Bertolino & Pimentel Advogados

Dr. Gilberto Nascimento Bertolino

OAB/SP: 318.618
Dra. Monique Pimentel de Oliveira
OAB/PR: 61.796

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 18ª VARA CÍVEL –

FORO CENTRAL CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP.

PROCESSO: 0074201-23.2001.8.26.0100 (583.00.2001.074201)

Nº ORDEM: 1276/2001

AUTOR, QUALIFICAÇÃO, por seu bastante Procurador Judicial in

fine assinado, com endereço profissional indicado no rodapé desta página, onde
recebe intimações e notificações de estilo, vem com devido acatamento e respeito à
presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 7º e seguintes da Lei nº
11.101,de 09/02/2005, requerer a presente

HABILITAÇÃO DE CRÉDITO TRABALHISTA

em face de REQUERIDA , já devidamente qualificada nos autos do

processo, em epígrafe, de FALÊNCIA, pelos motivos de fato e de direito que abaixo
expõe:
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I- DOS FATOS

O requerente é credor da empresa requerida.

Conforme a orientação do Exmo. Dr. Juiz Luiz Beethoven Giffoni

Ferreira, em esclarecimentos prestados na Rádio Comunitária Pioneira FM de Espírito
Santo do Turvo – SP em 28/11/2012 sobre o processo de falência da Usina Agrest, o
requerente tomou ciência da necessidade da habilitação de créditos trabalhistas.

Esses créditos são decorrentes das verbas rescisórias e à multa

indenizatória de 40% (quarenta por cento) do FGTS, que, na época do
afastamento até a presente data, não foram pagas.

DO CRÉDITO: ORIGEM E VALOR

O Habilitante é credor da empresa habilitada em processo de falência,

conforme demonstra documento em anexo do termo de rescisão de contrato de
trabalho, no valor de R$ 8.140,18 (oito mil, cento de quarenta reais e dezoito
centavos), referente às verbas rescisórias da demissão do habilitante em 09 de
Novembro de 2011, vez que não foram pagas.

Outrossim, não foi paga a multa indenizatória de 40% (quarenta por

cento) sobre o FGTS (Fundo de Garantia Sobre o Tempo de Serviço), conforme
documentos em anexo.

Pelos cálculos, conforme memorial em anexo, o valor da multa

equivalia a 40% (quarenta por cento) de R$ 2.127,36 (dois mil, cento e vinte e sete
reais e trinta e seis centavos) chegando ao valor de R$ 850,94 (oitocentos e
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cinquenta reais e noventa e quatro centavos) em 09 de Novembro de 2011.

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Ocorre que a demissão, bem como o termo rescisório, foram oriundos

do processo de falência sub judice que a referida empresa figura. Pois, em
cumprimento de ordem judicial, a empresa efetuou a demissão dos empregados.

Dessa forma, o habilitante faz jus a um montante de R$ 8.991,12 (oito

mil, novecentos e noventa e um reais e doze centavos) na data de 09 de
Novembro de 2011.

Assim sendo, até a presente data, totaliza um valor de R$

10.690,59 (dez mil, seiscentos e noventa reais e cinquenta e nove centavos)
conforme memorial de cálculo em anexo atualizado pelo índice TJ/SP.

II- DO DIREITO

Tendo em vista o princípio processual da instrumentalidade e o

princípio da fungibilidade, pleiteia-se a habilitação do crédito pelo Termo
Rescisório do Contrato de Trabalho. Uma ação na Justiça do Trabalho para
reconhecimento do crédito trabalhista demandaria tempo e gastos ao trabalhador,
visto que detém documento passível de habilitação.

Acerca da habilitação de crédito trabalhista pelo Termo de Rescisão

do Contrato de Trabalho, segue orientação do Tribunal de Justiça de São Paulo:

APELAÇÃO CÍVEL Nº 560.691-9, DE CASCAVEL - 2ª VARA CÍVEL

APELANTE:Sebastião Valdemir Domingues
APELADO:Massa Falida de Estofados Conforto Ltda e outros
RELATOR: Des. Vicente Del Prete Misurelli
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APELAÇÃO CÍVEL. HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. FALÊNCIA. VERBA

TRABALHISTA. TERMO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO.
TÍTULO HÁBIL À HABILITAÇÃO. DESNECESSIDADE DE POSTULAÇÃO
NA JUSTIÇA TRABALHISTA. PRESCRIÇÃO INOCORRENTE.
SUSPENSÃO DO PRAZO. ARTIGO 47, DECRETO-LEI 7661/65. VERBAS
SALARIAIS NÃO ISERIDAS NO TERMO. INADMISSIBILIDADE.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº 560.691-9

da Comarca de Cascavel - 2ª Vara Cível, em que é apelante Sebastião
Valdemir Domingues dos Santos e, apelados, a Massa Falida de Estofados
Conforto Ltda e outros.
Em autos de habilitação de crédito nº 38/2007, proposta pela apelante, a
MMa. Juíza da 3ª Vara Cível de Cascavel julgou improcedente a pretensão
ao entendimento de que o pedido de habilitação foi realizado depois de seis
anos da extinção do contrato de trabalho, inobservando-se o prazo
decadencial para pleitear verba trabalhista (fls. 33/35).
Inconformado apela o requerente (fls. 37/40), sustentando pela
desnecessidade de prévio ajuizamento de reclamatória trabalhista, por
ausência de previsão legal. Diz que o Termo de Rescisão de Contrato de
Trabalho - TRCT, foi assinado pelo representante legal da recorrida, fazendo
prova de que a quantia pleiteada é certa e líquida, inclusive tendo havido
concordância parcial do síndico da massa. Entende que, neste caso, o prazo
prescricional seria de dez anos, nos termos do artigo 205, do Código Civil.
Os apelados não ofereceram contrarrazões (fls. 45).
O órgão do Ministério Público em primeiro grau manifestou-se pelo
conhecimento do apelo (fls. 46/48), e, em segundo, pelo parcial provimento
do recurso, afirmando que o TRCT é título hábil para a habilitação, afastando-
se apenas o valor relativo aos meses de janeiro e fevereiro de 2001, porque
isentos de comprovação (fls. 60/61).
É o relatório.
Voto.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, o recurso merece
conhecimento, e, no mérito, parcial provimento.
O Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho, às fls. 08, comprova o
valor total líquido a receber de R$ 616,09, em 31/03/2001. O documento
está assinado por representante legal da falida, não havendo discussão
a respeito da liquidez e certeza da dívida, daí porque inexigível a
postulação no juízo trabalhista.

Neste sentido:
Falência. Habilitação de crédito. Verba de natureza trabalhista. Extinção
do feito, por inexistência de titulo executivo. Descabimento.
Desnecessidade de prévia apuração pela Justiça do Trabalho. Ausência
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de impugnação específica e fundamentada, a não gerar dúvida sobre a

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legitimidade. Inclusão no quadro geral determinada. Apelação provida

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(art. 515, § 3º, CPC). (TJSP - AC 464.541-4/8-00, 2ª CC, rel. Des. José
Roberto Bedran, j.: 26/02/2008).
Frisa-se que como trabalhista deve ser considerado, apenas, o respectivo
privilégio.

Reforça o Tribunal de Justiça do Paraná o entendimento sobre o tema:

Dados Gerais
Processo:
AC 6542027 PR 0654202-7
Relator(a):
Paulo Roberto Hapner
Julgamento:
07/07/2010
Órgão Julgador:
17ª Câmara Cível
Publicação:
DJ: 435
Ementa
APELAÇÃO CÍVEL - HABILITAÇÃO DE CRÉDITO - VERBA
TRABALHISTA - FALÊNCIA - "TERMO DE RESCISÃO DE CONTRATO DE
TRABALHO" - DOCUMENTO QUE TORNA DESPISCIENDO O
AJUIZAMENTO DE RECLAMATÓRIA TRABALHISTA - SUSPENSÃO DO
PRAZO DE PRESCRIÇÃO - ART. 47 DO DECRETO-LEI Nº 7.661/45 -
EXCLUSÃO DAS VERBAS SALARIAIS PORQUE NÃO APOSTAS NO
TERMO - APELO PARCIALMENTE PROVIDO.
Acordão
ACORDAM os integrantes da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do
Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento
ao recurso, nos termos do voto do relator.

DO CRÉDITO: CLASSIFICAÇÃO PRIVILEGIADA

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No quadro geral dos credores o crédito deverá figurar como

trabalhista, tendo preferência aos demais, conforme art. 83, I, da Lei 11.101/05.

III- DO PEDIDO

 Pelo exposto, requer a HABILITAÇÃO de seu crédito no valor

apontado, com a correção monetária.

 Requer a manifestação do Ilustre Representante do

MinistérioPúblico, do Administrador judicial e que, ao final, a presente demanda seja
julgada PROCEDENTE.

 Requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito

admitidas, especialmente pelo depoimento pessoal do Requerido, juntada de
documentos, oitiva de testemunhas que serão arroladas no momento
oportuno,expedição de ofícios e precatórias, vistorias e perícias, bem como demais
provas que se fizerem necessárias.

Nestes termos,
Pede Deferimento.

Espírito Santo do Turvo, 30 de novembro de 2012.

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