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CONSUMIDORES E CIDADÃOS

Conflitos Multiculturais da Globalização1

Fernando Camara Rieger2


Tamires de Lima de Oliveira3
Thiago dos Santos da Silva4

O que a globalização, o mercado e o consumo têm de cultura? Afirma Néstor García


Canclini que para responder a esta pergunta é necessário dirigir-se ao núcleo daquilo que na
política é relação social: o exercício da cidadania. Isso porque, em uma sociedade em que o
consumo privado de bens e os meios de comunicação tornam obsoletos e desafiam as regras
abstratas da democracia e da participação coletiva em espaços públicos, as mudanças na maneira
de consumir transformam efetivamente as possibilidades e os modos de exercer a cidadania.
A passagem do cidadão como representante de uma
opinião pública ao cidadão-consumidor, interessado em A cena da televisão é
rápida e parece
desfrutar determinada qualidade de vida, implica em uma
transparente.
reconstrução de categorias e instituições modernas, tais como a
A cena institucional é
politica, o direito e a cultura. Redefinir o senso de
lenta e suas formas são
pertencimento e identidade e reelaborar o sentido do “próprio” complicadas até a
e do “alheio” frente à integração econômica regional, à opacidade que gera o
desespero.
globalização cultural e à transnacionalização do consumo,
tornam-se medidas imperativas.

Neste cenário, as noções de consumo e cultura adquirem novos contornos. O consumo


passa a manifestar parte de uma racionalidade sociopolítica interativa (integrativa e comunicativa)
e não somente uma racionalidade econômica. A cultura, outrora tida como identidade única e
coerente de determinados grupos é pouco capaz de captar situações de interculturalidade,
cedendo espaço à transculturalidade – e ao perigo da industrialização da cultura, pautada no

1
Resumo da obra: CANCLINI, Néstor Garcia. Consumidores e Cidadãos: Conflitos Multiculturais da Globalização. Rio de
Janeiro: UFRJ, 1995. Trabalho integrante do processo avaliativo da disciplina “Direito, Sociedade da Informação e
Democracia”, ministrada pela Prof.ª Dra. Vera Lucia Spacil Raddatz, Programa de Pós-graduação em Direito,
Mestrado em Direitos Humanos, Unijuí.
2
Mestrando em Direitos Humanos pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,
bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Pampa, bolsista UNIJUÍ, e-mail:
fernandorieger@hotmail.com.
3
Mestranda em Direitos Humanos na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,
bacharel em Direito pela mesma instituição, bolsista Capes, e-mail: oliveira.tamireslima@gmail.com.
4
Mestrando em Direitos Humanos pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,
Advogado, bolsista UNIJUÍ, e-mail: thiagodyow@yahoo.com.br
imediatismo e na obsolescência.

Igualmente, as identidades culturais, outrora ligadas ao nacional (encenação do


cotidiano), progressivamente são sobrepostas por "culturas mundo" (espetáculo multimídia)
especialmente nas megalópoles. Esse fenômeno, contudo, não as dissolve as culturas locais por
completo. As nações e etnias continuam existindo e simultaneamente aos processos de
desterritorialização das culturas regionais, emergem fortes movimentos de reterritorialização,
desde resgates folclóricos até fundamentalismos extremados.

Entretanto, conforme observa Canclini, ainda que se possa admitir a irreversibilidade


das transformações operadas pela globalização, isso não importa em aceitar a mundialização do
modelo neoliberal, tampouco a extinção das noções do público e do cultural. De fato, o que
ocorre é uma nova forma de abordar os fenômenos sociais, onde o público necessita de uma
redefinição internacional, capaz de recuperá-lo como coletivo multicultural, ou seja, abarcar a
humanidade, concebendo o exercício da cidadania para além das fronteiras e interesses nacionais,
e o cultural contextualizado no âmbito de identidades múltiplas e heterogêneas.

Evitar que a cultura, a memória e o ser cidadão se dissolvam na sociedade do consumo


envolve perceber que o “consumo serve para pensar”, não somente na direção apontada pela
racionalidade econômica, e sim para reconstruir, a partir da sociedade civil e do Estado, um
verdadeiro multiculturalismo democrático.

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