Computadores

S E G U N D A - F E I R A 4 N O V E M B R O 2 0 0 2 D I R E C T O R J O S E M A N U E L F E R N A N D E S E D I T O R R U I J O R G E C R U Z

PUB
Tribunal aprova CAUS 2002 Multa pesada O direito ‘Ratchet
acordo das partes em Lisboa para a Nintendo ao E-mail and Clank’
A Microsoft vê afastadas A conferência de Comissão Europeia pune Tribunal canadiano Um jogo com acção,
as medidas drásticas da utilizadores do SAS para ‘cartel’ da empresa analisa queixa contra um aventura, estratégia
acusação, como a divisão a ‘business intelligence’ e dos distribuidores fornecedor de acesso à Net e até corridas
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CIENTISTAS EM BOSTON E LONDRES FIZERAM DEMONSTRAÇÃO

Um aperto de mão
a 5 mil quilómetros
s momentos impor- ceram a ligação entre a Univer- “joystick”, como os usados para

O tantes costumam
ser selados com
um aperto de mão
— e foi isso que
aconteceu na passada terça-
feira. Mas, desta vez, os inter-
venientes não posaram juntos
para a fotografia, pois encon-
travam-se a cinco mil quilóme-
tros de distância e separados
pelo Oceano Atlântico. Um
projecto do Massachusetts Ins-
titute of Technology (MIT), nos sentir a solidez e a textura de
EUA, e do University College
London (UCL),
em Inglaterra, ISABEL GORJÃO
tornou possível SANTOS
um aperto de mão
virtual, através da Internet.
Após várias experiências rea-
lizadas em Maio e da apresen-
tação de um artigo científico
sobre o projecto na conferência pela empresa norte-americana
Presence 2002 — que teve
lugar em Portugal, no Porto,
a 9 de Outubro — passou-se ao
“cumprimento” bem sucedido
entre Boston e Londres. Depois
do som e da imagem, era a vez
de as sensações tácteis chega-
rem também através da Rede.
Os cientistas do MIT e do
UCL aproveitaram a conferên-
cia Internet2, em Los Angeles,
na semana passada, para fazer
esta demonstração. Estabele-
sidade do Sul da Califórnia, o
MIT e o UCL, tendo o primeiro
toque virtual transatlântico
ocorrido entre os dois últimos.
Aos computadores foi ligado
um dispositivo designado por
“haptic” — ou, dito de forma
simples, um dispositivo que
simula o toque, em experiên-
cias de realidade virtual. Neste
caso, o equipamento usado
foi o Phantom, que permite
um objecto virtual. Trata-se
de uma espécie
de alavanca, que
integra um con-
junto de motores
e é capaz de medir a intensi-
dade da força. Criado no MIT
no início da década de 90, o
Phantom é hoje comercializado
SensAble Technologies.
Quando o utilizador
empurra o Phantom, é medida
a intensidade da força apli-
cada, que depois é emitida
para o outro utilizador, onde
quer ele esteja, dando-lhe a
sensação de toque — explicou
a Computadores o investigador
Manuel Oliveira, que integra
a equipa do UCL responsável
por este projecto (ver texto
na página 2). Imagine-se um
jogar, que integre a tecnologia
“force feedback” mas, além dos
solavancos no sentido contrá-
rio ao da força exercida, seja
capaz de medir e reproduzir
essa força. O Phantom é isto
que faz.
Mas este dispositivo nada
poderia fazer se não houvesse
o Ghost, um “software deve-
lopment kit” (SDK) — um
conjunto de ferramentas para
desenvolvimento de “software”
— com o qual foi criada a parte
de visualização e envio de
forças. O Ghost, o “software”
que normalmente acompanha
o Phantom, teve, no entanto,
de ser modificado para esta
demonstração, a fim de permi-
tir a sua utilização através da
Internet.
Na prática, não foi bem um
aperto de mão que os investi-
gadores sentiram, apesar de
a sensação ser semelhante.
Ambos puderam visualizar no
monitor do computador um
ambiente tridimensional, com
um cubo no centro e dois peque-
nos ponteiros — semelhantes
ao cursor que encontramos no
computador —, que lhes mos-
travam a sua posição na sala
ANDRÉ RUIVO
virtual. Utilizando o Phantom,
os cientistas dos dois ➜

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
➜ lados do Atlântico
levantaram o cubo, fazendo
uma força sincronizada
e da mesma intensidade.
Ambos puderam sentir a
“ajuda” do outro no levan-
tamento do objecto virtual,
tal como acontece na reali-
dade quando se pretende
transportar alguma coisa.
Das primeiras vezes
que a experiência se
realizou, não foi possível
levantar o cubo, que caía
sistematicamente, como
explicou Manuel Oliveira.
Após alguns ajustamentos,
foi então possível concreti-
zar esta demonstração de
realidade virtual.
A sensação de toque
acontece porque, através
do Phantom, são envia-
dos pequenos impulsos a
frequências muito altas,
a mais de 1000 Hz, o que
é necessário para simular
da forma mais convincente
um verdadeiro toque.
Quanto aos computadores
utilizados, não poderiam
ser mais normais: o do
UCL tinha um processador
a 1 GHz, 512 MB de RAM,
placa gráfica GeForce2 e o
sistema operativo Windows
2000, enquanto o do MIT
era uma máquina a 0,9
GHz, com 256 MB de RAM,
placa gráfica GeForce2 e
sistema operativo Windows
NT; os monitores eram de
19 polegadas. A informação
transitou através de fibra
óptica e a ligação usada era
de banda larga.
“A experiência correu
muito bem”, disse à agên-
cia Reuters Joel Jordan, o
investigador do UCL que
“apertou a mão” do colega
do MIT. “Actualmente, já é
possível sentir o objecto a
ser empurrado de encontro
à nossa mão e conseguimos
sentir a força dos outros”,
explicou Jordan.
Um dos segredos desta
experiência está na veloci-
dade com que os impulsos
são enviados, de forma a
que as frequências recebidas
pelo Phantom estejam inte-
gradas e capazes de produzir
a sensação de um toque con-
tínuo. “Isto é semelhante ao
que acontece quando o cére-
bro reinterpreta as imagens
estáticas em imagens em
movimento”, referiu Jordan.
Além da força, é também
possível transmitir a sensa-
ção de diferentes texturas.
“Podemos sentir como uma
coisa é áspera ou quão
maleáveis são os lados do
cubo”, concluiu o investiga-
dor do UCL, que chamou a
esta experiência “o primeiro
aperto de mão transatlân-
tico através da Internet”.
“Tanto quanto sabemos,
esta foi a primeira vez que
sinais de toque foram trans-
mitidos a uma tão longa
distância, nomeadamente
atravessando o Atlântico”,
disse Mandayam Srini-
vasan, director do Touch
Lab do MIT, um dos coor-
denadores da equipa que
fez esta demonstração. Em
1998, este grupo conseguiu
computadores .2
Science Department do
UCL, o outro coordenador
deste projecto. Aliás, Slater
é o grande responsável pela
colaboração entre o grupo
de cientistas do MIT e o
do UCL. Esta começou em
1998, precisamente porque
Slater resolveu passar um
ano sabático no MIT.
Uma experiência como
esta está sujeita a diversas
limitações técnicas e uma
delas é a diferença entre o
momento em que um dos
utilizadores faz a força e
aquele em que o outro a
sente, o que se deve ao trá-
fego na Internet. “A tarefa
deverá ser executada muito
lentamente ou, então,
perde-se a sincronização”,
explicou Srinivasan, que
adiantou estar confiante na
possibilidade de se reduzir
esse lapso temporal.
Mesmo numa situação
de toque real, há uma dife-
rença entre o momento em
que se toca e aquele em
que os sinais chegam ao
cérebro — recordou o inves-
tigador do MIT. No entanto,
enquanto uma viagem dos
sinais da mão até ao cérebro
demora cerca de 30 milisse-
gundos, a viagem virtual do
toque em Boston até ao uti-
lizador em Londres poderá
demorar 150 a 200 milis-
segundos, dependendo do
tráfego na Net. “Se o atraso
na Internet for reduzido
para valores inferiores ao
que se verifica entre a mão
e o cérebro, o toque virtual
parecerá muito natural”,
concluiu Srinivasan.
É difícil imaginar, para
já, as situações em que estas
tecnologias virão a ser utili-
zadas. Poderão servir, por
exemplo, para um estudante
transmitir sinais de toque tigadores realizarem uma “O toque é dos aspectos adiantou Mel Slater, pro- de cirurgia praticar teleme-
entre duas salas do MIT, tarefa em conjunto, num mais difíceis de simular fessor da área de ambien- dicina. Ou para um conjunto
o que permitiu aos inves- ambiente virtual. num ambiente virtual”, tes virtuais do Computer de artistas que não se
encontrem na mesma cidade
elaborarem uma escultura.
Um ‘passou-bem’ também português Um apaixonado pelos video-
Manuel Oliveira foi um dos membros da equipa responsável pelo atraso na transmissão”, explica o investigador do UCL, que jogos poderá sentir os per-
pelo projecto que ficou conhecido como “o aperto de mão vir- dá como exemplo as emissões televisivas através de satélite, sonagens com que interage.
tual”. Tem 29 anos e está há quatro em Londres, no University em que é diferente o momento em que o entrevistador faz a Alguns trabalhos manuais
College London (UCL), onde se prepara para acabar o douto- pergunta e o instante em que o entrevistado a ouve. poderão ser ensinados atra-
ramento em Ambientes Virtuais Distribuídos. Para terminar a As forças aplicadas têm que ser semelhantes e devem ser vés da Internet.
licenciatura de engenharia informática e de computadores, no exercidas simultaneamente, tal como quando se levanta um Claro que a transmis-
Instituto Superior Técnico (IST) de Lisboa, em 1998, construiu caixote para o transportar. “Neste caso, as pessoas levantaram são do toque através da
um sistema de realidade virtual que foi classificado com 20 virtualmente um cubo porque o equipamento que tínhamos Net terá também aspectos
valores. Esse trabalho acabaria por lhe abrir as portas do Uni- só permitia isso” adiantou Manuel Oliveira, adiantando que, negativos: “Pode-se bater
versity College, onde se encontra até hoje. para um verdadeiro — ou melhor, virtual — aperto de mão noutra pessoa de forma
Ao integrar o projecto do aperto de mão virtual, no final do seriam necessárias luvas com a impressão de forças aplica- suficientemente forte para
Verão passado, Manuel Oliveira ficou responsável pela área das. provocar ligeiras contusões
relacionada com a Rede. “Foi um projecto bem sucedido, em Há dois factores relacionados com a Net que podem criar e há versões mais sofisti-
que conseguimos confirmar as nossas hipóteses”, explicou. A entraves a uma demonstração como a da passada semana: cadas deste equipamento
sua contribuição consistiu, sobretudo, em pôr o projecto a a largura de banda e a latência na passagem da informação. que poderão causar danos”,
funcionar através da Internet. Para além disso, a variação do fluxo de informação é outra das adiantou Joel Jordan. Certo
“O objectivo era ir além da voz e da imagem e passar ao gesto situações a ter em conta e Manuel Oliveira dá como exemplo o é que nem a aula de cirurgia
e à manipulação”, disse Manuel Oliveira. O sistema havia já tráfego automóvel: se houver vários carros a passar em deter- nem a bofetada virtual estão
sido experimentado em Maio e, porque funcionou, foi agora minado sítio à mesma velocidade e com o mesmo intervalo, é para breve: “Não é provável
demonstrado na conferência Internet2, que decorreu em Los fácil atravessar a estrada; mas o mesmo já não acontece se a que este sistema esteja dis-
Angeles, na Califórnia (EUA). Em Maio, foi tentada a manipula- velocidade e a cadência diferirem de veículo para veículo. ponível para a utilização do
ção de diversos objectos e, na passada terça-feira, procedeu-se É também difícil prever como serão utilizadas estas tecnolo- público nos próximos anos,
à apresentação do projecto, “com resultados muito positivos”. gias no futuro mas áreas como o entretimento — em particu- pelo menos em cinco anos.”
“Se uma pessoa sente o toque, sabe que está alguém do lar, os jogos — e a telemedicina são já dadas como exemplos. Também Mandayam
outro lado”, explicou Manuel Oliveira, salientando que isso é “No fundo, qualquer situação que envolva o ensino de uma Srinivasan afirmou que é
bem diferente da transmissão de voz ou de uma imagem no tarefa mecânica ou a formação à distância poderá recorrer a difícil dizer como é que a
computador. estas tecnologias.” transmissão do toque atra-
Um dos problemas com que os investigadores se deparam Manuel Oliveira pensa continuar mais algum tempo a traba- vés da Internet poderá ser
num projecto de realidade virtual como este é o facto de lhar por terras britânicas.“Aqui [em Londres], temos fortes con- utilizada no futuro: “Não
as forças, de um lado e de outro, terem de ser aplicadas tactos com a indústria e com os Estados Unidos, que é onde sabemos quais serão todas
simultaneamente. Quando se trata de uma distância de 5 mil tudo acontece”, diz. Em Portugal,“existe muito talento mas não as potenciais aplicações, tal
quilómetros e de uma rede como a Internet, isso é ainda mais existem os recursos e, por mais que se adore o país… encon- como Bell não conseguiu
relevante.“Tem que haver sincronização, mas isso é dificultado tram-se sempre certas limitações”. ● I.G.S. prever todas as utilizações
do telefone.” ●
S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2

Partilhar experiências em prol
da inteligência organizacional
SAS PROMOVEU
A entre 13 e 15
de Outubro
últimos o seu
encontro nacio-
nal anual de utilizadores
das suas tecnologias, o
CAUS 2002. participaram
cerca de 440 represen-
tantes de algo como 130
empresas e organizações
portuguesas.
A partilha de experiências
no uso de soluções da SAS foi
o objectivo das mais de três
dezenas de conferências e
apresentações realizadas por
parceiros e clientes nas áreas
da Enterprise Intelligence, da
Organization Intelligence, da
Customer Intelligence e da
Intelligence Architecture.
Os trabalhos foram
abertos por Álvaro Faria,
director-geral da SAS Por-
tugal, que assinalou o cres-
cimento das vendas acima
dos 10 por cento nos últimos
anos e acima do índice de
crescimento geral do mer-
cado nacional de “software”
— em 2001, por exemplo, a
SAS cresceu 15,8 por cento e
o mercado terá crescido 11,1
por cento (dados da IDC e do
Observatório Europeu das
Tecnologias de Informação).
Em Portugal, a SAS
conta como principais parcei-
ros com a Cap Gemini Ernst
& Young, a Deloitte Consul-
ting, a Noscitar-E e a WeDo
Consulting numa primeira
linha, contando ainda com a
Esri Portugal, a Holos, a IDW,
a Prisma e a Sinfic para a
difusão das suas soluções
de Customer Relationship
Management (CRM) analítico
e outras, todas no domínio da
“business intelligence”. Com a
Esri Portugal, há mesmo um
projecto que envolve transfe-
rência de tecnologia e visa a
geo-referenciação de todos
os produtops da SAS a nível
mundial.
A este propósito, no
entanto, Álvaro Faria fez
questão em sublinhar que
só neste ano de 2002 a SAS
Portugal pôde dar uma aten-
ção mais conforme às suas
relações com os parceiros e
ao valor acres-
centado que RUI JORGE CRUZ
eles podem
significar para as soluções
da sua empresa.
Quanto aos efeitos do
abrandamento económico
na facturação — termo
preferível a “vendas, pois o
“software” da SAS é disponi-
bilizado em moldes próximos
do “leasing”— em Portugal,
Álvaro Faria adiantou que
quase só verificaram cance-
lamentos de contratos por
fusão ou falência de empre-
sas, nalguns casos, mesmo
assim, parcialmente com-
pensados por um aumento do
CAUS 2002, DA SAS, EM LISBOA uma pergunta a
Thomas Emmerich
Vice-presidente para as Vendas
da SAS na Europa, Médio Oriente
e África
Desde quando está o SAS presente na Europa
e como se situa a sua oferta no contexto
dos fornecedores de aplicações de gestão
empresarial no Velho Continente? Como se
manifestam, no seu quadro competitivo, as
dificuldades geradas pelo actual quadro de
estagnação económica e de retraimento nos
investimentos pelas empresas? Que peso
têm as vendas do SAS na Europa no conjunto
global da facturação da empresa? Quais as
perspectivas para o final deste ano e o início
do próximo?
Da administração
pública ao ambiente
A
SAS abriu o seu primeiro escritório europeu
em 1980, centrando desde logo as suas
atenções e os seus esforços nos países da
Uma empresa peculiar actual União Europeia e junto da África do
Sul. Hoje, o SAS é um dos maiores fornece-
A empresa SAS foi criada em 1976 por e CMS aos OpenVMS, aos mais variados Unix dores de aplicações de “business intelligence” na Europa,
investigadores que começaram, no âmbito (Linux, HP-UX, AIX, da IBM, Solaris e Tru64, apesar das dificuldades provocadas pela situação eco-
académico, por desenvolver “software” da ex-Compaq) aos Windows NT e 2000, ao nómica de quase recessão e das consequências a prazo
destinado a melhorar a eficiência e a MacOS e até ao velhinho OS/2. dos grandes investimentos das empresas nos anos que
fiabilidade dos censos agrícolas no estado Em Março deste ano, a SAS adquiriu a ABC antecederam 1 de Janeiro de 2000, por causa do cha-
norte-americano da Carolina do Norte. Hoje, Technologies, do estado norte-americano mado “bug”.
com sede em Cary, neste mesmo estado, tem do Oregon, especializada em “software” de Ora o que se verifica é que grande parte dos nossos
cerca de 38 mil clientes em todo o mundo (em gestão analítico dedicado à actividade. O potenciais clientes em toda a Europa já têm, para além
117 países, para se ser mais exacto)e, segundo acordo seguiu-se a uma estreita cooperação das aplicações de produtividade da Microsoft, ferra-
o seu “site”, conta entre eles com 98 das 100 entre as duas empresas ao longo de mais de mentas de Enterprise Resource Planning (ERP), como
empresas do topo da lista Fortune 500 de um ano e meio em torno da conformidade as fornecidas pela SAP, quase todas têm já o “software” de
empresas norte-americanas — das quais, no das suas aplicações àquela que é, hoje, uma bases de dados da Oracle — e todos estes fornecedores
seu conjunto, 90 por cento usam produtos SAS. norma incontornável nos “Web services”: a estão a tentar estender a sua oferta às aplicações de
As empresas perfazem mais de 70 por cento linguagem XML. “business intelligence”, caindo mesmo, muitas vezes, na
dos seus clientes, sendo as universidades “No ano passado, anunciámos uma tentação de as disponibilizarem gratuitamente aos seus
e outros estabelecimentos de ensino e de estratégia de aquisição de tecnologias que clientes numa tentativa de consolidarem a sua relação
investigação 18,3 por cento e a administração complementassem as nossas soluções”, com esses mesmos clientes. Ora junte-se-lhe o “peso
pública cerca de 11 por cento. declarou na ocasião JIM Goodnight, político” de concorrentes como a Oracle e a SAP e por
Estes podem correr nas mais variadas presidente e “chief executive officer” (CEO) da aí se vê como o quadro competitivo do SAS não é fácil
plataformas, desde os “mainframes” aos SAS.“Sempre tive a melhor impressão acerca na Europa, mais a mais na actual situação das diversas
minicomputadores, das estações de trabalho da ABC Technologies e do seu empenho em economias da União Europeia.
e servidores aos computadores pessoais. soluções na área da gestão do desempenho. Mas, apesar de tudo isso, o SAS tem progredido muito
E, a confirmar a vitalidade renovada dos Ao integrarmos a equipa da ABC na SAS, bem e, hoje, isso é visível na repartição geográfica das
“mainframes”, registe-se que são à volta de tornamo-nos maiores e melhores. As suas vendas: dos cerca de 50 por cento da facturação
4600 — mais de 12 por cento — os seus nossas soluções conjuntas proporcionarão registados em 2001 fora da América do Norte e do Sul,
clientes nesta plataforma. aos nossos clientes uma nova geração de 40 por cento pertenceram à região da Ásia-Pacífico e
No que toca aos sistemas operativos, o leque aplicações que os outros fornecedores nesta outros 40 por cento à grande região da Europa, Médio
é necessariamente ainda mais lato, do MVS área não poderão igualar.” ● R.J.C. Oriente e África (EMEA).
Quanto as perspectivas para o final deste ano e o
número de utilizadores ou da financeira, os crimes “de — o que, segundo os ana- início do próximo, posso dizer-lhe que não esperamos
potência de processamento colarinho branco” e a pura listas, “mostra claramente grandes mudanças: as empresas e as organizações
instalada. Noutros casos, simples gestão do risco. a importância crescente das em geral continuam a ser extremamente cautelosas
porém, os clientes — pres- Como disse o director-geral soluções de CRM analítico nos seus investimentos — tudo o que se pode adiar é
sionados pela necessidade de da SAS Portugal, “o conheci- para auxiliar as organizações adiado — e que as instâncias de decisão neste campo
reduzirem custos de operação mento e a inteligência são os a conhecerem o seu mercado- subiram para um nível acima daquilo que eram antes do
— optaram por únicos recursos que sempre alvo e a interagirem de forma rebentar da “bolha” das empresas da Internet. Tudo isto
reduzir as fun- permanecem na empresa, personalizada”. veio contribuir para a actual situação das vendas, cujo
cionalidades independentemente da sua “A SAS tem liderado ciclo de realização se tornou bastante mais prolongado
disponíveis nas suas soluções situação económica”. área de CRM analítico, em do que era habitual.
e numa maior integração com De acordo com os dados volume de negócios, nos Mesmo assim, encaramos o futuro próximo com opti-
as de outros fornecedores. da IDC, a SAS foi, no ano pas- últimos três anos e agora mismo, pois, por exemplo, a administração pública dos
De qualquer modo, parece sado, o maior fornecedor de lidera na área de aplicações países europeus tem vindo a investir cada vez mais, cons-
crescer de forma irreversível aplicações de CRM analítico de CRM analítico, com uma tituindo hoje o terceiro sector de maior peso na factura-
a consciência dos gestores e em termos de valor facturado. quota de mercado de 18,1 ção do SAS — com algo situado entre os 15 e os 20 por
dos responsáveis das empre- O crescimento do volume por cento”, afirmou Robert cento — graças ao crescente uso das nossas aplicações
sas acerca da necessidade de global de negócios terá sido Blumstein, director da IDC na justiça, nos departamentos de estatística e mesmo nas
conhecer em profundidade de 43,5 por cento, ampliando para os estudos na área estruturas centrais da União Europeia. Por outro lado, o
os contornos do respectivo a sua quota de mercado em do CRM analítico. “Este uso das nossas ferramentas nos esforços de preservação
negócio — das seguradoras 4 por cento. Ainda segundo crescimento demonstra que do ambiente também tem vindo a aumentar, o que per-
aos bancos, das entidades a IDC, o mercado mundial as empresas continuam a mitiu ao SAS aumentar a sua facturação para este sector
reguladoras das bolsas aos de aplicações de CRM ana- investir na tecnologia de em cerca de 18 por cento no ano passado. ●
grandes investidores nos lítico cresceu 12,5 por cento CRM analítico apesar do
mercados financeiros. Em em 2001, alcançando a cifra presente abrandamento da Depoimento colhido por Rui Jorge Cruz
causa estão a especulação de 461 milhões de dólares economia.” ●
S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O TRIBUNAL CANADIANO CHAMADO A PRONUNCIAR-SE SOBRE PRÁTICAS DOS ISP

Suspender, ou não,
o correio electrónico
CARTER, uma cidadã viço. Carter aceitara pagar metade dos tinham sido entregues aos destina-

N
ANCY
de Toronto, no Canadá, 214 dólares exigidos nessas facturas e, tários — uma medida acatada já por

Ultra WideBand apresentou na semana numa primeira fase, a empresa pareceu

passada uma queixa contra concordar com esta solução mas, mais
o seu antigo fornecedor de tarde, viria a recuar para a posição
alguns fornecedores de acesso.
Quando o não fazem, estes fornece-
dores criam a ilusão de que ela foi entre-
acesso à Internet, a Inter.net Canada. inicial. gue sem quaisquer problemas. Philippa

É
UMA ESPÉCIE de Santo Graal da indústria de Motivo: prejuízos pessoais causados A queixosa apresentou igualmente Lawson, advogada do Public Interest
consumo: a ligação de todos os dispositivos por este ISP ao manter a uma reclamação junto do Advocacy Center, afirma que a acção
multimédia que começam a encher-nos os sua conta de correio elec- PEDRO FONSECA Comissário para a Priva- judicial apresentada por Nancy Carter
lares — desde os vários computadores até aos trónico a funcionar mas cidade (Privacy Commis- deixa os outros fornecedores de acesso
sistemas de “cinema em casa” — mas evitando impedindo-a de aceder às suas mensa- sioner) do Canadá, George Radwanski. “vulneráveis” a acções do mesmo tipo,
a proliferação dos inúmeros fios que os acompanham. gens que lhe eram enviadas. Este, em Agosto, regulamentou que apresentadas por clientes descontentes.
Os novos formato de áudio multicanal, em particular, são Carter, que é produtora de televi- este tipo de política da Inter.net violava “Penso que se trata de uma entrega de
sérios culpados do aumento da complexidade das ligações são em regime de “freelancer”, declara a legislação, em particular, o “Personal correio e que devemos proteger o correio
domésticas (por exemplo, um sistema 5.1 tem seis colunas, ter perdido “oportunidades valiosas de Information Protection and Electronic electrónico da mesma forma que prote-
incluindo o “subwoofer”, o que implica pelo menos outros trabalho” porque a Inter.net Canada Documents Act”, aprovado em Janeiro gemos o correio postal”, afirma Lawson.
tantos fios espalhados pela casa). O facto é que, apesar do — subsidiária do Inter.net Group norte- de 2001. Radwanski recomendou que, “Devemos ter meios de protecção para
aparecimento de normas “wireless” como as redes 802.11 e americano — impediu o acesso às suas neste tipo de casos, os fornecedores que os agentes privados de distribui-
o Bluetooth, o fio eléctrico de cobre ainda não arranjou um mensagens de E-mail enquanto lhe de acesso avisassem os reme- ção de correio estejam sujeitos ao
substituto à altura para as ligações que impliquem áudio e suspendia a conta por ela não pagar o tentes das mensagens mesmo tipo de regras que [os
vídeo de qualidade, em especial se estas implicarem dispo- serviço, um procedimento normal entre de que estas não correios tradicionais] mas,
sitivos que tenham de funcionar a bateria. os fornecedores de acesso à Internet, de por agora, a lei está atra-
Devido ao seu baixo consumo, o Bluetooth é a norma mais acordo o com o jornal diário canadiano sada face à tecnologia e ao
interessante para a comunicação sem fios nos dispositivos “National Post”. mercado.”
móveis. Mas a limitação de 1 Mbps desta norma exclui a Uma das mensagens para Nancy A directora de vendas e
sua utilização em aplicações multimédia. Com os seus 54 Carter provinha da cadeia de televisão de “marketing” da Inter.net,
Mbps, a norma 802.11a seria uma alternativa interessante Discovery Channel e continha uma pro- Isabelle Turcotte, afirmou ao
para transmissão de vídeo de qualidade mas o consumo posta de emprego. Por não ter rece- mesmo diário canadiano que
de energia é proibitivo para dispositivos de baterias. bido essa mensagem, Carter reclama a empresa alterara as regras
Eis então que, já neste ano, a FCC americana (equivalente agora 110 mil dólares por danos e do seu serviço para explicitar
nos EUA à portuguesa Anacom) dá finalmente o seu perdas. Para além do dinheiro, ela a suspensão do serviço mas
acordo à utilização para fins comerciais de uma tecnologia afirma querer que os detentores deste recusou-se a comentar especifica-
denominada Ultra WideBand (UWB), que alia débitos de tipo de serviços modifiquem estes seus mente a queixa de Nancy Carter.
100 a 500 Mbps a dispositivos de baixo consumo. procedimentos, alertando igualmente Dave Kramer, advogado da firma
Com o UWB será possível, finalmente, desligar por com- para o problema da falência de empre- Wilson, Sonsini, referiu à CNet que,
pleto o leitor de DVD do ecrã, pondo-os a comunicar sem sas deste sector, que deixam os clien- nos EUA, a suspensão do correio elec-
fios, mesmo que estejamos a falar de dispositivos que tes sem quaisquer salvaguardas. trónico está normalmente referenciada
suportem as emergentes normas de alta definição, que Nancy Carter alega que a nas condições do contrato com o fornece-
exigem ritmos de transmissão acima dos 20 Mbps. Não é Inter.net Canada violou a lei dor do serviço. “No entanto, não ficaria
improvável que surjam, com o UWB, centros de multimédia ao negar-lhe o acesso às surpreendido se os fornecedores de
domésticos capazes de enviar simultaneamente múltiplos suas mensagens de cor- serviço modificassem os contratos”
“streams” de áudio e de vídeo para diferentes receptores reio electrónico e ao após este caso, acrescentou . Na
(ecrãs, colunas) em partes distintas da casa. usá-las como forma Califórnia, o governador Gray Davis
O UWB não é uma tecnologia nova mas tem estado até de pressão para ela aprovou uma lei que exige aos forne-
agora confinado a aplicações militares. Dado que o seu pagar as contas — que, cedores de acesso 30 dias de pré-aviso
princípio de funcionamento é a emissão de impulsos segundo ela, estavam aos seus clientes acerca do término do
muito “curtos” de ondas electromagnéticas, tem um modo erradas relativa- contrato por falta deste ou por falha
de trabalho semelhante ao dos radares, sendo, por exem- mente a 14 meses do fornecedor do serviço. A lei entra
plo, capazes de detectar objectos movendo-se através de anteriores de ser- em vigor em Janeiro próximo. . ●
paredes. Os fabricantes sonham já com outros usos para o
UWB, como uns dispositivos capazes de ajudar em missões
de salvamento de vítimas de derrocadas e incêndios.
Tal como qualquer outro salto tecnológico, o UWB tem FESTIVAL DO FILME CIENTÍFICO A VIAJAR POR PORTUGAL E BRASIL
também os seus pontos negativos. Porque trabalha com
uma gama muito alargada de frequências, são possíveis
interferências com outros sistemas electromagnéticos.
Uma das grandes principais tem sido a interferência com
O cinema como veículo de saber
TELECIÊNCIA, o festival do como a Nova Zelândia, o Canadá, Também na área do cinema de

O
o GPS, o sistema de posicionamento por satélite usado
pela navegação aérea. A decisão do FCC de que o UWB filme científico integrado
devidamente controlado em termos de potência não é na quinzena da Ciência
motivo de preocupação para o GPS constitui um passo e Tecnologia da Univer-
positivo para que esta tecnologia chegue com confiança sidade de Trás-os-Montes
às mãos do grande público. e Alto Douro, vai viajar por Portugal
Mas alguns analistas dizem que o seu uso poderá levar e Brasil entre 24 e 30 de Novembro.
as companhias aéreas a proibirem de vez a utilização de O festival, que vai já na sua quarta
computadores portáteis nos aviões, uma vez que o risco edição, é um projecto da Associação
de interferência é, mesmo assim, muito superior ao dos de Vídeo e Televisão Experimental
dispositivos actuais. Por outro lado, tem sido considerado (ATVE), organizado numa parceria
que o UWB é um sério concorrente às redes móveis de ter- entre o Programa Ciência Viva e a
ceira geração, apresentado débitos de transmissão muito Universidade de Trás-os-Montes e Alto
superiores e custos potenciais muito inferiores. Douro (UTAD), envolvendo exibições
Não é fácil prever as consequências da adopção do UWB fílmicas, “workshops” e exposições,
nas comunicações móveis mas, felizmente, não teremos tudo relacionado com o filme científico.
que esperar muito para saber. Fabricantes de circuitos e “O objectivo deste festival é chegar
dispositivos como a Cisco e a Intel já deram a conhecer ao grande público, utilizando o filme
que terão produtos prontos para a época de Natal do pró- para transmitir saber científico”,
ximo ano, enquanto “start-ups” como a XtremeSpectrum explicou, em declarações à Agência
acabam de lançar circuitos integrados com suporte para Lusa, Maria João Faceira, presidente
UWB. Em menos de um ano, o UWB entrará, assim, em força do festival.
na electrónica de consumo. ● Neste IV Festival Internacional
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital de Divulgação Científica, estarão a
concurso 22 filmes, oriundos de países
a França, o Brasil ou a República
Checa e produções de várias cadeias
de televisão e produtoras como Dis-
covery Channel, Carlton TV ou Arte
France.
Integrado na IV Quinzena da
Ciência e Tecnologia da UTAD e na
Semana da Ciência, o TeleCiência vai
decorrer em 22 instituições, agrupa-
das em 23 pólos de exibição nacio-
nais e nove brasileiros. No Brasil, o
TeleCiência vai passar, entre outros
locais, por São Paulo, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte e Porto Alegre.
Além da apresentação dos filmes
científicos — em áreas que vão da
arqueologia à genética, passando
pelas novas tecnologias —, o festival
integra ainda outras actividades de
divulgação científica. Por exemplo,
nos dias 25 e 26 de Novembro, terá
lugar na Universidade de Trás-os-
Montes e Alto Douro um “workshop”
sobre cinema de animação.
animação será apresentado a 28 de
Novembro, no Jardim de Infância
de Vila Marim, o filme “Rio Bonito”,
realizado por crianças de meios des-
favorecidos.
Duas exposições, uma de arte e
têxtil e pintura e outra de fotografias
de cinema científico, e o lançamento
do livro “Divulgação de saberes
científicos pelo meio fílmico”, uma
iniciativa da AVTE, são outras das
actividades integradas no TeleCiên-
cia 2002.
No último dia do festival, 30
de Novembro, serão anunciados os
vencedores do TeleCiência 2002,
um festival com um orçamento
de 40 mil euros (cerca de 8 mil
contos), financiado em grande
parte pelo Programa Ciência Viva.
Outras informações sobre este fes-
tival estão disponíveis no respectivo
sítio na Web ( http://www.utad.pt/
teleciencia ). ● Lusa

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
 AL-QAEDA PARECE ESTAR A USAR SÍTIOS NA WEB PARA TROCAR INFORMAÇÃO

Um fenómeno de parasitismo
acumu- organização, que parece ter

P
ARECEM
lar-se indícios de
que elementos do
grupo terrorista
Al-Qaeda, de
Osama bin Laden, estão
a penetrar regularmente
em páginas da Internet
para aí deixarem mensa-
gens secretas destinadas
a outros membros da
organização. Segundo
especialistas de “hacking”,
citados pela Agência Lusa,
um exemplo desta prática
— denominada estega-
nografia — foi detectado
no início do passado mês
de Outubro, quando uma
mensagem atribuída a
bin Laden, presumível
responsável pelos atenta-
dos terroristas do 11 de
Setembro, foi encontrada
no sítio Cenobite.com, uma
página na Web criada por
um admirador do escritor
de ficção científica Clive
Barker.
Segundo Andrew Weis-
burd, um especialista que
acompanha a actividade de
grupos terroristas na Inter-
net, a Al-Qaeda recorre a
este modo de operação desde
que deixou de poder utilizar
o “site” Alneda.com, suspeito
de ligação à sua rede terro-
rista. David Wray, porta-
voz da divisão especializada
em cibercrime do Federal
Bureau of Investigation
(FBI), dos EUA, declarou
que o seu organismo tem na
sua posse informações que
dão conta das actividades
dos terroristas na Net.
Para Michael Vatis,
antigo director do FBI e
actualmente director de um
instituto para a segurança
das tecnologias, é plausível
que a Al-Qaeda recorra à
pirataria informática: “Não
o verificámos directamente
mas isso será a consequên-
cia lógica de vários aspectos
que temos vindo a estudar.”
E acrescentou: “Existem
provas da sofisticação da
acesso a tecnologias moder-
nas de comunicações ou para
evitar ser detectada.”
Para estes especialistas,
o mais admirável é que os
detentores dos endereços da
Internet visados ignorem
muitas vezes que estão a ser
pirateados. “Não chamaria
a esta prática um desvio
de página da Internet, mas
sobretudo um ataque para-
sita”, afirmou Mike Sweeney,
especialista em segurança
na Internet, que disse ainda:
“Penetra-se num sítio por
arrombamento, obtém-se
permissão para criar uma
protecção, acrescenta-se a
informação desejada e camu-
fla-se as vias de acesso.”
“Para o resto do mundo,
o ‘site’ parece normal mas
quem conhecer o caminho
para chegar à informação
será capaz de recolhê-la
sem problema”, acrescen-
tou Mike Sweeney. “É muito
difícil saber se a Al-Qaeda
está realmente na origem
de certas acções de pirataria
na Internet. No entanto esta
é uma forte probabilidade”,
admite este especialista,
notando que o procedimento
em causa constitui um meio
fácil de difundir informação
— “rápido e quase impossí-
vel de detectar”. ● LUSA

virose

Novas variantes do Opaserv
Enquanto as estatísticas das ocorrências de infecções no
mês de Outubro mostram o destronar do “velho” Klez
(que já há vários meses vinha a dominar estas tabelas)
pelo recente BugBear, ainda que não por números muito
expressivos, a semana que passou viu aparecer mais uma
variante do Opaserv. Dependendo dos fabricantes de
produtos antivírus, assim esta versão aparece classificada
como sendo a F, G ou H.
No fundamental, esta variante mantém as mesmas
características das anteriores, como a de se propagar
através das unidades de rede partilhadas — só que o
ficheiro por ele criado se chama Marco!.scr. Também
à imagem das anteriores versões, este “worm” tenta
descarregar actualizações do sítio www.gwmnet.com.br,
que, entretanto, também já deve ter sido desactivado.
A existência de infecção pode ser verificada através da
presença dos ficheiros Mane!!.dat, FDP!!!!.dat ou Gay.ini
na raiz da unidade de disco C: e então tratar-se-á de uma
infecção local, ou seja, o “worm” foi executado nesse
computador. Se, por outro lado, só existir o ficheiro Gay.ini,
a infecção deverá ter ocorrido através da rede.
O “worm” corre nos Windows 9x e ME, podendo atingir
também os computadores com os Windows NT, 2000 e
XP — só que, nestes, não consegue correr. A Microsoft
tem um “patch” para a falha que é explorada pelo
Opaserv nos primeiros sistemas referidos e que poderá
ser encontrada no endereço http://www.microsoft.com/
technet/security/bulletin/MS00-072.asp. Felizmente,
todas as variantes do Opaserv têm mantido a
característica de não destrutividade, apesar da sua muito
fácil propagação.
Sponge para fazer rir
O Sponge é um novo “worm” de distribuição em massa por
correio electrónico que utiliza o Microsoft Outlook para se
enviar para todos os contactos do Outlook Address Book. A
mensagem usada para o propagar apresenta as seguintes
características: o assunto é “SpongeBob Wallpaper”, o texto
é “Send this to your friends and make them laugh…” e o
ficheiro anexo chama-se Spongy.exe.
Este Sponge começa por criar duas pastas escondidas, uma
com o nome Kn0x3 dentro da pasta do Windows e outra na
raiz do disco C: com o nome Explore. A seguir, copia-se a si
próprio para os seguintes ficheiros: Ace1.com na primeira
pasta e Help.exe na segunda; e os Porno.scr, Jokes.pif,
SpongeBob_Game.exe, SpongeBob.scr e SpongeBob.com
na raiz do disco. Os quatro últimos são só de leitura e estão
escondidos. Ainda cria, na raiz do disco C:, o ficheiro de
correio electrónico SpongeBob.eml, que contém o “worm”
como ficheiro anexo.
O “worm” substitui o conteúdo de todos os ficheiros
.scr e .pif existentes em todas as pastas do computador,
excepto na raiz do disco. Também acrescenta código
ao fim dos ficheiros .htm das mesmas pastas. O Sponge
contém ainda uma componente de macro utilizada
para infectar documentos e o modelo global do
Microsoft Word.
Likun para acelerar o PC
O Likun é um “worm” de distribuição idêntica à do Sponge
em que a mensagem infecciosa tem o assunto “New Tool
!”, o texto “This tool can speed up your PC up to 15% !” e o
ficheiro anexo com o nome do “script”.
Quando o “script” é executado, o Likun copia-se a si
próprio para a pasta do Windows com o nome Xp32dll.vbs,
ao mesmo tempo que altera o Registry para que seja
executado quando o Windows é iniciado. Por fim, o “worm”
tenta apagar todos os ficheiros em todas as unidades
de disco, o que faz dele um vírus potencialmente muito
perigoso. ● JOSÉ DOUTIL

OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 4
WM/Helper.C;D;E, WM/
Eraser.A:Tw
Dia 5
WM/Eraser.A:Tw,
WM/HELPER.F;G;H,
AOS.A, W97M/Jackal.A, Dia 6 ERASER.H, WM/Eraser.A: Tw, VBS/Valentin@MM, VBS/ Dia 10 Alina.a@mm, W97M/
W32/Supova.d.worm , WM/KOMPU.A, WM/ Tw, W32/Supova.d.worm, San@M WM/Helper.A;B, WM/ Melissa.ao@mm, W97M/
W32/Urick@MM, W32/ Helper.C;D;E, WM/Eraser.A: W32/Supova.e.worm, W32/ Eraser.A:Tw, AOS.A, W97M/ Hope.p, X97M/Anis, WM/
Supova.e.worm, W32/ Tw Supova.f.worm Dia 9 Nono.A, W32/Urick@MM, Helper.B, X97M/Hopper.r,
Supova.f.worm, JS/ WM/Eraser.A:Tw, TRASHER.D, JS/Gigger.a@MM, VBS/ VBS/Godzilla@M
Gigger.a@MM, VBS/Count, Dia 7 Dia 8 W97M/Jackal.A, Acid.A Count, VBS/Baracu.A@mm,
X97M/Anis, X97M/Hopper.r WM/Alliance.A, WM/ WM/KOMPU.A, WM/Eraser.A: (intended) VBS/Loveletter.ar, W97M/

S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .5
computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
 COMBATE AO TERRORISMO PODERÁ DITAR O FIM DA PRIVACIDADE

Nanotecnologia
e inteligência artificial
da à Agência Lusa. Assim, uma enzima que trans-

A
DIMINUIÇÃO
privacidade
poderá ser
inevitável nas
próximas déca-
das como única forma de
evitar o terrorismo envol-
vendo armas de destruição
maciça — sugere um cien-
tista português num artigo
publicado na revista norte-
americana “The Futurist”.
João Pedro Magalhães, de
24 anos, microbiólogo na
Universidade de Namur
(Bélgica), sublinha na
edição de Novembro-
Dezembro da publicação
norte-americana que novas
tecnologias como a nano-
tecnologia ou a inteligência
artificial poderão tornar
a construção de armas de
destruição maciça numa
tarefa “rotineira e acessível
a qualquer grupo terrorista
ou assassino em série”.
“O progresso tecno-
lógico tem aumentado
gradualmente o poder
de destruição acessível a
indivíduos ou pequenos
grupos”, sublinhou o inves-
tigador, em declarações
conseguirmos controlar a
defende, “a única forma forme o dióxido de carbono proliferação de armas de
de a civilização poder vir a atmosférico em grafite. Se destruição maciça, a única
sobreviver seria controlar esta enzima tiver capaci- opção é controlar os poten-
as acções de cada indivíduo dade de se auto-replicar, ciais utilizadores dessas
e, como tal, a privacidade como uma bactéria, os armas”, afirma.
estaria destinada a desa- cálculos indicam que em 48 Nestas circunstâncias,
parecer”. horas a Terra seria coberta defende o investigador que
Se é um facto que por uma nuvem sólida de a privacidade estará desti-
há várias décadas que a grafite que bloquearia o Sol nada a desaparecer, uma
humanidade tem a capa- e destruiria a civilização”, vez que a civilização não
cidade de se autodestruir explicou João Magalhães. pode permitir, num extremo
através das armas nucle- A nanotecnologia — ou hipotético, que toda a gente
ares, a construção destas manipulação molecular — tenha o poder de destruir
envolve materiais — como é precisamente uma área toda a gente. “À medida que
os isótopos radioactivos de investigação em que a violência se tornar mais
— relativamente difíceis países como a China ou os destruidora, os homens
de obter e purificar. “Com o EUA investem anualmente poderosos do mundo terão
desenvolvimento da nano- milhares de milhões de a tentação de diminuir as
tecnologia, dentro de, no dólares. E também o desen- liberdades cívicas e tentar
máximo, 50 anos, tudo o volvimento da Inteligência controlar cada vez mais o
que será preciso para cons- Artificial (IA) poderá trazer indivíduo”, prevê o microbió-
truir uma enzima capaz novos perigos. logo, originário do Porto.
de destruir o mundo é João Pedro Magalhães João Pedro de Maga-
inteligência, computadores cita como exemplo o mani- lhães licenciou-se em
e talento”, sublinha João festo do terrorista que ficou Microbiologia em 1999 pela
Pedro Magalhães. conhecido por Unabomber Escola Superior de Biotec-
O investigador portu- para apontar que o desen- nologia da Universidade
guês socorre-se do exemplo volvimento de uma inteli- Católica Portuguesa (Porto)
proposto por um dos maio- gência artificial superior à e encontra-se actualmente
res especialistas mundiais do homem tornaria a inte- a fazer o doutoramento em
em nanotecnologia, Ralph ligência humana comple- biologia do envelhecimento
Merkle, o da nuvem cin- tamente obsoleta e, logo, na Universidade de Namur,
zenta. “A ideia é construir controlável. “Quando não na Bélgica. ●

dica

Onde está a opção Hibernar?

Já há algum tempo que os computadores
— mais propriamente, as suas
“motherboards” e os respectivos BIOS
— suportam formas avançadas de gestão e
poupança de energia através do Advanced
Power Management (APM), que, nestes
computadores, compatíveis com ACPI, é
activado automaticamente ao nível do
próprio BIOS e que o Windows assume
também. Duas das opções permitidas pelo
APM são a suspensão e a hibernação do
sistema.
Quando o computador é colocado
em estado de hibernação, tudo o que
está na memória do computador é
guardado no disco rígido, sendo, portanto,
necessário que exista espaço livre em
disco correspondente à quantidade de
memória RAM instalada no computador.
A funcionalidade de hibernação desactiva
o monitor e o disco rígido e, em seguida,
desliga o computador. Quando se liga
novamente o computador, todos os
programas e documentos que estavam
abertos ao desligar são restaurados para o
ambiente de trabalho.
Porque o processo utilizado para retirar
o computador da hibernação é lento, a
utilização desta justifica-se quando se
estiver sem utilizar o computador durante
um largo período de tempo ou de um
dia para o outro. Para curtos períodos
de inactividade, é preferível optar pelo
modo de suspensão. Mas como, enquanto
o computador estiver neste modo, as
informações que estão na memória não são
guardadas no disco rígido, é melhor gravar
o trabalho antes — pois, se se der uma
interrupção na alimentação, as informações
existentes na memória serão perdidas.
O modo de hibernação cria um ficheiro
escondido na raiz do disco de sistema (por
norma, a unidade de disco C), o Hiberfill.sys,
que não pode ser apagado ou movido.
Nos Windows 98, ME e 2000, nos
computadores compatíveis com ACPI, ao
escolher encerrar o computador, apareciam,
para além das opções de Encerrar e
Reiniciar, as de Suspender e Hibernar. No
Windows XP, pelo contrário, só aparecem
três opções: Suspender, Encerrar e Reiniciar.
Para que seja disponibilizada a opção
Hibernar, tem que se carregar na tecla Shift,
o que leva a que a opção Suspender seja
substituída por aquela.
Apesar de o sistema permitir a utilização do
modo de hibernação, pode-se desactivar
essa opção. Para tal, escolhe-se Iniciar/
Configurações/Painel de Controlo/Opções
de Energia. Na janela Propriedades de
Opções de Energia, escolhe-se o separador
Hibernar (ver imagem). Num computador
compatível com ACPI, e desde que exista
espaço livre em disco correspondente
à dimensão da memória RAM instalada,
a opção Permitir Hibernação aparecerá
activada, bastando então dar um clique
na caixa correspondente para desactivar a
função. ● JOSÉ DOUTIL

S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .7
computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
 DISTRIBUIDORA PORTUGUESA CONDENADA A PAGAR 825 MIL EUROS
UE multa Nintendo
por práticas
anticoncorrenciais
COMISSÃO Euro-
A
peia multou a
Nintendo e sete
dos seus distri-
buidores euro-
peus, incluindo a empresa
portuguesa Concentra, por
práticas de alegada distorção
do mercado único durante a
década de 90. A multa, no
valor global de 167,8 milhões
de euros, será paga na sua
grande parte
MIGUEL
pelo fabri-
cante japonês de consolas.
Apesar de ser o distribuidor
que menos terá de pagar, a
Concentra foi, mesmo assim,
multada em 825 mil euros.
A Nintendo terá de
desembolsar 149 milhões de
euros por ter impedido expor-
tações de países onde os seus
produtos eram mais baratos
para outros onde eram mais
caros. No comunicado da
Comissão Europeia (CE),
explica-se que esta coima
— a quinta maior até hoje
aplicada na União Europeia
(UE) por violações de regras
da concorrência — se deve
a “práticas concertadas para
impedir as exportações de
países de baixos preços para
países de preços elevados”. As
consolas afectadas por esta
prática e que foram alvo da
multa são as NES e SNES
(Super Nintendo), a N64 e a
portátil GameBoy.
A Nintendo, por seu lado,
divulgou um comunicado em
que considera o valor da multa
exagerado. “A Nintendo já teve
em consideração esta decisão
no seu planeamento, de modo
a não afectar os seus resulta-
dos comerciais e financeiros
neste ano fiscal. No entanto,
devido à dimensão da coima,
que a empresa considera sur-
preendente, a Nintendo irá
apresentar recurso.”
Em 2000, a Comissão
Europeia acusou a Nintendo
— o segundo maior fabri-
cante mundial de consolas de
jogos — de se aliar aos seus
distribuidores
CRESPO
exclusivos para
limitar o fluxo de aparelhos
entre diferentes países com
o objectivo de aumentar as
suas receitas. “Os preços das
consolas e dos jogos variaram
de forma acentuada entre os
países da União Europeia
durante o período em que
decorreu a investigação da
Comissão, sendo os preços no
Reino Unido até 65 por cento
mais baratos do que na Ale-
manha e nos Países Baixos”,
afirma o comunicado.
“Todos os anos, milhões
de famílias europeias gastam
montantes significativos na
compra de videojogos. Têm
o direito de adquirir os jogos
e as consolas ao mais baixo
preço no mercado e não será
tolerado qualquer comporta-
mento para manter os preços
artificialmente elevados”, afir-
mou Mario Monti, o comissá-
rio europeu responsável pela
concorrência. O elevado valor
da multa aplicada à Nintendo
pretende “reflectir a sua rele-
vante dimensão no mercado, o
facto de ter sido esta empresa
a incentivar o comportamento
ilícito e também por ter pros-
seguido a infracção mesmo
depois de saber que estava em
curso uma investigação”.
Em comunicado,
empresa japonesa aceita a
acusação de que “a Nintendo
restringiu o comércio paralelo
no interior da União Euro-
peia” mas destaca o facto de
a investigação ter terminado
“há mais de dois anos”, tendo
a decisão sido “atrasada por
procedimentos internos da
Comissão.”
As investigações começa-
ram em 1995 mas a Nintendo
só iniciou a cooperação com a
Comissão Europeia em 1997.
“A Comissão recolheu elemen-
tos de prova que demonstram
que a Nintendo e os seus
distribuidores adoptaram prá-
ticas concertadas para manter
os preços artificialmente
elevados na União Europeia
entre Janeiro de 1991 e 1998,”
refere o documento da própria
UE, que acrescenta: “Cada
distribuidor era obrigado a
impedir o comércio paralelo a
partir do seu território, ou seja,
as exportações de um país para
outro por intermédio de canais
de distribuição não oficiais.
Com a Nintendo a liderar o
processo, as empresas colabo-
raram entre si de forma inten-
siva para detectar as eventuais
fontes de comércio paralelo. Os
comerciantes que permitiam
as exportações paralelas eram
punidos com fornecimentos
mais reduzidos ou eram com-
pletamente boicotados.”
A empresa japonesa
acrescenta que “aceita a con-
clusão de que, até 1998, as
S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
suas práticas de distribuição
não respeitaram as regras de
concorrência da UE”. “A Nin-
a tendo rectificou os aspectos
relevantes da sua distribuição
na Europa e pôs em prática
um programa minucioso e
alargado, permitindo a livre
circulação de produtos por
toda a Europa.” Além disso,
afirmam os responsáveis
da empresa japonesa, “a
Nintendo cooperou total-
mente com a investigação da
Comissão e, após uma análise
interna no fim de 1997, enten-
deu voluntariamente fornecer
a maior parte da informação
usada pela Comissão na sua
decisão”.
Segundo a União Euro-
peia, “em virtude do compor-
tamento ilícito da Nintendo
e dos seus distribuidores ofi-
ciais, as famílias na Europa
continental foram obrigadas
a suportar preços elevados.
Para avaliar os prejuízos
causados aos consumidores,
basta observar que a Nin-
tendo vendeu cinco milhões de
consolas e 12 milhões de jogos
na Europa só em 1997.”
O documento explica
ainda que “a pequena coima
imposta à Concentra reflecte
o seu papel passivo no âmbito
do acordo ilícito.” Os restantes
distribuidores multados são a
John Menzies (Reino Unido),
Linea GIG (Itália), Bergsala
(Suécia), Itochu Corp e Nortec
(Grécia) e CD-Contact Data
(Alemanha). Contactada por
Computadores, os responsá-
veis da Concentra não fizeram
comentários ao caso. ●
da.net
Receio de pagar através da Net é travão…
O escasso número de utilizadores da Web que
aceita pagar através da Internet está a travar o
desenvolvimento do E-comércio — sublinharam,
na passada terça-feira, participantes num fórum
da cimeira do Diálogo Empresarial Global sobre
Comércio Electrónico. Para aumentar a confiança
dos consumidores, é necessário alcançar uma “massa
crítica” de utilizadores e esse será o grande entrave
a uma maior utilização dos meios de pagamento
electrónico. Esta “massa crítica” só poderá ser
alcançada se forem aprovadas normas abertas e se
existir maior cooperação entre as empresas e o sector
público, refere uma das recomendações aprovadas na
reunião. A generalização do acesso por banda larga,
fundamental para o E-comércio, passa pelo aumento
da procura, sublinharam os participantes no fórum.
Além disso, a gestão do espectro radioeléctrico e a
atribuição de licenças são instrumentos para aumentar
o acesso a esse tipo de tecnologia. “O mais importante
é que haja mais facilidade para a criação de redes de
banda larga em todo o território”, afirmou Jorge Orts,
representante da espanhola Telefónica. ●
… ao comércio electrónico
O fórum do Diálogo Empresarial Global sobre
Comércio Electrónico aprovou uma série de
recomendações, entre as quais se propõe uma
abordagem cautelosa da questão da cibersegurança
e a normalização de medidas de segurança que
facilitem o desenvolvimento do E-comércio. Numa
declaração governamental conjunta, também na
semana passada, diz-se que o E-comércio e o negócio
electrónico empresarial são muito importantes para o
desenvolvimento económico, gerando crescimento e
emprego na sociedade da informação. Esta declaração
foi assinada por representantes da Comissão Europeia,
dos EUA, Canadá, Dinamarca, Egipto, Alemanha,
Japão, Espanha, Suécia e Reino Unido, pedindo-se
a todos os participantes no fórum (representando
55 empresas de todo o mundo) que desenvolvam
soluções tecnológicas “abertas e transparentes” para
o E-comércio, que melhorem os níveis de segurança,
protejam as infra-estruturas fundamentais e criem
mecanismos de resolução de conflitos. Este fórum
aprovou ainda uma declaração especial sobre a
contribuição das TIC nos países em desenvolvimento
para reduzir os seus níveis de pobreza e pediu um
quadro que favoreça aí o investimento estrangeiro. ●
Restrições sauditas face à Web
As autoridades da Arábia Saudita decidiram proibir
os serviços de acesso à Internet através de antenas
parabólicas — noticiou a agência oficial SPA. Após
uma reunião com o rei Fahd, o conselho de ministros
solicitou a disponibilização de linhas telefónicas aos
internautas e uma redução das tarifas de acesso. A fim
de contornarem a censura e evitarem o pagamento de
mensalidades aos fornecedores de acesso à Internet,
muitos internautas têm vindo a recorrer às antenas
parabólicas, que proporcionam maior rapidez. Só
em 1999 é que o acesso à Internet foi autorizado na
Arábia Saudita mas sujeito à vigilância apertada de
um departamento oficial, que barra o acesso aos sítios
da Web considerados “contrários à moral” — 95 por
cento dos quais serão pornográficos e os restantes
5 por cento por, no entender dos governantes,
tratarem questões que são tabus políticos e sociais.
O país tem 22 milhões de habitantes mas, de acordo
com as estatísticas oficiais, conta com apenas 400
mil subscritores de acesso à Internet de entre os 1,2
milhões de utilizadores de computadores. ●
computadores .9
computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
 TRIBUNAL DÁ LUZ VERDE AO ACORDO EXTRAJUDICIAL COM O DEPARTAMENTO DE JUSTIÇA DOS EUA

Microsoft vê a luz aproximar-se no túnel

TRIBUNAL de ção dominante no mercado ros mas, no “after pusera termo ao a muitos outros editores de

U
M
Washington
D.C. emitiu ao
fim da tarde
da passada
sexta-feira um parecer em
que se declara favorável à
maioria das disposições do
acordo extrajudicial cele-
brado entre a Microsoft e
o Departamento de Justiça
(acompanhado de mais de
uma dezena de Estados).
Este acordo vem pôr fim
a um longo litígio judicial,
em que a empresa de Bill
Gates e Steve Ballmer era
acusada de abuso de posi-
dos sistemas operativos —
onde os diversos Windows
contam com algo como 93
por cento actualmente — e
de práticas atentatórias da
livre concorrência e dos legí-
timos interesses dos consu-
midores, nomeadamente no
segmento dos “browsers”
para Internet, onde, hoje, o
Internet Explorer corre em
cerca de 96 por cento dos
computadores pessoais.
A divulgação pública
do parecer do tribunal só
surgiu depois de encerra-
dos os mercados financei-
hours”, as acções
da Microsoft regis-
taram desde logo
uma subida.
O desencadear
do presente processo
remonta a Maio
de 1998, quando o
Departamento de
Justiça e os procu-
radores-gerais de
19 estados norte-
americanos decidiram
avançar novamente para a
barra dos tribunais. Já em
Outubro do ano anterior, o
Departamento de Justiça
manifestara a intenção de
instaurar um novo processo
judicial contra a Microsoft,
alegando que os termos do
acordo extrajudicial que
anterior processo “software”. Agora, com uma
(de 1995) não esta- Administração norte-ame-
riam a ser respeita- ricana mais conservadora
dos pela empresa. e menos intervencionista,
Vivia-se então, e num ambiente de vulne-
em 1998, um rabilidade e recessão na
período de euforia economia dos EUA e mun-
bolsista em torno dial, muitos dos ferozes
das empresas da críticos da Microsoft desa-
Internet e das tec- pareceram literalmente do
nologias de infor- mercado e muito menos
mação, e, no Silicon gente está interessada em
Valley, era de bom-tom ser- agitar as águas pardas da
se crítico da Microsoft e das conjuntura com acusações
suas práticas comerciais de práticas monopolistas
— parte das quais, vistas ao maior editor de “sof-
bem as coisas, eram comuns tware”. ● RUI JORGE CRUZ

Toshiba vai recolher alguns

Pocket PC e740
A Toshiba vai recolher alguns PocketPC e740, das séries
72014641L à 92041620L, por ter detectado, após diversos
testes, que nestes equipamentos se verifica o risco de
perda da informação guardada. De acordo com a Toshiba,
o utilizador poderá perder informação, nomeadamente
quando a bateria descarrega ou é desligada do equipamento.
Devido a esta anomalia, a Toshiba irá proceder à recolha de
todos os PocketPC destas séries, efectuando a actualização
necessária. Por isso, todos os utilizadores que possuírem estes
equipamentos poderão contactar o Centro de Atendimento
Toshiba (CAT) através do número de telefone 707265265 ou
do E-mail cat@toshiba.pt. A actualização dos equipamentos é
gratuita mas poderá demorar até 10 dias úteis. Enquanto não
é feita a alteração, os utilizadores dos PocketPC e740 destas
séries não deverão deixar que a bateria do equipamento
descarregue completamente, não deverão desligá-la do PC
nem deixar de fazer “backups”regularmente. ●

Universidade de Aveiro
desenvolve teletrabalho
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA)
desenvolveu um programa destinado a facilitar a adopção
do teletrabalho. O “software”foi desenvolvido no âmbito do
projecto “2BeOn”(plataforma multimédia com uma forte
componente de serviços “on-line”) com o objectivo de colocar
as pessoas a telecomunicarem enquanto trabalham ou vêem
televisão. Na área do teletrabalho, a equipa de investigação
liderada por Pedro Almeida concebeu um ambiente de
comunicação e gestão para apoiar o trabalho remoto,
nomeadamente teletrabalhadores ou equipas de trabalho
separadas geograficamente. O projecto “teve como base a
noção de que é necessário manter um nível de comunicação
tão eficaz à distância como o que se tem no ambiente normal
de trabalho, quer ao nível da comunicação formal quer
informal”.A solução desenvolvida pelos investigadores da
UA “integra um conjunto de serviços de comunicação e de
gestão de projectos, e de tarefas numa única ferramenta, com
uma interface e modelos de interacção comuns”. ●

Emissão de gases poluentes

negociada na Internet
A International Emissions Trading Association (IETA),
associação privada canadiana que agrupa 50 multinacionais
interessadas na troca de direitos de emissões de gases
catalisadores do efeito de estufa, lançou um “site”na
Internet para organizar este futuro mercado financeiro. O
endereço electrónico, apresentado em Nova Deli, é http:
//www.pointcarbon.com/ieta.php . Segundo a IETA, já existem
36 sistemas de troca de direitos de emissões em construção à
escala internacional, regional e municipal. Num comunicado
divulgado à margem de uma conferência das Nações Unidas
sobre as alterações climáticas, o objectivo desta presença na
Internet é ajudar os poderes públicos e as empresas a terem
uma visão de conjunto sobre este futuro mercado. A troca
de direitos de emissão está prevista no protocolo de Quioto
e a ideia destas trocas é que uma diminuição das emissões,
tenha ela lugar no Japão ou em Portugal, tem o mesmo efeito
para a atmosfera. Assim, um Estado ou uma empresa com
dificuldades em diminuir as suas emissões poluentes pode
comprar o direito de emitir dióxido de carbono ou outro gás
poluente a um parceiro estrangeiro que tem ainda margem
de manobra face à quota que lhe foi atribuída. ●

S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2 computadores .11
 FICHA S H A R E WA R E

PHOTO2VCD V1.5

Guardar e mostrar
Editor
as fotos digitais
das máqui-

Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Fraga,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
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para escolas e instituições de
solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
A
PROLIFERAÇÃO
nas fotográficas digi-
tais e da fotografia
digital em geral veio
trazer novas necessi-
dades por parte de quem usa as
novas tecnologias para realizar
registos de imagem. E as novas
necessidades são geralmente
satisfeitas pela introdução de
programas inovadores, que
visam resolver os problemas
dos utilizadores. Ora um destes
problemas, sentido por milhares
de utilizadores, é a exibição e a
apresentação das fotografias.
A fotografia em diapositivo — o
chamado “slide”— é exibida num
projector apropriado e a fotografia
tradicional em papel é apresen-
tada em cuidados álbuns fotográ-
ficos. Então e a fotografia digital,
como pode ser apresentada? No
computador? É muito impessoal
juntar todos os amigos e familia-
res no escritório, de pé, em frente
ao monitor do PC.
É verdade que muitas máqui-
nas fotográficas digitais já
possuem saídas de vídeo, que per-
mitem ligar essas máquinas aos
televisores, o que permitem apre-
sentar à família as fotografias
registadas em formato digital no
aparelho da sala. Mas, mais uma
vez, esta não é a solução ideal.
Quantos de nós já não teve de
assistir a aborrecidas e morosas
exibições de fotografias de férias
e outras situações, com as foto-
grafias a sucederem-se minuto
após minuto, sem qualquer som,
música ou animação — apenas
imagens estáticas a aparecerem
no televisor.
Pensando em todos aqueles que
têm de assistir a estas exibições de dows 95, 98, Windows ME, Win-
fotografias em serões familiares, a dows NT e 2000e Windows XP,
empresa Photo2VCD
lançou um produto NUNO BERNARDO
com o mesmo nome
que permite criar um CD-ROM
no formato VideoCD com arquivos
de fotografias. Estas são apresen-
tadas com som, música e efeitos
especiais nas transições entre
imagens. O resultado final é um
filme, muito mais interessante e
atraente do que a simples apre-
sentação de fotografias, uma a
uma. O disco assim criado poderá
ser lido em consolas de videojogos, para gravar os DVD. Para uma
na maioria dos leitores de DVD
existentes no mercado e no com-
putador pessoal. O Photo2VCD
permite ainda a criação de comple-
tos DVD recheados de fotografias
e músicas a acompanhar.
O Photo2VCD é compatível
com os sistemas operativos Win-
da Microsoft. Ao nível
do equipamento,
necessita-se de um
PC equipado com um processador
Pentium, da Intel, ou compatí-
vel, 128 megabytes de RAM, 20
megabytes de espaço em disco e
um monitor capaz de apresentar
imagens com resolução 800 x 600
ou superior. Depois, será preciso
um gravador de CD-ROM para
criar os VideoCD ou um gravador
de DVD-ROM (mais dispendioso)
utilização doméstica, o gravador
de CD-ROM serve na perfeição.
O modo de funcionamento
do programa é muito simples.
Importa-se para a aplicação as
fotografias e as imagens que se
quer usar. A importação pode ser
realizada de uma de três formas:
através da ligação da máquina
fotográfica digital ao PC; da digi-
talização das fotografias em papel
para o sistema informático; ou
através da inserção de um CD-
ROM com imagens no leitor de
CD-ROM. O programa suporta os
mais usados formatos de imagem
digital, pelo que não será compli-
cado proceder à importação das
fotografias.
Depois de seleccionadas e
importadas as fotografias para a
aplicação, é necessário definir a
ordem pela qual elas serão apre-
sentadas. Para cada fotografia,
o utilizador pode seleccionar
um dos 127 efeitos especiais que
permitem fazer a transição ani-
mada entre fotografias. Depois
de criada toda a apresentação,
com a sequência de imagens cor-
rectamente definida, é hora de
adicionar sons, músicas e comen-
tários. A apresentação poderá
ainda ficar mais divertida se se
adicionar piadas, comentários,
sons e efeitos sonoros, de modo
a que o aparecer das fotografias
seja divertido e não tão aborre-
cido que provoque a sonolência
na audiência. Os sons poderão ser
adicionados a partir de ficheiros
em formato Wave ou MP3.
O Photo2VCD é também uma
excelente ferramenta para arquivo
seguro de fotografias. Todas as
imagens ficam registadas num
CD-ROM, formato mais duradouro
e seguro do que as memórias com-
pactas, os rolos fotográficos ou as
fotografias em papel. O VideoCD
assim criado é, como já foi refe-
rido, compatível com a maioria das
consolas de videojogos e leitores de
DVD existentes no mercado, pelo
que uma apresentação criada
no programa pode ser lida (teo-
ricamente) pelos computadores
existentes na grande maioria dos
lares. Daí que este seja o formato
ideal para enviar as fotografias de
férias, do casamento ou do bapti-
zado a amigos e familiares. Um
CD-ROM gravável custa, actual-
mente, cerca de 50 cêntimos, valor
muito inferior ao necessário para
imprimir dezenas de fotografias
em papel.
Os 35 euros do custo de
registo do programa (http://www.
photo2vcd.com) poderão ser
considerados, por muitos utili-
zadores, um preço um pouco alto
para uma aplicação com estas
características. Mas, analisando
as funcionalidades apresentadas,
a facilidade de utilização e o tipo
de resultados que se pode obter,
conclui-se que esta é uma daque-
las ferramentas obrigatórias,
em especial para quem é grande
aficcionado da fotografia digital
— isto para não falar do impacto
que terá uma apresentação das
fotografias em formato digital no
grande televisor lá de casa, de
forma divertida e animada. ●

computadores .12 S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
 REVELADO O SEGREDO DO JOGO ONDE SE PERDE SEMPRE
Tetris é realmente difícil
TETRIS DEVERÁ ser o jogo mais
O
popular para computador e con-
solas. Agora, sabe-se igualmente
que a sua dificuldade faz dele um
desafio intelectual viciante mas
que é impossível ser ganho por um humano
ou por um programa de computador.
Inventado em 1985 pelo matemático
e programador russo Alexey Pazhitnov,
calcula-se que tenham sido vendidas 60
milhões de cópias legais, após uma batalha
comercial que opôs Pazhitnov a empresas
norte-americanas interessadas em deter os
direitos de licenciamento mundial do jogo —
o que acabou por suceder com várias delas.
O Tetris inicia-se com um rectângulo
de 20 por 10 casas, de cujo topo vão caindo
peças geométricas — conhecidas por tetro-
minós — por terem quatro quadrados nas
suas sete diferentes variações: em L, T, S ou
Z, por exemplo. Elas têm que ser movidas
e ajustadas em linhas, por forma a serem
removidas — momento em que as peças que
estejam por cima caem para as linha inferio-
res e provocam a queda de uma nova peça.
O mesmo sucede quando se ajustam a outra
peça. O jogo terminará quando não houver
espaço para a queda de mais peças.
Se o Tetris é fácil de aprender, ele é difícil
de jogar nos níveis mais avançados, mesmo
sendo possível visualizar antecipadamente a
peça seguinte. Para mais, é um
jogo que não se pode ganhar: PEDRO FONSECA
não é possível desenvolver uma
estratégia para triunfar mas apenas para
conseguir melhorar o resultado anterior.
A justificação para esta dificuldade do
Tetris será em breve apresentada, numa
conferência sobre geometria informática,
pelos investigadores Eric Demaine, Susan
Hohenberger e David Liben-Nowell, do
Laboratório de Ciência Informática do Mas-
sachusetts Institute of Technology (MIT),
mas o seu trabalho intitulado “Tetris is
hard, even to approximate” foi divulgado
publicamente no passado dia 21 de Outubro.
Nele, os investigadores do MIT demons-
SONY ASSUME COMPROMISSO PARA A PRIMAVERA DE 2003
PS2 ‘on-line’ na Europa
SONY ANUNCIOU que lançará o
A
seu serviço “on-line” para a sua
consola PlayStation 2 (PS2) na
Primavera de 2003. O anúncio
surgiu no dia seguinte àquele
em que a Nintendo iniciou serviço idên-
tico para a GameCube nos EUA e duas
semanas antes do arranque comercial do
Xbox Live, a proposta da Microsoft, na
América do Norte.
Como já se adivinhava há largos meses,
o próximo passo da guerra das consolas vai
jogar-se, literalmente, “on-line”. Mas esta
proximidade de datas não se deve tanto à
concorrência entre as três empresas mas a
questões de infra-estrutura: tanto na Europa
como nos EUA, só agora se está a atingir uma
massa crítica de utilizadores com acesso de
banda larga à Internet. Por outro lado, vários
estudos confirmam que os jogadores regulares
(vulgo “hardcore gamers”) esta-
rão em breve dispostos a pagar MIGUEL
assinaturas mensais para joga-
rem “on-line” com outros, expandindo ainda
mais o negócio do entretimento digital, que já
factura mais do que as poderosas indústrias
do cinema e da música.
Por enquanto, a facturação do jogo “on-
line” é residual e sobretudo circunscrita à pla-
taforma PC; mas um estudo da Screen Digest
tram que o Tetris pertence a uma classe
de problemas matemáticos conhecidos por
NP-completo, de que um exem-
plo conhecido é o problema
do “caixeiro viajante”, em que
este tem de encontrar o caminho mais curto
entre diferentes cidades — um desafio com
aplicação prática às redes de transportes
terrestres, por exemplo.
No Tetris, no caso do “caixeiro viajante”
e noutros problemas NP — e, curiosamente,
em jogos como o Minesweeper —, embora
seja relativamente fácil determinar se a
solução está correcta, não há forma eficiente
de a resolver. Ou seja, no caso do jogo de
Pazhitnov, mesmo sabendo qual a peça
seguinte e tendo tempo para a rodar e ajus-
tar, o jogo continua a ser um desafio e nunca
prevê que este mercado atinja os mil milhões
de dólares até 2006.
O serviço europeu da PS2 será baseado
na aquisição de um pacote para acesso por
banda larga por um preço algo superior aos
70 euros, dependendo do país. O pacote inclui
um adaptador de rede, um jogo e “software”
de arranque do sistema. De início, a consola
poderá ser ligada à Internet na Grã-Bretanha,
seguindo-se — talvez no segundo semestre de
2003 — a Alemanha, o Reino Unido, a França,
a Espanha e a Austrália. O processo continu-
ará com o alargamento aos outros países que
usam o formato televisivo PAL-M (como Por-
tugal). Os testes das versões beta começarão
antes do final do ano.
Confirmados para o lançamento europeu
estão os seguintes jogos com ligação “on-line”:
“Socom: Us Navy Seals“, “Hardware: Online
Arena“, “Destruction Derby Online“, “Twisted
Metal Online“, “Frequency 2“,
CRESPO “My Street“, “ATV Offroad“, “This
is Football 2004” e “World Rally
Championship Online”. Uma versão comple-
tamente nova de “EverQuest“ está também
em desenvolvimento. Além destes jogos da
Sony, haverá produtos disponíveis da Capcom,
Electronic Arts, Activision, Take 2 e Eidos. O
acesso “on-line” da PS2 já está disponível no
Japão e Estados Unidos.
S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 2
tem um final feliz para o jogador.
Um resultado semelhante mas
obtido por um caminho diferente
foi apresentado em 1996 por Heidi
Burgiel, do Centro de Geometria
da Universidade do Minnesota
(ver http://www.geom.umn.edu/
java/tetris/ ). Usando uma variante
do Tetris apenas com tetrominós
em forma de S e Z, sugeria-se ser
impossível criar um programa de
computador para imitar as estraté-
gias humanas e ganhar o jogo. Este
acabaria sempre por se impor.
Em termos de resultado
final, não só o Tetris ganha a um
jogador humano como a um joga-
dor-máquina. No entanto, diver-
samente do que pode suceder a um
jogador-máquina, o ser humano
pode sofrer uma influência acen-
tuada deste jogo. São conhecidas as
declarações de jogadores frequen-
tes que “sonham” com o Tetris.
A explicação foi dada no
início de Outubro quando Robert
Stickgold e colegas seus da Har-
vard Medical School, nos EUA.
Estes investigadores reuniram
um grupo de voluntários experimentados
em Tetris, de novatos e de amnésicos, e
confirmaram que mais de 60 por cento
deles sonhavam realmente com imagens
associadas ao jogo.
O trabalho, publicado na revista “Science”,
indicia que o cérebro utiliza os sonhos e o
sono para reforçar a aprendizagem. Se os
amnésicos se revelaram o grupo que menos
conseguiu melhorar as suas capacidades de
jogar ao longo do teste, os novatos foram
quem mais referiu sonhar com as peças a
caírem durante o sono. Estavam, aparente-
mente, a “aprender” a jogar enquanto dor-
miam — uma situação comum a muitos dos
que se iniciam no difícil jogo do Tetris. Mas,
como se viu, sonham apenas para aprender
um jogo que se perde sempre. ●
A Nintendo pôs à venda, na semana pas-
sada, nos EUA, os adaptadores para ligar
a GameCube à Internet. Ao contrário dos
concorrentes, que só oferecem ligação por
banda larga, a Nintendo disponibiliza dois
adaptadores, um dos quais para ligações
analógicas (como tinha a Sega Dreamcast).
O preço é idêntico para os dois: 34,95 dólares.
Ao contrário das concorrentes, a Nintendo não
considera o jogo “on-line” decisivo, mas apenas
um complemento ao jogo tradicional “off-line”.
O primeiro jogo “on-line” para a Game-
Cube é “Phantasy Star Online Episode I &
II”, da Sega. Para jogar, é preciso subscrever
o serviço oferecido pela Sega, que custa 8,95
dólares por mês. A Nintendo, tal como a Sony,
não oferece um serviço centralizado para jogar
“on-line”, enquanto a Microsoft tem o sistema
Xbox Live, que será lançado no dia 15.
Entretanto, a Microsoft lançou um pro-
grama, o “Xbox Compatible”, que permitirá
aos fornecedores norte-americanos de acesso
à Internet (os chamados ISP) exibirem um
logotipo nos seus serviços ou equipamentos
de acesso desde que estes respeitem os míni-
mos técnicos exigidos. O objectivo é ajudar
os possuidores de uma Xbox a escolherem o
melhor serviço para acederem ao Xbox Live
— processo que deverá ser também utilizado
na Europa. ●
Fabricantes
de Taiwan apostam
no TabletPC…
A Acer e nove outras
empresas de Taiwan lançaram
na passada semana uma
campanha conjunta para
a conquista do mercado
mundial dos TabletPC — o
novo tipo de computadores
portáteis que serão
oficialmente apresentados
nesta semana, em Nova Iorque
— acreditando que estes serão
os mais utilizados no futuro.
Segundo a Agência Lusa, estas
empresas pretendem dar
resposta a 30 por cento da
procura mundial até ao final
do ano, tendo conseguido
já o apoio de 16 parceiros
para a criação de “software”
especial para o TabletPC. A
Microsoft lançará oficialmente
já na próxima quinta-feira o
Windows XP TabletPC, a versão
do seu mais recente sistema
operativo desenvolvida
expressamente para este tipo
de computador. Os TabletPC,
que combinam o computador
portátil com o computador
de bolso, serão capazes de
reconhecer voz e escrita
manual, permitindo usá-los
sem recurso ao tradicional
teclado. Outra característica do
TabletPC é a sua flexibilidade
para mudar a orientação do
ecrã, que pode ser rebatido,
transformando o TabletPC
numa espécie de prancheta. ●
… esperando
uma adopção
generalizada
Outra empresa foi a First
International Computer (FIC),
grande fabricante de placas-
mãe. O seu presidente Gene
Sheu disse que a grande
vantagem dos TabletPC
face aos modelos de mesa
e portáteis, além do seu
tamanho e do seu peso (cerca
de 2 Kg), é a capacidade para
converter a letra escrita num
texto legível para as aplicações,
tornando desnecessário
o teclado. Sheu afirmou
que, por estas razões, “é
inevitável que o TabletPC seja
o mais utilizado” no futuro,
sobretudo quando os avanços
tecnológicos agilizarem a sua
produção e melhorarem as
suas prestações. Os TabletPC
serão fabricados em Taiwan
por empresas como a Acer,
a Tatung, a Twinhead e a
Wistron, enquanto, noutros
países, apenas empresas como
a Hewlett-Packard (HP), nos
EUA, a Fujitsu-Siemens, na
Europa, as japonesas Fujitsu,
NEC e Toshiba se mostraram
dispostas a entrar neste
segmento de computadores
portáteis. Ainda segundo
a Lusa, também a norte-
americana ViewSonic, um dos
maiores fabricantes mundiais
de monitores (e que há dois
anos adquiriu a divisão de
monitores da Nokia), estaria
interessada em vender os seus
próprios TabletPC. ●
computadores .13
 classificados
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Jornadas sobre a Regulação dos Mercados
documentos (imagem/textos); de Telecomunicações
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tos (1 euro/pp); impressão Local: Centro Cultural de Belém, Lisboa
(p&b: 0,25 euros/pp; cor: 0,5 Organização: Instituto Jurídico da Comunicação (IJC);
euros/pp)
Centro de Estudos de Direito Público e Regulação da
Contacto: 965140724
E-mail: pjg_2002@iol.pt Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
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E-mail: cidesign@jkpt.net do Saber
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Data: 7-11-2002 pelas 9h
Redes em ambiente
Windows Local: Centro Cultural de Belém, Lisboa
Montagem, manutenção,
instalação, configuração, opti-
Organização: Associação Portuguesa para o
mização. Consultoria infor- Desenvolvimento das Comunicações (APDC)
mática. Pessoal certificado
Microsoft.
Contacto: 914029315 ICCAD 2002 - The International Conference on
E-mail: technet@jkpt.net Computer-Aided Design
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não)
Data: 12-11-2002 a 15-11-2002
Construção de Web Sites para Local: Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
empresas e particulares.
Procedo à manutenção, aloja-
mento e registo do domínio, ESIG 2002 - VII Encontro dos Utilizadores
submissão em motores de de Informação Geográfica
busca para uma boa pro-
moção. Óptimo para difundir
Data: 13-11-2002 a 15-11-2002
negócios por um baixo preço. Local: Tagus Park, Porto Salvo, Oeiras
Contacto: 93 617 42 86 Organização: Associação dos Utilizadores
E-mail:
gouveia_eng@yahoo.com
de Informação Geográfica (USIG)
URL: www.gdesignpt.cjb.net URL: www.esig2002.web.pt
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Programador de Informática
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na área de Redes,Web, Data: 18-11-2002 a 20-11-2002
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Hardware
Local: Hyatt Regency Guam, Guam, EUA
Contacto: 965 446 048 Contacto: Kozo Kinoshita, General Chair
E-mail: antpar@sapo.pt E-mail: kozo@utc.osaka-gu.ac.jp
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Pesquisas na internet (10 URL: ats02.ip.elec.mie-u.ac.jp/
euros/hora); digitalização de
documentos (imagens/textos);
WRTLT 2002 - 3rd Workshop on RTL and High
apresentações em PowerPoint
e Excel; processamento de tex- Level Testing
tos (1 euro/página); impressão Data: 21-11-2002 a 22-11-2002
(p&b/cor: 0.25 euro/página)
Contacto: 965140724.
Local: Hyatt Regency Guam, Guam, EUA
E-mail: URL: www.ip.elev.mie-um.ac.jp/~wrtlt02/
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Redes em Ambiente
Windows 12º Congresso das Comunicações
Montagem, manutenção, Data: 26-11-2002 a 28-11-2002
instalação, configuração, opti-
mização. Consultoria infor-
Local: Centro de Congressos de Lisboa
mática. Pessoal certificado Contacto: Associação Portuguesa para o
Microsoft. Desenvolvimento das Comunicações (APDC)
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 JOGOS
Mais fácil de jogar
que de dizer
M NOME ESTRANHO para os ouvi-
U
dos portugueses esconde um
dos jogos mais descontraídos e
divertidos da temporada nata-
lícia que se aproxima. “Ratchet
and Clank” recupera um género em desuso
nas consolas mais evoluídas — o do jogo
de plataformas — e consegue o feito de
misturar todos os ingredientes clássicos e
algumas novidades num prato saboroso e
bem apresentado.
Recorrendo ao obrigatório 3D, “Ratchet
and Clank” apresenta cenários e persona-
gens cartoonescos cheios de boa disposição,
níveis bem construídos, com
obstáculos e adversários MIGUEL
desafiadores, pontua tudo
com uma grande dose de humor (como a
treinadora com ar de matrona da ex-RDA)
e garante diversão sem limites.
Saído dos estúdios que criaram a
série “Spyro the Dragon”, que obteve
boas vendas e aceitação na PlayStation,
“Ratchet and Clank” aproveita bem a
maior riqueza gráfica e a capacidade de
processamento da PlayStation 2 para
garantir grande dinamismo — visível,
por exemplo, no constante movimento
presente em todas as situações.
Esta primeira experiência da equipa
da Insomniac na PS2 tem um saldo bem
positivo. Se, em relação ao estilo de jogo,
há poucas novidades a assinalar, o mesmo
se passa no que toca à jogabilidade, que
é viciante. “Ratchet and Clank” é daque-
les jogos que, mal se começa a jogar,
‘RATCHET AND CLANK’
dificilmente se pára. A aprendizagem da
mecânica é reduzida, a interface é muito
simples e a acção começa logo no primeiro
instante.
A aposta principal desde jogo de pla-
taformas é o aproveitamento de trunfos
de outros géneros, seja a variedade de
armas e artefactos ao dispor dos perso-
nagens, seja na “invenção” de variações
de jogo, como a introdução de um modo
de “sniper” para atingir alvos difíceis à
distância, característica típica de jogos de
acção 3D de temática séria.
Neste jogo, tudo é a brincar, não
havendo a menor preo-
CRESPO cupação com realismo.
Os cenários são cidades
futurísticas fantásticas ou mares imagi-
nários, os modos de locomoção incluem
um sistema de “rappel” antigravidade,
carros-barcos flutuantes e os obrigató-
rios saltos entre plataformas.
As armas vão desde pistolas a lança-
chamas de ar comprimido e os artefactos
passam por objectos como botas mag-
néticas — num total de 25 —, tornando
“Ratchet and Clank” numa espécie de
Título Ratchet and Clank
Estilo Plataformas 9 /10
Plataforma PS2
Produtor Sony
Distribuidor Lusomundo
Edição Novembro 2002
S E G U N D A - F E I R A . 4 . N O V E M B R O . 2 0 0 1
James Bond para crianças. Mas quem
pense que este jogo é apenas para pré-
adolescentes engana-se, já que o seu apelo
se estende a toda a família pela diversão
que proporciona, pelo engenho a que
obriga para resolver os “puzzles” e pela
destreza necessária para saltar para os
sítios certos.
Claro que a história de baseia na tra-
dicional luta homérica de David contra
Golias ou, melhor, de Ratchet, um mecâ-
nico talentoso, contra o Big Bad Boss,
o mauzão que quer roubar o melhor de
cada um dos planetas para criar um novo
mundo. Em vez de fisga, Ratchet tem a
apoio de Clank, um pequeno robô que o
guia rumo à aventura. E, obviamente, à
salvação do Universo.
A fim de dar um pouco mais de ani-
mação ao jogo, além de apanhar porcas e
parafusos para atingir objectivos, Ratchet
pode ir aos entrepostos e comprar novas
armas e engenhocas. E, em situações de
aperto, pode aproveitar os poderes mecâ-
nicos de Clank, que é capaz de se trans-
formar proporcionando novas formas de
transporte. E, nalgumas zonas, Clank
torna-se, ele próprio, o protagonista, per-
mitindo ao jogador ver o mundo do ponto
de vista de um robô.
Apesar de ser basicamente um jogo
de plataformas, “Ratchet and Clank” tem
aventura, acção, estratégia e até corridas,
numa linha de êxitos estrondosos, como
foi o caso de “Jak and Daxter” no ano
passado. ●
Jogo com sexo
gera controvérsia
O lançamento anunciado de “BMX XXX”,
um jogo de arcada tendo como base
condução de bicicletas num ambiente
em que proliferam prostitutas e chulos,
existem “shows” de “strip-tease” e há cenas
de sexo sugeridas, está já a provocar
grande controvérsia nos EUA, apesar de
a classificação etária limitar a venda a
adultos. Mas esta incursão no mundo do
sexo num videojogo cujo lema é “Keep it
dirty” está a criar reacções inesperadas,
tanto de associações como dos retalhistas.
E a editora Acclaim Entertainment já veio
a público acusar o mercado de avaliar os
videojogos sob parâmetros diferentes dos
outros média, como o cinema ou a televisão,
onde este tipo de temáticas e imagens estão
omnipresentes. Com edição prevista para
as três consolas de nova geração (PS2, Xbox
e GameCube), “BMX XXX” viu a distribuição
recusada pelos maiores retalhistas norte-
americanos, como as cadeias Wal-Mart,
Toys R Us, KB Toys, Best Buy e Circuit
City. O Parents Television Council, que
costuma condenar a programação de TV
que considera inapropriada, emitiu um
comunicado de apoio à decisão das lojas.
A Acclaim, por seu lado, argumenta que
o jogo está a ser mal-entendido e cita
estatísticas da consultora NPD, que revelam
que 60 por cento dos utilizadores destas
consolas são homens com mais de 18 anos,
o que demonstra a audiência potencial
para o jogo. A editora compara o jogo a
séries de televisão populares, como “Os
Sopranos”, “O Sexo e a Cidade” ou o filme
“American Pie”. ●
‘Tony Hawk’ convertido
para telemóvel…
A produtora Activision e a operadora
norte-americana AT&T Wireless Services
firmaram um acordo para oferecer versões
para telemóvel de videojogos de sucesso.
O primeiro resultado será a versão do
jogo de “skate” “Tony Hawk Pro Skater”
para telemóvel. Desenvolvida pela Jamdat
Mobile, a versão “wireless” do jogo coincidirá
com a chegada de “Tony Hawk Pro Skater
4” ao mercado das consolas e dos PC.”A
Jamdat está também a desenvolver versões
para telemóveis e PDA de dois outros
títulos de desportos radicais da Activision
(“Mat Hoffman’s Pro BMX 2” e “Kelly Slater’s
Pro Surfer”), a serem lançados em Janeiro,
segundo Dave Andersen, director da
Activision, em declarações à Reuters. A AT&T
cobra 2,99 dólares por mês pelo serviço
mMode, de notícias e entretenimento, e
cobrará 5,99 dólares pelo “download” do
jogo. Inicialmente, “Tony Hawk” só estará
disponível para um modelo de telemóvel,
o Motorola T720, que está a ser lançado no
mercado, mas outros aparelhos compatíveis
estarão disponíveis até final do ano,
segundo Ritch Blasi, porta-voz da AT&T
Wireless. ●
…a pensar no público jovem
A Jamdat já oferece jogos de perguntas e
respostas para telemóveis e uma versão do
jogo de golfe “Tiger Woods”, desenvolvido
pela Electronic Arts. “’Tony Hawk” é a nossa
primeira proposta dirigida explicitamente
ao público jovem”, afirmou Mitch Lasky,
presidente-executivo da Jamdat, ex-director
da Activision. O maior desafio na adaptação
do jogo a plataformas móveis foi reconfigurar
a interface, por falta de comandos do tipo
“joystick”, e o grafismo 3D para 2D, explicou
Lasky. A Activision revelou ficar satisfeita
se apenas alguns milhares de clientes da
AT&T Wireless comprarem o jogo, apesar das
previsões a longo prazo para o mercado de
jogos em telemóveis serem muito positivas. ●
computadores .15
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