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Curitiba / 2007
SENAI PR
2007. SENAI – Departamento Regional do Paraná
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte
FICHA CATALOGRÁFICA
Este material foi elaborado por uma equipe, cujos nomes encontram-se relacionados na
folha de créditos.
SENAI SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................................................5
CARACTERÍSTICAS DO AR COMPRIMIDO..........................................................................................................................................9
INSTALAÇÃO DE PRODUÇÃO.................................................................................................................................................................15
TIPOS DE COMPRESSORES.....................................................................................................................................................................17
IMPUREZAS................................................................................................................................................................................................39
FILTROS DE AR COMPRIMIDO...............................................................................................................................................................45
REGULADOR DE PRESSÃO.......................................................................................................................................................................47
LUBRIFICADOR DE AR COMPRIMIDO................................................................................................................................................49
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO.................................................................................................................................................................51
CONSTRUÇÃO DO CILINDRO.................................................................................................................................................................57
CÁLCULOS DOS CILINDROS...................................................................................................................................................................61
GENERALIDADES.......................................................................................................................................................................................69
VÁLVULAS DIRECIONAIS.........................................................................................................................................................................71
CORES TÉCNICAS.......................................................................................................................................................................................77
ELETROPNEUMÁTICA...............................................................................................................................................................................111
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................................................................................145
créditos.....................................................................................................................................................................................................147
Introdução
Esta apostila destina-se ao pessoal da área técnica, projetistas, engenheiros, pessoal de montagem e manutenção.
A responsabilidade e segurança no desenvolvimento dos trabalhos e, uma manutenção em tempo reduzido, se faz
necessária em todas as instalações.
Isto, sem dúvida, exige uma formação do pessoal de projeto e da área de manutenção.
Com o desenvolvimento surgido na tecnologia de novos componentes, assim como na técnica de comandos, criou-se uma
lacuna cada vez maior, de conhecimentos práticos por parte do pessoal.
Para este objetivo, o leitor é levado através de uma introdução aos princípios gerais da técnica individual dos equipamentos,
simbologia, definição de termos e de comandos básicos.
Para o estudo de resoluções de problemas práticos e desenvolvimento de esquemas, são apresentados diversos
métodos.
No curso do grande desenvolvimento no âmbito da técnica de automação, se tem adquirido também no campo da técnica
de comando uma importância cada vez maior.
Os problemas a resolver se tornam cada vez mais exigentes, mais volumosos e, portanto, se tem aumentado à procura
dos distintos comandos.
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Elementos novos, mais complicados e de múltiplas aplicações nas diferentes técnicas de equipamentos, tem sido
desenvolvidos e postos no mercado, porém em muitas instituições não existe a possibilidade de formar profissionais no
campo da técnica de comando.
Eliminar pelo menos parte dessa lacuna é finalidade desta obra, onde se tratará com detalhes, antes de tudo, de um ramo
da técnica de comandos, o campo do comando pneumático.
Nesta apostila indicaremos várias técnicas de comando e os principais fundamentos dos comandos pneumáticos.
O objetivo é levar ao leitor as informações para que ele possa elaborar projetos em comandos pneumáticos.
Sem estes campos não teríamos um estudo da técnica como temos hoje. Nenhum ramo da técnica pode prescindir o de
comando.
Uma evolução constante e muitas vezes detalhada foi e será também no futuro uma conseqüência lógica desta
necessidade.
No decorrer do desenvolvimento, sistemas e equipamentos novos, bem como aperfeiçoamento e aplicação constante dos
sistemas e elementos existentes, tornou-se necessária uma contínua ampliação, modificação ou arte reformulação dos
preceitos e normas existentes.
Para uma compreensão ampla, é indispensável uma linguagem uniforme, ou seja, estabelecer definições exatas e elaborar
bases de validade universal.
“Pelas razões mencionadas e à vista, posso chegar à conclusão de que o homem dominará e poderá elevar-se sobre o ar
mediante grandes asas construídas por si, contra a resistência da gravidade”.
A frase de Leonardo Da Vinci, demonstra apenas uma das muitas possibilidades de aproveitamento do ar na técnica, o
que ocorre hoje em grande escala.
Como meio de racionalização do trabalho, o ar comprimido vem encontrando, cada vez mais, campo de aplicação na
indústria, assim como a água, a energia elétrica, etc.
Somente na metade do século XIX é que o ar comprimido adquiriu importância industrial. No entanto, a sua utilização é
anterior a Da Vinci, que em diversos inventos dominou e usou o ar.
Em Alexandria no século III a.C., Ktesibios fundou a escola de mecânicos, portanto tornou-se o precursor da técnica para
comprimir o ar. A escola de mecânicos era especializada em alta mecânica, e eram construídas máquinas impulsionadas
por ar comprimido.
Ainda no século III d.C., um grego, por nome HERO, escreveu um trabalho em dois volumes, sobre a aplicação do ar
comprimido e do vácuo.
Contudo a falta de recursos e materiais adequados e incentivos contribuiu para que a maior parte dessas primeiras
aplicações não fossem práticas ou não pudessem ser convenientemente desenvolvidas.
A técnica era depreciada, a não ser que estivesse a serviço de reis e exércitos, para aprimoramento das máquinas de
guerra.
Introdução à pneumática
Durante um longo período, o desenvolvimento da energia pneumática sofreu paralisação, renascendo apenas nos séculos
XVI e XVII, com as descobertas dos grandes pensadores e cientistas como: Galileu, Otto Von Guericke, Robert Boyle,
Bacon e outros que passaram a observar as leis naturais sobre compressão e expansão dos gases Leibinz, Huyghens,
Papin e Newcomem, são considerados os pais da física Experimental.
Sendo que os dois últimos consideravam a pressão atmosférica como uma força enorme contra o vácuo efetivo, o que era
objeto das Ciências Naturais, Filosóficas e da Especulação Teológica desde Aristóteles até o final da época Escolástica.
Encerrando este período, encontra-se Evangelista Torricelli, o inventor do barômetro, um tubo de mercúrio para medir a
pressão atmosférica. Com a invenção da máquina a vapor de Watts, tem início a era da máquina. No decorrer dos séculos,
desenvolveram-se várias maneiras de aplicação do ar, com o aprimoramento da técnica e novas descobertas. Assim
foram surgindo os mais extraordinários conhecimentos físicos, bem como alguns instrumentos.
Um longo caminho foi percorrido, das máquinas impulsionadas por ar comprimido na Alexandria, aos engenhos
pneumoeletrônicos de nossos dias. Portanto, o homem sempre tentou aprisionar esta força para colocá-la a seu serviço,
com um único objetivo: controlá-la e fazê-la trabalhar quando necessário.
Atualmente, o controle do ar suplanta os melhores graus da eficiência, executando operações sem fadiga, economizando
tempo, ferramentas e materiais, além de fornecer segurança ao trabalho. O termo pneumos ou pnam (respiração, sopro) é
definido como a parte da física que se ocupa da dinâmica e dos fenômenos físicos relacionados com os gases ou vácuos.
É também o estudo da conversão da energia pneumática em energia mecânica, através dos respectivos elementos de
trabalho.
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A notações
Introdução à pneumática
Características do ar comprimido
É admirável como a pneumática tem conseguido expandir-se e se impor em tão pouco tempo.
Entre outras características, as principais são as seguintes: nenhum outro elemento auxiliar pode ser empregado tão simples e
rentavelmente para solucionar muitos problemas de automatização.
Quantidade
Transporte
O ar comprimido é facilmente transportável por tubulações, mesmo para distâncias consideravelmente grandes. Não há
necessidade de se preocupar com o retorno do ar.
Armazenável
No estabelecimento não é necessário que o compressor esteja em funcionamento contínuo. O ar pode ser sempre armazenado
em um reservatório e, posteriormente, tirado de lá. Além disso, é possível o transporte em reservatórios (botijão).
SENAI - PR
Temperatura
O trabalho realizado com ar comprimido é insensível às oscilações de temperatura. Isto garante, também em situações térmicas
extremas, um funcionamento seguro.
Segurança
Não existe o perigo de explosão ou de incêndio. Portanto não são necessárias custosas proteções contra explosões.
Limpeza
O ar comprimido é limpo. O ar, que eventualmente escapa das tubulações ou outros elementos inadequadamente vedados, não
polui o ambiente.
Esta limpeza é uma exigência, por exemplo, nas indústrias alimentícias, madeireiras, têxteis e curtumes.
Construção
Velocidade
O ar comprimido é um meio de trabalho muito veloz, e permite alcançar altas velocidades de trabalho (a velocidade de trabalho
dos cilindros pneumáticos oscila entre 1-2 metros por segundo).
Regulagem
Elementos e ferramentas a ar comprimido são carregáveis até a parada final e, portanto, seguros contra sobrecarga.
Para poder limitar corretamente os campos de emprego da pneumática, é necessário também conhecer as características
negativas desta.
10 Introdução à pneumática
Preparação
O ar comprimido requer uma boa preparação. Impureza e umidade devem ser evitadas, pois provocam desgaste nos elementos
pneumáticos.
Compressibilidade
Não é possível manter uniformes e constantes as velocidades dos pistões, mediante o ar comprimido.
Forças
O ar comprimido é econômico somente até certa força. O limite é fixado em 20.000/30.000 newtons (2.000/3.000 kp em
aplicação direta dos cilindros) à pressão normal de trabalhos de 7 bares (pressão absoluta), dependendo também do curso e
da velocidade dos elementos de trabalho.
Escape de ar
O escape de ar é ruidoso, mas com o desenvolvimento de silenciadores, este problema está atualmente solucionado.
Custos
O ar comprimido é uma fonte de energia muito custosa. Porém, o alto custo de energia, em grande parte é compensado pelos
elementos de preço vantajoso e pela grande rentabilidade do ciclo de trabalho.
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A notações
12 Introdução à pneumática
Rentabilidade de equipamentos a
ar comprimido
Em conseqüência da automatização e racionalização, a energia humana foi substituída por outras formas
energéticas.
Trabalhos antigamente feitos pelo homem, agora estão sendo realizados mediante o emprego do ar comprimido.
Exemplo:
Deslocamento de volumes pesados, acionamentos de alavancas, contagem de peças, etc.
O ar comprimido, embora muito vantajoso, é, porém, sem dúvida, um elemento energético relativamente caro.
A produção e armazenagem, bem como a distribuição do ar comprimido às máquinas e dispositivos, requerem um alto
custo.
Esta realidade cria, em geral, a opinião de que o emprego de equipamentos a ar comprimido é relacionado com custos
elevadíssimos.
Esta opinião é errônea, pois para um cálculo de rentabilidade real, não devem ser considerados somente o custo da
energia empregada, mas sim os custos gerais acumulados.
Considerando isto mais realisticamente, verificar-se-á que, na maioria dos casos, os custos da energia empregada são
insignificantes para poderem desempenhar um papel determinante em relação aos salários, custos de investimento e
de manutenção.
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Exemplo:
Um cilindro com diâmetro de 35 mm, levanta volumes de 200 N (20 kp) de peso. Um segundo cilindro da mesma medida
empurra os volumes para uma esteira transportadora.
Exemplo de aplicação.
Para ambos os cilindros, serão necessários 8 L de ar por curso duplo (para cima e para baixo). Com um metro cúbico podem,
portanto, ser levantados e empurrados para a esteira transportadora, 125 volumes.
Este exemplo mostra que, com o emprego do ar comprimido em todos os ramos industriais, pode ser reduzida a utilização da
custosa energia humana.
O ar comprimido deve ser utilizado especialmente na realização de trabalhos monótonos, pesados e repetidos.
Exemplo:
Devido a um gaxetamento solto, forma-se uma abertura circular de 0,06 mm em toda a circunferência do fuso de uma válvula
(20 mm diâmetro).
Esta abertura corresponde a uma abertura de escape de 2 mm de diâmetro, com uma perda de ar de aproximadamente
0,2 m3/min.
O resultado à pressão de 6 bares, é de 12 m3/hora. O ar também escapa durante os intervalos de trabalho, resultando assim
numa perda diária de 290 m3.
Estes exemplos demonstram que a eliminação dos pontos de escape eleva bastante à rentabilidade do ar comprimido.
Os custos de ar comprimido podem crescer consideravelmente, por não se prestar atenção suficiente quanto à existência de
vazamento de ar na rede de distribuição.
No diagrama (figura a seguir) é mostrado o volume que pode escapar por certa seção da abertura, a uma determinada pressão.
14 Introdução à pneumática
Exemplo:
Um furo de 3,5mm de diâmetro resulta, a uma pressão de 6 bares, no escape de um volume de 0,5m3/min. Em umas 3 horas
são pedidos 30 m3 de ar.
A Vazão
(m³/min) 6 bar
2
1,5 4 bar
1
2 bar
0,5
0,4
0,3 Secção de
0,2 abertura
01 (mm²)
5 10 15 20 25 30 35 40
2 3 4 5 6 7 Diâmetro de
3,5
abertura (mm)
Instalação de produção
Para a produção de ar comprimido são necessários compressores, os quais comprimem o ar para a pressão de trabalho desejada.
Na maioria dos acionamentos e comandos pneumáticos encontra-se, geralmente, uma estação central de distribuição de ar
comprimido.
Não é necessário calcular e planejar a transformação e transmissão da energia para cada consumidor individual. A instalação
de compressão fornece o ar comprimido para os devidos lugares através de uma rede tubular.
Instalações móveis de produção estão sendo usadas, em primeiro lugar, na indústria de minas ou para máquinas que
freqüentemente mudam de lugar.
Já ao projetar, devem ser consideradas a ampliação e aquisição de outros novos aparelhos pneumáticos.
De qualquer forma, é aconselhável planejar toda a instalação mais ampla, em vez de constatar posteriormente que ela está
sobrecarregada.
Muito importante é o grau de pureza de ar. Um ar limpo garante uma longa vida útil da instalação.
O emprego correto dos diversos tipos de compressores também deve ser considerado.
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A notações
16 Introdução à pneumática
Tipos de compressores
Sempre conforme as necessidades fabris, em relação à pressão de trabalho e ao volume, serão empregados compressores de
diversos tipos de construção.
No primeiro, trata-se de um tipo baseado no princípio de redução de volume. Aqui se consegue a compressão sugando o ar para
um ambiente fechado, diminuindo posteriormente o tamanho deste ambiente.
Este tipo de construção denomina-se compressor de êmbolo ou pistão (compressores de êmbolo de movimento linear).
O outro tipo de construção funciona segundo o princípio de fluxo. Seção do ar de um lado e compressão no outro, por aceleração
de massa (turbina).
Modelos de
compressores
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Compressores de êmbolo
Este compressor é hoje o mais usado. Ele é apropriado não só para compressão a pressões baixas e médias, mas também para
pressões altas. O campo de pressão é de um bar até milhares de bares.
Para a compressão a pressões mais elevadas, são necessários compressores de vários estágios.
O ar aspirado será comprimido pelo primeiro êmbolo (pistão), refrigerado intermediariamente e novamente comprimido pelo
próximo êmbolo.
Na compressão a altas pressões faz-se necessária uma refrigeração intermediária, pois se cria alto aquecimento.
18 Introdução à pneumática
Compressor de dois estágios com refrigeração intermediária.
Este tipo pertence ao grupo dos compressores de êmbolo. Mediante uma membrana, o êmbolo fica separado da câmara de
sucção e compressão, quer dizer, o ar não terá contato com as partes deslizantes.
Estes compressores são os preferidos e mais empregados na indústria alimentícia, farmacêutica e química.
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Compressor de êmbolo rotativo
Este é um compressor com êmbolo rotativo. Neste tipo se estreitam (diminuem) os compartimentos, comprimindo, então, o ar
nestes.
Compressor ROOT
Nestes compressores o ar é transportado de um lado para o outro, sem alteração de volume. A compressão (vedação) efetua-se
no lado da pressão pelos cantos dos êmbolos.
Compressor ROOT
Turbocompressores
Compressor Axial.
20 Introdução à pneumática
Compressor rotativo multicelular
Em um compartimento cilíndrico, com abertura de entrada e saída gira um rotor alojado excentricamente.
O rotor tem nos rasgos, palhetas que, em conjunto com a parede, formam pequenos compartimentos (células). Quando em
rotação, as palhetas serão, pela força centrífuga, apertadas contra a parede. Devido à excentricidade de localização do rotor, há
uma diminuição e um aumento das células.
As vantagens destes compressores estão em sua construção um tanto econômica em espaço, bem como em seu funcionamento
contínuo e equilibrado e no uniforme fornecimento de ar, livre de qualquer pulsação.
Dois parafusos helicoidais, que pelos perfis côncavo e convexo, comprimem o ar que é conduzido axialmente.
Compressor de parafuso.
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Compressor radial
A compressão, neste tipo de compressor processa-se pela aceleração do ar aspirado de câmara para câmara, em direção à
saída.
O ar é impelido axialmente para as paredes da câmara e, posteriormente, em direção ao eixo, e daí, no sentido radial, para outra
câmara sucessivamente.
22 Introdução à pneumática
Critérios para escolha de
compressores
Volume de ar fornecido
O volume de ar fornecido é a quantidade de ar que está sendo fornecida pelo compressor. Existem duas diferentes indicações
de volume fornecido.
O volume fornecido efetivo depende da construção do compressor. Um papel importante é desempenhado pela eficiência
volumétrica.
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Apenas o volume efetivo fornecido pelo compressor é que interessa, pois com este é que são acionados e comandados os
aparelhos pneumáticos, mas, mesmo assim, muitos fabricantes de compressores baseiam os dados técnicos no valor teórico.
Indicações, segundo normas DIN, são valores efetivos (por exemplo: DIN 1945; DIN 1962).
Pressão
Distinção – Pressão de regime é a pressão fornecida pelo compressor, bem como a pressão do reservatório e a pressão na
rede distribuidora até o consumidor.
A pressão de trabalho é geralmente de 6 bares e os elementos de trabalho estão construídos para esta faixa, que é considerada
quase como “pressão normalizada” ou “pressão econômica”.
Importante
Uma pressão constante é uma exigência para um funcionamento seguro e preciso. Na dependência da pressão constante estão:
A velocidade
As forças
Acionamento
O acionamento dos compressores, conforme as necessidades fabris será por motor elétrico ou motor a explosão.
Tratando-se de uma estação móvel, emprega-se para o acionamento geralmente um motor a explosão (gasolina, óleo diesel).
24 Introdução à pneumática
Regulagem
Para combinar o volume de fornecimento com o consumo de ar é necessária uma regulagem dos compressores.
Dois valores limites preestabelecidos (pressão máxima/ mínima) influenciam o volume fornecido.
regulagem
regulagem de marcha em vazio regulagem de carga parcial
intermitente
a) Regulagem por desgarga a) Regulagem por rotação
b) Regulagem por fechamento b) Regulagem por estrangulamento
c) Regulagem por garras
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Esta regulagem é encontrada especialmente em compressores de êmbolo rotativo e também em compressores de êmbolo de
movimento linear.
26 Introdução à pneumática
Em acionamento elétrico, regula-se a rotação em escala, mediante motores de pólos comutáveis. Este sistema, porém, não é
muito usado.
c) Regulagem intermitente
Com esta regulagem, o compressor funciona em dois campos (carga máxima e parada total).
Ao alcançar a pressão máxima, o motor acionador do compressor é desligado, e quando a pressão chega ao mínimo, o motor
liga-se novamente e o compressor trabalha outra vez.
A freqüência de comutações pode ser regulada num pressóstato e, para que os períodos de comando possam ser limitados a
uma medida aceitável, é necessário um grande reservatório de ar comprimido.
Refrigeração
Provocado pela compressão do ar e pelo atrito, cria-se calor no compressor, que deve ser dissipado. Conforme o grau de
temperatura no compressor é necessário escolher a refrigeração mais adequada.
Em compressores pequenos serão suficientes palhetas de aeração, para que o calor seja dissipado. Compressores maiores
estão equipados com um ventilador para dissipar o calor.
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Reservatório de ar comprimido
Um sistema de ar comprimido é dotado, geralmente, de um ou mais reservatórios, desempenhando grandes funções junto a
todo o processo de produção.
Armazenar o ar comprimido, resfriar o ar auxiliando a eliminação do condensado, compensar as flutuações de pressão em todo
o sistema de distribuição, estabilizar o fluxo de ar, controlar as marchas dos compressores, etc.
Os reservatórios são construídos no Brasil conforme a norma PNB 109 da ABNT que recomenda:
Nenhum reservatório deve operar com uma pressão acima da Pressão Máxima de Trabalho permitida, exceto quando a válvula
de segurança estiver dando vazão, nesta condição, a pressão não deve ser excedida em mais de 6% do seu valor.
Localização:
Os reservatórios devem ser instalados de modo que todos os drenos, conexões e aberturas de inspeção sejam facilmente
acessíveis.
Em nenhuma condição o reservatório deve ser enterrado ou instalado em local de difícil acesso. Deve ser instalado de preferência
fora da casa dos compressores, na sombra, para facilitar a condensação da umidade e do óleo contidos no ar comprimido, deve
possuir um dreno no ponto mais baixo para fazer a remoção deste condensado acumulado em cada 8 horas de trabalho, o
dreno, preferencialmente, deverá ser automático.
Os reservatórios são dotados ainda de manômetro, válvulas de segurança, e são submetidos a uma prova de pressão hidrostática,
antes da utilização.
28 Introdução à pneumática
O tamanho do reservatório de ar comprimido depende do:
Consumo de ar;
Tipo de regulagem;
Deve ser observado para este critério que o diferencial de pressão (P2 – P1) entre o alívio e a carga não deverá ser menor que o
0,4 kgf/cm2 para cada etapa do alívio. As pressões não devem ser superiores a 9 kgf/cm2 e o consumo de ar deve ser normal.
O volume do reservatório deve ser adotado de acordo com a capacidade do compressor e demanda de ar, a fim de não exceder
14 partidas por hora.
São recomendadas 10 partidas por hora, perfazendo uma partida a cada 6 minutos. O diferencial de pressão deverá ser se
possível superior a 1 kgf/cm2.
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A notações
30 Introdução à pneumática
Dimencionamento da rede condutora
Provocada pela sempre crescente racionalização e automatização das instalações industriais, a necessidade de ar nas fábricas
está crescendo.
Cada máquina e cada dispositivo requerem sua quantidade de ar, que está sendo fornecido pelo compressor, através da rede
distribuidora.
O diâmetro da tubulação, portanto, deve ser escolhido de maneira que, mesmo com um consumo de ar crescente, a queda da
pressão, do reservatório até o consumidor, não ultrapasse 0,3 Kgf/cm2. Uma queda maior da pressão prejudica a rentabilidade
do sistema e diminui consideravelmente sua capacidade.
Já no projeto da instalação de compressores deve ser prevista uma possível ampliação posterior e, conseqüentemente, maior
demanda de ar, determinando dimensões maiores dos tubos da rede distribuidora.
A montagem posterior de uma rede distribuidora de dimensões maiores (ampliação) acarreta despesas elevadas.
A escolha do diâmetro da tubulação não é realizada por quaisquer fórmulas empíricas ou para aproveitar tubos por acaso
existentes em depósito, mas sim se considerando:
Comprimento da rede
Pressão de trabalho
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A tividades
Cálculo da tubulação
Q = vazão de ar – m3/s
32 Introdução à pneumática
A tividades
Determine a perda de pressão numa rede de distribuição de ar comprimido cujo comprimento da tubulação é de 100 m
e o diâmetro 50 mm. Passando pela tubulação uma vazão de 0,2 m3/s com pressão de 8 kgf/cm2.
Q1,85 × Lr
∆p = 1, 663785 ⋅ 108
d5 × p
Q = vazão de ar – m3/s
Lr = comprimento da tubulação – m
p = pressão – kgf/cm2
SENAI - PR 33
A tividades
Pressão de 8 kgf/cm2
Q = vazão de ar – m3/s
Lr = comprimento da tubulação – m
34 Introdução à pneumática
Para os elementos redutores do fluxo (válvulas de gaveta, de passagem, de assento, peças em T, cotovelos), as resistências
são transformadas em comprimento equivalente.
Como comprimento equivalente compreende-se o comprimento linear do tubo reto, cuja resistência à passagem do ar seja igual
à resistência oferecida pelo elemento em questão.
diâmetro nominal
conexões
1/2” 3/4” 1” 1 1/4” 1 1/2” 2” 2 1/2” 3” 4” 5” 6” 8” 10” 12” 14” 16” 18” 20” 24”
90º ROSQ. 1,1 1,34 1,58 2,0 2,25 2,6 2,8 3,4 4,0 – – – – – – – – – –
COTOVELO
COMUM FLAN 0,30 0,37 0,50 0,62 0,73 0,95 1,1 1,3 1,8 2,2 2,7 3,7 4,3 5,2 5,5 6,4 7,0 7,6 9,1
90º CURVA ROSQ. 0,67 0,70 0,83 0,98 1,0 1,1 1,1 1,2 1,4 – – – – – – – – – –
RAIO
LONGO FLAN 0,33 0,40 0,49 0,61 0,70 0,83 0,88 1,0 1,3 1,5 1,7 2,1 2,4 2,7 2,8 3,0 3,4 3,7 4,3
ROSQ. 0,21 0,28 0,39 0,52 0,64 0,83 0,97 1,2 1,7 – – – – – – – – – –
CURVA 45°
FLAN 0,14 0,18 0,25 0,34 0,40 0,52 0,61 0,8 1,1 1,4 1,7 2,3 2,7 3,4 4,0 4,6 4,9 5,5 6,7
TEE ROSQ. 0,52 0,73 0,99 1,4 1,7 2,3 2,8 3,7 5,2 – – – – – – – – – –
FLUXO EM
LINHA FLAN 0,21 0,25 0,30 0,4 0,45 0,55 0,58 0,67 0,85 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,3 2,5 2,9
TEE FLUXO ROSQ. 1,3 1,6 2,0 2,7 3,0 3,7 3,9 5,2 6,4 – – – – – – – – – –
PELO
RAMAL FLAN 0,61 0,80 1,0 1,3 1,6 2,0 2,3 2,9 3,7 4,6 5,5 7,3 9,1 10,4 11,3 13,1 14,3 15,8 18,9
CURVA ROSQ. 1,1 1,3 1,6 2,0 2,3 2,6 2,8 3,4 4,0 – – – – – – – – – –
180° RAIO
LONGO FLAN 0,34 0,40 0,49 0,61 0,70 0,83 0,88 1,00 1,3 1,5 1,7 2,1 2,4 2,7 2,8 3,0 3,4 3,7 4,3
VÁLVULA ROSQ. 6,7 7,3 8,8 11,3 12,8 16,5 18,9 24,0 33,5 – – – – – – – – – –
GLOBO
ABERTA FLAN 11,6 12,2 13,7 16,5 18,0 21,4 23,5 28,7 36,6 45,7 47,9 79,3 94,5 118,9 – – – – –
ROSQ. 0,17 0,20 0,25 0,34 0,37 0,46 0,52 0,58 0,76 – – – – – – – – – –
VÁLVULA
GAVETA
FLAN – – – – – 0,80 0,83 0,85 0,88 0,95 0,98 0,98 0,98 0,98 0,98 0,98 0,98 0,98 0,98
ROSQ. 4,6 4,6 5,2 5,5 5,5 5,55 5,55 5,55 5,55 – – – – – – – – – –
VÁLVULA
ANGULAR
FLAN 4,6 4,6 5,2 5,5 5,5 6,4 6,7 8,5 11,6 15,2 19,2 27,4 36,6 42,7 48,8 57,9 64,0 73,0 9,10
VÁLVULA ROSQ. 2,4 2,7 3,4 4,0 4,6 5,8 6,7 8,2 11,6 – – – – – – – – – –
RETENÇÃO
PORTINHOLA FLAN 1,2 1,6 2,2 3,0 3,7 5,2 6,4 8,3 11,6 15,2 19,2 27,4 36,6 42,7 – – – – –
ROSQ. 0,07 0,07 0,08 0,11 0,12 0,14 0,14 0,16 0,19 – – – – – – – – – –
UNIÃO
FILTROY
FLAN 1,5 2,0 2,3 5,5 8,1 8,3 8,8 10,4 12,8 16,2 18,6 – – – – – – – –
SENAI - PR 35
A tividades
O diâmetro da tubulação deve ser escolhido de maneira que, mesmo com um consumo de ar crescente, a queda
da pressão, do reservatório até o consumidor, não ultrapasse 0,3 Kgf/cm2. Uma queda maior da pressão prejudica a
rentabilidade do sistema e diminui consideravelmente sua capacidade.
36 Introdução à pneumática
Montagem da rede de distribuição
de ar comprimido
É de importância não somente o correto dimensionamento, mas também a montagem das tubulações.
As tubulações de ar comprimido requerem uma manutenção regular, razão pela qual não devem, dentro do possível, ser
montadas dentro de paredes ou de cavidades estreitas.
O controle da estanqueidade das tubulações seria dificultado por essa causa. Pequenos vazamentos são causas de consideráveis
perdas de pressão.
instalação
geradora
As tubulações, em especial nas redes em circuito aberto, devem ser montadas com um declive de 1%, 2%, na direção do fluxo.
Por causa da formação de água condensada, é fundamental, em tubulações horizontais, instalar os ramais de tomadas de ar
na parte superior do tubo principal.
Dessa forma, evita-se que a água condensada eventualmente existente na tubulação principal possa chegar às tomadas de ar
através dos ramais.
Para interceptar e drenar a água condensada deve ser instalado derivações com drenos na parte inferior da tubulação principal.
SENAI - PR 37
instalação
geradora
Quando o consumo de ar é muito grande, consegue-se, mediante esse tipo de montagem, uma alimentação uniforme. O ar flui
em ambas as direções.
instalação
geradora
Rede combinada
A rede combinada também é uma instalação em circuito fechado, que por suas ligações longitudinais e transversais, oferece a
possibilidade de trabalhar com ar em qualquer lugar.
Mediante válvulas de fechamento existe a possibilidade de fechar determinadas linhas de ar comprimido quando estas não
forem usadas ou quando for necessário pô-las fora de serviço por razões de reparação e manutenção.
38 Introdução à pneumática
Impurezas
Na prática encontramos exemplos onde se deve dar muito valor à qualidade do ar comprimido.
Impurezas em forma de partículas de sujeira ou ferrugem, restos de óleo e umidade levam, em muitos casos a falhas em
instalações e a avarias nos elementos pneumáticos.
Enquanto a separação primária do condensado é feita no separador após o resfriador, a separação final, filtragem e outros
tratamentos secundários do ar comprimido são executados no local de consumo.
A incidência da umidade depende, em primeira instância, da umidade relativa do ar por sua vez, depende da temperatura e
condições atmosféricas.
Quantidade de saturação é a quantidade máxima de grau admitida em 1 m3 de ar a uma determinada temperatura. Nesse
caso, a umidade relativa é de 100% (Ponto de orvalho).
Exemplo:
SENAI - PR 39
Para isso existem os seguintes processos:
j = umidade relativa %
Umidade relativa j - é a razão entre a massa de vapor d’água contida em 1 m3 de uma dada mistura a uma pressão total e
temperatura e a quantidade máxima de vapor que se poderia ter também por m3 da mistura.
Pode ser traduzida em última análise como sendo a porcentagem entre a umidade absoluta e o ponto de saturação.
UNIDADE ABSOLUTA
ϕ= × 100
PONTO DE SATURAÇAO
Ponto de Saturação ou Umidade na Saturação é a quantidade de vapor d’água que 1 m3 de ar pode conter a uma determinada
temperatura.
40 Introdução à pneumática
Secagem por absorção
A secagem por absorção é um processo puramente químico. Neste processo, o ar comprimido passa sobre uma camada solta
de um elemento secador. A água ou vapor de água que entra em contato com esse elemento combina-se quimicamente com ele
e se dilui na forma de uma combinação elemento secador-água.
Esta mistura deve ser removida periodicamente do absorvedor. Essa operação pode ser manual ou automática.
Com o tempo, o elemento é consumido e o secador deve ser reabastecido periodicamente (duas a quatro vezes por ano).
O secador por absorção separa ao mesmo tempo vapor e partículas de óleo. Porém, quantidades maiores de óleo influenciam
no funcionamento do secador.
O elemento secador é um material granulado com arestas ou em forma de pérolas. Este elemento secador está formado de
quase 100% de dióxido de silício. Em geral é conhecido pelo nome de “GEL” (Sílica Gel).
A tarefa do “GEL” consiste em adsorver a água e o vapor de água. O ar comprimido úmido é conduzido através da camada de
“GEL”. O elemento secador segura a umidade do ar comprimido.
SENAI - PR 41
É evidente que a capacidade de acumulação de uma camada de “GEL” é limitada. Uma vez que o elemento secador estiver
saturado, poderá ser regenerado de uma maneira fácil: basta soprar ar quente através da camada saturada, que ele absorve a
umidade do elemento secador.
A energia calorífica para a regeneração pode ser gerada também por eletricidade ou por ar comprimido quente.
Mediante a montagem em paralelo de duas instalações de adsorção, uma delas pode estar ligada para secar enquanto a outra
está sendo soprada com ar quente (regeneração).
Exemplo:
Compressor: tipo pistão duplo efeito com dois estágios d.l.e. 396 c.f.m a 100 p s i g.
Ambiente:
Necessitamos deste volume em N m3/min, para isso é conhecida à lei dos gases.
P1V1 PV
= 2 2
T1 T2
P2 V2
Temos: T1 = T2 P1V1 = P2 V2 V1 =
P1
42 Introdução à pneumática
P2
Definimos relação de compressão como r=
P1
V1 = V2 . r
P2 8
r= r= r=8
P1 1
Com estes cálculos, queremos demonstrar o quanto é importante à preparação do ar comprimido aplicado em uma
indústria.
O grande desenvolvimento da pneumática levou as empresas a se preocuparem seriamente com os problemas de umidade
do ar, que constitui fator preponderante para o êxito de uma automatização, melhor desempenho e produtividade.
SENAI - PR 43
A notações
44 Introdução à pneumática
Filtros de ar comprimido
A função de um filtro de ar comprimido é reter as partículas de impureza, bem como a água condensada presentes no ar
que passa por ele.
O ar comprimido, ao entrar no copo (2) é forçado a um movimento de rotação por meio de “rasgos direcionais”(1).
Com isso, separam-se as impurezas maiores, bem como as gotículas de água, por meio de força centrífuga e se depositam
no fundo do copo.
O condensado acumulado no fundo do copo deve ser eliminado, o mais tardar ao atingir a marca do nível máximo, se isto
não ocorrer, o condensado será arrastado novamente pelo ar que passa.
As partículas sólidas, maiores que a porosidade do filtro (3), são retidas por este. Com o tempo, o acúmulo destas
partículas impede a passagem do ar.
Filtros mais finos têm elementos com porosidade até 3 µm. Se houver uma acentuada
deposição de condensado, convém substituir a válvula de descarga manual (4) por
uma automática (veja figura).
SENAI - PR 45
Funcionamento do Dreno Automático
Pelo furo nº 6, o condensado atinge a câmara entre as vedações 1 e 2. Com o aumento do nível do condensado o flutuador nº
3 se ergue.
A um determinado nível, abre-se a passagem nº 7. O ar comprimido existente no copo passa por ela e desloca o êmbolo nº 5
para a direita. Com isso se abre o escape para o condensado.
Pelo escape nº 4, o ar só passa lentamente mantendo-se com isso, aberta por um tempo ligeiramente maior a saída do
condensado (veja figura ).
6 3
1
2
46 Introdução à pneumática
Regulador de pressão
O regulador tem por função manter constante a pressão de trabalho (secundária) independente da pressão da rede (primária)
e consumo do ar.
A pressão primária tem que ser sempre maior que a secundária. A pressão é regulada por meio de uma membrana (1). Uma das
faces da membrana é submetida à pressão de trabalho.
Do outro lado, atua uma mola (2) cuja pressão é ajustável por meio de um parafuso de regulagem (3). Com aumento da pressão
de trabalho a membrana movimenta-se contra a força mola. Com isso, a seção nominal de passagem na sede da válvula (4)
diminui progressivamente, ou se fecha totalmente. Isto significa que a pressão é regulada pelo fluxo.
SENAI - PR 47
Regulador de pressão sem escape
No comércio encontram-se reguladores de pressão sem abertura de escape. Nesse caso, não se pode permitir a fuga do ar
contido no sistema para a atmosfera.
Funcionamento
Por meio do parafuso de ajuste (2) é tencionada a mola (8) juntamente com a membrana (3). Conforme a regulagem da mola (8)
a passagem do primário para o secundário se torna maior ou menor.
Com isso o pino (6) encostado à membrana afasta ou aproxima a vedação (5) do assento.
Se o lado secundário não houver consumo de ar, a pressão cresce e força a membrana (3) contra a mola (8). Desta forma, a
mola (7) pressiona o pino para baixo e a passagem é fechada pela vedação (5).
Somente quando houver demanda de ar pelo lado secundário é que o ar comprimido do lado primário voltará a passar.
5 1 7
P1 P2
3
8
4
2
48 Introdução à pneumática
Lubrificador de ar comprimido
O lubrificador tem a tarefa de abastecer suficientemente, com materiais lubrificantes, os elementos pneumáticos.
Os materiais lubrificantes são necessários para garantir um desgaste mínimo dos elementos móveis, manterem tão mínimos
quanto possível as forças de atrito e proteger os aparelhos contra a corrosão.
Lubrificadores de óleo trabalham, geralmente, segundo o princípio VENTURI. A diferença de pressão p (queda da pressão),
entre a pressão antes do bocal nebulizador e a pressão no ponto estrangulado do bocal, será aproveitada para sugar óleo
de um reservatório e de misturá-lo com o ar em forma de neblina.
Quando houver uma pequena demanda de ar, a velocidade no bocal é insuficiente para gerar uma depressão (baixa pressão)
que possa sugar o óleo do reservatório. Deve-se, portanto, prestar atenção aos valores de vazão (fluxo) indicados pelo
fabricante.
4p
SENAI - PR 49
Funcionamento do Lubrificador
A corrente de ar no lubrificador vai de A para B. A válvula de regulagem H desvia o ar através do bocal C para o ambiente do
reservatório.
O ar se enriquece com óleo, que ocorre, provocado pela pressão no reservatório e pela depressão em C através da mangueira
plástica, caindo no ambiente D. Com o parafuso de regulagem K é dada a possibilidade de regular as gotas de óleo por unidade
de tempo.
O desvio do ar, enriquecido com óleo, é feito por intermédio da bucha F. As gotas grandes demais recaem no ambiente E.
Somente a neblina ar-óleo chega através do canal G, para a saída B.
A B
C G
F
50 Introdução à pneumática
Unidade de conservação
Filtro de ar comprimido
Regulador de ar comprimido
Lubrificador de ar comprimido
1. A vazão total de ar em m3/hora é determinante para o tamanho da unidade. Uma demanda (consumo) de ar grande demais
provoca uma queda de pressão nos aparelhos. Devem-se observar rigorosamente os dados indicados pelo fabricante.
2. A pressão de trabalho nunca deve ser superior à indicada no aparelho. A temperatura ambiente não deve ser maior que 50ºC
(máximo para copos de material sintético).
SENAI - PR 51
Óleos recomendados:
- Esso – Spinesso – 22
a) Filtro de ar comprimido: O nível de água condensada deve ser controlado regularmente, pois a altura marcada no copo
indicador não deve ser ultrapassada. A água condensada acumulada pode ser arrastada para a tubulação de ar comprimido e
para os equipamentos.
Para drenar a água condensada deve-se abrir o parafuso de dreno no fundo do copo indicador. O cartucho filtrante, quando sujo,
também deve ser limpo ou substituído.
b) Regulador de pressão de ar comprimido: na existência de um filtro de ar comprimido antes do regulador, este não necessita
de manutenção.
c) Lubrificador de ar comprimido. Controlar o nível de óleo no copo indicador. Se necessário, completar óleo até a marcação.
Filtros de material plástico e o copo do lubrificador devem ser limpos somente com querosene. Para o lubrificador devem ser
usados somente óleos minerais de baixa viscosidade (3,1 5ºE a 20ºC).
Todos os aparelhos têm uma resistência interna, razão pela qual se verifica na saída destes, uma determinada queda de
pressão. A queda de pressão depende da vazão e da correspondente pressão de alimentação.
52 Introdução à pneumática
Elementos pneumáticos de função
retilínea (cilindro)
A energia pneumática será transformada, por cilindros pneumáticos, em movimentos retilíneos e pelos motores pneumáticos
em movimentos rotativos.
A geração de um movimento retilíneo com elementos mecânicos conjugados com acionamentos elétricos, é relativamente
custosa e ligada a certas dificuldades de fabricação e durabilidade.
Os cilindros de ação simples são acionados por ar comprimido de um só lado, e, portanto, trabalham em uma direção.
O retrocesso efetua-se mediante uma mola ou por uma força externa. A força da mola é calculada para que ela possa retroceder
o pistão em posição inicial, com uma velocidade suficientemente alta, sem absorver, porém, energia elevada.
Em cilindros de ação simples com mola montada, o curso do êmbolo é limitado pelo comprimento da mola.
SENAI - PR 53
Cilindro com amortecimento nos fins de curso
Quando volumes grandes e pesados são movimentados por um cilindro, emprega-se um sistema de amortecimento para evitar
impactos secos ou até danificações.
Antes de alcançar a posição final, um êmbolo de amortecimento interrompe o escape direto do ar, deixando somente uma
passagem pequena, geralmente regulável.
Com o escape de ar restringido cria-se uma sobrepressão que, para ser vencida absorve grande parte da energia e resulta em
perda de velocidade nos fins de curso.
Invertendo o movimento do êmbolo, o ar entra sem impedimento pelas válvulas no cilindro e o êmbolo pode, com força e
velocidade total, retroceder.
Quando da adição de ar comprimido, ela projeta-se e desenvolve no interior do cilindro, movimentando a haste do êmbolo para
fora.
Este sistema permite fazer cursos maiores (aproximadamente 50-80 mm) do que os de cilindros de membrana plana.
54 Introdução à pneumática
O atrito aqui é consideravelmente menor.
A força do ar comprimido movimenta o pistão do cilindro de ação dupla em duas direções. Será produzida uma determinada
força no avanço, bem como no retrocesso.
Cilindros de ação dupla são utilizados especialmente onde é necessário também em retrocesso, exercer uma função de
trabalho.
O curso, em princípio, é limitado, porém é importante levar em consideração a deformação por flexão e flambagem.
SENAI - PR 55
A notações
56 Introdução à pneumática
Construção do cilindro
O cilindro de êmbolo consiste em um tubo (camisa) cilíndrico, tampa (cabeçote) anterior e posterior, êmbolo com gaxetas (gaxeta
dupla tipo copo), haste do êmbolo, bucha de guia, anel limpador, suplementarmente ainda, peças de adaptação e vedação.
A camisa (1) na maioria dos casos é feita de um tubo de aço trefilado a frio, sem costura. Para aumentar a vida útil dos elementos
de vedação, a superfície deslizante do tubo é brunida.
Para casos especiais executa-se o cilindro de alumínio ou de latão e de aço superfície deslizante de cromo duro.
Estas execuções especiais serão empregadas para trabalhos não sempre contínuos ou onde existe a possibilidade de corrosão
muito acentuada.
Para as tampas (2) e (3) usa-se normalmente material fundido (alumínio fundido ou ferro maleável). A fixação das tampas pode
ser feita com tirantes, roscas ou flanges.
A haste do êmbolo (4) geralmente é feita de aço beneficiado, e como proteção anticorrosiva temos uma boa porcentagem de
cromo.
Sob pedido, a haste do êmbolo pode ser temperada. Uma maior densidade superficial será alcançada por laminação com rolos.
A rugosidade da haste, neste caso, é a 1 µm.
Para a vedação da haste do êmbolo existe um anel circular (5) na tampa anterior.
A haste do êmbolo está guiada na bucha de guia (6). Esta bucha pode ser de bronze sinterizado ou de material sintético metalizado.
Ante esta bucha encontra-se o anel limpador (7). Ele evita a entrada de partículas de pó e sujeira no cilindro. Portanto, não é
necessária outra proteção.
SENAI - PR 57
Material:
1
8
9
SELEÇÃO DA HASTE
Os cilindros pneumáticos aplicados na automatização de máquinas normalmente estão trabalhando, sujeitos a força de
compressão, consequentemente suas hastes ficam sujeitas à flambagem.
Não é uma falha que se inicia como resultado de uma grande tensão, sendo antes uma deformação do elemento, semelhante
ao de uma barra, que sujeita a uma compressão no sentido do comprimento, se deforma, enverga e quebra.
No instante da quebra, a barra está submetida à tensão de ruptura, naturalmente, mas nesta ocasião ela já deve ter sido
encurvada e afastada da forma retilínea e a carga externa estará provocando uma tensão de flexão considerável.
Quando a flambagem está na iminência de ocorrer, a tensão real pode ser apenas uma fração de resistência ao escoamento e
apesar disso, um acréscimo relativamente pequeno na carga, a partir deste ponto pode causar a falha no material.
A carga axial, que corresponde à passagem da forma de equilíbrio estável para a de equilíbrio instável, é a carga crítica ou carga
de flambagem.
Compressão
Johnson
Euler
58 Introdução à pneumática
FÓRMULA DE EULER PARA CALCULAR FLAMBAGEM
p2 × E × J
Fk =
sK 2 × S
SENAI - PR 59
A notações
60 Introdução à pneumática
Cálculos dos cilindros
Força do êmbolo
A força do êmbolo exercida com o elemento de trabalho depende da pressão de ar, do diâmetro do cilindro e da resistência de
atrito dos elementos de vedação.
F = força Kgf
A = área cm2
P = pressão Kgf/cm2
A tividades
01. Se aplicarmos uma pressão de 8 kgf/cm2 em um cilindro pneumático cuja área mede 120 cm2, qual será a força
atuante?
F = força Kgf
A = área cm2
P = pressão Kgf/cm2
SENAI - PR 61
A tividades
02. Se aplicarmos uma pressão de 7 kgf/cm2 num cilindro pneumático cujo diâmetro mede 10 cm. Qual será a força
desenvolvida?
F = força Kgf
A = área cm2
P = pressão Kgf/cm2
D = diâmetro cm
D2 × p
Fórmula para se determinar a área: A =
4
Fórmula para se determinar a força: F = P x A
03. Que pressão será necessária aplicar em um cilindro pneumático para suspender 580 Kgf, sabendo-se que a área
do cilindro mede 80 cm2?
F = força Kgf
A = área cm2
P = pressão Kgf/cm2
F
Fórmula para determinar a pressão P =
A
04. Determine a força de avanço e (retrocesso) num cilindro pneumático cujo diâmetro mede 10 cm, diâmetro da
haste mede 5 cm.
Área do êmbolo
D2 × p
A=
4
p
Acc = (D2 − d2 ) ×
4
F = P × A
F = P × AC
62 Introdução à pneumática
Comprimento de curso
O comprimento de curso em cilindros pneumáticos não deve ser maior do que 2000 mm. A pneumática não é mais rentável
quando de êmbolo de diâmetro grande e de curso muito longo, pois o consumo de ar é muito alto.
Em cursos longos, a carga mecânica sobre a haste do êmbolo e nos mancais é grande.
Para evitar uma flambagem, é necessário determinar o diâmetro da haste do êmbolo, um pouco maior. Além disto, é aconselhável
prolongar as buchas de guias da haste do êmbolo.
Velocidade de cilindros
A velocidade de cilindros pneumáticos depende da carga, da pressão de ar, do comprimento da tubulação entre a válvula e o
cilindro, bem como da vazão da válvula de comando.
A velocidade é influenciada também pelo amortecimento nos fins de curso, quando a haste de êmbolo está na faixa de
amortecimento à alimentação de ar passa através de um regulador de fluxo unidirecional, provocando assim uma diminuição
momentânea de velocidade.
As velocidades de êmbolos em cilindros normais são de 0,1-1,5 m/s. Com cilindros especiais (cilindros de impacto) podem ser
alcançadas velocidades até 10 m/s.
A velocidade de êmbolo pode ser regulada com válvulas apropriadas. Válvula reguladora de fluxo e válvula de escape rápido,
empregam-se para velocidades menores ou maiores.
Consumo de ar
É importante conhecer o consumo do ar da instalação, para poder produzi-lo e para saber quais as despesas de energia.
Em uma determinada pressão de trabalho, num determinado diâmetro de cilindro e num determinado curso, calcula-se o consumo
de ar como segue.
P2
A relação de compressão será calculada assim:
P1
1.033 + pressão de trabalho em bar
1.033
1.033 + pt
× Nc × Ct × 0, 7854 × D2
1, 033
Q=
1000
SENAI - PR 63
Onde:
Q = consumo de ar l/min
Ct = curso de trabalho cm
p
0, 7854 =
4
D = diâmetro do cilindro cm
Exemplo:
Qual o consumo de ar de um cilindro de dupla ação com diâmetro de 5 cm (diâmetro de haste do êmbolo 2 cm e 10 cm de curso)?
O cilindro faz 10 cursos por minuto. A pressão de trabalho é de 6 kgf/cm2.
1, 033 + Pt
× Nc [ 0, 785 × Ct × (2D2 − d2 )]
1, 033
Q=
1000
Onde:
D = Diâmetro do cilindro: cm
D = Diâmetro da haste: cm
Ct = Curso de trabalho: cm
64 Introdução à pneumática
Elementos pneumáticos de
trabalho de ação rotativa
Motor Pneumático
O motor pneumático, com campo angular limitado, é um dos elementos pneumáticos mais usados.
Motor de pistão
Motor de palhetas
Motor de engrenagem
Turbinas
Motores de Pistão
Este tipo está subclassificado em motores de pistão radial e axial. Por pistões em movimento inverso, o ar, através de uma
biela, aciona o eixo de motor.
Para que seja garantido um movimento sem golpes e vibrações são necessários vários pistões. A capacidade dos motores
depende da pressão de entrada, número de pistões, área dos pistões e dos cursos destes.
O modo de trabalho dos motores de pistão axial é similar ao dos motores de pistão radial.
Um disco oscilante transforma a força de 5 cilindros, axialmente posicionados, em movimento giratório. Dois pistões são
alimentados simultaneamente com ar comprimido.
SENAI - PR 65
Com isto obter-se-á um momento de inércia equilibrado, garantindo um movimento do motor uniforme e sem vibrações.
Motor radial
Motor axial.
Graças à construção simples e de pequeno peso, os motores pneumáticos geralmente são fabricados como máquinas rotativas
com lamelas. Estes são, em princípio, contrários aos compressores de células múltiplas (compressor rotativo).
O rotor está fixado excentricamente em um espaço cilíndrico. O rotor é dotado de ranhuras. As palhetas colocadas nas ranhuras
serão, pela força centrífuga, afastadas contra a parede interna do cilindro. A vedação individual das câmaras é garantida.
Por meio de pequena quantidade de ar, as palhetas serão afastadas contra a parede interna do cilindro, já antes de acionar o
motor.
66 Introdução à pneumática
Tipos diferentes de construção, o encosto das palhetas é
feito por pressão de molas. Motores desta execução têm
geralmente entre três a dez palhetas.
Motores de Engrenagem
A geração do momento de torção efetua-se nesta construção pela pressão de ar contra os flancos dos dentes de duas engrenagens
engrenadas.
Uma engrenagem é montada fixa no eixo do motor, a outra livre no outro eixo.
Estes motores, empregados como máquinas de acionar, estão à disposição com até 44 Kw – 60 CV. A direção de rotação destes
motores, fabricados com engrenagens retas ou helicoidais, é inversa.
Turbomotores
A faixa de rotação, porém é muito ampla (em equipamentos dentários até 500.000 rpm). O modo de atuar corresponde ao
contrário do princípio de um turbocompressor.
SENAI - PR 67
A notações
68 Introdução à pneumática
Generalidades
Os elementos emissores de sinal e de comando influenciam o processo dos trabalhos, razão pela qual serão denominadas
“válvulas”.
Elas comandam também a pressão ou a vazão do meio de pressão armazenada em um reservatório ou movimentada por
uma hidrobomba.
A denominação “válvula” é válida, correspondendo à linguagem internacionalmente usada, para todos os tipos de
construção: registros, válvulas de esfera, válvulas de assento, válvulas direcionais, etc.
Esta validade é definida pela norma DIN 24.300, conforme recomendação da CETOP (Comissão Européia de Transmissões
Óleo – hidráulica e pneumática).
1. Válvulas direcionais
2. Válvulas de bloqueio
3. Válvulas de pressão
5. Válvulas de fechamento
SENAI - PR 69
A notações
70 Introdução à pneumática
Válvulas direcionais
São aparelhos que influenciam o percurso de um fluxo de ar, principalmente nas partidas, nas paradas e na direção do fluxo.
SIMBOLIZAÇÃO DE VÁLVULAS
Em esquemas pneumáticos usam-se símbolos para a descrição de válvulas emissoras de sinal, de comando e para válvulas
direcionais de 2, 3, 4 ou 5 vias.
O número de quadrados unidos indica o número de posições que uma válvula pode assumir.
SENAI - PR 71
A função e o número de vias serão desenhados nos quadrados.
As ligações (entrada e saída) serão caracterizadas por tracinhos externos, o número de trações indica o número de vias.
Outras posições obter-se-ão deslocando os quadrados, até que se cubram as vias com as ligações.
As posições de comando podem ser indicadas por letras minúsculas (a, b, c, d).
a b
72 Introdução à pneumática
Válvula com 3 posições de comando.
Define-se como posição de repouso aquela condição em que, através de molas, por exemplo, os elementos móveis da válvula
são posicionados enquanto esta não está sendo acionada.
Posição de partida (inicial) será denominada aquela que os elementos móveis da válvula assumam após montagem na instalação
e ligação da pressão de rede, bem como na possível ligação elétrica, e com a qual começa o programa previsto.
a 0 b
Segundo a (NORMA DIN 24300) Para garantir uma identificação e uma ligação correta das válvulas, marcam-se as vias com
letras maiúsculas.
Considere:
SENAI - PR 73
Válvula direcional de 2 vias (2/2) aberta
74 Introdução à pneumática
Válvula direcional de 4 vias (4/3) posição de repouso A e B em exaustão
A denominação de uma válvula depende do número de vias (conexões e do número das posições de comando). O primeiro
número indica a quantidade de vias, e o segundo a quantidade das posições de comando da válvula.
SENAI - PR 75
A notações
76 Introdução à pneumática
Cores técnicas
Muitas vezes em nossa empresa, deparamo-nos com problemas de interpretação de um circuito complexo para depois
explicar seu funcionamento.
Um circuito pneumático ou hidráulico pode ser mais facilmente interpretado quando trabalhamos com cores técnicas,
colorindo as linhas de fluxo, a fim de identificarmos o que está ocorrendo com o fluxo, ou qual o trabalho que este
desenvolverá.
As cores utilizadas para este fim são normalizadas, porém existe uma diversificação em função da norma seguida.
Apresentamos abaixo as cores normalizadas pela ANSI (American National Standard Institute) que substitui
a organização ASA. Sua padronização de cores é bem completa e abrange a maioria das necessidades de um
circuito:
- VERMELHO: indica pressão de alimentação, pressão normal do sistema, é a pressão do processo de transformação
de energia. Ex.: compressor.
- VIOLETA: indica que a pressão do sistema de transformação de energia foi intensificada. Ex.: multiplicador de
pressão.
- LARANJA: indica a linha de comando, pilotagem ou que a pressão básica foi reduzida. Ex.: pilotagem de uma
válvula.
- AMARELO: indica uma restrição no controle da passagem de fluxo. Ex.: utilização de válvula de controle de
fluxo.
- AZUL: indica fluxo em descarga, escape ou retorno. Ex.: exaustão para atmosfera.
SENAI - PR 77
IDENTIFICAÇÃO DOS ORIFÍCIOS DE UMA VÁLVULA
As identificações dos orifícios de uma válvula pneumática, reguladores, filtros, etc. têm apresentado uma grande diversificação
de indústria para indústria, sendo que cada produtor adota seu próprio método, não havendo a preocupação de utilizar uma
padronização universal.
Em 1976 o CETOP – Comitê Europeu de Transmissões Óleo Hidráulica e Pneumática propôs um método universal para
identificação dos orifícios aos fabricantes deste tipo de equipamento.
O código apresentado pelo CETOP, vem sendo estudado para que se torne uma norma universal, através da Organização
Internacional de Normalização – ISO.
A finalidade do código é fazer com que o usuário tenha uma fácil instalação dos componentes, relacionando as marcas dos
orifícios no circuito com as marcas contidas nas válvulas, identificando claramente a função de cada orifício.
4 2
14 12
5 3
Esta proposta é numérica como mostra a figura acima, sendo complementada com parte literal.
nºs 3 e 4 – utilização, saída: orifícios de aplicação em válvulas 4/2, 4/3, 5/2 e 5/3.
nº 3 – escape ou exaustão: orifícios de liberação do ar utilizado, em válvulas 3/2, 3/3, 4/2 e 4/3.
Numa válvula 3/2 N. F. o orifício 2 é sempre conectado internamente com o orifício 3, quando a válvula está na posição inicial,
quando na posição de manobra liga 1 com 2.
Orifícios de pilotagem são identificados da seguinte forma: 10, 12 e 14. Estas referências baseiam-se na identificação do
orifício de alimentação 1.
nº 10 – indica um orifício de pilotagem que ao ser influenciado isola, bloqueia o orifício de alimentação (vál. 2/2 e 3/2 duplo
piloto por ex.).
78 Introdução à pneumática
Quando a válvula assume sua posição inicial automaticamente (retorno por mola, pressão interna) não há identificação
no símbolo.
Exemplos práticos
Considerando as condições:
Temperatura 68º F
Pc(P2 + Pa )
Q = 22, 48 × C V
T×G
Onde:
G = Relação entre o peso molecular do gás e o peso molecular do ar. Mw ar = 28,96 Gar = 1
Q = Vazão SCFM
Se isolarmos o termo Cv da fórmula, considerando a vazão igual ao consumo de ar de um cilindro no avanço ou retorno.
a × Ct a × ct × cteA × Fc
Q = , teremos C v =
t c tc
Onde:
14 × 7 + P1
Fc = fator de compressão = (valor na tabela 14,7 em função de P1).
14, 7
SENAI - PR 79
constante “A” para várias quedas de pressão
pressão
fator
de
de Queda de pressão: Pc
entrada
compressão
psig
2 psig 5 psig 10 psig 20 psig
Exemplo
Um cilindro de q = 8”, curso 12”, deve movimentar uma peça no tempo máximo de 2 segundos para que a produção desejada
seja atingida.
A válvula de comando é alimentada com P1 = 80 psi para que a força exercida pelo cilindro torne-se compatível com o
trabalho.
Cv = Cv =
80 Introdução à pneumática
Símbolos e normas de apresentação
Neste capítulo sob orientação das diretrizes VDI 3.260 e DIN 55.003, estão relacionados mais alguns símbolos e convenções
importantes.
Estes símbolos podem ser empregados em esquemas e diagramas, assim como em placas sem texto, afixados em máquinas
operatrizes (DIN 55.003).
MOVIMENTOS
SENAI - PR 81
Movimento limitado, em linha reta, na direção da seta.
Movimento limitado, em linha reta, na direção da seta, uma única vez para frente e para trás.
Movimento limitado, em linha reta, na direção da seta, para frente e para trás, em forma contínua.
82 Introdução à pneumática
Rotações / Ciclo contínuo.
min
Ligar (Partida)
Desligar (Parada)
Ligar / Desligar
SENAI - PR 83
Partida automática
pressostato
500 KPa
P 5 bar
Temporizador
a1 v b1
84 Introdução à pneumática
Condição “ou” (sinal – V)
a1 v b1
a1 v b1
a1
Ramificação
SENAI - PR 85
CORES DE IDENTIFICAÇÃO PARA BOTÕES E INDICADORES LUMINOSOS (CONFORME DIN 43.605)
Geral:
Determinado:
Preto Liga
Estado de desligamento
Verde Partida
(partida)
Azul Confirmação
FORMAS DE ENERGIA
Hidráulica
Pneumática
Mecânica
Elétrica
86 Introdução à pneumática
SIMBOLIZAÇÃO PNEUMÁTICA DIN/ISO 1219 E SÍMBOLOS NÃO NORMALIZADOS:
Compressor
Bomba de vácuo
SENAI - PR 87
Motor pneumático com campo giratório ilimitado
88 Introdução à pneumática
Cilindro de ação dupla com amortecimento regulável em ambos os fins de curso
SENAI - PR 89
COMANDO E REGULAGEM DE ENERGIA: VÁLVULAS DIRECIONAIS
90 Introdução à pneumática
Válvula direcional de 4 vias – 3 posições – posição intermediária fechada
a b
SENAI - PR 91
VÁLVULAS DE BLOQUEIO
92 Introdução à pneumática
VÁLVULAS DE PRESSÃO:
SENAI - PR 93
VÁLVULAS DE FLUXO:
94 Introdução à pneumática
VÁLVULA DE FECHAMENTO:
TRANSMISSÃO DE ENERGIA:
Fonte de pressão
SENAI - PR 95
Linha de comando (pilotagem)
Tubulação flexível
Instalação elétrica
96 Introdução à pneumática
Ponto de escape
Escape livre
Escape dirigido
SENAI - PR 97
Conexão rápida, acoplada com válvulas de bloqueio com abertura mecânica (engate rápido).
Silenciador
98 Introdução à pneumática
Reservatório pneumático (acumulador)
Filtro
Secador de ar
SENAI - PR 99
Lubrificador
Unidade de conservação (filtro, válvula reguladora de pressão, lubrificador e manômetro). Simbolização simplificada.
Refrigerador (resfriador)
Engate (trava)
SENAI - PR 101
MEIOS DE ACIONAMENTO MANUAL (MUSCULAR):
Geral
Por botão
Por alavanca
Por pedal
ACIONAMENTO MECÂNICO:
Por came
ACIONAMENTO ELÉTRICO:
SENAI - PR 103
Por eletro-imã com duas bobinas atuando em sentido contrário
SENAI - PR 105
Por amplificador (não normalizado)
Por pressão, cada acionamento gerando um estado alternado, divisor binário (não normalizado)
ACIONAMENTO COMBINADO
Geral:
APARELHOS DIVERSOS
Indicador de temperatura
SENAI - PR 107
Aparelho medidor de fluxo (vazão)
Conversor pneumático-elétrico
tº
Indicador óptico
Sensor de reflexão
SENAI - PR 109
A notações
A fim de dar uma visão de conjunto à técnica de comando elétrica e eletromecânica, torna-se necessário relacionar
brevemente os conceitos fundamentais e prescrições mais importantes deste campo, se bem que isto ultrapassa os limites
aqui estabelecidos e não é imprescindível, nesta extensão, para a compreensão dos comandos simples apresentados.
Não se abordarão, entretanto, as medidas de proteção e prescrições de segurança. Também os elementos e equipamentos
disponíveis para este campo serão apresentados e explicados apenas abreviadamente, não havendo, pois, pretensões de
integridade do assunto.
Os comandos eletropneumáticos compõem-se normalmente de uma parte de trabalho pneumático e uma parte de
comando.
É, porém, possível estabelecer parcialmente uma disposição inversa, portanto, parte do trabalho elétrico e parte do comando
pneumático, ou, também, parte do trabalho e parte do comando misto em ambas as técnicas.
Entende-se por comando eletropneumático todos os sistemas que correspondem de alguma forma a ambas as formas de
energia.
Como já se descreveu anteriormente, comandos pneumáticos são construídos principalmente como “comandos de impulso”
com fundamento tecnológico, devido à existência da “válvula de impulso”.
Na técnica de comando, entretanto, encontrar-se-á principalmente “comandos de retenção”, uma vez que os principais
elementos construtivos contactores e relés são equipamentos com retorno automático.
- Comandos eletropneumáticos compõem-se de uma parte do trabalho pneumático e uma parte do comando eletromecânico,
porém é possível estabelecer parcialmente uma posição inversa ou mista.
- Conversor de sinais mais simples, a combinação é uma chave elétrica acionada por um cilindro pneumático de simples
ação.
SENAI - PR 111
A pressão indicada para esta combinação é de 0,6 a 10 bares.
- Os sinais provenientes de comandos pneumáticos podem ser usados em forma direta para acionar contactores.
- Pistão de comando
Contactor-conversor de sinais.
- Os contactores-conversores de sinais podem ser aplicados no acionamento de elementos elétricos, controle de produção de
peças, para desligar motores de acionamento, etc.
Entrada de sinais
- Chave fim de curso com dispositivo apalpador (came, rolete fixo, rolete escamoteável, alavanca tipo torquilha).
- Chave fim de curso sem contato físico (barreiras fotoelétricas, chave de aproximação eletrônica, chave magnética).
Contactor
Contactor de potência
Contactor de remanescência
Relés
Relés de remanescência
Relés de tempo
Relés oscilantes
Contactores auxiliares:
a) Os contactores normalmente abertos são designados através dos algarismos finais 3 e 4. Algarismo anterior indica um
número corrente.
13 23 33
14 24 34
b) Os contatos normalmente fechados recebem algarismos finais 1 e 2. Algarismo anterior indica um número corrente.
11 21 31
12 22 32
SENAI - PR 113
Os bornes de conexão dos sistemas de acionamento são designados por letras (minúsculas) a, b, c...
Exemplo:
- Na composição de esquemas, o desenho dos símbolos deve observar a facilidade de supervisão e, em geral, deve ser
representado em estado desligado, livre de corrente e os equipamentos, em sua posição de repouso.
13 23 33 41 51
14 24 34 42 52
Tarefa 01
O êmbolo de um cilindro pneumático de ação simples deve, ao acionar um botão, avançar. Ao soltar o botão deve retornar à
posição inicial.
ESQUEMA DE COMANDO
1.0
Cilindro pneumático de ação
simples c/ retorno por mola.
1.2 2
Válvula direcional 3/2 NF. Acionada
por botão c/ retorno por mola.
1 3
0.1
Alimentação
Lubrefil
SENAI - PR 115
COMANDO DE UM CILINDRO DE AÇÃO SIMPLES COM CONTROLE DE VELOCIDADE NO AVANÇO E
RETORNO
Tarefa 03
ESTEIRA TRANSPORTADORA
Comando com válvula de simultaneidade
Com um cilindro de ação dupla devem ser deslocadas peças de uma esteira para outra. O acionamento deve ser manual através
de dois pontos distintos.
1.0
1.1 2 4
12
3 1 5
2
12 14
1.2 2 1.6 1.4 2
1 3 1 3
0.1
ESQUEMA DE COMANDO
Tarefa 04
1.1 2 4
12
3 1 5
2
12 14
1.2 2 1.6 1.4 2
1 3 1 3
0.1
Tarefa 05
O sinal de partida é emitido mediante o acionamento do botão 1.2, o cilindro avança após alcançar sua posição final, deve
apertar, durante 10 segundos, as peças entre si e em seguida, voltarem para sua posição inicial.
ESQUEMA DE COMANDO
1.0
1.1 2 4
12 14
3 1 5 1.5 TEMPORIZADOR 2
1.2 2 12
1 3 1 3
0.1
SENAI - PR 117
COMANDO AUTOMÁTICO PARA MÁQUINAS OPERATRIZES
Tarefa 06
Acionando-se o botão com trava 1.4, ocorre o avanço e retorno automático do cilindro pneumático de dupla ação. Destravando
o botão desliga-se o sistema, e o cilindro retorna à sua posição inicial.
ESQUEMA DE COMANDO
1.0
1.2 1.3
1.02 1.03
1.1 2 4
12 14
2 1.2 3 1 5 1.3 2
1 3 1 3
1.4 2
1 3
0.1
Tarefa 07
MOVIMENTO 1 2 3 4 5
+
CILINDRO “A”-
+
CILINDRO “B”-
1.0 2.0
2.2 1.3
1.1 2 4 2.1 2 4
12 14 12 14
3 1 5 3 1 5
2 2.3 2 1.3 2 2.2 2 2.3
1 3 1 3 1 3 1 3
1.4 2
0.1 1 3
2 4
12 14
3 1 5
SENAI - PR 119
COMANDO PARA TRÊS GRUPOS DE ALIMENTAÇÃO
2 4
12 14
3 1 5
2 4
12 14
3 1 5
2 4
12 14
3 1 5
2 4
12 14
3 1 5
2 4
12 14
3 1 5
Tarefa 08
MOVIMENTO 1 2 3 4 5
+
CILINDRO “A”-
+
CILINDRO “B”-
1.0 2.0
1.1 2 4 2.1 2 4
12 14 12 14
3 1 5 3 1 5
2 4
12 14
3 1 5
SENAI - PR 121
COMANDO ELÉTRICO EM PARALELO
O comando de um cilindro pneumático de ação dupla deve ser feito de duas diferentes
posições.
Y1 Y2 FC1
Y1 Y2 FC1 FC2
SENAI - PR 123
COMANDO ELÉTRICO PARA PRENSA PNEUMÁTICA
Caso seja acionado qualquer dos botões individualmente, o cilindro permanece recuado.
Y1
Tarefa 15
E assim, sucessivamente, de maneira que a cada acionamento o botão b1 ocorrerá um movimento do cilindro.
Observação: Para este comando será necessário utilizar uma botoeira de impulso e 3 contactores.
ESQUEMA PNEUMÁTICO
Y1
Tarefa 16
Desenvolva um circuito eletropneumático de modo que se acionando o botão b1, o cilindro avance até atingir o FC2.
Após acionar o FC3, deverá retornar ao ponto inicial (ciclo único). Seqüência conforme o gráfico abaixo.
GRÁFICO
1 2 3 4 5 6
ESQUEMA PNEUMÁTICO
Y1 Y2
SENAI - PR 125
CIRCUITO ELÉTRICO SEQÜENCIAL
Tarefa 17
Desenvolva um circuito eletropneumático automático para executar a seqüência conforme o gráfico abaixo.
GRÁFICO
MOVIMENTO 1 2 3 4 5
+
CILINDRO “A”-
+
CILINDRO “B”-
ESQUEMA PNEUMÁTICO
Y1 Y2 Y3 Y4
Tarefa 18
Desenvolva um circuito eletropneumático automático para executar a seqüência conforme o gráfico abaixo:
GRÁFICO
MOVIMENTO 1 2 3 4 5
+
CILINDRO “A”-
+
CILINDRO “B”-
ESQUEMA PNEUMÁTICO
Y1 Y2 Y3 Y4
SENAI - PR 127
A notações
Introdução
A utilização de circuitos lógicos de comando vem intensificando-se com a modernização dos processos de produção.
Na automação, a lógica fixa é fundamental para comandar desde máquina-ferramenta com seqüências simples de movimento
até os mais complexos robôs manipuladores.
O objetivo desta publicação é desenvolver, tendo por base a Álgebra de Boole, as técnicas e procedimentos necessários à
concepção e elaboração de esquemas de comando pneumáticos por meio dos seguintes passos:
ÁLGEBRA DE BOOLE
Apresentação
A álgebra de Boole é um sistema binário criado para analisar matematicamente a lógica do pensamento humano.
A álgebra booleana opera com variáveis que só podem assumir dois estados lógicos e antagônicos entre si, representados pelos
números binários 0 e1.
SENAI - PR 129
Para melhor entendimento vamos considerar o símbolo 1 para representar a ocorrência de um fato e o símbolo 0 para negar
essa ocorrência.
Desta forma, podemos atribuir estados lógicos 0 e 1 para diversas situações exemplificadas abaixo:
ESTADOS
situações
lógicos
Exemplo:
Um cilindro pneumático Y de simples ação com retorno por mola avançará sempre que duas condições forem satisfeitas:
Então:
Portanto Y será verdadeiro quando A e B forem verdadeiros simultaneamente. Se A ou B forem falsos, Y será necessariamente
uma proposição falsa.
A tabela abaixo apresenta todas as variáveis em que Y assume níveis 0 e 1 (falso e verdadeiro).
OPERAÇÕES LÓGICAS
A relação entre duas ou mais variáveis que representam estados binários é estabelecida através de operações lógicas.
OPERAÇÃO PRODUTO
A operação produto é representada pelo elemento E, o que corresponde pneumaticamente à válvula de simultaneidade.
0.0=0
0.1=0
1.0=0
1.1=1
OPERAÇÃO SOMA
A operação soma é representada pelo elemento OU, o que corresponde pneumaticamente à válvula alternadora.
Define-se que:
0+0=0
0+1=1
1+0=1
1+1=1
A operação afirmação é representada pelo elemento SIM, o que corresponde pneumaticamente à válvula direcional 3/2 vias NF.
Define-se que:
0=0
1=1
A operação negação é representada pelo elemento NÃO, o que corresponde pneumaticamente à válvula 3/2 NA.
Define-se que:
0 =1
1 =0
SENAI - PR 131
FUNÇÕES LÓGICAS
As funções lógicas, assim as funções reais, operam com variáveis independentes de entrada e dependentes de saída. São
variáveis binárias cujo valor 0 e ou 1.
As variáveis independentes de entrada são representadas por letras maiúsculas (A, B, C...) e a variável dependente de saída é
representada pela função Y.
Por exemplo:
A variável de saída Y é uma função das variáveis de entrada A e B. O valor binário ( 0 ou 1) depende dos valores de A e de B.
TABELA-VERDADE
Para facilitar a análise e a compreensão de uma função lógica é fundamental como primeiro passo, a elaboração de uma tabela-
verdade.
Elaborar uma tabela-verdade consiste em escrever todas as combinações possíveis de todos os estados lógicos das variáveis
binárias de entrada da função, incluindo o estado lógico resultante de cada combinação.
A tabela-verdade deve ser construída com tantas linhas e colunas quantas forem necessárias para alojar todas as combinações
possíveis entre as variáveis independentes e também o estado lógico resultante da função.
O número de colunas de uma tabela-verdade corresponde ao número de variáveis binárias de entrada, operações lógicas
intermediárias e uma função lógica de saída relativa aos valores resultantes.
O número de linhas de uma tabela-verdade é igual a 2n + 1, onde n corresponde ao número de variáveis binárias de entrada.
O preenchimento da tabela-verdade deve ser feito com os valores binários 1, para indicar à ocorrência de um fato, e 0 a não
ocorrência, para todas as variáveis de entrada A, B, C... , etc.
As operações lógicas intermediárias, bem como a função lógica resultante, devem ser preenchidas respeitando os valores
obtidos pelas operações lógicas fundamentais (produto, soma, afirmação e negação).
Chamamos de porta lógica todo e qualquer arranjo físico, seja ele mecânico, elétrico, eletrônico, hidráulico ou pneumático,
capaz de efetuar uma operação lógica.
Na indústria, as portas lógicas mais comumente utilizadas para a automação são as portas eletrônicas introduzidas em
circuitos integrados (Cis) e as portas pneumáticas representadas pelas válvulas direcionais 3/2 vias (NA e NF), alternadoras e
simultaneidade.
As portas lógicas binárias operam de acordo com a álgebra de boole nos níveis lógicos 0 e 1 e são empregadas na construção
de todos os sistemas digitais, imprescindíveis na fabricação de computadores e na robótica.
e y = a . b
ou y = a + b
sim y = a
não y = a
não e y = a . b
não ou y = a + b
ou exclusivo y = a ⊕ b
A
Porta E:
Porta OU A B
SENAI - PR 133
Porta SIM
Porta NÃO
Porta NÃO E
A B
A B K1 K2
K2 K1
K1 K2 Y
Porta EQUIVALÊNCIA
A B K1 K1
K2 K2
K1 K2 Y
Porta E
2
12 14
Porta OU
2
12 14
SENAI - PR 135
Porta SIM
2
12
1 3
Porta NÃO
2
12
1 3
Porta NÃO E
2
12
1 3
2
12 14
Porta NÃO OU
2
12
1 3
2
12 14
Porta OU EXCLUSIVO
12
1 3
2 2
12 14 12 14
2
12
12 1 3
1 3
2 2
12 14 12 14
São compostos de portas lógicas que, combinadas entre si, realizam as operações lógicas necessárias para a formação de
estruturas capazes de alcançar a variável resultante desejada.
A essas estruturas formadas por diversos tipos de portas lógicas damos o nome de CIRCUITOS LÓGICOS os quais podem ser
representados por expressões booleanas e esquematizados simbolicamente por meio de diagrama lógico.
As portas lógicas derivadas são arranjos, montados a partir das portas básicas, capazes de cumprir funções lógicas específicas,
são quatro as portas lógicas derivadas: PORTA NÃO E, PORTA NÃO OU, PORTA OU EXCLUSIVO e PORTA EQUIVALÊNCIA.
As propriedades relacionadas a seguir serão recursos dos quais nos serviremos para simplificar as expressões booleanas,
visando reduzir o número de portas (componentes pneumáticos) necessárias para a montagem de circuitos lógicos e, com isso,
diminuir o custo de tais circuitos.
1. A + 0 = A
2. A + 1 = 1
3. A + A = A
4. A + A = 1
5. A. 0 = 0
SENAI - PR 137
6. A . 1 = A
7. A . A = A
8. A + A = 0
9. A = A
10. A + B = B + A
11. A. B = B. A
12. A + (B + C) = (A + B) + C
13. A . (B . C) = (A . B) . C
14. A . (B + C) = A . B + A . C
15. (A + B) . (A + C) = A + (B . C)
16. A + A . B = A
17. A . (A + B) = A
18. A + A . B = A + B
19. A. ( A + B) = A. B
20. (A + C) . (B + C) = A . B+ C
21. (A + B) . (A + B) = A
Qualquer uma dessas propriedades, assim como toda e qualquer expressão booleana, pode ser demonstrada através da
construção da tabela-verdade que representa a função.
Os circuitos lógicos complexos podem, muitas vezes, ser reduzidos quanto ao número de portas sem perder suas reais funções.
Essas reduções, além de facilitarem a interpretação dos circuitos, diminuem seu custo.
O método algébrico de simplificação de expressões consiste em aplicar as propriedades da álgebra booleana reduzindo ao
máximo a expressão lógica obtida da tabela verdade.
a b y
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Aplicando a propriedade distributiva (14) nos dois últimos termos da expressão, teremos:
Y = A B + A. (B + B)
Y= A B+A
Y=A+B
Outra maneira de simplificar as expressões booleanas, extraídas da tabela-verdade, sem alterar suas funções lógicas é o mapa
de Karnaugh.
A forma de construção do gráfico varia de acordo com o número de variáveis. Os gráficos mais usados estão representados a seguir:
Y A A
B
Y AB AB AB AB
C
Y AB AB AB AB
CD
CD
CD
CD
SENAI - PR 139
d) Mapa com cinco variáveis (A, B, C, D e E)
DE
DE
Uma vez construído o gráfico, de acordo com o número de variáveis da função lógica, iremos preenchê-lo conforme os termos
da expressão booleana, colocando números 1 nos espaços do gráfico correspondentes a cada termo da expressão.
Por exemplo:
Y=AB +AB + A B
Y A A AB
B 1 1
AB
B 1
AB
Y A A
B 1 1
B 1
Por tanto Y = A + B
Muitos problemas de comandos pneumáticos, na área da automação industrial, podem ser solucionados por meio de funções
lógicas.
Partiremos de uma situação-problema, enumeraremos, passo a passo, as fases de elaboração do circuito lógico, até alcançarmos
a solução prática do problema, representada pelo diagrama lógico e seu respectivo circuito pneumático.
3) Construir a tabela-verdade.
NÍVEIS LÓGICOS
SENAI - PR 141
TABELA VERDADE MAPA DE KARNAUGH
A B C D Y
0 0 0 0 0
0 0 0 1 0
0 0 1 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 0 0
0 1 0 1 0
0 1 1 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 0 0
1 0 0 1 0
expressão simplificada
1 0 1 0 0 Y=A.B.C + A.B.D + A.C.D
1 0
→ A.B.C.D 1 1 1
Y=A.(B.C + B.D + C.D)
1 1 0 0 0
Y=A.[B.(C+D) + C.D]
1 1 0 1 1 → A.B.C.D
1 1 1 0 1 → A.B.C.D
1 1 1 1 1 → A.B.C.D
EXPRESSÃO BOOLEANA
C
D
C
D
Y= A. [B.(C+D)+C.D]
A
C >1
D =
&
B
>1
C & =
D
& Y= A. [B.(C+D)+C.D]
A
DIAGRAMA PNEUMÁTICO
SIRENE
2
12 14
2
12 14
2
12 14
2
12 14
2
12 14
2 2 2 2
1 3 1 3 1 3 1 3
SENAI - PR 143
A notações
FESTO DIDATIC
REXROTH
PARKER
SENAI - PR 145
A notações
Coordenador:
Coordenação Técnica:
SENAI - PR 147
Elaboração
Produção Editorial
Equipe Técnica