Sunteți pe pagina 1din 123

SEJAM BEM VINDOS!

Oficina de Pintura em Têmpera


Silvana Borges

Artista plástica e arte terapeuta, arquiteta com


especialização em restauração e conservação de
arquitetura, pintura de cavalete e arte sacra.

Email: ateliersilvanaborges@hotmail.com

Nessa oficina de arte iremos abordar a


história de São Francisco de Assis e sua
representação na arte, o conteúdo da aula será
expresso por cada participante na confecção do
planejamento de uma imagem de São Francisco
de Assis, cada artista deixa em sua obra uma
marca individual, a proposta é que cada um de
nós deixe a sua impressão expressa na imagem
que iremos confeccionar juntos neste encontro.
PARTE 1

HAGIOGRAFIA

E ICONOGRAFIA
HAGIOGRAFIA
Hagiografia (grego: hagios =
santo; graphía = escrever. Originou-se por
volta do século XVII, com objetivo de
sistematizar os diversos escritos a respeito
dos santos. O hagiológio é um tratado sobre
a vida dos santos, com sua descrição e
estudo, em especial dos milagres e
devoção como referencia para o processo
canônico de beatificação/santificação, com
relatos dos martírios, lendas, tradições, vida
religiosa e revelações, porque em uma
hagiografia, ao contrário da biografia, não
se tem a preocupação com o registro
histórico de fatos, e sim da vida religiosa do
biografado, isso significa uma preocupação
maior com os fenômenos da fé.

COPPO DI MARCOVALDO
São Francisco e cenas de sua vida (1235) uma das mais
antigas pinturas representando São Francisco de Assis
tempera sobre madeira. Capela Bardi, Santa Croce, Florença
A Legenda Áurea ou Lenda
Dourada (Legenda
aurea ou Legenda sanctorum –
traduzindo do latim seria a
"Leituras sobre Santos“, é
uma coletânea de narrativas
hagiográficas reunidas por volta
de 1260 d.C. pelo dominicano e
futuro bispo de Gênova Jacopo
de Varazze e que se tornou um
sucesso durante a Idade Média,
e é uma referência ainda hoje
sobre a vida dos santos.

BONAVENTURA BERLINGHIERI
São Francisco (1235). Tempera sobre
madeira. Igreja de São Francisco.
Pescia (Itália)
Giovanni di Pietro di Bernardone, nasceu em 5 de julho de 1182 e faleceu
em 3 de outubro de 1226, “Francisco foi primeiro chamado João”, assim
como seu pai, era um negociante, vivendo uma juventude indisciplinada e
vaidosa até os 20 anos de idade. Seu pai o chamava Francesco que
italiano quer dizer francês, mas existem várias suposições a esse respeito.

Após a prisão na guerra em Perugia, padeceu por toda a vida de males da


visão e do estômago, Jacopo de Varazze diz: “O Senhor serviu-se do
chicote da enfermidade para corrigi-lo e transformá-lo subitamente em
outro homem, no qual começou a se manifestar o espírito profético.”
São Francisco de Assis é considerado uma
das maiores figuras da história da igreja,
fundou a Ordem dos Frades Menores e
das Clarissas em 1212 com Santa Clara
(1194-1236), com a valorização da figura
feminina e da participação e valorização
dos leigos despojados do conhecimento
das doutrinas e dogmas na vida religiosa
(regra dos terceiros em 1221).

São Francisco (1181-1226) foi


contemporâneo de São Domingos (Ordem
Dominicana), Santo Antonio de Pádua e
São Boaventura. A prática da usura
(empréstimos a juros) e expansão das
práticas monetárias, foi marco do período
vivido por São Francisco que convertido
pela revelação espiritual através de um
sonho, abandonou todos seus bens
materiais para pregar o Evangelho.

São Francisco – Fra Carnevale – (tempera e óleo sobre madeira)


141 x 46 cm - 1450 c. (Pinacoteca Ambrosiana – Milão)
São Francisco foi uma "luz que brilhou sobre o mundo”
(Dante Alighieri)

No séc.XII temos a doutrina do purgatório que mediou a punição


definitiva do inferno para as almas que não tinham a salvação eterna
(paraíso). Os temas iconográficos presentes na azulejaria, talhas,
pinturas e esculturas da ordem franciscana ressaltam os rituais
de purificação e expiação dos pecados, as práticas penitenciais, a
efemeridade da vida e dos bens terrenos, e a salvação da alma.

Os seus membros, de acordo com o espírito do fundador, nada


deveriam possuir, estando obrigados a viver o mais pobremente
possível, adotando uma vida extremamente simples, em pregação,
dando exemplos de humildade e devoção. Além da temática da paixão
de Cristo, a via sacra e retratar as armas da ordem (o braço de
Cristo cruzado com o de Francisco), outro tema muito representado
é o da visão de São Francisco recebendo no monte Alverno os cinco
estigmas de Jesus na forma de um Serafim, morreu dois anos depois
desse episódio em 1226 e foi canonizado em 1228, proclamado santo
patrono dos ecologistas em 1979 pelo papa João Paulo II.

Dia em celebração ao santo: 4 de outubro.


A ordem franciscana não
seguiu a tradição devocional do
Românico (Cristo Pantocrator), mas
valorizou o Menino Deus, com o
costume de armar presépios, no
Brasil mantido pela Ordem Terceira
Franciscana de Ouro Preto
(séc.XVIII). Destaca-se ainda a
devoção ao culto a Santo Antonio, de
grande popularidade e também a
veneração de Nossa Senhora da
Conceição, que apareceu para o
fundador da ordem além de outros
santos milagrosos venerados dentro
do programa iconográfico, no
entanto, em templos franciscanos
encontram-se imagens outras devido
à doação de leigos beneméritos.
VICENTE CARDUCHO.
Visão de São Francisco de Assis – 1631
Óleo sobre tela (246 x 173 cm)
Szépmûvészeti Múzeum - Budapeste
Alcântara – 1811 c. - Maranhão

Foto: Acervo Fotográfico do Museu Casa Histórica de Alcântara


Arquitetura
Na arquitetura colonial brasileira o templo franciscano caracteriza-se
pelo cruzeiro de fronte a edificação, levando ao desenvolvimento no
conjunto de uma área livre em frente a igreja, rodeado de muros,
designada de adro, que era de onde partiam as procissões.
Nos primórdios da catequese a
missão dos franciscanos italianos
no Brasil fundaram duas
custódias, em 1584 foi criada a
Custódia de Santo Antonio do
Brasil com sede em Olinda que
em 1740 contava com 13
missões, um hospício e 13
conventos construídos. Em 1659
criou-se a Custódia da Imaculada
Conceição no Rio de Janeiro.
Na representação na arte
barroca destaque para a obra
de Antonio Francisco Lisboa
(1730 c. – 1814) e Manuel da
Costa Ataíde (1762-1830)

Igreja de São Francisco de Assis – Ouro Preto


Antonio Francisco Lisboa (Aleijadinho)
No século XVIII as ordens
terciárias divulgaram os
preceitos espirituais e
devocionais franciscanos, o
programa iconográfico, as
práticas de penitência, o
calendário e a agenda de
procissões, e edificaram
templos de acordo com a
concepção do Rococó.

Antonio Francisco Lisboa – Dessenho da


Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
São João del Rey (Minas Gerais)
Os franciscanos não são monges, mas sim religiosos: realizam voto
de pobreza, castidade e obediência. Vivem em fraternidades, que se
designam por conventos e não como abadias ou mosteiros. Os seus
conventos são tradicionalmente dentro das cidades ou junto a elas.

Foto da Academia de Direito e Convento de São Francisco (São Paulo) Militão Azevedo(1862)
Capela São Francisco de Assis
Capela na Vila São Francisco em São Paulo com afrescos de
Fúlvio Pennacchi (1905-1992, artista do Grupo Santa Helena)
Igreja da Ordem Terceira de São
Francisco da Penitência – RJ
Pampulha – Belo Horizonte
Pampulha – Belo Horizonte

Apesar da consagração por arquitetos e artistas, a Igreja de São


Francisco de Assis foi inaugurada em 1943, mas foi mal recebida pela
igreja Católica que recusou-se a aceitá-la e só foi consagrada pela
arquidiocese 17 anos depois, em 1959. Afrescos e mosaicos de autoria
de CÂNDIDO PORTINARI (1903-1962).
Basilica de São Francisco em Assis
A Basílica de São Francisco em Assis é composta por duas igrejas
sobrepostas, superior e inferior. A primeira pedra da Basílica Menor foi
estabelecida pelo Papa Gregório IX no dia seguinte à canonização de
São Francisco, em 17 de julho 1228. Dois anos depois, o corpo do santo,
que estava na igreja de San Giorgio foi trazido em segredo por medo de
saques por invasores de túmulos e enterrado na igreja inacabada. As
obras na Basílica Superior devem ter se iniciado depois de 1239. Ambas
as igrejas foram consagrada pelo Papa Inocêncio IV, em 1253.
No interior da Basílica Superior estão os afrescos de Giotto di Bodone
(1266-1337) relatando a vida de São Francisco de Assis, pelo menos 25
dos 28 painéis tem a autoria a ele atribuída.
Um cidadão comum
de Assis conheceu
Francisco nas ruas da
cidade e, inspirado por
Deus, espalha a sua
capa para Francisco
caminhar.
O homem alegou que
Francisco era digno de
toda a reverência, que
ele iria em breve fazer
grandes coisas e viria
a ser honrado por
todos os cristãos.
A cena é montada na
praça principal de
Assis, com o templo
de Minerva em
segundo plano. GIOTTO di Bondone
Homenagem de um homem
simples (ano 1300)
Afresco, 270 x 230 cm
Um dia Francisco conheceu
um nobre cavaleiro que tinha
caído em tempos difíceis.
Sentiu pena da pobreza do
homem, ele tirou sua própria
capa e deu a ele. O artista
definiu este episódio na
vizinhança de Assis, que
pode ser vista no lado
esquerdo.
A cena caracteriza a sua
futura condição, pois esta é
uma primeira indicação de
que o santo vai decidir levar
uma vida isolada de
pobreza.

GIOTTO di Bondone
São Francisco dá seu manto à
um homem pobre (1297-99)
Afresco - 270 x 230 cm
Mesmo depois de prisioneiro na
guerra de Perúgia em 1202,
engajou-se em 1205 no exército
papal que lutava contra Frederico
II, incentivado por um sonho com
um rico palácio, onde vivia uma
linda donzela, e que estava cheio
de armas resplandecentes e
outros apetrechos de guerra.
Indagando de quem eram essas
armas esplêndidas e o palácio
magnífico, foi-lhe respondido que
tudo aquilo era seu e de seus
soldados. No entanto, o sonho era
para lhe dizer que a compaixão
que tinha mostrado para com os
pobres cavaleiros logo seria
GIOTTO di Bondone
recompensada por um grande
Sonho do Palácio (1297-99)
presente. Neste afresco, Francis é
Afresco - 270 x 230 cm
retratado dormindo com a cabeça
apoiada na mão direita.
Segundo a lenda, na
igreja de São Damião
ele ouviu pela primeira
vez a voz de Cristo,
que lhe falou de
um crucifixo. A voz
chamou a sua atenção
para o estado de ruína
de sua Igreja, e disse
para Francisco que a
reconstruísse: "Vai e
repara a minha Igreja,
que, como você pode
ver, está toda em
ruínas.“ Ele reuniu todo
o dinheiro que podia,
inclusive dos negócios
da loja de seu pai e
retornou a igreja para
entregá-los ao padre
GIOTTO di Bondone
para sua reconstrução.
Milagre do Crucifixo (1297-99)
Afresco - 270 x 230 cm
Diante do bispo o pai de
Francisco está muito irritado
quando ele é informado de que
seu filho renuncia à herança
para seguir uma vida de
pobreza e acusa o seu filho de
esbanjar sua fortuna,
reclamando uma compensação
pelo o que ele havia tirado sem
licença de sua loja. Então, para
a surpresa de todos, Francisco
despiu todas as suas belas
roupas e as colocou aos pés do
pai, renunciando aos bens
materiais, pediu a bênção do
bispo e partiu, completamente
nu, para iniciar uma vida de
pobreza e devoção. GIOTTO di Bondone
Renuncia aos bens materiais (1297-99)
Afresco - 270 x 230 cm
O Papa Inocêncio III ao
receber Francisco e seus
seguidores sujos e vestidos
pobremente, mandou-o não
aborrecê-lo com sua Regra,
considerada excessivamente
rigorosa e impraticável, e que
fosse pregar entre os porcos.
Segundo os relatos antigos,
nesse ínterim Inocêncio teve
um sonho, onde viu a Basílica
de São João de Latrão prestes
a desabar, apenas sustentada
por um pobre religioso, que ele
interpretou como sendo
Francisco.

GIOTTO di Bondone
Sonho de Inocêncio III (1297-99)
Afresco - 270 x 230 cm
O Papa Inocêncio III, agora
cheio de respeito por
Francisco, aprova sua regra e
autoriza o jovem a pregar o
arrependimento, mas não
outorgou o estatuto de Ordem
Maior ao grupo, apenas
permitindo que pregassem e
dessem socorro moral às
pessoas, mas acrescentando
que se eles conseguissem
frutos de seu trabalho,
voltassem a ele para que sua
situação fosse regularizada.
Nesta cena, Francisco,
mostrado com uma barba pela
primeira vez, se ajoelha diante
do Papa para receber a regra.
Os irmãos ajoelhados atrás GIOTTO di Bondone
dele são representadas com a Confirmação da regra (1297-99)
tonsura, o estilo de cabelo Afresco - 270 x 230 cm
típico de frades franciscanos.
Uma noite, Francis estava
orando com alguns dos
irmãos, enquanto os outros
dormiam. De repente, uma
magnífica carruagem de
fogo veio e varreu a casa
em um momento de glória.
Os irmãos que a viram
ficaram maravilhados. Os
dormentes acordaram
apavorados. Mas todos
sabiam que o Espírito de
Deus desceu do céu e
estava presente entre eles.
O santo aparece a seus
companheiros como o guia
e o novo líder do
cristianismo.

GIOTTO di Bondone
Visão da Carruagem de Fogo (1297-99)
Afresco - 270 x 230 cm
Em uma ocasião, um monge
entrou em uma igreja
abandonada com Francisco
para orar. Em um momento
de visão religiosa, viu uma
série de tronos no céu, um
dos quais, mais suntuoso do
que os outros, era adornado
com pedras preciosas e
brilhantes com glória.
Quando ele perguntou quem
era o trono, uma voz lhe
disse que estava reservado
para o humilde Francisco..
GIOTTO di Bondone
Visão dos tronos (1297-99)
Afresco - 270 x 230 cm
Durante a guerra civil, em
Arezzo, São Francisco viu
demônios sobre a cidade. Ele
chamou um irmão de sua
ordem para expulsá-los. A área
de imagem é dominada pela
arquitetura da cidade, que é
dividida do resto do mundo por
uma fenda na terra, e pela
construção da igreja imponente.
Giotto retrata o santo em
profunda oração atrás do irmão
Sylvester parecendo passar sua
força para este que levanta a
mão em comando na direção
da cidade de torres. Então os
demônios fogem, e os cidadãos
que podem ser vistos nas
GIOTTO di Bondone
portas da cidade podem voltar
Exorcismo dos demônios em Arezzo (1297-99)
para seus negócios em paz.
Afresco - 270 x 230 cm
Durante a cruzada de 1217-
1221, Francisco está diante
do sultão do Egito para tentar
convertê-lo ao cristianismo.
Para demonstrar o poder da
fé cristã, ele desafiou santos
homens do sultão de sofrer
com ele o calvário de andar
através do fogo. Eles se
recusaram a aceitar este
desafio. Francisco rejeita
presentes preciosos e aponta
para o fogo enquanto o sultão
surpreso e irritado vê seus
sacerdotes fugindo do
desafio.
GIOTTO di Bondone
São Francisco diante do Sultão
(prova do fogo) – (1297-1300)
Afresco - 270 x 230 cm
À noite, Francisco iria
procurar lugares solitários
ou igrejas abandonadas em
que pudesse orar. Em uma
ocasião, seus frades
testemunharam seu irmão
orando fervorosamente
com os braços esticados
para fora como na cruz,
levantado do chão e
envolto em uma nuvem
luminosa. O artista retrata o
santo nesta postura, com
Cristo, descendo das
regiões celestiais em um
ato de bênção.
GIOTTO di Bondone
Êxtase de São Francisco (1297-1300)
Afresco - 270 x 230 cm
Três anos antes de sua morte, a
fim de incentivar o espírito de
adoração em pessoas comuns,
Francisco recriou o cenário do
nascimento de Jesus em
Greccio, com um berço em uma
manjedoura e um boi e um burro
reais. Assim, ele começou a
tradição, que continua até hoje,
de preparar um presépio no
Natal, em memória do
nascimento de Cristo no
estábulo em Belém. Na missa
solene, na qual ele estava
participando como diácono,
observou-se que ele tomou uma
criança dormindo no berço e
despertou-a. GIOTTO di Bondone
Instituição do presépio em Greccio (1297-1300)
Afresco - 270 x 230 cm
Um dia, Francisco estava
doente. Montou em um
jumento para ir ao seu retiro
nas montanhas de La Verna
emprestado por um
camponês, que seguiu a pé.
Afligido e esgotados pelo
calor, o pobre homem pediu
uma bebida. Francisco saiu
do burro e ajoelhou-se para
rezar, quando então saltou
água da rocha nua. Aqui dois
franciscanos comentando a
cena com seus olhares e
assim antecipar a reação do
espectador.
GIOTTO di Bondone
Milagre da primavera (1297-1300)
Afresco - 270 x 200 cm
São Francisco acreditava que até
mesmo a mais humilde das
criaturas tinham o direito de ouvir
a Palavra de Deus, para que
tenham a oportunidade de entrar
no Reino dos Céus. São
Francisco se deparou com um
bando de pássaros que não
voaram para longe em sua
abordagem. Ele deu um sermão
para as criaturas com expectativa
de espera, que só deixaram o
santo depois de receber sua
bênção. Como tantas vezes,
Giotto deixa claro a natureza
extraordinária de eventos através
da reação de uma figura
secundária - neste caso, através
do frade franciscano, que levanta
GIOTTO di Bondone
a mão com uma expressão de
Sermão dos pássaros (1297-99)
surpresa em seu rosto.
Afresco, 270 x 200 cm
Uma vez, quando Francisco
estava pregando em Celano,
um cavaleiro do bairro
convidou-o para uma
refeição. Prevendo que o
cavaleiro iria morrer em
breve, Francisco pediu-lhe
para fazer a sua confissão e
para definir seus assuntos
domésticos em ordem.
Enquanto os convidados
estavam sentados à mesa
posta, o cavaleiro de repente
morreu. Ele tinha feito sua
confissão, e assim ele entrou
no reino do céu em um
estado de graça.
GIOTTO di Bondone
Morte do Cavaleiro de Celano (1297-1300)
Afresco - 270 x 230 cm
Quando Francisco apareceu
diante Papa Honório III e
seus cardeais, sua pregação
era tão sincera e eficaz que
era claro para eles que suas
palavras não eram apenas o
resultado de estudo teológico
aprendido, mas foram
inspirados por Deus. O
afresco capta a atenção
extasiada do Papa e
cardeais, Giotto expressa
isso através das diferentes
reações das pessoas que
escutam, especialmente nas
expressões faciais animadas.

GIOTTO di Bondone
São Francisco pregando diante de Honório III
(1297-1300). Afresco, 270 x 230 cm
Durante uma reunião da
Ordem, Santo Antônio de
Pádua estava pregando
no claustro em Arles e de
repente, São Francisco
apareceu. Giotto retrata o
santo com braços abertos
- a forma resultante da
cruz faz alusão a sua vida
como Cristo. Apenas
Santo Antônio, que tinha
acabado de falar a
respeito de Cristo, e um
outro membro da Ordem
notam a aparição.

GIOTTO di Bondone
Aparição em Arles (1297-1300)
Afresco - 270 x 230 cm
Um dia, quando Francisco
estava orando e jejuando
em La Verna, Cristo lhe
apareceu na forma de um
serafim e imprimiu em
suas mãos, pés e no lado
do peito as marcas dos
pregos e da lança que ele
mesmo havia sofrido na
cruz. Desta forma, Deus
respondeu ao desejo do
coração de Francisco: ser
semelhante a Cristo em
seus sofrimentos, antes de
morrer.

GIOTTO di Bondone
A estigmatização de São Francisco
(1297-1300). Afresco, 270 x 230 cm
Quando Francisco
morreu, um dos irmãos
viu a sua alma, que foi
agora libertada de seu
corpo, alça o seu caminho
para o céu rodeado por
uma nuvem branca.
Parecia uma estrela
brilhando. O afresco capta
o sofrimento dos irmãos
que estão reunidos em
torno de corpo sem vida
de Francisco, chorando,
orando, ao tocá-lo, dando
lugar ao desespero do
espectador em
compartilhar sua tristeza.

GIOTTO di Bondone
Morte e Ascenção de São Francisco
(1300). Afresco - 270 x 230 cm
Em um convento perto de
Nápoles, no exato momento
em que Francisco morreu,
um irmão chamado Agostino,
que estava próximo à morte,
gritou: "Espere por mim, pai,
eu quero ir com você!" Ao
mesmo tempo, no oratório de
São Miguel no Monte
Gargano, o bispo de Assis
teve uma visão de Francisco,
dizendo: "Eu estou deixando
o mundo e ir para o céu."
GIOTTO di Bondone
Aparição para Fra Agostinho e Bispo
Guido de Arezzo (1300)
Afresco - 270 x 230 cm
Ao saber da morte de
Francisco, as pessoas se
reuniram para testemunhar
as marcas da paixão de
Cristo. Foram autorizados
muitos cidadãos de Assis
para contemplar e até beijar
os estigmas, entre eles um
cavaleiro chamado
Gerolamo. Ele era um cético,
como o apóstolo Tomé, e
insistiu em tocar os
estigmas. Com suas dúvidas
removidas, ele se tornou um
testemunho fiel à verdade.

GIOTTO di Bondone
Verificação dos estígmas (1300)
Afresco - 270 x 230 cm
O cortejo fúnebre parou na
frente da igreja de São
Damião. O convento anexo à
igreja era a casa de Santa
Clara e suas freiras irmãs, a
quem Francisco havia sido
um pai espiritual. Clara e
suas companheiras
abraçaram São Francisco
pela última vez. O afresco
mostra a grande multidão de
carpideiras e Santa Clara
debruçada sobre o corpo de
São Francisco.

GIOTTO di Bondone
São Francisco pranteado por Santa Clara (1300)
Afresco - 270 x 230 cm
Em 16 de Julho de 1228, o
Papa Gregório IX veio
pessoalmente a Assis para
canonizar Francisco e
oficialmente declará-lo
santo. A cerimônia solene
contou com a presença
dos frades, um grupo
significativo de príncipes e
barões, e uma grande
multidão de pessoas
comuns. Embora este
afresco tenha se
deteriorado, a habilidade
do artista em retratar
expressões humanas
realistas ainda é muito
evidente.

GIOTTO di Bondone
Canonização de São Francisco (1300)
Afresco - 270 x 230 cm
Antes do Papa Gregório
canonizar Francisco ele tinha
algumas dúvidas sobre a
marca da ferida de Cristo em
seu peito. Então, ele teve um
sonho em que Francisco
apareceu a ele para definir
sua mente em repouso.
Neste sonho, Francisco
disse: "Dê-me um frasco
vazio." Gregorio fez o que lhe
foi pedido, e a garrafa foi
milagrosamente cheia de
sangue da ferida no peito de
Francisco.

GIOTTO di Bondone
Sonho de São Gregório (1300)
Afresco - 270 x 230 cm
Um homem tinha uma perna
tão doente que não podia
fazer nenhum movimento, e
invocou São Francisco:
“Ajude-me São Francisco
que morro nos mais atrozes
tormentos lembre-se de
minha devoção por você e
dos serviços que lhe prestei,
carregando-o em meu asno,
beijando seus santos pés e
mãos”. Imediatamente o
santo apareceu e o curou
com um cajado em forma de
“tau” encostando em sua
perna, era com essa letra
que o santo assinava as
suas cartas.
Cura de um devoto do Santo (c. 1300)
Afresco - 270 x 230 cm

< Ao lado esquerdo a letra “tau”


No Monte Murano no bairro
de Benevento, Francisco
trouxe uma mulher de volta
dos mortos, para que ela
pudesse ser liberada de
um pecado que ela havia
falhado em confessar em
sua vida. O artista retratou
o diabo que está sendo
forçado a fugir e abrir
caminho para um anjo, um
sinal de que a mulher tinha
sido purificada e agora
podia morrer em um estado
de graça.

A confissão da mulher de Benevento (1300)


Afresco - 270 x 230 cm
Um homem acusado de
heresia e preso pelo
bispo de Tivoli pediu a
ajuda de São Francisco.
Quando o santo
apareceu, as algemas do
homem cairam e as
portas da prisão se
abriram. Gritos do
homem de espanto
alertaram o guarda, que
relatou o caso ao bispo.
Reconhecendo a
evidência de intervenção
divina, o bispo se
ajoelhou e adorou a
Deus.

A libertação de Pedro, o herege (1300)


Afresco - 270 x 230 cm
A Porciúncula
A Porciúncula é uma
pequena igreja perto
de Assis , localizada no
interior da Basílica de Santa
Maria degli Angeli . Esta
igreja de alto valor histórico,
artístico e espiritual, É o
lugar mais sagrado
da Ordem Franciscana. Ali
morreu Francisco de Assis
Segundo a tradição, a
Porciúncula foi construída
no século IV,
por eremitas provenientes
da Palestina. Em 576, foi
assumida por São Bento e
seus monges.
Indumentária
Indumentária da sua Ordem: hábito
terroso (túnica estamenha) com
cordão branco nodoso na cintura
(três nós, que representam os três
votos: pobreza, castidade e
obediência); ou hábito terroso,
escapulário, capuz comprido e
cordão branco e nodoso dos Frades
Capuchinhos. Representado jovem e
imberbe ou com pouca barba e larga
tonsura monacal.

ANDREA di Vanni d'Andrea


St Francis of Assisi
1355-60
Tempera on wood,100 x 46 cm
Lindenau-Museum, Altenburg
Hábito de São Francisco de Assis
Cenas preferidas
 1) pregando junto aos pássaros ou aos
peixes (obras de Fúlvio Pennacchi e
Candido Portinari)
 2) São Francisco diante de Cristo na cruz, que tem um
braço descravado para abraça-lo. Obras de:
Bartolomé Murillo (1618-1682) - Museu de Sevilha
Conjunto escultórico da capela-mor da Igreja de S.Fracisco
realizado em 1930 pelo baiano Pedro Ferreira,Salvador(BA)
 3) O êxtase de S.Francisco

Francisco de Assis em êxtase (1594)


Michelangelo Merisi da Caravaggio
(óleo sobre tela) - 92,4 × 127,5 cm
Wadsworth Atheneum - Connecticut
êxtase de S.Francisco com os estigmas

Êxtase de São Francisco com os


Estigmas (c.1600)
El Greco
72 cm × 55 cm - Óleo sobre tela
Museu de Arte de São Paulo -
MASP
 4) Ajoelhado diante da Cruz Seráfica
(cruz com seis pares de asas).

Grupos escultóricos com imagens de São Francisco de Assis e Cristo


Seráfico. Séc.XVIII: Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência, Rio de Janeiro, RJ (à esq.), e Altar-mor daOrdem Terceira de
São Francisco em São Paulo (à direita).
Igreja de São Francisco de Assis em Mariana

São Francisco em Oração e Agonia e Morte de São Francisco – 1800 c. -


(forro da sacristia). Artista: Manuel da Costa Ataide
Atributos frequentes
 Alguns objetos: ampulheta, flores, espelho, rosário,
cilício, os martírios de Cristo e o livro da regra
 Crânio ou a Cruz nas mãos
 O pelicano ou a fênix
 Pássaros e peixes com quem falava
 Disciplina: pobreza, castidade e
 Cordeiro ou Lobo (domesticado por ele)
 Anjo com instrumentos musicais e partituras
 Um galhardete onde está escrito “Deus meus
omnia” = Meu Deus é tudo
Detalhe da obra de Manoel da Costa Ataíde no forro da
sacristia da Igreja de São Francisco de Assis em Mariana,
mostrando: a cruz, os martírios, o cilício, o cranio, a
ampulheta, o rosário e o livro da regra
Crânio ou a Cruz nas mãos

Caravaggio – São Francisco em meditação (1606)


Pelicano e a Fênix
Uma das representações da Fênix e do Pelicano mais antiga
encontrada é no bestiário “Physiologus” (sec. III-IV c.) coletânea de
historias ilustrando o sentido cristão e alegórico inerente à natureza.
A representação da fênix e do pelicano eram muito populares na
Idade Média devido à simbologia da ressurreição de Cristo, no
primeiro caso, e à representação do sacrifício voluntário de Jesus
Cristo em prol da redenção da humanidade.

iluminura - Bestiário de Aberdeen


Pássaros, flores e peixes

Vagner Aniceto – São Francisco e os girassóis


Gilberto Mello - São Francisco e os pássaros
Disciplina (votos
de pobreza,
castidade e
obediência)

Casamento de São Francisco


com a Senhora Pobreza
(1437-44),
óleo sobre tela (95x58 cm)
Stefano di Giovanni
Cordeiro ou Lobo

São Francisco
afresco de Fúlvio Pennacchi
Anjos com
instrumentos
musicais

Francisco Ribalta (1565–1628)


São Francisco confortado por
um anjo (c.1620)
Óleo sobre tela
(204 cm x158 cm)
Museu do Prado
Atributo particular (inconfundível)
Cinco chagas impressas
nas mãos, pés e peito. A
representação do Cristo
Seráfico poderia ter sido
inspirada por uma passagem
do livro de Isaías: “No ano da
morte do rei Ozias, vi o
Senhor sentado em um trono
alto e elevado. A orla de seu
manto enchia o santuário.
Serafins estavam de pé acima
dele. Cada um tinha seis asas:
com duas cobriam a face, com
duas cobriam os pés e com
duas voavam.” (Isaías, 6:1-2 -
Bíblia Sagrada)

São Francisco das Chagas (Museu de Arte Sacra SP)


séc.XVII (barro cozido policromado)
O presépio
O primeiro presépio do
mundo teria sido montado
em argila por São
Francisco de Assis em
1223, a finalidade era
tornar compreensível às
pessoas comuns a
história do nascimento de
Jesus, o Natal era
festejado no interior da
Igreja, mas São Francisco
fez transportar para a
floresta de Greccio uma
manjedoura, um boi e um
burro para a ambientação
do local onde Jesus Presepio em terracota – Fulvio Pennacchi
nasceu e explicar o Natal
aos camponeses.
Retrato de São Francisco de Assis
Cimabue (Giovanni Gualteri –
c.1240-1302) é autor do
considerado retrato que mais se
aproxima de São Francisco
(detalhe de afresco - c. 1280 –
Basilica de S. Francisco em Assis).
Frei Tomás de Celano, primeiro
biógrafo de Francisco, assim o
descreve:
“Muito eloqüente, tinha o rosto
alegre e o aspecto bondoso, era
diligente e incapaz de ser
arrogante. Era de estatura um
pouco abaixo da média, cabeça
proporcionada e redonda, rosto um
tanto longo e fino, testa plana e
curta, olhos nem grandes nem
pequenos, negros e simples,
cabelos castanhos, pestanas retas,
nariz proporcional, delgado e
reto, orelhas levantadas mas
pequenas, têmporas chatas,
língua apaziguante, fogosa e
aguda, voz forte, doce, clara
e sonora, dentes unidos,
iguais e brancos, lábios
pequenos e delgados, barba
preta e um tanto rala,
pescoço fino, ombros retos,
braços curtos, mãos
delicadas, dedos longos,
unhas compridas, pernas
finas, pés pequenos, pele
fina, descarnado, roupa rude,
sono muito curto, trabalho
contínuo.”

Pedro de Mena
São Francisco de Assis (1650)
Madeira
Sacristia da Catedral de Toleo
Espanha
São Francisco de Assis
na Arte Contemporânea
São Francisco, obra de Adelson do Prado
São Francisco, obra de Luciana Lupo
São Francisco, pintura de Assis Costa
São Francisco, pintura de Militão dos Santos
À esquerda
São Francisco (paulistinha
– Acervo MASSP)

À direita
São Francisco, obra de
Clara Coelho
São Francisco de Assis em terracota
São Francisco de Assis em terracota Artista: Wandecok Cavalcanti.
Artista: Wandecok Cavalcanti. Árvore com pássaros.
Artista: Murilo Cavalcanti
ARTE POPULAR

São Francisco: autoria desconhecida.


PARTE 2
Breve histórico dos pigmentos
A natureza nos oferece um número
infinito de cores. No período paleolítico o
homem realizava suas pinturas com duas
cores: terra-vermelha e terra-amarela
(ocre), depois passou a usar o negro, até
chegar em seis cores: branco, preto,
terra-ocre,terra-marrom,terra-vermelha e
terra-violeta. Os grandes pintores gregos
segundo Plinio (o velho) trabalhavam
apenas com 4 cores, mas podiam chegar
ao uso das sete existentes.
Os antigos egipcios usavam 10 cores.
No renascimento Cennino d'Andrea Cennini (1370 –
1440) compilou vinte e cinco cores em seu Libro
dell’arte (séc.XV) e que foram elaboradas pela italiana
Zecchi em Firenze.
Bianco de San Giovanni
Amplamente usado pelos
romanos, é provavelmente
o primeiro pigmento branco
da história da pintura
artística. Cennino Cennini
usa o nome "Bianco di San
Giovanni" para descrever a
preparação de um
pigmento branco de cal em
seu livro Il Libro dell'Arte.
O nome provavelmente Carbonato de cálcio
estaria associado ao
padroeiro da cidade de
Florença segundo o autor
Daniel V.Thompson.
Azul egípcio – pigmento extinto
 O homem utiliza as
cores há mais de 20
mil anos. O primeiro
corante a ser
conhecido pela
humanidade foi o
Negro-de-Fumo
(Carbon Black).
 Por volta de 3.000
a.C., foram
produzidos alguns
corantes inorgânicos
sintéticos, como o
Azul Egípcio.
Azul – ultramarino: “cor nobre e bela, a mais
perfeita de todas as cores”, descoberto em
1200.
Pigmento:
 Partícula finamente dividida, insolúvel,
que confere a característica da cor, e que
depende em parte da granulometria,
tamanho, forma e textura dos grãos.
 Um pigmento deve ser inalterável à luz,
temperatura ambiente e resistir a umidade
 Classificados segundo a origem em:
naturais( minerais, vegetais e animais) e
artificiais.
Classificação dos pigmentos:
 Naturais:
 minerais - ocas, terras, calcários.
 vegetais - lacas, índigo.
 animais - preto marfim, sépia.
 Artificiais:
 elementos simples: carvão, p.ex.
 elementos compostos: óxidos de ferro
Os óxidos de ferro
A hematita óxido de ferro III, (Fe2O3) é o principal minério de
ferro (70% Fe), sendo usado também como pigmento, material
para polimento e como gema. Os estados de oxidação mais
comuns do ferro são: (FeO) (Fe2O3) - (Fe3O4).
A pintura rupestre
Os pigmentos naturais, tal como os Ocres e os
óxidos de ferro têm sido usados como corantes
desde a era pré-histórica. Arqueólogos descobriram
provas de que os homens primitivos usaram tinta
para fins estéticos, como pintura corporal na
descoberta de pigmentos e ferramentas de moagem,
que se estima terem entre 300 000 e 450 000 anos
na gruta de Twin Caves próximo à Lusaka, Zambia
(África) (matéria de Steve Connor em 9 de Setembro
de 2006 - "Body art made its mark 300,000 years
ago, scientists claim“ publicada no jornal: The
Independent )
Pinturas entre 35 a 40 mil anos

Acredita-se que algumas


pinturas encontradas no
continente Africano (Zambia e
Zimbabue) possam ter entre
35 a 40 mil anos, as de
Lascaux (França) 15 mil anos,
e as de Altamira (Espanha) de
14 mil a 18.500 anos atrás).
Parte 3
Definição da pintura
a têmpera
e o preparo de tintas.
Têmpera:
 O termo têmpera vem da palavra
¨temperare” (latim), que significa
juntar ou misturar. Misturam-se
pigmentos a aglutinantes e estes
passam a designar cada tipo de
têmpera que constituem.
 A designação tempera é atribuída a
todos os processos de pintar cujo
aglutinante seja solúvel em água, com
exceção da aquarela.
Emulsão – água e óleo
Emulsão:
 dois líquidos imiscíveis em que um
deles (a fase dispersa) encontra-se na
forma de finos glóbulos no seio de
outro líquido. As emulsões mais
conhecidas consistem de água e óleo.
 Alguns autores também classificam as
têmperas como emulsões, o que
excluiria o guache e a aquarela.
Têmpera a cola
 Muito utilizada na arte sacra para a
policromia e decoração sobre a douração.
Encolagem – skin rabitt
Preparo da cola de
coelho: em 100 gramas
de cola adiciono 1 litro de
água destilada.
Deixar de molho de um
dia para o outro e
derreter em banho-maria,
não deixe que a cola
ferva, adiciona-se 1% de
fungicida (vinagre) ou
óleo de cravo(eugenol).
Conservar na geladeira.
Fórmula de Angélica Schianta:
- 1 copo (200ml) de cola de coelho (equivale a
100gr)
- hidratar a cola com 1 copo e meio de água por
12 horas (300ml de água)
- levar ao fogareiro elétrico para derreter
- tirar do calor acrescentar 1 copo (200ml) de
água e mais um copo (200ml) de álcool
absoluto (ele empelota um pouco a cola mas
depois ela dissolve de novo)
- 3 gotas de essência de cravo (Eugenol).
- No preparo da tempera adiciona-se aos
pigmentos.
Sempre esterilize o recipiente. Essa mistura
pode ser conservada fora da geladeira!
TINTAS
 Aglutinante - exerce a função de
misturar os pigmentos entre si e
ligá-los ao suporte (óleos
secativos, colas, ceras e resinas).
 Pigmento - pó fino insolúvel nos
aglutinantes de características
foscas ou brilhantes, opacas ou
transparentes.
Preparo das cores
 Preparar os pigmentos de cada cor
separadamente
 Hidratar o pigmento seco antes de
adicionar o aglutinante (no nosso caso
utilizaremos a própria água)
 A mistura tem maior fluidez se
aquecida (a água também evapora,
portanto às vezes há necessidade de
repor o liquido da cola)
O preparo das cores

Óxidos de ferro Tintas preparadas


A cor é um fenômeno físico
Parte 4
Planejamento para decorar
imagens
Acervo do Museu de Arte Sacra
de São Paulo
Estudo em papel
 Uso de um papel (30% algodão), ideal
para pintura para estudos dos
ornamentos sobre a douração da
imagem de São Francisco.
 Cada um utilizará o papel e as
misturas de tintas (um pouco mais
aquareladas) para estudo e teste das
cores que iremos aplicar na imagem.
 Sempre mantenha um copo de água
limpa, e outro para lavagem do pincel.
tipos comuns de decoração
sobre douração
Parte 5
Técnicas e metodologias
Passo 1 - nivelamento
Segue a descrição de preparo da
imagem, esses procedimentos
são simples mas precisam dos
respectivos tempos de secagem,
o que inviabiliza realizar todos os
passos no mesmo dia. Se houver
imperfeições na peça, o primeiro
passo é corrigi-las (nivelamento),
esse era o propósito das
camadas de gesso-cola (com
gesso cré) aplicadas sobre a
escultura de madeira antes de
sua policromia.
Na imagem de gesso pode-se
lixar imperfeições.
Passo 2 - Selamento
O selamento permite uma
melhor adesão da tinta,
douração, etc. No caso da
madeira evita também
trocas de sua resina natural
com a base de preparação
e que absorva a umidade
da mistura. O selamento no
geral é feito com goma-laca
ou sandara mas não se
deve impermeabilizar a
superfície de trabalho, foi
utilizada a goma-laca
indiana em proporção 1:10
de álcool absoluto.
Passo 3 – reserva de ouro
A cor sob o douramento
realça a cor do ouro, o
bol de armênia tem
tonalidades desde os
ocres amarelos,
vermelhos terrosos até o
preto. Como não iremos
fazer brunimento, optou-
se por uma base acrílica
fosca (LUKAS – 4521) e
a douração com
mordente acrílico a base
de água. A douração em
ouro imitação requer
selamento com goma-
laca clarificada.
Passo 4 - Carnação
A carnação tradicional
das imagens sacras em
madeira era realizada
com a cola de coelho +
carbonato de cálcio +
pigmento em várias
camadas finas e depois
brunidas para dar brilho e
realizar o “abrir sentidos”.
Neste trabalho utilizou-se
a tinta à óleo maimeri
para pigmentação: ocre,
vermelhão e azul cobalto,
com uma base de
esmalte sintético branco.
Passo 5 – Pintura a têmpera
 Utilize a colher medida para fazer a
tinta, colocando uma medida rasa de
pigmento e uma de cola.
 Use o pincel nylon para misturar a
tinta, tenha sempre os pincéis limpos.
 Use a bandeja para misturar cores,
não misture os pigmentos secos, as
cores são feitas entre tintas prontas.
BOM TRABALHO!
Considerações finais
 Os passos aqui descritos são algumas
das infinitas opções na pintura sacra,
existem outros processos de
douração e ainda os planejamentos
mais elaborados como o esgrafito e a
punção, e outros tipos de têmpera
como a caseína e a têmpera a ovo.
 Cada um de nós desenvolve suas
particularidades em seu processo de
criação, somando a sua experiência o
que observa e aprende.
Agradecimentos
 A todos vocês pela participação e
disponibilidade em compartilhar o seu
processo criativo neste encontro
 Ao Museu de Arte Sacra de São Paulo
sua diretoria e equipe educativa por
acreditarem no projeto de oficinas
 Agradecimento especial à querida
Fátima Paulino pela confiança e
incentivo ao meu trabalho
 Próxima oficina: Punção e Esgrafito
Referências Bibliográficas:
 BAGNOREGIO, Bonaventura da. Legenda Maior: vida de São Francisco de Assis.
Disponível em: http://www.teologiaspirituale.it/testi.html
 BONNET, Márcia Cristina Leão. A representação do Cristo Seráfico na igreja da Ordem
Terceira de São Francisco da Penitência do Rio de Janeiro. Varia História, Belo
Horizonte, v. 24, n. 40, p. 433-444, jul./dez. 2008. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/vh/v24n40/06.pdf
 CELANO, Tommaso da. Primeira vida de São Francisco. Disponível em:
http://www.teologiaspirituale.it/testi.html
 CAMPOS, Adalgisa Arantes. Arte Sacra no Brasil Colonial. Ed. C/Arte, 2011.
 GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: a construção biofísica, linguistica e cultural
da simbologia das cores. São Paulo, Annablume, 2000.
 HERNÁNDEZ, Maria Herminia Olivera. Apontamentos sobre o Retábulo-Mor Oitocentista
dos Beneditinos da Bahia. 19&20. Rio de Janeiro, v. III, n. 1, jan. 2008. Disponível em:
http://www.dezenovevinte.net/arte%20decorativa/ad_altar_beneditinos.htm
 LORÊDO, Wanda Martins. Iconografia Religiosa – Dicionário Prático de Identificação. Pluri
Edições, RJ, 2002.
 MOTTA, Edson & SALGADO, Maria Luiza Guimarães. Iniciação à Pintura. Ed.Nova
Fronteira, RJ, 1976.
 MAYER, Ralph. Manual do Artista. Ed.Martins Fontes, SP, 2006
 PENNACCHI, Valerio Antonio. Pennacchi: Pintura Mural. São Paulo, Metalivros, 2002.
 Rebelo, António Manuel Ribeiro . A FÉNIX E O PELICANO NO MAIS FAMOSO DOS
BESTIÁRIOS: O PHYSIOLOGUS. Boletim de Estudos Clássicos — 44 , Disponível em:
http://www.uc.pt/fluc/eclassicos/publicacoes/ficheiros/BEC44/12antoniorebelo
 Cennini, Cennino d’Andrea Cennini. “Il Libro dell’Arte”. Dover, 1954.
Links úteis para consulta:
 “Earliest evidence of art found”.
Disponível em: http://news.bbc.co.uk/2/hi/sci/tech/733747.stm
 IGREJA da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. In: Wikipedia. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_da_Ordem_Terceira_de_S%C3%A3o_Francisco_da_Penit%C3
%Aancia
 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.
Disponível em: http://www.franciscanos.org.br/
 Regra Não Bulada da Ordem dos Frades Menores.
Disponível em: http://www.teologiaspirituale.it/testi.html
 Fonte de Imagens: Web Gallery of Art.
Disponível em: http://www.wga.hu
 Informações sobre pigmentos.
Disponível em: http://www.naturalpiments.com
 Informações sobre a obra de Fúlvio Pennacchi.
Disponível em: http://www.fulviopennacchi.com/d70.html
 Informações sobre a obra de Candido Portinari:
Disponível em: http://www.portinari.org.br/
 Informações sobre a Basilica de São Francisco em Assis.
Disponível em: http://whc.unesco.org/en/list/990
 Bestiário de Aberdeen
Disponível em: http://www.abdn.ac.uk/bestiary/

S-ar putea să vă placă și