Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
1
IGREJA LUTERANA
SEMINÁRIO
CONCÓRDIA
Diretor
Leonerio Faller
Professores
Acir Raymann, Anselmo Ernesto Graff, Clóvis Jair Prunzel, Leonerio Faller, Gerson
Luis Linden, Leopoldo Heimann, Paulo Proske Weirich, Paulo Wille Buss, Raul Blum,
Vilson Scholz
Professores Eméritos
Donaldo Schüler, Paulo F. Flor,
Norberto Heine
IGREJA LUTERANA
ISSN 0103-779X
Revista semestral de Teologia publicada em junho e novembro pela Faculdade de
Teologia do Seminário Concórdia, da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB),
São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil.
Conselho Editorial
Paulo P. Weirich (Editor), Gerson L. Linden e Acir Raymann
Assistência Administrativa
Ivete Terezinha Schwantes e Saulo P. Bledoff
Solicita-se permuta
We request exchange
Wir erbitten Austausch
CORRESPONDÊNCIA
Revista Igreja Luterana
Seminário Concórdia
Caixa Postal 202
93001-970 – São Leopoldo/RS
Telefone: (0xx)51 3037 8000
e-mail: revista@seminarioconcordia.com.br
www.seminarioconcordia.com.br
2
SUMÁRIO
RESENHA BIBLIOGRÁFICA 5
Raul Blum
AUXÍLIOS HOMILÉTICOS 7
IGREJA LUTERANA
Volume 73 – Novembro 2014 - Número 2
3
RESENHA
RESENHA BIBLIOGRÁFICA
HERL, Joseph. Worship Wars in Early Lutheranism:
choir, congregation, and three centuries of conflict.
New York: Oxford University Press Inc., 2004.
5
IGREJA LUTERANA
Raul Blum
Professor do Seminário Concórdia de São Leopoldo/RS
6
AUXÍLIOS HOMILÉTICOS
CONTEXTO
ASPECTOS DO TEXTO
7
IGREJA LUTERANA
O TEXTO
8
PRIMEIRO DOMINGO NO ADVENTO
9
IGREJA LUTERANA
CONCLUSÃO
10
SEGUNDO DOMINGO NO ADVENTO
7 de dezembro de 2014
CONTEXTO LITÚRGICO
12
SEGUNDO DOMINGO NO ADVENTO
13
IGREJA LUTERANA
preparo. Pelo contrário, ela sempre aponta para a obra de Cristo, que nos
traz paz com Deus, nos declara “sem mácula” e, através da fé em Cristo,
nos considera irrepreensíveis. Por isso, esta preparação não depende do
que nós fazemos, mas depende do que Deus faz em nós, nos levando ao
arrependimento e à fé em Jesus.
Esta perspectiva do fim produz um poderoso efeito na vida e na conduta
do cristão. A fé de quem aguarda a vinda do Senhor não é de ociosa, mas
é ativa, vigilante e confiante. Nossa esperança é que o Espírito Santo use
nosso testemunho, nossa vida, nosso serviço, nossa boca... para trazer
ainda mais pessoas ao arrependimento e à salvação.
14
TERCEIRO DOMINGO NO ADVENTO
14 de dezembro de 2014
CONTEXTUALIZAÇÃO
Após ter dito aos tessalonicenses que deviam acatar, com respeito,
os que admoestam e trabalham em nome do Senhor, o apóstolo Paulo
deixa alguns ensinamentos, ou preceitos, para a vida cristã. A situação
do povo tessalônico era delicada. O cenário era de uma igreja com pro-
blemas e em dificuldades, com tensões internas, o que continua hoje nas
comunidades cristãs.
“Regozijai-vos sempre” (v.16). A ênfase de Paulo aqui não está na
alegria em si, mas sim na possibilidade do crente de regozijar-se sempre.
Tendo encontrado Cristo na manjedoura e visto a salvação humana, é
assim que o crente vive agora. A alegria faz parte. Não que agora viverá
sem sofrimentos; estes continuarão. Porém, o cristão se alegra na com-
panhia e auxílio divino que vêm até ele. O relacionamento íntimo que
o crente tem com Cristo capacita-o a lidar com decepções e tristezas,
enfrentando-as. E, ao passo que o cristão tem essa alegria, também pode
transmiti-la e consolar também outras pessoas com o “Emanuel”, que vive
no meio do Seu povo, dos desanimados e dos fracos. Em suma, a alegria
da vida cristã vem da oração respondida (v.17), e é expressada na forma
de gratidão (v.18).
“Orai sem cessar” (v.17). Este é um ensinamento comum nos escri-
tos de Paulo. O apóstolo não estabelece ou sugere dias e horários, mas
apenas diz para que os crentes orem sem cessar, ou seja, o cristão pode
manter, através da oração, uma comunhão íntima com Deus, seja falada
ou silenciosa. De que, nos tormentos, não está só, mas o próprio Deus
enxuga suas lágrimas e faz com que deite em paz e logo pegue no sono,
podendo interceder também ao mesmo tempo pelos outros. Através deste
meio de comunhão com Deus, os tessalônicos, bem como o povo atual,
podem enfrentar melhor as dificuldades que surgem.
“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo
Jesus para convosco” (v.18). Por causa do Menino-Deus, os desanimados
são consolados, os fracos são amparados e o povo é salvo. Por isso Paulo
diz: “Em tudo dai graças...”. No grego aparece a expressão “evn panti,”,
que significa, literalmente, “em tudo”. Os crentes devem achar razão para
louvar e agradecer a Deus em qualquer situação (nas boas e nas más), a
todo tempo. Nos sofrimentos e nas adversidades, o crente sente alegria
por causa da sua comunhão íntima com Cristo que não pode ser derru-
16
TERCEIRO DOMINGO NO ADVENTO
17
IGREJA LUTERANA
PROPOSTA HOMILÉTICA
Charles T. da Rocha
Santa Maria de Jetibá/ES
charles.tailor.da.rocha@hotmail.com
18
QUARTO DOMINGO NO ADVENTO
21 de dezembro de 2014
Lucas 1.26-38
Nota: Contexto e análise do texto: ver Igreja Luterana, vol. 49, nº 2, ano 1990.
INTRODUÇÃO
CONCLUSÃO
Osvino Vorpagel
Indaial/SC
ielbindaial@hotmail.com
20
DIA DE NATAL
25 de dezembro de 2014
Hebreus 1. 1-6
CONTEXTO HISTÓRICO
22
DIA DE NATAL
Erno Maas
Igrejinha/RS
ernomaas@yahoo.com.br
23
PRIMEIRO DOMINGO APÓS NATAL
28 de dezembro de 2014
TEXTOS E CONTEXTO
V. 4: “...Deus enviou seu Filho, vindo de mulher, vindo sob a lei...” – Cha-
ma atenção o verbo usado por Paulo. Ele não diz nascido, mas γενόμενον
– tornado. Usa duas vezes: de mulher e sob a lei. Paulo afirma que quando
chegou o tempo escolhido por Deus, o Filho de Deus não começou a existir,
mas se tornou o que antes Ele não era: o Deus homem. Ele não começa a
existir no momento do seu nascimento, mas o Filho de Deus, que sempre
existiu, se torna homem. Sendo o Deus homem, Ele pode realizar o que
ninguém conseguiria fazer: sofrer os castigos da lei, cumpri-la perfeitamen-
te e assim libertar/resgatar a humanidade. É nesse sentido que Paulo usa
pela segunda vez o verbo γενόμενον, o Filho de Deus que não estava sob
a lei, obedecendo ao Pai e por vontade própria se colocou debaixo da lei
igualando-se aos homens e resgatando os que por si mesmos não tinham
nenhuma condição de sair do estado de condenação.
25
IGREJA LUTERANA
que, de uma vez por todas e por todos, se colocou obedientemente sob a
lei e sob a cruz. E isso com um objetivo: a fim de que todos sejam tornados
filhos. Dentro do contexto bíblico, o uso de Paulo desta figura escravo-filho
tem significado importante. Ser adotado como filho era o desejo e sonho de
qualquer escravo. Nesse contexto, Paulo afirma que o ser humano é resga-
tado da escravidão da lei e tornado filho de Deus: sem riscos de castigo e
condenação, mas filho amado de um Pai amoroso.
V. 6: “Espírito do seu Filho que clama: Pai, meu Pai.” – Uma das tarefas
do Espírito Santo é fazer a humanidade orar (Rm 8.26). Orar e clamar são
atitudes que o Espírito Santo faz no homem. É tirar os olhos de si mesmo
e olhar para fora, para aquele que pode resolver o problema que o próprio
ser humano criou e não pode resolver!
Este clamar tem um caráter de certeza do amor de Deus. É o pedido
que brota de um coração que sabe que não é mais escravo e que não
pode mais ser condenado ou acusado pelo diabo, mundo e carne, pois se
encontra junto com Cristo.
26
VÉSPERA DE ANO NOVO
31 de dezembro de 2014
LEITURAS
LUCAS 12.35-40
28
VÉSPERA DE ANO NOVO
29
IGREJA LUTERANA
E por que isso? Porque Ele “não poupou o seu próprio Filho, antes,
por todos nós o entregou, porventura, não nos dará com ele todas as
cosias?” (Rm 8.32)
O verbo usado aqui é paradi,dwmi (entregar uma pessoa ao domínio de
alguém outro, envolvendo a entrega de uma pessoa supostamente culpada
para que seja punida pelas autoridades, ou a entrega de um indivíduo
aos inimigos que, supostamente, se aproveitarão da vítima de forma in-
devida – “entregar, trair”). Aponta especialmente a morte de Cristo por
crucificação “o Filho do Homem será entregue (paradi,dwmi) nas mãos dos
homens, e o matarão” (Mc 9.31). Ou seja, ali se deu o maior ato do amor
de Deus em favor da humanidade – seu próprio Filho. Paulo ressalta bem
esse ato de Deus em favor da humanidade.
Num primeiro momento deve ser ressaltado que se Deus não poupou
seu próprio Filho, fica evidente também o quanto é grande a ira de Deus
para com o pecado. Alguém teve de pagar o preço por isso – Jesus – não
foi com ouro ou prata, mas foi com seu santo e precioso sangue.
Conectando os textos do dia para a data proposta, seria oportuno
apontar o Deus presente na vida do ser humano. Podemos fazer isto
mencionando o cuidado divino ao longo da nossa existência, lembrando
ainda do ano que passou. Da mesma forma Deus estenderá seu cuidado
em mais este ano que se inicia. Em Cristo Deus está presente em nossa
vida, concedendo todo o necessário para a nossa existência aqui neste
mundo. E nada pode nos separar deste amor: “Quem nos separará do amor
de Cristo”? (v. 35). Paulo quer deixar bem claro que Deus está presente
na vida dos seus filhos, os quais foram redimidos pelo sangue de Jesus.
E esse cuidado é estendido a todos os povos do mundo inteiro.
SUGESTÃO HOMILÉTICA
30
VÉSPERA DE ANO NOVO
Marcos Reinicke
Bela Vista/MS
marcosreinicke@gmail.com
31
CIRCUNCISÃO E NOME DO SENHOR / DIA
DE ANO NOVO
1º de janeiro de 2015
CONTEXTO BÍBLICO
33
IGREJA LUTERANA
34
CIRCUNCISÃO E NOME DO SENHOR / DIA DE ANO NOVO
V. 28: Para falar da unidade, Paulo usa primeiramente uma forma ne-
gativa, onde descreve três situações desiguais: diferenças raciais, “judeu
e grego”, ver o muro de separação entre eles (Ef 2.14). Sociais: “escravo
e liberto”, onde escravo não era considerado ser humano, mas sim, ferra-
menta que respirava (Aristóteles). Sexuais: “homem e mulher”. Judeus,
em sua oração matinal, agradeciam a Deus por não terem nascido mulher,
escravo ou gentio. Paulo diz aqui que essas diferenças não existem quando
o assunto é a justificação pela fé em Cristo Jesus.
35
IGREJA LUTERANA
SUGESTÕES HOMILÉTICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
36
EPIFANIA DO SENHOR
4 de janeiro de 2015
CENÁRIO LITÚRGICO
CONTEXTO LITERÁRIO
E com este amor vem a revelação do mistério, que nada mais é que,
perante Deus, não há diferença de pessoas. Todas são iguais, todas são
necessitadas e de igual modo recebem o amor de Deus. Tanto judeus
quanto gentios não são merecedores da graça, mas a obra de Jesus salva
ambos. O mundo pode fazer esta distinção, mas perante os olhos de Deus
todos são iguais.
Quantos gentios existem atualmente? Quantas vezes somente aqueles
que estão dentro da igreja são tratados como dignos do amor de Deus!
Somente aqueles que estão domingo após domingo ouvindo as homilias
como povo de Deus! Sim, quantos gentios existem por aí sendo excluídos
do povo de Deus?
Ninguém está excluído da salvação. A graça de Jesus não é seletiva,
todos devem ter a oportunidade de ouvir a mensagem da salvação. Hoje
ainda existem alguns gentios: prostitutas, homossexuais, dependentes
químicos, criminosos, etc. Contudo, as portas do evangelho devem sempre
estar abertas, pois todos são seres humanos que necessitam da salvação
dada por Deus.
De que lugar retirar forças para essa missão? Paulo responde que, pela
esperança, mesmo estando preso, recebendo críticas ao seu trabalho com
os gentios, apesar dessas adversidades encontrava forças na esperança
de saber que a sua obra servia para conduzir os gentios aos braços do
Senhor Jesus.
Por fim, chega ao encontro da epifania o tema deste dia litúrgico: nós
somos apenas meios pelos quais é manifestado o amor de Deus, através
da nossa vocação e dos afazeres do dia a dia. Todos os cristãos são apenas
assim como Paulo, prisioneiros de Cristo por causa do amor.
Rafael Schultz
São Leopoldo/RS
rafaelschultz205@hotmail.com
38
PRIMEIRO DOMINGO APÓS EPIFANIA / O
BATISMO DO SENHOR
11 de janeiro de 2015
CENÁRIO LITÚRGICO
Salmo 29: Este Salmo nos recorda o grande poder e o amor de Deus
sobre o mundo natural. Embora sua majestade seja maior do que as pa-
lavras possam descrever, o SENHOR conhece, cuida e ama a cada um de
nós. Apesar de sermos impotentes diante dos nossos problemas do dia a
dia, podemos e devemos colocar nossa vida nas mãos dEle, o Todo- Po-
deroso. Ele quer nos ajudar e é o único que pode fazer isso. O SENHOR
dá força ao seu povo, o SENHOR abençoa com paz o seu povo.
O TEXTO
ÊNFASE
40
PRIMEIRO DOMINGO APÓS EPIFANIA / O BATISMO DO SENHOR
do capítulo, por que ele assim procede: como viveremos ainda no pecado,
nós, os que para ele [o pecado] morremos? (2) O que Paulo diz com isso
se torna claro à medida que ele desenvolve o conceito no restante do
capítulo: e não mais sirvamos o pecado como escravos (6,17,18,22); o
pecado já não terá domínio sobre nós.
“Morrer para o pecado” não significa ser insensível à sua tentação,
pois Paulo deixa claro que o pecado continua sendo atraente para os
cristãos e deve ser combatido a cada dia. Antes, significa ser libertado da
tirania absoluta do pecado, do estado em que o pecado exerce domínio
incontestável, do estado em que todos vivíamos antes da conversão. Em
consequência dessa morte para o pecado, não podemos continuar a viver
nele (2b), pois o ato constante de pecar revela a tirania do pecado, uma
tirania da qual o cristão já foi libertado.
Os vv. 3-5 revelam o meio pelo qual “morremos para o pecado”: pela
união com Jesus Cristo em sua morte. O rito de iniciação cristã, o batismo
com água, coloca-nos num relacionamento com Jesus Cristo e de modo
mais específico com a morte de Cristo (3).
Essa “união” com Cristo não é uma fusão mística da nossa própria
pessoa com a de Cristo, mas um relacionamento “jurídico” no qual Deus
nos vê em união com seu Filho e assim aplica a nós os benefícios conquis-
tados por seu Filho. Pode-se dizer, assim, que fomos sepultados com ele
na [sua] morte pelo batismo. O que Paulo diz com isso não é que o nosso
batismo simplesmente simboliza, com a submersão na água, a morte e
o sepultamento de Cristo, pois Paulo deixa claro que fomos sepultados
“com” ele, não “como” ele. Antes, Paulo está dizendo que a nossa fé,
simbolizada pelo batismo, coloca-nos num relacionamento com o próprio
sepultamento de Cristo.
41
SEGUNDO DOMINGO APÓS EPIFANIA
18 de janeiro de 2015
CONTEXTO LITÚRGICO
Leituras
Salmo 139.1-10: O Salmo trata da onipresença e onisciência de Deus
em torno do seu povo. Ele pode ser dividido em dois blocos: 1) dos versí-
culos 1-6, trata-se da onisciência de Deus; dos versículos 7-10, trata-se
da onipresença de Deus.
1 Samuel 3.1-10 (11-20): O relato do Antigo Testamento apresenta
o chamado de Samuel, concebido de forma especial. Ana, sua mãe, era
estéril, agora é chamado por Deus. Ele, instruído pelo profeta Eli, responde
ao chamado do Senhor: “Fala, porque o teu servo ouve”.
1 Coríntios 6.12-20: Cristo uniu o cristão a Ele e ao irmão, portanto,
a imoralidade não deve ter lugar entre o povo de Deus, pois o cristão é
templo do Espírito Santo.
1
GIESCHEN, Charles A. Preaching through the seasons of the Church Year. In: Preaching
is Worship - The sermon in context Paul 1. Grime e Dean W. Nadasdy (ed). Saint Louis:
Concordia Publishing House, 2001, p.97.
2
JUST, Arthur A. Heaven on Earth - The Gifts of Christ in the Divine Service. Saint Louis: Concordia
Publishing House, 2001, p.137.
SEGUNDO DOMINGO APÓS EPIFANIA
3
Comissão de Culto da Igreja Luterana do Brasil. Culto Luterano - Liturgias e orações. Porto
Alegre: Concórdia, 2010, p. 45.
4
KINNAMAN, Scot A. (Ed). Treasury of Daily Prayer. Saint Louis: Concordia Publishing House,
2008. p.1094.
43
IGREJA LUTERANA
Vv. 43,44: “No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galileia e
encontrou a Filipe, a quem disse: Segue-me. Ora, Filipe era de Betsaida,
cidade de André e de Pedro”. O aspecto relevante é que não se vê nenhuma
intenção na direção Filipe/Jesus. Ele não estava procurando por nada. Não
consta, no evangelho, que alguém tenha falado acerca de Jesus para ele.
Cristo o encontrou e se revelou a ele. Segundo comentário, a ordem de
Cristo: “Segue-me” é tão cheia de significado que é só usada pelo Senhor,
e é dirigida a apenas um caso fora do círculo dos apóstolos, o jovem rico
a quem Jesus amava (Mateus 19.21, Marcos 10.21).5
Este “segue-me” tem em si mesmo autoridade para realizar aquilo que
Cristo disse. A voz que disse ao mar: “Acalma-te. Emudece” é a mesma
voz que diz para o oprimido: “Vinde a mim, e eu vos aliviarei”. A mesma
voz disse: “Segue-me”. Tais palavras não foram um convite para o mar,
um convite ao oprimido e a Filipe. É a palavra de Jesus e tal palavra faz
com que as coisas aconteçam conforme o que Ele diz. É uma Palavra que
cria a “vinda” do oprimido, que cria a calmaria ao mar agitado e que faz
de alguém um seguidor de Cristo. Os imperativos de Jesus, ordens, criam
e formam aquilo que Ele ordenou.
5
Informações consultadas no site http://biblehub.colcommentaries/john/l-43.htm, no dia
22/07/2014, às 16h29min.
44
SEGUNDO DOMINGO APÓS EPIFANIA
Vv. 47-49: “Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis
um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Perguntou-lhe Natanael:
Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar,
eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. Então, exclamou Natanael:
Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!”
Natanael aceita o convite e vai conferir quem é Jesus. Antes de serem
“oficialmente apresentados”, Jesus revela a sua divindade a Natanael apre-
sentando a ele um conhecimento sobre a sua vida pessoal. Após Cristo
revelar-se para Natanael, a resposta é o reconhecimento de que Jesus é o
Cristo, o Messias enviado da parte de Deus, o sacrossanto Verbo encarnado.
Na história da mulher samaritana, um caso parecido acontece. Ela convida
seus compatriotas para ouvirem Jesus. Ela lhes anuncia aquilo que viven-
ciou com Cristo. No final do relato, temos o testemunho dos que viram e
ouviram o que Jesus tinha a dizer: “Já agora não é pelo que disseste que
nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este
é verdadeiramente o Salvador do mundo” (João 4.42).
É interessante refletir qual a diferença entre conhecimento histórico
da vida de Jesus e a fé em Jesus. Em um programa da KFUO, rádio da
LCMS, o pastor as diferencia em duas frases: 1. Conhecimento histórico:
Jesus morreu pelo ser humano; 2. Fé em Jesus: “Jesus morreu pe-
los pecados”.
Vv. 50,51: “Ao que Jesus lhe respondeu: Porque te disse que te vi
debaixo da figueira, crês? Pois maiores coisas do que estas verás. E acres-
centou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os
anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
A resposta que Jesus concedeu a Natanael é uma promessa que
ele veria e ouviria tantas coisas que causariam grande admiração. O
versículo 51 aparentemente é muito similar ao sonho que Jacó teve,
vendo uma escada com anjos subindo e descendo ao céu. É importante
destacar especialmente o céu aberto para todos aqueles que ouvem
e confiam em Jesus. O secular cântico Te Deum laudamus expressa a
verdade do céu aberto por Cristo nas seguintes palavras: “Tu, quando
tomaste sobre ti livrar o homem, te humilhaste a nascer duma virgem.
Tu, quando venceste o aguilhão da morte, abriste a todos os fiéis o
reino celeste”.
ASPECTOS HOMILÉTICOS
45
IGREJA LUTERANA
Elissandro Silva
Ponta Grossa/PR
hans_luther@hotmail.com
46
TERCEIRO DOMINGO APÓS EPIFANIA
25 de janeiro de 2015
AS LEITURAS
O CONTEXTO
O TEXTO NO CONTEXTO
48
TERCEIRO DOMINGO APÓS EPIFANIA
tãos, especialmente por achar que o fim dos tempos já estava chegando
(“tempo abreviado”)!
Vv. 36-38: “A sua filha” (v.36) ou “a sua filha virgem” (v.38); declaração
com duplo sentido: a sua filha ou a sua filha prometida (noiva).
V. 39: (Ver passagem paralela em Rm 7.2-3). “Somente no Senhor”
quer dizer casamento com um cônjuge cristão.
V. 40: Novamente aqui Paulo afirma expressar a sua opinião.
MEDITATIO
O apóstolo Paulo imagina que o mundo logo vai acabar, pensa que
Jesus em breve retornará. É nesse contexto que devemos entender a
perícope.
“O tempo se fez curto” (v.29). “Pois passa a forma deste mundo” (v.31).
É por pensar assim que o apóstolo afirma que casados, os que choram, os
que se alegram, os consumidores, os exploradores deste mundo, sejam
como se não fizessem essas coisas, sejam como se não fossem assim.
Por quê? Porque Jesus está chegando!
Paulo não está pregando desordem. Não está mandando marido de-
samparar sua mulher e esposa abandonar seu esposo. Nem está sendo
insensível com os que lamentam e sofrem seja lá qual for o motivo. Tam-
bém não está proibindo a alegria, o divertir-se sadiamente. Pois a vida
no Reino de Deus consiste em alegria. Inclusive, nós, já podemos estar
contentes e felizes por já termos a salvação em Cristo Jesus e sermos
herdeiros da vida eterna. Tão pouco Paulo está ordenando que os cristãos
parem de comprar, fiquem sem as coisas de que precisam, passem fome
e deixem de se vestir, etc. Não está querendo criar um caos ao comércio
e desemprego por incentivar o não consumo, etc. Do mesmo modo não
está estimulando à ação contra o “enchei a terra e sujeitai-a; dominai...”
(Gn 1.28).
O apóstolo está se referindo a prioridades. Diante do fim do mundo
iminente, ele quer poupar os seus destinatários de preocupações (v.32).
Isso, para que façam o mais nobre e para que possam permanecer junto
ao Senhor sem distração (v. 35).
Lutero diz não rejeitar a virgindade, nem incentivar o seu abandono,
mas também não encorajar o casamento. Pois cada um deve agir como
pode e conforme sente ser a vontade de Deus. Porém, Lutero tem que
falar contra o ensinamento errôneo das pessoas que exaltam a virgindade
muito mais do que o estado matrimonial. Ele vai dizer que ante Deus não
existe estado melhor do que o estado matrimonial. Contudo, na terra,
ser solteiro seria melhor por causar menos preocupações e incômodos e
também por poder se dedicar mais à anunciação do evangelho e à palavra
49
IGREJA LUTERANA
de Deus, já que teria mais tempo (grifo meu). É nesse sentido, então, que
ser solteiro acaba sendo melhor do que casado. Mas o ser solteiro, em si
mesmo, é um estado bem inferior (OS 5, 181).
Hoje em dia ainda há os que exaltam o estado de solteiro e virginda-
de (castidade) acima do estado matrimonial. Além disso, existe ainda a
proibição do casamento em certos círculos, “aos religiosos”. Lembramos
aqui a palavra de Paulo a Timóteo, dizendo ser a proibição do matrimônio
doutrina de demônios (1Tm 4.1-3).
Mas a questão que surge é: Em que contexto se situa a epístola em
relação às demais leituras? Bem, o evangelho de Marcos se assemelha
ao livro de Jonas por pregar uma mensagem de arrependimento. Por trás
do texto da epístola está a ideia do fim. Logo, podemos fazer uma ponte
com o evangelho. Pois, na verdade, desde a vinda de Jesus já estamos
nos “últimos dias”. É o tempo da graça, “o dia de ser salvo”. Diante disso,
somente fé, confiança e esperança no Senhor mesmo, como consta no
salmo.
Então, se for da escolha, pode-se fazer um sermão com as leituras
vinculadas.
PROPOSTA HOMILÉTICA
50
QUARTO DOMINGO APÓS EPIFANIA
1º de fevereiro de 2015
LEITURAS
CONTEXTO
Vv. 1-3: Paulo fala do que tratará neste capítulo, a saber, dos alimentos
oferecidos a ídolos. Muitos dos cristãos de Corinto, assim como muitos
cristãos hoje, tinham a idéia de estarem tão bem baseados em um co-
nhecimento intelectual que se julgavam acima de qualquer dano. Paulo
escreve criticando e alertando estes cristãos, dizendo que esse tipo de
conhecimento enche as pessoas de orgulho, mas o amor edifica. Paulo,
com toda a franqueza, fala que a atitude de uma pessoa, em achar que
tem todo o conhecimento de Deus e de sua essência, e que se considera
acima de qualquer superstição gentia, é pecaminosa.
Quanto mais uma pessoa, movida em toda a humildade e sob a graciosa
condução de Deus, estuda as doutrinas maravilhosas que Deus concedeu
às pessoas em Sua palavra da graça, tanto mais precisa aumentar esta
humildade, e ainda irá dizer: “só em parte o conhecemos, e somente uma
pequena parte disso”.
52
QUARTO DOMINGO APÓS EPIFANIA
Vv. 4-6: Paulo fala sobre o assunto proposto para este capítulo, afir-
mando que um ídolo não é nada neste mundo, e que não tem sequer
existência neste mundo. A repulsa que alguns cristãos sentiam vinha
especialmente dos recém-convertidos, que deixaram de realizar estes
sacrifícios, como se saíssem das trevas para a luz. Fica aqui somente
uma verdade: só há um Deus verdadeiro, senhor de céus e terra. Lutero
afirma que se há somente um Deus e os deuses nada são, por que deve-
mos atormentar a nossa mente por causa deles? Não há necessidade de
sair quebrando ou destruindo tais imagens. Devemos, sim, é nos afastar
delas e não depositar nelas a nossa confiança, pois isso seria idolatria.
Observando textos como Deuteronômio 10.17 e o Salmo 136.2, vemos
a inexistência de deuses diante do Deus verdadeiro. A palavra “deuses”
se aplica às divindades gentias e a palavra “senhores” ao seu presumido
domínio. Porém nós cristãos temos somente um único Deus, a saber, o
Pai, do qual existem todas as coisas e nós para Ele, e um Senhor, Jesus
Cristo, por meio de quem todas as coisas existem e nós por meio dEle.
Nota-se aqui a veemência com que é ensinada a doutrina de Deus, de
Sua pessoa e de Sua obra principal por nós. E não resta espaço algum
em todo o universo para outras divindades.
53
IGREJA LUTERANA
54
QUINTO DOMINGO APÓS EPIFANIA
8 de fevereiro de 2015
SOBRE O PERÍODO
56
QUINTO DOMINGO APÓS EPIFANIA
PERÍCOPE ESTUDADA
V. 17: A tradução ARA deste versículo parece não ser a melhor. Ela pa-
rece dar um sentido figurado na tradução. Na primeira parte do versículo,
Paulo usa o termo “pagamento/salário” (μισθός) por um serviço prestado.
Visto que apóstolo está tratando de seus direitos como apóstolo, que envol-
vem, entre outras coisas, o salário, e que está falando claramente aos seus
57
IGREJA LUTERANA
V. 19: Esse versículo faz a ligação do que Paulo fala antes da perícope
estudada com o restante do texto – o “agir em amor”, ou a tratativa do
pastor em cada contexto sem perder o foco que é o evangelho. Neste ponto
seria interessante a leitura do Artigo X da Fórmula de Concórdia, Declaração
Sólida, no Livro de Concórdia, p.654-660. Também a reflexão sobre o mesmo
artigo em GOERL, Otto A. Cremos, por isso também falamos. p.101-105.
58
QUINTO DOMINGO APÓS EPIFANIA
Vv. 24,25: Nesta última parte, Paulo muda o linguajar de seu discurso
– faz uma alusão da vida cristã a uma corrida de competição, um linguajar
bem contextual do povo. Para Paulo, devemos nos apresentar na corrida
de maneira que sempre visemos ao prêmio final, certos de que podemos
alcançá-lo. E, assim como qualquer atleta, exercendo autocontrole em
todas as coisas (v.25). O estudioso Lockwood, em seu comentário de 1
Coríntios (Concordia Publishing House), menciona que tanto em tempos
antigos como também nos modernos, qualquer competidor precisa de
renunciar a alguns hábitos a fim de concentrar-se totalmente na prepa-
ração para a meta, exercer controle sobre si mesmo. Esse autocontrole,
segundo ele, “é um dos frutos do Espírito que devem ser encontrados na
vida de todos os cristãos (Gl 5.23; 2 Pedro 1.6). É uma das qualidades
essenciais em um ministro do evangelho (Tt 1.8)”. (p.318). Paulo, nessa
parte, ainda cita a si mesmo como exemplo. Tem seu objetivo bem claro
à frente e visa à vitória, não só sua, mas também de outros. Afinal, ele é
um despenseiro do evangelho que vai à busca de todos.
V. 27: Nesse versículo, Paulo conclui essa parte de seu escrito. O ver-
bo ὑπωπιάζω – traduzido pela NVI e ARA por “esmurrar”, pela BJ “tratar
duramente” – dá ideia de manter o próprio corpo sob controle completo,
possivelmente como parte de uma disciplina. O Léxico Grego-Português
do Novo Testamento diz que esse significado foi certamente tirado do
mundo do boxe, que significa “manter sob controle, exercer autocontrole”.
Portanto, Paulo mantém seu corpo sob controle, se esmurra (num sentido
metafórico), a fim de deixar seu corpo preparado para o serviço que ele
presta. Isto para que, “tendo proclamado a mensagem aos outros, venha
eu mesmo a ser reprovado” (BJ). Interessante a tradução do versículo na
NTLH: “Eu trato o meu corpo duramente e o obrigo a ser completamente
controlado para que, depois de ter chamado outros para entrarem na
luta, eu mesmo não venha a ser eliminado dela”. Expressa muito bem o
linguajar de competição que Paulo trabalha nessa seção final da perícope
(vv.24-27).
COMENTÁRIO HOMILÉTICO
59
IGREJA LUTERANA
ênfases do período e dos textos anteriores, dá, sim, para fazer conexões
entre as mesmas com a epístola proposta. Vemos, nos outros textos, o
grande enfoque à revelação de Deus na natureza e no meio do povo –
revelação por meio da Palavra. O apóstolo é um instrumento de Deus
para levar esta palavra às mais diferentes das nações. De certa maneira,
como representante de Deus, o apóstolo não deixa de expressar através
de suas ações também evangelho de Cristo. No Salmo, na leitura do AT e
também no evangelho do dia, percebemos um Deus soberano que vai ao
encontro dos fracos e que se faz fraco (Deus na cruz) por cada um destes.
O apóstolo, como representante de Deus, também se fez tudo para com
todos, a fim de ganhar alguns.
Mais conexões poderiam ser feitas, mas o estudo é apenas para le-
var à reflexão, não “resolver todos os problemas”. Neste estudo não se
pretende deixar um tema central para elaboração da mensagem, visto
ser interessante construí-la em cima de todo o texto. Mas, sem dúvida, é
bem interessante destacar a fraqueza ou o Deus que se faz de fraco para
ganhar os fracos.
60
A TRANSFIGURAÇÃO DE NOSSO SENHOR
15 de fevereiro de 2015
INTRODUÇÃO
62
A TRANSFIGURAÇÃO DE NOSSO SENHOR
Vv. 1,2: Διὰ τοῦτο, ἔχοντες τὴν διακονίαν ταύτην καθὼς ἠλεήθημεν,
οὐκ ἐγκακοῦμεν ἀλλὰ ἀπειπάμεθα τὰ κρυπτὰ τῆς αἰσχύνης, μὴ
περιπατοῦντες ἐν πανουργίᾳ μηδὲ δολοῦντες τὸν λόγον τοῦ θεοῦ
ἀλλὰ τῇ φανερώσει τῆς ἀληθείας συνιστάνοντες ἑαυτοὺς πρὸς πᾶσαν
συνείδησιν ἀνθρώπων ἐνώπιον τοῦ θεοῦ.
“Desfalecemos” (ἐγκακοῦμεν) = estar exausto, desmaiar. Normal-
mente no NT com o sentido de “desfalecer, sentir medo”.
A obra do Cristo que se revela no monte da transfiguração é o que
faz com que nós não desfaleçamos; mas, nos guia e guarda em nossa
caminhada nesse mundo, nos levanta em cada tropeço, segura nossa
mão e até mesmo nos carrega em seus braços quando necessário. Além
disso, é a misericórdia de Cristo que nos leva a lutar contra aquilo que é
contrário à Palavra do Senhor!
63
IGREJA LUTERANA
PROPOSTA HOMILÉTICA
64
QUARTA-FEIRA DE CINZAS
18 de fevereiro de 2015
CONTEXTO LITÚRGICO
TEXTOS
2 CORÍNTIOS 5.20-6.10
66
QUARTA-FEIRA DE CINZAS
Até aqui, nos versículos 20 e 21, o apóstolo Paulo fala sobre reconci-
liação de Deus para com os homens. Agora ele passa a explicar através de
quem isso acontece. Ou seja, começa falar sobre o caráter do ministério
verdadeiro.
No capítulo 6, v.1, Paulo está explicando por meio de quem se dá essa
reconciliação, e podemos ver isso na palavra traduzida como “cooperado-
res” (Συνεργοῦντες) e, logo em seguida, que exortam (παρακαλοῦμεν).
As duas remetem aos ministros de Deus, àqueles que têm como ofício
levar a mensagem da reconciliação da parte de Deus. E, conforme Paulo,
quando esses são atacados, muitos podem perder sua fé, e é isso que vem
a ser a “graça vã”. Pois junto do ataque aos ministros e até a sua rejeição,
também a palavra pode estar sendo rejeitada, e essa era a preocupação de
Paulo em relação aos coríntios. Que, por causa dele, os coríntios viessem
a perder sua fé em Cristo.1
1
LINDEN, Gerson Luis. Estudo exegético de 2 Coríntios 6.1-10 e aplicação ao ministério da
igreja hoje. Igreja Luterana, n.2, 1997, p.165ss.
67
IGREJA LUTERANA
PONTOS DE CONTATO
SUGESTÃO HOMILÉTICA
Embora o texto fale mais para o ministro, ele traz o conteúdo essencial
da fala do ministro, ou seja, o ministro como reconciliador, aquele que está
em nome de Deus buscando os perdidos. Assim sendo, poderia se ter um
tema voltado à reconciliação, tendo por objetivo destacar a reconcilia-
ção feita por Deus e o ministro como colaborador de Deus nesse sentido.
Pois o assunto ministério é importante aos ouvintes, pois é através do
ministério que são reconciliados.
68
PRIMEIRO DOMINGO NA QUARESMA
22 de fevereiro de 2015
CONTEXTO LITÚRGICO
LEITURAS
Vv. 16,17: Como foi dito anteriormente, sendo santo e perfeito, não
existe em Deus mal nenhum, sendo ele a fonte de todo o bem. Neste
trecho o apóstolo confirma isto quando diz: “Toda boa dádiva e todo dom
perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode
existir variação ou sombra de mudança” (17). Deus é imutável. O Deus
que criou o universo, que libertou seu povo da escravidão, continua sendo
o mesmo Deus todo-poderoso que é a fonte de todo bem. Por isso, con-
fiamos que a tentação para o mal jamais vem de Deus.
V. 18: “Pois, segundo seu querer, ele nos gerou pela palavra da
verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas”.
Todos nós nascemos mortos, mas pelo batismo nascemos de novo
como o próprio Jesus relata no Evangelho de João 3.1-16. Como filhos
amados de Deus, agora somos as primícias, ou seja, temos todos os
privilégios para com Deus, somos as principais criaturas e, por conta
disso, ele nos dá a força necessária para vencermos as tentações do
mundo e da nossa carne.
PROPOSTA HOMILÉTICA
70
PRIMEIRO DOMINGO NA QUARESMA
IV. Conclusão
- Somos filhos amados de Deus através do batismo
- Somos a primazia de Deus.
71
SEGUNDO DOMINGO NA QUARESMA
1º de março de 2015
TEXTO
vicária, ou seja, padeceu sob a lei, estamos todos justificados, e por meio
da fé, temos paz com Deus.
Vv.7,8: Dificilmente alguém coloca sua mão no fogo por outra pessoa,
quanto mais morrer em lugar dela. Pode ser que por amor a alguém dentro
família isso possa acontecer. É aí que culmina o sacrifício de Cristo, pois
ele veio a padecer quando todos estavam perdidos e cheios de pecados,
pois todos estavam destinados ao inferno. O efeito do sacrifício vicário de
Cristo continua por todos os tempos; hoje ele (efeito) existe para todas as
pessoas, mesmo que estes sejam extremamente indignos e não mereçam
a menor demonstração de amor.
73
IGREJA LUTERANA
SUGESTÃO HOMILÉTICA
74
TERCEIRO DOMINGO NA QUARESMA
8 de março de 2015
INTRODUÇÃO
TEXTO E CONTEXTO
76
TERCEIRO DOMINGO NA QUARESMA
77
IGREJA LUTERANA
Acir Raymann
São Leopoldo/RS
acir.raymann@gmail.com
78
QUARTO DOMINGO NA QUARESMA
15 de março de 2015
LEITURAS DO DOMINGO
“Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não
vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o
resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de
tê-la” (NTLH, 2008).
“Com efeito, é pela graça que vós sois salvos por meio da fé; e isso
não depende de vós, é dom de Deus. Isto não vem das obras para que
ninguém se orgulhe” (TEC, 1994).
“Pela graça fostes salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é o
dom de Deus: não vem das obras, para que ninguém se encha de orgu-
lho” (BJ, 1985).
Esse é o tema principal da carta aos Efésios e por isso é compreensível
que a doutrina da justificação pela fé é que deve ser enfatizada. E, pelo
visto acima, nenhuma das quatro traduções citadas deixa qualquer dúvi-
da sobre essa verdade. Ela é central e não pode deixar de ser pregada e
ensinada nunca, com o risco, caso não se faça, de os cristãos se tornarem
presunçosos ou desesperados.
O apóstolo Paulo deseja que o ensino da graça seja compreendido,
celebrado e vivido em sua plenitude. Desde a eternidade Deus elegeu,
em Jesus Cristo e com a garantia do Espírito, seus filhos à salvação eter-
na, por graça. Esse ensino da eleição divina é um dos mais confortantes
ensinos da Escritura, na medida em que nem mesmo a nossa fé, nem a
salvação dependem da nossa fraca, incapaz e incoerente vontade, mas da
graciosa vontade e do infalível amor de Deus revelado na cruz de Jesus e
apresentado na sua Palavra. Deus é a fonte da nossa salvação e de todas
as outras dádivas possíveis. Dá para entender? Não, apenas crer, pois
Deus é amor (1 Jo 4.8).
Contrastado a esse incondicional amor de Deus está a verdadeira ten-
tação do ser humano: o de se fazer “deus”. Fazer-se deus considerando-se
o centro do universo, seja ele grande ou pequeno. É procurar sua própria
glória, ao invés de receber a verdadeira vida das mãos de Deus. Por isso
não é “chover no molhado” pregar, ensinar e colocar em destaque na li-
turgia, na pregação, no boletim informativo e em todos os meios possíveis
o legítimo evangelho do perdão, da vida e da salvação por graça, sem
mérito algum da parte do indivíduo.
Pregação e ensino sobre a justificação pela fé são um lado fundamental
da moeda, mas não são tudo. Tem o outro lado também. Paulo não diz que
viver como um salvo pela graça é apenas em benefício pessoal. Somos
recriados por Deus em Cristo Jesus “para boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).
A existência cristã é para “louvor da glória de Deus” (1.6) e o cum-
primento climático em Cristo (1.10). Depois de orar para que os cristãos
de Éfeso distingam essa verdade (1.15-24), Paulo apresenta o passo a
80
QUARTO DOMINGO NA QUARESMA
passo para que ocorra esse cumprimento pleno. Primeiro, ele reconciliou
consigo mesmo os indivíduos (2.1-10). Segundo, ele reconciliou esses in-
divíduos uns com os outros, pois com sua morte, Cristo derrubou barreiras
de separação existentes (2.11-22). Mas Deus foi mais longe. Ele montou
desses indivíduos um corpo, a igreja. Um mistério, é verdade, mas que foi
revelado a Paulo (3.1-6). Agora é possível dizer com maior clareza o que
Deus tem proposto para a igreja, a saber, que a multiforme sabedoria de
Deus se faça conhecida nos lugares celestiais (3.7-13).
Pela repetição de “reinos celestiais” (1.3,20; 2.6; 3.10), é possível
concluir que a existência cristã não é restrita a uma dimensão terrena,
mas ela recebe sentido e significado dos céus, onde Cristo está exaltado
à direita do Pai (1.20).
Porém, essa existência celestial é vivida aqui na terra, na igreja, na
sociedade, na família e no trabalho. Nessas esferas Deus também opera
através dos seus filhos salvos por graça. Por isso, a justificação pela fé
não é objeto apenas de ensino, mas de vida a ser vivida sob a certeza da
justificação pela fé.
Jesus Cristo concedeu aos membros de sua igreja dádivas para os
tornarem aptos a viverem na promoção da unidade e maturidade da igreja
(4.1-16) e a nova vida em pureza [não puritanismo], na sociedade (4.17-
5.21), família (5.22-6.4), trabalho (6.5-9) e nas lutas espirituais de cada
um (6.10-20), através da assistência divina do Espírito Santo.
REFLEXÃO HOMILÉTICA
81
IGREJA LUTERANA
82
QUINTO DOMINGO NA QUARESMA
22 de março de 2015
tes no Antigo Testamento isto era tão verdade que o sacerdote precisava
ofertar sacrifícios pelo pecado não apenas do povo, mas dele próprio (v.
3). Cristo é o Sumo Sacerdote que realmente se compadece dos pecados.
Ele próprio não tem pecado, mas veio para ser o Substituto da humani-
dade no perfeito sacrifício para Deus por causa do pecado de todos (cf.
Hb 2.14-18; 4.18).
Segundo, o ofício do sacerdote lhe é dado por Deus e não conquistado
por sua própria vontade ou esforço (v. 4). O autor aos Hebreus testifica
que Jesus “a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote”,
mas Deus o glorificou (v. 5) estabelecendo-o como o mediador da aliança.
Com isto não se questiona a verdadeira divindade de Jesus (plenamen-
te estabelecida em Hebreus, por exemplo, no primeiro capítulo), mas
ressalta-se que a obra de Jesus agrada plenamente o Pai, que o enviou e
constituiu perfeito sacerdote e sacrifício pelos pecados.
Terceiro, a finalidade última do sacerdócio é servir como instrumento de
Deus na obra de trazer perdão aos pecadores (v. 1). Dito de outra forma,
o ministério dos sacerdotes constituídos por Deus no Antigo Testamento
estava diretamente vinculado à justificação dos pecadores, oferecida
gratuitamente pelo próprio Deus e assinalada no sacrifício dos animais
(cf. Lv 17.11 – observe a linguagem usada por Deus – “... o sangue. Eu
vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma ...”).
Aqueles sacrifícios, repetidos ano após ano, em última análise tipificavam
o grande sacrifício que seria oferecido uma única vez pelo Sumo Sacerdote
e Filho eterno de Deus (cf. Hb 9.11-14).
REFLEXÃO HOMILÉTICA
84
QUINTO DOMINGO NA QUARESMA
Gerson L. Linden
São Leopoldo/RS
gerson.linden@gmail.com
85
DOMINGO DE RAMOS / DOMINGO DA
PAIXÃO
29 de março de 2014
87
IGREJA LUTERANA
REFLEXÃO HOMILÉTICA
Gerson L. Linden
São Leopoldo/RS
gerson.linden@gmail.com
88
QUINTA-FEIRA SANTA
2 de abril de 2015
1 Coríntios 10.16,17
I. CONTEXTO
II. TEXTO
90
QUINTA-FEIRA SANTA
Introdução
Resumir e destacar verdades do que se encontra em I – Contexto
Conclusão
1. Lembrar palavras de Lutero: em I, ponto 6
Leopoldo Heimann
São Leopoldo/RS
pastorleopoldoheimann@yahoo.com.br
91
SEXTA-FEIRA SANTA
3 de abril de 2015
INTRODUÇÃO
2) Substituto
a. O texto de Hebreus deixa transparecer a figura do Substituto. He-
breus 5.7 afirma que o Pai “podia livrar da morte” o seu Filho, mas
não o fez. A Jesus Cristo foi dada a tarefa de tornar-se o “Autor
da salvação eterna” (5.8). Sem pecado, ele morre em nosso lugar.
Foi nosso substituto. É o Cristo por nós.
b. Para ser o “Autor da salvação”, tinha que ser verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem. Hebreus é um dos livros que melhor descreve
a humanidade e também ensina que Jesus é divino. “Filho” (4.14
e 5.8) aponta para a natureza divina, de alguém sem pecado,
sem mancha, santo, capaz de carregar os pecados de todos. Por
outro lado, o fato de Hebreus apresentar o título “Jesus” (4.14 e
5.7) sem nenhum cognome sugere a ênfase na humanidade do
Salvador. Jesus ocupa o lugar de quem deveria ser punido. Todos
nós deveríamos estar na cruz pagando por nossos delitos. Por
isso o Salvador tinha que ser verdadeiro Homem para ser nosso
substituto, para sofrer as nossas dores e para que houvesse der-
ramamento de sangue. Ele se esvaziou, tornando-se servo (Fp
2.7).
c. Jesus viveu a alegria, a tristeza, o sofrimento, a tentação, a pro-
vação, a morte, seus medos e vacilações. Passou por sofrimento
e dor. Ofereceu com forte clamor e lágrimas orações e súplicas
a Deus. Aprendeu a obediência no abandono: “Deus meu, Deus
meu, por que me desamparaste?”
1) Compadecer-se
a. O termo grego para “compadecer-se” (4.15) é sumpatheo, que
93
IGREJA LUTERANA
2) Trono da graça
a. Trono indica o lugar onde fica quem tem poder. Naquela época,
o povo conhecia o trono do imperador, que matava cristãos, que
impunha tributos e leis rígidas.
b. Há um convite para achegar-nos ao trono da graça (4.16) para
receber misericórdia e socorro. Não é trono de juízo e vingança. O
trono de Deus é da graça (favor imerecido), da misericórdia (liber-
tação do castigo merecido), da vida. Isto distingue o Cristianismo
de todas as demais religiões.
c. Importante ressaltar que toda a vida e obra de Jesus convergem
na abertura do caminho para o trono da graça. Nascimento, vida
e ação de Jesus desde a manjedoura até a cruz, sua morte, res-
surreição e subida aos céus têm a finalidade de nos levar ao trono
da graça. Toda obra de Jesus tem por objetivo a propiciação dos
pecados do povo e levá-lo ao trono da graça.
d. Lutero afirma que não há outro refúgio para o crente senão na
cobertura que Jesus Cristo lhe dá. Jesus é a cobertura, proteção
e socorro contra a condenação.
e. “Socorro em ocasião oportuna” (4.16) é uma expressão indefinida
que pode envolver vários significados, mas que garante que a
pessoa não estará abandonada. Ao nos achegarmos ao trono da
94
SEXTA-FEIRA SANTA
3) Exortação
a. “Conservemos firme a nossa confissão” (4.14) lembra a neces-
sidade de definir posições. Uma conduta insossa leva o cristão à
indecisão e acaba no desinteresse. É preciso viver o batismo diário
nesta luta interior entre confissão de fé e fraqueza.
b. A firmeza na confissão dá alegria também no sofrimento; dá orien-
tação nas dúvidas e tentações; transmite segurança em meio à
mistura de ofertas religiosas e filosóficas ao nosso redor.
c. Vale lembrar outras exortações em Hebreus: 2.1 e 3.1
d. “Todos os que lhe obedecem” lembra-nos a necessidade de, mo-
vidos por seu amor, deixarmos Deus ser Deus e nós sermos o seu
povo, os filhos que ele espera que sejamos.
Conclusão
a. A Sexta-Feira Santa não é um ato fúnebre. Ela lança um olhar
sobre a novidade da cruz:
• Lá está o Salvador perfeito, sacrificando-se de uma vez por
todas para nos salvar
• Lá está o Salvador misericordioso, que se compadece de nós
e nos convida a nos achegarmos ao seu trono da graça
b. A Sexta-Feira Santa também lança um olhar para a ressurreição:
• Porque, após ser retirado da cruz, Jesus converte a dor e o
horror da Sexta-Feira Santa na alegria da Páscoa.
• Porque a cruz lembra-nos o quanto fomos e somos amados
e quão importante é, vivendo na esperança da vida eterna,
amarmos a Deus acima de todas as coisas e amarmos o pró-
ximo como a nós mesmos.
95
SÁBADO DE ALELUIA
4 de abril de 2015
CONTEXTO LITÚRGICO/HISTÓRICO
Pedro observa que Noé e sua família foram salvos por meio da água justo
como as pessoas são hoje salvas por meio do batismo, como “a indagação
de uma boa consciência para com Deus” (3.20-21).
97
IGREJA LUTERANA
quando não éramos salvos em Cristo, porque noutro tempo éramos gentios
na carne, “mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já
pelo sangue de Cristo chegastes perto” (Ef 2.13b).
A expressão que causa dúvidas em 1Pedro 4.8 é a que diz que “o
amor cobrirá a multidão de pecados”. Segundo interpretações indoutas,
se o texto afirma claramente que há pecados que são perdoados com o
envolvimento desse sentimento afetivo, então há algo nas obras que pode
trazer salvação à humanidade à parte de Cristo. Sendo assim, conclui-se
que uma pessoa que dispense amor à outra poderia se salvar. Mas isso
não é bíblico. A salvação está em Cristo: “E em nenhum outro há salvação,
porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os
homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.11), e em sua obra vicária:
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que
fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebes-
tes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro imaculado e incontaminado” (1Pe 1.18,19).
Não vamos amar o próximo por esta causa? De maneira nenhuma! O
instrumento aferidor para saber se alguém é discípulo de Cristo é o amor:
“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns
aos outros” (Jo 13.35).
Jesus amou os pecadores tanto que ele ofereceu a solução para o peca-
do. Ele morreu na cruz e convidou todos a receberem o benefício daquele
sacrifício por meio da fé obediente (Marcos 16.16; cf. Atos 2.38). Nós não
podemos e não precisamos morrer como sacrifícios pelos pecados dos ou-
tros, mas ainda temos um papel na salvação dos pecadores – a pregação
do evangelho que leva à salvação (Romanos 1.15-16; 2 Timóteo 2.2).
Tiago falou de converter o irmão que volta ao pecado. Pedro falou
para Simão que ele precisava se arrepender e rogar ao Senhor, pedindo
perdão (Atos 8.20-23). Paulo disse que devemos corrigir o irmão que
tropeça, agindo com humildade para salvá-lo (Gálatas 6.1). Judas falou
da compaixão que age com urgência, para arrebatar do fogo os contami-
nados (Judas 22,23).
98
SÁBADO DE ALELUIA
Partes:
1. Viver no amor de Deus nos ajuda a permanecer vigilantes
99
IGREJA LUTERANA
Conclusão: O amor de Deus, que em Cristo nos salvou das trevas para
a sua luz, nos enche com o seu Espírito e nos move a viver o evangelho
em palavras e ações e, especialmente, a perdoar como também fomos
perdoados. Como Deus apaga a multidão dos nossos pecados, por graça
e amor, também somos aparelhados para viver esse perdão em relação
ao próximo.
100
RESSURREIÇÃO DO NOSSO SENHOR
5 de abril de 2015
1 Coríntios 15.1-11
O FOCO PERDIDO
102
RESSURREIÇÃO DO NOSSO SENHOR
O EVANGELHO
103
SEGUNDO DOMINGO DE PÁSCOA
12 de abril 2015
SALMO 148
105
IGREJA LUTERANA
Por essa mesma razão é decisivo que olhemos para este quadro que
Deus preparou diante dos nossos olhos. Aquele pequeno grupo de pessoas
tinha o mundo inteiro contra si. Mas ali, naquele momento, intensamente
vivem aquela vida que aprenderam a conhecer junto de Jesus. Eis que
estou convosco todos os dias. Não andeis ansiosos. Invoca-me no
dia da angústia. Eles tinham promessas que Jesus lhes deixara e nas
quais ele pedia que confiassem e esperassem.
Esse Deus que cumpre promessas e está com os seus, mesmo na
morte, este é o Deus que ainda hoje precisamos conhecer. Ele e suas
promessas de que ele tem cuidado dos seus. Assim como ele cumpriu até
agora em nossas vidas, ele continua sendo fiel a si próprio e à palavra que
ele empenhou por nós até na cruz.
JOÃO 20.19-31
106
SEGUNDO DOMINGO DE PÁSCOA
1 JOÃO 1.1-2.2
107
IGREJA LUTERANA
Paulo P. Weirich
São Leopoldo/RS
weirich.proskep@gmail.com
108
TERCEIRO DOMINGO DE PÁSCOA
19 de abril de 2015
LEITURAS
1
WHITE, James. Introdução ao Culto Cristão. Trad. Walter Schlupp. São Leopoldo: Editora
Sinodal / IEPG, 1997, p.44.
IGREJA LUTERANA
TEXTO E DESTAQUES
2
RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon. Chave Linguística do Novo Testamento Grego. Trad.
Gordon Chow e Júlio Zabatiero. São Paulo: Vida Nova, 2006, p.107.
110
TERCEIRO DOMINGO DE PÁSCOA
3
BLOMBERG, Craig L. Jesus e os Evangelhos. Uma Introdução ao Estudo dos 4 Evangelhos.
Trad. Sueli da Silva Saraiva. São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 188-190.
4
CULLMANN, Oscar. Cristo y el Tiempo. Trad. Dionisio Mínguez. Madrid: Ediciones Cristiandad,
2008. p.106-107.
5
Idem, p.131-132.
6
Idem, p.148.
111
IGREJA LUTERANA
PROPOSTA HOMILÉTICA
7
Agradecimento ao professor Dr. Vilson Scholz, pelas observações concedidas, após consulta.
8
VICEDOM, Georg F. A Missão Como Obra de Deus. Introdução à Teologia da Missão. Trad.
Ilson Kayser. São Leopoldo: Editora Sinodal / IEPG, 1996, p.38.
112
TERCEIRO DOMINGO DE PÁSCOA
Delimitações:
A missão é de Deus. Nesse processo, passamos a fazer parte do Reino
e da história da salvação no batismo.
A incompreensão faz parte da vida dos cristãos. Os discípulos também
tiveram suas dúvidas, ainda assim Cristo não os abandonou. A imperfeição
e as dificuldades em entender o plano de Deus fazem parte da vida dos
cristãos/pecadores.
O ser testemunha ocorre pela ação de Deus que abre mentes. Pelas
Escrituras passamos, ainda que imperfeitamente, a ser testemunhas da
ressurreição.
A certeza da morte e ressurreição de Jesus, o perdão e a salvação são
as diretrizes das testemunhas e não as capacidades humanas.
Conclusão: Ser testemunha, fazer parte da história da salvação na mis-
são de Deus é um privilégio. Mesmo com todas as dificuldades e limitações,
o Senhor conta conosco e nos capacita como fez com os discípulos. Ele não
desiste dos seus e quer que outros venham a fazer parte da sua história.
BIBLIOGRAFIA
113
QUARTO DOMINGO DE PÁSCOA
26 de abril de 2015
1 João 3.16-24
CONTEXTO
TEXTO
Cristo é o exemplo de amor. Ele deu sua vida por nós; por isso, nós
devemos dar nossa vida pelos irmãos. Como se comprova nosso amor aos
irmãos? Um exemplo bem simples: uma pessoa está passando por difi-
culdades financeiras e eu posso ajudá-la. Se eu não ajudá-la, como posso
dizer que amo a Deus? Nosso amor não pode ser comprovado por palavras;
ele se comprova por ações. “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não
somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22).
João ainda enfoca a nossa realidade diante de Deus: somos pecadores.
Mas, se somos da verdade, temos tranquilidade em nosso coração, pois
Deus providenciou nossa salvação. Portanto, se nosso coração nos acusar
QUARTO DOMINGO DE PÁSCOA
de algo que fizemos, Deus é maior do que nosso coração e nos conhece.
Aquilo que dele pedimos, vamos receber, pois guardamos os seus man-
damentos. Parece que depende de nós fazermos a vontade de Deus para
que Deus seja gracioso para conosco. No entanto, João logo acrescenta o
que significa guardar os mandamentos de Deus: “Ora, o seu mandamento
é este, que creiamos em o nome de seu Filho Jesus Cristo e nos amemos
uns aos outros” (v.23). Finalmente João ainda acrescenta que quem guarda
os mandamentos de Deus permanece em Deus. Mas deixa claro que isto
somente é possível por causa do Espírito que nos foi dado.
Deus nos amou e este seu amor nos motiva a amarmos o nosso pró-
ximo. Esta é a mensagem de nosso texto.
APLICAÇÕES HOMILÉTICAS
PROPOSTA HOMILÉTICA
Raul Blum
São Leopoldo/RS
raulblum@yahoo.com.br
115
QUINTO DOMINGO DE PÁSCOA
3 de maio de 2015
117
IGREJA LUTERANA
118
QUINTO DOMINGO DE PÁSCOA
Todas essas perguntas são lei, porque quem faz perguntas aplica a lei.
O evangelho, por sua vez, nada pergunta, nada exige, nem mesmo uma
reflexão. Anunciar o evangelho neste contexto é reafirmar que Deus nos
amou, com destaque para o “nos”, pois a presença do “nos” transforma
uma notícia ou afirmação teológica em evangelho.
Vilson Scholz
São Leopoldo/RS
vscholz@uol.com.br
119
SEXTO DOMINGO DE PÁSCOA
10 de maio de 2015
Deus, pois foi ele quem nos escolheu (v. 16) para que também vivamos
uma nova vida. E, mais uma vez, fica claro que a nova vida se mostra
em atitudes novas, amando uns aos outros assim como Cristo nos amou
(v. 13), e guardando os seus mandamentos (vv. 9 e 10), o que também
confere com as palavras de Paulo em Romanos 13.8-10.
PROPOSTA HOMILÉTICA
121
IGREJA LUTERANA
Reinaldo M. Lüdke
Porto Alegre/RS
reinaldo@comcristo.org.br
122
ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR
14 de maio de 2015
Efésios 1.15-23
CONTEXTO/PROPÓSITO DA CARTA
V. 16: Ou, παu,ομαι, “não cesso de dar graças”. Uma forma popular de
hipérbole. Minha gratidão é tão grande que eu não posso parar de agra-
decer (1 Tessalonicenses 1.2; Lucas 2.37).
“Fazendo menção de vós nas minhas orações” mostra o apóstolo Paulo
em constante oração e constantemente de joelhos diante do trono da gra-
ça, onde ele ora por ele e pelos seus filhos espirituais. A menção de Paulo
em orar pelos efésios não mostra apenas sua grande responsabilidade
e afeição por eles, como também os convida a fazer o mesmo, movidos
pelo seu exemplo.
124
ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR
Vv. 19,20: Paulo “empilha” termo sobre termo para enfatizar o poder
divino pelo qual Jesus Cristo foi ressuscitado (v.20), que é o mesmo poder
sobrenatural que age no coração dos crentes em Cristo. “Mão direita”: a
figura simbólica de autoridade, honra e poder.
125
IGREJA LUTERANA
CONCLUSÃO
Evandro Kopper
Capelão Ulbra – Campus Carazinho/RS
evandrokopper@hotmail.com
126
SÉTIMO DOMINGO DE PÁSCOA
17 de maio de 2015
Atos 1.12-26: Para tomar o lugar de Judas Iscariotes, que havia traído
o Mestre, os apóstolos, sob a liderança de Pedro, escolheram Matias (v.26).
Um critério para a escolha do substituto de Judas é que fosse alguém que
havia testemunhado com os demais sobre a ressurreição de Jesus (v.22).
Isto aconteceu antes da vinda do Dia de Pentecostes, quando houve a
descida do Espírito Santo sobre os discípulos (At 2). Apenas aqui em o
Novo Testamento há menção sobre Matias.
V. 10: A segurança que vem para aqueles que confiam em Jesus tem
origem no Espírito Santo (Rm 8.16). Recusar-se a crer no testemunho que
o próprio Deus tem dado sobre seu Filho, como o Deus-homem, equivale
chamar Deus de mentiroso. Crer não é assunto apenas da cabeça e do
intelecto, mas também apela ao coração. A fé é a confiança do coração, a
fiducia que mantém “nele”, no crente, o testemunho objetivo de Deus e,
portanto, tudo o que o testemunho de Deus contém, como João explica.
128
SÉTIMO DOMINGO DE PÁSCOA
V. 12: João une tudo: o testemunho de Deus traz o Filho; vida eterna
está no Filho, está nele por nós; a vida eterna nos é dada nele e pelo seu
testemunho; crer é ter o Filho, e tê-lo é ter a vida; não crer é não ter o Filho
e esta vida. Tudo é tão simples e tão claro como estas breves declarações
demonstram (Lenski). Em relação aos hereges, João faz uma declaração
incontestável: “aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida”.
Vv. 14,15: O crente em Jesus Cristo, que orienta sua vida pela sua
Palavra, vai procurar pedir ao Pai aquilo que estiver de acordo com a
vontade dele expressa na Palavra. Então, estando de acordo com a von-
tade do Pai, ele atenderá. Essa promessa é incentivo para os crentes em
Cristo orarem.
PROPOSTA HOMILÉTICA
Leonerio Faller
São Leopoldo/RS
leoneriofaller@yahoo.com.br
129
DOMINGO DE PENTECOSTES
24 de maio de 2015
CONTEXTO LITÚRGICO
não os quer apenas ocupando a terra de Canaã, mas Ele quer que sejam
as testemunhas dos feitos de Deus por eles, extensivo a todos os povos,
para que, ao final, haja apenas um pastor e um só rebanho.
Joel 2.18-32: Na primeira parte deste texto (18 a 27) o profeta Joel
mostra que Deus teve compaixão de seu povo e por causa disto os livrou da
praga de gafanhotos. No texto a seguir, 28 a 32, Deus promete derramar
o seu Espírito sobre todas as pessoas, desde os mais novos até os mais
velhos. Este texto nos remete, num primeiro momento, para o Pentecostes,
como registrado em Atos 2, e em um segundo momento, também para os
acontecimentos finais deste nosso mundo, o Dia do Juízo.
João 15.26,27, 16.4b-15: Neste texto Jesus claramente diz aos seus
discípulos e à Igreja que as perseguições serão diferentes, de lugar para
lugar, de época para época, e inevitáveis. Diante das perseguições, o medo
e a insegurança rondarão os corações e mentes dos crentes, mas a igreja
não está sozinha neste mundo, o seu Senhor sempre estará com ela. Ele
mesmo promete enviar o Espírito Santo, para que a Igreja cumpra seu
chamado de ir e anunciar que todos os inimigos foram derrotados pela
morte e ressurreição de Jesus.
131
IGREJA LUTERANA
Vv. 5-8: Aqui começa o relato sobre quem eram as pessoas que es-
tavam em Jerusalém nesta época de Pentecostes: “judeus religiosos”,
“homens piedosos”, pessoas que vieram de todas as partes do mundo
civilizado para adorar em Jerusalém. Havia ali tanto judeus nascidos,
132
DOMINGO DE PENTECOSTES
Vv. 11,12: “E como é que todos estamos ouvindo essa gente falar
em nossa própria língua a respeito das grandes coisas que Deus tem
feito?” Os grandes feitos de Deus compreendem a sua fidelidade à pro-
messa. O Filho prometido, o Emanuel, o esmagador da cabeça da serpente,
o grande libertador é o centro da mensagem da Igreja, pois ele morreu,
mas ressuscitou, e vivo está para todo o sempre. Um destaque especial
deve ser dado a dois fatores: eles ouviram o que os mensageiros do
Pentecostes falaram. Isto precisa ser distinguido de 1 Coríntios 14.
V. 13: Mas nem tudo é fácil e pacífico. Na vida da Igreja o que não
falta são inimigos, e estes aqui foram chamados de bêbados. É claro que
é uma provocação, mas como responder a estes? Com toda a certeza nun-
ca pelo argumento da força, mas pela força da palavra de Deus. Mesmo
desafiados a perderem a “linha”, jamais dar a chance, antes manter-se
firme encaminhando todos para olharem a Palavra e o que ela diz.
133
IGREJA LUTERANA
Vv. 14-21: Pedro chama atenção dos que estão zombando e mostra, na
Palavra, que o fenômeno que acontece ali está profetizado em Joel 2.28-
32 e tem alcance para todas as épocas, até o fim dos tempos. Ao mesmo
tempo que é uma palavra de consolo para a Igreja, é uma chamada de
advertência para todos aqueles que estão sempre adiando o crer. Também
é um alerta para a Igreja de todos os tempos que não pode ficar sempre
na retaguarda, na defesa, mas precisa ir ao ataque, com a espada da
Palavra, mostrando aos ímpios e descrentes que há um só Senhor sobre
vivos e mortos, a saber – Jesus Cristo.
PROPOSTA HOMILÉTICA
BIBLIOGRAFIA
Valdir Klemann
Santa Maria de Belém do Grão Pará
vappja@gmail.com
134
CUPOM DE ASSINATURA
SIM! Desejo fazer uma assinatura da revista semestral Igreja Luterana.
Para isso, estou assinalando uma das seguintes opções:
NOME:
CEP:
CIDADE:
ESTADO:
ASSINATURA-PRESENTE
SIM! Desejo presentear com uma assinatura da revista semestral Igreja Lutera-
na a pessoa indicada no endereço abaixo. Para isso, estou assinalando uma das
seguintes opções:
NOME:
CEP:
CIDADE:
ESTADO: