A seguir, serão dissertados os vícios formais na sentença arbitral, tais
dispositivos estão previstos no art. 38, da Lei 90307/06 – Lei de Arbitragem. Tais vícios são alegados em preliminar de contestação.
I. Incapacidade das partes
A capacidade das partes quando celebrada a convenção poderá ser verificada de
acordo com as regras de Direito Internacional Privado, o que inclui os ditames da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei n. 4.657/42) que determina que a capacidade será determinada pela lei local em que for domiciliada a pessoa (art. 7º); no caso de pessoa jurídica, será a lei do local de sua constituição (art. 11). Assim, o que se busca é apurar a capacidade da parte em sujeitar-se à arbitragem, já que, constatada a incapacidade, a controvérsia não poderá ser solucionada por arbitragem e, dessa maneira, não será reconhecida a sentença estrangeira.
II. Invalidade da convenção de arbitragem
Outro vício que pode ocorrer é a questão da invalidade da convenção de
arbitragem que pode ocorrer sob duas perspectivas: segundo a lei acordada pelas partes; ou, na ausência desta, de acordo com a legislação do país em que a sentença foi proferida. A nulidade pode ter relação tanto com a forma da convenção quanto com a sua matéria.
III. Violação a ampla defesa
Quanto à preservação da ampla defesa, é primordial que a parte seja notificada
da escolha do árbitro e do processo de arbitragem, assim como o contraditório seja preservado durante todo o processo. Às partes deve ser dada a oportunidade de ter conhecimento de todos os atos e informações acerca do processo e se manifestarem a respeito delas, conforme as regras aplicáveis à arbitragem instaurada.
REFERÊNCIA: https://jus.com.br/artigos/28735/reconhecimento-da-sentenca- arbitral-estrangeira-no-brasil OFENSA À SOBERANIA E À ORDEM PÚBLICA
Sobre o tópico referente à ofensa à soberania e à ordem pública é muito
interessante observar algumas particularidades que podem acontecer no processo de homologação da sentença arbitral estrangeira. Essas duas hipóteses, além dos vícios formais já explicados anteriormente, podem macular a sentença arbitral estrangeira e impedir a sua homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
No primeiro caso, em relação à ofensa à soberania, tal definição diz respeito a
impossibilidade da questão litigiosa ser resolvida pela convenção de arbitragem, pois, só podem ser levados para a arbitragem questões acerca de problemas envolvendo direitos patrimoniais e disponíveis, tal disposição se encontra no art. 1º da Lei de arbitragem – L.9307/96.
Ademais, a Ordem Pública é definida como sendo um conjunto de princípios e
normais essenciais para a convivência nacional. Ou seja, a sentença arbitral estrangeira tem que seguir tais princípios para ser aceita em nosso ordenamento pátrio, qualquer uma dessas violações (Soberania e Ordem Pública) acarreta da denegação da sentença. Um ponto interessante que merece ser mencionado é a questão acerca da motivação, pois em algum países em que o Direito é norteado pelo Commom Law, tem-se o costume de não motivar as sentenças pois elas estão fundamentadas em pressupostos jurídicos anteriores, aqui no Brasil, já houve casos de denegação da sentença arbitral estrangeira por falta de motivação.