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INTERAÇÃO PLACA-ESTACA-SOLO VIA

COMBJNAÇÃO DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS


COM O MÉTODO DOS ELEMENTOS DE CONTORNt>

AUTOR: ENG. ÂNGELO VIEIRA MENDONÇA


ORIENTADOR: PROF. DR. JOÃO BATISTA DE PAIVA
ANÁLISE DA INTERAÇÃO PLACA-ESTACA-SOLO VIA
COMBINAÇÃO DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS COM
O MÉTODO DOS ELEMENTOS DE CONTORNO

ÂNGELO VIEIRA MENDONÇA

Dissertação apresentada à Escola de Engenharia


de São Carlos, da Universidade de São Paulo,
como parte dos requisitos para obtenção do
Título de Mestre em Engenharia de Estruturas

ORIENTADOR: Prof. Dr. João Batista de Paiva

São Carlos

Abril / 1997
-
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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento


da Informação do Se rviço de Biblioteca - EESC-USP

Mendonça , Ângelo Vieira


M539a Análise da interação placa-estaca - solo via
combinação do método dos elementos fi n itos com o
método dos elementos de contorno I Ângelo Vieira
Mendonça . -- São Carlos, 1997 .

Dissertação (Mestra do ) . -- Escol a d e Engenh aria


de São Carlos- Universidade de São Pa ul o , 19 97 .
Área : Engenharia de Estru t u ras
Orientador: Prof . Dr. João Batista de Paiva

1. Método dos elementos de contorno. 2.


Método dos eleme n tos finitos. 3. Inte r ação placa -
estaca-so l o . 4. Estacas f l exíveis. I. Título
à

Aos meus pais.

ú
AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. João Batista de Paiva pelo seu dedicado trabalho de


orientação, atenção e compree nsão.

À CAPES e ao CNPq pelo apoio financeiro.

Enfim, a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente na


realização desta obra.
()
SUMÁRIO

"
CAP ÍTULO 1-INTRODUÇÃO 1
1.1 )Objetivos 8

CAPÍTULO 2- FUNDAMENTOS DA TEORIA DE PLACAS E DOS


PRINCÍPIOS VARIACIONAIS 11
2.1 )I ntrodução 11
2.2)Re lações bás icas da teoria da elasticidade 11
2.3)Teoria clássica de placas 15
2.4)Piaca com efeito da força cortante 21
2.4.1 )Teoria de placas de Reissner 22
:"1

2.5)Princípios variacionais 28
2.5.1 )Princípio dos Trabalhos Virtuais(PTV) 28
o

2.5.2)Princ ípio de energ ia potencial mínina 30


2.5.3)Princípio dos trabalhos virtuais complementar 32
2.5.4)Princípio de energia complementar mínima 33
2.5.5)Princípios variacionais estacionários 35

~o
CAPÍTULO 3-MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS -.)(.)

3.1)Introdução 38
3.2)Formulação do Método dos Elementos Finitos 38
,.., .2. 1)Discretização da represent. integral dos funcionais 40
3.3)Eiemento Finito DKT 44
3.4)Eiemento Finito HSM 57
3.5)Vetor das cargas de nodais equivalentes 67

.~

CAPÍTULO 4- EQUAÇÕES INTEGRAIS DE CONTORNO 71


,, 4.1 )introdução 71
4.1 .1 )Generalidades 71
4.2)Problema Elástico fundamental 71
11

4.2.1 )Solução fundamental de Kelvin 72


4.2.2)Solução fundamental Mindlin 74
o 4.2.3)Solução Fundamental de Boussinesq-Cerruti 77
4.3) Corpos Tridimensionais infinitos 78
4.3.1 )Representação integral para o campo de
deslocamento 79
4.3.2)Representação integral para o campo das tensões 84
4.4) Corpos tridimens ionais sem i-infinitos 85

CAPÍTULO 5- MÉTODO DOS ELEMENTOS DE CONTORNO 86


5.1)I ntrod ução 86
5.2)Discreti zação das equaçóes integrais 86
5.3)Cont. do meio semi -infinito na inte ração placa-so lo 92
n

5.3.1 )Discretização da representação integral para a


superfície do solo 93
o

CAPÍ ULO 6- MÉTODO DOS ELE MENTOS DE CONTORNO


APLICADO AO SISTEMA ESTACA-SOLO 98
6.1)I ntrodução 98
6.2)Hipóteses Básicas 98
6 . 3 )Di~creti zação da represe , tação integ ai 100
6.4)1ntegração numérica 11 O

CAPÍT LO 7 -COMBINAÇÃO NTRE O MEC E O MEF 113


7.1 ) Introdução 113
7.2) Sistema placa-solo 13
7.3)Sistema placa-estaca-solo 120

CAP ÍTULO 8-EXEMPLOS NU MÉRICOS 122


8.1) Introdução 122
8.2) Interação placa-solo 122
8.2.1 )Placa quadrada 122
I li

8.2.2)Piaca circular 129


8.3) Interação entre grupos de estacas e o solo 132
o 8.4) Interação placa-estaca-solo 136
8.4.1 )Sapata longa apoiada sobre 4 estacas 137
8.4.2)Piaca retangular apoiada sobre 9 estacas 140
8.4.3)Piaca circular apoiada sobre 4 estacas 143

CAPÍTU LO 9-CONCLUSÕES 145

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 147

0
IV

LISTA DE FIGURAS

o
Figura2.1-Estado de Tensões em um elemento infinitesimal. 12


Figura 2.2- Deslocamentos segundo às direções dos eixos
cartes ianos. 15

Figura 2. 3- Deslocamento vertical e rotações presentes na placa 16

Figura 2.4- Comp. de tensão e momentos no sistema (n, s, x 3 ) 18

Figura 2.5- Esforços presentes em um elem. infi itesimal de placa. 20


.,
Figura 2.6-Configurações da placa indeform ada (a) e da placa fletida
de Re issner-Mindlin (b) . 24

Figura 2. 7 -Representacões das densidades de energia potencial


comp lementar, de materi ais elásticos lineares (a) e
não-lineare s (b) , para elementos unidimensionais. 34

Figura 3.1 - Representação dos deslocamentos transv rsais no


interior do elemento finito em função dos
desl amentos nodais. 41

Figura 3.2- Parâmetros nodais e nós auxiliares do elemento DKT. 45

Figura 3.4- Variação cúb ica ao longo dos lados do elemento. 50

Figura 3.5-Relações geométricas no elemento finito. 51


,.

Figura 3.6 - Parâmetros nodais do elemento HSM. 58

o
Figura 3. 7 - Forças de superfície e cargas nodais equivalentes. 68

Figura 3.8- Variação linear do deslocamento transversal e da


força de superfície no interior do elemento finito. 69

Figura 4.1 -F igura adaptada de NAKAGUMA(1979) para o problema


de Kelvin. 74

Figura 4.2 -F igura adaptada de NAKAGUMA(1979) para o problema


de Mindlin. 76

.,
Figura 4.3- Problema de Boussinesq-Cerruti. 79

Figura 4.4-Ponto fonte situado no contorno . 82

Figura 5. 1-Representação da discretização do corpo em elementos


de contorno (a) e em células(b) 89

Figura5 .2- Distribuição das forças de superfíci e ao longo do


elemento de contorno. 95

Figura 5.3- Sistema local de coordenadas. 96

Figura 6.1 - Rep resentação das fu nções interpoladoras na


estaca. 104

Figura 6.2- Integração na célula com o ponto fonte no interior do


semi -espaço. 113
vi

Figura 7.1 -Reg iões discretizadas em MEC e MEF . 116

Figura 7.2- Forças presentes na interação placa-solo. 116


Q

Figura 7.3- Nó com presença de estaca. 122

Figura 8.1 -Malha utilizada na modelagem e os tipos


de carregamentos analisados. 125

Figura 8.2- Momentos na direção x ao longo de A-8 em uma


placa flexível com sujeita a uma força
concentrada em seu centro. 127

Figura 8.3- Momentos na direção y ao longo de A-8 em uma


placa flexível com sujeita a uma força
concentrada em seu centro 127

Figura 8.4- Deslocamentos vertica is ao longo de A-8 em uma


placa flexível com sujeita a uma força
concentrada em seu centro. 128

Figura 8.5 Reação do solo ao longo de /\-8 em uma


placa flexível com sujeita a uma força
concentrada em seu centro 128

Figura 8.6- Momentos na direção x ao longo de A-8 em uma placa


com rigidez intermediária sujeita a um carregamento
uniformemente distribuído. 129

Figura 8. 7- Momentos na direção y ao longo de A-B em uma placa


com rigidez intermed iária sujeita a um carregamento
uniformemente distribuído. 130
VIl

Figura 8.8-Deslocamentos verticais ao longo de A-8 ao longo


_,
de A-8 em uma placa com rigidez intermediária sujeita
a um carregamento uniformemente distribuído. 130

Figura 8. 9-Reação do solo ao longo de A-8 em uma placa


com rigidez intermed iária sujeita a um carregamento
uniformemente distribuído. 131

Figura 8.1 O-P laca circu lar apoiada sobre o solo: carregamento e
malha de elementos finitos e de contorno
adotados. 132

Fig ra 8.11 -Deslocamento do ponto centra l A da placa circu lar em

,, função da rigidez da placa. 133

Figura 8.1 2-Des loc. verticais da placa circu lar no eixo A-8. 134
·~

Figura 8.13- Esq uema representativo de uma estaca isolada


no sem i-espaço. 135

Figura 8.14-Relação carga-des locamento de uma estaca flex ível


isolada em função de seu comprimento. 136

Figura 8.15-Esquema representat iva de duas estacas isoladas


no sem i-espaço . 136

Figura 8.16- Re lação carga-des locamento de duas estacas


flexíveis isoladas em função de seus comprimentos. 137

Figura 8.17 -Ma lha util izada na placa rígida em contato com o solo
e apo iada sobre 2 estacas. 137

Figura 8.18-Re lação carga-des locamento para um bloco ríg ido


apoiado sobre estacas flexíveis. 138
vi i i

Figura 8.19-Esquema representativo da sapata longa apoiada sobre


quatro estacas. 139

Figura 8.20- Des locamentos ao longo da linha A-8 em uma sapata


longa sobre quatro estacas rígidas. 140

Figura 8.21 - Des locamentos ao longo da li nha C-D em uma sapata


longa sobre quatro estacas rígidas. 140

Figura 8.22- Des locamentos ao longo da li nha A-8 em uma sapata


longa sobre quatro estaca s flexíveis. 141

Figura 8.23- Des locament s a I ng da linha C-D em uma sapata


longa sobre quatro estacas flexíveis. 141

Figura 8.24- Malha de elementos finitos e de contorno utilizada


na modelagem da placa apoiada sobre 9 estacas. 143

Figura 8.25- Deslocamentos ao longo da li nha A-8 em uma pl aca


retangu lar apoiada sobre 9 estacas rígidas. 144

Figura 8.26- Desloca mentos ao longo da li nrl a A-8 err-1urna pl aca


retangular apoiada sobre 9 estacas fi xíve is. 144

Figura 8.27 -Dimensões e esquema representativo da placa


circu lar apoiada sobre 4 estacas. 145

Figura 8.28- Malha de elementos finitos e de contorno utilizada


na modelagem de uma placa circu lar apoiada sobre
4 estacas. 146
Figura 8.29- Deslocamentos ao longo da linha A-8 em uma pl aca
circu lar apoiada sobre 4 estacas rígidas e flexíveis. 146
IX

LISTA DE TABELAS

Tabela 8.1 -Deslocamento vertical no centro de uma placa rígida


apoiada no solo. 124
X

LISTAS DE SÍMBOLOS

, A: é a área do elemento de finito ou de contorno.


AP : é a área da seção transversal da estaca.

bi :são as componentes de forças volumétricas segundo a três


direções dos eixos cartesianos.
O: é o módu lo de rigidez à flexão da placa; diâmetro da estaca.
E : é o módu lo de elasticidade longitudinal.

E ijkl : é o tensor de quarta ordem.

Eij~ 1 : é o tensor inverso de quarta ordem.

EP: é o módul o de elasticid ade longitudinal da estaca.


.,
E8 : é o mod ul o de elasticidade para o solo.
Fz: é a força de compress ão que atua em uma altura z da estaca.
g: é o carregame nto exte rn o distribu ído.

g, m1, m2 são as cargas nodais equivalentes relativo ao


carregamento transversa l e aos momentos, respectivamente.
G : é o módulo de elasticidade transversal.
G 8 : é o módu lo de elasticidade transversal do solo.

mij : são as componentes dos momentos segundo o sistema global

de coordenadas.
m 8 ,mns: são os momentos no sistema local de coordenada.
K z: é um fator de rigidez re lativa.
: comprimen da estaca, comprimento do lado da placa.
Ni : são as funções de formas para o elemento DKT.
np: é o número de estacas.
,.
XI

" "
n , r : são os versares de direção da normal do lado do elemento n
e do raio vetor de distância.
P: é a carga vertical concentrada aplicada sobre a estaca.

Pi .são as componentes de forças de superfície prescritas.


Pi : são as componentes de forças de superfície

pij : é a solução fundamental em forças de superfície o problema


elástico fundamental.
q : são as forças cortantes segundo as direções do sistema global de

coordenadas.
qn : são as forças cortantes , momentos fletores e momentos
volventes no co ntorno , res pectivamente
r: é a distância entre o ponto-fonte e o ponto campo , é a distância do
centro de uma pl aca ci rcul ar a um ponto contido nela.
Rb: é o raio da estaca .

RP: Raio na base da estaca.

9
: é o trabalho devido às cargas externas.

b: é a energia de deformação provenientes da flexão no elemento


DKT.
UoKT, UHSM: é a parcela da energia de deformação devida à flexão
nos elementos K e HSM , res ectivamente.
Ui: é a energ ia de deformação no elementos DKT.

ui :representa as compone ntes de des locamento.

Ui .representa as componentes de deslocamento prescritos .

uij : é a solução fundamenta l em fo rças de superfície o problema


elástico fund amental

Uo u~ : I representam a densidade de energia de deformação e a

densidade de energia complementar, respectivamente.


XII

U8 : é a energia de deformação oriunda da força cortante.


Ut 1, Ut 2 : são as parcelas da energia de deformação devidas as
,·,
tensões cisalhantes na direção x3 .
Vn: é a cortante equivalente de Kirchhoff.
w :é o deslocamento vertical do pl ano médio da pl aca.
w,n , w, s :são as rotações do plano méd io seg undo os eixos n e s
do sistema local situado no contorno.

w * : é o deslocamento adimensional vertical em uma placa circu lar.


X: é o fator de rigidez re lativa.
~i( são os va lores das rotações da seção transversa l nos nós

correspondentes aos vért ices e ao pontos méd ios dos lados no


elemento DKT.
r: é uma sub-região do contorno de um corpo genérico.
r el : é o contorno do element de contorno.
r pi e rbi: são o contorn o do fuste e da base da estaca i,
respectivamente.
1 : é a região do contorno de um c r e é as f ças e

superfície prescritas.
r 2: é él rvgião do contorno de um corpo q 8
1 contém os

deslocamentos prescritos .
rk : é o contorno do elemento k.

Ll: é o operador laplaciano:


8 ii : é o delta de Kronecker
õ(p, s): é o delta de Dirac

êii : representa as componentes de deformação no sistema global.

êUk: é a solução fundamental em deformações para o problema

elástico fundamental.
Xlll

c; :é uma coordenada adimensional.


11 : é uma coordenada adimensional.

11 i: são os cossenos diretores da normal à superfície no ponto; são


os cossenos diretores da direção n.
e1, e2 : são rotações das seções transversais da placa.

u: é o coeficiente de Poisson .
u 5 : é o coeficiente de Poisson do solo.
7tHsM :é o funcional de energia do modelo híbrido em tensões.

7toKT: é o fun cion al de energia do elemento finito DKT.

O' ij : são as compon entes de tensão

crijk : é a solução fundamental em tensões para o problema elástico


fundamental
~: é o ângu lo ce ntral do setor de círculo da interface estaca-placa.
Q : é o domínio dos corpos ..

Q * : é o domínio associ ado ao problema fundamental .


Q 81: é o domínio do elemento de contorno .

A : é a matriz que mulplica os vetor das incógnitas após impostas as

condições de contorno.
8: é o vetor que contém as forças volum étricas no ivi EC; No

elemento DKT, é uma matri z que relaciona o vertor das


curvaturas ao vetor dos parâmetros nodais.
Bk :é o vetor que rep resenta as fo rças volumétricas do elemento k.

Ef1 : é o vetor dos valores nodais das forças volumét. na célula I.


-I

,, C : é a matriz da relação deform ação/d eslocamento de um elemento


-k
finito genérico k.
xiv

D: é a matriz oriunda da lei de Hooke relacionando as tensões a

com as deformações E .

D : é a matriz oriunda da lei de Hooke relacionando as tensões a k


-k

com as deformações Ek no elem ento k.

ek : é a matriz que arm azena o res utados das integrais quando

o ponto fonte está percorrendo os nós do elemento de


contorno k.

F : é o vetores que conté m as forças nodais equ iv. de todos os nós.

fk : é a matriz que armazena o resu ltado das integrais das forças

de superfície e das fo rças das forças volumétricas no elemento


fin ito K.

G:é a matri z que contém as contribuições gk de todos elementos

de contorno; é uma matriz auxiliar na formul ação da matri z de


rigidez do~ ISM .

gk : é a matriz que armazena o resu ltado das integrais dos forças de

SI perfír.iA fund.8mAnt8iS quando O ponto fonte percorre OS nÓS dO


elemento de contorno k.
G 8 : é a matri z arm aze na os coefi cientes que ultiplicam os

elementos do vetor P8 .

1
,,
G-1 :é a matri z G - após a expansão .

hk : é a matriz que armazena o resultado das integrais dos


XV

deslocamentos fundamentais quando o ponto fonte percorre os


nós do elemento de contorno k.

H: é a matriz que contém as contribuições hk de todos os

elementos de contorno; é uma matriz auxiliar na formul ação


da matriz de rigidez do elemento finito HSM.

k: é o vetor que contém as componentes curvaturas no elemento

finito DKT.
kk : é amatriz que contém a matriz de rigidez do elemento k.

K : é a matriz de rig idez do elemento finito DKT.


-DKT

K : é a matriz de rig idez do elemento HSM.


-HSM

K2 :éa atriz de rigidez do sistema placa-solo após combinação

do MEC com o Mec


: é a matriz de corre laçã entre e T.

k
ht : é a atriz que armazena o resultado das integrais dos

deslocamentos fundamentais quando o ponto-fonte percorre


os nós do fuste da estaca k.
k
b : é a matriz que armazena o resultado das integrais dos

deslocamentos fundamentais quando o ponto-fonte está na base


n
da estaca k.
i
h 81 : é a matriz que armazena o resultado das integrais dos
deslocamentos fundamentais quando o ponto-fonte percorre
os nós do elemento de contorno i.
xvi

M : é a matriz que contém os momentos nos elementos finitos.

·' N: é a matriz que faz ligação entre os deslocamentos nodais Uk com

os deslocamentos uk do domínio do k-ésimo elemento finito.

P n : é o vetor das forças de superfície nodais do elemento

de contorno.

P c : é o vetor das forças de superfície da interface pl aca-solo de um

elemento de contorno .
a :é a matriz de transformação para o elemento de contorno k.
a : é a matriz de transfo rmação expandida relativa à contribu ição de
todos os elementos de contorno.

sk : é a matriz que contém os res ltado das integ rais das tensões
fund amentais quando o ponto fonte percorre os nós do elemento
de contorno k.

S: é a matriz que contém as contribuições sk de todos elementos

de
contorno .

U: é o vetor que contém os des locamentos nodais discretizados na

superfície do sem i-espaço e nas estacas; é o vetor que contém o


deslocamento de todos os nós dos elementos finitos.

Uc : é o vetor dos deslocamentos de um elemento de contorno


,,
contendo apenas deslocamentos de tran slação.
xvii

()
T: é o vetor que contém as forças de superfície nodais referentes à

superfície do semi -espaço e as tensões nodais discretizadas nas


,,
estacas.
~: é o vetor dos parâmetros generalizados do HSM.

y : é o vetor que contém as distorções da direção x3 .

<1>: é uma matriz auxiliar da formulação da matriz de rigidez do

elemento finito HSM.

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elemento HSM.
E : é o vetor das deformações.

<I> T, 'I' T : são as matrizes transpostas compostas por funções

interpoladoras das vari áveis de contorno e das forças


vo lumétricas , respectivamente.
cr k : é o vetor que contém as te nsões normais da base da estaca k.

onp: são os valores nodais das tem;ües 10 ais da estaca k.


-k
't k : .:.. "' V"'t"'r que ,.,ontém as tensões ci sa!hantes do fu ste da estaca k.

't np: são os valores nodais das te nsões cisalhantes da estaca k.


-k
co: é o vetor que contém os parâmetros nodais do elemento DKT.

f'

,,
xviii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

r;

ACM - Adini, Clough & Melosh.

DKT- Discrete Kirchoff Theory.

HSM- Hybrid Stress Model.

MEC- Método dos Elementos de Contorno.

MEF- Método dos elementos Finitos.

r
XI X

RESUMO
r.

MENDONÇA, A. V. Análise da interação placa-estaca-solo via combinação


do método dos elementos finitos com o método dos elementos de contorno.
São Carlos, 1997 . 151 p. Dissertação (Mestrado)- Escola de Engenharia de
São Carlos, Un ivers idade de São Pau lo.
Neste traba lho é apresentada uma formu lação híbrida do Método dos
Elementos de Contorno/Método dos Elementos finitos à análi se da interação
placa-estaca-solo. Nesta formu lação a placa é modelada pelo método dos
elementos finitos, utilizando os elementos DKT( Discrete Kirchhoff Theory) e
HSM(Hybrid Stress Model); e o solo é modelado pelo método dos elementos
de contorno como um meio elástico sem i-infinito. A estaca é representada
por apenas um elemento, com 3 pontos nodais defin idos ao longo de seu
fuste e a tensão de cisa lhamento ao longo da mesma é aproximada por um
polinômio do segundo grau. A tensão normal à seção da extrem idade
inferior da estaca é suposta constante e um ponto nodal é definido no centro
desta seção. A interface placa-solo é dividida em elementos de contorno
triangulares co incidentes com a divi são dos elementos finitos da placa; e
adm ite-se que a tensão de contato varie li nearmente no domínio de cada
elemento. As tensões de contato são eliminadas nos dois sistemas de
equações, provenientes do MEF e do MEC, para obter o sistema final de
equações governantes do problema. Após a resolução deste sistema são
obtidos os des locamentos nos nós e a partir deles são ca lcu ladas as
tensões de contato placa-solo e a carga absorvida por cada estaca. Além
disso, esta formulação também perm ite a análi se de blocos de estacas com
ou sem contato entre o bloco e o solo. Vários exemp los envolvendo a
interação placa-solo, estaca-solo e placa-estaca-solo foram anali sados e os
resu ltados obtidos estão de acordo com os forn ecidos por outras
formulações.
,,
Pa lavras-chave: Método dos Elementos de Contorno; Método dos
elementos Finitos; Interação placa-estaca-so lo; Estacas flexíveis.
XX

ABSTRACT

MENDONÇA, A . V .. Analysis of the plate-pile-soil interactions by combination


of the Finite and Boundary Element Method. São Carlos, 1997. 151p.
Dissertação (Mestrado)- Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo.

This work presents a hybrid Finite Element/Boundary Element


formu lation for the analysis of plate-pile-soil interactions problems. In this
formul ation the plate is modeled by finite elements using DKT(Discrete
Kirch hoff Theory) and HSM(Hybri d Stress Model) elements and the soil is
modeled as an elastic half space by the boundary element method. The pi le is
represented by only one element, with 3 nodal points , and shear force along the
pile is approximated by a second degree polynomi al. The pile-tip stress is
,.. assumed to be constant over the cross-section and a furth er nodal point is
located there. The interface pl ate-soil is divided in a tri angular boundary
elements mesh coincident with that used in the finite element of the plate and
the subgrade traction is assumed to vary linearly across each element. The
subgrade tractions are eliminated from the two system of equation obtained
with FEM and BEM resulting in the governing system of equation for plate-pile-
soil interactions problems. By solving th is set of equations the nodal
displacements, the load on the piles and the subgrade tractio s are calcu lated.
Besides, th is formu lation allows also analysis severa! piles groups with and
without ground-contacting rigid and flexib le caps. Numerica l results are
presented for plate-soil, pi le-soi l and plate-pile-soi l interactions. In ali the
results agree closely with those from much more elaborate analysis.

Keywords: Boundary Element Method; Finite Element Method; Plate-pi le-


soil interactions; flexible piles .
CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

O solo tem sido alvo de inúmeras pesquisas, já que cumpre um papel


importante na concepção e na definição final em projetos de engenharia civil
e áreas correlatas.
Um dos parâmetros relevantes do solo a ser determinado é o
recalque devido ao carregamento da estrutura. Uma parcela deste recalque,
associada à deformação elástica, pode ser obtida mediante à teoria da
elasticidade. Dentre os vários modelos existentes na literatura, podem-se
aludir a três modelos clássicos do comportamento elástico do solo , a saber :

a)M odelo de Winkl er

WINKLER(1867) propõs, em 1867, que o des locamento na


superfície do solo, em um ponto i, é diretamente proporcional à força de
superfície aplicada neste ponto , e independente de outras forças aplicadas
nos demais pontos, isto é, o des locamento só ocorre ond e atua a carg a.

b)Modelo du Meio Co! tín uo

Na análise de expe ri mentos no solo verificou -se que também


u · r e , desl camentos em regiões distintas daquela onde a carga atua.
Alguns trabalhos foram desenvolvidos onde tal efeito era computado, dentre
eles, o de BOUSS IN ESQ(1885), no qual é analisado o problema de um
semi-espaço elástico linear sujeito à carga concentrada normal à superfície.
Flamant desenvolveu formulação para o semi -espaço, ond e analisou o caso
de linhas de cargas normais à superfíci e descritas em TIMOS HENKO &
GOODI ER(1970). SELVADURA1(1979) cita que os deslocamentos na
superfície de um sem i-espaço, sujeito a uma carga normal uniforme de
largura finita, pode ser analisado mediante a aproximação da integral de
2

Fourier, ou o método da superposição, usado por SNEDDON(1958) .


Quando o carregamento for dado por uma pressão uniforme distribuída
numa região circular, utilizando-se o método da superposição, o integrando
da equação integral é ponderado por funções de Bessel como descrito em
WATSON(1944).

c) Modelo de Dois parâmetros

Este modelo é definido por duas constantes elásticas


independentes, reduzindo a descontinuidade apresentada pelo modelo de
W inkler. SELVADURAI( 1979) cita alguns modelos apresentados por alguns
pesquisadores, a saber:
c 1)Modelo de Filonenko-Borodich
A continu idade entre as molas é promovida por uma
membrana delgada tens ionada entre elas , de maneira que a equação
diferencial incorpora a contribuição da tensão na membrana e o coeficiente
da base elástica de Winkl er.

c2 )Modelo de Pasternack
O princípio é análogo ao modelo anterior, só que a
continuidade entre as molas é simulada por uma camada f!exí te ! apenas ao
cisalhamento, de forma que a equação diferencial é afetada pelo módulo de
elasticidade transversal da camada e pelo coeficiente da base eiástica.

c3 )Modelo de Hetényi
A continuidade é simu lada pela introdução de uma placa
elástica na interação entre as molas, de sorte que a equação diferencial tem
uma parcela da equação de placa e outra ad icional referente à base de
Winkler.
3

c4 ) Modelo de Vlasov
É um modelo híbrido derivado de simplificações do contínuo
isótropo e obtido através de restrições sobre as possíveis distribuições de
deslocamentos, usando, inclusive, variação linear e exponencial deste. As
equações diferenciais do solo são obtidas a partir do método variacional, e
após a imposição de restrições acima mencionadas, dão respostas
parecidas com as obtidas pelo método de dois parâmetros.
Vários trabalhos foram publicados em que o modelo de Winkler foi
usado para modelar a interação solo-estrutura, tais como : CHI LTON &
W EKEVER(1990), que apresentam o estudo de placas usando o elemento
finito de placa quadrilateral não-conforme. BOLTON( 1972) estuda grandes
desiocamentos e tensões induzidas numa placa circu lar sujeita a um
carregamento unifo rme, onde os coeficientes da base elástica são
posicionados na matriz de rigidez da placa ; CALDERÓN( 1991 ) estuda o
problema de uma placa sobre fundaç ão elástica via MEC, onde a integral de
dom ínio, proveniente dos carregamentos tanto externo como da reação
base, é transformada em integra l de contorno ao longo das respectivas
reg1oes onde as cargas estão atuando . MANZOLI (1992) apresenta
fo ulação pelo método dos el mentos de contorno à análise de placas
delgadas em que a solução fundamental leva em conta a presença da base
elásti a BA IE & SA MON(1996) apresentam um estudo em que o solo é
representado pelo modelo de dois parâmetros, assim como é levado em
conta a fíicção entre a base da estrutura ,... o solo. A sup"'restru+ura é
modelada com elementos finitos quadrilaterais isoparamétricos
representando o estado plano de tensão ou de deformação, que são
capazes de computar a distorção da superestrutura; e os deslocamentos
são aproximados quadraticamente e a tensão linearmente. YUNG &
WANG (1991 ) discutem o caso de uma placa sobre fundação elástica
utilizando o mu ltiplicador de Lagrange, a fim de estabelecer um princípio
variacional generalizad o co m uma função para os deslocamentos e outra
para a reação do so lo.
4

Com relação ao estudo da interação solo-estrutura, em que o solo é


(.

representado por um meio contínuo tridimensional, pode-se citar:


CHAKRAVORTY & GHOSH(1975) analisam a interação da superfície do
solo com placas circulares utilizando o método das diferenças finitas.
CHEUNG & NAG(1968) estudam placas e vigas pelo MEF, onde são
consideradas tanto a fricção, entre a superestrutura e a superfície do solo,
assim como o descolam ento da placa do solo em algumas regiões ; o solo é
modelado utilizando-se a equação de Flamant . YAN G & LU(1992) analisam
a interação de uma torre de resfri amento hipe rbólica com o solo, tomando
partido da axissimetria da superestrutura. Nesse estudo partiu -se para uma
formu lação semi-analít ica do MEF e do MEC modelando, respectivamente,
a superestrutma e o solo . Os deslocamentos e as forças de superfície são
aproximados por séries de Fourier. KUKR ETI & ISSA(1993) desenvolvem
uma solução sem i-analítica para o comportamento de um tanque cilíndrico,
onde a função de distribuição de pressões, postulada por SNEDDON(1958),
requer que a placa de fundo seja circu lar. Os deslocamentos são
aproximados por uma série de potência, cuja convergência depende do
número de termos adotados .
Podem ser citados também, segundo PAIVA(1993), os trabalhos
publicados por HEMSLEY (1990 a, b) que fazem um estudo dos várias
formulações do método dos elemento finitos disponíveis para a análise da
interação placa-solo. Ness es trabalhos o número de incógnitas é geralmente
mu ito grande e, devido à mode lagem do solo pelo MEC, a matriz de rigidez
fin al deixa de ser simétrica, o que implica em que grande área de memória ser
necessária para armazenar essas matrizes, resu ltando em grande tempo de
processamento computacional necessário para a resolução do sistema de
equações. MESSAFER & COATES(1990) desenvolvem uma formu lação em
que o método dos elementos finitos é associado ao método dos elementos de
contorno para a análise deste problema. Nesse trabalho a placa é dividida em
elementos finitos e o solo, suposto meio contínuo, é definido por equações
integrais. Com isso, associado à não simetria do problema, decorrente do
método dos elementos de contorno, também tem grande número de
5

incógnitas resultante da divisão da placa em elementos finitos. Nessa


formulação o volume de dados de entrada é bem menor que as formulações
comentadas anteriormente, mas mesmo assim continua sendo grande.
FATEMI-ARDAKANI (1987) desenvolve uma formulação em que tanto o solo
como a placa são modelados pelo método dos elementos de contorno. Neste
caso, a matriz final do sistema de equações também não é simétrica,
entretanto, devido ao fato de que a dimensão do problema fica reduzida,
característica do método dos elementos de contorno, o número de incógnitas
é bem menor que o das formulaçõ es anteriores. Nesse trabalho, entretanto, a
interface placa-solo é dividida em células retangulares, em que tanto a reação
do solo como os deslocamentos da placa são supostas constantes, de forma
que promove resultados não muiio precisos, quando co parados com os
obtidos por outras formu lações.
Com relação à interação solo-estaca em POULOS &
DAVIS(1 968) é apresentada uma formulação onde a estaca é dividida em
vários elementos. Nessa formulação são escritas as equações integrais para
cada um desses elementos, c iderando-se a influência do solo e das outras
estacas do grupo, supondo-se que apenas a tensão de cisalhamento atua ao
longo do fuste de cada e taca. Esta formulação f i p ste i me te este dida
para perm itir uma análise simplificada de grupos de estacas. Inicialmente foi
feito um estudo paramétrica da interação entre d as estacas com o sol , e a
partir dos resultados obtidos, o método foi aplicado ao estudo de grupos de
estacas, con siderando-se a superposição lástica da influência de todos
elementos do gru t ad d i a d is. EmbnrA estr1 superposição
somente seja válida quando todas as estacas estejam distribuídas ao longo
de uma circunferência, esse método tem sido utilizado para calcular a
distribuição de carga em grupos de estacas em que isto não ocorre. A grande
vantagem desse método é que, para grupos com pequeno número de
estacas, o cálcu lo pode ser fe ito manualmente. Posteriormente,
BUTTERFIELD & BANERJEE(1971) estenderam esta formu lação incluindo
também o efeito da tensão rad ial, o que permite a compatibilização de
deslocamentos nesta direção. Entretanto, a consideração da tensão radial
6

conduz a resultados que diferem muito pouco dos obtidos quando seu efeito
não é considerado, o que levou a esta tensão ser desprezada em formulações
posteriormente desenvolvidas. Embora possam ser aplicadas a análise de
grupos de estacas, com qualquer distribuição geométrica de seus elementos,
essas formulações envolvem um número muito grande de variáveis
resultando em grandes sistemas de equações e, conseqüentemente, o
acoplamento desse elemento estrutural (estaca) com outros fica praticamente
inviabilizado.
Um dos tipos de fund ações de edifícios geralm ente utilizado é o
"radier" , que consiste em uma placa de concreto que está apoiada sobre o
solo e recebendo os carregamentos advindos da superestrutura. Embora a
piaca sempre p s a ser dimensionada para recebe todo o peso da
superestrutura, a sua utilização pode ser comprometida devido à ocorrência
de grandes recalques. Com o objetivo de reduzir esses recalques são
utilizadas estacas formando uma estrutura composta. Entretanto, no
dimensionamento desse conjunto, a tendênc ia é desprezar a contribuição da
placa e considerar que todo peso é absorvido pelas estacas, o que leva a um
super-dimensionamento da fundação. A principal causa desta simplificação é
que a a álise do problema real é muito complexa e, até o presente momento,
poucos trabalhos foram desenvolvidos para sua análise. Dentre estes
trabalh s p d m-sA citar os ap resentados por DAVIS & POULOS (1972) ,
BUTERFILED & BAN ERJ EE (1971b), cujas formulações a placa é
considerada rígida. Poucos trabalhos foram desenvolvidos o n ~"~"' .... placa é
considerada de rigidez finita. podendo-se citar o de BROWN &
WIESNER(1975) para a análise de uma longa sapata flexível apoiada em
estacas. Nessa formulação, entretanto, são utilizadas as simplificações da
teoria de vigas e a reação do solo é suposta constante em toda largura da
sapata. Em FATEMI -ARDAKAMI( 1987) é apresentada também uma
formu lação do método dos elementos de contorno para o estudo deste
problema. Nessa form ulação, inicialmente, é estudada a interação entre as
estacas e o solo com o objetivo de se determ inarem as rigidezes das
estacas, que posteriormente são tratadas como vínculos elásticos
7

concentrados. Nessa formulação, entretanto, a contribuição da tensão de


contacto entre a placa e o solo não é considerada na determinação das
rigidezes das estacas e, conseqüentemente, a interação entre os elementos
estruturais envolvidos não é representada adequadamente. Em POULOS &
DAVIS(1980) é apresentada uma formulação para a análise da interação
entre uma placa rígida e um grupo de estacas em que são consideradas as
interações entre o solo, as estacas e a placa; a contribuição das estacas é
obtida de modo semelhante à formulação proposta POULOS & MATES(1971)
para grupo de estacas isoladas; é feito um estudo paramétrica da interação
do solo com um grupo de duas unidades placa-estaca, cuja placa é circular e
rígida. A partir dos resu ltados obtidos, o método é aplicado ao estudo da
interação de uma placa rígida apoiada sobie estacas, cons ideíândo-se a
superposição elástica da influência de todas as estacas tomadas duas a duas.
Embora esta superposição seja válida apenas quando todas as estacas do
grupo estejam distribuídas ao longo de uma circunferência, este método tem
sido utilizado para a análise de conjuntos placa-estaca-solo em que isto não
ocorre. Posteriormente, HAIN & LEE (1978) estenderam essa formu lação para
a análise da interação entre placas flexíveis e estacas, e a aplicaram à análise
de p oble as ge é icos, cuja distribuição circular de stacas não era
obedecida, embora esta cond ição continue sendo necessária para a validade
da formulação .
Pode-se destacar também trabalho apresentado por POULOS (1 994) à
análise da interação placa-estaca solo, no qual, como no trabalho de FATEMl,
as estacas são representadas por molas, obtidas a partir de um programa
para a análise da interação estaca-solo. Além disso, são usadas re lações
carga-deslocamento para duas estacas, a fim de sejam escritas as equações
referentes aos pontos localizados no topo das estacas.
PAIVA(1993) apresentou uma formu lação, onde o conjunto placa-
estaca-solo é mode lado pe lo MEC, em que todas as interações envolvidas
são co nsideradas simultaneamente. A placa pode ser tanto rígida como
fl exível. As estacas são rígid as e representadas por um elemento de
contorno. As reações do solo são admitidas variando linearmente no
8

,. domínio dos elementos de contorno; e as tensões na estaca são escritas


como uma tensão equivalente no topo desta, possibilitando que o sistema
final de equações seja escrito apenas em função dos nós que estão
discretizados na superfície do solo.

1.1 )Objetivos
Este trabalho tem como finalidade o desenvolvimento de uma
formul ação para a análise da interação placa-estaca-solo com a utilização
conjunta do método dos elementos finitos e do método dos elementos de
co ntorno onde todas as interações envolvidas serão consideradas
simultaneamente, obtendo-se assim uma alternativa à formu lação proposta
em PÃIVÃ(i 993). Ã placa é mode lada pelo iViEF utilizando os elementos
DKT e HSM; e o solo é modelado pe lo MEC. A estaca é representada por
um único elemento e a tensão de cisalh amento ao longo de seu fuste é
aproximada por um polinôm io do segundo grau; e a tensão normal na base
da estaca é suposta un iformemente distribuída. Para cada estaca tem -se
quatro pontos nodais, três ao longo do fuste e u ponto nodal em sua base .
A reação do solo é suposta linearmente distribuída na área dos elementos
de contorno, que nesta fo ulação coi ide co s ele entos fi itos de
placa.
É apresentado no cap ítul o 2, os fundamentos da teoria de placas,
assim como uma introdução aos princípios variacion ais. No capítulo 3 é
apresentado o método dos elementos íinitos, evidenciando-se as
formulaç- es ele finitos riA pl8r.8 rJKT (Oiscrete Kirchhoff Theory)
e HSM(Hybrid Stress Model). No capítu lo 4 são descritos os problemas
elásticos fundamentais e suas respectivas soluções para meios
trid imensionais infinitos e semi -infin itos . São deduzidas equações integrais
que ligam os prob lemas elásticos fun damentais aos problemas elásticos
reais. No cap ítulo 5 é discutida a discretização das equações integrais
descritas no cap ítulo anterior, que após o cá lculo das integrais obtém-se a
representação algébrica do método dos elementos de contorno para
problemas tridimensionais genéricos. São particularizadas as
9

,, representações integrais e algébricas do MEC para analisar a contribuição


da supertície do solo no problema da interação da intertace placa-solo. No
capítulo 6 são apresentadas as representações integrais e algébricas para o
problema da interação estaca-solo. É discutida a influência da flexibilidade
axial das estacas na matriz que multiplica o vetor das forças de superfície.
No capítulo 7 o sistema de equações algébricas, oriundo do MEF
modelando a placa, é acoplado ao sistema de equações algébricas oriundo
do MEC modelando o solo e as estacas. Com isso, é mostrada as
operações matriciais necessári as à combin ação do MEF com o MEC
utilizada no conjunto placa-estaca-solo. No capítulo 8 faz-se uma análise
numérica da formu lação apresentada nos capítu los anteriores.
Computacionalmente, este trabalho envolveü o dese rvolvlmento das
seguintes rotinas na ling uagem FORTRAN:
Subrotina QUOTA: armazena os valores das coordenadas adimensionais 11
referentes aos pontos nodais discretizados no fuste e base das estacas.

Subrotina AXI_PILE: calcula as expressões fi, dadas em (6 .18 a-e) , para a

cons ideração da flexibilidade da estaca.


Subrotina ARTER: Calcu la as forças nodais equivalentes nas cé lulas .

Subrotina FLEX_P ILE: posiciona a contribuição das expressões fi na matriz

indicada em (6.19).
--1
Subrotina PRODUTO: calcula o produto das matrizes Q e G definidas

no capítu lo 7.
Subrotina EXPANSAO: Compatibi liza a arde da atriz re sultante do
produto das matrizes anteriores com a matriz de rigidez obtida pelo método
dos elementos finitos. Na seqüência esta subrotina realiza a operação
ma ri ial indi ada em (7.16), obtendo -se a matriz de rigidez do acoplamento
MEF-MEC.
Subrotina S_LINEAR: reso lve o sistema de equações lineares ind icado em
(7. 15) através do procedim ento de eliminação de Gauss.
Estas subrotinas fo ram incluídas nos programas PILE desenvolvidos
em PAIVA(1993), que faz análise de grupos de estacas com bloco rígido e
10

nos programas PAV_DKT desenvolvidos em REZENDE & PAIVA(1994)


para a análise de placas pelo método dos elementos finitos utilizando os
elementos de placa DKT e HSM.
,, CAPÍTULO 2

FUNDAM ENTOS DA TEORIA DE PLACAS E DOS PRINCÍPIOS


VARIACIONAIS

2.1) Introdução
Neste capítu lo são ap resentadas as re lações básicas da teoria da
elasticidade , assim como os fundamentos da teoria de placas relativas às
hipóteses de Kirchhoff e Re issner. Também são apresentados os
fundamento s dos princípios variacionais, que posteriorm ente serão
utilizados na obtenção das matrizes de rigidez dos elementos finitos DKT e
HSM.

2.2) Relações Básicas da teoria da elasticidade


Um sistema estru tural pode ser dividido em sub-estruturas
co labo rantes , que por sua vez podem ser compostos por elementos
estruturais, ou até mesmo, serem os próprios. Os elementos estruturais
podem ser class ificados em três grupos, a saber:
a) Elementos lineares: quando uma das dimensões é bem maior que as
demais.
b) Elementos de superf(cie: quando de urna das dir en sões é despiezível
quando comparada às demais.
c) Elementos volumétricos ou tridimensionais: quando todas as dimensões
têm a mesma ordern de grandeLa.
A placa é um elemento estrutural de superfície, que satisfaz a
segu intes prescrições :
a) É limitada por duas superfícies planas , nde o plano eqüidistante entre
elas é chamado plano médio.
b) A distância entre as superfíci es sim étricas ao plano médio, ch amada de
espessura, não necess ariam ente con stante, é pequena quando comparada
as demais dimensões , caracte ri zando-se um elemento de superfície.
c) As ações solicitam o elemento na direção transversal ao plano médio.
12

L'

A placa recebe a seguinte classificação em relação às propriedades


do material constituinte:
a) Anisótropa: quando apresenta propriedades diferentes em qualquer
direção.
b)Ortótropa: quando apresenta propriedades diferentes em direções
ortogonais.
c)/sótropa: quando apresenta as mesmas propriedades em qualquer
direção.
Pode-se ainda classificar a placa segundo à relação espessura-
dimensão do menor lado (h/a), a saber:
a) Muito deigada : quando h/a<i /i 00.
b)Delgada: quando 1/ 100<h/a<1 /5.
" c)Espessa: quando h/a> 1/5.

As componentes de tensão, em um elemento infinitesimal, são


mostradas na figura 2.1
x2
1)22

Figura 2.1 -Estado de Tensões em um elemento infinitesimal

O regime elástico linear é regido pela lei de Hooke, que pode ser
apresentada como:
13

2Gu
E o. + 2G E..
u
O' .. = (i,j=1,2,3) (2.1)
IJ 1- 21) 11 IJ IJ

,,
ou na form a inversa:

f. .. = 1
IJ
- ( (j
2G ij
'\)
- - - (j
1 + '\) 11
oij ) (i,j=1,2,3) (2.2)

onde:

G= E (2.2a)
2(1 + '\))

E: é o módulo de elasticidade longitud inal


G: é o módulo de elasticidade transversal
u : é o coeficiente de Poisson
cr : representa o campo das tensões
E : representa o campo das deformações

oii : é o delta de Kronecker


O tensor de deform ações de Cauchy, ou relação
defoí1 ,ação/des locame to , para pequenos deslocamentos, é dado por:

E.. = _.!_
IJ 2
(u. . + u.. )
I, J J, l
(i,j=1,2,3) (2.3)

Quando não houver momentos distribuídos por unidade de volume, a


simetria do tensor das tensões pode ser obtida através das cond ições de
equilíbrio dos momentos no elemento infinitesimal mostradas na figura 2.1,
isto é:

(j .. = (j .. (i,j=1,2,3) (2.3a)
IJ Jl
14

As componentes de forças de superfície e as de tensões podem ser


relacionadas, a partir de equações conhecidas como fórmula de tensão de
Ca uchy, isto é:

(i ,j=1,2,3) (2.4)

Onde:
Pi , O' i( são as compon entes de forças de superfície e de tensões,

respectivamente.
'1"\
1( ,1 '' s::io
\.A. 1"\C
\J \J 1"1"\CCenoc
VV'ItJV 11 V
rfirotorec rfa nnrmal a' C:: l lnt:>rf!'cie nn nnnto
...... 1 1'-'\. 1 V- 1 1 -1 1 f --,...- 1 1 t • •- ,...._,, o

Fazendo-se o equ ilíbrio do elemento , mostrado na figura 2.1, obtém-


se as eq uações de eq ui líbrio dadas por:

(i ,j=1 ,2,3) (2.5)

Onde b 1 são as componentes das forças volumétricas segundo a três

direções dos eixos cartesianos.

Ao levar-se a equação constitutiva (2 .1) na equação de equilíbrio(2.5),


obtém-se a equação de Navier dada por:

1 bi
- - u .k .k + u .. kk + - = 0 , (i,j,k=i ,2,3) (2.6)
1 - 2v I ,J IJ, G
15

2.3)Teoria clássica de placas

O desenvolvimento da teoria clássica de placas é devido a Kirchoff, e


ela é baseada em algumas hipóteses, a saber:
a) A placa é constituída de material elástico linear, homogêneo e isótropo.
b) Os deslocamentos transversais são pequenos quando comparados à
espessura da placa.
c) As Tensões normais na direção transversal são desprezadas , assim com o
as tensões tangenciais nas faces da placa.
d) Seções planas, inicialmente normais ao plano médio da placa, após a
flexão, permanecem pianas e perpend icu iares ao piano méd io deformado,
ou seja, a teoria clássica despreza a influência da deformação devido à
força cortante.
As componentes de deslocamento de um ponto pertencente à placa
são representadas por 1 , 2 , 3 nas direções dos eixos cartesianos

x1 , x2 , x3 , mostrados na fig ra 2.2. O deslocamento vertical do plano

médio u 3 é representado por w.

/-----------------~x,
u,

Figura 2.2- Deslocamentos segundo às direções dos eixos


cartesianos.
16

Os deslocamentos u 1 e u 2 podem ser obtidos através de relações

geométricas a partir das rotações do plano médio mostradas na figura 2.3.

"' ___ \__


----

Figura 2.3- deslocamento vertica l e rotações presentes na placa

lnd icialmente, tais relações geométricas dos deslocamentos podem


ser apresentadas na forma , a saber:

U. = - X W, . (i,j=1,2) (2.7)
I 3 I

As tensões são obtidas levando-se a equação (2.7) na lei de Hooke


(2.1 ), isto é:

cr ..
IJ
= -x
1
E 2 [(1 - u)w,..IJ +uw, 11 8.IJ ] (i ,j=1,2) (2.8)
1- u

Os momentos fletores e momentos volventes, assim como as forças


cortantes, por unidade de compnmento, sao representados,
respectivamente por:

h
2

mii = f cri?3dx3 (i,j=1,2) (2.9)


h
2
17

,, h

,, q.I = fcri 3dx3 (i,j= 1 ,2) (2.1 O)


h
2

Substituindo-se (2.8) em (2.9) e efetuando-se a integração em x 3 ,

obtém-se os momentos em função das curvaturas:

m.IJ = -0[(1- u)w ,IJ. + uw ' 11 õ .IJ J (i,j= 1 2)


1 (2.11 )

onde O é o módu lo de rigidez à flexão e é dado por:

(2 .1 2)

As forças cortantes também podem ser escritas em função da


elástica da placa, isto é:

(i ,l=í ,2) (2 .13)

As componentes de tensão podem ser representadas em um outro


sistema de coordenadas ( n, s , x 3 ), conforme mostrado na figura 2.4.
18

~q l
-----<>X I
x3
n yqn
'· q~
2

5 f'22 tM21

()12
x2
- ()21

Mil
--M22

CY 1~~ ~t
t~" f"'ns
n

Figura 2.4 - Componentes de tensão e momentos no sistema

As componentes de tensões no sistema ( n, s , x 3 ) podem ser


obtidas a partir das componentes de tensões no sistema ( x1 , x2 , x3 ),
med iante uma rotação de eixos coordenados em torno do eixo x 3 , isto é:

(2.14)

Onde:

cr ij : são as componentes de tensões no sistema ( n, s , x 3 )

11 i : são os cossenos diretores da direção n


<; i : são os cossenos diretores da direção s

Ou na forma indiciai, isto é:


19

Os momentos fletores, momentos volventes e forças cortantes,


podem ser escritos, respectivamente, como:

(i,j=1,2) (2.17)

2
m ns- fcr nsx3dx3 (2.18)
h
2

(2.19)

A partir de (2.9 ), (2.10 ), (2.15 ), (2.16), (2.17), (2.18) e (2.19), os


momentos fletores, momentos volventes e forças cortantes podem ser
escritos , no sistema ( n, s , x3 ) , respectivamente, como :

(i,j=1,2) (2.20)

(i,j=1,2) (2.21)
20

(l
(i,j=1,2) (2.2 1a)

A imposição de equilíbrio dos esforços atuantes no elemento


infinitesimal de placa, mostrado na fi gura 2.5, perm ite escrever as seguintes
relações:

'J q +q clx
2.1 2.

Figura 2.5- Esforços presentes em um elemento infinites imal de placa

q 1..,1 + g =o (i=1,2) (2.22)

mIJ,J
... q·1 = 0 (i,j=1,2) (2.23)

Onde g é o carregamento externo distribuído.

Derivando -se (2.23) em re lação a j, segu ida da substitu ição em


(2.22), obtém -se a equação diferencial de placas em função dos momentos,
a saber:

m ....
IJ,IJ +g=O (i ,j=1 ,2) (2.24)
21

A equação diferencial de pl acas delgadas , em função do


deslocamento transversal do plano médio, é obtida através da substituição
de (2.11) em (2.24):
"

g
W ···· = - (i,j=1,2) (2.25)
,IIJJ D

Faz-se necessário, para resolução da equação diferencial de placas,


a prescrição das con dições de contorno. A solu ção para a equação
diferencial de quarta ordem das placas requer que duas condições de
contorno sejam satisfeitas em cada lado da placa . Estas condições são
escritas em re lação ao sistema ( n, s , x 3 ) e podem ser uma combinação

do deslocamento w, rotação w,n , força cortante . qn, momento fletor

mn e momento volvente m ns .

Kirchhoff mostrou que, placas em que a deformação transversal é


desprezada, as cond ições de contorno relativas aos esforços q n e m ns

podem ser agrupadas em uma única condição chamada de cortante


equivalente, isto é:

(2.26)

Com isso, as três condiçõe s de coniomu a a s esforç s existentes


em cada borda ficam reduzidas a apenas duas, poss ibilitando a resolução
da equação diferencial de quarta ordem da teoria clássica.

2.4) Placa com efeito da força cortante

A teoria clássica de placas não conduz a bons resu ltados em


algumas situações , por exemplo : na análise de pl acas espessas, na análise
22

das regiões próximas aos bordos das placas, na análise de furos de


pequenas dimensões comparados à espessura da placa.
A perda do bom desempenho, acima mencionado, vem do fato que
as deformações devido às tensões cisalhantes cr 3i são desprezadas,

equivalendo a considerar um valor infinito para o módulo de elasticidade


transversal na direção x3 . Com isso, a equação diferencial de placas recai

em uma equação de quarta ordem requerendo que apenas duas condições


de contorno sejam satisfeitas em cada lado.
Uma análise mais criteriosa do comportamento da placa requer que
três condições de co ntorno sejam satisfeitas em cada lado, recaindo-se em
uma equação diferencial de sexta ordem, que incorpora a contribuição das
forças cortantes.
Na literatura são encontradas diversas teorias que levam em conta o
efeito da força cortante no comportamento da placa, dentre elas, pode-se
citar a teoria de Reissner

2.4.1) Teoria de placas de Reissner

A diferença básica entre teoria de Kirchhoff e a de Reissner é que a


última assume que seções planas, inicialmente normais ao plano médio da
placa , após a fl exão, permanecem planas, mas não obrigatoriamente
perpendicu lares ao plano médio deformado como indicado na figura 2.6. As
demais hipóteses assumidas pela teoria clássica são incorporadas pela
teoria de Reissner.
23

Xt

(a) (b)

Figu ra 2.6- Configurações da placa indeformada (a) e da placa


fl etida de Reissner (b)

N plano médio são definidos va lmes médios para o deslocamento


transversal w , assim com o para as rotações ( 8 1, 8 2 ) das seções

transversais da placa.
O trabalho realizado pelo estado de tensões e de des locamentos , que
os pontos situados ao longo de uma seção estão s bmetidos, é eq uivalente
ao trabalho oriundo do produto dos esforços, atuantes no plano méd io,
pelos valores médios dos deslocamentos e das rotações das seções, de
forma que pode-se escrever que:

h
2
Jcr iiukdx 3 = miiek (i,j,k=1,2) (2.27)
h
2

h
2
Jcr 3iu 3 dx 3 = qiw u=1,2) (2.27a)
h
--
2

A distri buição de tensões , nas direçõ es x1 e x ao longo da


2

espessura, é assumida ser idêntica à teoria clássica, isto é:


24

(i,j=1,2) (2.28)

Substituindo-se (2.28) em (2.27) , tem-se as rotações médias de uma


seção da placa após a deformação:

h
2
-h3 f u.x dx
12
h I
3 3 = e.I (i,j=1,2) (2.29)
--
2

Tomando-se a equação de equi líbrio (2.5) na direção x1 e auxiliado

por (2.28), seguida da integração ao longo da espessura, e tomando-se


h
ainda as cond ições de contorno , 0 3i = O em x3 = ±-, obtém-se:
2

(j=1,2) (2.30)

Derivando-se (2 .30) em relação a j, segu ida da s bstit ição conj nta


com (2.22) em (2.5) na direção x3 , e integrando-se em x3 com a imposição

da condição contorno, 0 33 = O quando x 3 = O, obtém -se:

a 33
_
- -
g[ 6 ( 2x 3 )
4 2 - h x3 + ~-h-
2
lJ (2.31 )

As distorções das seções E 3i podem ser obtidas a partir das

equações das tensões dadas em (2 .30) e auxiliadas pelas equações


25

constitutivas (2.1 ). Com isso, obtém-se a seguinte relação entre as


distorções e as forças cortantes:
.,

(j=1,2) (2.32)

As parcelas da energia de deformação, devida às tensões


cisalhantes , são dadas por:

h
2
u 't1 =Ih AIcr31E3 1dAdx3 (2.32a)

2
,,

h
2
u't2 = I f() 32 E32 dAdx3 (2.32b)
hA
2

As parcelas da energ ia de deformação, devida às tensões


tangenciais no plano médio, podem ser representadas por:

11 í~~ ...JI\
u'tl = J Ylt 3 lun (2.33a)
A

(2.33b)

/)

A partir de (2.32 a, b) ,(2. 33 a, b) e com o auxílio de (2.30) e


(2.5), obtém-se:
26

(i,j=1 ,2) (2.34)

Efetuando-se a integração por partes da primeira parcela de


(2.34), e substituindo-se na derivada de (2.29) , obtém-se:

e 3J· =e.J +w.,J (i,j=1,2) (2.35)

A partir de (2.32) e (2.35), os giros médios das seções e as


rotações do plano médio podem se relacionar através de equações do tipo:

12 (1+u)
e·J =-5 Eh
q.- w .
J ,J
(i,j=1,2) (2.36)

Derivando-se as rotações médias da seções (2.29) em relação


as suas respect ivas direções de atuação, segu ida da substitu ição conjunta
de (2.5) e (2.3), obtém-se:

h h
- -
12 2 12 2
e ]]
'
= --
h3
fh( (j 11 - '\)(j 22 ) x3dx3 + - -
Eh 3
fh (j 33x3dx3 (2.37)
-- --
2 2

h h
- -
2 2
12 12
e22
'
= --
Eh3
fh(cr 22 - ucr 11) x3 dx3 + - -
Eh 3
fhcr 33 x3dx3 (2.38)
--
2 2
•'

Substituindo-se (2.31) em (2.37) e (2.38), auxiliado por (2.9) e


efetuando-se o cálcu lo das integrais envolvidas, obtém-se:
27

(2.39)
.,

2
822
'
- 3 ( m22-
= -12
Eh
umii --ug
h J
10
(2.40)

Fazendo-se a soma das distorções, isto é, a soma das


derivadas de (2.29), quando i =f:. j, e substituindo-se em (2.1 ), tem-se :

(2.41 )

Reso lvendo o sistema formado por (2.39) e (2.40), e isolando-


se o momento volvente em (2.41 ), pode-se expressar os momentos, em
notação indiciai ,como :

m·;~~ =
l
- oÍ(l-2u l(e .. +e J,l.. )+ sIJ. (ue 1,1.. + ~
) I,J
ug JJ
10 D(l-u)

(i,j=1,2) (2.42)

erivando-se as equações (.:.. .36) em re lação a i, obtém-se:

(i,j=1,2) (2.43)

"
Substituindo-se (2.43) em (2.42) e efetuando-se dupla
derivação em relação a j e i , respectivamente, obtém -se:
28

,,

onde ~ é o operador laplaciano.

Fazendo-se a substituição de (2.22) e da derivada de (2.23) em


relação a i na equação (2.44), obtém-se a equação diferencial de placas
espessas:

(2- u) 2
Dw ,iijj = g - 1nf1- 1)1 h 9,i i (i,j=1,2) (2.45)
~~ \ ~ ~,

Ou sendo expressa numa segunda forma:

(2.46)

2.5) Princípios Variacionais

2.5.1) Princípio dos trabalhos virtuais (PTV)

Sejam as condições estáticas de um corpo dada por:


-
pi - p i =0 em ri (2.47)

onde
rl ' r 2 são as reg iões do contorno que contêm as forças de
,,
superfície prescritas P i e os deslocamentos prescritos Ui, respectivamente.

O PTV é uma formulação em que o campo dos deslocamentos


é conhecido e que estabelece uma relação entre as equações de equ ilíbrio
dadas em (2.5) e as condições de contorno estáticas(2.47).
29

A re lação entre (2.5) e (2.47) pode ser estabelecida


multiplicando-se ambas equações por deslocamentos vi rtuais e integrando-
as no domínio do corpo e ao longo da região r,. isto é:

- f (crii.i + bi )õuidQ + f (Pi - Pi ~uidr =o (i,j =1,3) (2.48)


n r1

O contorno do corpo pode ser dividido em duas partes,


r = r, + r2 de forma que permite escrever a seguinte equação:
1

f Pi8u idr =f pi8u idr - f piõu idr lõ ; _ 'f


\1!) - I I
3\j
n r r2

A partir da fórmu la de tensões de Cauchy (2.3b) pode-se


escrever:

f P.õu .dr =f cr .. n .õu .dr


I I IJ 'IJ I
(i,j =1,3) (2.48b)

Utiiizando-se o teorema da divergência , pode-tie escrever:

Jr cr .IJ,J ÕU ·dQ + Jr cr ..IJ OU ·I,J·dQ f2


Jr G··IJ T't J·ÕU·df' \ . ·AQ
= \
~v I
I I
n n

Substituindo-se (2.49),(2.48a) em (2.48), obtém -s e:

J" cr ..IJ õu ..I,J dQ - Jr b·ÕU


I
·dQ
I
- Jr -p.õu
I
.dr
I
- Jr P·ÕU
I
·dr
I
= O
n n ~ ~

(i,j =1,3) (2.50)

Como õu i = Oem r 2 , pode-se escrever que:


30

f crii8ui.idn - f bi8uidn- f Pi8uidr =o (i,j = 1,3) (2.5 1)


Q Q ~

Pode-se demonstrar, a partir de (2.3), que a seguinte


identidade é válida.

cr ..IJ 8u ..I,J = cr ..IJ8f- ..IJ (i ,j =1,3) (2.52)

Substitu indo-se (2.52) em (2.51 ), encontra-se a equação


governante do PTV.

f cr ii8Eii dn - f bi8u idn - f pi8u idr =o (i,j =1,3) (2.53)


n n ri

2.5.2) Princípio de Energia potencial mínima

Conforme REDDY (1984), quando os corpos elásticos ideais


estão sujeitos a uma transformação isotérm ica, a primeira lei da
termod inâmica pode ser escrita como:

aU
0 = () ..
-- (i,j =1 ,3) (2.54)
a f_ ..
li
'l

ou na forma variacional

(i ,j =1,3) (2.54a)

Substituindo-se (2.54a) em (2.53), tem-se :


31

,,
(i,j = 1,3) (2.55)

ou

8n =0 (2.56)

onde n representa o funcional da energia potencial e é dado


por:

n = f ü 0 drl - f biuidn- f piuidr (i,j = i ,3) (2.57)


n n r1

A segunda variação do funcionaln é dada por:

8 2 1t = -1 JEIJ,. ,,& .IJ 8EkldQ (i ,j,k, l= 1,3) (2.58)


2n

Onde Eijkl é o tensor de quarta ordem dado por:

Quando o material for elástico linear o integrando de (2.57) é


uma função quadrática positiva, o que implica um valor não-negativo para a
segunda variação do funcional.

Se 82n ~O implica que, no equilíbrio, o funcional da energia


potencial atinge um valor mínimo.
32

2.5.3) Princípio dos trabalhos virtuais complementar

,, Sejam as condições cinemáticas de um corpo dada por:

Ui - Ui = 0 em 1 2 (2.59)

onde

r l' r 2 são as regiões do contorno que contêm as forças de

superfície prescritas Pi e os deslocamentos prescritos Ui, respectivamente.

O PTV complementar é uma formulação em que o campo das


forças são conhecidos e que estabelece uma lei entre a relação
deformaçãoi desiocamento e as condições de contorno cinemáticas (2.59).
Segundo PILKEY & WUNDERLICH (1994), através de
aplicações de tensões virtuais no domínio do corpo e de forças de superfície
virtuais no contorno , uma relação pode ser escrita da seguinte forma:

f (Eii - ui.i )õcriidn + (ui -Ui) õpidr =o (i,j =1 ,3) (2.60)


n r2

O contorno do corpo pode ser dividido e duas partes,

= 1'1 + 2 , de forma que permite escrever a seguin e equação:

f uiõpidr = f uiõpidr - f uiõpidr (i,j = 1,3) (2.61)


Í2 í ít

A partir de (2.48b) e do teorema da divergência, pode-se


escrever que:

fr U·ÕP·df' = rf U·Õ(a ..
I I I IJ n.
'li )dr = f U· ·Õa .. dn +f U·Õa .. .dQ
n
I,J IJ
n
I IJ,J

(i ,j = 1 ,3) (2.62)
33

Substituindo-se (2.62), (2.61) em (2.60), tem-se que:

- f U·ÓCJ .. ·d.Q - f f: .. õcr .. d.Q + f U·ÓP·dr - f u1·8p·dr = O


I IJ.] IJ IJ I I I
n n r1 r2
(i ,j =1,3) (2.63)

A primeira variação das equações de equilíbrio em Q, assim


como das forças de superfície em r 1 tem que ser satisfeitas, isto é :

Õ(cr lJ.. .J· + b·I )=0 em Q (2.64)

(2.65)

A equação governante do PTV comp lementar é obtida por


substituição de (2.64) e (2.65) em (2.63), isto é :

- f e .. õcr ... dn + f u ~· õp. dr = o


IJ IJ,J I
(i ,j =1,3) (2.66)
n r2

2.5.4) Princípio de Energia Compiementar Estacionária

Análogo a (2.54), a segui nte relação pode ser escrita para


derivada da densidade de energia comp lementar em re lação às tensões:

,, au*
- -o--ê .. (i,j =1,3) (2.67)
dCJ.. IJ
IJ
o

ou na forma variacional :
34

(i,j =1 ,3) (2.68)

Convém ressaltar que quando o material for elástico linear, a

densidade de energia de deformação U 0 e a densidade de energia

*
comp lementar U 0 apresentam o mesmo valor. Na figura 2.7 são mostrados

os diagramas que ilustram U 0 e U~ para elementos unidimensionais, em


casos genéricos em que o material constitu inte é elástico li near ou
elástico não-linear.

(J (J

(o) (b)
Figura 2.7- Representação das densidades de energia
potencial e complementar, de materiais elásticos lineares (a) e não-
lineares (b), para elementos unidimensionais.

it in -se (2.68) em (2.66), o valor estacionário do


princípio vale:

(2.68)
,,

•l
ou
35

Õ7t * =0 (2.69)

Um funcional rt*, representando a energia potencial


complementar, pode ser expresso a partir de (2.68) e (2.69) por:

n* =-f U ~ dQ + f UiPidr (i,j =1,3) (2.70)


n r2

A primeira vari ação do fun cional de energia potencial


complementa r (2.69) forn ece o valor estacion ário deste funcion al.
A seg unda vari ação de rt* é dada por:

2
8 n* = ~ f Eij~1 &J i õcrk 1 dQ (i,j,k,l =1,3) (2.71)
n

Onde:

E~k11 = - G
1-[(1- () . )õ·kÕ·1 + () .. ().k() ·1 - _v_ () kl() ..IJ ]
IJ IJ I j IJ I j V
2 1
(i,j,k,l -1 ,3) (2.71 a)

Quando o maieriai for elástico iinear o integrando de (2.ôô) é


uma função quadrá i a sitiva,
segunda variação do funcional.
Se o rt*
2
20 implica que, no equ ilíbrio, o funcional da energia
potencial complementar atin ge um valor mínimo.

2.5.5) Princípios variacionais estacionários

Os princípios vari acionais estacionários são represe ntados por


funcionais, que não se conseguem determinar nem ponto de máximo, nem
36

de mínimo, uma vez que estabelecem relações entre campos de


deslocamento e de forças que variam simultaneamente. As formulações
dos funcionais são escritas de tal forma que garante um valor estacionário
no instante em que o equilíbrio do corpo é atingido.
Dentre alguns funcionais generalizados existentes, pode-se
mencionar o funcional de Hellinger-Reissner , o funcional do HSM(Hybrid
Stress Model) .
Uma das alternativas para obtenção da equação governante do
funcional de Hellinger-Reissner é a partir da somatória de (2.50) com (2.60),
obtendo-se:

8[-Ju*n
O f
dn + u..I,Jcr ..IJ dn -
n
f b·u·dn - f (u · - Ui )P·dr-
n
I I
r2
I I

- fpiuidrl = O (i,j = 1,3) (2.72)


ri

A variação do funcional no valor estacionário pode ser


expressa por:
Ô1tR =Ü (2.73)

Finalmente, através d" (2 .72) " (2.73), pode-se escrever o


funcional por:

1tR =-f U* dQ +f U· ·C>··dQ- f b·U·dQ-


O I,J IJ I I
n n n

- f (ui - ui )Pidr - f Piuidr (i,j = 1 ,3) (2.74)


r2 ri

Uma das alternativas para obtenção da equação governante do


funcional HSM é através da somatória (2.48) com (2 .63), obtendo-se:
37

õl-f U~dQ - f (
n n
cr ii.i + bi )uidQ + f (Pi - Pi )uidr +
ri

(2.75)

ou

Õ1tHSM = Ü (2.76)

A partir (2.75) e (2.76), pode-se escrever a expressão do


funcional do HSM , isto é:

oi

1tHsM =-f ~dQ - f(cr ii,i +bi)ui dQ+ f(Pi - Pi)uidf'+


n n ri

(i ,j =1,3) (2.77)
CAPÍTULO 3

MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

3.1 ) Introdução

Neste capítulo é apresentada a formulação básica do método


do elementos finitos utilizando-se os princípios variacionais apresentados
no capítulo 2. A formulação para obtenção das matrizes de rigidez do
elementos fin itos de placa DKT (Discrete Kirchhoff Theory) e HSM (Hybrid
Stress Model) também fazem parte do escopo deste cap ítulo. O vetor das
cargas nodais equ ivalentes, oriundos do carregamento externo, fecha os
tópicos apresentados neste cap ítulo. Convém enfatizar que o sistema
algébrico advindo da modelagem da placa pelo MEF será acoplado a outro
sistema algébrico, que recebe contribuições do solo modelado pelo MEC. A
,,
montagem desse último sistema algébrico e o acoplamento do MEF com o
MEC estão apresentados nos capítu los subseqüentes.

3.2) Formulação do Método dos Elementos Finitos

Os problemas em diversas áreas da engenharia, em geral, são


representados por equações diferenciais e integrais. A solução analítica de
tais equações cond uz às respostas exatas da equação governante em
quaisquer pontos onde esteja definido o problema, entretanto, tais soluções
são encontradas em apenas em alguns casos particulares , de forma que
para superar esta limitação, soluções numéricas são implementadas no
estudo dos problemas .
Dentre as soluções numéricas existentes consta o método d s
elementos finitos , que cons iste em representar o domín io do problema
global por um número finito de sub-regiões conhecidas como elementos
" finitos. Pontos discreto s ou nós funcion ais, nos quais faz-se associar

A notação indiciai não é válida para equações, cuja a numeração está indicada com (*)
39

funções interpoladoras às vari áveis do problema, são definidos em cada


elemento finito.
A formulação do MEF pode ser obtida, em geral, empregando duas
formulações: a da técnica do resíduo ponderado e a dos Princípios
Variacionais.
Em Mecânica dos sólidos, onde estão inseridos os problemas
discutidos neste trabalho, a formu lação do método dos elementos finitos é
obtida, geralmente, utilizando os princípios variacionais escritos em
funcionais, que representam o trabalho tanto das forças externas assim
como o devido às forças internas.
Existem func ionais que ati ngem um valor estacionário mínino,
quando o co rpo está na posição de equilíbrio, tais como: funcionai da
energia potencial mínima e fu ncional da energia comp lementar mínima. Por
outro lado, existem outros funcionais, ditos funcionais generalizados, que
atingem apenas um valor estacion ário na posição de equilíbrio, tais como:
F ncional de Hellinger-Reissner, fun cional do mode lo híbrido em tensão
(HSM), funcional de Hu-Washizu, e outros.
Na lite ratura são encontrados elementos finitos desenvolvidos tanto
com funcion ais com valores estacionários mín imos quanto com funcionais
generalizados. Com o objetivo de mostrar como o sistema de equações
algéb icas é obtido o étodo dos elementos finitos, por intermédio dos
princípios variacionais, o equacionamento , utilizando o fun cional da energia
potencial mín ima, é mostrado na seqüência, ressaltando-se que no caso de
outros funcionais, um proced imento nnálogo pode ser implementado.
A partir da equação (2.54a) e (2.57) , a primeira variação do funcional
de energia potencial mín ima pode ser escrita, na fo r a matricial, co o:

81t = f 8 E T 0 E dQ - f 8 UT B dQ - f 8 UT P di
.Q- -- .Q -- I --
= 0 (3.1)

Onde:
40

E, U, P, B: são os vetores que representam as deformações,

deslocamentos, forças de superfície e forças volumétricas, respectivamente.


')

D: é a matriz oriunda da lei de Hooke relacionando as tensões cr

com as deformações E.

3.2.1 ) Discretização da representação integral dos funcionais

Para que a solução numérica seja implementada nos funcionais, há


necessidade que sejam fe itas suas discretizações em sub-regiões , por
exemplo , em elementos finitos. Ao se computar a contribuição de cada
elemento , a representação integra! do funcional (3.1 ) passa a ser expressa
por:
o

8n =I[f 8EJ ok Ek dnk - f 8UJ Bk dnk - Iõu_J ~k drk1 =o


k=t nk nk ,K
(3.2)

Onde:
Ek I uk I pk I Bk : são os vetores que representam as deformações,

deslocamentos, forças de superfície e forças volumétricas do elemento k,


respectivamente.
O : é a matriz oriunda dn lei de Hooke relacionando as tensões O' k
-k

com as deformações E k no elemento k.

Q k, .. k: representam as regiões que contêm o domínio e o contorno

do elemento k, respect ivamente.


nel: é o número total de elementos finitos.
41

Os deslocamentos internos u k I ao longo de nk I são representados

através de uma função interpoladora N, que é escrita em termos dos

deslocamentos nodais U , indicado na figura 3.1, isto é:


-k

(3.3)

r-., X3 ~ uc: I I
::J_.-l 0
I / "-.
u4
~
"-.
,, "-.
"-.
/
u2 4 "-.
ul /
/ "-.
"-.
u3

1 2 3

Figura 3.1- Representação dos deslocamentos transversais no interior


do eleme o fi ito em funç ão dos des locam entos transversais nodais.

A partir de (3.3) e da re lação deformação/deslocamento C , as


-k
deformações dos pontos nodais E k podem ser escritas como :

(3.4)

Com isso, a expressão (3.2) pod e ser alterada para:


42

õrr = %[Jk w_J c_J o_kc_ku_kdnk - Jk w_Js_kdnk -


- f ou J Pk drk] =o (3.5)
ik - -

A expressão (3.5), para cada elemento, pode ser fatorada e ser


apresentada na forma :

'J

(3.6)

Como a variação 8 uJ é arbitrári a, a eq uação (3.6) pode ser escrita

como:

(3.7)
Efetuando-se o ál ui i tegrais em u. elemento k, pode-se

escrever que :

kk = f cJ ok ck dnk (3.8)
nk -

,.
fk = f BkdQ k + f Pkdr k (3.9)
nk - rk -
43

,. Substituindo-se as integrais ca lcu ladas ( 3.8) e (3.9) em (3.7),tem-se


que:

(3.1 O)

Ao computar-se a contribuição de todos os elementos finitos , o


sistema algébrico pode ser escrito como:

KU = F (3.11)

Onde:
U, F: são os vetores que contêm os deslocamentos e forças nodais

eq uivalentes de todos os nós .

Um dos fatores que influencia nos resultados de uma simulação


numérica consiste n ti de elementos uti lizados pela formul ação. A seguir
é apresentada uma classificação concisa de elementos finito s, que em
muitos casos podem ser adotados por outros métodos numéricos, por
exemplo, o método dos elementos de co ntorno.
Os elementos pod em receber diversas classificações , dentre elas:

Quanto à dimensão:
Unidimensionais: Elementos lineares
Bidimensionais: Elementos de superfície
Tridimensionais: Element ' lid s

Quanto à ordem das funções interpoladoras :

Constante: Quando não há variação da função no elemento


44

Linear: A função é de primeiro grau


Quadrático: A função tem ordem igual a dois.
Ordem superior. A função tem grau superior a dois.
Quanto à não uniformidade da ordem das funções interpoladoras da
geometria e das variáveis do contorno:
Hipoparamétrica: Quando a ordem das funções
interpoladoras da geometria é menor que as das variáveis do contorno
Hiperparamétrica: Quando a ordem das funções interpoladoras
da geometria é maior que as das variáveis do contorno
lsoparamétrica: Quando ambas funções interpoladoras têm
a mesma ordem

Neste traba lho, elementos estruturais de superfície, na modalidade de


placas , são analisados pelo método dos elementos finitos. Várias
formulações de elementos finitos tri angulares para análise de placas foram
desenvolvidas por pesquisado res , dentre elas constam o DKT(Discrete
Kirchoff heory) e o HSM(Hybrid Stress Model). A partir dos bon s resultados
apresentados por estes elementos na análise de placas delgadas, eles são
uti lizados, neste trabalho, para gerar a matriz de rigidez dos elementos
estruturais de superfície em prob lemas de interação solo-estrutura.
As for ulações dos ele entos fin itos DKT e HSM , extraídas de
BATOZ et ai. (1980) , são apresentadas na seq üência.

3.3) ELEMENTO FINITO DKT(Discrete Kirchhoff Theory)

O DKT é um elemento tri angu lar com nós situados nos vértices e nos
pontos médios dos lados. Os gra us de liberd ade, associados a cada nó dos
vértices, são duas rotaçõe s e um des locamento transversal. Nos nós
auxiliares dos pontos médios exi ste apenas um grau de libe rdade
representando a rotação da seção transversa l, como mostra a figura 3. 2.
45

"

Cj> X 1
4

Figura 3.2 - Parâmetros nodais e nós auxiliares do elemento DKT.

O elemento é desenvolvido, inicialmente, utilizando a teoria de


Reissner e a parcela devida à energia de deformação do funcional da
energia potencial mínima (2 .57) , que pode ser expressa na forma matricial
por:

1 T
Ui = f
A2
-E DEdA
- --
(3. 12)

Onde:
E : é o vetor que contém a ef rma - es.

~ : é a matriz que representa o tensor de quarta ordem E ijkl dado em

(2.58a).
A: é a área do elemento.
As deformações E podem ser divididas em duas parcelas, a saber:

a) Proven iente da flexão, e pode ser representada por:

E = x3 k (3.12a)
-b

Onde E e k são os vetores que contêm as componentes de


-b
deform ações e das curvaturas , res pectivamente, isto é :
46

,,

(3.13)

(3.14)

A partir de (2.39), (2.40) e (2.41 ), o vetor k pode ser escrito como:

,,
O
O ][ m
2(1+ u)
m11
22
m 12
l
- ug -
h2 [
10
1]
1
O
(3.15)

b)Proven iente da força cortante: a partir de (2.35) o vetor das

distorções y pode ser escrito como:

(3 .16)

As distorções y também podem , a partir de (2.32), serem escritas na

segu inte forma:

(3.17)
47

I'
Com isso, a energia de deformação dada em (3.12), pode ser
subdividida em parcelas provenientes da flexão ub e da força cortante us'
isto é:

(3.18)

Onde:

(3. 19)

1 T
Us = f- y
A2_
D ydA
-s _
(3.20)

Com:

1J o
1 o (3.21 )
1- u
0
2 J

s Eh (1 o) (3.22)
- s = 12 (l + 1J) o 1

Substituindo-se (3 .14), (3.16) em (3 .19), (3 .20), respectivamente, tem-


se que:
48

(3.23)

(3.24)

Os momentos e forças cortantes podem ser expressos por:

m
m22
11J\ = D k (3.25)
., [ - b -
m1 z

(3.26)

A contribuição da parcela da energia de deformação devida à força


cortante é desprezada, já que o objetivo é o estudo de um elemento para
placas delgadas, de maneira que (3.18) pod e se r reescrita como:

(3.27)

Como a equação da energia potencial interna (3.23) é dependente


das derivadas das rotações das seções, há necessidade de formular-se as
eq uações primitivas das rotações e1 e e2 ' para tanto, estabelece-se as

seguintes hipóteses :

a) As rotações das seções variam quadraticamente sobre o elemento.


49

b) A hipótese de Kirchhoff é imposta nos vértices e nos pontos


•' médios dos lados, isto é:

e.+ w. =o
I ,I
(vértices) (3.28)

(pontos médios dos lados) (3.29)

c) O deslocamento vertical vari a cubicamente ao longo dos lados .


d) A rotação da seção varia linearmente em relação à normal do lado
do elemento.

en =-1 (e. +e.)J1


(3.30)
2
onde i, j são as extrem idades do lado ij do elemento.

As rotações das seções podem ser expressas por uma função, em


coordenadas homogêneas, mostradas na figura 3.2, isto é:

(3.31 )

Como alternativa, as rotações das seções podem ser expressas


através de expressão do tipo:

ei = ~ ii N i (i=1,6; i=1,2) (3.32)

Onde:

~ ij : é a matriz que possui os valores das rotações da seção

transversal nos nós correspondentes aos vértices e ao pontos médios dos


,, lados.
Ni: são as funções de formas dadas por:
50

(i=1,2,3) (3 .33a)

(3.33b)

(3.33c)

(3.33d)

O deslocamento vertica l pode se r escrito em função de uma


coordenada auxiliar s ao longo do !ado , mostrado na figura 3.4, isto é:

(3.34)

X 'W
1 n 'iS
\ 'W, jS

Ela.'s t i co. cÚbico.

Figura 3.4- Variação cúbica ao longo dos lados do elemento.

Derivando-se (3.34) e substituindo-se os valores de contorno nos nós


de extremidade i,j do lado ij, pode-se escrever o seguinte sistema linear:

W ·I 11 ()
v o o b,
wi o I·· I ~ I~
IJ IJ IJ b2
= (3.35)
w,si o 1 o o b3
W,sj o o 21·· 31·· IJ IJ b4
51

Ou na form a inversa dado por:


'

b1
1 o o o W I·

b2
o o 1 o W·
3 3 2 1 J
(3.36)
b3 I IJ~ I~ 1..IJ 1..IJ w,s i
IJ
b4 o o 2 1IJ.. 3 1..IJ w,s j

Com o auxílio de (3 .36), os des locamentos dados por (3.34) pod em


ser escritos como:

2 3 2 3
w(s) = 3s+ -2s j\ w . + lf s -2s
f 1- - s \j
2 3 I I- + - 2 w ,SI. +
l 1..ij 1..ij l'j' 1..ij

+ [ 3s2 - 2s2 Jw . + [ -
Iij'
+ 3s2 Jw . ~ (3.37)
12..IJ 1..IJ2 J
12..IJ ,SJ

Derivando-se (3.37) e substituindo-se o valor de s correspondente ao


ponto méd io do lado ij, tem-se que:

3 1 3 1
W = - - W · --W . - - W · +-W . (3.38)
,S 21 .. I 4 ,SI 21.. J 4 ,S J
ij ij

Para obter-se as rotações da seção transversa l e1 e e2 em função

dos parâmetros nodais w, localizados apenas nos vértices do triângu lo, é

necessário in icialmente escrever as rotações da seção transversal e do


plano médio no sistema de coordenadas (n,s), mostradas na figura 3.4, isto
é:
52

(3.39)

(w,s
w,n
J=[cs _sc](w,w, J
1
(3.40)
2

Onde:
c,s : são o cosseno e seno da normal do lado ij em relação ao eixo

cartesiano x1 .

O vetor w contém os parâmetros nodais fin ais do elemento e é dado

por:

(3.4 1)
·'

A partir das equações de (3 .32) a (3.40), u a elação entre as


rotações da seção transversal e os parâmetros nodais pode ser escrita
finalmente, co o:

(i=1,2; j=1 ,9) (3.42)

Onde:

(3.42a)

(3.42b)

(3.42c)
,,

(3.42d)
53

(3.42e)

(3.42f)

H14 ,H 15 , H16 ,H 24 ,H 25 ,H 26 são obtidos mediante substitu ição


de N 1 por N2 , assim como os índ ices 6 e 5 por 4 e 6, respectivamente, nas
expressões dadas em (3 .42 a-f).
H17 ,H 18 , H19 ,H 27 ,H 28 ,H 29 são obtidos med iante substituição
de N 1 por N3 , assim como os índices 6 e 5 por 5 e 4, respectivamente, nas
expressões dadas em (3 .42 a-f).

I)
Com:

(3.42g)

(3.42h)

(3.42 i)

ck = _2_ ( _:!_ x ~·
1 - _:!_ x 2 .. ) (3.42j)
I~ 4 IJ 2 2IJ
IJ

(3 .42k)
54

Onde k = 4, 5, 6 para os lados ij = 23, 31, 12 respectivamente.

A representação geométrica de algumas variáveis utilizadas anteriormente


estão indicadas na figura 3.5.
3

x,

~-------x ,~
l2 ------~

Figura 3.5-Relações geométricas no elemento finito.

Com o auxíl io de (3. 13) e (3.42 a-f) pode-se escrever uma re lação
entre o vetor das curvaturas e o vetor dos parâ et os nodais, isto é:

k = Bw (3.43)

Onde:

x231' ,T + X 212 HT
- 1, ~ - 1,T]

~(Ç, 11) = 2~ - X131H


- 2,~
T
- x 11 2H
T
- 2,T]
T T T T
- X131 H - X112 H + X231 H + X212 H
- 1,1; - 1,T] - 2,1; - 2,T]

(3.44)

Onde A é a área do elemento; e a forma explícita dos vetores


de (3.44) dados por:
55

P6(1-2Ç)+(P5 -P6 )11


q6(1 - 2Ç) - (q5 +q 6)11
- 4+6(Ç+11)+r6(1-2Ç) - 11 (r5 +r6 )
- P6(1 - 2Ç) + (P4 + P6)11
H = q6 (1 - 2Ç)- (q6 - q4 )11 (3.45)
-1.s -2 +6Ç+r6(1-2Ç)+11(r4 - r6 )
-11(P5+P4)
11 (q4 -q5)
- 11(r5 -r4)

t 6 (1 - 2Ç) + 11(t 5 - t 6 )
1+r6(1 - 2Ç) - 11(r5 +r6)
- q6 (1- 2Ç) + 11( q5 + q6)
- t6 (1 - 2Ç) + 11(t4 + t6)
H = - 1+r6(1-2Ç)+11(r 4 -r6 ) (3.46)
- 2.s
- q6 (1 - 2Ç) - 11( q4 - q6)
- 11(t 4 +t 5)
11(r4 - r5)
- 11(q4 - qs )

- D
I (1 2'l)
5 I- I -, ): (\1O 6
, '-:> - D
I 5 \
)

q5 (1 - 211) - Ç(q5 + q6)


- 4 + 6(Ç+ 11) + r5 (1 - 211) - Ç(r5 + r6)
Ç(P4 + P6)
H = Ç(q4 -q6) (3.47)
-111
- Ç(r 6 - r4)
•r• t

P5(1 -211) -Ç(P4 +P5 )


q5(1-211)+Ç(q4 - q5 )
- 2 + 611 +r5 (1 - 211)- Ç(r 4 +r5)
56

- t5 (1 - 211)- Ç(t6 - t5)


1 +r5(1- 211)- Ç(r6 +r5 )
- q5 (1 - 211) + Ç( q6 + q5)
Ç(t4+t5)
H = Ç(r4 - r6) (3.48)
- 2,11
- Ç(q4 - q6)
t5 (1 - 211) - Ç(t4 + t5)
- 1 + r5(1- 211) - Ç(r 4 - r5)
- q5 (1 - 211)- Ç(q4 - q5)

Substituindo-se (3.43) em (3.23), obtém-se a energ ia de deformação


para o elemento em coordenadas homogêneas:

1 1- 11
UoKT = -1 f f co T BT D B co dÇd11 (3.49)
z0 o - - - b --

Fazendo-se a primeira variação do funciona l de energia igual a zero,


obtém-se a matriz de rigidez do elemento DKT em relação ao sistema de
coordenadas locais do elemento:

11-11
K = 2A f f BT D B dÇd11 (3.50)
- DKT o 0 - - b -

Os momentos podem ser ca lcu lados substitu indo-se (3.26) em (3.42),


obtendo-se:

(3.51 )
57

3.4) ELEMENTO FINITO HSM (Hybrid Stress Model)

O HSM é um elemento triangular da classe de 9 parâmetros nodais, 3


por nó, mostrados na figura 3.6.

Figura 3.6- Parâmetros nodais do elemento HSM

Este elemento é desenvolvido segundo a teoria de placas delgadas


de Kirchhoff e utilizando o func ional do modelo híbrido em tensão, que pode
ser expresso, em função dos mom entos, a partir (2.77) e (2.28), a saber:

+ J(wqn- w,nmn- w,smns)dr (3. 52)


í

Onde:

w , w.n , w.s: são os deslocamentos, as rotações segundo os eixos

n e s no contorno, respectivamente.

qn , ms , mns: são as forças cortantes, momentos fletores e

momentos volventes no co ntorn o, respectivamente.


58

.Q, r: são o domínio e o contorno do plano médio do elemento,


respectivamente .
Para que a discretização do funcional seja implementada, há
necessidade de que sejam estabelecidas hipóteses para as funções
interpoladoras presentes no elemento, tais como:
a) Os momentos têm variação linear no interior do elemento .
b) O deslocamento vertical varia cubicamente ao longo dos lados do
elemento.
c) A derivada do deslocamento vertical em relação a normal do lado
tem variação linear.
A função interpoladora , que rege a distribuição linear dos momentos
ao longo do domín io .Q, pode ser escrita como:

(3.53)

Com:

Xz o o o o o
o I Xz o o (3.54)
o o o I

(3.55)

Onde ~ é um vetor de nove parâmetros generalizados.

Os des locamentos verticais são representados por uma função


interpoladora cúbica semelhante a utilizada no elemento DKT, só que é
o escrita em coordenadas adimension ais ç, isto é:
59

(3.56)

onde:

(3.56a)

(3.56b)

(3.56c)

(3.56d)

A rotação relativa à normal do lado ij é representada por:

(3.57)

A parcela do funcional híbrido, devido à energia comp lementar, pode


ser exp essa por:

(3.58)

A partir de (3.53), a expressão (3.58) pode ser escrita como:

,.,
(3. 58a)

,,

Ou forma mais compacta como :


60

(3.59)

Onde:

~= f X_T 0 ~1 ~ dQ (3.59a)
.0.

O produto matricial do lado dire ito da expressão (3.59a) gera uma


matriz , cujos elementos são formados pelo produto de cada elemento da

matriz o-1 por uma mesma matriz <P ' isto é:

C11 <P C12 <P C13 <P

H= C21 <P C22 <P C23 <P (3.60)

c 31 <P c 32 <P c 33 <P

Onde:

(3.61)

Os momentos e os produtos de inércia de uma área são definidos,


respectivamente, por:

" (3.62)
61

(3.63)

(3.64)

Levando-se (3.62) , (3.63) , (3.64) em (3.61 ), tem-se:

(3.65)

Para o caso de elementos triangu lares, os momentos de inércia e o


produto de inércia, em re lação aos eixos baricêntricos, podem escritos
como:

(p, q = 1,2 ) (3.66a)

Onde:

(3 .66b)

Sendo x pi, xpj, xpk as coordenadas cartesianas dos vértices i, j, k

do elemento.
A contribuição do lad o ij na parcela do funcional híbrido, referente ao
trabalho das cargas externas no elemento, é expressa por:
62

u2= f (wqn - w,nmn - w,smns) dr (3.67)


fjj

Com o auxílio de (2.20), (2.21), (3.53) tem-se :

[ ~~n]
mns ..
~
IJ
= R ij (3.68)

Onde:

R. = (R~· R~ R~ J
IJ IJ IJ IJ
(3.69)
- -

Cujas sub-matrizes são dadas por:

(3 .70)

o
(3.71 )

o s c
R3 = -2cs - 2csx 1 - 2csx 2 (3.72)
- ij
- (c2 - s2 ) - (c2 - s2 )x1 - (c2 - s2 )x2
t•

onde:
63

c: é o cosseno da normal do lado ij


s: é o seno da normal do lado ij

A partir de (3.40), (3. 56) e (3. 57), pode -se escrever:

(3.73).

Onde:

(3.74)

Hb1 cH~ 1 s H~ 1 H62 cH~ 2 sH~ 2


L ii = o s(1 - ç) - c(1 - ç) o sç - cç
H61.ç c H~ 1,ç sH~ 1,ç Hb2.ç cH~ 2 .ç s H~ 2 .ç
1-·IJ I··IJ I··IJ I··IJ I··IJ I··IJ

(3.75)

A partir de (3 .68) e (2.73), a eq uação (3.67) pode ser expressa por:

,..
T
U2 = R
1-'
G ..IJ 'A ..IJ (3.76)
64

Onde:

ljj
G··IJ = JR!IJ L··IJ ds (3.77).
o - -

A matriz G ij para cada lado ii do elemento é dada por:

G·· (G~. G~ G~)


IJ = IJ IJ IJ
(3.78)
- -

,, Onde:

2
- cs - 112 c x 1ij
2
- 1I 2 x 2ij - csx 1k 1 I 12 x~ij - 1 I 2 c x 1ij x 1k
2
- csx 2 k -1 I 2c x 1ij x 2 k

cs -11 2 s 2 x 1..IJ
12 x ~ - 11 2 s x 1ijx 1k
1
2
csx 1k - 1/
2
1I 2 x 1ij + csx 2 k - 1I 6 x 1ijx 2 k - 1I 2 s x 1ij x 2 k
c2 - s2 - csx 1..
IJ

l
2
I 2 x 1ii +(c2 - s2) x1k s x2ijx1k
2 2 2
- 1I 2 X 2 ij + (c - s ) X2k 1 I 6 x~ij + s x 2 ij x 2 k

(3.79)
65

2
-1 1 2 c x 2ii cs
-1 I 6 x 1IJ.. x 2..IJ -1 I 2 c 2x 2IJ.. x 1k - 1 I 2 x 2ii + csx 1k
2
- 1 I 12x~ij - 1 I 2 c x 2 iix 2k csx 2k
- 112 s 2x 2..IJ - cs
2
- 1 I 2 s x 2iix 1k - csx 1k
2
1 I 12 X f ij - 1 I 2 s X 2i j X 2k 1 I 2 x 1ii - csx 2k
- csx 2..IJ - (c2 - s2)
2
1 I 6 x~i + c x 1iix 1k
2 2
1 I 2 x 1ii - (c - s )x 1k
2
c x1 ij x2k - 1I 2 x ii - (c s )x
2
2
-
2
2k

13 Qf"l\
\ . UVJ

2 2
- 11 2 c x 1ii - 1 I 2 c x 2 ij
2 2
-1 I 12 x~ij -1 I 2 c x 1i? 2k 1 I 6 x 1i? 2ij -1 I 2 c x 2ij x 1k
2 2
-1 I 2 c x 1ijx 2k 1 I 12 x~ii -1 I 2 c x 2i? 2k
-1 12 s 2 x1..IJ - 1 I 2 s 2 x 2 ..IJ
2 2
1/12 xfij - 11 2 s x 1ij x 1k - 1 I 2 s x 2ii x 1k
116 x 1..IJ x 2..
IJ
+ 112 s 2x 1..IJ x 2 k 2
- 1112 x~ii - 112 s x 2iix 2 k
- csx 1..IJ - csx 2ii
- 1 I 6 x~i + c x 1ii x 1k
2 2
s x2 ij x 1k
2 2 2
-1 I 6 x2ij + s x2ijx2k c x1ijx2k

(3.81)

Ao computar-se a contribu ição de todos os lados do elemento, a


parcela do funcional híbrido devi do às cargas externas pode ser expressa
por:

(3.82)
66

onde:

(3.83)

O funcional híbrido total pode ser representado por:

1 T T
UHSM = -- ~ GÀ+ ~ GÀ (3.84)
2- - - - - -

Onde:

(3.85)

..) Substituindo-se (3.85) em (3.84) , e sabendo-se que H é uma matriz

simétrica , tem-se :

(3.86)

Fazendo-se a primeira variação do funcional híbrido em tensões igual


a zero, obtém -se a matriz de rigidez do elemento HSM

K = G T H- 1 G (3.87)
-HSM

A partir de (3.85) e (3.53), os momentos podem ser escritos como:

(3.88)
67

3.5) VETOR DAS CARGAS NODAIS EQUIVALENTES


')

O vetor das cargas nodais equivalentes é igual ao vetor das derivadas


do trabalho das cargas externas em relação aos deslocamentos.
Nos elementos HSM e DKT, o trabalho externo das cargas nodais
equivalentes, correspondentes aos graus de liberdade presentes em um nó
í, pode ser expresso por:

-
Te = gwi + m1w,1i + m2w,2i (3.89)

Onde :

g, m1 , m2 são as cargas nodais equ ivalentes re lativo à carga


transversal e aos momentos, res pectivamente .
As funções interpol adoras das forças de superfície são representadas

por g(x 1 , x 2) , m 1(x 1 , x 2), m 2(x 1, x 2). Neste trabalho será

desenvolvida apenas a função para g( x1, x2 ).


As forças de superfície transversais e as cargas nodais eq uivalentes
são mostradas na figura 3.7.

.. Figura 3.7 - Forças de superfíci e e cargas nodais equivalentes

O trabalho das cargas extern as pod e ser expresso por:


68

f
Te= g(x 1 ,x 2 )w(x 1 ,x 2 )dA (3.90)
A

,,
Onde:

w( x1, x2 ): é a função interpolado ra dos deslocamentos no domínio

do elemento.
A: é a área do elemento.

Em ambos elementos, isto é, DKT e HSM, para efeito de cálcu lo do


vetor de cargas nodais, a função interpol ado ra dos deslocamentos, assim
como para as forças de superf ície será adm itida variando linearmente no
domínio, conforme ind r ada na figura 3.8 e podendo ser expressa por:

(3.9 1)

Analogamente , as forças de superfície podem se r expressas por:

(3.92)

e' j

Figura 3.8- Variação linear do deslocamento transversal e da força de


superfície no interior do elemento finito .

A transfo rm ação dos eixos cartes ianos para o homogêneo é obtida a


partir da seguinte relação:
69

(3.93)

Z é a matriz de transformação de coordenadas cartesianas para as

coordenadas homogêneas, REDDY(1984).

Substitu indo-se (3.91 ) ,(3.92) em (3.90) , obtém-se:

Te = f (9 Ç + 9iÇ
i 1 2 + 9k Ç3 )( wi Ç1 + wi Ç2 + wk Ç3 )dA
A

(3.94)

Ao minimizar-se a energia potencial devida às cargas externas, pode-


,, se escrever que:

aTe
aw·I ç~ ç1ç2 ç1ç~

A[~il
aTe
[;i]= uw · =f.A ç1
aTe
J
ç1
ç2 ç~ ç2ç3
,. ,.
ç3 ç2ç3 ç~ ,. !'"

awk
(3.95)

A integral do tipo f f(Ç Ç 1' 2


, Ç3 )dA pode ser calcul ada como :
A

(3.96)

Com isso , o vetor de carg as nodais pod e ser dado por:


70

(3.97)

Onde:

0=~
21 21 11] (3.98)
12 [
- 1 1 2

Para o caso ais corrente , onde a força de superfície é constante


sobre o domínio, (3.98) pod e ser simplificada para:

•'

(3.99)
CAPÍTULO 4

EQUAÇÕES INTEG RAI S DE CONTORNO


n

4.1) Introdução

Neste capítulo são ap resentados os problemas elásticos


fundam entais tridimensionais genéricos e suas respectivas soluções .
Também são mostradas as equações integrais que fazem uma ligação entre
os problemas elásticos reais e os fundam entais. São deduzidas as
equações integrais para sólidos tridimensionais genéricos.

4.1.1 )Generalidades

Na análise dos problemas elásticos, há necessidade de determ inação


das vari áveis associadas aos campos de deslocamentos, de deform ações e
de tensões . A partir das re lações e teoremas fornecidos pela teoria da
elasticidade, uma representação integral pode ser escrita envolvendo dois
tip s de r lemas: O primeir es á ass iad ao p oble a fu da e ai

definido em um domínio infinito n* e sendo representado pelas

componentes vetoriais uij , pij e tensoriais crijk , Eijk . O segundo tipo é de


fato o problema real, definido em um domínio finito Q, que é uma sub-

região de Q * I sendo representado pelas componentes vetoriais u ij , pij e

pelas componentes tensoriais a ijk , E ijk I e ainda caracterizado pelas

condições de contorno naturais e essenciais.

li
4.2) Problema elástico fundamental

O problema elástico fundamenta l está sujeito às mesmas leis e


teoremas da elasticidade dos problemas reais. Quando o problema
72

fundamental está submetido a apenas um estado de carregamento devido à


ação de uma carga unitária aplicada no ponto p, na direção i , e com efeito
observado no ponto s, na direção j, a equação governante dos sólidos
..
elásticos, isto é, a equação de Navier, pode ser escrita como:

1
u1
:k 1·k + u 11~ kk + __!_8(p s)8 11· = O (4.1)
1 - 2u ' ' G '

Onde:
8(p, s): é a distribuição conhecida como delta de Dirac
8 ij: é o delta de Kronecker.

u, G: são as constantes elásticas coeficiente de Poisson e módulo


de elasticidade transversal, respectivamente.

A solu ção da equação diferencial (4.1 ) é conhecida como solução

tu ai e deslocamentos u ij .
As soluções fundamentais estão vinculadas às características do
domínio e do contorno da região onde o problema elástico fundamental
está definido, que podem ser divididos em dois grupos: O primeiro é o
problema fundamentai de Kelvin, já o segundo é conhecido como proble na
fundamental de Mindlin. Este último, quando s jeito a alg mas condições
particu lares, também é conhecido problema fundamenta l de Boussin esq-
Cerruti.

4.2.1) Solução Fundamental de Kelvin

LOVE(1944) apresentou as análises de Kelvin para os problemas


"
elásticos fundamentais definidos em um meio infinito n *, cujo mate rial
constituinte era elástico, homogêneo e isótropo, qu ando submetidos à ação
de uma carga unitária concentrada, conforme mostrado na figura 4.1.
73

X
2

Figura 4.1 -Figura adaptada de NAKAGUMA(1979) para o


problema de Ke lvin

A solução da equação de Navier do problema elástico fundamental


infinito envolvendo análises tridimensionais, conforme Kelvin, é dada por:

(i,j=1,2,3) (4.2)

A solução fu damental em deformações pode ser obtida a partir da


relação deformação/d eslocamento . Com isso, pode-se obter o tensor das
deformações dado por:

E j,k =- 1t(
16 1
~ u )Gr 2 {(1 - 2u )hõii +r} ik J- r,,õ jk + 3r,,r,/,.}
(i ,j,k=1 ,2,3) (4.3)

,, Por intermédio das equações constitutivas do meio


elástico, obtém-se a solução fundamental em tensões, cujo tensor
pode ser representado por:
74

1
cr *.k
Jl
=-
8n(1-u)Gr2 {(1 - 2u)[rk()
, IJ.. +r·Ó·k
,J I
- r·Ó·k]+3r·r-rk}
,I J ,I ,J,

(i,j,k=1,2,3) (4.4)

Através das relações de Cauchy, obtém -se a solução fundamental em


termos de forças de superfície, ou seja:

(4.5)

Levando-se (4.4) em (4.5), obtém -se:

·'

1
p~.JI = -
8n(1 - u )r2
{r,n [(1 - 2u)8 ..IJ +3(r·r·)]
,I ,J
-
- (1 - 2u )(r,ini - r,ini)} (i ,j=1,2,3) (4 .6)

4.2.2) Solução Fundamental de Mindlin

Mindlin estudou problem as elásticos fundam entais definidos em um

meio semi-infinito .Q * , cujo material constituinte era elástico, homogêneo e


isótropo, quando submetidos à ação de uma carga unitária concentrada. Ele
assumiu que a superfície do contorno, definida em x3 = O, era

considerada livre de forças de superfície. A representação geométrica do


problema elástico fundamental de Mindlin é mostrada na figura 4.2.
75

R
3

X
2

X
3

Figura4.2 -Adaptada de NAGAKU MA(1979) para o problema de


Mindlin

·~ As equações explícitas da solução fundamental em


deslocamentos foram extraíd as de MINDLIN(1936), a saber:

r = .[r1: (i= 1,2,3) (4.7a)

R = ~R i Ri (i= 1 ,2,3) (4 .7b)

(4.7c)

(4.7d)

(4 .7e)

(4.7f)

kd
(1 + u)
= _.:....____:....____ (4.7g)
8nE(1 - u)
76

k = 1 (4.7h)
s 8n(1 - u)

* _ k {(3 - 4u)
U11 - d +
I_
+
2
r1
3 +
(3 - 4u)r{'
3 +
2cz ( 1 _ 3r1
3
2

2
J+
r R r R R R

+ 4(1 - u)(1 - 2u) [ 1- r{' ]} (4.?i)


R+R 3 R(R+R 3 )

'J

,,

(4.7m)

.;.
U22 = kd
{(3- 41)) 1 r{ (3- 4u)r{ 2cz ( 3r{
+- + 3 + 3 + - 3 l- - 2 +
J
r R r R R R

+ 4(1 - u)(l - 2u) [l- r{ ]} (4.?n)


R + R3 R(R + R 3 )

u*2 .... =r-


2 u.*
3 (4 .7o)
" r1 1
77

(4.7q)

U33
*
=
k
d
{ri3 + (3 - 4u) + 6czRs ~ + 8(1- u) 2
- (3 - 4u)
+
r r R R

(3 - 4u )R~ - 2cz }
+ 3 (4.7r)
R

A solução fundamenta l em função das tensões e das forças de


superfície, podem se r encontradas em NAKAG UMA(1979) na forma
,, explícita, ou na forma indiciai descritas em TELLES (1986).

4.2.3) Solução Fundamental de Boussinesq-Cerruti

Boussinesq analisou o comportamento de superfícies de semi-


espaços elásticos, homogêneo e isótropos em que carregamentos
concentrados eram aplicados na superfície com direção normal a esta.
Uma análise, semelhante à de Boussinesq, foi feita por Cerruti, em
que levava-se em conta apenas o efeito de cargas concentradas aplicadas
tangencialmente à superfície do semi-espaço.
Com isso, o problema de Bouss inesq-Cerruti pode ser considerado
um cas particu lar da solução de Mi nd lin. A representação geométrica do
problem a é apresentada pela figura 4.3.
78

Figura 4.3- Problema de Boussinesq-Cerruti

.. As equações da solução fundamenta l de Boussinesq-Cerruti podem


ser escritas na forma indiciai, como:

1
u:'. =
Jl 2nGr
[(1- u)õ.IJ + ur'1.r·]
.J
(i ,j=1 ,2) (4.8)

u :3 =
1 {(_!_ - u)r. + õ [(1 - u) + r.(u - _!_J]}
3J.
J 2n:Gr 2 ,J ,J 2

(j=1,2,3) (4.8a)

(j=1,2,3) (4.8b)

4.3) Corpos tridimensionais infinitos

A representação integral para os problemas elásticos envolve os


campos de deslocamentos, de deformações e de tensões. Os dois últimos
estão diretamente relacionados através da lei de Hooke, de for a que há
necessidade que seja implementada apenas a representação integral de um
79

deles para que o outro esteja automaticamente determinado. A solução


fundamental, que é incorporada na representação integral dos corpos
tridimensionais infinitos, é a de Kelvin.

4.3.1) Representação Integral para o campo de deslocamento

A representação integral para o campo de deslocamento pode ser


dividida em duas etapas : a primeira é caracterizada quando o ponto fonte
está no domínio, a representação integral recebe o nome de equação
integral para pontos de domínio. Já a segunda segunda etapa , quando o
ponto fonte está no contorno do corpo, a representação integral é conhecida
como equação integral para pontos de contorno.
As equações integrais, para os pontos de domínio, podem ser obtidas
por intermédio de uma variedade de métodos, dentre eles , tem -se:

a)Técnica do resíduo ponderado .


b)Teorema da reciprocidade.

A técn ica do resíduo ponderado, por ser empregada em outros


métodos numéricos, será apresentada neste trabalho.
Para que o equ ilíbrio do corpo esteja garantido, é necessário obter-se
a solução das equações diferenciais de equilíbrio (2 .5). A solução exata é
viabilizada apenas em alguns casos particulares, de sorte que são adotadas
soluções aproxim adas; o erro obtido pela admissão dessa solução é
minimizado igualando-se a zero, o resultado da integração de urn integrando

formado pelo produto de (2.5) por uma função ponderadora u V, de forma

que pode-se escrever:

f( <J ··IJ,J· + b·)I u IJ~ dQ = O (i,j=1,2,3) (4.9)


n
80

O contorno r pode ser dividido em r 1 e r 2 onde condições essenciais

u k = u k e condições naturais p k = p k estão prescritas.


Ao integrar-se por partes (4.9) duas vezes, e pela imposição das
cond ições naturais e essenciais, pode-se escrever que:

(i,j=1 ,2,3) (4.1 O)

Escolhendo u "';'.J; como a solução fundamental re lativo a uma carga

unitária de· direção k e aplicada na direção j, portanto, satisfazendo a


equação de equ ilíbrio, isto é:

cr~.
IJ,J
+ 8(p ' s)8 ..lj =O (i ,j=1 ,2,3) (4 .11 )

Sabendo-se que a integração da função de distribuição de Dirac ao


longo do domínio fornece m valor unitário , pode-se escrever que:

f 8(p,s)8iiuidQ = 8iiui = u 1
(4.12)
.0.

Com o auxílio de (4.12) e (4.1 0), escreve-se a identidade de


Som igl iana como:

" u.I =-f u . p~dr +f u ~ p.dr +f u~b . dr


I lj lj j IJ j
(i ,k=1,2,3) (4 .13)
í .0.
81

A identidade de Somigliana é válida para pontos do domínio. Quando


o ponto fonte migra ponto i do contorno há necessidade de um artifício
matemático para equacionar-se tal ponto. Um artifício é adicion ar uma
superfície esférica no ponto i, e com isso, o contorno passa a ser

r = r-r +['E como mostrado na figura 4.4. Com esta modificação

ponto i passa a pertencer ao domínio Q , portanto, pode-se aplicar (4.1 3).

/
-7
/ /
/
í //
/
/
/
/
/
/
í -r /
/
/
/
/

Figura 4.4 - Ponto fonte situado no contorno

- f u~ P·d
IJ J -f P ~u . dr
IJ J _f uijbidn
r - r +re r-r +re D. - D. +D.t:

(i ,j=1,2,3) (4.14)

A fim de reto rn ar ao contorno prim itivo basta E --7 o' r E --7 o' isto é:

o
+ lim<--> 0 [ f uijpidl - f p' u di+ f u' b dQ]
IJ J IJ J
(4.15)
re re re
Ao computar-se o li mite dos termos que estão definidos em

r-r eQ -Q I isto é, refere ntes à prim eira parce la de (4.15), obtém -se:
82

f u ~ p . dr - f p ~ u.dr +f u ~ b . dQ
í
IJ J
í
IJ J
Q
IJ J
(4.16)

O limite da segunda parcela da equação (4.15) pode ser dividido em


duas partes, consistindo na presença ou não de fortes singularidades. Os
termos ausentes de fortes singularidades ao calcu lar-se o limite, tendendo o
raio a zero, obtém-se:

l
lim e~ o uijp jdr = O (4.17)
í

lim e~ o l ijbidr = O (4. 18)


í

O termo que apresenta forte singu laridade é:

lim e~ o f pij ujd (i,j=1 ,2,3) (4.19)


re

Para superar a descontinuidade originada pela singularidade é utilizar


de um artifício de mar e subtrair o mesmo termo auxiliar em (4 17), corno
mostrado abaixo:

lime ~ o f pij[uj(s) - uj(P)]dr + li me~o J piju j(p)dr (4. 20)


íe íe

Assumindo que é válida a condição de Hólder, isto é:

(4.21)

Onde:
83

B e a são números positivos.

Substituindo-se a condição Holder no primeiro termo de (4.20),


encontra-se o valor zero , quando efetuado o cálculo do limite.
Por ser uma esfera, o corpo que foi anexado ao contorno prim itivo,
algumas relações matemáticas podem ser incorporadas, a saber:
A normal da superfíce da esfera e o raio tem a mesma direção, isto é:

As forças de superfície fundamentais p *iJ tornam -se simplificad as

devido a um termo contribuinte ser nu lo, isto é:

(r,I.n J. - r,J.n I.) = o (4.22)

O diferencial de área do setor de esfera pode ser esc ito co o:

(4.23)

Com isso, o segundo termo de (4.19) pode ser escrito como:

(4 .24)

Com o auxíli o de (4.24),(4.16), a identidade de Som igliana pode se r


representada por:
84

Ci/P)uj(p)+ fpij(p, s)uj(s)d!( s) = Juij(p, s)pj(s)d!(s)+


r r

+f uij (p, s)bj (s)dQ (i,j=1,2,3) (4.25)


.n

onde:

c ij (p) = (
27t2n- <~>) õij, com <l>
.
em radianos. (i ,j=1,2,3) (4.26)

Com isso, a identidade de Somiliana pode ser escrita numa forma


8- 1 UQI· 1 ou
·o ~-~ ~,... : OJ
1::Jt::;j ~ '"'n'"'"''"'"',.j,... pon+,... ... si+uadoc..:J ..,,.., ri'"'ml'ni'"' ,..,, , no
V VVIVV I I U U l l lU..:J IL IIV UU I IV \Jt...A I ""ntrwno
\JVIII.VI tI J

bastando adequar o valor de cij ao problema equivalente, isto é:

1, se p E Q
c ij(P) = (i,j=1 ,2,3) (4.27)
(2n - <!>)
, se p E r
2n

4.3.2 1 Representação integra! para o campo das tensões

De forma análoga ao campo de deslocamentos, a representação


integral ó dividida nas mesmas duas etapas .
O campo das tensões, para pontos de domínio, pode ser obtido a
partir de diferenciações nas equações que regem o campo dos
deslocamentos.
Com isso, a partir da identidade de Somigliana, uma equação integral
representando campo das tensões que um ponto p está sujeito, é dada por:
85

o
crii (p) =-f crijkukdr +f Eijkpkdr +f crijkbkdQ (4.28)
r r n

,,
Há necessidade de escrever-se o estado de tensões de pontos
situados no contorno do corpo. Análogo ao que acontece no campo de
deslocamentos, quando o ponto fonte se encontra sobre o contorno ocorrem
fortes singularidades no cálculo das integrais.
Um artifício análogo ao utilizado no campo dos deslocamentos pode
ser implementado para obtenção da equação integral, que representa o
estado de tensões. No caso de pontos situados sobre contorno sem
presença de angulosidades, a representação integral pode ser escrita como:

~ cr ii(p) =-f cr ijkuk dr +f Eijkp kdr +f cr ijk bkdn (4.29)


r r n

4.4) Corpos tridimensionais semi-infinitos

Para um meio contínuo sem i-infinito equações semelhantes as


montadas ante ri orm ente podem ser obtidas analoga e te , muda do-se
apenas a solução fundamental, que agora passa ser a de Mindlin. No estudo
que se refere este trabalho serão compatibilizados apenas os
deslocamentos verticais da interface placa-solo. Neste caso, a equação
integral para o deslocamento vertical é dada põr:

u3 =f u;3 p 3 d1 +f u;3 b 3 dQ (4.30)


r n
Observar que neste caso o coeficiente C 33 tem valor igual a um .
CAPÍTULO 5

MÉTODO DOS ELEMENTOS DE CONTORNO

5.1 ) Introdução

Neste capítulo é obtida a representação algébrica, a partir das


equações integrais, apresentadas no capítulo 4, para problemas
tridimensionais genéricos. Na seq üência é obtida a representação algébrica
de um meio contínuo semi-infinito, que será posteriormente utilizada
modelar o solo. Convém enfatizar que o sistema algébrico obtido pelo MEF
modelando a placa, e a representação algébrica obtida pelo MEC
modelando a superfície do solo serão acoplados no intuito determinar as
variáveis presentes na interação placa-solo.

5.2) Discretização das equações integrais

Escrevendo-se a identidade de Som igliana (4.13) na forma matricial


tem-se q e:

C U =-fP * r+ JU* Pdr+ JU * BdQ (5 .1)


-- ~ -- ~-- n- -

A solução exata de (5.1) não está disponível na maioria dos


problemas existentes. Uma alternativa, para superar este inconveniente, é
resolver as equações integrais numericamente.
A solução numérica req uer que a superfíci e de contorno r da região,
onde o problema elástico genérico esteja definido, seja dividido em um
,.
número finito de regiões menores, que são denominadas de elementos de
contorno. Na presença de forças volumétricas o domínio do corpo Q é
dividido em um número finito de sub-regiões chamadas de células, que são
representados na figura 5.1.
87

(o. ) ( b)

Figura 5. 1-Representação da discretização do corpo em elementos


de contorn o (a) e em células(b).

Ao computar-se a contribuição de cada elemento e de cada célula, as


de equações integrais (5.1 ) podem ser expressas de uma outra maneira, a
saber:

(5.2)

Onde:
n: é o número de elementos de contorno.
nce/: é o número de células do domínio.

un' pn : são os vetores dos valores nodais dos deslocamentos e


- k - k

forças de superfície, respectivamente, no elemento k.

8m : é o vetor dos valores nodais das forças volumétricas na


- I
,.
célula I.

<I> T , "''T :são as matrizes compostas por funções interpoladoras


das variáveis de contorno e das forças volumétricas , respectivamente.
88

O sistema de equações algébricas é obtido a partir do sistema de


equações integrais, através do cálculo das respectivas integrais. O
resultado das integrações nos elementos pode ser representado por:
.,

(5 .3)

(5.4)

b =
1
Ju* 'I' r dn (5 .5)
n

Através da somatória das sub-matrizes contribuintes dos elementos e


células, o sistema algébrico toma a forma de:

k=1 -
n
cu=- I,hk u~ + I,gkp~ + I,b
k=1 -
ncel

1=1 -
sr
1
(5.6)

O sistema, expresso por (5 .6),pode ainda ser escrito em matrizes


globais , isto é:

CU=-H +GP+DB (5.7)

A matriz C pode ser incorporada na matriz H, já que seus elementos

possuem as mesmas posições dos elementos das submatrizes da diagonal

principal de H, de forma que o sistema (5.8) pode ser escrito como:

HU=GP+DB (5.8)
89

Onde:
U, P : são os vetores que contêm as componentes de

deslocamentos e de forças de superfíci e, respectivamente, de todos os nós


associados às variáveis de contorno.
B : é o vetor que contém as componentes das forças de volume de

todos os nós discretizados no domínio


G, H, O : são as matrizes que contêm as contribuições de todas

sub-matrizes gk, hk, bk , respectivamente.

Após a imposição das cond ições de contorno em (5 .8) , seguida da


separação entre os termos co nhecidos e os desconhecidos, obtém-se um
sistema linear que pode se r apresentado como :

AY = F (5.8a)

Onde:
A é a matriz dos coeficientes conh ecidos , que multiplicam as

cógn itas do problema


Y :é o vetor das incógn itas do probl ema, que pode ser form ado

por deslocamentos e forças de superfície.


F :é o vetor dos termos independentes, cujo todos seus

elementos são conhec idos

Para encontrar as incógnitas do problema elástico basta utilizar os


..
procedimentos clássicos de res olução de sistemas lineares, enfatizando-se
que a matri z A não possui simetria.
90

Somente a determinação das variáveis no contorno não torna a


análise do problema elástico completa, restando-se ainda determinar os
deslocamentos e o estado de tensões dos pontos pertencentes ao domínio.
A equação integral (4.28), representando o campo das tensões, pode
ser escrita na forma matricial como:

cr = -fr s-* u- dr + rf E*- P- dr + nf s-* b- dn (5.9)

A discretização da equação integral (5.9) pode ser feita de maneira


análoga ao implementado na representação da identidade de Somigliana ,
de forma que a representação integra! para_ a_s tensões , levando-se em
conta a contribuição de cada elemento de contorno e de cada célula, pode
ser expressa por:

() = - !Üs_· ~ T dr Ju~ + !Ü~· ~ T dr JPk +

(5.1 O)

A representação algébrica das tensões pode ser obtida através do


cálcu lo das integrais contribuintes de cada elemento, isto é:

(5.11 )

.. (5.12)
91

(5.13)

Através da somatória das sub -matrizes contribuintes dos elementos, a


expressão algébrica toma a forma de:

n n ncel
cr =- Is k u~ + Ie k P~ +I t's r (5.14)
k= 1 - k=1 - 1=1 -

A expressão (5.14) pode ainda ser escrita em matrizes globais , isto


é:

cr = -S U+ EP+ TB (5. 15)

Onde:
S, E, T : são as matrizes que contêm as contribuições de todas

sub-matrizes s k, e k, tk , respectivamente.

Após a reso lução do sistema linear (5.8), as incógn itas associadas às


variáveis de contorno são determ inadas, de forma que o campo das tensões
pode ser obtido diretamente de (5. 15), uma vez que todos os veto res e
matrizes já são conhecidos.
A análise do prob lema elástico é finalizada com a determ inação do
terceiro campo, isto é: o estado de deformações. Aplicando a lei de Hooke
no campo das tens - e , obtém-se o campo das deformações do problema
elástico.
92

5.3) Contribuição do meio semi-infinito na interação placa-solo


\>

As representações integrais e algébricas para o método dos


elementos de contorno, até o momento apresentada, regem o
comportamento dos problemas elásticos tridimensionais. Como o objetivo
desta obra abrange apenas parte deles, as representações integrais e
algébricas serão adaptadas para os casos, em que são estudados
problemas de interação de certas estruturas com o meio contínuo semi-
infinito, isto é:
a) Interação placa-solo
b) Interação estaca-solo
c) Interação placa-estaca-solo

Neste cap ítulo é ap resentada a contribuição do semi-espaço no


problema da interação placa-solo. Esse problema incorpora a solução
fundamental de Boussinesq-Cerruti, e se as forças de volume forem
desprezadas, a representação integral pode ser escrita como:

ui= Juij(p,s)pj(s)df'(s), (i,j=1,2,3) (5 .16)


r

O problema analisado restringe-se a carregamentos aplicados


normalmente à "'upetiície do semi-espaço, o que necessitada que apenas o
eslocamento vertical seja compatibilizado nesta formulação . Com isso, a
representação integral do problema (5.16) pode ser simplificada para:

u3 =f u33(p, s)p3(s)df'(s) (5.17)


I'
r
93

5.3.1 ) Discretização da representação integral para a superfície


do solo

Implementando-se a discretização da equação integral (5.17), obtém -


se :
n
U3 =L f u;3(p, s)p3(s)dQel (s) (5.18)
1 nel

Onde:
Q 91: é o dom ínio do elemento de contorno .

n: é o número de elementos de contorno que compõem o contorno

Cabe ressaltar que o contorno é dividido em elementos de contorno


triangu lares, já que esta geometria perm ite aproximar diversas formas do
contorno . Admite-se também que as forças de superfície variam linearmente
ao longo do domínio do elemento como mostrado na figura 5.2

p
I

Figura5.2- Distribuição das forças de superfície ao longo do elemento


de contorno.

A função interpoladora das forças de superfície é uma equação de


um plano, portanto, pode ser expressa por:
94

(5.19)

Onde:
X18 , x28 : são as coordenadas do ponto s no sistema global de

referência (x 1 , x 2 ) .

Através de uma trans lação de eixos, as coordenadas do ponto s


- -
podem ser escritas em relação a um sistema (x1, X2 ), mostrado na figura

5.3

Figura 5.3 - Sistema local de coordenadas

(5.20)

- -
As forças de superfície, no sistema (Xl, X2 ), podem ser escritas
como:

- - -
p 3 = Aix1 + Bi x2 +Di (5.21 )

Onde:
95

(5.22)

Um método interessante, encontrado em PAIVA(1993), é transformar


a integração analítica (5. 18) sobre o domínio !"2 81 em uma integral

equivalente, que requer apenas integração ao longo do contorno do

elemento r el, isto é, ao longo dos lados do triângulo. o método é mostrado


a seguir:
- -
Tran sformando -se o sistema cartesiano local (Xt, X2) em um
sistema de coordenadas polares (r, 8) , as forças de superfície podem ser
escritas como:

-
p 3 =A i r cos 8 + Bi r sen 8 +D i (5.23)

e
dQ 81 = rdrd8 (5.24)

Com isso, a representação integral (5.18) para um elemento k pode


ser escrita como:

R
r Jr
,
k = J LA.. ir cos tt~ + 8 ir sen 8 + D i Ju *33
1
roratt
I IA

eo
(i, j=1,2,3) (5.25)

Particu larizando-se a equação (5.25) para o problema fundamental de


Boussinesq e calcu lando-se a integral ao longo do raio vetor r , tem -se que:
96

Através de relações de geometria plana, mostradas na figura 5.2 , o


diferencial angular de pode ser escrito em função do diferencial de
contorno do elemento d!el, isto é:

1\ 1\

de = n*r dr (5.27)
R el

Onde:
1\ 1\

n , r : são os versares de direção da normal do lado do elemento n


e do raio vetor de distância
R: é a distância entre o ponto fonte e pont campo.

Finalmente, substitu indo-se (5.27) em (5.26), obtém-se a integração


equivalente em função apenas do contorno do cé lula i, isto é:

(5.28)

Enfatizando-se que o ângu lo e é o tormado pelo raio vetor r e o eixo


X1 do sistema local de coordenadas.

Após efetu ar o cálculo das integrais indicadas , obtém-se a


representação algébrica do sol o dada por:

(5.29)

Onde:
P8 , U 8 são os vetores que contêm as forças de superfície e os

deslocamentos de tod os os nós dos elementos de contorno discretizados na


superfície do solo.
97

A matriz H 5 , para o caso em que malha discretiza parte da

superfície do semi-espaço, torna-se igual a matriz identidade. A matriz


G 5 armazena os coeficientes que multiplicam os elementos do vetor P5 .

,,
CAPÍTULO 6

MÉTODO DOS ELEMENTOS DE CONTORNO APLICADO AO SISTEMA


ESTACA-SOLO

6. 1) Introdução

No cap ítulo 5 foram apresentadas as equações integrais e a


discretização das mesmas, pelo método dos elementos de contorno, para
pontos-fonte e campo situados na superfície do sem i-espaço . Neste
cap ítu lo serão apresentadas as equações integrais, juntamente com sua
discretização , para o problema da estaca imersa no espaço semi-infinito,
sendo dada especial atenção para operações matriciais implementadas no
sistema algébrico, com intuito de escrever a contribuição dos pontos
discretizados no fu ste e na base da estaca em função do nó discretizado em
seu topo .

6.2) Hipóteses básicas

Existem diversos fatores que interferem no comportamento real do


co ju o es aca-solo, dentre eles, podem-se citar:
a) Propriedades físicas do solo e da estaca.
b) Tipo de execução da estaca.
c) Espaçamento das estacas .
d) Ordem de cravação.
e) Nível de carregame nto aplicado.
A formu lação apresentada, neste trabalho para análise numérica do
problema, incorpora apenas a influência de alguns fatores através de
hipóteses simplificadoras, a saber:
a) O espaçamento entre estacas é tomado como a distância eixo a
eixo .
99

b) O solo e a estaca são admitidos trabalhando no reg ime elástico


linear.
c) É admitido que as estacas estão totalmente imersas em um sem i-
espaço , elástico linear, homogêneo e isótropo .
d) A perturbação devida à presença das estacas no espaço semi-
infinito é desprezada.
e) O solo e as estacas estão livres de tensões iniciais decorrentes da
instalação das mesmas.
f) A superfície das estacas são adm itidas rugosas , de forma que inibe
o deslizamento na região da superfície de contato estaca-solo.
h) As forças volumétricas são desprezadas.
i) As estacas estão sujeitas apenas a carregamentos verticais .
j) A deformação radial da estaca é desprezada, portanto, havendo
compatibilidade apenas para os deslocamentos verticais.
O deslocamento de um ponto p, pertencente ao problema elástico
aq ui representado, isto é, superfície do semi-espaço interagindo com as
estacas, pode ser escrito como:

u3 (p) = Ju;3 p 3 dr+ ~{f u; 3 'tidrpi + Ju;3 cr idrbi } (6.1)


r 1- 1 rpi rbi

Onde:
np: é o número de estacas
: é uma sub-região do contorno do sem i-espaço onde p3 está

definido.
r pi e r bi : são o contorno do fuste e da base da estaca i,

respectivamente.
Como neste problema as tensões das estacas estão aplicadas
no interior do espaço sem i-infinito, portanto, a solução fu ndamental a
ser utilizadas é a de Mindlin.
A representação integral para o conjunto estaca-solo pode ser escrita
matricialmente como:
100

~ = fu_* ~dr+
r
I[ f
k=1 rpk
u* (6.2)

Onde:
P : é o vetor que representa as forças de superfície no contorno r.
't k, cr k : são os vetores que representam as tensões cisalhantes do

fuste e as tensões normais da base da estaca k, respectivamente.

6.3) Discretização da representação integral

Implementando-se a discretização da representação integral (6.2),


obtém-se:

1
~; ~{[ ~u~ ~- díP hP+ [~u~ ~ díbJad+
+ ±[J~*
r
1=1
~T dr]pin- (6.3)

Onde:

't np, cr np: são os valores nodais das tensões cisalhantes e normais
-k - k

na estaca k, rospectivame e.

P n : é o vetor das forças de superfíci e nodais dos elementos.

<p T , "~ T ,
1\,
m. T
""" :
-
sao as f unçoes
- .1n t erpo Iadoras para as tensoes
-

cisalhantes , tensões normais, forças de superfície, respectivamente.


101

PAIVA(1993) adm ite algumas hipóteses para as funções


interpoladoras da geometria e das variáveis de contorno para as estacas ,
mostradas na figura 6.1, a saber:

a) Um único elemento linear representa cada estaca.

b) As tensões de cisalhamento variam quadraticamente ao longo do


fuste, sendo definidos três nós funcionais para representá-las, de forma que
funções interpol adoras podem ser escritas como:

(l t ~ \1
; \911 L - 911 + 2)
tt'p1] - 2
tt' p2 - - 911 + 611 (6.4)
[
tt'p3 ~ (911 2 - 311)

Onde:

z
1
'11-
- - (6.5)
L

Onde:

z: rep resenta a cota de um ponto genérico pertencente à estaca


L: é o comprimento da estaca.

c) As tensões normais na base das estacas são admitidas com


distribuição un iforme na área da mesma, sendo representadas por um
quarto nó func ional .
102

Sup. do so lo
T pl

T p2

Figura 6.1 - Representação das fun ções interpoladoras na


estaca.

Os resu ltados do cálcu lo das integrais na estaca K e no elemento i


do contorno do sem i-espaço , podem ser representados por:

(6.6)

(6.7)

i
hcel = JU':' <I> T dr (6.8)
r - -

O sistema algébrico, que exp lícita a contribuição de cada elemento do


conjunto solo-estaca , pode ser expresso por:

(6.9)
103

.-
Ou

U = LT (6.9a)

U: é o vetor que contém os deslocamentos nodais discretizados na

superfície do semi -espaço e nas estacas.


T: é o vetor que contém as forças de superfície nodais referentes à

superfície do semi-espaço e as tensões nodais discretizadas nas estacas.


L : é a matriz de corre lação entre U e T

O sistema algébrico (6.9) pode se r dividido em duas partes : a


primeira envolvendo os deslocamentos dos pontos discretizados na
superfície do sem i-espaço Ur e segunda parte contém os po tos

discretizados sobre a estaca up' isto é:

Ur J
-
[R a ](Pr 1
= - -l-J
(6.1 O)
( ~ 'tr
- -

o vetor uppod e ser expand ido de forma a explicitar a contribu ição

de cada estaca, isto é:


104

R Q~

rkP 't~ (6.11 )

Explicitando-se apenas as linhas da matriz L referentes à estaca k,

no sistema dado por (6.11 ), tem -se que:

/ \ r l /
'
Umi bmi bmp bm,pl bm,p2 bm,p3 Pmi

Up bqi bqp bq,pl bq,p2 bq,p3 'ti


upi bri brp br,pl br,p2 br,p3 't 2
u p2 bsi bs p bs,pl bs,p2 bs,p3 't3
Up3 bti btp bt,pl bt,p2 bt,p3 ()

(6.12)

Adm itindo-se que a estaca é rígida, todos os pontos definidos sobre


ela têm o mesmo deslocamento, de form a que o sistema (6.1 2) pode se r
alterado para:
105

Umi bmi bmp bm,p1 bm,p2 bm,p3 Pmi

o
Up bq i bqp bq,p1 bq,p2 bq,p3 't1
Up bri brp br,p1 br,p2 br,p3 't 2
Up bsi bsp bs,p1 bs,p2 bs,p3 't3
Up bti btp bt,p1 bt,p2 bt,p3 (j

(6.1 3)

Escrevendo-se (6 .13) na forma inversa, as linhas da matriz L- 1 ,

referentes à estaca k , podem ser expressas por:

Pmi ami amp am,pl am,p2 am,p3 Umi

'tl aqi aqp aq,pl aq,pz aq,ps uP


'tz a ri arp ar,pl ar,p2 ar,ps Up
'tg as i asp as,pl as,p2 as,p3 Up

a ti atp at,pl at,pz at,ps up

(6.14)

A representação integral da carga transmitida à estaca é dada


por:

PE = f u; 3 'tPdrP + f u; 3 crbdrb (6.15)


rp rb
Q
106

A tensão no topo da estaca pode ser obtida pela divisão de (6.1 5)


pela área da base da mesma:

(6.1 6)

Onde:

(6.16a)

(6.16b)

c3 = nRb
A
J1 ep3 IJId11 = ~
2R (6.16c)
b o b

(6.16d)

1
As linhas da matriz - , correspondentes à estaca k, podem ser

multiplicadas respectivamente por constantes c1 ,c2,c3,C4 assirn Cõ o as

linhas do vetor 't. Quando for feita a soma das linhas correspondentes à

estaca k, e ainda substituindo-se a equação (6.16) no vetor 't, obtém-se:

(6.17)

Repetindo-se o processo para tod as as estacas, o sistema de


equações pode ser escrito como :
107

PJ au a 1z a ln *
a lk *
a ip ul

Pz az1 azz azn *


azk *
azk Uz

Pn anl anz a nn a *nk *


apk Un
(6.18)

()~ *
a ki *
a kz *
a kn a *kk *
a kp
uk
p

crP * * * * * uPp
E apl apz apn apk aPP

No caso de estacas flexíveis, um procedimento análogo ao das


estacas rígidas pode ser implementado , no entanto , há necessidade que
seja incorporada ao sistema algébrico equações que re lacionem os
deslocamentos dos pontos discretizados sobre a estaca entre si.
Como é assumido que a estaca está sujeita a apenas carregamentos
ve rticais, a deformação axial de um ponto genérico é dada por:

u3,z -- A- FEz (6.19)


p p

Onde:

(6.18a)

Onde :
Fz: é a força de com pressão que atua em uma altu ra z da estaca
Ap: é a área transversal da estaca
Ep: é o módulo de elasticidade longitudinal da estaca.
108

Rp: é o raio da estaca.

Os deslocamentos dos pontos discretizados sobre a estaca podem


ser representados:

(6.19)

Integrando (6.17) e impondo-se a condição de contorno u = up


quando z = O , obtém -se a expressão do deslocamento axial da estaca.
Escrevendo -se esta expressão para os quatro pontos nodais localizados na
estaca obtém -se:

Up fl Up

upl f2 uP
+ (6.20)
Up 2 f3 Up

up 3 f4 uP

O de:
up, up 1 , up 2 , uP 3 : são os deslocamentos no topo, no fuste e na

base da estaca. As tunçoes fi são dadas por:

(6.2 a)

(6.20b)

(6.20c)
109

(6.20d)

,..
(6.20e)

(6.20f)

11 assume os valores O, 1/3, 2/3, 1 quando o ponto fonte estiver


sobre os 3 nós do fuste e sobre o nó da base, respectivamente.

Ao incorporar-se o sistema dado em (6.20) ao sistema (6.12), tem-se


um novo sistema algébrico, isto é:

U mi b mi b mp b m,pl b m,p2 b m,p3 P mi

uP =
bqi 0.} bq,pl bq,p2 bq,p3 'tl
Up b ri b rp 0.2 b r,p2 b r,p 3 't2

Up j b si b sp b s,pl <XJ h
'"" S,p3 -"3
Up bti btp bt,pl bt,p2 0.4 O"
j\. )

(6.21 )

Onde:

(6.2 1a)

(6.21 b)
110

(6.21 c)

(6. 21d)

Convém ressaltar que a diferença existente entre o sistema (6.13) e o


(6.21) está em alguns termos da matriz L , que foram afetados pela

flexibilidade axial da estaca. Já o vetores U e T permanecem inalterados,

de forma que todos os passos aplicados da equação (6.1 3) até a (6.18) para
a estaca rígida podem ser repetidos, a partir da equação (6.21 ), para as
estacas flexíveis .

6.4) Integração numérica

Quando o ponto fonte p está no interior e o de campo s pertence à


superfície, mostrado na figura 6.2, pode-se utilizar do procedimento de
transformar as integrais no domínio do elemento de conto rn o em integrais
ao longo de se c n rn , analogamen e ao q e f i m s rado o capí ui
anterior, só q e a sol ção tilizada em (5.28 ) é a de Mindlin . A integ ração
sobre um elemento de contorno i é apresentada a seguir, e foi extraída de
PAIVA(1993).
/ ..-:.:..___ _:_R:..L....-_---r

1 R

' 1
--~------r - p

Figura 6.2- Integração na célula com o ponto fonte no interior do


semi-espaço .
111

h; = f{~ (A;x 1 +B;x 2 )[af 1 -~f 2 ]+


rei
1\ 1\

(6.22)

Onde:

(6. 23)

(6.24)

(6. 25)

(6.26)

(6.27)

1- '\)
a = s (6.28)
nE 8

(6.29)
112

Quando os pontos fonte e campo estão na superfície do semi-


espaço, a solução utilizada é a de Boussinesq, portanto, recaindo-se no
cálculo da integrais numéricas discutidas no capítulo anterior.
"

'I

,,
CAPÍTULO 7
r,

COMBI NAÇÃO ENTRE O MEC E O MEF

7.1 ) Introdução

No capítulo 3 é apresentado o sistema algébrico obtido a partir


do método dos elementos finito s (M EC) modelando a placa. Já no capítulos
5 e 6 são apresentados os sistemas algébricos oriundos do método dos
elementos de contorn o modelando a superfície do sem i-espaço e as estacas
nele imersas . Neste capítu lo é apresentada a combinação entre os sistemas
algébricos oriundos MEF e do MEC , de modo que as variáveis dos
problemas da inte ração pl aca-solo e pl aca-estaca-solo sejam determinadas .
A combinação entre as duas técnicas numéricas podem ser obtidas
de algumas maneiras, dentre elas, podem-se citar:
•)
a) Tratar a região discretizada em elementos de contorno como
elemento finito equivalente . Esta técnica consiste em monta r uma matriz de
rigidez equivalente advinda da reg ião discretizada em MEC.
b) Tratar a região discretizada em element s tini s com elemen o
de contorno equivalente.
Como um dos objetivos deste trabalho é a influência do solo na matriz
de rigidez da estrutura, a prim eira técnica é a que será implementada na
form ulação .

7.2) Sistema Placa -Solo

Seja 0 1 a superfície de uma placa discretizada em elementos finitos

e n2 outra superfície do solo discretizada em elementos de contorno


mostradas na figura 7. 1.
114

ploco ,--------- ~~olho o (eM MEF)

" ~====:::c==:!- Molho b (e M MECl


/////1/// solo ///////////

Molho b
~~olho o

Figura 7.1 - Reg iões discretizadas em MEC e MEF

As forças presentes no sistema placa-solo são mostradas na figura


7.2.

·}

...I

III I solo IIIII


Figura 7.2- Forças presentes na interação p l aGa-~o l .

O funcional da placa, com a contribuição do carregamento tran sversal


externo e da reação do solo, pode ser escrito como:

n = nP - f g(x, y)w(x, y)dQ + f p(x, y)w(x, y)dQ (7.1 )


n n
115

Ou
nel
n = n P -I f g(x, y)w( x, y)dQel +
1 nel
nel
+I f p(x, y)w( x, y)dQ e1 (7.2)
1 nel

Onde:
nel: é o numero de elementos de contorno.
nel : é o domínio de um elemento de contorno.

Convém ressaltar que tanto para a placa quanto para a superfície do


solo, utiliza-se a mesma discretização , de maneira que os elementos finitos
e os elementos de contorno são idênticos em número e na geometria.
Computando a contribuição de um elemento finito, pode-se escrever
(7.2), at icialmente, como:

(7.3)

Onde:
Uc : é vetor dos deslocamentos de um elemento finito contendo

tanto os proven ientes de rotação, quanto os de trans lação .


Kc : é a matriz de rig idez de placa referida a um elemento finito

Fc : é o vetor das forças nodais equivalentes em um elemento finito

proveniente do carregamento transversa l externo.

Uc : é o vetor dos deslocamentos de um elemento de contorno

co ntendo apenas deslocamentos de trans lação.


116

P c : é o vetor das forças de superfície da interface placa-solo de um

elemento de contorno.
Q : é a matriz de transformação dada por (3.98)

Devido à ausência dos deslocamentos de rotação em Uc e a

inexistência qualquer força associada à rotação em P c , fazem com que

esses vetores tenham ordem menor que Uc e Fc . Com a fin alidade de

compatibilizar a ordem dos vetores Uc e Pc com Uc e Fc ,

respectivamente, inserem-se zeros na matriz Q, que passa a ser

denominada Q e podendo ser escrita como:

o o o o o o
í~
1 1
o o o o o o o o
o o o o o o o o o
"'
I o o 2 o o 1 o o
- A
0 =- o o o o o o o o o (7.4)
12
o o o o o o o o o
1 o o 1 o o 2 o o
o o o o o o o o o
o o o o o o o o o

Com isso , pode-se escrever Uc como um vetor igual a Uc, e Pc

como Pc , isto é:
11 7

(7.5)

(7.6)

Após as expansões , acima mencionadas, pode-se escrever (7.3)


como:

(7.7)

Fazendo-se a somató ri a da co ntribu ição de todas as cé lulas. seguida


da minimização do funcional de energia, obtém-se:

K U = F- QP (7.8)

Onde :
U: é o vetor dos deslocamentos composto por todos os nós dos

elementos finitos.
F: é o ve o das ca gas odais equivale tes o iu do do

carregamento externo e composto por todos os nós dos elementos finitos.


P: é o vetor expandido das forças de superfície devido a reação do

solo e composto por todos os nós dos elementos de contorno


K : é a matriz de rigidez global da placa.

Q : é a matriz de transform ação expandida relativa à contribuição de

todos os elementos de contorno.


118

A representação algébrica do método dos elementos de contorno


para o semi-espaço infinito, desprezando-se as forças de volume e a partir
de (5.8), pode ser apresentada como:

HUs = GP s (7.9)

Onde:

Us, P s são os vetores de deslocamento de translação e forças de

superfície, respectivamente, que recebem contribuições de todos os

elementos de contorno, enfatizando-se que P s tem ordem três vezes

menor que o vetor expandido P.

O sistema algébrico (7.9) pode ser escrito como:

Ps = MUs (7.1 O)

Onde:

(7. i i )

A matriz Hé igual a matriz identidade, já que a superfície é suposta

livre de forças de superfície, portanto, (7.11) pode ainda ser escrita como:

(7.1 2)

- -1 -
Adicionando-se linhas e colunas de zeros em G , Us pode ser

escrito como U. Com isso, a partir de (7.1 O) e (7.12), obtém-se:


119

(7.13)

Onde:

1 - -1
G- : é a matriz G após a expan são.

Substituindo-se (7.1 3) em (7.8), obtém-se :

KU = F-QG - 1 U (7. 14)

Reag rupando-se a representação algébrica (7.14), tem-se que:

(7.15)

Com :

(7.16)

Onde:

K 2 : é a matriz de rigidez do sistema placa-solo após combinação do

MEC com o MEF.


120

7.3) Sistema placa-estaca-solo


r

No sistema placa-estaca-solo pode ser adotado o mesmo


procedimento de combinação utilizado no sistema placa-solo, diferindo-se
apenas nos valores dos elementos da matriz de transformação. Quando
uma estaca está presente na célula algumas regiões da mesma deixa de
desenvolver forças de superfície.
Supondo que a estaca esteja locada no nó 1 da célula j, uma
alternativa consiste em eliminar os elementos da matriz que contribuem
com o nó 1. O setor de círculo do topo da estaca que está em contato com a
célula j, mostrado na figura 7.3, contribu i na matriz de transformação na
r4ia,...l'\"""" l prinl"inal
UI ~VIU...4 1111\Jit-' I
na
li
nr.c - rir. e lornentr.
il" a-n
t-'"'"""'Y \,ooo- · - ··· I -
Q 11 ri!:! rnatri7
-- 111 .. . . _
Q •

Co isso , a matriz de transformação , quando há presença de estaca


na célula, pode ser escrita como:

6<1> R~ 1 1
A A
0=- o 2 1
2
o 1 2

Figura 7.3- Nó com presença de estaca.


121

Onde:
A: Área do elemento de contorno
Rb: Raio da estaca
<1>: Ângulo central do setor de círcu lo

Quando há ausência de estaca na célula, a matriz de transformação


tem a mesma forma ap resentada no capítulo 3 pela equação (3.99).
CAPÍTULO 8

EXEMPLOS NUMÉRICOS

8.1 )Introdução

Neste capítu lo são apresentados os resu ltados da simu lação


numérica da formulação proposta, e seu desempenho é comparado com
outras formulações quando disponíveis na literatura pesquisada. A
seqüência de apresentação dos resu ltados segue a mesma da exposição
dos fundamentos desta formu lação, isto é: Interação placa-solo, i te ação
estaca-solo e interação placa-estaca-solo.

8.2)1nteração placa-solo

Neste problema admite-se uma placa apoiada sobre o meio semi-


infin ito elástico linear, contínuo, homogêneo e isótropo. A simu lação
numérica desta formu lação para o problema placa-solo envolve dois tipos
de geometria de placa: quadrada e circular.

8.2.1) Placa quadrada

A placa quad rada , cujos lados medem 12m e com espessu ra de 0. 1


m, está apoiada sobre o solo, que possui mód ulo de elasticidade
6 2
E5 =0,26* 10 kN/m e módulo de Poisson v 5 =0,3. Um fator de rigidez relativa
entre a placa e o solo é apresentado em CHEU NG & ZIENKIEWI CZ(1 965),
a saber:
,.

(8.1)
123

Onde a= ( ~) , sendo L o lado da placa.

A placa quad rada fo i analisada assumindo três valores para o fator


de rigidez relativa X, de forma que placas com diferentes rigidezes podem
ser representadas. Os valores Log X= 1.8561, Log X= 1.08 e

e Log X = 0.0 correspondem a placa flexível, com rigidez intemediária e

rígida , respectivamente . A malha utilizada para discretizar a placa e a


superfície do solo contém 128 elementos triangu lares , conforme ind icado na
figura 8.1.

(
i
1-
I '
'
I/
/

Bl/ / /
/
/
/
[/
/

/
1 I ,.,
111
plnt n

I
\\\111
solo
111\\\
I
1-llfl
__L
I

,,,
,.,

I I t-I Ir n

i I i I I I

l_l_L 'l l I f I
C'

I! T l l 1 tn
~
íil 1\\/// /// ,, /li

f----!c.lt r•r---

Figura 8.1 - Ma!ha utilizada na modelagem e os tipos de


carregamentos analisados.

A primeira análise consiste em uma pl aca rígid a sujeita a um


carregamento concentrado no ponto B indicado na 8.1 . Na tabela1
encontram-se os resultados obtidos com a formu lação proposta e os de
...
outras pesqu isadores. MESSAFER & COATES(1990) , que será indicado
como M. & C. (1990), estudou este problema através de uma combinação
MEF-MEC em que a placa é dividida em 100 elementos finitos
quadrangulares com igual número de elementos de contorno modelando o
124

solo. Enfatizando-se que o elemento finito utilizado foi o ACM(Adini, Clough


& Melosh). O trabalho de GORBUNOV-POSSADOV &
SEREBRJANYI(1961), que será indicado como G. & S. (1961), apresenta
resultados computados analiticamente. PAIVA(1 993) modela tanto o solo
quanto a placa pelo MEC, sendo que a interface placa-solo é dividida em
128 elementos triangulares e o contorno da placa em 32 elementos de igual
comprimento. Pode-se observar que os resultados obtidos com a formulação
proposta estão de acordo com as demais indicadas na tabela 8.1.

1 Ref. w*109 (m) Reação do solo (N/m2)


PAIVA 1993 0,216 0,0045
M. & C. 1990 0,24 0,0038
G.& S. 1961 0, 26 0,004
(HSM)-MEC 0,2122 0,00419
(DKT)-MEC 0,2124 0,00423

Tabela 8.1 - deslocamento vertical no centro de uma placa rígida apoiada no


solo

A seg ui r são apresentados resultados para uma placa fl exível sendo


admitido o módulo de elasticidade correspondente a Log X = 1.8561 .Um

carregamento concentrado é aplicado sobre a placa no ponto B indicados


na figura 8.1 . Nas figuras 8. 2 a 8.5 são representados os momentos fletores
, deslocamentos e reação do solo desta análise. Os resu ltados obtidos pela
combinação DKT&HSM-MEC apresentam valores menos discrepantes em
relação à formulação de Paiva, que modela o conjunto unicamente pelo
MEC.
125

0,25

0,2 --<>-- DKT-MEC


-B- HSM-MEC

O, 15 -is- Paiva (1993)


---6- M. & C. (1990)
Ê
c: 0,1
><
~
0,05

o
1,2 1,5 3

-0,05
D(m)

Figura 8.2- Momentos na direção x ao longo de A-B em uma placa


flexível sujeita a uma força concentrada em seu
centro.

0,25

0,2 --<>-- DKT-MEC


- o - HSM-MEC
-is- Paiva (1993)
~ 0,15 - M. & C. (1990)
.§.
c:
>.
~ 0,1

0,05

o 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6


D(m)

Figura 8.3- Momentos na direção y ao longo de A-B em uma placa


flexível sujeita a uma força concentrada em seu centro.
126

0,6

0,5

c:
.
!
00
+
0,3

w
~ 0,2 ~ DKT-MEC

-D- HSM-MEC
- â - Paiva (1993)
0,1 -
-6-- M. & C. (1900)

0 ~---4----~----4-----r----4----~----4-----r---~

o 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6


D(m)

Figura 8.4- Desloca mentos verti ca is ao longo de A-B em uma placa


fl exível sujeita a uma força concentrada em seu centro.

0,08 1

I
0,07

0,06 -
~ D KT-M EC

0,05 t ~ HSM-MI:::C
I
....f
c:
ii!
O,M t - â - Paiva (1 993)
-6-- M. & C. (1900)

0,03 1
e:.
0,02

0,01

o
1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
-0,01 - -- -
D (m)

Figu ra 8.5- Reação do solo ao longo de A-B em uma placa flexível


sujeita a uma fo rça con centrada em seu centro.
127

A terceira análise envolvendo a placa quadrada apoiada sobre o solo


simula o problema de um carregamento uniformemente distribuído aplicado
sobre uma placa com rigidez intermediária com módulo de elasticidade
correspondente a Log X =1.08. As figuras 8.6 a 8.9 ilustram o

desempenho obtido por esta formulação representando os momentos


fletores, deslocamentos, reação do solo. Não é observado grandes
discrepâncias entre os resultados obtidos por esta formu lação e as demais
aqu i apresentadas. Mais uma vez é observado resu ltados mais
concordantes com PAIVA(1 993).

3,5

2,5

2
;;-
.5.
c; 1,5
)(
~ --<>-- DKT-MEC
-D- HSM-MEC
-6-- Paiva (1 993)
0, 5
M. & C. (1900)

o
1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
-0.5
D(m)

Figura 8.6- Momento.s na direção x ao longo de A-B em uma placa


com rigidez intermed iária sujeita a um carregamento uniformemente
distribuído.

·'
128

4 -

3, 5

1,5

-<>- DKT-MEC
-G- HSM-MEC
-ls- Paiva (1 993)
0,5 ~ M. &C. (1990)

0 +-----+-----r-----~--~-----1-----+-----+-----+----~
o 1,2 í ,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
D (m)

Figura 8.7- Momentos na direção y ao longo de A-B em uma placa


com rigidez intermed iária sujeita ao carregamento un iformemente
dist ibuído.

3,5 9
j
3 ~
z
~

§. 2 ,5
CD
t1io 2
..-
te; 1,5
!.
-G- HSM-MEC
-ls-- Paiva (1993)
0,5 ~ M. & C. (1990)

0 +-----~-----1------+-----~----~------+------r----~

o 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6


D (m)

Figura 8.8-Deslocamentos verticais ao longo de A-B em uma placa


com rigidez interm. sujeita a um carregamento uniformemente distribu ído.
129

3,5

3
- --- -- --
-l
~ DKT-ME C

-D- HSM-MEC
---A- Paiva (1993)
2 - e - M. & C. (1 900)
C)
c.

0 +-----+-----+-----+-----+-----+-----+-----+---~
o 1,2 1,5 2,4 3 3,6 4,5 4,8 6
D(m)

Figura 8.9-Reação do solo ao longo de A-B em uma placa flexível


sujeita a um carregamento uniformemente distribuído.

8.2.2)Piaca circular

Nesta seção é analisada uma placa circu lar, ~om ra io a e espessura


t, apoiada no espaço semi-infinito. Um carregamento uniforme , de
intensidade g , é assumido estar distribuído sobre a superfície plena da
placa . As propriedades do espaço semi-inifinito são descritas pelo módulo
de Yo ung Es e coeficiente de Poisson u 5 . Um fator de rigidez re lativa Kz,

entre a placa e o solo, é citado em ZAMAN et al. (1988), a saber:

R_
P -
n
6 (1- u ~ )
K _ n ___e_
E
z - 6 ( E5
J(at) 3 (8.2)

.~
130

Os deslocamentos, na forma adimensional, são apresentados em


ZAMAN et al.(1988), como:

w * (p) = Es w(p) (8.3)


ga(l- u;)

Onde:

r
p= -
a

r : é uma posição genérica de um ponto situado no intevalo O s r s a .

w * : é o deslocamento ad imensional.
w : é o deslocamento real

A placa é discretizada numa malha com 184 elementos triangulares,


figura 8.1 O, e analisada para diferentes rigidezes. É admitido que o fator de
rig idez relativa assume os va lores 0.1, 1.0, 1O para placas flexível, com
igidez inter ed iá ia e ígida, espec iva ente .

. I 11111 11111

' / /\.
• i: J;'_L_3- 'I '

16.0 1·n

Figura 8.1O-Placa circu lar apoiada sobre o solo: ca rregamento e malha de


elementos finitos e de elementos de contorno adotados .
131

A placa circular tem 8.0 m de raio e coeficiente de Poisson o=0.3 e


está submetida a um carregamento uniformemente distribuído. A seguir são
apresentados resultados obtidos por esta formulação assim como os obtidos
por ZAMAN et al.(1988), que utiliza uma formulação analítica escrevendo os
deslocamentos transversais em função de uma série de potência . Na figura
8.11 está indicado o deslocamento vertica l do ponto A em fun ção a vari ação
do fator de rigid ez relativa. Já na figura 8.12 são mostrados deslocamentos
de pontos em função de sua distânci a do centro da pl aca . Pode-se observar
pouca discrepância entre os resultados analíticos de ZAMAN et ai. (1988) e
os obtidos por esta formulação .

.,

1,8

1,6

1,4

1,2

·:: 1

0,8

0,6
J-<>- UKl -MEC I
0,41 1-D- HSM-MEC
--lr- ZAMAN et ai. (1988)
0,2 -
0 ~.------~------~------+-------~----_,------~

-2,000 -1 ,500 -1,000 -0,500 0,000 0,500 1,000


L Kz

Figura 8.11 -Deslocamento do ponto central A da placa circular em


função da rigidez da placa .
132

2 - - - - - -,
I
1,8 -

1,6

1,4

1,2

·:::
0,8

0,6
----<>-- DKT-MEC
0,4
~ HSM-MEC

0,2 --6-- Zaman et ai. (1998)

o
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00
r /a

Figura 8.12-Deslocamentos vertica is da placa circular ao longo do


eixo A-8

8.3) Interação entre um grupo de estacas e o solo

A análise estaca-solo consiste em problemas que apenas as estacas


estão em co ntato com o solo. Para simular os casos em que ocorrem ta is
problemas, é admitido que as estacas, pertencentes a um mesmo grupo de
estacas, estão ligadas entre si por um bloco rígido, que por sua vez, não
tem contato com a superfície do solo. As figuras 8.13 e 8.15 il ustram a
existência de uma altura livre entre bloco rígido e a superfície do solo. Nas
figuras 8.14 e 8.16 são ind icados os resu ltados obtidos por esta formulação
assim como os obtidos a BUTTERF IELD & BAN ERJEE(1 97 1a) cuja
formul ação co nsidera a tensão de cisalhamento ao longo do fu ste constante
para cada 1 dos 16 elementos de co ntorno discretizados na estaca . Convém
antes da apresentação das figuras, que ilustram o comportamento de 1 e 2
133

estacas isoladas, definir um fator Kp que relaciona a carga aplicada sobre as


·. ·
estacas e o deslocamentos de seus respectivos topos, isto é:

K = p (8.4)
P G s wD

Onde :

P: é a carg a aplicada sobre a estaca.


D: é o diâmetro da estaca .
G 5 :é o módulo de elasticidade transve sal do solo.

A relação entre o módu lo de elasticidade longitud inal da estaca e o


"
E
módulo de elasticidade transversal do solo _P é assumida igual a 6000.
Gs

I
l_ _ _ _ _L

lf .. !.
tl/j/fll/i//llll//11
f/l!i!!llll//1/!i/!1
I

li
I I

~
Figura 8.13- Esquema representati vo de uma estaca isolada no semi-
espaço .
134

80
Ep/Gs=6000
70

" 60

50
5'
s:
(!) 40
~
30

20
-<>- DKT-MEC
10 -o- 8. & 8. (1971)

o
o 10 20 30 40 50 60 70 80 90
LID

Figura 8.14-Relação carga-deslocamento de uma estaca flexível


isolada em função de seu comprimento.
'I

----++----~ -

;111.!7!.!.{1'. ! IÍÍíl/:ffííí$f/jl I
.:;oi<)
li
I I
I I
!I
L

J--
I

I
__l

Figura 8.15-Esquema representativa de duas estacas isoladas no


semi-espaço .
135

,,

35 -------
Ep/Gs=6000
30 -

25 -

ê 20
~
ir 15
--+-- DKT- MEC
10 -o-- B. & B. (1971 )
5

0 -r--------r------~--------~
10 20 30 40
/D

Figura 8.16- relação carga-deslocamento de duas estacas flexíveis


isoladas em fu nção de seus comprimentos.

Este mesmo exemplo de duas estacas foi analisado considerando-se


o contato entre a placa rígida e o solo. Com isso, o módulo da placa é
admitido assumir um valor infinito. Nas figuras 8.17 e 8.1 8 estão indicadas a
malha e a relação carga-deslocamento. Nesta ' ltima fig ra KP é dado pela

expressão (8 4) P de-se observar concordância dos res 1!tados da


formulação proposta com os fornecidos por BUTTERFIELD &
BANERJEE(1971 b) .

..

Figura 8.17 -Malha util izada na placa ríg ida em contato com o solo e apoiada
sobre 2 estacas.
136

120 ------ - - - --- -- - - - - - - - ----


Ep/Gs=6000
100 --

40
---<>- DKT-MEC
20 -o- B. & B. (1971 b)

0 --~--------~----------T----------+--------~

20 40 60 80 100

/D

Figura 8.18-Relação carga-deslocamento para um bloco rígido


apoiado sobre estacas flexíveis.

8.4)1nteração placa-estaca-solo

A análise da interação placa-estaca-sol o engloba as demais


interações discutidas até aqui. T ês tipos de p oble as fo a analisados:
primeiro considera um dos lados da placa muito maior que o outro. O caso
que representa esta situação é uma sapata lvnga apoi ada sobre 4 estacas.
O segundo problema envolve placas com lados com mesma ordem de
grandeza, sendo o caso analisado de uma placa retangular apoiada sobre 9
estacas. O terceiro tipo envolve a análise de placa circu lares com geometria
aproximadas por segmentos de reta. O exemplo analisado foi uma placa
circular apoiada sobre 4 estacas.
137

8.4.1) sapata longa apoiada sobre 4 estacas

A sapata longa tem dimensões 25X2.5X0.079 m, módulo de


o

elasticidade long itudinal Ep=2X10 10 N/m2 , coeficiente de Poisson vp=0.3. O


2
solo tem coeficiente de deformação longitudinal E=2X10 6 N/m e coeficiente
de Poisson v=0.5 . A malha utilizada na discretização do problema possui
96 elementos finitos modelando a sapata e outro igual número de elementos
de contorno modelando a interface placa-solo e estão ilustrados na figura
8.19. Um carregamento unitário uniformemente distribuído está aplicado em
toda superfície da sapata. Nas figuras 8.20 e 8.2 1 constam os resultados
obtidos por esta formulação assim como os contidos em PAIVA (1993) que
discretizou a interface sapata-solo em 96 elementos de contorno . Pode-se
observar uma boa concordância entre os resultados obtidos .

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Figura8 .19-Esquema representativo da sapata longa apoiada sobre


quatro estacas.
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138

1,8

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::!!: 1,2 ~-==:;~""'-..
'E
- 1
"'+
~
.~
..... 0,8

0,6
~ DKT-MEC

-o- HSM-MEC
0,4 ---â- Paiva (1993)

0,2
D(m)
0 -~----~----~----~----~----~----~----~--~
o 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5

Figura 8.20- Deslocamentos ao longo da linha A-B, em uma sapata


longa sobre quatro estacas rígidas.

1,8

"'o+
~ 0,8
.
.....
I~DKT-MEC I
~ 0,6 -D- H M-iVIE
0,4 l _ ; - Paiva(i993)

0,2

0 +-----+-----4-----~----~----~-----+-----+----~

o 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5


D(m)

Figura 8.21 - Deslocamentos ao longo da linha C-D, em uma sapata longa


sobre quatro estacas rígidas.

Nas figuras 8.22 e 8.23 são indicados resu ltados obtidos


considerando-se as estacas flexíveis.
139

1,8

1,6 -
.~
Ep/Gs=6000
_ 1,4
z
.:.:
;;-
1,2
.5.
<O
+
w
....o
~ 0,8
3 -<>-- DKT-MEC
- 0,6
-o- HSM-MEC
0,4

0,2

o
o 1,5625 3,125 4,6875 6,25 7, 8125 9,375 10,9375 12,5
D(m)

Figura 8.22- Deslocamentos ao longo da linha A-8, em uma sapata


longa sobre quatro estacas flexíveis.

1,8

1,6
Ep/Gs=6000
1,4

~ 1,2
§.
<O
1
+
w
.
~ 0,8
c;
l 0,6
-<>-- DKT-MEC
_, - HSM-MEC I I

0,4 1
0,2 -

o +-----~1------+l----~~------+l----~1------+1----~~----~

o 1,5625 3, 125 4,6875 6,25 7,8125 9,375 10,9375 12,5


D(m)

Figura 8.23- Deslocamentos ao longo da li nha C-D, em uma sapata


longa sobre quatro estacas fl exíveis.
140

8.4.2) Placa retangular apoiada sobre 9 estacas

A placa retangular tem dimensões (30X15 m) e espessura (0.25 m).

" Suas propriedades consistem de um módulo de elasti cidade E=2.0 107


kN/m 2 e de um coefi ciente de Poi sson u =0.2 . As propriedades fí sicas do
solo apresenta um módulo de elasticidade Es=2.0 105 kN/m 2 e um
coeficiente de Poisson u 5 =0.5.As 9 estacas possuem comprimentos iguais a
15.0 m e diâmetros iguais a 0.30 m. Quando analisadas como fl exíveis, as
estacas foram admitidas terem um módulo de elasticidade Ep=4.0 108 kN/m 2 .
A malha utilizada é dividida em 256 elementos finitos triangulares
modelando a placa e outro igual número de elementos de contorno
triang ulares modelando a interface placa-solo mostrada na figüra 8.24. U ,
carregamento g=30.0 kN/ m2 un iformemente distribuído está ap licado ao
'·' longo de toda superfície da placa .

Os resu ltados da análise estão apresentados nas figuras 8.25


juntamente os va lores obtidos em PAIVA(1993), cuja discretização da
interface pl aca-solo contém 256 elementos de co ntorn o tri angulares . Pode-
se observar um bom comportamento entre os resu ltados oriundos da
formulação proposta e os da formulação encontrada em PAIVA (1 993).
Na figura 8.26 são indicados os resultados obtidos considerando-se a
flexibilidade axiai da estacas.
141

~- '·c)_l
- ( , ..1 ~ 7.50 ,., r--7 50 ,.,-t - 7.5CI r·r --j
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l _i _ L _
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I l i L l _L i L_l_ i ___j____j__
I

Figura 8.24- Malha de elementos finitos e de contorno utilizada na


modelagem da placa apoiada sobre 9 estacas.
142

0,2500

- 0,1500
.§.
..."o
•;: O, 1000

-<>-- DKT-MEC
-D- HSM-MEC
0,0500 -
~ Paiva(1993)

0,0000 + - - - + - - - - - - t - - - - - t - - - - t - -- t - -- - t - -- ----t-- ------1


o 1,875 3,75 5,625 7,5 9,375 11,25 13,125 15
...
, ,
....nt""\

Figura 8.25- Deslocamentos ao longo da linha A-8 em uma placa


retangular apoiada sobre nove estacas rígidas.

0,2500 í
0.2=t/ Ep/Gs=GOOO

f 'soof
,....
·:: 0,1000 -

-<>-- DKT-MEC
0,0500 O HSM-MEC

0,0000 +-- - t - - - - - t -- - 1 - - - - + -- - + - - - t - - - - - t -- ---1


o 1,875 ,75 5,625 7,5 9,375 11,25 13,1 25 15
D(m)

Figura8.26- Deslocamentos ao longo da linha A-B em uma placa


retangu lar apoiada sobre nove estacas flexíveis.
143

8.4.3) Placa circular apoiada sobre 4 estacas

A placa circular com diâmetro 16.0 m e espessura (0.10 m).


10
Suas propriedades consistem de um módulo de elasticidade E=2.0 10 kN/
m2 e de um coeficiente de Poisson D =0.2. As propriedades físicas do solo
2
apresenta um módulo de elasticidade E5 =2.0 106 kN/m e um coeficiente de
Poisson D 5 =0.5. As estacas possuem comprimentos iguais a 15.0 m e
diâmetros iguais a 0.30 m. Quando analisadas como flexíveis, as estacas
2
foram admitidas terem um módulo de elasticidade Ep=4.0 109 kN/m . A
malha uti lizada possui 184 elementos finitos triangulares modelando a placa
e outro igua! número de elementos de contorno triang lares modelando a
interface placa-solo mostrada na figura 8.27 e 8.28 .0s resultados da análise
estão indicados na figura 8.29.

~
I
I
S.J7l 1·1

I
I
J
J

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Figura 8.27-Dimensões e esquema representativo da placa circu lar


apoiada sobre 4 estacas .
144

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Figura 8.28- Malha de elementos finitos e de contorno uti lizada na


modelagem placa circu lar apoiada sobre quatro estacas.

5,5

I 4,5
<O
+
w
....q 4
-<>- DKT-MEC
L HSM -MEC
3
---tr- DKT-M C(flex.) J

. ~3r.: L---+----+--!---+----+-~-+----+------1~----1
--+-- HSM_MEC (flex.)
D(m)
I I
0,0 2, 0 4, 0 6, 0 8, 0 10,0 12, 0 14, 0 16,0

Figura 8.29- Deslocamentos ao longo da linha A-8 em uma placa circular


apoiada sobre 4 estacas rígidas e flexíveis.
CAPÍTULO 9

CONCLUSÕES

Neste trabalho foi apresentada uma formulação híbrida utilizando o


método dos elementos de contorno/m étodo dos elementos finitos para análise
da interação placa-estaca-solo . A placa é modelada pelo MEF utilizando os
elementos finitos DKT{ Discreta Kirchhoff Theory) e HSM( Hybrid Stress
Model) ; e o solo é modelado pelo MEC como um meio elástico sem i-infinito. A
estaca é representada por apenas um elemento , com 3 pontos nodais definidos
ao longo de seu fuste e a tensão de cisalhamento ao longo da estaca é
aproximada por um polinômio de segundo grau. A tensão norma! à seção
transversal da base da estaca é admitida constante e um ponto nodal é
definido no centro desta seção. A interface praca-solo é dividida em elementos
de contorno triangulares coincidentes com a malha de elementos finitos e
adm ite-se que as tensões de contato desenvolvidas na interface placa-solo
variem linearmente no domínio de cada elemento. Estas tensões são
eliminadas nos dois sistemas de equações, obtidos com o MEC e o MEF, com
o objetivo de escrever um sistema final de equações governan es d roblema.
Após a resolução deste sistema são obtidos os deslocamentos nos nós , a
partir dos quais, as tensões de contato placa-solo e a carga absorvida por cada
estaca são determinados. A si ulação umérica da formulação envolveu casos
representados por grupos de estacas ligadas por uma p!aca rígida havendo ou
nã c ntat a mesma c m s I s res lta s tid s pela formulação
proposta mostram concordância com resultados obtidas em outras
formulações . A simulação numérica da interação placa-solo envolvendo dois
tipos de geometria de placa. O primero tipo envolve a análise de uma placa
quadrada. Os resuitados obtidos peia formu iação proposta são mais
concordante com PAIVA(1993), que analisou o conjunto unicamente pelo MEC.
Quanto à a maior dispersão obtida em relação aos resultados encontrados em
146

Quanto à a maior dispersão obtida em relação aos resu ltados encontrados em


MESSAFER & COATES(1990), que utilizaram uma combinação MEF/M EC
pode ser atribuído os resu ltados menos precisos fornecidos pelo elemento
ACM quando comparados ao DKT e HSM. O segundo tipo é uma placa circu lar.
Os resu ltados obtidos pela formu lação proposta são comparados com a
respostas fornecidas pela solução analítica desenvolvida em série de potência
por ZAMAN et ai. (1 988). Para o caso da análise do deslocamento do ponto
central em função da rigidez da placa a dispersão entre os resu ltados obtidos
pelas duas formul ações atingiu 4% para o caso de uma placa muito rígida.
Para rigidezes menores da placa a dispersão tendeu a valores menores. A
simulação numérica envolvente o conjunto placa-estaca-solo fo i analisada para
três casos: sapata ionga fiexívei apoiada apoiada sobre estacas rígidas ou
flexíveis. O segundo caso consiste de uma placa flexível retangu lar apoiada
sobre nove estacas ríg idas ou flexíveis. O terceiro problema consiste em uma
placa circu lar apoiada sobre quatro estacas ríg idas ou flexíveis. Nos dois
primeiros casos de interação placa-estaca-solo os resu ltados obtidos para o
caso de estacas rígidas estão concordantes com os mostrados em
PAIVA(1993). Os demais casos não foram encontrados na literatura
pesquisada. A partir dos resu ltados obtidos pela formulação proposta, para o
caso da interação placa-estaca-solo apoiada em estacas flexíveis, pode-se
notar que a flex1b111dade axial das estacas tem maior influência nos pontos
pertencentes em região próxima ao nó onde está locado a estaca.
Como sugestão para continuidade deste estudo cita-se a incorporação
de solos que apresentem perfis não uniformes, assim como Incorporar à placa
uma superestrutura, por exemplo, um ed ifício.
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