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grazia.tanta@gmail.com 7/07/2018 1
Na democracia de mercado isso não acontece; a constituição da agenda
das questões a resolver, bem como as decisões sobre as mesmas é cabe
às oligarquias partidárias. Não há consulta prévia e específica da
população sobre essas questões e, menos ainda lhes cabe a decisão. Por
outro lado, a representação é genérica e recai em elencos flexíveis da
classe política, não cabendo às pessoas comuns mais do que o produto
de uma escolha prévia e genérica por parte de uma oligarquia, quando
existem eleições.
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distrair a plebe, incutindo-lhe a ideia de que não há alternativa à
antidemocracia vigente. Salazar e Caetano também defendiam as supremas
virtudes do seu modelo; qualquer regime político é eterno… enquanto não é
derrubado e substituído.
Essa similitude baseia-se nas relações entre dois cartéis europeus, o PPE e
S&D que, aliás, aplicam exemplarmente o modelo de democracia de mercado
naquele areópago cosmético chamado Parlamento Europeu; e, nesse contexto,
dificilmente admitirão um modelo radicalmente diferente como o acima descrito,
para mais, num qualquer país periférico, como Portugal. Isso significa que é
preciso gerar uma movimentação de âmbito europeu1, com grupos organizados
em rede, sem preconceitos nacionalistas, capaz de gerar um grau elevado de
contestação e desobediência que afaste de cena as atuais classes políticas e
gere um modelo democrático de decisão para a satisfação das necessidades
coletivas.
Passados 44 anos, ainda que num plano político e ideológico distinto, o atual
regime também se estrutura em torno de um sólido núcleo conservador – o
partido-estado PS/PSD – que em tempos de desavença recorre ao CDS, uma
mescla de conservadorismo católico e de ariete do empresariato mais
ultramontano. Em 2015, a ala governativa actual do partido-estado estreou-se
na viabilização de uma solução governativa com a captura de uma social-
democracia não assumida, constituída por duas estruturas em concorrência – o
PCP com a sua valia sindical e autárquica e o BE, que vive de um constante
agit-prop nos media.
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Não tendo significado em Portugal – ao contrário do que acontece nos países da
Europa Ocidental - partidos do tipo Afd ou FN, defensores do encerramento
nacionalista, da identidade nacional… é curioso que em Portugal os grandes paladinos
da saída da UE e do euro, sejam os partidos da esquerda do regime, os defensores de
que um capitalismo atrasado e autárcico do tipo salazarista, num país periférico, é
susceptível de trazer benefícios para quem vive do trabalho em Portugal.
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Esquerda do Subordinação do
O poder Direita do regime
regime trabalho
Ala liberal (Sá
ANP “ultras” (Tenreiro,
1974 Carneiro, Câmara Corporativa
(Caetano) Casal Ribeiro…)
Balsemão…)
2018 BE/PCP PS/PSD CDS Concertação Social
As questões “técnicas”
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A inutilidade das campanhas eleitorais que já nem têm a animação dos
tempos em que circulavam nas ruas carros com altifalantes a vociferar e
rabos de meninas de fora das janelas com cabelos e bandeiras a esvoaçar;
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voto é obrigatório, na realidade dirigido a um imutável pentapartido (no
caso português), isso seria algo menos que uma ditadura?
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