A pena restritiva de direitos IV - qualquer dos demais órgãos da da Parte Geral do Código Penal, revogadas
será convertida em privativa de liberdade execução penal. as disposições em contrário,
nas hipóteses e na forma do artigo 45 e especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de
seus incisos do Código Penal. CAPÍTULO III outubro de 1957.
§ 1º A pena de prestação de serviços à O Discente deverá pesquisar e estudar
comunidade será convertida quando o em casa. Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da
condenado: Independência e 96º da República.
a) não for encontrado por estar em TÍTULO IX
lugar incerto e não sabido, ou desatender Das Disposições Finais e Transitórias JOÃO FIGUEIREDO
a intimação por edital; Art. 198. É defesa ao integrante dos Ibrahim Abi-Ackel
b) não comparecer, injustificadamente, órgãos da execução penal, e ao servidor, a
à entidade ou programa em que deva divulgação de ocorrência que perturbe a Este texto não substitui o publicado no
prestar serviço; segurança e a disciplina dos DOU de 13.7.1984
c) recusar-se, injustificadamente, a estabelecimentos, bem como exponha o
prestar o serviço que lhe foi imposto; preso à inconveniente notoriedade,
d) praticar falta grave; durante o cumprimento da pena. NOÇÕES DE DIREITO
e) sofrer condenação por outro crime à Art. 199. O emprego de algemas será
pena privativa de liberdade, cuja execução disciplinado por decreto federal. ADMINISTRATIVO
não tenha sido suspensa. Art. 200. O condenado por crime
§ 2º A pena de limitação de fim de político não está obrigado ao trabalho.
semana será convertida quando o Art. 201. Na falta de estabelecimento
condenado não comparecer ao adequado, o cumprimento da prisão civil e 1 - TIPOS DE ADMINISTRAÇÃO
estabelecimento designado para o da prisão administrativa se efetivará em PÚBLICA
cumprimento da pena, recusar-se a seção especial da Cadeia Pública.
exercer a atividade determinada pelo Juiz Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, Administração Pública Patrimonialista
ou se ocorrer qualquer das hipóteses das não constarão da folha corrida, atestados
letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. ou certidões fornecidas por autoridade
Herança da época feudal, no
§ 3º A pena de interdição temporária de policial ou por auxiliares da Justiça,
patrimonialismo a administração pública
direitos será convertida quando o qualquer notícia ou referência à atende aos interesses da classe dominante,
condenado exercer, injustificadamente, o condenação, salvo para instruir processo representando mero instrumento de
direito interditado ou se ocorrer qualquer pela prática de nova infração penal ou usurpação de poder. O poder que emana do
das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, outros casos expressos em lei. povo passa a ser utilizado pelo governante
deste artigo. Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a para seu interesse. Nas palavras de Wilson
Art. 182. (Revogado pela Lei nº 9.268, contar da publicação desta Lei, serão Granjeiro “A res publica não é
de 1996) editadas as normas complementares ou diferenciada da res principis”, ou seja a
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“coisa publica” não é diferenciada da Por outro lado, o controle - a garantia do deslocar a ênfase dos procedimentos
“coisa do governante”. poder do Estado - transforma-se na própria (meios) para os resultados (fins).
razão de ser do funcionário. Em
Um dos efeitos do patrimonialismo é que a consequência, o Estado volta-se para si
corrupção e o nepotismo são inerentes a mesmo, perdendo a noção de sua missão
esse tipo de Administração. Outros efeitos básica, que é servir à sociedade. A
qualidade fundamental da administração Emerge na segunda metade do século XX,
decorrem do fato de o patrimonialismo como resposta, de um lado, à expansão das
comprometer a finalidade básica do Estado pública burocrática é a efetividade no
controle dos abusos; seu defeito, a funções econômicas e sociais do Estado, e,
de defender a coisa pública, pois as de outro, ao desenvolvimento tecnológico
atividades públicas deixam de estar ineficiência, a auto referência, a
incapacidade de voltar-se para o serviço e à globalização da economia mundial,
comprometidas com a melhor relação uma vez que ambos deixaram à mostra os
custo benefício para a sociedade. Desta aos cidadãos vistos como clientes. Este
defeito, entretanto, não se revelou problemas associados à adoção do modelo
maneira desloca-se o foco de atenção da anterior. A eficiência da administração
sociedade para as questões que privilegiam determinante na época do surgimento da
administração pública burocrática porque pública - a necessidade de reduzir custos e
a vontade de poucos. aumentar a qualidade dos serviços, tendo o
os serviços do Estado eram muito
reduzidos. O Estado limitava-se a manter a cidadão como beneficiário - torna-se então
Administração Pública Burocrática ordem e administrar a justiça, a garantir os essencial. A reforma do aparelho do
contratos e a propriedade. Estado passa a ser orientada
A evolução da sociedade, da democracia e predominantemente pelos valores da
do próprio Estado acarretaram a eficiência e qualidade na prestação de
Administração Pública Gerencial serviços públicos e pelo desenvolvimento
insatisfação popular com a forma
patrimonialista de administração. de uma cultura gerencial nas organizações.
Administrar o bem de todos “res publica” A administração pública gerencial
para o interesse de poucos deixa de ser constitui um avanço e até um certo ponto 2 - PRINCÍPIOS DAADMINISTRAÇÃO
aceitável. A consequência é o surgimento um rompimento com a administração
de um modelo de administração pública pública burocrática. Isto não significa,
entretanto, que negue todos os seus Os princípios da Administração Pública
que pudesse eliminar estas “disfunções são regras que surgem como parâmetros
administrativas”. princípios. Pelo contrário, a administração
pública gerencial está apoiada na anterior, para a interpretação das demais normas
da qual conserva, embora flexibilizando, jurídicas. Têm a função de oferecer
Neste contexto, a Administração Pública alguns dos seus princípios fundamentais, coerência e harmonia para o ordenamento
burocrática surge, na época do Estado como a admissão segundo rígidos critérios jurídico. Quando houver mais de uma
Liberal, em conjunto com o capitalismo e a de mérito, a existência de um sistema norma, deve-se seguir aquela que mais se
democracia, pois era preciso fazer algo estruturado e universal de remuneração, as compatibiliza com a CF, ou seja, deve ser
contra a confusão entre os bens públicos e carreiras, a avaliação constante de feita uma interpretação conforme a
os privados e contra o nepotismo e a desempenho, o treinamento sistemático. A Constituição.
corrupção que eram componentes que diferença fundamental está na forma de
estavam sempre presentes na controle, que deixa de basear-se nos
Administração Patrimonialista. processos para concentrar-se nos
resultados, e não na rigorosa
Constituem princípios orientadores do seu profissionalização da administração
desenvolvimento: pública, que continua um princípio
fundamental.
• a profissionalização,
• a ideia de carreira, Na administração pública gerencial a Os princípios que a Administração deverá
• a hierarquia funcional, estratégia volta-se (1) para a definição seguir estão dispostos no art. 37, caput, da
• a impessoalidade, precisa dos objetivos que o administrador CF/88. O disposto no referido artigo
• formalismo, em síntese, o poder público deverá atingir em sua unidade, (2) constitucional é elenco meramente
racional-legal, baseado na razão e na lei. para a garantia de autonomia do exemplificativo; logo, existem outros
administrador na gestão dos recursos princípios que poderão ser invocados pela
humanos, materiais e financeiros que lhe Administração, como o princípio da
Esta Administração Pública Burocrática,
forem colocados à disposição para que supremacia do interesse público sobre o
que veio designar um método de
possa atingir os objetivos contratados, e particular, o princípio da isonomia, entre
organização racional e eficiente, surgiu na
(3) para o controle ou cobrança a posteriori outros.
perspectiva de substituir a força do poder
exercido por regimes autoritários. O dos resultados. Adicionalmente, pratica-se
grande empenho para a implantação da a competição administrada no interior do Devemos observar que todos os princípios
Administração Pública Burocrática se deve próprio Estado, quando há a possibilidade administrativos aplicam-se não apenas ao
à tentativa de controlar o conteúdo da ação de estabelecer concorrência entre unidades Poder Executivo, mas, também, ao
governamental, para evitar que os políticos internas. No plano da estrutura Legislativo e ao Judiciário, bem como a
agissem contra os interesses coletivos da organizacional, a descentralização e a todas as esferas de Governo, quais sejam:
comunidade. A tentativa de controlar tudo redução dos níveis hierárquicos tornam-se União, Estados, Distrito Federal e
na administração pública e de ditar o modo essenciais. Em suma, afirma-se que a Municípios.
como as coisas deviam ser feitas, administração pública deve ser permeável
regulando os procedimentos e controlando à maior participação dos agentes privados
os insumos, fez com que se passasse a e/ou das organizações da sociedade civil e
ignorar resultados.
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• estado de sítio e estado de defesa: são igualdade, art. 5.º, caput, CF. Ex.: • adquirir bens acima do valor de mercado
momentos de anormalidade institucional. contratação de serviços por meio de (superfaturamento).
Representam restrições ao princípio da licitação – vinculação ao edital – regras
legalidade porque são instituídos por um iguais para todos que queiram participar da Instrumentos para combater atos de
decreto presidencial que poderá obrigar a licitação; improbidade: Ação Popular, art. 5.º,
fazer ou deixar de fazer mesmo não sendo LXXIII, da CF e Ação Civil Pública, Lei
lei • em relação à própria Administração n. 7347/85, art. 1.º, desde que neste caso o
Pública: a responsabilidade dos atos interesse seja difuso.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE administrativos praticados deve ser
imputada não ao agente e sim à pessoa Sanções aplicáveis (art.37, § 4.º, da CF):
É a obrigação, o dever atribuído à jurídica – Administração Pública direta ou suspensão dos direitos políticos; perda da
Administração, de dar total transparência a indireta. Segundo o art. 37, § 6.º, da CF função pública; indisponibilidade dos
todos os atos que praticar, ou seja, como “as pessoas jurídicas de direito público e bens; ressarcimento ao erário.
regra geral, nenhum ato administrativo as de direito privado prestadoras de
pode ser sigiloso. serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, SÚMULA VINCULANTE 13 STF
causarem a terceiros, assegurado o direito
A regra do princípio que veda o sigilo de regresso contra o responsável nos casos ATÉ NOMEAÇÃO DE CÔNJUGE,
comporta algumas exceções, como quando de dolo ou culpa”. COMPANHEIRO OU PARENTE EM
os atos e atividades estiverem relacionados LINHA RETA, COLATERAL OU POR
com a segurança nacional ou quando o AFINIDADE ATÉ O TERCEIRO GRAU,
conteúdo da informação for resguardado PRINCÍPIO DA MORALIDADE
INCLUSIVE, DA AUTORIDADE
por sigilo (art. 37, § 3.º, II, da CF/88). NOMEANTE OU DE SERVIDOR DA
O ato e a atividade da Administração MESMA PESSOA JURÍDICA
A publicidade, entretanto, só será admitida Pública devem obedecer não só à lei, mas INVESTIDO EM CARGO DE
se tiver fim educativo, informativo ou de também à moral. DIREÇÃO, CHEFIA OU
orientação social, proibindo-se a promoção ASSESSORAMENTO, PARA O
pessoal de autoridades ou de servidores segundo HLM, “tanto infringe a EXERCÍCIO EM CARGO EM
públicos por meio de aparecimento de moralidade administrativa o administrador COMISSÃO OU DE CONFIAÇA OU,
nomes, símbolos e imagens. que, para atuar, foi determinado por fins AINDA QUALQUER FUNÇÃO
imorais ou desonestos como aquele que GRATIFICADA NA ADMINISTRAÇÃO
São instrumentos constitucionais utilizados desprezou a ordem institucional e, embora PÚBLICA DIRETA E INDIRETA EM
para assegurar o recebimento de movido por zelo profissional, invade a QUALQUER DOS PODERES DA
informações o habeas data, art. 5.º, LXXII, esfera reservada a outras funções, ou UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO
da CF e o Mandado de Segurança, art. 5.º, procura obter mera vantagem para o FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS,
LXIX e LXX, da CF. patrimônio confiado à sua guarda. Em COMPREENDENDO O AJUSTE
ambos os casos, os seus atos são infiéis, MEDIANTE DESIGNAÇÕES
pois violam o equilíbrio que deve existir RECÍPROCAS, VIOLA A
O Princípio da publicidade pode ser entre todas as funções, ou, embora CONSTITUIÇÃO FEDERAL
reclamado por intermédio de dois mantendo ou aumentando o patrimônio
instrumentos básicos: (a) o direito de gerido, desviam-no do fim institucional,
petição – permite aos indivíduos que se O princípio da moralidade impõe que o
que é o de concorrer para a criação do bem administrador público não dispense os
dirijam aos entes/órgãos públicos para comum.”
formular qualquer tipo de postulação (art. preceitos éticos que devem estar presentes
5º, XXXIV, "a", da CF); e (b) as certidões em sua conduta. Deve não só averiguar os
– são expedidas pelos entes/órgãos A Lei n. 8.429/92, no seu art. 9.º, critérios de conveniência, oportunidade e
públicos e registram a verdade de fatos apresentou, em caráter exemplificativo, as justiça em suas ações, mas também
administrativos, cuja publicidade permite hipóteses de atos de improbidade distinguir o que é honesto do que é
aos administrados a defesa de seus direitos administrativa; esse artigo dispõe que todo desonesto. Vale acrescentar, ainda, que tal
ou o esclarecimento de certas situações aquele que objetivar algum tipo de forma de conduta deve existir não somente
(art. 5º, XXXIV, "b", da CF). vantagem patrimonial indevida, em razão nas relações entre a Administração e os
de cargo, mandato, emprego ou função que particulares em geral, como também
exerce, estará praticando ato de internamente, ou seja, na relação entre a
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE improbidade administrativa. São Administração e os agentes públicos que a
exemplos: integram
• em relação aos administrados: significa
que a Administração Pública não poderá • usar bens e equipamentos públicos com .Acórdão do TJSP, RDA 89/134: “O
atuar discriminando pessoas de forma finalidade particular; controle jurisdicional se restringe ao
gratuita, a não ser aquelas que venham exame da legalidade do ato administrativo;
privilegiar o interesse público, ou seja, a mas por legalidade ou legitimidade se
Administração Pública deve permanecer • intermediar liberação de verbas;
entende não só a conformação do ato com
numa posição de neutralidade em relação a lei, como também com a moral
às pessoas privadas. A atividade • estabelecer contratação direta quando a administrativa e com o interesse coletivo”.
administrativa deve ser destinada a todos lei manda licitar;
os administrados, sem discriminação nem
favoritismo, constituindo assim um Em relação à conduta do agente para com
• vender bem público abaixo do valor de a própria instituição, a moral
desdobramento do princípio geral da mercado; administrativa é imposta ao agente para
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sua conduta interna, segundo as exigências entidades da administração direta e à segurança jurídica e ao próprio Estado de
da instituição a que serve e segundo a indireta poderá ser ampliada mediante Direito.
finalidade de sua ação. contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
Conforme Decreto 1.171\94a moralidade tenha por objeto a fixação de metas de
“não se limita à distinção entre o bem e o desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela É o princípio mais importante, visto que
mal, devendo ser acrescida da ideia de que sem a motivação não há o devido processo
o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
legal. Motivar significa:
entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá I - o prazo de duração do contrato;
consolidar a moralidade do ato • mencionar o dispositivo legal aplicável
administrativo”. ao caso concreto;
II - os controles e critérios de avaliação de
desempenho, direitos, obrigações e
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA responsabilidade dos dirigentes; • relacionar os fatos que concretamente
levaram à aplicação daquele dispositivo
legal.
Visa aperfeiçoar os serviços e as atividades III - a remuneração do pessoal
prestados, buscando otimizar os resultados
e atender o interesse público com maiores Todos os atos administrativos devem ser
Art. 37 § 2º A União, os Estados e o motivados para que o Judiciário possa
índices de adequação, eficácia e satisfação Distrito Federal manterão escolas de controlar o mérito do ato administrativo
governo para a formação e o quanto à sua legalidade. Para efetuar esse
Lei 8987\95 art.6, § 1o Serviço adequado aperfeiçoamento dos servidores públicos, controle, devem-se observar os motivos
(eficiente) é o que satisfaz as condições de constituindo-se a participação nos cursos dos atos administrativos.
regularidade, continuidade, eficiência, um dos requisitos para a promoção na
segurança, atualidade, generalidade, carreira, facultada, para isso, a celebração
cortesia na sua prestação e modicidade das de convênios ou contratos entre os entes Todos os
tarifas. federados.
Os atos administrativos devem ser
A EC n. 19 trouxe para o texto O renomado Hely Lopes Meirelles referiu motivados para que o Judiciário possa
constitucional o princípio da eficiência, sobre a eficiência como um dos deveres da controlar o mérito do ato administrativo
que obrigou a Administração Pública a administração. Definiu-a como "o que se quanto à sua legalidade. Para efetuar esse
aperfeiçoar os serviços e as atividades que impõe a todo agente público de realizar controle, devem ser observados os motivos
presta, buscando otimização de resultados suas atribuições com presteza, perfeição e dos atos administrativos.
e visando atender o interesse público com rendimento funcional. É o mais moderno
maior eficiência. Devemos ressaltar, princípio da função administrativa, que já
todavia, que já constava em nossa não se contenta em ser desempenhada Em relação à necessidade de motivação
legislação infraconstitucional o apenas com legalidade, exigindo dos atos administrativos vinculados
mencionado princípio, a exemplo do Dec. resultados positivos para o serviço público (aqueles em que a lei aponta um único
Lei n. 200/67 (arts.13 e 25, V), da Lei de e satisfatório atendimento das necessidades comportamento possível) e dos atos
Concessões e Permissões (Lei n. 8987/95, da comunidade e de seus membros." discricionários (aqueles que a lei, dentro
arts. 6.º e 7.º) e do Código de Defesa do dos limites nela previstos, aponta um ou
Consumidor (Lei n. 8078/90, arts. 4.º, VII O autor ainda acrescenta que o dever de mais comportamentos possíveis, de acordo
e 6.º, X e 22). eficiência corresponde ao „dever de boa com um juízo de conveniência
administração‟ adotado na doutrina e oportunidade), a doutrina é uníssona na
Para uma pessoa entrar para a italiana. determinação da obrigatoriedade de
Administração Pública, deve haver motivação com relação aos atos
concurso público. A CF/88 dispõe quais os administrativos vinculados; todavia,
Para a professora Maria Sylvia Zanella Di diverge quanto à referida necessidade
títulos e provas hábeis para o serviço Pietro(5) o princípio apresenta dois
público, a natureza e a complexidade do quanto aos atos discricionários.
aspectos, podendo tanto ser considerado
cargo. Para adquirir estabilidade, é em relação à forma de atuação do agente
necessária a eficiência (nomeação por Hely Lopes Meirelles entende que o ato
público, do qual se espera o melhor discricionário, editado sob os limites da
concurso, estágio probatório de três anos desempenho possível de suas atuações e
etc.). Lei, confere ao administrador uma margem
atribuições, para lograr os resultados de liberdade para fazer um juízo de
melhores, como também em relação ao conveniência e oportunidade, não sendo
Para perder a condição de servidor (art. 41, modo racional de organizar, estruturar, necessária a motivação. No entanto, se
§ 1.º, CF/88), é necessário sentença disciplinar a Administração Pública, idem houver tal fundamentação, o ato deverá
judicial transitada em julgado, processo quanto ao intuito de alcance de resultados condicionar-se a esta, em razão da
administrativo com ampla defesa e na prestação do serviço público. necessidade de observância da Teoria dos
insuficiência de desempenho. Motivos Determinantes.
Ela acrescenta que a eficiência é princípio
Outro exemplo constitucional do princípio que se soma aos demais princípios O entendimento majoritário da doutrina,
da eficiência: impostos à Administração, não podendo porém, é de que, mesmo no ato
sobrepor-se a nenhum deles, especialmente discricionário, é necessária a motivação
Art 37.§ 8º A autonomia gerencial, ao da legalidade, sob pena de sérios riscos para que se saiba qual o caminho adotado
orçamentária e financeira dos órgãos e pelo administrador. O eminente Professor
29
Já o requisito necessidade preocupa-se Art. 139 - Além do vencimento, poderão V - 13º (décimo terceiro) salário.
com a exigibilidade ou não da adoção das ser deferidas ao funcionário as seguintes
medidas restritivas: será que não haveria vantagens pecuniárias: § 1º - As indenizações não se incorporam
um meio menos gravoso à sociedade e aos vencimentos ou proventos, para
igualmente eficaz na consecução dos I - indenizações: qualquer efeito, nem ficam sujeitas a
objetivos visados (não está desmedida, imposto ou contribuição previdenciária.
excessiva, desnecessária, desproporcional,
a medida adotada?). a) ajuda de custo;
§ 2º - As gratificações poderão incorporar-
b) diárias; se ao vencimento ou provento nos casos e
O princípio da razoabilidade (citado por condições indicados nesta lei.
alguns autores como “princípio da
proibição de excesso”) tem por fim aferir a c) despesas de transporte;
compatibilidade entre os meios e os fins de § 3º - É vedada a participação do
um ato administrativo, de modo a evitar funcionário público no produto da
II - auxílios: arrecadação de tributos e multas.
restrições desnecessárias, arbitrárias ou
abusivas por parte da Administração
Pública. a) salário-família; Art. 140 - Salvo disposição em contrário, a
competência para a concessão dos
O princípio da proporcionalidade b) auxílio-saúde; benefícios de que trata este Título é dos
representa, em verdade, uma das vertentes Secretários de Estado ou de autoridade
do princípio da razoabilidade. c) auxílio-funeral; equivalente e dos dirigentes das autarquias.
c) de representação de gabinete;
A CF/88 dispôs que Lei Ordinária regulará
o direito de greve no âmbito da Art. 142 - Remuneração é o vencimento
Administração. Essa restrição à greve está e) especial de localidade e por atividades acrescido das vantagens de caráter
intimamente relacionada ao princípio em penosas, insalubre ou perigosas; permanente ou a ele incorporáveis, na
estudo. forma prevista em lei.
f) pela participação em órgão de
Com base nesse princípio, há uma vedação deliberação coletiva; Art. 143 - O funcionário somente
ao particular contratado, dentro de certos perceberá o vencimento ou a remuneração
limites, de opor a exceptio non quando estiver em efetivo exercício do
h) pela prestação de serviço extraordinário;
adimpleticontractus, evitando paralisar cargo ou nos casos de afastamento
obras e serviços, exceto disposição legal expressamente previsto em lei.
i) pelo exercício de encargo de chefia,
expressa ou nos casos de aplicação das
assessoramento, secretariado e inspeção;
teorias da imprevisão e do fato do príncipe. Art. 144 - O funcionário investido em
mandato eletivo federal, estadual ou
j) por encargo de curso ou concurso; municipal será afastado do exercício de
O princípio é a regra, embora não tenha
caráter absoluto, pois é permitido paralisar seu cargo de acordo com as normas
temporariamente o serviço para reparos l) pela elaboração ou execução de trabalho constitucionais e legais aplicáveis.
técnicos ou diante de inadimplemento do relevante de natureza técnica ou científica;
usuário do serviço público (após aviso Art. 145 - Ao funcionário investido em
prévio), ou em situações de emergência m) por hora de vôo; cargo de provimento em comissão na
(independentemente de aviso prévio). administração direta e autárquica é dado
optar pelo vencimento ou remuneração a
n) de produtividade fiscal;
que fizer jus em razão de seu cargo
3 - Dos Direitos e Vantagens efetivo, sem prejuízo da gratificação de
o) de transporte; representação respectiva.
(lei 10.460/1988)
p) de ciclo básico e ensino especial; Art. 146 - A investidura em cargo público,
de provimento em comissão, não importa
DO VENCIMENTO, DA em suspensão do contrato individual de
REMUNERAÇÃO E DAS VANTAGENS q) de incentivo à permanência no serviço
ativo; trabalho do servidor da administração
indireta, que continuará percebendo o
Disposições Preliminares salário e demais vantagens de seu emprego
r) VETADO; diretamente da entidade de origem.
IV - progressão horizontal;
31
§ 1º - Pela repartição onde estiver provido b) durante o período de afastamento em a responder pelas parcelas remanescentes
perceberá o servidor, na hipótese deste virtude de condenação, por sentença da indenização ou restituição, na mesma
artigo, a diferença a maior, se houver, definitiva, a pena que não determine a proporção.
entre o vencimento do cargo em comissão demissão;
e o salário correspondente ao emprego de § 2º - O saldo devedor do funcionário
origem, cumulativamente com a IV - o vencimento ou remuneração: demitido, exonerado ou que tiver cassada a
gratificação de representação respectiva. sua disponibilidade será resgatado de uma
a) do décimo terceiro ao vigésimo quarto só vez, no prazo de 60 (sessenta) dias,
§ 2º - Sobre a diferença de vencimento e a mês de licença por motivo de doença em respondendo da mesma forma o espólio,
gratificação de representação a que se pessoa de sua família; em caso de morte.
refere o parágrafo anterior incidirá a
contribuição previdenciária do IPASGO. § 3º - Após o prazo previsto no parágrafo
b) do dia em que, não sendo feriado ou
ponto facultativo, deixar de comparecer ao anterior, o saldo remanescente será inscrito
§ 3º - Compreende o salário, para efeito de serviço, salvo motivo legal ou falta na dívida ativa e cobrado por ação
apuração da diferença a que alude o § 1º , abonada, até três em cada mês civil. executiva.
todas as vantagens remuneratórias
percebidas pelo servidor, exceto salário- Art. 151 - A revisão geral dos vencimentos
família e adicionais por tempo de serviço. Art. 149 - O vencimento e as vantagens
pecuniárias percebidos pelo funcionário dos funcionários públicos estaduais
não sofrerá: regidos por este Estatuto far-se-á,
Art. 147 - Ao servidor da União, de outros preferencialmente, sempre que houver
Estados, do Distrito Federal, dos idêntico tratamento para os servidores
Territórios e dos Municípios, inclusive das I - redução, salvo o disposto em lei, públicos da União.
respectivas entidades autárquicas e convenção ou acordo coletivo;
paraestatais, investido em cargo público de
direção superior na administração direta, II - descontos, além dos seguintes; DAS INDENIZAÇÕES
sem ônus para o órgão de origem, é
assegurado o direito de perceber, mediante a) VETADO.
opção, o vencimento ou salário e demais DA AJUDA DE CUSTO
vantagens a que faria jus como se em
efetivo exercício estivesse no seu cargo ou
emprego, cumulativamente com a b) contribuição ao Instituto de Previdência Art. 152 - Ajuda de custo é o auxílio
gratificação de representação do cargo em e Assistência dos Servidores do Estado de concedido ao funcionário:
comissão. Goiás - IPASGO.
I - a título de compensação das despesas
Art. 148 - O funcionário perderá: motivadas por mudança e instalação na
c) imposto sobre o rendimento do trabalho; nova sede em que passar a ter exercício;
I- 1/3 (um terço) do vencimento ou da
remuneração diária quando comparecer ao II - para fazer face a despesas de viagem
serviço até meia hora depois de encerrado d) indenização à Fazenda Pública Estadual, para fora do País, em objeto de serviço.
o ponto ou quando se retirar até meia hora em decorrência de dívida ou restituição;
antes de findo o período de expediente; § 1º - A ajuda de custo na hipótese do
inciso I deste artigo será atribuída pelo
II - 1/3 (um terço) do vencimento ou da e) pensão alimenticia; Secretário de Estado ou autoridade
remuneração: equivalente, em importância que não
excederá a 3 (três) vezes o menor
a) do quinto ao oitavo mês de licença por f) VETADO; vencimento básico pago pelo Estado,
motivo de doença em pessoa de sua acrescida da indenização pelas despesas
família; com a mudança, mediante comprovação
g) outros decorrentes de decisão judicial. por documento hábil.
b) enquanto durar o afastamento por
motivo de prisão preventiva, pronúncia por Parágrafo único - Os benefícios de que § 2º - Quando se tratar de viagem para fora
crime comum ou condenação por crime trata este artigo não serão objeto de do País, compete ao Chefe do Poder
inafiançável em processo no qual não haja arresto, sequestro ou penhora, ressalvado o Executivo o arbitramento da ajuda de
pronúncia, com direito a receber a caso de prestação de alimentos resultantes custo, independentemente do limite
diferença, se absolvido; de sentença judicial. previsto no § 1º.
III - 2/3 (dois terços) do vencimento ou da Art. 150 - A indenizações ou restituições Art. 153 - Não se concederá ajuda de custo
remuneração: devidas pelo funcionário ao erário serão ao funcionário removido a pedido ou por
descontados em, no máximo, vinte e conveniência da disciplina.
a) do nono ao décimo segundo mês de quatro parcelas mensais, acrescidas de
licença por motivo de doença em pessoa juros legais. Art. 154 - O funcionário restituirá a ajuda
de sua família; de custo quando:
§ 1º - O funcionário que se aposentar ou
passar à condição de disponível continuará
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I - não se transportar para nova sede nos Art. 158 - É vedada a concessão de diárias Art. 163 - Quando o pai e a mãe forem
prazos determinados; com o objetivo de remunerar outros funcionários estaduais e viverem em
serviços ou encargos, sob pena de comum, o salário-família será concedido,
II - antes de terminada a missão, regressar responsabilidade. mediante opção, àquele que o requerer.
voluntariamente, pedir exoneração ou
abandonar o serviço. DAS DESPESAS DE TRANSPORTE § 1º - Se não viverem em comum, será
concedido ao que tiver os dependentes sob
§ 1º - A restituição é de responsabilidade Art. 159 - Conceder-se-á indenização de sua guarda.
pessoal e, em casos especiais a critério da transporte ao funcionário que realizar
autoridade competente para atribuir o despesas em serviços externos, por força § 2º - Se ambos os tiverem, será concedido
benefício, poderá ser feita parceladamente, das atribuições normais de seu cargo. a um e outro, de acordo com a distribuição
salvo nas hipóteses de exoneração e de dos dependentes.
demissão. Parágrafo único - O valor das indenizações
de que trata este artigo e as condições para § 3º - Ao pai e à mãe, na falta de padrasto
§ 2º - Não haverá obrigação de restituir: sua concessão serão estabelecidos em e madrasta, equiparam-se os representantes
regulamento. legais dos incapazes.
I - quando o regresso do servidor for
determinado de ofício ou por doença DOS AUXÍLIOS Art. 164 - O salário-família relativo a cada
comprovada; dependente será devido a partir do mês em
DO SALÁRIO-FAMÍLIA que tiver ocorrido o fato ou ato que lhe der
II - quando o pedido de exoneração for origem, ainda que verificada no último dia
apresentado após 90 (noventa) dias de do mês.
Art. 160 - O salário- família será
exercício na nova sede; concedido ao funcionário ativo, inativo ou
em disponibilidade, que tiver dependentes Art. 165 - O salário-família será pago
III - no caso de falecimento do servidor, vivendo às suas expensas. mesmo nos casos em que o funcionário
mesmo antes de empreender viagem. deixar de perceber, temporariamente,
vencimento ou provento.
Parágrafo único - O valor do salário
família será fixado em ato do Governador
DAS DIÁRIAS do Estado. Art. 166 - O salário-família não está
sujeito a nenhum tributo, nem servirá de
base para qualquer contribuição, ainda que
Art. 161 - Consideram-se dependentes para para fim de previdência social.
Art. 155 - O funcionário que, a serviço, se os efeitos desta subseção:
deslocar da sede em caráter eventual e
transitório fará jus a diárias Art. 167 - Será cassado o salário-família,
I - o cônjuge que não seja contribuinte de quando:
compensatórias das despesas de instituição de previdência, não exerça
alimentação e pousada. atividade remunerada, nem perceba pensão
ou qualquer outro rendimento; I - verificada a falsidade ou inexatidão da
§ 1º - Entende-se por sede da repartição a declaração de dependência;
cidade ou localidade onde o funcionário II - o filho de qualquer condição, os
tem exercício habitualmente. enteados e os adotivos, desde que menores II - o dependente deixar de viver às
de 18 (dezoito) anos de idade; expensas do funcionário; passar a exercer
§ 2º - Não se concederá diária ao função pública remunerada, sob qualquer
funcionário: forma, ou atividade lucrativa ou vier a
III - o filho inválido, de qualquer idade. dispor de economia própria;
I - durante o período de trânsito; Parágrafo único - Para concessão do III - falecer o dependente;
salário-família equiparam-se:
II - que se deslocar para fora do País ou
estiver servindo ou em estudo fora do IV - comprovadamente, o funcionário
I- ao pai e à mãe, o padrasto e a madrasta; descuidar da guarda e sustento dos
Estado.
dependentes.
II - ao cônjuge, a companheira, com, pelo
Art. 156 - As diárias serão pagas menos, 5 (cinco) anos de vida em comum
adiantadamente, mediante cálculo da § 1º - A inexatidão ou falsidade de
com o funcionário; declaração de dependência acarretará a
duração presumível do deslocamento do
funcionário, de acordo com a restituição do salário-família
regulamentação que for expedida. III - ao filho, o menor de 14 (quatorze) indevidamente recebido, sem prejuízo da
anos que, mediante autorização judicial, penalidade cabível.
viva sob a guarda e sustento do
Art. 157 - O funcionário que, funcionário.
indevidamente, receber diária será § 2º - Ressalvado o disposto no parágrafo
obrigado a restituir, de uma só vez, a anterior, a suspensão ou redução relativa a
importância recebida, ficando ainda sujeito Art. 162 - O ato de concessão terá por base cada dependente ocorrerá no mês seguinte
à punição prevista no artigo seguinte. as declarações do próprio funcionário, que ao do ato ou fato que a determinar.
responderá funcional e financeiramente
por quaisquer incorreções.
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§ 3º - O funcionário, sob pena disciplinar, até o limite correspondente à importância IV - declaração em papel timbrado da
será obrigado a comunicar ao órgão de do auxílio-funeral. creche, instituição educacional
pessoal, dentro de 15 (quinze) dias, toda e regularmente autorizada a funcionar, ou da
qualquer alteração que possa acarretar a DO AUXÍLIO-CRECHE instituição dedicada a portadores de
supressão ou redução do salário-família. necessidades especiais de que o
dependente esteja ali matriculado;
Art. 169-A. O auxílio-creche é devido ao
DO AUXÍLIO-SAÚDE funcionário com renda familiar mensal de
até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), que
Art. 168 - O auxílio-saúde é devido ao possua dependente na faixa etária de 06 V - declaração de que o dependente não
funcionário licenciado por motivo de (seis) meses a 05 (cinco) anos de idade, ou seja favorecido por benefício de igual
acidente em serviço, doença profissional portador de necessidade especial, natureza em outro órgão da administração
ou moléstia grave, especificada em lei, devidamente matriculado em creche, direta, autárquica ou fundacional, empresa
com base nas conclusões da Junta Médica instituição educacional regularmente pública, sociedade de economia mista,
Oficial do Estado. autorizada a funcionar ou em instituição inclusive suas subsidiárias, ou sociedade
dedicada a portadores de necessidades controlada, direta ou indiretamente pelo
especiais. poder público estadual, bem como na
Parágrafo único - O auxílio de que trata iniciativa privada.
este artigo será concedido após cada seis
meses consecutivos de licença, até o
máximo de 24 (vinte e quatro) meses, em § 1° O valor mensal do auxílio-creche é
importância equivalente a um mês da fixado em R$ 200,00 (duzentos reais), § 7° A declaração a que se refere o inciso
remuneração do cargo. limitado a 01 (uma) unidade por família V do § 6° será emitida pelo órgão e/ou
habilitada. pela entidade na qual o funcionário
cônjuge exerça suas atividades.
DO AUXÍLIO-FUNERAL
§ 2° Consideram-se dependentes o filho de
Art. 169. À família do funcionário que qualquer natureza e o menor sob guarda ou
tutela do funcionário, comprovadas § 8° Na hipótese de divórcio ou separação
falecer, ainda que aposentado ou em judicial, o benefício será pago ao
disponibilidade, será pago o auxílio- mediante apresentação dos respectivos
termos. funcionário que mantiver o dependente sob
funeral em valor correspondente a 05 sua guarda ou tutela.
(cinco) vezes o menor vencimento de
cargo de provimento efetivo dos Quadros § 3° No caso de dependentes portadores de
estaduais. necessidade especial, não será considerada § 9° O auxílio-creche não será devido ao
a idade cronológica, desde que seu servidor:
§ 2º - O auxílio-funeral será pago ao desenvolvimento biológico, psicossocial e
cônjuge que, ao tempo da morte, não esteja motor corresponda à idade mental relativa I - em usufruto de licença por motivo de
legalmente separado e em sua falta, à faixa etária prevista no caput deste afastamento do cônjuge ou para tratar de
sucessivamente, ao descendente, artigo, devidamente comprovado por interesses particulares;
ascendente e colateral, consaguíneo ou atestado médico.
afim, até o segundo grau civil, ou não II - quando de sua passagem para
existindo nenhuma pessoa da família do § 4° Na hipótese de ambos os genitores inatividade;
funcionário, a quem promover o enterro. serem funcionários públicos estaduais, o
auxílio será pago somente a um deles. III - na hipótese de seu falecimento.
§ 3º - A despesa decorrente do auxílio-
funeral correrá à conta da dotação § 5° Havendo acumulação legal de cargos,
orçamentária própria por que recebia o o auxílio será pago em correspondência a DAS GRATIFICAÇÕES
funcionário falecido. apenas um dos cargos ocupados pelo
funcionário, sem prejuízo da aplicação do
§ 4º - O pagamento do auxílio-funeral será disposto no § 4°.
Da Gratificação Adicional Por Tempo de
efetuado mediante folha especial, Serviço
organizada pela repartição competente, a
uma das pessoas pela ordem indicada no § § 6° Para a concessão do benefício deverão
2º deste artigo ou a seus procuradores ser apresentados pelo funcionário: Art. 170 - Ao funcionário será concedida,
legais, obedecido o processo sumaríssimo, por quinquênio de efetivo serviço público,
concluído, no prazo máximo de 48 gratificação adicional de 5% (cinco por
I - cópia da Certidão do seu Registro Civil cento) sobre os vencimentos ou a
(quarenta e oito) horas da apresentação do e do seu CPF;
atestado de óbito, incorrendo em pena remuneração do respectivo cargo de
disciplinar o responsável pelo provimento efetivo, vedada a sua
retardamento. II - cópia da Certidão de Nascimento, do computação para fins de novos cálculos de
Termo de Guarda ou Tutela, se necessário, idêntico benefício.
e do cartão de vacinação do dependente;
§ 5º - Quando o pagamento tiver de ser
feito a pessoa estranha à família do
funcionário, além do atestado de óbito, III - cópia do laudo médico, no caso de § 1º - O funcionário fará jus à percepção
apresentará o interessado os comprovantes dependente portador de necessidade da gratificação adicional a partir do dia em
das despesas realizadas com o especial, emitido por junta médica oficial; que completar cada quinquênio.
sepultamento, das quais será indenizado
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Art. 190 - A função gratificada será a cuja unidade competir a realização do Parágrafo único - A gratificação de que
instituída pelo Chefe do Poder Executivo curso ou do concurso. trata este artigo, que se incorporará ao
para atender encargos de chefia, vencimento para efeito de aposentadoria e
assessoramento, secretariado e inspeção, disponibilidade, será disciplinada em
previstos em regulamento ou regimento e DA GRATIFICAÇÃO PELA regulamento a ser baixado pelo Chefe do
que não justifiquem a criação de cargo. ELABORAÇÃO OU EXECUÇÃO DE Poder Executivo, dispondo sobre os
TRABALHO RELEVANTE DE critérios para a sua percepção no
§ 1º - A vantagem de que trata este artigo: NATUREZA TÉCNICA OU correspondente limite máximo.
CIENTÍFICA
I - não constitui situação permanente e os
valores e critérios para fixação de seus Art. 195 - A gratificação pela elaboração DA GRATIFICAÇÃO DE
níveis ou símbolos serão definidos em ato ou execução de trabalho relevante de TRANSPORTE
da autoridade mencionada neste artigo; natureza técnica ou científica será
arbitrada e atribuída pelo Chefe do Poder Art. 198 - A gratificação de transporte será
II - VETADO; Executivo mediante solicitação do paga mensalmente ao pessoal do fisco da
Secretário de Estado ou autoridade Secretaria da Fazenda, calculada no
equivalente. percentual de 20% (vinte por cento) do
III - será percebida pelo funcionário respectivo vencimento básico, ao qual não
cumulativamente com o respectivo se incorporará para nenhum efeito.
vencimento ou remuneração; Parágrafo único - Quando se tratar de
trabalhos necessários ao cumprimento de
convênios celebrados com órgãos do
IV - não excederá, quanto ao seu nível ou Governo Federal, caberá ao titular do DA GRATIFICAÇÃO DO CICLO
símbolo mais elevado, a 4 (quatro) salários órgão executor a competência prevista no BÁSICO E ENSINO ESPECIAL
mínimos de referência. “caput” deste artigo.
Art. 199 - Desde que em efetiva regência
§ 2º - Cabe aos Secretários de Estado e de classe, ao professor será concedida uma
autoridades equivalentes prover as funções DA GRATIFICAÇÃO POR HORA DE gratificação incidente sobre o respectivo
gratificadas instituídas para encargos de VÔO vencimento básico:
chefia, assessoramento, secretariado e I - de 30% (trinta por cento), quando no
inspeção. exercício do magistério inerente à pré-
Art. 196. Aos pilotos de aeronaves, lotados
na Superintendência do Serviço Aéreo do alfabetização e ao 1º Grau, nas 1a. e 2a.
Art. 191 - Não perderá o encargo Gabinete Militar da Governadoria do séries, e ao ensino especial ministrado em
gratificado o funcionário que se ausentar Estado, poderá ser atribuída uma unidade ou classes específicas de alunos
em virtude de férias, luto, casamento e gratificação por hora de voo de, no portadores de deficiência;.
licença para tratar de saúde. mínimo, 30 (trinta) horas e, no máximo, 90
(noventa) horas por mês, na forma que II - de 20% (vinte por cento), quando no
Parágrafo único - Somente será permitida a dispuser o regulamento. exercício do ensino de 1º Grau, nas 3a. e
substituição nos termos dos arts. 21 a 23 4a. séries”.
deste Estatuto. § 1º - A gratificação de que trata este
artigo incorporar-se-á ao respectivo § 1º - Para os efeitos deste artigo
Art. 192 - O funcionário investido em vencimento para efeito de aposentadoria. considera-se em regência de classe o
encargo gratificado ficará sujeito à professor:
prestação de serviço em regime de tempo § 2º - Em nenhuma hipótese a gratificação
integral. por hora de vôo poderá exceder o valor do
maior vencimento, fixado em lei, para a I - em gozo de férias;
Art. 193 - A destituição do funcionário da administração direta do Poder Executivo.
função gratificada por encargos de chefia, II - afastado por motivo de recesso escolar;
assessoramento, secretariado e inspeção
dar-se-á na forma prevista no § 1º do art. DA GRATIFICAÇÃO DE
138 deste Estatuto. III - licenciado:
PRODUTIVIDADE FISCAL
a) para tratamento da própria saúde;
Art .197 - Ao funcionário que exerça
DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO atividade fiscal será atribuída gratificação
DE CURSO OU CONCURSO de produtividade nos percentuais abaixo b) para repouso à gestante;
especificados, incidentes sobre o
Art. 194 - A gratificação por encargo de respectivo vencimento básico: c) por motivo de doença em pessoa da
curso ou concurso destina-se a retribuir o família.
funcionário quando designado para I - até 100% (cem por cento), ao da
membro de comissões de provas ou Secretaria da Fazenda; § 2º - A vantagem de que trata este artigo
concursos públicos ou quando no incorporar-se-á aos proventos de
desempenho da atividade de professor de aposentadoria do professor que tiver
cursos de treinamento, aperfeiçoamento e II - até 50% (cinquenta por cento), nos
demais casos. percebido durante 10 (dez) anos
especialização, regularmente instituídos, e intercalados ou nos seus 5 (cinco) últimos
será fixada e atribuída pelo titular do órgão anos de permanência em atividade.
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Art. 200 - A gratificação de que trata o Art. 205 - A progressão por merecimento com esta gratificação incorporada aos seus
artigo precedente não se incorporará ao poderá efetivar-se a cada 12 (doze) meses, proventos.
vencimento para nenhum efeito e somente reabrindo-se o prazo para progressões
poderá acumular-se com as gratificações posteriores. Art. 210 - O décimo terceiro salário
previstas nas alíneas “a. “b” e “l” do inciso VETADO não será considerado no cálculo
III do art. 139 deste Estatuto. Parágrafo único - A pontuação para a de qualquer outra vantagem pecuniária.
aferição do merecimento correspondente à
Art. 201 - Ressalvados os casos previstos progressão de que trata este artigo far-se-á
no parágrafo único do art. 199, a tomando-se por base a média dos dois DAS FÉRIAS
percepção do benefício disciplinado nesta semestres imediatamente a ela anteriores e
subseção cessa a partir do dia em que o constantes do “Boletim de Avaliação”
professor deixar a regência de classe e referido no art. 78 e não poderá ser inferior Art. 211 - O funcionário fará jus,
somente se restabelece quando a esta a 60 (sessenta) pontos. anualmente, a 30 (trinta) dias de férias, que
retornar. podem ser acumuladas até o máximo de 2
(dois) períodos, no caso de necessidade do
Art. 206 - A progressão horizontal será serviço.
concedida por ato do Secretário da
DA GRATIFICAÇÃO DE INCENTIVO Administração aos funcionários que
À PERMANÊNCIA NO SERVIÇO preencham os requisitos estabelecidos § 1º - Para o primeiro período aquisitivo,
ATIVO nesta seção, mediante processo serão exigidos doze meses de exercício.
formalizado no órgão em que tiverem
Art. 202 - Ao professor de 1º (primeiro) e exercício. § 2º - As férias poderão, a pedido do
2º (segundo) Graus, efetivamente em funcionário e a critério da Administração,
regência de classe, que houver completado ser concedidas em dois períodos, um dos
ou vier a completar tempo de serviço para Do Décimo Terceiro Salário VETADO quais não poderá ser inferior a dez dias
se aposentar voluntariamente, será corridos, devidamente previsto na escala
concedida uma gratificação de 30% (trinta anual de férias.
por cento) sobre o respectivo vencimento, Art. 207 - Até o dia 20 de dezembro de
desde que permaneça em atividade e cada ano, será pago, pelos cofres públicos § 3º - O funcionário perceberá,
enquanto perdurar tal situação. estaduais, o décimo terceiro salário proporcionalmente a cada período, no mês
VETADO a todos os servidores públicos de seu efetivo gozo, a parcela da
Parágrafo único - A gratificação de que do Estado de Goiás, independentemente da gratificação de um terço da remuneração a
trata este artigo não se incorporará ao remuneração a que fizerem jus. que tem direito em razão do período total
vencimento para qualquer efeito e nenhum de férias.
beneficiário poderá percebê-la por prazo § 1º - O décimo terceiro salário VETADO
superior a 5 (cinco) anos. corresponderá 1/12 (um doze avos) da § 4º - O período de férias de funcionários
remuneração devida em dezembro, por que trabalhem em regime de escala de
Art. 203 - Considera-se em regência de mês de serviço, do ano correspondente. plantão iniciará em dia útil.
classe, para efeito de percepção da
gratificação disciplinada nesta subseção, o § 2º - A fração igual ou superior a 15 Art. 212 - É vedado levar à conta de férias
professor que se encontrar nas situações (quinze) dias de trabalho será havida como qualquer falta ao serviço.
previstas nos itens I e II do parágrafo único mês integral para os efeitos do parágrafo
do art. 199. anterior. Art. 213 - As férias somente poderão ser
interrompidas por motivo de calamidade
§ 3º - As faltas legais e justificadas ao pública, comoção interna, convocação para
DA PROGRESSÃO HORIZONTAL serviço não serão deduzidas para os fins o júri, serviço militar ou eleitoral.
previstos no § 1º.
Art. 204 - Progressão horizontal é a Art. 214 - Para efeito de aposentadoria será
variação remuneratória correspondente à § 4º - VETADO. contado em dobro o período de férias não
passagem do funcionário de uma para gozado por motivo de comprovada
outra referência, dentro da mesma classe, necessidade do serviço.
obedecidos os critérios de antiguidade e Art. 208 - O servidor exonerado perceberá - Vide art. 40, § 10 da Constituição
merecimento. o décimo terceiro salário VETADO Federal.
proporcionalmente aos meses de serviço,
calculado sobre o vencimento ou a
§ 1º - Pelo critério de antiguidade o remuneração do mês anterior ao da Parágrafo único - O disposto neste artigo
funcionário passará de uma para outra exoneração. somente produzirá os seus efeitos após
referência a cada 2 (dois) anos de efetivo expirado o limite de acumulação a que se
exercício na classe, independentemente de refere o art. 211 deste Estatuto.
qualquer outra avaliação. Art. 209 - O décimo terceiro salário
VETADO é extensivo ao inativo e será
pago, até o dia 20 de dezembro de cada Art. 214-A. As férias anuais, remuneradas
§ 2º - Para os efeitos deste artigo, o ano, tomando-se por base o valor dos com um terço a mais do que o estipêndio
merecimento e a respectiva aferição far-se- proventos devidos nesse mês, exceto aos normal, devidas e não gozadas, integrais
ão tomando-se por base os resultados que, sob o regime da Consolidação das ou proporcionais, serão indenizadas nos
decorrentes da aplicação das disposições Leis do Trabalho - CLT, já se aposentaram casos de passagem do servidor para a
contidas nos arts. 71 a 78 deste Estatuto. inatividade ou de sua exoneração ou
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demissão do cargo de provimento efetivo término e a data do conhecimento do § 4º - No caso de não ser homologada a
ou em comissão. despacho denegatório. licença, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
o funcionário será obrigado a reassumir o
DAS LICENÇAS Art. 220 - O funcionário não poderá exercício do cargo, sendo considerado
permanecer em licença por prazo superior como falta o período que exceder de 3
Art. 215 - Ao funcionário poderá ser a 24 (vinte e quatro) meses, exceto os (três) dias em que deixou de comparecer
concedida licença: casos previstos nos itens IV, V e VI do art. ao serviço, por haver alegado doença.
215.
I - para tratamento de saúde; Art. 225 - O funcionário acidentado no
§ 1º - Terminada a licença, o funcionário exercício de suas atribuições, ou
reassumirá imediatamente o exercício do acometido de doença profissional, terá
II - por motivo de doença em pessoa da direito a licença com vencimento e
família; cargo, salvo pedido de prorrogação.
vantagens do cargo pelo prazo de até 2
(dois) anos, podendo, porém, a Junta
III - à gestante; § 2º - O não cumprimento do disposto no Médica concluir, desde logo, pela
parágrafo anterior importará na perda total aposentadoria.
do vencimento e, se a ausência se
IV - para o serviço militar; prolongar por mais de 30 (trinta) dias
consecutivos, sem causa justificada, na § 1º - Entende-se por acidente em serviço
V - por motivo de afastamento do cônjuge; demissão por abandono de cargo. aquele que acarrete dano físico ou mental e
tenha relação mediata ou imediata com o
exercício do cargo, inclusive o:
VI - para atividade política; Art. 221 - Decorrido o prazo de 24 (vinte e
quatro) meses de licença para tratamento
de saúde, o funcionário será submetido a I - sofrido pelo funcionário no percurso da
VII - para tratar de interesses particulares; residência ao trabalho ou vice-versa;
nova inspeção médica e aposentado, se for
julgado total e definitivamente inválido
VIII - prêmio; para o serviço público. II - decorrente de agressão física sofrida no
exercício do cargo, salvo se
IX - para freqüência a curso de Art. 222 - O funcionário licenciado nos comprovadamente provocada pelo
especialização, treinamento ou termos dos itens I, II e IX do art. 215 não funcionário.
aperfeiçoamento. poderá dedicar-se a qualquer atividade
remunerada, sob pena de ser cassada a § 2º - A comprovação do acidente,
X - para desempenho de cargo de direção licença e de ser demitido por abandono do indispensável para a concessão da licença,
em entidades classistas. cargo. deverá ser feita em processo regular, no
prazo de 8 (oito) dias, salvo por motivo de
Art. 223 - O funcionário em gozo de força maior.
Art. 216 - Ao funcionário ocupante de
cargo em comissão só poderão ser licença comunicará ao seu chefe imediato
concedidas licenças para tratamento de o local onde poderá ser encontrado. § 3º - Entende-se por doença profissional a
saúde, à gestante e por motivo de doença que se deva atribuir, com relação de causa
em pessoa da família. e efeito, a condições inerentes ao serviço
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO ou fatos nele ocorridos.
Art. 217 - O funcionário deverá aguardar DE SAÚDE
em exercício a concessão da licença, salvo Art. 226 - Será licenciado o funcionário
doença comprovada que o impeça de Art. 224 - A licença para tratar de saúde acometido de moléstia grave, contagiosa
comparecer ao serviço, hipótese em que o será concedida de ofício ou a pedido do ou incurável, especificada em lei, quando a
prazo da licença começará a correr a partir funcionário. inspeção médica não concluir pela
do impedimento. imediata aposentadoria.
I - prova da doença em inspeção médica dia, para amamentação do filho, até os 6 dentro de 30 (trinta) dias, a partir dos quais
verificada na forma dos §§ 1º e 3º do art. (seis) meses de idade. a sua ausência será computada como falta
224; ao trabalho.
II - ser indispensável a assistência pessoal DA LICENÇA PARA O SERVIÇO Art. 237 - O funcionário poderá reassumir
do funcionário e que esta seja incompatível MILITAR o exercício do seu cargo a qualquer tempo,
com o exercício simultâneo do cargo. independentemente de finda a causa da
Art. 232 - Ao funcionário convocado para licença, não podendo, porém, nesta
§ 2º - A licença a que se refere este artigo o serviço militar ou outros encargos de hipótese, renovar o pedido a que alude o §
será: segurança nacional será concedida licença 2º do art. 235, senão depois de 2 (dois)
pelo prazo previsto em legislação anos, salvo se o cônjuge for transferido
específica. novamente para outro lugar.
I - com vencimento integral até o quarto
mês;
§ 1º - A licença será concedida mediante Art. 238 - O disposto nesta seção aplica-se
apresentação de documento oficial que aos funcionários que vivam maritalmente e
II - com 2/3 (dois terços) do vencimento que tenham convivência comprovada por
do quinto ao oitavo mês; comprove a incorporação.
mais de 5 (cinco) anos.
III - com 1/3 (um terço) do vencimento do § 2º - A licença será com o vencimento do
nono ao décimo segundo mês; cargo, descontando-se, porém, a
importância que o funcionário perceber, na DA LICENÇA PARA ATIVIDADE
qualidade de incorporado, salvo se optar POLÍTICA
IV - sem vencimento do décimo terceiro pelas vantagens remuneratórias do serviço
ao vigésimo quarto mês. militar, o que implicará na perda do Art. 239 - Ao funcionário poderá ser
vencimento. concedida licença sem remuneração
durante o período que mediar entre a sua
DA LICENÇA À GESTANTE Art. 233 - Ao funcionário desincorporado escolha, em convenção partidária, como
conceder-se-á prazo não superior a 30 candidato a cargo eletivo, e a véspera do
Art. 228. À funcionária gestante será (trinta) dias para que reassuma o exercício, registro de sua candidatura perante a
concedida, mediante inspeção médica, sob pena de demissão por abandono de Justiça Eleitoral.
licença por 180 (cento e oitenta) dias, com cargo.
o vencimento e vantagens do cargo. Parágrafo único - A partir do registro da
Art. 234 - Ao funcionário, oficial da candidatura e até o 10º (décimo) dia
reserva das Forças Armadas, será seguinte ao da eleição, o funcionário fará
§ 1º - Salvo prescrição médica em concedida licença com o vencimento do jus à licença remunerada, como se em
contrário, a licença será concedida a partir cargo, durante o período de estágios de atividade estivesse.
do início do oitavo mês de gestação. serviço militar não remunerados e
previstos em regulamentos militares. DA LICENÇA PARA TRATAR DE
§ 2º - No caso de nascimento prematuro, a INTERESSES PARTICULARES
licença terá início a partir do dia do parto. Parágrafo único - Quando o estágio for
remunerado, fica-lhe assegurado o direito Art. 240 - O funcionário poderá obter
§ 3º - No caso de natimorto, decorridos 30 de opção. licença sem vencimentos para tratar de
(trinta) dias do evento, a funcionária será interesses particulares, a juízo da
submetida a exame médico e, se julgada administração.
apta, reassumirá o exercício. DA LICENÇA POR MOTIVO DE
AFASTAMENTO DO CÔNJUGE § 1º - O funcionário aguardará em
Art. 229 - A funcionária gestante, quando exercício a concessão da licença.
ocupante de cargo cujas atribuições exijam Art. 235 - O funcionário terá direito a
esforço físico considerável, será deslocada licença sem vencimento quando o seu § 2º - A licença poderá ser concedida pelo
para função compatível com o seu estado, cônjuge for mandado servir em outro prazo de 4 (quatro) anos, prorrogável por
a partir do quinto mês de gestação. ponto do território estadual ou mesmo fora igual período, ficando vedado o cômputo,
dele. para quaisquer efeitos, de tempo de serviço
Art. 230. À funcionária que adotar ou prestado à iniciativa privada, ou de
obtiver a guarda judicial de criança de até § 1º - Existindo, no novo local da contribuição como segurado facultativo,
12 (doze) anos de idade incompletos será residência, repartição estadual, o durante o período de afastamento.
concedida licença remunerada de 180 funcionário poderá ser lotado, se houver
(cento e oitenta) dias, mediante vaga, em caráter temporário.
apresentação de documento oficial § 3º - O disposto nesta seção não se aplica
comprobatório da adoção ou da guarda. § 2º - A licença será concedida mediante aos funcionários em estágio probatório.
pedido devidamente instruído, que deverá
ser renovado de 2 (dois) em 2 (dois) anos. Art. 241 - O funcionário poderá desistir da
Art. 231 - Em qualquer dos casos previstos licença a qualquer tempo.
neste capítulo, após o término da licença, a Art. 236 - Finda a causa da licença, o
funcionária disporá de 1 (uma) hora por funcionário deverá reassumir o exercício
39
Art. 242 - Em caso de interesse público jurídico-administrativo e reiniciando-se a Art. 249 - Para a consecução dos objetivos
comprovado, a licença poderá ser sua contagem a partir da cessação do de que trata os Capítulos II e III do Título
interrompida, devendo o funcionário ser mesmo. V deste Estatuto, poderá ser concedida
notificado do fato. licença ao funcionário matriculado em
Art. 246 - Interrompe a contagem do curso de doutorado, mestrado, de
Parágrafo único - Na hipótese deste artigo, tempo de serviço para efeito de apuração especialização, treinamento ou
o funcionário deverá apresentar-se ao do qüinqüênio: aperfeiçoamento profissional, a realizar-se
serviço no prazo de 30 (trinta) dias, a partir fora da sede de sua lotação.
da notificação, findos os quais a sua - Vide Lei nº 10.872, de 7-7-89, art. 32.
I - licença para tratamento da própria
ausência será computada como falta. saúde, por prazo superior a 90 (noventa)
dias, consecutivos ou não; § 1º - O doutorado, o mestrado, a
especialização, o treinamento ou o
DA LICENÇA-PRÊMIO aperfeiçoamento profissional deverão visar
II - licença por motivo de doença em o melhor aproveitamento do funcionário
pessoa da família por prazo superior a 60 no serviço público.
Art. 243. A cada qüinqüênio de efetivo (sessenta) dias, consecutivos ou não;
exercício prestado ao Estado, na condição
de titular de cargo de provimento efetivo, o § 2º - Compete ao Secretário da
III - licença para tratar de interesses Administração, por solicitação do titular
funcionário terá direito à licença-prêmio particulares;
de 3 (três) meses, a ser usufruída em até 3 do órgão de lotação do funcionário,
(três) períodos de, no mínimo, 1 (um) mês conceder a licença prevista neste artigo.
cada, com todos os direitos e vantagens do IV - licença para atividade política;
cargo. § 3º - Em casos de acumulação de cargos
- Redação dada pela Lei nº 16.378, de 21- V - falta injustificada, superior a 30 (trinta) somente será concedida a licença quando o
11-2008, art. 1º. dias no qüinqüênio; curso visar o aproveitamento do
funcionário em relação a ambos.
Parágrafo único - O funcionário ao entrar VI - pena de suspensão.
em gozo de licença-prêmio perceberá, § 4º - Realizando-se o curso na mesma
durante este período, o vencimento do Parágrafo único - Interrupção, para os localidade da lotação do funcionário, ou
cargo de provimento efetivo acrescido das efeitos deste artigo, é a solução de em outra de fácil acesso, em lugar da
vantagens pecuniárias a que fizer jus, continuidade na contagem do tempo, licença poderá ser concedida simples
previstas nas alíneas “a”, “e”, “m” e “n” fazendo findar seus efeitos a contar de dispensa do expediente, nos dias e horários
do inciso III do art. 139 deste Estatuto. determinado ato jurídico-administrativo, necessários à freqüência regular do curso.
(*) - Revogado a alínea "b" pela Lei nº para dar início a nova contagem a partir da
12.716, de 02-10-1995, art. 1º, inciso II. cessação do referido ato. § 5º - Considera-se como de efetivo
exercício o período de afastamento do
Art. 244 - Em caso de acumulação de Art. 247 - Para apuração do qüinqüênio funcionário motivado pela licença
cargos, a licença-prêmio será concedida computar-se-á, também, o tempo de concedida nos termos desta seção,
em relação a cada um deles simultânea ou serviço prestado anteriormente em outro mediante comprovação de freqüência no
separadamente. cargo estadual, desde que entre um e outro curso respectivo, fornecida pelo dirigente
não haja interrupção de exercício por prazo do órgão encarregado de sua ministração.
Parágrafo único - Será independente o superior a 30 (trinta) dias.
cômputo do qüinqüênio em relação a cada § 6º - Ao servidor em estágio probatório
um dos cargos. Art. 248 - Para efeito de aposentadoria será não será concedida a licença de que trata
contado em dobro o tempo de licença- o caput deste artigo, exceto na hipótese
Art. 245 - Suspende a contagem do tempo prêmio que o funcionário não houver do § 4º e desde que não inviabilize a
de serviço para efeito de apuração do gozado. avaliação especial de desempenho.
qüinqüênio: - Vide art. 40, § 10 da Constituição
Federal. DO TEMPO DE SERVIÇO
I - licença para tratamento da própria
saúde, até 90 (noventa) dias, consecutivos Art. 248-A. Os períodos de licença-prêmio Art. 250 - Será feita em dias a apuração do
ou não; não usufruídos pelo servidor, quando em tempo de serviço.
atividade, não poderão ser convertidos em
II - licença por motivo de doença em pecúnia, exceto na hipótese de § 1º - O número de dias será convertido
pessoa da família até 60 (sessenta) dias, indeferimento do pedido de gozo em razão em anos, considerado o ano como de 365
consecutivos ou não; de necessidade do serviço público. (trezentos e sessenta e cinco) dias.
Art. 251 - A apuração é a liquidação do Art. 254 - O cômputo de tempo de serviço b) após 30 (trinta) anos de exercício em
tempo de serviço público à vista dos público, à medida que flui, somente será função de magistério, como tal
assentamentos do funcionário, arquivados feito no momento em que dele necessitar o considerada a efetiva regência de classe, se
no órgão de pessoal responsável pela funcionário para comprovação de direitos professor, e 25 (vinte e cinco), se
guarda daqueles documentos. assegurados em lei. professora.
Parágrafo único - Quando os Parágrafo único - A contagem de tempo de Parágrafo único - Considera-se em função
assentamentos não oferecerem dados serviço público reger-se-á pela lei em de magistério, para os efeitos do disposto
suficientes que permitam um segura vigor à ocasião em que o serviço haja sido na alínea “b” do item III deste artigo, o
apuração do tempo de serviço prestado, o prestado. funcionário:
órgão responsável pelo levantamento
deverá recorrer, subsidiariamente, ao I - no exercício de cargo em comissão:
registro da freqüência ou à folha de DA DISPONIBILIDADE
pagamento.
a) na esfera da administração direta e
Art. 255 - Disponibilidade é o afastamento indireta do Poder Executivo;
Art. 252 - Será contado, integralmente, temporário do funcionário efetivo ou
para efeito de aposentadoria e estável em virtude da extinção do cargo ou
disponibilidade, o tempo de serviço b) fora da esfera estadual desde que o
da declaração de sua desnecessidade. comissionamento se dê na área da
prestado:
educação.
Art. 256 - Extinto o cargo ou declarada a
I - como contratado ou sob qualquer outra sua desnecessidade, o funcionário ficará
forma de admissão, desde que remunerado II- no exercício:
em disponibilidade remunerada, com
pelos cofres estaduais; vencimentos proporcionais ao seu tempo
de serviço. a) de função ou mandato de Diretor de
II - a instituição de caráter privado, que Unidade Escolar;
tiver sido encampada ou transformada em Art. 257 - Qualquer alteração de
estabelecimento de serviço público; vencimento concedida, em caráter geral, b) de função de Secretário de Unidade
aos funcionários em atividade, será Escolar.
III - à União, aos Estados, aos Territórios, extensiva, na mesma época e proporção, ao
aos Municípios e ao Distrito Federal; provento do disponível. III - que houver exercício integrante do
Grupo Ocupacional Especialista em
IV - a autarquias, fundações, empresas Art. 258 - O período relativo à Educação, do extinto Quadro Único do
públicas e sociedades de economia mista disponibilidade será considerado como de Magistério Público Estadual, enquanto
sob o controle acionário do Estado; efetivo exercício para efeito de tiver durado a respectiva investidura.
aposentadoria e gratificação adicional.
V - às Forças Armadas;
Art. 261 - É automática a aposentadoria
DA APOSENTADORIA compulsória, que será declarada com efeito
§ 1º - O tempo de serviço somente será a partir do dia seguinte àquele em que o
contado uma vez para cada efeito, vedada funcionário completar a idade limite.
a acumulação do que tiver sido prestado Art. 259 - Aposentadoria é o dever
concomitantemente. imposto ao Estado de assegurar ao
funcionário o direito à inatividade, como Parágrafo único - O retardamento do ato
uma compensação pelos serviços já declaratório a que se refere este artigo não
§ 2º - Não será contado o tempo de serviço evitará o afastamento do funcionário nem
que já tenha sido base para concessão de prestados ou como garantia de amparo
contra as consequências da velhice e da servirá de base ao reconhecimento de
aposentadoria por outro sistema. qualquer direito ou vantagem.
invalidez.
Art. 253 - Não será computado, para Art. 262 - A aposentadoria por invalidez
nenhum efeito, o tempo: Art. 260 - Salvo disposição constitucional
em contrário, o funcionário será será precedida de licença para tratamento
aposentado: de saúde, por período não excedente a 24
I - da licença por motivo de doença em (vinte e quatro) meses, salvo quando o
pessoa da família do funcionário quando laudo médico oficial concluir pela
não remunerada; I - por invalidez; incapacidade definitiva do funcionário
para o serviço público.
II - da licença para tratar de interesses II- compulsoriamente, aos 70 (setenta)
particulares; anos de idade; § 1º - Após o período de licença, e não
estando em condições de assumir o cargo
III - da licença por motivo de afastamento III - voluntariamente: ou de ser readaptado em outro mais
do cônjuge; compatível com a sua capacidade, o
a) após 35 (trinta e cinco) anos de serviço, funcionário será declarado aposentado.
IV- de afastamento não remunerado. se do sexo masculino, ou 30 (trinta), se do
feminino; § 2º - A declaração de aposentadoria, na
hipótese do parágrafo anterior, será
precedida de perícia, realizada pela Junta
41
Médica Oficial, em que se verifique e Parágrafo único - Para o pessoal do I - for considerado, por laudo médico,
relate a ocorrência de incapacidade do magistério do ensino fundamental e médio, definitivamente incapaz para o serviço
funcionário para o serviço público. o cálculo dos proventos ainda levará em público;
conta a média da jornada de trabalho dos
§ 3º - O piloto de aeronave, considerado 12 (doze) últimos meses anteriores à data II - completar idade limite para a
incapacitado para as suas funções pela da autuação do requerimento, do laudo aposentadoria compulsória.
Junta Médica Superior de Saúde do médico oficial ou do implemento do limite
Ministério da Aeronáutica, será readaptado de idade para permanência no serviço
ativo, conforme se trate de aposentadoria Parágrafo único - O procedimento de que
VETADO com vencimentos integrais, trata a parte inicial do “caput” deste artigo
inclusive gratificações e horas de vôo. voluntária, por invalidez ou compulsória,
respectivamente. deverá ser adotado pelo Secretário da
Administração ou autoridade equivalente,
Art. 263 - O funcionário em quando for publicado o decreto de
disponibilidade poderá ser aposentado nos Art. 266 - Os proventos da inatividade aposentadoria voluntária do funcionário.
termos do art. 258. serão revistos na mesma proporção e na
mesma data, sempre que se modificarem
os vencimentos dos funcionários em Art. 269 - O funcionário aposentado fica
Art. 264 - O provento da aposentadoria atividade, VETADO. eximido de contribuição previdenciária,
será: sem perder, contudo, o direito às
vantagens oferecidas pelo órgão
Art. 267 - O funcionário que contar tempo previdenciário do Estado.
I - correspondente ao vencimento integral de serviço suficiente para se aposentar
do cargo quando o funcionário: voluntariamente passará à inatividade:
Da Previdência e Assistência
a) contar o tempo de serviço legalmente I - com o vencimento do cargo efetivo
previsto para a aposentadoria voluntária; acrescido, alem de outros benefícios Art. 270 - Em caráter geral, a previdência e
previstos nesta lei, da gratificação de assistência dos funcionários do Estado
b) for invalidado para o serviço público, função ou de representação que houver serão prestadas através do Instituto de
por acidente em serviço ou em decorrência exercido, em qualquer época, por no Previdência e Assistência dos Servidores
de doença profissional; mínimo 5 (cinco) anos ininterruptos; do Estado - IPASGO, na forma da
legislação própria.
c) for acometido de tuberculose ativa, II - com iguais vantagens, desde que o
alienação mental, neoplasia maligna, exercício referido no inciso anterior tenha Art. 271 - Sem prejuízo de outros
cegueira progressiva, hanseníase, compreendido um período de, pelo menos, benefícios devidos em razão do artigo
cardiopatia grave, paralisia irreversível e 10 (dez) anos intercalados. precedente, a vida e a preservação de
incapacitante, doença de Parkinson, Coréia acidentes nos locais de trabalho de
de Huntington, espondiloartrose funcionários serão protegidas por seguros
§ 1° - Quando mais de um cargo ou função coletivos, cujos valores serão atualizados
anquilosante, nefropatia grave, estados haja sido exercido, será atribuída a
avançados de Paget (osteíte deformante) e anualmente.
vantagem do de maior valor, desde que lhe
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - corresponda um exercício não inferior a 12
AIDS, com base nas conclusões da Junta (doze) meses. Fora dessa hipótese, Parágrafo único - Independentemente do
Médica Oficial do Estado; atribuir-se-á a vantagem do de valor disposto neste artigo, o local de trabalho
imediatamente inferior dentre os exercidos do funcionário disporá de todas as
d) na inatividade for acometido de por igual período. condições que garantam a redução dos
qualquer das doenças especificadas na riscos inerentes às suas atribuições, por
alínea anterior; meio de normas de saúde, higiene,
§ 2° - O período de prestação de serviços conforto e segurança.
em regime de tempo integral, desde que
II -proporcional ao tempo de serviço, nos não obrigatório para o exercício do cargo,
demais casos. será computado para efeito do interstício a Art. 272 - Os planos de assistência de que
que se referem os incisos I e II deste trata este capítulo compreenderão:
Parágrafo único - A proporcionalidade de artigo.
que trata o item II corresponderá, por ano I - financiamento imobiliário;
de efetivo exercício, a 1/35 (um trinta e § 3° - Os benefícios de que trata este artigo
cinco) avos, para os funcionários do sexo serão reajustados na mesma proporção, II - assistência judiciária;
masculino, e a 1/30 (um trinta) avos para sempre que forem majorados para o
os de sexo feminino, e, para os ocupantes funcionário em atividade. III - manutenção de creches;
de funções de magistério, 1/30 (um trinta)
avos, se professor, ou 1/25 (um vinte e Art. 268 - O chefe do órgão em que o
cinco) avos, se professora. IV - auxílio para fundação e manutenção
funcionário estiver lotado determinará o de associações beneficentes, cooperativas
seu afastamento do exercício do cargo, e recreativas dos funcionários;
Art. 265 - O cálculo dos proventos terá por comunicando o fato à autoridade
base o vencimento do cargo acrescido de competente para a decretação da respectiva
gratificação adicional por tempo de serviço aposentadoria, através do Secretário da V - cursos de aperfeiçoamento e
e outras vantagens pecuniárias, Administração, no dia imediato ao em que: especialização profissional;
incorporáveis na forma desta lei.
42
exercício não elidirá o de pleitear em exercício de um deles. não resultar inconveniência para o serviço
instância administrativa. público;
4 - Do Regime Disciplinar
Art. 292 - O direito de petição será XIV - apresentar-se decentemente trajado
exercido diretamente pelo funcionário ou ao serviço;
por seu cônjuge ou parente até o 2º grau, DOS DEVERES
mediante procuração com poderes XV - trazer rigorosamente atualizados as
expressos e essenciais ou, ainda, por Art. 294 - São deveres do funcionário: leis, regulamentos, regimentos, instruções
advogado regularmente constituído. e ordens de serviço, pertinentes às suas
I -assiduidade; atribuições;
Parágrafo único - Para o exercício do
direito de petição, será assegurada vista do XVI - manter espírito de solidariedade,
processo ou documento, na sede da II - pontualidade;
cooperação e lealdade para com os colegas
repartição, ao funcionário ou procurador de serviço;
especialmente constituído. III - discrição;
XVII - freqüentar cursos de treinamento,
IV - urbanidade aperfeiçoamento e especialização
Da Acumulação profissional legalmente instituídos.
V- lealdade às instituições constitucionais
Art. 293. Ressalvados os casos previstos e administrativas a que servir; Parágrafo único - As faltas às aulas dos
na Constituição Federal, é vedada a cursos a que se refere o inciso XVII deste
acumulação remunerada de cargos VI - observância das normas legais e artigo equivalerão, para todos os efeitos, à
públicos. regulamentares; ausência ao serviço, salvo se por motivo
justo, comunicado e inequivocamente
VII - obediência às ordens superiores, evidenciado nas 24 (vinte e quatro) horas
§ 1º A proibição de acumular estende-se a exceto quando manifestamente ilegais; imediatamente seguintes, através de prova
cargos, empregos e funções e abrange idônea.
autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista, suas VIII - zelo pela economia e conservação
subsidiárias e sociedades controladas, do material que lhe for confiado e pelo
desempenho dos encargos de que for Do Aperfeiçoamento e da Especialização
direta ou indiretamente, pelo poder
público. incumbido;
Art. 295 - É dever do funcionário
IX - exposição, aos chefes, das dúvidas e diligenciar para o seu constante
dificuldades que encontrar no exame dos aperfeiçoamento profissional e cultural.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que
lícita, fica condicionada à comprovação da documentos e papéis sujeitos ao seu
compatibilidade de horários. estudo; Art. 296 - O funcionário tem por dever
freqüentar, salvo motivos relevantes que o
X - levar ao conhecimento de seu chefe impeçam, cursos de especialização,
imediato as irregularidades de que tiver treinamento e aperfeiçoamento
§ 3º Considera-se acumulação proibida a profissional, para os quais seja
percepção de vencimento ou subsídio de ciência, em razão de seu cargo,
representando à autoridade superior, se expressamente designado ou convocado.
cargo efetivo ou emprego público com
proventos da inatividade, salvo quando os aquele não levar na devida conta a
cargos de que decorram essas informação prestada; Art. 297 - Para que o funcionário possa
remunerações sejam acumuláveis na ampliar sua capacidade profissional, o
atividade. XI - guardar sigilo sobre os assuntos de Estado promoverá cursos de especialização
natureza confidencial; e aperfeiçoamento, conferências,
congressos, publicações de trabalhos
referentes ao serviço público e viagens de
§ 4º É vedada a percepção simultânea de XII - atender, com preterição de qualquer estudo.
proventos de aposentadoria com a outro serviço:
remuneração ou o subsídio de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os § 1º - O Estado pode conceder facilidades,
a) as requisições para defesa da Fazenda; inclusive financeiras, supletivas, ao
cargos acumuláveis na forma da
Constituição Federal, os cargos eletivos e funcionário que, por iniciativa própria,
os cargos em comissão declarados em lei b) a expedição das certidões requeridas tenha obtido bolsa de estudo ou inscrição
de livre nomeação e exoneração. para a defesa de direitos e esclarecimentos em cursos fora do Estado ou no exterior,
de situações de que trata o inciso III do art. desde que a modalidade de que trate seja
282; correlata à sua formação e atividade
§ 5º O servidor vinculado ao regime desta profissional no serviço público estadual.
Lei, que acumular licitamente 02 (dois)
cargos efetivos, quando investido em c) ao público em geral;
cargo de provimento em comissão, ficará Art. 298 - O Estado manterá em caráter
afastado de ambos os cargos efetivos, permanente, no orçamento de cada
XIII - residir na localidade onde for lotado
salvo na hipótese em que houver exercício, dotação suficiente destinada a
para exercer as atribuições inerentes ao seu
compatibilidade de horário e local com o cargo, ou em localidade vizinha, se disto
44
garantir a consecução dos objetivos b) ministrar técnicas específicas de XI - cometer a pessoa estranha à
dispostos neste Capítulo. administração, particularmente nos setores repartição, fora dos casos previstos em lei,
de planejamento administrativo; o desempenho de encargo que lhe competir
Art. 299 - Os diplomas, certificados de lançamento e arrecadação de tributo; ou a seus subordinados;
aproveitamento e atestados de freqüência, elaboração e execução de orçamentos;
fornecidos pelo órgão responsável pela administração de pessoal; administração de XII - deixar de pagar, com regularidade, as
administração de cursos e bolsa de material; organização e métodos; relações pensões a que esteja obrigado em virtude
estudos, influem como títulos nos públicas e atividades de chefia; de decisão judicial;
concursos em geral e nas promoções e
acessos de classe em que esteja interessado c) ministrar aulas de preparação para XIII - faltar à verdade no exercício de suas
o seu portador, desde que expedidos na concursos funções, por malícia ou má fé;
conformidade do disposto no § 3º do art.
79. 5 - DAS TRANSGRESSÕES XIV - deixar de informar, com presteza, os
DISCIPLINARES (lei 10.460/88) processos que lhe forem encaminhados;
Parágrafo único - O edital de que trata o §
4º do art. 79 caracterizará a valorização de Art. 303 - Constitui transgressão
cada espécie dos títulos a que se refere este XV -dificultar ou deixar de levar ao
disciplinar e ao funcionário é proibido: conhecimento da autoridade competente,
artigo, apreçando mais os obtidos
mediante a prestação de provas de por via hierárquica e em 24 (vinte e
conhecimentos e considerando, inclusive, I - referir-se, de modo depreciativo ou quatro) horas, queixas, denúncia,
o conceito das instituições expedidoras do desrespeitoso, em informação, representação, petição, recurso ou
título. requerimento, parecer ou despacho, às documento que houver recebido, se não
autoridades, a funcionários e usuários bem estiver na sua alçada resolver;
como a atos da administração pública,
DO TREINAMENTO podendo, porém, em trabalho assinado, XVI - negligenciar ou descumprir qualquer
criticá-los do ponto de vista doutrinário ou ordem legítima;
Art. 300 - O Estado manterá, na esfera do da organização do serviço;
Poder Executivo, através da
Superintendência de Recrutamento, XVII - apresentar, maliciosamente, queixa,
II - retirar, sem prévia autorização da denúncia ou representação;
Seleção e Desenvolvimento de Pessoal, autoridade competente, qualquer
vinculada à estrutura da Secretaria da documento ou objeto da repartição;
Administração; do Centro de Treinamento XVIII - lançar, em livros oficiais de
do Departamento de Recursos Humanos da registro, anotações, reclamações,
Secretaria da Fazenda; da III - promover manifestação de apreço ou reivindicações ou quaisquer outras
Superintendência da Academia de Polícia, desapreço no recinto da repartição; matérias estranhas às suas finalidades;
integrante da Secretaria da Segurança
Pública e de outras entidades de ensino IV - valer-se do cargo para lograr proveito XIX - adquirir, para revenda, de
conveniadas, cursos de especialização, pessoal ilícito; associação de classe ou entidades
aperfeiçoamento e treinamento para os beneficentes em geral, gêneros ou
funcionários regidos por este Estatuto. V - coagir ou aliciar subordinado com o quaisquer mercadorias;
objetivo de natureza político-partidária;
Art. 301 - Constituem, dentre outros, XX - entreter-se, durante as horas de
objetivos dos cursos referidos no artigo VI - participar da gerência ou da trabalho, em palestras ou outros afazeres
anterior: administração de empresa industrial ou estranhos ao serviço;
comercial, exceto as de caráter cultural ou
I - de especialização: educacional; XXI - deixar, quando comunicado em
tempo hábil, de providenciar a inspeção
a) ministrar conhecimentos técnicos VII - exercer comércio ou participar de médica do servidor, seu subordinado, que
especializados, tendo em vista o sociedade comercial, exceto como faltou ao serviço por motivo de saúde;
aprimoramento do funcionário no campo acionista, cotista ou comanditário;
de sua atividade profissional; XXII - deixar, quando sob sua
VIII - praticar a usura em qualquer de suas responsabilidade, de prestar informações
b) propiciar ao funcionário condições de formas; sobre funcionário em estágio probatório;
aprimoramento técnico específico, através
de palestras, conclaves, seminários ou IX - pleitear, como procurador ou XXIII - esquivar-se de providenciar a
simpósios, relativos ao campo de sua intermediário ,junto às repartições respeito de ocorrência no âmbito de suas
especialização; públicas, salvo quando se tratar de atribuições, salvo no caso de impedimento,
percepção de vencimentos e vantagens de o que comunicará em tempo hábil;
II - de aperfeiçoamento e treinamento: parentes até o segundo grau;
XXIV - representar contra superior
a) fornecer ao servidor elementos gerais de X - receber propinas, comissões, presentes hierárquico, sem observar as prescrições
instrução; ou vantagens de qualquer espécie; regulamentares;
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XXV - propor transações pecuniárias a XXXIX - demonstrar parcialidade nas LII - introduzir ou distribuir na repartição
superior ou a subordinado com o objetivo informações de sua responsabilidade, para quaisquer escritos que atentem contra a
de auferir lucro; a aferição do merecimento de funcionário; disciplina e a moral;
XXVI - fazer circular ou subscrever lista XL - influir para que terceiro intervenha LIII - residir fora da localidade em que
de donativo no recinto da repartição; para sua promoção ou para impedir a sua exerce as funções do cargo, exceto no caso
remoção; da ressalva de que trata o item XIII do art.
XXVII - utilizar-se do anonimato para 294;
qualquer fim; XLI - retardar o andamento do processo
sumaríssimo para pagamento de auxílio- LIV - praticar crimes contra a
XXVIII - aconselhar ou concorrer para não funeral; administração pública;
ser cumprida qualquer ordem de
autoridade competente, ou para que seja XLII - receber gratificação por serviço LV - lesar os cofres públicos ou dilapidar
retardada a sua execução; extraordinário que não tenha prestado o patrimônio estadual;
efetivamente;
XXIX - simular doença para esquivar-se LVI - praticar ofensas físicas, em serviço,
do cumprimento da obrigação; XLIII - deixar de aplicar penalidades contra funcionário ou qualquer pessoa,
merecidas, quando lhe forem afetas, a salvo se em legítima defesa devidamente
XXX - trabalhar mal, intencionalmente ou funcionário subordinado ou, em caso comprovada;
por negligência; contrário, deixar de comunicar a infração à
autoridade competente, para que o faça; LVII - cometer insubordinação grave em
XXXI - faltar ou chegar atrasado ao serviço;
serviço, ou deixar de participar, com XLIV - deixar de adotar a tempo, na esfera
antecedência, à autoridade imediatamente de suas atribuições, providências LVIII - aplicar, irregularmente, dinheiro
superior, a impossibilidade de comparecer destinadas a evitar desfalques ou alcances público;
à repartição, salvo motivo justo; pecuniários por parte de detentores de
dinheiro ou valores do Estado, dada a sua
vida irregular ou incompatível com seus LIX - revelar segredo que conheça em
XXXII - permutar processo, tarefa ou vencimentos ou renda particular, cuja razão de seu cargo ou função;
qualquer serviço que lhe tenha sido comprovação poderá ser exigida;
atribuído, sem expressa permissão da LX - abandonar, sem justa causa, o
autoridade competente; exercício de suas funções durante o
XLV - abrir ou tentar abrir qualquer
dependência da repartição fora das horas período de 30 (trinta) dias consecutivos;
XXXIII - abandonar o serviço para o qual de expediente, desde que não esteja
tenha sido designado; expressamente autorizado pela autoridade LXI - faltar, sem justa causa, ao serviço
competente; por 45 (quarenta e cinco) dias
XXXIV - não se apresentar, sem motivo interpolados, durante o período de 365
justo, ao fim de licença para tratar de XLVI - fazer uso indevido de veículo da (trezentos e sessenta e cinco) dias;
interesses particulares, férias, cursos ou repartição;
dispensa de serviço para participação em LXII - exercer advocacia administrativa;
congressos, bem como depois de
comunicado que qualquer delas foi XLVII - atender, em serviço, com
interrompida por ordem superior; desatenção ou indelicadeza, qualquer LXIII - ofender, provocar, desafiar ou
pessoa do público; tentar desacreditar qualquer colega ou
autoridade superior, com palavras, gestos
XXXV - desrespeitar ou procrastinar o ou ações;
cumprimento de decisão ou ordem XLVIII - indispor o funcionário contra os
judicial, bem como criticá-las; seus superiores hierárquicos ou provocar,
velada ou ostensivamente, animosidade LXIV - dar-se ao vício de embriaguez pelo
entre seus pares; álcool ou por substâncias de efeitos
XXXVI - usar, durante o serviço, mesmo análogos;
em quantidade insignificante, bebida
alcóolica de qualquer natureza; XLIX - acumular cargos, funções e
empregos públicos, ressalvadas as LXV - importar ou exportar, usar, remeter,
exceções constitucionais previstas; preparar, produzir, fabricar, adquirir,
XXXVII - recusar-se, sem justa causa, a vender, expor à venda ou oferecer,
submeter-se a inspeção médica ou exame fornecer, ainda que gratuitamente, ter em
de capacidade intelectual ou vocacional L - dar causa, intencionalmente, a extravio
ou danificação de objetos pertencentes à depósito, transportar, trazer consigo,
previstos neste Estatuto; guardar, prescrever, ministrar ou entregar
repartição;
de qualquer forma a consumo, substância
XXXVIII - negligenciar na guarda de entorpecente ou que determine
objetos pertencentes à repartição e que, em LI - fazer diretamente, ou por intermédio dependência física ou psíquica, sem
decorrência da função ou para o seu de outrem, transações pecuniárias, autorização legal ou regulamentar.
exercício, lhe tenham sido confiados, envolvendo assunto do serviço, bens do
possibilitando a sua danificação ou Estado ou artigos de uso proibido;
Art. 304. Constitui, ainda, transgressão
extravio; disciplinar, quanto aos funcionários
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ocupantes de cargos inerentes às funções desabonadores antecedentes criminais, sem indiciada em inquérito policial, salvo nos
de polícia civil ou de segurança prisional: razão de serviço; casos em que couber à autoridade nomear
defensor;
I - transitar por logradouro público sem o XII – praticar ato que importe em
respectivo cartão de identidade; escândalo ou que concorra para XXIII - impedir ou tornar impraticável,
comprometer a função policial ou função por qualquer meio, na fase de inquérito
II - deixar de guardar, em público, a devida da administração penitenciária; policial ou durante o interrogatório do
compostura; indiciado, mesmo ocorrendo
incomunicabilidade, a presença de seu
XIII - deixar de cumprir ou de fazer advogado;
III – dar conhecimento, por qualquer
modo, de ocorrência do serviço policial ou cumprir, na esfera de suas atribuições, as
da administração penitenciária a quem não leis e os regulamentos; XXIV - ordenar ou executar medida
tenha atribuições para nela intervir; privativa da liberdade individual sem as
- Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- XIV – atribuir-se a qualidade de formalidades legais ou com abuso do
10-2008 representante de qualquer órgão ou de poder;
autoridade da respectiva Secretaria;
IV – discutir ou provocar discussões, pela - Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- XXV - submeter pessoa sob sua guarda ou
imprensa, a respeito de assuntos policiais 10-2008 custódia a vexame ou constrangimento;
ou assuntos da administração
penitenciária, excetuando-se os de XV – frequentar, sem razão de serviço, XXVI - deixar de comunicar
natureza exclusivamente técnica, quando lugares incompatíveis com o decoro da imediatamente ao juiz competente a prisão
devidamente autorizados; função policial ou da administração de qualquer pessoa;
- Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- penitenciária;
10-2008 XXVII - levar à prisão ou nela conservar
quem quer que se proponha a prestar
V - introduzir material inflamável ou XVI - comparecer, ostensivamente, em fiança, quando admitida em lei;
explosivo na repartição, salvo se em casa de prostituição, boates, casas de
obediência a ordem de serviço; danças, bares e restaurantes da zona do XXVIII - atentar, com abuso de autoridade
meretrício, participando de mesas ou das ou prevalecendo-se dela, contra a
VI – revelar sua qualidade de policial ou diversões, bem como fazendo uso de inviolabilidade do domicílio;
de servidor da administração penitenciária, bebidas alcoólicas, em serviço ou fora
fora dos casos necessários ou convenientes dele;
XXIX – espalhar falsas notícias em
ao serviço; prejuízo da ordem policial ou da
- Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- XVII - fazer uso indevido de arma, bem administração penitenciária, ou do bom
10-2008 como portá-la ostensivamente em público; nome da respectiva Secretaria;
VII - pedir quaisquer gratificações, XVIII – maltratar preso sob sua guarda ou
reclamá-las ou aceitá-las fora dos casos usar de violência desnecessária, no XXX -provocar ou fazer-se,
legais; exercício da função policial ou de voluntariamente, causa ou origem de
segurança prisional; alarmes injustificáveis;
VIII - recusar-se a exercer o ofício de - Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07-
defensor, bem como fazer afirmação falsa, 10-2008
XXXI - deixar alguém conversar ou
negar ou calar a verdade, como testemunha entender-se com preso incomunicável, sem
ou perito em processo disciplinar, quando XIX - permitir que presos conservem em estar, para isso, autorizado por autoridade
designado, salvo por motivo justo; seu poder instrumentos que possam causar competente, salvo nos casos do item
danos nas dependências em que estejam XXIII;
IX - referir-se de modo depreciativo ou recolhidos ou produzir lesões em terceiros;
desrespeitoso a autoridades XXXII- conversar ou entender-se com
hierarquicamente superiores e a atos da XX - deixar de concluir, nos prazos legais, preso incomunicável, sem para isso estar
administração pública, qualquer que seja o sem motivo justo, inquéritos policiais ou autorizado por sua função ou por
meio empregado para esse fim; disciplinares ou, quando a estes últimos, autoridade competente;
como membro da respectiva comissão,
X – divulgar, por intermédio da imprensa, negligenciar no cumprimento das
obrigações que lhe são inerentes; XXXIII - ofender, provocar, desafiar ou
rádio e televisão, fatos ocorridos na responder de maneira desatenciosa a seu
repartição que possam prejudicar ou superior;
interferir no bom andamento do serviço XXI – prevalecer-se, abusivamente, da
policial ou do serviço da administração condição de funcionário policial ou da
penitenciária, ou propiciar sua divulgação; administração penitenciária; XXXIV - introduzir bebidas alcoólicas na
- Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- repartição, para uso próprio ou de
10-2008 terceiros;
XXII - indicar ou insinuar nome de
XI - manter relações de amizade ou exibir- advogado para assistir pessoa que se XXXV - recusar-se a executar ou executar
se em público com pessoas de notórios e encontre respondendo a processo ou deficientemente qualquer serviço, para
evitar perigo pessoal;
47
XXXVI – ser desligado, por falta de a Fazenda Pública Estadual, em ação Estado;
assiduidade, de curso de formação do regressiva, proposta depois de transitar em
respectivo órgão, em que tenha sido julgado a decisão de última instância que
matriculado compulsoriamente; houver condenado a Fazenda a indenizar o III - por delegação de competência:
- Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- terceiro prejudicado.
10-2008
do Chefe do Poder Executivo, os
Art. 307 - A responsabilidade penal Secretários de Estado e autoridades
XXXVII - omitir-se no zelo da integridade abrange os crimes e contravenções equivalentes, quanto à pena de demissão;
física ou moral dos presos sob sua guarda; imputados ao funcionário como tal.
XXXVIII - publicar, sem ordem expressa Art. 308 - A responsabilidade b) dos Secretários de Estado e autoridades
da autoridade competente, documentos administrativa resulta da prática de equivalentes, os Chefes de unidades
oficiais, embora não reservados, ou ensejar qualquer uma das transgressões ou administrativas em geral, quanto às
a divulgação de seu conteúdo, no todo ou proibições previstas no capítulo anterior. penalidades de repreensão e suspensão de
em parte; até 30 (trinta) dias e multa correspondente.
Art. 309 - As sanções civis, penais e - Acrescida pela Lei nº 14.210, de 08-07-
XXXIX – exercer a advocacia, assim disciplinares poderão acumular-se, sendo 2002
como, nos recintos e relativamente às umas e outras independentes entre si, bem
atividades do respectivo órgão, o assim as instâncias civil, penal e Parágrafo único. A pena de destituição de
jornalismo, respeitada a ressalva constante administrativa. mandato caberá à autoridade que houver
do inciso IV deste artigo; nomeado ou designado o servidor.
- Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- Art. 310 - A absolvição criminal só afasta
10-2008 a responsabilidade civil ou administrativa
se negar a existência do fato ou afastar do Art. 313 - Na aplicação das penas
XL - cobrar carceragem, custas, acusado a respectiva autoria. disciplinares
emolumentos ou qualquer outra despesa
que não tenha apoio em lei; CAPÍTULO VI .CAPÍTULO I
Das Penalidades Do Processo
XLI – cometer crimes contra os costumes
ou contra o patrimônio que, por sua Art. 311 - São penas disciplinares:
natureza e configuração, sejam Art. 328 - São competentes para
considerados como infamantes, de modo a determinar a abertura de processo
incompatibilizar o servidor com o I - repreensão; disciplinar, no âmbito de suas respectivas
exercício da função policial e da atribuições, as autoridades a que se refere
administração penitenciária; II - suspensão; os itens I, II e III do art. 312 deste
- Redação dada pela Lei nº 16.368, de 07- Estatuto.
10-2008 III - multa;
Art. 329. O processo administrativo
XLII - submeter à tortura ou permitir ou disciplinar será instruído por uma
IV - destituição de mandato; comissão composta por 3 (três)
mandar que se torture preso sob a sua - Redação dada pela Lei nº 14.678, de 12-
guarda. funcionários efetivos, designada pela
01-2004 autoridade que o houver instaurado, dentre
os quais escolherá seu presidente, vice-
CAPÍTULO V V - demissão; presidente e secretário..
Das Responsabilidades
máximo de 3 (três) anos e nas condições unidades culturais e educativas da Agência I – o pacto não houver atingido o limite
previstas nesta Lei. Goiana de Cultura Pedro Ludovico temporal fixado no art. 1º, hipótese em que
Teixeira – AGEPEL. o somatório dos prazos não poderá exceder
- Acrescido pela Lei nº 16.379, de 21-11- o referido limite;.
Art. 2º - Considera-se necessidade 2008, art. 1º.
temporária de excepcional interesse II - houver transcorrido até 2 (dois) anos
público aquela que comprometa a IX – vigilância e inspeção, relacionadas entre a extinção do contrato temporário e a
prestação contínua e eficiente dos serviços com a defesa agropecuária, no âmbito da celebração de um novo ajuste, sempre
próprios da administração pública, nos Secretaria de Agricultura, Pecuária e mediante novo processo seletivo
seguintes casos: Abastecimento e de suas jurisdicionadas, simplificado.
para atendimento de situações Art. 6º - Os contratos somente poderão ser
I – assistência a situações de calamidade emergenciais ligadas ao comércio estadual firmados com observância da dotação
pública; ou interestadual de produtos de origem orçamentária específica e mediante prévia
animal ou vegetal ou de iminente risco à autorização do Chefe do Poder Executivo.
saúde animal, vegetal ou humana..
II – combate a surtos endêmicos;;
Art. 7º - Os contratos deverão ser
Art. 3º - O recrutamento de pessoal a ser efetivados e firmados pelo titular do órgão
III – admissão de professor substituto e contratado, nos termos desta lei, será feito ou entidade interessada na admissão, que
professor visitante; mediante processo seletivo simplificado, deverá encaminhar cópia dos mesmos para
dentro de critérios estipulados pelo órgão a Agência Goiana de Administração e
IV – admissão de professor e pesquisador interessado no ajuste e sujeito a ampla e Negócios Públicos, a que compete o
visitante estrangeiro; prévia divulgação. controle da aplicação do disposto nesta lei.
Art. 4º. Para fins desta resolução, são pontualidade, disciplina, iniciativa, VIII – manter atualizado o prontuário do
consideradas atividades administrativas, produtividade e responsabilidade dos preso;
entre outras: servidores do Cartório, representando ao IX – prestar atendimento aos familiares,
seu superior quando necessário; advogados e qualquer pessoa que
necessite dos serviços cartorários;
I - cumprir e fazer cumprir as normas X – encaminhar ao juízo competente,
legais e regulamentares; XVIII - manifestar opinião sobre a documento elaborado por outros
II - despachar com os seus superiores, viabilidade de licenças e afastamentos dos departamentos da Unidade Prisional,
mantendo-os informados sobre os fatos servidores do Cartório; referente aos presos;
ocorridos no Cartório; XIX - elaborar e comunicar a escala de XI – receber determinações para
III - organizar e atualizar o arquivo de férias dos servidores ocupantes de cargo realização de exame criminológico e
prontuário, promovendo o intercambio efetivo ou não, para a Gerência de Gestão repassá-lo para o departamento
sistemático com os demais servidores de de Pessoas, após aprovação do superior competente;
departamentos ou seções que necessitam imediato; XII – manter atualizado o programa de
fazer uso dos prontuários para a boa XX - representar a Unidade Prisional, nos controle de população carcerária
execução de seu serviço; assuntos que se relacionem aos interesses (GOIASPEN);
IV - relacionar-se bem com os servidores comuns de atividades administrativas e XIII – repassar mensalmente para a
de outros departamentos em assuntos de cartorárias; Coordenação do Infopen, as informações
natureza administrativa; XXI - zelar pela guarda, segurança, limpeza solicitadas para elaboração de estatísticas;
V - interagir com as entidades e conservação do patrimônio comum do XIX – verificar a documentação do preso,
representativas das pessoas portadoras Cartório do qual é responsável. quando da chegada deste na Unidade
de deficiência, objetivando o Prisional, antes do recebimento deste pela
cumprimento da legislação específica; Art. 5º. Os casos omissos serão resolvidos Supervisão de Segurança;
VI - requisitar servidores, verificado o pelo Superintendente Executivo de XX – preparar documentação para
acúmulo ocasional de serviço, e a sua Administração Penitenciária ou quem for liberação do preso quando este fizer jus a
dispensa, constatada a incompatibilidade por ele determinado. qualquer benefício concedido pelo juízo
do mesmo com o serviço; competente;
VII - enviar mensalmente, ao XXI - assinar junto com o Diretor da
departamento competente, a folha de Capítulo II Unidade Prisional as autorizações para
ponto dos servidores sob sua chefia, audiências no fórum ou liberação do
verificando sempre as horas trabalhadas Do Objeto e das Finalidades dos Cartórios preso da Unidade Prisional;
de cada um, que não deve ser inferior a das Unidades Prisionais XXII – receber os ofícios de
determinada na legislação vigente; comparecimento a audiência,
VIII - receber as determinações judiciais e Art. 6º. Os cartórios das Unidades
encaminhando a unidade referente
dar seguimento aos trâmites, conforme os Prisionais da Superintendência Executiva
quando o intimado fizer parte da
procedimentos descritos na de Administração Penitenciária têm por
população carcerária de outra Unidade
regulamentação específica e o Manual de finalidade promover a execução
Prisional;
Procedimentos Cartorários; administrativa das penas privativas de
XXIII – informar ao juízo que o intimou,
XIX - auxiliar o Diretor da Unidade liberdade e das medidas de segurança
caso o preso não possa participar da
Prisional, atuando como designado ou detentiva, na conformidade da legislação
audiência, sendo que tal informação
indicando um servidor do Cartório para em vigor.
deverá ser efetuada pelo menos um dia
essa finalidade; antes da audiência;
§ 1º - os cartórios cooperam e interagem
XII - prestar as informações necessárias às XXIV – receber documentação referente a
externamente, com as Varas Criminais do
solicitações encaminhadas por outros nova condenação do preso, fazendo as
Poder Judiciário, e internamente com os
departamentos; anotações devidas conforme art. 18,
demais departamentos, quando da
XIII - solicitar à Gerência de Patrimônio a incisos III, IV e V do Capítulo IV deste
verificação, envio e recebimento de
retirada dos materiais não-permanentes, Manual;
documentação referente ao preso.
quando desatualizados ou não mais XXV – manter livros de registros de
utilizados pelo Cartório; inclusões, fugas, progressões de regime e
Art. 7º. Cabe aos cartórios:
XIV - proceder ao levantamento das liberações por motivos diversos, alvarás,
necessidades do Cartório, fornecendo I – emitir certidão carcerária; etc. para elaborar relatórios mensais.
elementos para a elaboração da proposta II – emitir certidão de dias trabalhados; XXVI – encaminhar ao Arquivo Geral os
orçamentária anual, quando solicitado; III – oficiar aos juízes sobre qualquer fato prontuários dos presos que foram
XV - assegurar que os servidores do relevante acontecido com o preso; excluídos do sistema prisional, para que
Cartório atendam ao público com IV – cientificar o preso de alvará de soltura sejam arquivados.
agilidade e cortesia, buscando a que porventura o mesmo receber; XXVII – monitorar o email do cartório
excelência e a contínua melhoria do V – cumprir mandados de prisão; quanto ao recebimento de decisões e
serviço público como um todo; VI – informar ao preso o andamento de determinações dos juízos.
XVI - supervisionar o cumprimento, pelos sua documentação, caso seja solicitado;
servidores do Cartório, dos VII – fornecer aos outros departamentos Art. 8º. É de responsabilidade do cartório,
procedimentos discriminados neste da Unidade Prisional informação ou o zelo e manutenção dos prontuários dos
manual; documentação solicitada; presos, enquanto fizerem parte da
XVII - zelar pela assiduidade,
51
população carcerária, assim como demais Art. 13º. São documentos necessários Art. 16º. Quando finda a identificação do
documentos referentes aos mesmos; para se proceder ao recebimento do preso preso, a Central de Triagem deverá
na Unidade Prisional e na falta deles, encaminhá-lo para a Supervisão de
Art. 9º. O cartório da Unidade Prisional devolve-lo à origem para que os Segurança para encaminhamento para as
funciona como auxiliar das Varas Criminais providencie: celas, até sua transferência para a
e Execução Penal, devendo para tanto, Unidade Prisional definitiva.
manter o Juiz responsável, informado I – Mandado de prisão, caso a prisão se
sobre os acontecimentos na vida prisional tenha dado por este motivo, ou; § 1º – também, a Central de Triagem
do preso, tais como: II – Nota de Culpa, caso a prisão se tenha deverá encaminhar os documentos iniciais
dado por prisão em flagrante, ou; mencionados no art. 13º e a ficha de
I – inclusões; III – ofício do Juiz de Direito determinando identificação, para o cartório da Unidade
II – reinclusões; a inclusão do preso por qualquer outro Prisional, para que seja montado seu
III – liberações; motivo. prontuário, caso seja novato no sistema
IV – transferências; Parágrafo único – em todos os casos, prisional.
V – fugas; deverá também estar acompanhando o § 2º - se for reinclusão, o preso já possuirá
VI – punições disciplinares; preso, uma via da guia de recolhimento um prontuário que a Central de Triagem
VII – fato novo; emitida pela delegacia que o prendeu ou deverá requisitar no Arquivo Geral antes
VIII – óbitos; autuou, onde deverá constar a de encaminhar o preso para seu destino;
XIX – outras situações relevantes. qualificação inicial do mesmo, ou cópia da
ocorrência caso a prisão se tenha dado Art. 17º. Todos os presos do Complexo
Art. 10º. O cartório deverá também, por policiais militares em diligência. Prisional de Aparecida de Goiânia entram
manter o Diretor da Unidade e no sistema prisional, pela Central de
responsável pela Supervisão de Triagem onde será identificado, não
Segurança, informados de nova Art. 14º. Em seguida, a Central de Triagem importando o motivo de sua inclusão ou
condenação que chegar para o preso, bem deverá proceder à identificação do reinclusão.
como qualquer outro fato que seja mesmo onde serão colhidas as seguintes
relevante às respectivas áreas. informações do próprio preso e conferida § 1º - cabe ao cartório da Central de
com seus documentos pessoais, caso os Triagem o encaminhamento do preso para
Capítulo III tenha apresentado, ou com o informado a Unidade Prisional de destino, após sua
na guia de recolhimento emitida pela identificação.
Da Identificação do preso delegacia:
I – nome completo; Capítulo IV
Art. 11º. Quando da chegada do preso ao II – filiação;
estabelecimento prisional ao qual foi III – data e local de nascimento; Da Montagem do Prontuário
destinado, cabe a supervisão de IV – endereço residencial dele e dos pais;
segurança, a revista pessoal do mesmo e VI – nome do cônjuge; Art. 18º. Ao receber a documentação do
demais procedimentos pertinentes. preso, o cartório da Unidade Prisional em
§ 1º - Caso haja alguma divergência entre que este permanecerá, deverá proceder à
I – No Complexo Prisional de Aparecida de a qualificação constante no mandado de montagem de seu prontuário;
Goiânia, o preso deverá dar entrada no prisão e o informado pelo preso ou em
sistema pela Central de Triagem, onde documento apresentado por ele, com a Art. 19º. O prontuário do preso deverá
será identificado e encaminhado para a guia de recolhimento da delegacia, entrar constar, na capa, as seguintes
Unidade Prisional de destino, juntamente em contato com esta de imediato, para informações:
com seu prontuário, caso já tenha que emita uma nova guia corrigida que
passagem pelo sistema prisional; I – nome do preso;
pode ser enviada por fax.
II – Antes de cadastrar os presos, o II – nome da mãe do preso;
funcionário responsável deve fazer busca § 2º - Além da qualificação mencionada III – procedência (comarca originária de
no GOIASPEN para evitar cadastramento no art. 4º, deverão ser anotadas as sua prisão ou condenação);
duplo, caso o mesmo já tenha passagem características físicas do preso, tais como, IV – artigo no qual foi condenado;
pelo Sistema Prisional; cicatrizes, tatuagens, altura, cor da pele, V – total da pena imposta;
III – O cadastro realizado pelo cabelos e olhos, bem como quaisquer VI – histórico resumido de sua vida
departamento de identificação, consistirá outras informações que sejam prisional, tais como inclusão, progressão,
apenas no nome do preso, nome da mãe e importantes para a identificação. fuga, reinclusão, fatos novos,
outras informações pessoais, conforme transferência, ou quaisquer outros dados
art. 14º, incisos I a VI; as informações Art. 15º. Após proceder a coleta de relevantes.
sobre sua prisão serão lançadas pelo informações do preso, a Central de
Cartório. Triagem deverá colher as digitais, tirar Art. 20º. Toda documentação referente
fotos de frente e de perfil, bem como sua ao preso deverá ser anexada ao seu
Art. 12º. Após realizada a revista, a assinatura na ficha de identificação já prontuário e as folhas numeradas em
Central de Triagem deverá conferir a impressa, que serão as peças iniciais de ordem crescente e seqüencial.
documentação que o acompanha, seu prontuário juntamente com a guia de
devolvendo-o à origem caso esta não recolhimento da delegacia, mandado de Art. 21º. Quando o preso receber nova
esteja de acordo com o exigido pela prisão, nota de culpa ou ofício do Juiz de condenação, fazer anotação dos itens III,
legislação. Direito. IV, V, do artigo anterior na capa do
52
VII – Conversão de pena privativa de IV – encaminhar o prontuário para o Art. 37º. Os alvarás de soltura deverão ser
liberdade em restritiva de direito; Arquivo Geral; entregues na Unidade Prisional pelo
VIII – remoção temporária ou definitiva Oficial de Justiça e o cartório não deverá
para outra Unidade Prisional, mediante cumprir alvará de soltura recebido por fax.
ordem escrita do órgão competente; Art. 34º. Se a exclusão for por óbito, a Após verificar a existência do selo de
XIX – Alvarás de Soltura. Supervisão de Segurança emitirá autenticidade, destinar as vias conforme
memorando para o cartório, informando o abaixo:
Art. 31º. Quando ocorrer a liberação por fato, que deverá tomar as seguintes
Livramento Condicional, o cartório, após providências: I – uma via deverá ser arquivada no
receber o termo de audiência de prontuário do preso;
concessão de benefício deve providenciar II – uma via deverá ser entregue ao preso;
o seguinte: I – anotar o óbito na capa do prontuário; III – uma via deverá ser encaminhada ao
II – registrar eletronicamente no juiz que o expediu;
I – ligar antes na Vara de Execuções Penais programa disponibilizado pela SEAP, IV – uma via para o juiz da execução
para confirmar a veracidade do devendo constar data e motivo do óbito; penal.
documento; III – anexar ao prontuário do preso o
I - fazer a autorização de saída, que será memorando emitido pela Supervisão de Parágrafo único – no prontuário do preso
assinada conforme o art. 7º, incisos XX e Segurança; deverá ser arquivada a primeira via do
XXI, do Capítulo II, deste Manual; IV – comunicar ao juízo competente, alvará, a que tem o selo de segurança
II - anexar ambos (termo de audiência e enviando junto com o ofício uma cópia do (autenticidade).
autorização de saída) na capa do memorando e da certidão de óbito;
prontuário; Art. 38º. Quando receber alvará de
III - anotar na capa do prontuário a data e a) No caso de não haver certidão de soltura, o cartório deverá adotar os
o beneficio recebido da seguinte forma: óbito, fazer a solicitação ao Serviço Social seguintes procedimentos:
“em (data) liberado com livramento e recebida a documentação, encaminhar
condicional”; ao juízo competente. I - conferir se a qualificação do preso
IV - fazer a mesma anotação no controle constante no alvará de soltura está de
de população carcerária - GOIAPEN; V – encaminhar o prontuário para o acordo com a qualificação existente em
V - anotar no livro de registros cartorários Arquivo Geral. seu prontuário;
o nome do preso, a data e o beneficio II - verificar se no prontuário do preso
obtido; Art. 35º. Se exclusão se der por consta outras condenações ou mandado
VI - repassar para a Diretoria da Unidade absolvição ou qualquer outro motivo que de prisão que impeçam sua liberação;
Prisional para que proceda a liberação do enseje a expedição de alvará de soltura, as III - em caso negativo, verificar na Central
preso; providências estão descritas no Capítulo de Mandados se há algum mandado de
VII – após receber de volta o prontuário VI, Seção I. prisão pendente para o mesmo;
do preso, arquivar os documentos que IV - verificar no site do tribunal de justiça,
haviam sido anexados na capa e Art. 36º. Quando ocorrer remoção de se há outros processos em tramitação
encaminhá-lo para o Arquivo Geral. presos entre as unidades prisionais o contra o preso e, se houver, verificar junto
cartório deverá observar o seguinte: a Vara Criminal, se há impedimento para
Art. 32º. Quando a liberação ocorrer por sua liberação;
I - se for remoção temporária ou V – Se for preso já condenado, somente
progressão de regime, o cartório deverá
definitiva, de presos entre unidades poderá ser liberado por determinação da
seguir os procedimentos mencionados no
prisionais de comarcas diferentes, deverá Vara de Execuções Penais, consultar
artigo anterior; e na capa do
haver acompanhamento de certidão antes.
prontuário,anotar a transferência do
carcerária e ofício lhe apresentando na VI - após realizados os procedimentos
preso para o regime concedido:
Unidade Prisional de destino; anteriores, preencher o verso do alvará de
Parágrafo único – no caso de progressão II - se a remoção se der entre unidades soltura, de acordo com o resultado da
de regime que será cumprido em Unidade prisionais da mesma comarca, o busca (não liberado e motivo) ou
Prisional da mesma comarca em que se prontuário acompanhara o preso apenas (liberado), sendo que neste caso, o
encontra o preso, o seu prontuário deverá se for transferência definitiva em caso de Diretor da Unidade Prisional é quem
lhe acompanhar. transferência temporária, será necessário assina liberando o preso, a função do
apenas a certidão carcerária. cartório é apenas pesquisar impedimentos
Art. 33º. No caso de exclusão por fuga, a para a liberação e atestar a falta deles;
Supervisão de Segurança emitirá para o VII - em caso de dúvida, não liberar o
cartório, memorando comunicando a Capítulo VI preso, pedir orientação à assessoria
fuga, e as providencias serão as seguintes: jurídica da Unidade Prisional;
Dos Alvarás de Soltura e Mandados de
I – anotar a fuga na capa do prontuário, Prisão Parágrafo único – enviar uma cópia do
informando a data e de qual regime esta alvará de soltura, mesmo que o preso não
Seção I
ocorreu; tenha sido liberado, para o juiz que o
II – registrar eletronicamente no expediu e também para o juiz da vara de
Dos Alvarás de Soltura
programa disponibilizado pela SEAP, as execuções penais.
mesmas informações do inciso anterior;
III – comunicar ao juízo competente; Seção II
54
IV - qualquer outra pessoa que o preso § 1º – a remição de pena é concedida aos III - evolução do comportamento;
autorizar por escrito; presos do regime fechado e semiaberto,
na razão de 01(um) dia para cada 03(três) IV - indeferimentos;
trabalhados. V - perda de remição;
V - outros departamentos do sistema VI - internações em hospital;
prisional; § 2º - O preso que cometer falta grave, VII - demais informações da vida
VI - autoridades judiciais. somente perderá os dias remidos, por carcerária do preso.
VII – beneficiários do auxílio reclusão, ou decisão judicial;
seu representante, devendo apresentar a Art. 68º. O Relatório Carcerário será
carta que o INSS manda a cada três meses Art. 61º. O cartório não emite certidão expedido por solicitação judicial e
solicitando a certidão. referente ao trabalho externo do preso somente para este.
que cumpre pena em regime semiaberto,
§ 1º - a procuração a que se refere o e trabalha em empresas privadas. Capítulo X
inciso II deverá ser entregue uma vez, a
partir disso, o cartório deverá apenas Art. 62º. Mensalmente, o departamento Das Saídas Judiciais, e Saídas
confirmar que já existe procuração do responsável, encaminhará para o cartório Temporárias
advogado, no prontuário do preso. ficha de freqüência do trabalho de cada
preso, constando a função, o mês, o ano e Seção I
§ 2º - caso o advogado não tenha em quantos dias trabalhados no mês em
mãos, procuração do preso, esta poderá referência. Das Saídas Judiciais
ser providenciada no momento do
§ 1º - o número máximo de dias Art. 69º. Os ofícios de comparecimento
requerimento.
trabalhados em um mês, é 26. para audiência são recebidos pelo cartório
§ 3º - as certidões carcerárias terão que deverá tomar as seguintes
validade de três meses, não podendo ser § 2º - o cartório deverá anotar os dias providencias:
expedida antes desse prazo, a menos que trabalhados e a função no programa de
controle de população carcerária e anexar I – Verificar em que Unidade Prisional se
seja para o poder judiciário solicitada via
a freqüência no prontuário do preso para encontra o preso;
ofício ou por email.
futuras conferências se necessário. II – Remeter o ofício para a unidade onde
§ 4º - as certidões carcerárias solicitadas o mesmo se encontra;
por outros que não pelos juízes, deverão Art. 63º. A emissão da Certidão de Dias III – Comunicar ao juiz solicitante, caso o
ser solicitadas no vapt vupt em que a Trabalhados pode ser confeccionada preso não se encontre mais no sistema
SEAP tiver atendimento, e encaminhada mensalmente a pedido, e também deverá prisional;
ao cartório por email. ser assinada pelo funcionário que a IV – fazer a autorização de saída judicial,
confeccionou e pelo supervisor do em quantas vias a Supervisão de
§ 5º - o prazo para confecção e entrega cartório. Segurança solicitar;
das certidões carcerárias é o seguinte: V – assinar a autorização de saída e
Seção III repassá-la ao Diretor da Unidade Prisional
I – de 15 (quinze) dias para o próprio para que também a assine;
preso ou seus familiares; Da Certidão Escolar VI – anotar no programa eletrônico de
II – de 10 (dez) dias para advogados; controle de população carcerária, as
II – de 07 (sete) dias quando solicitadas Art. 64º. Quando for solicitada pelo juízo seguintes informações:
pelo vapt-vupt; a Declaração de Estudo, o cartório deverá
III – imediatamente quando solicitada repassar a solicitação para a unidade a) data da saída;
pelo poder judiciário. escolar em que o preso estuda ou b) motivo;
estudou. c) juízo requisitante;
Art. 58º. O modelo de certidão carcerária d) número do processo.
Art. 65º. As horas de estudo do preso são
que devera ser seguido pelos cartórios
declaradas pela unidade escolar em que VII – se a audiência do preso se der em
deve ser o do programa GOIASPEN.
ele estudou. outra comarca diferente da que está
Art. 59º. As certidões carcerárias deverão preso, este somente poderá ser conduzido
Art. 66º. Não compete ao cartório emitir mediante autorização do juízo da Vara de
ser assinadas pelo servidor que as
declaração escolar do preso. Execuções Penais ou da Vara Criminal pela
confeccionou e pelo supervisor do
cartório, não sendo necessária a qual se deu sua prisão.
Capítulo IX
assinatura do Diretor da Unidade
Prisional. Art. 70º. No caso de ofício de
Do Relatório Carcerário
comparecimento em que conste o
Seção II Art. 67º. O relatório carcerário difere da carimbo de réu preso, constar esta
certidão carcerária por ser mais completo, informação na certidão carcerária quando
Da Certidão de Dias Trabalhados emiti-la, no espaço reservado para
pois além das informações constantes na
certidão carcerária, constará também: Mandado de Prisão e em seguida solicitar
Art. 60º. A Certidão de Dias Trabalhados o mandado de prisão, caso este não esteja
retrata o trabalho do preso para remição no prontuário.
I - saídas judiciais;
da pena.
II - punições disciplinares;
56
a) data da inclusão;
2. Detalhamento dos menus
b) nome do preso;
c) país de sua nacionalidade.
2.1. Menu Consultar
VIII – registro de alvarás de soltura e
Ao acessar o Menu “Consultar”,
mandados de prisão.
inicialmente temos o subitem “Preso” ao
clicá-lo é aberta uma tela de consulta do
a) data do recebimento;
prontuário do preso, onde pode-se
b) horário do recebimento;
realizar a pesquisa por nome/sobrenome
c) nome do preso;
ou por número do prontuário.
d) Vara Criminal que o expediu;
SAPeJUS lança sistema pioneiro de gestão
e) número do processo;
web de informações penitenciárias
f) nome do oficial de justiça;
g) assinatura do oficial de justiça
A Secretaria da Administração
Penitenciária e Justiça (SAPeJUS) é
Capítulo XIV
pioneira no país na criação de um
Das Disposições Finais software que permite o gerenciamento de
informações completas sobre a população
Art. 93.Compete a Coordenação dos carcerária, no qual é possível acessar de
Cartórios da SEAP, controlar, planejar, qualquer lugar, via web e em tempo real,
coordenar, organizar, orientar, e gerenciar dados específicos de identificação de cada
as atividades administrativas dos cartórios detento como artigo, idade, histórico
das unidades prisionais referidas neste criminal, e características físicas, entre
Manual. marcas de tatuagens; entre outros, e Quando o botão “Buscar” é
gráficos do perfil populacional das 87 acionado abre-se uma aba com a lista de
Art. 94. Os cartórios deverão elaborar unidades prisionais do estado. nomes resultantes do argumento de
mensalmente, os seguintes relatórios: O GoiásPen oferece acesso pesquisa, nesta aba é possível o
rápido aos dados e é de fácil operação. refinamento da pesquisa por nome da
I – relatório de pessoal, que deverá ser Todos os dias as unidades prisionais farão mãe, do pai ou apelido.O campo
repassado a Supervisão de Segurança e à no novo sistema a atualização das prontuário local é destinado à busca de
Coordenação dos Cartórios, com as informações sobre a movimentação de prontuários cadastrados no sistema
seguintes informações: entrada e saída dos presos e dos (SIGEP) anterior ao GOIASPEN. Foi mais
prontuários deles. Com isso, a SAPeJUS usado no início de trabalho com o
a) nome do funcionário; terá um maior controle da gestão GoiasPen.
58
Ao selecionar o nome do preso Em seguida temos o subitem Trata-se de uma das principais
desejado na lista de reeducandos “Visitante” que possibilita dois tipos de partes do sistema, pois passamos para a
apresentada pode-se visualizar o pesquisa: - por preso e - por visitante. Ao etapa de alimentação de dados no
prontuário do mesmo com a Localização optar pela pesquisa por visitante pode-se GoiasPen. A partir da inserção e
(data de inclusão na Unidade e cela), realizar a busca por nome/ sobrenome, atualização das informações é que
Situação (provisório, cumprindo pena, assim ao selecionarmos o nome podemos ter um sistema útil e com dados
alvará de soltura, etc), Regime (aberto, pretendido é possível visualizar algumas confiáveis. Disto depende a atenção,
semiaberto, Fechado, etc) e o informações como filiação, endereço, responsabilidade e dedicação do servidor
Comportamento do preso. números de documentos, bem como que for designado para esse tipo de
identificação de qual preso está vinculado função administrativa.
àquela visita.
a) Prisão;
b) Inclusão;
c) Progressão de regime;
Retornando à segunda parte do d) Regressão de regime;
cadastro de presos é possível também e) Saída Judicial;
acionar o botão “buscar sinais e lesões” f) Internação Hospitalar;
para verificação de imagens cadastradas e g) Recambiamento;
exclusão de fotos inseridas h) Liberação;
indevidamente. i) Alvarás de soltura;
Para inserir a foto no prontuário do Desta forma conclui-se o cadastro j) Mandados de prisão;
preso é necessário escolher o tipo da foto do preso e a próxima etapa será o k) Fugas;
e posteriormente escolher o arquivo de lançamento de informações no prontuário l) Outras relevantes.
imagem para fazer o upload, após do preso, clicando no botão prontuário da
selecionar o arquivo deve-se clicar em página 2 de cadastro ou diretamente no Observações importantes:
salvar, em seguida selecionar novamente Menu “Preso”. a) Sempre lembrar que sua
o tipo de foto (perfil) dar seqüência ao frase começa com o tipo de
mesmo procedimento anterior. evento escolhido para não
Após salvar as fotos deve-se clicar haver duplicidade de
no botão “voltar” e na tela 2 de cadastro informação. “Exemplo: no
60
1)Preso:
a. Foragidos
b. Faixa etária – Gráfico
c. Regime – Gráfico
d. Chamada por Unidade
e. Chamada por Quinzena
f. Por ordem alfabética
g. Por vários filtros
h. População carcerária
i. Média de dias preso
j. Total de entradas e saídas
k. Audiências de Presos
l. Por tipo de crime
m. Ficha de Frequência
Após salvar a foto da visitante, deve- n. Chamada com Frequência
se acionar o botão “Vínculo”, para que a o. Qt. De Presos Liberados
visitante seja associada ao reeducando p. Frequência – Ponto Anexo 3
que pretende visitar, utilizando-se do q. Chamada com Trabalho e
sistema de busca pelo nome/ sobrenome Atestado
do preso e selecionando o nome r. Presos desde – por Regime
pretendido. Em seguida deve-se s. Presos Estrangeiros
selecionar se o visitante é autorizado a
entregar “cobal”, qual o vínculo do preso
2) Usuário:
com a visita (cônjuge, companheiro (a),
filho(a), pai, mãe, irmão, outros). a. Histórico de acessos
A caixa de consentimento do b. Usuários por grupo
preso, só deve ser marcada se houver
consentimento por escrito por parte do 3) Visitante:
preso nos casos de companheira ou a. Todos visitantes
cônjuge. b. Visitantes por preso
Concluídas as etapas do c. Visitantes por unidade Anexo 4
cadastro as informações devem ser salvas.
O cadastro dos voluntários é 4) Voluntário
realizado sob a supervisão da SUPRESC, na a. Lista geral de voluntários
mesma aba de cadastro de visitantes, b. Crachá de voluntários
sendo dispensado a parte do vínculo.
4. Menu Relatórios
Anexo 1
O sistema GoiasPen disponibiliza
uma variedade de Relatórios extraídos das
informações registradas pelos usuários,
conforme foram surgindo demandas
estatísticas os relatórios foram criados e
ainda existem outros a serem incluídos no
sistema.
COMUNICAÇÃO
Definição de comunicação
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
CANAL – é o veículo utilizado para à informação oferecida, bem como a determinantes de uma relação
transmitir uma mensagem. possibilidade de se obter a repetição ou o interpessoal dos indivíduos.
FEEDBACK – é a resposta de um detalhamento de uma informação não
receptor a comunicação de um completamente entendida. Podem Organização Espacial
transmissor, sendo de fundamental também ser apresentadas observações ou
importância em termos de realimentação pontos de vista capazes de enriquecer a É a distância que separa o emissor do
para o transmissor. informação inicial, tornado-a mais clara, receptor e se acha determinada por um
FONTE - é a origem da mensagem. concisa e completa. conjunto de regras que refletem a
O desembaraço na conversa informal do mensagem e as interações dos
Comunicação Humana dia a dia, pouco tem a ver com o interlocutores. O espaço é convencionado
Na comunicação humana, o código é a desempenho na comunicação verbal, por todo um sistema de sinais que varia
linguagem, que na conversação é como forma de intercambiar informações. conforme os grupos sociais e culturais. A
complementada por elementos da É difícil para a maioria dos profissionais de distância é um grau regulador de
comunicação não-verbal (gestos, qualquer área, utilizar adequadamente intimidade na relação dos interlocutores,
expressões faciais, movimentos dos olhos essa potente modalidade de ela exerce influência na transmissão da
e do corpo, etc) e o canal utilizado é o ar comunicação. Isto é conseqüência do informação pela utilização de diversos
que respiramos. No processo de simples fato de que a formação e o canais.
conversação, existe o feedback , treinamento das pessoas são incompletos.
representado pela resposta do receptor Nós não somos ensinados a organizar e Localização
no momento em que responde, o registrar o nosso trabalho diário, analisá-
receptor inverte o processo e passa a ser lo criticamente, tirar conclusões e discuti- A localização é um indicador do tipo de
o emissor, e aquele que antes emitia las de forma ordenada. relação que a pessoa deseja ter com seu
passa a ser o receptor, que irá decodificar De um modo geral, as pessoas evitam interlocutor, ela também modula a
e interpretar a nova mensagem. É esta falar em público, por uma série de razões, mensagem transmitida e indica status
inversão do processo que permite a uma como vergonha, medo de enfrentar a privilegiado. Indica também que estas
pessoa saber se a outra entendeu a sua audiência, medo de não saber responder pessoas gostariam ou detém um certo
mensagem. a alguma pergunta, receio de parecer prazer no grupo.
ridículo ou de dizer besteiras, etc. Essas
Linguagem razões, contudo, não tem o menor Os gestos
fundamento; elas apenas servem para
A linguagem é, ao mesmo tempo, uma esconder a única e real razão: a falta de Os gestos precedem ou acompanham o
função e um aprendizado: uma função no treino ou de familiaridade com a comportamento verbal. São controlados
sentido de que todo ser humano normal comunicação verbal. É perfeitamente pelas normas sociais e estão ligados aos
fala e a linguagem constitui um normal que algumas pessoas pareçam modos. Cada emoção exprime-se num
instrumento necessário para ele; um mais naturais ou à vontade do que outras, modelo postural que reflete essa tensão
aprendizado, pois o sistema simbólico ao falar em grupo. A diferença, contudo, ou esse relaxamento. Por exemplo,
lingüístico, que a criança deve assimilar, é reside apenas no quanto uns conseguem pessoas em uma determinada postura
adquirido progressivamente pelo contato desligar dos falsos e infundados receios e que costumam freqüentemente mexer
com o meio. Essa aquisição ocorre concentrar-se na comunicação. um ou os dois pés, é um dos indicativos de
durante toda a infância, no que o ansiedade. Assim como a postura dos
aprendizado da linguagem difere, A comunicação Escrita braços cruzados é um indicativo de
fundamentalmente, do aprendizado da fechamento racional.
marcha ou da preensão, que constituem a A leitura, por mais atenta que possa ser,
seqüência necessária do desenvolvimento não tem o poder de transmissão da A mímica
biológico; A linguagem é um aprendizado informação que a comunicação verbal
cultural e está ligada ao meio da criança. tem. Na leitura, o autor é desconhecido As mímicas são os “gestos do rosto”. Um
ou distante; a sua idéia nem sempre é observador pode ver no rosto
COMUNICAÇÃO VERBAL claramente entendida e, mais importante, informações sobre a personalidade e a
Existem inúmeras formas de se trocar não existe a possibilidade do diálogo. A história de seu interlocutor, mas isso gera
informações, ou seja, de se comunicar. transmissão da informação é passiva. A também muitos erros. As mímicas são
Uma das mais eficazes para o ser humano comunicação verbal, ao contrário é mais específicas do meio social, da região em
é a comunicação verbal, que ocorre poderosa e versátil. que a pessoa foi educada. Por exemplo, é
quando um grupo de indivíduos com comum o japonês sorrir quando está
interesses comuns ou correlatos se reúne. COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL embaraçado, enquanto no brasileiro o
sorrir é uma manifestação comum de
A comunicação Oral A comunicação verbal serve para alegria.
transmitir informações entre indivíduos,
Em reuniões sociais, sejam elas formais ou tendo estas informações um caráter O olhar
informais, as informações são trocadas informativo. Já a comunicação não-verbal
através da comunicação oral, a mais é caracterizada pelo uso de gestos, da A expressão do olhar é tão variada e difícil
importante para a transmissão das idéias. mímica, do olhar, da voz e dos sinais de controlar que é também difícil dominar
Existe a oportunidade de aprofundar os paralingüísticos, da organização espacial e as intenções mais ocultas. O olhar parece
detalhes de maior interesse relacionados da localização. Estes, que são ter dupla função:
66
Indica a quem se dirige a comunicação. QAP – ESCUTA, ESCUTAR; RÁDIO COMUNICADOR BAOFENG
Constitui um indício da atenção dada. QRA – PREFIXO DA ESTAÇÃO, NOME DO
Não existe interação na comunicação sem OPERADOR;
troca de olhar, o contato com os olhos QRD - DIRIGIR-SE ª..DESLOCANDO ATÉ...;
marca a interação intensa. Um exemplo QRM – INTERFERÊNCIA;
de interação feito com o do olhar é o do QRL – OCUPADO;
vendedor frente a seus clientes. Ele fixa o QRV – PRONTO PARA RECEBER;
olhar no seu cliente submetendo a este QRX – AGUARDE, ESPERE;
uma condição de submissão na QRZ – QUEM ME CHAMA?
comunicação. QSA – INTENSIDADE DOS SINAIS;
QSJ – DINHEIRO
A Voz e os Sinais Paralingüísticos QSL – ENTENDIDO, CIENTE DA
MENSAGEM;
A voz transmite aspectos da QSM - REPITA A MENSAGEM
personalidade assim como estado de QSO – CONTATO ENTRE DUAS ESTAÇÕES
espírito da pessoa que se fala. Um DIRETAMENTE;
indivíduo traz no seu registro e voz a QSP – PONTE ENTRE DUAS ESTAÇÕES; QSY ENSINAMENTOS INICIAIS DE USO DOS
marca quase irreversível de seu grupo – MUDAR PARA OUTRA FREQUENCIA; EQUIPAMENTOS DE RÁDIO
social e cultural. O timbre de voz, o ritmo, QTA – CANCELAR MENSAGEM, ÚLTIMA COMUNICAÇÃO:
a fluência, a intensidade dependem do FORMA; 1. Verificar se o radio comunicador
controle emotivo. QTC – MENSAGEM; encontrasse ligado, e se está na faixa
QTH – ENDEREÇO, LOCAL; desejada.
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NO QTR – HORA EXATA; 2. Se não estiver na faixa desejada,
DIA-DIA DO AGENTE PRISIONAL QRU – TENS ALGO PARA MIM, FATO posicionar na faixa desejada , ou girando o
OCORRÊNCIA; botão desejado ou no botão analógico.
TKS – OBRIGADO / TNX – AGRADECIDO. 3. Apertar o botão lateral firmemente e
efetuar a comunicação. 4. Falar
EQUIPAMENTOS DE RADIO PARA pausadamente usando a linguagem e o
COMUNICAÇÃO TECNICA USADOS NAS tom de voz adequado ao momento da
UNIDADES PRISIONAIS E NOS GRUPOS modulação.
GEP E GOPE DO ESTADO DE GOIAS
PROIBIÇÕES QUANTO AO USO DE
RÁDIO COMUNICADOR MOTOROLA EQUIPAMENTOS DE RÁDIOS DENTRO
A IMPORTÂNCIA DO CONTEÚDO DAS UNIDADES PRISIONAIS:
O amadorismo na introdução das EP450s
1. Utilizar gírias e palavrões ou apelidos
comunicações via radio pode durantes as comunicações. 2. Comunicar –
comprometer todo andamento de uma se sem se identificar corretamente.
ação dentro de uma unidade prisional. 3. Transmitir uma situação de proporções
muito maiores no momento da
AS BARREIRAS MAIS FRENQUENTES DOS comunicação do que realmente está
OPERADORES DO SISTEMA PRISIONAL ocorrendo, dentro da carceragem, pois
SÃO DIVIDIDAS EM: INDIVIDUAIS toda equipe de segurança interna e
Questões interpessoais (que incluem externa será ativada, podendo trazer
problemas com emoções e percepções); grande transtornos e até ações
Escolha do canal adequado; incompatíveis com a ocorrência.
Questões semânticas (se refere ao
significado das palavras); OBJETIVOS DA RADIO COMUNICAÇÃO
Mensagens inconsistentes entre a NO SISTEMA PRISIONAL:
comunicação verbal e a não verbal, que CARREGADOR DE MESA PARA RÁDIO Comunicação interna, proporcionando o
podem confundir o receptor. MOTOROLA EP450S acompanhamento dos acontecimentos
ORGANIZACIONAL diários da unidade.
Diferença de status e poder entre as Comunicação externa com outras
pessoas envolvidas; unidades ou até as forças policiais.
Necessidade e objetivos diferentes de
um departamento ou setor para outro; LINGUAGENS OU VOCABULARIOS DOS
Rede de comunicação inadequada para PRESOS:
aquela tarefa específica;
Inexistência ou resistências, para a
implantação de canais formais nas gestões
prisionais.
COMUNICAÇÃO TECNICA
CODIGO“Q”
67
Reconhecer a importância de mútuo e comportando-se de modo a não práticas que se opõem a sua aplicação,
seu papel social, com a consciência da prejudicar o bom andamento do serviço; na certeza de que representam, em seu
nobreza e da dignidade da sua função; VIII - cultivar o aprimoramento técnico- conjunto, as condições mínimas admitidas
Respeitar os direitos humanos, a profissional; pelas Nações Unidas.
segurança, a vida, a integridade física e IX - amar a verdade e a responsabilidade
moral; como fundamentos éticos do serviço 3. Por outro lado, os critérios que se
Resguardar a visibilidade moral próprio do Sistema Prisional; aplicam às matérias referidas nestas
como forte argumento de sua X - obedecer às ordens superiores, regras evoluem constantemente e,
responsabilidade; exceto quando manifestamente ilegais; portanto, não
Ter uma dimensão pedagógica XI - não abandonar o posto em que deva tendem a excluir a possibilidade de
no agir, inserindo a com primazia no rol ser substituído, sem a chegada do experiências e práticas, sempre que as
de suas atividades; substituto; mesmas se ajustem aos princípios e
Manter atitudes coerentes e XII - respeitar e fazer respeitar a propósitos
moralmente retas no ambiente hierarquia do serviço atribuído ao Sistema que emanam do texto das regras. De
profissional, não permitindo atitudes Prisional; acordo com esse espírito, a administração
perversas; XIII - prestar auxílio, ainda que não penitenciária central sempre poderá
Caracterizar-se pela honestidade esteja em hora de serviço, a fim de autorizar qualquer exceção às regras.
e probidade no exercício das atividades; prevenir ou reprimir fugas, motins ou
Intervir preventivamente ou situações de emergência, quando 4.
repressivamente com responsabilidade solicitado por autoridade competente; 1.A primeira parte das regras trata das
técnica em momentos de crise, sempre XIV - tratar com urbanidade chefes, matérias relativas à administração geral
fundamentado na moralidade; colegas e os privados de liberdade. dos estabelecimentos penitenciários e
Intervir pelo uso de meios de é aplicável a todas as categorias de
contenção física e da autoridade, na exata 4 TRATAMENTO PENAL (REGRAS DE prisioneiros, criminais ou civis, em regime
e necessária medida, devendo estas MANDELA) de prisão preventiva ou já condenados,
cessar ao atingir o objetivo da ação; incluindo aqueles que tenham sido objeto
Guardar sigilo sobre toda e Adotadas pelo 1º Congresso das Nações de medida de segurança ou de medida de
qualquer comunicação que possa causar Unidas sobre Prevenção do Crime e reeducação ordenada por um
prejuízos ou embaraços à administração Tratamento de Delinqüentes, realizado juiz.
em geral ou às pessoas e entidades; em Genebra, em 1955, e aprovadas pelo
Estabelecer limites de Conselho Econômico e Social da ONU 2.A segunda parte contém as regras que
relacionamentos com presos e seus através da sua resolução 663 C I (XXIV), de são aplicáveis somente às categorias de
familiares; 31 de julho de 1957, aditada pela prisioneiros a que se refere cada
Zelar pela instituição, resolução 2076 (LXII) de 13 de maio de seção. Entretanto, as regras da seção A,
denunciando e afastando-se da 1977. Em 25 de maio de 1984, através da aplicáveis aos presos condenados, serão
ineficiência e da corrupção; resolução 1984/47, o Conselho Econômico igualmente aplicáveis às
Alicerçar as ações tendo por e Social aprovou treze procedimentos categorias de presos a que se referem as
princípio os instrumentos legais; para a aplicação efetiva das Regras seções B, C e D, sempre que não sejam
Buscar a motivação em sua Mínimas (anexo). contraditórias com as regras
atividade, através do aperfeiçoamento específicas dessas seções e sob a condição
pessoal e profissional; de que sejam proveitosas para tais
Observações preliminares prisioneiros.
3. ÉTICA PROFISSIONAL
O Agente de Segurança Prisional deverá 1. O objetivo das presentes regras não é 5.
observar os seguintes preceitos éticos: descrever detalhadamente um sistema 1.Estas regras não estão destinadas a
penitenciário modelo, mas apenas determinar a organização dos
I - proteger pessoas e bens, respeitando estabelecer - inspirando-se em conceitos estabelecimentos para delinquentes
a dignidade da pessoa humana; geralmente admitidos em nossos tempos juvenis
II - preservar a ordem, repelindo a e nos elementos essenciais dos (estabelecimentos Borstal, instituições de
violência; sistemas contemporâneos mais reeducação etc.). Todavia, de um modo
III - respeitar os direitos e garantias adequados - os princípios e as regras de geral, pode-se considerar que a
individuais; uma boa organização penitenciária e da primeira parte destas regras mínimas
IV - jamais revelar tibieza ante o perigo prática também é aplicável a esses
e o abuso; relativa ao tratamento de prisioneiros. estabelecimentos.
V - exercer a função com probidade,
discrição e moderação, fazendo observar 2. É evidente que devido a grande 2.A categoria de prisioneiros juvenis deve
as leis e os regulamentos; variedade de condições jurídicas, sociais, compreender, em qualquer caso, os
VI - não permitir que sentimentos ou econômicas e geográficas existentes no menores sujeitos à jurisdição de
animosidades pessoais possam influir em mundo, todas estas regras não podem ser menores. Como norma geral, os
suas decisões; aplicadas indistintamente em todas as delinquentes juvenis não deveriam ser
VII - cooperar com a equipe de trabalho partes e a todo tempo. Devem, contudo, condenados a penas de prisão.
a que pertence, guardando respeito servir para estimular o esforço constante
com vistas à superação das dificuldades
70
PARTE I deverão ser mantidas separadas dos adequadas para que cada preso possa
presos condenados; tomar banho a uma temperatura
Regras de aplicação geral c.Pessoas presas por dívidas ou por outras adaptada
questões de natureza civil deverão ser ao clima, tão freqüentemente quanto
Princípio Fundamental mantidas separadas das pessoas necessário à higiene geral, de acordo com
presas por infração penal; a estação do ano e a região geográfica,
6. d.Os presos jovens deverão ser mantidos mas pelo menos uma vez por semana em
1.As regras que se seguem deverão ser separados dos presos adultos. um clima temperado.
aplicadas imparcialmente. Não haverá
discriminação alguma baseada em raça, 14. Todos os locais de um
cor, sexo, língua, religião, opinião política Locais destinados aos presos estabelecimento penitenciário
ou qualquer outra opinião, origem freqüentados regularmente pelos presos
nacional ou social, fortuna, nascimento 9. deverão ser mantidos e
ou em qualquer outra situação. 1.As celas ou quartos destinados ao conservados escrupulosamente limpos.
isolamento noturno não deverão ser
2.Ao contrário, é necessário respeitar as ocupadas por mais de um preso. Se, por
crenças religiosas e os preceitos morais do razões especiais, tais como excesso Higiene pessoal
grupo a que pertença o preso. temporário da população carcerária, for
indispensável que a administração 15. Será exigido que todos os presos
penitenciária central faça exceções a esta mantenham-se limpos; para este fim, ser-
Registro regra, deverá evitar-se que dois reclusos lhes-ão fornecidos água e os artigos de
sejam alojados numa mesma higiene necessários à sua saúde e limpeza.
7. cela ou quarto individual.
1.Em todos os lugares em que haja 16. Serão postos à disposição dos presos
pessoas detidas, deverá existir um livro 2.Quando se recorra à utilização de meios para cuidarem do cabelo e da
oficial de registro, atualizado, contendo dormitórios, estes deverão ser ocupados barba, a fim de que possam se apresentar
páginas numeradas, no qual serão por presos cuidadosamente escolhidos e corretamente e conservem o respeito por
anotados, relativamente a cada preso: reconhecidos como sendo capazes de si mesmos; os homens deverão poder
serem alojados nessas condições. Durante barbear-se com regularidade.
a.A informação referente a sua a noite, deverão estar sujeitos a
identidade; uma vigilância regular, adaptada ao tipo
b.As razões da sua detenção e a de estabelecimento prisional em que se Roupas de vestir, camas e roupas de cama
autoridade competente que a ordenou; encontram detidos.
c.O dia e a hora da sua entrada e da sua 17.
saída. 10. Todas os locais destinados aos presos, 1.Todo preso a quem não seja permitido
especialmente aqueles que se destinam vestir suas próprias roupas, deverá
2.Nenhuma pessoa deverá ser admitida ao alojamento dos presos durante a receber as apropriadas ao clima e em
em um estabelecimento prisional sem noite, deverão satisfazer as exigências da quantidade suficiente para manter-se em
uma ordem de detenção válida, cujos higiêne, levando-se em conta o clima, boa saúde. Ditas roupas não poderão ser,
dados serão previamente lançados no especialmente no que concerne ao de forma alguma, degradantes ou
livro de registro. volume humilhantes.
de ar, espaço mínimo, iluminação,
aquecimento e ventilação. 11. Em todos 2.Todas as roupas deverão estar limpas e
Separação de categorias os locais onde os presos devam viver ou mantidas em bom estado. A roupa de
trabalhar: baixo será trocada e lavada com a
8. As diferentes categorias de presos frequência necessária à manutenção da
deverão ser mantidas em a.As janelas deverão ser suficientemente higiêne.
estabelecimentos prisionais separados ou grandes para que os presos possam ler e
em diferentes trabalhar com luz natural, e deverão 3.Em circunstâncias excepcionais, quando
zonas de um mesmo estabelecimento estar dispostas de modo a permitir a o preso necessitar afastar-se do
prisional, levando-se em consideração seu entrada de ar fresco, haja ou não estabelecimento penitenciário para fins
sexo e idade, seus antecedentes, as ventilação artificial. autorizados, ele poderá usar suas próprias
razões da detenção e o tratamento que b.A luz artificial deverá ser suficiente para roupas, que não chamem atenção sobre
lhes deve ser aplicado. Assim é que: os presos poderem ler ou trabalhar sem si.
prejudicar a visão.
a.Quando for possível, homens e 18. Quando um preso for autorizado a
mulheres deverão ficar detidos em 12. As instalações sanitárias deverão ser vestir suas próprias roupas, deverão ser
estabelecimentos separados; em adequadas para que os presos possam tomadas medidas para se assegurar que,
estabelecimentos que recebam homens e satisfazer suas necessidades naturais no quando do seu ingresso no
mulheres, o conjunto dos locais momento oportuno, de um modo limpo e estabelecimento penitenciário, as mesmas
destinados às mulheres deverá estar decente. estão limpas e são utilizáveis.
completamente separado;
b.As pessoas presas preventivamente 13. As instalações de banho deverão ser 19. Cada preso disporá, de acordo com os
71
costumes locais ou nacionais, de uma produtos farmacêuticos serão adequados a.A quantidade, qualidade, preparação e
cama individual e de roupa de cama para o tratamento médico dos presos serviço da alimentação;
suficiente e própria, mantida em bom doentes, e deverá haver pessoal b.A higiene e limpeza do estabelecimento
estado de conservação e trocada com devidamente qualificado. prisional e dos presos;
uma freqüência capaz de garantir sua c.As condições sanitárias, aquecimento,
limpeza. 3.Cada preso poderá servir-se dos iluminação e ventilação do
trabalhos de um dentista qualificado. estabelecimento prisional;
d.A adequação e limpeza da roupa de
Alimentação 23. vestir e de cama dos presos;
1.Nos estabelecimentos prisionais para e.A observância das regras concernentes à
20. mulheres devem existir instalações educação física e aos desportos, quando
1.A administração fornecerá a cada preso, especiais para o tratamento de presas não houver pessoal
em horas determinadas, uma alimentação grávidas, das que tenham acabado de dar técnico encarregado destas atividades.
de boa qualidade, bem preparada à luz e das convalescentes. Desde que seja
e servida, cujo valor nutritivo seja possível, deverão ser tomadas 2.O diretor levará em consideração os
suficiente para a manutenção da sua medidas para que o parto ocorra em um relatórios e os pareceres que o médico lhe
saúde e das suas forças. hospital civil. Se a criança nascer num apresentar, de acordo com as regras
estabelecimento prisional, tal fato 25(2) e 26, e no caso de concordar com as
2.Todo preso deverá ter a possibilidade de não deverá constar no seu registro de recomendações apresentadas tomará
dispor de água potável quando dela nascimento. imediatamente medidas no sentido
necessitar. de pôr em prática essas recomendações;
2.Quando for permitido às mães presas se as mesmas não estiverem no âmbito da
conservar as respectivas crianças, deverão sua competência, ou caso não
Exercícios físicos ser tomadas medidas para concorde com elas, deverá imediatamente
organizar uma creche, dotada de pessoal enviar o seu próprio relatório e o parecer
21. qualificado, onde as crianças possam do médico a uma autoridade
1.O preso que não trabalhar ao ar livre permanecer quando não estejam ao superior.
deverá ter, se o tempo permitir, pelo cuidado das mães.
menos uma hora por dia para fazer
exercícios apropriados ao ar livre. 24. O médico deverá ver e examinar cada Disciplina e sanções
preso o mais depressa possível após a sua
2.Os presos jovens e outros cuja idade e admissão no estabelecimento 27. A disciplina e a ordem serão mantidas
condição física o permitam, receberão prisional e depois, quando necessário, com firmeza, mas sem impor mais
durante o período reservado ao com o objetivo de detectar doenças físicas restrições do que as necessárias à
exercício uma educação física e recreativa. ou mentais e de tomar todas as medidas manutenção da segurança e da boa
Para este fim, serão colocados à necessárias para o respectivo tratamento; organização da vida comunitária.
disposição dos presos o espaço, as de separar presos suspeitos de doenças
instalações e os equipamentos infecciosas ou contagiosas; de anotar 28.
necessários. deformidades físicas ou mentais que 1.Nenhum preso pode ser utilizado em
possam constituir obstáculos à serviços que lhe sejam atribuídos em
reabilitação dos presos, e de determinar a consequência de medidas disciplinares.
Serviços médicos capacidade
de trabalho de cada preso. 2.Esta regra, contudo, não impedirá o
22. conveniente funcionamento de sistemas
1.Cada estabelecimento penitenciário terá 25. baseados na autogestão, nos quais
à sua disposição os serviços de pelo 1.O médico deverá tratar da saúde física e atividades ou responsabilidades sociais,
menos um médico qualificado, que mental dos presos e deverá diariamente educacionais ou esportivas específicas
deverá ter certos conhecimentos de observar todos os presos doentes e podem ser confiadas, sob adequada
psiquiatria. Os serviços médicos deverão os que se queixam de dores ou mal-estar, supervisão, a presos reunidos em grupos
ser organizados em estreita ligação e qualquer preso para o qual a sua com objetivos terapêuticos.
com a administração geral de saúde da atenção for chamada.
comunidade ou nação. Deverão incluir um 29. A lei ou regulamentação emanada da
serviço de psiquiatria para o 2.O médico deverá informar o diretor autoridade administrativa competente
diagnóstico, e em casos específicos, para o quando considerar que a saúde física ou determinará, para cada caso:
tratamento de estados de anomalia. mental de um preso tenha sido ou venha
a ser seriamente afetada pelo a.O comportamento que constitua falta
2.Os presos doentes que necessitem prolongamento da situação de detenção disciplinar;
tratamento especializado deverão ser ou por qualquer condição específica dessa b.Os tipos e a duração da punição a
transferidos para estabelecimentos situação de detenção. aplicar;
especializados ou para hospitais civis. c.A autoridade competente para impor tal
Quando existam facilidades hospitalares 26. punição.
em um estabelecimento prisional, o 1.O médico deverá regularmente
respectivo equipamento, mobiliário e inspecionar e aconselhar o diretor sobre: 30.
72
1.Nenhum preso será punido senão de c.Por ordem do diretor, se outros 4.A menos que uma solicitação ou queixa
acordo com a lei ou regulamento, e nunca métodos de controle falharem, a fim de seja evidentemente temerária ou
duas vezes pelo mesmo crime. evitar que o preso se moleste a si mesmo, desprovida de fundamento, a mesma
a deverá
2.Nenhum preso será punido a não ser outros ou cause estragos materiais; nestas ser examinada sem demora, dando-se
que tenha sido informado do crime de circunstâncias, o diretor consultará uma resposta ao preso no seu devido
que é acusado e lhe seja dada uma imediatamente o médico e informará tempo.
oportunidade adequada para apresentar à autoridade administrativa superior.
defesa. A autoridade competente
examinará o caso exaustivamente. 34. As normas e o modo de utilização dos Contatos com o mundo exterior
instrumentos de coação serão decididos
3) Quando necessário e possível, o preso pela administração prisional central. 37. Os presos serão autorizados, sob a
será autorizado a defender-se por meio de Tais instrumentos não devem ser necessária supervisão, a comunicar-se
um intérprete. impostos senão pelo tempo estritamente periodicamente com as suas famílias e
necessário. com
31. Serão absolutamente proibidos como amigos de boa reputação, quer por
punições por faltas disciplinares os correspondência quer através de visitas.
castigos corporais, a detenção em cela Informação e direito de queixa dos presos
escura 38.
e todas as penas cruéis, desumanas ou 35. 1.Aos presos de nacionalidade
degradantes. 1.Quando for admitido, cada preso estrangeira, serão concedidas facilidades
receberá informação escrita sobre o razoáveis para se comunicarem com os
32. regime prisional para a sua categoria, representantes diplomáticos e consulares
a.As penas de isolamento e de redução de sobre os do Estado a que pertencem.
alimentação não deverão nunca ser regulamentos disciplinares do
aplicadas, a menos que o médico tenha estabelecimento e os métodos 2.A presos de nacionalidade de Estados
examinado o preso e certificado por autorizados para obter informações e sem representação diplomática ou
escrito que ele está apto para as suportar. para formular consular no país, e a refugiados ou
queixas; e qualquer outra informação apátridas, serão concedidas facilidades
b.O mesmo se aplicará a qualquer outra necessária para conhecer os seus direitos semelhantes para comunicarem-se com
punição que possa ser prejudicial à saúde e obrigações, e para se adaptar à os representantes diplomáticos do
física ou mental de um preso. Em vida do estabelecimento. Estado encarregado de zelar pelos seus
nenhum caso deverá tal punição interesses ou com qualquer entidade
contrariar ou divergir do princípio 2.Se o preso for analfabeto, tais nacional ou internacional que tenha
estabelecido na regra 31. informações ser-lhe-ão comunicadas como tarefa a proteção de tais indivíduos.
oralmente.
c.O médico visitará diariamente os presos 39. Os presos serão mantidos
sujeitos a tais punições e aconselhará o 36. regularmente informados das notícias
diretor caso considere necessário 1.Todo preso terá, em cada dia de mais importantes através da leitura de
terminar ou alterar a punição por razões trabalho, a oportunidade de apresentar jornais,
de saúde física ou mental. pedidos ou queixas ao diretor do periódicos ou publicações especiais do
estabelecimento ou ao funcionário estabelecimento prisional, através de
autorizado a representá-lo. transmissões de rádio, conferências ou
Instrumentos de coação quaisquer outros meios semelhantes,
2.As petições ou queixas poderão ser autorizados ou controlados pela
33. A sujeição a instrumentos tais como apresentadas ao inspetor de prisões administração.
algemas, correntes, ferros e coletes de durante sua inspeção. O preso poderá
força nunca deve ser aplicada como falar
punição. Correntes e ferros também não com o inspetor ou com qualquer outro Biblioteca
serão usados como instrumentos de funcionário encarregado da inspeção sem
coação. Quaisquer outros instrumentos de que o diretor ou qualquer outro 40. Cada estabelecimento prisional terá
coação não serão usados, exceto nas membro do estabelecimento se faça uma biblioteca para o uso de todas as
seguintes circunstâncias: presente. categorias de presos, devidamente
provida
a.Como precaução contra fuga durante 3.Todo preso deve ter autorização para com livros de recreio e de instrução, e os
uma transferência, desde que sejam encaminhar, pelas vias prescritas, sem presos serão estimulados a utilizá-la.
retirados quando o preso comparecer censura quanto às questões de mérito
perante uma autoridade judicial ou mas na devida forma, uma petição ou
administrativa; queixa à administração penitenciária Religião
central, à autoridade judicial ou a
b.Por razões médicas e sob a supervisão qualquer 41.
do médico; outra autoridade competente. 1.Se o estabelecimento reunir um número
suficiente de presos da mesma religião,
73
e instrutores técnicos. 2.Nenhum funcionário do sexo masculino Regras aplicáveis a categorias especiais
ingressará na seção feminina A. Presos condenados
2.Os serviços dos assistentes sociais, dos desacompanhado de um membro Princípios mestres
professores e instrutores técnicos deverão feminino do
ser mantidos permanentemente, pessoal. 56. Os princípios mestres enumerados a
sem que isto exclua os serviços de seguir têm por objetivo definir o espírito
auxiliares a tempo parcial ou voluntários. 3.A vigilância das presas será exercida segundo o qual devem ser administrados
exclusivamente por funcionários do sexo os sistemas penitenciários e os objetivos a
50. feminino. Contudo, isto não excluirá serem buscados, de acordo com a
1.O diretor do estabelecimento prisional que funcionários do sexo masculino, declaração constante no ítem 1 das
deverá estar devidamente qualificado especialmente os médicos e o pessoal de Observações preliminares das presentes
para sua função por seu caráter, sua ensino, desempenhem suas funções regras.
capacidade administrativa, uma formação profissionais em estabelecimentos ou
adequada e por sua experiência na seções reservadas às mulheres. 57. A prisão e outras medidas cujo efeito é
matéria. separar um delinqüente do mundo
54. exterior são dolorosas pelo próprio fato
2.O diretor deverá consagrar todo o seu 1.Os funcionários dos estabelecimentos de
tempo à sua função oficial, que não prisionais não usarão, nas suas relações retirarem do indivíduo o direito à auto-
poderá ser desempenhada com restrição com os presos, de força, exceto em determinação, privando-o da sua
de horário. legítima defesa ou em casos de tentativa liberdade. Logo, o sistema prisional não
de fuga, ou de resistência física ativa ou deverá,
3.O diretor deverá residir no passiva a uma ordem exceto por razões justificáveis de
estabelecimento prisional ou perto dele. fundamentada na lei ou nos segregação ou para a manutenção da
regulamentos. Os funcionários que disciplina, agravar o sofrimento inerente a
4.Quando dois ou mais estabelecimentos tenham que recorrer à força, não devem tal
estejam sob a autoridade de um único usar senão a situação.
diretor, este os visitará com estritamente necessária, e devem
freqüência. Cada um desses informar imediatamente o incidente ao 58. O fim e a justificação de uma pena de
estabelecimentos estará dirigido por um diretor do estabelecimento prisional. prisão ou de qualquer medida privativa de
funcionário responsável residente no liberdade é, em última instância,
local. 2.Será dado aos guardas da prisão proteger a sociedade contra o crime. Este
treinamento físico especial, a fim de fim somente pode ser atingido se o tempo
51. habilitá-los a dominarem presos de prisão for aproveitado para
1.O diretor, o subdiretor e a maioria do agressivos. assegurar, tanto quanto possível, que
pessoal do estabelecimento prisional depois do seu regresso à sociedade o
deverão falar a língua da maior parte dos 3.Exceto em circunstâncias especiais, os delinqüente não apenas queira respeitar a
reclusos ou uma língua compreendida funcionários, no cumprimento de funções lei e
pela maior parte deles. que impliquem contato direto com se auto-sustentar, mas também que seja
os presos, não deverão andar armados. capaz de fazê-lo.
2.Recorrer-se-á aos serviços de um Além disso, não será fornecida arma a
intérprete toda vez que seja necessário. nenhum funcionário sem que o 59. Para alcançar esse propósito, o
mesmo tenha sido previamente adestrado sistema penitenciário deve empregar,
52. no seu manejo. tratando de aplicá-los conforme as
1.Nos estabelecimentos prisionais cuja necessidades
importância exija o serviço contínuo de do tratamento individual dos
um ou vários médicos, pelo menos um Inspeção delinqüentes, todos os meios curativos,
deles residirá no estabelecimento ou nas educativos, morais, espirituais e de outra
suas proximidades. 55. Haverá uma inspeção regular dos natureza, e
estabelecimentos e serviços prisionais por todas as formas de assistência de que
2.Nos demais estabelecimentos, o médico inspetores qualificados e experientes, pode dispor.
visitará diariamente os presos e residirá nomeados por uma autoridade
próximo o bastante do competente. É seu dever assegurar que 60.
estabelecimento para acudir sem demora estes estabelecimentos estão sendo 1.O regime do estabelecimento prisional
toda vez que se apresente um caso administrados deve tentar reduzir as diferenças
urgente. de acordo com as leis e regulamentos existentes entre a vida na prisão e a vida
vigentes, para prosseguimento dos livre
53. objetivos dos serviços prisionais e quando tais diferenças contribuirem para
1.Nos estabelecimentos mistos, a seção correcionais. debilitar o sentido de responsabilidade do
das mulheres estará sob a direção de um preso ou o respeito à dignidade da
funcionário responsável do sexo sua pessoa.
feminino, a qual manterá sob sua guarda PARTE II
todas as chaves de tal seção. 2.É conveniente que, antes do término do
cumprimento de uma pena ou medida,
75
sejam tomadas as providências com relação a todos os grupos. É necessidades individuais de cada preso.
necessárias para assegurar ao preso um conveniente estabelecer diversos graus de Deverá ser levado em conta seu passado
retorno progressivo à vida em sociedade. segurança conforme a que seja necessária social e criminal, sua capacidade
Este propósito pode ser para cada um dos diferentes e aptidão físicas e mentais, suas
alcançado, de acordo com o caso, com a grupos. Os estabelecimentos abertos - nos disposições pessoais, a duração de sua
adoção de um regime preparatório para a quais inexistem meios de segurança física condenação e as perspectivas depois da
liberação, organizado dentro do contra a fuga e se confia na sua libertação.
mesmo estabelecimento prisional ou em autodisciplina dos presos - proporcionam,
outra instituição apropriada, ou mediante a presos cuidadosamente escolhidos, as 2.Em relação a cada preso condenado a
libertação condicional sob condições mais favoráveis para a uma pena ou medida de certa duração,
vigilância não confiada à polícia, sua readaptação. que ingresse no estabelecimento
compreendendo uma assistência social prisional, será remetida ao diretor, o
eficaz. 3.É conveniente evitar que nos quanto antes, um informe completo
estabelecimentos fechados o número de relativo aos aspectos mencionados no
61. No tratamento, não deverá ser presos seja tão elevado que constitua um parágrafo anterior. Este informe será
enfatizada a exclusão dos presos da obstáculo à individualização do acompanhado por o de um médico, se
sociedade, mas, ao contrário, o fato de tratamento. Em alguns países, estima-se possível especializado em psiquiatria,
que que o número de presos em tais sobre o estado físico e mental do preso.
continuam a fazer parte dela. Com esse estabelecimentos não deve passar de
objetivo deve-se recorrer, na medida ao quinhentos. Nos estabelecimentos 3.Os informes e demais documentos
possível, à cooperação de organismos abertos, o número de presos deve ser o pertinentes formarão um arquivo
comunitários que ajudem o pessoal do mais reduzido possível. individual. Estes arquivos serão mantidos
estabelecimento prisional na sua tarefa de 4.Ao contrário, também não convém atualizados e serão classificados de modo
reabilitar socialmente os presos. Cada manter estabelecimentos que o pessoal responsável possa consultá-
estabelecimento penitenciário deverá demasiadamente pequenos para que se los sempre que seja
contar com a colaboração de assistentes possa organizar necessário.
sociais encarregados de manter e neles um regime apropriado.
melhorar
as relações dos presos com suas famílias e 64. O dever da sociedade não termina Classificação e individualização
com os organismos sociais que possam com a libertação do preso. Deve-se dispor,
lhes ser úteis. Também deverão ser por conseguinte, dos serviços de 67. Os objetivos da classificação deverão
feitas gestões visando proteger, desde organismos governamentais ou privados ser:
que compatível com a lei e com a pena capazes de prestar à pessoa solta uma
imposta, os direitos relativos aos ajuda pós-penitenciária eficaz, que tenda a.Separar os presos que, por seu passado
interesses a criminal ou sua má disposição, exerceriam
civis, os benefícios dos direitos da diminuir os preconceitos para com ela e uma influência nociva sobre os
previdência social e outros benefícios permitam sua readaptação à comunidade. companheiros de detenção;
sociais dos presos.
b.Repartir os presos em grupos, a fim de
62. Os serviços médicos do Tratamento facilitar o tratamento destinado à sua
estabelecimento prisional se esforçarão readaptação social.
para descobrir e deverão tratar todas as 65. O tratamento dos condenados a uma
deficiências ou punição ou medida privativa de liberdade 68. Haverá, se possível, estabelecimentos
enfermidades físicas ou mentais que deve ter por objetivo, enquanto a duração prisionais separados ou seções separadas
constituam um obstáculo à readaptação da pena o permitir, inspirar-lhes a vontade dentro dos estabelecimentos para os
do preso. Com vistas a esse fim, deverá de viver conforme a lei, manter-se com o distintos grupos de presos.
ser produto do seu trabalho e criar neles a
realizado todo tratamento médico, aptidão para fazê-lo. Tal tratamento 69. Tão logo uma pessoa condenada a
cirúrgico e psiquiátrico que for julgado estará direcionado a fomentar-lhes o uma pena ou medida de certa duração
necessário. respeito por si mesmos e a desenvolver ingresse em um estabelecimento
seu senso prisional, e
63. de responsabilidade. depois de um estudo da sua
1.Estes princípios exigem a personalidade, será criado um programa
individualização do tratamento que, por 66. de tratamento individual, tendo em vista
sua vez, requer um sistema flexível de 1.Para lograr tal fim, deverá se recorrer, os dados
classificação dos presos em grupos. em particular, à assistência religiosa, nos obtidos sobre suas necessidades
Portanto, convém que os grupos sejam países em que ela seja possível, à individuais, sua capacidade e suas
distribuidos em estabelecimentos instrução, à orientação e à formação inclinações.
distintos, onde cada um deles possa profissionais, aos métodos de assistência
receber o tratamento necessário. social individual, ao assessoramento Privilégios
relativo ao emprego, ao desenvolvimento
2.Ditos estabelecimentos não devem físico e à educação do caráter moral, em 70. Em cada estabelecimento prisional
adotar as mesmas medidas de segurança conformidade com as será instituído um sistema de privilégios
76
adaptado aos diferentes grupos de presos deverão ser dirigidas preferencialmente 77.
e pela administração e não por 1.Serão tomadas medidas para melhorar a
aos diferentes métodos de tratamento, a empreiteiros privados. educação de todos os presos em
fim de estimular a boa conduta, condições de aproveitá-la, incluindo
desenvolver o sentido de 2.Os presos que se empregarem em instrução religiosa nos países em que isso
responsabilidade e algum trabalho não fiscalizado pela for possível. A educação de analfabetos e
promover o interesse e a cooperação dos administração estarão sempre sob a presos jovens será obrigatória,
presos no que diz respeito ao seu vigilância prestando-lhe a administração especial
tratamento. do pessoal penitenciário. A menos que o atenção.
trabalho seja feito para outros setores do
governo, as pessoas por ele 2.Tanto quanto possível, a educação dos
Trabalho beneficiadas pagarão à administração o presos estará integrada ao sistema
salário normalmente exigido para tal educacional do país, para que depois da
71. trabalho, levando-se em conta o sua libertação possam continuar, sem
1.O trabalho na prisão não deve ser rendimento do preso. dificuldades, a sua educação.
penoso.
74. 78. Atividades de recreio e culturais serão
2.Todos os presos condenados deverão 1.Nos estabelecimentos penitenciários, proporcionadas em todos os
trabalhar, em conformidade com as suas serão tomadas as mesmas precauções estabelecimentos prisionais em benefício
aptidões física e mental, de acordo prescritas para a proteção, segurança da saúde
com a determinação do médico. e saúde dos trabalhadores livres. física e mental dos presos.
presos, sendo consultados sobre o futuro prescrevem os trâmites a serem sobre sua detenção, e ser-lhe-ão dadas
do preso desde o início do cumprimento observados em relação a presos não todas as facilidades razoáveis para
da pena. julgados, estes deverão ser beneficiados comunicar-se com sua família e amigos e
por um regime especial, delineado na para receber as visitas deles, sujeito
3.É recomendável que as atividades regra que se segue apenas nos seus apenas
dessas organizações estejam centralizadas requisitos essenciais. às restrições e supervisão necessárias aos
ou sejam coordenadas, tanto quanto interesses da administração da justiça e à
possível, a fim de garantir a melhor 85. segurança e boa ordem do
utilização dos seus esforços. 1.Os presos não julgados serão mantidos estabelecimento prisional.
separados dos presos condenados.
93. O preso não julgado será autorizado a
B. Presos dementes e mentalmente 2.Os presos jovens não julgados serão requerer assistência legal gratuita, onde
enfermos mantidos separados dos adultos e tal assistência exista, e a receber visitas
deverão estar, a princípio, detidos em do seu advogado para tratar da sua
82. estabelecimentos prisionais separados. defesa, preparando e entregando-lhe
1.Os presos considerados dementes não instruções confidenciais. Para esse fim
deverão ficar detidos em prisões. Devem 86. Os presos não julgados dormirão sós, ser-lhe-á
ser tomadas medidas para em quartos separados. fornecido, se ele assim o desejar, material
transferí-los, o mais rapidamente possível, para escrever. As conferências entre o
para instituições destinadas a enfermos 87. Dentro dos limites compatíveis com a preso não julgado e o seu advogado
mentais. boa ordem do estabelecimento prisional, podem ser vigiadas visualmente por um
os presos não julgados podem, se assim policial ou por um funcionário do
2.Os presos que sofrem de outras doenças o desejarem, mandar vir alimentação do estabelecimento prisional, mas a
ou anomalias mentais deverão ser exterior às expensas próprias, quer conversação
examinados e tratados em instituições através da administração, quer através da entre eles não poderá ser ouvida.
especializadas sob vigilância médica. sua
família ou amigos. Caso contrário, a
3.Durante sua estada na prisão, tais administração fornecer-lhes-á D. Pessoas condenadas por dívidas ou à
presos deverão ser postos sob a alimentação. prisão civil
supervisão especial de um médico.
88. 94. Nos países em que a legislação prevê a
4.O serviço médico ou psiquiátrico dos 1.O preso não julgado será autorizado a possibilidade de prisão por dívidas ou
estabelecimentos prisionais proporcionará usar a sua própria roupa de vestir, se outras formas de prisão civil, as pessoas
tratamento psiquiátrico a todos os estiver limpa e for adequada. assim condenadas não serão submetidas a
presos que necessitam de tal tratamento. maiores restrições nem a tratamentos
2.Se usar roupa da prisão, esta será mais severos que os necessários à
83. Será conveniente a adoção de diferente da fornecida aos presos segurança e à manutenção da ordem. O
disposições, de acordo com os organismos condenados. tratamento dado a elas não será, em
competentes, para que, caso necessário, o nenhum caso, mais rígido do que aquele
tratamento psiquiátrico prossiga depois 89. Será sempre dada ao preso não reservado às pessoas acusadas,
da libertação do preso, assegurando-se julgado oportunidade para trabalhar, mas ressalvada, contudo, a eventual obrigação
uma assistência social pós-penitenciária não lhe será exigido trabalhar. Se optar de trabalhar.
de por
caráter psiquiátrico. trabalhar, será pago.
E. Pessoas presas, detidas ou
90. O preso não julgado será autorizado a encarceradas sem acusação
C. Pessoas detidas ou em prisão adquirir, às expensas próprias ou às
preventiva expensas de terceiros, livros, jornais, 95. Sem prejuízo das regras contidas no
material para escrever e outros meios de artigo 9 do Pacto de Direitos Civis e
84. ocupação compatíveis com os interesses Políticos, será dada às pessoas detidas ou
1.As pessoas detidas ou presas em virtude da administração da justiça e a presas sem acusação a mesma proteção
de acusações criminais pendentes, que segurança e a boa ordem do concedida nos termos da Parte I e da
estejam sob custódia policial ou estabelecimento prisional. seção C da Parte II. As regras da seção A
em uma prisão, mas que ainda não foram da Parte II serão do mesmo modo
submetidas a julgamento e condenadas, 91. O preso não julgado será autorizado a aplicáveis sempre que beneficiarem este
serão designados por "presos não receber a visita e ser tratado por seu grupo especial de indivíduos sob
julgados" nestas regras. médico ou dentista pessoal, desde que detenção;
haja todavia, medida alguma será tomada se
2.Os presos não julgados presumem-se motivo razoável para tal pedido e que ele considerado que a reeducação ou a
inocentes e como tal devem ser tratados. possa suportar os gastos daí decorrentes. reabilitação são, por qualquer forma,
inapropriadas a indivíduos não
3.Sem prejuízo das normas legais sobre a 92. O preso não julgado será autorizado a condenados por qualquer crime.
proteção da liberdade individual ou que informar imediatamente à sua família
78
Normalmente, são analisados ou despreza o servidor. É que seu trabalho com quem o servidor trata diretamente: o
medidos seis aspectos para aferição da simplesmente não aparece. E quando encarcerado. Assim, será graças ao
qualidade de vida no trabalho: físico, aparece (mais precisamente, o que tratamento humano que o servidor realiza
psicológico, nível de independência, aparece é a sua falta) dificilmente a junto ao preso que seu trabalho será
relações sociais, meio ambiente e sociedade associa a falta do trabalho do valorizado, pois um dia o preso ganhará a
espiritual. servidor às consequências. Vejamos o que liberdade e, quando isso ocorrer, trará
As necessidades de cada isso significa. consigo a relevância do trabalho do
indivíduo são diferentes em suas O primeiro dado a ser levado em servidor (agentes, assistentes sociais,
respectivas atividades profissionais. O consideração é que o próprio sistema pedagogos etc), desde que este preso
nível da qualidade de vida no trabalho é prisional tem pouquíssima visibilidade tenha recebido tratamento prisional
determinado conforme estas social. É quase invisível. Para a maior adequado, respeitoso e digno por parte
necessidades sejam ou não satisfeitas. parte da sociedade, o preso deve ser do servidor.
Lembre-se, contudo, que punido do modo mais severo e exemplar No momento, o trabalho do
conforme dissemos acima, existe um possível. Os homens lamentam que não servidor ainda é pouco valorizado pela
aspecto subjetivo importante na haja pena de morte, prisão perpétua ou sociedade. Isso não é uma característica
determinação da qualidade de vida que se penas cruéis, como amputação de do nosso momento na história do homem.
aplica também à qualidade de vida no membros para criminosos patrimoniais e É uma situação que vem ocorrendo há
trabalho. Por exemplo, existem pessoas castração para criminosos sexuais. De muitos séculos, mas que agora começa a
que se sentem felizes e satisfeitas por modo geral, para a sociedade, o que se mudar.
terem um emprego remunerado com passa dentro de uma penitenciária não lhe Outra coisa é o valor objetivo
salário mínimo desde que esta atividade diz respeito e é melhor que fique lá e não desse trabalho, do maior grau, pois são os
as ajude a pagar as contas; outras saia de lá. servidores do sistema os grandes atores
pessoas, por sua vez, encaram essa É desagradável para a sociedade do processo de ressocialização do
mesma atividade profissional como ter que olhar para aqueles seus detento. Dependem de seu bom trabalho
indigna, tediosa, braçal etc, e se sentem integrantes que erraram, assim como é o sucesso da ressocialização, que evitará a
insatisfeitas nesta atividade. Portanto, o também desagradável tratá-los com reincidência e trará a adequação social do
que se compreende por alta qualidade de humanidade e ajudá-los durante e após o egresso à sociedade.
vida no trabalho varia conforme o cumprimento de pena, a fim de que Cabe ao Estado, que é o
indivíduo. retornem ao meio aberto em condições empregador do servidor, valorizá-lo, pois,
Apesar da alta variação de conviverem em paz. diferentemente da sociedade, o Estado
decorrente do fator subjetivo, existem Isso por si só já revela que o não pode ignorar a relevância do trabalho
fatores objetivos mínimos para que todos sistema prisional é algo que não se quer do servidor. Essa valorização deve ser
possam ter alta qualidade de vida no ver. Por isso, dizemos que é um sistema feita através de mecanismo de
trabalho, conforme a Associação Brasileira quase invisível. Assim, também, ocorre compensação do desprestígio social, por
de Qualidade de Vida – ABQV. Esses com o servidor deste sistema. exemplo, com boa assistência à saúde,
fatores mínimos são: Ademais, em razão do baixo cursos profissionais periódicos para o
“O equivalente à saúde, nível de educação da população brasileira, servidor, proventos compatíveis com a
alimentação e abrigo para a qualidade de raramente o trabalho do servidor do dignidade da função, equipamentos
vida padrão, no entanto, eles são mais sistema carcerário é visto como algo modernos e adequados, quantidade de
específicos para carreiras ou empregos. produtivo. servidores compatíveis com as
Por exemplo, para ter uma elevada Por isso, a sociedade somente necessidades do posto de lotação ou da
qualidade de vida no trabalho, uma consegue perceber a existência e a unidade prisional, locais apropriados para
pessoa tem de ser respeitada. Colegas e relevância desse serviço quando ele falta. refeição, banho e troca de roupas etc.
funcionários de alto nível devem tratá-la Por exemplo, quando um egresso que A saúde do servidor prisional
de forma justa e educada. O trabalho não cumpriu sua pena reincide e comete novo Esse tema é também muito
deve causar qualquer desconforto físico crime, a sociedade compreende que isso delicado. Quatro fatores se associam e
ou angústia mental ao empregado. Ele não deveria ter ocorrido, pois se o afetam a saúde do servidor:
deve sentir-se como se estivesse fazendo criminoso já esteve preso, antes, em tese Precárias condições de trabalho;
algo agradável ou pelo menos não não deveria praticar novos delitos, Insuficiência do quadro
desagradável. O trabalhador deve sentir presumindo-se que passou por um funcional;
que o salário pago é suficiente para o tratamento ressocializador. Turno de 24 horas de trabalho
trabalho que ele está fazendo. Mesmo nesses casos a por 72 de descanso; e
Finalmente, ele deve se sentir valorizado percepção social é limitada. Dificilmente a Baixo reconhecimento social do
ou apreciado, como se estivesse fazendo reincidência enquanto subproduto do valor do trabalho do servidor.
algo de importância para a empresa”. sistema é vista como ligada à escassez de
Vejamos, então, cada um desses servidores do sistema, precária assistência Com isso, o prazer de trabalhar
aspectos objetivos aplicados ao servidor social, débil assistência psicológica, diminui. A tensão laboral aumenta. A
penitenciário. ausência ou insuficiência de treinamento sensação de bem-estar no trabalho é
A valorização do trabalho do para agentes penitenciários etc. baixa e não raro a sensação é de
servidor penitenciário Estudos recentes apontam que a sofrimento. Em razão disso, as
Para a sociedade o trabalho do valorização do trabalho do servidor do enfermidades psicológicas afetam
servidor penitenciário é invisível. Não sistema prisional partirá não da expressiva porção dos servidores do
porque a sociedade é ruim ou porque sociedade, mas, sim, justamente daquele
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sistema. Por vezes, o grau de infelicidade os sistemas prisionais tem sua Finamente, a observância de
é tão grande que leva ao suicídio. administração sob a regência de cada protocolos de segurança é da natureza do
Concentramos, portanto, nossas Estado, logicamente existe variação, próprio serviço e não pode ser relegada
observações nesse tema, isto é, na também, na política de remuneração e em segundo plano. Tais protocolos são
questão da saúde psicológica do servidor. concessão de benefícios. Essa variação é frutos de estudos e experiências em
Os quatro elementos acima mencionados alta. E mais alta ainda costuma ser essa segurança em unidades prisionais. Sempre
formam um caldo que leva facilmente à variação quando comparada com o que que se deixa de observar qualquer desses
depressão, angústia ou ansiedade. ganham os servidores federais. procedimentos, abre-se uma possibilidade
Um dos fenômenos que pode A segurança no trabalho do de resgate, formação de refém ou motim.
ocorrer com o servidor é a sua servidor E toda vez que esse protocolo é
institucionalização. Em instituições totais O tema segurança no trabalho é observado, fecha-se essa possibilidade.
(como é o caso da prisão, de manicômios provavelmente o mais importante. O Aspectos particulares
e de conventos), aqueles que são ambiente de trabalho do servidor do O turno de 24 horas por 72 de
responsáveis pela administração em geral sistema prisional é eminentemente uma descanso é uma jornada difícil. O
tendem a absorver comportamentos dos unidade de segurança. A possibilidade de funcionário do sistema segue
internos daquela instituição. um servidor ser feito refém, com o início praticamente institucionalizado nesse
Por isso, frequentemente, de uma rebelião, é uma situação período. Deve dispor de ambientes
vemos servidores expressando-se com a onipresente na psique do servidor, que o apropriados para pequenos descansos,
linguagem e as gírias usadas pelos presos. torna tenso no trabalho para se dizer o troca de roupa, banho, guarda de seus
O fenômeno quase sempre revela algum mínimo. Todo objeto pode ser objetos pessoais e alimentação.
tipo de desequilíbrio em algum grau, que transformado em arma e toda situação Outro aspecto que torna o
pode ser muito leve ou altamente requer cuidado por mais rotineira que trabalho do servidor uma atividade ímpar
comprometedor. seja. é a atividade à qual se destina: a
Outras doenças podem ser Entretanto, existem fatores que ressocialização. Mais que isso: deverá a
adquiridas pelo servidor durante o seu podem elevar em muito a sensação de todo tempo evitar a dessocialização do
trabalho. São, em geral, doenças segurança (segurança subjetiva) e as preso, isto é, evitar que no dia em que o
decorrentes de contatos com os presos, condições objetivas de segurança preso ganhe liberdade o faça em
ou decorrentes de ambientes insalubres. (segurança objetiva). Vejamos. condições piores daquelas em que
Pode ocorrer que o servidor venha a Independentemente do nível de ingressou.
contrair tuberculose ou doenças de pele, segurança da unidade prisional (mínima, A insuficiência de recursos
pois estas são enfermidades mais média ou máxima), todas elas devem ter humanos e materiais para o trabalho
frequentes entre os presos. Pode ser automação, mecânicas ou eletrônicas. certamente irá gerar angústia no servidor.
também que o servidor adquira doenças Esse nível deve ser maior tanto quanto for E ele precisa estar preparado para essa
decorrentes das precárias condições maior o nível de segurança da unidade. realidade inexorável.
higiênicas da unidade prisional. Embora Por exemplo, uma unidade prisional de Em alguns casos, o
sejam raro que tais contaminações segurança máxima deve ter fartura de aprisionamento objetiva apenas uma
ocorram, não são ocorrências equipamentos de segurança: monitoração etapa da ressocialização consistente com
desprezíveis. eletrônica de todos os ambientes, a remoção de presos de uma unidade
A remuneração mecanismos de separação física entre prisional para outra, a fim de conter
Toda remuneração laboral deve detentos e agentes penitenciários (por lideranças negativas ou rebeliões na
atender a dois requisitos: exemplo, abertura na porta da cela para unidade de origem. Aqui o tratamento de
a)Ser suficiente para o colocar e retirar algemas), máquinas para ressocialização é de contenção, para que
trabalhador prover as suas necessidades detectar objetos ocultos em pessoas e se possa, mais adiante, retomar-se o curso
básicas e de sua família. correspondências, mecanismos (manuais normal.
b)Ser condizente com a ou eletrônicos) de abertura de celas sem Isso também revela a
dignidade da função desempenhada. proximidade física do servidor etc. diversidade de pessoas presas com que
Também é essencial que a trata o servidor, algo que é produto da
No serviço público, o segundo unidade prisional esteja provida de própria singularidade entre seres
aspecto frequentemente não é quantidade suficiente de servidores. Por humanos. Cada preso tem uma
observado, de modo que funções de exemplo, se existem agentes personalidade única. Sua personalidade se
grande relevância social são remuneradas penitenciários suficientes significa que extravasa e se expressa no meio em que
com valores e benefícios muito aquém da cada agente terá responsabilidade por um vive, qual seja, os ambientes da unidade
contribuição social que prestam. número menor de presos, com nível de prisional. Assim, o servidor terá que saber
O servidor do sistema prisional tensão mais baixo. dialogar, e mais que isso, conviver
não foge a regra. Essa postura do Estado A existência de um grupo de profissionalmente com os mais diversos
pode ser amenizada através da oferta de intervenção especializado em combate e tipos criminológicos, cada um portador de
benefícios, como auxílio-alimentação, resgate em ambientes fechados com uma sociopatia em graus leve, médio ou
auxílio-saúde, cestas básicas, convênios armas não letais, capaz de chegar grave. São delinquentes violentos, líderes
com instituições financeiras para rapidamente ao estabelecimento penal, de facções criminosas, “soldados” dessas
habitação e estudo, financiamentos com também é uma garantia de que o detento facções, criminosos não violentos,
juros subsidiados etc. pensará duas vezes antes de tentar algo criminosos ocasionais, delinquentes
Existe variação entre Estados na violento. habituais, traficantes habituais, traficantes
remuneração dos servidores. Uma vez que eventuais, roubadores eventuais,
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equipe dirigente que pode torná-lo tampouco exclusivamente em seu Geralmente os psicofármacos
alienado em sua capacidade de trabalho, ambiente. A saúde mental e os seus são utilizados para ajudar o paciente
o que também contribui para a formação transtornos dependem de fatores que durante a crise de abstinência (quer dizer
do estigma. Por outro lado, enquanto pertencem ao Eu, assim como de fatores quando o paciente não está tomando a
responsáveis pelos detentos, os agentes que pertencem à Realidade. droga a qual estava acostumado) para o
podem se sentir mortificados, humilhados Há as pessoas com controle dos seguintes sintomas:
e desafiados quando o detento não reage características pessoais desfavoráveis que ansiedade, agitação, angústias, insônia.
corretamente. encontram uma realidade favorável e por
Essa situação paradoxal para o isso podem manter um nível bom de B. Esquizofrênica
agente também pode se tornar um fator saúde mental, como também há pessoas
provável de adoecimento caso ele não que, embora favorecidas pelas A Esquizofrenia é uma
consiga separar bem sua posição em características pessoais, encontraram se deficiência orgânica fundamentalmente
momentos diversos. A prisão é citada por em eventos pontuais ou contínuos tão caracterizada por desordens do
Goffman (2007) e Silva (2009) como um desfavoráveis que a saúde mental delas é pensamento, da percepção e da
exemplo clássico de instituição total. Sua afetada. A saúde mental pode ser afetada afetividade. Os pacientes podem ter
característica total é percebida através de modos diferentes e com uma duração manifestações diferentes da enfermidade.
das barreiras impostas às relações sociais variável. Porém, os sintomas mais frequentes são:
com o mundo externo. Implicitamente, o Fala-se de transtorno mental as alucinações (percepções de algo
Estado transfere ao agente a missão de quando o sofrimento está estruturado de inexistente), delírios (pensamentos sem
selecionar a conduta adequada daquele maneira contínua e tão gravemente que conteúdos de realidade, com uma certeza
momento, colocando-o como responsável compromete o operar psicológico e social. subjetiva), perturbações do pensamento
da violência institucional. O agente precisa O transtorno mental pode manifestar-se (redução da atividade mental e às vezes,
entender e apreender rapidamente a de formas muito diferentes. Há muitos pobreza de pensamento), perturbações da
dinâmica da (con)vivência no mundo dos exemplos de classificação dos transtornos linguagem (fluxo de palavras sem
cativos para conseguir exercer o seu papel mentais; uma dessas classificações mais sentido), perturbações da afetividade
e manter a ordem. conhecidas no mundo é o DSM-V que (incoerência afetiva, inafetividade),
A identidade profissional é uma propõe categorias diagnósticas muito perturbações da conduta (viver retraído,
forma de inserção no social. O trabalho articuladas e sofisticadas, para além dos irrita-se por qualquer razão, não cuidar do
faz parte da formação desta identidade e, objetivos desta unidade. Um sistema de asseio pessoal). Ao contrário do que se
consequentemente, se torna fundamental classificação mais simples e mais útil na pensou durante muito tempo, a
na vida do sujeito. Assim, qualquer prática clínica é o CID e (Classificação esquizofrenia, não está destinada em
ruptura que exista na ordem do trabalho, Internacional das Doenças da Organização todos os casos a ser irreversível, mas em
pode manifestar-se como fragilização da Mundial da Saúde - O.M.S.). muitos casos pode melhorar até a cura
identidade e vulnerabilidade. O que aqui se propõe é clínica ou a cura social.
Um ponto que chama a atenção dimensão organizacional do acolhimento, Os psicofármacos não são
é que assim como os agentes apreendem para facilitar o acesso e auxiliar o satisfatórios para tratar os sintomas
as competências necessárias para diagnóstico simplificado, suficientes para conhecidos como “sintomas negativos”
desempenharem bem sua função é no obterem-se informações sobre a evolução (retração da realidade, pobreza afetiva).
cotidiano, na convivência direta com os da enfermidade e para a estratégia de Os psicofármacos (neurolépticos) servem
detentos, este mesmo contato também intervenção. principalmente para o manejo de:
proporciona ao detento um mínimo de • delírios;
conhecimento sobre a personalidade, A. Alcoolismo crônico • transtornos da percepção,
temperamento, hábitos, etc. do agente. (relacionado ao trabalho) • ansiedade, agitação, insônia.
Este é um fator que implica sensivelmente Devido à complexidade da
no desgaste mental do agente, dado que Nos transtornos mentais que enfermidade, o tratamento tem que ser
ele é observado continuamente. dependem do abuso de álcool e drogas, os múltiplo: apoio social, apoio psicológico e
Sintomas variam de acordo com o tipo de fortalecimentos da rede social e
substância ingerido pelo paciente. comunitária de solidariedade.
3. TRANSTORNOS MENTAIS E DO As condições de trabalho podem
COMPORTAMENTO RELACIONADOS AO produzir estresse e induzir ao alcoolismo, C. Episódios Depressivos
TRABALHO NO SISTEMA PRISIONAL como forma de aliviar a ansiedade.
Observa se os seguintes aspectos no A depressão é uma das doenças
Os problemas que podem afetar comportamento dos trabalhadores: que mais cresce no mundo. A correria, o
à saúde mental são muitos e eles derivam • constantes atestados; excesso de cobrança, o acúmulo de
de um conjunto de fatores que se • acidentes de trabalho; tarefas, tudo isso faz parte da rotina de
encontram nas pessoas que sofrem, mas • relacionamento ruim com uma pessoa que trabalha. Mas, quando o
também na realidade ao seu redor. É colegas; estresse é muito, pode ser que algumas
muito claro que há uma interação • Agressões; doenças acabem aparecendo, como é o
contínua e recíproca entre o indivíduo e • Problemas financeiros; caso da depressão.
seu ambiente. Não se pode afirmar que • Problemas de saúde. A depressão é uma das
haja sofrimento e transtorno mental Às vezes observam-se sintomas principais causas de afastamento do
somente por fatores que estão nem psicóticos (delírios, alucinações). trabalho. E na maioria das vezes os
exclusivamente no indivíduo nem
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servidores não se dão conta que estão relações humanas muito dificilmente
doentes e que precisam de ajuda. podem ser administradas pelos H.Transtorno de personalidade
Condições de trabalho ruins, psicofármacos. Mais ainda, alguns antissocial
assédio moral (humilhações), exploração sintomas neuróticos, depressivos, fóbicos, Transtorno de personalidade
da mão-de-obra, excesso de cobranças e obsessivos e histéricos, têm sido mais caracterizado por um desprezo das
prazos, não reconhecimento financeiro, tratáveis por meio de uma intervenção de obrigações sociais e a falta de empatia
do desempenho e das qualidades do apoio psicológico que por psicofármacos. para com os outros. Há um desvio
colaborador são alguns dos fatores que Os sintomas que mais considerável entre o comportamento
levam a depressão proveniente do respondem ao tratamento farmacológico desses indivíduos e as normas sociais
ambiente de trabalho. Os sintomas mais são: estabelecidas.
comuns da doença são: alteração no sono, • ansiedade, insônia; O comportamento não é
irritabilidade, dores sem causa aparente, • somatizações da ansiedade; facilmente modificado pelas experiências
cansaço excessivo, queda de • sintomas fóbico-obsessivos. adversas, inclusive pelas punições. Existe
produtividade, perda do interesse pela uma baixa tolerância à frustração e um
atividade, dificuldades na tomada de baixo limiar de descarga de sua
decisões, baixa energia, sentimento de F. Transtorno do ciclo sono- agressividade, inclusive da violência.
tristeza prolongado, perda de prazer, vigília (incluído em transtornos do ciclo Existe uma tendência a culpar os outros
dificuldade de concentração, sono-vigília devidos a fatores não ou a fornecer racionalizações plausíveis
pensamentos de morte, sentimentos de orgânicos) para explicar um comportamento que o
inutilidade e culpa. leva a entrar em conflito com a sociedade.
É definido como uma perda de Aspectos essenciais:
D. Transtorno afetivo bipolar sincronia entre o ciclo sono-vigília do Atitude aberta de desrespeito
indivíduo e o ciclo sono-vigília socialmente por normas, regras e obrigações
Nestes distúrbios a característica estabelecido como normal, resultando em sociais de forma persistente.
principal constitui-se pela modificação do queixas de insônias, interrupção precoce Insensibilidade aos sentimentos
humor e uma aceleração generalizada da do sono ou de sonolência excessiva. alheios
conduta (mania) alternada com fases Relaciona-se ao trabalho devido à jornada Estabelece relacionamentos
depressivas. Os pacientes passam de atividade noturna em regime fixo ou com facilidade, principalmente
períodos caracterizados por sintomas pela alternância de horários diurnos, quando é do seu interesse, mas
maníacos (de excitação, de sensação de vespertino ou noturnos, em regime de dificilmente é capaz de mantê-
poder e de bem-estar inadequado, de revezamento de turnos. los.
condutas irresponsáveis) e outras fases
Baixa tolerância à frustração e
por sintomas depressivos. Muitas vezes é G. Reações ao estresse grave e
facilmente explode em atitudes
uma enfermidade familiar. Estes pacientes transtornos de adaptação
agressivas e violentas.
precisam de atenção e de proteção em
ambas as fases de enfermidade. Estresse é uma reação do Incapacidade de assumir a culpa
Os psicofármacos podem ser organismo com componentes do que fez de errado, ou de
empregados em quase todos os sintomas: psicológicos, físicos, mentais e hormonais aprender com as punições.
• estados de extrema tristeza; que ocorre quando surge a necessidade Tendência a culpar os outros ou
• desesperança; de uma adaptação grande a um evento ou defender-se com raciocínios
• excitação; situação de importância. lógicos, porém improváveis.
• delírios de grandeza, de poder, O estresse ocupacional ocorre
de riqueza; quando o indivíduo percebe as tarefas no I. Síndrome de Burnout ou
• ansiedade, agitação, insônia. trabalho como excessivas para a Síndrome do Esgotamento Profissional
capacidade que possui em enfrentar.
E. Transtornos neuróticos Estresse é definido como a A sensação de estar acabado ou
reação do corpo diante de sensação de síndrome do esgotamento profissionalé
Os sintomas que caracterizam ameaça, seja ela interna ou externa, um tipo de resposta prolongada a
estes transtornos são muitos, eles sempre desencadeando uma descarga muito alta estressores emocionais e interpessoais
não são bem definidos, às vezes sendo de adrenalina. Esse hormônio acaba crônicos no trabalho. Tem sido descrita
difícil distinguir entre sintomas e estimulando a liberação de outros pelo como resultante da vivência profissional
dificuldades psicológicas devidas a um organismo, o que pode acarretar diversas em um contexto de relações sociais
mal-estar que nem sempre pode ser alterações em seu funcionamento. complexas, envolvendo a representação
definida como “enfermidade”. Os Principais sintomas do que a pessoa tem de si e dos outros. O
Os sintomas de neuroses são Estresse: servidor que antes era muito envolvido
vários: ansiedade, depressão, • Dificuldade de concentração; afetivamente com o trabalho em si,
manifestações histéricas (expressões do • Desmotivação; desgasta-se e, em um dado momento,
sofrimento pela linguagem do corpo, com • Insônia e sensação de desgaste desiste, perde a energia ou se
gestos ostentados), fobias (desejo/ânsia e ao acordar; “queima”completamente. O trabalhador
temor frente a um objeto ou uma • Irritabilidade acima do perde o sentido de sua relação com o
situação), obsessões (descarga da justificável; trabalho, desinteressa-se e qualquer
angústia mediante atos repetidos e • Lapsos de memórias; esforço lhe parece inútil.
rituais). Como é óbvio, as dificuldades nas • Depressão.
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a.C. e 200 d.C.). Tem-se conhecimento de século XVIII, o Direito Penal era marcado ao julgamento dentro do ordenamento
um tipo de prisão, talvez o primeiro, no por penas cruéis e desumanas, não jurídico estabelecido e a voltar a ajustar-
Código de Manú, onde o condenado era havendo até então a privação de se à sociedade; os outros, no entanto,
exposto em via pública e ali recebia sua liberdade como forma de pena, mas sim seriam chamados de inimigos do Estado e
punição através de suplício, porém não como custódia, isto é, uma forma de seriam adversários, inimigos do estado
era tida como pena. garantir que o acusado não iria fugir e cabendo a estes um tratamento rígido e
A vingança divina que de certo também um meio para a produção de diferenciado.
modo também era pública foi provas, frequentemente usando métodos
generalizada com o uso de juízes e de tortura, considerada legítima. O Atualmente, século XXI, as
tribunais. O escopo era o de conter a acusado aguardava o julgamento e a pena perspectivas de ressocialização em que se
criminalidade, mas por mais aterradores subsequente, privado de sua liberdade, encontra o sistema prisional é melhor do
que fossem os castigos e os suplícios em cárcere. que em relação aos séculos anteriores.
infligidos contra os delinquentes, por mais Conforme Nascimento (2003), durante a
ostensiva que tenha sido a pretensa CF/88, Art.5º XLVII - não haverá penas: Idade Média, os castelos, as fortalezas, os
exemplaridade das execuções das penas a) de morte, salvo em caso de guerra conventos e os mosteiros, eram tidos
corporais e infamantes, nunca houve declarada, nos termos do art. 84, XIX; como prisões, onde os criminosos se
eficaz efeito inibitório ou frenador da b) de caráter perpétuo; recolhiam cumprindo a pena privativa de
criminalidade. c) de trabalhos forçados; liberdade, a qual foi autorizada pela
Na fase da vingança pública, d) de banimento; igreja, na finalidade de que ao se
que tem início no Período Helênico (323 e) cruéis; retirarem os criminosos pudessem
a.C. - 30 d.C.) e vai até o século XVIII, o meditar, conseguindo arrepender-se da
objetivo transmuda-se para a segurança O encarceramento era um meio, falta cometida, e reconciliar-se com Deus.
do príncipe ou soberano, através da pena, não o fim da punição.Contudo, éno século No entanto, é no final do século
também severa e cruel, com a finalidade XIX que se dá o apogeu da pena privativa XVIII que ocorre o aprisionamento do
de intimidar.Conforme Magalhães de liberdade e, no século XX, surgem as criminoso para que cumpra a sua pena.
Noronha (1991, p.21), na Grécia, a propostas de concepções modernas de Por isso, a reclusão passa a substituir a
princípio o crime e a pena ainda eram ressocialização para os homens pena de morte, e a instituição prisão
inspirados no sentimento religioso, pois o criminosos. começa a ter caráter de sanção disciplinar.
direito e o poder emanavam de Júpiter, Desta forma, as novas prisões que
considerado o deus criador e protetor do LEP,Art. 1º A execução penal tem por surgiam não possuíam quaisquer
universo. Dessa divindade provinha o objetivo efetivar as disposições de princípios de normas penitenciárias; em
poder dos reis e em seu nome se procedia sentença ou decisão criminal e que a promiscuidade e a falta de higiene
ao julgamento do litígio e à imposição do proporcionar condições para a harmônica eram componentes do sistema punitivo, e
castigo. integração social do condenado e do também não havia preocupação com as
No entanto, os filósofos e internado. medidas reeducativo-penais. A maioria
pensadores gregos e suas teorias dos estabelecimentos prisionais eram
influenciaram na concepção do crime e da No século XX, há a proposta das subterrâneos, o que causava sofrimentos
pena. Por exemplo, a ideia de concepções modernas de ressocialização cruéis ao indivíduo condenado à prisão.
culpabilidade através do livre arbítrio de dos homens criminosos, em que o sistema Contudo, é no decorrer do
Aristóteles, acabou refletindo no campo prisional passa a ter uma visão mais crítica século XIX, que ocorre o apogeu da pena
jurídico, depois de se firmar no terreno em relação aos mesmos, apesar de ainda privativa de liberdade, com o objetivo de
filosófico e ético. Por sua vez, Platão existirem muitas falhas na aplicação do melhorar as condições de vida dos
contribuiu para a ideia da intimidação da sistema prisional. E, durante todo o prisioneiros. Foi apenas no
pena. período da evolução do sistema prisional, século XVIII que a pena privativa de
Também foram os gregos que surgiram vários modelos de sistemas liberdade passou a fazer parte do rol de
classificaram o crime em público e prisionais, adotados nos mais variados punições do Direito Penal. Com o gradual
privado, conforme a predominância do países. Uma das teorias mais divulgadas banimento das penas cruéis e desumanas,
interesse do Estado ou do particular. neste conceito é a do Direito Penal do a pena de prisão passa a exercer um papel
Porém, ao lado da vingança pública ainda Inimigo. de punição de facto.
permaneciam as formas anteriores da
vingança privada e da vindita divina. Não Essa teoria do doutrinador alemão Segundo o filósofo e historiador francês
se concebia, ainda, um “direito penal”, “Günter Jakobs”, denominada como Michel Foucault (1926-1984), a mudança
embora a Grécia seja hoje considerada “Direito Penal do Inimigo” vem, há mais nas formas de punição acompanha
seu berço mais remoto. As penas em geral de 20 anos, tomando forma e sendo transformações políticas do século XVIII,
eram castigos, multas, feridas, mutilações, disseminada pelo mundo, conseguindo isto é, a queda do antigo regime e a
morte (cuja forma dependia do delito fazer adeptos e chamando a atenção de ascensão da burguesia. A partir daí a
cometido) e exílio. muitos.De uma forma sintética, essa punição deixa de ser um espetáculo
Uma vez que, anterior ao início Teoria tem como objetivo a prática de um público, por que isso passou a ser visto
do século XVII, os indivíduos eram Direito Penal que separaria os como um incentivo à violência, e adota-se
abandonados à sorte e a regra da prisão delinquentes e criminosos em duas a punição fechada, que segue regras
não era considerada como pena. E, em categorias: os primeiros continuariam a rígidas. Portanto, ao invés de punir o
meados do século XVIII, o indivíduo passa ter o status de cidadão e, uma vez que corpo do condenado, pune-se a sua
de fato a cumprir sua pena. Até o infringissem a lei, teriam ainda o direito “alma”. Essa mudança, segundo o autor, é
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um modo de acabar com as punições IQUEGO, CASEGO, CRISA, unificação das atividades prisionais
imprevisíveis do soberano sobre o OSEGO, CAIXEGO, COSEGO desenvolvidas.
condenado, gerando proporcionalidade (seguros), SANEAGO, IDAGO etc. Diante desta situação, a Lei n°.
entre o crime e a punição. Construiu o Centro 13.550/99, criou a Agência Goiana do
administrativo de Goiás (atual Sistema Prisional – AGESP, extinguiu o
Execução Penal no Brasil Palácio Pedro Ludovico) Centro Penitenciário de Atividades
Foi um modernizador; Industriais do Estado de Goiás (CEPAIGO)
No Brasil existem basicamente Apresenta uma sintonia entre o e a Superintendência de Justiça e do
dois sistemas prisionais: o Federal e o governo estadual e o governo Sistema Penitenciário que passou a ser
Estadual, cujas realidades sãobem federal (Jânio, Jango); chamada Superintendência de Justiça,
distintas como a ausência de superlotação No governo de Mauro Borges o ambos jurisdicionados à Secretaria de
e precariedade estrutural, problemas próprio estado teve de Segurança Pública e Justiça.
pelos quaiso presídios federais não incentivar a economia pois A AGESP absorveu as atribuições
sofrem. iniciativa privada no Brasil e no do CEPAIGO, da CPP e dos outros
Estado de Goiás era incipiente. estabelecimentos penais do Estado.Em
Sistema Penitenciário Goiano No Golpe de 1964 instalou-se a decorrência do Decreto nº. 5.200/00 o
Ditadura Militar. Com o golpe CEPAIGO passou a chamar-se Centro
Casa de Câmara e Cadeia de militar Jango sai do poder e Penitenciário. Outrossim, em 2002 aquele
Pirenópolis: Primeira Cadeia do Estado de Mauro também. estabelecimento penal passou a
Goiás; Construída em 1733 e demolida em denominar-se “Penitenciária Cel. Odenir
1919 - após a construção de uma idêntica Havia uma Superintendência de Guimarães” - Decreto nº. 5.551, de 14 de
próximo ao Rio das Almas, entretanto, a Justiça e do Sistema Penitenciário, que fevereiro de 2002. Somente com a criação
mesma só funcionou como cadeia até dependendo da estrutura organizacional da AGESP passou-se a efetivar os
1999, pois se transformou em museu. do Estado, permanecia subordinada a processos de reintegração social para os
uma determinada Secretaria que lhe privados de liberdade, com
Histórico atribuía as políticas públicas, supervisão e departamentos específicos para tal fim.
acompanhamento das cadeias públicas do
A criação de uma política Estado e, ainda, estava a ela subordinada Coronel Odenir Guimarães, foi Diretor
penitenciária no Estado se configurou a a Casa do Albergado. Penal (Equivalente ao Superintendente de
partir da criação da Agência Goiana do A Casa de Prisão Provisória, que Reintegração Social), morto em 1974,
Sistema Prisional, no primeiro mandato do até então, era subordinada à Diretoria onde o mesmo foi alvejado dentro do
Governo Marconi Perillo, em 1999. Antes, Geral da Policia Civil, – antigamente CEPAIGO, após uma revolta velada de
da criação deste órgão, não havia o que denominada de Casa de Detenção -, alguns presos (cela livre) que renderam os
existe hoje, ou seja, um Sistema de abrigava não só os presos provisórios, vigilantes da época, tomaram seus
Execução Penal. A gestão era como também os condenados, as armamentos, fugindo com o veículo
descentralizada com direções prostitutas, menores infratores e bêbados dadiretoria, como o mesmo ainda vivo,
independentes de estabelecimentos já encontrados nas ruas. Até 1999 esse abandonando-o em uma ribanceira
existentes. Entre eles: O Centro estabelecimento foi administrado pela próximo a cidade de Barra do Garça,
Penitenciário de Atividades Industriais do Policia Civil e, mesmo após a criação do estado do Mato Grosso.Na época a
Estado de Goiás – CEPAIGO, uma CEPAIGO em 1962, funcionava como um população carcerária era de
autarquia criada pela Lei n°. 4.191, de 22 sistema prisional independente, não aproximadamente 250 (duzentos e
de outubro de 1962. Entretanto, desde havendo troca de informações entre as cinquenta presos). Hoje são mais de mil e
maio de 1961 o CEPAIGO já funcionava, suas administrações. Mas, em 1999, o quinhentos. Atualmente com mais de
abrigando inicialmente os presos Governo do Estado inaugurou um novo 2.000 presos.
condenados que se encontravam na CPP e prédio – localizado no Complexo Prisional
para lá foram transferidos. de Aparecida de Goiânia – que abriga até A Escola Estadual Dona Lourdes
hoje os presos provisórios que estavam na Estivalete Teixeira, fundada em 1997, leva
O CEPAIGO, surge durante o antiga Casa de Detenção, sendo esta este nome em homenagem a esposa do
Governo Mauro Borges (1961-1964), que desativada. fundador do CEPAIGO, governador Mauro
teve como principais características: Esta situação ocasionava ao Borges, tem capacidade para
Primeiro governo sistema de Execução Penal multiplicidades aproximadamente 300 alunos. Um ano
cientificamente planejado de de ações, o que dificultava a obtenção de antes, em 1996 ocorreu a maior rebelião
Goiás – Plano MB – FGV recursos junto ao Departamento em presidio goiano, durante o governo de
Filho de Pedro Ludovico Penitenciário Nacional – DEPEN. E o mais Maguito Vilela, liderada pelo reeducando
Reforma agrária inspirada nos grave, não proporcionava aos privados de Leonardo Pareja, que gerou uma
Kibutz de Israel . liberdade um tratamento que permitisse a reavalização aos procedimentos de
Reforma Administrativa: Criou sua reintegração social. Para implantação segurança nos presídios estaduais.
diversos órgãos, autarquias e no Estado de Goiás de um Sistema de
empresas estatais e Execução Penal para efetivar os A AGESP foi extinta com a
paraestatais, para promover o dispositivos da Lei nº. 7.210, de julho de criação da Secretaria de Estado da Justiça
desenvolvimento do estado. 1984 – Lei de Execução Penal (LEP), foi (SEJUS) - Lei n° 15.724, de 29 de junho de
CEPAIGO, COTELGO (telefones – necessário, inicialmente, promover a 2006. A SEJUS passou a ser responsável
depois Telegoiás), METAGO, pelo sistema penitenciário goiano e pelas
87
políticas relativas à defesa do Consumidor abrangência geográfica e perfil do apenitenciária está dentro da expansão do
(PROCON), Direitos Humanos e Proteção a encarcerado. Distrito Industrial – DAIAG do
Vítimas e Testemunhas. As três últimas A lei garante respeito à município,estando atualmente próximo a
atribuições pertenciam à Secretaria de dignidade da vida das pessoas em centenas de empresa, indústrias
Segurança Pública, que foi desmembrada privação de liberdade e incentivo na instaladas na região do presídio e até
para surgimento da SEJUS. implantação de Associações de Proteção e mesmo de residências.
Com a entrada em vigor da Lei Atendimento ao Condenado (APAC’s). São Depois da rebelião ocorrida em
16.272, de 30 de maio de 2008, a mantidas as 08 Coordenações Regionais fevereiro de 2017 na unidade em que
Secretaria de Estado da Justiça - SEJUS foi Prisionais, e busca reestruturar o sistema morreram cinco detentos e 35 ficaram
extinta dando lugar à Superintendência do em 47 (quarenta e sete) microrregiões, feridos, duas alas do presídio foram
Sistema de Execução Penal - SUSEPE, com 47 presídios regionais, substituindo a destruídas.Quatro meses após rebelião,
jurisdicionada à Secretaria de Segurança atual estrutura com presídios por POG começou a ser reformada. A
Pública - SSP. A extinta SEJUS teve vida comarcas (municípios). execução de obra envolveu demolição de
curta, menos de dois anos após sua espaços que não eram utilizados e
criação. ampliação de área para reforçar controle
A Lei nº. 17.257, de 25 de Complexo Prisional de Aparecida dos presos.
janeiro de 2011 extinguiu a
Superintendência do Sistema de Execução O Complexo Prisionalde 2) Casa de Prisão Provisória – CPP:criada
Penal - SUSEPE e criou a Agência Goiana Aparecida é o conjunto de todas as em 1.998, abriga homens emulheres não
do Sistema de Execução Penal – AGSEP: unidadesprisionais que estão situadas na condenados pela justiça, que estão
entidade autárquica estadual dotada de zona rural do município de Aparecida de aguardando recurso de umasentença
personalidade jurídica de direito público Goiânia, a 6 km da margem da BR-153. condenatória,e em caso de condenação
interno, com autonomia administrativa, Com a maior concentração de presos no são transferidos para a Penitenciária
financeira e patrimonial, jurisdicionada à Estado distribuída em seis unidades Odenir Guimarães – POG, no caso dos
Secretaria de Estado da Segurança Pública prisionais, sendo elas:Casa de Prisão homens e ou para o Presídio Feminino
e Justiça Provisória – CPP, Penitenciária Cel.Odenir para as mulheres. Mesmo não havendo
Em 24 de junho de 2013, a Lei nº Guimarães – POG, Presídio Feminino imposição legal, a CPP abriga um dos
18.056, extinguiu a AGSEP e criou a Consuelo Nasser, Unidade Prisional de principaisprojetos de reintegração social o
Secretaria de Estado da Administração Segurança Máxima - “Núcleo de custódia”, “Módulo de Respeito”, onde 80 presos do
Penitenciária e Justiça – SAPeJUS. Colônia Agrícola, Industrial ou Similar do sexomasculino ocupam as vagas
Agregou-se a estrutura da nova Pasta a Regime Semiaberto, e o “Centro de existentes na ala, ou seja, não há
proteção aos Direitos Humanos e do Triagem”. superlotação. Como critério básico para
Consumidor. participar do projeto os presos deverão se
A Lei 18.687 de 03 de dezembro A área original do Complexo apresentar como voluntários ao trabalho,
de 2014, que visou a reorganização Prisional possuía um total de 100 cumprir metas de produção, e manter
administrativa do Poder Executivo, alqueires até o ano de 2012, ano que o uma convivência pacífica entre eles e a
extinguiu a antiga SAPEJUS e criou a Governo Estadual desafeta 80 administração prisional. Hoje abriga cerca
Superintendência Executiva de alqueiresrepassando ao Distrito de 2.500 presos. Lembrando que em 1967
Administração Penitenciária – SEAP, Agroindustrial de Aparecida de Goiânia- foi inaugurada a CASA DE DETENÇÃO
colocando a Administração Penitenciária DAIAG, com o objetivo de ampliar o (Antiga CPP), que era jurisdicionada a
dentro da Secretaria de Segurança Pública parque de indústrias e empresas, Polícia Civil.
e Administração Penitenciária – SSPAP. restando apenas 20 alqueires da área
A publicação da Lei nº 19.962 de original. 3) Colônia Agrícola, Industrial ou Similar:
03 de janeiro de 2018 cria a Diretoria- acolhe condenados no regime semiaberto
Geral de Administração Penitenciária e 1) Penitenciária Cel. Odenir Guimarães – do sexo masculino.Neste regime de
permite ao Executivo a gestão da vaga POG: abriga apenas preso condenado, cumprimento de pena, o condenado goza
prisional, antes exercida pelo Poder conforme a Lei de Execução Penal no da possibilidade de trabalhar, estudar e
Judiciário. A lei fortalece a estrutura do artigo 87 que versa “A Penitenciária, realizar cursos profissionalizantes externo
sistema, que passa a contar com destina-se ao condenado à pena de a unidade prisional. Tem também a
autonomia administrativa, orçamentária e reclusão, em regime fechado”.A POG é a possibilidade de conseguir permissão de 5
financeira, ao implementar uma série de maior penitenciária do Estado de Goiás e saídas temporárias de 7 dias ao ano,
providências para a reestruturação do uma das maiores do Brasil, com desde que autorizados judicialmente.
setor. população carcerária com cerca de 2000 Estas possibilidades visam contribuir para
A Diretoria-Geral passa a ter presos cumprindo pena privativa de o retorno ao convívio social de forma
gestão compartilhada, nos limites legais liberdade. Anteriormente a POG era gradativa e cumpre um dos princípios do
das unidades prisionais, mediante denominada de CEPAIGO, como já processo de execução da pena de prisão
parcerias com organizações da sociedade apresentado anteriormente, e teve seu no Brasil que é o sistema progressivo,
civil ou privada. Também ocorre a nome alterado pelo Decreto Estadual nº. artigo 112 da LEP. Possui uma população
regionalização do sistema estadual de 5.551 de 14 de fevereiro de 2002. de aproximadamente 1.100 presos, entre
administração penitenciária, por Com cerca de 67 mil metros bloqueados, que trabalham e
intermédio de unidades prisionais que quadrados intramuros, está localizada em beneficiários do monitoramento
considerem os níveis de segurança, árearural do município de Aparecida de eletrônico.
Goiânia, conforme estabelece a LEP,
88
49, Lote 16, nº 118, no Setor Pedro Norte e Nordeste), que somam 115 unidades administrativas básicas e
Ludovico, em Goiânia. unidades prisionais. Hoje, o número da complementares, que são criadas, com os
Desde março de 2017, a Central população carcerária, sob a gestão da cargos em comissão de chefia e direção
Integrada está em funcionamento, Diretoria Geral de Administração superior e intermediária que lhes são
atendendo cumpridores de alternativas Penitenciária, é de aproximadamente 21 correspondentes, juntamente com o de
penais da Vara de Execuções de Pena e mil presos. Aqueles que ainda não estão Assessor Técnico, CDS-6, com o
Alternativas Penais (Vepema), do Fórum sob a responsabilidade da diretoria, estão quantitativo de 1 (uma) unidade:
da Comarca de Goiânia e da 4ª Vara com as Polícias Militar e Civil. I - básicas:
Criminal da Comarca de Aparecida de a) Diretoria-Geral Adjunta;
Goiânia. Semanalmente, a unidade recebe A estrutura administrativa da b) Advocacia Setorial;
uma média de 30 novos cumpridores de Diretoria-Geral de Administração c) Comunicação Setorial;
penas alternativas, número que vem Penitenciária conta com um gerente II - complementares:
aumentando gradativamente. A maioria regional no município sede de regional e a) Gerência da Secretaria-Geral e
dos atendimentos, cerca de 90%, refere- um diretor para cada estabelecimento Ouvidoria;
se à prestação de serviços à comunidade penal. Na administração, o Gabinete do b) Gerência de Inteligência e
(PSC), o que demanda fiscalização Diretor-Geral de Administração Observatório;
permanente por parte da central. Penitenciária trata dos processos c) Gerência de Ensino;
Além desse trabalho de administrativos e financeiros da d) Gerência da Corregedoria;
acompanhamento e fiscalização do instituição; o Diretor-Geral Adjunto e) Gerência de Assistência Policial Militar;
cumprimento das penas, a Ciap realiza executa as ações de reintegração social e f) Gerência de Recursos Humanos;
oficinas e palestras temáticas com foco na assistência biopsicossocial do detento; e a g) Gerência de Engenharia;
reflexão comportamental por parte dos Superintendência de Segurança h) Gerência de Contrato, Convênio e
cumprimentos de penas alternativas. O Penitenciária, realiza todos os aspectos de Licitação;
objetivo é promover a cidadania, com segurança em estabelecimentos penais. i) Gerência de Tecnologia, Informação e
estímulos à redução de vulnerabilidades Comunicação;
sociais que envolvam os apenados e à LEI Nº 19.962, DE 03 DE JANEIRO DE 2018 j) Gerência de Patrimônio,
reinserção social. Além disso, esse Art. 3º As unidades Aprovisionamento e Gestão de Frota;
trabalho visa a integração entre o sistema administrativas básicas e complementares k) Gerência de Execução Financeira,
de justiça e a comunidade, de modo a da Diretoria-Geral de Administração, Orçamentária e Fundo Penitenciário
fortalecer a política de alternativas penais. advindas da Superintendência Executiva Estadual - FUNPES;
Em suma, resgatar a autoestima, a de Administração Penitenciária, sã oas l) Gerência da Central Integrada de
identidade, bem como valores pessoais seguintes, com os correspondentes cargos Alternativas Penais - CIAP;
dos condenados, e ainda resgatar o de provimento em comissão de chefia e m) Gerência de Cartório, Controle,
sentido educativo da pena alternativa e o direção superior e intermediária: Classificação, Implantação e Movimento
seu caráter reintegrador, contribuindo I - básicas: de Vaga;
para a cultura da não violência e a não a) Diretoria-Geral de Administração n) Grupamento de Operações
reincidência criminal. Penitenciária,resultante da Penitenciárias Especiais;
Para todo esse atendimento, a Superintendência Executiva de o) Unidade Prisional Especial;
Central Integrada de Alternativas Penais Administração Penitenciária; p) Unidades Prisionais Regionais;
conta com uma equipe multidisciplinar b) Superintendência de Reintegração q) Unidades Prisionais Estaduais.
técnica, composta por profissionais das Social eCidadania;
áreas do Direito, Psicologia, Pedagogia e c) Superintendência de Segurança Diretrizes Atuais do DEPEN
Serviço Social, além de Agentes de Penitenciária;
Segurança Prisional, que realizam a d) Secretaria Executiva; Busca-se uma visão holística
fiscalização e o acompanhamento do II - complementares: (completa) do sistema penal, no que diz
cumprimento das penas restritivas de a) Núcleo de Gestão e Finanças; respeito a solução de problemas
direito. b) integrando a Superintendência de rotineiros. No que diz respeito a Política
ReintegraçãoSocial e Cidadania, as Prisional, estes são os Princípios para um
A Regionalização e Estrutura Gerências de Produção Agropecuária Modelo de Gestão da Política Prisional:
Atual do Sistema Penitenciário Goiano eIndustrial, de Educação, Módulo de
Respeito e Patronato, deAssistência Princípio Nº 01- da segurança dos
A gestão prisional em Goiás Biopsicossocial e da Central de ambientes prisionais. A segurança é uma
conta com oito coordenações regionais Alternativas à Prisão,esta última, provinda das prioridades.
(Metropolitana, Noroeste, Entorno de da própria Superintendência Executiva de Princípio Nº 02 – da liberdade como
Brasília, Sudeste, Centro-Oeste, Sudoeste, AdministraçãoPenitenciária;Penitenciária, prioridade. A prioridade é o
as Gerências de Planejamento e Políticas desencarceramento.
Penitenciárias e de Segurança e Princípio Nº 03 – das pessoas privadas de
Monitoramento, resultantes das liberdade como sujeitos de seus processos
alterações aque se refere o inciso VI do individuais e coletivos. Princípio da
art. 2º. Individualização da Pena.
Art. 4º Integram, ainda, a Princípio Nº 04 – dos deveres das pessoas
Diretoria-Geral de privadas de liberdade e das
AdministraçãoPenitenciária as seguintes responsabilidades da Administração
90
Agência Goiana do Sistema Prisional - ROCHA, Edinilson Rodrigues da. Lidar com os conflitos de forma
AGESP e dá outras providências. Comentário ao artigo “A Motivação do não violenta, por meio do
Disponível em: Agente Penitenciário para o Trabalho”. diálogo.
<http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/d Curitiba, 2002. Os benefícios dos conflitos
ecretos/numerados/2004/decreto_5934.h SILVA, Jacira Maria da Costa. POLÍCIA É justamente a não aceitação dos conflitos
tm>. Acesso em: 13/11/2011. PENAL: a identidade merecida! Disponível que provocam a violência. Busca resolver
Disponível em: em: o conflito, negando o outro. Todavia,
<http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/lei <http://www.conseg.gov.br/index.php?op quando se aprende a lidar com o conflito
s_ordinarias/2006/lei_15724.htm>. tion=com_docman&Itemid=97&limitstart de forma não violenta, ele deixa de ser
Acesso em: 13/11/2011. = encarado como o oposto da paz e passa a
ser visto como um dos modos de existir
_____. Lei nº. 16.272, de 30 de maio de em sociedade. Os conflitos podem trazer
2008. Dispõe sobre a organização da os seguintes benefícios:
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E
administração direta, autárquica e Estimular o pensamento crítico
fundacional do Poder Executivo. GERENCIAMENTO DE CRISE e criativo;
Disponível em: Melhorar a capacidade de tomar
<http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/lei decisões;
s_ordinarias/2008/lei_16272.htm>. Entendendo os conflitos: conceitos e Reforçar a consciência da
Acesso em: 13/11/2011. reflexões possibilidade de opção;
O que é conflito? Incentivar diferentes formas de
_____. Lei nº. 17.257, de 25 de janeiro de Conflito pode ser definido como encarar problemas e situações;
2011. Dispõe sobre a organização desentendimento entre duas ou mais Melhorar relacionamentos e a
administrativa do Poder Executivo e dá pessoas sobre um tema de interesse apreciação das diferenças, e;
outras providências. Disponível em: comum. Conflitos representam a Promover a auto compreensão.
<http://www.gabinetecivil.go.gov.br/pagi dificuldade de lidar com as diferenças nas
na_leis.php?id=9899>. Acesso em: relações e diálogos, associada a um Paz e conflitos
13/11/2011. sentimento de impossibilidade de O conflito não é um obstáculo à paz. Pelo
coexistência de interesses, necessidades e contrário, para construir uma cultura de
_____. Decreto nº. 7.274, de 04 de abril pontos de vista. paz é preciso mudar atitudes, crenças e
de 2011. Institui as unidades comportamentos. A paz é um conceito
administrativas complementares da Conflitos não são problemas dinâmico que leva as pessoas a provocar,
Agência Goiana do Sistema de Execução É possível perceber uma tendência geral enfrentar e resolver os conflitos de uma
Penal e dá outras providências. Disponível de se ter uma visão negativa do conflito. forma não violenta. Uma educação para a
em: Os conflitos, porém, são normais e não paz reconhece o conflito como um
<http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/p são em si positivos ou negativos maus ou trampolim para o desenvolvimento que
agina_decretos.php?id=8297>. Acesso bons. É a resposta que se dá aos conflitos não busque a eliminação do conflito, mas
em: 13/11/2011. que os torna negativos ou positivos, sim, modos criativos e não violentos de
. Aprova o Regulamento da Agência construtivos ou destrutivos. A questão resolvê-los. Há três caminhos
Goiana do Sistema de Execução Penal. central é como se resolvem os conflitos, fundamentais:
Disponível em: se por meios violentos ou através do A prevenção do conflito,
<http://www.gabinetecivil.go.gov.br/pagi diálogo. Os conflitos devem ser desenvolvendo a sensibilidade à
na_decretos.php?id=9439>. Acesso em: compreendidos como parte da vida presença ou potencial de
13/11/2011. humana, sendo seu problema transferido violência e injustiça (sistemas de
para a forma com que serão enfrentados alerta prévio) e a capacidade de
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Execução Penal: e resolvidos. análise do conflito;
conceituação e classificação de A resolução, ou seja, o
estabelecimentos penais. Disponível em: Diferença entre conflito e briga enfrentamento do problema e a
<http://www.mj.gov.br/data/Pages/MJD5 Conflitos não são sinônimos de busca de mecanismos
74E9CEITEMIDAB2EF2D92895476E8516E6 intolerância ou desentendimento, nem se institucionais, e;
3C78FC7C4CPTBRIE.htm>. Acesso em: confundem com briga. A briga já é uma A transformação, em vista de
23/01/2010.NTO, Italuzy Toledo. Sistema resposta ao conflito. Um conflito pode ser estratégias para mudança,
de Inteligência na Administração Prisional: definido como a diferença entre duas reconciliação e construção de
Aspectos Legais e Estruturais. Monografia metas sustentadas por agentes de um relações positivas.
(Conclusão do Curso de Pós-graduação em sistema social. Podem ser organizados em
Gestão Prisional). Goiânia: UFG, 2009. três níveis: pessoais, grupais ou entre Manejando conflitos interpessoais
nações. A mudança de foco na evolução da
PEREIRA, Veronice de Fátima Gomes; et Frente ao conflito, podem ser assumidas resolução de conflitos reforça que não há
al. História do Sistema Prisional de Goiás. três atitudes básicas: uma receita única para resolvê-los,
Monografia (Conclusão do Curso de Ignorar os conflitos da vida; contudo, os autores que estudam o tema
Graduação em Gestão Prisional). Goiânia: Responder de forma violenta destacam aspectos importantes que
UEG, 2010. aos conflitos, e; devem ser observados no manejo de
conflitos, ou seja, na forma de abordá-los.
Segundo Moscovici (1997, p. 146), “antes
92
A mediação tem como objetivo a opções e negociação de acordos. Como respeitosa e sigilosa, na resolução do
transformação do padrão de comunicação agente fora do contexto conflituoso, problema e sua observância futura.
e relacionamento dos envolvidos, com funciona como um catalisador de Mediação é negociação?
vias a um entendimento, por isso tem as disputas, ao conduzir as partes às suas De certa maneira, sim, porque a mediação
seguintes características: soluções, sem propriamente interferir na implicará a dada altura, a negociação;
Quanto ao processo, é um processo substância destas. contudo, a mediação de conflitos,
participativo e flexível, e é confidencial. Para José Maria Rossani Garcez, a envolvendo a negociação cooperativa,
Quanto à metodologia, trabalha, parte a mediação terá lugar quando, devido à investiga a fundo os problemas reais e
parte, o problema a ser resolvido pelos natureza do impasse, quer seja por suas auxilia a criar e avaliar as opções de
próprios envolvidos (protagonismo), e não características ou pelo nível de soluções com um critério científico que
existe julgamento ou oferta de soluções. envolvimento emocional das partes, fica assegura aos mediados que o acordo
As saídas são encontradas em conjunto bloqueada a negociação, que assim, na resultante será justo, equitativo e
pelas partes. prática, permanece inibida ou impedida duradouro, atento ao relacionamento
de realizar-se. existente entre eles e ao encontro de um
Quanto aos aspectos comunicacionais caminho de respeito e cooperação no
Devolver às pessoas o controle sobre o Aspectos técnicos e éticos da mediação tratamento das suas diferenças, pela
conflito, e trabalhar a comunicação e o Neutralidade participação ativa dos mesmos, que
relacionamento das partes. A mediação A neutralidade refere-se à solução que é dominam o processo.
constitui instrumento formado por equacionada pelas partes, quer se trate de Quanto tempo dura um processo de
técnicas que independem da formação uma solução temporária ou referida como mediação?
universitária do mediador, mas que impõe definitiva. O mediador não influencia as Cada caso é um caso. A mediação é
capacitação específica. partes para lhes fazer adaptar uma particular, rápida, informal, pouco
solução, nem mesmo se essa solução lhe dispendiosa e voluntária, variando a sua
Benefícios primários e secundários da possa parecer a mais razoável ou a mais duração segundo o tipo e persistência dos
mediação equitativa. conflitos, da complexidade dos temas e do
Benefícios primários: Confidencialidade relacionamento e abertura entre as
Celeridade; A mediação baseia-se fundamentalmente partes.
Efetividade de resultados; na confidencialidade das informações e O mediador vai dizer quem é que tem
Preservação da autoria; dos conhecimentos adquiridos durante o razão?
Alinhamento do interesse processo. Os participantes em conflito Não. O mediador de conflitos é neutro e
mútuo; acordam-se sobre a maneira de gerir esta imparcial. O mediador orienta as partes
Redução do custo emocional; regra de confidencialidade e de comunicar na descoberta dos pontos fracos e fortes
Redução dos custos financeiros, para o exterior. O mediador não pode ser das suas posições e interesses e na
e; arrolado como testemunha por nenhum descoberta do que as une, auxiliando-as,
Sigilo e privacidade. das pessoas envolvidas no conflito no sem as obrigar, a perceber, de forma
Benefícios secundários: âmbito de eventual procedimento judicial. cooperativa, as suas responsabilidades,
Prevenção na formação de Imparcialidade por forma a criarem uma solução justa e
conflitos; - O mediador está particularmente atento equilibrada para os seus problemas.
Prevenção na reincidência de aos fenômenos naturais de simpatia que Mas é o mediador quem vai dizer qual a
conflitos; podem se desenvolver nas interações solução para o caso?
humanas. Está atento a não fazer intervir Não. O mediador de conflitos não é um
Fluidez na comunicação;
os seus próprios valores, as suas crenças, terceiro que tem o poder de decisão,
Melhoria no relacionamento
os seus conhecimentos, as suas certezas antes, é um terceiro imparcial. Na
inter/intragrupal, e;
ou as suas experiências nas interações mediação são as partes que têm total
Melhoria no relacionamento
com as partes. Se for o caso, deve pedir a domínio da decisão. O mediador é um
interpessoal.
assistência de outro mediador, ou mesmo profissional capacitado especificamente
O conflito emerge em toda situação social
pedir que um dos seus colegas o em técnicas de comunicação e gestão de
em que se compartilham espaços,
substitua. conflitos de forma a auxiliar as partes a
atividades, normas e sistemas de poder.
Dúvidas Frequentes chegarem a um acordo.
Um conflito não é necessariamente um
O que é a mediação?
fenômeno da violência, embora, em
A mediação é um recurso voluntário de Tipos de abordagem e técnicas de
muitas ocasiões, quando não abordado de
resolução de conflitos, sendo mediação
forma adequada, pode chegar a deteriorar
especialmente vocacionada para todos os A mediação de conflitos é uma técnica
o clima de convivência pacífica e gerar
litígios em que há interesse, por parte dos multidisciplinar. O Direito, a Psicologia, a
uma violência multiforme na qual é difícil
seus intervenientes, em atender, não só Comunicação Social, a Sociologia e a
reconhecer a origem e a natureza do
ao presente, mas, também, às Administração são apenas algumas das
problema.
consequências futuras da solução a ciências sociais que oferecem ótimas
Para Maria de Nazareth Serpa, mediação
encontrar, possibilitando, além do mais, a teorias e exemplos práticos para se
"é um processo informal, voluntário, onde
manutenção das suas relações estruturar diversas técnicas de mediação
um terceiro interventor, neutro, assiste
(comerciais, de vizinhança, de amizade, de conflitos.
aos disputantes na resolução de suas
familiares, bom nome, etc.) ou a sua Entre elas:
questões". O papel do interventor é
melhoria, através de uma atitude de Escuta Ativa: o mediador,
ajudar na comunicação através da
responsabilização e cooperação cívica, através da linguagem verbal e
neutralização de emoções, formação de
94
não verbal dos participantes, Características e princípios da mediação: Fenômeno complexo, de diversas origens
procura decodificar várias Voluntariedade / Liberdade das partes possíveis, internas ou externas ao País,
informações. Esta técnica Confidencialidade / Privacidade caracterizado por um estado de grandes
possibilita uma compreensão Participação de terceiro imparcial tensões, com elevada probabilidade de
ainda maior das principais Economia financeira e de tempo agravamento – e risco de sérias
causas do conflito, além de Informalidade / Oralidade consequências – não permitindo que se
propiciar a quem está falando a Reaproximação das partes anteveja com clareza o curso de sua
sensação de está sendo ouvido e Autonomia das decisões / Auto evolução.
entendido; composição
Formulação de perguntas: é a Não competitividade A doutrina estudada e aplicada sobre
forma mais simples, óbvia e Gerenciamento de Crises no Brasil, já vem
necessária para se adquirir Conclusão sendo consolidada há praticamente duas
informações sobre o respectivo Mediação de conflito pode ser décadas recebendo um tratamento de
conflito; conceituada como um processo de caráter científico, estando atualmente o
natureza não adversarial, confidencial e assunto consolidado em bases
Técnicas gerais de solução de conflitos voluntário, no qual um terceiro imparcial doutrinárias consistentes.
Retirada estratégica significa (mediador) facilita o diálogo e a A atividade de segurança pública exige,
evitar o problema, fugir ou negociação entre duas ou mais partes e as dos seus operadores, capacidades para
desistir. Pode ser utilizada como auxilia na identificação de interesses resolução de situações de risco a todo o
tática em curto prazo para comuns, complementares e divergentes momento. E, uma das missões mais
ganhar tempo ou como com o objetivo de mantê-las autoras das difíceis para os profissionais de segurança
abordagem estratégica para soluções construídas baseadas no pública é a administração dos mais
períodos mais prolongados. A consenso, no atendimento de interesses e diversos recursos destinados à resolução
retirada é uma maneira passiva necessidades e na satisfação mútua. Esse de crises, seja ela de menor ou maior
de tratar do conflito e conceito deixa claro que a mediação tem monta.
geralmente não consegue como princípio fundamental a autonomia No sistema prisional este cenário se torna
resolver o problema. É antes da vontade. A mediação apresenta amplas ainda mais complexo, tendo em vista que
uma solução temporária. possibilidades de aplicação nas mais a crise é um fenômeno praticamente
“Panos Quentes” poderia diversas áreas, como a familiar, comercial, inerente ao cárcere, em virtude muitas
também ser chamado de trabalhista, comunitária e Segurança vezes de falhas estruturais, baixo efetivo,
abordagem de apaziguamento. Pública. Dentre os benefícios da mediação superlotação, etc.
Inclui a busca de pontos comuns é possível destacar como benefícios Desta forma, cabe a cada instituição
para acordo e ao mesmo tempo primários a celeridade, a efetividade de preparar seu respectivo grupo de
foge dos pontos de desacordo. A resultados e o alinhamento do interesse gerenciamento de crises, pois esta
técnica de “panos quentes” mútuo. Já como benefício secundário atividade, devida sua complexidade e alto
pretende manter a paz e evitar destacam-se a prevenção na formação de risco, somente poderá ser realizada por
situações de conflito aberto. conflitos e a melhoria no relacionamento uma equipe altamente qualificada.
Como tem natureza apenas inter/intragrupal. O Gerenciamento de Crise pode ser
provisória, também não Bibliografia definido como “O processo de identificar,
proporciona uma solução PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. obter e aplicar recursos necessários à
duradoura. "Mediação: a redescoberta de um velho antecipação, prevenção e resolução de
Negociação ou barganha. O aliado na solução de conflitos", in “Acesso uma crise.”. E, durante a resolução de
objetivo é de atingir um acordo à Justiça: efetividade do processo, (org. uma Crise, não há espaço para o
aceitável. Mesmo quando o Geraldo Prado), Rio de Janeiro: Lumen amadorismo e experiências. As ações
acordo está aquém da solução Juris, 2005, pp. 105/124”. devem ser calculadas, planejadas, afim de
ideal para cada uma das partes, SALES, Lília Maia de Morais. Justiça e que, seja possível alcançar um resultado
presume-se que representa o mediação de conflitos. Belo Horizonte: Del aceitável.
melhor entendimento que se Rey, 2003.
pode atingir. São discussões WALDO, Wanderley. Mediação. Brasília: ADMINISTRAÇÃO DE SITUAÇÕES CRÍTICAS
baseadas no princípio “toma-lá- MSD, 2004. 108p. – p.19. CRISE – Conceito:
dá-cá” (“eu lhe dou isto se você
me der aquilo”). Quando se Primeiramente temos que entender que
chega a um acordo aceitável GERENCIAMENTO crise é diferente de problema. A crise
pelas partes, a negociação DE CRISES EM AMBIENTE PRISIONAL possui causas e consequências muito mais
proporciona soluções definitivas complexas que um simples problemas. Em
para situações de conflito.· se tratando do conceito de crise é possível
considerar que a crise “É um evento
imprevisível capaz de provocar prejuízos
O Gabinete de Segurança Institucional da significativos a uma instituição e,
República Federativa do Brasil utiliza a consequentemente, aos seus
definição de crise como sendo: integrantes.”
Para o FBI, crise é o evento ou situação
crucial, que exige uma resposta especial
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da polícia, a fim de assegurar uma solução situação é caracterizada como uma crise, OBJETIVO DO GERENCIAMENTO DE CRISES
aceitável. ainda que inexistam outras vidas em
São alguns exemplos de crises que exigem perigo. O Gerenciamento de Crises tem como
uma resposta especial dos órgãos que principal objetivo, em absoluta ordem
compõem o Sistema de Defesa Social do IMPREVISIBILIDADE – A crise é não- axiológica: PRESERVAR VIDAS e APLICAR A
Estado: seletiva, é inesperada, isto é, qualquer LEI.
pessoa ou instituição pode ser atingida a
Assalto com tomada de reféns. qualquer instante, em qualquer local, a É extremamente importante que a
Sequestro de pessoas. qualquer hora. Sabemos que ela vai solução de uma crise, que busca em
Assalto a bancos com reféns. acontecer, mas não primeiro lugar a preservação de vidas,
Atos de terrorismo. obedeça alguns critérios de ações. Estes
Ameaça de bombas. podemos prever quando, principalmente por sua vez são os referenciais que
Tentativas de suicídio. tratando-se do sistema prisional. Sendo servem para nortear o tomador de
Invasão de terras. assim, as instituições de segurança pública decisão em qualquer evento crítico.
Capturas de fugitivos. não podem se valer da possibilidade de se
preparar tão somente quando o evento 1. Necessidade (A ação que
No Sistema Prisional são exemplos de crítico acontecer. pretendemos fazer é estritamente
crise: necessária?);
Rebelião em Estabelecimentos Prisionais. COMPRESSÃO DE TEMPO (urgência) – Os 2. Validade do risco (Vale a pena
Motins. processos decisórios que envolvem correr o risco?);
Tentativas de fugas. discussões para adoção de posturas no 3. Aceitabilidade (legal, moral e
ambiente operacional devem ser ética).
CARACTERÍSTICAS DAS CRISES realizados, em um curto espaço de tempo.
Os eventos cruciais de alta complexidade Observar estes critérios é um dos fatores
A doutrina norte-americana formulada impõem às autoridades policiais principais para que se possa solucionar
pela Academia Nacional do FBI (EUA), responsáveis pelo seu gerenciamento: um crise de forma eficiente e segura.
enumera três características principais urgência, agilidade e rapidez nas decisões.
sobre um evento crucial ou evento crítico:
O gerenciamento de uma crise deve ser
AMEAÇA À VIDA – Configura-se como um trabalhado sob uma compreensão de
componente essencial do evento crítico, tempo e considerando os mais complexos
mesmo quando a vida em risco é a do problemas: sejam sociais, econômicos,
próprio indivíduo causador da crise. políticos e ideológicos. Deve avaliar
Assim, por exemplo, se um preso ameaça potenciais riscos e preparar planos
cortar os pulsos com um artefato preventivos para agir em relação a cada
cortante, buscando suicidar-se, essa situação.
buscando informações, ou apenas por As limitações físicas e psicológicas fazer é proteger-se. A próxima
curiosidade. O bom isolamento podem contribuir para o medida deve ser comunicar as
deverá impedir que isso aconteça. enfraquecimento da vontade de seguintes informações, pela forma
Uma ameaça estacionária, reação por parte dos responsáveis mais rápida possível:
independentemente da sua pela crise, servindo também, como
gravidade, é mais fácil de enfrentar elementos que poderão ser usados Localização do incidente;
do que uma ameaça que continue na fase de negociação, como forma Natureza do incidente;
móvel. Às vezes, quando as de barganha. Por exemplo, a polícia Direção dos disparos ou arremessos
negociações são infrutíferas e os poderá permitir o fornecimento de de projéteis – se houver – ou zonas
perpetradores e reféns estão água ou alimentos, em troca da aparentes dos disparos;
refugiados em local inóspito para liberação de alguns dos reféns. Rotas seguras de aproximação para
uma ação de resgate, opta-se em Nesta fase, de contenção e as unidades de apoio, a fim de
permitir certa mobilidade, visando isolamento da ameaça, é que devem Evitar os disparos e arremessos;
uma mudança um cenário mais ser estabelecidos, como forma de Elementos de reação inicialmente
propício para a ação policial. controle da situação os perímetros requeridos: táticos, ambulância,
Em regra geral, a mobilidade deve ser interno e externo. Bombeiros, médicos, etc.;
apenas permitida quando realçar O perímetro interno é altamente Local exato onde se encontra.
vantagem tática para a equipe de sensível e deve ser ocupado apenas
intervenção ou para a negociação. pelos membros da unidade tática de A situação deve ser avaliada pelo
Intimamente relacionada com a reação e equipe de negociação. Agente Prisional/Policial que estiver
contenção, é o isolamento do local O tamanho do perímetro depende de participando e pela liderança da força
incidente. vários fatores, dentre os quais a de negociação da crise, a fim de
Neste contexto, o isolamento terá o dimensão do perigo, a hora do determinar se o incidente requer ou
seu mais amplo sentido, abrangendo evento, número de policiais não a administração do Sistema de
tanto aspectos físicos quanto disponíveis, etc. O rápido Administração de Crises. Se os
psicológicos. O isolamento físico pode estabelecimento de um perímetro requisitos forem atendidos, então o
implicar, além da manutenção dos interno é vital para o sucesso da Gabinete de Gerenciamento de Crises
responsáveis em uma área restrita e operação, pois o tumulto e a falta de Penitenciárias deve ser ativado e os
controlada, em se impedir a entrada controle podem levar, por exemplo, a recursos especiais de reação tática
de alimentos, água, eletricidade, etc., que os policiais, em caso de troca de devem ser enviados para o local.
no entanto, estas providências só tiros, atinjam seus próprios parceiros Os seguintes requisitos gerais devem
poderão ser adotadas após uma ou cidadãos não envolvidos. ser considerados para a ativação do
avaliação das reações psicológicas O perímetro externo deve abranger sistema de gerenciamento de crises:
dos envolvidos, especialmente se uma zona que cerque o perímetro
houver reféns. interno, com área suficiente para Ato criminoso cometido;
Os responsáveis devem ser isolados garantir-se a proteção dos cidadãos e Suspeito (s) armado (s);
psicologicamente, de forma a impor- que proporcione espaço para a Suspeito (s) barricado (s);
se a eles, o sentimento de que estão atuação dos serviços da polícia, Resistência à prisão;
completamente sozinhos. Se possível, bombeiros, médicos e outros serviços Ameaça à vida e a segurança dos
a única forma de comunicação de apoio necessários. reféns, dos cidadãos e dos Agentes
exterior, deverá ser através do O posto de comando - PC e a área Prisionais /policiais;
estabelecimento de uma linha direta tática, também serão localizados no A situação vai além da capacidade
com a polícia, o que criará uma perímetro externo, fora do ângulo de tática e dos recursos táticos comuns;
relação de dependência benéfica às observação dos responsáveis pela
negociações futuras. situação crítica. A administração de uma crise começa
Devem ser negados os acessos à Outra área, denominada terceiro com os que primeiro chegam à cena.
imprensa e a fontes externas de perímetro, deve ser instalada fora do As medidas tomadas pela primeira
apoio, pois, normalmente, os perímetro externo e será destinada a unidade influenciarão a eficácia da
responsáveis por situações críticas recepção da imprensa e demais resposta.
procuram dar publicidade a seus atos, autoridades não envolvidas na Dentre as responsabilidades dessa
com uma forma de pressionar a operação. O controle desta área primeira unidade, estão as seguintes:
polícia a atender suas exigências, por deverá ficar a cargo do responsável
intermédio da pressão da opinião pelo serviço de comunicação social, Agir com cautela para confirmação da
pública. que adotará providências objetivando situação: Deve-se verificar e
Também é comum a exigência da tranquilizar a sociedade, evitando confirmar a natureza e o local do
imprensa ou de representantes do que pessoas não autorizadas invadam incidente;
Judiciário, Ministério Público, OAB e os perímetros externo e Contenção e isolamento da situação,
outros, como forma de se garantir a interno. devendo ser feita de forma segura;
não invasão por parte da polícia ou Se o incidente incluir disparos, Estabelecimento de um perímetro
de se exigir este ou aquele benefício, arremesso de projéteis ou, de interno e outro externo;
como, por exemplo, a garantia de qualquer forma, apresentar potencial Coleta de informações iniciais: Todas
fuga. de ofensa à integridade física aos as informações colhidas nos estágios
policiais, a primeira coisa que se deve iniciais de uma crise são importantes.
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Se for possível, as testemunhas Seja tão honesto quanto possível, críticas, sejam elas de âmbito policial
devem ser identificadas e evitando truques; ou no viés do sistema prisional, visa à
entrevistadas. A unidade que Atenda pequenas exigências; preservação da vida e, para tanto,
primeiro reagiu deve, igualmente, Nunca diga a palavra “NÃO”; adota um roteiro procedimental a ser
tentar conseguir as informações Procure abrandar as exigências; seguido pelos administradores do
possíveis a respeito dos responsáveis Nunca estabeleça um prazo fatal e evento, da forma que se segue:
pela crise, dos reféns, das armas procure não aceitar prazo fatal;
1- Controle verbal
existentes e do local em que se Não faça sugestões alternativas
encontra os Causador Do Evento
Crise – CEC. CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS PARA 2- Controle de contato
O NEGOCIADOR
NEGOCIAÇÕES
Conhecimento global da doutrina; 3- Uso de força não letal:
A negociação é considerada a opção Respeitabilidade e confiabilidade;
mais desejável na administração de Maleabilidade; *Técnicas de imobilização
um incidente. Deve ser estabelecida Paciência; *Uso de escudos, tonfas e
no início da confrontação, Espírito de equipe; cassetetes
preferivelmente por policial Disciplina Autoconfiança *Uso de agentes químicos de
especialmente treinado. Autocontrole;
menor letalidade
Caso tenham sido iniciadas por Comunicabilidade;
*Uso de munições antimotim
Agente Prisional ou Policial sem Perspicácia;
treinamento em negociação, caberá a Não ter poder de decisão.
equipe de negociação a avaliação de
seu desempenho, a fim de se decidir FASE DE INTERVENÇÃO/RESOLUÇÃO 4- Uso de força letal
se sua remoção é adequada ou não.
A maior parte dos incidentes é Caso todas as possibilidades de
resolvida por meio da negociação. As negociação tenham sido esgotadas, Apesar das opções apresentadas
demais alternativas táticas devem poder-se valer da intervenção tática. estarem em ordem axiológica, caberá
apoiar o negociador, mas não Quem tomará esta decisão será o ao executor a escolha das opções a
depender dele, visto que os Gerente da Crise, e a unidade serem aplicadas.
preparativos para uma conclusão à responsável pela intervenção de O que não deve acontecer é a opção
força não devem ser ignorados. forma a mesma deverá ocorrer. desnecessária do uso da força, seja
Contudo, todas as ações, sejam elas As duas alternativas táticas mais ela qual for. O papel do operador de
de uso da negociação, quanto ao comuns são a neutralização por segurança pública é o de defender a
emprego da força, são tomadas pelo disparos de longa distância e o integridade dos cidadãos e, não de
Gerente da Crise, apoiado em assalto direto. Nesta fase, há quatro ofendê-los, colocando, inclusive,
informações repassadas pelo princípios essenciais que devem ser pessoas inocentes em risco.
negociador, pela equipe de observados e aplicados em todas as
inteligência, atiradores de precisão, situações de intervenção. Eles são: A INVASÃO TÁTICA
entre outros envolvidos no teatro de Surpresa; Velocidade; Ação Agressiva
operações. e Desvio das Atenções. A invasão tática representa, em geral,
a última alternativa a ser empregada
OBJETIVOS DA NEGOCIAÇÃO ESCALA DO USO DA FORÇA em uma ocorrência com reféns
localizados. Isso ocorre porque o
Ganhar tempo; No gerenciamento de situações emprego da invasão tática acentua o
Abrandar exigências; críticas, como nas demais ações risco da operação, aumentando,
Colher informações; dentro do sistema prisional, o uso de como consequência, o risco de vida
Prover um suporte tático. força desnecessária, principalmente a para o refém, para o Agente
força letal, deve ser evitado ao Prisional/policial e para o
TÁTICAS DE NEGOCIAÇÃO máximo. transgressor da lei (Preso – no caso
É certo, que o uso da força, do sistema Prisional). Isso por si só,
Estabilize e contenha a situação; principalmente a de ordem letal, é o vai de encontro com um dos
Escolha a ocasião correta para fazer causador da maior parte dos objetivos principais do
contato; problemas para as instituições de gerenciamento de crises que é a
Procure ganhar tempo; segurança, pois é questionado, o que preservação da vida.
Deixe o C.E.C falar - é mais pode trazer consequências de ordem Dessa forma, só se admite a aplicação
importante ser um bom ouvinte que jurídica para todos os envolvidos na dessa alternativa tática quando, no
um bom conversador; ação. Restam exemplos clássicos momento da ocorrência, o risco em
Não ofereça nada ao C.E.C; como o conhecido “Massacre do relação aos reféns se torna um risco
Evite dirigir a sua atenção as vítimas Carandiru”. ameaçador à integridade física dos
com muita frequência e não os É de se observar, que acima de mesmos ou ainda quando, na
chame de refém; qualquer outro objetivo, a doutrina situação em andamento, houver uma
de gerenciamento de situações
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grande possibilidade de sucesso do esta sessão de informações, chamada - Manual do Curso Básico de
time tático. normalmente de “debriefing”, deve Gerenciamento de Crises – CBGC da
Elementos De Informações ser breve. Seu objetivo deve ser o de PMBA.
importante para nortear as ações no extrair as principais ideias e
momento de invasão tática: problemas enfrentados pelos REINTEGRAÇÃO SOCIAL E
participantes, verificando-os a fim de
que possam ser examinados e ALTERNATIVAS PENAIS
discutidos com maiores detalhes. O
Objetivo neste caso é determinar:
o respeito à legalidade, provar o rigor programas de intervenção, com d) Comissão de acolhida: tem como
da lei e ostentar a todos o “poder do instrumentos, dinâmicos, estruturas e objetivo facilitar a adaptação dos
rei”. pautas de atuação e avaliação recém chegados ao módulo durante
definidas e sistematizadas. os primeiros dias, informando-lhes
- Reintegração social é todo um sobre as peculiaridades e os critérios
processo de abertura do cárcere para É uma unidade de separação interior, normativos adotados;
a sociedade e de abertura da onde a inclusão do interno é
sociedade para o cárcere e de tornar voluntária e leva implicitamente a e) Avaliação Semanal pela Equipe
o cárcere cada vez menos cárcere no aceitação das normas que regulam o Técnica: essa reunião se dá todas as
qual a sociedade tem um módulo. segundas-feiras e tem como
compromisso, um papel ativo e atribuição avaliar o desempenho dos
fundamental. Os grupos são formados segundo indivíduos e dos grupos, tendo
critérios específicos de organização e caráter global e subjetivo ainda que
- Reintegração do preso não será uma tratamento sendo que todos os determinados pelos dados objetivos
simples recuperação do mesmo, mas internos, indistintamente fazem parte anotados durante a avaliação diária
devera supor a participação ativa dos de um grupo. Em cada um desses da semana passada.
mais diversos segmento sociais, grupos existe um interno responsável
visando reintegrar o sentenciado no com funções de representação, O objetivo do módulo é conseguir um
seio da sociedade. organização, distribuição de tarefas, clima de convivência harmônica
aculturação e mediação de conflitos quanto a normas, valores, hábitos e
- Fracasso no tratamento que se tem entre seus membros. forma de interação como qualquer
feito no delinquente preso, até agora coletivo social. Para atingir esses
consiste no fato de não se conseguir Todos os presos são avaliados objetivos devemos fixar nossa
incluir a vítima (perdão superação diariamente por um funcionário do atenção e reflexão sobre alguns
dos conflitos) e a sociedade no módulo quanto ao cumprimento das aspectos que entendamos
tratamento do delinquente (justiça normas estabelecidas. habitualmente por “relações sociais
reparatória ou justiça restaurativa) – normais”.
recolocar em cena o conflito entre as A avaliação de cada um dos
pessoas envolvidas. integrantes do grupo repercute nas
tarefas que o grupo deverá cumprir 5.2 - PROJETOS DESENVOLVIDOS NA
- O crime é o conflito, não na semana seguinte. Os internos INDÚSTRIA
simplesmente entre o agressor e sua também são avaliados semanalmente
vítima, mas entre o agressor e a pela equipe técnica que realiza uma MÃOS QUE TRANSFORMAM
sociedade. avaliação global relativa à evolução
do interno. Serralheria: Na serralheria são
- A sociedade está alheia aos fabricadas grades para manutenção,
problemas do cárcere. A sociedade Nos “Módulos de Respeito” existe a instalação e adequação de unidades
não quer, envolver-se com a solução seguinte estrutura de participação prisionais de todo o Estado. Também
dos problemas. dos internos na gestão do modulo: são confeccionadas cadeiras de
rodas, as quais são doadas a hospitais
- O trabalho voluntário (não é uma a) Reunião Diária: todos os internos públicos e instituições de caridade,
relação de poder) é uma forma do módulo com um membro da sendo em sua maioria, feitas de
concreta de participação da equipe técnica seja um agente, um bicicletas apreendidas pela policia.
comunidade no processo de assistente social;
reintegração social do preso, sendo Alfaiataria: Sentenciados do regime
um modelo de doação, de valorização b) Assembleia de Responsáveis: se fechado confeccionam uniformes
do outro, modelo que sobrepõe ao reúnem uma vez por semana e é para servidores (coletes) e para os
discurso. formada apenas pelos internos tendo próprios presos.
como objetivo abrir espaços para se
5 - PROGRAMAS E INTERVENÇÃO DA expressarem livremente, sem as Parceria com Secretaria Estadual de
GERÊNCIA DE REINTEGRAÇÃO possíveis coações que suponha Educação: Na indústria da
SOCIAL DA SEAP existirem na presença de um Penitenciaria Coronel Odenir
profissional carcerário; Guimarães (POG) são reformadas
5.1 – MÓDULO DE RESPEITO mais de 1.000 carteiras/mês. Cada
c) Comissão de Convivência: carteira reformada custa 70% menos
Em resumo é um sistema de integrado por 3 ou 4 internos, que uma nova. Sendo que 5% da
organização da vida na prisão que ao normalmente eleitos na reunião produção é repassado ao Sistema
ser desenvolvido na Europa(Lion- semanal de responsáveis e sua Prisional para instalação de salas de
Espanha) demonstrou ser útil e função consiste em mediar todo tipo aulas e o restante é destinado à rede
realista para a consecução dos de conflito que surja entre os pública de ensino. Todo trabalho é
objetivos terapêuticos, de formação, residentes; desenvolvido por reeducandos do
educativos quanto à convivência na regime fechado que se beneficiam
instituição penitenciária. São com o salário e a remissão da pena.
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como mais um tipo de controle penal. diferenciar quem deve ou não SUSEPE, Superintendência do Sistema
O limite territorial que o cárcere receber uma pena ou medida de Execução Penal/SSP-Go. Revista.1º
estabelece torna insustentável ao alternativa. Ele aponta também um Edição. Goiânia-GO, Julho de 2009.
Estado manter preso todo aquele risco para um tipo de
universo de pessoas que ele “monitoramento psicossocial” a partir DOS ANJOS, Sandra Aparecida.
criminaliza, o que demanda de “técnicos em comportamentos”, o (SUSEPE/SSP-GO). Gerência de
mecanismos menos onerosos e mais que traduz para uma tendência Políticas Penitenciárias (GEPOPE).
fluidos, que possam ser expandidos correcionalista colada às alternativas Plano Estadual de Reintegração
ao número crescente de pessoas penais. Social. Goiânia-GO.
chamadas ao controle penal. A pesquisa feita por Guilherme é
importante para revelar as Superintendência do Sistema de
Controle Penal para Além do Limite armadilhas encontradas no campo Execução Penal/SSP- GO. Gerência de
Espaço-Corporal simbólico, que acabam por reproduzir Produção Agro Industrial.
e perpetuar os mesmos paradigmas
As penas alternativas, se abrigadas aos quais as alternativas penais QUERMES, Marly Conceição.
com esta perspectiva, presta-se ao querem combater. (SUSEPE/SSP-GO). Superintendência
fortalecimento do papel simbólico da do Sistema de Execução Penal.
repressão penal e alastra a Quais são os mecanismos Gerência de Reintegração Social
intervenção penal para além dos necessários para assegurar a (GERES).
muros da prisão. A monitoração efetividade das penas e medidas
eletrônica é um exemplo desta alternativas como intervenção penal COELHO, Nélio Vicente Fortunato.
expansão territorial do controle mínima? (SUSEPE/SSP-GO) Superintendência
penal. Foucault, em “Vigiar e Punir”, do Sistema de Execução Penal. (CRM)
discorre sobre o controle penal para Para Vera Regina Andrade, em sua Coordenadoria Regional
além do limite espaço-corporal, numa Conferência de Encerramento do VII Metropolitana.Goiânia-GO.
tendência de abolir o corpo como Congresso Nacional de Alternativas
alvo principal da repressão penal: A Penais, momento que marcou a JUNIOR, Celso Pereira Lima. Teoria
punição vai-se tornando, pois, a parte mudança de concepção para a atual dos motivos determinantes: um
mais velada do processo penal, política de alternativas penais: O que ensaio sobre acriminologiaaplicada.
provocando várias consequências: o Ministério da Justiça está a
deixa o corpo da percepção quase reconhecer é que nós estamos em SHECAIRA, Sérgio Salomão.
diária e entra no da consciência um momento que é um divisor de Criminologia. São Paulo: Ed. Revista
abstrata; sua eficácia é atribuída à águas e que nós precisamos avançar. dos Tribunais, 2004.
sua fatalidade, não à sua intensidade Nesse sentido eu diria, concordando BARATTA, A. (Coord.). Criminologia
visível. (Foucault, 1987, pg 13) inteiramente, que o tempo presente critica. Fórum Internacional de
Importante reflexão traz Guilherme é de avançar e radicalizar o caminho Criminologia Critica. Belém: Cejup,
Augusto de Souza (2014) em “Punir já percorrido, das alternativas à pena 1990.
menos, punir melhor: Discurso sobre para a construção de mecanismos
crime e punição na produção de alternativos ao próprio modelo SÁ, A. Augusto. Criminologia Clínica e
alternativas à prisão no Brasil.” O punitivo; nós temos que caminhar na Psicologia Criminal. Editora dos
autor faz um estudo histórico dos direção apontada pelo abolicionismo- Tribunais. São Paulo, 2007.
discursos constitutivos do campo das minimalista e nesse sentido tenho
alternativas penais, principalmente a preconizado um pacto político- SILVA, C. Caetano. Ensaio sobre a
partir de análise centrada nos criminal de descontinuidade. pena de Prisão. Editora Juruá.
documentos institucionais da política (Ministério da Justiça, 2011, pg 161) Curitiba, 2009.
nacional, demonstrando as variações
entre perspectivas gerencialista e de DEPEN, Manual de Gestão Para as
ressocialização; além de apontar ser REFERÊNCIAS Alternativas Penais. Brasília, 2017
constante encontrar a associação
com discursos firmados na
periculosidade dos sujeitos para