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CARACTERIZAÇÃO DA SUÍTE VALSUNGANA

COMO FERTILIZANTE POTÁSSICO

DE LIBERAÇÃO LENTA

Edson Luiz Ávila

Tijucas

Abril de 2018
Certa vez, disseram a Thomas Edson:

- O senhor colecionou 2.000 fracassos antes de inventar a lâmpada.

Ao que Edson respondeu;

-Não. Eu aprendi 2.000 maneiras de como não se inventar a lâmpada.


RESUMO

O Brasil importa cerca de 75% (setenta e cinco por cento) dos insumos para produção
de fertilizantes, contudo, em relação ao potássio, o governo federal admite que não há
condições de se tornar auto suficiente. Baseados neste cenário foram destacados
órgãos como EMBRAPA, Universidades, CETEM e CPRM entre outros para desenvolver
estudos regionais em rochas ricas em potássio. Neste trabalho da rocha Granito
Valsungana foram avaliadas as características mineralógicas, petrográficas e
geoquímicas. É constituída por feldspatos alcalinos (microclinio e ortoclásio) com
aproximadamente 60% (sessenta por cento), quartzo e plagioclásio, com 25% e 18%,
respectivamente, e a biotita e muscovita com cerca de 8%. Com exceção do quartzo e
do plagioclásio, os demais minerais possuem o potássio na estrutura cristalina. A
geoquímica indicou que o teor de K2O foi de 8,68%. Para a realização do estudo da
cinética de liberação do potássio a amostra foi subdividida em três amostras: “in
natura”, calcinada a 710°C, calcinada a 710°C com adição de 5% (cinco por cento) de
cloreto de cálcio. Foram utilizadas cinco soluções extratoras, a saber: água com pH 5,7,
ácido cítrico, melich1, ácido nítrico e o ácido oxálico. Os resultados indicaram que o
ácido oxálico foi o extrator que apresentou melhor desempenho na amostra calcinada
com adição de cloreto de cálcio, 5,76% de K+ liberado; o ácido cítrico também na
amostra calcinada com adição de 5% de cloreto de cálcio liberou 3,72% de potássio; o
extrator Melich 1 teve seu melhor desempenho na amostra “in natura” com 1,17% de
potássio liberado; com ácido nítrico a liberação de K+ foi de 0,66% na amostra “in
natura” e a água utilizada como solução extratora foi a que teve o pior desempenho,
apenas 0,0077% de liberação de K +, para a amostra calcinada. Experimento da
modificação estrutural por meio de “quenching” foi objeto de estudo com intuito de
aumentar a solubilidade do potássio. Os estudos mostraram que não ocorreu
diferença substancial entre as amostras calcinadas e a natural, consequentemente não
há necessidade de altos investimentos para produção do termopotássio.
ABSTRACT

Brazil imports about 75% (seventy five) of the inputs for fertilizer production, however,
in relation to potassium the federal government admits that there is no way to
become self sufficient. Based on this scenario, organizations such as EMBRAPA,
Universities, CETEM and CPRM and others have been highlighted to develop regional
studies of rocks rich in potassium. In this work the mineralogical, petrographic and
geochemical characteristics were evaluated. The rock is constituted by alkaline
feldspars (microclinium and orthoclase) with approximately 60% (sixty), quartz and
plagioclase, with 25% and 18% respectively, biotite and muscovite with about 8%,
except for quartz and plagioclase, the other minerals have potassium in the crystalline
structure. Geochemistry indicated that the K2O content was 8.68%. For the study of
kinetics of potassium release the sample was subdivided into three samples, "in
natura", calcined at 710°C, calcined at 710°C with addition of 5% (5%) of calcium
chloride. Water extraction solutions were used with pH5.7, citric acid, melich1, nitric
acid and oxalic acid. The results indicated that oxalic acid was the extractor that
presented the best performance in the calcined sample with addition of calcium
chloride, 5.76%, citric acid 3.72%, also in the sample calcined with 5% addition of
calcium chloride, the melich 1 extractor had its best performance in the "in natura"
sample with 1.17, 0.66% nitric acid in the sample "in natura" and the water used as
extractive solution was the one that had the worst performance 0.0077% , for the
calcined sample. Experiment of the structural modification by means of quenching was
studied in order to increase the solubility of potassium, the studies showed that the
difference between the samples calcined with the natural one did not present
substantial differences, consequently there is no need for high investments for
production of the term potassium.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 9

2 OBJETIVOS ................................................................................................. 11

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 12

3.1 Minerais e Rochas Silicáticas .............................................................. 14

3.1.1 Classificação Química dos Feldspatos ........................................... 15

3.1.2 Simetria Cristalina......................................................................... 15

3.1.3 Miscibilidade dos Feldspatos ........................................................ 15

3.2 Cinética Química de Liberação do Potássio ......................................... 16

3.3 Filossilicatos (Grupos das Micas) ........................................................ 18

3.4 Pesquisas e Perspectivas Futuras no Brasil ......................................... 20

3.5 Pesquisa e Perspectivas no Estado de Santa Catarina ......................... 21

3.6 Revisão Bibliográfica da Suíte Intrusiva Valsungana ............................ 22

4 METODOLOGIA ......................................................................................... 29

4.1 Revisão Bibliográfica .......................................................................... 29

4.2 Amostragem da Suíte Valsungana ...................................................... 29

4.2.1 Coleta das Amostras de Rocha ...................................................... 29

4.2.2 Confecção das Lâminas Petrográficas ........................................... 30

4.2.3 Análises Petrográficas ................................................................... 30

4.3 Coleta do Minério Alterado ................................................................ 33

4.3.1 Preparo das Amostras................................................................... 33

4.4 Determinação do Teor de Íons K+ para Troca Iônica na Fração


Granulométrica Passante na Malha 28. ................................................................... 38

4.4.1 Experimento com Modificação da Estrutura Cristalina .................. 41

5 MERCADO DO POTÁSSIO NO BRASIL ......................................................... 42


5.1 Demanda, Produção e Preço do Potássio no Brasil ............................. 42

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 46

6.1 Geologia Local .................................................................................... 46

6.2 Caracterização das Amostras Analisadas ............................................ 48

6.2.1 Análises Microscópicas ................................................................. 48

6.2.2 Análises Geoquímicas do Minério (FRX) ........................................ 56

6.2.3 Análises Mineralógicas (DRX) ........................................................ 58

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 71

ANEXO 1 – ANÁLISES LABORATORIAIS ............................................................. 76

ANEXO 2 – RESULTADOS DAS ANÁLISES ........................................................... 77

Lista de Figuras

Figura 1: Sistema Ternário - Feldspato ............................................................. 16


Figura 2: Unidade estrutural básica das micas ................................................. 19
Figura 3: Mapa geológico simplificado da região do Complexo Metamórfico
Brusque, com ênfase nos granitos intrusivos neste complexo, agrupados nas suítes de
Basei (2000). Modificada de Basei et al.2011). Apud.Fontana, F.F. (2016) ................... 23
Figura 4: Método do Quateamento ................................................................. 34
Figura 5: moinho periquito .............................................................................. 34
Figura 6: forno mufla, marca JUNG .................................................................. 36
Figura 7: gral e pistilo de ametista ................................................................... 36
Figura 8: prensa hidráulica de 15t, marca SERVITECH. ..................................... 37
Figura 9: espectrômetro por fluorescência de raio-X, EPsilon 1, marca
PANalytical .................................................................................................................. 38
Figura 10: amostras acondicionadas nos “snap Kaps” ...................................... 39
Figura 11: mesa agitadora, 120 rpm................................................................. 40
Figura 12: fotômetro de chama modelo BFC – 150, BENFER ............................ 40
Figura 13: Coloração das amostras pós-queima ............................................... 41
Figura 14: produção mundial de potássio, ano 2012 ........................................ 44
Figura 15: demanda mundial de consumo de potássio, 2012 ........................... 44
Figura 16: venda de fertilizantes no Brasil estimada para 2013 ........................ 45
Figura 17: Granitoide Valsungana .................................................................... 47
Figura 18: Granitoide Valsungana. ................................................................... 47
Figura 19: A.40X.NC. Microclinío pertítico. Alteração nas partes mais sódicas. 51
Figura 20: A.40X.NC>Plagioclásio (oligoclásio) ocorre finas palhetas de
muscovita orientadas. Grânulos de quartzo incluso arredondado. O mineral apresenta
microfratura................................................................................................................ 51
Figura 21: A.40.NC.Microclínio pertítico textura poiquilítica ............................ 52
Figura 22: NC.10X. Plagioclásio (oligoclásio). Macla da albita, microfraturado,
observa-se no canto superior esquerdo um início de alteração ................................... 52
Figura 23: NC.10X. Biotita castanho pálido e cor verde. Textura poiquilítica. ... 53
Figura 24: NC. 10X. Suíte Intrusiva Valsungana cataclasada. Plagioclásio e
quartzo microfraturado............................................................................................... 53
Figura 25: A.40X.NC. Quartzo precoce (arredondado) e o tardio anédrico,
feldspato alcalino e plagioclásio. ................................................................................. 54
Figura 26: Diagrama StrecKeisen – granito (sienogranito) ................................ 54
Figura 27: Diagrama StrecKeisen – granito (sienogranito) ................................ 55
Figura 28: Diagrama StrecKeisen – granito (sienogranito) ................................ 55
Figura 29: Diagrama StrecKeisen – quartzosienito ........................................... 56
Figura 30: Potássio acumulado – Extrator água pH 5,7 ..................................... 60
Figura 31: Potássio acumulado – Extrator Ácido Cítrico ................................... 61
Figura 32: Gráfico do Potássio acumulado – Extrator Melich 1......................... 63
Figura 33: Gráfico do Potássio acumulado – Extrator Ácido Nítrico .................. 64
Figura 34: Gráfico do Potássio acumulado – Extrator Ácido Oxálico ................. 65
Figura 35: Gráfico da Correlação amostra “In Natura” (Solução Extratora) ...... 67
Figura 36: Gráfico da Correlação amostra Calcinada a 710°C (Solução Extratora)
................................................................................................................................... 68
Figura 37: Gráfico da Correlação amostra Calcinada a 710°C + 5,0% de CaCl2
(Solução Extratora) ..................................................................................................... 68
Lista de Tabelas

Tabela 1: série de peneiras com aberturas em mm .......................................... 35


Tabela 2: relação das características químicas das soluções e dos sais utilizados
na pesquisa da solubilidade ........................................................................................ 39
Tabela 3: composição química das amostras ................................................... 56
Tabela 4: Percentuais de K2O e K+ encontrados nas amostras .......................... 58
Tabela 5: Correlação entre tempo x liberação - íon potássio ............................ 66
CAPÍTULO I

1 INTRODUÇÃO

O potássio faz parte da estrutura cristalina de inúmeros minerais, porém,


apenas em dois ocorre como mineral de minério: silvita (KCl) e a carnalita
(KMgCl36H2O).

A classe mineral dos silicatos, na grande maioria, é formadora de rochas, e


representa os principais componentes das rochas e é usada na classificação dos tipos
de rocha.

Dentre os minerais que contém o óxido de potássio na estrutura cristalina


destacam-se o grupo dos feldspatos (ortoclásio, microclinio, anortoclásio e amazonita),
subgrupo dos feldspatoides (kalsilita, leucita), as zeolitas, que se caracterizam como
aluminossilicatos hidratados, que possuem uma estrutura aberta que pode acomodar
uma grande variedade de íons positivos, como o Na+, K+, Ca2+, Mg2+, entre outros, e o
grupo das micas (muscovita, flogopita, biotita e lepidolita) possuem potássio na
composição.

As reservas mundiais estão estimadas em 16 bilhões de toneladas, contudo, a


maior parte destas reservas está no Canadá (60,2%) e Rússia/Bielorússia com 19,8%,
representando 80% das reservas mundiais e, também, são os maiores produtores, que
somados produzem cerca de 50% do consumo mundial.

No Brasil, apenas uma mina encontra-se em atividade, denominada de Taquari-


Vassouras, no Estado de Sergipe. No ano de 1992, a mina passou a ser lavrada pela
Companhia Vale do Rio Doce, e, no ano de 2008, produziu 808 mil toneladas de KCl.
Em termos de reserva, ocupamos a sétima colocação e a nona em produção. O
potássio produzido no Brasil cerca de 95% é utilizado em fertilizantes, o restante da
produção é utilizado na indústria química, farmacêutica e cerâmica.
Em razão do alto consumo de potássio na agricultura e da deficiência de
potássio no solo brasileiro, os órgãos governamentais, ligados ao Ministério da
Agricultura (EMBRAPA), Ciência e Tecnologia (CETEM) e Minas e Energia (PETROBRAS –
DNPM) têm desenvolvidos estudos específicos visando à utilização de rochas silicáticas
como fonte de potássio para a agricultura.
CAPÍTULO II

2 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo estudar os seguintes aspectos:

i. Avaliar as características geoquímicas e a mineralogia da Suíte Intrusiva


Valsungana como fonte natural de fertilizante potássico;
ii. Desenvolver um estudo, em escala de laboratório, visando, por meio de
processos térmicos e “in natura”, disponibilizar o potássio (K+) presente
na estrutura da rocha granítica e transformá-la num material
aproveitável para fins agrícolas;
iii. Quantificação das taxas de liberação do íon potássio procedente dos
principais minerais que compõe a mineralogia da S.I.V. (microclínio,
ortoclásio, biotita e muscovita), para a nutrição das plantas, neste
estudo foram utilizadas soluções ácidas trocadoras de cátions e água
natural com pH 5,7.
CAPÍTULO III

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão bibliográfica foi direcionada em diversos temas, como o mercado de


adubos no Brasil, fontes alternativas de potássio, sistema cristalino dos feldspatos,
pesquisas e perspectivas futuras no Brasil e no Estado de Santa Catarina, para o uso de
potássio na agricultura procedente da S.I.V.

As referências bibliográficas sobre a Suíte Intrusiva Valsungana (S.IV.) foram


abordadas na geologia.

Fontes Alternativas de Potássio

Pedro G. (1979) “As reservas de K+ do solo constituem um importante fator de


produtividade das culturas”. Sua maioria encontra-se na fase mineral do solo (MARTIN
& SPARKS, 1985).

De acordo Jackson M.L. (1979) “as micas (muscovita 70 a 110 g kg-1 de K2O;
biotita 60 a 100 g kg-1 de K2O) e feldspatos (ortoclásio, microclina e sanidina 40 a 150 g
kg-1 de K2O) estes são os minerais primários que possuem os maiores teores de K+”.

Minerais primários são minerais herdados da rocha de origem, e que estão


presentes no solo sem ter sofrido alterações significativas na sua composição. Alguns
minerais pedogênicos ou secundários também possuem uma grande reserva de K +
como as vermiculitas e as esmectitas (< 10 g kg-1 de K2O). As reservas de K+ no solo
dependem então do tipo de rocha e, também, da intensidade do intemperismo
durante a evolução do solo.

Nascimento; Lapido-Loureiro; Monte (2008) apontam que, além dos


evaporitos, uma fonte alternativa de extração de potássio seriam os feldspatos
potássicos, minerais silicáticos muito comuns na natureza e que podem conter até 17%
de K+2O. São fontes potenciais de potássio para fertilizantes, quer por meio da
produção de sais de potássio, quer de termofosfatos potássicos.

Ainda, segunda os autores supracitados, as reservas de rochas potássicas


existentes nos municípios de Caldas e Poços de Caldas são bons exemplos. Nelas, o
feldspato compreende quase 75% da rocha, sendo cubados nesses municípios
15.156.645 toneladas de minério (reserva medida), com teor médio de 6,6% de K2O
(AMB).

Outros minerais silicáticos formadores de rochas relativamente comuns, como


as variedades de mica e feldspatóides, (leucita), são também fontes potenciais de
potássio. Destaca-se que a utilização destes materiais tem sido estudada como uma
prática diversa da aplicação dos fertilizantes químicos tradicionais. Busca-se definir
novos padrões para a incorporação dos elementos nutrientes aos solos empobrecidos,
e esta pratica é conhecida pela denominação de rochagem. Ela baseia-se na aplicação
direta das rochas moídas e tem como vantagem a liberalização lenta dos elementos, o
que implica na otimização do uso dos minerais com poucas perdas por carreamento
pela drenagem.

Informações, por meio de palestras ou notícias na imprensa, têm sido


veiculadas com o objetivo de buscar parcerias em projetos de grande porte para
exploração econômica desta rocha. O projeto Cerrado Verde, da empresa Amazon
Mining, localiza-se na região dos municípios de Abaeté, Cedro do Abaeté, São Gotardo,
Matutina e Tiros, e anuncia um potencial estimado de milhões de toneladas de rocha
potássica com teor superior a 10% de K2O (KULAFAI, Y., 2009).

A empresa Geopesquisas pretende explorar rochas com as características do


verdete, localizadas nos municípios de Quartel Geral e Serra da Saudade, a pouco mais
de 100 Km de Araxá, também em Minas Gerais. Porta-voz da empresa informa que a
área contém reservas de aproximadamente 218 milhões de toneladas, das quais 144
milhões toneladas são medidas, com teor médio de 10,56% de K2O. O objetivo da
empresa é produzir termofosfato de potássio aproveitando a proximidade da área com
as reservas de fosfato de Araxá. O projeto encontra-se em fase de testes, em escala
piloto de um fluxograma para produção de cloreto de potássio, usando o processo de
cloração que foi desenvolvido pela empresa.

A Embrapa Cerrados e a Universidade Federal de Brasília iniciaram estudos


visando à identificação e caracterização de rochas “in natura”, com objetivo de utilizá-
las como fonte de K+ para o uso na agricultura.

Castro, C. et al. (2006) desenvolveram estudos em casa-de-vegetação para


avaliar a viabilidade técnica de utilização de rochas brasileiras como fontes alternativas
de potássio para a cultura do girassol Helio 358, cultivado em vasos, em dois solos, um
Latossolo Vermelho distroférrico e outro Neossolo Quartzarênico. Os tratamentos
foram dispostos no esquema fatorial (solos x fontes x doses) e delineamento em
blocos casualizados, com quatro repetições. As fontes de potássio, arenito vulcânico,
brecha alcalina, carbonatito, biotita xisto e ultramáfica alcalina, além da fonte padrão
cloreto de potássio (K+Cl) foram aplicadas nas doses de 0, 150 e 300 mg Kg-1 de K+2O.
Avaliou-se a produção de matéria seca da parte aérea das plantas colhidas no início do
florescimento (estádio R5), além das concentrações e do acúmulo de potássio nos
tecidos. Tanto a produção quanto o acúmulo de potássio foram influenciados pelas
fontes de potássio utilizadas. As rochas biotita xisto e a ultramáfica alcalina
apresentaram os maiores potenciais de utilização, com eficiências comparáveis ao
K+Cl, já no primeiro ano de aplicação, para doses de 150 mg Kg-1 de K2O ou superiores.

3.1 MINERAIS E ROCHAS SILICÁTICAS

De acordo com Harben, P.W. (1994), “feldspato é o termo empregado para


denominar um grupo de minerais constituídos de aluminossilicatos de potássio, sódio
e cálcio”.

Vlach, S. R. F.(2002) “os feldspatos são os tectossilicatos mais importantes e


diversificados. Ocorrem como minerais essenciais em quaisquer rochas ígneas com
exceção das rochas ultramáficas e a proporção relativa entre as séries dos feldspatos
alcalinos e plagioclásios é um parâmetro fundamental para a classificação destas
rochas. São comuns também em algumas rochas sedimentares e na maioria das rochas
metamórficas, em que trazem importantes subsídios relativos ao grau de maturidade e
às condições de metamorfismo, respectivamente”.

3.1.1 Classificação Química dos Feldspatos

Com relação ao aspecto químico os feldspatos são classificados em 3 (três)


grupos:

- Feldspatos sódicos representados pela albita e anortita;

- Feldspatos potássicos representados pela sanidina, ortoclásio, microclínio e


adularia;

- Feldspatos sódicos e potássicos são denominados de feldspatos alcalinos.

- Feldspatos cálcicos representados pela anortita.

3.1.2 Simetria Cristalina

Os feldspatos cristalizam-se nos sistemas cristalográficos: monoclínico e


triclínico.

Os minerais ortoclásio e sanidina cristalizam-se no sistema monoclínico. O


microclínio é triclínico, contudo, a estrutura cristalina está muito próxima ao sistema
monoclínico. Os feldspatos triclínicos são os plagioclásios (sódio-cálcico) e o
anortoclásio.

3.1.3 Miscibilidade dos Feldspatos

Os feldspatos apresentam miscibilidade variada entre si. O diagrama 1 abaixo


mostra Ab-An são miscíveis em todas as proporções, formando a solução sólida dos
plagioclásios, estáveis a baixas e altas temperaturas.
Ab-Or são miscíveis em todas as proporções a elevadas temperaturas.
Anortoclásio é um feldspato sólido rico em potássio e a sanidina é um feldspato
potássico rico em sódio. As baixas temperaturas dificultam a miscibilidade do Or e Ab.

Observa-se, na figura abaixo, que a miscibilidade do Or-Na é muito restrita,


mesmo em temperaturas elevadas.

Figura 1: Sistema Ternário - Feldspato

3.2 CINÉTICA QUÍMICA DE LIBERAÇÃO DO POTÁSSIO

Atualmente, em virtude da baixa capacidade produtiva de K+ no Brasil, em


virtude da dependência de importação deste produto tem motivado as instituições a
desenvolver pesquisas objetivando a liberação do potássio de rochas silicáticas. Abaixo
transcrevemos alguns trabalhos que consideramos importantes.

De acordo com Martin & Sparks, 1985, A quase totalidade do K+ e Mg dos solos
está na fase mineral sendo os minerais mais comuns relacionados como fontes de K+
estrutural as micas e os feldspatos, com a seguinte sequência, em ordem decrescente
de facilidade de liberação de K+ por ácidos orgânicos: biotita, ortoclásio, microclínio e
muscovita.
Simard et al., 1992 “Os ácidos orgânicos de baixo peso molecular, como oxálico,
cítrico, lático, anidrido succínico, dentre outros, estão envolvidos nos processos de
intemperismo dos minerais por meio da formação de complexos ácidos orgânicos-
metal, trocas de ligantes e reações de protonação.

Song & Huang, (1988) “Soluções diluídas de ácidos orgânicos, normalmente em


tempos crescentes de equilíbrio com a amostra, têm sido utilizadas em estudos de
cinética de liberação da reserva de K+ e Mg++, variando em minerais puros.

De modo geral, nos ecossistemas naturais, as comunidades microbianas


desempenham papel crucial na ciclagem dos nutrientes, liberando-os em formas
assimiláveis pelas plantas. Diferentes espécies de microrganismos têm sido testadas
em relação a sua habilidade de solubilizar fontes insolúveis de nutrientes,
principalmente de fósforo e de potássio (GOLSTEIN, 1986, ALEKSANDROV et al., 1967;
SHENG et al., 2002; SHENG et al., 2003; HU et al., 2006; WU et al., 2005).

Marriel, I. E. et al. (2006) Observaram as variações de pH nos meios de cultura


em função dos isolados testados. “O pH inicial de 6.2 foi reduzido para valores entre
3,7 e 5,2. Entretanto, as correlações estimadas entre pH e teores de K+ liberados não
foram significativas, independente dos métodos de extração utilizados, sugerindo que
a importância do mecanismo de protonação do meio para a dissolução do pó de rocha
brecha depende do genótipo de fungo testado”

Os autores acima citados concluíram que a liberação do potássio de rocha


silicática, tipo brecha, em meio de cultura liquido é rápida e estabiliza em poucos dias
e que a produção de K+ pode ser incrementada em 80% com o uso de fungos
selecionados e o mecanismo de liberação de K+ do tipo de rocha pesquisada depende
do genótipo do fungo.

Zhang, F. K. (2014) também demonstrou que a liberação de K+ em meio de


cultura pode ser independente de alteração dos valores de pH para alguns
microrganismos. Ao contrário de várias outras pesquisas que consideram a produção
de ácidos como principal mecanismo de solubilização de minerais de rochas, inclusive
as potássicas.
3.3 FILOSSILICATOS (GRUPOS DAS MICAS)

As micas, compostas de camada t-o-t com cátions intercamadas com pouca ou


nenhuma água trocável, cristalizam no sistema monoclínico, mas com um ângulo
cristalográfico β próximo de 90° sua simetria monoclínica não é facilmente visualizada.
Os cristais geralmente tabulares com planos basais proeminentes têm formato
romboidal ou hexagonal com ângulos de aproximadamente 60° e 120°.

Os minerais micáceos são constituídos por silicatos hidratados de alumínio,


potássio, sódio, ferro, magnésio e, em alguns casos, lítio cristalizado no sistema
monoclínico, com diferentes composições químicas e físicas.

De acordo com Melo, V. F. et al. (2000), solos com predomínio de quartzo, a


fração areia dos solos mais jovens apresenta minerais primários, tais como: mica,
feldspato e anfibólio (hornblenda), portanto, estes minerais são responsáveis pelos
altos teores totais de K+ e Mg.

Ainda, de acordo com autores acima, “os teores totais de K+ e Mg++ são baixos
em solos mais intemperizados. Nesses solos, a fração areia é muito pobre em
nutrientes, ressaltando a importância da fração argila. As frações areia e silte dos solos
jovens, desenvolvidos de granito e gnaisse, apresentaram altos teores totais de K+ e
Mg e minerais primários, tais como: mica, feldspato e anfibólio. Os minerais micáceos,
na fração silte, foram identificados como muscovita e interestratificados
biotita/vermiculita com hidroxi entre camadas.

De acordo com Bigham et al. (2001), minerais de mica são constituintes comuns
de solos, sedimentos e de minérios. As micas podem ser consideradas silicatos
lamelares di e trioctaédricos, que usualmente contêm como cátion de compensação
de potássio. O potássio interlamelar compensa a carga negativa gerada em
substituição isomórficados cátions SiO4+ por Al3+. Quando comparadas as espécies
dioctaédricas, como por exemplo, a muscovita, as micas trioctaédricas (flogopita e
biotita) possuem cátions divalentes e possuem menos Si. Por razões químicas e
estruturais as micas trioctaédricas sofrem intemperismo mais prontamente do que as
micas dioctaédricas. Durante o intemperismo, os minerais de mica tipicamente
perdem potássio das posições interlamelares e são transformados em minerais
expansíveis como vermiculita ou esmectita.

Calvacante et al. (2005) “As micas são aluminossilicatos, pertencentes às


subclasses dos filossilicatos, que se caracterizam por uma estrutura lamelar. As
diversas espécies de mica, no entanto, possuem propriedades físicas e composições
químicas diferentes entre si”.

A unidade estrutural básica das micas consiste numa lamela onde duas
camadas tetraédricas de sílica envolvem uma camada octaédrica de alumina. Nas
camadas de sílica ocorrem substituições de 1/4 do silício por alumínio, gerando um
excesso de carga elétrica negativa, que é compensado por átomos de potássio, cálcio,
lítio, sódio ou ferro, dependendo do tipo de mica.

Figura 2: Unidade estrutural básica das micas

Andrade, I. P. (2007) define que “na estrutura da mica, um em cada quatro


átomos de silício é substituído por alumínio, criando um excesso de carga negativa por
substituição isomórfica; e, para promover a eletroneutralidade, requer a adição de um
monocátion tal como o K+, podendo formar: a biotita estando o Mg ++ ou Fe++ ligados
aos hidróxidos, mantendo as camadas unidas; a flogopita ou a muscovita têm
estrutura similar às outras micas, no entanto contém Al+3, ao invés de Mg++ou Fe++.”

Cavalcante et al. (2008) define “dentro das camadas que compõem as lamelas,
as ligações covalentes de silício-oxigênio e alumínio-oxigênio são bastante fortes e,
portanto, com resistência à ruptura. Por sua vez, os sucessivos conjuntos de lamelas
são unidos por ligações fracas (ligação Van der Waals), estabelecidas pelos cátions de
compensação. Como consequência, as unidades estruturais são facilmente separadas
resultando na clivagem perfeita.

3.4 PESQUISAS E PERSPECTIVAS FUTURAS NO BRASIL

No ano de 2003, foi dado o primeiro passo com articulação e o estabelecimento


de uma Rede Nacional de Pesquisa, com objetivo de desenvolver estudos que
viabilizem a substituição do cloreto de potássio pela substituição de rochas silicáticas
ricas em potássio. Coube ao Ministério de Ciência e Tecnologia (Fundos Setoriais e
Mineral) e da EMBRAPA dando a um programa de desenvolvimento tecnológico com
participação de várias unidades fomentadoras.

De acordo com Martins, E. S. et al. (2008), compõem a rede as seguintes


instituições – as unidades EMBRAPA (Cerrados – CPAC, Milho e Sorgo –CNPMS, Gado e
Leita –CNPGL, Gado Corte – CNPGC, Soja – CNPSo, Semi-Árido – CPATSA, Pecuária
Sudeste – CPPSE, Agrobiologia –CNPAB, Tabuleiros Costeiros – CPATC, Mandioca e
Fruticultura – CNPMF, Arroz e Feijão – CNPAF, Trigo – CNPT, Universidade de Brasilia –
UNB, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, Universidade Federal da Bahia –
UFBA, e diversas outras instituições de Pesquisa (Empresa Baiana de Desenvolvimento
Agrícola S/A – EBDA, Centro de Tecnologia Mineral – CETEM, Companhia de Pesquisa
de Recursos Minerais – CPRM e a Superintendência de Geologia e Mineração de Goiás
– SGM.

Os principais objetivos são:

(i) Identificar, catalogar e caracterizar geoquimicamente novas ocorrências


de rochas silicáticas, especialmente nas regiões Centro-Sul e Nordeste;
(ii) Desenvolver tecnologia de moagem com a finalidade de alcançar
eficiência energética no processo, granulometria adequada e viabilidade
para pequenas mineradoras;
(iii) Determinar o potencial de liberação de K+ das rochas para o solo e seu
efeito residual;
(iv) Determinar a eficiência agronômica da aplicação diretas das rochas
moídas como fonte de K+ para culturas anuais e perenes em solos com
diferentes características químicas e físicas e em sistemas convencionais
e orgânicos, fornecendo recomendações de doses e formas de utilização
aos agricultores;
(v) Selecionar microrganismos para biossolubilização das rochas e
desenvolver processo envolvendo o manejo de organismos, plantas e
sistemas de cultivo, de modo a facilitar a liberação do K+, de acordo com
a demanda de culturas;
(vi) Avaliar o impacto da aplicação dessas rochas na liberação dos demais
elementos acompanhantes para o solo, sua absorção pelas plantas e
seus efeitos benéficos ou fitotóxicos;
(vii) Avaliar a viabilidade econômica do uso das rochas como fontes
alternativas de K+, considerando o potencial de substituição da fonte
tradicional (KCl), o custo de processamento da rocha e a distribuição
espacial das jazidas (localização em relação ao mercado consumidor).

Para reorganizar o setor, Edison Lobão, então ministro de Minas e Energias na


gestão 2008-2010 defendia uma boa articulação com os estados para se ter projetos
de apoio às cadeias produtivas minerais, possibilitando maior conhecimento das
reservas brasileiras e o desenvolvimento da indústria de transformação estadual.
“Vamos, igualmente, estimular e alavancar investimentos em pesquisa mineral, no
desenvolvimento da atividade de mineração e de rotas tecnológicas alternativas,
relacionadas aos agrominerais (fosfato e potássio), utilizados na fabricação de
fertilizantes para uso na agricultura, bem como de outras substâncias que impactam a
indústria de alta tecnologia, como o Lítio e Terras Raras, reduzindo a dependência
brasileira de insumos importados”, disse o ministro.

3.5 PESQUISA E PERSPECTIVAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA


O Estado de Santa Catarina está inserido num trato rochoso diversificado, que
favoreceu a formação de importantes jazidas de carvão mineral, fluorita, argila, caulim,
areia e outros recursos minerais.

A reserva de fosfato localizada no município de Anitápolis, quando entrar em


atividade operacional deverá atender parcialmente à demanda deste produto no
mercado interno.

No Estado de Santa Catarina, até meados do ano de 2007, não se tem notícias
de pesquisas objetivando a prospecção de rocha silicática com teores de potássio
contido, com vistas à utilização na agricultura.

A empresa MIVAL Mineração Vale do Rio Tijucas Ltda., a partir desta data, tem
executado pesquisas objetivando à definição das características mineralógicas e
geoquímicas da Suíte Intrusiva Valsungana com vistas à utilização na agricultura.

No ano de 2010, em parceria com o CETEM (Centro de Tecnologia Mineral


órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia), visando a caracterização
mineralógica e ensaios de concentração de amostra de feldspato e enviadas para o
laboratório do CETEM-RJ

A partir de 2017, a referida em empresa, em conjunto com o laboratório de


Geoquímica LABORGEO Ltda., efetuou estudos de quantificação do íon potássio que
estão disponíveis para a troca iônica, utilizando diversas soluções extratoras e
diferentes tempos de contato por agitação.

3.6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA SUÍTE INTRUSIVA VALSUNGANA

A figura 3, abaixo, mostra a distribuição espacial da Suíte Intrusiva Valsungana,


Figura 3: Mapa geológico simplificado da região do Complexo Metamórfico Brusque, com ênfase nos
granitos intrusivos neste complexo, agrupados nas suítes de Basei (2000). Modificada de Basei et
al.2011). Apud.Fontana, F.F. (2016)

Carvalho & Pinto identificaram um granodiorito intrusivo nos ectinitos do atual


Grupo Brusque. Schulz Jr. & Albuquerque (1969), denominaram aquela rocha de
granodiorito Valsungana.

Trainini (1978) confirmou o caráter intrusivo, bem como sua íntima relação
genética com diatexitos do Complexo Metamórfico-Migmático.

De acordo com os autores Kaul, 1976b; Trainini et al. (1978); Basei 1985, os
granitoides grosseiros porfiríticos vem sendo incluídos na Suíte Valsungana, enquanto
que os granitoides de granulação mais fina e quase equigranulares têm sido
denominado de Granito Guabiruba.

De acordo com Trainini (1978), as rochas que compõem a maior área ocupada
pelo granitoide Valsungana que se apresenta na forma de um largo batólito com
direção nordeste, intrusivo no seio da Formação Botuverá. Ocupa a porção nordeste
da folha de São João Batista e grande parte das porções leste e sudeste da folha de
Aguti.
Com base nos autores acima citados, a unidade faz contato gradativo, por falha
ou inferido com rochas do Complexo Metamórfico-Migmatítico; com a Formação
Botuverá os contatos são bruscos intrusivos, ou por falha; contatos inferidos,
gradativos ou falhados se observam entre granitoide Valsungana e o granito Morro
Pelado; com o Grupo Itararé os contatos são falhados ou normais. Aluviões atuais e
subatuais recobrem as rochas da umidade em vários pontos.

Ainda de acordo com autores acima citados, o granitoide Valsungana, na folha


de São João Batista, porção noroeste, faz contato por falha com o granito Nova Trento
da Suíte Intrusiva Guabiruba, observando-se foliação cataclástica no Valsungana. O
contato com a Formação Botuverá faz-se por falha ao longo de quase toda a sua
extensão na folha, exceto pouco ao norte da localidade de Ferreira Viana, onde é
brusco, com xisto mostrando efeitos de cataclase.

Caldasso et al. (1995), os granitoides dessa suíte geralmente se apresentam


alterados, notadamente os corpos da Fácies Valsungana, devido ao intemperismo
químico. As áreas de exposição das rochas graníticas comumente se apresentam com
relevo arrasado, somente configurando elevações quando da mudança composicional
(fácies mais finas), na presença de acidentes tectônicos ou abundância de enclaves
alinhados.

Ainda, segundo os autores acima citados, os corpos granitoides da Suíte


Intrusiva Valsungana/Guabiruba apresentam-se sempre intrusivos nos metamorfitos
do Complexo Brusque, com os quais têm contatos geralmente por falhas, de direção
geral NE-NW, ao longo de seus flancos, ocorrendo contatos normais, nas bordas dos
corpos menores e nas extremidades dos corpos maiores. Quando o contato é normal
com os xistos e filitos, este se apresenta discordante e nítido, caracterizando a intrusão
de forma passiva para os granitoides dessa suíte. Tanto nos contatos normais como
nos tectônicos, no entanto, é intenso o desenvolvimento de metamorfismo térmico. O
desenvolvimento de rochas cornubianíticas também ao longo dos contatos por falha é
devido à ascensão do magma concomitantemente com a reativação dos falhamentos
transcorrentes preexistentes.

Trainini et al. (1978), concluem que estas rochas representam a máxima


evolução de um trend de fracionamento que inicia nos diatexitos do Complexo
Metamórfico-Migmático e tem como estágios intermediários as suítes cálcio-alcalina
Valsungana e alcalina Pedras Grandes.

Caldasso et al. (1995) ) “Na Folha Botuverá, ocorrem corpos de granitoides


desde de dimensões batoliticas, até pequenos “stocKs” de insignificante representação
superficial. Granitoide grosseiros, vêm sendo incluídos na Suíte Intrusiva Valsungana,
enquanto, que os granitoides de granulação fina equigranulares têm sido
denominados pelos autores precedentes de Granito Guabiruba. Essa distinção tem
sido baseada exclusivamente nos aspectos texturais, uma vez que as relações de
contato com os metamorfitos, características petrográficas, litoquímicas e idades são
praticamente idênticas”.

De acordo com os autores acima “Os corpos granitoides da Suíte


Valsungana/Guabiruba, no âmbito da folha enfocada, apresentam-se sempre
intrusivos nos metamorfitos do Complexo Brusque, com os quais têm contatos por
falhas de direção geral NE/SW ao longo dos seus flancos, ocorrendo também contatos
normais nas bordas dos corpos menores e nas extremidades dos corpos menores e nas
extremidades dos corpos maiores. Quando o contato com xistos e filitos é normal este
apresenta-se nítido e discordante, caracterizando a intrusão de forma passiva dos
granitoides da suíte. Tantonos contatos normais, como nos tectônicos,no entanto, é
evidente a ação do metamorfismo térmico. O desenvolvimento de rochas
cornubianíticas, também ao longo dos contatos por falha é explicado pela ascensão do
magma concomitantemente com a reativação de falhas transcorrentes preexistentes.

O contato do dos granitos da Fácies Guabiruba com o Granitoide Valsungana


são sempre nítidos, principalmente nos pequenos stocKs e corpos filoneanos. Na
região de Santo Antonio o contato é tectônico.

A intrusão dos Granitos Valsungana e Serra dos Macacos está associada com a
evolução das zonas de cisalhamento de alto ângulo Major Gercino e Itajaí-Perimbó. Os
corpos graníticos são alongados segundo NE-SW, paralelos às estruturas regionais
subverticais. O Granito Valsungana apresenta composição monzogranítica e textura
porfirítica caracterizada por megacristais de K+-feldspato imersos em matriz
equigranular grossa.
D e acordo com Castro, N.A. (1997) define que aproximadamente 40% de todo
o volume granítico inserido no Complexo Metamórfico Brusque está representado por
rochas graníticas da Suíte Valsungana.

Basei, M.A.S. et al. (2011) estabelece que o SIV está demarcado por dois corpos
de dimensões batolíticas, alongadas segundo a direção NE-SW, paralelas as principais
estruturas regionais subverticais presentes no leste catarinense (Maciço Valsungana
Sul e Norte), ainda, integrando a suíte quatro stocks.

Mineralogia

De acordo com Caldasso, A.L.S. et al. (1995) define que o granitoide tipo
Valsungana apresenta hipidiomórficos, porfiríticos, com fenocristais de feldspato
alcalino de grão grosso (7,0mm a 3,0cm) imersos em matriz de grão médio (1,0mm a
4mm).

A mineralogia é análoga para todos os corpos e constitui-se de quartzo (23% -


39%), feldspato alcalino (30% a 63%), plagioclásio (15% - 50%) e biotita (0 – 7%). Os
minerais acessórios somam cerca de 1% da rocha e estão representados pela allanita,
esfênio, apatita, zircão e opacos. Processo tardi e pós-magmáticos geram importante
mineralogia secundária: clorita, epidoto, mica branca (sericita/muscovita), carbonato,
fluorita e opacos secundários.

As rochas granitoides exibem aspectos estruturais, texturais, mineralógicos e


geoquímicos altamente variáveis, denotando que tais rochas podem ser originadas por
diversos processos petrogenéticos e em ambientes geotectônicos muito distintos.

Este fato permitiu, ao lado da classificação puramente mineralógica adotada


pela IUGS, o surgimento de uma série de outras classificações refletindo,
essencialmente, diferenças genéticas entre os vários tipos de granitoides.

Um estudo destas classificações revela que é possível agrupá-las em duas


categorias principais, a saber: “tipo-I” e “tipo-S”.
A classificação do granito em “tipo-S” foi proposta por Chappell e White (1974),
baseado no estudo dos granitos da Zona Orogênica de Tasman (sudeste da Austrália).
Uma classificação aproximadamente equivalente à anterior foi proposta por Ishihara
(1977), que agrupa os granitos em “magnetita granitos” e “ilmenita granitos” para
designar, respectivamente, granitos de origem profunda (originado por refusão de
rochas ortoderivadas) e de origem crustal (originados pela fusão de metassedimentos).
A distinção geoquímica e mineralógica entre esses tipos graníticos encontram-se
simplificada na tabela abaixo.

Da mesma forma a classificação apresentada por Ivanova e Butozova (1968)


retrata diferenças entre um granito de origem crustal (ilmenita-monazita granito) e um
granito de origem mais mantélica (titanita-allanita granito).

Os granitos “tipo-S” resultam de uma fusão parcial de rochas de origem


metassedimentar. Assim, as características geoquímicas, minerológicas e
mineralizações associadas aos granitos-S, resultam das feições de sua rocha origem
que foram geradas pelos processos de intemperismo químico.

Granitos S, I, A e M

White (1979) ampliou a classificação dos granitoides introduzindo, além dos


tipos “S” e “I”, os tipos “A” e “M”. Assim, o “tipo-S” seria o resultado da fusão parcial
de metassedimentos, o “tipo-I” o resultado da fusão parcial de metaígneas, os tipos
“A” (granito alcalino) e “M” de origem mantélica, que seriam os plagiogranitos; isto é,
derivados de magmas básicos por diferenciação.

Características Mineralógicas e Petrográficas do Valsungana

Comparando os parâmetros de classificação de granitoides quanto ao ambiente


tectônico a Suite Valsungana (SV) é compatível com os granitoides do “tipo-S”.
A SV apresenta composição restrita, desenvolvendo um espectro composicional
(composição modal), que circunda o ponto eutético tríplice do sistema Q-FA-P.
Predominam, neste caso, granitos dos campos 3a e 3b, podendo ocorrer granodioritos
e raros tonalitos.

A mineralogia reflete a composição e as condições de cristalização dos magmas;


portanto, grande parte das características dos granitoides está espelhada nas
associações mineralógicas, que acompanham o quartzo e os feldspatos (na verdade a
mineralogia ajuda em alguns casos mais extremos).

O granito Suite Intrusiva Valsungana (SIV) é aluminoso (granitos peraluminosos,


metaluminoso) podendo, daí, apresentar minerais como muscovita, biotita com
pleocroísmo vermelho/marrom (devido ao baixo Fe2O3/FeO).

A hornblenda não ocorre e os minerais acessórios são: ilmenita e monazita,


apatita e zircão.

O SIV eventualmente apresenta sílica inferior a 65%. Consoante, o caráter


francamente peraluminoso do granitoide é ressaltado pelo índice Al2O3/CaO + Na2O +
K2O  1,05, que acentua-se com o aumento de índice de cor dos granitoides
considerados.

O menor teor de Na no granito reflete a sua origem metassedimentar, onde o


Na é removido durante processos de intemperismo químico, ao mesmo tempo em que
ocorre enriquecimento relativo de Al.
CAPÍTULO IV

4 METODOLOGIA

Para execução dos trabalhos de pesquisa foram executadas as seguintes etapas


em ordem sequencial abaixo detalhada:

4.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Refere-se à fundamentação teórica, que visa dar sustentação ao


desenvolvimento da pesquisa. É o processo de levantamento e análise do que já foi
publicado sobre o tema de pesquisa escolhido, permitindo efetuar um mapeamento
do que já foi escrito e de quem já escreveu algo sobre o tema da pesquisa (MORESI,
2003).

A revisão bibliográfica não produz conhecimento novo. Ela apenas supre as


deficiências de conhecimento do pesquisador no tema de pesquisa (WAZLAWICK,
2009).

Na pesquisa bibliográfica, foram obtidas as informações sobre: estratigrafia,


petrografia, contatos litológicos e tectônicos, geoquímica e outros estudos que
contribuíram para o melhor conhecimento e desenvolvimento dos trabalhos de
pesquisa.

4.2 AMOSTRAGEM DA SUÍTE VALSUNGANA

4.2.1 Coleta das Amostras de Rocha


Nesta etapa, foram coletadas 4 (quatro) amostras de aproximadamente 1,0 Kg,
no município de Nova Trento, para confecção das lâminas petrográficas e enviadas ao
laboratório PetrografiaBR, com sede na cidade de Contagem/MG.

4.2.2 Confecção das Lâminas Petrográficas

Foi extraído de cada amostra de rocha um fragmento, com cerca de 5 cm,


representativo das suas feições macroscópicas;

Para o corte da amostra foi utilizado disco diamantado;

As amostras cortadas apresentaram formato de um paralelogramo de


4cmx3cmx1cm;

Uma face foi fixada por cola de resina natural na lâmina de vidro de 2,00 mm
previamente fosqueada com abrasivo;

Rebolo plano, placa de vidro e abrasivos para desgaste de rocha;

Solvente para limpeza foi utilizado o tipo xilol.

4.2.3 Análises Petrográficas

As análises petrográficas foram descritas de acordo com a NBR 12768 - Rocks


for covering - Petrographic analysis - Method of test.

As análises petrográficas foram analisadas em duas etapas:

- Macroscópica

Na descrição macroscópica das amostras, foram enfatizadas as estruturas e


texturas visíveis a olho nu e lupa de bolso e como ocorrem, principalmente,
objetivando estabelecer o relacionamento cronológico. Associado, desenvolveu-se a
caracterização dos minerais e sua distribuição na amostra; a cor da rocha fresca e de
porções alteradas; a granulação dos minerais ou de agregados minerais, as dimensões
de elementos estruturais como bandas, lentes, boudins, dureza, brilho, densidade e
alguma anomalia que possa ser identificada.

Equipamentos utilizados para execução da análise macroscópica:

a) Lupa de mão com aumento de 20x;


b) Microscópio estereoscópio trinocular com aumento de até 200x;
c) Máquina fotográfica.

- Microscopia

Sob este item, foram descritos detalhadamente os diversos minerais que


apresentam importância para o estudo petrológico da rocha. Aspectos mineralógico-
texturais inter e intragranulares e a interrelação entre os diversos minerais, foram
detalhados.

Foram também descritos:

a) distribuição do mineral na rocha com as suas variações dimensionais (em


bandas, em gradações, envolvendo grãos maiores); a maior ou menor euedria do
mineral; as zonações; as estruturas intragranulares e suas relações com outros
minerais;

b) propriedades óticas anômalas que o mineral porventura apresenta;


processos de alteração e de reação, com ou sem pseudomorfose, indicando-se
os minerais reactantes e os minerais produtos;

c) relações texturais do mesmo mineral (como junções tríplices de


recristalização- “recuperação” de subgrãos cataclásticos do mesmo mineral) e
com grãos de outros minerais. Relações de contato entre os minerais.

d) fase ou fases de cristalização a qual se relaciona o mineral.

Equipamento utilizado foi um microscópio petrográfico (luz transmitida) com as


seguintes características:

Aumento: 50X a 780X;


Tubo: binocular com ajuste interpupilar de 55mm a 75mm;

Ajuste de dioptria porta ocular, inclinação de 30°, rotação de 360° com pino de
trava, saída trino;

Revolver: Dispositivo para centralização de objetiva. Movimento giratório por


rolamento;

Platina: Platina rotativa escalonada, rotação de 360°, graduação;

Estrutura de foco: Botões Bilaterais com ajuste de tensão e trava automática ;

Micrométrico com 0.002mm por divisão;

Macrométrico e micrométrico conjugado e bilateral;

Condensador: Abbe 1.25 NA com diafragma de íris, porta filtro e movimento


por pinhão e cremalheira;

Polarização: 0° com saída de óptica. Analisador: 0° - 90° regulável.

Revolver------- condensador

Oculares:

2 Oculares WF 10x18mm

1 ocular focalizável 10x/11, com retículo em cruz não graduado

1 Ocular focalizável de 10x/11, para colocação de retículos

2 tubetes com retículo tipo “grade” para uso na ocular focalizável.

4 Objetivas

4x,10x, 40x e 60x

Filtros de polarização superior e inferior, para uso em sistemas de Polarização


de 0°....90° ajustável e compensador

Compensador: Gyps 1, Mica e ¼, Quartz Wedge com inclinação de 45°.

Filtro de polarização.

Tensão de entrada: 220V-60Hz.


Para o dimensionamento dos minerais foi utilizado o software DIGIMAX. As
fotografias foram obtidas por máquina fotográfica SONY e microcâmera.

4.3 COLETA DO MINÉRIO ALTERADO

Na primeira etapa foi efetuada uma raspagem do material superficial, através


de retroescavadeira; na segunda etapa foi efetuada a coleta do minério na forma de
amostragem de calha. O minério foi colocado sobre um plástico, posteriormente, foi
efetuado o quarteamento (forma de pilha), e enviado ao laboratório da MIVAL Ltda,
100,0 Kg de minério. No laboratório da MIVAL Ltda foram executadas as seguintes
etapas:

4.3.1 Preparo das Amostras

Realizou-se a britagem de 100 Kg do minério em um britador de martelo. Na


etapa seguinte, a homogeneização da amostra tem por objetivo obter uma
distribuição mais uniforme dos constituintes, permitindo um quarteamento em frações
de menores massas. Para tal, a amostra, denominada MV foi colocada sobre um papel
branco em uma mesa na forma de uma “pilha cônica”.

O objetivo de formar a pilha cônica foi de obter a segregação simétrica em


relação ao vértice do cone. Depois de feito o cone, o vértice foi achatado para facilitar
a divisão, e foi dividido em quatro porções, segundo dois planos verticais, que se
cruzam no eixo geométrico do cone. Duas frações, em diagonal foram reunidas e as
outras duas arquivadas. A figura abaixo mostra como foi efetuado o procedimento.
Figura 4: Método do Quateamento

O minério do último quarteamento foi de 25,0 Kg (vinte cinco quilogramas);


este material foi cominuído no moinho periquito, após esta etapa, a amostra foi
peneirada e o material passante na malha 28 foi objeto dos testes de solubilidade do
K+.

Figura 5: moinho periquito

Classificação Granulométrica

A classificação foi realizada com o objetivo de separar as partículas por


tamanho. Embora fatores como densidade e forma das partículas sejam significativos,
o tamanho da partícula no presente estudo foi predominante.
Para tal procedimento, o minério foi subdividido em alíquotas de 1 Kg e,
posteriormente, foram submetidas ao peneiramento numa série de peneiras
conhecidas como série de Tyler, com aberturas em malhas com valores
correspondentes em mm. Foram selecionadas as peneiras apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1: série de peneiras com aberturas em mm

Subdivisões das Amostras para os Ensaios

Dos 22,0 Kg (vinte dois quilogramas) do material passante na peneira 28, a


amostra foi subdivida em: i) 10 Kg foram armazenados em saco plástico (denominada
de in natura); 10 Kg do minério foram calcinados a 700°C e 2,0Kg calcinados a 700°C,
com 5% de CaCl2. A calcinação ocorreu no forno mufla (marca JUNG), o tempo de
calcinação foi de 1: 00 (uma) hora, no patamar de 700°C. Após este período o material
foi submetido ao procedimento denominado de quenching (processo de resfriamento
rápido das amostras calcinadas).
Figura 6: forno mufla, marca JUNG

Das amostras obtidas na etapa anterior, foram efetuados novos quarteamentos


do tipo cônico, onde foram separadas 3 (três) amostras com os seguintes pesos: 30,0 g
do minério “in natura”, 30,0 g calcinadas a 710°C e 30,0 g calcinadas a 710°C, com 5%
de CaCl2. Para evitar qualquer influência de contaminação, as três amostras foram
moídas no gral e pistilo de ametista e o material passante na peneira de malha 200 foi
assim subdividido: 20,0g de cada amostra foram enviados ao laboratório do SENAI, na
cidade de Criciúma, para realização das análises mineralógicas por difração de raio X, e
3 (três) amostras de 3,0g foram realizadas análises geoquímicas por fluorescência de
raio X (FRX).

Figura 7: gral e pistilo de ametista


4.3.1.1 Análise por Difração de Raio X (DRX)

Os difratogramas de raios X das amostras, obtidos pelo método do pó, foram


colocados em um equipamento D8 Advance - Bruker, nas seguintes condições de
operação: radiação CoKα (40K+V/40m mA) λ=1,78897 A; velocidade do goniômetro de
0,02°2ϴ por passo com tempo de contagem de 0,5 segundos por passo e coletados de
0 a 72°2ϴ, com detector de cintilação. As interpretações quantitativas de espectro
foram efetuadas por comparação com padrões contidos no banco de dados ICSD.

4.3.1.2 Análise por Fluorescência de Raio X (FRX)

Para confecção da pastilha, foi adotado o seguinte procedimento: 3,0g (três


gramas) do material adicionou-se 0,6g de cera MAXXIWAX 100, produzido pela Oregon
Labware – Scientific Solutions; a amostra, depois de homogeneizada, foi prensada na
prensa hidráulica de 15,0 toneladas (produzida pela SERVITECH). Adiciona-se 4,0 de
ácido bórico P.A. ACS (H3BO3) da VETEC – Lote DCBB2244, para dar sustentação à
amostra. A referida amostra tem um diâmetro de 32,0mm. Após estas etapas, foi
colocada no raio X da PANalytical EPsilon 1.

Figura 8: prensa hidráulica de 15t, marca SERVITECH.


Figura 9: espectrômetro por fluorescência de raio-X, EPsilon 1, marca PANalytical

Outra amostra de 1,0g foi colocada no cadinho e submetida à queima, em


mufla de marca JUNG, pelo período de 1:00 (uma) hora, na temperatura de 1.000°C.
Após resfriamento natural, foi efetuado o cálculo da perda ao fogo, por meio da
fórmula abaixo:

4.4 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÍONS K+ PARA TROCA IÔNICA NA FRAÇÃO


GRANULOMÉTRICA PASSANTE NA MALHA 28.

Os testes de extração de íons de potássio foram realizados na fração passante


da malha 26 (abertura de 0,600mm).

Para a troca iônica, foram utilizadas soluções distintas e com diferentes tipos de
contatos por agitação nos seguintes tempos em minutos:

TEMPO(h)/Soluções 10 20 30 40 50 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600
Para a realização dos experimentos, foram utilizadas as seguintes soluções
extratoras – água natural (pH 5,7), melich 1, ácido cítrico (0,01mol/L) ácido nítrico
(0,01mol/L) e ácido oxálico (0,01mol/L).

A tabela a seguir mostra a relação das características químicas das soluções e


do sal utilizado na pesquisa da solubilidade:

Tabela 2: relação das características químicas das soluções e dos sais utilizados na pesquisa da solubilidade
Ácidos/Sais/Solução pH P.A. % P.M. pKa FABRICANTE
Ácido Cítrico 192,124 3,13
Ácido Nítrico 65 63,01 -2 VETEC
Ácido Oxálico 99,5-102,5 126,07 1,25 DINÂMICA
Ácido Sulfúrico 95-98 98,08 -5 Moderna
Ácido Clorídrico 37 36,46 - 37 -7 Dinâmica
Água Deionizada 7,0 Laboratório
Água Natural 5,7 Natural
Cloreto de cálcio 99-105 147,02

Melich I – HCl 0,05 mol (dinâmica) + H2SO4 0,0125 mol (moderna) (solução
Melich 1).

Para realização dos estudos de extração do potássio, foram utilizados 10g de


cada amostra do minério (‘in natura’, calcinada a 710°C e calcinada a 710°C com adição
de 5% de CaCl2) e transferidas para um recipiente denominado de “snap Kap“,
contendo 50mL de solução extratora.

Figura 10: amostras acondicionadas nos “snap Kaps”


Após a adição das amostras nas soluções extratoras estas foram levadas à mesa
agitadora, 120 rpm, na qual permaneceu pelo tempo determinado, conforme tabela
acima.

Figura 11: mesa agitadora, 120 rpm

Após o período de agitação as amostras permaneceram em estado de repouso


por 18:00 horas, para decantação das partículas finas, conforme o procedimento
adotado pela ROLAS (Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solo e de Tecido
Vegetal dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina), para posterior análise
do íon K+. Após este período, as amostras foram submetidas a análises para
determinação de íons de potássio por fotômetro de chama modelo BFC – 150, da
BENFER. A aferição do fotômetro de chama faz-se com o padrão diluído da mesma
solução extratora.

Figura 12: fotômetro de chama modelo BFC – 150, BENFER


4.4.1 Experimento com Modificação da Estrutura Cristalina

De acordo com Basset et al.(1981), “As técnicas de análises térmicas baseiam-


se na medida de mudanças nas propriedades químicas e/ou físicas de uma substância
em função da temperatura.

Para os testes de modificação estrutural, foram preparados 10Kg do minério in


natura e em 2Kg desse minério foram adicionados 5% de CaCl2 e levados à mufla a
uma temperatura de 710°C, onde permaneceu por 1:00 hora, neste patamar. Para que
a calcinação fosse homogênea, foram utilizados 700g em cada etapa de calcinação;
para execução foram necessárias 15 (quinze) queimas. Após a retirada da amostra do
interior da mufla, a amostra foi colocada sobre uma placa refratária com temperatura
de 25°C, a mesma temperatura encontrava-se o ambiente.

Os aquecimentos das amostras, com e sem adição do cloreto de cálcio, tiveram


como objetivo expandir a estrutura cristalina dos minerais, com fim de aumentar a
disponibilidade dos íons potássio em relação aos extratores utilizados. As amostras
queimadas apresentam colorações diferentes, indicativo de que ocorreu alteração nas
propriedades ópticas dos minerais.

Figura 13: Coloração das amostras pós-queima


CAPÍTULO V

5 MERCADO DO POTÁSSIO NO BRASIL

5.1 DEMANDA, PRODUÇÃO E PREÇO DO POTÁSSIO NO BRASIL

De acordo com Resende et al.(2006),“ O território brasileiro é constituído, na


sua maior parte, por solos ácidos e pobres em nutrientes como o potássio (K+). Para
torna-los produtivos são utilizadas grandes quantidades de fertilizantes, que englobam
cerca de 40% dos custos variáveis de produção”.

O governo federal quer aumentar a produção de fertilizantes no país como um


instrumento para conter a alta nos preços do insumo. Feito à base de potássio, fosfato
e nitrogenados, os fertilizantes tiveram reajustes acima de 100%, nos últimos meses,
tornando-se um dos principais fatores de pressão inflacionária no setor.

A intenção do governo federal é a de reverter um quadro de dependência


externa, reduzindo de 75% para 25% a importação desse tipo de produto. Em relação
ao potássio, contudo, o próprio governo admite que não ha condições do país tornar-
se autossuficiente.

Técnicos do governo já haviam apontado a alta dos fertilizantes como um dos


principais vilões no aumento do preço dos alimentos. Eles culpam a alta no preço dos
fertilizantes e a concentração na produção dos mesmos - apenas quatro companhias
controlam o mercado mundial - como um obstáculo a ser vencido, juntamente com o
aumento no preço dos combustíveis.

O aumento do consumo de fertilizantes pelos produtores rurais mato-


grossenses, por exemplo, deve-se principalmente ao cenário positivo observado na
cultura do algodão. Além disso, a safrinha de milho também foi responsável pela alta
no uso do insumo.
De acordo com os estudos, os fertilizantes destacaram-se como os maiores
encargos no custo de produção do milho e soja, na safra 2010/11. A participação dos
fertilizantes, no custo de uma lavoura, variou entre 30% e 39% do valor desembolsado
para produzir o cereal por hectare, ficando entre R$ 157,50 e R$ 315,00 de um custo
total, que varia de R$ 898,00 a R$ 1.283,00, dependendo do porte da propriedade
No cenário mundial, o Brasil apresenta, em termos de produção, números
modestos, ocupando o 11º lugar. Tratando-se de reservas medidas, o Canadá possui
60,2% do total mundial, enquanto que o Brasil com 1,9% localiza-se na 8ª colocação,
com 303,8 Mt de K2O.
Loureiro, F.L.L (2009) “... o gigantismo do agronegócio brasileiro, que
movimenta mais de 500 bilhões de reais, isto é, cerca de 30% do PIB, contrapõe-se à
altíssima dependência externa de importações de nutrientes para a agricultura que, no
caso do potássio, é superior a 90%, leva à seguinte conclusão: o Brasil é um gigante na
agropecuária, mas ‘gigante de pés de barro’, em que os fertilizantes são o lado frágil,
tanto mais que os solos brasileiros apresentam fortes limitações e necessitam de
elevadas taxas de fertilização”.
Recentemente, foi anunciado que a Vale do Rio Doce irá implantar dois novos
projetos de produção de potássio em Sergipe. Também, em outubro de 2009, notícias
na imprensa dão conta da possibilidade da mesma Vale vir a liderar um terceiro
projeto, o de maior porte, da grande jazida de classe mundial de Nova Olinda do
Norte, no Amazonas, o que daria, no médio prazo, algum desafoga à situação brasileira
de grande insuficiência para esta substancia. Mas, o recurso às importações pelo Brasil
parece que será necessário ao longo do período de análise 2010-2030, a menos que se
amplie o quadro de novos projetos, porque a dimensão anunciada para o ainda
hipotético projeto de Nova Olinda no Amazonas (2,0 milhões de t), somado aos dois
projetos de Sergipe de 1,7 milhões de toneladas de potássio, e os projetos
alternativos, que são de pequeno porte, totaliza uma quantidade adicional à produção
brasileira de cerca de 4 milhões de toneladas, insuficiente para atender à demanda. O
hiato atual, a insuficiência em potássio, e em 2008 de 4 milhões de t/ano.

O gráfico abaixo mostra o quadro de produção mundial de potássio destacam-


se como os maiores produtores: Canadá, Rússia e Bielorrússia detendo 64,8% da
produção no ano de 2012.
Figura 14: produção mundial de potássio, ano 2012

O gráfico abaixo mostra a demanda de consumo de potássio por região.

Figura 15: demanda mundial de consumo de potássio, 2012

A venda de fertilizantes no Brasil supera a 30.000.000 de toneladas (gráfico


abaixo), em razão da qualidade do solo do país, ocorrerá um aumento de consumo
anual de 4,1%; mantendo-se este percentual, significa que nos próximos 7 (sete) anos
a venda de fertilizantes será de 40.000.000t.
Figura 16: venda de fertilizantes no Brasil estimada para 2013

De acordo com a ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos), “As


entregas de fertilizantes ao mercado encerraram o mês de fevereiro/2018 com 2.120
mil toneladas, registrando crescimento de 3,7% em relação ao mesmo mês de 2017,
quando foram entregues 2.044 mil toneladas. No acumulado do bimestre
janeiro/fevereiro/2018 foram entregues 4.563 mil toneladas e queda de 1,9%,
principalmente pela queda da demanda verificada na cultura do milho safrinha e cana
de açúcar”.

Quanto ao potássio, a empresa de consultoria INTLFC Stone acredita que os


preços no Brasil podem subir 5% até março de 2018, acompanhando movimento
observado no mercado internacional. Além da maior demanda dos EUA para o plantio,
no Sudeste Asiático os preços estão subindo com a expectativa de incremento das
negociações com a China, ainda no primeiro trimestre do ano.

No dia 5 de fevereiro a tonelada do K+Cl (cloreto de potássio), no porto de


Paranaguá, custava US$ 287,50.

O Brasil é considerado pelos grandes produtores mundiais de potássio como


um mercado em crescimento substancial, em termos de consumo de potássio
fertilizante, portanto, o país continuará dependendo da importação para suprir a
demanda interna pelo produto, não sendo factível, em curto prazo, um aumento
significativo da produção interna.
CAPITULO 6

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 GEOLOGIA LOCAL

A S.I.V. aflora na forma de pequenos e/ou grandes lajeados e descontínuos, no


campo, observa-se grandes blocos arredondados de dezenas de metros. A cobertura
de solo é variável, não ultrapassa a espessura de 0,80m e a camada alterada a
espessura média é de 18,0m.

A S.I.V. caracteriza-se pela sua textura porfirídica, grosseira, onde os


fenocristais de feldspato atingem comprimentos de até 7,0 cm. A matriz é fanerítica,
média a grosseira, onde os fenoscristais de feldspato alcalino, quartzo e o plagioclásio
sobressaem e se dispõem aleatoriamente.

O microclínio apresenta cor creme, euédrico, anédricos e anédricos, com


formato arredondado, límpido, dispostos numa matriz heterogranular a clivagem pode
ser observada com auxilio de lupa de 20x. A fórmula estrutural do microclínio contido
na S.I.V. foi determinada e apresentou a seguinte composição K0,71Al1,067Si2,95O8.

Plagioclásio se apresenta com menores dimensões, o tamanho dos grãos em


média é de 0,6cm, subédricos, coloração esbranquiçada e preferencialmente
alterados.

Quartzo se apresenta límpido, anédrico, granulometria varia de 0,01cm a


0,7cm, se encontra disperso na rocha.

A biotita aparece entremeando os feldspatos e o quartzo, ou se expõem em


concentrações em determinados pontos da rocha.

A amostra de rocha da foto 18b, coloração rosada e seccionada por vênulos de


quartzo é uma característica indicativa de que a rocha foi submetida ao processo de
alteração hidrotermal, a textura é porfirítica, granulação média a grosseira. O
feldspato se apresenta com coloração rosada, quartzo é anédrico, límpido a biotita é
intersticial. Fórmula estrutural do feldspato – K0,80Al1,03Si2,98O8 .

Os resultados das análises químicas das amostras e do mineral feldspato


encontram-se no ANEXO 1.

Figura 17: Granitoide Valsungana

Figura 18: Granitoide Valsungana.


6.2 CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS ANALISADAS

Nos itens abaixo, serão apresentados os resultados de caracterização


mineralógica e geoquímica referentes às amostras totais da Suíte Intrusiva Valsungana.

6.2.1 Análises Microscópicas

Análises Petrográficas

Para execução deste estudo, foram efetuadas 4 (quatro) análises petrográficas


sobre amostras de rocha e as mesmas foram classificadas a partir de análises modais,
sendo os dados lançados no triângulo QAP de Streckeisen (1973), conforme mostrado
abaixo.

A rocha apresenta coloração cinza claro e cor rosa esverdeado. Textura,


normalmente, é homogênea, apresenta-se hipidiomórfico, porfiríticos, com
fenocristais de tamanho variado, com comprimento de 7,0cm, imerso numa matriz
mais fina constituída de quartzo, plagioclásio e minerais máficos. Não se observa
orientação dos minerais, com exceção nas zonas de falhas. O índice de coloração é
maior que 90, representando que o volume de minerais máficos é menor que 10%,
portanto, trata-se de uma rocha hololeucocrática a leucocrática.

Mineralogia Microscópica

A composição modal das rochas analisadas encontra-se na coluna à esquerda


do diagrama. Os resultados foram lançados no Diagrama de Streckeisen; verificou-se
que as amostras concentram-se nos campos dos sienogranitos e quartzosienitos.

A seguir serão descritas as características gerais de cada mineral, por ordem


decrescente.
Feldspato Alcalino

O feldspato alcalino foi definido como microclínio, ocorre como fenocristais de


tamanho variável, com tamanho máximo de 8 cm a 2 cm e de forma subédrica. Nos
minerais de maiores dimensões, observam-se inclusões de plagioclásio, quartzo,
biotita e acessórios.

A pertita presente é do tipo patch, a fase sódica apresenta formas irregulares,


não laminares, com limites difusos, geralmente, desenvolve a macla da albita. A
proporção do feldspato potássico e albita é variável.

Os feldspatos alcalinos tardio apresentam dimensões bem menores (0,5mm a


0,2mm) e são intersticiais, observou-se a combinação das maclas do periclino e albita,
os minerais apresentam-se mais límpidos.

Quartzo

O quartzo apresenta-se na forma anédrica, arredondado, intersticial e também


como inclusão no plagioclásio e feldspato.

As características acima descritas definem que o quartzo ocorre na forma


precoce e tardia. O quartzo precoce apresenta-se arredondado, grãos finos e ocorrem
como inclusão nos minerais acima referendados. O quartzo tardio apresenta-se
anédrico e com tamanho maior (1mm a 3mm).

Plagioclásio

Por meio da determinação por via óptica do conteúdo de anortita, o


plagioclásio foi definido como oligoclásio cálcio Na(25). O plagioclásio apresenta-se na
forma subédrica a euédrica, com tamanho variável. As maclas polissintéticas são
nítidas e bem desenvolvidas. A presença de mirmequita, intercrescimento de quartzo
vermicular e plagioclasio, quando o ultimo está em contato com um feldspato alcalino,
é comum os bordos albíticos.

A alteração do plagioclásio ocorre em graus variáveis, com formação de finas


palhetas de sericita/muscovita orientadas sobre o cristal, o mesmo ocorre com o
epídoto.

Biotita

Apresenta pleocroísmo em tons castanho claro a castanho escuro e cor verde.


Ocupa o espaço intersticial, ocorre também na forma subédrica, interpenetrada com o
plagioclásio. A biotita também se apresenta alterada, que resulta na substituição
parcial e total de alguns minerais, para uma mistura de clorita e epídoto, minerais
opacos secundários.

Acessórios

Os principais minerais acessórios são a allanita e o esfênio. A allanita é


euédrica, prismática, o tamanho médio é 0,3mm, mostrando uma orla de epídoto
secundário. O esfênio é euédrico e frequentemente está alterado para leucoxênio.

Mineralogia Secundária

A mineralogia é proveniente dos eventos hidrotermais tardi a pós magmático.


Os principais processos são a cloritização e epidotização da biotita e muscovitização e
epidotização do plagioclásio.
Figura 19: A.40X.NC. Microclinío pertítico. Alteração nas partes mais sódicas.

Figura 20: A.40X.NC>Plagioclásio (oligoclásio) ocorre finas palhetas de muscovita orientadas. Grânulos
de quartzo incluso arredondado. O mineral apresenta microfratura
Figura 21: A.40.NC.Microclínio pertítico textura poiquilítica

Figura 22: NC.10X. Plagioclásio (oligoclásio). Macla da albita, microfraturado, observa-se no canto
superior esquerdo um início de alteração
Figura 23: NC.10X. Biotita castanho pálido e cor verde. Textura poiquilítica.

Figura 24: NC. 10X. Suíte Intrusiva Valsungana cataclasada. Plagioclásio e quartzo microfraturado.
Figura 25: A.40X.NC. Quartzo precoce (arredondado) e o tardio anédrico, feldspato alcalino e
plagioclásio.

As figuras abaixo mostram as classificações de acordo StrecKeisen, A.L. (1967).

Figura 26: Diagrama StrecKeisen – granito (sienogranito)


Figura 27: Diagrama StrecKeisen – granito (sienogranito)

Figura 28: Diagrama StrecKeisen – granito (sienogranito)


Figura 29: Diagrama StrecKeisen – quartzosienito

6.2.2 Análises Geoquímicas do Minério (FRX)

Por meio da técnica de FRX foi possível determinar os óxidos presentes na


amostra. A composição química das amostras pode ser visualizada na tabela abaixo:

Tabela 3: composição química das amostras


F.G. In natura Calcinada Calcinada
°
(710 C) (710°C + 5% CaCl2)
Na2O 1,4 1,43 1,17
MgO 0,43 0,47 0,55
Al2O3 17,66 17,79 16,8
SiO2 65,57 67,75 62,8
SO3 0,01 0,01 0,01
Cl 0,01 0,01 1,74
K2 O 8,68 9,03 8,62
CaO 0,53 0,58 2,92
TiO2 0,22 0,24 0,22
Cr2O3 0,03 0,02 0,03
MnO 0,03 0,02 0,02
Fe2O3 1,79 1,91 1,86
NiO 0,01 0,01 0,01
ZnO 0,003 0,004 0,023
Rb2O 0,03 0,03 0,03
SrO 0,02 0,02 0,03
CeO2 0,06 0,07 0,06
Eu2O3 ND 0,02 0,01
ZrO2 0,03 0,03 ND
PF 1,49 0,57 3,11
Soma 100 100 100

Com base na tabela acima, pode-se notar que os teores dos metais alcalinos,
alcalinos terrosos, alumínio e sílica variaram nas amostras. A perda ao fogo de (1,49%)
na amostra “in natura” é similar as 1.200 análises já efetuadas na S.I.V. pela empresa
MIVAL Ltda.; com relação à amostra calcinada a 710°C, a perda ao fogo foi de 0,57%,
ou seja, 61,74% menos do que a amostra “in natura”; por outro lado, a amostra
calcinada a 710°C com adição de 5% de CaCl2, a perda ao fogo foi de 208% a mais do
que na amostra “in natura”.

As análises das lâminas petrográficas das rochas da S.I.V. demonstram que


ocorreram duas cristalizações com temperaturas distintas e, durante o
“emplacement”, foi submetida também ao processo de alteração hidrotermal, estas
situações em conjunto debilitaram a estrutura cristalina dos minerais que compõem a
S.I.V.

A adição do cloreto de cálcio (ligação iônica), que apresenta em sua estrutura


um cátion bivalente derivado do elemento químico cálcio e um ânion monovalente,
derivado do elemento químico cloro. O ponto de fusão é variado, depende do grau de
hidratação; para realização desta pesquisa foi utilizado o cloreto de cálcio dihidratado,
cujo o ponto de fusão é de 176°C.

Este sal com a umidade da amostra produz uma salmoura residual concentrada,
e sob o efeito da temperatura produz um vapor diluído, de forma que o cátion Ca++
equilibra as cargas negativas do sistema, e com aumento da temperatura a constante
dielétrica é maior, facilitando, desta forma, a combinação de espécies iônicas (Na+, K+,
H+ e Cl+) em espécies moleculares.

Os vapores contidos nas amostras calcinadas a 710°C e 710°C + 5,0 de CaCl2


percolaram pelos interfácies, clivagens e pelas microfraturas intra e intergranulas dos
minerais, desta forma o processo de solubilização do potássio tornou-se mais
facilitado. Outro fator que deve ser considerado é que nas condições da calcinação
impostas ao minério observou-se que ocorreram reações de troca iônica entre a rocha
e a solução residual, consequentemente, o princípio da neutralidade elétrica foi
mantida.

A tabela abaixo mostra os percentuais de K2O e os correspondentes


percentuais de K+ que estão das condições químicas para a liberação.

Tabela 4: Percentuais de K2O e K+ encontrados nas amostras


TIPO DE MINÉRIO PERCENTUAL DE ÓXIDO PERCENTUAL
DE POTÁSSIO DE POTÁSSIO
“In Natura” 8,68 7,20
Calcinada a 710°C 9,03 7,49
Calcinada a 710°C + 5% de CaCl2. 8,62 7,15

6.2.3 Análises Mineralógicas (DRX)

O difratograma da amostra “in natura” apresentou picos em:


21°; 23°; 25,5°; 26,7°; 27,3°; 29,3°; 30,1°; 30,6°; 30,7°; 32,1°; 32,3°; 34,2°; 35,5°;
38,5°; 41,7°; 41,8°; 42,7°; 44,7°; 45,5°; 47,4°; 50,5°; 50,6°; 55,3°; 61,1°; 61,2°; 62,4°;
63,0°; 63,1°; 64°; 65,2°; 66,3° e 66,4°.

O difratograma da amostra calcinada a 710°C:


13,1°; 13,7°, 14°; 21°, 22,2°; 22,7°; 24°; 25°;25,7°;26,8°27,3°;27,3°; 29,4°; 30,1°; 30,6°;
30,7°; 32,4° ; 33,4°; 33,8°; 34,1°;34,5°; 35,5°; 37,1°; 38,5°; 39,0°; 42,0°,43,1°; 46,1°;
50,5°; 61,1° e 63°.
O difratograma da amostra calcinada a 710°C com adição de 5,0% de cloreto de
cálcio:
13,1°; 13,5°; 14,0°; 21,0°; 22,2°; 24,0°; 25,5°; 26,5°; 26,9°; 27,3°; 27,5°; 29,5°;
30,5°; 30,7°; 30,8°; 32,2°; 32,4°; 34,2°; 34,6°; 34,8°; 35°; 35,5°; 36,7°; 38,5°; 41,8°;
42,5°; 44,7°; 45,5°; 46,3°; 47,0°; 47,4°; 49,0°; 50,3°; 50,4°; 50,6°; 55,5°; 57,3°; 61,1°;
63,3°; 63,6°; 64,0°; 65,1°; e 66,3°.

A quantificação das fases cristalinas identificadas nas amostras foi realizada


pelo método de Rietveld com GOF=2,44 e Rwp=19,26. O maior pico do microclínio
ocorre das amostras analisadas ocorre aos 27,3°. O gráfico de refinamento apresenta
os pontos experimentais, a curva teórica de ajuste, os picos de Bragg e a linha de
diferença entre os pontos experimentais e teóricos na parte mais baixa do gráfico.

Os resultados das análises encontram-se no ANEXO 2.

Análise da Extração do K+

Os experimentos de extração do potássio foram realizados com objetivo de


quantificar o teor disponível deste elemento para as plantas, uma vez que nem todo o
potássio está disponível para troca iônica. Com este objetivo, foram utilizadas as
soluções extratoras para verificar a aplicabilidade da S.I.V. como fertilizante. No
primeiro experimento foi utilizada água natural com pH 5,7, uma vez que nas lavouras
de amendoim, soja, sorgo, trigo, etc o pH do solo deve estar na faixa entre 5,5 a 6,5,
nos demais experimentos foram utilizados soluções extratoras ácidas e ácidas
orgânicas.

6.2.3.1 Água pH 5,7

A constante de dissociação da água é de 1x10-14, consequentemente, a


concentração de íons de H+ em solução é muito baixa, diante desta condição não
haverá íons suficientes para que se obtenha um processo de troca iônica eficiente.
A água como agente de liberação do K+ da amostra calcinada, tempo de
contato de 600 (seiscentos) minutos, obteve um teor máximo de 0,0077%, de um teor
de 7,42 de K+; seguido da amostra “in natura”, com um teor de 0,0069% e finalmente a
amostra calcinada com adição de 5% de CaCl2, o percentual do íon potássio foi de
0,0038%.

A taxa de liberação do potássio nas três amostras é baixa pelo fato de que a
água é um eletrólito muito fraco, com valores baixos de grau de ionização e de
constante de ionização no equilíbrio (Kc).

POTÁSSIO ACUMULADO - EXTRATOR ÁGUA pH 5,7


60
y = -0,0078x + 11,37
50
(

m 40 IN NATURA
g y = 0,0032x + 25,383
K 30
/ CALCINADA - 710°C
L 20
y = 0,0056x + 2,8511
)

CALCINADA A 710°C +
10 5,0% de CaCl2

0
0 100 200 300 400 500 600 700
TEMPO

Figura 30: Potássio acumulado – Extrator água pH 5,7

6.2.3.2 Extração por Ácido Cítrico

O ácido cítrico é um ácido orgânico de baixo peso molecular (C6H8O7) e formam


compostos orgânicos hidrossolúveis.

Pearson, R. G. (1966) “tais compostos muitas das vezes podem ser decorrentes
da decomposição de resíduos vegetais (Franchini et al., 2001). Esses compostos
possuem radicais funcionais que os tornam capazes de formar complexos orgânicos
com Al, Ca e Mg.
Jayarama et al. (1998) efetuaram estudos na cultura do café e demonstraram
que a disponibilidade de K, P e Zn aumenta acentuadamente com a aplicação de 1 Kg
de ácido cítrico por ha, misturado com o NPK na fórmula normalmente utilizada para
fertilização do solo.

As amostras denominadas de “in natura”, calcinada a 710°C e calcinada a 710°C


com adição de 5,5 de CaCl2 foram submetidas à solução extratora do ácido cítrico a
0,01mol/L, objetivando avaliar a solubilidade das referidas amostras diante deste
solvente.

Os resultados obtidos foram inferiores ao ácido oxálico, tal fato está


relacionado ao fato de que os três grupos carboxilas COOH, perde um elétron em
solução, e como consequência forma-se um íon citrado, que controla o pH da solução
ácida, por outro lado, o ácido oxálico perde dois prótons, o que o trona um ácido forte,
e mais efetivo no processo de ionização.

Os estudos mostraram que o ácido induziu a liberação do íon potássio, para a


amostra “in natura” o percentual foi de 1,74% do K+ do total da amostra, para a
amostra calcinada, o percentual de liberação foi de 1,74% e, da amostra calcinada com
adição de cloreto de cálcio o percentual de solubilização do íon K+ de 3,72%.

POTÁSSIO ACUMULADO - EXTRATOR ÁCIDO CÍTRICO


3000
y = 3,802x + 506,94
2500
K
2000
(

m IN NATURA

g 1500 CALCINADA 710°C


y = 1,8266x + 213,03
/
1000 CALCINADA 710°C +
L 5,0 % de CaCl2
y = 1,7579x + 231,36
)

500

0
0 200 400 600 800
TEMPO

Figura 31: Potássio acumulado – Extrator Ácido Cítrico


6.2.3.3 Extração por Melich 1

A solução Melich -1 é muito aplicada nas análises de macronutrientes do solo,


pois favorece a extração de cátions trocáveis, é composta por dois ácidos fortes (HCl e
H2SO4), consequentemente, a constante de dissociação de prótons desses ácidos é
maior do que a dos outros ácidos utilizados, favorecendo assim uma troca de íons
entre K+ e H+ na S.I.V.

Com relação à solução Melich-1 (0,05 mol/L + H2SO4 0,0125 mo/L) deve-se
considerar que na reação entre H2SO4 + H2O são produzidos dois hidrogênios
dissociáveis favorecendo o processo de troca iônica.

As equações abaixo expõe o processo de dissociação com formação de dois


hidrogênios dissociáveis:

H2SO4(aq) + H2O(l) H3O(aq) + HSO4(aq)

HSO4(aq) + H2O(l) H3O(aq) + SO4 (aq)

O gráfico abaixo mostra os resultados dos teores de K acumulados. Observa-se


que após o período de 600 minutos a amostra denominada “in natura” apresentou
melhor resposta na capacidade de troca iônica com um total foi de 845,87 mg/L,
seguida da amostra calcinada a 710°C com um total de 782,78 mg/L e na calcinada com
adição de cloreto de cálcio, o total do íon potássio foi de 643,74 mg/L.
POTÁSSIO ACUMULADO - EXTRATOR MELICH 1
1000
900
y = 1,2103x + 155,08
800
y = 1,1078x + 159,79
700
In natura
600
500 Calcinada 710°C

400
y = 0,9059x + 137,87 Calcinada 710°C +
300 5,0 % CaCl2

200
100
0
0 200 400 600 800

Figura 32: Gráfico do Potássio acumulado – Extrator Melich 1

Os estudos mostraram que o ácido induziu a liberação de potássio, o que


representou somente 1,17% do K+ total da amostra “in natura”, na amostra calcinada,
o percentual de liberação foi de 1,04% e, a calcinada com adição de cloreto de cálcio
com, um percentual de 0,85%.

Resultados mostraram que a quantidade liberada de potássio (faixa de 1,0 %)


possibilita o uso dessa rocha como fertilizante alternativo de liberação lenta.

6.2.3.4 Extração por Ácido Nítrico

O estudo de liberação da S.I.V. com o uso de HNO3 0,01 mol/L, com o tempo de
contato de 6,0 horas, foi obtido um percentual máximo de 0,66% para a amostra “in
natura”; 0,64% para a amostra calcinada com adição de cloreto de cálcio e, a lixiviação
da amostra calcinada, o percentual de liberação do íon K+ foi de 0,608%.

Das três soluções extratoras utilizadas, esta foi que apresentou a menor
capacidade de troca iônica, esta situação deve estar relacionada à baixa capacidade de
dissociação do ácido nítrico (pKa -7).
POTÁSSIO ACUMULADO - EXTRATOR ÁCIDO NÍTRICO
600
y = 0,6736x + 104,52
500
K
400
(

m IN NATURA

g 300
y = 0,6729x + 101,54 CALCINADA - 710°C
/
200
L y = 0,6454x + 89,077 CALCINADA A 710°C
)

100 + 5,0% de CaCl2

0
0 100 200 300 400 500 600 700
TEMPO

Figura 33: Gráfico do Potássio acumulado – Extrator Ácido Nítrico

6.2.3.5 Extração por Ácido Oxálico

O ácido oxálico ou ácido etanodioico é um ácido de fórmula molecular H₂C₂O₄


ou, mais precisamente, HO₂CCO₂H. É um ácido orgânico saturado, de cadeia normal e
relativamente forte. Massa molecular 90,03g/mol, ponto de fusão 101-102°C e ponto
fulgor 166°C.

Conforme os resultados obtidos, verifica-se que a lixiviação do íon K por meio


do ácido oxálico apresentou valores elevados. As extrações efetuadas nas três
amostras, ao final do tempo (600 minutos), apresentaram os seguintes resultados: na
amostra calcinada com adição de 5% de cloreto de cálcio a troca iônica foi de 4.321,91
mg/L; na amostra calcinada a 710°C a liberação do K+ foi de 4.023,90 mg/L e, na
amostra “in natura”, 3.921,5 mg/L.

O crescimento dos íons de potássio em solução foi praticamente constante


para cada período de agitação, este sistema permitiu que os íons mais internos fossem
alcançados.
A utilização do ácido oxálico como fonte extratora apresentou os seguintes
percentuais: 5,76% de potássio para a amostra calcinada com adição de cloreto de
cálcio, 5,44% para a amostra “in natura” e 5,37% para a amostra calcinada.

POTÁSSIO ACUMULADO - EXTRATOR ÁCIDO OXÁLICO


5000
4500
4000 y = 6,1561x + 868,99
K 3500
(

"IN NATURA"
m 3000
g 2500
y = 5,5321x + 814,06 CALCINADA 710°C
/ 2000
L 1500 y = 5,637x + 847,56 CALCINADA 710°C +
5% de CaCl2
)

1000
500
0
0 200 400 600 800
TEMPO

Figura 34: Gráfico do Potássio acumulado – Extrator Ácido Oxálico

Correlação dos Resultados Obtidos

Água pH 5,7

Os resultados obtidos das correlações dos teores do íon K+ das três amostras, a
que foram submetidas, aos tempos de agitação e sob a ação das extrações das
diferentes soluções, ficou evidente que as amostras não apresentaram velocidades de
liberação equivalentes.

Soluções Ácidas
Nas soluções extratoras ácidas a correlação é superior a 0,96, ou seja,
apresenta forte correlação. A velocidade da liberação do íon potássio nas três
amostras é equivalente, outro fator importante é que as soluções não apresentam
perda de elétrons, permanecendo constantes os cátions e os ânions.

As condições impostas a esta rocha provocaram uma maior debilidade do K2O


na estrutura cristalina dos minerais, dessa forma as soluções extratoras utilizadas nos
ensaios de solubilidade possibilitaram que o processo de lixiviação se mantivesse
relativamente constante, em todo processo dos ensaios.

A tabela abaixo mostra a correlação entre tempo x liberação do íon potássio


nas três amostras:

Tabela 5: Correlação entre tempo x liberação - íon potássio


AMOSTRA/SOLUÇÃO COEF. CORRELAÇÃO
ÁGUA pH 5,7
“IN NATURA” 0,531
CALCINADA 710°C -0,135
CALCINADA 710°C + CaCl2 0,211
ÁCIDO CÍTRICO
“IN NATURA” 0,976
CALCINADA 710°C 0,979
CALCINADA 710°C + CaCl2 0,973
MELICH 1
“IN NATURA” 0,978
CALCINADA 710°C 0,972
CALCINADA 710°C + CaCl2 0,965
ÁCIDO NÍTRICO
“IN NATURA” 0,969
CALCINADA 710°C 0,972
CALCINADA 710°C + CaCl2 0,966
ÁCIDO OXÁLICO
“IN NATURA” 0,967
CALCINADA 710°C 0,966
CALCINADA 710°C + CaCl2 0,972
Os gráficos abaixo demonstram que a solubilidade dos solutos frente aos
solventes orgânicos e ácidos mantém uma correlação superior a 9,6, porém, esta
correlação não significa que o soluto diante de cada solução extratora não
apresentasse variação na velocidade da solubilidade do íon potássio, esta variação
provavelmente é decorrente das condições físicas do soluto, uma vez que, a
quantidade de solvente e a temperatura foram constantes para todos os testes.

A água utilizada nos testes das amostras acima referendadas apresentava pH


5,7, em razão do baixo conteúdo de H+ livre em solução, o processo solubilização do
íon potássio foi insignificante.

O coeficiente de correlação da água como solvente apresentou valores de -


0,135 a 0,531, os resultados foram muitos variáveis, o que significa que a solubilidade
do soluto frente ao solvente água não apresentou uma homogeneidade no processo,
pelo fato de que a água apresenta um pKa igual 14, o que a torna um solvente não
ideal para o caso.

AMOSTRA "IN NATURA (SOLUÇÃO EXTRATORA ) - X

CORRELAÇÃO

1,2
1
0,8
0,6
IN NATURA
0,4
0,2
0
Água Cítrico Melich 1 Nítrico Oxálico

Figura 35: Gráfico da Correlação amostra “In Natura” (Solução Extratora)


AMOSTRA CALCINADA 710°C (SOLUÇÃO EXTRATORA ) - X
CORRELAÇÃO

1,2
1
0,8
0,6
CALCINADA 710°C
0,4
0,2
0
Água Cítrico Melich 1 Nítrico Oxálico
-0,2

Figura 36: Gráfico da Correlação amostra Calcinada a 710°C (Solução Extratora)

CALCINADA 710°C + 5,0% DE CaCl2 X CORRELAÇÃO


1,2

0,8

0,6 CALCINADA 710°C + 5,0%


DE CaCl2
0,4

0,2

0
Água Cítrico Melich 1 Nítrico Oxálico

Figura 37: Gráfico da Correlação amostra Calcinada a 710°C + 5,0% de CaCl 2 (Solução Extratora)
CONCLUSÃO

A S.I.V. foi objeto de duas fases de cristalizações magmáticas, a primeira


ocorreu numa temperatura mais elevada, com a formação de cristais menores, na
segunda fase a temperatura foi mais baixa, possibilitando a cristalização de
fenocristais. Após a estes processos de cristalizações, ocorreu um terceiro evento que
foi a alteração hidrotermal; aliados a estas condições, a S.I.V. foi submetida aos
eventos tectônicos, que favoreceram o desenvolvimento de microfraturas de caráter
inter e intragranulares.

As condições impostas a esta rocha provocaram uma maior debilidade dos íons
na estrutura cristalina dos minerais, além desta situação, os eventos retro
mencionados permitiram que as soluções extratoras adentrassem nas partes mais
internas dos minerais, favorecendo o processo de lixiviação.

Baseado nesta premissa, o presente estudo teve como objetivo quantificar o


teor de K+ disponível para troca iônica, para tanto foram realizados testes de extração
do íon K+ em meio ácido e água natural com pH 5,7, nas amostras preparadas em
laboratório, que obtiveram as seguintes denominações “in natura”, calcinada a 710°C e
calcinada a 710°C com adição de 5,0% de cloreto da cálcio.

Os resultados indicaram que o ácido oxálico foi o extrator que apresentou


melhor desempenho na amostra calcinada com adição de cloreto de cálcio, 5,76% de
K+ liberado; o ácido cítrico também na amostra calcinada com adição de 5% de cloreto
de cálcio liberou 3,72% de potássio; o extrator Melich 1 teve seu melhor desempenho
na amostra “in natura” com 1,17% de potássio liberado; com ácido nítrico a liberação
de K+ foi de 0,66% na amostra “in natura” e a água utilizada como solução extratora foi
a que teve o pior desempenho, apenas 0,0077% de liberação de K +, para a amostra
calcinada. Os resultados demonstram que os ácidos orgânicos apresentaram melhores
resultados (cítrico e o oxálico) em razão do baixo pKa.

Vale ressaltar que o tempo máximo de contato entre a solução extratora e o


minério, nas reações de troca iônica, foi de 600 minutos. Na literatura há dados de
extração de K+ no qual o tempo reacional chega a 3.409 h. Dessa forma, os resultados
obtidos neste trabalho são consideráveis. No entanto, para a aplicação mais segura
deste insumo faz-se necessária a aplicação deste minério em diversos tipos de solos.

Outro fator de importância deste estudo foi que os extratores considerados


orgânicos (ácido oxálico e o cítrico), encontrados no solo em concentrações variáveis,
mostraram maior eficiência na solubilização do íon potássio do que nas soluções
ácidas. Nas amostras “in natura”, calcinada a 710°C e calcinada a 710°C com adição de
cloreto de potássio a solubilização do íon potássio são similares.

Diante do quadro apresentado, as empresas que utilizarem está rocha para


liberação lenta do potássio não necessitam investir no processo de calcinação,
tornando o produto viável para a comercialização no mercado do agronegócio.

.
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ANEXO 1 – ANÁLISES LABORATORIAIS
ANEXO 2 – RESULTADOS DAS ANÁLISES

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