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Shunya - Budismo, zen, dzogchen

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Isolamento Ideal

Texto de Ayya Khema,


extraído do livro"Todos Nós"

No Sutta Nipata encontramos um discurso do Buda intitulado "O Chifre do Rinoceronte" onde ele compara o
isolamento do sábio ao rinoceronte indiano. O Buda elogia o estar só e o refrão em cada estrofe do sutta é:
"Perambule só igual a um rinoceronte."

Existem dois tipos de isolamento, o mental, (citta-viveka), e o corporal, (kaya-viveka). Todos estão
familiarizados com o isolamento corporal. Afastamo-nos e sentamos sozinhos num cômodo ou caverna, ou
dizemos para as pessoas com as quais estamos vivendo, que queremos ficar a sós. As pessoas em geral
apreciam esse tipo de isolamento por períodos curtos de tempo. Se esse isolamento é mantido, em geral é
porque essa pessoa não é capaz de se relacionar com os outros ou sente temor em relação a eles, porque
não existe amor suficiente no seu próprio coração. Muito frequentemente há uma sensação de solidão, que é
prejudicial ao isolamento. A solidão é um estado mental negativo no qual a pessoa se sente despojada de
amizades.

Quando se vive em família ou numa comunidade, algumas vezes é difícil obter o isolamento físico, pode até
nem ser muito prático. Mas o isolamento físico não é o único tipo de isolamento que existe. O isolamento
mental é um fator importante para a prática. A menos que a pessoa seja capaz de despertar em si mesma o
isolamento mental, ela não será capaz de introspecção, de descobrir que mudanças dentro de si ela
necessita fazer.

O isolamento mental significa antes de mais nada e principalmente não ser dependente da aprovação de
terceiros, da conversa social, de um relacionamento. Não significa que a pessoa irá demonstrar inimizade
em relação aos outros, apenas que a pessoa possui independência mental. Se uma pessoa for gentil
conosco, muito bem. Se não for esse o caso, isso também está bem e tanto faz.

O chifre do rinoceronte é reto e tão forte que não somos capazes de curvá-lo. Será que as nossas mentes
podem ser assim? O isolamento mental elimina a conversa fútil que é prejudicial ao desenvolvimento
espiritual. Conversar sobre absolutamente nada, apenas para soltar vapor. Se permitirmos que o vapor
escape de uma panela não seremos capazes de cozinhar a comida. A nossa prática pode ser comparada
com a colocação de calor em nós mesmos. Se deixarmos o vapor escapar repetidamente, esse processo
interno será interrompido. É muito melhor deixar que o vapor acumule e descobrir o que está cozinhando.
Essa é a tarefa mais importante que podemos realizar.

Todos deveriam ter a oportunidade, todos os dias, de estar fisicamente sós por algum tempo, para que
possam se sentir realmente sós, totalmente isolados. Algumas vezes poderemos pensar: "As pessoas estão
falando a meu respeito." Isso não importa, nós somos os donos do nosso kamma. Se falarem a nosso
respeito é o kamma deles. Mas se ficamos preocupados, esse é o nosso kamma. Ter interesse naquilo que
está sendo dito é o suficiente para demonstrar que dependemos da aprovação de outras pessoas. Quem
está aprovando quem? Talvez os cinco khandhas, (corpo, sensação, percepção, formações mentais e
consciência), estejam aprovando. Ou quiçá, os cabelos, os pelos do corpo, unhas, dentes e pele? Qual "eu"
está aprovando, o bom, o mau, o medíocre ou talvez o não-eu?

A menos que possamos encontrar dentro de nós mesmos uma sensação de solidez, do centro onde não há
movimento, sempre haverá a sensação de insegurança. Ninguém pode ser apreciado por todos, nem
mesmo o Buda. Como estamos tomados pelas contaminações, sempre estamos vigiando as contaminações
dos outros. Nada disso importa, e tudo isso não tem a menor importância. A única coisa importante é ter
atenção plena; estar totalmente atento a cada passo do caminho, às ações praticadas, sensações e
pensamentos. É tão fácil esquecer isso. Sempre há uma outra pessoa com quem conversar ou um outro
café para beber. Assim é como o mundo vive, e no entanto os seus habitantes são muito infelizes. Mas o
caminho do Buda conduz para além do mundo, para a felicidade independente.
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Soltar o vapor, as conversas fúteis e a busca por amizades, essas são as coisas erradas que não devem ser
feitas. Tentar descobrir o que as pessoas pensam a seu respeito é insignificante e irrelevante e não tem
nada a ver com o caminho espiritual. O isolamento mental significa que a pessoa é capaz de estar só, ainda
que no meio da multidão. Mesmo no meio de uma grande multidão de pessoas agitadas, a pessoa ainda é
capaz de operar a partir do próprio centro, distribuindo amor e compaixão sem ser influenciada por aquilo
que está acontecendo à sua volta.

Isso pode ser chamado de isolamento ideal e significa que a pessoa se afastou do futuro e do passado, o
que é necessário para permanecer só e íntegra. Se houver apego ao futuro, então existe a preocupação, e
se houver anseio pelo passado, então haverá ou desejo, ou rejeição. Essa é a tagarelice constante da
mente, que não conduz ao isolamento mental.

O isolamento só pode ser experimentado plenamente quando há paz interior. De outro modo a solidão irá
empurrar a pessoa para tentar remediar a sua sensação de vazio e perda. "Onde estão todos? Como posso
permanecer sem amizades? Preciso conversar sobre os meus problemas." A atenção plena é capaz de
tomar conta disso tudo porque ela tem que surgir no momento presente e não tem nada a ver com o futuro
nem com o passado. Ela nos mantém totalmente ocupados e evita que cometamos erros que fazem parte da
natureza dos seres humanos. E quanto mais acurada for a atenção plena, menos freqüentes serão os erros.
Erros no plano mundano também têm repercussões no caminho supramundano, porque eles ocorrem devido
à falta de atenção plena, o que não permite que superemos o dukkha que nós mesmos nos causamos.
Tentaremos repetidamente encontrar alguém a quem possamos culpar, ou alguém que nos possa entreter.

O isolamento ideal surge quando uma pessoa pode estar só ou com outros e permanecer íntegra, sem ser
capturada pelos problemas dos outros. Poderemos responder da maneira apropriada, mas não seremos
afetados. Todos temos a nossa vida interior e só poderemos conhecê-la bem quando a tagarelice mental for
interrompida e pudermos nos ocupar com as nossas emoções mais íntimas. Uma vez que tenhamos
testemunhado o que ocorre no nosso íntimo, vamos querer mudar isso. Apenas o Perfeitamente Desperto,
(Arahant), possui uma vida interior que não necessita mudança. O nosso estresse interior e a falta de paz
nos empurram para fora para encontrar alguém que possa remover aquele momento de dukkha, mas só
nós, nós mesmos, podemos fazer isso.

O isolamento pode ser físico, mas essa não é a sua função principal. A mente em isolamento é aquela que é
capaz de ter pensamentos profundos e originais. Uma mente dependente pensa de modo rotineiro, como
todos pensam, porque ela anseia aprovação. Esse tipo de mente compreende de modo superficial, da
mesma maneira que o mundo compreende, e não é capaz de captar a profundidade dos ensinamentos do
Buda. A mente em isolamento está tranqüila porque não é influenciada.

É interessante que uma mente tranqüila, que só depende de si mesma, também é capaz de memorizar.
Como uma mente assim não está repleta do desejo de eliminar dukkha, ela pode relembrar sem muita
dificuldade. Esse é um dos benefícios adicionais. O principal benefício de uma mente em isolamento é a sua
imperturbabilidade. Ela não é abalada e se mantém sem nenhum apoio, como uma árvore sólida que não
necessita de suporte. Porque ela é poderosa por seus próprios méritos. Se a mente não possuir vigor
suficiente para depender apenas de si mesma, ela não terá a força e determinação para realizar o Dhamma.

A nossa prática deve incluir o estar a sós durante algum tempo todos os dias para a introspecção e
contemplação. Ler, ouvir e conversar diz respeito à comunicação com os outros, que em certas ocasiões é
necessário. Mas é essencial ter tempo para a auto-investigação: "O que está ocorrendo no meu íntimo? O
que estou sentindo? Isso é benéfico ou não? Estou plenamente satisfeito sozinho? Quanta preocupação
tenho com o ego? O Dhamma é o meu guia ou estou confuso?" Se houver alguma névoa na mente, tudo
que precisamos é de uma lanterna para penetrá-la. E essa lanterna é a concentração.

Saúde, riqueza e juventude não significam não-dukkha. Elas são um disfarce. A enfermidade, pobreza e
velhice facilitam a compreensão da insatisfação na nossa existência. Quando estamos sós, esse é o
momento de nos conhecermos. Podemos investigar o significado do Dhamma que ouvimos e sermos
capazes de concretizá-lo nas nossas vidas. Podemos utilizar aqueles aspectos do Dhamma com os quais
nos identificamos mais.

A mente solitária é uma mente poderosa, porque ela sabe como permanecer imóvel. Isso não significa deixar
completamente de se associar com as pessoas, isso seria falta de amor bondade, (metta). Uma mente
solitária é capaz de estar sozinha e introspectiva e também de amar os outros. Viver numa comunidade do
Dhamma é o ideal para a prática.

A meditação é o meio de obter a concentração, que é a ferramenta para dissipar a névoa que envolve a
todos que não são um Arahant. Certas vezes, na vida em comunidade, existe a união, o amor e a
assistência. Isso deveria ser o resultado de metta e não da tentativa de evadir dukkha. Na próxima vez que
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iniciarmos uma conversa, deveríamos investigar primeiro: "Porque estou tendo esta discussão? Ela é
necessária ou estou entediado e quero fugir dos meus problemas?"

A plena consciência é o fator mental que se une com a atenção plena proporcionando direção e objetivo.
Examinamos se a nossa linguagem e ações possuem o propósito correto, se estamos empregando meios
hábeis e se o objetivo inicial foi alcançado. Se não tivermos um rumo bem definido, a conversa fútil surgirá
como conseqüência. Até mesmo na meditação a mente faz isso, devido à falta de treinamento. Quando
praticamos a plena consciência, precisamos parar por um momento e examinar a situação completa antes
de seguir adiante. Esse poderá vir a ser um dos nossos hábitos hábeis, nem sempre encontrado no mundo.

Um importante aspecto dos ensinamentos do Buda é a combinação da plena consciência com a atenção
plena. O Buda com freqüência os recomenda como o caminho para o fim do sofrimento e nós precisamos
praticá-los nos nossos miúdos esforços diários. Eles podem consistir em aprender algo novo, memorizar
uma sentença do Dhamma, memorizar uma estrofe de um sutta, um novo insight acerca de si mesmo, a
compreensão de um aspecto da realidade. Uma mente como essa obtém força e auto-confiança.

A renúncia é a maior ajuda para conquistar a auto-confiança. A pessoa se dá conta de que é capaz de lidar
com praticamente tudo, por exemplo a comida, por um bom tempo. Certa vez o Buda foi a um vilarejo no
qual ninguém depositava fé nele. Ele não recebeu nenhum alimento, ninguém no vilarejo deu a ele qualquer
atenção. Ele foi para os arredores e sentou sobre um pouco de palha e meditou. Um outro asceta que
passou por ali e viu que o Buda não havia recebido nenhum alimento se condoeu dele: "Você deve estar se
sentindo muito mal sem ter o que comer. Eu sinto muito. Você nem mesmo tem um lugar adequado para
dormir, apenas palha." O Buda respondeu: "Alimentamo-nos de alegria. A alegria interior pode alimentar-nos
por vários dias."

Uma pessoa pode estar bem sem muitas coisas, desde que elas tenham sido abandonadas voluntariamente.
Se alguém tomar as nossas posses e resistirmos, é dukkha. Mas quando praticamos a renúncia, ganhamos
força e criamos as condições para que a mente seja auto-suficiente. A auto-confiança surge e cria uma
espinha dorsal realmente forte. A renúncia ao companheirismo mostra se somos auto-suficientes.

O Buda não advogava práticas ascéticas exageradas e prejudiciais. Mas nós poderíamos abrir mão, por
exemplo, das conversas à tarde e ao invés disso meditar. Depois disso, a mente irá se sentir satisfeita com o
seu próprio esforço. Quanto mais esforço puder ser feito, mais satisfação surgirá.

Nós precisamos de uma mente solitária para a meditação, portanto precisamos praticá-la durante algum
tempo a cada dia. A mente em isolamento possui dois atributos; um é a atenção plena e a plena consciência
e o outro é a introspecção e a contemplação. Ambos fazem com que a mente se unifique. Só a união
produz a força e a unificação traz o poder.

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