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Checagens Remédio para gastrite, úlcera e refluxo dobra o risco de câncer?

Redação Drops 11 de julho de 2018

Medicamentos como o omeprazol e o pantoprazol são comuns no tratamento de gastrite, refluxo e úlceras gástricas. Porém, um artigo publicado pela
“Gazeta Online” afirma que esses remédios podem dobrar o risco de câncer.

Será que isso é verdade? A DROPS verificou!

QUEM DISSE? Gazeta Online

O QUE DISSE? “Remédio para gastrite, úlcera e refluxo dobra risco de câncer“ 1

QUANDO DISSE? 01/11/2017

CHECAGEM: INSUSTENTÁVEL

A afirmação de que “remédio para gastrite, úlcera e refluxo dobra risco de câncer” implica uma relação de causa e efeito. Entretanto, o estudo citado
encontrou apenas uma correlação, não permitindo identificar se o omeprazol (ou similares) foi realmente a causa do aumento do diagnóstico da doença.
Outros fatores não avaliados, como o uso excessivo de bebidas alcoólicas, obesidade e consumo de cigarros podem ser responsáveis tanto pelo uso
prolongado desses remedios quanto pela maior incidência de câncer.

Contexto

Omeprazol, pantoprazol e similares são parte de uma classe de drogas denominada inibidores de bomba de próton (IBPs). Esses medicamentos inibem a
secreção de ácido pelo estômago,2 permitindo o tratamento de doenças como úlceras, refluxo gastroesofágico e infecções pela bactéria H. pylori.

Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG),3 “os IBPs revolucionaram o tratamento das doenças ácido dependentes, trazendo
resultados excelentes para a cura e a qualidade de vida dos seus portadores”.

Porém, existe uma certa preocupação sobre a segurança do uso contínuo4 de IBPs para o manejo de doenças gástricas. Um dos questionamentos5
sobre o uso a longo prazo seria que a ação potente dos IBPs poderia atrasar o diagnóstico de câncer gástrico ou acelerar o desenvolvimento da doença.
Essa suspeita foi principalmente uma consequência de alguns estudos com animais,6 e ainda não tem confirmação definitiva em seres humanos.

Em 2014, uma análise sistemática feita pelo grupo Cochrane7 não encontrou evidências claras de que, em seres humanos, o uso prolongado de IBPs
promova o desenvolvimento de lesões pré-cancerosas no estômago. Entretanto, os autores indicam que mais estudos são necessários para avaliar essa
relação, devido à baixa qualidade das evidências disponíveis.

Assim, ainda não existe um consenso científico quanto ao o uso contínuo de IBPs aumentar ou não o risco de câncer. Também não se sabe exatamente em
que condições isso poderia ocorrer ou mesmo se o suposto “aumento” seria clinicamente relevante. O estudo reportado pela Gazeta – publicado em 2017
na revista Gut8 – está longe de ser uma resposta absoluta.

Veja mais: Checagens

O que diz a ciência

No estudo em questão,8 os pesquisadores de Hong Kong acompanharam pessoas que haviam sido tratadas de infecção por H. pylori. Essa infecção
bacteriana pode causar sintomas parecidos com refluxo e seu tratamento inclui drogas da classe dos IBPs. Segundo os resultados da pesquisa, aqueles que
tomaram IBPs por um longo tempo tiveram um risco maior de serem diagnosticados com câncer gástrico.

Entretanto, com esse tipo de estudo é impossível saber se os IBPs foram realmente a causa do aumento do diagnóstico da doença. Por exemplo, é possível
que uma pessoa que consuma muito álcool tenha que usar IBPs por mais tempo. Assim, o álcool pode ter sido a causa do câncer, e não o medicamento. É
sempre bom lembrar que correlação não implica causa e efeito.

Uma avaliação detalhada do estudo feita pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido9 (NHS, sigla em inglês) indica que a infecção por H. pylori
também é um fator de risco para câncer gástrico. Isso causa complicações na interpretação dos resultados.

Além disso, o NHS afirma que os pacientes não devem dar grande ênfase a esse estudo, pois o risco é proporcionalmente muito pequeno: o uso
prolongado de IBPs foi relacionado com apenas 4 casos a mais de câncer para cada 10 mil pessoas (por ano).

A Federação Brasileira de Gastroenterologia, por sua vez, divulgou uma nota sobre o estudo.3 A organização também afirmou que essa pesquisa não
permite sugerir uma relação de causa e efeito entre os IBPs e o câncer gástrico.

Além disso, a FBG apontou que os grupos experimentais de pacientes “não foram comparáveis em relação aos fatores de risco para câncer gástrico, tais
como, dieta, história familiar e estado socioeconômico. Bem como, não foram avaliados outros fatores de aumento de prevalência do câncer gástrico,
como, fumantes, uso excessivo de bebidas alcoólicas e obesidade”. A nota também indica que a taxa de câncer gástrico em Hong Kong é uma das mais
elevadas do mundo, sendo maior que a do Brasil.

Referências

(acesso em 03/07/2018):

1. https://www.gazetaonline.com.br/bem_estar_e_saude/2017/11/remedio-para-gastrite-ulcera-e-refluxo-dobra-risco-de-cancer-1014105878.html
2. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/HSE_URM_IBP_1204.pdf
3. http://www.fbg.org.br/Publicacoes/noticia/detalhe/114
4. http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/70/083a088_farmacoterapAutica.pdf
5. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11123484
6. http://doi.org/10.1136/gut.2010.229286
7. http://www.cochrane.org/CD010623/UPPERGI_effect-of-the-long-term-use-of-proton-pump-inhibitors-on-the-rate-of-pre-cancerous-lesions-in-the-
stomach
8. http://doi.org/10.1136/gutjnl-2017-314605
9. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/behindtheheadlines/news/2017-11-06-acid-reflux-drugs-linked-to-increased-stomach-cancer-risk/

Sobre o autor: Redação Drops


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