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O Congresso de Viena e o nacionalismo

O objetivo deste ensaio é demonstrar como o Congresso de Viena teve


suas negociações direcionadas no sentido de reprimir o nacionalismo, uma das
ideologias latentes após as Guerras Napoleônicas, e indicar os
desenvolvimentos posteriores que foram contra essas intenções, e que
terminaram pondo fim à Ordem de Viena. A meu ver, o tema é relevante tratando-
se da época em que se firmou o fenômeno em questão, recorrente na história
desde então.

O interesse das potências da época em subjugar movimentos


nacionalistas deriva em grande parte, do ponto de vista do Sistema de Estados,
da ameaça que estes representam para o Concerto Europeu, colocando, de um
lado, uma das potências em posição hegemônica (Prússia) e, de outro, um
Império em risco de desmembramento (Áustria). Esta, um Estado multinacional,
o mais ameaçado pelos nacionalismos nascentes: o pan-italianismo, o pan-
eslavismo e o pangermanismo. Aquela, a mais fraca das cinco potências, mas o
principal Estado germânico1, já apresentava um protonacionalismo,
desenvolvendo-se mais tarde no pangermanismo, movimento de importância
significativa, sendo, na época, o povo que se identificava como alemão o mais
numeroso, que levou-a liderar a Unificação Alemã. Além disso, a unificação dos
povos eslavos sob a égide russa representava uma ameaça, apesar de mais
distante, mais problemática.

Para evitar esse desequilíbrio no sistema, o Congresso submeteu as


nacionalidades ao princípio da legitimidade, deixando sob a tutela da
Confederação Germânica 39 Estados; da Itália, 7 e, sob a soberania austríaca,
Alemães, Checos, Eslavos, Polacos, Croatas, Sérvios, Húngaros, Romenos e
Italianos (CORREIA, 1994). Como afirma Manique (1988), o mapa político
estabelecido pelo Congresso de Viena não respeitou as diferenças políticas,
religiosas e de costumes, pois o princípio da nacionalidade opunha-se ao
princípio da legitimidade.

1 “Um Estado, mas não uma nação” (COSTA, 2008)


Tendo sido, juntamente ao liberalismo, até a Comuna de Paris, em 18712,
a ideologia que impulsionou as explosões revolucionárias de reação às
imposições do Congresso, o nacionalismo manteve-se durante todas as três
ondas revolucionárias da Europa, de 1815 a 1848: a mediterrânea, de 1820 a
1824, a que se espalhou pela Europa após a queda dos Bourbons de 1829 a
1834 e a “Primavera dos Povos” em 1848 (HOBSBAWM, 2000). Entrando em
conflito com os princípios do Congresso, as revoluções de 1848 defenderam o
direito de um povo escolher a qual Estado deseja pertencer (autodeterminação
dos povos) e como este deve ser governado, estando a defesa da democracia
fortemente associada a esses movimentos.3 Apesar do desejo de romper com a
Ordem de Viena e obter liberdade de ação na política externa, as conquistas dos
nacionalistas do século XIX não resultaram na destruição do Concerto, que por
certo tempo foi capaz de se adaptar à nova configuração de Estados.

Essa recusa das potências do Congresso em inclui-los nas negociações


dos acordos (não, é claro, como algo a ser mitigado), independentemente dos
conflitos anti-hegemônicos que possa ter evitado, levou a movimentos
nacionalistas como as ondas revolucionárias de 1830 e 1848 (a “Primavera dos
Povos”), às unificações italiana (1870) e alemã (1871), culminando na Primeira
Guerra Mundial, que poderia ter sido evitada se, em conjunto com outros fatores,
a redefinição do mapa político europeu em Viena tivesse levado em
consideração a questão nacionalista. De uma forma ou de outra, parece difícil
considerar um cenário em que um foro tão conservador, como foi Viena, cedesse
espaço às reivindicações de uma ideologia tão revolucionária como o
nacionalismo4.

Bibliografia:

2 “Quando a ideologia socialista começa a ocupar o posto de matriz revolucionária central das
‘forças da transformação’, pondo em cena a preocupação com a resolução da ‘questão social’,
através da retomada dos princípios igualitaristas antecipados pelos jacobinos nos curtos anos
da Convenção Republicana” (MONDAINI, 2008)
3 “A legitimidade dos governantes não deveria provir apenas do consentimento do povo, mas,

sim, de um contínuo exercício da escolha livre por parte do povo” (COSTA, Op. Cit.)
4 A “nação como novidade” (HOBSBAWM, 1990)
CORREIA, Maldonado. O Congresso de Viena-fórum da diplomacia
conservadora no refazer da carta europeia. 1994.

COSTA, Jessica. Ordem de Viena. In: Alexander Zhebit. (Org.). Ordem e Pacis:
abordagem comparativa das relações internacionais. Rio de Janeiro: Mauad X,
2008, p. 99-110.

HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismo desde 1780. Rio de Janeiro: Paz e


Terra, 1990.
______. A era das revoluções (1789-1848). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

MANIQUE, António Pedro. Portugal e as potências europeias: 1807-1847. Livros


Horizonte, 1988.

MONDAINI, Marco. Guerras Napoleônicas. In: MAGNOLI, Demétrio. (Org.).


História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2008, p. 189-218.

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