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Marcos explica que, depois que os Doze perceberam sua identidade, ele "Filho do homem” representa a mais elevada declaração
depositou toda sua ênfase na cruz. Em três outras ocasiões distintas, Jesus de exaltação conceptível no judaísmo; ebed Yahweh (o
predisse claramente seus sofrimentos e morte (9.31; 10.33,45). Aliás, um servo do Senhor) é a expressão da mais profunda
terço de todo o Evangelho de Marcos é dedicado à história da cruz. humilhação ... Esse é o novo ato de Jesus, de que nunca se
ouvira, que ele unia essas duas tarefas aparentemente
Três fases nas predições de Jesus são dignas de nota especial. contraditórias em sua autoconsciência e que expressava
a. Primeiro, “era necessário que o Filho do homem sofresse muitas essa união em sua vida e ensino.
coisas ... e ... fosse morto” (8.31, ênfase minha). Introduz-se essa
nota de compulsão. Por que era necessário que ele sofresse e c. A terceira expressão que Jesus usou em referência à sua morte é que
morresse? Resposta: porque as Escrituras precisam ser “Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para
cumpridas. Ouvindo a predição que Jesus faz da cruz, Pedro teve servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.45, ênfase
ousadia suficiente para censurá-lo, de modo que Jesus voltou-se e minha). O “resgate” é um preço pago para libertar cativos.
censurou Pedro (v. 32-33). Não se pode permitir que nada mine a Assim, Jesus ensinou que os seres humanos são cativos
necessidade da cruz; (especialmente do pecado, culpa e julgamento), e que não podemos
salvar a nós mesmos. Assim, ele se daria como resgate em lugar de
b. A segunda frase digna de nota é que “o Filho do homem é quem muitos. A cruz seria o meio de nossa libertação. Só porque ele
deve sofrer. Embora “filho do homem” seja a expressão hebraica morreu em nosso lugar, podemos ser livres.
comum para designar o ser humano, sendo usado com freqüência
nesse sentido nas Escrituras, parece claro que Jesus a adotou como
designação para si mesmo em referência à visão de Daniel 7. Aqui, III. CONSIDERE O QUE JESUS PEDE DE NÓS
“alguém semelhante a um filho de homem” (ou seja, uma figura
humana) chegou com as nuvens do céu, aproximou-se do Ancião de a. Terceiro, considere o que fesus pede de nós. Depois de falar de sua
Dias (Deus Todo-Poderoso) em seu trono e recebeu autoridade, morte iminente, Jesus chamou a multidão para junto de si e disse:
glória e poder soberano, de modo que, em conseqüência disso, todos “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo
os povos, nações e homens de todas as línguas o cultuaram. Seu (Reconheçam que vcs precisam de um salvador, rrvomhrcasm
domínio, acrescenta Daniel, é um domínio eterno que não passará, e que vcs não podem fazer nada por si mesmo), tome a sua cruz
seu reino é um reino que nunca será destruído (Dn 7.13-14). Mas (A cruz era para os piores criminosos, vcs são simplesmente
agora Jesus faz a assombrosa declaração de que o filho do homem criminosos e só encontrarão salvação em Cristo) e siga-me”
precisa sofrer. Isso significa que Jesus adotou o título, mas mudou (8.34). O u seja, Jesus passou de imediato da cruz dele para a nossa
süa função. De acordo com Daniel, todas as nações virão a servi-lo. e retratou o discipulado cristão em termos de abnegação e até morte.
De acordo com Jesus, ele não seria servido, mas serviria. Assim, Ora, só podemos compreender o significado de levar a cruz dentro
do cenário cultural da Palestina ocupada pelos romanos. Os ouvi-lo em seu próprio testemunho a respeito de si mesmo,
romanos reservavam a crucificação para os piores criminosos e especialmente quando Marcos registra sua ênfase na cruz. Não há fé
compeliam os condenados à morte por crucificação a carregarem a ou vida cristã autêntica, a menos que a cruz esteja no centro.
própria cruz
até o lugar de execução. De modo que se estamos seguindo a Cristo
e carregando a cruz, só há um lugar ao qual podemos estar rumando,
e esse é o cadafalso.
CONCLUSÃO