O modelo teórico palladiano era baseado principalmente
numa síntese entre empirismo e idealismo, e técnico- formalmente estava fundado na simetria, na perspectiva e nos valores da arquitetura clássica greco-romana, valorizando especialmente os princípios estabelecidos pelo tratadista romano Vitrúvio, cuja obra teórica De Architectura se preservou. Usava uma série de conceitos matemáticos para o estabelecimento de proporções que eram associados à filosofia pitagórica, platônica e neoplatônica, que para ele eram essenciais para a conquista da beleza, da funcionalidade e da solidez estrutural, os "três pilares" da sua doutrina. Obra: Universidade de Virgínia Localização: Charlottesville, EUA Construção: 1817 - 1826 Arquiteto: Thomas Jefferson No final do século XVII Claude Perrault questiona a validade das proporções vitruvianas do modo como elas foram recebidas e apuradas pela teoria clássica. A contestação da ortodoxia vitruviana foi codificada por Cordemoy, o qual substituiu os atributos vitruvianos da arquitetura pelas três características: ordem, distribuição e conveniência que se baseiam na proporção correta do clássico, a sua perfeita disposição e a sua adequação, nisso ele se preocupava com a pureza geométrica e acreditava que as construções em grande parte não pediam ornamento. Claude Perrault Obra: Fachada leste do Louvre Localização: Paris, França Construção: 1817 – 1826 O abade Laugier reinterpretou Cordemoy e propôs uma arquitetura universal a “cabana primitiva”, a qual consistia em quatro troncos de árvore que sustenta um telhado rústico, as colunas deveriam ser o mais possível fechadas por vidros, e assim Jaques German Soufflot o fez no projeto da igreja de Sainte-Geneviève em Paris. Marc-Antoine Laugier 1755 Jaques German Soufflot 1764-1790 J.F.Blondel, após abrir sua escola de arquitetura em 1743, se tornou o mestre da chamada geração “visionária” de arquitetos”. Outro arquiteto que influenciou o movimento foi Boullée que é autor de edifícios tão vastos que eram impossíveis de serem colocados em prática, evocando as sublimes emoções de terror e tranquilidade através da grandeza das suas concepções. Etienne-Louis Boullée *é um memorial fúnebre erguido para homenagear alguma pessoa ou grupo de pessoas cujos restos mortais estão em outro local ou estão em local desconhecido Ledoux projetou a fabrica de sal semicircular que foi um dos primeiros experimentos de arquitetura industrial, ele ampliou a idéia de uma fisionomia para a arquitetura a fim de simbolizar a intenção social com símbolos convencionais ou isomorfismo.
(Cidade ideal de Chaux, 1804)
A linha Neoclássica de Blondel foi retomada em meados do século XIX na carreira de Henri Labrouste, este foi nomeado arquiteto da biblioteca Sainte- Genevieve em Paris, essa obra implicava em uma nova estética, cujo potencial só seria realizado na obra construtiva do séc. XX. Em meio disso a era napoleônica pedia estruturas úteis de grandeza, autoridade e realizadas de maneira mais econômica possível. Jean-Nicolas-Louis Durand, procurou estabelecer uma metodologia universal da edificação, mediante a qual estruturas econômicas e apropriadas poderiam ser criadas pela permutação modular de tipos fixos de plantas e elevações alternativas. Temos um exemplo do classicismo estrutural com Auguste Choisy com seu Tratado da Arte de Construir, também tinha sua concepção gráfica que era compreendida em planta, corte e elevações, a qual foi apreciada pelos pioneiros do Movimento Moderno na virada do século. Rue de Rivoli, Paris Arc de Triomphe du Carrousel, Paris Coluna Place Vendôme, Paris Porta de Brandemburgo, Berlim Coalbrookedale, 1779, Inglaterra “Nós, escritores, pintores, escultores, arquitetos, apaixonados amantes da beleza de Paris, até agora intacta, protestamos com todas as nossas forças, em nome do gosto francês renegado, contra a construção, em pleno coração de nossa capital, da inútil e monstruosa Torre Eiffel, que a maldade pública, freqüentemente inspirada pelo bom senso e pelo espírito de justiça, já batizou com o nome de Torre de Babel. A cidade de Paris irá associar-se mais uma vez à barroca, à mercantil imaginação de uma construção (ou de um construtor) de máquinas, para enfrear-se irremediavelmente e desonrar-se? Porque a Torre Eiffel, que não desejaria para si mesmo a comercial América, é a desonra de Paris, não tenham dúvida. É necessário, a fim de perceber aquilo que estamos entrevendo, imaginar por um instante uma torre vertiginosa e ridícula que domine Paris como uma gigantesca e escura chaminé de fábrica, todos os nossos monumentos humilhados, toda a nossa arquitetura diminuída, até desaparecer nesse sonho chocante. E, por vinte anos, veremos alongar-se, como uma mancha de tinta, a sombra odiosa da odiosa coluna de ferro cheia de rebites. A vós, senhor e caro compatriota, a vós que tanto amais Paris, que haveis embelezado, cabe a honra de defende-la ainda. E, se nosso grito de alarme não for entendido, se nossas razões não forem ouvidas, se Paris obstinar- se na idéia de desonrar Paris, ao menos teremos, vós e nós, feito ouvir um protesto honroso.”