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Realismo
- PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
• Estado como centro de poder e principal ator nas RI
• Interesse nacional exacerbado
• Acumulação e manutenção do poder
• Poder como sobrevivência
• Sistema anárquico
• Não se preocupam com a origem histórica
TUCIDIDES
Tucídides (a.C.) escreveu “História da Guerra de Peloponeso” que relata a guerra entre
Sparta (regime autoritário) e Atenas (democracia direta). Esta guerra durou 30 anos e
ambas cidades-estado ficaram destruídas. As Relações Internacionais questionam
quais as causas da guerra: duas potências mais ou menos equilibradas que desconfiam
uma da outra. Atenas queria expandir o seu domínio, pois era imperialista: conclui que
não há forma de se evitar a guerra porque os Estados estão em Estado de Natureza.
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HANS MORGENTHAU
Um dos principais teóricos, fundou uma escola sobre política internacional chamada
“Power Politics”. Afirma que conquistar é exercer poder. Os Estados lutam pelo
interesse nacional ligado aos três elementos centrais do Estado: território, população e
governo. Assim, preservar a integridade territorial e assegurar o bem-estar da população
são os objectivos principais dos Estados. Morgenthau disse que há uma constante
competição pelo poder entre Estados para garantir a segurança e manutenção do
território. Assim, os Estados vivem em Estado de Natureza. A confiança entre Estados
traduz-se numa cooperação prolongada, uma interrupção da guerra que pode durar
mais ou menos tempo. Deve-se procurar o equilíbrio entre os Estados.
- A política obedece a leis objetivas que são fruto da natureza humana. “Para estar em
condições de melhorar a sociedade, é necessário entender previamente as leis pelas
quais a sociedade se governa. Este principio retrata que tanto a nossa natureza
humana como a política não são mudados de tempos em tempos, mas obedecem a
leis objetivas. Assim, não se pode ignorar a natureza humana, que é a busca racional
pela sobrevivência.
- O interesse dos Estados é sempre configurado em termos de poder. “Uma teoria
política, de âmbito internacional ou nacional, desprovida desse conceito, seria
inteiramente impossível, uma vez que, sem o mesmo, não poderíamos distinguir entre
fatos políticos e não-políticos, nem poderíamos trazer sequer um mínimo de ordem
sistêmica para a esfera política”. Este segundo principio quer dizer que os interesses
dos Estados não são governados por influências morais, mas condicionados pela
busca racional dos ganhos e perdas na política externa. Assim, a política exterior de
país não deve estar associada às simpatias pessoais do governante, mas se guiar
pelo interesse nacional da nação. Aqui podemos perceber a influência do
pensamento de Maquiavel, realista clássico, no qual considerava que o príncipe
virtuoso deveria agir em prol da nação e não a partir de suas preferências e gostos
particulares.
- “O realismo parte do princípio de que seu conceito-chave de interesse definido como
poder constitui uma categoria objetiva que é universalmente válida, mas não outorga
a esse conceito um significado fixo e permanente”. Este principio ressalta que as
relações entre as nações sempre foram definidas em termos de poder. No entanto, o
tipo de interesse das ações políticas varia dependendo de determinado contexto
histórico cultural e político, sendo assim os interesses, que tem como base maximizar
o poder dos Estados, não são fixos e permanentes.
- Para Morgenthau, a esfera política é autônoma, não estando sujeita a nenhuma outra
ciência como a economia ou o direito. A política internacional possui suas próprias
leis e regras.
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relações internacionais estuda fenómenos políticos, a diferença é o sistema
internacional).
2. Em que medida é um autor realista?
A sua ideologia realista provém do seu caráter racional, objetivo e factual em entender
a política e as relações internacionais. A sobreposição destas matérias relativas a outras
como economia, por exemplo, é mais uma característica realista que dá autonomia à
política como representante do poder e do interesse nacional. O que define as relações
entre estados é o interesse.
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3. Identifique os seis princípios de Morgenthau.
1. A política, a nível internacional, obedece a leis objetivas que são feitas da
natureza humana. (Ciência para as relações internacionais. É reflexo daquilo
que o ser humano é)— princípio objetivo com concessões particulares, o que
não o torna subjetivo.
2. A política é uma área autónoma do saber e a política define-se pelo conceito de
interesse que, por sua vez, se define em termos de poder.
3. O interesse dos Estados conjugados em termos de poder deverá ser percebido
numa circunstância de tempo e espaço.
4. A ética das relações internacionais não pode ser confundida com a ética da vida
privada. Há um corte absoluto no âmbito público para o âmbito privado. As
relações são públicas internacionais.
5. Nenhuma nação pode impor a sua ideologia como sendo mais válida que as
restantes.
6. A governação de um Estado pressupõe a consciencialização das limitações do
ser humano.
Neorrealismo
- PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
O neorrealismo sustenta que a natureza da estrutura internacional é definida pelo seu
princípio de primeira ordem — a anarquia — e pela distribuição de recursos (medidos
pelo número de grandes potências no sistema internacional).
O princípio de ordem anárquica da estrutura internacional é descentralizada, ou seja,
não existe nenhum centro formal de autoridade; cada Estado soberano é formalmente
igual no sistema.
Estes Estados agem de acordo com a lógica da auto-ajuda, ou seja, os Estados buscam
os seus próprios interesses em detrimento dos interesses dos outros Estados.
A sobrevivência é o principal fator que influencia o seu comportamento e, por sua vez,
garante aos Estados desenvolverem recursos para ofensivas militares ou
intervencionismo como meios para aumentar o seu poder relativo. Porque os Estados
nunca poderão ter certeza das intenções futuras de outros Estados, pois existe uma
falta de confiança entre os Estados que os obriga a estarem em guarda contra perdas
relativas de poder que poderiam permitir que outros Estados ameaçassem a sua
sobrevivência: com base na incerteza, é chamada de "dilema de segurança".
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todas as nações se enfrentam. Há duas maneiras em que os Estados podem
estabelecer um equilíbrio de poder: o equilíbrio externo e interno.
• O equilíbrio interno ocorre quando as capacidades dos Estados crescem, aumentando
o seu crescimento económico e/ou despesa militar.
• O equilíbrio externo ocorre quando os Estados formam alianças para testar o poder
dos Estados ou alianças mais poderosas.
KENNETH WALTZ
O neorrealismo foi a resposta de Waltz para o que ele via como as deficiências do
realismo clássico. Embora os termos sejam por vezes utilizados indistintamente, o
neorrealismo e o realismo possuem características distintas. A principal diferença entre
os dois está no papel atribuído pelo realismo clássico à natureza humana, ou ao ímpeto
de dominar, no centro de sua explicação para a guerra, enquanto o neorrealismo não
faz destaque para a natureza humana e argumenta em lugar disso que as pressões da
anarquia definem resultados independentemente da natureza humana ou dos regimes
políticos domésticos.
Waltz estabelece os níveis de análise: natureza humana, organização interna
dos Estados e sistema (estrutura).
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que a globalização está colocando novos desafios para os Estados, mas não acredita
que os Estados estejam sendo substituídos, porque nenhum ator não-estatal pode
igualar as capacidades do Estado.
3. Apresente duas causas que estão na origem das mudanças estruturais que
conduzem à guerra.
A luta pela sobrevivência e a própria condição de anarquia. (Página 619)
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4. Três diferenças nas abordagens realista e neorrealista.
GILPIN
• A luta pelo poder procura-se a fim de se encontrar maior estabilidade no sistema
internacional. A guerra é um meio para atingir o fim. As guerras são hegemónicas por
virem definir uma nova hegemonia.
• A alternância de potências são ciclos predominantes de cada potência que detenha o
poder momentâneo.
• O Estado é o principal ator do sistema internacional.
• O poder não tem que, meramente, ser militar, mas também, por exemplo, económico.
As alianças tem um mero efeito regulador e estabilizador. (Análise centrada na guerra
fria)
É estruturalista pois analisa, de forma sistémica e cíclica o sistema internacional. A
estrutura é a base da sua análise e as alterações na estrutura são alterações que se
fazem sentir nos Estados. Reconhece outros atores e a sua importância como, por
exemplo, organizações internacionais, mas não como forma de cooperação, mas sim
de forma egotista e de interesse nacional. A sua teoria vai de encontro a Waltz mas não
refere níveis de análise.
STEPHEN KRASNER
1. Qual a definiçaõ de regime segundo Stephen Krasner?
Conjunto implícito ou explícito de normas e princípios, regras e tomadas de decisão
onde os Estados, ou melhor, atores internacionais, convergem num determinado
assunto para alcançar propósitos em áreas específicas. Um regime tem um carácter
duradouro.
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Normas: padrões de comportamento em direitos e deveres.
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4. O que responde o autor a pergunta: “serão os regimes importantes”? O que
responde Krasner? O que responde Keohane?
Krasner refere três visões
• Visão estruturalista de Strange onde o mercado é baseado em interesses egoístas e
na concepção inútil do mercado
• Visão realista: questão do dilema do prisioneiro, na proteção da sua própria segurança
nacional e nas vantagens do isolamento ao invés do liberalismo económico
• Visão de Grotian: mercados como regimes económicos, onde não se podem somente
desenvolver relações baseadas em interesses mas também tendo em conta a vertente
social. Os atores supranacionais são valorizados, para além do Estado.
Assegurar o respeito dos princípios, a necessidade em criar o regime de forma a regular
o comportamento dos Estados deve-se à existência de uma anarquia, portanto precisa-
se de facilitar acordos, através da cooperação. Nada mais do que organizações
internacionais.
Krasner acredita na prevenção de conflitos, na qual ele diz que os Estados Unidos e as
ONGs (organizações não-governamentais) devem preocupar-se com a estabilização de
Estados falhados como prioridade na agenda política internacional.
Liberalismo
- PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
A noção positiva do Homem. O bem coletivo e a importância das organizações
internacionais como moderadores — acreditam no bem coletivo. Conceitos de hard
power, soft power e smart power.
Todas as vertentes do liberalismo assentam em princípios comuns. Apesar de uma só
característica que as distingue.
- Crença no progresso
- Natureza múltipla das RI
- RI como cooperativas
- Estado como ator do sistema, mas não o único
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Visão positiva ou negativa do Homem, consoante a visão positiva ou negativa do SI.
O realismo afirma um período de guerra cujo fim leva ao progresso e ao
desenvolvimento de um sistema cooperativo para proteção e interesse egoísta.
Já o liberalismo acredita na coexistência pacífica pelo bem estar coletivo.
No liberalismo, o SI é pautado pelas relações económicas, culturais e sociais, e
não apenas militares, ao contrário do realismo, em que nada mais é considerado.
O papel dos atores como reguladores do SI é considerado, ao contrário da teoria
estadocêntrica realista.
LIBERALISMO SOCIOLÓGICO
Karl Deutsch, James Rosenau
Ênfase nas relações transnacionais não governamentais entre sociedades. Governance
without government. O contributo dos atores internacionais (governação multinível)
permite estabelecer um ambiente mais cooperativo no SI. Não é pautada por relações
somente estatuais. O benefício é comum, para estabilizar e permitir a paz.
[Tónica: efeito integrador da comunicação]
LIBERALISMO INSTITUCIONAL
Woodrow Wilson, Krasner
Krasner originou o termo 'Regime Internacional'. Importância da cooperação organizada
dos Estados, através de normas e regras para preservar a harmonia internacional.
[Tónica: poder regulado das OI]
Interdependência Complexa
KEOHANE E NYE
Analisando as mudanças proporcionadas pela acelerada globalização no mundo
contemporâneo, que envolvia o surgimento de transnacionais, o crescimento do
comércio e a integração internacional intensiva, os autores defendiam que a tomada de
decisões por atores estatais e não-estatais tendiam a ser recíprocos, isto é, a trazer
consequências para muitos outros agentes do sistema internacional. Dessa forma, os
efeitos económicos de uma decisão tomada do outro lado do mundo poderiam ser muito
prejudiciais para os países envolvidos. Para Keohane e Nye, a interdependência é um
fenómeno custoso para os atores do sistema internacional, traduzida em termos de
sensibilidade (repercussão de uma decisão em um país sobre outro) e vulnerabilidade
(alternativas de contornar a sensibilidade). As consequências desse processo de
integração, segundo os teóricos, era a redução do uso da força nas relações entre
nações. Nessa perspetiva, a melhor maneira de solucionar conflitos gerados pela
interdependência seria a instituição de instâncias supranacionais, por exemplo. Essa
abordagem é importante porque subverte a relação estabelecida pelos realistas de
“baixa” e “alta” política: as questões comerciais pareciam ter grande importância para a
política de poderes.
Construtivismo
• O mundo é predeterminado, mas construído
• Negam a antecedência ontológica aos agentes e à estrutura
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• As ideias e valores desempenham uma junção essencial
• A anarquia não existe
• Adoção da postura construtivismo tem implicações metodológicas
Segundo a visão realista, o SI é designado como estrutura sendo reflexo da natureza
humana. O homem mau, egoísta. A natureza humana antecede a estrutura do SI logo
o SI é que reflete o Homem.
O liberalismo refere o Homem como eminentemente bom.
O neo-realismo diz que devemos olhar para a estrutura de forma a que leve ao indivíduo.
Em primeira análise, a estrutura antecede o indivíduo.
O construtivismo diz que todos estão errados. Não há ninguém a anteceder ninguém,
há uma interação constante entre o Homem e a estrutura. Remete para valores,
identidade, ideologia, percepções, formas de estar, não há nada objetivo pois não
remete para um conjunto de valores. Tem que ser situado no tempo e no espaço.
Passamos de uma posição positivista para uma interpretativista.
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A estrutura social, dentro da ótica construtivista, não resume apenas às ideias – com
interação entre atores e identidades – mas também ao conteúdo de questões materiais,
de interesses e poder. A importância do poder e dos interesses para a explicação do
fenómeno internacional, atribuídos pelos atores a essas forças são muito significativos.
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