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RELATOR :
MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES
AGRAVANTE :
LUIZ FERNANDO RIBAS CARLI
AGRAVANTE :
ANA PAULA SILVA POLLI
ADVOGADOS :
JACINTO NELSON DE MIRANDA COUTINHO - PR008862
ALICE DANIELLE SILVEIRA - PR049070
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
INTERES. : MUNICIPIO DE GUARAPUAVA
INTERES. : ANA LUCIA ODEBRECHT MASSARO TOSSIN
INTERES. : PAULO DINARTE TAVARES
ADVOGADOS : JACINTO NELSON DE MIRANDA COUTINHO E OUTRO(S) -
PR008862
ALICE DANIELLE SILVEIRA - PR049070
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 3/STJ. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DOS BENS.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. RESSALVA QUANTO À
POSSIBILIDADE DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DE
CADA ENVOLVIDO EM SEDE DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.
PRECEDENTES DO STJ.
1. A orientação jurisprudencial consolidada nesta Corte Superior é no sentido de
que é solidária a responsabilidade pelo ressarcimento ao erário, ressalvando-se a
possibilidade de discussão a esse respeito em fase de liquidação de sentença.
2. No caso em questão o acórdão recorrido afirma expressamente que não é
possível determinar desde já a efetiva participação de cada um dos envolvidos na
prática do ato de improbidade administrativa.
3. Assim, deve ser mantida a responsabilidade é solidária até, ao menos, a
instrução final do feito, em que se poderá delimitar a quota de responsabilidade
de cada agente para o ressarcimento.
4. Agravo interno não provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na
conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do
voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Herman Benjamin
(Presidente) e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão.
Brasília (DF), 27 de fevereiro de 2018.
Documento: 1680105 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/03/2018 Página 1 de 10
Superior Tribunal de Justiça
AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.687.567 - PR (2017/0182196-9)
RELATÓRIO
Nas razões do agravo interno, aduz a parte ora Agravante que "a imposição das
sanções decorrentes da prática de ato de improbidade prescinde da comprovação de dolo, da
individualização das condutas e da delimitação dos danos ao erário, para fins de
ressarcimento. E não é possível conceber uma espécie de solidariedade que dure até a
liquidação do julgado, simplesmente porque se não tem preenchidos estes requisitos, de
antemão. Fazendo isso, opera-se com verdadeira subversão da lógica que deve orientar a
condução de demandas desta ordem:se não há prova pré-constituída do dolo, a ação não
deve ser recebida; e se a alegação de dano ao erário carece de substrato objeto, não se pode
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Superior Tribunal de Justiça
permitir que um critério aleatório baseie ordem liminar de indisponibilidade "(e-STJ fls.
3834/3835).
É o relatório, no essencial.
Documento: 1680105 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/03/2018 Página 3 de 10
Superior Tribunal de Justiça
AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.687.567 - PR (2017/0182196-9)
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 3/STJ. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DOS BENS.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. RESSALVA QUANTO À
POSSIBILIDADE DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DE
CADA ENVOLVIDO EM SEDE DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.
PRECEDENTES DO STJ.
1. A orientação jurisprudencial consolidada nesta Corte Superior é no sentido de
que é solidária a responsabilidade pelo ressarcimento ao erário, ressalvando-se a
possibilidade de discussão a esse respeito em fase de liquidação de sentença.
2. No caso em questão o acórdão recorrido afirma expressamente que não é
possível determinar desde já a efetiva participação de cada um dos envolvidos na
prática do ato de improbidade administrativa.
3. Assim, deve ser mantida a responsabilidade é solidária até, ao menos, a
instrução final do feito, em que se poderá delimitar a quota de responsabilidade
de cada agente para o ressarcimento.
4. Agravo interno não provido.
VOTO
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Superior Tribunal de Justiça
"É vedado o excesso de cautela. E nessas condições, considerando o
desenvolvimento incipiente da instrução processual, não sendo possível
aferir, neste momento, a medida de responsabilidade de cada um dos 23
(vinte e três) agentes para o ressarcimento ao erário, aliado a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, razoável, neste
momento, afastar a indisponibilidade de bens dos agravantes no
patamar determinado pela decisão agravada, limitando-a aquela
pretendida pelo Ministério Público, qual seja, R$ 7.500.000,00
divididos por cada um dos réus relacionados no item "a" de fi.
173-TJ, que importa em R$ 625.000,00 (seiscentos e vinte e cinco mil
reais) para cada um dos réus Luiz Fernando Ribas Carli e Ana Paula
Silva Polli Ferreira. Todavia, em relação aos réus Paulo Dinarte Tavares
e Ana Lúcia Odebrecht Massaro Tosin, em que pese não ser possível
afastar, desde logo, a caracterização do suposto ato ímprobo, não deve
recair indisponibilidade de bens. Isto porque, sua eventual participação é
decorrente da prática de atos de menor importância na estrutura em tese
orquestrada para direcionar o processo licitatório" (f. 3.271-TJ - sem
grifo no original, com redação dada pelo acórdão dos Embargos de
Declaração n. 1166981-5/01 -f. 3.286/3.288-TJ).
Com esta medida buscou-se adotar maior prudência e razoabilidade no decreto de
indisponibilidade. Evita-se, dessa forma, que a responsabilização solidária pudesse
gerar excesso de cautela e que o bloqueio recaísse sobre bens de réus que tiveram
participação de menor importância.
(Sem destaques no original)
Assim, o recurso especial de fato merece ser provido para retomar a decisão
agravada que determinou a indisponibilidade solidária dos bens dos réus. Nesse sentido, os
Documento: 1680105 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/03/2018 Página 5 de 10
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precedentes:
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ressarcimento.
É como voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA
AgInt no
Número Registro: 2017/0182196-9 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.687.567 / PR
Relator
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA CAETANA CINTRA SANTOS
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
RECORRIDO : LUIZ FERNANDO RIBAS CARLI
RECORRIDO : ANA PAULA SILVA POLLI
RECORRIDO : ANA LUCIA ODEBRECHT MASSARO TOSSIN
RECORRIDO : PAULO DINARTE TAVARES
ADVOGADOS : JACINTO NELSON DE MIRANDA COUTINHO E OUTRO(S) - PR008862
ALICE DANIELLE SILVEIRA - PR049070
INTERES. : MUNICIPIO DE GUARAPUAVA
ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Atos
Administrativos - Improbidade Administrativa
AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : LUIZ FERNANDO RIBAS CARLI
AGRAVANTE : ANA PAULA SILVA POLLI
ADVOGADOS : JACINTO NELSON DE MIRANDA COUTINHO - PR008862
ALICE DANIELLE SILVEIRA - PR049070
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
INTERES. : MUNICIPIO DE GUARAPUAVA
INTERES. : ANA LUCIA ODEBRECHT MASSARO TOSSIN
INTERES. : PAULO DINARTE TAVARES
ADVOGADOS : JACINTO NELSON DE MIRANDA COUTINHO E OUTRO(S) - PR008862
ALICE DANIELLE SILVEIRA - PR049070
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto
do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Herman Benjamin (Presidente) e
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Superior Tribunal de Justiça
Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão.
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