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Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Suelen Domenica Pereira
Capa
Rosa Thaina dos Santos
Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO
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SUMÁRIO
Física
1) Mecânica: Introdução ao método científico na Física, conceitos básicos de cinemática, movimento uniforme, movi-
mento uniformemente variado, movimentos sob a ação da gravidade, movimentos circulares, gráficos da cinemática,
composição de movimentos e cinemática vetorial, dinâmica, energia, trabalho, impulso, potência, rendimento, quan-
tidade de movimento, choques mecânicos, estática de um ponto material e de um corpo extenso rígido, hidrostática,
princípios de conservação, leis de Kepler e gravitação universal.......................................................................................................... 01
2) Termologia: Conceitos fundamentais de termologia, termometria, calorimetria, mudanças de fase, diagramas de fase,
propagação do calor, dilatação térmica de sólidos e líquidos, gases ideais e termodinâmica................................................. 12
3) Óptica: Princípios da óptica geométrica, reflexão da luz, espelho plano, espelhos esféricos, refração luminosa, lentes
esféricas, instrumentos ópticos, olho humano e defeitos da visão...................................................................................................... 14
4) Ondas: Movimento harmônico simples, conceitos básicos de ondas e pulsos, reflexão, refração, difração, interferên-
cia, polarização, ondas sonoras e efeito Doppler. ...................................................................................................................................... 15
5) Eletricidade: Carga elétrica, princípios da eletrostática, processos de eletrização, força elétrica campo elétrico, po-
tencial elétrico, trabalho da força elétrica, energia potencial elétrica, condutores em equilíbrio eletrostático, capacidade
elétrica, corrente elétrica, potência e energia na corrente elétrica, resistores, resistência elétrica, associação de resisto-
res, associação de capacitores, energia armazenada nos capacitores, aparelhos de medição elétrica, geradores e recep-
tores elétricos, .......................................................................................................................................................................................................... 33
Leis de Kirchhoff, conceitos iniciais do magnetismo, campo magnético, força magnética, indução eletromagnética, cor-
rente alternada, transformadores e ondas eletromagnéticas................................................................................................................. 42
Química
1) Matéria e Substância: Propriedades gerais e específicas; estados físicos da matéria-caracterização e propriedades;
misturas, sistemas, fases e separação de fases; substâncias simples e compostas; substâncias puras; unidades de matéria
e energia...................................................................................................................................................................................................................... 01
2) Estrutura Atômica Moderna: Introdução à Química; evolução dos modelos atômicos; ....................................................... 05
elementos químicos: principais partículas do átomo,................................................................................................................................ 06
número atômico e número de massa, íons, isóbaros, isótonos, isótopos e isoeletrônicos;....................................................... 07
configuração eletrônica: diagrama de Pauling, regra de Hund (Princípio de exclusão de Pauli) e números quânticos. ...........08
3) Classificações Periódicas: Histórico da classificação periódica; grupos e períodos;................................................................. 09
propriedades periódicas: raio atômico, energia de ionização, afinidade eletrônica, eletropositividade e eletronegativi-
dade. ............................................................................................................................................................................................................................. 10
4) Ligações Químicas: Ligações iônicas, ligações covalentes e ligação metálica; .......................................................................... 12
fórmulas estruturais: reatividade dos metais. ............................................................................................................................................... 13
5) Características dos Compostos Iônicos e Moleculares: Geometria molecular: polaridade das moléculas; forças inter-
moleculares; número de oxidação; polaridade e solubilidade. ............................................................................................................. 14
6) Funções Inorgânicas: Ácidos, bases, sais e óxidos; nomenclaturas, reações, propriedades, formulação e classificação. ..............17
7) Reações Químicas: Tipos de reações químicas; previsão de ocorrência das reações químicas: balanceamento de equa-
ções pelo método da tentativa e oxirredução.............................................................................................................................................. 18
8) Grandezas Químicas: Massas atômicas e moleculares; massa molar; quantidade de matéria e número de Avogrado. ......... 19
9) Estequiometria: Aspectos quantitativos das reações químicas; cálculos estequiométricos; reagente limitante de uma
reação e leis químicas (leis ponderais). ........................................................................................................................................................... 21
10) Gases: Equação geral dos gases ideais; leis de Boyle e de Gay-Lussac: equação de Clapeyron; princípio de Avogrado
e energia cinética média; misturas gasosas, pressão parcial e lei de Dalton; difusão gasosa, noções de gases reais e
liquefação. .................................................................................................................................................................................................................. 21
11) Termoquímica: Reações endotérmicas e exotérmicas; tipos de entalpia; Lei de Hess, determinação da variação de
entalpia e representações gráficas; e cálculos envolvendo entalpia.................................................................................................... 23
12) Cinética: Velocidade das reações; fatores que afetam a velocidade das reações; e cálculos envolvendo velocidade da
reação............................................................................................................................................................................................................................ 29
13) Soluções: Definição e classificação das soluções; tipos de soluções, solubilidade, aspectos quantitativos das so-
luções; concentração comum; concentração molar ou molaridade, título, densidade; relação entre essas grandezas:
diluição e misturas de soluções; e análise volumétrica (titulometria)................................................................................................. 30
14) Equilíbrio Químico: Sistemas em equilíbrio; constante de equilíbrio; princípio de Le Chatelier; constante de ioniza-
ção; grau de equilíbrio; grau de ionização; efeito do íon comum; hidrólise; pH e pOH; produto de solubilidade; reações
envolvendo gases, líquidos e gases. ................................................................................................................................................................ 32
15) Eletroquímica: Conceito de ânodo, cátodo e polaridade dos eletrodos; processos de oxidação e redução, equacio-
namento, número de oxidação e identificação das espécies redutoras e oxidantes; aplicação da tabela de potenciais
padrão; pilhas e baterias; equação de Nernst; corrosão; eletrólise e Leis de Faraday. ................................................................ 33
SUMÁRIO
16) Radioatividade: Origem e propriedade das principais radiações; leis da radioatividade; cinética das radiações e cons-
tantes radioativas; transmutações de elementos naturais; fissão e fusão nuclear; uso de isótopos radioativos; e efeitos
das radiações. ........................................................................................................................................................................................................... 40
17) Princípios da química orgânica: Conceito: funções orgânicas: tipos de fórmulas; séries homólogas: propriedades
fundamentais do átomo de carbono, tetravalência, hibridização de orbitais, formação, classificação das cadeias carbô-
nicas e ligações.......................................................................................................................................................................................................... 43
18) Análise orgânica elementar: determinação de fórmulas moleculares. ....................................................................................... 51
19) Funções orgânicas: Hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, éteres, cetonas, fenóis, ésteres, ácidos carboxílicos, sais de
ácidos carboxílicos, aminas, amidas e nitrocompostos: nomenclatura, radicais, classificação, propriedades físicas e quí-
micas, processos de obtenção e reações........................................................................................................................................................ 52
Geografia
1) Geografia Geral: a) Localizando-se no Espaço: orientação e localização: coordenadas geográficas e fusos horários;
cartografia: a cartografia e as visões de mundo, as várias formas de representação da superfície terrestre, projeções
cartográficas, escalas e convenções cartográficas. .................................................................................................................................... 01
b) O Espaço Natural: estrutura e dinâmica da Terra: evolução geológica, deriva continental, placas tectônicas, dinâmica
da crosta terrestre, tectonismo, vulcanismo, intemperismo, tipos de rochas e solos, formas de relevo e recursos minerais;
as superfícies líquidas: oceanos e mares, hidrografia, correntes marinhas....................................................................................... 04
– Tipos e influência sobre o clima e a atividade econômica, utilização dos recursos hídricos e situações hidroconfliti-
vas;........................................................................................................................................................................................................................05
A dinâmica da atmosfera: camadas e suas características, composição e principais anomalias.............................................. 06
– El Niño, La Niña,..................................................................................................................................................................................................... 07
Buraco na camada de ozônio e aquecimento global: elementos e fatores do clima e os tipos climáticos;........................ 08
Os domínios naturais: distribuição da vegetação e características gerais das grandes paisagens naturais;....................... 09
E os impactos ambientais: poluição atmosférica, erosão, assoreamento, poluição dos recursos hídricos e a questão da
biodiversidade. ......................................................................................................................................................................................................... 10
c) O Espaço Político e Econômico: indústria: o processo de industrialização, primeira, segunda e terceira revolução in-
dustrial, tipos de indústria, a concentração e a dispersão industrial, os conglomerados transnacionais, os novos fatores
de localização industrial, as fontes de energia e a questão energética,............................................................................................. 10
Impactos ambientais; agropecuária: sistemas agrícolas, estrutura agrária, uso da terra, agricultura e meio ambiente,
produção agropecuária, comércio mundial de alimentos e a questão da fome;............................................................................ 14
Globalização e circulação: os fluxos financeiros, transportes, os fluxos de informação, o meio tecnocientífico-informa-
cional, comércio mundial, blocos econômicos, conflitos étnicos e as migrações internacionais; a Divisão Internacional
do Trabalho (DIT) e as trocas desiguais; a Nação e o Território............................................................................................................. 18
Os Estados territoriais e os Estados nacionais: a organização do Estado Nacional; e o poder global, nova ordem mundial,
fronteiras estratégicas............................................................................................................................................................................................ 21
d) O Espaço Humano: demografia: teorias demográficas, estrutura da população, crescimento demográfico; transição
demográfica e migrações; urbanização: processo de urbanização, espaço urbano e problemas urbanos; e os principais
indicadores socioeconômicos............................................................................................................................................................................. 23
2) Geografia do Brasil: a) O Espaço Natural: características gerais do território brasileiro: posição geográfica, limites e
fusos horários; geomorfologia: origem, formas e classificações do relevo: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Saber e Jurandyr
Ross e a estrutura geológica;............................................................................................................................................................................... 27
a atmosfera e os climas: fenômenos climáticos e os climas no Brasil; domínios naturais: distribuição da vegetação, ca-
racterísticas gerais dos domínios morfoclimáticos, aproveitamento econômico e problemas ambientais; e os recursos
hídricos: bacias hidrográficas, aquíferos, hidrovias e degradação ambiental.................................................................................. 30
b) O Espaço Econômico: a formação do território nacional: economia colonial e expansão do território, da cafeicultura
ao Brasil urbano-industrial e integração territorial;.................................................................................................................................... 36
a industrialização pós Segunda Guerra Mundial: modelo de substituição das importações, abertura para investimentos
estrangeiros, dinâmica espacial da indústria, pólos industriais.............................................................................................................. 38
A indústria nas diferentes regiões brasileiras e a reestruturação produtiva;.................................................................................... 42
O aproveitamento econômico dos recursos naturais e as atividades econômicas: os recursos minerais, fontes de energia
e meio ambiente, o setor mineral e os grandes projetos de mineração;........................................................................................... 43
Agricultura brasileira: dinâmicas territoriais da economia rural, a estrutura fundiária,................................................................ 44
Relações de trabalho no campo,........................................................................................................................................................................ 45
A modernização da agricultura,.......................................................................................................................................................................... 45
Êxodo rural,................................................................................................................................................................................................................. 46
Agronegócio e a produção agropecuária brasileira; e o comércio: globalização e economia nacional, comércio exterior,
integração regional (Mercosul e América do Sul), eixos de circulação e custos de deslocamento......................................... 47
SUMÁRIO
c) O Espaço Político: formação territorial – território, fronteiras, faixa de fronteiras, mar territorial e ZEE; estrutura polí-
tico-administrativa, estados, municípios, distrito federal e territórios federais; a divisão regional, segundo o IBGE, e os
complexos regionais; e políticas públicas............................................................................................................................................................
d) O Espaço Humano: demografia: transição demográfica, crescimento populacional, estrutura etária, política demo-
gráfica e mobilidade espacial (migrações internas e externas);............................................................................................................. 66
mercado de trabalho: estrutura ocupacional e participação feminina; desenvolvimento humano: os indicadores socioe-
conômicos;.................................................................................................................................................................................................................. 66
e a urbanização brasileira: processo de urbanização, rede urbana, hierarquia urbana, regiões metropolitanas e RIDEs,
espaço urbano e problemas urbanos............................................................................................................................................................... 68
História
1) A Sociedade Feudal (Século V ao XV)......................................................................................................................................................... 01
2) O Renascimento Comercial e Urbano......................................................................................................................................................... 02
3) Os Estados Nacionais Europeus da Idade Moderna, o Absolutismo e o Mercantilismo........................................................ 03
4) A Expansão Marítima Europeia...................................................................................................................................................................... 04
5) O Renascimento Cultural, o Humanismo e as Reformas Religiosas................................................................................................ 05
6) A Montagem da Colonização Europeia na América: Os Sistemas Coloniais Espanhol, Francês, Inglês e dos Países
Baixos............................................................................................................................................................................................................................ 06
7) O Sistema Colonial Português na América: Estrutura Político-Administrativa; estrutura socioeconômica; invasões
estrangeiras; expansão territorial; rebeliões coloniais............................................................................................................................... 08
Movimentos Emancipacionistas: Conjuração Mineira e Conjuração Baiana..................................................................................... 09
8) O Iluminismo e o Despotismo Esclarecido................................................................................................................................................ 10
9) As Revoluções Inglesas (Século XVII) e a Revolução Industrial (Século XVIII a XX)................................................................... 12
10) A Independência dos Estados Unidos da América.............................................................................................................................. 13
11) A Revolução Francesa e a Restauração (o Congresso de Viena e a Santa Aliança)................................................................ 14
12) O Brasil Imperial: O processo da independência do Brasil: o Período Joanino; Primeiro Reinado; Período Regencial;
Segundo Reinado; Crise da Monarquia e Proclamação da República................................................................................................. 17
13) O Pensamento e a Ideologia no Século XIX: O Idealismo Romântico; o Socialismo Utópico e o Socialismo Científico;
o Cartismo; a Doutrina Social da Igreja; o Liberalismo e o Anarquismo; o Evolucionismo e o Positivismo......................... 18
14) O Mundo na Época da Primeira Guerra Mundial: O imperialismo e os antecedentes da Primeira Guerra Mundial; a
Primeira Guerra Mundial; consequências da Primeira Guerra Mundial; a República Velha no Brasil; conflitos brasileiros
durante a República Velha.................................................................................................................................................................................... 20
15) O Mundo na Época da Segunda Guerra Mundial: O entre-guerras; a Segunda Guerra Mundial;.................................... 23
O Brasil na Era Vargas; a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial................................................................................. 24
16) O Mundo no Auge da Guerra Fria: A reconstrução da Europa e do Japão e o surgimento do mundo bipolar; os
principais conflitos da Guerra Fria – a Guerra da Coréia (1950 – 1953),............................................................................................. 29
A Guerra do Vietnã (1961 – 1975)...................................................................................................................................................................... 31
Os conflitos árabes-israelenses entre 1948 e 1974;.................................................................................................................................... 32
A descolonização da África e da Ásia;.............................................................................................................................................................. 33
A República Brasileira entre 1945 e 1985........................................................................................................................................................ 37
17) O Mundo no Final do Século XX e Início do Século XXI: Declínio e queda do socialismo nos países europeus (Ale-
manha, Polônia, Hungria, ex-Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária, Albânia, ex-Iugoslávia) e na ex-União Soviética; os
conflitos do final do Século XX – a Guerra das Malvinas,......................................................................................................................... 38
A Guerra Irã-Iraque (1980 – 1989),.................................................................................................................................................................... 39
A Guerra do Afeganistão (1979 – 1989), a Guerra Civil no Afeganistão (1989 – 2001),............................................................... 39
A Guerra do Golfo (1991),..................................................................................................................................................................................... 40
A Guerra do Chifre da África (1977 – 1988);.................................................................................................................................................. 41
A Guerra Civil na Somália (1991);....................................................................................................................................................................... 42
O 11 de Setembro de 2001 e a nova Guerra no Afeganistão;................................................................................................................ 42
A República Brasileira de 1985 até os dias atuais........................................................................................................................................ 43
Inglês
A prova de Língua Inglesa do Concurso de Admissão estina-se a avaliar a habilidade de compreensão geral de textos
na língua inglesa, bem como a compreensão específica de expressões, frases, palavras e o conhecimento das seguintes
estruturas gramaticais: adjectives, adverbs, nouns, articles, conjunctions, modal auxiliaries, prepositions, pronouns, pos-
sessive adjectives, determiners, quantifiers, verb forms, wh-questions. Os textos abordarão temas variados e poderão
ser extraídos das mais diversas fontes (livros, revistas, jornais e internet)........................................................................................ 01
SUMÁRIO
Matemática
1) Teoria dos Conjuntos e Conjuntos Numéricos: representação de conjuntos, subconjuntos, operações: união, in-
terseção, diferença e complementar. Conjunto universo e conjunto vazio; conjunto dos números naturais e inteiros:
operações fundamentais, Números primos, fatoração, número de divisores, máximo divisor comum e mínimo múlti-
plo; conjunto dos números reais: operações fundamentais, módulo, representação decimal, operações com intervalos
reais; e números complexos: operações, módulo, conjugado de um número complexo, representações algébrica e
trigonométrica. Representação no plano de Argand-Gauss, Potencialização e radiciação. Extração de raízes. Fórmulas
de Moivre. Resolução de equações binomiais e trinomiais.................................................................................................................01
2) Funções: definição, domínio, imagem, contradomínio, funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras, funções pares e
ímpares, funções periódicas; funções compostas; relações; raiz de uma função; função constante, função crescente,
função decrescente; função definida por mais de uma sentença; as funções y=k/x, y= raiz quadrada de x e seus gráfi-
cos; função inversa e seu gráfico; e translação, reflexão de funções................................................................................................14
3) Função Linear, Função Afim e Função Quadrática: gráficos, domínio, imagem e características; variações de sinal;
máximos e mínimos; e inequação produto e inequação quociente. ...............................................................................................16
4) Função Modular: o conceito e propriedades do módulo de um número real; definição, gráfico, domínio e imagem
da função modular; equações modulares; e as inequações modulares..........................................................................................18
5) Função Exponencial: gráficos, domínio, imagem e características da função exponencial, logaritmos decimais, ca-
racterística e mantissa; e as equações e inequações exponenciais. .................................................................................................19
6) Função Logarítmica: definição de logaritmo e propriedades operatórias; gráficos, domínio, imagem e características
da função logarítmica; e equações e inequações logarítmicas...........................................................................................................21
7) Trigonometria: trigonometria no triângulo (retângulo e qualquer); lei dos senos e lei dos cossenos; unidades de
medidas de arcos e ângulos: o grau e o radiano; círculo trigonométrico, razões trigonométricas e redução ao 1º qua-
drante; funções trigonométricas, transformações, identidades trigonométricas fundamentais, equações e inequações
trigonométricas no conjunto dos números reais; fórmulas de adição de arcos, arcos duplos, arco metade e transfor-
mação em produto; as funções trigonométricas inversas e seus gráficos, arcos notáveis; e sistemas de equações e
inequações trigonométricas e resolução de triângulos.........................................................................................................................26
8) Contagem e Análise Combinatória: fatorial: definição e operações; princípios multiplicativo e aditivo da contagem; arran-
jos, combinações e permutações; e o binômio de Newton: desenvolvimento, coeficientes binomiais e termo geral. ............33
9) Probabilidade: experimento aleatório, experimento amostral, espaço amostral e evento; probabilidade em espaços
amostrais equiprováveis; probabilidade da união de dois eventos; probabilidade condicional; propriedades das pro-
babilidades; e a probabilidade de dois eventos sucessivos e experimentos binomiais. ..........................................................37
10) Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares: operações com matrizes (adição, multiplicação por escalar, trans-
posição produto); matriz inversa; determinante de uma matriz: definição e propriedades; e os sistemas de equações
lineares.....................................................................................................................................................................................................................41
11) Sequências Numéricas e Progressões: sequências Numéricas; progressões aritméticas: termo geral, soma dos
termos e propriedades; progressões Geométricas: termo geral, soma dos termos e propriedades....................................47
12) Geometria Espacial de Posição: posições relativas entre duas retas; posições relativas entre dois planos; posições
relativas entre reta e plano; perpendicularidade entre duas retas, entre dois planos e entre reta e plano; e a projeção
ortogonal. ..............................................................................................................................................................................................................51
13) Geometria Espacial Métrica: prismas: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; pirâmide: con-
ceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; cilindro: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes
e troncos; cone: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; esfera: elementos, seção da esfera, área,
volumes e partes da esfera; projeções; sólidos de revolução; e inscrição e circunscrição de sólidos..................................53
14) Geometria Analítica Plana: ponto: o plano cartesiano, distância entre dois pontos, ponto médio de um segmento
e condição de alinhamento de três pontos; reta: equações geral e reduzida, interseção de retas, paralelismo e perpen-
dicularidade, ângulo entre duas retas, distância entre ponto e reta e distância entre duas retas, bissetrizes do ângulo
entre duas retas, Área de um triângulo e inequações do primeiro grau com duas variáveis; circunferência: equações
geral e reduzida, posições relativas entre ponto e circunferência, reta e circunferência e duas circunferências; proble-
mas de tangência; e equações e inequações do segundo grau com duas variáveis; elipse: definição, equação, posições
relativas entre ponto e elipse, posições relativas entre reta e elipse; hipérbole: definição, equação da hipérbole, posi-
ções relativas entre ponto e hipérbole, posições relativas entre reta e hipérbole e equações das assíntotas da hipér-
bole; parábola: definição, equação, posições relativas entre ponto e parábola, posições relativas entre reta e parábola;
reconhecimento de cônicas a partir de sua equação geral..................................................................................................................60
15) Geometria Plana: Ângulo: definição, elementos e propriedades; Ângulos na circunferência; Paralelismo e perpen-
dicularidade; Semelhança de triângulos; Pontos notáveis do triângulo; Relações métricas nos triângulos (retângulos
e quaisquer); Relação de Stewart; Triângulos retângulos, Teorema de Pitágoras; Congruência de figuras planas; Feixe
SUMÁRIO
de retas paralelas e transversais, Teorema de Tales; Teorema das bissetrizes internas e externas de um triângulo; Qua-
driláteros notáveis; Polígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos; Perímetro e área de po-
lígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos; Fórmula de Heron; Razão entre áreas; Lugares
geométricos; Elipse, parábola e hipérbole; Linha poligonal; e a inscrição e circunscrição.......................................................... 73
16) Polinômios: função polinomial, polinômio identicamente nulo, grau de um polinômio, identidade de um polinômio,
raiz de um polinômio, operações com polinômios e valor numérico de um polinômio; divisão de polinômios, Teorema
do Resto, Teorema de D’Alembert e dispositivo de Briot-Ruffinni; relação entre coeficientes e raízes. Fatoração e multi-
plicidade de raízes e produtos notáveis. Máximo divisor comum de polinômios;......................................................................... 84
17) Equações Polinomiais: teorema fundamental da álgebra, teorema da decomposição, raízes imaginárias, raízes racio-
nais, relações de Girard e teorema de Bolzano............................................................................................................................................ 86
Português
1) Leitura, Interpretação e Análise de Textos: Leitura, interpretação e análise dos significados presentes num texto e
relacionamento destes com o universo em que foi produzido............................................................................................................. 01
2) Fonética: Fonemas, sílaba, tonicidade, ortoépia, prosódia, ortografia, acentuação gráfica, notações léxicas, abreviatu-
ras, siglas e símbolos............................................................................................................................................................................................... 08
3) Morfologia: Estrutura das palavras, formação das palavras, sufixos, prefixos, radicais gregos e latinos, origens das pa-
lavras da Língua Portuguesa. Classificação e flexão das palavras (substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, preposição, conjunção, interjeição, conectivos e formas variantes). .............................................................................. 18
4) Semântica: Significação das palavras. ........................................................................................................................................................ 58
5) Sintaxe: Análise sintática, termos essenciais da oração, termos integrantes da oração, termos acessórios da oração,
período composto, orações coordenadas, orações principais e subordinadas, orações subordinadas substantivas, ora-
ções subordinadas adjetivas, orações subordinadas adverbiais, orações reduzidas, estudo complementar do período
composto, sinais de pontuação, sintaxe de concordância, sintaxe de regência (verbal e nominal), sintaxe de colocação,
emprego de algumas classes de palavras, emprego dos modos e dos tempos, emprego do infinitivo, emprego do verbo
haver.............................................................................................................................................................................................................................. 64
6) Teoria da Linguagem: História da Língua Portuguesa; linguagem, língua, discurso e estilo; níveis de linguagem e fun-
ções da linguagem. ................................................................................................................................................................................................. 89
7) Estilística: Figuras de linguagem, língua e arte literária. ...................................................................................................................103
8) Alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado
em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste, aprovado no Brasil pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008
e alterado pelo Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012. .......................................................................................................106
9) Literatura Brasileira: literatura e a história da literatura; os gêneros literários; a linguagem poética; elementos da
Narrativa; Trovadorismo; Humanismo; Classicismo; Quinhentismo; Barroco; Arcadismo; Romantismo prosa e poesia;
Realismo/ Naturalismo; Parnasianismo; Simbolismo; Pré-Modernismo; movimentos de Vanguarda Europeia no Brasil;
Modernismo Brasileiro prosa e poesia (1ª, 2ª e 3ª gerações); e as tendências da Literatura Contemporânea.................115
Redação
Dissertação – Tema: é a colocação do título; a correta interpretação do tema central; capacidade de reflexão; o não tan-
genciamento, desvio ou fuga parcial do tema; ........................................................................................................................................... 01
a estrutura dissertativa, com introdução, desenvolvimento e conclusão, em que não haja características de relato puro,
pela incidência recorrente ou pela predominância de verbos no pretérito. Na introdução, a apresentação do assunto
geral, o direcionamento ou delimitação do tema e o posicionamento do aluno, ou objetivo do trabalho; no desenvol-
vimento, a abordagem do tema, a apresentação de no mínimo duas ideias-força, o aprofundamento necessário para
alicerçar cada uma delas, a clara intenção persuasiva, o grau de conhecimento, maturidade e capacidade de abstração
mental; na conclusão, a retomada do tema, a ratificação do objetivo do trabalho e o fecho. ................................................ 02
Linguagem: ADEQUAÇÃO VOCABULAR (coerência, coesão textual, clareza, estruturação frasal, períodos gramaticalmen-
te íntegros, impessoais, sem prolixidade, não utilização de pronome de tratamento “você”, não utilização de texto ape-
lativo, verbos no imperativo, aconselhamentos; utilização da norma culta da Língua, sem repetição viciosa, sem marcas
de oralidade e/ou gírias, não utilização de clichês). APRESENTAÇÃO (sem rasuras, letra padrão da Língua, marginação,
capricho). .................................................................................................................................................................................................................... 06
Gramática: cumprimento das normas gramaticais, de acordo com a norma culta da Língua................................................... 21
FÍSICA
1) Mecânica: Introdução ao método científico na Física, conceitos básicos de cinemática, movimento uniforme, movi-
mento uniformemente variado, movimentos sob a ação da gravidade, movimentos circulares, gráficos da cinemática,
composição de movimentos e cinemática vetorial, dinâmica, energia, trabalho, impulso, potência, rendimento, quan-
tidade de movimento, choques mecânicos, estática de um ponto material e de um corpo extenso rígido, hidrostática,
princípios de conservação, leis de Kepler e gravitação universal.......................................................................................................... 01
2) Termologia: Conceitos fundamentais de termologia, termometria, calorimetria, mudanças de fase, diagramas de fase,
propagação do calor, dilatação térmica de sólidos e líquidos, gases ideais e termodinâmica................................................. 12
3) Óptica: Princípios da óptica geométrica, reflexão da luz, espelho plano, espelhos esféricos, refração luminosa, lentes
esféricas, instrumentos ópticos, olho humano e defeitos da visão...................................................................................................... 14
4) Ondas: Movimento harmônico simples, conceitos básicos de ondas e pulsos, reflexão, refração, difração, interferên-
cia, polarização, ondas sonoras e efeito Doppler. ..................................................................................................................................... 15
5) Eletricidade: Carga elétrica, princípios da eletrostática, processos de eletrização, força elétrica campo elétrico, po-
tencial elétrico, trabalho da força elétrica, energia potencial elétrica, condutores em equilíbrio eletrostático, capacidade
elétrica, corrente elétrica, potência e energia na corrente elétrica, resistores, resistência elétrica, associação de resistores,
associação de capacitores, energia armazenada nos capacitores, aparelhos de medição elétrica, geradores e receptores
elétricos, ...................................................................................................................................................................................................................... 33
Leis de Kirchhoff, conceitos iniciais do magnetismo, campo magnético, força magnética, indução eletromagnética, cor-
rente alternada, transformadores e ondas eletromagnéticas................................................................................................................. 42
FÍSICA
FÍSICA
Espaço de um móvel
Para localizarmos um móvel ao longo de uma trajetó-
ria, devemos orientá-la e adotar um ponto como origem.
A medida em relação ao ponto de origem até um ponto Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/ci-
qualquer é chamada de espaço S. nematica-escalar.htm
1
FÍSICA
2
FÍSICA
temos:
(2)
(1)
(2)
Então:
logo:
mas , então:
e:
logo:
sendo mas
temos:
(1)
então:
No sentido vertical (substituindo h por y):
sendo
3
FÍSICA
mas
Então
(b) Sabemos que quando a altura for máxima . Então, partindo da equação de Torricelli no movimento vertical:
Movimento Circular
Grandezas Angulares
As grandezas até agora utilizadas de deslocamento/espaço (s, h, x, y), de velocidade (v) e de aceleração (a), eram úteis
quando o objetivo era descrever movimentos lineares, mas na análise de movimentos circulares, devemos introduzir novas
grandezas, que são chamadas grandezas angulares, medidas sempre em radianos. São elas:
4
FÍSICA
Saiba mais...
Da definição de radiano temos:
E é calculado por:
Assim como para o deslocamento linear, temos um deslocamento angular se calcularmos a diferença entre a posição
angular final e a posição angular inicial:
Sendo:
5
FÍSICA
Por convenção:
No sentido anti-horário o deslocamento angular é positivo.
No sentido horário o deslocamento angular é negativo.
Análogo à velocidade linear, podemos definir a velocidade angular média, como a razão entre o deslocamento angular
pelo intervalo de tempo do movimento:
mas se isolarmos S:
mas a derivada da Posição em função do tempo é igual a velocidade linear e a derivada da Posição Angular em função
do tempo é igual a velocidade angular, logo:
mas a derivada da velocidade linear em função do tempo é igual a aceleração linear, que no movimento circular é tan-
gente à trajetória, e a derivada da velocidade angular em função do tempo é igual a aceleração angular, então:
Então:
Linear Angular
S = φR
v = ωR
a = αR
6
FÍSICA
Período e Frequência
Período (T) é o intervalo de tempo mínimo para que um fenômeno ciclico se repita. Sua unidade é a unidade de tempo
(segundo, minuto, hora...)
Frequência(f) é o número de vezes que um fenômeno ocorre em certa unidade de tempo. Sua unidade mais comum é
Hertz (1Hz=1/s) sendo também encontradas kHz, MHz e rpm. No movimento circular a frequência equivale ao número de
rotações por segundo sendo equivalente a velocidade angular.
Um corpo está em Movimento Curvilíneo Uniforme, se sua trajetória for descrita por um círculo com um “eixo de rota-
ção” a uma distância R, e sua velocidade for constante, ou seja, a mesma em todos os pontos do percurso.
No cotidiano, observamos muitos exemplos de MCU, como uma roda gigante, um carrossel ou as pás de um ventilador
girando.
Embora a velocidade linear seja constante, ela sofre mudança de direção e sentido, logo existe uma aceleração, mas
como esta aceleração não influencia no módulo da velocidade, chamamos de Aceleração Centrípeta.
Sabendo que e que , pode-se converter a função horária do espaço linear para o espaço angular:
então:
Quando um corpo, que descreve trajetória circular, e sofre mudança na sua velocidade angular, então este corpo tem
aceleração angular (α).
As formas angulares das equações do Movimento Curvilíneo Uniformemente Variado são obtidas quando divididas
pelo raio R da trajetória a que se movimenta o corpo.
Assim:
7
FÍSICA
MUV MCUV
E, aceleração resultante é dada pela soma vetorial da aceleração tangencial e da aceleração centípeta:
Exemplo:
Um volante circular como raio 0,4 metros gira, partindo do repouso, com aceleração angular igual a 2rad/s².
(a) Qual será a sua velocidade angular depois de 10 segundos?
(b) Qual será o ângulo descrito neste tempo?
(c) Qual será o vetor aceleração resultante?
8
FÍSICA
Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/Cinematica/mc2.php
Força gravitacional
Ao estudar o movimento da Lua, Newton concluiu que a força que faz com que ela esteja constantemente em órbita é
do mesmo tipo que a força que a Terra exerce sobre um corpo em suas proximidades. A partir daí criou a Lei da Gravitação
Universal.
Onde:
F=Força de atração gravitacional entre os dois corpos
G=Constante de gravitação universal
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FÍSICA
Nas proximidades da Terra a aceleração da gravidade varia, mas em toda a Litosfera (camada em que há vida) esta pode
ser considerada constante, seus valores para algumas altitudes determinadas são:
Leis de Kepler
Quando o ser humano iniciou a agricultura, ele necessitou de uma referência para identificar as épocas de plantio e
colheita.
Ao observar o céu, os nossos ancestrais perceberam que alguns astros descrevem um movimento regular, o que pro-
piciou a eles obter uma noção de tempo e de épocas do ano.
Primeiramente, foi concluído que o Sol e os demais planetas observados giravam em torno da Terra. Mas este modelo,
chamado de Modelo Geocêntrico, apresentava diversas falhas, que incentivaram o estudo deste sistema por milhares de
anos.
Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) apresentou um modelo Heliocêntrico, em que o Sol estava no
centro do universo, e os planetas descreviam órbitas circulares ao seu redor.
No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis que regem o movimento planetário, utilizando anotações
do astrônomo Tycho Brahe (1546-1601).
Kepler formulou três leis que ficaram conhecidas como Leis de Kepler.
Os planetas descrevem órbitas elipticas em torno do Sol, que ocupa um dos focos da elipse.
10
FÍSICA
O segmento que une o sol a um planeta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais.
O quociente dos quadrados dos períodos e o cubo de suas distâncias médias do sol é igual a uma constante k, igual a
todos os planetas.
Tendo em vista que o movimento de translação de um planeta é equivalente ao tempo que este demora para percorrer
uma volta em torno do Sol, é fácil concluirmos que, quanto mais longe o planeta estiver do Sol, mais longo será seu período
de translação e, em consequência disso, maior será o “seu ano”.
Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/GravitacaoUniversal/lk.php
11
FÍSICA
Escala Fahrenheit
2) TERMOLOGIA: CONCEITOS Outra escala bastante utilizada, principalmente nos
FUNDAMENTAIS DE TERMOLOGIA, países de língua inglesa, criada em 1708 pelo físico alemão
TERMOMETRIA, CALORIMETRIA, Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), tendo como refe-
rência a temperatura de uma mistura de gelo e cloreto de
MUDANÇAS DE FASE, DIAGRAMAS DE FASE,
amônia (0 °F) e a temperatura do corpo humano (100 °F).
PROPAGAÇÃO DO CALOR, DILATAÇÃO
Em comparação com a escala Celsius:
TÉRMICA DE SÓLIDOS E LÍQUIDOS, GASES 0 °C = 32 °F
IDEAIS E TERMODINÂMICA. 100 °C = 212 °F
Escala Kelvin
TERMOMETRIA Também conhecida como escala absoluta, foi verifica-
Temperatura da pelo físico inglês William Thompson (1824-1907), tam-
Chamamos de Termologia a parte da física que estuda bém conhecido como Lorde Kelvin. Esta escala tem como
os fenômenos relativos ao calor, aquecimento, resfriamen- referência a temperatura do menor estado de agitação de
to, mudanças de estado físico, mudanças de temperatura, qualquer molécula (0 K) e é calculada apartir da escala Cel-
etc. sius.
Por convenção, não se usa “grau” para esta escala, ou
Temperatura é a grandeza que caracteriza o estado seja 0 K, lê-se zero kelvin e não zero grau kelvin. Em com-
térmico de um corpo ou sistema. paração com a escala Celsius:
Fisicamente o conceito dado a quente e frio é um pou- -273 °C = 0 K
co diferente do que costumamos usar no nosso cotidiano. 0 °C = 273 K
Podemos definir como quente um corpo que tem suas mo- 100 °C = 373 K
léculas agitando-se muito, ou seja, com alta energia ciné-
tica. Analogamente, um corpo frio, é aquele que tem baixa Conversões entre escalas
agitação das suas moléculas. Para que seja possível expressar temperaturas dadas
Ao aumentar a temperatura de um corpo ou sistema em uma certa escala para outra qualquer deve-se estabele-
pode-se dizer que está se aumentando o estado de agita- cer uma convenção geométrica de semelhança.
ção de suas moléculas. Por exemplo, convertendo uma temperatura qualquer
Ao tirarmos uma garrafa de água mineral da geladei- dada em escala Fahrenheit para escala Celsius:
ra ou ao retirar um bolo de um forno, percebemos que
após algum tempo, ambas tendem a chegar à temperatura
do ambiente. Ou seja, a água “esquenta” e o bolo “esfria”.
Quando dois corpos ou sistemas atingem o mesma tem-
peratura, dizemos que estes corpos ou sistemas estão em
equilíbrio térmico.
Escalas Termométricas
Para que seja possível medir a temperatura de um cor-
po, foi desenvolvido um aparelho chamado termômetro.
O termômetro mais comum é o de mercúrio, que con-
siste em um vidro graduado com um bulbo de paredes
finas que é ligado a um tubo muito fino, chamado tubo
capilar.
Quando a temperatura do termômetro aumenta, as
moléculas de mercúrio aumentam sua agitação fazendo
com que este se dilate, preenchendo o tubo capilar. Para
cada altura atingida pelo mercúrio está associada uma
temperatura. Pelo princípio de semelhança geométrica:
A escala de cada termômetro corresponde a este valor
de altura atingida.
Escala Celsius
É a escala usada no Brasil e na maior parte dos países,
oficializada em 1742 pelo astrônomo e físico sueco Anders
Celsius (1701-1744). Esta escala tem como pontos de refe-
rência a temperatura de congelamento da água sob pres-
são normal (0 °C) e a temperatura de ebulição da água sob
pressão normal (100 °C).
12
FÍSICA
Exemplo:
Qual a temperatura correspondente em escala Celsius para a temperatura 100 °F?
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FÍSICA
Algumas temperaturas:
Escala Celsius E s c a l a
Escala Kelvin (K)
(°C) Fahrenheit (°F)
Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/Calorimetria/calor.php
Óptica é o ramo da física que estuda os fenômenos relacionados à luz. Devido ao fato do sentido da visão ser o que
mais contribui para a aquisição do conhecimento, a óptica é uma ciência bastante antiga, surgindo a partir do momento
em que as pessoas começaram a fazer questionamentos sobre o funcionamento da visão e sua relação com os fenômenos
ópticos.
14
FÍSICA
A refração da luz ocorre quando os feixes de luz mu- mos. Isso significa que o ponto próximo se afasta do olho
dam de velocidade e de direção quando passam de um e, portanto, a pessoa presbiope não enxerga bem de perto.
meio para outro. A absorção é o fenômeno onde as super- Da mesma maneira que a hipermetropia, a correção é feita
fícies absorvem parte ou toda a quantidade de luz que é com o uso de lentes convergentes.
incidida.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/ Astigmatismo
optica.htm
O astigmatismo consiste em uma imperfeição do olho
Podemos dizer que um dos sentidos mais importantes (córnea) cujo raio de curvatura varia conforme a secção
que temos é a visão. Graças a ela podemos ver o mundo considerada. Por isso a luz sofre refrações diferentes nas
a nossa volta. Podemos ver o filme que está em cartaz no diferentes secções. Consequentemente, a imagem que se
cinema, podemos ver as cores dos objetos, etc. Algumas forma na retina do olho astigmático apresenta deforma-
pessoas não possuem uma boa visão, ou seja, apresentam ções. A correção para o astigmatismo é feita usando lentes
alguns “defeitos” que podem trazer certo desconforto. Ge- cilíndricas, que podem ser convergentes ou divergentes.
ralmente, como forma de corrigir alguns defeitos na visão, Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/fisica/defeitos-
as pessoas fazem uso de óculos. visao.html
Miopia ONDAS
Classificação das ondas
A miopia é um defeito que não permite a visão níti- Uma onda é um movimento causado por uma pertur-
da de um objeto ao longe, porque, estando os músculos bação, e esta se propaga através de um meio.
ciliares relaxados, o foco imagem do olho está antes da Um exemplo de onda é tido quando joga-se uma pe-
retina. Dessa forma, a imagem de um objeto distante for- dra em um lago de águas calmas, onde o impacto causará
ma-se antes da retina. O olho míope apresenta uma exces- uma perturbação na água, fazendo com que ondas circula-
siva convergência ou um alongamento na direção do eixo res se propagem pela superfície da água.
anteroposterior, o que leva a um encurtamento da faixa
de visão. Sendo assim, o míope apresenta dificuldade para
enxergar ao longe, porém, enxerga muito bem a curtas dis-
tâncias. A miopia pode ser corrigida fazendo uso de lentes
divergentes.
Hipermetropia
15
FÍSICA
• Ondas Mecânicas: são ondas que necessitam de um meio material para se propagar, ou seja, sua propagação en-
volve o transporte de energia cinética e potencial e depende da elasticidade do meio. Por isto não é capaz de propagar-se
no vácuo. Alguns exemplos são os que acontecem em molas e cordas, sons e em superfícies de líquidos.
• Ondas Eletromagnéticas: são ondas geradas por cargas elétricas oscilantes e sua propagação não depende do meio
em que se encontram, podendo propagar-se no vácuo e em determinados meios materiais. Alguns exemplos são as ondas
de rádio, de radar, os raios x e as microondas.
Todas as ondas eletromagnéticas tem em comum a sua velocidade de propagação no vácuo, próxima a 300000km/s,
que é equivalente a 1080000000km/h.
Sabendo que as ondas em geral têm como característica fundamental propagar energia
sem que haja movimentação no meio, como explica-se o fenômeno de quebra das ondas
do mar, causando movimentação de água, próximo à costa?
Em águas profundas as ondas do mar não transportam matéria, mas ao aproximar-se
da costa, há uma brusca diminuição da profundidade onde se encontram, provocando a
quebra destas ondas e causando uma movimentação de toda a massa de água e a formação
de correntezas.
Após serem quebradas, as ondas do mar deixam de comportar-se como ondas.
• Unidimensionais: que se propagam em apenas uma direção, como as ondas em cordas e molas esticadas;
• Bidimensionais: são aquelas que se propagam por uma superfície, como as água em um lago quando se joga uma
pedra;
• Tridimensionais: são capazes de se propagar em todas as dimensões, como a luz e o som.
Quanto à direção da vibração as ondas podem ser classificadas como:
• Transversais: são as que são causadas por vibrações perpendiculares à propagação da onda, como, por exemplo,
em uma corda:
• Longitudinais: são ondas causadas por vibrações com mesma direção da propagação, como as ondas sonoras.
16
FÍSICA
17
FÍSICA
Sendo esta a equação fundamental da Ondulatória, Para este caso costuma-se dizer que há inversão de
já que é valida para todos os tipos de onda. fase já que o pulso refletido executa o movimento contrá-
É comum utilizar-se frequências na ordem de kHz (1qui- rio ao do pulso incidente.
lohertz = 1000Hz) e de MHz (1megahertz = 1000000Hz)
Com extremidade livre:
Exemplo: Considerando uma corda presa por um anel a uma
(1) Qual a frequência de ondas, se a velocidade des- haste idealizada, portanto sem atrito.
ta onde é de 195m/s, e o seu comprimento de onda é de
Ao atingir o anel, o movimento é continuado, embo-
1cm?
ra não haja deslocamento no sentido do pulso, apenas no
1cm=0,01m
sentido perpendicular a este. Então o pulso é refletido em
direção da aplicação, mas com sentido inverso. Como mos-
tra a figura:
Reflexão de ondas
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FÍSICA
• 1ª Lei da Reflexão: O raio incidente, o raio refletido e a reta perpendicular à superfície refletora no ponto de inci-
dência estão contidos sempre no mesmo plano;
•
• 2ª Lei da Reflexão: Os ângulos formados entre o raio incidente e a reta perpendicular e entre o raio refletido e a
reta perpendicular têm sempre a mesma medida.
Assim:
Então pode-se imaginar que a reflexão das ondas aconteça como se fosse refletida em um espelho posto perpendi-
cularmente ao ponto de incidência.
Considere a reflexão de ondas circulares:
Refração de ondas
É o fenômeno que ocorre quando uma onda passa de um meio para outro de características distintas, tendo sua dire-
ção desviada.
Independente de cada onda, sua frequência não é alterada na refração, no entanto, a velocidade e o comprimento de
onda podem se modificar.
19
FÍSICA
Através da refração é possíveis explicar inúmeros efeitos, como o arco-íris, a cor do céu no pôr-do-sol e a construção
de aparelhos astronômicos.
A refração de ondas obedece duas leis que são:
• 1ª Lei da Refração: O raio incidente, a reta perpendicular à fronteira no ponto de incidência e o raio refratado
estão contidos no mesmo plano.
• Lei de Snell: Esta lei relaciona os ângulos, as velocidades e os comprimentos de onda de incidência de refração,
sendo matematicamente expressa por:
Aplicando a lei:
20
FÍSICA
Como exemplos da refração, podem ser usadas ondas Este tipo de superposição é chamado interferência
propagando-se na superfície de um líquido e passando por construtiva, já que a superposição faz com que a amplitude
duas regiões distintas. É possível verificar experimental- seja momentaneamente aumentada em módulo.
mente que a velocidade de propagação nas superfícies de
líquidos pode ser alterada modificando-se a profundidade Situação 2: os pulsos são dados em oposição de fase.
deste local. As ondas diminuem o módulo de velocidade ao
se diminuir a profundidade.
Superposição de ondas
A superposição, também chamada interferência em al-
guns casos, é o fenômeno que ocorre quando duas ou mais
ondas se encontram, gerando uma onda resultante igual à
soma algébrica das perturbações de cada onda.
Imagine uma corda esticada na posição horizontal, ao
serem produzidos pulsos de mesma largura, mas de dife-
rentes amplitudes, nas pontas da corda, poderá acontecer
uma superposição de duas formas:
Situação 1: os pulsos são dados em fase. Novamente, ao se encontrarem as ondas, suas ampli-
tudes serão somadas, mas podemos observar que o sen-
tido da onda de amplitude é negativo em relação ao
eixo vertical, portanto <0. Logo, o pulso resultante terá
amplitude igual a diferença entre as duas amplitudes:
Numericamente:
21
FÍSICA
A figura acima mostra a sobreposição de duas ondas com períodos iguais e amplitudes diferentes (I e II), que, ao serem
sobrepostas, resultam em uma onda com amplitude equivalente às suas ondas (III). Este é um exemplo de interferência
construtiva.
Já este outro exemplo, mostra uma interferência destrutiva de duas ondas com mesma frequência e mesma amplitude,
mas em oposição de fase (I e II) que ao serem sobrepostas resultam em uma onda com amplitude nula (III).
Os principais exemplos de ondas sobrepostas são os fenômenos ondulatórios de batimento e ondas estacionárias.
• Batimento: Ocorre quando duas ondas periódicas de frequência diferente e mesma amplitude são sobrepostas,
resultando em uma onda com variadas amplitudes dependentes do soma de amplitudes em cada crista resultante.
• Ondas estacionárias: É o fenômeno que ocorre quando são sobrepostas duas ondas com mesma frequência, velo-
cidade e comprimento de onda, na mesma direção, mas em sentidos opostos.
• Imagine duas ondas bidimensionais circulares, geradas respectivamente por uma fonte F1 e F2, com, amplitudes e
frequências iguais, e em concordância de fase.
22
FÍSICA
• Na figura a onda da esquerda tem cristas representadas por linhas contínuas pretas e vales por linhas tracejadas
vermelhas e a onda da direita tem cristas representadas por linhas contínuas verdes e vales por linhas tracejadas azuis.
• Os círculos preenchidos representam pontos de interferência construtiva, ou seja, onde a amplitude das ondas é
somada.
• Os círculos em branco representam pontos de interferência destrutiva, ou seja, onde a amplitude é subtraída.
• Ressonância
• É o fenômeno que acontece quando um sistema físico recebe energia por meio de excitações de frequência igual
a uma de suas frequências naturais de vibração. Assim, o sistema físico passa a vibrar com amplitudes cada vez maiores.
• Cada sistema físico capaz de vibrar possui uma ou mais frequências naturais, isto é, que são características do sis-
tema, mais precisamente da maneira como este é construído. Como por exemplo, um pêndulo ao ser afastado do ponto de
equilíbrio, cordas de um violão ou uma ponte para a passagem de pedestres sobre uma rodovia movimentada.
• Todos estes sistemas possuem sua frequência natural, que lhes é característica. Quando ocorrem excitações perió-
dicas sobre o sistema, como quando o vento sopra com frequência constante sobre uma ponte durante uma tempestade,
acontece um fenômeno de superposição de ondas que alteram a energia do sistema, modificando sua amplitude.
• Conforme estudamos anteriormente, se a frequência natural de oscilação do sistema e as excitações constantes
sobre ele estiverem sob a mesma frequência, a energia do sistema será aumentada, fazendo com que vibre com amplitudes
cada vez maiores.
23
FÍSICA
• Um caso muito famoso deste fenômeno foi o rom- • Se a ponte não tiver uma resistência que suporte a
pimento da ponte Tacoma Narrows, nos Estados Unidos, amplitude do movimento, esta sofrerá danos podendo até
em 7 de novembro de 1940. Em um determinado momen- ser destruída como a ponte Tacoma Narrows.
to o vento começou soprar com frequência igual à natural
de oscilação da ponte, fazendo com que esta começasse • Princípio de Huygens
a aumentar a amplitude de suas vibrações até que sua es-
trutura não pudesse mais suportar, fazendo com que sua • Christian Huygens (1629-1695), no final do século
estrutura rompesse. XVII, propôs um método de representação de frentes de
• O caso da ponte Tacoma Narrows pode ser con- onda, onde cada ponto de uma frente de onda se com-
siderado uma falha humana, já que o vento que soprava
porta como uma nova fonte de ondas elementares, que se
no dia 7 de Novembro de 1940 tinha uma frequência ca-
propagam para além da região já atingida pela onda ori-
racterística da região onde a ponte foi construída, logo os
engenheiros responsáveis por sua construção falharam ginal e com a mesma frequência que ela. Sendo esta ideia
na análise das características naturais da região. Por isto, conhecida como Princípio de Huygens.
atualmente é feita uma análise profunda de todas as possí-
veis características que possam requerer uma alteração em
uma construção civil.
• Imagine que esta é uma ponte construída no estilo
pênsil, e que sua frequência de oscilação natural é dada por:
• A amplitude de oscilação da ponte passará a ser • Para um considerado instante, cada ponto da fren-
dada pela superposição das duas ondas: te de onda comporta-se como fonte das ondas elementa-
res de Huygens.
• A partir deste princípio, é possível concluir que,
em um meio homogêneo e com as mesmas características
físicas em toda sua extensão, a frente de onda se desloca
mantendo sua forma, desde que não haja obstáculos.
• Desta forma:
24
FÍSICA
Difração de ondas
Este fenômeno prova que a generalização de que os raios de onda são retilíneos é errada, já que a parte que atinge a
barreira é refletida, enquanto os raios que atingem a fenda passam por ela, mas nem todas continuam retas.
Se esta propagação acontecesse em linha reta, os raios continuariam retos, e a propagação depois da fenda seria uma
faixa delimitada pela largura da fenda. No entanto, há um desvio nas bordas.
Este desvio é proporcional ao tamanho da fenda. Para o caso onde esta largura é muito inferior ao comprimento de
onda, as ondas difratadas serão aproximadamente circulares, independente da forma geométrica das ondas incidentes.
Experiência de Young
Por volta do século XVII, apesar de vários físicos já defenderem a teoria ondulatória da luz, que afirmava que a luz era
incidida por ondas, a teoria corpuscular de Newton, que descrevia a luz como um partícula, era muito bem aceita na co-
munidade científica.
Em 1801, o físico e médico inglês, Thomas Young foi o primeiro a demonstrar, com sólidos resultados experimentais,
o fenômeno de interferência luminosa, que tem por consequência a aceitação da teoria ondulatória. Embora, hoje em dia,
a teoria aceita é a dualidade onda-partícula, enunciada pelo físico francês Louis-Victor de Broglie, baseado nas conclusões
sobre as características dos fótons, de Albert Einstein.
25
FÍSICA
Na experiência realizada por Young, são utilizados três anteparos, sendo o primeiro composto por um orifício, onde
ocorre difração da luz incidida, o segundo, com dois orifícios, postos lado a lado, causando novas difrações. No último, são
projetadas as manchas causadas pela interferência das ondas resultantes da segunda difração.
Ao substituir-se estes orifícios por fendas muito estreitas, as manchas tornam-se franjas, facilitando a visualização de
regiões mais bem iluminadas (máximos) e regiões mal iluminadas (mínimos).
Observa-se que o máximo de maior intensidade acontece no centro, e que após este máximo, existem regiões de me-
nor intensidade de luz, e outras de mínimos, intercalando-se.
A audição humana considerada normal consegue captar frequências de onda sonoras que variam entre aproximada-
mente 20Hz e 20000Hz. São denominadas ondas de infra-som, as ondas que tem frequência menor que 20Hz, e ultra-som
as que possuem frequência acima de 20000Hz.
De maneira que:
26
FÍSICA
Intensidade sonora
Intervalo Acústico
Mas como a potência pode ser definida pela relação de
A audição humana é capaz de diferenciar algumas ca- energia por unidade de tempo:
racterísticas do som como a sua altura, intervalo e timbre.
A altura do som depende apenas de sua frequência,
sendo definida como a diferenciação entre grave e agudo.
Um tom de maior frequência é agudo e um de menor
é grave. Então, também podemos expressar a intensidade por:
Os intervalos entre dois sons são dados pelo quo-
ciente entre suas frequências. Ou seja:
27
FÍSICA
Conforme um observador se afasta de uma fonte so- Se este intervalo de tempo for inferior à persistência
nora, a intensidade sonora ou nível sonoro (β) diminui acústica (t < 0,1s), o som ouvido após ser refletido parecerá
logaritmicamente, sendo representado pela equação: apenas um prolongamento do som direto. A este efeito dá-
se o nome de reverberação. Para intervalos maiores que
a persistência acústica (t > 0,1s) é instintivo perceber que
esta reflexão será ouvida como eco.
Os outros fenômenos acontecem da mesma forma que
para as outras ondas estudadas. Tendo uma utilização bas-
A unidade utilizada para o nível sonoro é o Bel (B), mas tante conhecida a de interferência do som, onde é possível
como esta unidade é grande comparada com a maioria dos aplicar uma frequência anti-ruído, a fim de suavizar o som
valores de nível sonoro utilizados no cotidiano, seu múlti- do ambiente.
plo usual é o decibel (dB), de maneira que 1B=10dB.
Tubos sonoros
Reflexão do som
Assim como para qualquer outra onda, as ondas so- Assim como as cordas ou molas, a ar ou gás contido
noras, ao atingirem um obstáculo fixo, como uma parede, dentro de um tubo pode vibrar com frequências sono-
são refletidas. ras, este é o princípio que constitui instrumentos musicais
como a flauta, corneta, clarinete, etc. que são construídos
A reflexão do som acontece com inversão de fase, mas basicamente por tubos sonoros.
mantém a mesma velocidade de propagação, mesma fre- Nestes instrumentos, uma coluna de ar é posta a vibrar
quência e o mesmo comprimento de onda do som inci- ao soprar-se uma das extremidades do tubo, chamada em-
dente. bocadura, que possui os dispositivos vibrantes apropria-
dos.
Um efeito muito conhecido causado pela reflexão do Os tubos são classificados como abertos e fechados,
som é o efeito de eco. Que consiste na reflexão do som sendo os tubos abertos aqueles que têm as duas extremi-
que bate em uma parede afastada. dades abertas (sendo uma delas próxima à embocadura) e
os tubos fechados que são os que têm uma extremidade
aberta (próxima à embocadura) e outra fechada.
As vibrações das colunas gasosas podem ser estudadas
como ondas estacionárias resultantes da interferência do
som enviado na embocadura com o som refletido na outra
extremidade do tubo.
Em uma extremidade aberta o som reflete-se em fase,
formando um ventre (interferência construtiva) e em uma
extremidade fechada ocorre reflexão com inversão de fase,
formando-se um nó de deslocamento (interferência des-
trutiva).
Quando uma pessoa emite um som em direção a um
obstáculo, este som é ouvido no momento da emissão, Tubos abertos
chamado som direto, e no momento em que o som refle-
tido pelo obstáculo retorna a ele. Considerando um tubo sonoro de comprimento ℓ,
cujas ondas se propagam a uma velocidade v.
Sabemos que a velocidade é dada pela distância per- Assim as possíveis configurações de ondas estacioná-
corrida pelo som em um determinado tempo, esta distân- rias são:
cia é dada por duas vezes a distância ao obstáculo refletor,
já que o som vai e volta. Assim:
28
FÍSICA
Como n não tem restrições, no tubo aberto, obtêm-se frequências naturais de todos os harmônicos.
Tubos fechados
29
FÍSICA
Efeito Doppler
Este efeito é descrito como uma característica observada em ondas emitidas ou refletidas por fontes em movimento
relativo ao observador. O efeito foi descrito teoricamente pela primeira vez em 1842 por Johann Christian Andreas Doppler,
recebendo o nome Efeito Doppler em sua homenagem.
Para ondas sonoras, o efeito Doppler constitui o fenômeno pelo qual um observador percebe frequências diferentes
das emitidas por uma fonte e acontece devido à velocidade relativa entre o a onda sonora e o movimento relativo entre o
observador e/ou a fonte.
Considerando:
30
FÍSICA
Podemos determinar uma fórmula geral para calcular a frequência percebida pelo observador, ou seja, a frequência
aparente.
Mas, como a fonte se movimenta, sua velocidade também deve ser considerada, de modo que:
Substituindo no cálculo da frequência observada:
Ou seja:
Para o caso onde a fonte se afasta do observador, há um alongamento aparente do comprimento de onda, nesta situa-
ção a dedução do cálculo da frequência observada será análoga ao caso anterior.
No entanto:
Então:
31
FÍSICA
Podemos escrever uma fórmula geral para os casos onde a fonte se desloque e o observador fique parado,
se utilizarmos:
Sendo o sinal negativo utilizado no caso onde a fonte se aproxima e positivo no caso em que a fonte se
afasta.
Mas:
Quando estes dois valores são substituídos no cálculo da frequência observada temos:
Então:
No caso em que o observador se afasta da fonte, em um mesmo intervalo de tempo ele encontrará menor número de
frentes de onda do que se estivesse parado. Assim a frequência observada deverá ser menor que a frequência emitida pela
fonte. A dedução do cálculo da frequência observada será análoga ao caso anterior, no entanto a velocidade de propaga-
ção é ligeiramente reduzida.
Mas:
e
Quando estes dois valores são substituídos no cálculo da frequência observada temos:
Então:
32
FÍSICA
Podemos escrever uma fórmula geral para os casos onde o observador se desloque e a fonte fique parada,
se utilizarmos:
Sendo o sinal negativo utilizado no caso onde a fonte se aproxima e positivo no caso em que a fonte se
afasta.
Conhecendo estas quatro possibilidades de alteração na frequência de onda observada podemos escrever uma fórmu-
la geral para o efeito Doppler se combinarmos todos os resultados, sendo ela:
ELETRODINÂMICA
Corrente Elétrica
Ao se estudarem situações onde as partículas eletricamente carregadas deixam de estar em equilíbrio eletrostático
passamos à situação onde há deslocamento destas cargas para um determinada direção e em um sentido, este desloca-
mento é o que chamamos corrente elétrica.
Estas correntes elétricas são responsáveis pela eletricidade considerada utilizável por nós.
Normalmente utiliza-se a corrente causada pela movimentação de elétrons em um condutor, mas também é possível
haver corrente de íons positivos e negativos (em soluções eletrolíticas ou gases ionizados).
A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial elétrico (d.d.p./ tensão). E ela é explicada pelo conceito
de campo elétrico, ou seja, ao considerar uma carga A positiva e outra B, negativa, então há um campo orientado da car-
ga A para B. Ao ligar-se um fio condutor entre as duas os elétrons livres tendem a se deslocar no sentido da carga positi-
va, devido ao fato de terem cargas negativas, lembrando que sinais opostos são atraídos.
Desta forma cria-se uma corrente elétrica no fio, com sentido oposto ao campo elétrico, e este é chamado sentido
real da corrente elétrica. Embora seja convencionado que a corrente tenha o mesmo sentido do campo elétrico, o que
não altera em nada seus efeitos (com exceção para o fenômeno chamado Efeito Hall), e este é chamado o sentido con-
vencional da corrente.
Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) na secção transversal de um condutor se considera o módulo da
carga que passa por ele em um intervalo de tempo, ou seja
:
Considerando |Q|=n e
33
FÍSICA
A unidade adotada para a intensidade da corrente no SI é o ampère (A), em homenagem ao físico francês Andre Ma-
rie Ampère, e designa coulomb por segundo (C/s).
Sendo alguns de seus múltiplos:
Resistência Elétrica
Ao aplicar-se uma tensão U, em um condutor qualquer se estabelece nele uma corrente elétrica de intensidade i. Para
a maior parte dos condutores estas duas grandezas são diretamente proporcionais, ou seja, conforme uma aumenta o
mesmo ocorre à outra.
Desta forma:
A esta constante chama-se resistência elétrica do condutor (R), que depende de fatores como a natureza do mate-
rial. Quando esta proporcionalidade é mantida de forma linear, chamamos o condutor de ôhmico, tendo seu valor dado
por:
Sendo R constante, conforme enuncia a 1ª Lei de Ohm: Para condutores ôhmicos a intensidade da corrente elétrica é
diretamente proporcional à tensão (ddp) aplicada em seus terminais.
34
FÍSICA
Corrente contínua
E sua unidade, adotada pelo SI é o siemens (S), onde: Uma corrente é considerada contínua quando não
altera seu sentido, ou seja, é sempre positiva ou sempre
negativa.
A maior parte dos circuitos eletrônicos trabalha com
corrente contínua, embora nem todas tenham o mesmo
“rendimento”, quanto à sua curva no gráfico i x t, a cor-
Geradores de corrente elétrica rente contínua pode ser classificada por:
A corrente sempre existe enquanto há diferença de
potencial entre dois corpos ligados, por um condutor, por Corrente contínua constante
exemplo, mas esta tem pequena duração quando estes
corpos são eletrizados pelos métodos vistos em eletrostá-
tica, pois entram rapidamente em equilíbrio.
A forma encontrada para que haja uma diferença de
potencial mais duradoura é a criação de geradores elé-
tricos, que são construídos de modo que haja tensão por
um intervalo maior de tempo.
Existem diversos tipos de geradores elétricos, que são
caracterizados por seu princípio de funcionamento, alguns
deles são:
Diz-se que uma corrente contínua é constante, se seu
Geradores luminosos gráfico for dado por um segmento de reta constante, ou
seja, não variável. Este tipo de corrente é comumente en-
São sistemas de geração de energia construídos de contrado em pilhas e baterias.
modo a transformar energia luminosa em energia elétrica,
como por exemplo, as placas solares feitas de um com- Corrente contínua pulsante
posto de silício que converte a energia luminosa do sol
em energia elétrica.
Geradores mecânicos
Geradores químicos
São construídos de forma capaz de converter energia Embora não altere seu sentido as correntes contínuas
potencial química em energia elétrica (contínua apenas). pulsantes passam periodicamente por variações, não sen-
Este tipo de gerador é muito encontrado como baterias e do necessariamente constantes entre duas medidas em
pilhas. diferentes intervalos de tempo.
35
FÍSICA
Corrente alternada
Resistores
São peças utilizadas em circuitos elétricos que tem
como principal função converter energia elétrica em ener-
gia térmica, ou seja, são usados como aquecedores ou
como dissipadores de eletricidade.
Alguns exemplos de resistores utilizados no nosso co- Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos
tidiano são: o filamento de uma lâmpada incandescente, o inicial e final do circuito é igual à:
aquecedor de um chuveiro elétrico, os filamentos que são
aquecidos em uma estufa, entre outros.
36
FÍSICA
Associação em Paralelo:
Ligar um resistor em paralelo significa basicamente dividir a mesma fonte de corrente, de modo que a ddp em cada
ponto seja conservada. Ou seja:
Como mostra a figura, a intensidade total de corrente do circuito é igual à soma das intensidades medidas sobre
cada resistor, ou seja:
E por esta expressão, já que a intensidade da corrente e a tensão são mantidas, podemos concluir que a resistência
total em um circuito em paralelo é dada por:
37
FÍSICA
Associação Mista:
Uma associação mista consiste em uma combinação, em um mesmo circuito, de associações em série e em paralelo,
como por exemplo:
Em cada parte do circuito, a tensão (U) e intensidade da corrente serão calculadas com base no que se conhece sobre
circuitos série e paralelos, e para facilitar estes cálculos pode-se reduzir ou redesenhar os circuitos, utilizando resistores
resultantes para cada parte, ou seja:
Sendo:
Efeito Joule
A corrente elétrica é resultado de movimentação de ânions, cátions ou elétrons livres, como já vimos. Ao existir cor-
rente elétrica as partículas que estão em movimento acabam colidindo com as outras partes do condutor que se encontra
em repouso, causando uma excitação que por sua vez irá gerar um efeito de aquecimento. A este efeito dá-se o nome
efeito Joule.
O aquecimento no fio pode ser medido pela lei de joule, que é matematicamente expressa por:
38
FÍSICA
Efeito Joule
A corrente elétrica é resultado de movimentação de Mas sabemos que , então podemos escrever
ânions, cátions ou elétrons livres, como já vimos. Ao existir que:
corrente elétrica as partículas que estão em movimento
acabam colidindo com as outras partes do condutor que
se encontra em repouso, causando uma excitação que por
sua vez irá gerar um efeito de aquecimento. A este efeito Por exemplo:
dá-se o nome efeito Joule. Qual a corrente que passa em uma lâmpada de 60W
O aquecimento no fio pode ser medido pela lei de em uma cidade onde a tensão na rede elétrica é de 220V?
joule, que é matematicamente expressa por:
Potência Elétrica
A potência elétrica dissipada por um condutor é defi-
nida como a quantidade de energia térmica que passa por
ele durante uma quantidade de tempo.
Então:
39
FÍSICA
Para calcular este consumo basta sabermos a potência do aparelho e o tempo de utilização dele, por exemplo, se qui-
sermos saber quanta energia gasta um chuveiro de 5500W ligado durante 15 minutos, seu consumo de energia será:
Mas este cálculo nos mostra que o joule (J) não é uma unidade eficiente neste caso, já que o cálculo acima se refere a
apenas um banho de 15 minutos, imagine o consumo deste chuveiro em uma casa com 4 moradores que tomam banho
de 15 minutos todos os dias no mês.
Para que a energia gasta seja compreendida de uma forma mais prática podemos definir outra unidade de medida,
que embora não seja adotada no SI, é mais conveniente.
Essa unidade é o quilowatt-hora (kWh).
Para calcularmos o consumo do chuveiro do exemplo anterior nesta unidade consideremos sua potência em kW e o
tempo de uso em horas, então teremos:
O mais interessante em adotar esta unidade é que, se soubermos o preço cobrado por kWh, podemos calcular quan-
to será gasta em dinheiro por este consumo.
Por exemplo:
Considere que em sua cidade a companhia de energia elétrica tenha um tarifa de 0,300710 R$/kWh, então o consu-
mo do chuveiro elétrico de 5500W ligado durante 15 minutos será:
Se considerarmos o caso da família de 4 pessoas que utiliza o chuveiro diariamente durante 15 minutos, o custo
mensal da energia gasta por ele será:
40
FÍSICA
Onde:
ρ= resistividade, depende do material do condutor e de sua temperatura.
ℓ= largura do condutor
A= área da secção transversal.
Como a unidade de resistência elétrica é o ohm (Ω), então a unidade adotada pelo SI para a resistividade é .
Capacitores
Em circuitos eletrônicos alguns componentes necessitam que haja alimentação em corrente contínua, enquanto a
fonte está ligada em corrente alternada. A resolução deste problema é um dos exemplos da utilidade de um capacitor.
Este equipamento é capaz de armazenar energia potencial elétrica durante um intervalo de tempo, ele é construído
utilizando um campo elétrico uniforme. Um capacitor é composto por duas peças condutoras, chamadas armaduras e um
material isolante com propriedades específicas chamado dielétrico.
Para que haja um campo elétrico uniforme é necessário que haja uma interação específica, limitando os possíveis
formatos geométricos de um capacitor, assim alguns exemplos de capacitores são:
Capacitores planos
Capacitores cilíndricos
Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/CampoMagnetico/imasemagnetos.php
41
FÍSICA
Ímãs e magnetos
Um ímã é definido com um objeto capaz de provocar um campo magnético à sua volta e pode ser natural ou artificial.
Um ímã natural é feito de minerais com substâncias magnéticas, como por exemplo, a magnetita, e um ímã artificial é
feito de um material sem propriedades magnéticas, mas que pode adquirir permanente ou instantaneamente característi-
cas de um ímã natural.
Os ímãs artificiais também são subdivididos em: permanentes, temporais ou eletroímãs.
• Um ímã permanente é feito de material capaz de manter as propriedades magnéticas mesmo após cessar o pro-
cesso de imantação, estes materiais são chamados ferromagnéticos.
• Um ímã temporal tem propriedades magnéticas apenas enquanto se encontra sob ação de outro campo magné-
tico, os materiais que possibilitam este tipo de processo são chamados paramagnéticos.
• Um eletroímã é um dispositivo composto de um condutor por onde circula corrente elétrica e um núcleo, normal-
mente de ferro. Suas características dependem da passagem de corrente pelo condutor; ao cessar a passagem de corrente
cessa também a existência do campo magnético.
Atração e repulsão
Ao manusear dois ímãs percebemos claramente que existem duas formas de colocá-los para que estes sejam repelidos
e duas formas para que sejam atraídos. Isto se deve ao fato de que polos com mesmo nome se repelem, mas polos com
nomes diferentes se atraem, ou seja:
42
FÍSICA
Esta propriedade nos leva a concluir que os polos norte e sul geográficos não coincidem com os polos norte e sul
magnéticos. Na verdade eles se encontram em pontos praticamente opostos, como mostra a figura abaixo:
A inclinação dos eixos magnéticos em relação aos eixos geográficos é de aproximadamente 191°, fazendo com os seus
polos sejam praticamente invertidos em relação aos polos geográficos.
Esta propriedade diz que é impossível separar os polos magnéticos de um ímã, já que toda vez que este for dividido
serão obtidos novos polos, então se diz que qualquer novo pedaço continuará sendo um dipolo magnético.
Campo Magnético
É a região próxima a um ímã que influencia outros ímãs ou materiais ferromagnéticos e paramagnéticos, como cobalto
e ferro.
Compare campo magnético com campo gravitacional ou campo elétrico e verá que todos estes têm as características
equivalentes.
Também é possível definir um vetor que descreva este campo, chamado vetor indução magnética e simbolizado por
. Se pudermos colocar uma pequena bússola em um ponto sob ação do campo o vetor terá direção da reta em que a
agulha se alinha e sentido para onde aponta o polo norte magnético da agulha.
Se pudermos traçar todos os pontos onde há um vetor indução magnética associado veremos linhas que são chamadas
linhas de indução do campo magnético. estas são orientados do polo norte em direção ao sul, e em cada ponto o vetor
tangencia estas linhas.
43
FÍSICA
Supondo:
• campos magnéticos estacionários, ou seja, que o
vetor campo magnético em cada ponto não varia com
o tempo;
• partículas com uma velocidade inicial no mo-
mento da interação;
• e que o vetor campo magnético no referencial
adotado é ;
Podemos estabelecer pelo menos três resultados:
44
FÍSICA
A intensidade de será dada pelo produto vetorial Aplicando esta lei para os demais casos que vimos an-
teriormente, veremos que:
, que para o caso particular onde e são • se v = 0, então F = 0
perpendiculares é calculado por: • se = 0° ou 180°, então sen = 0, portanto F = 0
• se = 90°, então sen = 1, portanto
.
45
FÍSICA
No entanto, o que Edwin Hall descreveu foi o surgimento de regiões com carga negativa e outras com carga positiva
no condutor, criando um campo magnético perpendicular ao campo gerado pela corrente principal.
Em sua homenagem este efeito ficou conhecido como Efeito Hall.
Mas se considerarmos um pequeno pedaço do fio ao invés de apenas um elétron, podemos dizer que a interação con-
tinuará sendo regida por , onde Q é a carga total no segmento do fio, mas como temos um compri-
mento percorrido por cada elétron em um determinado intervalo de tempo, então podemos escrever a velocidade como:
Ao substituirmos este valor em teremos a força magnética no segmento, expressa pela notação :
do vetor .
Saiba mais...
Se quisermos determinar a força magnética que atua em fio extenso (com
dimensões não desprezíveis) devemos fazer com que os comprimentos
sejam cada vez menores e somar os vetores em cada , de modo que toda o
fio seja descrito, uma forma avançada para se realizar este cálculo é utilizando-se
integral de linha.
Para o caso particular onde o condutor é retilíneo, todos os vetores serão iguais,
então podemos reescrever a Lei elementar de Laplace como .
46
FÍSICA
Força magnética sobre uma espira retangular Então podemos escrever o fluxo de indução magné-
Da mesma forma como um campo magnético unifor- tica como o produto do vetor indução magnética (campo
me interage com um condutor retilíneo pode interagir com magnético) pela área da superfície A e pelo cosseno do
um condutor em forma de espira retangular percorrido por ângulo θ, formado entre e uma linha perpendicular à
corrente. superfície, chamada reta normal. Assim:
Quando a corrente passa pelo condutor nos segmen-
tos onde o movimento das cargas são perpendiculares ao
vetor indução magnética há a formação de um “braço de
alavanca” entre os dois segmentos da espira, devido ao
surgimento de . Nos segmentos onde o sentido da cor- A unidade adotada para se medir o fluxo de indução
rente é paralelo ao vetor indução magnética não há surgi- magnética pelo SI é o weber (Wb), em homenagem ao fí-
mento de pois a corrente, e por consequência , tem sico alemão Wilhelm Webber, e caracteriza tesla por metro
mesma direção do campo magnético. quadrado .
Se esta espira tiver condições de girar livremente, a for-
ça magnética que é perpendicular ao sentido da corrente É possível também se associar o fluxo de indução mag-
e ao campo magnético causará rotação. À medida que a nética à quantidade de linhas de indução que atravessam a
espira gira a intensidade da força que atua no sentido ver- superfície, de modo que:
tical, que é responsável pelo giro, diminui, de modo que • Se a reta normal à superfície for perpendicular
quando a espira tiver girado 90° não haverá causando ao vetor indução magnética, nenhuma linha de indução o
giro, fazendo com que as forças de cada lado do braço de atravessará, portanto o fluxo será nulo. O que é comprova-
alavanca entrem em equilíbrio. do pela equação do fluxo magnético já que
No entanto, o movimento da espira continua, devido à
inércia, fazendo com que esta avance contra as forças .
Com isso o movimento segue até que as forças o anu-
lem e volta a girar no sentido contrário, passando a exercer
um movimento oscilatório.
Uma forma de se aproveitar este avanço da posição
de equilíbrio é inverter o sentido da corrente, fazendo com
que o giro continue no mesmo sentido. Este é o princípio
de funcionamento dos motores de corrente contínua, e a
inversão de corrente é obtida através de um anel metálico
condutor dividido em duas partes.
Fluxo de Indução
Para que se entenda o que é, e como se origina a indu-
ção magnética é necessário que definamos uma grandeza
física chamada fluxo de indução magnética. Esta grandeza
é vetorial é simbolizada por Φ.
Mesmo que haja fluxo de indução magnética sobre
qualquer corpo, independente de sua forma ou material,
vamos defini-lo apenas para o caso particular de uma su- • Se a reta normal à superfície for paralela ao vetor
perfície plana de área superficial A, podendo ser a área de- indução magnética, o número máximo de linhas de indu-
limitada por uma espira, imersa em um campo magnético ção o atravessará, logo o valor do fluxo será máximo já que
uniforme, desta forma:
• e que onde .
47
FÍSICA
Se o vetor indução magnética e a área são valores Então, se pensarmos em um ímã qualquer, este terá
constante e apenas o ângulo θ é livre para variar, então po- campo magnético mais intenso nas proximidades de seus
demos montar um gráfico de Φxθ, onde veremos a varia- polos, já que as linhas de indução são mais concentradas
nestes pontos. Portanto, uma forma de fazer com que Φ
ção do fluxo em função da variação de θ, em uma senoide varie é aproximar ou afastar a superfície da fonte magnéti-
defasada de (gráfico do cosseno). ca, variando
48
FÍSICA
Exercicios
Velocidade:
, se isolarmos t:
49
FÍSICA
6. Um carro desloca-se em uma trajetória retilínea 8. O gráfico a seguir mostra as posições em função
descrita pela função S=20+5t (no SI). Determine: do tempo de dois ônibus. Um parte de uma cidade A em
(a) a posição inicial; direção a uma cidade B, e o outro da cidade B para a cidade
(b) a velocidade; A. As distâncias são medidas a partir da cidade A. A que
(c) a posição no instante 4s; distância os ônibus vão se encontrar?
(d) o espaço percorrido após 8s;
(e) o instante em que o carro passa pela posição 80m;
(f) o instante em que o carro passa pela posição 20m.
(c) S= 20+5t
S= 20+5.4
S= 40m
(d) S= 20+5.8
S= 60m
Para que seja possível fazer este cálculo, precisamos sa-
ber a velocidade de algum dos dois ônibus, e depois, calcular
a distância percorrida até o momento em que acontece o
(e) 80= 20+5t encontro dos dois, onde as trajetórias se cruzam.
80-20=5t Calculando a velocidade ônibus que sai da cidade A em
60=5t direção a cidade B (linha azul)
12s =t
50
FÍSICA
Tendo o gráfico da v x t, o deslocamento é igual à área 13. Um automóvel encontra-se parado diante de um
sob a reta da velocidade. Então: semáforo. Logo quando o sinal abre, ele arranca com ace-
S= Área A + Área B leração 5m/s², enquanto isso, um caminhão passa por ele
S=20 5 + 40 (15-5) com velocidade constante igual a 10m/s.
S=100+400 (a) Depois de quanto tempo o carro alcança o cami-
S=500m nhão?
(b) Qual a distância percorrida até o encontro.
10. Dois trens partem simultaneamente de um mesmo
local e percorrem a mesma trajetória retilínea com veloci- Escreve-se as equações do muv para o carro e do mu
dades, respectivamente, iguais a 300km/h e 250km/h. Há para o caminhão:
comunicação entre os dois trens se a distância entre eles Carro:
não ultrapassar 10km. Depois de quanto tempo após a saí-
da os trens perderão a comunicação via rádio?
Para este cálculo estabelece-se a velocidade relativa en-
tre os trens, assim pode-se calcular o movimento como se o
trem mais rápido estivesse se movendo com velocidade igual
a 50km/h (300km/h-250km/h) e o outro parado.
Assim:
v=50km/h
S=10km
t=? Caminhão:
51
FÍSICA
Como a aceleração utilizada para frear a moto se opõe do uma das crianças lança a bola para cima, esta chega a
ao movimento, tem valor negativo, então: uma altura de 15 metros. E retorna ao chão em 6 segundos.
Qual a velocidade inicial do lançamento?
Para realizar este cálculo deve-se dividir o movimento
em subida e descida, mas sabemos que o tempo gasto para
a bola retornar é o dobro do tempo que ele gasta para subir
ou descer. Então:
• Subida (t=3s)
52
FÍSICA
19. Um fazendeiro precisa saber a profundidade de Tendo os tempos de cada movimento, podemos cal-
um poço em suas terras. Então, ele abandona uma pedra cular a altura utilizando qualquer uma das duas funções:
na boca do poço e cronometra o tempo que leva para ouvir
o som da pedra no fundo. Ele observa que o tempo crono-
metrado é 5 segundos. Qual a altura do poço?
Podemos dividir o movimento em movimento da pedra
e o deslocamento do som.
• Movimento da Pedra:
• Deslocamento do som:
Sabendo que a altura do poço é a mesma para as duas 21. Um tiro de canhão é lançado formando um ângulo
funções e que : de 30° com a horizontal, conforme a figura abaixo:
mas , então:
Sabendo que
53
FÍSICA
23. Os ponteiros do relógio realizam um movimento A partir daí, apenas se aplica a função horária da velo-
circular uniforme. Qual a velocidade angular dos ponteiros cidade angular:
(a) das horas, (b) dos minutos (c) e dos segundos?
(a) O ponteiro das horas completa uma volta (2π) em 12
horas (12∙3600s)
ωh=∆φt
ωh=2π12∙3600=1,45∙10-4 rad/s
(b) O ponteiro dos minutos completa um volta (2π) em
uma hora (3600s)
ωm=∆φt
ωm=2π3600=1,74∙10-3 rad/s
(c) O ponteiro dos segundos completa uma volta (2π) em
um minuto (60s) 26. Uma bola de bilhar, com raio igual a 2,5cm, após
ωs=∆φt ser acertada pelo jogador, começa a girar com velocidade
ωs=2π60=0,105 rad/s angular igual a 5rad/s, e sofre uma desaceleração igual a
-1rad/s² até parar, qual o espaço percorrido pela bola?
24. Se considerarmos um relógio, no exercício anterior,
com ponteiro das horas de 10cm, dos minutos de 15cm e
dos segundos de 20cm. Qual será a aceleração centrípeta
de cada um dos ponteiros?
O primeiro passo para a resolução é transformar a velo-
cidade linear pedida em velocidade angular
(b)
(c)
54
QUÍMICA
SUBSTÂNCIA E MISTURA
1) MATÉRIA E SUBSTÂNCIA: PROPRIEDADES Analisando a matéria qualitativamente (qualidade)
GERAIS E ESPECÍFICAS; ESTADOS FÍSICOS chamamos a matéria de substância.
DA MATÉRIA-CARACTERIZAÇÃO E Substância – possui uma composição característica,
determinada e um conjunto definido de propriedades.
PROPRIEDADES; MISTURAS, SISTEMAS,
Pode ser simples (formada por só um elemento químico)
FASES E SEPARAÇÃO DE FASES; ou composta (formada por vários elementos químicos).
SUBSTÂNCIAS SIMPLES E COMPOSTAS; Exemplos de substância simples: ouro, mercúrio, ferro,
SUBSTÂNCIAS PURAS; UNIDADES DE zinco.
MATÉRIA E ENERGIA. Exemplos de substância composta: água, açúcar (saca-
rose), sal de cozinha (cloreto de sódio).
Mistura – são duas ou mais substâncias agrupadas,
MATÉRIA onde a composição é variável e suas propriedades tam-
O QUE É MATÉRIA bém.
Exemplo de misturas: sangue, leite, ar, madeira, grani-
Matéria é tudo o que tem massa e ocupa espaço. to, água com açúcar.
Qualquer coisa que tenha existência física ou real é ma- CORPO E OBJETO
téria. Tudo o que existe no universo conhecido manifesta- Analisando a matéria quantitativamente chamamos a
se como matéria ou energia. matéria de Corpo.
A matéria pode ser líquida, sólida ou gasosa. São exem- Corpo - São quantidades limitadas de matéria. Como
plos de matéria: papel, madeira, ar, água, pedra. por exemplo: um bloco de gelo, uma barra de ouro.
Os corpos trabalhados e com certo uso são chamados
de objetos. Uma barra de ouro (corpo) pode ser transfor-
mada em anel, brinco (objeto).
1
QUÍMICA
2
QUÍMICA
(BEC). téria.
Os cientistas sempre souberam a respeito de sólidos, Energia
líquidos e gases. A energia é a capacidade de causar a mudança ou fazer
Plasma era uma ideia nova, quando foi identificado por o trabalho.
William Crookes em 1879. Os cientistas que trabalharam O calor que nos aquece, a luz do Sol, de outras estrelas
com o condensado de Bose-Einstein receberam o Prêmio ou das lâmpadas, são formas de energia. Todas as substân-
Nobel por seu trabalho em 1995. cias que formam os materiais que encontramos na Terra,
na Lua, nos outros planetas, nos seres vivos, nos alimen-
Matéria e Energia – Diferença tos, nos objetos, são formas diferentes de matéria. Todos
os seres vivos são feitos de matéria e precisam de energia
para que seu organismo funcione, seja ele uma planta, uma
bactéria ou um ser humano.
Em nossas atividades cotidianas precisamos de vários
tipos de matéria e energia. Para nossa sobrevivência preci-
samos dos alimentos, para que estes nos forneçam ener-
gia para nossas funções vitais. Para o mais leve movimento
que realizamos, como um piscar de olhos, precisamos de
energia.
Além dos alimentos, precisamos de materiais para
produzir todos os objetos, utensílios, ferramentas que
utilizamos: como um abridor de latas, uma mesa, um
copo, uma máquina de lavar roupa, um fogão a gás, um
computador, um caminhão. Para que qualquer instrumen-
to, máquina ou ferramenta funcione precisamos de algum
tipo de energia, por exemplo, para que um computador
funcione precisamos de energia elétrica, para o funciona-
mento de um abridor de latas precisamos da energia dos
Matéria e Energia nossos músculos.
Tudo no universo é feito de matéria e energia. Além de massa e volume existem outras características
A curiosidade natural do homem, o leva a explorar o comuns a toda matéria e são denominadas propriedades
ambiente que o cerca, observando, analisando, realizando gerais.
experiências, procurando saber o porquê das coisas. Nes- Quando um ônibus arranca a partir do repouso, os
ta atividade, exploradora e investigativa, o homem adquire passageiros tendem a deslocar-se para trás, resistindo ao
conhecimentos. Muitos desses conhecimentos são usados movimento. Por outro lado, quando o ônibus já em movi-
para melhoria de sua vida. mento freia, os passageiros deslocam-se para frente, ten-
O homem aprendeu a utilizar o fogo como fonte de luz dendo a permanecer com a velocidade que possuíam, isto
e calor, a água para mover uma roda, o vapor de água para é devido a uma outra característica da matéria, a inércia.
movimentar máquinas, o vento para movimentar o moinho Inércia: é a propriedade da matéria de resistir a qual-
e barcos a vela, dessa maneira atingiu um conhecimento quer variação de seu estado de repouso ou de movimen-
tecnológico. to.
Por outro lado, essa curiosidade natural o leva a sis- É mais fácil empurrar um carro do que um caminhão,
tematizar os conhecimentos adquiridos, procurando saber porque os corpos que apresentam maior inércia são aque-
como e porquê acontecem, fazer comparações e analogias, les que apresentam maior massa.
Peso: é a força de atração gravitacional que a Terra
estabelecer relações de causa e efeito, que lhe permitam
exerce sobre um corpo.
fazer previsões. Neste caso ele adquire um conhecimento
Todos os corpos abandonados próximos à superfície
científico dos fatos.
da Terra caem devido aos seus pesos, com velocidades
O Universo é constituído de Matéria e Energia. crescentes, sujeitos a uma mesma aceleração, denominada
aceleração da gravidade. A aceleração da gravidade é re-
Matéria presentada pela letra g.
Se você observar o ambiente que o rodeia, notará coi- A aceleração da gravidade varia de um local para ou-
sas que pode pegar, como uma bola, lápis, caderno, ali- tro, quanto mais distante do centro da Terra o corpo se
mentos, outras que pode ver, como a lua, as estrelas, e ou- encontrar, menor será a ação da atração gravitacional.
tras ainda que pode apenas sentir, como o vento, a brisa. Na superfície da Terra, a aceleração da gravidade varia
Se você colocar algumas destas coisas em uma balança, muito pouco e o valor desta é aproximadamente 9,8 m /
perceberá que todas elas possuem uma quantidade de s2,ou seja, a cada segundo a sua velocidade aumenta em
massa, medida em relação a um padrão pré-estabelecido. 9.8 m/s.
Todas essas coisas que você observou, comparou Peso e massa de um corpo não são a mesma coisa, o
e cuja quantidade você mediu, têm características co- peso de um corpo depende do valor local da aceleração da
muns: ocupam lugar no espaço e têm massa. gravidade e a massa é a quantidade de matéria, além de
Tudo que ocupa lugar no espaço e tem massa é ma- ser uma propriedade exclusiva do corpo, não depende do
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QUÍMICA
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QUÍMICA
Divisibilidade: toda matéria pode ser dividida sem al- A Lei da Conservação da Energia diz: sempre que de-
terar a sua constituição (até um certo limite). saparece uma quantidade de uma classe de energia, uma
Compressibilidade: o volume ocupado por uma por- quantidade exatamente igual de outra(s) classe(s) de ener-
ção de matéria pode diminuir sob a ação de forças exter- gia é (são) produzida(s). Quando Albert Einstein formulou
nas. a Teoria da Relatividade, mostrou que a massa (portanto a
Elasticidade: se a ação de uma força causar deforma- matéria) pode se transformar em energia e que a energia
ção na matéria, dentro de um certo limite, ela poderá retor- pode se transformar em massa (matéria).
nar à forma original. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/quimica/
2. Propriedades funcionais materia-e-energia
São propriedades comuns a determinados grupos de
matéria, identificadas pela função que desempenham. A
Química se preocupa particularmente com estas proprie- 2) ESTRUTURA ATÔMICA MODERNA:
dades. Podemos citar como exemplo de propriedades fun- INTRODUÇÃO À QUÍMICA; EVOLUÇÃO DOS
cionais a acidez, a basicidade, a salinidade de algumas es-
MODELOS ATÔMICOS;
pécies de matéria.
3. Propriedades específicas
São propriedades individuais de cada tipo particu-
lar de matéria: Um grande passo rumo ao desenvolvimento da Quími-
Organolépticas: são aquelas capazes de impressionar ca como ciência foi a evolução do entendimento a respeito
os nossos sentidos, como a cor, que impressiona a visão, o da estrutura atômica. Por exemplo, foi possível entender
sabor e o odor, que impressionam o paladar e o olfato res- o que constitui a matéria, prever determinados comporta-
pectivamente, e a fase de agregação da matéria, que pode mentos dos materiais, entender e manipular a radioativi-
ser sólida (pó, pasta), líquida ou gasosa e que impressiona dade, produzir produtos de nossos interesses e assim por
o tato. diante.
Químicas: são propriedades responsáveis pelos tipos Mas, para que chegássemos até a ideia atual da estru-
de transformação que cada matéria é capaz de sofrer. Por tura atômica, foi preciso o pensamento de filósofos, que
exemplo, o vinho pode se transformar em vinagre; o fer- levantaram hipóteses, isto é, suposições que na época não
ro pode se transformar em aço, mas o vinho não pode se podiam ser comprovadas, sobre a constituição da matéria.
transformar em aço nem o ferro em vinagre. Entre eles estavam os dois filósofos gregos Demócrito e
Físicas: são certos valores constantes, encontrados Leucipo que, em meados de 450 a.C, levantaram a hipó-
experimentalmente, para o comportamento de cada tipo tese de que tudo seria formado por pequenas partículas
de matéria, quando submetida a determinadas condições. indivisíveis, que eles denominaram de átomos. Essa palavra
Essas condições não alteram a constituição da matéria, por vem do grego a, que significa “não”, e tomo, “parte”, ou
mais adversas que sejam. Por exemplo: sob uma pressão seja, “sem partes” ou “indivisível”. Isso significa que se fôs-
de 1 atmosfera, a água passa de líquida para gasosa à tem- semos dividindo sucessivamente um corpo, chegaríamos
peratura de 100°C, sempre. num momento em que isso não seria mais possível, porque
A energia chegaríamos à menor parte que compõe a matéria.
Denomina-se energia a capacidade de realizar trabalho No entanto, suas ideias não foram bem aceitas pelos
e tudo que pode modificar a matéria, por exemplo, na sua filósofos da época e elas foram substituídas por outras,
posição, fase de agregação ou natureza química. Energia é como as ideias de Aristóteles que perduraram por séculos
também tudo o que pode provocar ou anular movimentos à frente.
e causar deformações. Foi somente no século XIX que a ideia dos átomos foi
Há várias formas de energia: a energia mecânica, que retomada, pois agora os cientistas podiam testar as suas
engloba as energias potencial (de posição) e cinética (de hipóteses por meio de experimentos para comprová-los ou
movimento), a energia elétrica, a energia química, a ener- para refutar ideias de outros cientistas. Logo mais abaixo,
gia nuclear e assim por diante. temos alguns dos principais cientistas que contribuíram
Propriedades da energia: As propriedades funda- para o estudo da constituição do átomo, que são vistos no
mentais da energia são a transformação e a conservação. Ensino Médio.
1. A transformação Embora algumas ideias não estivessem totalmente
Uma forma de energia pode se transformar em: corretas, todas as contribuições dadas foram importantes,
Uma queda d’água pode ser usada para transformar pois foi a partir da ideia de um cientista que o outro pode
energia potencial em energia elétrica. desenvolver o próximo modelo.
A energia elétrica se transforma em luminosa quando Todos eles elaboram um modelo atômico, ou seja, uma
acendemos uma lâmpada ou em energia térmica quando representação que não corresponde exatamente à realida-
ligamos um aquecedor. de, mas que serve para explicar corretamente o comporta-
A energia química se transforma em elétrica quando mento do átomo. Por exemplo, imagine que você faça um
acionamos a bateria de um carro, e assim por diante. desenho idêntico a uma caneta. Por meio deste desenho,
2. A conservação todos conseguem identificar que se trata de uma caneta,
A energia não pode ser criada ou destruída. porém o desenho não é a caneta. De modo similar, o mo-
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QUÍMICA
delo atômico serve para entendermos o funcionamento do O átomo seria semelhante ao sistema solar, em que o
átomo, suas propriedades e características. Mas, o modelo núcleo representaria o Sol e os elétrons girando ao redor
não é exatamente igual ao átomo. do núcleo seriam os planetas.
Vejamos então os principais modelos atômicos: Modelo de Rutherford para o átomo, parecido com o
1- Modelo de Dalton: sistema solar
O químico inglês John Dalton (1766-1844) retomou as Em 1904, Rutherford descobriu que na verdade o nú-
ideias de Leucipo e Demócrito e, baseando-se em leis já cleo era composto por partículas positivas denominadas
comprovadas experimentalmente, como as Leis Ponderais, prótons e, em 1932, Chadwick descobriu que havia tam-
ele propôs resumidamente que o átomo seria parecido bém partículas neutras no núcleo que ajudavam a diminuir
com uma bola de bilhar, isto é, esférico, maciço e indivi- a repulsão entre os prótons.
sível. 4- Modelo de Rutherford-Bohr:
Modelo de Dalton para o átomo, parecido com uma O estudo dos espectros eletromagnéticos dos elemen-
bola de bilhar tos pelo físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) permi-
2-Modelo de Thomson: tiu adicionar algumas observações ao modelo de Ruther-
A natureza elétrica da matéria já era bem conhecida,
ford, por isso, o seu modelo passou a ser conhecido como
por exemplo, há 2500 anos, na Grécia antiga, o filósofo Ta-
modelo atômico de Rutherford-Bohr:
les de Mileto já havia mostrado que quando atritamos âm-
Só é permitido ao elétron ocupar níveis energéticos
bar com um pedaço de lã, ele passa a atrair objetos leves.
Porém, o modelo atômico de Dalton não explicava esse nos quais ele se apresenta com valores de energia múlti-
fato: como a matéria neutra podia ficar elétrica. plos inteiros de um fóton.
Assim, em 1897, o físico inglês Joseph John Thomson Modelo de Rutherford-Bohr para o átomo
(1856-1940) passou a trabalhar com a ampola de Crookes, Dúvidas sobre esse modelo podem ser solucionadas
ou seja, um tubo onde gases eram submetidos a voltagens lendo o texto O átomo de Bohr
elevadíssimas, produzindo raios catódicos. Quando se co- É importante ressaltar que as ideias sobre o que com-
locava um campo elétrico externo, esses raios se desviavam põe o átomo continuam progredindo e existem outros mo-
em direção à placa positiva, o que significava que o átomo delos atômicos mais modernos. Entretanto, o modelo de
teria partículas negativas, que ficaram denominadas como Rutherford-Bohr explica a grande maioria dos comporta-
elétrons. mentos do átomo estudados no Ensino Médio.
No entanto, como a natureza da matéria é neutra, uma Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/
explicação razoável seria de que haveria uma parte positiva evolucao-dos-modelos-atomicos.htm
que neutralizaria os elétrons. Com base nesse raciocínio,
em 1903, Thomson modificou o modelo de Dalton, pois
o átomo não seria maciço nem indivisível, e estabeleceu o
seu, que propôs o seguinte: ELEMENTOS QUÍMICOS: PRINCIPAIS
O átomo é uma esfera de carga elétrica positiva, não PARTÍCULAS DO ÁTOMO,
maciça, incrustada de elétrons (partículas negativas), de
modo que sua carga total seja nula.
Esse modelo foi comparado a um “pudim de passas”.
Veja no texto O átomo de Thomson. Inicialmente, tanto no conceito dos filósofos gregos,
Modelo de Thomson para o átomo, parecido com um quanto no conceito de Dalton, achava-se que o átomo
pudim de passas era uma partícula indivisível. No entanto, com o passar do
3- Modelo de Rutherford: tempo e com o avanço dos métodos científicos, por meio
Em 1911, o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-
de experimentos abalizados, foi possível descobrir que na
1937) realizou um experimento que pode ser visto no texto
verdade o átomo é divisível.
Átomo de Rutherford, em que ele bombardeou uma finís-
Ele é composto por três partículas subatômicas prin-
sima lâmina de ouro com partículas alfa vindas do polô-
nio radioativo. Ele observou que a maioria das partículas cipais, que são: elétrons, prótons e nêutrons. Observe na
atravessava a folha, o que significava que o átomo deveria tabela abaixo algumas características de cada uma dessas
ter imensos espaços vazios. Algumas partículas eram reba- partículas e, em seguida, como foram descobertas.
tidas, o que seria explicado se o átomo tivesse um núcleo Localização e estrutura das partículas subatômicas no
pequeno e denso e, por fim, algumas partículas alfa sofriam átomo.
um desvio em sua trajetória, o que significava que o núcleo
seria positivo, pois as partículas alfa eram positivas e foram • Elétrons (e-): essa foi a primeira partícula a ser des-
repelidas ao passar perto do núcleo. coberta. Desde a Antiguidade, cerca de 2500 anos atrás, na
Com isso, o modelo atômico de Rutherford defendeu Grécia antiga, já se conhecia a natureza elétrica da matéria.
o seguinte: Porém, somente em 1856 é que foi comprovada a existên-
O átomo seria composto por um núcleo muito pe- cia do elétron no átomo. Os cientistas Geissler e Crookes
queno e de carga elétrica positiva, que seria equilibrado usaram um tubo de raios catódicos em que, ao se aplicar
por elétrons (partículas negativas), que ficavam girando ao uma ddp (diferença de potencial) muito alta, era possível
redor do núcleo, numa região periférica denominada ele- ver um feixe de luz (raios catódicos) que ia na direção do
trosfera. polo positivo.
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Isoeletrônicos
Espécies químicas com o mesmo número de elétrons.
Os isoeletrônicos possuem propriedades físicas e químicas
diferentes.
Exemplo:
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P3 – e 20Ca2+ : ambos com 18 elétrons.
Fonte: https://www.colegioweb.com.br/estrutura-ato-
mica/numero-atomico-e-numero-de-massa.html
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• Hidrogênio: esse elemento não se enquadra em nenhum grupo da Tabela Periódica. Em algumas Tabelas ele apa-
rece na família dos alcalinos, por possuir um elétron em sua camada de valência. Aliás, essa é sua única camada eletrônica.
Porém, suas características não são semelhantes às dos elementos dessa família.
O hidrogênio é o elemento mais abundante no universo, pois pode se combinar com metais, ametais e semimetais. É
um gás extremamente inflamável, em temperatura ambiente, e normalmente é encontrado nas altas camadas da atmosfera
ou combinado com outros elementos.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/classificacao-dos-elementos.htm
As propriedades periódicas dos elementos químicos são as características inerentes à esses elementos que variam
de acordo com sua posição na tabela periódica, ou seja, com o número atômico.
As propriedades periódicas são: eletronegatividade, eletropositividade, raio atômico, afinidade eletrônica, poten-
cial de ionização, densidade atômica, volume atômico, temperatura de fusão e temperatura de ebulição. As quatro
últimas propriedades muitas vezes são consideradas aperiódicas por apresentarem um certo desordenamento: o volume
atômico cresce, no período, do centro para as extremidades; as temperaturas de fusão e ebulição crescem com o raio atô-
mico nas famílias da esquerda (1A e 2A), e decrescem nas da direita (gases nobres e halogênios).
As propriedades mais estudadas são:
Eletronegatividade
A eletronegatividade é a tendência que um átomo tem em receber elétrons em uma ligação química, logo, não pode
ser calculada a eletronegatividade de um átomo isolado.
A escala de Pauling, a mais utilizada, define que a eletronegatividade cresce na família de baixo para cima, devido à di-
minuição do raio atômico e do aumento das interações do núcleo com a eletrosfera; e no período da esquerda pela direita,
acompanhando o aumento do número atômico.
O flúor é o elemento mais eletronegativo da tabela periódica.
Eletropositividade
A forma da medição da eletropositividade é a mesma da eletronegatividade: através de uma ligação química. Entretan-
to, o sentido é o contrário, pois mede a tendência de um átomo em perder elétrons: os metais são os mais eletropositivos.
A eletropositividade cresce no sentido oposto da eletronegatividade: de cima para baixo nas famílias e da direita para
a esquerda nos períodos.
O frâncio é o elemento mais eletropositivo, logo, tem tendência máxima à oxidação.
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QUÍMICA
Obs.:
Como os gases nobres são muito inertes, os valores de eletronegatividade e eletropositividade não são objetos
de estudo pela dificuldade da obtenção desses dados.
Raio Atômico
Raio atômico é, basicamente, a distância do núcleo de um átomo à sua eletrosfera na camada mais externa. Porém,
como o átomo não é rígido, calcula-se o raio atômico médio definido pela metade da distância entre os centros dos núcleos
de dois átomos de mesmo elemento numa ligação química em estado sólido:
O raio atômico cresce na família de cima para baixo, acompanhando o número de camadas dos átomos de cada ele-
mento; e, nos períodos, da direita para a esquerda.
Quanto maior o número atômico de um elemento no período, maiores são as forças exercidas entre o núcleo e a ele-
trosfera, o que resulta num menor raio atômico.
O elemento de maior raio atômico conhecido é o Césio, entretanto, é muito provável que o Frâncio tenha um maior
raio atômico, porém isto ainda não foi confirmado, em razão da raridade deste elemento na natureza.
Afinidade Eletrônica
A afinidade eletrônica mede a energia liberada por um átomo em estado fundamental e no estado gasoso ao receber
um elétron. Ou ainda, a energia mínima necessária para a retirada de um elétron de um ânion de um determinado elemen-
to.
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QUÍMICA
Nos gases nobres, novamente, a afinidade eletrônica Os Íons são átomos que possuem uma carga elétrica
não é significativa. Entretanto, não é igual a zero: já que a por adição ou perda de um ou mais elétrons, portanto um
adição de um elétron em qualquer elemento causa libera- ânion, de carga elétrica negativa, se une com um cátion de
ção de energia. carga positiva formando um composto iônico por meio da
A afinidade eletrônica não tem uma forma muito defi- interação eletrostática existente entre eles.
nida no seu crescimento na tabela periódica, mas seu com- Exemplo: Na+Cl- = NaCl (cloreto de sódio ou sal de
portamento é parecido com a eletronegatividade: cresce cozinha)
de baixo para cima e da esquerda para a direita.
O Cloro possui maior afinidade eletrônica: cerca de 350 Ligação Covalente
KJ/mol (em módulo). Também chamada de ligação molecular, as ligações
Potencial de Ionização covalentes são ligações em que ocorre o compartilha-
O potencial de ionização mede o contrário da afinida- mento de elétrons para a formação de moléculas estáveis,
de eletrônica: a energia necessária para retirar um elétron segundo a Teoria do Octeto; diferentemente das ligações
de um átomo neutro, em estado fundamental e no estado iônicas em que há perda ou ganho de elétrons.
gasoso. Sendo que, para a primeira retirada de elétron a Além disso, os pares eletrônicos é o nome dado aos
quantidade de energia requerida é menor que a segunda elétrons cedido por cada um dos núcleos, figurando o
retirada, que por sua vez é menor que a terceira retirada, e compartilhamento dos elétrons das ligações covalentes.
assim sucessivamente. Como exemplo, observe a molécula de água H2O: H
Apresenta mesmo comportamento da afinidade ele- - O - H, formada por dois átomos de hidrogênio e um de
trônica e da eletronegatividade. Logo, pode-se afirmar que oxigênio em que cada traço corresponde a um par de elé-
o Flúor e o Cloro são os átomos com os maiores potenciais trons compartilhado formando um molécula neutra, uma
de ionização da tabela periódica, já que são os elementos vez que não há perda nem ganho de elétrons nesse tipo
com os maiores valores de afinidade eletrônica da tabela de ligação.
periódica.
Fonte: http://www.infoescola.com/quimica/proprieda- Ligação Covalente Dativa
des-periodicas-dos-elementos/ Também chamada de ligação coordenada, a ligação
covalente dativa é semelhante à dativa, porém ela ocorre
quando um dos átomos apresenta seu octeto completo, ou
seja, oito elétrons na última camada e o outro, para com-
4) LIGAÇÕES QUÍMICAS: LIGAÇÕES IÔNICAS, pletar sua estabilidade eletrônica necessita adquirir mais
LIGAÇÕES COVALENTES E LIGAÇÃO dois elétrons.
METÁLICA Representada por uma seta um exemplo desse tipo de
ligação é o composto dióxido de enxofre SO2: O = S → O
Isso ocorre porque é estabelecida uma dupla ligação
As ligações químicas correspondem à união dos áto- do enxofre com um dos oxigênios a fim a de atingir sua
mos para a formação das moléculas. Em outras palavras, estabilidade eletrônica e, além disso, o enxofre doa um par
as ligações químicas acontecem quando os átomos rea- de seus elétrons para o outro oxigênio para que ele fique
gem entre si. com oito elétrons na sua camada de valência.
São classificadas em: ligação iônica, ligação covalente,
ligação covalente dativa e ligação metálica. Ligação Metálica
Teoria do Octeto É a ligação que ocorre entre os metais, elementos
Na Teoria do Octeto, criada por Gilbert Newton Le- considerados eletropositivos e bons condutores térmico e
wis (1875-1946), químico estadunidense e Walter Kossel elétrico. Para tanto, alguns metais perdem elétrons da sua
(1888-1956), físico alemão, surgiu a partir da observação última camada chamados de «elétrons livres» formando
de alguns gases nobres e algumas características como assim, os cátions.
por exemplo, a estabilidade desse elementos preenchidas A partir disso, os elétrons liberados na ligação metá-
por 8 elétrons na Camada de Valência. lica formam uma «nuvem eletrônica», também chamada
A partir disso, a “Teoria ou Regra do Octeto” postula de «mar de elétrons» que produz uma força fazendo com
que um átomo adquire estabilidade quando possui 8 elé- que os átomos do metal permaneçam unidos. Exemplos de
trons na camada de valência (camada eletrônica mais ex- metais: Ouro (Au), Cobre (Cu), Prata(Ag), Ferro (Fe), Níquel
terna), ou 2 elétrons quando possui apenas uma camada. (Ni), Alumínio (Al), Chumbo (Pb), Zinco (Zn), entre outros.
Para tanto, o átomo procura sua estabilidade doando Fonte: https://www.todamateria.com.br/ligacoes-qui-
ou compartilhando elétrons com outros átomos, donde micas/
surgem as ligações químicas.
Tipos de Ligações Químicas
Ligação Iônica
Também chamada de ligação eletrovalente, esse tipo
de ligação é realizada entre íons (cátions e ânions), daí o
termo “ligação iônica”.
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Imagine o seguinte experimento: uma lâmina de zin- A cor azul da solução de sulfato de cobre era resultado
co mergulhada em uma solução de sulfato de cobre II da presença dos íons cobre (Cu2+). No entanto, como eles
(CuSO4(aq)) é colocada em um béquer, e uma lâmina de co- foram deslocados e houve formação da solução de sulfato
bre mergulhada em uma solução de sulfato de zinco (Zn- de zinco, a solução ficou incolor. O depósito sobre a lâmina
SO4(aq)) é colocada em outro béquer. é o cobre metálico que foi formado.
Entretanto, conforme mencionado, no segundo exem-
plo, nada aconteceu:
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QUÍMICA
Fonte: http://www.soq.com.br/conteudos/em/liga-
coesquimicas/p6.php
Piramidal
Para moléculas tetratômica, com sobra de um par de
elétrons. Polares.
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QUÍMICA
-las com água, a graxa não sairá, porque ela não se dissolve
na água. A graxa é removida quando a dissolvemos com
gasolina, que também é um composto orgânico apolar.
Na imagem a seguir é mostrado um pouco de gasolina
que vazou numa estrada. Note que ela não se mistura com
a água:
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QUÍMICA
Já o ácido caproico, mostrado ao lado da estrutura do ácido acético, é parcialmente solúvel em água. Isso ocorre por-
que sua parte hidrofóbica é maior.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/solubilidade-dos-compostos-organicos.htm
ÁCIDOS
Para ácidos não oxigenados, usamos a terminação IDRICO.
Exemplo:
• HCl – ácido clorídrico
• H2S – ácido sulfídrico
• H2Se – ácido selenídrico
Para ácidos oxigenados, a coisa complica um pouco.
Se o elemento possuir somente uma valência, usamos a terminação ICO.
Exemplo:
• H2CO3 – ácido carbônico
• H3BO3 – ácido bórico
Se o elemento tiver 2 valências, para a maior usamos ICO e para a menor OSO.
Exemplos:
• H2SO3 – ácido sulfuroso
• H2SO4 – ácido sulfúrico
• HNO2 – ácido nitroso
• HNO3 – ácido nítrico
Se o elemento tiver 3 ou mais valências, usamos o prefixo HIPO junto com o sufixo OSO, e o prefixo PER junto com o
sufixo ICO, nesta ordem.
Exemplos:
• HClO – ácido hipocloroso
• HClO2 – ácido cloroso
• HClO3 – ácido clórico
• HClO4 – ácido perclórico
Existem casos em que o elemento forma diversos ácidos, porém sempre com a mesma valência. Usamos então os
prefixos ORTO, META e PIRO.
Exemplos:
• H3PO4 – ácido ortofosfórico
• HPO3 – ácido metafosfórico
• H4P2O7 – ácido pirofosfórico
Note que nos três ácidos o fósforo tem valência +5.
BASES
Se o elemento possuir somente uma valência, usamos a expressão “hidróxido de” seguida do nome do elemento.
Exemplo:
• NaOH – hidróxido de sódio
• Ca(OH)2 – hidróxido de cálcio
Se o elemento possuir duas valências, usamos a expressão “hidróxido de” seguida do nome do elemento e os sufixos
OSO e ICO, ou então a valência em números romanos. Exemplo:
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QUÍMICA
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SO2 + H2O → H2SO3 Exemplos: Na+ possui Nox = +1, o Al3+ possui Nox =
Tais reações seguem o seguinte modelo geral: A+B→AB +3, Mg2+ possui Nox = +2.
Reação de análise ou decomposição • Nos compostos moleculares, há deslocamento de
Neste tipo de reação, uma única substância composta elétrons, devido à diferença de eletronegatividade entre os
origina outros produtos mais simples que ela. átomos que efetuam a ligação covalente.
Exemplos: Exemplo: No composto HCl, o átomo de cloro é mais
eletronegativo que o hidrogênio, logo atrai pra si o elétron
CaCO3(s)→ CaO(s) + CO2(g) da ligação ficando com carga parcial -1 e o hidrogênio com
2H2O → 2 H2 + O2 nox +1.
As reações de decomposição, de uma maneira geral, • O Nox dos átomos de substâncias simples é sempre
igual a 0.
seguem o modelo: AB→A+B
Exemplo: H2, O3, Ag.
• O Nox do hidrogênio é +1, e quando combinado com
Reação de deslocamento ou simples troca metal é -1
I - Neste tipo de reação, os elementos livres e quimi- Exemplo: H2O possui Nox= +1, em NaH possui Nox=
camente ativos deslocam o elemento menos ativo de um -1.
composto. • O Nox do oxigênio quando forma substâncias com-
Exemplos: postas é -2, nos peróxidos o Nox passa a ser -1. O Nox
Fe + CuSO → FESO4 + Cu também é alterado em compostos com flúor, como por
Fe + 2 AgNO3 → Fe(NO3)2 + 2 Ag exemplo, OF2 possui Nox = +2, e O2F2 possui Nox= +1.
II - Metais ativos deslocam hidrogênio de ácidos fortes: • A soma dos Nox dos átomos de uma molécula é igual
Fe + 2HCl FeCl2 + H2 a zero.
Os elementos abaixo estão listados em ordem crescen- • A soma dos Nox de todos os íons que formam um
te de reatividade química: composto é igual à carga do íon.
Li > K > Ca > Na > Mg > Al > Zn > Cr > Fe > Ni > Pb Em uma reação de Oxirredução, o processo de oxida-
> H > Cu > Hg > Ag > Pt > Au ção e redução ocorre simultaneamente. O átomo, quando
Essas reações podem ser escritas da seguinte forma: perde elétrons sofre oxidação, e é denominado agente re-
A+BC→AC+B dutor, pois provoca redução (diminuição do Nox) em outra
espécie. O agente oxidante é a espécie receptora de elé-
trons, e provoca a oxidação de outra.
Reação de dupla troca
Um exemplo dessa reação é a que ocorre quando, em
• A reação de dupla troca ocorre entre duas subs- uma solução aquosa de sulfato de cobre(CuSO4), é mergu-
tâncias compostas e resulta na produção de outras duas lhada uma lâmina de zinco (Zn):
novas substâncias compostas. Zn(s)→ Zn2+(aq) + 2e−
Pode ser representada basicamente da seguinte ma- Os átomos de zinco perdem dois elétrons, se conver-
neira: AB+CD→AD+CB tendo em íons de zinco.
Estas reações ocorrem, em solução, quando os íons Cu2+(aq) + 2e−→ Cu(s)
positivos e negativos de uma substância encontram os íons O íon Cu2+recebe dois elétrons e se converte em áto-
de uma outra substância. mo neutro de cobre.
Exemplos: Zn(s) + Cu 2+(aq)→ Zn2+ + Cu(s)
- Um produto insolúvel é formado em solução aquosa: Os átomos de zinco transferiram elétrons para os íons
KCl + Ag NO3 → KNO3 + AgCl(s) de cobre.
K2CO3 + 2 HCL → 2 KCL + H2CO3 Fonte: http://educacao.globo.com/quimica/assunto/
H2CO3 → H2O + CO2 materiais-e-suas-propriedades/reacoes-quimicas.html
2K+ + CO3 + 2H+ + 2Cl− → 2K+ + Cl− + H2O + CO2
NÚMERO DE OXIDAÇÃO
Reação de oxidação-redução 8) GRANDEZAS QUÍMICAS: MASSAS
Esse tipo de reação ocorre através da transferência de ATÔMICAS E MOLECULARES; MASSA
elétrons, ocorrendo variação do número de oxidação dos MOLAR; QUANTIDADE DE MATÉRIA E
átomos de certos elementos. NÚMERO DE AVOGRADO.
Número de oxidação
• O número de oxidação (Nox) representa a carga elé- MASSA ATÔMICA (MA)
trica de um átomo, adquirida através de uma ligação iôni- Definição
ca, sendo a carga denominada carga real, ou adquirida em A medida de uma grandeza é feita por comparação
uma ligação covalente, sendo definida como carga parcial. com uma grandeza da mesma espécie, escolhida como
• Em compostos iônicos, a carga é real, logo o Nox é unidade de medida.
igual a carga do íon formado. Massa atômica
Exemplo: o NaCl, formado pelos íons Na+ e Cl− , o Nox A União Internacional de Química Pura e Aplicada
do Na é +1 e o Nox do Cl é -1. (IUPAC) estabeleceu como padrão de massas atômicas o
• Em íons simples o Nox também é igual à sua carga. átomo de carbono-12. A massa de 1/12 do isótopo car-
19
QUÍMICA
bono-12 é chamada de unidade de massa atômica. Logo, ➢ 1 mol de íons contém → 6,02 * 1023 íons;
a massa atômica é o número que indica quantas vezes um ➢ 1 mol de morangos contém →6,02 * 1023 morangos.
átomo de um determinado elemento químico é mais pesa- O número 6,02 * 1023 é chamado de Constante de
do que 1/12 do isótopo carbono-12. Avogadro, e sua unidade é mol-1. Ele representa a quan-
Para se calcular a massa atômica de um elemento quí- tidade de átomos que constitui a massa atômica de um
mico, deve-se levar em consideração a composição isotó- elemento quando esta é expressa em gramas. A massa de
pica do elemento e os números de massa de cada isótopo. 6,02 * 1023 unidades de massa atômica (u) corresponde a
Exemplos:
um grama. Dessa forma, podemos concluir que:
O elemento oxigênio é formado pelos átomos oxigê-
➢ Em 12g de carbono-12 há 6,02 * 1023 átomos (MAC-
nio-16 (8O16), oxigênio-17 (8O17) e oxigênio-18 (8O18),
sendo que a participação desses átomos na formação do 12 = 12 u);
elemento oxigênio, em porcentagem é de 99,76%, 0,04% e ➢ Em 56g de ferro há 6,02 * 1023 átomos (MAFe = 56
0,20%, respectivamente. u);
A massa atômica do oxigênio é determinada pela mé- ➢ Em 24g de magnésio há 6,02 * 1023 átomos de
dia aritmética ponderada das massas atômicas dos átomos magnésio (MAMg = 24 u).
isótopos constituintes: MASSA MOLAR
(16*99,76 + 17*0,04 + 18*0,20)/100 = 16 u Massa molar é a massa em gramas de um mol de en-
O valor 16 que átomos do elemento oxigênio são 16 tidades elementares, tais como átomos, moléculas e agre-
vezes mais pesados do que 1/12 do carbono-12. gados iônicos.
O símbolo “u” indica a unidade de medida da massa A unidade de massa molar é g/mol, e seu símbolo é
dos átomos. M. Ela é numericamente igual à massa atômica (MA) ou à
O cloro apresenta dois isótopos na natureza, o clo-
massa molecular (MM).
ro-35 e o cloro-37, sendo que a abundância do Cl-35 é de
Assim, temos:
75% e do Cl-37 é de 25%. A massa atômica média desses
átomos é:
(75*35 + 25*37)/100 = 35,5 u. ➢ 1 mol de oxigênio (MA = 16 u) possui massa igual a
MASSA MOLECULAR (MM) 16g (MO = 16 g/mol);
A massa molecular é a soma das massas dos átomos ➢ 1 mol de cálcio (MACa= 40 u) possui massa igual a
que formam a molécula. 40g (MCa= 40 g/mol);
Exemplo: ➢ 1 mol de água (MMágua = 18 u) possui massa igual
Calculando a massa da molécula de água (H2O), temos: a 18g (Mágua= 18 g/mol).
Massa atômica do hidrogênio: 1 u Pode-se calcular o número de mols presentes em uma
Quantidade de átomos na molécula: 2 amostra através de uma expressão onde a massa e a quan-
Contribuição para a massa molecular: 2*1 = 2 u tidade de matéria são grandezas proporcionais:
Massa atômica do oxigênio: 16 u n = m/M
Quantidade de átomos na molécula: 1
Onde n é o número de mols; m é o número de massa,
Contribuição para a massa molecular: 16*1 = 16 u
em gramas; M é a massa molar da substância, em g/mol.
MMágua = 16 + 2 = 18 u
A massa da molécula de água é 18 vezes maior que
1/12 da massa do carbono-12. Exemplo:
Massa fórmula (MF) é a medida das massas atômicas Quantos mols de moléculas há em 88g de dióxido de
de cada íon num composto iônico. carbono (CO2) ?
Tomando como exemplo o cloreto de sódio (NaCl), te- (C = 12 u ; O = 16 u)
mos: A massa atômica da molécula:
Íons fórmula: Na+Cl- MACO2 = 12 + (16*2) = 44 u
Massa atômica do Na: 23 u A massa, em gramas, de um mol da molécula:
Massa atômica do Cl: 35,5 u MCO2 = 44 g/mol
MFNaCl = 23 + 35,5 = 58,5 u. Substituindo:
MOL n = 88/44
Mol é a quantidade de matéria que contém tantas en- n = 2 mols.
tidades elementares (átomos, moléculas, íons, etc) quanto
Fonte: http://educacao.globo.com/quimica/assunto/
são os átomos contidos em 0,012 Kg de carbono-12. Expe-
rimentalmente conclui-se que uma amostra de 0,012 Kg de estequiometria/grandezas-quimicas.html.
carbono-12 é formada por 6,02*1023 átomos. Fonte: http://educacao.globo.com/quimica/assunto/
Logo, mol é a quantidade de 6,02 * 1023 partículas estequiometria/grandezas-quimicas.html
quaisquer.
➢ 1 mol de átomos contém→ 6,02 * 1023 átomos;
➢ 1 mol de moléculas contém → 6,02 * 1023 molé-
culas;
20
QUÍMICA
21
QUÍMICA
P0 V0 / T0 = pV / T
Onde P0, V0 e T0 são respectivamente a pressão inicial, volume inicial e temperatura inicial. Essa é uma expressão que
é utilizada para quando as variáveis de um gás apresentar variações.
Lei de Boyle
Quando um gás sofre uma transformação isotérmica, ou seja, quando sua temperatura é mantida constante, a pressão
dele é inversamente proporcional ao volume ocupado. Dessa lei obtemos que como T0 = T temos que:
P0V0= pV
Lei de Charles
Quando uma massa de gás perfeito sofre transformação isocórica, isto é, quando o volume se mantém constante, a sua
pressão é diretamente proporcional à sua temperatura absoluta. Matematicamente essa lei pode ser expressa da seguinte
forma:
P0/T0 = p/T
V0 / T0 = V / T
No ano de 1811, o químico italiano Amedeo Avogadro (1776-1856) propôs uma explicação para a relação que havia
entre o número de moléculas dos gases e o volume por eles ocupado. Segundo a Hipótese de Avogadro ou Princípio de
Avogadro, volumes iguais de quaisquer gases que estão nas mesmas condições de temperatura e pressão apresen-
tam o mesmo número de moléculas.
Isso significa que independente da natureza do gás e do tamanho das suas moléculas, o volume que ele ocupará será
proporcional ao número de moléculas que há no frasco. Por exemplo, se temos dois frascos, um contendo gás hidrogênio
(H2) e o outro contendo dióxido de carbono (CO2), sendo o volume dos dois igual, isso quer dizer que existe a mesma quan-
tidade de moléculas nos dois frascos.
Esse fato acontece porque o tamanho das moléculas gasosas é considerado desprezível em comparação com a distân-
cia entre elas.
Assim, quando consideramos as Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP), em que a pressão é igual a
1 atm e a temperatura é de 273 K (0ºC), temos que o volume ocupado por 1 mol de qualquer gás sempre será de 22,4
L. Esse valor corresponde ao volume molar dos gases.
Se considerarmos as Condições Ambientais de Temperatura e Pressão (CATP), em que a pressão também é de apro-
ximadamente 1 atm, mas a temperatura é de 298 K (25 ºC), o volume molar passa a ser 25 L.
Portanto, se temos 1 mol de gás hidrogênio e 1 mol de gás carbônico em dois recipientes separados, podemos concluir
que ambos estão ocupando o volume de 22,4 L nas CNTP. O número de moléculas deles também é o mesmo, tendo em
vista que 1 mol de qualquer gás é sempre 6,0 . 1023 (número de Avogadro).
A diferença estará somente na massa, pois a quantidade e o tipo de átomo em cada molécula são diferentes. No caso
de 1 mol de H2, temos a massa total de 2g, enquanto em 1 mol de CO2, temos a massa de 44 g.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/volume-molar-dos-gases.htm
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QUÍMICA
As transformações físicas e as reações químicas quase sempre estão envolvidas em perda ou ganho de calor. O calor é
uma das formas de energia mais comum que se conhece.
A Termoquimica é uma parte da Química que faz o estudo das quantidades de calor liberadas ou absorvidas durante as
reações químicas. A maioria das reações químicas envolve perda ou ganho de calor (energia).
Veja no quadro abaixo os tipos de reações com perda ou ganho de calor:
As transformações físicas também são acompanhadas de calor, como ocorre na mudanda de estados físicos da matéria.
absorção de calor
liberação de calor
Quando a substância passa do estado físico sólido para liquido e em seguida para gasoso, ocorre absorção de calor.
Quando a substância passa do estado gasoso para líquido e em seguida para sólido, ocorre liberação de calor.
Essa energia que vem das reações químicas é decorrente de rearranjo das ligações químicas dos reagentes transfor-
mando-se em produtos. Essa energia armazenada é a ENTALPIA (H). É a energia que vem de dentro da molécula.
Nas reações químicas não é necessário calcular a entalpia. Devemos calcular, geralmente, a variação de entalpia (ΔH).
A variação de entalpia é a diferença entre a entalpia dos produtos e a entalpia dos reagentes.
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QUÍMICA
UNIDADE DE CALOR
Tipos de Reações
REAÇÃO ENDOTÉRMICA
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QUÍMICA
REAÇÃO EXOTÉRMICA
ENTALPIA
Tipos de Entalpias
Através de algumas reações, é possível calcular o valor da variação de entalpia.
- Entalpia de Formação
- Entalpia de Combustão
- Entalpia de Ligação
- Entalpia de Neutralização
- Entalpia de Dissolução
25
QUÍMICA
Isto quer dizer que para formar 1 mol de NH3 a reação produz 11 kcal de energia.
Este cálculo pode ser feito utilizando a fórmula da variação de entalpia e utilizando alguns dados tabelados.
Exemplo:
Escreva a reação de formação para cada substância abaixo, indicando o valor da entalpia de formação de SO3(g):
1°) montar a reação de formação:
Entalpia de Combustão
É sempre uma reação exotérmica. É o calor liberado na reação de combustão de 1 mol de uma substância em presença
de gás oxigênio O2(g)
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QUÍMICA
COMBUSTÃO INCOMPLETA: menos quantidade de oxigênio. Produz menos quantidade de energia. Forma mais resí-
duos como monóxido de carbono (CO) e água (H2O).
Exemplo:
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QUÍMICA
Entalpia de Ligação
Durante as reações químicas, as ligações químicas dos reagentes e produtos são alteradas. Podemos calcular o ΔH pela
análise desses novos rearranjos.
A entalpia de ligação é a variação de entalpia verificada na quebra de 1mol de uma determinada ligação química,
sendo que todas as substâncias estejam no estado gasoso, a 25° C e 1atm.
Reagentes = sempre são quebradas as ligações = ENDOTÉRMICA (+)
Produtos = sempre são formadas as ligações = EXOTÉRMICA (-)
Exemplo:
A partir desta tabela com dados das ligações de alguns elementos é possível calcular também outras entalpias, como
por exemplo a de combustão e a de formação.
Entalpia de Neutralização
É a entalpia de uma reação de neutralização (entre um ácido e uma base formando sal e água). A reação é exotérmica.
É a variação de entalpia verificada na neutralização de 1mol de H+ do ácido por 1mol de OH-da base, sendo todas as
substâncias em diluição total ou infinita, a 25°C e 1atm.
Exemplos:
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QUÍMICA
Entalpia de Dissolução
É a variação de entalpia envolvida na dissolução de 1mol de determinada substância numa quantidade de água sufi-
ciente para que a solução obtida seja diluída.
Quando um sólido é colocado em um copo com água acontece uma dissolução. Nesta ordem acontece:
Fonte: http://www.soq.com.br/conteudos/em/termoquimica/p5.php
A Cinética Química estuda a velocidade das reações químicas e os fatores que a influenciam.
O conhecimento e o estudo da velocidade das reações são muito importantes em termos industriais, e também estão
relacionados ao nosso dia-a-dia, como por exemplo, quando colocamos um alimento na panela de pressão para acelerar
seu cozimento.
As reações químicas ocorrem com velocidades diferentes e estas podem ser alteradas, porque além da concentração
de reagentes e produtos, as velocidades das reações dependem também de outros fatores como:
Temperatura: quando se aumenta a temperatura de um sistema, ocorre também um aumento na velocidade da reação.
Aumentar a temperatura significa aumentar a energia cinética das moléculas.
Superfície de contato: um aumento da superfície de contato aumenta a velocidade da reação. Um exemplo é quando
dissolvemos um comprimido efervescente triturado: ele se dissolve mais rapidamente do que se estivesse inteiro, isto acon-
tece porque aumentamos a superfície de contato que reage com a água.
Pressão: quando os participantes de uma reação são gasosos e se aumenta a pressão desse sistema gasoso, aumenta-
se a velocidade da reação. Isso porque o aumento da pressão diminui o volume, intensificando as colisões das moléculas.
29
QUÍMICA
Concentração de reagentes: quanto maior a concen- • Soluções sólidas: ouro 18 quilates, latão e outras
tração dos reagentes maior será a velocidade da reação. ligas metálicas diversas.
Um exemplo é quando pegamos uma amostra de palha de • Soluções líquidas: soro fisiológico, álcool comer-
aço e reagimos com ácido clorídrico concentrado e com cial e água com açúcar.
ácido clorídrico diluído. • Soluções gasosas: ar atmosférico entre outras
Luz: Algumas reações químicas se processam com misturas gasosas de interesse comercial.
maior velocidade em presença de luz, como por exemplo, Em casos onde todos os componentes da solução se
a decomposição da água oxigenada. Por isso é que deter- encontram no mesmo estado físico, considera-se o soluto
minados produtos são comercializados em frascos escuros.
o composto presente em menor quantidade e solvente o
Catalisadores: os catalisadores são substâncias que
composto presente em maior quantidade na mistura.
aceleram o mecanismo sem serem consumidos durante
Com relação à natureza do soluto, classificamos as so-
a reação. Este fato ocorre porque permitem que a reação
tome um caminho alternativo, que exige menor energia de luções em:
ativação, fazendo com que a reação se processe mais rápi- • Soluções iônicas: São compostas de solutos iôni-
do. Um catalisador possui a propriedade de acelerar a rea- cos, por exemplo, NaCl em água.
ção, mas não aumenta o rendimento, ou seja, ele produz • Soluções moleculares: São compostas por solu-
a mesma quantidade de produto, porém, num período de tos de origem molecular, por exemplo, água com açúcar
menor tempo. (C12H22O11 + água).
• Há casos especiais onde há presença de compos-
tos iônicos e moleculares compondo a solução, como o
caso do ácido acético em água, que possui moléculas CH-
13) SOLUÇÕES: DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO COOH e íons CH3COO- e H+.
3
DAS SOLUÇÕES; TIPOS DE SOLUÇÕES, SOLUBI- Com relação entre a quantidade de soluto e solvente
LIDADE, ASPECTOS QUANTITATIVOS DAS SOLU- que compõe a solução (saturação da solução), classifica-
ÇÕES; CONCENTRAÇÃO COMUM; CONCENTRA- mos as mesmas em:
ÇÃO MOLAR OU MOLARIDADE, TÍTULO, DEN-
• Soluções insaturadas: Possuem menor quantida-
SIDADE; RELAÇÃO ENTRE ESSAS GRANDEZAS:
de de soluto em relação à quantidade de solvente.
DILUIÇÃO E MISTURAS DE SOLUÇÕES; E ANÁLISE
VOLUMÉTRICA (TITULOMETRIA).
• Soluções saturadas: Possuem a máxima quanti-
dade de soluto em determinada quantidade de solvente.
• Soluções supersaturadas: Possuem maior quanti-
dade de soluto em relação à quantidade de solvente.
As soluções são misturas homogêneas, ou seja, que As soluções podem ser concentradas ou diluídas, de
apresentam um aspecto visual uniforme com uma única acordo com a necessidade e aplicação a qual se destinam.
fase que podem se apresentar nos estados físicos sólido, Nas soluções concentradas, o volume total de solução di-
líquido ou gasoso, compostas por partículas menores que minui, porém, a concentração de soluto se mantém a mes-
1 nm e que são compostas basicamente por soluto e sol- ma, já nas soluções diluídas, o volume total é aumentado,
vente. contudo a concentração de soluto se mantém a mesma.
Devido às reduzidas dimensões das partículas que Para realizar diluições ou aumentar a concentração de so-
compõe as soluções, não é possível realizar a separação luções, utiliza-se a seguinte fórmula:
da mistura através dos processos tradicionais, como filtros C(inicial) x V(l) (inicial) = C(final) x V(l) (final)
por exemplo. Onde:
• Soluto: O soluto é uma substância que está dis- • C = Concentração (inicial e final, respectivamente)
persa em um solvente, ou seja, é a substância que será dis- • V = Volume de solução em litros (inicial e final,
solvida em um meio chamado solvente afim que formar respectivamente).
uma solução qualquer desejada. Os solutos são normal- Unidades de concentração
mente compostos iônicos, mas podem se apresentar tam- As diferentes relações entre a quantidade de soluto, de
bém como compostos moleculares polares.
solvente e de solução são denominadas genericamente de
• Solvente: O solvente é uma substância onde o
concentrações.
soluto é disperso, ou seja, é a parte que se apresenta em
Concentração comum (C)
maior quantidade em uma solução e onde o soluto é dis-
solvido. O solvente mais utilizado é a água, que também é Também chamada concentração em g/L (grama por li-
conhecido como solvente universal. tro), relaciona a massa do soluto em gramas com o volume
As soluções podem ser classificadas de diferentes ma- da solução em litros.
neiras, pelo estado físico em que se encontram, com re- C = m/V
lação à natureza do soluto ou ainda pela quantidade de Concentração em quantidade de matéria (Cn)
soluto e solvente que compõe a solução. Relaciona a quantidade de soluto (mols) com o volume
Com relação ao estado físico de agregação em que se da solução, em litros. Sua unidade é mol/L:
encontram, podemos classificar as soluções em: Cn = n/V
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QUÍMICA
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QUÍMICA
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QUÍMICA
Relação entre Kp e Kc
Kp=Kc(RT)Δn
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QUÍMICA
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QUÍMICA
Fonte: http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2006/Pilha_de_Daniel/pilha_de_Daniell.html
Ânodo ou polo negativo é o eletrodo onde saem os elétrons. Ocorre a reação de oxidação.
Cátodo ou polo positivo é o eletrodo para onde vão os elétrons. Ocorre a reação de redução.
Com o passar do tempo, os elétrons da placa de zinco vão para a solução, fazendo com que aumente a concentração
da solução e corroendo a placa de zinco.
No outro eletrodo, ocorre o contrário. Os élétrons da solução de sulfato de cobre se depositam na placa de cobre,
diminuindo a concentração da solução e aumentando a massa da placa metálica.
Fonte: http://cabarequimico.blogspot.com/2008/11/eletroqumica-abrange-todos-processo.html
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QUÍMICA
Daniell colocou uma ponte salina constituída de um tubo de vidro em U contendo solução de KCl aquoso. A sua função
é permitir a migração de íons de uma solução para a outra, de modo que o número de íons positivos e negativos na solução
de cada eletrodo permaneça em equilíbrio.
Onde:
variação de potencial
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QUÍMICA
Pode-se calcular também, se soubermos qual metal é o (niquelagem), prata (prateação), ouro (dourar), usados em
cátodo e qual é o ânodo: grades, calotas de carros, emblemas, peças de geladeira,
jóias, aparelhos de som. É utilizada também na purifica-
ção ou refino eletrolítico de muitos metais, como cobre e
chumbo. Em processo de anodização, que nada mais é do
que uma oxidação forçada da superfície de um metal para
que seja mais resistente à corrosão. É feita a anodização
em alumínio.
Na eletrólise, usa-se eletrodos inertes (que não regem),
c) Qual metal sofrerá oxidação? como o carbono grafite (grafita) ou platina.
O metal que sofrerá oxidação é o zinco (Zn) porque Para que a eletrólise ocorra deve haver:
possui menor valor de potencial de redução. Então possui - corrente elétrica contínua e voltagem suficiente para
tendência a sofrer oxidação. provocar a eletrólise;
- íons livres ( por fusão ou dissolução)
Existe a eletrólise ígnea e a eletrólise aquosa.
Então:
Eletrólise Ígnea
Reação Espontânea e Não Espontânea É uma eletrólise onde não há presença de água. Metais
A reação na pilha (ou célula eletrolítica) pode ser es- iônicos são fundidos (derretidos). Ao se fundirem, eles se
pontânea ou não. ionizam formando íons. A partir desses íons, é formada a
Quando o potencial padrão da célula eletrolítica é po- corrente elétrica.
sitivo, a reação é espontânea. Reação de fusão (transformação do estado físico sólido
Quando o potencial padrão da célula eletrolítica é ne- para líquido) do NaCl a 808°C:
gativo, a reação é não espontânea.
ELETRÓLISE
Eletrólise é uma reação não espontânea provocada Observe que no desenho há dois eletrodos carregados
pelo fornecimento de energia elétrica, proveniente de um eletricamente, o polo positivo e o polo negativo, mergulha-
gerador (pilhas). É o inverso das pilhas. dos em um metal fundido. A reação acima mostra a forma-
A eletrólise possui muitas aplicações na indústria quí- ção de íons Na+ e íons Cl-. Quando estes íons entrarem em
mica, na produção de metais, como sódio, magnésio, po- contato com os eletrodos, o íons positivo (Na+) irá para o
tássio, alumínio e etc. Também na produção de não-metais eletrodo negativo. O íon negativo (Cl-) irá para o eletrodo
como cloro e o flúor e ainda substâncias como o hidróxido positivo.
de sódio (soda cáustica) e peróxido de hidrogênio (água No eletrodo negativo haverá formação de sódio me-
oxigenada) e a deposição de finas películas de metais so- tálico (Na°). No eletrodo positivo formará gás cloro (Cl2).
bre peças metálicas ou plásticas. Essa técnica de deposi- Percebe-se a formação de bolhas.
ção em metais é conhecida como galvanização. Os mais O eletrodo positvo é chamado de ânodo e nele ocorre
comuns são a deposição de cromo (cromagem), níquel a reação de oxidação.
37
QUÍMICA
A reação do cátodo deve ser multiplicada por 2 para poder cancelar com a reação do ânodo, já que forma gás cloro
(Cl2).
Eletrólise Aquosa
É uma eletrólise onde há a dissociação de um composto iônico em solução aquosa. O eletrodo deve ser inerte.
É necessário considerar a reação de auto-ionização da água, onde produz íon H+ e íon OH-.
O composto iônico é dissolvido em água, ocorrendoa formação de íons livres, que produzirão a corrente elétrica. Deve
ser montada as quatro reações para obter a reação global desta eletrólise.
Nesta cuba eletrolítica deve haver água e o composto iônico dissolvidos. Da auto-ionização da água, formará íons H+
e íons OH-. Se o composto for um sal, o NaCl, em contato com a água, formará o íon Na+ e o íon Cl-. Os íons positivos
serão atraídos pelo eletrodo negativo e os íons negativos serão atraídos pelo eletrodo positivo. Cada par de íons (positivo
e negativo) competirão entre si para ver qual se formará ao redor do seu respectivo eletrodo.
Existe uma tabela de facilidade de descarga elétrica, entre cátions e ânions:
Cátions:
Alcalinos
Alcalinos Terrosos
Al3+ < H+ < demais cátions
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QUÍMICA
De acordo com a tabela, o íon Cl- (halogênio) tem mais facilidade do que o íon OH-.
De acordo com a tabela, o íon H+ tem mais facilidade do que o íon Na+.
Então, formam-se nos eletrodos, o gás hidrogênio (H2) e o gás cloro (Cl2).
No polo (-) = H+
No polo (+) = Cl-
Reações:
Polo + Polo -
Pilha de Daniell Cátodo Ânodo
Redução Oxidação
Aumenta a lâmina Corrói a lâmina
Dilui concentração Aumenta concentração
Eletrólise Ânodo Cátodo
Oxidação Redução
Leis da Eletrólise
As leis que regem a eletrólise são as leis que relacionam as massas das substâncias produzidas nos eletrodos e as quan-
tidades de energia gastas na eletrólise. Essas leis foram estabelecidas pelo físico-químico inglês Michael Faraday, em 1834.
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QUÍMICA
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QUÍMICA
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QUÍMICA
A cada 79 átomos de radônio, apenas um se desintegra Observação: quando um período de meia-vida passa,
a cada segundo. pode-se afirmar então que temos exatamente a metade da
— Tório-234: C = 1 dia–1 massa que a amostra tinha anteriormente.
35 A fórmula que podemos utilizar para determinar a
A cada 35 átomos de tório, apenas um se desintegra meia-vida é:
a cada dia. t = x.P
— Rádio-226: C = 1 ano–1 • T = tempo que a amostra leva para desintegrar-
2300 se;
A cada 2300 átomos de rádio, apenas um se desintegra • x = número de mais vidas;
a cada ano. • P = meia-vida.
c) Intensidade radioativa (i) Veja alguns exemplos de materiais radioativos e suas
Trata-se de uma grandeza que indica a quantidade de respectivas meias-vidas:
átomos que sofreu desintegração em uma faixa de tempo • Césio-137 = 30 anos
• Carbono-14 = 5730 anos
específica. Ela depende da quantidade de radiações alfa e
• Ouro-198 = 2,7 dias
beta que foi emitida pelo material. A fórmula que descreve
• Irídio-192 = 74 dias
a intensidade radioativa é:
• Rádio-226 = 1602 anos
i = C.n • Urano-238 = 4,5 bilhões de anos
• n = é a constante de Avogadro (6,02.1023) • Fósforo-32 = 14 dias
Exemplo: Determine a intensidade radioativa de uma
amostra com 1 mol de rádio que apresenta constante ra- Para determinar a massa de um material radioativo
dioativa de 1/2300 ano-1. após uma ou mais meias-vidas, basta utilizar a seguinte
i = C.n fórmula:
i = 1.(6,02.1023) m = m0
40 2x
i = átomos por ano • x → número de meias-vidas que se passaram;
d) Vida média • m → massa final da amostra;
Durante o estudo dos materiais radioativos, os cien- • m0 → massa inicial da amostra.
tistas descobriram que não é possível determinar o mo-
mento em que um grupo de átomos sofrerá desinte- Exemplo: Sabendo que a meia-vida do estrôncio é de
gração, ou seja, eles podem desintegrar-se a qualquer 28 anos, após 84 anos, qual será a massa restante se tiver-
momento. Isso ocorre por dois fatores: mos 1 grama desse elemento?
• Sua instabilidade; m0 = 1g
• Os átomos da amostra são iguais. Para encontrar o número de meias-vidas passadas,
Vale ressaltar que cada átomo da amostra de um mate- basta dividir o tempo final pela meia-vida do material:
rial radioativo possui seu tempo de desintegração. Por essa x = 84
razão, surgiu a grandeza vida média, que é apenas uma 28
média aritmética que x=3
utiliza o tempo de desintegração de cada átomo pre- Com isso, podemos utilizar a fórmula para achar a mas-
sente na amostra radioativa. sa:
A fórmula que descreva a vida média é: m = m0
2x
Vm = 1
m=1
C
23
Como podemos observar, a vida média é inversamente
m=1
proporcional à constante radioativa. 8
Exemplo: Se a constante radioativa do elemento rá- m = 0,125 g
dio-226 é de 1/2300 ano-1, qual será a sua vida média? Uma informação importantíssima é a de que a meia-
Vm = 1 vida e a vida média apresentam uma proporcionalidade: o
C período de meia-vida é exatamente 70% da vida média.
Vm = 1 Essa proporção é descrita pela seguinte fórmula:
1/2300 P = 0,7. Vm
Vm = 2300 anos-1 Então, se sabemos que a meia-vida do fósforo-32 é
de 14 dias, logo sua vida média será de:
e) Meia-vida 14 = 0,7.Vm
É a grandeza da cinética radioativa que indica o pe- 14 = Vm
ríodo que uma determinada amostra radioativa leva para 0,7
perder metade dos átomos ou da massa que existia nela. Vm = 20 dias.
Esse período pode ser de segundos ou até de bilhões de Vamos ver agora a resolução de um exercício que tra-
anos. Tudo depende da natureza do material radioativo. balha a cinética radioativa como um todo:
42
QUÍMICA
43
QUÍMICA
A partir desta data outros compostos orgânicos foram obtidos em laboratório, derrubando totalmente o vitalismo, o
que ocorreu desde 1850.
Em meados do século XIX, o peso dessas evidências foi claramente contrário à teoria da força vital. Como William
Brande escreveu em 1848: “Não se pode traçar nenhuma linha devem ser consideradas daqui para frente como sendo de
caráter meramente prático, para favorecer a compreensão dos alunos”.
históricas, mantém sua “conveniência prática para acelerar o progresso dos estudantes”.
A química hoje é unificada. Os mesmos princípios que explicam os compostos inorgânicos mais simples também ex-
plicam os compostos orgânicos mais complexos. A única característica que distingue os compostos orgânicos é que todos
contêm o elemento carbono. Entretanto, a divisão entre a química orgânica e inorgânica, que começou por razões
Ligações covalentes são formadas quando um par de elétrons é compartilhado por um ou mais átomo. De acordo com
a teoria da ligação de valência, o compartilhamento ocorre devido à superposição de dois orbitais atômicos de átomos di-
ferentes. As técnicas computacionais envolvidas tem sido em grande parte superadas pela teoria dos orbitais moleculares,
mas grande parte da linguagem e alguns conceitos da teoria da ligação de valência ainda permanecem. De acordo com
a teoria dos orbitais moleculares (OM), as ligações resultam da combinação matemática de orbitais atômicos de átomos
diferentes para formar orbitais moleculares que pertencem à molécula como um todo.
A combinação linear de orbitais átomos pertencentes ao mesmo átomo gera os orbitais híbridos. Orbitais híbridos de
composição diferentes, são usados para justificar diferentes geometrias moleculares e fornecer uma base para a descrição
da TLV.
O carbono utiliza orbitais híbridos para formar ligações em moléculas orgânicas. Quando o carbono forma somente
ligações simples em geometria tetraédrica, ele utiliza quatro orbitais híbridos sp3 equivalentes.
Quando o carbono forma uma dupla ligação com geometria planar, ele utiliza três orbitais híbridos sp2 equivalentes e
um orbital p não hibridizado. Uma ligação dupla carbonocarbono se forma quando dois átomos de carbono hibridizados
sp2 se unem.
44
QUÍMICA
Quando o carbono forma uma ligação tripla com geometria linear, o carbono utiliza dois orbitais híbridos sp e equi-
valentes e dois orbitais p não hibridizados. Uma ligação tripla carbono-carbono se forma quando dois átomos de carbono
hibridizados sp se unem.
Outros átomos como o nitrogênio e o oxigênio também se hibridizam para formar ligações orientadas, fortes. O átomo
de nitrogênio da amônia e o oxigênio da água têm hibridização sp3 .
As ligações que possuem uma seção transversal circular e são formadas pela interação frontal de dois orbitais são
denominadas ligações sigmas (σ); as ligações formadas pela sobreposição lateral de orbitais p são denominadas ligações
pi (pi).
45
QUÍMICA
5 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
5.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ÁTOMOS DE CARBONO
Dependendo de sua posição na cadeia, os átomos de carbono classificam-se em:
- Carbono primário: É o que se liga apenas a um outro átomo de carbono. São primários os átomos de carbono situados
nas extremidades da cadeia e quando houver somente um átomo de carbono, este será considerado primário. Exemplos:
- Carbono secundário: É o que se liga a dois outros átomos de carbono. Exemplos:
- Carbono terciário: Está ligado a três outros átomos de carbono. Exemplos:
- Carbono quaternário: Está ligado a quatro outros átomos de carbono. Exemplos:
5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS CARBÔNICAS
As cadeias carbônicas são classificadas segundo vários critérios:
I) Cadeia aberta e fechada Cadeia aberta ou acíclica – os átomos de carbono não formam ciclo. Exemplos:
Cadeia fechada ou cíclica – os átomos de carbono formam ciclo ou anel. Exemplos:
I) Classificação das cadeias abertas ou acíclicas A) Quanto à disposição dos átomos Cadeia acíclica linear ou normal: É
aquela que apresenta unicamente átomos de carbono primário e secundário (têm duas extremidades apenas).
Cadeia acíclica ramificada: É aquela que apresenta pelo menos um átomo de carbono terciário ou quaternário (têm
mais de duas extremidades).
Obs: A cadeia do composto abaixo, embora apresente apenas átomos de carbono primário e secundário, deve ser
classificada como ramificada, pois tem três extremidades.
B) Quanto à natureza dos átomos Cadeia homogênea: É aquela que não apresenta átomos diferentes de carbono in-
tercalados na cadeia.
Cadeia heterogênea: É aquela que apresenta átomos de carbono intercalados na cadeia. Esses átomos diferentes de
carbono são chamados heteroátomos.
C) Quanto ao tipo de ligação entre os átomos de carbono Cadeia saturada: É aquela em que os átomos de carbono
ligam-se entre si, exclusivamente, por simples ligações.
Cadeia insaturada: É aquela que apresenta pelo menos uma dupla ou tripla ligação entre átomos de carbono.
I) Classificação das cadeias cíclicas ou fechadas
A) Quanto à natureza dos átomos Cadeia homocíclica (cíclica homogênea) – no anel só há átomos de carbono.
Cadeia heterocíclica (cíclica heterogênea) – no anel há átomos diferentes do carbono.
6 FUNÇÃO QUÍMICA E GRUPO FUNCIONAL
Função química é uma classe de compostos que apresentam propriedades químicas semelhantes. Esses compostos
têm estruturas semelhantes.
Na Química Orgânica, o número de funções químicas é enorme. As principais classes funcionais são os hidrocarbone-
tos, haletos de alquila, álcoois, fenóis, cetonas, aldeídos, ácidos carboxílicos, sais de ácidos carboxílicos, cloretos de ácidos,
anidrido de ácidos, ésteres, éteres, aminas, amidas e nitrilas.
As moléculas dos compostos de uma família particular são caracterizadas pela presença de certos arranjos de átomos
chamados de grupo funcional.
Um grupo funcional é a parte da molécula onde ocorre a maioria de suas reações químicas. É a parte que efetivamente
determina as propriedades químicas do composto (e muitas de suas propriedades físicas também). O grupo funcional de
um alceno, por exemplo, é a ligação dupla carbono-carbono, enquanto que o grupo funcional de uma cetona é a carbonila
(entre dois átomos de carbono). Obs: O conhecimento prévio dos grupos funcionais ajudará a organizar o conhecimento
sobre as propriedades e a reatividade das moléculas orgânicas.
7 NOMES OFICIAIS DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS
De acordo com recomendações de 1979 da União Internacional de Química Pura e
Aplicada (IUPAC), o nome de um composto orgânico simples é formado basicamente por três partes:
46
QUÍMICA
CnH2n+2 Exemplos:
Como notamos, a nomenclatura dos alcanos não ra-
mificados é dada usando-se o prefixo correspondente ao
número de átomos de carbono, seguido do sufixo – ano. O
sufixo ano mostra a presença das ligações simples entre os
átomos de carbono.
Quando a cadeia carbônica apresentar ramificações
certas normas devem ser seguidas, para a atribuição cor-
reta, segundo a IUPAC, do nome do composto orgânico.
Verifique o exemplo a seguir:
I) Cadeia principal Individualizaremos, em primeiro lu-
gar, a cadeia principal, isto é, aquela que apresenta o maior
número de átomos de C possível.
I) Ramificações
Em seguida, verificaremos quantas ramificações apre-
senta o composto e quais são. No exemplo anterior, nota-
mos que o composto apresenta duas ramificações metil,
Exemplos: sendo denominadas dimetil. Ramificações iguais são agru-
padas numa única palavra.
I) A regra dos menores números
Agora deveremos localizar as ramificações, enumerando
a cadeia principal; esta numeração deve obedecer à regra
dos menores números: “à cadeia carbônica deve ser enu-
merada, segundo as duas possibilidades (ou duas direções);
prevalecerá, para efeito de nomenclatura, a que indicar as
posições dos substituintes, usando os menores números
possíveis (a soma desses números deve ser a menor)”.
Cicloalcanos possuem a seguinte fórmula geral:
CnH2n Exemplos:
Em sua nomenclatura, seguimos as mesmas regras vis-
tas até aqui, apenas dando a palavra ciclo antes do nome
do alcano correspondente. Caso haja cadeia laterais no ci-
8 PREFIXOS USADOS NA NOMENCLATURA ORGÂNICA clo, numera-se os átomos de carbono do ciclo de modo a
Nº de átomos de C Prefixo resultar os menores números possíveis, iniciando-se a par-
1 Met 2 Et 3 Prop 4 But 5 Pent 6 Hex 7 Hept 8 Oct 9 Non tir do carbono que possui a ramificação mais simples.
10 Dec 1 Undec 12 Dodec 13 Tridec 14 Tetradec 15 Penta- 1 ALCENOS: ESTRUTURA E NOMENCLATURA
dec 20 Eicos 21 Heneicos 2 Docos 23 Tricos 30 Triacont 31 Alcenos (alquenos, olefinas) são hidrocarbonetos insa-
Hentriacont 32 Dotriacont 40 Tetracont 50 Pentacont turados que contêm uma dupla ligação carbono-carbono.
Indicação das ligações Os alcenos apresentam a seguinte fórmula geral:
Simples ligação: an Dupla ligação: en Tripla ligação: in CnH2n Exemplos:
Indicação das funções orgânicas Na nomenclatura dos alcenos não ramificados, damos
Hidrocarboneto: o o prefixo correspondente ao número de átomos de carbo-
Álcool: ol no, seguido do sufixo – eno. O sufixo – eno mostra a pre-
Ácido carboxílico: óico sença de uma dupla ligação entre os átomos de carbono.
Cetona: ona Aldeído: al No caso de o alceno ter mais de 3 átomos de carbono na
9 HIDROCARBONETOS cadeia, devemos indicar a posição da dupla ligação, o que
Hidrocarbonetos, como sugere o nome são compos- fazemos por números; para isto, começamos a numerar a
tos cujas moléculas contêm apenas átomos de carbono e cadeia da extremidade mais próxima da dupla ligação. Se-
hidrogênio. parar número de palavra por meio de hífen.
No caso dos alcenos ramificados, a cadeia principal é
10 ALCANOS E CICLOALCANOS: ESTRUTURA E NO- aquela que apresenta o maior número de átomos de car-
MENCLATURA bono e que contém a insaturação. A numeração dos áto-
Os alcanos são uma classe de hidrocarbonetos satu- mos de carbono é feita de tal forma que a insaturação seja
rados. Eles não possuem nenhum grupo funcional, são re- indicada pelo menor número possível. Para isso a numera-
lativamente inertes e podem ser de cadeia linear (alcanos ção se inicia da extremidade mais próxima da insaturação.
normais) ou de cadeia ramificada. Os alcanos são nomea- 12 ALCINOS, ALCADIENOS E HIDROCARBONETOS PO-
dos de acordo com uma série de regras de nomenclatura LIINSATURADOS
da IUPAC. Os cicloalcanos são alcanos nos quais alguns ou Alcinos (alquinos) são hidrocarbonetos insaturados
todos os átomos de carbono estão dispostos em um anel. que contêm uma tripla ligação carbono-carbono. Os alci-
Alcanos possuem a seguinte fórmula geral: nos apresentam a seguinte fórmula geral:
47
QUÍMICA
Os alcinos seguem a mesma regra de nomenclatura Obs: Na nomenclatura usual é muito comum o uso dos
que vimos para alcenos, diferenciando-se apenas pelo uso seguintes prefixos: iso, sec e terc.
do sufixo ino ao invés de eno.
Muitos hidrocarbonetos conhecidos são moléculas
que contêm mais de uma ligação dupla ou tripla. O hidro-
carboneto cujas moléculas contêm duas ligações duplas
é chamado de alcadieno; aquele cujas moléculas contêm
três ligações duplas é chamado de alcatrieno e assim por
diante. Corriqueiramente, refere-se a esses compostos sim-
plesmente como “dienos” e “trienos”. Um hidrocarboneto
com duas ligações triplas é chamado um alcadiino, e um • Prefixo iso: (CH3)2CH • Prefixo terc: (CH3)3C
hidrocarboneto com uma ligação dupla e tripla é chamado 16 ÁLCOOIS
de alcenino. Álcool metílico (mais sistematicamente chamado me-
13 COMPOSTOS AROMÁTICOS tanol) tem a fórmula estrutural
No início da química orgânica, a palavra aromático foi CH3OH e é o membro mais simples da família de
utilizada para descrever algumas substâncias que possuíam compostos orgânicos conhecidas como álcoois. Os grupo
fragrâncias, como o benzaldeído (responsável pelo aroma funcional característico para esta família é a hidroxila (OH)
das cerejas, pêssegos e amêndoas), o tolueno (do bálsa- ligada a um átomo de carbono com hibridização sp3 . Os
mo de Tolu) e o benzeno (do carvão destilado). Entretanto, álcoois assim como os haletos de alquila podem ser classi-
logo se observou que essas substâncias aromáticas eram ficados em primários, secundários e terciários.
diferentes da maioria dos compostos orgânicos em relação Na nomencaltura oficial da IUPAC acrescentamos ao
ao comportamento químico. prefixo (met, et, prop...) o termo que indica o tipo de li-
O termo aromático é utilizado por razões históricas gação (an, en, in), e no fim colocamos a terminação ol. Se
para se referir à classe de compostos com estrutura seme- o álcool apresentar cadeia ramificada, teremos de tomar
alguns cuidados:
lhante à do benzeno.
• Achar a cadeia principal. É aquela que apresenta
Os hidrocarbonetos aromáticos, que tiraram seu nome
maior número de átomos de carbono possível e, neste
originalmente dos odores característicos que muitos deles
caso, que contenha o grupo – OH).
têm, são chamados de arenos. Todos eles contêm um anel
• Numerar a cadeia principal partindo da extremidade
aromático, usualmente o anel de seis átomos do benzeno.
mais próxima do grupo - OH.
Outros tipos de moléculas além daquelas com estrutura
• Identificar e nomear as ramificações.
semelhante a do benzeno também podem ser aromáticos,
Obs: Se a hidroxila estiver ligada a carbono de dupla
por exemplo a piridina, um heterocíclico de seis átomos
com um átomo de nitrogênio, é aromático e se assemelha ligação, teremos outra função denominada enol.
eletronicamente ao benzeno. Além da piridina temos mais 17 ÉTERES
uma miríade de outros compostos pertencente a classe de Éteres possuem a fórmula geral R-O-R ou R-O-R’, onde
compostos aromáticos (hidrocarbonetos ou não). R’ pode ser um grupo alquila (ou fenila) diferente de R.
20 14 FUNÇÕES OXIGENADAS, NITROGENADAS E OU- Éteres podem ser vistos como derivados da água em que
TRAS FUNÇÕES ambos os átomos de hidrogênio foram substituídos por
15 HALETOS DE ALQUILA OU HALOALCANOS grupos alquilas. O ângulo da ligação do átomo de oxigênio
Haletos de alquila ou haloalcanos são compostos nos de um éter é apenas levemente maior que o da água. No-
quais um átomo de halogênio (flúor, cloro, bromo ou iodo) menclatura dos éteres:
substitui um átomo de hidrogênio de um alcano. Haletos A) Oficial Damos nome às cadeias que vêm antes e
de alquila são classificados como primário, secundário ou depois do oxigênio como hidrocarboneto, intercalando o
terciário. Esta classificação refere-se ao átomo de carbono termo oxi no meio deste nome. B) Usual
ao qual o halogênio está diretamente ligado. Nomencla- Utiliza-se a palavra éter seguida do nome do 1º radical
tura dos haletos de alquila: A) Oficial: Dá-se a posição e o acompanhado do 2º radical com a terminação ico. Os radi-
nome do halogênio seguido do nome do hidrocarboneto cais são listados em ordem alfabética. Exemplos de nome
de origem. B) Usual: Usa-se a palavra do halogeneto (fluo- de radicais:
reto, cloreto, brometo, iodeto) e, em seguida, o nome do : Metil,
grupo ligado ao halogênio. - CH3 - CH3CH2 : Etil, e assim sucessivamente.
(Parte 3 de 3)
48
QUÍMICA
18 AMINAS
Assim como os álcoois e os éteres podem ser considerados como derivados orgânicos da água, as aminas podem ser
consideradas como derivados orgânicos da amônia. Aminas são classificadas como 1º, 2º ou 3º. Esta classificação baseia-
se no número de grupos orgânicos que estão ligados ao átomo de nitrogênio. As aminas são consideradas as bases da
química orgânica. São encontradas na natureza em extratos vegetais, em alguns alcalóides e em compostos provenientes
da decomposição de seres vivos, tais como a puterscina, a cadaverina e a metilamina (cheiro de peixe). São importantes na
indústria para a produção de medicamentos, corantes, sabões e na vulcanização da borracha.
Na nomenclatura das aminas primárias, damos o nome do grupo – R ligado ao nitrogênio, em seguida, a palavra amina.
Quando se nomeia amina secundárias ou terciárias, considera-se os grupos ligados ao nitrogênio como radicais.
19 ALDEÍDOS E CETONAS
Aldeídos e cetonas contêm o grupo carbonila, um grupo no qual um átomo de carbono se liga ao oxigênio por uma
ligação dupla. O grupo carbonila nos aldeídos está ligado a pelo menos um átomo de hidrogênio, e nas cetonas está ligado
a dois átomos de carbono.
Aldeídos e cetonas apresentam arranjo plano triangular dos grupos ao redor do átomo de carbono carbonílico, que
possui hibridização sp2 .
Os aldeídos aparacem na natureza nas essências de algumas flores e frutas. São usados na indústria farmacêutica, no
fabrico de alguns tipos de plásticos e como desinfetantes. Quando da descoberta desses compostos, Liebig deduziu que
eram derivados da desidrogenação de álcoois, vindo daí o nome aldeído (alcohol dehidrogenatus).
Na nomenclatura dos aldeídos são seguidos os padrões da IUPAc, com a terminação dos nomes em al. Nomenclatura
das cetonas: A) Oficial: Dá-se o sufixo – ona ao nome do hidrocarboneto correspondente.
B) Usual:
Consideram-se os grupos ligados a carbonila como radicais, dá-se o nome (em ordem alfabética) aos substituintes e,
em seguida, acrescenta a palavra cetona.
49
QUÍMICA
50
QUÍMICA
51
QUÍMICA
Apesar da existência de milhões de compostos orgânicos diferentes, podemos agrupá-los quanto à semelhança de
suas propriedades químicas. A esse conjunto, damos o nome de FUNÇÃO QUÍMICA. Neste artigo você estará apto a iden-
tificar as funções orgânicas.
Essas substâncias podem ser reconhecidas pela presença de um átomo ou grupo de átomos específicos denominados
GRUPOS FUNCIONAIS (parte da molécula onde ocorre a maioria das reações químicas. É a parte que determina, efetiva-
mente, as propriedades químicas do composto, e também algumas propriedades físicas).
benzeno
Funções Orgânicas Oxigenadas
Grupo
Hidrocarboneto O que apresenta Exemplo
Funcional
grupo -OH (hidroxila) junto
ÁLCOOL
a carbono saturado.
52
QUÍMICA
hidroxila junto a um
FENOL
carbono do anel aromático.
heteroátomo de Oxigênio
ÉTER no meio de 2 carbonos na
molécula.
53
QUÍMICA
Fonte: http://www.coladaweb.com/quimica/quimica-organica/funcoes-organicas-e-radicais
Exercícios
02) O cromo, Cr (Z=24), é um metal brilhante e resistente à corrosão. É importante na metalurgia porque é usado para a
fabricação de aço inoxidável e para a cromação. O ferro, Fe (Z = 26) é o metal mais abundante da terra. É bastante utilizado
na produção de diversos materiais de uso cotidiano. As configurações eletrônicas reais do cromo e do ferro, respectiva-
mente são:
A.[Ar]3d44s2, [Ar]3d74s1.
B.[Ar] 4s13d5, [Ar] 4s23d6.
C.[Ar]3d54s1, [Ar]3d64s2.
D.[Ar] 4s23d4, [Ar] 4s23d6.
E.[Ar]3d54s14p1, [Ar]3d64s14p1.
Resposta: C
03) O etino, também conhecido como acetileno, é um hidrocarboneto constituído por dois átomos de carbono e dois
átomos de hidrogênio. As ligações sigma realizadas pelos átomos de carbono, bem como a geometria linear, podem ser
explicadas fazendo-se uso de um modelo teórico-quântico conhecido como Teoria da Ligação de Valência (TLV). De acordo
com este modelo, as hibridizações de cada átomo de carbono no etino são do tipo:
A. sp2, sp2.
B. sp, sp.
C. sp, sp2
D. sp3, sp3.
E. sp, sp3.
Resposta: B
04) Eletrólitos são substâncias que dissolvidas em água produzem íons em solução, os quais possuem a capacidade de
conduzir corrente elétrica. Entre essas substâncias, encontram-se as bases fortes e os sais solúveis originários dessas bases.
Assinale a alternativa que apresenta somente tais substâncias.
A.H3CCOOH, H2S, NaCl
B.NaCl, C6H12O6, Fe(OH)3
C.NaOH, KCl, NaNO3
D.NaNO3, HCN, C6H12O6
E.BaSO4, H2S, NaCl
Resposta: C
54
GEOGRAFIA
1) Geografia Geral: a) Localizando-se no Espaço: orientação e localização: coordenadas geográficas e fusos horários;
cartografia: a cartografia e as visões de mundo, as várias formas de representação da superfície terrestre, projeções
cartográficas, escalas e convenções cartográficas. .................................................................................................................................... 01
b) O Espaço Natural: estrutura e dinâmica da Terra: evolução geológica, deriva continental, placas tectônicas, dinâmica
da crosta terrestre, tectonismo, vulcanismo, intemperismo, tipos de rochas e solos, formas de relevo e recursos minerais;
as superfícies líquidas: oceanos e mares, hidrografia, correntes marinhas....................................................................................... 04
– Tipos e influência sobre o clima e a atividade econômica, utilização dos recursos hídricos e situações hidroconfliti-
vas;........................................................................................................................................................................................................................05
A dinâmica da atmosfera: camadas e suas características, composição e principais anomalias.............................................. 06
– El Niño, La Niña,..................................................................................................................................................................................................... 07
Buraco na camada de ozônio e aquecimento global: elementos e fatores do clima e os tipos climáticos;........................ 08
Os domínios naturais: distribuição da vegetação e características gerais das grandes paisagens naturais;....................... 09
E os impactos ambientais: poluição atmosférica, erosão, assoreamento, poluição dos recursos hídricos e a questão da
biodiversidade. ......................................................................................................................................................................................................... 10
c) O Espaço Político e Econômico: indústria: o processo de industrialização, primeira, segunda e terceira revolução in-
dustrial, tipos de indústria, a concentração e a dispersão industrial, os conglomerados transnacionais, os novos fatores
de localização industrial, as fontes de energia e a questão energética,............................................................................................. 10
Impactos ambientais; agropecuária: sistemas agrícolas, estrutura agrária, uso da terra, agricultura e meio ambiente,
produção agropecuária, comércio mundial de alimentos e a questão da fome;............................................................................ 14
Globalização e circulação: os fluxos financeiros, transportes, os fluxos de informação, o meio tecnocientífico-informa-
cional, comércio mundial, blocos econômicos, conflitos étnicos e as migrações internacionais; a Divisão Internacional
do Trabalho (DIT) e as trocas desiguais; a Nação e o Território............................................................................................................. 18
Os Estados territoriais e os Estados nacionais: a organização do Estado Nacional; e o poder global, nova ordem mundial,
fronteiras estratégicas............................................................................................................................................................................................ 21
d) O Espaço Humano: demografia: teorias demográficas, estrutura da população, crescimento demográfico; transição
demográfica e migrações; urbanização: processo de urbanização, espaço urbano e problemas urbanos; e os principais
indicadores socioeconômicos............................................................................................................................................................................. 23
2) Geografia do Brasil: a) O Espaço Natural: características gerais do território brasileiro: posição geográfica, limites e
fusos horários; geomorfologia: origem, formas e classificações do relevo: Aroldo de Azevedo, Aziz Ab’Saber e Jurandyr
Ross e a estrutura geológica;............................................................................................................................................................................... 27
a atmosfera e os climas: fenômenos climáticos e os climas no Brasil; domínios naturais: distribuição da vegetação, ca-
racterísticas gerais dos domínios morfoclimáticos, aproveitamento econômico e problemas ambientais; e os recursos
hídricos: bacias hidrográficas, aquíferos, hidrovias e degradação ambiental.................................................................................. 30
b) O Espaço Econômico: a formação do território nacional: economia colonial e expansão do território, da cafeicultura
ao Brasil urbano-industrial e integração territorial;.................................................................................................................................... 36
a industrialização pós Segunda Guerra Mundial: modelo de substituição das importações, abertura para investimentos
estrangeiros, dinâmica espacial da indústria, pólos industriais.............................................................................................................. 38
A indústria nas diferentes regiões brasileiras e a reestruturação produtiva;.................................................................................... 42
O aproveitamento econômico dos recursos naturais e as atividades econômicas: os recursos minerais, fontes de energia
e meio ambiente, o setor mineral e os grandes projetos de mineração;........................................................................................... 43
Agricultura brasileira: dinâmicas territoriais da economia rural, a estrutura fundiária,................................................................ 44
Relações de trabalho no campo,........................................................................................................................................................................ 45
A modernização da agricultura,.......................................................................................................................................................................... 45
Êxodo rural,................................................................................................................................................................................................................. 46
Agronegócio e a produção agropecuária brasileira; e o comércio: globalização e economia nacional, comércio exterior,
integração regional (Mercosul e América do Sul), eixos de circulação e custos de deslocamento......................................... 47
c) O Espaço Político: formação territorial – território, fronteiras, faixa de fronteiras, mar territorial e ZEE; estrutura polí-
tico-administrativa, estados, municípios, distrito federal e territórios federais; a divisão regional, segundo o IBGE, e os
complexos regionais; e políticas públicas............................................................................................................................................................
d) O Espaço Humano: demografia: transição demográfica, crescimento populacional, estrutura etária, política demográ-
fica e mobilidade espacial (migrações internas e externas);................................................................................................................... 66
mercado de trabalho: estrutura ocupacional e participação feminina; desenvolvimento humano: os indicadores socioe-
conômicos;.................................................................................................................................................................................................................. 66
e a urbanização brasileira: processo de urbanização, rede urbana, hierarquia urbana, regiões metropolitanas e RIDEs,
espaço urbano e problemas urbanos............................................................................................................................................................... 68
GEOGRAFIA
Projeções Cartográficas
Uma das tarefas mais árduas da Cartografia é projetar a superfície da Terra, que é arredondada, nos mapas, que são
planos. Por conta disso, acabam sendo utilizadas diferentes técnicas de projeções, cada uma proporcionando distorções
diferentes. Nota-se as projeções também possuem uma função ideológica, pois algumas áreas são valorizadas em detri-
mento de outras, conforme a técnica adotada. Nota-se que os sistemas de projeções constituem-se de uma fórmula mate-
mática que transforma as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície esférica (elipsoidal), em coordenadas planas,
mantendo correspondência entre elas. O uso deste artifício geométrico das projeções consegue reduzir as deformações,
mas nunca eliminá-las. Vejam as principais projeções a seguir:
Projeção de Mercator
Os meridianos e paralelos retas que se cortam em ângulos retos. É uma projeção cilíndrica conforme, que acaba exa-
gerando as regiões polares e o hemisfério Norte em geral.
Projeção de Peters
Arno Peters, em 1973, propôs uma Projeção também cilíndrica, mas equivalente, que determina uma distribuição dos
paralelos com intervalos decrescentes desde o Equador até os pólos. Ela compromete a forma dos continentes, mas permi-
te proporções mais adequadas em relação a Mercator.
1
GEOGRAFIA
No caso de Mollweide, os paralelos são linhas retas e Um dos primeiros a ser observado em um mapa é o seu
os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional à da título. Seguramente ele trará duas informações importan-
esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais tes, de imediato: o que foi mapeado e em que lugar (e em
apresentam grande exatidão, tanto em área como em con- alguns casos a data/período em questão). Não observar o
figuração, no entanto, as extremidades apresentam gran- título de um mapa pode comprometer toda a sua análise.
des distorções. Observe a mesma a seguir: Ademais, para que possa ser realizada uma boa leitu-
ra das informações presentes nos mapas, a legenda acaba
sendo uma ferramenta fundamental, pois esta vai expres-
sar valores e aspectos diversos presentes dentro do mapa,
como linhas, cores, figuras geométricas etc. No mapa, estas
informações não seriam apresentadas, pois seria gerada
uma poluição visual desnecessária, o que comprometeria
sua leitura. Diante disso, alguns aspectos sem significado
explícito no mapa acabam sendo identificados por meio da
legenda. Em resumo, a legenda decodifica símbolos usados
no mapa. Veja um exemplo a seguir, no qual a legenda au-
xilia no entendimento das áreas delimitadas no mapa.
Projeção de Goode
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GEOGRAFIA
Ainda com relação à leitura dos mapas, alguns pontos merecem destaque, como, por exemplo as isolinhas. No caso da
Cartografia, as mais utilizadas são as curvas de nível (isoípsas), que eu ligam pontos de mesma altitude; as isóbaras (linhas
com pontos de mesma pressão); isoieta (mesma precipitação pluviométrica em um determinado período); isoterma (mes-
ma temperatura) etc. Veja um exemplo das curvas de nível e da construção de um perfil topográfico a partir delas:
3
GEOGRAFIA
Tipos de Rocha
Temos 3 tipos principais de rochas: 1- Ígneas ou
O planeta terra se formou há aproximadamente a 4,5 magmáticas, 2- sedimentares 3- metamórficas
bilhões de anos. O que se tornaria o planeta terra era um Rochas ígneas ou magmáticas. São rochas forma-
grande aglomerado de vários elementos químicos em fu- das pelo resfriamento direto do magma (por isso mag-
são. Aos poucos começa resfriar, dissipando o calor para mática). Elas podem ser divididas em rochas magmáticas
o espaço. A partir do resfriamento da camada mais exter- intrusivas e extrusivas (ou vulcânicas). A rocha é ex-
na do planeta forma-se a Crosta terrestre. Hoje o planeta trusiva quando ocorre uma erupção e o magma é expe-
encontra-se dividido em camadas. São basicamente 3: A lido, então o magma expelido resfria de fora da terra em
Crosta (ou litosfera), o Manto e o Núcleo. contato com a atmosfera. Esse contato com a atmosfera
A Crosta é formada principalmente por minerais ricos a temperaturas bem mais baixas que no interior da terra,
em Silício e Magnésio, por isso a Crosta pode ser chamada faz com que se resfrie e se forme mais rapidamente que
de SIMA. O manto é um material pastoso e incandescente as rochas intrusivas. As rochas intrusivas são de resfria-
que chamamos Magma. O Manto e dividido em manto su- mento muito lento. O interior da terra, no manto su-
perior, onde está a astenosfera (camada do manto em que perior, vai se resfriando e solidificando lentamente. Po-
deslizam as placas tectônicas). O manto por ser muito rico demos exemplificar com rochas como o basalto (rocha
em minerais de Silício e Alumínio, pode ser chamado de magmática extrusiva, vulcânica) e o granito (rocha
SIAL. O núcleo da terra é solido, devido às altas pressões a magmática intrusiva)
que é submetido e pode ser chamado de NIFE, por ser rico Muitos calçamentos urbanos são com blocos de
em Níquel e Ferro. basalto. Nesta imagem temos uma avenida em Ribei-
rão Preto, nordeste de São Paulo, próxima aos limites
A teoria das placas tectônicas com MG. Na região do interior de SP e no Sul do Brasil,
ocorreram há bilhões de anos, derramamentos basálti-
O interior do planeta está submetido à altas pressões e cos (vulcanismo). Nestes lugares é encontrado um solo
temperaturas, e conforme o manto se movimenta, ocorrem muito fértil: “A terra roxa”.
rachaduras na crosta, formando as placas tectônicas.
As placas tectônicas se movimentam de 3 maneiras: Rochas sedimentares
A ação da atmosfera e das águas provocam desgas-
Movimentos convergentes ( ): Quando as placas se tes nas superfícies rochosas, que liberam sedimentos
movimentam na mesma direção e se chocam. Observe no (pequenas partículas de rocha). Estas ações externas na
mapa acima, a placa sul americana, que se choca conver- rocha chamamos intemperismo. O intemperismo pro-
gentemente com a placa de Nazca. Do choque entre as voca desgaste nas rochas e as partículas liberadas são
duas placas, forma-se a grande cordilheira montanhosa da transportadas pela água dos rios, da chuva, pelo vento e
América do Sul, a Cordilheira dos Andes. Perceba no mapa pelo derretimento das geleiras. Ao desgaste chamamos
que Brasil encontra-se no centro da placa sul americano, erosão. As partículas se acomodam nas regiões mais
distante da borda. baixas, com no leito dos rios, e através dos milhões de
Movimentos divergentes ( ): Quando as placas se anos, ocorre o processo de litificação, em que os sedi-
movimentam em direções opostas e afastam-se, como é o mentos se transformam em rochas sedimentares. Uma
caso da placa sul americana e a placa africana que se afas- de suas características é que podemos identificar cama-
tam. Pelo contorno dos continentes não é difícil deduzir das nas rochas. Podem ser também as estruturas que en-
que Brasil era ligado ao continente africano. Isso é provado contramos dentro de cavernas calcárias (formadas por
pois, as rochas encontradas no litoral brasileiro e no litoral calcáreo, uma rocha sedimentar), as estalactites (teto) e
africano são do mesmo material rochoso e da mesma ida- as estalagmites (piso).
de geológica.
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GEOGRAFIA
Rochas metamórficas
Essas rochas sofreram metamorfismo (de TIPOS E INFLUÊNCIA SOBRE O CLIMA E
metamorfose=transformação), devido a atuação das al- A ATIVIDADE ECONÔMICA, UTILIZAÇÃO
tas temperaturas e pressão que o interior da terra exerce DOS RECURSOS HÍDRICOS E SITUAÇÕES
nas rochas. Imagine que ocorreu a erupção de um vul- HIDROCONFLITIVAS;
cão. Do interior da terra onde ele se formou até a su-
perfície, ocorrerá a passagem de material magmático
incandescente que pode derreter as rochas que encon-
tra no caminho. Outro exemplo é que as rochas podem
ser “dobradas”. Dobramentos ocorrem porque quando Existe uma ampla relação entre clima e agricultura no
uma placa tectônica empurra a outra, a força e a pressão espaço rural. Isso acontece porque as práticas agrícolas são
exercidas são tão grandes, que dobram as rochas. Quan- extremamente dependentes das variações atmosféricas, o
do isso ocorre, normalmente formam-se as montanhas. que quer dizer que alguns fatores, como a quantidade de
Tanto essas grandes temperaturas vindas do interior da chuvas, a temperatura e outros elementos, interferem na
terra, quanto a pressão exercida pelas placas estimulam produção das lavouras.
reações químicas e transformações na rocha. Então a Sendo assim, algumas espécies de vegetais são mais
rocha que sofreu uma transformação, chamamos meta- propícias de serem cultivadas em regiões que apresentam
mórfica. Por exemplo, o granito quando metamorfizado os tipos climáticos mais adequados para a sua manuten-
transforma-se em mármore ção. Apesar disso, a sociedade vem desenvolvendo técni-
cas para diminuir esses efeitos, como a criação de espécies
Tipos de Relevo híbridas e a construção de espaços artificiais que permitam
Chamamos relevo o modelado da Crosta. O relevo é o plantio de vegetais em localidades atípicas.
provocado por agentes internos ao planeta (vulcanismo e No entanto, essas técnicas – a maioria delas muito
tectonismo) e agentes externos (o intemperismo). Os prin- avançada – costumam apresentar um custo maior e nem
cipais tipos de relevo são: sempre a mesma qualidade que as originais, no caso dos
Montanhas (dobramentos modernos): forma de relevo alimentos. Por esse motivo, antes de iniciar a lavoura, é pre-
formada pelo choque das placas tectônicas. Esse processo ciso saber se o que vai ser cultivado consegue se manter
em que as placas sofrem dobras chamamos orogênese. no tipo climático em questão, além de outros fatores serem
Depressões: Formadas principalmente pela erosão. avaliados, como o solo, a disponibilidade de água, etc.
Área bastante desgastada, normalmente encaixada entre No período da colonização, por exemplo, a coroa por-
planaltos. tuguesa escolheu inicialmente o cultivo da cana-de-açúcar
Planície: Relevo em que predominou o processo de para as terras brasileiras, pois o clima da região Nordeste
sedimentação. A sedimentação supera a erosão. era o mais propício, favorecendo a produção de açúcar em
Perceba a importância da água na formação do rele- larga escala. Já o café, que se adapta melhor a locais nem
vo. Nos planaltos predomina a erosão. No Brasil o clima é muito quentes e nem muito frios o ano todo, foi muito cul-
tropical e é bastante chuvoso. Na verdade no clima tropi- tivado na região Sudeste do país, encontrando o seu auge
cal temos duas estações do ano bem definidas: Primavera na economia brasileira ao longo do século XIX.
- Verão quentes e úmidas e outono - invernos amenos e
bastante secos. Devido a esta característica climática, pre- Já a soja, por sua vez, encontrou no ambiente do Cen-
domina no Brasil o intemperismo provocado pelas águas. tro-Oeste brasileiro um local perfeito para a sua instalação,
Observe atentamente imagem acima. As chuvas modelam adaptando-se com facilidade ao clima quente e seco do
os planaltos e suas escarpas, enquanto os rios escavam Brasil Central, com uma estação quente e chuvosa e outra
suas laterais. As enxurradas transportam os sedimentos mais amena e com baixas umidades do ar. No entanto, essa
para os rios, que transportam os sedimentos pelo seu cur- espécie também se adapta ao clima mais frio da região Sul,
so. Nos cursos dos rios formam-se importantes áreas de sendo, por isso (e também por fatores econômicos diver-
sedimentação. sos), um dos produtos mais cultivados no espaço rural do
Brasil.
Portanto, podemos perceber que a influência do clima
na agricultura é um tema importante, de forma que co-
nhecer as particularidades de cada espécie e também as
condições geográficas do ambiente é algo necessário para
o bom desempenho do setor agrário na economia. Assim,
é evidente que períodos de seca extrema ou de severas
anomalias climáticas podem prejudicar a produção e todas
as atividades socioeconômicas dela dependentes.
Fonte: http://escolakids.uol.com.br/clima-e-agri-
cultura.htm
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Efeito Estufa
O efeito estufa é um fenômeno natural e essencial para a
vida no planeta, pois o mantém aquecido.
La Niña: efeitos no mundo (Foto: Climatologia UFF)
Processo do Efeito Estufa
Uma parte da radiação solar é refletida pela superfície
terrestre e logo em seguida é absorvida por alguns gases
presentes na atmosfera. Por conta disso, todo o calor fica re-
tido aqui, sem poder ser liberado para o espaço.
Mesmo sendo um processo vital, o efeito estufa também
pode ser um precursor do aquecimento global, devido à
quantidade excessiva de gases estufa na atmosfera terrestre,
a camada mais sensível do planeta.
Gases Estufa
O problema ocorre da seguinte forma: a Terra recebe ra-
diação infravermelha emitida pelo Sol e devolve parte dela
para o espaço através de radiação de calor. Porém, os gases
estufa retêm uma parte dessa radiação que seria refletida
Efeitos do La Niña (Foto: Climatologia UFF) para o espaço. Portanto, a parte retida causa o aumento da
temperatura do planeta.
Especificamente em relação ao Brasil, seguem-se os prin- A liberação de dióxido de carbono (CO2) ocorre princi-
cipais impactos dos dois fenômenos: palmente, pela queima de combustíveis fósseis, através dos
Em relação ao El Niño, a Região Norte sofre com a dimi- setores industriais e de transporte, e pelos desmatamentos e
nuição das precipitações e secas, além do aumento do risco queimadas. Já o Metano é proveniente da decomposição de
de incêndios florestais. Secas severas assolam a Região Nor- resíduos orgânicos, vazamento de gás natural, aterros sani-
deste. Não há evidencias de efeitos pronunciados nas chuvas tários, no processo de digestão dos animais, entre outros. O
na Região Centro-Oeste, no entanto, nota-se uma tendência Óxido Nitroso é liberado através da combustão e do trata-
de chuvas acima da média e temperaturas mais altas no sul mento de esgoto, de processos industriais e com a fertiliza-
do MS. ção na agricultura.
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Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/bio-
Segundo a resolução Conama Nº001 de janeiro de logia/impactos-ambientais.htm
1986, o impacto ambiental é definido como qualquer al-
teração das propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que, direta ou in- C) O ESPAÇO POLÍTICO E ECONÔMICO:
diretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da INDÚSTRIA: O PROCESSO DE
população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as con- INDUSTRIALIZAÇÃO, PRIMEIRA, SEGUNDA
dições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade E TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL,
dos recursos ambientais. TIPOS DE INDÚSTRIA, A CONCENTRAÇÃO
Analisando essa resolução, percebemos que qualquer E A DISPERSÃO INDUSTRIAL, OS
atividade que o homem exerça no meio ambiente pro- CONGLOMERADOS TRANSNACIONAIS,
vocará um impacto ambiental. Esse impacto, no entanto, OS NOVOS FATORES DE LOCALIZAÇÃO
pode ser positivo ou não. Infelizmente, na grande maioria das
INDUSTRIAL, AS FONTES DE ENERGIA E A
vezes, os impactos são negativos, acarretando degradação
e poluição do ambiente. QUESTÃO ENERGÉTICA,
Os impactos negativos no meio ambiente estão direta-
mente relacionados com o aumento crescente das áreas
urbanas, o aumento de veículos automotivos, o uso ir-
responsável dos recursos, o consumo exagerado de bens A Primeira Revolução Industrial teve início no fim do
materiais e a produção constante de lixo. Percebemos, por- século XVIII início do século XIX, a partir desse período
tanto, que não apenas as grandes empresas afetam o meio, muita coisa mudou, as tecnologias, as relações de trabalho,
nós, com pequenas atitudes, provocamos impactos ambien- o modo de produzir, entre outros.
tais diariamente. As indústrias não se instalam em um lugar (país, esta-
Dentre os principais impactos ambientais negativos do ou município) de forma despretensiosa, pois todas as
causados pelo homem, podemos citar a diminuição dos medidas e decisões são tomadas a partir de uma profun-
mananciais, extinção de espécies, inundações, erosões, da análise com a finalidade de obter maiores informações
poluição, mudanças climáticas, destruição da camada de acerca da viabilidade econômica de um determinado es-
ozônio, chuva ácida, agravamento do efeito estufa e des- paço.
truição de habitats. Isso acarreta, consequentemente, o au- Diante desse contexto são observados diversos fatores
mento do número de doenças na população e em outros para a criação e implantação de uma indústria, dentre os
seres vivos e afeta a qualidade de vida. principais estão:
Vale destacar que os impactos ambientais positivos, • Capitais: não é possível instalar e colocar em funcio-
apesar de ocorrerem em menor quantidade, também namento uma indústria sem recursos financeiros, pois são
acontecem. Ao construirmos uma área de proteção ambien- esses que dão subsídio para a construção da edificação,
tal, recuperarmos áreas degradadas, limparmos lagos e pro- para obter a área, aquisição de equipamentos e máquinas
movermos campanhas de plantio de mudas, estamos tam- e todos os recursos necessários para o início da produção.
bém causando impacto no meio ambiente. Essas medidas, • Energia: para a execução da prática industrial é indis-
no entanto, provocam modificações e alteram a qualidade de pensável à utilização de energia para mover as máquinas
vida dos humanos e de outros seres de uma maneira positiva. e equipamentos, ao escolher um local para instalação de
Você também pode ajudar a diminuir o impacto am- um empreendimento é preciso verificar qual fonte enérgica
biental negativo. Veja a seguir algumas dicas: está disponível e a quantidade oferecida, uma vez que essa
- Economize água; tem que ter um número abundante, pois o custo de insta-
- Evite o consumo exagerado de energia; lação é muito elevado e não pode haver falta de tal recurso
- Separe os lixos orgânicos e recicláveis; no processo produtivo.
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• Mão-de-obra: além dos itens citados, outro ele- pois representa novas formas de organização social, sobre-
mento que é de extrema importância nesse processo é a tudo com a forte divisão entre detentores dos meios de
mão-de-obra, pessoas que vendem sua força de trabalho produção e o proletariado, ou seja, aquele que vende sua
em troca de um salário que deve garantir a manutenção força de trabalho.
do trabalhador e de sua família, devido a essa dependên- Na Primeira Revolução Industrial, destaca-se, ainda, o
cia humana as indústrias geralmente se encontram estabe- uso do ferro como matéria prima e do carvão mineral como
lecidas em grandes centros urbanos que aglomeram um principal fonte energética.
grande contingente populacional, isso se torna favorável, A Segunda Revolução Industrial aumentou significati-
pois quanto maior a oferta de proletários menores são os vamente a quantidade de países participantes da evolução
salários pagos (lei da oferta e da procura), pois temendo industrial. É uma fase marcada pelo uso do aço, do petró-
perder os empregos muitos se submetem a receber baixas leo e da energia elétrica. Países como EUA, Alemanha, Itália,
remunerações. Outro motivo que favorece a implantação Japão e mesmo a Inglaterra passaram a produzir em larga
de empreendimentos industriais em grandes núcleos urba- escala, ampliando sua participação no comércio mundial.
nos é a existência de trabalhadores com qualificação profis- Já a Terceira Revolução Industrial é marcada pelo avan-
sional, pois nas cidades maiores estão os principais centros ço da eletrônica, da informática, da robotização etc. O Ja-
de difusão de informação e tecnologia como as emissoras pão foi um dos precursores, mas outras economias tam-
de tv, rádio, além de universidades e centros de pesquisas. bém vivem esse estágio.
• Matéria-prima: esse item ocupa um lugar de desta- Vale destacar que, no mundo atual, a industrialização
que no processo produtivo, pois é a partir dessa que será se distribui por inúmeras áreas do planeta, expandindo a
agregado um valor correspondente ao resultado do tra- produção para além dos centros industriais tradicionais.
balho e automaticamente o lucro da produção. Diante da Áreas como os Tigres Asiáticos, por exemplo, se consoli-
importância, essa deve permanecer o mais próximo possí- dam como grandes espaços de produção, por oferecerem
vel, pois quanto mais perto ela se encontra menores serão vantagens competitivas às empresas que ali se instalam
os custos com o transporte entre a fonte fornecedora e a (mão de obra barata, qualificada e disciplinada, por exem-
processadora, esse fato diminui o custo final e garante o plo). Outros países apresentam crescimento de sua indus-
trialização, como o Brasil, México e Argentina, sobretudo
aumento da lucratividade que é a intenção e objetivo maior,
pelo aumento do consumo interno. Isso tudo está asso-
principalmente se tratando da sociedade capitalista.
ciado à atual fase da Globalização, na qual as empresas
• Mercado consumidor: a escolha em estabelecer-se
procuram vantagens competitivas. Daí as grandes empre-
próximo aos núcleos urbanos é proveniente da proximidade
sas transnacionais possuírem filiais espalhadas por grande
entre a indústria e os possíveis consumidores em potencial,
parte do planeta.
desse modo evitam grandes gastos com transporte, além
Na sequência do material serão apresentadas diversas
de dinamizar o seu fluxo até os centros de distribuição.
considerações sobre a industrialização no Brasil.
• Meios de transporte: um sistema de transportes é
de extrema valia para a produção e distribuição industrial, Os recursos energéticos são o foco dos interesses estatais,
nesse caso é preciso que haja uma boa infraestrutura que gerando disputas geopolíticas desde a primeira Revolução In-
possibilite uma logística dinâmica e que atenda a demanda dustrial. Na segunda metade do século XX, com a expansão
de fluxo de matéria-prima até às indústrias e dessas até o do meio urbano-industrial, principalmente, na América Lati-
consumidor. A integração de todos os meios de transporte na e Sudeste Asiático e, consequentemente, o crescimento
é primordial para o processo de globalização, pois oferece populacional, houve o aumento exponencial da demanda
condições de circulação de pessoas, capitais, mercadorias energética. Nos últimos anos, a questão energética traz no-
e serviços. vas discussões: agências internacionais, estados e a sociedade,
A Industrialização é um processo de modernização pelo geram debate sobre consumo, recursos naturais, mudanças
qual passam os meios de produção de uma determinada climáticas e, principalmente, a segurança energética dos paí-
sociedade. É pautada pela ampliação de tecnologias e pelo ses mais ricos.
desenvolvimento da economia de modo geral. Antes de tudo, é importante conhecer os diferentes tipos
O processo de evolução da indústria, como ela é conhe- de fontes de energia. Podemos classificá-las em renováveis e
cida atualmente, demandou um longo período. O primór- não renováveis; primárias e secundárias; convencionais e al-
dios de uma industrialização efetiva ocorreram na Inglater- ternativas.
ra. Isso porque a indústria altera não só os modos de se Renováveis → Têm capacidade de se regenerar em um
produzir, mas são impactantes também nas relações sociais. tempo curto, tornando-a inesgotável. Ex.: Biomassa (óleos/
No século XVIII ocorre a chamada Primeira Revolução biodiesel a partir de cana-de-açúcar, mamona, girassol, entre
Industrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento outros).
econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos Não Renováveis → Oriundas de matéria orgânica de-
campos (enclosures) e empurrando os trabalhadores para as composta por milhões de anos, não havendo tempo hábil
áreas que se urbanizavam através da produção industrial. para serem formados para uso humano. Ex.: Petróleo, gás na-
Ao mesmo tempo, esse processo libera mão-de-obra em tural e carvão.
abundância, amplia o mercado consumidor e disponibiliza Primárias → Quando utilizamos diretamente para gera-
terras à produção capitalista. A Industrialização promove ção de calor/energia. Ex.: Lenha queimada para uso domés-
mudanças que vão muito além da utilização de máquinas, tico.
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Assim, o tabuleiro geopolítico vai se movimentando, conforme os interesses em investir, importar e exportar energia a partir
de diversas fontes existentes. O mundo vem passando por transformações, sobretudo, no meio ambiental, tornando os novos
meios de energia essenciais para todos os países, o que possibilita a segurança econômica e social em todo planeta.
Fonte: http://educacao.globo.com/artigo/questao-energetica-na-atualidade.html
Esta primeira mudança impactante no modo de trabalho do homem ocorreu em meados do séc. XVIII, na Inglaterra. Era
o surgimento das indústrias, que sobrepunham o então trabalho de manufatura.
Nesta época, a vida da população transformou-se totalmente, deixando a vida mais parada do interior para um pro-
cesso de rápida entrada no capitalismo: a partir de agora as famílias se adaptariam a esse frenético ritmo, trabalhando por
mais de 12 horas por dia nas indústrias, em condições precárias e morando em lugares sujos e apertados.
Nesta revolução, começou-se um processo de fabricação de produtos de forma mais rápida e, com isso, um consu-
mo maior e um comércio mais forte. Também nesta época tivemos um grande crescimento nas cidades. Logo a revolução
espalhou-se para outros países europeus, atingindo também os EUA e o Japão. Máquinas eram movidas à vapor, influen-
ciando muito no sistema de transportes. A indústria têxtil foi o principal setor desta primeira revolução.
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Latifúndio por exploração – é um imóvel rural que che- Posseiro: indivíduo que utiliza uma área que não lhe
ga até à 600 módulos rurais regionais, cuja terra é manti- pertence juridicamente. Produz somente para a subsistên-
da de forma inexplorada ou irracionalmente explorada. Sua cia familiar.
extensão média é de cerca de 350 ha. Abrangendo 73% das Pequeno proprietário: corresponde ao agricultor que
áreas disponíveis, mas totalizam apenas 23% do número total cultiva a própria terra para sua subsistência, bem como
dos imóveis. para o abastecimento do mercado local. É o pequeno si-
Latifúndio por dimensão – Toda e qualquer propriedade tiante e o chacareiro que geralmente habita as cercanias
agrícola com extensão superior a 600 módulos rurais regio- das cidades.
nais, produtivos ou não. Somam menos de 0,1% do total das Parceiro: é o trabalhador que se associa com um pro-
propriedades e equivalem a 5% da área total, com proprieda- prietário de terras e entrega-lhe parte de sua produção
des com tamanho médio de 100 mil ha. como forma de pagamento pelo uso da mesma. O trato
mais comum é de 50% para cada um – é o meeiro.
Sistemas agrícolas Arrendatário: indivíduo que usa a terra de alguém pa-
O Brasil é um país de dimensões continentais, com solos
gando um aluguel pré-determinado para esse uso. O paga-
e climas diversos, níveis de desenvolvimento contrastantes e
mento pode ser em dinheiro ou em produto colhido.
teve, no decorrer de sua história inúmeros sistemas de produ-
Assalariado fixo: é o empregado regular da proprieda-
ção, sendo que alguns deles persistem ao tempo.
Sistema de Roça: é uma agricultura de subsistência, muito de, geralmente é registrado em carteira e possui todos os
antiga e rudimentar. Caracteriza-se por ser itinerante, onde direitos legais. Pode ser representado pelo capataz, caseiro,
num primeiro momento ocorre à derrubada e queima da tratorista, ordenhador, etc.
mata, limpeza e preparo da terra e depois seu consequente Assalariado temporário: trabalhador contratado ape-
plantio e colheita. nas em alguns momentos. Geralmente para a colheita. Tra-
Sistema de Plantation: implantado pelos colonizadores ta-se do trabalhador volante ou boia-fria e o peão.
na América Latina, com o intuito de suprir as necessidades Não remunerado: em geral corresponde aos familiares
das metrópoles. Consiste em cultivar produtos típicos de cli- de um agricultor (mulher e filhos) que o ajudam no traba-
ma tropical, de forma monocultora em grandes latifúndios, lho, entretanto não recebem nada por isso.
visando o abastecimento externo. No Brasil são exemplos a Fonte: https://www.resumoescolar.com.br/geografia/
cana-de-açúcar, o café e o cacau entre outros. agricultura-no-brasil-estrutura-fundiaria-sistemas-agrico-
Sistema Capitalista Moderno: a aplicação de modernas las-conflitos-pela-terra-e-relacoes-de-trabalho/
tecnologias de produção disponíveis, aliado à transformação
da agricultura numa atividade puramente comercial e especu- Através do estudo da gastronomia mundial é possível
lativa, a atividade ganha status de investimento muito lucra- conhecer não apenas a arte de cozinhar e o prazer de co-
tivo. Aqui o capital reproduz todas as condições necessárias mer, mas também a sua relação com os recursos alimenta-
para uma maior produção com um máximo de produtividade. res disponíveis, pois as condições naturais de vida são ex-
tremamente variadas: influência da latitude, natureza dos
Os Conflitos pela posse da terra no Brasil solos, proximidade do mar, clima, etc. (MEZOMO, 1994).
Na história rural brasileira é bastante comum o relato de Condicionados fortemente à disponibilidade de alimentos
conflitos pela da terra. Neste contexto surgiram dois protago- estão também os hábitos alimentares – disposição dura-
nistas: o posseiro e o grileiro. O lavrador que trabalha a terra doura adquirida pela repetição frequente de um ato, uso
sem possuir nenhum título legal registrado em cartório que o ou costume (BOURGUERS, 1998). Esses hábitos fazem parte
defina como proprietário é classificado como ocupante nos da cultura e do poder econômico de um povo (MEZOMO,
censos oficiais do IBGE ou como posseiro na linguagem co-
1994), além de serem de primordial importância para a
mum. No Brasil ainda existe mais de um milhão de famílias
análise do comportamento alimentar de determinado gru-
de posseiros paupérrimos que detém parte das pequenas
po populacional (BOURGUERS, 1998; GARCIA, 1995; PIO-
propriedades rurais no Brasil, representando uma força de
trabalho de grande importância para a produção de gêneros VESAN, 1970; PHILIPPI, 1992). A distribuição de alimentos é
alimentícios de subsistência. bastante desigual no mundo, e afeta de forma importante
O posseiro não deve ser confundido com o grileiro. O os padrões de consumo de uma população. São eviden-
grileiro é o indivíduo que se assenhoreia de uma terra que tes as diferenças na distribuição de alimentos nos países
não é sua, sabendo que não tem direito a ela, muitas vezes à desenvolvidos e em desenvolvimento, o que deixa claro a
força, expulsando posseiros ou seus proprietários. Através de relevância do fator político econômico, assim como as di-
meios escusos como suborno e falsificação de documentos ferenças dentro do próprio país. Nos países desenvolvidos
ele obtém os papéis oficiais que o habilitam a vender a terra. há uma abastada oferta de alimentos, porém, o consumo
É, portanto, um traficante de terra. sob o ponto de vista nutricional, nem sempre é adequado,
podendo ocorrer excessos, ao mesmo tempo, as popula-
Relações de trabalho no campo ções dos países em desenvolvimento convivem com a es-
As relações trabalhistas instituídas no meio rural brasilei- cassez de alimentos e não dispõem de recursos educativos,
ro que, em geral, são altamente exploratórias, apresentam-se ambientais e até financeiros para obtenção dos mesmos,
bastante variadas. Algumas ainda arcaicas enquanto outras tendo como consequência a fome e/ou subnutrição (MON-
inseridas na modernidade capitalista. As principais são. TEIRO, 1996; PEKKANIVEW, 1975).
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mais do que nos países desenvolvidos. Mas o uso de açú- Quase sempre, os enormes déficits de alimentos em
car é particularmente muito levado na América do Norte, países em desenvolvimento são acompanhados de alta
na Oceania, na maioria dos países europeus e na América desnutrição e fome, sendo que os escassos recursos usados
Latina. As mais elevadas proporções no consumo de óleos para a importação são tirados de serviços básicos e de in-
e gorduras figuram entre os países da Europa e América do dústrias dos quais necessitariam emergentemente, como por
Norte. Entre as bebidas alcóolicas, as cervejas e vinhos são exemplo, o beneficiamento de grãos.
aquelas mais comuns em todo o mundo, mas seu principal Conferências realizadas nas últimas décadas, cujo anseio
consumo ocorre na Europa. Em todas as partes do mundo foi pôr fim à pobreza, revelaram como todos os problemas pri-
outras bebidas alcoólicas são usadas ao lado da cerveja e do mários da humanidade estão inter-relacionados: crescimento
vinho, mas essas bebidas não acompanham a dieta diária da econômico, meio ambiente, desperdício de alimentos, urbani-
mesma forma que a cerveja e o vinho. zação, cuidados com as crianças, desenvolvimento econômico
O estudo de PEKKANIVEW (1975) leva à reflexão sobre (COMITÉ NACIONAL DE LOS ESTADOS UNIDOS ,1992).
alguns aspectos importantes que interferem nos padrões de Mudanças nos hábitos alimentares têm sido observadas
consumo dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em diversos países. Essas mudanças estão associadas, entre
dentre os quais pode-se citar as desigualdades na disponi- outros fatores, com o sistema de desenvolvimento da distri-
bilidade dos suprimentos alimentares, nas condições climá- buição e da produção de gêneros alimentícios e com o fenô-
ticas, nas possibilidades técnicas. Há grande precariedade de meno da urbanização, influenciando o estilo de vida e a saú-
transporte que limitam o consumo alimentar nos países em de da população (MONDINI & MONTEIRO, 1994; OLIVEIRA,
desenvolvimento, além dos costumes religiosos e da precá- 1997).
ria educação alimentar que também influem no consumo No Brasil, segundo alguns autores, essa mudança tem
habitual. O autor deixa bem claro que a melhoria econômica ocorrido principalmente como consequência de políticas que
é fator preponderante na mudança de padrões de consumo. têm favorecido o desenvolvimento de um modelo de “capita-
É importante também que se tenha claro que hoje o lismo de oligopólio”, em que poucos tem o domínio, conduzi-
mercado internacional de alimentos e mesmo o nacional do pela imitação de padrões de produção e características de
exigem padrões de qualidade, indispensáveis nos contratos consumo de países ocidentais.
de compra e venda, que devem satisfazer os regulamentos Segundo MONTEIRO (1996), a fome medida pelas reser-
vas energéticas da população no Brasil tem incidência restrita
sanitários e os padrões de qualidade requeridos pelo impor-
no País, afetando de forma clara apenas a população rural do
tador (GIACOMETTI, 1989).
nordeste, ainda assim em grau leve e moderado de acordo
O crescimento demográfico, industrialização, urbaniza-
com padrões internacionais. A população urbana de todo o
ção, muda o consumo e o estilo de vida, favorecendo o se-
País apresenta-se protegida da fome, incluindo as que vivem
dentarismo, a restrição da necessidade de gasto de energia
nas regiões norte e nordeste e a população rural do País. No
para as atividades diárias e para o trabalho, além de facilitar
entanto, o autor ressalta que seriam necessários mais dados
o consumo de alimentos prontos e de alta densidade ener-
para esclarecer a situação da deficiência nas demais popula-
gética aumentado os problemas de saúde como a obesida- ções rurais brasileiras. As distinções identificadas na magnitu-
de, a hipertensão e alguns tipos de câncer. A urbanização de e padrão da distribuição da pobreza, da fome e da desnu-
traz consigo as infecções advindas de água e alimentos con- trição no Brasil, confirmam a natureza distinta dos problemas
taminados (COMITÉ NACIONAL DE LOS ESTADOS UNIDOS, e ao mesmo tempo em que implicam na definição de priorida-
1992). des a determinados objetivos para ação governamental.
O aumento da expectativa de vida e a urbanização com- Levantamentos periódicos possibilitarão aos pesquisado-
binados com o subdesenvolvimento econômico tem signifi- res o conhecimento das tendências de consumo alimentar da
cado com frequência a superimposição de um tipo de distúr- população em geral e/ou de grupos particulares, e, a análise
bio alimentar. Desde a conferência mundial de alimentação dessas informações em termos de macro e micronutrientes, vi-
em 1974, os organismos internacionais têm concentrado a sando verificar se as necessidades nutricionais específicas dos
questão da subnutrição que os leigos chamam de fome. Ge- brasileiros estão sendo satisfeitas (OLIVEIRA,1997).
ralmente as pessoas que não obtêm o suficiente para comer, Os problemas alimentares mais graves exigem que se
para satisfazer as suas necessidades vitais básicas, têm em compreendam os ambientes geográficos em que aparecem,
comum a pobreza. A maior parte da fome e da desnutrição não sendo simplesmente problemas de renda. É no meio rural
em todo o mundo moderno são produtos da pobreza (CO- de países em desenvolvimento, sobretudo na África subsaaria-
MITÉ NACIONAL DE LOS ESTADOS UNIDOS , 1992). na, na Ásia do sul, que se manifestam as formas mais graves de
O alimento está disponível, mas não é acessível para mi- subalimentação, e, também no nordeste brasileiro, em versão
lhões de pessoas que não têm poder aquisitivo nem terras. menos grave. É pela valorização do plantio e da irrigação e
O excedente global de alimentos não se traduz em seguran- pelos programas de recuperação de desnutridos que será pos-
ça alimentar. Mais de 100 países do mundo são importado- sível reduzir num futuro próximo as dimensões assustadoras
res de alimentos, portanto não são produtores daquilo que que o fenômeno da fome ainda assume na virada do milênio.
consomem. No caso de alguns, essa importação tem pou- O conhecimento das condições locais e da sua integração
ca importância, mas no caso de outros como, por exemplo, sócio-econômico-política com o meio em que se manifes-
Bangladesh, Etiópia e Haiti certamente este fator influencia ta, a fome pode ser a base não só para o diagnóstico, mas,
muito a manutenção da pobreza e da fome (COMITÉ NA- sobretudo para o aproveitamento de possibilidades sociais
CIONAL DE LOS ESTADOS UNIDOS, 1992). e naturais até então em repouso (ABRAMOVAY, 1996).
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GEOGRAFIA
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GEOGRAFIA
No aspecto econômico, apesar dos EUA continuarem a • OECO; (Organização dos Estados do Caribe Oriental)
exercer sua hegemonia em muitas áreas, as últimas décadas • SAARC; (Associação Sul- Asiática para a Coopera-
testemunharam a formação de blocos econômicos regionais, ção Regional)
isto é, associações de países, na sua maioria vizinhos, que pas- • SADC; (Comunidade para o Desenvolvimento da
saram a manter relações econômicas privilegiadas entre si. África Austral)
Os blocos econômicos atuais podem ser classificados em: • UA; (União Africana)
zona de preferência tarifária, zona de livre comércio, união • UAAA; (União Aduaneira da África Austral)
aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária. • UE; (União Europeia)
Cada modalidade equivale a um grau de comprometimento • UEMOA; (União Econômica e Monetária dos Oeste
maior de soberania, e cabe aos membros do bloco decidir Africano)
qual nível é o mais adequado. A União Europeia é um exem- • UMA; (União do Magrebe Árabe)
plo de bloco que seguiu todos esses passos (já atingiu a união • UNASUL; (União de Nações Sul-Americanas)
econômica e monetária), mas outros já formados não segui-
ram necessariamente essa ordem. O bloco econômico Mer- Fonte: http://www.infoescola.com/economia/blocos
cosul por exemplo, é classificado como união aduaneira. -economicos/
O primeiro bloco econômico foi criado na Europa, em
1956. Era formado inicialmente pela Bélgica, Alemanha Oci- Movimentos Migratórios
dental, Holanda, Itália, Luxemburgo e França, sendo conhe- Impulsionados por motivos diversos, como a fome, a
cido pela sigla CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do conquista territorial, a fuga a perseguições políticas e reli-
Aço). Esse grupo foi, logo depois, o embrião da moderna giosas, as crises econômicas, entre outros, os movimentos
União Europeia (UE). migratórios têm se realizado ao longo da história de forma
Exemplos de Blocos Econômicos: contínua.
• ACP; (Associação de países da África, Caribe e Pacífico) Cada época marca seu motivo. A verdade é que os
• ACP-EU; (Acordo de Cotonou. Um acerto comercial movimentos de população permitiram o povoamento do
entre a União Europeia) mundo e significaram a expansão de etnias, línguas, reli-
• AEC; (Associação dos Estados do Caribe) giões e conhecimento, num emaranhado processo que dá
• AELC; (Associação Europeia de Livre Comércio) ao mundo atual os traços de grande diversidade e riqueza
• ALADI; (Associação Latino-Americana de Integração) cultural que observamos.
• ALALC; (Associação Latino-Americana de Livre Co- As chamadas Grandes Navegações ou “grandes inva-
mércio) sões”, por exemplo, foram responsáveis pela colonização
• ALBA; (Aliança Bolivariana para as Américas) do continente americano a partir do século XVI; e signifi-
• ALCA; (Área de Livre Comércio das Américas) caram a difusão da cultura dos europeus, a qual entrou em
• APEC; (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) choque com as culturas das comunidades indígenas que já
• ASEAN; (Associação de Nações do Sudeste Asiático) habitavam o território.
• CEFTA; (Acordo Centro-Europeu de Livre Comércio) Esse deslocamento populacional foi estimulado pelo
• CAFTA-DR; (Comunidade de Livre Comércio entre expansionismo territorial das potências europeias da
Estados Unidos Central e República Dominicana) época, que buscavam fontes de matérias-primas e novos
• CAN; (Comunidade Andina de Nações) mercados para seus produtos, portanto, tinha motivação
• CAO; (Comunidade da África Oriental) geopolítica e econômica. Essa migração aumentou maciça-
• CARICOM; (Comunidade do Caribe) mente no século XIX e começo do XX.
• CARIFTA; (Associação de Livre Comércio do Caribe) Paralelamente, perseguições políticas e religiosas,
• CEA; (Comunidade Econômica Africana) guerras e crises econômicas foram responsáveis por gran-
• CEDEAO; (Comunidade Econômica dos Estados da des deslocamentos humanos da Europa e Ásia para as
África Ocidental) Américas. Outras partes do mundo sofreram estimulação
• CEEA; (Comunidade Econômica Eurasiática) migratória mais localizada, como é o caso da Austrália e
• CEEAC; (Comunidade Econômica dos Estados da Nova Zelândia, onde a perspectiva de melhoria de con-
África Central) dições de vida, com a possibilidade de mobilidade social
• CEI; (Comunidade dos Estados Independentes) (ascensão econômica), incentivou especialmente parte da
• CEMAC; (Comunidade Econômica e Monetária da população da Grã-Bretanha a emigrar.
África Central)
• IBAS; (Fórum de Diálogo Índia-Brasil- África do Sul) Movimentos migratórios do século XVI ao início do sé-
• COMECOM; (Conselho para Assistência Econômica culo XX
Mútua) Causas das migrações atuais
• COMESA; (Mercado Comum da África Oriental e Os movimentos migratórios atuais relacionam-se, prin-
Austral) cipalmente, a duas causas:
• MERCOSUL; (Mercado Comum do Sul) • A busca por melhores condições de vida – caracteriza
• NAFTA; (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) os deslocamentos populacionais provocados pela miséria
• OCDE; (Organização para a Cooperação e desenvol- que se concentra em algumas partes do mundo. Portanto,
vimento Econômico) têm caráter econômico, constituindo fluxos ou correntes
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GEOGRAFIA
migratórias de países pobres para países ricos. Exemplos: b) Europa Ocidental – essa região concentra as princi-
pós-década de 60 (século XX), da Europa Mediterrânea pais economias do continente: Alemanha, França, Itália e
para a Europa Ocidental; na atualidade, do norte da África Reino Unido, além da Holanda, Suécia e Suíça. A Europa é
para países europeus, de regiões da América Latina para os circundada por várias regiões com economias problemáti-
EUA e Canadá, do extremo oriente para as Américas. Essas cas, como a África, Oriente Médio, Europa Oriental e, mais
migrações são vistas como o efeito colateral mais perverso distante, o Sul e Sudeste Asiático.
da globalização. Quando, nos anos 60 (século XX), os países acima cita-
• A fuga de regiões em conflito – trata-se de migra- dos começaram a apresentar um desenvolvimento mais ace
ções provocadas por guerras locais, portanto, têm motiva- lerado, libertando-se dos problemas gerados pela Segunda
ção político-bélica, constituindo um verdadeiro êxodo para Guerra Mundial, teve início a imigração. Em princípio, ela
os países que recebem os refugiados. Esses deslocamen- ocorreu na própria Europa (migração intracontinental), dos
países mais pobres, como Portugal, Irlanda, Grécia, Espanha,
tos ocorrem por uma questão de sobrevivência às perse-
e Turquia em direção aos países centrais. Mais tarde, tam-
guições motivadas por conflitos étnicos e às atrocidades
bém começaram a chegar os imigrantes de outros continen-
cometidas contra as populações civis. Os exemplos mais tes (migração intercontinental’), os quais eram bem-vindos à
recentes foram os que ocorreram na Bósnia-Herzegovina medida que forneciam mão-de-obra barata, substituindo os
e Kosovo. trabalhadores locais em serviços geralmente braçais. O mais
• Mas é no continente africano que se desencadeia a típico exemplo foram os turcos migrando principalmente
maior quantidade de movimentos migratórios: são legiões para a então Alemanha Ocidental.
de refugiados vagando pelo espaço local, à procura de Entretanto, as crises econômicas e as transformações
abrigo, fugindo de guerras tribais, instabilidades políticas, na estrutura de trabalho, com a automação, reduziram os
questões raciais e religiosas e golpes militares. empregos. Surgiram, então, as sombras da xenofobia. A si-
Áreas de repulsão e atração tuação ficou pior com o fim do sistema socialista e o surgi-
Hoje, no mundo, podemos identificar algumas áreas mento de grupos europeus orientais desempregados e em-
com características de repulsão (países emissores) e de pobrecidos. A partir daí, o imigrante estrangeiro passou a ser
atração (países receptores) no espaço terrestre, que levam visto como um intruso ou concorrente indesejado, levando
milhares de pessoas a se deslocar. muitos países a adotar medidas restritivas.
Como áreas de repulsão, podemos identificar:
a) América Latina (México, América Central e América c) Japão – relativamente recentes nos processos migra-
do Sul) – com seus históricos problemas de desequilíbrio tórios, os países começaram a se tornar um polo de atração
econômico, provocados por endividamentos e mau geren- a partir de seu acelerado crescimento econômico dos anos
ciamento do dinheiro público, gerando enormes bolsões 70. Inicialmente os imigrantes provinham das cercanias de
de pobreza. China, Taiwan e Coréia do Sul. O envelhecimento precoce da
população, entretanto, serviu de maior atrativo, levando a
b) África – onde, além da pobreza crônica da popula-
um aumento da imigração, com destaque para o brasileiro,
ção, ocorrem conflitos raciais de extrema violência dentro
(dekassegui), trabalhador não-qualificado, aproveitado para
dos países artificialmente criados pelos colonizadores eu-
as tarefas braçais. Milhares de famílias brasileiras mudaram
ropeus. para o Japão em busca de dólares.
c) Ásia – o continente que concentra o maior contin- Fonte: http://www.coladaweb.com/geografia/movi-
gente absoluto de pobres do mundo onde as estruturas mentos-migratorios.
sociais são profundamente injustas, muitas vezes exacer-
badas pelos sistemas de castas e pelo comportamento re- A DIT (Divisão Internacional do Trabalho) é uma divisão
ligioso. produtiva em âmbito internacional. Os países emergentes
d) Leste Europeu – onde o fim do socialismo gerou ou em desenvolvimento que obtiveram uma industrialização
enorme desorganização econômica, com a eliminação de tardia e que possuem economias ainda frágeis e passíveis de
empregos e benefícios estatais, expondo diferenças antes crises econômicas oferecem aos países industrializados um
controladas pela ideologia política comum, provocando leque de benefícios e incentivos para a instalação de indús-
conflitos étnicos e religiosos. trias, tais como a isenção parcial ou total de impostos, mão-
O desenvolvimento do capitalismo internacional con- de-obra abundante, entre outros.
centrou, particularmente, a riqueza em algumas regiões A Divisão Internacional do Trabalho direciona uma espe-
do globo, atraindo as populações empobrecidas que têm cialização produtiva global, já que cada país fica designado
grande desejo de participar dos benefícios decorrentes a produzir um determinado produto ou partes do mesmo,
dependendo dos incentivos oferecidos em cada país. Esse
desse poder. processo se expandiu na mesma proporção que o capi-
Como exemplos dessas áreas de atração, podemos talismo. Nesse sentido, um exemplo que pode ser usado
identificar: é a montagem de um automóvel realizada na Argentina,
a) América Anglo-Saxônica – os EUA e, em menor es- porém com componentes oriundos de diferentes países,
cala, o Canadá, com suas ricas economias, são atrativos como parte elétrica e eletrônica de Taiwan, borrachas da
para as populações latino-americanas, principalmente me- Indonésia e assim por diante. Isso ocorre porque cada país
xicanos e centro-americanos que veem na poderosa nação oferece certos atrativos. Desta forma, o custo do produto
(EUA) a solução para seus problemas. final será menor, aumentando os lucros.
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GEOGRAFIA
A Divisão Internacional do Trabalho provoca desigual- política da sociedade instituída no interior de seu território.
dades. Os países emergentes ou em desenvolvimento, como A Constituição é a norma jurídica que ordena as relações
México, Argentina, Brasil e outros, adquirem tecnologias a entre as instituições do estado e define os direitos e os
preços altos, enquanto que os produtos exportados pelos deveres dos cidadãos. A sede do poder político é a Capital,
países citados não atingem preços satisfatórios, favorecendo uma cidade que tem a função especial de abrigar os órgãos
os países ricos. centrais do Estado.
A DIT corresponde a uma especialização das atividades A diversidade das formas de organização do Estado re-
econômicas em caráter de produção, comercialização, expor- flete diferentes opções de distribuição do poder político.
tação e importação entre distintos países do mundo. Do ponto de vista territorial, as formas mais difundidas de
Antes desse processo vigorar no mundo, mais precisa- organização são o Estado, a Federação e a Confederação.
mente na década de 50, os bens manufaturados eram oriun- O Estado unitário não admite a partilha da soberania.
dos restritamente dos países industrializados, como Estados As unidades regionais não possuem legislação própria e
Unidos, Canadá, Japão e nações europeias. Os países já in- seus dirigentes limitam-se a exercer funções administrati-
dustrializados tinham suas respectivas produções primeira- vas. A maior parte das monarquias constitui Estados unitá-
mente destinadas ao abastecimento do mercado interno, e rios. A França e a Bolívia figuram entre os raros exemplos
depois, o restante direcionado ao fornecimento de mercado- de república unitária.
rias industrializadas aos países subdesenvolvidos que ainda A organização federativa oferece um elevado grau de
não haviam ingressado efetivamente no processo de indus- autonomia política para as unidades regionais ( chamadas
trialização. estados, províncias, cantões ou repúblicas). Os governos
Os países subdesenvolvidos tinham a incumbência de das unidades federativas decidem sobre assuntos de políti-
gerar matéria-prima com a finalidade de fornecê-la aos paí- ca econômica e social, com base em legislação própria. mas
ses industrializados. a legislação autônoma das unidades federadas subordina-
Após a Segunda Guerra Mundial, muitas empresas, so- se à Constituição Federal, que reserva ao governo central
bretudo norte-americanas, começaram a instalar filiais em o controle sobre as Forças Armadas, a emissão de moeda e
diferentes países do mundo. Isso foi intensificado com o as relações internacionais. As repúblicas, como os Estados
processo da globalização, que transformou muitos países Unidos, o Brasil, a Argentina, a Alemanha, a Rússia e a Índia.
subdesenvolvidos, que no passado eram meros produtores Organizam-se, geralmente, sob a forma federativa.
A organização confederativa baseia-se no princípio da
primários, em exportadores também de produtos industria-
reunião de entidades políticas soberanas. O Estado con-
lizados, alterando as relações comerciais que predominavam
siste em um contrato político que pode ser legalmente
até então.
desfeito, com a separação das partes constitutivas. Cada
Apesar da modificação apresentada na configuração
uma das repúblicas confederadas possui sua Constituição
econômica, os países da América Latina, Ásia e África, ainda
e pode até mesmo emitir moeda e manter Forças Arma-
ocupam destaque na produção de produtos primários.
das próprias. O governo confederado conserva apenas os
O que os mantêm como produtores primários é princi-
poderes a ele atribuídos pelo contrato entre as repúblicas,
palmente o modo como os países subdesenvolvidos foram como o de representá-las nas instituições internacionais.
industrializados. Grande parte das empresas e indústrias exis- Entre os raros exemplos de confederação, encontra-se a
tentes em países pobres é de nações desenvolvidas e ricas. Bósnia-Herzegovina. A Suíça - cujo nome oficial é Confe-
Diante desse fato, todos os lucros adquiridos durante o ano deração Helvética - foi exemplo clássico dessa forma de
não permanecem no território no qual a empresa se encon- organização, mas tornou-se uma federação no século XIX.
tra, e sim, migra para o país de origem da mesma. Em outras Do ponto de vista do ordenamento jurídico-político,
palavras, as empresas transnacionais sempre buscam os inte- as formas de organização do estado compreendem diver-
resses próprios sem considerar as causas sociais, econômicas sos tipos de repúblicas e de monarquias. Nas repúblicas, o
e ambientais de onde suas empresas estão instaladas. chefe de Estado é escolhido pelos cidadãos ou, no caso das
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/ ditaduras, imposto pelas Forças Armadas (caso de Mian-
divisao-internacional-trabalho-dit.htm mar), pela elite política dirigente (caso da China, Cuba ou
da Coréia do Norte) ou pela cúpula religiosa (caso do Irã).
Nas monarquias, o chefe de Estado pertence a uma linha-
gem dinástica.
OS ESTADOS TERRITORIAIS E OS ESTADOS As repúblicas são presidencialistas quando o presi-
NACIONAIS: A ORGANIZAÇÃO DO dente acumula as funções de chefe de Estado e chefe de
ESTADO NACIONAL; E O PODER GLOBAL, governo. É o que acontece, por exemplo, nos Estados Uni-
NOVA ORDEM MUNDIAL, FRONTEIRAS dos, Brasil, na Argentina e na África do Sul. Nas repúblicas
ESTRATÉGICAS. parlamentaristas, o presidente é apenas chefe de estado,
pois a chefia de governo é exercida pelo primeiro- ministro,
que representa a maioria parlamentar. Esse sistema é ado-
A Geografia Política dedica-se ao estudo das relações tado na Alemanha, na Itália e na Índia, entre outros países.
entre o estado e o espaço geográfico. O poder do estado Há ainda sistemas mistos, nos quais o presidente divide
exercido por um conjunto de instituições governamentais , as funções de chefe de governo com o primeiro-ministro,
executivas ou judiciárias. Essas instituições regulam avida como ocorre na França.
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GEOGRAFIA
As monarquias democráticas adotam regimes de gover- A Divisão do Mundo entre Norte e Sul
no parlamentarista, como ocorre no Reino Unido, na Espanha, Durante a ordem geopolítica bipolar, o mundo era ro-
na Suécia e no Japão. Nas monarquias autoritárias, o sobera- tineiramente dividido entre leste e oeste. O Oeste era a re-
no (rei, sultão, emir ou príncipe) exerce as funções de chefe de presentação do Capitalismo liderado pelos EUA, enquanto
governo, seguindo regras tradicionais ou legislação religiosa. o Leste demarcava o mundo Socialista representado pela
Entre exemplos desse tipo de regime encontra-se Arábia sau- URSS. Essa divisão não era necessariamente fiel aos crité-
dita, Utão e Marrocos. rios cartográficos, pois no Oeste havia nações socialistas (a
Fonte: http://geografiasuperior.blogspot.com. exemplo de Cuba) e no leste havia nações capitalistas.
br/2017/01/a-organizacao-do-estado-nacinal.html Contudo, esse modelo ruiu. Atualmente, o mundo é
dividido entre Norte e Sul, de modo que no Norte encon-
Uma ordem mundial diz respeito às configurações gerais tram-se as nações desenvolvidas e, ao sul, encontram-se
das hierarquias de poder existentes entre os países do mundo. as nações subdesenvolvidas ou emergentes. Tal divisão
Dessa forma, as ordens mundiais modificam-se a cada oscila- também segue os ditames da Nova Ordem Mundial, em
ção em seu contexto histórico. Portanto, ao falar de uma nova considerar preferencialmente os critérios econômicos em
ordem mundial, estamos nos referindo ao atual contexto das detrimento do poderio bélico.
relações políticas e econômicas internacionais de poder.
Durante a Guerra Fria, existiam duas nações principais
que dominavam e polarizavam as relações de poder no glo-
bo: Estados Unidos e União Soviética. Essa ordem mundial era
notadamente marcada pelas corridas armamentista e espa-
cial e pelas disputas geopolíticas no que se refere ao grau
de influência de cada uma no plano internacional. Este era
o mundo bipolar.
A partir do final da década de 1980 e início dos anos 1990,
mais especificamente após a queda do Muro de Berlim e do
esfacelamento da União Soviética, o mundo passou a conhe-
cer apenas uma grande potência econômica e, principalmen-
te, militar: os EUA. Analistas e cientistas políticos passaram a
nomear a então ordem mundial vigente como unipolar. Em vermelho, os países do sul subdesenvolvido e, em
Entretanto, tal nomeação não era consenso. Alguns ana- azul, os países do norte desenvolvido
listas enxergavam que tal soberania pudesse não ser tão no- Observa-se que também nessa nova divisão do mundo
tável assim, até porque a ordem mundial deixava de ser me- não há uma total fidelidade aos critérios cartográficos, uma
dida pelo poderio bélico e espacial de uma nação e passava a vez que alguns poucos países localizados ao sul pertencem
ser medida pelo poderio político e econômico. ao “Norte” (como a Austrália) e alguns países do norte per-
Nesse contexto, nos últimos anos, o mundo assistiu às tencem ao “Sul” (como a China).
sucessivas crescentes econômicas da União Europeia e do Ja- Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra-
pão, apesar das crises que estas frentes de poder sofreram fia/nova-ordem-mundial.htm
no final dos anos 2000. De outro lado, também vêm sendo
notáveis os índices de crescimento econômico que colocaram No século XVII, configurou-se na Europa um sistema
a China como a segunda maior nação do mundo em tamanho de equilíbrio econômico, militar e político entre as princi-
do PIB (Produto Interno Bruto). Por esse motivo, muitos cien- pais potências, como Grã-Bretanha, França, Prússia, Áus-
tistas políticos passaram a denominar a Nova Ordem Mundial tria e Rússia. tratava-se de um sistema multipolar, ou seja,
como mundo multipolar. constituído por vários polos de poder.
Mas é preciso lembrar que não há no mundo nenhuma Entretanto, as guerras mundiais do século XX muda-
nação que possua o poderio bélico e nuclear dos EUA. Esse ram esse panorama. No final da Segunda Guerra Mundial,
país possui bombas e ogivas nucleares que, juntas, seriam ca- o sistema multipolar havia deixado de existir. Em seu lugar,
pazes de destruir todo o planeta várias vezes. A Rússia, grande emergia um sistema bipolar, com base na rivalidade entre
herdeira do império soviético, mesmo possuindo tecnologia duas potências, os Estados Unidos e a União Soviética.
nuclear e um elevado número de armamentos, vem perdendo Antes de terminar a Primeira Guerra Mundial, o mundo
espaço no campo bélico em virtude da falta de investimen- conheceu um novo modo de produção: o socialismo, im-
tos na manutenção de seu arsenal, em razão das dificuldades plantado na Rússia em 1917. Em 1922, formou-se a União
econômicas enfrentadas pelo país após a Guerra Fria. das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que chegou a
É por esse motivo que a maior parte dos especialis- reunir 15 repúblicas do Leste Europeu e da Ásia.
tas em Geopolítica e Relações Internacionais, atualmente, A partir de 1947, os Estados Unidos consolidaram
nomeia a Nova Ordem Mundial como mundo unimulti- sua influência no mundo. Dessa maneira, após a Segunda
polar. “Uni” no sentido militar, pois os Estados Unidos é guerra Mundial, o centro de poder havia se deslocado. Dois
líder incontestável. “Multi” em razão das diversas crescentes blocos antagônicos disputavam a hegemonia mundial: o
econômicas de novos polos de poder, sobretudo a União capitalista e o socialista, cada qual representado por uma
Europeia, o Japão e a China. potência emergente.
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GEOGRAFIA
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Taxa de natalidade: corresponde a relação entre o nú- As regiões brasileiras apresentam realidades diferen-
mero de nascimentos ocorridos em um ano e a população tes, o Nordeste apresenta as maiores taxas de mortalidade
absoluta, o resultado em geral é expresso por mil. infantil, sendo em 1999 de 53 por mil ou 5,3%, ou seja aci-
N.º de nascimentos X 1000 = taxa de natalidade ma da média nacional.
População absoluta
Expectativa de vida: corresponde a quantidade de anos
A natalidade é ligada a vários fatores como, por exem- que vive em média a população.
plo, qualidade de vida da população, ou ao fato de ser uma Este é um indicador muito utilizado para se verificar o
população rural ou urbana. nível de desenvolvimento dos países.
As taxas de natalidade no Brasil caíram muito nos últi- No Brasil a expectativa de vida nas últimas décadas
mos anos, isso se deve em especial ao processo de urbani- tem se ampliado, em 1999 as mulheres viviam em média
zação que gerou transformações de ordem socioeconômi- 72,3 anos, enquanto os homens 64,6 anos, esse aumento
cas e culturais na população brasileira. na expectativa também se deve a melhorias na qualidade
médico sanitária da população em virtude do processo de
Taxa de mortalidade: corresponde a relação entre o urbanização.
número de óbitos ocorridos em um ano e a população ab-
soluta, o resultado é expresso por mil. CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO
N.º de óbitos X 1000 = taxa de mortalidade
Segundo a teoria da transição demográfica, o cresci-
População absoluta mento populacional se daria em fases, o período anterior a
transição ou pré-transicional, conhecido como regime de-
Assim como a natalidade, a mortalidade está ligada em mográfico tradicional, seria aquele no qual as taxas de na-
especial a qualidade de vida da população analisada. talidade e mortalidade seriam elevadas, fazendo com que
No Brasil, assim como a natalidade a mortalidade caiu, o crescimento vegetativo fosse pequeno. A grande ruptura
especialmente a partir do processo de industrialização, que com esse período começa a se dar nos países desenvolvi-
trouxe melhorias na assistência médica e sanitária à popu- dos com a Revolução industrial, já nos subdesenvolvidos
lação, além da urbanização acentuada. isso ocorre apenas em meados do século XX. O período
posterior a transição ou pós-transicional, chamado de re-
gime demográfico moderno, se daria quando as taxas de
Crescimento vegetativo ou natural: corresponde a di-
natalidade e mortalidade baixassem. Devido ao fato de que
ferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
as taxas de mortalidade caem primeiro que as de natalida-
C.V. = natalidade - mortalidade.
de, durante a transição viveria-se um período de intenso
O crescimento vegetativo corresponde a única forma
crescimento populacional, chamado de explosão demográ-
possível de crescimento ou redução da população mundial,
fica, processo pelo qual passam ainda hoje vários países
quando analisamos o crescimento de áreas específicas te- subdesenvolvidos.
mos que levar em consideração também as migrações. O Brasil já superou a fase de explosão e começa a en-
O crescimento vegetativo brasileiro encontra-se em trar na fase de estabilização da população, o que faz com
processo de diminuição, mas já foi muito acentuado, em que comece a haver um maior equilíbrio na pirâmide etária
especial nas décadas de 50 à 70, em virtude especialmente do país.
da industrialização.
TEORIAS DEMOGRÁFICAS
Taxa de fecundidade: corresponde a média de filhos por
mulher na idade de reprodução. Essa idade se inicia aos 15 Lei de Malthus ou Malthusianismo
anos, o que faz com que em países como o Brasil, onde é
comum meninas abaixo dessa idade terem filhos, ela possa No final do século XVIII, o pastor anglicano Thomas
ficar um pouco distorcida. Robert Malthus, laçou sua famosa teoria, segundo a qual
Na década de 70 a taxa de fecundidade no Brasil era a razão para a existência da miséria e das enfermidades
de 5,8 filhos por mulher, em 1999 esse número caiu para sociais, seria o descompasso entre: a capacidade de produ-
2,3. Isso reflete a mudança que vem ocorrendo no Brasil em ção de alimentos, que se daria numa progressão aritmética
especial com a urbanização e com a entrada da mulher no (1,2,3,4,5), em relação ao crescimento populacional que se
mercado de trabalho, que tem contribuído com a redução daria numa progressão geométrica (1,2,4,8,16).
significativa da taxa de natalidade e por consequência da Malthus chegou a propor que só deveriam Ter filhos
taxa de fecundidade. aqueles que podessem criar, e que os pobres em decorrên-
cia disso deveriam se abster do sexo. Além disso, defendia
Taxa de mortalidade infantil: corresponde ao número a tese de que o estado não deveria dar assistência à saú-
de crianças de 0 à 1 ano que morrem para cada grupo de de das populações pobres. Para ele, se não acontecessem
mil nascidas vivas. “obstáculos positivos”, como guerras, epidemias, que cau-
No Brasil vem ocorrendo uma redução gradativa dessa sassem grande mortandade, o desequilíbrio entre a produ-
taxa, apesar de ela ainda ser muito elevada se comparada a paí- ção de alimentos e o crescimento populacional, geraria o
ses desenvolvidos, em 1999 ela era de 34,6 por mil ou 3,46%. caos total.
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Malthus errou, pois a tecnologia possibilitou um au- - População economicamente inativa (PEI) ou popula-
mento exponencial na produção de alimentos que hoje são ção não economicamente ativa (PNEA): corresponde a par-
produzidos a taxas superiores as do crescimento popula- cela da população que não está empregada como crianças,
cional, além disso, temos verificado uma tendência a esta- velhos, deficientes, estudantes, etc., ou que não exercem
bilização do crescimento populacional nos países desen- atividades remuneradas como donas de casa. Essa camada
volvidos, além de uma desaceleração do crescimento em da sociedade demanda grandes investimentos sociais, e é
grande parte dos países subdesenvolvidos, especialmente bancada pela população ativa.
nas últimas décadas.
Com isso podemos concluir que, se há fome no mundo Desemprego e Subemprego
e no Brasil hoje, isso não se deve a falta de alimentos ou
ao excesso de pessoas, mas a má distribuição e destinação Hoje o maior problema enfrentado pela maioria dos
dos mesmos. países do mundo é o desemprego, ele é uma realidade não
apenas em países subdesenvolvidos mas também, em paí-
Neomalthusianismo ses altamente desenvolvidos como a Alemanha.
O desemprego se divide em dois tipos fundamentais:
No pós 2ª Guerra Mundial, o crescimento populacional - Desemprego conjuntural: que é aquele que está liga-
acelerado nos países subdesenvolvidos, fez despertarem do a conjunturas de crise econômica, nas quais a oferta de
os adeptos de Malthus chamados de neomalthusianos. empregos e os postos ocupados diminuem.
Segundo eles, a pobreza e o subdesenvolvimento se- - Desemprego estrutural ou tecnológico: que está li-
riam gerados pelo grande crescimento populacional, e gado a estrutura produtiva, e aos avanços tecnológicos in-
em virtude disso seriam necessárias drásticas políticas de troduzidos na produção, em substituição da mão de obra
controle de natalidade, que se dariam através do famoso e humana, como o que é gerado pela robótica.
bastante difundido, “planejamento familiar”. Muitos países Além do desemprego, é comum hoje a existência dos
subdesenvolvidos adotaram essas políticas anti-natalistas, chamados subempregos, onde o trabalhador além de tra-
mas com exceção da China onde a natalidade caiu pela balhar na maioria das vezes em condições precárias, ga-
metade em quarenta anos nos outros praticamente não nha baixíssimos salários e não tem nenhuma garantia legal.
Esse tipo de atividade é muito comum hoje em países sub-
surtiu efeito.
desenvolvidos como o Brasil, onde o número de subem-
Hoje em dia existem também os chamados ecomalthu-
pregados é enorme, e grande parte da população depende
sianos, que defendem a tese de que o rápido crescimento
do trabalho dessas pessoas.
populacional geraria enorme pressão sobre os recursos na-
turais, e por consequência sérios riscos para o futuro.
Trabalho infantil
No Brasil nunca chegou a acontecer um controle de
natalidade rígido por parte do estado nacional, mas a partir Além do fato de a juventude ser a maior afetada com
da década de 70 o governo brasileiro passou a apoiar pro- o desemprego, existe nos países subdesenvolvidos o pro-
gramas desenvolvidos por entidades nacionais e estran- blema do trabalho infantil, o qual é gerado por sérios pro-
geiras como a Fundação Ford, que visavam o controle de blemas econômicos e sociais enfrentados por esses países,
natalidade no país. onde crianças precisam trabalhar para ajudar na renda fa-
miliar. Muitas vezes as condições de trabalho que se en-
Reformistas ou marxistas contram essas crianças é de completa insalubridade. Além
disso outros problemas como o abandono dos estudos são
Diferentemente do que defendem os neomalthusia- gerados em virtude desse tipo de atividade.
nos, os demógrafos marxistas, consideram que é a própria No Brasil o número de criança que trabalham é muito
miséria a responsável pelo acelerado crescimento popula- grande, isso se deve em especial, pelo fato de grande par-
cional. E por conta disso, defendem reformas de caráter te dos chefes de famílias brasileiros, não terem condições
sócio-econômico que possibilitem a melhoria do padrão de arcar sozinhos com os gastos familiares, o que faz com
de vida das populações dos países subdesenvolvidos, se- que milhares de crianças tenham que trabalhar. É muito
gundo eles isso traria por consequência o planejamento comum também no Brasil, os adultos se aproveitarem das
familiar espontâneo, e com isso a redução das taxas de na- crianças, fazendo com que elas trabalhem enquanto o pró-
talidade e crescimento vegetativo, como ocorreu em vários prio adulto não busca o que fazer.
países hoje desenvolvidos.
Setores da Economia
Estrutura da População
A economia dos países se divide em 3 setores chama-
Com base na estrutura ocupacional a população de um dos de formais, pois, contribuem com a arrecadação de im-
país pode ser dividida em dois grupos: postos, assinam carteira, dentre outras formalidades legais.
- População economicamente ativa (PEA): corresponde São eles os seguintes:
as pessoas que trabalham em um dos setores formais da - Setor primário: que envolve em geral atividades liga-
economia ou que estão a procura de emprego. Subdividi- das ao meio rural, como, a agricultura, pecuária, extrativis-
se em, desempregados e população ocupada. mo vegetal e a pesca.
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Parlamentares da região Norte ainda pressionam o governo em virtude das regras da classificação indicativa.
Ela determina que certos programas não indicados para menores de 14 anos, por exemplo, não possam ser exibidos
em todo o território nacional no mesmo horário, já que existem diferenças de fuso.
O território brasileiro, com uma área de aproximadamente 8.516.000 km², é considerado um país com dimensões
continentais. Por esse motivo, ele apresenta uma grande diversidade no que se refere à fisionomia de suas paisagens e às
características de suas formas de relevo, o que tornou o seu detalhamento uma tarefa bastante difícil. Assim, para melhor
compreender a estrutura física do nosso país, foram elaborados diferentes modelos de classificação do relevo Brasileiro.
Em termos gerais de caracterização, o espaço físico do Brasil é conhecido por ter uma formação geologicamente antiga,
o que significa que ele esteve, ao longo das eras geológicas, mais tempo exposto à ação dos agentes externos ou exógenos
de transformação do relevo, como as chuvas, os ventos e demais fatores. Por isso, as formas superficiais foram bastante
desgastadas ao longo do tempo, o que explica, por exemplo, a ausência de grandes cadeias montanhosas no país.
A primeira classificação do relevo brasileiro – incluindo o seu mapeamento e total caracterização – só ocorreu na déca-
da de 1940, quando foi possível, então, ter uma noção inicial das composição geomorfológica do território nacional. Essa
classificação foi realizada pelo Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), liderada pelo professor e
pesquisador Aroldo de Azevedo.
Na classificação do relevo brasileiro, segundo Aroldo de Azevedo, o Brasil ficou dividido em 59% de planaltos, con-
ceituados como terrenos acidentados com mais de 200 metros, e 41% de planícies, consideradas como áreas planas com
altitudes inferiores. As áreas mais altas, acima de 1200 metros, perfizeram um valor muito pequeno, de aproximadamente
0,58%. Assim, o Brasil foi dividido em oito unidades de relevo: o planalto das Guianas, a planície Amazônia, o planalto Cen-
tral, a planície do Pantanal, o planalto Atlântico, a planície costeira, o planalto Meridional e a planície de Pampa. Confira o
mapa abaixo:
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Relevo
O relevo brasileiro é de formação antiga ou pré-cambriana, sendo erodido e, portanto, aplainado. Apresenta o predo-
mínio de planaltos, terrenos sedimentares e certas áreas com subsolo rico em recursos minerais. Um outro aspecto impor-
tante consiste na ausência de vulcanismo ativo e fortes abalos sísmicos, fatos explicados pela distância em relação à divisa
ou encontro das placas tectônicas, somado à idade antiga do território.
Clima
O país apresenta o predomínio de climas quentes ou macrotérmicos, devido à sua localização no planeta, apresentando
uma grande porção de terras na Zona Intertropical e uma pequena porção na Zona Intertropical e uma pequena porção na
Zona Temperada do Sul.
É fundamental perceber que a diversidade climática do País é positiva para a agropecuária e é explicada por vários
fatores, destacando-se a latitude e a atuação das massas de ar.
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comerciais de cana e cacau. O agreste apresenta pequena nal, devido à concorrência das rodovias. Rio de planalto,
propriedades com policultura visando a abastecer o litoral. apresenta, sobretudo em seu baixo curso, várias quedas, fa-
O sertão é marcado pela pecuária em grandes proprieda- vorecendo a produção de energia elétrica (usinas de Paulo
des. Já o Meio-Norte, apresenta grandes propriedades com Afonso, Sobradinho etc.).
extrativismo. A maior parte de seus afluentes são intermitentes ou
temporários, reflexo das condições locais.
Clima Além do São Francisco, existem vários outros que dre-
O Domínio da Caatinga apresenta como característica nam a Caatinga: os rios intermitentes da bacia do Nordeste
mais marcante a presença do clima semi-árido. É um tipo como o Jaguaribe, Acaraú, Apodi, Piranhas, Capibaribe, etc.
de clima tropical, portanto, quente, mais próximo do árido
(seco); as médias de chuvas anuais são inferiores a 1000 Convém lembrar que o rio São Francisco possui três
mm (Cabaceiras, PB – 278 mm, mais baixa do Brasil), con- apelidos importantes:
centradas num curto período (três meses do ano) – chuvas • Rio dos Currais: devido ao desenvolvimento da pe-
de outono-inverno. A longa estação seca é bastante quen- cuária extensiva no sertão.
te, com estiagens acentuadas. • Rio da Unidade Nacional: devido ao seu trecho na-
Esse pluviograma da região Cabaceiras, Na Paraíba, é o vegável ligando o Sudeste ao Nordeste, sendo as regiões
mais representativo do clima semi-árido do Sertão nordes- mais importantes na fase colonial.
tino. A região apresenta o menor índice pluviométrico do • Rio Nilo Brasileiro: devido à semelhança com o rio
Brasil, com 278 mm de chuvas. Observe o predomínio do africano, pois nasce numa área úmida (MG – serra da Ca-
tempo seco e a temperatura elevada durante o ano todo. nastra) e atravessa uma área seca, sendo perene. Além de
A baixa e irregular quantidade de chuvas dói Domínio apresentar o sentido sul-norte e ser axorréico.
da Caatinga pode ser explica pela situação da região em
relação à circulação atmosférica (massa de ar), relevo, geo- Relevo
logia, etc. No domínio das Caatingas predominam depressões
Trata-se de uma área de encontro ou ponto final de interplanálticas, exemplificadas pela Sertaneja e a do São
quatro sistemas atmosféricos: as massas de ar Ec, Ta, Ea e Francisco.
Pa. Quando essas massas de ar atingem a região, já perdem A leste atinge o planalto de Borborema (PE) e a Chapada
grande parte de sua umidade. Diamantina (sul da Bahia). A oeste estende-se até o Espigão
O Planalto de Borborema raramente ultrapassa 800 m Mestre e a Chapada das Mangabeiras. Nos limites setentrio-
de altitude, sendo descontínuo. Portanto, é incapaz de pro- nais desse domínio, localizam inúmeras serras ou chapadas
vocar a semi-aridez da área sertaneja. residuais, como Araripe, Grande, Ibiapada, Apodi, etc.
A presença de rochas cristalinas (impermeáveis) e solos O interior do planalto Nordestino é uma área em proces-
rasos dificulta a formação do lençol freático em algumas so de pediplanação, isto é, a importância das chuvas é peque-
áreas, acentuando o problema da seca. na (clima semi-árido) nos processos erosivos, predominando
Um dos mitos ou explicações falsas do subdesenvol- o intemperismo físico (variação de temperatura) e ação dos
vimento nordestino é a afirmação de que as secas cons- ventos (erosão eólica), que vão aplainando progressivamente
tituem a principal causa do atraso socioeconômico dessa o relevo (fragmentação de rochas e de blocos).
região, causando também migração para São Paulo e Rio É comum no quadro geomorfológico nordestino a pre-
de Janeiro. sença de inselbergs, que são morros residuais, composto
Na realidade, a pobreza regional é muito mais bem ex- normalmente por rochas cristalinas.
plicada pelas causas históricas e sociais. Os solos do Domínio da Caatinga são, geralmente,
As arcaicas estruturas socioeconômicas regionais (es- pouco profundas devido às escassas chuvas e ao predomí-
truturas fundiária, predomínio da agricultura tradicional de nio do intemperismo físico. Apesar disso, apresentam boa
exportação, governos controlados pelas elites locais, bai- quantidade de minerais básicos, fator favorável à prática da
xos níveis salariais, analfabetismo, baixa produtividade nas agricultura. A limitação da atividade agrícola é representada
atividades econômicas, etc.) explicam muito melhor o sub- pelo regime incerto e irregular das chuvas, problema que
desenvolvimento nordestino que as causas naturais. poderia ser solucionado com a prática de técnicas adequa-
A seca é apenas mais agravante, que poderia ser solu- das de irrigação.
cionada com o progresso socioeconômico regional. A paisagem arbustiva típica do Sertão Nordestino, que
dá o nome a esse domínio geoecológico, é a Caatinga (caa =
Hidrografia mata; tinga = branco). Possui grande heterogeneidade quan-
A mais importante bacia hidrográfica do Domínio da to ao seu aspecto e composição vegetal.
Caatinga é a do São Francisco. Apesar de percorrer áreas Em algumas áreas, forma-se uma mata rala ou aberta,
de clima semi-árido, é um rio perene embora na época das com muitos arbustos e pequenas árvores, tais como juazei-
secas possua um nível baixíssimo de águas. É navegável ro, a aroeira, baraúna, etc. Em outras áreas o solo apresenta-
em seu médio curso numa extensão de 1370 km, no tre- se quase que descoberto, proliferando os vegetais xerófilos,
cho que vai de Juazeiro (BA) a Pirapora(MG). Atualmente como as cactáceas (mandacaru, facheiro, xique-xique, coroa
essa navegação é de pouca expressão na economia regio- de frade, etc.) e as bromeliáceas (macambira).
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É uma vegetação caducifólia, isto é, na época das secas No Sudeste, ocorre a presença de um solo argiloso,
as plantas perdem suas folhas, evitando-se assim a evapo- de razoável fertilidade, formado, principalmente, pela de-
transpiração. composição do granito em climas úmidos, denominado
Os brejos são as mais importantes áreas agrícolas do salmourão.
sertão. São áreas de maior umidade, localizadas em encos- É o domínio geoecológico brasileiro mais sujeito aos
tas das serras ou vales fluviais, isto é, regatos e riachos. As processos erosivos, consequência do relevo acidentado e
cabeceiras são formadas pelos “olhos d’água” (minas). da ação de clima tropical úmido. O intemperismo químico
atinge profundamente as rochas dessa área, formando solos
Projetos profundos, intensamente trabalhados pela ação das chuvas e
A região Nordeste é marcada por projetos, destacando enxurradas. É comum a ocorrência de deslizamentos, causa-
os relacionados à irrigação. O mais famoso envolve as ci- dos pela destruição da vegetação natural, práticas agrícolas
dades vizinhas e separadas pelo rio São Francisco, Petrolina inadequadas, etc.
(PE) e Juazeiro (BA). O clima seco e a irrigação controlada
favorecem o controle de pragas, e o cultivo de frutas para Hidrografia
exportação marca a paisagem, com influência de capital As terras altas do Sudeste dividem as águas de várias
estrangeiro. bacias Paranaica (Grande Tietê, etc.), bacias Secundárias do
Porém, existem projetos eleitoreiros, que não saem do Leste (Paraíba do Sul, Doce) e Sul.
papel, como o da transposição das águas do São Francis- A maior parte dos rios são planálticos, encachoeirados,
co: antiga ideia de construir um canal artificial, envolven- com grande número de quedas ou saltos, corredeiras e com
do Cabrobó (PE) e Jati (CE), ligando os rios São Francisco elevado poder de erosão. O potencial hidráulico é também
ao Jaguaribe, com 115 km. Deste canal, nasceriam outros, de vários rios de maior extensão que correm diretamente
levando águas para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Per- para o mar (bacias Secundárias ). A serra do Mar representa
nambuco. Mas o projeto é polêmico, podendo colocar em uma linha de falhas que possibilita, também, a produção
risco o rio São Francisco. energética (exemplo: usinas Henry Borden I e II que apro-
veitam as águas do sistema Tietê – Pinheiros- Billings).
O DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS
Esses rios apresentam cheias de verão e vazante de in-
verno (regime pluvial tropical).
Localização
Esse domínio geoecológico localiza-se na porção
Clima
oriental do País, desde o Nordeste até o Sul. Na região Su-
O Domínio dos Mares de Morros apresenta o predomínio
deste, penetra para o interior, abrangendo o centro-sul de
do clima tropical úmido. Na Zona da Mata Nordestina, as chuvas
Minas Gerais e São Paulo.
concentram-se no outono e inverno.
Relevo Na região Sudeste, devido a maiores altitudes, o clima
O aspecto característico do Domínio dos Mares de Mor- é o tropical de altitude, com médias térmicas anuais entre
ros encontra-se no relevo e nos processos erosivos. 14 ºC e 22 ºC. As chuvas ocorrem no verão, que é muito
O planalto Atlântico (Classificação Aroldo Azevedo) é a quente. No inverno, as médias térmicas são mais baixas, por
unidade do relevo que mais se destaca; apresenta terrenos influência da altitude e da massa de ar Pa (Polar Atlância).
cristalinos antigos, datados do pré-cambriano, correspon- No litoral, sobretudo no norte de São Paulo, a pluviosidade
dendo ao Escudo Atlântico. Nesse planalto estão situadas é elevadíssima, consequência da presença da serra do Mar, que
as terras altas do Sudeste, constituindo um conjunto de sa- barra a umidade vinda do Atlântico (chuvas orográficas ou de re-
liência ou elevações, abrangendo áreas que vão do Espírito levo). Em Itapanhaú, litoral de São Paulo, foi registrado o maior
Santo a Santa Catarina. anual de chuvas (4.514 mm).
Entre as várias serras regionais como a do Mar, Man-
tiqueira, Espinhaço, Geral, Caparão (Pico da Bandeira = 2 Vegetação
890 m), etc. A principal paisagem vegetal desse domínio era, origi-
A erosão, provocada pelo clima tropical úmido, asso- nalmente, representada pela mata Atlântica ou floresta la-
ciada a um intemperismo químico significativo sobre os tifoliada tropical. Essa formação florestal ocupava as terras
terrenos cristalinos (granito/gnaisse), é um dos fatores desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, co-
responsáveis pela conformação do relevo, com a presença brindo as escarpas voltadas para o mar e os planaltos in-
de morros com vertentes arredondadas (morros em Meia teriores do Sudeste. Apresentava, em muitos trechos, uma
Laranja, Pães-de-Açúcar). vegetação imponente, com árvores de 25 a 30 metros de al-
Entre a serra do Mar e a da Mantiqueira, localiza-se a tura, como perobas, pau-d’alho, figueiras, cedros, jacarandá,
depressão do rio Paraíba do Sul (vale do Paraíba) formada jatobá, jequitibá, etc.
a partir de uma fossa tectônica. Com o processo de ocupação dessas terras brasileiras,
essa floresta sofreu grandes devastações. No início, foi a ex-
Solos tração do pau-brasil; posteriormente, a agricultura da cana-
Na Zona da Mata Nordestina encontra-se um solo de de-açúcar (Nordeste) e a do café (Sudeste).
grande fertilidade, denominando massapé; originou-se da Atualmente, restam apenas alguns trechos esparsos
decomposição do granito, gnaisse e, ás vezes, do calcário. em encostas montanhosas.
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O DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS • Não é uma floresta homogênea porque possui man-
chas de vegetais latifoliados.
Localização • É uma formação de vegetação menos densa.
Abrange áreas altas do Centro-Sul do País, sobretudo • Foi intensamente devastada.
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. • Área de colonização européia no século XIX (italianos
e alemães)
Relevo
O Domínio das Araucárias ocupa áreas pertencentes ao Hidrografia
Planalto Meridional do Brasil; as altitudes variam entre 800 O Domínio das Araucárias é drenado, principalmente,
e 1.300 metros; apresentam terrenos sedimentares (Paleo- por rios pertencentes às bacias Paranaica e do Uruguai (alto
zóico), recobertos, em partes, por lavas vulcânicas (basalto) curso).
datadas do Mesozóico. São rios de planaltos com belíssimas cachoeiras e que-
Além do planalto arenito basáltico, surgem a Depres- das, o que lhes confere em elevado potencial hidráulico.
são Periférica e suas cuestas. São relevos salientes, forma- Embora o Paraná apresente um regime tropical, com
dos pela erosão diferencial, ou seja, ação erosiva sobre ro- cheias de verão (dezembro a março), a maior parte dos
chas de diferentes resistências; apresentam uma vertente rios desse domínio possui regime subtropical (Uruguai, por
inclinada, denominada frente ou front e um reverso suave. exemplo), com duas cheias e duas vazantes anuais, apresen-
Essas frentes de cuestas são chamadas serras: Geral, Botu- tando pequena variação em sua vazão, consequência do re-
catu, Esperança, etc. gime de chuvas, distribuído durante o ano todo.
Solos Características Gerais
Aparecem, nesse domínio, solos de grande fertilidade • Bacias do rio Paraná (parte) e do rio Uruguai (alto cur-
natural, como a terra roxa a oeste do Paraná, solo de ori- so).
gem vulcânica, de cor vermelha, formado pela decomposi- • Os afluentes da margem esquerda do rio Paraná se
ção do basalto.
formam nos planaltos e nas serras da porção oriental das re-
Em vários trechos do Rio Grande do Sul, ocorrem vas-
giões Sudeste e Sul; portanto, correm de leste para o oeste.
tas áreas do solos fértil, denominando brunizem (elevado
• A bacia hidrográfica do Paraná possui o maior poten-
teor de matéria orgânica).
cial hidrelétrico instalado no País.
São encontrados ainda, nesse domínio, solos ácidos,
• Hidrovia do Tietê-Paraná.
pobre em mineiras e de baixa fertilidade natural.
• O rio Uruguai e rio Iguaçu apresentam um regime sub-
Clima tropical.
O domínio das araucárias apresenta como clima predo-
minante o subtropical. Ao contrário dos demais climas brasi- O DOMÍNIO DAS PRADARIAS
leiros, pode ser classificado como mesotérmico, isto é, tem-
peraturas médias, não muito elevadas. O Domínio das Pradarias, também, conhecido como
As chuvas ocorrem durante o ano todo; durante o ve- Campanha Gaúcha ou Pampas, abrange vastas áreas (Cen-
rão são provocadas pela massa deserta (Tropical Atlânti- tro-Sul) do Rio Grande do Sul, constituindo-se em um pro-
ca). No inverno, é frequente a penetração da massa Polar longamento dos campos ou pradarias do Uruguai e Argen-
Atlântica (Pa) ocasionando chuvas frontais, precipitações tina pelo território brasileiro.
causadas pelo encontro da massa de ar quente (Ta) com a O centro-sul do Rio Grande do Sul é marcado por baixa
fria (Pa). Os índices pluviométricos são elevados, variando densidade demográfica, clima subtropical e por uma econo-
de 1.250 a 2.000 mm anuais. mia que apresenta cultivos mecanizados (soja) ou grandes
Forte influência da massa de ar Polar Atlântica principal- estâncias com pecuárias extensiva. O povoamento é de ori-
mente no outono e no inverno, quando é responsável pela gem ibérica.
formação de geadas, quedas de neve em São Joaquim (SC).
Gramado (RS) e São José dos Ausentes (RS), chuvas frontais e Relevo
redução acentuada de temperatura. Este domínio engloba três unidades do relevo brasileiro:
planaltos e chapadas da bacia do paraná (oeste), depressão
Vegetação periférica sul-rio-grandense (centro) e o planalto sul-rio-
O Domínio das Araucárias apresenta o predomínio da grandense (centro) e o planalto sul-rio-grandense (leste).
floresta aciculifoliada subtropical ou floresta das Araucárias. Trata-se de um baixo planalto cristalino com altitudes médias
Originalmente, localizava-se das terras altas de São Paulo até entre 200 e 400 metros, onde se destacam conjuntos de coli-
o Rio Grande do Sul, sendo o único exemplo brasileiro de nas onduladas denominadas coxilhas, ou seja, pequenas ele-
conífera. Também denominada mata dos Pinhais, apresenta vações onduladas. As saliências mais significativas (cristas),
as seguintes características gerais: de maior altitudes, são chamadas regionalmente de cerros.
• Os pinheiros apresentam folhas em forma de agulha No litoral do Rio Grande do Sul são comuns as lagoas
(aciculifoliadas). costeiras (Patos, Mirim e Mangueira), isoladas pelas restin-
• Ocupam principalmente os planaltos meridionais do gas, as faixas de areia depositada paralelamente ao litoral,
Brasil. graças ao dinamismo oceânico, formando um aterro natural.
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GEOGRAFIA
Clima
O clima é subtropical com temperatura média anual B) O ESPAÇO ECONÔMICO: A FORMAÇÃO
baixa, devido a vários fatores, destacando-se a latitude e a DO TERRITÓRIO NACIONAL: ECONOMIA
ocorrência de frentes frias (mPa).
COLONIAL E EXPANSÃO DO TERRITÓRIO,
Apresenta considerável amplitude térmica e, no verão,
as áreas mais quentes são Vale do Uruguai e a Campanha
DA CAFEICULTURA AO BRASIL URBANO-
Gaúcha, que registram máximas diárias acima de 38º. As INDUSTRIAL E INTEGRAÇÃO TERRITORIAL;.
chuvas são regulares.
Vegetação
A paisagem vegetal típica é constituída pelos Campos Economia Colonial
Limpos ou Pampas, onde predominam gramíneas, cuja al- A economia colonial brasileira é integrada ao proces-
tura varia de 10 a 50 cm aproximadamente. É a vegetação so mundial de expansão do capitalismo mercantil. Baseada
brasileira (natural) mais favorável à prática da pecuária, tra- no monopólio colonial – Portugal tem a exclusividade do
dicional atividade dessa região. comércio com a colônia –, é altamente especializada e di-
rigida para o mercado externo. Internamente tem caráter
Nos vales fluviais, surgem capões de matas (matas de predatório sobre os recursos naturais.
galerias ou ciliares) que quebram a monotonia da paisa- As técnicas agrícolas utilizadas são rudimentares e pro-
gem rasteira, formando verdadeiras ilhas de vegetação em vocam rápido esgotamento da terra. A produção está cen-
meio aos campos. trada na grande propriedade monocultora, o latifúndio, e
na utilização de numerosa mão-de-obra escrava – primeiro
Solos dos indígenas e depois dos negros.
Apresentam boa fertilidade natural.
Formação de areais e campos de dunas no sudoeste do Escravidão
Rio Grande do Sul (Alegrete, Quarai, Cacequi). O trabalho compulsório do indígena é usado em dife-
A utilização do conceito de desertificação é conside- rentes regiões do Brasil até meados do século XVIII. A caça
rado inadequado para a região, porque ela não apresenta ao índio é um negócio local e os ganhos obtidos com sua
um clima árido ou semi-árido, como também não existem venda permanecem nas mãos dos colonos, sem lucros para
evidências de que o processo estaria alterando o clima re- Portugal. Por isso, a escravização do nativo brasileiro é gra-
gional, sendo assim o termo mais indicado, segundo a pes- dativamente desestimulada pela metrópole e substituída
quisadora Dirce Suertegaray, é arenização. pela escravidão negra. O tráfico negreiro é um dos mais
O geógrafo José Bueno Conti utiliza o termo deserti- vantajosos negócios do comércio colonial e seus lucros são
ficação ecológica, que corresponde ao processo interativo canalizados para o reino.
entre o homem (uso predatório dos recursos naturais por
meio da agricultura e da pecuária) e o meio ambiente (cli-
ESCRAVIDÃO NEGRA – A primeira leva de escravos ne-
ma úmido – arenito Botucatu).
gros que chega ao Brasil vem da Guiné, na expedição de
Martim Afonso de Souza, em 1530. A partir de 1559, o co-
Hidrografia
mércio negreiro se intensifica. A Coroa portuguesa autoriza
Envolve partes das bacias hidrográficas do Uruguai e
cada senhor de engenho a comprar até 120 escravos por
do Sudeste e Sul. Os rios desse domínio são perenes mas
ano. Sudaneses são levados para a Bahia e bantus espa-
de baixa densidade hidrográfica, com traçados meândricos
lham-se pelo Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas, Rio
(curvas), favoráveis à navegação.
Alguns correm para o Leste (bacia Secundária do Sul), de Janeiro e São Paulo.
desaguando nas lagoas litorâneas como Patos (maior do
Brasil), Mangueira e Mirim. Os rios Jacuí (Guaíba) e Cama- TRÁFICO DE ESCRAVOS – O tráfico negreiro é oficiali-
quã são exemplos. Outros correm em direção ao Oeste zado em 1568 pelo governador-geral Salvador Correa de
(bacia do Uruguai), como os rios Quarai, Ijuí, etc. Sá. Em 1590, só em Pernambuco registra-se a entrada de
10 mil escravos. Não há consenso entre os historiadores
sobre o número de escravos trazidos para o Brasil. Alguns,
como Roberto Simonsen e Sérgio Buarque de Holanda, es-
timam esse número entre 3 milhões e 3,6 milhões. Caio
Prado Júnior supõe cerca de 6 milhões e Pandiá Calógeras
chega aos 13,5 milhões.
Cana-de-açúcar
O cultivo da cana-de-açúcar é introduzido no Brasil
por Martim Afonso de Souza, na capitania de São Vicen-
te. Seu apogeu ocorre entre 1570 e 1650, principalmente
em Pernambuco. Fatores favoráveis explicam o sucesso do
36
GEOGRAFIA
empreendimento: experiência anterior dos portugueses nos lho, inclusive com a mão-de-obra escrava. Os escravos
engenhos das ilhas do Atlântico, solo apropriado, principal- trabalham por tarefa e, muitas vezes, podem ficar com
mente no Nordeste, abundância de mão-de-obra escrava e uma parte do ouro descoberto. Com isso, têm a chance
expansão do mercado consumidor na Europa. A agroindús- de comprar sua liberdade. O período áureo dura pouco:
tria açucareira exige grandes fazendas e engenhos e enor- entre 1735 e 1754, a exportação anual gira em torno de
mes investimentos em equipamentos e escravos. 14.500 kg. No final do século, o volume enviado a Portu-
gal cai para 4.300 kg por ano, em média.
O ENGENHO – Os chamados engenhos de açúcar são
unidades de produção completas e, em geral, autossufi- DIAMANTES – A exploração de diamantes toma corpo
cientes. Além da casa grande, moradia da família proprie- por volta de 1729, nas vilas de Diamantina e Serra do Frio,
tária, e da senzala, dos escravos, alguns têm capela e esco- no norte de Minas Gerais. A produção atinge grandes vo-
la, onde os filhos do senhor aprendem as primeiras letras. lumes e chega a causar pânico no mercado joalheiro euro-
Junto aos canaviais, uma parcela de terras é reservada para peu, provocando a queda nos preços das pedras. Em 1734
o gado e roças de subsistência. A “casa do engenho” pos- é instituída uma intendência para administrar as lavras. A
sui toda a maquinaria e instalações fundamentais para a extração passa a ser controlada por medidas severas que
obtenção do açúcar. incluem confisco, proibição da entrada de forasteiros e ex-
pulsão de escravos.
ECONOMIA AÇUCAREIRA – Estimativa do final do sé-
culo XVII indica a existência de 528 engenhos na colônia. Diversificação agrícola
Eles garantem a exportação anual de 37 mil caixas, cada A agricultura de subsistência e a pecuária desenvol-
uma com 35 arrobas de açúcar. Dessa produção, Portugal vem-se ao longo dos caminhos para as minas e nas proxi-
consome apenas 3 mil caixas anuais e exporta o resto para midades das lavras. O crescimento demográfico aumenta
a Europa. O monopólio português sobre o açúcar assegura rapidamente os lucros dessas atividades. Sesmarias são
lucros consideráveis aos senhores de engenho e à Coroa. doadas na região a quem queira cultivá-las. Novas culturas
Esse monopólio acaba quando os holandeses começam a surgem em outras áreas da colônia.
produzir açúcar nas Antilhas, na segunda metade do século
XVII. A concorrência e os limites da capacidade de consu- NOVOS PRODUTOS AGRÍCOLAS – Em meados do sé-
mo na Europa provocam uma rápida queda de preços no
culo XVII, o algodão, o tabaco e o cacau passam a ser pro-
mercado.
duzidos em larga escala e a integrar a pauta de exporta-
ções da colônia. A produção algodoeira desenvolve-se no
Mineração
Nordeste, em especial Maranhão e Pernambuco. O tabaco
Na passagem do século XVII para o XVIII, são des-
é produzido principalmente na Bahia, seguida por Alagoas
cobertas ricas jazidas de ouro no centro-sul do Brasil. A
e Rio de Janeiro e, ao longo do século XVII, o produto é
Coroa portuguesa volta toda sua atenção para as terras
usado como moeda de troca para aquisição de escravos
brasileiras. A região das minas espalha-se pelos territórios
nos mercados da costa africana. O cacau é explorado ini-
dos atuais Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso
e torna-se pólo de atração de migrantes: portugueses em cialmente apenas em atividade extrativista, no Pará e no
busca de fortuna, aventureiros de todas as regiões do Brasil Amazonas. Começa então a ser cultivado na Bahia e no
e escravos trazidos do Nordeste. Criam-se novas vilas: Sa- Maranhão com mão-de-obra escrava.
bará, Mariana, Vila Rica de Ouro Preto, Caeté, São João del
Rey, Arraial do Tejuco (atual Diamantina) e Cuiabá. INTRODUÇÃO DO CAFÉ – O café é introduzido no Brasil
por Francisco de Melo Palheta, em 1727, que o contraban-
O QUINTO – A Coroa portuguesa autoriza a livre ex- deia da Guiana Francesa. Durante o século XVIII, seu cultivo
portação de ouro mediante o pagamento de um quinto limita-se ao nordeste, onde os solos não são adequados.
do total explorado. Para administrar e fiscalizar a ativi- A cafeicultura só se desenvolve no século XIX, quando o
dade mineradora, cria a Intendência das Minas, vincula- produto começa a ser cultivado na região Sudeste.
da diretamente à metrópole. Toda descoberta deve ser
comunicada. Para garantir o pagamento do quinto, são FRANCISCO DE MELO PALHETA (1670 – ?) nasce em Be-
criadas a partir de 1720 as casas de fundição, que trans- lém do Pará e é considerado o primeiro a introduzir o café
formam o minério em barras timbradas e quintadas. Em no Brasil. Militar e sertanista, em 1727 é mandado à Guiana
1765 é instituída a derrama: o confisco dos bens dos Francesa e recebe duas incumbências do governador do
moradores para cobrir o valor estipulado para o quinto Estado do Maranhão e Grão-Pará, João Maia da Gama. A
quando há déficit de produção. primeira tem caráter diplomático: o governador da Guia-
na, Claude d’Orvilliers, tinha mandado arrancar um padrão
ECONOMIA MINERADORA – O chamado “ciclo do com o escudo português plantado na fronteira entre as
ouro” traz uma grande diversificação social para a co- duas colônias. A missão de Palheta seria fazer respeitar a
lônia. A exploração das jazidas não exige o emprego de divisa, estabelecida pelo Tratado de Utrecht no rio Oiapo-
grandes capitais, permite a participação de pequenos que. A segunda tarefa de Palheta é clandestina: deveria
empreendedores e estimula novas relações de traba- obter mudas de café, cultivado nas Guianas desde 1719, e
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GEOGRAFIA
trazê-las para o plantio no Pará. O sertanista cumpre suas cipalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram fábricas
duas incumbências. Faz os franceses aceitarem a faixa divi- de tecidos, calçados e outros produtos de fabricação mais
sória entre os dois países e traz mudas de café para o Brasil, simples. A mão-de-obra usadas nestas fábricas eram, na
apesar da proibição formal do governo francês. Conta-se maioria, formada por imigrantes italianos.
que ele mesmo teve um cafezal no Pará, com mais de mil
pés, para o qual pediu ao governo cem casais de escravos. Era Vargas e desenvolvimento industrial
EXPANSÃO DO AÇÚCAR – A agroindústria açucareira Foi durante o primeiro governo de Getúlio Vargas
do nordeste volta a se expandir no século XVIII, quando (1930-1945) que a indústria brasileira ganhou um grande
as revoltas escravas nas Antilhas interrompem a produção impulso. Vargas teve como objetivo principal efetivar a in-
local. O aumento das exportações brasileiras estimula a dustrialização do país, privilegiando as indústrias nacionais,
expansão dos canaviais para o Rio de Janeiro e São Paulo, para não deixar o Brasil cair na dependência externa. Com
já enriquecidos pelo comércio do ouro. leis voltadas para a regulamentação do mercado de tra-
balho, medidas protecionistas e investimentos em infraes-
trutura, a indústria nacional cresceu significativamente nas
Pecuária
décadas de 1930-40. Porém, este desenvolvimento conti-
Fator essencial na ocupação e povoamento do interior,
nuou restrito aos grandes centros urbanos da região su-
a pecuária se desenvolve no vale do rio São Francisco e na
deste, provocando uma grande disparidade regional.
região sul da colônia. As fazendas do vale do São Francis- Durante este período, a indústria também se benefi-
co são latifúndios assentados em sesmarias e dedicados à ciou com o final da Segunda Guerra Mundial (1939-45),
produção de couro e criação de animais de carga. Muitos pois, os países europeus, estavam com suas indústrias ar-
proprietários arrendam as regiões mais distantes a peque- rasadas, necessitando importar produtos industrializados
nos criadores. Não é uma atividade dirigida para a expor- de outros países, entre eles o Brasil.
tação e combina o trabalho escravo com a mão-de-obra Com a criação da Petrobrás (1953), ocorreu um gran-
livre: mulatos, pretos forros, índios, mestiços e brancos po- de desenvolvimento das indústrias ligadas à produção de
bres. No sul, a criação de gado é destinada à produção do gêneros derivados do petróleo (borracha sintética, tintas,
charque para o abastecimento da região das minas. plásticos, fertilizantes, etc).
Fonte: http://www.coladaweb.com/economia/econo- Período JK
mia-colonial
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956
-1960) o desenvolvimento industrial brasileiro ganhou no-
vos rumos e feições. JK abriu a economia para o capital in-
A INDUSTRIALIZAÇÃO PÓS SEGUNDA ternacional, atraindo indústrias multinacionais. Foi durante
GUERRA MUNDIAL: MODELO DE este período que ocorreu a instalação de montadoras de
SUBSTITUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES, veículos internacionais (Ford, General Motors, Volkswagen
ABERTURA PARA INVESTIMENTOS e Willys) em território brasileiro.
ESTRANGEIROS, DINÂMICA ESPACIAL DA
Últimas décadas do século XX
INDÚSTRIA, PÓLOS INDUSTRIAIS
Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Brasil
continuou a crescer, embora, em alguns momentos de crise
econômica, ela tenha estagnado. Atualmente o Brasil pos-
Introdução
sui uma boa base industrial, produzindo diversos produtos
como, por exemplo, automóveis, máquinas, roupas, aviões,
Enquanto o Brasil foi colônia de Portugal (1500 a 1822)
equipamentos, produtos alimentícios industrializados, ele-
não houve desenvolvimento industrial em nosso país. A trodomésticos, etc. Apesar disso, a indústria nacional ainda
metrópole proibia o estabelecimento de fábricas em nos- é dependente, em alguns setores, (informática, por exem-
so território, para que os brasileiros consumissem os pro- plo) de tecnologia externa.
dutos manufaturados portugueses. Mesmo com a chega-
da da família real (1808) e a Abertura dos Portos às Nações Dados atuais
Amigas, o Brasil continuou dependente do exterior, po-
rém, a partir deste momento, dos produtos ingleses. - Infelizmente a indústria do Brasil não vai bem na
atualidade. De acordo com dados divulgados pelo IBGE
Começo da industrialização (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 08 de
fevereiro de 2017, a produção industrial brasileira apresen-
Foi somente no final do século XIX que começou o tou queda de 6,6% em 2016.
desenvolvimento industrial no Brasil. Muitos cafeicultores
passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a ex- Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobra-
portação do café, no estabelecimento de indústrias, prin- sil/industrializacao_brasil.htm
38
GEOGRAFIA
Há tempos, as indústrias vêm conquistando o seu es- nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago
paço no Brasil, tornando-se um dos elementos mais bási- econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se in-
cos de uma determinada região. Trazendo consigo, sempre tegrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional
uma característica marcante, a MUDANÇA, seja ela qual for, do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja,
tanto na cultura como na economia ou até mesmo no es- com a região Sudeste polarizando as demais.
paço que ela ocupa e no impacto que ela causará em seu A exemplo do que ocorre em outros países industria-
ambiente. lizados, existe no Brasil uma grande concentração espacial
A seguir, veremos um pouco mais sobre essas indús- da indústria no Sudeste.A concentração industrial no Su-
trias, como e porque, que um lugar que comporta uma deste é maior no Estado de São Paulo, por motivos históri-
ou várias indústrias se modifica, e modifica a vida de sua cos. O processo de industrialização, entretanto, não atingiu
população; como os meios de transporte e comunicação toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos
podem influenciar para a industrialização de uma determi- diferenciados e grandes desigualdades dentro da própria
nada região. região. A cidade de São Paulo, o ABCD(Santo André,São
Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema)e centros
uma determinada região? Como fica o desenvolvimento de próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos
uma região pouco industrializada? Essas e outras questões, possuem uma superconcentração industrial, elaborando
serão abordadas a seguir, tendo como principal objetivo espaços geográficos integrados à região metropolitana de
fazer que se entenda melhor o papel desta gigante chama- São Paulo.Esta área tornou-se o centro da industrialização,
da INDÚSTRIA ! que se expandiu nas seguintes direções: par a Baixada San-
tista, para a região de Sorocaba, para o Vale do Paraíba –
A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL Rio de Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São
A atividade industrial, muito concentrada no Sudes- José do Rio Preto.
te brasileiro, de uns tempos pra cá, vem se distribuindo
melhor entre as diversas regiões do país. Atualmente, se- AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05
guindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por REGIÕES DO BRASIL
um processo de descentralização industrial, chamada por
alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo Sudeste:
intra-regionalmente e também entre as regiões. Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região
Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída que possui a maior concentração industrial do país.
do ABCD Paulista, buscando menores custos de produção Nesta área, os principais tipos de indústrias são: auto-
do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodo- mobilística, petroquímica, de produtos químicos, alimen-
via Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas tares, de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário, meta-
áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos lúrgica, mecânica, etc. É um centro polindustrial, marcado
de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por pela variedade e volume de produção.
tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, Várias empresas multinacionais operam nos setores
o que é vital quando trata-se de tecnopólos. automobilísticos de máquinas e motores, produtos quí-
A desconcentração industrial entre as regiões vem micos, petroquímicos, etc. As empresas governamentais
determinando o crescimento de cidades-médias dotadas atuam principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo
de boa infraestrutura e com centros formadores de mão- e metalurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas
de-obra qualificada, geralmente universidades. Além dis- diversificadas.
so, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, O grande interesse de empresas multinacionais é prin-
de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e cipalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mer-
vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão- cado consumidor e pela exportação dos produtos indus-
de-obra extremamente barata. triais a preços mais baixos. Quem observa a saída de navios
dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunida-
A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE de de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil
A distribuição espacial da indústria brasileira, com para outros países. E aí vem a pergunta: com quem fica o
acentuada concentração em São Paulo, foi determinada lucro dessas operações? Será que fica para os trabalhado-
pelo processo histórico, já que no momento do início da res que as produziram?
efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicul- A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante mui-
tura, os principais fatores para instalação das indústrias a to tempo como capital administrativa do Brasil até a criação
saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e trans- de Brasília, possui também um grande parque industrial.
portes. Porém, não tem as mesmas características de alta produ-
Além disso, a atuação estatal através de diversos pla- ção e concentração de São Paulo. Constitui-se também,
nos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias
esta concentração no Sudeste, destacando novamente São de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de
Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva con- transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário,
centração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico alimentos, etc.
39
GEOGRAFIA
Minas Gerais, de passado ligado à mineração, assumiu A indústria passou a se diversificar para produzir bens
importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mun- intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse sen-
dial e passou a produzir principalmente aço, ferro-gusa e tido o sul passou a complementar a produção do Sudeste.
cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Ho- Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul.
rizonte tornou-se um centro industrial diversificado, com Objetivando a integração brasileira com os países do
indústrias que vão desde o extrativismo ao setor auto- Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor
mobilístico. petroquímico, carboquímico, siderúrgico e em indústrias de
Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo ponta (informática e química fina).
Horizonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a A reorganização e modernização da indústria do sul
maioria apresentando ligação direta com algum produto necessitam também de uma política nacional que possibi-
ou com a ocorrência de matéria-prima. É o caso de Vol- lite o aproveitamento das possibilidades de integração da
ta Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento da
Branco, entre outras, ligadas à siderurgia. Outros centros produção de bens de capital( máquinas, equipamentos), de
industriais estão ligados à produção local, como Campos indústrias de ponta em condições de concorrência com as
e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itape- indústrias de São Paulo.
runa(leite e derivados), Franca e Nova Serrana(calçados),
Nordeste:
Araguari e Uberlândia(cereais), etc.
A industrialização dessa região vem se modificando,
O estado do Espírito Santo é o menos industrializa-
modernizando, mas sofre a concorrência com as indústrias
do do Sudeste, tendo centros industriais especializados
do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam
como: Aracruz , Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim
um maquinário tecnologicamente mais sofisticado.
Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômi- A agroindústria açucareira é uma das mais importantes,
cas diversificadas, relacionadas à sua situação portuária e visando sobretudo a exportação do açúcar e do álcool.
às indústrias ligadas à usina siderúrgica de Tubarão. As indústrias continuam a tendência de intensificar a
No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas)
vida urbana e industrial: comércio, serviço público, pro- e as novas indústrias metalúrgicas, químicas, mecânicas e
fissionais liberais, educação, serviços bancários, de co- outras.
municação, de transporte , etc. Quanto maior a cidade, A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe
maior variedade de profissionais aparecem ligados às para a região indústrias ligadas à produção refino e utiliza-
atividades urbanas. ção de derivados do petróleo.
Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concen- Essa nova indústria , de alta tecnologia e capital intenso,
tra-se a maior produção industrial do país, a circulação não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na
de pessoas e mercadorias é muito intensa na região. área de serviços ou fica desempregada.
Milhares de pessoas estão envolvidas na comercializa- As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos
ção, transporte e distribuição dos produtos destinados empresários e os salários pagos são muito baixos, acarretan-
à industrialização, ao consumo interno ou à exportação. do o empobrecimento da população operária.
Considerada também o centro cultural do país, a região O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona
possui uma vasta rede de prestação de serviços em todos da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se somen-
os ramos, com grande capacidade de expansão, graças te em alguns pontos dispersos e concentra-se sobretudo
ao crescimento de suas cidades. nas regiões metropolitanas: Recife, Salvador e Fortaleza .
Com vistas à política do Governo Federal para o Pro-
Sul: grama de Corredores da Exportação, instituído no final da
A industrialização do Sul, tem muita vinculação com década de 70 para atender ao escoamento da produção
a produção agrária e dentro da divisão regional do tra- destinada ao mercado externo, foram realizadas obras nos
balho visa o abastecimento do mercado interno e as ex- terminais açucareiros dos portos de Recife e Maceió.
A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras re-
portações.
giões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da
O imigrante foi um elemento muito importante no
rodovia , ligando o Nordeste(Zona da Mata) ao Sudeste e ao
início da industrialização como mercado consumidor e
Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com produ-
no processo industrial de produtos agrícolas, muitas ve-
tos industrializados no Sudeste e o deslocamento da popu-
zes em estrutura familiar e artesanal. lação nordestina em direção a este.
A industrialização de São Paulo implicou na incorpo-
ração do espaço do Sul como fonte de matéria-prima, Centro-Oeste:
Implicou também na incapacidade de concorrência das Na década de 60, a industrialização a nível nacional
indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e in-
tradicionais como calçados e produtos alimentares, para sumos agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado
o exterior. Com as transformações espaciais ocasionadas consumidor certo no Centro-Oeste, ao incentivarem-se os
pela expansão da soja, o Sul passou a ter investimentos cultivos dos produtos de exportação em grandes áreas me-
estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas. canizadas.
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GEOGRAFIA
A partir da década de 70, o Governo Federal implantou As principais regiões industriais são Belém e Manaus.
uma nova política econômica visando a exportação .Para Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país,
atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua a criação de áreas industriais de grandes dimensões.
participação dentro da divisão internacional do trabalho, Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca
caberia ao Centro-Oeste a função de produtor de grãos e de Manaus.
carnes para exportação.
Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segun- COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE
da região em criação de bovinos do País, sendo esta a ALTERAR NA CULTURA E NAS RELAÇÕES DE TRABALHO
atividade econômica mais importante da sub-região. Sua NA REGIÃO EM QUE FOI IMPLANTADA
produção de carne visa o mercado interno e externo. Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma
Existem grandes matadouros e frigoríficos que indus- indústria é implantada em determinada região, várias mu-
trializam os produtos de exportação. O abastecimento re- danças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geo-
gional é feito pelos matadouros de porte médio e mata- gráfico, mudanças culturais, e principalmente, mudanças
douros municipais, além dos abates clandestinos que não na economia.
passam pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.
Sua industrialização se baseia no beneficiamento de A implantação de uma indústria, modifica a cultura,
matérias-primas e cereais, além do abate de reses o que pois, um trabalho que artesanalmente era executado pelo
contribui para o maior valor de sua produção industrial povo, e tido como tradição, cede seu lugar, muitas ve-
. As outras atividades industriais são voltadas para a pro- zes à máquinas pesadas, e que exercem sozinhas e em
dução de bens de consumo, como :alimentos, móveis etc. pouco tempo, o serviço que muitas vezes, era desem-
A indústria de alimentos, a partir de 1990, passou a se penhado por várias pessoas e em um período de tempo
instalar nos polos produtores de matérias-primas, pro- muito maior. Assim, milhares de postos de trabalho se ex-
vocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A tinguiam, fazendo-se aumentar o número de empregos
CEVAL, instalada em Dourados MS, por exemplo, já pro- informais surgidos nessa região.
cessa 50% da soja na própria área. Além de mudanças na cultura e economia , surgem
No estado de Goiás por exemplo ,existem indústrias também, mudanças no espaço geográfico: em alguns ca-
em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do rio, Catalão, sos, as industrias são implantadas, sem maior avaliação
Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área dos danos que ela poderá causar, acarretando conse-
de maior desenvolvimento econômico da região, são os quências gravíssimas posteriormente.
centros industriais mais significativos, graças ao seu mer-
cado consumidor, que estimula o desenvolvimento indus- A ZONA FRANCA DE MANAUS
trial. A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei
Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas 3.173 com o objetivo de estabelecer em Manaus um en-
aos produtos alimentares, minerais não metálicos e ma- treposto destinado ao beneficiamento de produtos para
deira, esta área possui certa diversificação industrial. Con- posterior exportação. Em 1967, a ZFM foi subordinada di-
tudo, os produtos alimentares representam o maior valor retamente ao Ministério do Interior, através da SUFRAMA
da produção industrial. (pelo Decreto-Lei nº 288). O decreto estabelecia incenti-
vos com vigência até o ano 1997.
Norte: Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram
A atividade industrial no Norte, é pouco expressiva, para a ZFM investimentos de empresas nacionais e es-
se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os trangeiras anteriormente instaladas no sul do Brasil, bem
investimentos aplicados, principalmente nas últimas dé- como investimentos de novas ET, principalmente da
cadas, na área dos transportes, comunicações e energia indústria eletrônica de consumo. Nos anos 80, a Políti-
possibilitaram à algumas áreas o crescimento no setor in- ca Nacional de Informática impediu que a produção de
dustrial , visando à exportação. computadores e periféricos e de equipamentos de teleco-
Grande parte das indústrias está localizada próxima municações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve
à fonte de matérias-primas como a extração de minerais apenas o segmento de consumo da indústria eletrônica.
e madeiras, com pequeno beneficiamento dos produtos. A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos in-
A agroindústria regional dedica-se basicamente ao centivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas
beneficiamento de matérias-primas diversas, destacan- com a abertura da economia, nos anos 90, esses incen-
do-se a produção de laticínios; o processamento de carne, tivos perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos
ossos e couro; a preservação do pescado, por congelação, fabricados na ZFM passaram a enfrentar a concorrência
defumação, salga, enlatamento; a extração de suco de com produtos importados no mercado doméstico brasi-
frutas; o esmagamento de sementes para fabricação de leiro. As empresas estabelecidas em Manaus promoveram
óleos; a destilação de essências florestais; prensagem de um forte ajuste com redução do emprego e aumento do
juta, etc. Tais atividades, além de aumentarem o valor final conteúdo importado dos produtos finais.
da matéria-prima, geram empregos.
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GEOGRAFIA
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GEOGRAFIA
econômicas são: agropecuária moderna, variados segmen- é o Maciço de Urucum, no município de Corumbá – Mato
tos industriais dotados de um efetivo aparato tecnológico, Grosso do Sul. O minério dessa região é escoado pelo rio
bancos, desenvolvimento de pesquisas científicas, serviços Paraguai, através do porto de Corumbá, e abastece os paí-
diversos, etc. ses do Mercosul. A mais importante jazida de minério de
Esse é o complexo regional que concentra a maior par- ferro de alto teor está localizada na Serra dos Carajás, a
te da renda nacional, além de apresentar os melhores Índi- maior e mais variada província mineralógica brasileira. Si-
ces de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. tua-se próxima da cidade de Marabá e do rio Tocantins,
Composto por todos os estados nordestinos, além da no Estado do Pará. O minério é transportado pela Estrada
porção norte de Minas Gerais, a região geoeconômica do de Ferro Carajás até o porto de Itaqui, no Maranhão, de
Nordeste corresponde a aproximadamente 18% do territó- onde é exportado. O Estado do Pará é o segundo produ-
rio brasileiro, sendo, portanto, o menor complexo regional. tor nacional.
O território nordestino apresenta contrastes naturais e O minério de ferro é o principal produto mineral ex-
disparidades econômicas entre as áreas litorâneas: urbani- portado pelo Brasil, sendo este o 2º maior exportador do
zadas, industrializadas e, economicamente desenvolvidas. mundo, sendo superado apenas pela China, respondendo
Porém, no interior, há o predomínio de um clima semiárido por 18% da produção do globo.
e grandes problemas socioeconômicos.
As atividades econômicas mais relevantes são: cultivo Manganês
da cana-de-açúcar, algodão, arroz, cultivo irrigado de fru- Segundo minério em importância no Brasil, extraído
tas, extrativismo vegetal, pecuária extensiva e de corte, in- principalmente da pirolusita. Sua maior utilização é na fa-
dústrias têxteis, produção de petróleo (Bahia e Rio Grande bricação do aço, misturado ao ferro, no setor metalúrgico
do Norte) e o turismo. de ferro-liga.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geogra-
fia/as-regioes-geoeconomicas-brasil.htm Áreas de ocorrência:
• A tradicional área produtora e exportadora, locali-
zou-se na Serra do Navio, no Amapá, desgastada por com
O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DOS panhias exploradoras norte-americanas. Verdadeiramente,
RECURSOS NATURAIS E AS ATIVIDADES a Serra do Navio não está mais no Amapá e, sim, nos EUA.
ECONÔMICAS: OS RECURSOS MINERAIS, O manganês brasileiro foi escoado pelo porto de Santana,
FONTES DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE, O situado nas proximidades de Macapá e ligado à área de
SETOR MINERAL E OS GRANDES PROJETOS exploração pela Estrada de Ferro do Amapá.
DE MINERAÇÃO; • Outras jazidas localizam-se no Maciço de Urucum,
em Mato Grosso do Sul, também explorado por empresa
norte-americana e na Serra dos Carajás, no Pará.
Recursos Minerais do Brasil • Há também as jazidas de Minas Gerais, no Quadriláte
Por sua extensão e, principalmente, devido aos inúme ro Ferrífero e vizinhanças, especialmente no município de
ros ambientes geológicos favoráveis à formação de Conselheiro Lafaiete, onde estão as maiores reservas da
depósitos minerais, o Brasil dispõe de um vasto potencial região, com destaque para o Morro da Mina. A exploração
de ocorrência desses recursos, que podem ser classifica- abastece o mercado regional.
dos tecnicamente como minerais metálicos, não-metálicos
e energéticos do ponto de vista de sua presença, podemos Alumínio
também dividi-los em abundantes, como o ferro; suficien O alumínio é extraído da bauxita pelo processo de
tes, como o urânio; e insuficientes, como o cobre. eletrólise. As maiores reservas de bauxita estão locali
zadas no Estado do Pará (80% das reservas nacionais)
Ferro especialmente ao longo do curso do rio Trombetas, no
Principal recurso mineral encontrado no Brasil. O miné- município de Oriximiná. As reservas nas regiões de Poços
rio de ferro é extraído principalmente da hematita, magne- de Caldas e Ouro Preto, em Minas Gerais, abastecem o
tita, limonita e siderita. Áreas de ocorrência: mercado regional. As reservas de bauxita do Brasil estão
A principal e tradicional área produtora localiza-se no entre as maiores do mundo e a importância do minério
Estado de Minas Gerais, numa área chamada de “Quadri- tem se expandido no mercado, por sua leveza e capacida-
látero Ferrífero”, tendo como “vértices” as cidades de Belo de anticorrosiva.
Horizonte, Santa Bárbara, Mariana e Congonhas, cobrindo
um território de mais de 7.000 km2. A produção do Qua- Estanho
drilátero abastece as usinas siderúrgicas nacionais e pro- Extraído da cassiterita, tem tido sua aplicação am-
duz, em grande parte, para a exportação, através da Cia pliada na formação de ligas. Os Estados do Amazonas
Vale do Rio Doce. O minério é escoado pela Estrada de e de Rondônia são os maiores produtores nacionais de
Ferro Vitória-Minas até os terminais dos portos de Vitória estanho, com a quase totalidade da representatividade
e, principalmente, o de Tubarão, ambos no Espírito Santo. brasileira. As maiores ocorrências estão nos aluviões das
Uma outra área produtora e com reservas superiores às de regiões circundantes às bacias dos rios Amazonas e Ma-
Minas Gerais, embora com minérios de qualidade inferior, deira-Mamoré.
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GEOGRAFIA
Cobre
Minério estratégico para o setor elétrico, em função AGRICULTURA BRASILEIRA: DINÂMICAS
da condutibilidade e maleabilidade do metal. É extraído TERRITORIAIS DA ECONOMIA RURAL, A
principalmente da calcopirita. As maiores reservas de co-
ESTRUTURA FUNDIÁRIA,
bre estão na Província de Carajás, no Pará, com quase 80%
das jazidas. A exploração é realizada tradicionalmente em
Caraíbas, na Bahia e em Caçapava do Sul e Camaquã, no
Rio Grande do Sul. Porém, a produção é insuficiente para A agricultura brasileira se iniciou na região nordes-
atender às necessidades nacionais. te do Brasil, no século XVI, com a criação das chamadas
“Capitanias Hereditárias” e o início do cultivo da cana.
Petróleo Baseada na monocultura, na mão de obra escrava e
A principal área produtora é a Bacia de Campos, na em grandes latifúndios, a agricultura permaneceria basica-
plataforma continental do Rio de Janeiro, seguida dos mente restrita à cana com alguns cultivos diferentes para
campos de extração no litoral do Espírito Santo, no Recôn- subsistência da população da região, porém de pouca ex-
cavo Baiano, em mar; no Rio Grande do Norte, em terra pressividade.
e mar; no Amazonas e Paraná, em terra. Em setembro de Só a partir do século XVIII com a mineração e o início
1999 foi anunciada a descoberta de um campo na bacia de das plantações de café, que a partir do século XIX seriam o
Santos (SP), com reservas potenciais de 600 a 700 milhões principal produto brasileiro, é que o cultivo de outros ve-
de barris, segundo a Petrobrás, o que pode representar 10 getais começa a ganhar mais expressividade. Muitos enge-
bilhões de dólares a serem explorados em 20 anos, o cha- nhos são abandonados e a atividade canavieira se estagna
mado pré-sal. devido à transferência da mão-de-obra para a mineração e
o cultivo do café.
Carvão Mineral Tal como ocorrera com o período de grande produção
Os maiores depósitos de carvão do país encontram-se da cana-de-açúcar, o auge da cafeicultura no Brasil repre-
na Região Sul, na Bacia Sedimentar Paranaica ou do Para- sentou uma nova fase econômica. Por isso, podemos dizer
ná. O Estado de Santa Catarina, que tem o carvão de me- que a história da agricultura no Brasil está intimamente
lhor qualidade, é o maior produtor nacional (61%); e o Rio associada com a história do desenvolvimento do próprio
Grande do Sul é o 2° produtor (36%). Destacam-se, no su- país. Ainda mais, quando se considera o período a partir
deste de Santa Catarina, os municípios de Criciúma, Lauro do século XIX quando o café se tornou o principal artigo de
Muller e Urussanga, que escoam o carvão catarinense pe- exportação brasileiro, logo após o declínio da mineração.
los portos de Henrique Laje e Imbituba. O carvão brasileiro Mas o cultivo do café, que durante todo o século XIX
contém impurezas (enxofre e cinzas), o que deprecia seu faria fortunas e influenciaria fortemente a política do país,
valor de mercado. começa a declinar por volta de 1902 quando a crise atinge
seu ponto culminante, o Brasil produzira mais de 16 mi-
Veja mais: Carvão Mineral lhões de sacas de café enquanto que o consumo mundial
Xisto Betuminoso pouco ultrapassava os 15 milhões fazendo com que o pre-
É o nome mais conhecido de uma rocha metamórfica ço do café, que já estava em queda, chegasse a 33 francos
impregnada de óleo que aparece em grande quantidade (bem menos que os 102 francos de 1885).
no Brasil. As maiores reservas encontram-se nos municí- Desta forma, houve uma necessidade de diversifica-
pios de São Mateus do Sul e Irati, no Paraná. Para haver ção da economia que, entre outras atividades além das
aproveitamento econômico do material que impregna a estreantes indústrias, começava a valorizar outros tipos de
rocha é preciso usar solventes comuns. Já o xisto pirobetu- culturas. Além do que, o aumento da urbanização do país
minoso, que tem a mesma origem, contém um composto exigia também, o aumento do cultivo de matérias-primas.
orgânico complexo, solicitando processo de aquecimento Mas, esta mudança tomaria forma mesmo, só a partir da
à altas temperaturas para desprender óleo e gás. Isso torna década de 1940.
o processamento do xisto dispendioso, mas a necessidade Atualmente, segundo dados do último levantamento
de se buscar novas alternativas energéticas muitas vezes realizado pelo IBGE em novembro de 2007, no Brasil são
justifica os investimentos. cultivados 58.033,075 ha de terra. Sendo que a cana-de
-açúcar ainda predomina: são produzidos 514.079,729t
Fonte: http://www.coladaweb.com/geografia-do-bra- contra 58.197,297t da soja em grão. Quanto ao café em
sil/recursos-minerais-do-brasil grão, este responde por cerca de 2.178,246t.
Fonte: http://www.infoescola.com/agricultura/agricul-
tura-brasileira/
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é aplicação de inovações químicas e biológicas. A origem produção agropecuária. Por fim, numa nova citação a GRA-
do resultado de maior produtividade é principalmente nos ZIANO (1983), FIGUEIREDO (1996) assegura que permane-
grande agricultores ora pela maior capacidade de financia- cem válidas as observações: “o desenvolvimento capitalista
mento ora pela maior capacidade de uso, resultando num na agricultura brasileira acentua marcas contraditórias ao
“aumento” da área da propriedade, portanto, aumentando produzir simultaneamente riqueza e pobreza, ao conjugar
o lucro que por sua vez permite aquisição de mais tecno- uma grande capacidade de se modernizar com a manuten-
logia mecânica, que, como vista antes, resulta em desem- ção de agudas desigualdades ao nível tecnológico entre
prego. Modernização agrícola, desigualdade e pobreza no regiões e produtos, ao exibir modernas relações de traba-
Brasil A modernização da agricultura no Brasil surge com lho acopladas com a extensão ilegal da jornada de trabalho
parte da política de substituição de importações, plano do em todas as regiões do país”.
segundo Governo Vargas. Mas é na década de 60 que se
solidifica a indústria de bens de produção para agricultura
– tratores, implementos, fertilizantes e defensivos –, e a ex-
pansão das agroindústrias processadoras que provocaram ÊXODO RURAL,
profundas transformações na base técnica da agricultura.
Entretanto, a estratégia utilizada nesse plano, privilegiou o
aumento da eficiência, deixando em segundo plano, ques-
tões estruturais tais como a desigualdade da distribuição Introdução
da renda e da posse da terra, desigualdades regionais, bai-
xo nível de escolaridade, desemprego e êxodo rural. Com Podemos definir êxodo rural como sendo o desloca-
destaque para políticas de crédito a juros subsidiados, na mento de pessoas da zona rural (campo) para a zona ur-
década de 70, a agricultura brasileira mostrou grande dina- bana (cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo
mismo, cabendo ao Estado o importante papel na promo- visam obter condições de vida melhor.
ção da reformulação do aparato institucional de assistência
técnica e de pesquisa, visando oferecer aos agricultores, Causas
maior disponibilidade de conhecimentos técnicos e cientí-
ficos com a criação da EMBRAPA e EMBRATER. A crise dos Os principais motivos que fazem com que grandes
mercados no início da década de 80 provocou um processo quantidades de habitantes saiam da zona rural para as
de modernização da agricultura mais lento, resultado do grandes cidades são: busca de empregos com boa remu-
decrescimento substancial dos subsídios para aquisição de neração, mecanização da produção rural, fuga de desastres
insumos modernos e de máquinas e equipamentos. Este naturais (secas, enchentes, etc), qualidade de ensino e ne-
conjunto de fatores associados à capacidade maior de ar- cessidade de infra-estrutura e serviços (hospitais, transpor-
ticulação dos grandes agricultores proporcionou um de- tes, educação, etc).
sequilíbrio no padrão tecnológico das regiões brasileiras,
notadamente nas grandes propriedades das regiões mais Consequências
desenvolvidas (centro – sul), atingindo as lavouras de soja,
cana-de-açúcar e a pecuária. Uma importante observação O êxodo rural provoca, na maioria das vezes, proble-
de FIGUEIREDO (1996) é que o fator limitante da moder- mas sociais. Cidades que recebem grande quantidade de
nização da pequena propriedade parece residir, funda- migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fe-
mentalmente, na incompatibilidade entre a escala mínima nômeno. Os empregos não são suficientes e muitos mi-
de produção requerida pelo novo padrão tecnológico e a grantes partem para o mercado de trabalho informal e pas-
insuficiência dos recursos produtivos e financeiros da pe- sam a residir em habitações sem boas condições (favelas,
quena propriedade. Nas pequenas propriedades, as técni- cortiços, etc).
cas que não dependem de uma escala mínima foram mais
incorporadas que as tecnologias mecânicas. O fato de ab- Além do desemprego, o êxodo rural descontrolado
sorverem as novas técnicas apenas parcialmente provocou causa outros problemas nas grandes cidades. Ele aumenta
um aumento das diferenças de produtividade entre as pe- em grandes proporções a população nos bairros de peri-
quenas e as grandes unidades produtivas. O autor termina feria das grandes cidades. Como são bairros carentes em
por citar a existência de muitos trabalhos argumentando hospitais e escolas, a população destes locais acabam so-
que a política agrícola, cujo principal instrumento foi o cré- frendo com o atendimento destes serviços. Escolas com ex-
dito rural subsidiado, concorreu para o aumento das de- cesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados
sigualdades, pois dadas às estruturas fundiárias e organi- são as consequências deste fato.
zacionais, os recursos creditícios se acumularam no grupo Os municípios rurais também acabam sendo afetados
dos produtores mais integrados ao mercado e os maiores. pelo êxodo rural. Com a diminuição da população local,
GRAZIANO (1983) citado por FIGUEIREDO (1996) aponta diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola
que a modernização das instituições de pesquisa e assis- decresce e muitos municípios acabam entrando em crise.
tência não concorreu para gerar tecnologias adequadas às Há casos de municípios que deixam de existir quando to-
condições da pequena propriedade atendendo mais as de- dos os habitantes deixam a região.
mandas dos setores industriais a montante e a jusante da
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Por outro lado, a cultura brasileira sofre com essa in- Entretanto, já na década de 60 do século XX, influen-
fluência musical e comportamental maciça, principalmen- ciados por estudos desenvolvidos no âmbito da CEPAL
te originária dos Estados Unidos. As músicas, os seriados (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe),
e os filmes da indústria cultural norte-americana vão espa- que afirmavam a necessidade da região ter um processo
lhando comportamentos e gostos que acabam diminuin- de desenvolvimento relativamente autônomo e centrado
do, principalmente entre os jovens, o interesse pela cultura na industrialização, os países sul-americanos instituíram o
brasileira. primeiro modelo consolidado de integração regional, ba-
seado na economia, com a criação da Associação Latino-A-
Fonte: http://www.suapesquisa.com/globalizacao/bra- mericana de Livre Comércio (ALALC). O Acordo de criação
sil_globalizacao.htm da ALALC previa a constituição de uma área de livre comér-
cio na região, no prazo de 12 anos. O descumprimento dos
I- Breves Antecedentes prazos e as dificuldades referentes à eliminação de tarifas,
com base no princípio da cláusula da nação mais favore-
As primeiras tentativas de integração dos países lati- cida, são alguns dos fatores usualmente relacionados ao
no-americanos remontam aos primeiros anos de indepen- fracasso da ALALC.
dência. O descontentamento com os rumos da ALALC condu-
Naquela época, quase toda a América do Sul obteve a ziu Bolívia, Colômbia, Chile, Equador e Peru a firmarem, em
ansiada liberdade em processos semelhantes e, em muito 1969, o Acordo de Cartagena, que instituiu o Pacto Andino.
casos, vinculados entre si. A luta de San Martín foi a luta da Segundo Hugo Eduardo Meza Pinto e Márcio Bobik Braga,
Argentina, do Chile, do Uruguai, do Peru. A luta de Bolívar “além da insatisfação pelos resultados da ALALC, a moti-
foi a luta da Venezuela, da Colômbia, do Equador. E a luta vação para a formação do Pacto Andino era o vislumbra-
de um era a luta do outro. mento da integração regional seguindo os padrões inter-
nacionais e tendo na sua composição certa uniformidade
Desse modo, o combate pela independência foi um
econômica entre os países-membros”.
combate que uniu os melhores americanos, numa era em
Com o malogro da ALALC, os Estados Partes decidiram
que as fronteiras eram dadas apenas pelos vastos ideais
criar, em 1980, a Associação Latino-americana de Integra-
iluministas. Surgiram, dessa forma, tentativas de manter
ção – ALADI, que, apesar da denominação sugerir objetivos
unidas as forças e os povos que haviam se sublevado con-
mais amplos, limita o projeto de integração regional à es-
tra a opressão das metrópoles europeias.
fera comercial. Ao contrário da ALALC, o Acordo da ALADI
A mais difundida dessas iniciativas foi o Congresso An-
é mais flexível, já que não estabelece prazos rígidos para a
fictiônico do Panamá, de 1826, convocado pelo libertador
formação de uma área de livre comércio, tampouco prevê
Simon Bolívar, que defendia a criação de uma espécie de
a eliminação automática de barreiras tarifárias entre seus
federação de estados latino-americanos. Como é de co- membros, o que, segundo o pactuado, somente é possível
nhecimento geral, a proposta integracionista do prócer por meio da assinatura dos chamados acordos preferen-
nunca se concretizou, em razão de interesses externos e ciais, os famosos ACEs, ou acordos de complementação
das oligarquias locais, que levaram a América espanhola a econômica.
fragmentar-se em diversas nações independentes, o que Entretanto, até meados da década de 1980, todas es-
inviabilizou, naquela época, qualquer iniciativa de fusão de sas tentativas de integração não haviam produzido conse-
caráter político-institucional. quências significativas, nem do ponto de vista econômi-
De fato, a independência dos países da América do Sul, co-comercial quanto do ponto de vista social e político. A
que começou como afirmação de identidade própria frente América do Sul e a América Latina continuavam com um
às antigas metrópoles, acabou concretizando-se em múlti- nível muito baixo de integração e intensamente voltadas,
plas identidades que se definiam, às vezes em sangrentos em suas políticas externas, para as grandes metrópoles,
conflitos, contra as outras. Ao mesmo tempo, intervieram particularmente para os EUA.
no processo novas metrópoles que, com frequência, esti- Nas últimas décadas houve, contudo, dois grandes
mularam as divergências e desestimularam a industrializa- fatores que impulsionaram e aceleraram os processos de
ção e o desenvolvimento econômico autônomo. integração no subcontinente. O primeiro tange à redemo-
A América espanhola fragmentou-se irremediavelmen- cratização dos países da América do Sul, em especial do
te e a América portuguesa, o Brasil, manteve-se íntegra Cone Sul. Já o segundo diz respeito ao fracasso das políti-
dada à sua singularidade, mas de costas para o resto do cas neoliberais na região, que levou ao redirecionamento
continente. das políticas externas de muitos países. Nas últimas déca-
Uma longa noite de quase duzentos anos, na qual pre- das houve, contudo, dois grandes fatores que impulsiona-
dominaram as rivalidades artificiais, os regimes autoritá- ram e aceleraram os processos de integração no subcon-
rios, a dependência econômica e política, e a falta de con- tinente. O primeiro tange à redemocratização dos países
sistência nos processos de desenvolvimento econômicos e da América do Sul, em especial do Cone Sul. Já o segundo
sociais impediu que nossos países implementassem pro- diz respeito ao fracasso das políticas neoliberais na região,
cessos de integração para produzir sinergias comerciais, que levou ao redirecionamento das políticas externas de
econômicas e políticas. muitos países.
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De fato, os últimos anos da década de 80 marcam o Entretanto, essa estratégia inicial de integração à eco-
início do período de redemocratização dos países sul-a- nomia internacional, radicalmente distinta da recomenda-
mericanos, com o fim dos regimes militares. Esse cenário da pelo Consenso de Washington, foi parcialmente aban-
político inaugura uma nova fase de aproximação entre as donada na época da celebração do Tratado de Assunção,
nações da região, em particular no denominado Cone Sul. que criou formalmente o Mercosul.
Com efeito, o retorno da democracia, a partir dos anos Com efeito, a hegemonia ideológica do paradigma
80 do século passado, permitiu que, dois países, Argentina neoconservador na América do Sul teve como consequên-
e Brasil, abandonassem a histórica disputa pela hegemonia cia principal, no âmbito do Mercosul, a ênfase excessiva na
da bacia do Prata e identificassem vastas áreas de coope- liberalização comercial, com prejuízos para outras dimen-
ração e interesse mútuo. Como resultado, foram firmados sões do processo de integração.
os famosos acordos Alfonsín-Sarney, que deram impulso Por conseguinte, aspectos vitais para uma integração
inicial à integração entre Argentina e Brasil e pavimentaram verdadeiramente exitosa, como a coordenação de políticas
a criação posterior do MERCOSUL, já com a presença de macroeconômicas, a implementação de políticas de desen-
dois aliados preciosos: Paraguai e Uruguai. volvimento e industriais simétricas e a redução da vulnera-
O ponto culminante dessa aproximação foi a assinatu- bilidade externa das economias, foram colocados em se-
ra, em 26 de março de 1991, do Tratado de Assunção para gundo plano em favor das aberturas econômicas quase in-
a Constituição de um Mercado Comum do Sul, o Mercosul. condicionais e das “políticas amistosas para os mercados”.
Este bloco se constitui na base de outros processos de in- Também a dimensão social do processo de integração,
tegração, como o da UNASUL e da Celac. que inclui a livre circulação dos trabalhadores e a harmoni-
A redemocratização foi importante para dar um primei- zação da legislação trabalhista, entre outros aspectos, não
ro impulso real à integração regional, mas o fator que me teve a atenção merecida.
parece mais relevante relaciona-se ao fracasso das políticas Aldo Ferrer, pensador arguto Mercosul, identifica qua-
neoliberais na região, que se tornou evidente ao final da tro “pecados originais” que prejudicaram o processo de
década de 1990. Com efeito, o fracasso do neoliberalismo, integração em seu início: a vulnerabilidade externa das
ou melhor, do paleoliberalismo, teve como consequência economias, o mal-estar social na região, o abandono das
o rechaço da proposta da ALCA, que representava o fim estratégias nacionais de desenvolvimento e a crise ideoló-
de qualquer processo de integração regional, e o direcio-
gica frente à globalização.
namento das políticas externas de países importantes do
A vulnerabilidade externa tendia e tende a dificultar
subcontinente para a aproximação com seus vizinhos.
que os governos adotem políticas autônomas em relação
Nessa nova conjuntura econômica e política do pós-
aos interesses criados pela globalização financeira. Aliada
neoliberalismo, a integração regional passou a ser uma
ao predomínio da “visão fundamentalista da globalização”,
efetiva prioridade de política externa para muitos países.
segundo a qual as únicas políticas possíveis são as paleoli-
Essa diretriz prioritária substituiu, em alguns casos, a antiga
centralidade que as relações bilaterais com os EUA e com berais, tal vulnerabilidade tornava perenes e praticamente
os demais países mais desenvolvidos tinham como fator intocáveis os ajustes econômicos pró-cíclicos, com as con-
balizador da política externa dos tempos do predomínio do sequências negativas que todos conhecemos.
paradigma neoliberal. Por sua parte, o mal-estar social ocasionado pelo au-
mento da concentração dos rendimentos, do desemprego
Esse foi, sem dúvida, o caso do Brasil, que, a partir do e do subemprego, bem como também pelo agravamento
governo Lula, passou a priorizar intensamente, em sua da marginalização de amplos setores da população, tendia
nova política externa, a integração regional e a cooperação a gerar tensões sociopolíticas que dificultam uma integra-
Sul-Sul. ção mais estreita.
De outro lado, o abandono parcial das estratégias na-
II- O MERCOSUL COMO MODELO DE INTEGRAÇÃO cionais de desenvolvimento impedia a coordenação das
PARA A NOSSA REGIÃO: POTENCIALIDADES E DESAFIOS políticas macroeconômicas que poderiam ter evitado as
de UM PROJETO REALMENTE INTEGRACIONISTA grandes oscilações do câmbio, as quais provocaram notá-
Como vimos, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) vel instabilidade no fluxo comercial no Mercosul.
teve sua origem nos acordos Alfonsín-Sarney. Ora, para que o processo de integração possa avançar
Tais acordos tinham uma estratégia implícita. Tratava- e distribuir equitativamente os seus frutos, fazendo crescer
se de dar aos Estados Partes condições de enfrentar jun- as economias de todos os Estados Partes, é preciso que haja
tos os problemas criados pela crise da dívida, do aumento políticas nacionais de desenvolvimento industrial e científi-
da vulnerabilidade externa e da recessão com inflação. Os co-tecnológico estrategicamente convergentes. Essas polí-
países pretendiam fortalecer sua posição ante um cenário ticas devem se constituir nos pilares da divisão do trabalho
internacional mais competitivo e hostil, mediante a ativa- no bloco sobre bases intraindustriais, as quais permitiriam o
ção de complementaridades econômicas. Ao mesmo tem- crescimento harmônico simultâneo dos países do Mercosul.
po, procuravam estabelecer políticas de desenvolvimento Senão houver esse tipo de política, o crescimento é
harmônicas com ênfase nas variáveis endógenas do cresci- errático e seus benefícios tendem a distribuir-se sem equi-
mento econômico. Por esta razão, buscava-se, sobretudo, dade, estabelecendo-se uma relação centro-periferia no
a integração industrial dos setores líderes, especialmente o interior do bloco, que mina profundamente o processo de
de bens de capital. integração.
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Em relação à crise ideológica, ela provocou, em alguns Tal situação é, obviamente, incompatível com a con-
casos, alinhamentos ideológicos e acríticos com interesses solidação do bloco, já que processos consistentes de in-
externos e a opção preferencial pelo “realismo periférico”, tegração de países em verdadeiros mercados comuns não
isto é, pela inserção subalterna no cenário mundial como podem existir em espaços políticos vazios de cidadania.
única forma de aceder à “modernidade”. A Argentina de Este é o ponto principal. Somente a integração construí-
Menem, que estabeleceu “relaciones carnales” com os EUA, da, por assim dizer, “de baixo para cima” e fundamentada
foi o exemplo mais bem-acabado dessa opção pela subal- nos interesses dos cidadãos de todos os Estados Partes po-
ternidade geopolítica. derá superar as assimetrias e as forças centrífugas que sem-
Evidentemente, os Estados Partes do Mercosul têm de pre ameaçaram o Mercosul e a integração latino-americana
ter uma visão comum do cenário global que dê embasa- de forma geral. Uma integração assentada somente em in-
mento teórico-político a um único projeto comunitário de teresses comerciais e financeiros será sempre frágil e incom-
inserção internacional. pleta, pois estará sempre submetida às conjunturas econô-
Na realidade, o Mercosul deve ser, fundamentalmente, micas e será regulada pelos mercados, e não pelos cidadãos.
tal como já estava desenhado nos acordos bilaterais Brasil/ Esse tipo de integração resulta somente em áreas de
Argentina, um projeto político com estratégia comum de livre comércio e não contempla as dimensões da união
inserção internacional dos Estados Partes. aduaneira, da livre circulação de trabalhadores e da cons-
Pois bem, como resultado desses “pecados originais”, trução de instituições suprarregionais. Na realidade, essa
o Mercosul perdeu, durante muito tempo, iniciativa polí- pseudointegração não constrói uma cidadania comum,
tica no cenário mundial e seu sentido estratégico inicial, mas pode, por outro lado, construir muros, como o que
tendo se mantido, as vezes precariamente, apenas pelos separa o México dos EUA, países que fazem parte da área
interesses específicos vinculados ao notável incremento do de livre comércio do NAFTA. Além disso, as áreas de livre
comércio intrabloco. comércio acabam se superpondo. Com isso, as áreas de
Portanto, o fortalecimento e a consolidação do Mer- livre comércio entre países de nível baixo ou mediano de
cosul pressupõem enfrentamento permanente desses pro- desenvolvimento acabam se diluindo nas áreas de livre co-
blemas e inconsistências e crescente recuperação do seu mércio formadas com países mais avançados.
sentido estratégico inicial. O desafio essencial do Mercosul e da integração lati-
Com a nova política externa implantada a partir do go- no-americana de uma forma geral é, pois, o de transformar
verno Lula, o Brasil passou a empenhar-se no fortalecimen- o processo de integração num processo de construção de
to e no aprofundamento do Mercosul. direitos e cidadania comuns, para além da mera integração
Com efeito, o MERCOSUL conheceu, nos últimos anos, dos mercados.
avanços muito significativos, tais como a criação do FO- A ruptura do mencionado círculo vicioso passa, por-
CEM, instrumento fundamental de combate às assimetrias, tanto, por um novo papel do Parlamento, instância máxima
e a incorporação de vários países andinos como membros de representação da cidadania de todos os Estados Partes
associados e a Venezuela como membro pleno, que agre- no Mercosul.
gou peso econômico e político ao bloco e pavimentou a O Parlamento do bloco tem como desafio principal
criação da UNASUL, assim como a implementação do seu aprofundar o compromisso democrático do Mercosul,
Parlamento, principal conquista do bloco. ameaçado pelo autoritarismo histórico da região e pelo
Digo que o Parlamento é a principal conquista do blo- longo período de acúmulo desse déficit democrático do
co porque, para que o Mercosul se consolide definitiva- bloco.
mente, é imprescindível que o bloco enfrente e corrija o Ao contrário de outros parlamentos regionais, como o
que talvez seja o seu “pecado original” mais sério: o déficit Parlatino e o Parlamento Andino, que são meras instâncias
democrático. de reuniões e debates, o Parlamento do Mercosul já tem
Em relação a este ponto crucial, é fácil constatar que o algumas funções legislativas e um crucial papel a cumprir.
processo de integração vinha sendo conduzido, até perío- Cabe ao Parlamento do Mercosul, além de representar
do relativamente recente, quase que exclusivamente pelos a voz dos cidadãos no processo de integração, empenhar-
poderes executivos dos quatro países signatários do Tra- se na harmonização das legislações dos Estados Partes.
tado de Assunção, com participação bastante restrita das Meio ambiente, educação, questões aduaneiras, livre
sociedades civis e dos poderes legislativos. circulação de trabalhadores, agilização da solução de con-
Assim sendo, concomitantemente à perda de sentido trovérsias, coordenação de políticas macroeconômicas, in-
estratégico do processo de integração, acumulou-se um tegração das cadeias produtivas, etc., são todos temas que
considerável déficit democrático no Mercado Comum do precisam do empenho deste parlamento para encontrar a
Sul, que ainda precisa ser resgatado. necessária ressonância na cidadania do Mercosul.
A combinação desse déficit democrático com a per- Um tema, em especial, merece dedicação maior: a cor-
da de sentido estratégico do Mercosul criou, por sua vez, reção das assimetrias, em todos os níveis. Como afirmei em
um notável círculo vicioso: a ausência de discussão mais meu discurso quando assumi a presidência do Parlasul: “o
profunda dos destinos do bloco aprofundou a inconsis- Mercosul pode incluir países pequenos, mas, se quiser ter
tência estratégica e a ênfase conservadora nos aspectos êxito, jamais poderá ter sócios minoritários. Todo o Estado
puramente comerciais da integração, que, por sua vez, am- tem de ter seus interesses contemplados e se beneficiar da
pliaram e cristalizaram o déficit democrático do Mercado integração. Todos, sem exceção, devem ser grandes dentro
Comum do Sul. do Mercosul.”.
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Mas é preciso enfatizar apesar de suas incompletudes, US$ 7,6 bilhões com o bloco. Além disso, cerca de 90%
insuficiências e problemas, o Mercosul é um êxito. das nossas exportações para o Mercosul são de produtos
Esse êxito se sobrepõe até mesmo ao marcado “mer- manufaturados. Para União Europeia, China e Estados Uni-
coceticismo” que há nas forças conservadoras da região. dos são de 36%, 5% e 50%. Na realidade, o Mercosul é o
Com efeito, o Mercosul lembra o caso do escritor principal destino das exportações da nossa indústria.
Mark Twain, que teve a ingrata tarefa de desmentir notí- Em relação à crítica de que o Mercosul impede uma
cias de sua morte. Twain estava em Londres quando sur- maior participação dos Estados Partes no comércio mun-
giram boatos sobre seu falecimento. Com sua habitual dial, é necessário levar em consideração que, entre 2003
ironia, afirmou: “Os rumores sobre a minha morte foram e 2011, as exportações extrazona do bloco foram multipli-
grosseiramente exagerados”. cadas por 4. Em contraste, as exportações mundiais foram
Com o Mercosul se passa algo semelhante. Desde o multiplicadas por um fator de apenas 2,8. Em outras pala-
nascimento, vaticinam seu iminente falecimento. Na épo- vras, as exportações do Mercosul cresceram bem mais que
ca da assinatura do Tratado de Assunção, não faltaram o aumento do comércio internacional. Coisa semelhante
ironias sobre a união “dos rotos com os esfarrapados” e aconteceu com os investimentos. Hoje em dia, muitas em-
críticas ácidas em relação à suposta inviabilidade de um presas brasileiras têm investimentos e projetos de vulto no
bloco fadado a ser absorvido em processos de integração Mercosul e em toda a América do Sul. O Mercosul só não
mais amplos com países desenvolvidos. aumenta mais sua participação no comércio mundial por-
Ao longo dos anos, também não faltaram aqueles que muitos países desenvolvidos não aceitam, nas nego-
que defenderam que o Mercosul renunciasse a sua união ciações, a liberação do comércio agrícola e, por outro lado,
aduaneira e se transformasse numa área de livre comér- propugnam intransigentemente por uma maior abertura
cio, de modo a permitir integração supostamente mais do comércio de manufaturados. O Mercosul e o Brasil, ao
dinâmica com o “comércio globalizado”. Consideravam o contrário da Aliança, preferem um bom acordo a qualquer
Mercosul um arcaísmo “terceiro-mundista” e sonhavam acordo.
com a miragem neoliberal da ALCA. Ademais, o Mercosul, que se espelha no exemplo da
Com a crise mundial, voltaram a condenar o Mercosul UE, vem dando, como assinalamos, passos largos na cria-
e a sugerir o fim da sua união aduaneira, de modo a que ção de instituições supranacionais, como o Parlamento do
os Estados Partes possam negociar independentemente MERCOSUL, destinado a criar e dar voz à cidadania comum.
acordos bilaterais de livre comércio com países desenvol- Áreas de livre comércio, lembre-se, não constroem cidada-
vidos, particularmente com os EUA e a UE. nias, constroem muros.
Recentemente, o lançamento da Aliança do Pacífico, A bem da verdade, o Mercosul é o grande projeto de
bloco que reúne Peru, Colômbia, Chile, México e Costa verdadeira integração da América do Sul e da América La-
Rica, aguçou as críticas contra o Mercosul. A Aliança foi tina, pois ele inclui a dimensão da união aduaneira, da cir-
apresentada pelos setores conservadores da mídia como culação de pessoas e das instituições supranacionais. Ele
o bloco do futuro, das economias mais “dinâmicas” e “in- tem, portanto, o potencial de construção de uma cidadania
tegradas ao comércio mundial”. Em contraste, o Mercosul comum.
foi novamente caracterizado como um bloco moribundo,
uma espécie de aliança autárquica, que condena os seus III- OUTROS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO
Estados Partes ao atraso e à baixa integração com as “ca- Evidentemente, o Mercosul não é o único processo de
deias produtivas globalizadas”. integração dos países da América do Sul e da América La-
Bom, em primeiro lugar, é preciso afirmar que a Alian- tina, muito embora seja, do nosso ponto de vista, o mais
ça nada mais é que uma jogada de marketing geopolítico completo e o que apresenta maior potencial de construção
que não altera a realidade econômica da América do Sul. de uma cidadania comum.
O Brasil e o Mercosul já têm livre comércio com todos os Há outros processos, inclusive mais antigos que o
países da América do Sul, inclusive os que fazem parte da Mercosul. Alguns são complementares ao Mercosul e se
Aliança. As únicas exceções são a Guiana e o Suriname. reforçam mutuamente. Outros são concorrentes e apresen-
Com o México, o Brasil tem também dois importantes tam um desenho político distinto, que definitivamente não
acordos de preferência comerciais. Além disso, os países aponta para uma verdadeira integração.
da Aliança do Pacífico, por força de acordos firmados no
âmbito da ALADI, têm, há bastante tempo, livre comércio A continuação, fazemos breves comentários sobre os
entre si. Em outras palavras, a Aliança “chove no molha- principais.
do”. a) Comunidade Andina de Nações (CAN)
Em segundo lugar, o Mercosul é um claro sucesso A Comunidade Andina de Nações (em espanhol, Co-
comercial e econômico. Desde a sua criação, em 1991, as munidad Andina de Naciones, abreviado CAN) é um bloco
exportações intrazona aumentaram 13 vezes. Já as expor- econômico sul-americano formado, hoje, por Bolívia, Co-
tações brasileiras para o bloco aumentaram 12 vezes. Nos lômbia, Equador e Peru.
últimos 9 anos, nosso superávit acumulado com o bloco Fundado em 26 de maio de 1969, pelo Acordo de Car-
ascendeu a US$ 45,5 bilhões. Apenas no passado, já con- tagena, o bloco reunia, além dos membros atuais, o Chile.
siderando a Venezuela, o Brasil obteve um superávit de Em 1973, houve a adesão da Venezuela.
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O Chile, antigo participante, deixou o bloco em 1976 e Segundo dispõe o texto do Tratado, os seguintes ór-
a Venezuela fez o mesmo em 2006. O bloco foi chamado gãos compõem a estrutura institucional da UNASUL: a)
de Pacto Andino até 1996. A cidade-sede da secretaria é Conselho de Chefes de Estado e de Governo; b) Conselho
Lima, no Peru. de Ministros das Relações Exteriores; c) Conselho de Dele-
A comunidade andina possui 120 milhões de habitan- gados; e d) Secretaria Geral. Está prevista ainda a consti-
tes, em uma área de 4.700,000 quilômetros quadrados, tuição de Conselhos de nível Ministerial e Grupos de Tra-
com um produto interno bruto nominal de 280 bilhões de balho. Todas essas instâncias já se encontram em plena
dólares. atividade.
Em 8 de Dezembro de 2004, os países membros da A UNASUL conta hoje com oito conselhos ministe-
Comunidade Andina assinaram a Declaração de Cuzco, que riais: a) Energia; b) Saúde; c) Defesa; d) Infraestrutura e
lançou as bases da União de Nações Sul-Americanas, en- Planejamento; e) Desenvolvimento Social; f) Problema
tidade que une a Comunidade Andina ao MERCOSUL, em Mundial das Drogas; g) Educação, Cultura, Ciência, Tec-
uma zona de livre comércio continental. nologia e Inovação; h) Economia e Finanças. A UNASUL
Na realidade, hoje a CAN e seu órgão legislativo, o Par- conta ainda com dois Grupos de Trabalho: a) Integração
lamento Andino, já não têm mais relevância econômica e Financeira (agora subordinado ao Conselho de Economia
política. e Finanças); e b) Solução de Controvérsias em Matéria de
Destaque-se que Bolívia e Equador pretendem torna- Investimentos, em cujo âmbito estuda-se a possibilidade
rem-se, em breve, membros plenos do MERCOSUL. de criar mecanismo de arbitragem, Centro de Assessoria
Na América do Sul, o MERCOSUL e a UNASUL são os Legal e código de conduta para membros de tribunais ar-
blocos de maior relevo e consistência estratégica. bitrais.
Entretanto, a principal função da UNASUL é estratégi-
b) UNASUL ca e política. Trata-se de um bloco que pretende tratar os
O Tratado Constitutivo da União das Nações Sul-Ame- temas regionais sem a interferência da grande superpo-
ricanas, que uniu o MERCOSUL e a CAN, representa a cul- tência do planeta, como ocorre, por exemplo, na Organi-
minação de um longo processo histórico, feito de marchas zação dos Estados Americanos (OEA).
e contramarchas, da tão sonhada integração da América Exemplo dessa função foi a resposta concatenada do
do Sul e da América Latina, objetivo que consta da nossa subcontinente no recente episódio envolvendo o avião
Carta Magna. presidencial da Bolívia.
Embora a UNASUL não tenha uma dimensão comercial
econômica própria, como O MERCOSUL, ela tem uma rele- c) CELAC
vante dimensão político-diplomática que já se desdobra na A Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Cari-
conformação de uma geoestratégia comum (lembre-se de benhos (CELAC) tem origem na “Declaração da Cúpula da
seu Conselho de Defesa). Unidade”, adotada pelos Chefes de Estado e de Governo
Para o Brasil, a UNASUL representa a consolidação for- da América Latina e do Caribe durante reunião de Cúpula
mal de seu protagonismo na América do Sul, diretriz-chave realizada na Riviera Maya, México, em fevereiro de 2010.
da sua política externa. Diretriz esta que vem produzindo Naquela ocasião, houve consenso em constituir um
resultados muito positivos. Saliente-se, a esse respeito, que novo mecanismo de concertação política e integração,
a ALADI, organização econômica que congrega os países que abrigará os trinta e três países da América do Sul,
da América do Sul, já absorve cerca de 42 % das nossas América Central e Caribe.
exportações de manufaturados. A CELAC é, na realidade, a herdeira do Grupo do Rio
O Brasil é hoje um ator internacional de primeira gran- e da CALC (Cúpula da América Latina e Caribe sobre Inte-
deza em grande parte porque é um líder regional indiscu- gração e Desenvolvimento).
tível. Ela assumirá, assim, o patrimônio histórico do Grupo
Agregue-se que o projeto do MERCOSUL e o da UNA- do Rio, no que tange à concertação política, e da CALC
SUL não só são compatíveis, como complementares, pois (Cúpula da América Latina e Caribe sobre Integração e
este último agrega política e diplomaticamente países que Desenvolvimento), no que se refere aos assuntos de inte-
ainda não fazem parte (ou não querem fazer parte) da tari- gração física e econômica.
fa externa comum do MERCOSUL (TEC). A convergência da CALC e do Grupo do Rio ocorrerá
A UNASUL tem como objetivo formal construir, de de forma gradual. Ambos os mecanismos manterão suas
maneira participativa e consensual, um espaço de articula- agendas e métodos de trabalho paralelos até a conclusão
ção no âmbito cultural, social, econômico e político entre do processo de construção da CELAC.
seus povos. Prioriza o diálogo político, as políticas sociais, De acordo com o Itamaraty, para o Brasil a CELAC de-
a educação, a energia, a infraestrutura, o financiamento e o verá contribuir para a ampliação tanto do diálogo político,
meio ambiente, entre outros, com vistas a criar a paz e a se- quanto dos projetos de cooperação na América Latina e
gurança, eliminar a desigualdade socioeconômica, alcançar Caribe. O novo mecanismo também facilitará a conforma-
a inclusão social e a participação cidadã, fortalecer a demo- ção de uma identidade própria regional e de posições la-
cracia e reduzir as assimetrias no marco do fortalecimento tino-americanas e caribenhas comuns sobre integração e
da soberania e independência dos Estados. desenvolvimento.
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A dimensão política da CELAC partirá da base construí- Em 29 de abril de 2006, a Bolívia (tendo Evo Morales
da pelo Mecanismo Permanente de Consulta e Concerta- como seu presidente) somou-se ao grupo a partir do Tra-
ção Política, estabelecido no Rio de Janeiro em 1986 e co- tado de Comércio dos Povos, termo que foi acrescentado
nhecido como Grupo do Rio. Concebido como instrumento ao nome oficial do bloco, que resultou na sigla ALBA-TCP.
de articulação política de alto nível, o Grupo do Rio atuou Posteriormente, houve a adesão do Equador, Nicarágua,
tradicionalmente na consolidação da democracia, tendo Honduras (que após o golpe contra Zelaya abandonou o
como pressuposto o bem sucedido trabalho diplomático bloco) e outros países.
dos Grupos de Contadora e de Apoio em favor da paz na Atualmente, a ALBA-TCP é composta por oito países,
América Central. Sua interseção com a CALC é natural, uma sendo que quatro deles possuem governos de matiz so-
vez que, por ser um foro de discussão política, o Grupo cialista. Além de Venezuela, Cuba, Bolívia, aderiram ao
do Rio sempre prescindiu de atuação mais aprofundada na bloco: Nicarágua, Dominica, Equador, Antigua e Barbuda
área econômica e de formas institucionalizadas de coope- e São Vicente e Granadinas.
ração. Hoje em dia, contudo, a ALBA, assim como a CAN,
Os fundadores do Grupo do Rio resolveram delimi- não tem maior expressividade. Seus principais países, Ve-
tar seu escopo de atuação a reuniões de caráter informal, nezuela, Bolívia e Equador, ou já são membros plenos do
destinadas a servir como espaço exclusivamente político, MERCOSUL ou pretendem aderir em breve. Ademais, to-
apropriado para consultas, troca de informações e even- dos eles já fazem parte da UNASUL.
tuais iniciativas conjuntas, decididas sempre por consenso.
Ao longo de mais de duas décadas, foram realizadas vinte e) SICA
Cúpulas, vinte e nove reuniões ministeriais ordinárias e três O Sistema de Integração Centro-Americana (SICA) é o
extraordinárias. Sua temática foi aberta, tratando, em geral, atual quadro institucional do processo de integração re-
de temas importantes para a região. Em suas mais recentes gional na América Central, que foi criado 13 de dezembro
reuniões, o Grupo do Rio abordou questões como a pro- de 1991, com a assinatura do “Protocolo de Tegucigalpa”,
moção dos direitos humanos e o impacto das migrações. firmado por Costa Rica, Guatemala, El Salvador, Honduras,
O Grupo do Rio fortaleceu-se gradualmente como Nicarágua e Panamá.
espaço presidencial privilegiado e como um mecanismo Posteriormente, houve a adesão de Belize. O Brasil
regional representativo da América Latina e do Caribe em participa como observador regional.
relação a outros países e blocos. Os contatos políticos ins- O “Protocolo de Tegucigalpa” é o molde que deu for-
titucionalizados do Grupo do Rio com terceiros promo- ma jurídica à nova América Central, e baseia formalmente
veram o diálogo inter-regional entre autoridades do mais a reunião de experiências, princípios, objetivos e aspira-
alto nível, com o intercâmbio de pontos de vista sobre im- ções da região. No plano político, o SICA se baseia no pro-
portantes temas da agenda internacional. Atualmente, são cesso de pacificação, democratização e desenvolvimento
dezenove parceiros de diálogo com o Grupo do Rio, que que se verificou na América Central, desde 1986.
devem ser herdados pela CELAC: União Europeia, Conselho
de Cooperação do Golfo, China, Rússia, Canadá, Índia, Ja- O “Protocolo de Tegucigalpa” tem o escopo de uma
pão, Coréia do Sul, ASEAN, Israel, Ucrânia, Liga Árabe, G-77, constituição regional.
Grupo GUUAM (Geórgia, Ucrânia, Uzbequistão, Azerbaijão O “Sistema de Integração Centro-Americana (SICA)”
e Moldova), CEI, Austrália, EUA e União Africana. optou por um desenvolvimento de base econômica, so-
Na realidade, a constituição da CELAC significa, em úl- cial, cultural, política e ecológica, com proteção e promo-
tima instância, a projeção estratégica da UNASUL na Amé- ção dos direitos humanos. Ele também tem um inovador
rica Central e no Caribe, áreas que até pouco tempo esta- “Modelo Regional de Segurança Democrática”, o que cria
vam sob a influência quase que exclusiva dos EUA. as condições ideais para os habitantes da região de bene-
ficiar-se igualmente a partir deste desenvolvimento, tendo
d) ALBA como principal objetivo transformar a América Central em
A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América uma região de paz, liberdade, democracia e desenvolvi-
– Tratado de Comércio dos Povos (Alianza Bolivariana para mento.
los Pueblos de Nuestra América – Tratado de Comercio de Para alcançar seus objetivos, propósitos e princípios, o
los Pueblos) ou simplesmente ALBA (antiga Alternativa Bo- Sistema de Integração Centro-Americana tem os seguintes
livariana para as Américas) é uma plataforma de coope- órgãos: a) a Reunião de Presidentes, que é o órgão supre-
ração internacional baseada na ideia da integração social, mo do sistema, composto pelos Presidentes e Chefes de
política e econômica entre os países da América Latina e Governo Constitucional Os Estados-Membros; b) o Conse-
do Caribe. lho de Ministros, composto dos principais ministros, é res-
A ALBA foi constituída na cidade de Havana, capital de ponsável pelo monitoramento do sistema de integração;
Cuba, em 14 de dezembro de 2004, como um acordo entre c) o Comitê Executivo, que é um órgão permanente que
Venezuela e Cuba, tendo as assinaturas dos presidentes de integra um representante de cada um dos Estados-Mem-
ambos os países na época, Hugo Chávez e Fidel Castro. bros e que tem entre suas principais funções assegurar a
Este início deu-se pela colaboração de Cuba ao enviar mé- eficaz implementação das decisões tomadas na reunião
dicos para ajudar no território venezuelano e pela colabo- dos Presidentes; d) a Secretária-geral, cujo titular, o Secre-
ração da Venezuela ao abastecer Cuba com seu petróleo. tário-Geral, é o diretor administrativo do Sistema.
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sim como também a tem uma geada nos Estados Unidos. Além dos tratados e convenções a seguir, a própria
Todavia o esforço teórico pode também caminhar para Constituição Cidadã prevê, em seu art. 20, a preocupação
garantir à Geografia Política a análise espacial da política no tocante a essa faixa de mar:
interna ao Estado, enquanto à Geopolítica, as relações “São bens da União: V – os recursos naturais da pla-
internacionais (COSTA, 1992). taforma continental e da zona econômica exclusiva. VI – o
Armando Corrêa da Silva (1984, p. 103) afirma que mar territorial. (...) §1º É assegurada, nos termos da lei, aos
“o espaço político é um espaço humano que se realiza Estados, (...) participação no resultado da exploração de pe-
como domínio do espaço produzido” e essa produção é tróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de ge-
atravessada por diversos atores cada um com seu “siste- ração de energia elétrica e de outros recursos minerais no
ma de objetivos e sistema de ações” (RAFFESTIN, 1993), respectivo território, plataforma continental, mar territorial
sendo um desses atores, mas não o único, o Estado. “O ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira
papel das instituições políticas como forças organizado- por essa exploração”. (Art. 20, inc. V e VI e §1, CRFB/1988)
ras do território” (CASTRO, 2012, p. 55) é fundamental no (grifo do autor)
fato político, mas incompleto. O que a corrente da Geo- Mas foi a Convenção das Nações Unidas sobre o Di-
grafia Crítica, aliás, a corrente mais politizada no campo reito do Mar (CNUDM), assinada no dia 10 de dezembro
da disciplina, nos legou foram grandes estudos sobre o de 1982, em Montego Bay (Jamaica), e em vigor, interna-
papel das empresas na dinâmica dos governos, dos Esta- cionalmente, desde 16 de novembro de 1994, que trouxe
dos e dos territórios. Desde que os poderes ideológicos o grande embasamento político-jurídico, estabelecendo a
e políticos foram subordinados ao econômico (BOBBIO “fronteira marítima” dos Estados costeiros.
& NOGUEIRA, 1987), os agentes econômicos se trans- Apesar de assinada apenas em 1982, o início da formu-
formaram numa poderosa força política institucional e lação da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
extra institucional, cuja síntese pode ser visualizada nas Mar deu-se a partir de 1958, em Genebra, na Suíça. Toda-
composições dos regimes de governos. via, esta primeira tentativa malogrou, tendo sido necessária
A Geografia Política presa ao plano institucional, por mais duas reuniões para, enfim, ser concluída a Convenção.
excelência não dá conta dos fatos políticos não-institu- Na introdução da CNUDM, mais precisamente em seu
cionalizados, muito pelo contrário, os sujeitos políticos preâmbulo, já se detecta os principais objetivos e fomen-
que se organizam de fora da lógica do Estado, isto é, tadores de sua existência. Abaixo seguem alguns trechos:
na sociedade civil, se organizados politicamente a partir “Animados do desejo de solucionar, num espírito de
de uma pauta fundiária vão para gaveta da Geografia compreensão e cooperação mútuas, todas as questões re-
Agrária, se no plano urbano vão para a Geografia Urba- lativas ao direito do mar (...). Reconhecendo a conveniência
na, se no plano partidário vão para Geografia Eleitoral, de estabelecer por meio desta Convenção, com a devida
sobrando assim, à Geografia Política, obviamente, o viés consideração pela soberania de todos os Estados, uma or-
institucional. A organização política do espaço não se re- dem jurídica para os mares e oceanos (...) e promova os
sume ao Estado e sua institucionalidade, o Estado é um usos pacíficos (...), a utilização equitativa e eficiente de seus
ator com uma intencionalidade (ou interesse) político recursos, a conservação dos recursos vivos e o estudo, a
dentro de um “sistema de objetivos” cuja materialização proteção e a preservação do meio marinho (...).”. (CNUDM,
no espaço opera por meio do “sistema de ações”, como 1982, Preâmbulo)
nos ensina Raffestin (1993). Antes mesmo da assinatura da CNUDM, segundo
A ideia de sistema de interesses políticos pressupõe RANGEL (2005), as nações já estabeleciam como princípio
uma amarração das intencionalidades de mais de um consagrado, por meio da Resolução nº 2.749 (XXV), de 17
ator via um sistema de objetivos que se realiza no territó- de dezembro de 1970, da Assembleia Geral das Nações
rio por um sistema de ações, não à toa, Raffestin (1993, p. Unidas, o seguinte:
63) definiu o território, numa concepção política, como “(...) os fundos marinhos e oceânicos e o seu subsolo
um sistema de objetos e um sistema de ações. Se o espa- para além dos limites de jurisdição nacional, bem como os
ço político for admitido nessa concepção política, isto é, respectivos recursos são patrimônio comum da humanida-
numa análise sistêmica de espaço produzido por agen- de e que a exploração e o aproveitamento dos mesmos
tes, a Geografia Política terá que dá conta de análises serão feitos em benefício da humanidade em geral, inde-
mais amplas que as das ações do institucionais do Esta- pendentemente da situação geográfica dos Estados”. (Res.
do, não o abandonando, mas terá que dá conta também n. 2.749, 1970, ONU, apud Vicente Marotta Rangel, 2005, p.
das políticas econômicas das empresas e dos Estados e 249-) (grifo do autor)
das políticas feitas na ordem da sociedade civil, tendo No Brasil, a CNUDM foi aprovada pelo Congresso Na-
que passar, portanto, obrigatoriamente, pela análise das cional ainda em 1987, tendo sido ratificada a 22 de dezem-
organizações populares. bro de 1988 e promulgada pelo Decreto n. 1.530, de 22 de
Tarefa colocada á Geografia Política, então, é de ana- junho de 1995. Todavia, segundo Francisco Rezek, a Lei n.
lisar a dimensão política conformadora do espaço a par- 8.617/93 já havia causado algumas alterações: a redução
tir de três esferas: a do Estado, a das empresas e a da da extensão do Mar Territorial (de 200 para as 12 milhas
sociedade civil. marítimas) e a adoção do conceito de Zona Econômica Ex-
Fonte: http://ripe.ufba.br/cogu/blog/espaco-politico clusiva (ZEE), correspondente as 188 milhas adjacentes ao
-e-geografia-pontuando-alguns-elementos Mar Territorial.
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Na verdade, os conceitos utilizados pela Convenção Mas lembra também os doutrinadores que essa relati-
não trouxeram, expressamente, o termo fronteira, mas sim vização – a passagem inocente – deve ser rápida e contínua,
algumas definições que amalgamaram a extensão da so- vez que há proibição de realização de manobras militares,
berania e a possibilidade de exploração econômica de um atos de propaganda, pesquisas e buscas de informações,
país no mar – seus limites. atividade de pesca, levantamentos hidrográficos etc.
O primeiro e importantíssimo conceito trata do Mar O segundo conceito criado pela CNUDM foi o de Zona
Territorial. Segundo J. F. Rezek (2005, p. 307) Mar Territo- Contígua, que é uma área reservada às medidas de fiscali-
rial “é a extensão da soberania do Estado costeiro além de zação, no que concernir à alfândega, à imigração, à saúde
seu território e de suas águas interiores”. Para este autor, e, ainda, à disciplina regulamentar dos portos e do trânsito
dentro desse conceito estão abrangidos o leito do mar, o pelas águas territoriais. Essa Zona não poderá ir além das
24 milhas marítimas, contadas da mesma linha de base do
respectivo subsolo e, ainda, o espaço aéreo sobrejacente.
Mar Territorial. Isso é o que consta do art. 33 da CNUDM.
Rezek construiu essa definição a partir dos arts. 2º e 3º,
É, portanto, na Zona Contígua que o Estado costeiro
ambos da CNUDM.
exerce ações de natureza preventiva, visando impedir a
Essa ideia de soberania do Estado costeiro está intrin-
ocorrência de delitos ou de outras anormalidades no ter-
secamente ligada ao imperativo de defesa do território. ritório nacional. É o caso, verbi gratia, das inspeções sa-
Para se ter uma noção acerca de sua importância, ao rom- nitárias em navios, para fins de conferência da qualidade
per do século XVIII adotava-se três milhas náuticas marí- dos gêneros transportados, ou das barreiras fitossanitárias
timas como Mar Territorial. Isso se justificava pelo alcance criadas, eventualmente, com a finalidade de impedir algu-
máximo da artilharia costeira à época. ma epidemia no território (nos últimos anos destacam-se
No século XX, e por volta da II Guerra Mundial (II GM), a da gripe aviária e, mais recentemente, a da gripe suína).
alguns Estados estenderam – sempre mediantes atos uni- Nessa faixa de 12 milhas náuticas, após o Mar Terri-
laterais – a largura dessa área (4, 6, 9 e mesmo 12 milhas torial, é que o País costeiro também inibe a entrada de
náuticas marítimas). imigrantes ilegais (de forma clandestina) no seu território,
A partir de 1952, diversos países da América Latina – a ou, ainda, evita que seres humanos sejam transportados
começar pelo Chile, Equador e Peru – decidiram estender de forma degradante, remontando-se, de certo modo, ao
esse limite até as duzentas milhas, correspondendo a 370 período do tráfico negreiro. Também nos últimos anos,
quilômetros, aproximadamente. Justificaram, tais países, inúmeros foram os casos de imigrantes clandestinos (a
essa medida, tendo em vista as necessidades de ordem maioria africanos) terem adentrado o território brasileiro,
econômica. Nesse caso é fácil perceber o grande motivo: utilizando-se como porta de acesso o mar, mesmo com a
os três países têm como parte substancial de suas econo- fiscalização e o controle já existente.
mias a pesca industrial em águas salgadas, sobretudo pelo Dentro desse aspecto, convém trazer à tona a recente
aproveitamento da qualidade e da quantidade do pescado, edição da Lei Complementar (LC) Nr 136, de 25 de agosto
como consequência da corrente marítima fria de Humboldt de 2010, que fez alterações importantes na LC 97, a qual
(ou do Peru) e da existência de uma área de ressurgência. dispõe sobre as normas gerais para a organização, o pre-
Os Estados Unidos não ficaram para trás: também logo paro e o emprego das Forças Armadas. Com base nessas
após a II GM reivindicaram o limite de 200 milhas para o alterações, a Marinha do Brasil (MB) recebera uma série de
mar territorial, “tendo em vista a necessidade de proteger atribuições subsidiárias para a fiscalização e o maior con-
o seu território contra armas de longo alcance” (MATTOS, trole sobre essa porção territorial: tratou-se da extensão do
poder de polícia - preventivo ou repressivo - a esta Força
1990, p. 70).
Armada.
O Brasil adotara o critério das 200 milhas náuticas, por
Seguiu tais alterações o já proposto e modificado pela
lei, apenas em março de 1970, tendo sido o 9º país da re-
LC Nr 117/2004, a qual atribuía apenas ao Exército o poder
gião a adotar esta medida. Mas essa extensão e delimi-
de polícia na faixa de fronteira terrestre do País [01], de for-
tação não ocorreram apenas na América Latina: na Guiné, ma integrada ou não. Agora, com o advento dessa nova LC,
fixou-se 80 milhas; na Islândia, 50 (o que, inclusive, lhe cus- as Três Forças estão legitimadas a atuarem com esse poder
tara um litígio com a Grã-Bretanha). na faixa fronteiriça [02].
Portanto, tem-se como Mar Territorial a faixa adjacente
ao litoral de 12 milhas náuticas, a contar da linha de base 2.4.3 ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA
do território. Por sua vez, linha de base é a linha litorânea
de maré mais baixa (baixa-mar). O terceiro conceito, agora muito mais ligado à explora-
A doutrina, baseada na CNUDM, alerta que essa sobe- ção econômica, vem ser o de ZEE (Zona Econômica Exclu-
rania não é absoluta como a do território, pois está sub- siva). Segundo Rezek (2005, p. 303-) é “uma faixa adjacente
metida a alguns senões. Como por exemplo, há o direito ao Mar Territorial e cuja largura máxima é de 188 milhas
de passagem inocente, reconhecido em favor dos navios náuticas contadas a partir do limite exterior daquele, com o
– mercantes ou de guerra – de qualquer Estado. que perfazem 200 milhas, a partir da linha de base”.
56
GEOGRAFIA
O art. 56, da CNUDM, expõe os direitos concernentes Ainda assim, inegável, pela redação do caput do artigo
ao Estado costeiro sobre essa faixa de água. Inclui-se a 18, CF, que o Brasil adota um modelo de Estado Federado
soberania, no que diz respeito à exploração e ao aprovei- no qual são considerados entes federados e, como tais, au-
tamento, a conservação e a gestão dos recursos naturais, tônomos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar cípios. Esta autonomia se reflete tanto numa capacidade de
e seu subsolo. Também autoriza a investigação científica auto-organização (normatização própria) quanto numa ca-
marinha e a produção de energia, a partir da água, das cor- pacidade de autogoverno (administrar-se pelos membros
rentes e dos ventos, e atribui como um dever a proteção e eleitos pelo eleitorado da unidade federada).
a preservação do meio marinho.
Apenas levando-se em conta essa Zona com fins de Artigo 18, §1º, CF. Brasília é a Capital Federal.
exploração econômica e pesquisa científica, soma-se
para o Poder Nacional brasileiro uma área de cerca de Brasília é a capital da República Federativa do Brasil,
3.500.000Km2 sendo um dos municípios que compõem o Distrito Federal.
Fonte: https://jus.com.br/artigos/17519/o-direito-do O Distrito Federal tem peculiaridades estruturais, não sen-
-mar-e-a-fronteira-maritima-brasileira. do nem um Município, nem um Estado, tanto é que o caput
deste artigo 18 o nomeia em separado. Trata-se, assim, de
unidade federativa autônoma.
Da organização político-administrativa
O artigo 18 da Constituição Federal tem caráter genéri-
Artigo 18, §2º, CF. Os Territórios Federais integram a
co e regulamenta a organização político-administrativa do
União, e sua criação, transformação em Estado ou reinte-
Estado. Basicamente, define os entes federados que irão gração ao Estado de origem serão reguladas em lei comple-
compor o Estado brasileiro. mentar.
Neste dispositivo se percebe o Pacto Federativo firma-
do entre os entes autônomos que compõem o Estado bra- Apesar dos Territórios Federais integrarem a União,
sileiro. Na federação, todos os entes que compõem o Es- eles não podem ser considerados entes da federação, logo
tado têm autonomia, cabendo à União apenas concentrar não fazem parte da organização político-administrativa,
esforços necessários para a manutenção do Estado uno. não dispõem de autonomia política e não integram o Es-
O pacto federativo brasileiro se afirmou ao inverso do tado Federal. São meras descentralizações administrativo-
que os Estados federados geralmente se formam. Trata-se territoriais pertencentes à União. A Constituição Federal de
de federalismo por desagregação – tinha-se um Estado 1988 aboliu todos os territórios então existentes: Fernando
uno, com a União centralizada em suas competências, e di- de Noronha tornou-se um distrito estadual do Estado de
vidiu-se em unidades federadas. Difere-se do denominado Pernambuco, Amapá e Roraima ganham o status integral
federalismo por agregação, no qual unidades federativas de Estados da Federação.
autônomas se unem e formam um Poder federal no qual
se concentrarão certas atividades, tornando o Estado mais Artigo 18, §3º, CF. Os Estados podem incorporar-se en-
forte (ex.: Estados Unidos da América). tre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem
No federalismo por agregação, por já vir tradicional- a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
mente das bases do Estado a questão da autonomia das mediante aprovação da população diretamente interessa-
unidades federadas, percebe-se um federalismo real na da, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
prática. Já no federalismo por desagregação nota-se uma complementar.
persistente tendência centralizadora.
Prova de que nem mesmo o constituinte brasileiro en- Artigo 18, §4º, CF. A criação, a incorporação, a fusão
tendeu o federalismo que estava criando é o fato de ter e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
colocado o município como entidade federativa autônoma. estadual, dentro do período determinado por Lei Comple-
mentar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
No modelo tradicional, o pacto federativo se dá apenas en-
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após
tre União e estados-membros, motivo pelo qual a doutrina
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresenta-
afirma que o federalismo brasileiro é atípico.
dos e publicados na forma da lei.
Além disso, pelo que se desprende do modelo de di-
visão de competências a ser estudado neste capítulo, aca- Como se percebe pelos dispositivos retro, é possível
bou-se esvaziando a competência dos estados-membros, criar, incorporar e desmembrar os Estados-membros e os
mantendo uma concentração de poderes na União e distri- Municípios. No caso dos Estados, exige-se plebiscito e lei
buindo vasta gama de poderes aos municípios. federal. No caso dos municípios, exige-se plebiscito e lei
estadual.
Art. 18, caput, CF. A organização político-administra- Ressalta-se que é aceita a subdivisão e o desmembra-
tiva da República Federativa do Brasil compreende a União, mento no âmbito interno, mas não se permite que uma
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos au- parte do país se separe do todo, o que atentaria contra o
tônomos, nos termos desta Constituição. pacto federativo.
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GEOGRAFIA
Art. 19, CF. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Artigo 103, CC. O uso comum dos bens públicos pode
Federal e aos Municípios: ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido le-
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio- galmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
ná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com
eles ou seus representantes relações de dependência ou Os bens da União estão enumerados no artigo 20 e
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de inte- os bens dos Estados-membros no artigo 26, ambos da
resse público; Constituição, que seguem abaixo. Na divisão de bens es-
II - recusar fé aos documentos públicos; tabelecida pela Constituição Federal denota-se o caráter
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências en- residual dos bens dos Estados-membros porque exige-se
tre si. que estes não pertençam à União ou aos Municípios.
Embora o artigo 19 traga algumas vedações expressas Artigo 20, CF. São bens da União:
aos entes federados, fato é que todo o sistema constitucio- I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vie-
nal traz impedimento à atuação das unidades federativas rem a ser atribuídos;
e de seus administradores. Afinal, não possuem liberdade II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
para agirem como quiserem e somente podem fazer o que fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
a lei permite (princípio da legalidade aplicado à Adminis- federais de comunicação e à preservação ambiental, defi-
tração Pública). nidas em lei;
Repartição de competências e bens III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
O título III da Constituição Federal regulamenta a orga- terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Es-
nização do Estado, definindo competências administrativas tado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam
e legislativas, bem como traçando a estrutura organizacio- a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os
nal por ele tomada. terrenos marginais e as praias fluviais;
Bens Públicos são todos aqueles que integram o pa- IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes
com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceâni-
trimônio da Administração Pública direta e indireta, sendo
cas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a
que todos os demais bens são considerados particulares.
sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao ser-
Destaca-se a disciplina do Código Civil:
viço público e a unidade ambiental federal, e as referidas
no art. 26, II;
Artigo 98, CC. São públicos os bens de domínio nacional
V - os recursos naturais da plataforma continental e
pertencentes as pessoas jurídicas de direito público interno;
da zona econômica exclusiva;
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
VI - o mar territorial;
pertencerem.
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
Artigo 99, CC. São bens públicos: IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios ar-
estradas, ruas e praças; queológicos e pré-históricos;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
destinados a serviço ou estabelecimento da administração § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao
federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
suas autarquias; administração direta da União, participação no resulta-
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das do da exploração de petróleo ou gás natural, de recur-
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito sos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de
pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. outros recursos minerais no respectivo território, platafor-
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, con- ma continental, mar territorial ou zona econômica exclusi-
sideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas ju- va, ou compensação financeira por essa exploração.
rídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de
direito privado. largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
como faixa de fronteira, é considerada fundamental para
Artigo 100, CC. Os bens públicos de uso comum do defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização
povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto con- serão reguladas em lei.
servarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Artigo 26, CF. Incluem-se entre os bens dos Estados:
Artigo 101, CC. Os bens públicos dominicais podem ser I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
alienados, observadas as exigências da lei. emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na for-
ma da lei, as decorrentes de obras da União;
Artigo 102, CC. Os bens públicos não estão sujeitos a II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que es-
usucapião. tiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da
União, Municípios ou terceiros;
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GEOGRAFIA
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura
União; aeroportuária;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário
da União. entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que trans-
ponham os limites de Estado ou Território;
Competência material e legislativa da União, Esta- e) os serviços de transporte rodoviário interestadual
dos e Municípios e internacional de passageiros;
1) Competência organizacional-administrativa ex- f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
clusiva da União XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Minis-
A Constituição Federal, quando aborda a competência tério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
da União, traz no artigo 21 a expressão “compete à União” e Defensoria Pública dos Territórios;
no artigo 22 a expressão “compete privativamente à União”. XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia mi-
Neste sentido, questiona-se se a competência no artigo 21 litar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Fede-
seria privativa. Obviamente, não seria compartilhada, pois ral, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
os casos que o são estão enumerados no texto constitu- Federal para a execução de serviços públicos, por meio de
cional. fundo próprio;
Com efeito, entende-se que o artigo 21, CF, enumera XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatísti-
competências exclusivas da União. Estas expressões que ca, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
a princípio seriam sinônimas assumem significado diverso. XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
Privativa é a competência da União que pode ser delegada diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
a outras unidades federadas e exclusiva é a competência da XVII - conceder anistia;
União que somente pode ser exercida por ela. XVIII - planejar e promover a defesa permanente con-
O artigo 21, que traz as competências exclusivas da tra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
União, trabalha com questões organizacional-administrati- inundações;
vas.
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos
Artigo 21, CF. Compete à União:
de seu uso;
I - manter relações com Estados estrangeiros e parti-
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urba-
cipar de organizações internacionais;
no, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
urbanos;
III - assegurar a defesa nacional;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional nacional de viação;
ou nele permaneçam temporariamente; XXII - executar os serviços de polícia marítima, aero-
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a portuária e de fronteiras;
intervenção federal; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
material bélico; pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a in-
VII - emitir moeda; dustrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fisca- derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
lizar as operações de natureza financeira, especialmente as a) toda atividade nuclear em território nacional so-
de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e mente será admitida para fins pacíficos e mediante aprova-
de previdência privada; ção do Congresso Nacional;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais b) sob regime de permissão, são autorizadas a comer-
de ordenação do território e de desenvolvimento econô- cialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e
mico e social; usos médicos, agrícolas e industriais;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, con- comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida
cessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos igual ou inferior a duas horas;
termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, d) a responsabilidade civil por danos nucleares inde-
a criação de um órgão regulador e outros aspectos institu- pende da existência de culpa;
cionais; XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do tra-
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, balho;
concessão ou permissão: XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exer-
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e ima- cício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
gens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o apro- Envolve a competência organizacional-administrativa
veitamento energético dos cursos de água, em articulação da União a atuação regionalizada com vistas à redução das
com os Estados onde se situam os potenciais hidroener- desigualdade regionais, descrita no artigo 43 da Constitui-
géticos; ção Federal:
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GEOGRAFIA
Artigo 43, CF. Para efeitos administrativos, a União po- XIV - populações indígenas;
derá articular sua ação em um mesmo complexo geoeco- XV - emigração e imigração, entrada, extradição e
nômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redu- expulsão de estrangeiros;
ção das desigualdades regionais. XVI - organização do sistema nacional de emprego e
§ 1º Lei complementar disporá sobre: condições para o exercício de profissões;
I - as condições para integração de regiões em desen- XVII - organização judiciária, do Ministério Públi-
volvimento; co do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria
II - a composição dos organismos regionais que exe- Pública dos Territórios, bem como organização adminis-
cutarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos trativa destes
planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de
aprovados juntamente com estes. geologia nacionais;
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da
outros, na forma da lei: poupança popular;
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens XX - sistemas de consórcios e sorteios;
de custos e preços de responsabilidade do Poder Público; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material
II - juros favorecidos para financiamento de atividades bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias
prioritárias; militares e corpos de bombeiros militares;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de XXII - competência da polícia federal e das polícias ro-
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; doviária e ferroviária federais;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e XXIII - seguridade social;
social dos rios e das massas de água represadas ou repre- XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
sáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. XXV - registros públicos;
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União in- XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
centivará a recuperação de terras áridas e cooperará com XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em
os pequenos e médios proprietários rurais para o estabele- todas as modalidades, para as administrações públicas di-
cimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena retas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
irrigação. Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
2) Competência legislativa privativa da União nos termos do art. 173, § 1°, III;
A competência legislativa da União é privativa e, sendo XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
assim, pode ser delegada. As matérias abaixo relacionadas marítima, defesa civil e mobilização nacional;
somente podem ser legisladas por atos normativos com XXIX - propaganda comercial.
abrangência nacional, mas é possível que uma lei comple- Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar
mentar autorizar que determinado Estado regulamente os Estados a legislar sobre questões específicas das ma-
questão devidamente especificada. térias relacionadas neste artigo.
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O documento que está no ápice da estrutura norma- 6) Limitações e regras mínimas aplicáveis à com-
tiva de um Estado-membro é a Constituição estadual. Ela petência organizacional-administrativa autônoma dos
deve guardar compatibilidade com a Constituição Federal, Municípios
notadamente no que tange aos princípios nela estabeleci- Os Municípios gozam de autonomia no modelo fede-
dos, sob pena de ser considerada norma inconstitucional. rativo brasileiro e, sendo assim, possuem capacidade de
A competência do Estado é residual – tudo o que não auto-organização, normatização e autogoverno.
obrigatoriamente deva ser regulamentado pela União ou Notadamente, mediante lei orgânica, conforme se
pelos Municípios, pode ser legislado pelo Estado-membro, extrai do artigo 29, caput, CF, o Município se normatiza,
sem prejuízo da já estudada competência legislativa con- devendo esta lei guardar compatibilidade tanto com a
corrente com a União. Constituição Federal quanto com a respectiva Constituição
O §3º do artigo 25 regulamenta a conurbação, que estadual. O dispositivo mencionado traça, ainda, regras mí-
abrange regiões metropolitanas (um município, a metró- nimas de estruturação do Poder Executivo e do Legislativo
pole, está em destaque) e aglomerações urbanas (não há municipais.
município em destaque), e as microrregiões (não conur- Por exemplo, só haverá eleição de segundo turno se o
badas, mas limítrofes, geralmente identificada por bacias município tiver mais de duzentos mil habitantes. Destaca-
hidrográficas). se, ainda, a exaustiva regra sobre o número de vereadores
A estrutura e a organização dos Poderes Legislativo e e a questão dos subsídios. Incidente, também a regra sobre
Executivo no âmbito do Estado-membro é detalhada na o julgamento do Prefeito pelo Tribunal de Justiça.
Constituição estadual, mas os artigos 27e 28 trazem bases O artigo 29-A, CF, por seu turno, detalha os limites de
regulamentadoras que devem ser respeitadas. despesas com o Poder Legislativo municipal, permitindo a
responsabilização do Prefeito e do Presidente da Câmara
Artigo 27, CF. O número de Deputados à Assembleia por violação a estes limites.
Legislativa corresponderá ao triplo da representação do
Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de Artigo 29, CF. O Município reger-se-á por lei orgâni-
trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os De-
ca, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
putados Federais acima de doze.
dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios esta-
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição
belecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, re-
Estado e os seguintes preceitos:
muneração, perda de mandato, licença, impedimentos
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
e incorporação às Forças Armadas.
para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e si-
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado
multâneo realizado em todo o País;
por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão
de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabe- II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
lecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término
o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do
153, § 2º, I. art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre eleitores;
seu regimento interno, polícia e serviços administrati- III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de
vos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos. janeiro do ano subsequente ao da eleição;
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no proces- IV - para a composição das Câmaras Municipais, será
so legislativo estadual. observado o limite máximo de: (Vide ADIN 4307)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000
Artigo 28, CF. A eleição do Governador e do Vice-Go- (quinze mil) habitantes;
vernador de Estado, para mandato de quatro anos, reali- b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de
zar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
turno, e no último domingo de outubro, em segundo habitantes;
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de
de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil)
janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, habitantes;
o disposto no art. 77. d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir ou- 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta
tro cargo ou função na administração pública direta ou mil) habitantes;
indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de
e observado o disposto no art. 38, I, IV e V. 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e vinte mil) habitantes;
dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de
da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cen-
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. to sessenta mil) habitantes;
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g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respec-
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 tivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subse-
(trezentos mil) habitantes; quente, observado o que dispõe esta Constituição, observa-
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais dos os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os
de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (qua- seguintes limites máximos:
trocentos e cinquenta mil) habitantes; a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do
de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de subsídio dos Deputados Estaduais;
até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habi-
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (sete- trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
centos cinquenta mil) habitantes; c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil ha-
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até
a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
900.000 (novecentos mil) habitantes;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil ha-
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um
a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
milhão e cinquenta mil) habitantes;
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponde-
até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; rá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes,
de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e
até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) ha- cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
bitantes; VII - o total da despesa com a remuneração dos Ve-
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de readores não poderá ultrapassar o montante de cinco por
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitan- cento da receita do Município;
tes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habi- VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opi-
tantes; niões, palavras e votos no exercício do mandato e na cir-
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais cunscrição do Município;
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da
até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Consti-
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de tuição para os membros do Congresso Nacional e na Consti-
mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes tuição do respectivo Estado para os membros da Assembleia
e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habi- Legislativa;
tantes; X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Jus-
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de tiça;
mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habi- XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras
tantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; da Câmara Municipal;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios XII - cooperação das associações representativas no
de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até planejamento municipal;
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleito-
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;
rado;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de
mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos
6.000.000 (seis milhões) de habitantes; do art. 28, parágrafo único (assumir outro cargo).
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de
mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até Artigo 29-A, CF. O total da despesa do Poder Le-
7.000.000 (sete milhões) de habitantes; gislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar
de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício
mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; anterior:
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Se- I - 7% (sete por cento) para Municípios com população
cretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câma- de até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela
ra Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Pro-
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; dução de efeito)
63
GEOGRAFIA
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população A fiscalização dos Municípios se dá tanto no âmbito
entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; interno quanto no externo. Externamente, é exercida pelo
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com popula- Poder Legislativo com auxílio de Tribunal de Contas. A cons-
ção entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhen- tituição, no artigo 31, CF, veda a criação de novos Tribunais
tos mil) habitantes; de Contas municipais, mas não extingue os já existentes.
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento)
para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos Artigo 31, CF. A fiscalização do Município será exer-
mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; cida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante contro-
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com popu- le externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
lação entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito Executivo Municipal, na forma da lei.
milhões) de habitantes; § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exer-
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para cido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados
Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Con-
e um) habitantes. tas dos Municípios, onde houver.
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de se- § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente
tenta por cento de sua receita com folha de pagamento, sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar,
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito membros da Câmara Municipal.
Municipal: § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta
I - efetuar repasse que supere os limites definidos nes- dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte,
te artigo; para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou legitimidade, nos termos da lei.
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou
na Lei Orçamentária. órgãos de Contas Municipais.
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presiden-
te da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. 7) Peculiaridades da competência organizacional
-administrativa do Distrito Federal e Territórios
As competências legislativas e administrativas dos mu- O Distrito Federal não se divide em Municípios, mas
nicípios estão fixadas no artigo 30, CF. Quanto à compe- em regiões administrativas. Se regulamenta por lei orgâni-
tência legislativa, é suplementar, garantindo o direito de ca, mas esta lei orgânica aproxima-se do status de Consti-
legislar sobre assuntos de interesse local. tuição estadual, cabendo controle de constitucionalidade
direto de leis que a contrariem pelo Tribunal de Justiça do
Artigo 30, CF. Compete aos Municípios: Distrito Federal e dos Territórios.
I - legislar sobre assuntos de interesse local; O Distrito Federal possui um governador e uma Câma-
II - suplementar a legislação federal e a estadual no ra Legislativa, eleitos na forma dos governadores e deputa-
que couber; dos estaduais. Entretanto, não tem eleições municipais. O
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competên- Distrito Federal tem 3 senadores, 8 deputados federais e 24
cia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obriga- deputados distritais.
toriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos Quanto aos territórios, não existem hoje no país, mas
fixados em lei; se vierem a existir serão nomeados pelo Presidente da Re-
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a pública.
legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de Artigo 32, CF. O Distrito Federal, vedada sua divisão
concessão ou permissão, os serviços públicos de interes- em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em
se local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada
essencial; por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
União e do Estado, programas de educação infantil e de § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
ensino fundamental; legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distri-
população; tais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Es-
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamen- taduais, para mandato de igual duração.
to territorial, mediante planejamento e controle do uso, do § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa
parcelamento e da ocupação do solo urbano; aplica-se o disposto no art. 27.
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cul- § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo
tural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo
federal e estadual. de bombeiros militar.
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GEOGRAFIA
Artigo 33, CF. A lei disporá sobre a organização admi- d) prestação de contas da administração pública, dire-
nistrativa e judiciária dos Territórios. ta e indireta.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municí- e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
pios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Ca- impostos estaduais, compreendida a proveniente de transfe-
pítulo IV deste Título. rências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas
§ 2º As contas do Governo do Território serão submeti- ações e serviços públicos de saúde”.
das ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal
de Contas da União. Artigo 35, CF. O Estado não intervirá em seus Municí-
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil ha- pios, nem a União nos Municípios localizados em Territó-
bitantes, além do Governador nomeado na forma desta rio Federal, exceto quando:
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e se- I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por
gunda instância, membros do Ministério Público e defenso- dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da
res públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a
lei;
Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da recei-
ta municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino
Intervenção nos Estados e Municípios
e nas ações e serviços públicos de saúde;
A intervenção consiste no afastamento temporário das IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representa-
prerrogativas totais ou parciais próprias da autonomia dos ção para assegurar a observância de princípios indicados
entes federados, por outro ente federado, prevalecendo a na Constituição Estadual, ou para prover a execução de
vontade do ente interventor. Neste sentido, necessária a lei, de ordem ou de decisão judicial”.
verificação de:
a) Pressupostos materiais – requisitos a serem verifica- Artigo 36, CF. A decretação da intervenção dependerá:
dos quanto ao atendimento de uma das justificativas para I - no caso do art. 34, IV (livre exercício dos Poderes),
a intervenção. de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Execu-
b) Pressupostos processuais – requisitos para que o ato tivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
da intervenção seja válido, como prazo, abrangência, con- Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
dições, além da autorização do Poder Legislativo (artigo 36, Judiciário;
CF). II - no caso de desobediência a ordem ou decisão ju-
A intervenção pode ser federal, quando a União inter- diciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do
fere nos Estados e no Distrito Federal (artigo 34, CF), ou Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior
estadual, quando os Estados-membros interferem em seus Eleitoral;
Municípios (artigo 35, CF). III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
representação do Procurador-Geral da República, na hipó-
Artigo 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem tese do art. 34, VII (observância de princípios constitucio-
no Distrito Federal, exceto para: nais), e no caso de recusa à execução de lei federal.
I - manter a integridade nacional; § 1º O decreto de intervenção, que especificará a
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se
Federação em outra; couber, nomeará o interventor, será submetido à aprecia-
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem ção do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislati-
pública; va do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes
ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraor-
nas unidades da Federação;
dinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII (execução de decisão/
que:
lei federal e violação de certos princípios constitucionais),
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais ou do art. 35, IV (idem com relação à intervenção em mu-
de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; nicípios), dispensada a apreciação pelo Congresso Nacio-
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias nal ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos suspender a execução do ato impugnado, se essa medida
em lei; bastar ao restabelecimento da normalidade.
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou deci- § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autorida-
são judicial; des afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impe-
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios dimento legal.
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regi-
me democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
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GEOGRAFIA
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GEOGRAFIA
lho feminino. Além disso, a partir do Censo de 2000, com em 2007) e, embora menos expressiva, em cargos dirigen-
a CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômi- tes como membros superiores do poder público, gerentes
cas, que adota novas desagregações dos setores e seções e diretores de empresas ( de 3,5% em 1998 para 4,2% em
de atividade , pôde-se esclarecer o peso de algumas ati- 2007). Esses números adquirem maior poder explicativo
vidades na ocupação feminina e diferenciá-la, por com- quando comparados à ocupação masculina, estável em
paração, do padrão masculino. É assim que, por exemplo, torno dos 4,5% a 5% nos dois grupos de ocupação men-
na prestação de serviços, em 2007, 16,4% das ocupadas e cionados, durante todo o período analisado.
cerca de 1% dos ocupados executavam serviços domés- Para observar mais de perto esses dois padrões de
ticos. Ou ainda, 16,9% das mulheres estavam exercendo gênero nas profissões, classificamos as famílias ocupa-
atividades na área de educação, saúde e serviços sociais cionais (agregados de ocupações) em faixas de maior ou
contra apenas 3,6% dos homens. E essas proporções são menor presença feminina, pelo montante de empregos
assemelhadas às de 2002. formais destinados às mulheres, em 2007 e , dentre cada
Mas quais são as profissões desenvolvidas pelos bra- faixa selecionamos profissões femininas mais e menos
sileiros e pelas brasileiras? tradicionais.
Analisando a matriz ocupacional de todos os traba- Assim, entre as famílias ocupacionais em que mais de
lhos desempenhados pelos brasileiros e brasileiras, entre 70% dos empregos são femininos, estão, p.ex., profissões
os anos 1998 e 2007, dois movimentos igualmente impor- de diversos níveis de qualificação, em que a presença da
tantes podem ser identificados². O primeiro diz respeito a mulher já é tradicional, como as Fonoaudiólogas ( 96%), as
um padrão de inserção profissional segundo o sexo que Nutricionistas (94%), as Professoras de nível superior do
tendeu a se repetir em 2002 e 2007, denotando uma clara ensino fundamental de 1ª a 4ª séries ( 82,5%), as Técnicas
segmentação quanto às áreas de atuação profissional de em Biblioteconomia ( 77%), as Cozinheiras ( 72,5%), as Bió-
homens e de mulheres. Cerca de 1/3 destas, por exemplo, logas e afins ( 71%).
desenvolviam profissões dos serviços, um pouco mais de Naquelas famílias em que, entre 50 e 69% dos em-
10% em atividades de vendas no comércio, igual propor- pregos são femininos, encontramos profissões tradicional-
ção em serviços administrativos. A proporção de trabalhos mente femininas, p.ex., Técnicas em Administração ( 55%),
femininos relativos à agropecuária, porém, decresceu no trabalhadoras da preparação da confecção de calçados (
período, acompanhando a queda da ocupação geral no 51%), ao lado de outras que vêm se feminizando celere-
setor: de 16,5% em 2002, para 13,8% em 2007. Quer di- mente, como Farmacêuticos ( 68%), Técnicos em Turismo
( 62%), Cirurgiões-Dentistas ( 59%). Finalmente, na outra
zer, os dados informam que para o grosso do contingente
ponta, entre as famílias ocupacionais em que menos de
feminino, as chances de trabalhar são maiores em deter-
30% dos empregos são femininos- podendo ser consi-
minados setores econômicos – principalmente o setor de
deradas redutos masculinos- podemos encontrar:- a pre-
Prestação de Serviços – , e em grupos de ocupações típi-
sença feminina mais disseminada, entre outros, junto aos
cos desse setor, nos quais sua presença já é tradicional,
Artistas de circo ( 29%), os Peritos criminais ( 27%), os Ca-
como professoras, pessoal de enfermagem, secretárias,
tadores de materiais recicláveis ( 22%), os Engenheiros ci-
recepcionistas. Representam, portanto, continuidades no
vis e afins ( 18%) e, – menos visível entre os trabalhadores
padrão de ocupação das mulheres.
de apoio à agricultura ( 13,5%), os Técnicos em pecuária (
Os homens, por seu lado, têm maiores chances em
11,5%), os Engenheiros mecânicos ( 6%), os Motoristas de
trabalhos de produção de bens e serviços industriais, de ônibus urbanos, metropolitanos e rodoviários ( 1%).
reparação e manutenção ( cerca de 33%), em profissões
da agropecuária ( pouco mais de 20% e também decres- Fonte: http://www.institutoiab.org.br/lugar-das-mu-
cente no período), de vendas ( 11%), em profissões técni- lheres-no-mercado-de-trabalho-setores-de-atividade-e
cas de nível médio ( próximo dos 7%). -estrutura-ocupacional/
O segundo movimento é a ampliação do leque profis-
sional das mulheres nos últimos 40 anos, de forma inques-
tionável e contínua, que se deve, entre outras razões, ao
aumento da sua escolaridade e à diversificação das suas
escolhas educacionais ( Veja série Mulheres brasileiras,
educação e trabalho). Os órgãos de imprensa nos lem-
bram desse movimento com frequência, ao localizarem
algumas “pioneiras” , p.ex., pilota comercial, reitora de
universidade, presidenta de banco ou de grande empre-
sa, militar, deputada, senadora ou vereadora, mas tam-
bém mecânica de automóvel, atleta, tratorista, condutora
de ônibus ou caminhão etc. As informações trazem indícios
que ratificam esse cenário. É crescente a participação femi-
nina, particularmente nas profissões de nível superior das
ciências e das artes ( 7,9% em 1998, 8,3% em 2002 e 9,5%
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GEOGRAFIA
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GEOGRAFIA
A urbanização tem suas particularidades, como, por 04) No que diz respeito à população brasileira, julgue
exemplo, a região Centro-Oeste ser a segunda região mais os itens seguintes. A população brasileira continua cres-
urbanizada do país. O fato é explicado pela construção de cendo, contudo em ritmo menor que no século XX, tendo
Brasília, associado à pecuária tradicional e à recente agri- aumentado o contingente populacional de idosos.
cultura moderna de grãos, atividades que exigem pouca C. Certo
mão-de-obra. E. Errado
Segundo a demógrafa Rosana Baeninger, da Unicamp,
o País passa por um novo ciclo de urbanização, marcado Resposta: Certo
pelo deslocamento ou migração de curta distância entre
regiões, até mesmo entre municípios próximos – é a cha- 05) Assinale a opção correta a respeito das desigual-
mada migração polinucleada. dades socioespaciais urbanas no Brasil.
Beaninger aponta outras mudanças, como a saturação A. O processo de favelização no Brasil corresponde à
econômica das grandes metrópoles, inibindo as ofertas de migração interna para áreas valorizadas nas cidades brasi-
empregos e a diminuição das fronteiras agrícolas, com o leiras, que simbolizam reservas de valor.
fim dos incentivos governamentais. B. Em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus,
A grande novidade é que a população rural de São Belo Horizonte e Recife, existem áreas precárias onde mo-
Paulo voltou a crescer (0,78%) de 1991 a 2000. O fato é ram migrantes oriundos de diferentes regiões do país, mo-
explicado pela expansão de novas atividades econômicas vidos pela ideologia do consumo e de um padrão de vida
no meio rural, como a agroindústria, os condomínios, com adequado nas grandes cidades.
serviços (incluindo o trabalho doméstico) e o turismo rural, C. Enquanto o Brasil meridional apresenta os maiores
com hotéis-fazenda. índices de pobreza nacionais, o Brasil setentrional repre-
senta a porção mais rica, do ponto de vista econômico, do
Exercícios território.
D. A relação entre o campo e a cidade minimizou as
01) Com relação à geografia urbana no Brasil, julgue os disparidades socioeconômicas nas grandes cidades, pois,
itens que se seguem. A especulação imobiliária que ocorre atualmente, há condições mínimas para que o trabalhador
atualmente nas porções centrais das áreas metropolitanas permaneça no campo.
brasileiras estimula a população a migrar destas áreas cen- E. A pobreza urbana advém da concentração de rique-
trais para a periferia. zas nas mãos de uma maioria.
C. Certo
E. Errado Resposta: B
Resposta: Certo
Resposta: Errado
Resposta: Certo
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ANOTAÇÕES
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
O mercantilismo tinha como objetivo básico o fortale- O exemplar mercantilismo holandês atraiu muitos es-
cimento do Estado nacional e caracterizou a busca de po- trangeiros, que abandonavam seus países devido às perse-
der e riqueza pelo mesmo. Seus principais defensores foram guições e com seus capitais favoreceram o crescimento da
os comerciantes e os manufatureiros. Enquanto defendiam Holanda, modelo de país capitalista no começo do século
o fortalecimento do Estado, seus interesses também eram XVII. Era dominada pelas grandes companhias comerciais,
defendidos. O mercantilismo era a aliança entre a burguesia tendo o poder central muito fraco, e desenvolvendo as ma-
e os reis, a fim de unificar e desenvolver o poderio nacional, nufaturas e o comércio interno e externo. Além disso, o in-
cada qual com sua razão e interesse próprio. tervencionismo estatal não existia neste país. Foram orga-
Apesar das variações de Estado para Estado e de épo- nizadas nesse país duas grandes companhias monopolistas
ca para época, houve uma série de princípios comuns que holandesas, com o objetivo de colonizar e explorar as pos-
orientaram a política mercantilista. O metalismo incentivava sessões espanholas na Ásia e luso-espanholas na América:
o acúmulo de ouro e prata, com o objetivo de facilitar a a Companhia das Índias Orientais (Ásia) e a Companhia das
circulação de mercadorias. Era fundamental para os paí- Índias Ocidentais (América). Através do desenvolvimento
ses arranjar novos mercados consumidores para poderem das manufaturas e do poderio dessas companhias, durante
comprar a baixos custos e vender os produtos a preços mais o século XVII a Holanda conseguiu acumular um grande
altos. Assim, uma balança de comércio favorável era indis- capital.
pensável à política econômica mercantilista. Para conseguir Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/forma-
isso, restringia-se a importação de manufaturas, através do cao-das-monarquias-nacionais-absolutismo-e-mercanti-
protecionismo. A única maneira de realizar grandes em- lismo.html
preendimentos era a formação de monopólios, onde os ca-
pitais eram unidos para monopolizar um ramo da produção
manufatureira. O monopólio pertencia ao Estado absolutis-
ta, e era transferido aos burgueses em troca de pagamento. 4) A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA.
No intervencionismo estatal o Estado intervinha na econo-
mia de acordo com os seus interesses, visando o fortaleci-
mento do poder nacional.
O Pacto ou Sistema Colonial foi a aplicação prática da
Expansão Marítima Portuguesa
formação de monopólios, que garantiam uma balança co-
mercial favorável. As metrópoles tinham exclusividade so-
Portugal foi a primeira nação a realizar a expansão ma-
bre as colônias, que produziam matérias-primas e produtos
rítima. Além da posição geográfica, de uma situação de paz
agrícolas tropicais vendidos a baixos custos e compravam
interna e da presença de uma forte burguesia mercantil; o
produtos manufaturados das metrópoles a elevados preços.
pioneirismo português é explicado pela sua centralização
Nos países europeus o mercantilismo era adaptado de
acordo com os recursos naturais disponíveis em cada um. política que, como vimos, era condição primordial para as
No mercantilismo espanhol, no século XVI não foram Grandes Navegações.
muito desenvolvidos o comércio e a manufatura, já que à A formação do Estado Nacional português está relacio-
Espanha o ouro e a prata bastavam. Até mesmo suas co- nada à Guerra de Reconquista - luta entre cristãos e muçul-
lônias eram abastecidas por manufaturas estrangeiras. O manos na península Ibérica.
rápido esgotamento dos minérios gerou a desvalorização A primeira dinastia portuguesa foi a Dinastia de Bor-
da moeda, e consequentemente, uma grande inflação, que gonha (a partir de 1143) caracterizada pelo processo de
prejudicou a classe mais pobre (assalariada) mas beneficiou expansão territorial interna.
a burguesia de toda a Europa. Entre os anos de 1383 e 1385 o Reino de Portugal co-
O mercantilismo inglês era fundamentalmente indus- nhece um movimento político denominado Revolução de
trial e agrícola. A política econômica inglesa era sempre Avis - movimento que realiza a centralização do poder po-
bem planejada. O governo incentivava a produção manufa- lítico: aliança entre a burguesia mercantil lusitana com o
tureira, protegendo-a da concorrência estrangeira por meio mestre da Ordem de Avis, D. João. A Dinastia de Avis é ca-
de uma rígida política alfandegária. Houve a formação de racterizada pela expansão externa de Portugal: a expansão
uma burguesia industrial, que empregava o trabalho assa- marítima.
lariado e era dona dos meios de produção (máquinas, gal- Navegações Tardias Inglaterra, França e Holanda.
pões, equipamentos).
O absolutismo atingiu sua maior força na França, onde O atraso na centralização política justifica o atraso des-
o Estado intervinha na economia de forma autoritária. O de- tas nações na expansão marítima: A Inglaterra e França en-
senvolvimento da marinha, das companhias de comércio e volveram-se na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e, após
das manufaturas mantinham a balança comercial favorável. este longo conflito a Inglaterra passa por uma guerra civil
O mercantilismo francês atingiu seu ápice com o rei Luís – a Guerra das Duas Rosas (1455-1485); já a França, no final
XIV. Era um país essencialmente agrícola, com o preço de do conflito com a Inglaterra enfrenta um período de lutas
seus produtos mantidos baixos para que os trabalhadores no reinado de Luís XI (1461-1483).
pudessem se alimentar e não reclamar dos baixos salários, Somente após estes conflitos internos é que ingleses,
o que era favorável para os manufatureiros. Mesmo com o durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603); e franceses,
incentivo e intervenção estatais, a França enfrentava uma durante o reinado de Francisco I iniciaram a expansão ma-
forte concorrência com a Inglaterra e a Holanda. rítima.
4
HISTÓRIA
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HISTÓRIA
6
HISTÓRIA
Portanto, era preciso iniciar o processo de conquistas O Início das Grandes Navegações Rumo à América
para os Países europeus conseguirem a principal fonte de Cristóvão Colombo, genovês, conheceu o mar com
poder e de riquezas: o ouro. quatorze anos e participou de expedições marítimas co-
merciais nas quais os comerciantes genovenses vendiam lã
A Situação de Portugal e compravam açúcar e especiarias. Desta forma, aprendeu
Neste período, Portugal era um dos Países europeus a navegar e passou a interessar-se pela cartografia. A partir
com maior desenvolvimento, haja vista ter sido o primeiro de então, gestou a ideia de alcançar o “fim do Oriente.”
País a centralizar o poder, a ascender a burguesia e a criar Para isso, passou a ser exímio conhecedor das navegações
uma Escola de Navegações. Esta, a Escola de Sagres, foi e começou a traçar uma rota de navegação, passando do
criada em 1417, no município de Sagres, reunindo vários Oriente ao Ocidente pelo Oceano Pacífico, como elucida
navegadores, cartógrafos, marinheiros e cosmógrafos, a fim Fredéric Mauro:
de desenvolver conhecimentos no campo marítimo para A sua nova profissão predispõe-no para investigações
as navegações realizadas à Ásia em busca das especiarias. eruditas. Lê muito: a geografia de Ptolomeu, por exemplo.
Então, somadas as questões da falta de metais na Europa, O manuscrito do astrônomo alexandrino (século II d. C.)
o alto conhecimento dos portugueses na navegação e o fora reencontrado no começo do século XV: descrevia o
desenvolvimento do País, Portugal estava preparado para mundo conhecido dando, para todos estes lugares, as suas
iniciar as Grandes Navegações. É o que demonstra o Pro- coordenadas em graus; a edição em princeps, utilizada por
fessor de História Moderna da Oxford University, J. H. Elliot: Colombo, possuía 27 cartas. Apoiando-se em Aristóteles,
A nova dinastia mantinha vínculos estreitos com proe- afirma a esfericidade da Terra e pretende que mesmo ocea-
minentes comerciantes e era sensível à preocupação que no banha as costas da Espanha e as da Ásia, o que leva
revelavam com a aquisição de novos mercados e de no- Colombo a tentar calcular a largura deste oceano. A sua
vas fontes de suprimentos de corantes, ouro, açúcar e es- conclusão; ‘entre o fim do Oriente e o fim do Ocidente não
cravos. Mas aventuras ultramarinas de Portugal no fim do existe mais que um pequeno mar.
Século XV também eram guiadas por outros interesses, às A Espanha, que estava disposta a iniciar as navegações,
vezes contraditórios. A nobreza procurava no ultramar no- decidiu apoiar a ideia de Cristóvão Colombo, por meio da
vas terras e novas fontes de riquezas. Rainha Isabel de Castela. François Lebrun narra este fato,
Assim sendo, consoante o mesmo autor, Portugal já até a data em que Colombo partiu das terras europeias:
em 1460 penetrou cerca de 2500 quilômetros na costa Cristóvão Colombo, supondo – mas erroneamente –
oeste da África e avançou para o Atlântico, estabelecendo que o Japão e a China se encontravam perto da Europa,
sua presença nas ilhas de Madeira, dos Açores e de Cabo pensou, por sua vez, que seria possível atingi-los direta-
Verde. mente navegando para oeste. Convenceu Isabel de Caste-
la do interesse do seu projeto e a rainha aceitou financiar
A Situação da Espanha lhe a expedição. Colombo partiu a 3 de agosto de 1492
A Espanha, por sua vez, com o fim da Guerra da Re- com três caravelas, fez-se a oeste e alcançou terra a 12 de
conquista, em 1492, que expulsou os mouros da Península outubro, persuadido de ter chegado à Ásia. Tinha, porém,
Ibérica, passou a ter suas cidades abertas para vastas pers- desembarcado numa das ilhas Bahamas, num ponto a que
pectivas comerciais, conforme foi explicado por Elliot: depois se chamou de San Salvador. Durante as três viagens
A Reconquista – o grande movimento dos reinos cris- que depois realizou, tocou em algumas das Antilhas e tam-
tãos da Península Ibérica para o sul, para regiões manti- bém no litoral do próprio continente americano. Morreu
das pelos mouros – ilustra um pouco a ampla gama de em 1506 em Valladolid sem suspeitar, ao que parece, que
possibilidades nas quais se poderiam buscar precedentes. não havia chegado às Índias da Ásia mas que, em vez disso,
Travada ao longo da fronteira que dividia o Cristianismo tinha descoberto um mundo até então desconhecido pelos
do Islã, a Reconquista foi uma guerra que ampliou os limi- Europeus. No entanto, depressa a verdade veio à tona e
tes da fé. Foi também uma guerra em busca de expansão no ano de 1507 um cartógrafo batizava esse novo mundo
territorial, conduzida e regulamentada, mesmo que nem com o nome de América – do nome de um navegador que
sempre controlada, pela coroa espanhola e pelas grandes sucedeu a Colombo, Amerigo Vespucci.
ordens religioso-militares, que no processo, obtinha vassa- Desta forma, pela primeira vez os europeus chegaram
los junto com vastas áreas de terra. Foi uma típica guerra à América e então iniciou-se o processo de conquista do
de fronteira, numa tática de ataques e específicos em busca denominado “Novo Mundo”.
de saques fáceis, oferecendo oportunidades de lucro com Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/arti-
resgates e escambos, e de recompensas mais intangíveis, cles/9545/1/Colonizacao-Europeia-na-America-do-Sul/
como honra e fama. Paacutegina1.html
Com o fim desta fase, os espanhóis não possuíam mais
a problemática dos saques e do clima de guerra, então es-
tavam finalmente dispostos a avançar a economia e a se
desenvolver. Por isso é que, baseados na experiência de
Portugal de avançar o além-mar, a Espanha, em 1492, mes-
mo ano em que encerrou a referida Guerra, decidiu iniciar
as navegações.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
Para encontrar Deus, bastaria levar vida piedosa e vir- Gournay propunha total liberdade para as atividades
tuosa; a Igreja tornava-se dispensável. Os iluministas criti- comerciais e industriais, consagrando a frase: “Laissez faire,
cavam-na por sua intolerância, ambição política e inutilida- laissez passar”.(Deixe fazer, deixe passar.). O escocês Adam
de das ordens monásticas. Os iluministas diziam que leis Smith, seu discípulo, escreveu A Riqueza das Nações (1765),
naturais regulam as relações entre os homens, tal como em que defendeu: nem a agricultura, como queriam os fi-
regulam os fenômenos da natureza. Consideravam os ho- siocratas; nem o comércio, como defendiam os mercanti-
mens todos bons e iguais; e que as desigualdades seriam listas; o trabalho era a fonte da riqueza. O trabalho livre,
provocadas pelos próprios homens, isto é, pela sociedade. sem intervenções, guiado espontaneamente pela natureza.
Para corrigi-las, achavam necessário mudar a sociedade, Os novos déspotas
dando a todos liberdade de expressão e culto, e proteção Muitos príncipes puseram em prática as novas ideias.
contra a escravidão, a injustiça, a opressão e as guerras. Sem abandonar o poder absoluto, procuraram governar
O princípio organizador da sociedade deveria ser a conforme a razão e os interesses do povo. Esta aliança de
busca da felicidade; ao governo caberia garantir direitos princípios filosóficos e poder monárquico deu origem ao
naturais: a liberdade individual e a livre posse de bens;
regime de governo típico do século XVIII, o despotismo
tolerância para a expressão de ideias; igualdade perante
esclarecido. Seus representantes mais destacados foram
a lei; justiça com base na punição dos delitos; conforme
Frederico II da Prússia; Catarina II da Rússia; José II da Áus-
defendia o jurista milanês Beccaria. A forma política ideal
variava: seria a monarquia inglesa, segundo Montesquieu e tria; Pombal, ministro português; e Aranda, ministro da Es-
Voltaire; ou uma república fundada sobre a moralidade e a panha.
virtude cívica, segundo Rousseau. Frederico II (1740-1786), discípulo de Voltaire e indife-
rente à religião, deu liberdade de culto ao povo prussiano.
Principais Filósofos Iluministas Tornou obrigatório o ensino básico e atraiu os jesuítas, por
Podemos dividir os pensadores iluministas em dois suas qualidades de educadores, embora quase todos os
grupos: os filósofos, que se preocupavam com problemas países estivessem expulsando-os, por suas ligações com o
políticos; e os economistas, que procuravam uma maneira papado. A tortura foi abolida e organizado novo código de
de aumentar a riqueza das nações. Os principais filósofos justiça. O rei exigia obediência mas dava total liberdade de
franceses foram Montesquieu, Voltaire, Rousseau e Diderot. expressão. Estimulou a economia, adotando medidas pro-
Montesquieu publicou em 1721 as Cartas Persas, em que tecionistas, apesar de contrárias às ideias iluministas. Pre-
ridicularizava costumes e instituições. Em 1748, publicou servou a ordem: a Prússia permaneceu um Estado feudal,
O Espírito das Leis, estudo sobre formas de governo em com servos sujeitos à classe dominante, dos proprietários.
que destacava a monarquia inglesa e recomendava, como O Estado que mais fez propaganda e menos praticou
única maneira de garantir a liberdade, a independência dos as novas ideias foi a Rússia. Catarina II (1762-1796) atraiu fi-
três poderes: Executivo; Legislativo, Judiciário. Voltaire foi lósofos, manteve correspondência com eles, muito prome-
o mais importante. Exilado na Inglaterra, publicou Cartas teu e pouco fez. A czarina deu liberdade religiosa ao povo
Inglesas, com ataques ao absolutismo e à intolerância e e educou as altas classes sociais, que se afrancesaram. A
elogios à liberdade existente naquele país. Fixando-se em situação dos servos se agravou. Os proprietários chegaram
Ferney, França, exerceu grande influência por mais de vinte a ter direito de condená-los à morte.
anos, até morrer. Discípulos se espalharam pela Europa e José II (1780-1790) foi o déspota esclarecido típico.
divulgaram suas ideias, especialmente o anticlericalismo. Aboliu a servidão na Áustria, deu igualdade a todos pe-
Rousseau teve origem modesta e vida aventureira. rante a lei e os impostos, uniformizou a administração do
Nascido em Genebra, era contrário ao luxo e à vida munda- Império, deu liberdade de culto e direito de emprego aos
na. Em Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os
não-católicos.
Homens (1755), defendeu a tese da bondade natural dos
O Marquês de Pombal, ministro de Dom José I de Por-
homens, pervertidos pela civilização. Consagrou toda a sua
obra à tese da reforma necessária da sociedade corrompi- tugal, fez importantes reformas. A indústria cresceu, o co-
da. Propunha uma vida familiar simples; no plano político, mércio passou ao controle de companhias que detinham o
uma sociedade baseada na justiça, igualdade e soberania monopólio nas colônias, a agricultura foi estimulada; no-
do povo, como mostra em seu texto mais famoso, O Con- breza e clero foram perseguidos para fortalecer o poder
trato Social. Sua teoria da vontade geral, referida ao povo, real.
foi fundamental na Revolução Francesa e inspirou Robes- Aranda também fez reformas na Espanha: liberou o
pierre e outros líderes. Diderot organizou a Enciclopédia, comércio, estimulou a indústria de luxo e de tecidos, dina-
publicada entre 1751 e 1772, com ajuda do matemático d’ mizou a administração com a criação dos intendentes, que
Alembert e da maioria dos pensadores e escritores. Proibi- fortaleceram o poder do Rei Carlos III.
da pelo governo por divulgar as novas ideias, a obra pas-
sou a circular clandestinamente. Os economistas pregaram
essencialmente a liberdade econômica e se opunham a ,
toda e qualquer regulamentação. A natureza deveria diri-
gir a economia; o Estado só interviria para garantir o livre
curso da natureza. Eram os fisiocratas, ou partidários da
fisiocracia (governo da natureza). Quesnay afirmava que a
atividade verdadeiramente produtiva era a agricultura.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
O trabalhador em razão deste processo perdeu o co- Guerra dos Sete Anos
nhecimento de todo a técnica de fabricação passando a Esta guerra ocorreu entre a Inglaterra e a França entre os
executar apenas uma etapa. anos de 1756 e 1763. Foi uma guerra pela posse de territórios
A Primeira etapa da Revolução Industrial na América do Norte e a Inglaterra saiu vencedora. Mesmo
Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada, assim, a metrópole resolveu cobrar os prejuízos das batalhas
primeiramente, à Inglaterra. Houve o aparecimento de in- dos colonos que habitavam, principalmente, as colônias do
dústrias de tecidos de algodão, com o uso do tear mecânico. norte. Com o aumento das taxas e impostos metropolitanos,
Nessa época o aprimoramento das máquinas a vapor contri- os colonos fizeram protestos e manifestações contra a Ingla-
buiu para a continuação da Revolução. terra.
A Segunda Etapa da Revolução Industrial
A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, Metrópole aumenta taxas e impostos
ao contrário da primeira fase, países como Alemanha, Fran- A Inglaterra resolveu aumentar vários impostos e taxas,
ça, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego além de criar novas leis que tiravam a liberdade dos norte-a-
do aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis mericanos. Dentre estas leis podemos citar: Lei do Chá (deu
derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da o monopólio do comércio de chá para uma companhia co-
locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos quími- mercial inglesa), Lei do Selo ( todo produto que circulava na
cos foram as principais inovações desse período. colônia deveria ter um selo vendido pelos ingleses), Lei do
A Terceira Etapa da Revolução Industrial Açúcar (os colonos só podiam comprar açúcar vindo das An-
Alguns historiadores têm considerado os avanços tec- tilhas Inglesas).
nológicos do século XX e XXI como a terceira etapa da Revo- Estas taxas e impostos geraram muita revolta nas colô-
lução Industrial. O computador, o fax, a engenharia genética, nias. Um dos acontecimentos de protesto mais conhecidos foi
o celular seriam algumas das inovações dessa época. a Festa do Chá de Boston ( The Boston Tea Party ). Vários co-
Fonte: http://www.sohistoria.com.br/resumos/revolu- lonos invadiram, a noite, um navio inglês carregado de chá e,
caoindustrial.php vestidos de índios, jogaram todo carregamento no mar. Este
protesto gerou uma forte reação da metrópole, que exigiu
dos habitantes os prejuízos, além de colocar soldados ingle-
10) A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS ses cercando a cidade.
UNIDOS DA AMÉRICA.
Primeiro Congresso da Filadélfia
Os colonos do norte resolveram promover, no ano de
1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo
Introdução que estava acontecendo. Este congresso não tinha caráter se-
Antes da Independência, os EUA era formado por treze paratista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior.
colônias controladas pela metrópole: a Inglaterra. Dentro do Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metró-
contexto histórico do século XVIII, os ingleses usavam estas pole e maior participação na vida política da colônia.
colônias para obter lucros e recursos minerais e vegetais não Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas
disponíveis na Europa. Era também muito grande a explora- do congresso, muito pelo contrário, adotou mais medidas
ção metropolitana, com relação aos impostos e taxas cobra- controladoras e restritivas como, por exemplo, as Leis Into-
dos dos colonos norte-americanos. leráveis. Uma destas leis, conhecida como Lei do Aquartela-
mento, dizia que todo colono norte-americano era obrigado
Colonização dos Estados Unidos a fornecer moradia, alimento e transporte para os soldados
Para entendermos melhor o processo de independên- ingleses. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta na colônia,
cia norte-americano é importante conhecermos um pouco influenciando diretamente no processo de independência.
sobre a colonização deste território. Os ingleses começaram
a colonizar a região no século XVII. A colônia recebeu dois Segundo Congresso da Filadélfia
tipos de colonização com diferenças acentuadas: Em 1776, os colonos se reuniram no segundo congresso
- Colônias do Norte : região colonizada por protestantes com o objetivo maior de conquistar a independência. Durante
europeus, principalmente ingleses, que fugiam das perse- o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Inde-
guições religiosas. Chegaram na América do Norte com o pendência dos Estados Unidos da América. Porém, a Inglater-
objetivo de transformar a região num próspero lugar para ra não aceitou a independência de suas colônias e declarou
a habitação de suas famílias. Também chamada de Nova In- guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e
glaterra, a região sofreu uma colonização de povoamento 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França
com as seguintes características : mão-de-obra livre, econo- e da Espanha.
mia baseada no comércio, pequenas propriedades e produ-
ção para o consumo do mercado interno. Constituição dos Estados Unidos
- Colônias do Sul : colônias como a Virginia, Carolina Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos
do Norte e do Sul e Geórgia sofreram uma colonização de com fortes características iluministas. Garantia a proprieda-
exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e tinham que de privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão,
seguir o Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mão- optou pelo sistema de república federativa e defendia os
de-obra escrava, produção para a exportação para a me- direitos e garantias individuais do cidadão.
trópole e monocultura. Fonte: http://www.suapesquisa.com/estadosunidos/
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
A política na França pré-revolucionária mostrava os si- No dia 9 de julho de 1789, reúne-se uma Assembleia
nais da decadência acumulada dos outros Reis absolutos, Nacional Constituinte, incumbida de elaborar uma Consti-
principalmente um déficit crônico no reinado Luís XVI, que tuição para a França. Isso significava que o Rei deixaria de
subiu ao trono em 1774. As críticas ao regime aumentavam ser o senhor absoluto do reino. A burguesia francesa, por
dia-a-dia. Os intelectuais, baseando-se nas teoria dos ilu- sua vez, apelou para o povo. No dia 14 de julho de 1789,
ministas, não poupavam seus escritos para criticar deses- toda a população parisiense avança, num movimento nun-
peradamente o regime. ca visto, para a Bastilha, a prisão política da época, onde o
responsável pela prisão foi preso e enforcado.
Os Antecedentes da Revolução O momento agora e dos camponeses, que percebem
O Rei, diante dessa situação, tenta alguns expedientes a fraqueza da nobreza e invadem os castelos, executan-
para resolver a questão. Convidou um iluminista de nome do famílias inteiras de nobres numa espécie de vingança,
de uma raiva acumulada durante séculos. Avançam sobre
Neckerque começou a trabalhar imediatamente, pois que-
a propriedade feudal e exigem reformas. A burguesia, na
ria ver sanado o mal do país. Necker, um homem de con-
Assembleia, temerosa de que as exigências chegassem
fiança do Rei, que pensa numa solução para a crise, era também às suas propriedades, propõe que se extingam os
preciso que todos pagassem impostos na França. Necker direitos feudais como única saída para conter o furor revo-
faz seu primeiro ato: manda publicar as contas do Estado, lucionário dos camponeses. A 4 de agosto de 1789, extin-
onde fica claro o enorme Déficit de 126 milhões de libras gue-se aquilo que por muitos séculos significou a opressão
Em seguida, com a anuência do Rei e da nobreza, convoca sobre os camponeses. A burguesia, preocupada em esta-
os Estados Gerais, única solução encontrada para discutir belecer as bases teóricas de sua revolução, fez aprovar, no
uma saída. dia 26 de agosto do mesmo ano, um documento que se
Os Estados Gerais, uma assembleia de todos os Esta- tornou mundialmente famoso: A Declaração dos Direitos
dos que desde 1614 não eram convocados, deveriam dis- do Homem e do Cidadão.
cutir mais ou menos abertamente uma solução para a cri-
se financeira e achar uma saída para que todos pagassem O Processo Revolucionário
impostos iguais. Todavia, o Terceiro Estado não pensava só 1ª fase - Assembleia Nacional Constituinte
nisso, mas também em aproveitar a oportunidade e fazer Um dos atos mais importantes da Assembleia foi o
exigências de caráter político. A notícia da convocação dos confisco dos bens do clero francês, que seriam usados
Estados Gerais caiu como uma bomba sobre a França. Da como uma espécie de lastro para os bônus emitidos para
noite para o dia todo o país foi invadido por milhares de superar a crise financeira. Parte do clero reage e começa a
se organizar Como resposta, a Assembleia decreta a Cons-
jornais, panfletos e cartazes. Os bares e os cafés tornaram-
tituição Civil do Clero isto é, o clero passa a ser funcionário
se centro de agitação, como o famoso Café Procope. A no-
do Estado, e qualquer gesto de rebeldia levara a prisão. A
breza e o Rei viam isso tudo apavorados: situação estava muito confusa. A Assembleia não conse-
“Já se propõe a supressão dos direitos feudais... Vossa guia manter a disciplina e controlar o caos econômico. O
Majestade estaria acaso determinado a sacrificar e humi- Rei entra em contato com os emigrados no exterior (prin-
lhar sua brava e antiga ... nobreza ?”; Este era um desespe- cipalmente na Prússia e na Áustria) e começam a conspirar
rado apelo da nobreza ao Rei. Como reagia o Terceiro Esta- para invadir a França, derrubar o governo revolucionário e
do? Organizava-se ainda mais e queria as transformações restaurar o absolutismo.
imediatamente. Os Estados Gerais começaram sua reunião Para organizar a contrarrevolução, o monarca foge da
de abertura no dia 5 de maio de 1789, sendo que dai em França para a Prússia, mas no caminho e reconhecido por
diante foi impossível deter a revolução. camponeses, é preso e enviado à Paris. Na capital, os se-
tores mais moderados da Assembleia conseguiram que o
A Revolução Estourou Rei permanecesse em seu posto. A partir daí uma grande
O Rei abre a sessão dos Estados Gerais fazendo um agitação tem início, pois seria votada e aprovada a Consti-
discurso de advertência contra as pretensões políticas: “Es- tuição de 1791. Esta constituição estabelecia, na França, a
tamos aqui para tratar de problemas financeiros e não para Monarquia Parlamentar, ou seja, o Rei ficaria limitado pela
tratar de política”. O Terceiro Estado reagiu prontamente, atuação do poder legislativo (Parlamento).
exigindo a qualquer custo que as reuniões fossem conjun- Neste poder legislativo era escolhido através do voto
censitário e isso equivalia dizer que o poder continuava
tas e não separadamente por Estados. Diante da negação,
nas mãos de uma minoria, de uma parte privilegiada da
o Terceiro Estado proclama-se em Assembleia Geral Nacio-
burguesia. Resumindo, o que temos é uma Monarquia Par-
nal. O Rei, desesperado diante do atrevimento dos repre- lamentar dominada pela alta burguesia e pela aristocracia
sentantes populares, manda fechar a saia de reuniões. Mas liberal, liderada, por exemplo, pelo famoso La Fayette, é o
o Terceiro Estado não se da por vencido e seus deputados total afastamento do povo francês. Os setores populares
se dirigem para um salão que a nobreza utilizava para jo- estavam descontentes, porque continuavam ainda sob o
gos. Lá mesmo fizeram uma reunião, onde ficou estabele- despotismo, não o da monarquia absoluta mas o despo-
cido que permaneceriam reunidos até que a França tivesse tismo dos homens do dinheiro, setores tradicionais da no-
uma Constituição. Esse ato ficou conhecido com o nome de breza e do clero conspiravam, com a anuência do Rei, para
O Juramento do Jogo de Pela. tentar restaurar o antigo regime.
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HISTÓRIA
Os grupos políticos organizavam-se para definir suas a proclamação da República, a primeira da França. Agora, o
posições: órgão que governará a França será a Convenção eleita por
No recinto da Assembleia, sentava-se à esquerda o par- voto universal.
tido liderado por Robespierre, que se aproximava do povo: A situação dos “partidos” políticos ficou mais nítida
eram os Jacobinos ou Montanheses (assim chamados por com a Convenção:
se sentarem nas partes mais altas da Assembleia); ao lado, - À direita, o grupo dos girondinos defendendo os in-
um pequeno grupo ligado aos Jacobinos, chamados Corde- teresses da burguesia, que nesse momento estava domi-
liers, onde apareceram nomes como Marat, Danton, Hebert nando a Convenção.
e outros; no centro, sentavam-se os constitucionalistas, de- - No centro, o grupo da planície (ou pântano), defen-
fensores da alta burguesia e a nobreza liberal, grupo que dendo os interesses da burguesia financeira, mas tendo
mais tarde ficará conhecido pelo nome de planície; à direita, uma atitude oportunista dizia-se estar do lado de quem
ficava um grupo que mais tarde ficará conhecido como Gi- estava no poder.
rondinos, defensores dos interesses da burguesia francesa e - À esquerda e no alto, a montanha (jacobinos), defen-
que temiam a radicalização da revolução; na extrema direita, sores dos interesses da burguesia e do povo.
encontram-se alguns remanecentes da aristocracia que ain-
O que fazer com o Rei? Os girondinos queriam man-
da não emigrara, conhecidos pelo nome de negros ou aris-
tê-lo vivo, pois temiam que sua execução fizesse com que
tocratas, que pretendiam a restauração do poder absoluto.
o povo quisesse mais reformas, o que ia contra seus in-
Quanto a situação externa, o clima era de total apreen-
são. As monarquias absolutas vizinhas olhavam para o que teresses. Os jacobinos queriam que o Rei fosse julgado e
estava acontecendo na França com grande temor. Tanto executado como traidor da pátria. A proposta jacobina saiu
é verdade, que alguns elementos emigrados da nobreza vencedora e o Rei foi executado. Os jacobinos tornavam-se
francesa pretendiam que países como a Áustria e a Prús- cada vez mais populares e eram apoiados pelos sans culot-
sia iniciassem imediatamente uma guerra contra a França. A tes. Por sua vez, os exércitos franceses aproveitavam suas
Assembleia Legislativa, sabedor dessa situação, raciocinava vitorias para propagar os ideais da revolução, e os países
da seguinte forma: ou expandimos o ideal revolucionário de governos absolutistas se sentiam cada vez mais sujeitos
para esses países ou, então, a França Revolucionaria ver-se-á à propaganda liberal. O novo governo revolucionário fran-
isolada e condenada ao fracasso. Daí a Assembleia também cês fez reformas de vários níveis, mas todas elas extrema-
pensar na guerra. mente moderadas, de tal forma que não questionassem o
poder dos girondinos.
2ª fase - Assembleia Legislativa Entretanto, os girondinos no poder viam na guerra
A Assembleia Legislativa francesa exigiu da Áustria e uma forma de aumentarem suas fortunas e, por isso, quan-
da Prússia um compromisso de não invasão e, como não to mais altos os preços dos produtos (alimentos, roupas),
foi atendida pelas monarquias absolutas, declarou guerra a melhor para eles. Na verdade, eram eles que os vendiam e
20 de abril de 1792. Luís XVI exultava, pois esperava que os quem os comprava era o povo que, em sua extrema pobre-
exércitos franceses fossem derrotados para que ele pudesse za, não podia comprar mercadorias caras. E nessa contra-
voltar ao poder como Rei absoluto; dessa forma, o Rei e a dição que vamos entender o porque da queda do governo
Rainha, a famosa Maria Antonieta, entram em contato com da Convenção do jacobinos. Os sans culottes, nas ruas de
os inimigos, passando-lhes segredos de guerra. A atuação Paris, exigiam reformas, controle dos preços, mercadorias
dos exércitos franceses foi um fracasso no campo de bata- baratas, salários altos, e os girondinos exigiam exatamente
lha. Na Assembleia, Robespierre denuncia a traição do Rei e o contrário. Nesse momento, os jacobinos (montanheses)
dos generais ligados a ele, que também estavam interessa- começam a liderar as reivindicações e conseguem que se
dos na derrota da França Revolucionaria. Num discurso aos forme a Comissão de Salvação Publica, tendo por obriga-
jacobinos, Robespierre dizia: “Não! Eu não me fio nos ge-
ção controlar os preços e denunciar os abusos feitos pelos
nerais e, fazendo exceções honrosas, digo que quase todos
altos comerciantes girondinos.
têm saudades da velha ordem, dos favores de que dispõe a
A agitação aumenta, os girondinos ficam cada vez mais
Corte. Só confio no povo, unicamente o povo.”
Nas ruas de Paris e das grandes cidades, os sans culottes temerosos diante das manifestações dos sans culottes. Au-
(maneira como os pobres das cidades se identificavam) se mentando a crise, uma região inteira da França, chamada
agitavam pedindo a prisão dos responsáveis pelas derrotas Vendéia, instigada pelo clero e pelos ingleses, levanta-se
da França diante dos exércitos austríacos e prussianos. num movimento contrarrevolucionário. Entre maio e junho
de 1793, o povo se levanta em Paris, cerca o prédio da Con-
3ª fase - A Convenção Nacional venção e exige a prisão dos Deputados traidores, isto é,
A 2 de setembro, pela manha, chegou a Paris a notí- dos girondinos. Os jacobinos (montanheses) aproveitaram
cia de que Verdun estava sitiada; Verdun, a última fortale- as manifestações de apoio dos sans culottes e depuseram
za entre Paris e a fronteira. Imediatamente, foi lançada uma os girondinos, instaurando um novo governo.
proclamação aos cidadãos: “À s armas cidadãos, às armas!
O inimigo está às portas !” Vários prisioneiros, suspeitos de
ligação com o antigo regime, foram massacrados pela po-
pulação. No dia 20 de setembro de 1792, chegou a Paris a
notícia da esmagadora vitória dos exércitos franceses so-
bre os exércitos prussianos e, no mesmo dia. foi oficializada
16
HISTÓRIA
Introdução
Contexto histórico A História do Brasil Imperial tem início em 7 de setem-
Em novembro de 1807, as tropas francesas napoleôni-
bro de 1822 com a proclamação de Independência do Bra-
cas invadiram Portugal. O rei português (D. João VI) e sua
sil por D. Pedro I. O término deste período é a Proclamação
corte fugiram para o Brasil. Em 22 de janeiro de 1808, a
da República, ocorrida no Rio de Janeiro, em 15 de novem-
família real chegou ao Brasil, dando início ao Período Joa-
nino. O governo português, instalado no Rio de Janeiro, bro de 1889. Durante esta época, o Brasil foi governado por
durou de 1808 a 1821. dois imperadores: D.Pedro I (de 1822 até 1831) e D.Pedro II
Realizações do governo Joanino (de 1840 até 1889). Entre os anos de 1831 e 1840, o Brasil
- Em 1808, D. João VI decretou uma lei que estabeleceu foi governado por regentes.
a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. A In-
glaterra foi a principal beneficiada desta lei, pois mantinha Principais fatos da História do Brasil Império (Cro-
estreitos laços comerciais com Portugal. nologia)
- Em 1808, D. João VI cancelou a lei que proibia o esta- 1822 - No dia 7 de setembro, D.Pedro I, às margens do
belecimento de indústrias no Brasil. riacho do Ipiranga em São Paulo, proclama a Independên-
- Assinatura de tratados comerciais com a Inglaterra, cia do Brasil. Início do Brasil Monárquico.
favorecendo a entrada e comercialização de produtos ma- 1822 - No Rio de Janeiro, em 12 de outubro, D.Pedro I
nufaturados ingleses no Brasil. Entre esses tratados, assi- é aclamado imperador do Brasil.
nados em 1810, podemos citar o Tratado de Comércio e 1823 - Reunião da Assembleia Geral Constituinte e Le-
Navegação e o tratado de Aliança e Amizade. gislativa do Brasil. A Assembleia foi dissolvida por D. Pedro
- Instalação de sistemas administrativos e jurídicos no I que criou o Conselho de Estado.
Rio de Janeiro, com a criação de tribunais e ministérios. 1824 - No dia 25 de março, D.Pedro I outorga a Primei-
- Estruturação econômica, com a fundação do Banco ra Constituição Brasileira.
do Brasil e da Casa da Moeda. 1824 - O nome oficial do país muda de Brasil para Im-
- Investimentos nas áreas de educação e cultura. Nes- pério do Brasil.
tas duas áreas, podemos destacar a criação de escolas de 1824 - Ocorre o movimento revolucionário conhecido
Medicina, do Jardim Botânico, da Biblioteca Real, da Aca- como Confederação do Equador.
demia Real de Belas Artes e da Imprensa Real. 1825 - Início da Guerra da Cisplatina, conflito entre
- Elevação do Brasil, em 1815, a Reino Unido de Portu- Brasil e Uruguai, que queria sua independência.
gal e Algarves. Desta forma, o Brasil deixou de ser (oficial- 1825 - A Independência do Brasil é reconhecida por
mente) uma colônia.
Portugal.
- Investimentos voltados para o desenvolvimento in-
1831 (13 de março) - Noite das Garrafadas: conflitos
dustrial do Brasil. Neste sentido, podemos destacar a ins-
de rua, no Rio de Janeiro, entre opositores e simpatizantes
talação de indústria de ferro em Minas Gerais e São Paulo.
Fim do Período Joanino (partidários) de Dom Pedro I.
Após a expulsão dos franceses e, na sequência, a Re- 1831 - Sofrendo pressões, D.Pedro I abdica do trono
volução Liberal do Porto, as Cortes de Portugal (compostas do Brasil.
por 205 deputados), passaram a exigir o retorno de D. João 1831 a 1840 - Período Regencial: Brasil é governado
VI. Em abril de 1821, com receio de perder a Coroa, D. João por regentes.
VI retornou para Portugal. Seu filho D. Pedro ficou no Brasil 1835 - 1845 - Ocorre a Revolução Farroupilha (Guerra
como príncipe-regente. dos Farrapos) no sul do país.
1834- Morte de D.Pedro I.
Governo Joanino e a Independência do Brasil 1835 - Revolta dos Malês no estado da Bahia.
Com o retorno de D. João VI (fim do governo joanino), 1835-1840 - Cabanagem: revolta popular ocorrida na
as Cortes de Portugal pretendiam recolonizar o Brasil, po- província do Pará.
rém D. Pedro I e seus partidários brasileiros emancipacio- 1837-1838 - Sabinada - revolta regencial ocorrida na
nistas não desejam mais o domínio português. Foi então Bahia.
que se formou o Partido Brasileiro, grupo composto basi- 1838-1841 - Balaiada - revolta popular ocorrida no in-
camente por integrantes da elite, que pressionaram D. Pe- terior da província do Maranhão.
dro I a lutar pela Independência do Brasil. Fato que ocorreu 1840 - Golpe da Maioridade: D.Pedro II assume o trono
em 7 de setembro de 1822. do Brasil com apenas 14 anos de idade.
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HISTÓRIA
1842 - Revolução Liberal na províncias de Minas Gerais A descoberta de novas técnicas permitiu a mecaniza-
e São Paulo. ção da produção, consolidando o sistema fabril com a apli-
1847 - É instituído o parlamentarismo no Brasil. cação dos capitais em máquinas e matérias-primas. Porém,
1848-1850 - Revolução Praieira, de caráter liberal e fe- o alto custo das máquinas e ferramentas industriais levava
deralista, ocorrida na província de Pernambuco. os empresários a utilizá-las intensivamente, a fim de recu-
1850 - Lei Eusébio de Queiróz que proibia o tráfico de perar os investimentos iniciais e obter lucros. Isso era feito
escravos. mediante o emprego de uma mão-de-obra barata e nume-
1854 - O empresário Barão de Mauá, em 30 de abril, rosa, submetida a jornadas médias de trabalho de dezesseis
inaugura a primeira ferrovia brasileira. horas por dia. Mulheres e crianças eram largamente empre-
1865-1870 - Ocorre a Guerra do Paraguai: Brasil, Ar- gadas, uma vez que sua remuneração era inferior à da mão-
gentina e Uruguai contra o Paraguai. de-obra masculina. Portanto, os objetivos dessa ideologia
era manter a inviolabilidade da propriedade privada, buscar
1870 - Lançamento do Manifesto Republicano.
cada vez mais, lucros aviltantes e tudo isso, é claro, às custas
1871 - Promulgada a Lei do Ventre Livre.
do trabalho humano – principal força criadora de riquezas.
1872 - Fundação do Partido Republicano.
1882 - A borracha ganha importância no mercado in- SOCIALISMO UTÓPICO
ternacional e o Brasil torna-se um grande produtor e ex- Também chamado de socialismo romântico, surge no
portador. início do século XIX e concebe a organização de uma socie-
1885 - Lei dos Sexagenários: liberdade aos escravos dade ideal sem conflitos ou desigualdades. Os pensadores
com mais de sessenta anos. buscam no Iluminismo e nos ideais da Revolução France-
1874 - Chegam em São Paulo os primeiro imigrantes sa os fundamentos de sua crítica à sociedade capitalista.
italianos (início da fase de imigração). O inglês Thomas Morus é o precursor, com o livro Utopia
1888 - No dia 13 de maio, a Princesa Isabel assina a Lei (1516), no qual afirma que a propriedade particular é a fon-
Áurea, acabando com a escravidão no país. te de toda injustiça social. Os principais representantes são
1889 - Em 15 de novembro, na cidade do Rio de Ja- o inglês Robert Owen, que defende a sociedade autogerida,
neiro, sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca, e os franceses Charles Fourrier, que pretende uma organi-
ocorre a Proclamação da República (fim do Brasil Império). zação em que todos vivam harmonicamente, e Saint-Simon,
Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/ que idealiza o domínio da ciência sobre uma sociedade sem
brasil_imperio.htm classes.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
Política de Alianças
Os países europeus começaram a fazer alianças po-
14) O MUNDO NA ÉPOCA DA PRIMEIRA
líticas e militares desde o final do século XIX. Durante o
GUERRA MUNDIAL: O IMPERIALISMO E
conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado
OS ANTECEDENTES DA PRIMEIRA GUERRA havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império
MUNDIAL; A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL; Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra
CONSEQUÊNCIAS DA PRIMEIRA GUERRA aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, forma-
MUNDIAL; A REPÚBLICA VELHA NO BRASIL; da em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino
CONFLITOS BRASILEIROS DURANTE A Unido.
REPÚBLICA VELHA. O Brasil também participou, enviando para os campos
de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os
países da Tríplice Entente.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) Desenvolvimento
Vários problemas atingiam as principais nações euro- As batalhas desenvolveram-se principalmente em trin-
peias no início do século XX. O século anterior havia deixa- cheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de
do feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extrema- dias entrincheirados, lutando pela conquista de peque-
mente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocor- nos pedaços de território. A fome e as doenças também
rida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também
haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por
isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens
ricas em matérias-primas e com um grande mercado consu- lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas in-
midor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contex- dústrias bélicas como empregadas.
to, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma Fim do conflito
forte concorrência comercial entre os países europeus, Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema impor-
principalmente na disputa pelos mercados consumidores. tância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA
entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos
Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre
comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e
as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenha-
França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os
dos numa rápida corrida armamentista, já como uma ma-
países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados ti-
neira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo.
veram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impu-
Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo
nha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha
entre os países, onde um tentava se armar mais do que o
teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada,
outro.
perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à
Existia também, entre duas nações poderosas da épo- França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar
ca, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de
no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o
Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revan- início da Segunda Guerra Mundial.
chismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mor-
oportunidade para retomar a rica região perdida. tos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu
O pan-germanismo e o pan-eslavismo também in- indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos.
fluenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia
uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, Principais causas que desencadearam a Primeira
em apenas uma nação, todos os países de origem germâ- Guerra Mundial:
nica. O mesmo acontecia com os países eslavos. - A partilha das terras da África e Ásia, na segunda me-
tade do século XIX, gerou muitos desentendimentos entre
O início da Grande Guerra as nações europeias. Enquanto Inglaterra e França ficaram
O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco com grandes territórios com muitos recursos para explorar,
Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante Alemanha e Itália tiveram que se contentar com poucos
sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investiga- territórios de baixo valor. Este descontentamento ítalo-
ções levaram ao criminoso, um jovem integrante de um germânico permaneceu até o começo do século XX e foi
grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência um dos motivos da guerra, pois estas duas nações queriam
da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro mais territórios para explorar e aumentar seus recursos.
-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com - No final do século XIX e começo do XX, as nações
relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou europeias passaram a investir fortemente na fabricação de
guerra à Servia. armamentos. O aumento das tensões gerava insegurança,
fazendo assim que os investimentos militares aumentas-
sem diante de uma possibilidade de conflito armado na
região;
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
A guerra relâmpago
Erich Von Manstein, general alemão, foi o principal res- A Segunda República Ou Era Vargas
ponsável pelo desenvolvimento da Blitzkrieg, a guerra relâm- A chamada Era Vargas está dividida em três momentos:
pago, uma tática militar que tinha como objetivo destruir o Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo.
inimigo por sua surpresa, rapidez e brutalidade. Tal técnica O período inaugurou um novo tipo de Estado, denominado
foi utilizada nas invasões alemãs da Polônia e da França, que
“Estado de compromisso”, em razão do apoio de diversas
levaram pouco mais de um mês para se consolidar, haja vista
forças sociais e políticas: as oligarquias dissidentes, classes
a eficiência da na África, Egito Marrocos e Argélia eram con-
médias, burguesia industrial e urbana, classe trabalhadora
quistados pelos forças Aliadas.
e o Exército. Neste “Estado de compromisso” não existia
Antissemitismo nenhuma força política hegemônica, possibilitando o for-
Além do expansionismo e das disputas territoriais, a talecimento do poder pessoal de Getúlio Vargas.
perseguição a grupos étnicos, sobretudo aos judeus e ciga-
nos, foi uma realidade na Segunda Guerra Mundial. Para o Governo Provisório (1930/1934).
nazismo, os judeus eram os grandes culpados pela crise do Aspectos políticos e econômicos
país passara no Período Entreguerras, devendo, portanto, ser No plano político, o governo provisório foi marcado
combatidos. Antes da eclosão da guerra, políticas segrega- pela Lei Orgânica, que estabelecia plenos poderes a Var-
cionistas já eram colocadas em prática pelos nazistas, como a gas. Os órgãos legislativos foram extintos, até a elaboração
obrigatoriedade da identificação pelo uso de uma Estrela de de uma nova constituição para o país. Desta forma, Vargas
Davi, símbolo religioso do judaísmo; proibição do casamento exerce o poder executivo e o Legislativo. Os governadores
entre judeus e alemães; demissão de judeus de cargos pú- perderam seus mandatos – por força da Revolução de 30 –
blicos; criação dos guetos e de campos de concentração; e a seus nomeados em seus lugares os interventores federais
mais radical de todas, a chamada solução final, que consistia (que eram escolhidos pelos tenentes). A economia cafeeira
na eliminação de prisioneiros através do uso de gás tóxico. receberá atenções por parte do governo federal. Para su-
perar os efeitos da crise de 1929, Vargas criou o Conselho
Fim da guerra Nacional do Café, reeditando a política de valorização do
Os Aliados começaram a derrotar o Eixo em 1942. No café ao comprar e estocar o produto. O esquema provo-
Pacífico, Estados Unidos e Austrália derrotaram os japone- cou a formação de grandes estoques, em razão da falta de
ses. Em fevereiro de 1943, os nazistas perderam a batalha de compradores, levando o governo a realizar a queimados
Stalingrado, na União Soviética, e foram expulsos da Bulgária, excedentes. Houve um desenvolvimento das atividades in-
Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia. Na África, Egi- dustriais, principalmente no setor têxtil e node processa-
to Marrocos e Argélia foram conquistados pelos forças Alia- mento de alimentos. Este desenvolvimento explica-se pela
das. Em julho do mesmo ano, Vitor Emanuel III, rei da Itália, chamada política de substituição de importações.
destituiu Mussolini do governo e assinou a rendição italiana
aos Aliados. No dia 6 de junho de 1944, os Aliados desembar-
A composição do Governo Provisório
caram na Normandia, França, na operação que ficou conheci-
Depois de criar um Tribunal Especial - cuja ação foi nula
da como “Dia D”. Era o início da libertação francesa e, no fim
da agosto, Paris estava livre. Em 2 de maio de 1945, soviéticos - com o objetivo de julgar “os crimes do governo deposto”,
e estadunidenses tomaram Berlim, dois dias depois do suicí- o novo governo organizou um ministério que, pela compo-
dio de Hitler e do alto-comando do Partido Nazista. Iniciou-se sição, nos mostra o quanto Getúlio estava compromissado
o processo de rendição das tropas nazistas, colocando, assim, com os grupos que lhe apoiaram na Revolução:
fim à guerra na Europa. Só o Japão resistia, mas, em agosto, - general Leite de Castro - ministro do Exército;
diante das bombas atômicas jogadas pelos Estados Unidos - almirante Isaías Noronha - ministro da Marinha;
em Hiroshima e Nagasaki, o imperador Hirohito se rendeu - Afrânio de Melo Franco (mineiro) - ministro do Ex-
aos Aliados. Chegava ao fim a Segunda Guerra Mundial, dei- terior;
xando cerca de 50 milhões de mortos e 35 milhões de feridos. - Osvaldo Aranha (gaúcho) - ministro da Justiça;
Os países vencedores levaram oficiais nazistas a julga- - José Américo de Almeida (paraibano) - ministro da
mento no Tribunal de Nuremberg, criado para esse fim, sob Viação;
acusação de crimes contra a humanidade. Outra conse- - José Maria Whitaker (paulista) - ministro da Fazenda;
quência da guerra foi a criação, em 1945, da Organização - Assis Brasil (gaúcho) - ministro da Agricultura.
das Nações Unidas (ONU), cujo objetivo é mediar conflitos Dentro ainda da ideia de compromisso, foram criados
entre países a fim de evitar novas guerras. dois novos ministérios:
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/segunda- - Educação e Saúde Pública - o mineiro Francisco Cam-
guerra-mundial/ pos;
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HISTÓRIA
- Trabalho, Indústria e Comércio - o gaúcho Lindolfo Em maio de 1932 houve uma manifestação contra Ge-
Collor. túlio que resultou na morte de quatro manifestantes: Mar-
Para Juarez Távora, pela sua admirável participação re- tins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Iniciou-se a radicalização
volucionária e pelo seu prestígio como homem de ação, do movimento, sendo que o MMDC passou a ser o símbolo
foi criada a Delegacia Regional do Norte. Pela chefia políti- deste momento marcado pela luta armada. Após três meses
ca dos estados brasileiros do Espírito Santo ao Amazonas, de combates as forças leais a Vargas forçaram os paulistas à
Juarez Távora foi chamado de O Vice-Rei do Norte. rendição. Procurando manter o apoio dos paulistas, Getúlio
A política cafeeira da Era Vargas Vargas acelerou o processo de redemocratização realizan-
do eleições para uma Assembleia Constituinte que deveria
O capitalismo passava por uma de suas violentas crises elaborar uma nova constituição para o Brasil.
de superprodução. Essas crises cíclicas do capitalismo eram
o resultado da ausência de uma planificação, o que produ- A constituição de 1934.
zia a anarquia da produção social.
As nações industriais com problemas de superprodu- Promulgada em 16 de novembro de 1934 apresentan-
do os seguintes aspectos:
ção acirravam o imperialismo, superexplorando as nações
- A manutenção da República com princípios federati-
agrárias, restringindo os créditos e adotando uma política
vos;
protecionista, sobretaxando as importações. - Existência de três poderes independentes entre si:
Neste contexto o café conheceu uma nova e violenta Executivo, Legislativo e Judiciário;
crise de superprodução, de mercados e de preços, que caí- - Estabelecimento de eleições diretas para o Executivo
ram de 4 para 1 libra nos primeiros anos da década de 30. e Legislativo;
Como o café era à base da economia nacional, a cri- - As mulheres adquirem o direito ao voto;
se poderia provocar sérios problemas para outros setores - Representação classista no Congresso (elementos
econômicos, tais como a indústria e o comércio, o que seria eleitos pelos sindicatos);
desastroso. - Criado o Tribunal do Trabalho;
Era preciso salvar o Brasil dos efeitos da crise mundial - Legislação trabalhista e liberdade de organização sin-
de 1929. Era necessário evitar o colapso econômico do País. dical;
Para evitá-lo, o governo instituiu uma nova política cafeei- - Estabelecimento de monopólio estatal sobre algumas
ra, visando o equilíbrio entre a oferta e a procura, a eleva- atividades industriais;
ção dos preços e a contenção dos excessos de produção, - Possibilidade da nacionalização de empresas estran-
pois a produção cafeeira do Brasil era superior à mundial. geiras;
Para aplicar esta política, Vargas criou, em 1931, o CNC - Instituído o mandato de segurança, instrumento jurí-
(Conselho Nacional do Café), que foi substituído em 1933 dico dos direitos do cidadão perante o Estado. A Constitui-
pelo DNC (Departamento Nacional do Café). Dentro desta ção de 1934 foi inspirada na Constituição de Weimar pre-
nova política tornou-se fundamental destruir os milhares servando o liberalismo e mantendo o domínio dos proprie-
de sacas de café que estavam estocadas. O então ministro tários visto que a mesma não toca no problema da terra.
da Fazenda, Osvaldo Aranha, através de emissões e impos-
tos sobre a exportação, iniciou a destruição do excedente Governo Constitucional (1934/1937).
do café através do fogo e da água, Período marcado pelos reflexos da crise mundial de
De 1931 a 1944, foram queimadas ou jogadas ao mar, 1929:
aproximadamente, 80 milhões de sacas. Proibiram-se no- - crise econômica,
- desemprego,
vas plantações por um prazo de três anos e reduziram-se
- inflação e
as despesas de produção através da redução dos salários e
- carestia.
dos débitos dos fazendeiros em 50%.
Neste contexto desenvolvem-se, na Europa, os regimes
Por ter perdido o poder político e pelo fato de ter de totalitários (nazismo e fascismo) – que se opunham ao so-
se submeter às decisões econômicas do governo federal, cialismo e ao liberalismo econômico. A ideologia nazifascis-
as oligarquias cafeeiras se opuseram à política agrária da ta chegou ao Brasil, servindo de inspiração para a fundação
Era Vargas. da Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada pelo jornalista
Plínio Salgado. Movimento de extrema direita, anticomunis-
Revolução constitucionalista de 1932 ta, que tinha como lema “Deus, pátria, família”. Defendia a
Movimento ocorrido em São Paulo ligado à demora de implantação deum Estado totalitário e corporativo. A milícia
Getúlio Vargas para reconstitucionalizar o país, a nomea- da AIB era composta pelos “camisas verdes”, que usavam
ção de um interventor pernambucano para o governo do de violência contra seus adversários. Os integralistas rece-
Estado (João Alberto). Mesmo sua substituição por Pedro beram apoio da alta burguesia, do clero, da cúpula militar e
de Toledo não diminuiu o movimento. O movimento teve das camadas médias urbanas.
também como fator a tentativa da oligarquia cafeeira re- Por outro lado, o agravamento das condições de vida
tomar o poder político. O movimento contou com apoio da classe trabalhadora possibilitou a formação de um movi-
das camadas médias urbanas. Formou-se a Frente Única mento de caráter progressista, contando com o apoio de li-
Paulista, exigindo a nomeação de um interventor paulista e berais, socialista, comunistas, tenentes radicais e dos sindi-
a reconstitucionalização imediata do país. catos – trata-se da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Luís
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HISTÓRIA
Carlos Prestes, filiado ao Partido Comunista Brasileiro foi deixou os integralistas insatisfeitos com Getúlio. Em maio
eleito presidente de honra. A ANL reivindicava a suspen- de 1938 os integralistas tentaram um golpe contra Vargas
são do pagamento da dívida externa, a nacionalização das – o Putsch Integralista – que consistiu numa tentativa de
empresas estrangeiras e a realização da reforma agrária. ocupar o palácio presidencial. Vargas reagiu até a chegada
Colocava-se contra o totalitarismo e defendia a democracia a polícia e Plínio Salgado precisou fugir do país.
e um governo popular.
A adesão popular foi muito grande, tornando a ANL Política Trabalhista
uma ameaça ao capital estrangeiro e aos interesses oligár- O Estado Novo procurou controlar o movimento traba-
quicos. Procurando conter o avanço da frente progressis- lhador através da subordinação dos sindicatos ao Ministério
ta o governo federal - por meio da aprovação da Lei de do Trabalho. Proibiram-se as greves e qualquer tipo de ma-
Segurança Nacional – decretou o fechamento dos núcleos nifestação. Por outro lado, o Estado efetuou algumas con-
da ANL. A reação, por parte dos filiados e simpatizantes, cessões, tais como, o salário mínimo, a semana de trabalho
foi violenta e imediata. Movimentos eclodiram no Rio de de 44 horas, a carteira profissional, as férias remuneradas.
Janeiro, Recife, Olinda e Natal – episódio conhecido como As leis trabalhistas foram reunidas, em 1943, na Consolida-
Intentona Comunista. ção das Leis do Trabalho (CLT), regulamentando as relações
entre patrões e empregados. A aproximação de Vargas jun-
O golpe do Estado Novo to a classe trabalhadora urbana originou, no Brasil, o popu-
No ano de 1937 deveriam ocorrer eleições presiden- lismo – forma de manipulação do trabalhador urbano, onde
ciais para a sucessão de Getúlio Vargas. A disputa presiden- o atendimento de algumas reivindicações não interfere no
cial foi entre Armando de Sales Oliveira – que contava com controle exercido pela burguesia.
o apoio dos paulistas e de facções de oligarquias de outros
Estados. Representava uma oposição liberal ao centralismo Política Econômica
de Vargas. A outra candidatura era a de José Américo de O Estado Novo iniciou o planejamento econômico, pro-
Almeida, apoiado pelo Rio Grande do Sul, pelas oligarquias curando acelerar o processo de industrialização brasileiro. O
nordestinas e pelos Partidos Republicanos de São Paulo e Estado criou inúmeros órgãos com o objetivo de coordenar
Minas Gerais. Um terceiro candidato era Plínio Salgado, da e estabelecer diretrizes de política econômica. O governo
Ação Integralista. interveio na economia criando as empresas estatais – sem
A posição de Getúlio Vargas era muito confusa – não questionar o regime privado. As empresas estatais encon-
apoiando nenhum candidato. Na verdade a vontade de trava-se em setores estratégicos, como a siderurgia (Com-
Getúlio era a de continuar no governo, em nome da esta- panhia Siderúrgica Nacional), a mineração (Companhia Vale
bilidade e normalidade constitucional; para tanto, contava do Rio Doce), hidrelétrica (Companhia Hidrelétrica do Vale
com apoio de alguns setores da sociedade. O continuísmo do São Francisco), mecânica (Fábrica Nacional de Motores)
de Vargas recebeu apoio de uma parte do Exército – Góes e química (Fábrica Nacional de Álcalis).
Monteiro e Eurico Gaspar Dutra representavam a alta cú-
pula militar – surgindo a ideia de um golpe, sob o pretexto Política administrativa.
de garantira segurança nacional. O movimento de “salva- Procurando centralizar e consolidar o poder político, o
ção nacional” – que garantiu a permanência de Vargas no governo criou o DASP (Departamento de Administração e
poder – foi a divulgação de um falso plano de ação comu- Serviço Público), órgão de controle da economia. O outro
nista para assumir o poder no Brasil. Chamado de Plano instrumento do Estado Novo foi a criação do DIP (Departa-
Cohen, o falso plano serviu de pretexto para o golpe de 10 mento de Imprensa e Propaganda), que realizava a propa-
de novembro de 1937, decretando o fechamento do Con- ganda do governo. O DIP controlava os meios de comuni-
gresso Nacional, suspensão da campanha presidencial e da cação, por meio da censura. Foi o mais importante instru-
Constituição de 1934. Iniciava-se o Estado Novo. mento de sustentação da ditadura que, ao lado da polícia
secreta, comandada por Filinto Muller, instaurou no Brasil
O Estado Novo (1937/1945). o período do terror: prisões, repressão, exílios, torturas etc.
O Estado Novo – período da ditadura de Vargas – Como exemplo de propaganda tem-se a criação da Hora do
apresentou as seguintes características: intervencionismo Brasil – que difundia as realizações do governo; o exemplo
do Estado na economia e na sociedade e um centralização do terror fica por conta do caso de Olga Benário, mulher de
política nas mãos do Executivo, anulando o federalismo re- Prestes, que foi presa e deportada para a Alemanha (grávi-
publicano. da). Foi assassinada num campo de concentração.
Há tempos, as indústrias vêm conquistando seu es-
A constituição de 1937. paço no território brasileiro, tornando-se muitas vezes um
Foi outorgada em 10 de novembro de 1937 e redigida dos elementos mais básicos de uma região. Trazem consi-
por Francisco Campos. Baseada na constituição polonesa go, sempre a característica marcante da mudança, tanto na
(daí o apelido de “polaca”) apresentava aspectos fascistas. cultura como na economia, ou até mesmo no espaço que
Principais características: centralização política e fortaleci- ela ocupa e no impacto que ela causará no meio ambiente.
mento do poder presidencial; extinção do legislativo; su- A seguir, veremos um pouco mais sobre as indústrias,
bordinação do Poder Judiciário ao Poder Executivo; insti- como e porque um lugar que comporta uma ou várias indús-
tuição dos interventores nos Estados e uma legislação tra- trias se modifica, e modifica a vida de sua população e como
balhista. A Constituição de 1937 eliminava a independência os meios de transporte e comunicação podem influenciar
sindical e extinguia os partidos políticos. A extinção da AIB para a industrialização de uma determinada região.
26
HISTÓRIA
Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em A exemplo do que ocorre em outros países industria-
uma determinada região? Como fica o desenvolvimento de lizados, existe no Brasil uma grande concentração espacial
uma região pouco industrializada? Essas e outras questões, da indústria no Sudeste. A concentração industrial nesta
serão abordadas, tendo como principal objetivo entender região é maior no Estado de São Paulo, por motivos históri-
melhor o papel desta gigante, chamada INDÚSTRIA! cos. O processo de industrialização, entretanto, não atin-
giu toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográ-
Nacionalismo ficos diferenciados e grandes desigualdades dentro da pró-
- Respeito pela formação natural dos povos, ligados pria região. A cidade de São Paulo, o ABCD (Santo André,
por laços étnicos, linguísticos e por outros laços culturais; São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema) e centros
- Direito de todos os povos lutarem por sua indepen- próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos
dência como nação; possuem uma superconcentração industrial, elaborando
espaços geográficos integrados à região metropolitana de
- Direito dos povos de viverem, com autodetermina-
São Paulo. Esta área se tornou o centro da industrialização,
ção, num território unificado.
que se expandiu nas direções: da Baixada Santista, da re-
gião de Sorocaba e do Vale do Paraíba – Rio de Janeiro e
A distribuição espacial das indústrias no Brasil interior, alcançando Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
A atividade industrial, antes muito concentrada no
Sudeste brasileiro, vem sendo melhor distribuída entre as As atividades econômicas e industriais nas 5 regiões
diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma ten- do Brasil
dência mundial, o Brasil vem passando por um processo Sudeste
de descentralização industrial, chamada por alguns autores Como descrito anteriormente, a região Sudeste é a que
de desindustrialização, que vem ocorrendo intra-regio- possui a maior concentração industrial do país.
nalmente e também entre as regiões. Nesta área, os principais tipos de indústrias são: auto-
Dentro da região Sudeste, essa desindustrialização mobilística, petroquímica, alimentares, de minerais não me-
está ocorrendo no ABCD Paulista, sendo que as indús- tálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É um
trias buscam menores custos de produção do interior centro industrial bem desenvolvido, marcado pela varieda-
paulista, como no Vale do Paraíba e ao longo da Rodo- de e volume de produção.
via Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Estas Várias empresas multinacionais operam nos setores au-
áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos tomobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos,
petroquímicos, etc. As empresas governamentais atuam
de mão-de-obra, transportes menos congestionados e, por
principalmente nos setores de siderurgia. Petróleo e meta-
tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida,
lurgia, enquanto empresas nacionais ocupam áreas diver-
o que é vital para polos tecnológicos. sificadas.
A desconcentração industrial entre as regiões vem O grande interesse de empresas multinacionais é prin-
determinando o crescimento de cidades-médias dotadas cipalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mer-
de boa infraestrutura e com centros formadores de mão- cado consumidor e pela exportação dos produtos indus-
de-obra qualificada, geralmente universidades. Além dis- triais a preços mais baixos. Quem observa a saída de navios
so, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, dos portos de Santos e do Rio de Janeiro tem oportunida-
de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e de de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil
vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão- para outros países.
de-obra extremamente barata. A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante muito
tempo como capital administrativa do Brasil até a criação de
A concentração industrial no Nordeste Brasília, possui também um grande parque industrial. Po-
A distribuição espacial da indústria brasileira, com rém, não possui as mesmas características de alta produção
acentuada concentração em São Paulo, foi determinada e concentração como a São Paulo. Constitui-se também,
pelo processo histórico, pois no momento do início da efe- de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias
tiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, de refino de petróleo, estaleiros, indústria de material de
os principais fatores para instalação das mesmas, podendo transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário,
alimentos, etc.
citar: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e trans-
Minas Gerais, tem um passado ligado à mineração, e,
portes.
devido a isso, assumiu importância no setor metalúrgico
Além disso, a atuação estatal através de diversos pla- após a 2 Guerra Mundial e passou a produzir principalmen-
nos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou te aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do
esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Sudeste. A cidade de Belo Horizonte tornou-se um centro
Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva con- industrial diversificado, com indústrias que vão desde o ex-
centração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico trativismo até setor automobilístico.
nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Hori-
econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se in- zonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a maioria
tegrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional apresentando ligação direta com algum produto ou com a
do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, ocorrência de matéria-prima. É o caso de Volta Redonda,
com a região Sudeste polarizando as demais. Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
A definição para a expressão guerra fria é de um confli- Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e
to que aconteceu apenas no campo ideológico, não ocor- seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam to-
rendo um embate militar declarado e direto entre Estados dos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo
Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países es- governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente
tavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi
conflito armado direto significaria o fim dos dois países muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem
e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcioná-
acabaram alimentando conflitos em outros países como, rios da KGB faziam os serviços secretos soviéticos.
por exemplo, na Coreia e no Vietnã.
A divisão da Alemanha
Paz Armada
Na verdade, uma expressão explica muito bem este Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em
período: a existência da Paz Armada. As duas potências en- duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A Re-
volveram-se numa corrida armamentista, espalhando exér- pública Democrática da Alemanha, com capital em Berlim,
citos e armamentos em seus territórios e nos países alia- ficou sendo zona de influência soviética e, portanto, so-
dos. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas cialista. A República Federal da Alemanha, com capital em
potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos países
ataque inimigo. capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro
Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo forças que venceram a guerra: URSS, EUA, França e Ingla-
objetivo era defender os interesses militares dos países terra. Em 1961 foi levantado o Muro de Berlim, para dividir
membros. A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico a cidade em duas partes: uma capitalista e outra socialista.
Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados
Unidos e tinha suas bases nos países membros, principal-
“Cortina de Ferro”
mente na Europa Ocidental. O Pacto de Varsóvia era co-
mandado pela União Soviética e defendia militarmente os
países socialistas. Em 1946, Winston Churchill (primeiro ministro britâni-
Alguns países membros da OTAN: Estados Unidos, Ca- co) fez um famoso discurso nos Estados Unidos, usando
nadá, Itália, Portugal, Inglaterra, Alemanha Ocidental, Fran- a expressão “Cortina de Ferro” para se referir à influência
ça, Suécia, Espanha (entrou em 1982), Bélgica, Holanda, Di- da União Soviética sobre os países socialistas do leste eu-
namarca, Áustria e Grécia. ropeu. Churchill defendia a ideia de que, após a Segunda
Alguns países membros do Pacto de Varsóvia: URSS, Guerra Mundial, a URSS tinha se tornado a grande inimiga
Cuba, China, Coreia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, dos valores ocidentais (democracia e liberdade, principal-
Albânia, Tchecoslováquia e Polônia. mente).
Corrida Espacial Plano Marshall e COMECON
EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no
As duas potências desenvolveram planos para de-
que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para
tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso ocor- senvolver economicamente os países membros. No final
ria, pois havia uma grande disputa entre as potências, com da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Pla-
o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema no Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente
mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete através de empréstimos, para reconstruir os países capi-
Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o talistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o CO-
espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde MECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de
acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, garantir auxílio mútuo entre os países socialistas.
com a missão espacial norte-americana.
Caça as Bruxas Envolvimentos Indiretos
Os EUA liderou uma forte política de combate ao co- Guerra da Coreia: Entre os anos de 1951 e 1953 a Co-
munismo em seu território e no mundo. Usando o cinema,
reia foi palco de um conflito armado de grandes propor-
a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as his-
ções. Após a Revolução Maoísta ocorrida na China, a Coreia
tórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando
o “american way of life”. Vários cidadãos americanos foram sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu
presos ou marginalizados por defenderem ideias próximas território. A região sul da Coreia resiste e, com o apoio mi-
ao socialismo. O Macarthismo, comandado pelo senador litar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra
republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coreia
nos EUA. Essa ideologia também chegava aos países alia- no paralelo 38. A Coreia do Norte ficou sob influência so-
dos dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo viética e com um sistema socialista, enquanto a Coreia do
com tudo que havia de ruim no planeta. Sul manteve o sistema capitalista.
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HISTÓRIA
Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e A entrada dos chineses na guerra fez com que os esfor-
1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. ços militares norte-americanos fossem intensificados. Ao
Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato longo de mais dois anos, o conflito chegou a um equilíbrio
tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados de forças que colocava em risco o interesse de ambos os
vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tro- lados. Dessa forma, os Estados Unidos resolveram possi-
picais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares bilitar negociações diplomáticas que pudessem dar fim à
morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tive- Guerra da Coreia. Em 1953, a assinatura do Armistício de
ram que abandonar o território vietnamita de forma vergo- Pan-munjom encerrou os conflitos e restaurou a linha divi-
nhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista. sória no Paralelo 38º.
Entretanto, o fim da guerra não significou o fim das
Fim da Guerra Fria e consequências tensões entre a Coreia do Norte e o bloco capitalista. Ao
longo do século XX, os norte-coreanos aproveitaram das
A falta de democracia, o atraso econômico e a crise discordâncias entre União Soviética e China para estabe-
nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise lecer um projeto de maior autonomia política. Com a que-
do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o da do bloco socialista a Coreia do Norte enfrentou graves
Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No dificuldades econômicas. Entretanto, desenvolveu políticas
começo da década de 1990, o então presidente da União eficientes nas áreas de educação e saúde.
Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialis-
Nas últimas décadas, a Coreia do Norte desenvolveu
mo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas,
um projeto de tecnologia nuclear com fins militares. Esta
acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se
atitude preocupa as nações capitalistas e órgãos interna-
enfraquecendo. Era o fim de um período de embates po-
cionais, que insistem em obter maiores informações sobre
líticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos
poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. os objetivos da ação norte-coreana. Indiferentes às pres-
Fonte: http://www.suapesquisa.com/guerrafria/ sões exercidas, as autoridades daquele país reivindicam
os princípios de soberania nacional para negar os pedidos
Guerra da Coreia vindos, principalmente, dos EUA. Com isso, há pouco tem-
O término da Segunda Guerra Mundial abriu portas po, o presidente George W. Bush resolveu incluir a Coreia
para que as práticas de natureza neocolonial perdessem do Norte entre os países que integram o chamado “Eixo
seu vigor. Entre as zonas de exploração imperialista per- do Mal”.
didas pelo Japão, a Coreia passou a ser controlada pelo Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historia-
poderio militar e econômico dos norte-americanos e so- geral/guerra-coreia.htm
viéticos. Na medida em que se desenvolvia a Guerra Fria, a
presença destas duas nações em território coreano instalou
a divisão política desse território.
Na porção setentrional, formou-se a República Demo- A GUERRA DO VIETNÃ (1961 – 1975),
crática da Coreia do Norte, de orientação socialista e in-
fluenciada pelos ditames do regime socialista soviético. Na
região sul, a orientação capitalista prevaleceu com a forma-
ção da República da Coreia do Sul. Divididos por uma linha A Guerra do Vietnã, que aconteceu entre os anos de
situada no Paralelo 38º, esses dois países logo entraram em 1959 e 1975, é tida como o conflito armado mais violento
conflito, objetivando restabelecer a hegemonia dos territó- que aconteceu na segunda metade do século XX, ocor-
rios sob o comando de um único governo. rendo nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul,
A primeira ação nesse sentido foi tomada pelos nor- Camboja e Laos. Ele não foi apenas o mais violento, como
te-coreanos, que inspirados pela vitória da revolução co- também o mais longo a acontecer logo após a Segunda
munista de Mao Tsé-tung, resolveram tentar experiência Guerra Mundial.
semelhante em território coreano. Logo depois da primeira
Contexto histórico
ofensiva militar que deu início ao conflito, as principais na-
Para que seja possível entender o porquê da Guerra do
ções do mundo se reuniram em torno da Organização das
Vietnã, é necessário que conheçamos um pouco da histó-
Nações Unidas para discutir essa questão. O bloco capita-
ria da região onde ocorreu tal conflito.
lista, aproveitando a ausência soviética, não reconheceu a
legitimidade deste conflito. Quando aconteceu a Segunda Guerra Mundial, o Japão
Os Estados Unidos, maiores interessados em dar fim invadiu e dominou uma região conhecida como Indochi-
ao conflito, enviaram um conjunto de tropas lideradas pelo na. Parte desse território era formada por Laos, Camboja e
general MacArthur. O propósito inicial da ofensiva norte-a- Vietnã, que viviam sobre o domínio francês, mas já ansia-
mericana era expulsar os norte-coreanos e, logo em segui- vam pela independência.
da, conquistar o restante da Coreia passando pelas frontei- Tentando reagir a invasão, os vietnamitas formaram a
ras do território chinês. Inconformados com as pretensões Liga Revolucionária para a Independência do Vietnã, que
norte-americanas, os chineses resolveram participar do era ligada ao partido comunista. Eles tinham como líder Ho
conflito quando, em novembro de 1950, enviou tropas de Chi Minh, um líder revolucionário que assim como todo o
apoio aos norte-coreanos. povo queriam a independência do país.
31
HISTÓRIA
Quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim teve civil em geral faziam campanhas nas ruas pedindo que o
início o processo de descolonização, que culminou na luta governo retirasse as tropas e retornasse com seus solda-
entre os guerrilheiros do Viet-Minh e as tropas francesas. dos para o país. A tv mostrava a todo momento as cenas
Com a derrota, os franceses foram obrigados a aceitar a bárbaras daquele conflito, milhares de soldados norte-a-
independência, e em 1954 na Conferência de Genebra, mericanos morrendo, e suas famílias em pânico sem nada
que havia sido convocada para negociar a paz, a França poder fazer.
reconheceu a independência do Vietnã, Laos e Camboja. Como não estava conseguindo nenhum sucesso na
Também ficou definido que o Vietnã passaria agora a ser guerra, tendo várias derrotas consecutivas, e também não
subdivido em dois: contando com o apoio da população, em 1975 o governo
– Vietnã do Norte: Que seria governado por Ho Chin dos EUA aceita o Acordo de Paris, retirando todas as suas
Minh, Socialista. tropas do Vietnã.
– Vietnã do Sul: Governado por Ngo Dinh Diem, capi- O Vietnã do norte se declarava vitorioso, a partir da-
talista e aliada dos Estados Unidos. quele momento.
Em 2 de julho de 1976 Vietnã foi reunificado sob o
Causas
regime comunista, aliado da União Soviética.
Com as diferenças políticas existentes entre o Vietnã
Consequências
do norte e o Vietnã do Sul, era claro que havia no ar um cli-
• Mais de 1 milhão de mortos
ma de instabilidade no que dizia respeito a paz entre eles.
• Mais de 2 milhões de mutilados e feridos
Era difícil que um socialista e um capitalista conseguissem
viver bem, lado a lado, com tantas diferenças políticas e • Destruição de casas e prejuízos econômicos no
ideologias tão próximas. Vietnã
No ano de 1959, os guerrilheiros comunistas chama- • Os campos agrícolas ficaram arrasados.
dos de vietcongues, atacaram uma base norte-americana Fonte: http://www.estudopratico.com.br/guerra-
que existia no Vietnã do Sul, sob o apoio de Ho Chi Minh e do-vietna-historia-causas-e-fotos/
dos soviéticos. A partir deste momento estava dada início
a Guerra do Vietnã.
Os Estados Unidos e a União Soviética se tornaram
parceiros, mesmo que de maneira indireta, com os países OS CONFLITOS ÁRABES-ISRAELENSES ENTRE
que se enfrentavam. Desde o início da Guerra, em 1959, até 1948 E 1974;
o ano de 1964, apenas o Vietnã do Norte e o do Sul se en-
frentaram. Ficando a Guerra restrita a suas diferenças po-
líticas e ideológicas, não envolvendo nenhum país vizinho.
A partir de 1964 os Estados Unidos deixaram de apoiar Primeira Guerra
indiretamente a guerra e passaram a assumir que estavam A primeira guerra entre árabes e israelenses foi cau-
realmente de dentro. Enviaram armamentos e soldados, sada pela independência de Israel e começou em maio de
que por não conhecerem muito bem o território, repleto de 1948, terminando em janeiro de 1949. De um lado esta-
florestas tropicais fechadas e uma enorme quantidade de va Israel; de outro, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria,
chuva, sofreram bastante. Os vietcongues possuíam vanta- membros da Liga Árabe.
gem por conhecer cada centímetro do local onde estavam A recusa árabe à partilha da Palestina, imposta pela
guerrilhando, e enquanto os EUA utilizavam de armamen- ONU, gerou a declaração de guerra à Israel em 15 de maio
tos modernos e helicópteros, os vietcongues faziam usos de 1948, um dia depois da fundação do Estado judeu.
de táticas de guerrilha que só eles dominavam. Os israelenses, que contavam com o apoio dos Estados
Essa falta de preparação dos norte-americanos em li- Unidos, derrotaram seus oponentes, ocuparam a Galiléia
dar com um ambiente desconhecido, lhe renderam a der-
e o deserto de Neguev. Com as conquistas, o território is-
rota no final da década de 1960. Era claro que os Estados
raelense passou de 14.500 km2 para 20.900 km2. Jerusa-
Unidos possuíam uma ótima tecnologia, mas isso não foi
lém, que tinha 105 mil árabes e 100 mil judeus, foi dividi-
suficiente para vencer a experiência de seus adversários.
da entre Jordânia e Israel, que incorporou os territórios a
Aproveitando a oportunidade, em 1968 os vietnamitas
do norte invadiram o Vietnã do Sul, dominando a embai- oeste do rio Jordão, a Cisjordânia. A Faixa de Gaza, com 40
xada dos Estados Unidos. Isso causou uma retaliação das quilômetros de comprimento e 8 quilômetros de largura,
tropas norte-americanas e do próprio Vietnã do Sul, que ficou com o Egito.
culminou no momento mais sangrento de toda guerra. Es- Esta primeira guerra criou um dos mais complicados
tima-se que milhares de pessoas morreram. problemas para a paz na região: um imenso número de
palestinos refugiados. Já na época eles eram mais de 300
O fim da guerra mil. Os palestinos - árabes que viviam na região antes da
Enquanto o governo dos Estados Unidos continuava criação do Estado de Israel - ficaram sem uma nação. Mui-
envolvido com a guerra, os jovens norte-americanos, fa- tos fugiram para o Líbano, para Gaza ou para a Jordânia.
ziam protestos contra a permanência do país no conflito.
No início do ano de 1979, grupos pacifistas e a população
32
HISTÓRIA
Guerra de Suez
Em outubro de 1956, Israel - apoiado pela França e In-
glaterra -, declarou guerra ao Egito por causa da nacionali- A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DA ÁSIA;
zação do canal de Suez e do fechamento do porto de Eilat,
no golfo de Ácaba, pelo então presidente egípcio Nasser.
O fechamento de Eilat e a nacionalização do canal Descolonização da África e da Ásia
ameaçavam os projetos judeus de irrigação do deserto de África e Ásia, desde o século XV, tornaram-se alvos de
Neguev e cortavam o seu único contato com o Mar Ver- disputa entre as nações europeias. Com o advento do capi-
melho. talismo comercial, na Era Moderna, a América tornou-se a
Na ofensiva, Israel conquistou a península do Sinai e área onde a exploração colonial foi mais intensa. Mas nem
controlou o Golfo de Ácaba, reabrindo o porto de Eilat. No por isso os europeus abandonaram as relações comerciais
entanto, pressões da União Soviética e dos Estados Unidos e o domínio político sobre a África e a Ásia.
fizeram Israel recuar às fronteiras de 1949, sob a supervisão
das tropas da ONU. Fatores da descolonização afro-asiática
Na década de 50, a resistência palestina se organizou, Na segunda metade do século XIX, em razão das ne-
tendo como mola propulsora a classe média exilada, que cessidades de mercado geradas pela segunda Revolução
tinha maior acesso à participação política. Daí nasceu a Industrial e em face das independências das colônias ame-
mais importante organização de resistência, a Organização ricanas, a Europa volta-se novamente à África e à Ásia, im-
para a Libertação da Palestina, a OLP, fundada em 1964. pondo o neocolonialismo.
As disputas entre as potências europeias pelos territó-
Nesta época também surgiu um importante grupo po- rios afro-asiáticos desencadearam a Primeira Guerra Mun-
lítico-militar palestino, chamado Al Fatah. Fatah é uma pa- dial. A Europa saiu enfraquecida da guerra, perdendo sua
lavra composta pelas iniciais invertidas, em árabe, de Mo- hegemonia para os Estados Unidos.
vimento para a Libertação Nacional da Palestina. Na ordem A crise do pós-Primeira Guerra na Europa foi acentua-
da ainda mais pela crise de 1929, que repercutiu nas áreas
correta, as iniciais formam a palavra hataf, que quer dizer
coloniais com o agravamento das condições de vida dos
morte.
colonos, que iniciaram greves e revoltas contra as metró-
Este grupo começou a tomar corpo entre 1956 e 1959
poles européias. Esses movimentos coloniais foram conti-
e projetou o nome de Yasser Arafat. O Fatah caracteriza-se
dos à força, mas acabaram resultando no nascimento de
como um movimento de caráter antissionista e anti-impe-
um forte sentimento nacionalista que se traduzia no desejo
rialista, com o objetivo de criar um Estado laico em territó-
de independência.
rio palestino. Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa declinou
completamente, sendo dividida em áreas de influência en-
Guerra dos Seis Dias tre EUA e URSS. O enfraquecimento da Europa significou o
fortalecimento do nacionalismo e o crescimento do desejo
Esta guerra envolveu Israel contra o Egito, a Jordânia de independência. Desejo esse que passou a se apoiar na
e a Síria. A partir de 1959, com a criação do Al Fatah, cres- Carta da ONU, que reconhecia o direito à autodetermina-
ceram os ataques terroristas palestinos às instalações ju- ção dos povos colonizados e que fora assinada pelos paí-
daicas. Cada ataque era respondido com uma retaliação ses europeus (os colonizadores).
israelense, muitas vezes maior que a investida sofrida e Em 1955, vinte e nove países recém-independentes re-
nem sempre dirigida especificamente contra os atacantes. uniram-se na Conferência de Bandung, capital da Indoné-
A tensão na região atingiu níveis críticos em 1966, sia, estabelecendo seu apoio à luta contra o colonialismo.
quando a Síria passou a dar apoio aos guerrilheiros pales- A Conferência de Bandung estimulou as lutas por indepen-
tinos. Em abril de 1967, a Força Aérea israelense atacou a dência na África e Ásia.
Jordânia e, no mês seguinte, o Egito colocou suas Forças Terminada a Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos
Armadas em alerta. e União Soviética passaram a liderar os dois grandes blo-
O presidente Nasser ordenou a retirada das tropas da cos, capitalista e comunista. Dentro do contexto da Guerra
ONU do Egito e as substituiu por divisões egípcias, ocu- Fria, buscaram a expansão de suas áreas de influência. Nes-
pando o golfo de Ácaba e bloqueando o porto israelense se sentido, passam a ver nos movimentos de independên-
de Eilat, que recebia suprimentos petrolíferos do Irã. cia afro-asiática a possibilidade de ampliar sua influência
No final de maio, Jordânia e Síria firmaram o Acordo política nas novas nações.
de Defesa Mútua com o Egito. Em julho, Israel atacou sem
declaração de guerra, dizimando a Força Aérea egípcia em As vias da descolonização
terra. O exército egípcio foi derrotado, juntamente com o A descolonização afro-asiática não foi um processo
da Jordânia e o da Síria. Como resultado, Israel conquistou homogêneo, ocorrendo de duas maneiras: a pacífica e a
a península do Sinai (devolvida ao Egito em 1982), a Faixa violenta.
de Gaza, a Cisjordânia e as colinas de Golã, aumentando No caso da via pacífica, a independência da colônia era
sua área para 89.489 km2. O cessar-fogo, decretado pela realizada progressivamente pela metrópole, com a conces-
ONU, foi atendido pelos árabes, mas Israel não retirou suas são da autonomia político-administrativa, mantendo-se o
tropas dos territórios ocupados. controle econômico do novo país, criando, dessa forma,
Fonte: http://www.batalhaosuez.com.br/historia22.htm um novo tipo de dependência.
33
HISTÓRIA
As independências que ocorreram pela via da violência Em 1887, a Indochina foi conquistada e submetida ao
resultaram da intransigência das metrópoles em conceder colonialismo francês. A França, em 1940, foi ocupada pe-
a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação, los alemães, cessando seu domínio sobre a região. No ano
geralmente vinculadas ao socialismo, que levaram a cabo seguinte, 1941, os japoneses ocuparam toda a Indochina,
as independências. com o consentimento do general Pétain, o que levou à for-
mação do movimento de resistência nacionalista, coman-
A descolonização da Ásia dado pelo Vietminh (Liga Revolucionária para a Indepen-
O fim do domínio inglês na Índia dência do Vietnã).
A Revolta dos Cípaios, 1858, colocou a Índia na esfera O Vietminh era liderado por Ho Chi Minh, dirigente co-
do domínio britânico, que culminou com a sagração da ra- munista, que após a derrota do Japão na Segunda Guerra
inha Vitória corno imperatriz dos indianos. proclamou a independência da República Democrática do
A dominação da Índia não foi uma tarefa difícil, pois a Vietnã (parte norte).
ausência de um governo centralizado, a diversidade de reli- Terminada a Segunda Guerra, os franceses não reco-
giões e a existência de uma sociedade de castas facilitaram nheceram o governo de Ho Chi Minh e tentaram, a partir
a penetração inglesa. de 1946, recolonizar a Indochina, ocupando as regiões do
A partir da década de 1920, Mahatma Gandhi e Ja- Laos, Camboja e o Vietnã do Sul, desencadeando a Guerra
warharlal Nerhu, através do Partido do Congresso, com da Indochina, que se estendeu até 1954, quando os france-
apoio da burguesia, passaram a liderar o movimento de ses foram derrotados na Batalha de Dien Bien Phu.
independência da Índia. No mesmo ano, realizou-se a Conferência de Genebra,
Gandhi pregava a desobediência civil e a não-violên- na qual a França retirava suas tropas e reconhecia a inde-
cia como meios de rejeição à dominação inglesa, transfor- pendência da Indochina, dividida em Laos, Camboja, Vietnã
mando-se na principal figura do movimento indiano pela do Norte e Vietnã do Sul.
independência. Laos e Camboja ficaram proibidos de manter bases mi-
A perda do poder econômico e militar pela Inglaterra litares estrangeiras em seu território, e no Vietnã deveriam
após a Segunda Guerra Mundial retirou-lhe as condições se realizar eleições num prazo de dois anos para decidir a
para continuar a dominação na Índia. reunificação.
Em 1947, os ingleses reconheceram a independência
indiana, que levou — em função das rivalidades religiosas
A Guerra do Vietnã
— à formação da União Indiana, governada por Nerhu, do
Pela Conferência de Genebra, o paralelo 17 estabelecia
Partido do Congresso, com maioria hinduísta, e do Paquis-
a divisão entre Vietnã do Norte — governado pelo líder
tão (Ocidental e Oriental), governado por Ali Jinnah, da
comunista Ho Chi Minh — e Vietnã do Sul governado pelo
Liga Muçulmana, com maioria islamita. O Ceilão também
rei Bao Dai, que colocou Ngo Dinh Diem como primeiro-
se tornava independente, passando a ilha a se denominar
ministro.
Sri-Lanka, com maioria budista.
A independência da Índia resultava de um longo pro-
Em 1955, Ngo Dinh Diem, com um golpe de Estado,
cesso de lutas nacionalistas, permeadas pelas divergências
religiosas entre hinduístas e muçulmanos, o que levou, em proclama a República, depondo o rei Bao Dai. Passa a rece-
1949, ao assassinato de Gandhi. ber o apoio dos EUA.
O Paquistão Oriental, em 1971, sob liderança da Liga No Vietnã do Sul estabeleceu-se um governo de ca-
Auami, separa-se do Paquistão Ocidental, constituindo a ráter impopular, marcado pelo autoritarismo de Ngo Dinh
República de Bangladesh. Diem que, em 1956, suspende as eleições estabelecidas
Mapa da descolonização da Ásia pela Conferência de Genebra.
A independência da Indonésia Em oposição ao seu governo, formou-se a Frente de
A Indonésia é formada por cerca de dezessete mil ilhas Libertação Nacional, em 1960, que contava com um exérci-
das quais seis mil são habitáveis, as que se destacam são to guerrilheiro, o Vietcong. O objetivo da Frente era depor
Java e Sumatra. Desde o século XVII até 1941, o arquipéla- Ngo Dinh Diem e unir o Vietnã do Sul ao Vietnã do Norte.
go esteve sob domínio holandês. Ngo Dinh Diem, em 1960, cancela as eleições, o que
Em 1941, durante as ofensivas da Segunda Guerra, o desencadeou o início da Guerra do Vietnã.
Japão passou a dominar a Indonésia, o que levou à forma- O Vietcong passou a contar com o apoio do Vietnã do
ção de um movimento nacionalista de resistência liderado Norte e Ngo Dinh Diem era apoiado pelos Estados Unidos,
por Alimed Sukarno. que, em 1961, enviam ajuda militar ao Sul. Em 1963, os
Com a derrota japonesa, em 1945, o movimento de re- vietcongs dominavam boa parte do território do Vietnã do
sistência proclama a independência do país, que não foi Sul. Neste mesmo ano morria o presidente norte-ameri-
aceita pela Holanda, que iniciou uma tentativa de recoloni- cano, John Kennedy, e o vice, Lyndon Johnson, assumia a
zação da Indonésia. presidência do país.
Sukarno, aglutinando os nacionalistas, lidera a guerri- No mês de agosto de 1964, dois comandantes norte-
lha contra a Holanda que, em 1949, reconhece a indepen- americanos deram o pretexto para o início dos bombar-
dência da Indonésia. deios sobre o Vietnã do Norte, alegando que seus navios
As lutas pela independência e a divisão da Indochina haviam sido atacados em Tonquim.
34
HISTÓRIA
Os bombardeios norte-americanos sobre o Norte pro- Durante a Segunda Guerra Mundial, o Egito foi palco
longaram-se até 1968, quando foram suspensos com o de manobras militares alemãs e italianas, comandadas pelo
início das conversações de paz, em Paris, entre norte-ame- general Rommel (Afrikakorps). Os ingleses, em 1942, expul-
ricanos e norte-vietnamitas. Como nos encontros de Paris saram as tropas do Eixo e impuseram o rei Faruk no poder.
não se chegou a uma solução, os combates prosseguiram. Em 1952, o general Naguib, com o apoio do Exército,
Em 1970, o presidente dos EUA, Richard Nixon, autori- depôs o rei e proclamou a República, assumindo o poder.
za a invasão do Camboja e, em 1971, tropas sul-vietnamitas Em 1954, o coronel Gamal Abdel Nasser substituiu o
e norte-americanas invadem o Laos.
general Naguib, mantendo-se no poder até 1970.
Os bombardeios sobre o Vietnã do Norte por aviões
dos EUA recomeçaram em 1972.
Desde 1968, a opinião pública norte-americana, perple- A independência da Argélia
xa diante dos horrores produzidos pela guerra, colocava-se A Argélia esteve subordinada ao colonialismo francês
contrária à permanência dos EUA no conflito, exercendo desde 1830. A partir da década de 1880, iniciou-se um pro-
uma forte pressão sobre o governo, que iniciou a retira- cesso de imigração francesa para o território argelino, ocu-
da gradual dos soldados. Em 1961, eram 184.300 soldados pando as melhores terras, que passaram a ser destinadas
norte-americanos em combate; em 1965, esse número se à vinicultura.
elevou para 536.100 soldados; e, em 1971, o número caía Os colonos franceses na Argélia, denominados pieds
para 156.800 soldados. noirs (pés pretos), tinham condições de vida superiores às
Em 27 de janeiro de 1973 era assinado o Acordo de dos argelinos e o grau de discriminação era muito grande.
Paris, segundo o qual as tropas norte-americanas se retira- Durante a Segunda Guerra Mundial, a invasão da Fran-
riam do conflito; haveria a troca de prisioneiros de guerra e ça pelos alemães provocou a divisão do território francês e
a realização de eleições no Vietnã do Sul. a formação de dois governos: Paris ficou diretamente con-
Com a retirada das tropas norte-americanas, os norte-
trolada pelos nazistas, e em Vicky estabeleceu-se o gover-
vietnaniitas e o Vietcong deram início a uma fulminante
ofensiva sobre o Sul, que resultou, em abril de 1975, na no colaboracionista do marechal Pétain. O general Charles
vitória do Norte. de Gaulle comandava a França livre. A Argélia passou a res-
Em 1976, o Vietnã se reunificava, adotando o regime ponder ao governo de Pétain.
comunista, sob influência soviética. Em 1945 ocorreram as primeiras manifestações pela
Em 1975, os movimentos de resistência no Laos e no independência — em razão da crise econômica do pós-Se-
Camboja também tomaram o poder, adotando o regime gunda Guerra na França, que nas áreas coloniais foi muito
comunista, sob influência chinesa. mais grave. Essas manifestações foram lideradas por mu-
Os soldados cambojanos com apoio vietnamita, em çulmanos, grupo religioso predominante na Argélia, mas
1979, derrubaram o governo pró-chinês do Khmer Verme- foram prontamente sufocadas pelos franceses.
lho.
Outras nações surgidas no processo de descolonização Mapa da descolonização da África
da Ásia A derrota francesa na Guerra da Indochina, em 1954,
As Filipinas, que desde o século XVI passava pelo do-
evidenciava o enfraquecimento do seu poder. Nesse mes-
mínio da Espanha, EUA e Japão, em 1946 é retomada pelos
norte-americanos, que lhe concedem a independência. mo ano, a população muçulmana da Argélia, movida pelo
A Birmânia, em 1948, tornou-se independente da In- nacionalismo islâmico, voltou a colocar se contra a França,
glaterra. através de manifestações que foram coibidas, mas que re-
A Malásia, em 1957, tornou-se independente da Ingla- sultaram na criação da Frente Nacional de Libertação.
terra e integrante da Comunidade Britânica, a Common- A Frente Nacional de Libertação passou a se organizar
wealth. militarmente para derrotar o domínio francês.
A descolonização da África No próprio ano de 1954 eclodia a guerra de indepen-
No início do século XX, 90,4% do território africano es- dência. Em 1957, ocorreu a Batalha de Argel, na qual os
tava sob domínio do colonialismo europeu. Apenas três Es- líderes da Frente foram capturados e levados presos para
tados eram independentes: África do Sul, Libéria e Etiópia. Paris, onde permaneceram até 1962.
A descolonização da África ocorreu de forma veloz. En- A violência praticada pelos franceses com a população
tre 1957 e 1962, 29 países tornaram-se independentes de civil na Batalha de Argel só fez aumentar ainda mais os des-
suas metrópoles europeias.
contentamentos dos argelinos.
A independência do Egito
Em 1958 é proclamada a IV República francesa. O ge-
O Egito estava sob domínio francês até 1881, quando
a Inglaterra assumiu o controle do território. Em 1914, tor- neral De Gaulle sobe ao poder e recebe plenos poderes
nou-se um protetorado inglês. (Protetorados eram áreas para negociar a paz com o Governo Provisório da Argélia,
de dominação onde os colonos gozavam de autonomia de estabelecido no Cairo (Egito).
decisões; a metrópole apenas supervisionava por meio de As negociações de paz se estendem até 1962, quando
um representante.) foi assinado o Acordo de Evian, segundo o qual a França
O fim do domínio colonial inglês cessou em 1936. Po- reconhecia a independência da Argélia, pondo fim à guerra
rém, a Inglaterra não abriu mão do controle que exercia que já durava oito anos.
desde 1875 sobre o Canal de Suez.
35
HISTÓRIA
A independência do Congo (antigo Zaire) A crise na qual mergulhou o Império Português, no sé-
Em 1867, a Bélgica funda a Sociedade Internacional culo XVII, levou à perda de grande parte de suas colônias
para a Exploração e Civilização da África, iniciando a ocu- para os espanhóis, holandeses e ingleses.
pação do Congo, que se tornou possessão belga a partir de Durante o neocolonialismo, na segunda metade do sé-
1885, e colônia em 1908. culo XIX, as possessões portuguesas ficaram reduzidas a
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os movimentos Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e aos arquipélagos de
de emancipação se generalizavam na África e, em 1960, na Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe.
Conferência de Bruxelas, a Bélgica concede a independên-
cia do Congo, que passa a constituir a República do Congo. Angola
O governo passou a ser exercido pelo presidente Jo- Em 1956, foi fundado o Movimento Popular pela Liber-
seph Kasavubu e pelo primeiro-ministro Patrice Lumumba. tação da Angola, MPLA, que em 1961 desencadeou as lutas
Em seguida à independência do país, na província de pela independência, sob a liderança do poeta Agostinho
Catanga, ocorre um movimento separatista liderado pelo Neto.
governador Moise Tchombe, que, apesar de proclamar a Outros dois movimentos surgiram dentro do processo
independência da província, não obteve o reconhecimento de lutas de independência: a União Nacional para a Inde-
internacional. Desencadeou-se, então, uma guerra civil. Ca- pendência Total de Angola, Unita, e a Frente Nacional de
tanga recebia apoio de grupos internacionais interessados Libertação de Angola, FNLA.
nos minérios da região e de tropas mercenárias belgas. Em 1974, foi assinado o Acordo de Alvor, segundo o
Em setembro de 1960, o presidente Kasavubu demite o qual os portugueses reconheceriam a independência de
primeiro-ministro Patrice Lumumba, e Joseph Ileo assume Angola em 1975, devendo ser formado um governo de
o Gabinete. Lumumba não aceitou sua demissão e o Congo transição composto pelo MPLA, Unita e FNLA.
passou a ter dois governos. Então, o coronel Mobutu dis- Os três grupos iniciaram entre si uma série de diver-
solveu os Gabinetes. Kasavubu foi preservado. Lumumba gências que culminaram com uma guerra civil e a invasão
foi aprisionado e levado para Catanga, onde foi assassina-
do país por tropas do Zaire e da África do Sul (apoiadas
do, em 1961. Sua morte provocou violentas manifestações
pela FNLA e Unita, respectivamente), que recebiam ajuda
dentro e fora do Congo. Internamente, a crise política se
militar norte-americana.
alastrava, o Congo se fragmentava, e as lutas dividiam a
O MPLA, liderado por Agostinho Neto, solicitou então
população.
ajuda de Cuba e, em 1976, derrotou as forças da Unita e
Em 1962, as forças da ONU intervieram no Congo para
da FNLA.
impedir a secessão de Catanga. Moise Tchombe foi para o
exílio.
Moçambique
Assumia o governo Cyrille Adula em meio aos movi-
Em 1962, foi criada a Frente de Libertação de Moçam-
mentos liderados pelos partidários de Lumumba (morto
em 1961), que se tornaria o símbolo da luta congolesa. bique, Frelimo, por Eduardo Mondlane, que iniciou as lutas
Os partidários de Lumumba dominavam boa parte do pela independência.
país, em 1964, quando Adula convida Moise Tchombe (re- Samora Machel, em 1969, assumiu a direção do movi-
cém-chegado do exílio) para auxiliá-los e vencer os rebel- mento, que passou a disputar, através da guerrilha, o con-
des. Adula renuncia e Tchombe assume o cargo de primei- trole do território.
ro-ministro. Em 1975, Portugal reconheceu a independência da Re-
pública Popular de Moçambique.
A guerrilha aumentava e, então, os EUA intensificaram
a ajuda militar — que já vinha concedendo — ao governo Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe
de Tchombe. Amilcar Cabral, em 1956, fundou o Partido Africano
Os partidários de Lumumba, em resposta, transforma- para a Independência da Guiné e Cabo Verde, PAIGC, que
ram 60 norte-americanos e 800 belgas em reféns da guer- desencadeia a luta pela independência a partir de 1961.
rilha, o levou a Bélgica a preparar uma ação de resgate, Em 1973, mais da metade do território da Guiné es-
provocando o fuzilamento de 60 reféns pelos guerrilheiros; tava sob domínio do PAIGC. Nesse ano, Amilcar Cabral é
os demais foram libertados. assassinado e assume Luís Cabral a presidência da recém-
O presidente Kasavubu, em 1965, demitiu o primeiro- proclamada República Democrática Antiimperialista e Anti-
ministro Tchombe e logo em seguida o general Mobutu dá colonialista da Guiné.
um golpe e assume a presidência do país, que a partir de Em 1974, o governo português reconhece a indepen-
1971, passa a se denominar República do Zaire. dência da Guiné.
O fim do Império Colonial Português Em 1975, Cabo Verde tem sua independência reconhe-
Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações dos cida por Portugal.
séculos XV, XVI e XVII. Em 1415, os portugueses iniciavam São Tomé e Príncipe, no mesmo ano que Cabo Verde,
a conquista de novos mundos, com a tomada de Ceuta, no tem sua independência reconhecida por Portugal.
Norte da África.
36
HISTÓRIA
Em 25 de abril de 1974, ocorreu a Revolução dos Cra- clatura para esses 19 anos de democracia no Brasil - Repú-
vos em Portugal, marcando a ascensão de um regime de- blica Liberal - baseia-se no fato de todos os importantes
mocrático que substituiu o governo fascista do presidente representantes do cenário político do país terem ocupado
Américo Tomás e do primeiro-ministro Marcelo Caetano, já o poder, ainda que em breves períodos. Costumava-se ro-
enfraquecido com a morte de Oliveira Salazar, que gover- tular tal momento democrático como de predominante-
nou Portugal entre 1932 e 1970, quando morreu. mente populista, pelas marcantes administrações de Ge-
O novo governo empossado em 1974 reconhecia no túlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, símbolos
ano seguinte as independências das colônias, o que signifi- emblemáticos desta corrente. Apesar de suas marcantes
cou a desintegração do Império Colonial Português. passagens pela presidência, a verdade é que os grandes
Consequências da descolonização afro-asiática grupos políticos foram todos representados no período.
A principal consequência do processo de descoloniza- A política brasileira estava centrada em três principais
ção afro-asiática foi a criação de um novo bloco de países partidos, entre os quais orbitavam menores siglas; os três
que juntamente com a América Latina passaram a compor grandes eram:
o Terceiro Mundo. • PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, visto como o
Essa denominação deve-se ao fato de que os países representante das classes mais baixas e humildes da socie-
originados a partir desses processos de independência dade, bem como da baixa classe média.
acabaram por manter vínculos de dependência econômica • PSD, Partido Social Democrático, cujos represen-
com os países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) tantes estavam alinhados aos interesses da alta classe mé-
ou com países socialistas desenvolvidos (Segundo Mundo). dia, proprietários rurais e membros do alto escalão do fun-
Fonte: http://www.coladaweb.com/historia/descoloni- cionalismo público.
zacao-da-asia-e-da-africa • UDN, União Democrática Nacional, partido visto
como defensor das classes em posição mais acima na pirâ-
mide social brasileira, e de orientação liberal-conservadora.
Em geral, os dois primeiros, PTB e PSD costumavam se
A REPÚBLICA BRASILEIRA ENTRE 1945 E unir à época das eleições, pois seus programas tinham mais
1985. pontos coincidentes entre si, em detrimento da UDN. Além
disso, os dois partidos foram criados por Getúlio Vargas
perto do fim do Estado Novo, para compor o novo cenário
democrático que se aproximava.
República Liberal no Brasil Por outro lado, o partido campeão de votos e domi-
Atualmente, o campo da historiografia denomina o nante no Congresso Nacional era o PSD, que não estava
breve período democrático vivido pelo Brasil entre 1945 e tão intimamente ligado às elites, mas também distante
1964 como “República Liberal”. Foram presidentes nestes das classes mais pobres. Corroborando tal equidistância,
19 anos: o PSD, no final do período, ao contrário da imagem lega-
• José Linhares (interino, 1945-1946) sem partido da de maior simpatia ao programa do PTB, estava mais
• Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) PSD ligado à agenda da conservadora UDN. Tal fato vai ligar-
• Getúlio Vargas (1951-1954) PTB se à implementação do golpe de 1964, pois o PTB rumava
• João Café Filho (interino, 1954-1955) PSP para uma maior radicalização, aliando-se a forças cada vez
• Carlos Luz (interino, 1955) PSD mais à esquerda, como o PCB, que mesmo na clandesti-
• Nereu de Oliveira Ramos (interino, 1955-1956) nidade, operava discretamente aliando-se aos trabalhistas.
PSD O medo da incerteza sobre até que ponto iria tal guinada
• Juscelino Kubitschek (1956-1961) PSD para a esquerda do partido do presidente João Goulart deu
• Jânio Quadros (1961) UDN o apoio da classe média aos militares para que dessem o
• Paschoal Ranieri Mazzilli (interino, 1961) PSD golpe, com o intuito de restabelecer o equilíbrio do status
• João Goulart (em regime parlamentarista, 1961- quo político. A intervenção militar deveria ser temporária,
1963) PTB tal como ocorreu com a intervenção que permitiu Jusceli-
• João Goulart (restauração do regime presidencia- no Kubitschek tomar posse como presidente eleito. Subiu
lista, 1963-1964) PTB ao poder o general Castelo Branco, que deveria ocupar o
• Paschoal Ranieri Mazzilli (interino, 1964) PSD mandato temporariamente até as eleições de 1965. Mas a
• Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967) percepção dos militares de que deveriam permanecer no
início do regime militar brasileiro poder, para “terminar o seu trabalho” predominou, e uma
Primeiramente, é importante lembrar que tal época nova ditadura, que poria fim ao período liberal se instalou.
do regime republicano brasileiro é estudado em capítulo Fonte: http://www.infoescola.com/historia/republica
à parte por se tratar de um breve hiato entre as duas dita- -liberal-no-brasil/
duras que puseram à prova a democracia brasileira: a pri-
meira, o Estado Novo de Getúlio Vargas, que vigorou entre
1937 e 1945 e a segunda, a ditadura dos chefes militares,
considerada mais drástica, que administrou o país no pe-
ríodo entre 1964 a 1985. Já a razão da moderna nomen-
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
No final de abril, 28 mil soldados em cem navios che- era enfraquecer o movimento fundamentalista que varria
garam ao arquipélago para defender seus habitantes, con- o Irã, pois temia-se que a recém-proclamada revolução,
siderados pela primeira-ministra britânica Margareth That- que derrubou o governo pró-ocidente do Xá Reza Pahlevi
cher parte da “tradição e reserva britânica”. A Argentina viesse a contaminar o regime instalado no Iraque, também
contava com uma tropa com 12 mil soldados nas ilhas e pró-ocidente.
cerca de 40 navios. Com números bastante desfavoráveis Inicialmente, o conflito pendeu para o lado iraniano,
e mal equipados, os argentinos foram forçados a se retirar reforçado com as armas vendidas pelos Estados Unidos na-
das ilhas, com 75 dias de guerra. Ao todo, 258 britânicos e quilo que ficou conhecido como o escândalo Irã-Contras.
649 argentinos morreram. Logo, porém, a superioridade e a experiência das forças ira-
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/guerra-das quianas pesou para o lado destes, pois muitos dos oficiais
-malvinas/ iranianos com prática acabaram perseguidos pelo novo re-
gime dos aiatolás.
Apesar da ajuda clandestina dos americanos, os países
A GUERRA IRÃ-IRAQUE (1980 – 1989), que apoiavam formalmente o esforço de guerra iraniano
eram a Líbia e Síria, enquanto que o Iraque tinha o respaldo
oficial de países como Arábia Saudita e Estados Unidos.
O conflito terminaria a 20 de agosto de 1988, resul-
É historicamente conhecido como Guerra Irã-Iraque o tando em um considerável enfraquecimento do regime
conflito que por cerca de 8 anos, mais precisamente de iraniano, que apesar disso, conseguiu manter intacta sua
1980 a 1988, envolveu as duas nações do Oriente Médio, e revolução. Aparentemente, Saddam Hussein obteve o que
terminou com a vitória do Iraque. queria, ou seja, inibir a influência iraniana na região, além
de obter um predomínio militar, acumulando grande nú-
mero de tanques, artilharia, aviões de combate e militares
altamente treinados.
Realmente, tudo parece apontar para esse cenário,
porque, um ano após terminado o conflito, o Iraque pa-
receu querer “experimentar” seu poderio militar adquirido,
aplicando-o ao pequeno vizinho mais ao sul, o Kuwait. En-
fim, o Iraque saiu com maiores vantagens político-militares
do conflito, mas não houve uma vitória decisiva, que ani-
quilasse o inimigo.
Estima-se que deste conflito resultaram 1 milhão de
mortos, 1 milhão e meio de feridos de ambos os lados, e
tudo isso a um custo total de 150 bilhões de dólares.
Fonte: http://www.infoescola.com/historia/guerra-ira
-iraque/
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HISTÓRIA
Este confronto dura nove anos, com o líder comu- Após a retirada dos soviéticos, que abandonam o
nista sustentado pelos soviéticos, e os rebeldes afegãos, aliado marxista à própria sorte, os mujahidin entram em
conhecidos como mujahidin, apoiados pelos Estados Uni- confronto com o governo comunista do então Presidente
dos, Paquistão e outros países muçulmanos, mais um dado Mohammed Nadjibullah. Vitoriosos, eles substituem o co-
estratégico na Guerra Fria entre as duas potências mun- munismo do deposto Brabak Karmal por um regime muçul-
diais. Neste mesmo momento histórico ocorriam também mano ultraconservador, o Talibã, contra o qual os norte-a-
a Revolução do Irã e o confronto entre Irã e Iraque. Alguns mericanos, posteriormente, entrarão em conflito, gerando
estudiosos acreditam que a Guerra do Afeganistão foi um em 2001 uma nova Guerra nesta região do Oriente Médio,
marco que deu início a conflitos não mais de ordem ideo- em consequência de um suposto apoio deste governo ao
lógica, mas sim de cunho cultural, ou seja, entre diferentes terrorista Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda.
identidades culturais – de um lado a civilização islâmica, de Fonte: http://www.infoescola.com/historia/guerra-do
outro, a ocidental -, porém não se pode esquecer a pre- -afeganistao-1979/
ponderância dos interesses econômicos que hoje regem o
mundo globalizado. A União Soviética principiou sua saída
do país invadido no dia 15 de maio de 1988, completando
a retirada em 15 de fevereiro de 1989. Muitos acreditam A GUERRA DO GOLFO (1991),
que a potência soviética teve prejuízos tão sérios com essa
aventura, comparada a dos Estados Unidos no Vietnã, que
acabaram por repercutir, em 1991, na queda da União So- Introdução
viética. A Guerra do Golfo foi um conflito armado que come-
A história do Afeganistão, porém, é bem mais comple- çou em agosto de 1990, após as tropas iraquianas terem
xa, e esse é apenas o início de uma longa e sangrenta guer- invadido o Kuwait.
ra civil, que cobra tributos muito altos até os nossos dias. A
derrota dos comunistas, porém, é neste instante uma vitó- Causas da Guerra
ria fundamental para os ortodoxos fundamentalistas e seus
aliados islâmicos. Tanto quanto o auxílio militar e financeiro Um dos motivos da invasão alegado pelo presidente
norte-americano, os afegãos receberam uma sustentação iraquiano, Saddam Hussein, foi que o Kuwait estava pre-
valiosa de países como a Arábia Saudita, que investiu até judicando o Iraque no comércio de petróleo, vendendo o
mais do que os Estados Unidos nesta região. Muitos sol- produto por um preço muito baixo. Com isso, o Iraque es-
dados islâmicos de outros países entraram no Afeganistão, taria perdendo mercado consumidor e precisando baixar
através do Paquistão, para lutar contra os soviéticos. Aliás, o preço de seu petróleo no mercado internacional. Para
esta nação foi intermediária no repasse dos recursos ian- diminuir os prejuízos, o Iraque pediu uma indenização mi-
ques para o país invadido, pois acima de tudo os adeptos lionária ao governo do Kuwait. O governo do Kuwait não
do Islamismo são contra os ocidentais, mais até do que aceitou a reivindicação de indenização e não efetuou o pa-
anticomunistas. Para melhor compreender a instabilidade gamento.
desta área, é necessário perceber o caldeirão de etnias e Havia também outro problema envolvendo os dos paí-
línguas distintas que compõe o Afeganistão – convivem ses do Oriente Médio. O Iraque reivindicava a devolução de
lado a lado pachtuns, grupo predominante no país, tad- um território que pertencia ao Kuwait, mas que o governo
jiques, hazaras, os aimak, uzbeques, turcomenos e outros. iraquiano afirmava que fez parte do Iraque no passado.
Em 1979, uma Revolução Islâmica triunfou no Irã, logo Como o Kuwait não pagou a indenização pretendida
ao lado do Afeganistão. Estava aberto o precedente para pelo Iraque e não entregou o território, o governo iraquia-
um feito semelhante neste país, ainda mais quando ele no enviou tropas que ocuparam o Kuwait, tomando os po-
se encontra acuado por tropas comunistas de um lado, e ços de petróleo.
pressente do outro o perigo do domínio norte-americano,
que já contagiava dois redutos importantes da região, Is- O desenvolvimento da guerra
rael e Egito, e tudo fazia para seduzir a Arábia Saudita. É
fácil perceber que, com a saída da União Soviética, grupos A ONU (Organização das Nações Unidas) condenou a
fundamentalistas, fortalecidos tecnológica e moralmente invasão e emitiu um documento exigindo a retirada ime-
pelo apoio financeiro-militar recebido dos Estados Unidos diata das tropas iraquianas do Kuwait. Ao mesmo tempo,
e de países vizinhos, sustentados pelo resgate da sua au- os Estados Unidos deslocaram tropas e aviões para a Ará-
toestima e por uma elevada tecnologia militar ao alcance bia Saudita, preparando-se para uma ação militar.
das mãos – herança do confronto com os comunistas –, Como o Iraque não retirou seu exército do Kuwait, a
providos de um aparato ideológico pretensamente justi- ONU autorizou a invasão militar do Iraque por um grupo
ficado pelo Islamismo, os afegãos estavam prontos para a de países (Inglaterra, França, Egito, Síria, Arábia Saudita),
Jihad, a Guerra Santa. Ironicamente este contexto se volta- liderados pelos Estados Unidos. O ataque ao Iraque teve
ria, futuramente, contra os maiores fomentadores destas inicio em janeiro de 1991 e durou um mês e meio.
circunstâncias, os Estados Unidos.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
O Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) O Governo Dilma Vana Rousseff (2011-2016)
No ano de 2002, as eleições presidenciais agitaram o O Governo Dilma Rousseff, teve muito momento de
contexto político nacional. Os primeiros problemas que altos e baixos , em 2010 foi eleita por maioria dos votos,
cercavam o governo FHC abriram brechas para que Lula sendo assim a primeira mulher a se tornar Presidente da
chegasse ao poder com a promessa de dar um outro rumo República.
à política brasileira. O desenvolvimento econômico trazido Em seu governo houve vários escândalos, podemos ci-
pelo Plano Real tinha trazido grandes vantagens à popula-
tar por exemplo, a corrupção da Petrobrás, e as famosas
ção, entretanto, alguns problemas com o aumento do de-
“pedaladas” fiscais.
semprego, o endividamento dos Estados e a distribuição
de renda manchavam o bloco governista. A economia neste governo não foi a das melhores para
Foi nesse contexto que Lula buscou o apoio de diver- nosso país, pois a população sofreu com alta da inflação,
sos setores políticos para empreender uma chapa eleitoral que com isso, os alimentos básicos da população subiram
capaz de agradar diferentes setores da sociedade brasilei- drasticamente de preço, o desemprego elevou seus índices
ra. No primeiro turno, a vitória de Lula sobre os demais e como se não bastasse a conta de luz ficou muito mais
candidatos não foi suficiente para lhe dar o cargo. Na se- cara atingindo sua marca maior, a bandeira vermelha.
gunda rodada da disputa, o ex-operário e retirante nor- Após o escândalo das chamadas “pedaladas fiscais”,
destino conseguiu realizar um feito histórico na trajetória Dilma Rousseff, foi julgada pelo Senado Federal, da qual,
política do país. estes escolheram pelo impeachment, pois a então presi-
Lula se tornou presidente do Brasil e sua trajetória de dente já havia sido condenada pelo Tribunal de Contas da
vida fazia com que diversas expectativas cercassem o seu União.
governo. Seria a primeira vez que as esquerdas tomariam Sendo assim, em meados de 2016, o governo de Dil-
controle da nação. No entanto, seu governo não se resume ma Rousseff sofreu impeachment, fazendo assim com que
a essa simples mudança. Entre as primeiras medidas toma- se vice Michel Temer assumisse o posto de Presidente da
das, o Governo Lula anunciou um projeto social destinado República.
à melhoria da alimentação das populações menos favore-
cidas. Estava lançada a campanha “Fome Zero”.
O Governo de Michel Temer ( 2016- até os dias atuais )
Essa seria um dos diversos programas sociais que mar-
O governo Temer, no entanto, um governo novo aos
caram o seu governo. A ação assistencialista do governo se
justificava pela necessidade em sanar o problema da con- brasileiros, já causa polêmica desde seu ínicio, em apenas 1
centração de renda que assolava o país. Tal medida inova- ano de governo, já se pronuncia em reformas da Previdên-
dora foi possível graças à continuidade dada às políticas cia e Trabalhistas, sob rumores de quase todos os políticos
econômicas traçadas durante a Era FHC. O combate à in- de sua chapa estarem envolvido em um escândalo de cor-
flação, a ampliação das exportações e a contenção de des- rupção junto a empresa ODEBRECHT, que delatou escân-
pesas foram algumas das metas buscadas pelo governo. dalos absurdos de lavagem de dinheiro para campanhas
A ação política de Lula conseguiu empreender um politicas e mensalões, delação esta que envolve o nome do
desenvolvimento historicamente reclamado por diversos então Presidente.
setores sociais. No entanto, o crescimento econômico do
Brasil não conseguiu se desvencilhar de práticas econômi-
cas semelhantes às dos governos anteriores. A manuten- Exercícios
ção de determinadas ações políticas foram alvo de duras
críticas. No ano de 2005, o governo foi denunciado por 01) A respeito da cristianização da Europa no período
realizar a venda de propinas para conseguir a aprovação medieval, assinale a opção correta.
de determinadas medidas. A. Devido ao isolamento dos monastérios, resultante
O esquema, que ficou conhecido como “Mensalão”, da decadência da comunidade citadina na Idade Média, os
instaurou um acalorado debate político que questionava
monges foram incapazes de divulgar o cristianismo, estan-
se existia algum tipo de oposição política no país. Em meio
do a expansão dessa doutrina diretamente relacionada ao
a esse clima de indefinição das posições políticas, o gover-
renascimento urbano do auge do medievo.
no Lula conseguiu vencer uma segunda disputa eleitoral. O
novo mandato de Lula é visto hoje mais como uma tendên- B. O pontificado e a igreja regularam as práticas so-
cia continuísta a um quadro político estável, do que uma ciais da Idade Média ao restringirem sua ação aos rituais
vitória dos setores de esquerda do Brasil. litúrgicos que difundiam a doutrina cristã, não participando
Independente de ser um governo vitorioso ou fracas- do espaço político, considerado meio de contaminação da
sado, o Governo Lula foi uma importante etapa para a ex- verdadeira fé.
periência democrática no país. De certa forma, o fato de um C. O cristianismo desassociou-se da consolidação da
partido formalmente considerado de esquerda ascender ao nobreza enquanto instância de poder porque, além de ser
poder nos insere em uma nova etapa do jogo democrático representado por um grupo social diferente cuja doutrina
nacional. Mesmo ainda sofrendo com o problema da cor- era universal e de fácil aceitação, o papado, não exigiu a
rupção, a chegada de Lula pode dar fim a um pensamento ação dos nobres em seu benefício.
político que excluía a chegada de novos grupos ao poder.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
ANOTAÇÕES
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INGLÊS
A prova de Língua Inglesa do Concurso de Admissão estina-se a avaliar a habilidade de compreensão geral de textos
na língua inglesa, bem como a compreensão específica de expressões, frases, palavras e o conhecimento das seguintes
estruturas gramaticais: adjectives, adverbs, nouns, articles, conjunctions, modal auxiliaries, prepositions, pronouns, pos-
sessive adjectives, determiners, quantifiers, verb forms, wh-questions. Os textos abordarão temas variados e poderão
ser extraídos das mais diversas fontes (livros, revistas, jornais e internet)........................................................................................ 01
INGLÊS
No Brasil, de um modo geral, o inglês instrumental é uma das abordagens do ensino do Inglês que centraliza a língua
técnica e científica focalizando o emprego de estratégias específicas, em geral, voltadas à leitura. Seu foco é desenvolver a
capacidade de compreensão de textos de diversas áreas do conhecimento. O estudo da gramática restringe-se a um mí-
nimo necessário normalmente associado a um texto atual ou similar que foi veiculado em periódicos. O conhecimento de
uma boa quantidade de palavras também faz parte das técnicas que serão relacionadas abaixo.
Dependendo do objetivo de sua leitura, você terá que saber utilizar algum dos três níveis diferentes de compreensão:
1. Compreensão Geral: obtida através de uma leitura rápida, “uma passada de olho rápida no texto”, para captarmos as
informações gerais acerca dele, ou seja, aquilo que é de maior importância, seu tema geral, seu assunto principal.
2. Compreensão de Pontos Principais: exige que tenhamos maior atenção na busca das informações principais espa-
lhadas pelo texto, observando cada parágrafo distintamente para identificar dados específicos que o autor quis destacar.
3. Compreensão Detalhada: requer um nível de leitura mais aprofundado que nos níveis anteriores. Exige a compreen-
são de detalhes do texto, minúcias, palavra por palavra, e demanda, assim, mais tempo e atenção do leitor. Para tanto, em
alguns casos, será preciso reler várias vezes o texto.
Para obter um bom nível de acerto durante os níveis de compreensão, temos que por em prática algumas técnicas de
auxílio à leitura que passaremos a ver agora.
a) Background knowledge (conhecimento prévio): para que um leitor consiga identificar e entender certas informações
em qualquer tipo de texto, torna-se extremamente importante que ele possua algum conhecimento prévio sobre seu
assunto. Podemos comparar esta situação com a de um estudante tentando fazer uma prova de redação. Se ele nunca
tiver lido, discutido, estudado ou ouvido falar do tema daquela redação, como poderá dissertar? Suas ideias podem até ir
para o papel, mas correrá um grande risco de não ter o vocabulário necessário, consistência, profundidade, argumentos,
conhecimento de causa, exemplos a citar, etc. sua redação será pobre. Da mesma maneira, se o leitor de um texto técnico
em língua inglesa não tiver conhecimento de mundo, vivência, experiências variadas de vida, conhecimento prévio sobre o
assunto, seu nível de compreensão será mais superficial.
Por isso, o ponto de partida para uma leitura eficiente está sempre em você. Mas também não adianta buscar apenas in-
formação de coisas que te atraem, coisas que você gosta de saber. É preciso ampliar sua visão de mundo. Se você for mulher,
busque saber algo sobre futebol também, sobre carros, sobre coisas do mundo masculino. Se você for homem, busque também
conhecer assuntos do mundo feminino como cosméticos e vestuário. Busquem ambos interessar-se por assuntos relacionados
a crianças, idosos, povos diferentes do seu, países variados, regiões do mundo sobre as quais que você normalmente não sabe
nada. Leia jornais, revistas, sites da internet, pesquise coisas curiosas, assista a programas de TV jornalísticos, de variedades, de
humor, de esportes, de ciência, de religião, de saúde, de entretenimento, converse com pessoas de opiniões, idades e classes
sociais diferentes da sua, dê valor a todos os assuntos porque você nunca sabe qual tema será abordado num texto de uma
prova. Esteja preparado para todos eles. Desta forma podemos agilizar sua compreensão acerca de um texto. Desta forma você
terá mais prazer ao ler, pois compreenderá os mais variados textos. Desta forma você verá que é capaz de adquirir conhecimento
em uma língua estrangeira. Desta forma poderemos minimizar seus problemas e aumentar suas chances de obter o sucesso.
b) Skimming (ler ou examinar superficialmente; desnatar; retirar aquilo de maior peso ou importância): é uma técnica
que permite rapidez e eficiência na busca de algum direcionamento inicial acerca do texto. Realizar o skimming significa
ler rapidamente o texto para saber o assunto principal trabalhado pelo autor. Esta atividade de leitura nos proporciona
um nível de compreensão geral, visando nos dar uma visão global, aberta e ampla do texto. Ao realizarmos o skimming,
não podemos nos deter em detalhes como palavras novas nem palavras das quais nos esquecemos. Estamos em busca do
assunto principal e do sentido geral do texto.
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INGLÊS
c) Prediction: Com esta estratégia o leitor lança mão do f) Lexical Inference (inferência lexical): Inferir significa
seu próprio conhecimento, através das experiências de vida deduzir. Às vezes será preciso deduzir o sentido de um ter-
que possui, e da informação linguística e contextual. Após mo, decifrando o que ele quer dizer. Mas isso não pode ser
realizar o skimming, o leitor precisa concentrar-se para feito de qualquer maneira. Para inferirmos bem, é necessá-
tentar ativar as informações que já possui sobre o tema e rio entender o significado daquela palavra desconhecida
prever que tipos de palavras, frases ou argumentos podem através do contexto no qual ela está inserida, observando
estar presentes naquele texto. É um momento de reflexão. as palavras vizinhas, as frases anteriores e posteriores, o
É a hora de buscar na memória tudo o que foi lido, estu- parágrafo onde ela está, as noções gerais que temos do
dado, discutido, e visto na mídia a respeito daquele tema. texto, etc. Precisamos observar o meio no qual a palavra
Além do mais, esta é uma estratégia de leitura que também está posta. Neste caso teremos de nos fazer valer de nos-
permite ao leitor prever o que vem a seguir em um texto. sos conhecimentos de classes gramaticais (substantivos,
Trata-se do desenvolvimento sequenciado do pensamento. adjetivos, preposições, verbo, etc.), de afixos, de singular
Isso só é possível porque quem escreve, o faz de maneira e plural, conhecimento sobre a estrutura de textos, etc.
organizada, porque as pessoas pensam de maneira seme- Tudo isso em conjunto pode ajudar numa aproximação do
lhante e porque alguns tipos de textos possuem estruturas sentido real daquele termo que não sabemos.
previsíveis levando nós leitores a atingir certas formas de É preciso lembrar que estas estratégias serão mais ou
compreensão. Quanto mais experiente for o leitor, maior menos eficazes dependendo do tamanho do vocabulário
será sua capacidade de prever. Nesta etapa, passamos a as- que você possui e também do seu nível de conhecimento
sociar o assunto do texto com as dicas tipográficas usadas gramatical.
pelo autor para transmitir significados. Há estudos que relacionaram as palavras que mais
d) Grifo de palavras cognatas, das palavras já conheci- aparecem em textos e livros técnicos em língua inglesa.
das pelo leitor e das repetidas: Muito comuns entre as lín- Desses estudos foram feitas diferentes listas com as 318
guas inglesa e portuguesa, os cognatos são termos bas- palavras que mais caem nos textos, as 500 mais, as 700
tante parecidos tanto na escrita como no significado em mais, etc. Para facilitar seu estudo, incluímos aqui as 318
ambas as línguas. mais comuns para serem estudadas. Ao memorizar estas
Grifar todas estas palavras em um texto é um recur- palavras você obterá um magnífico subsídio preparando-
so psicológico e técnico que visa mostrar e provar visual- se para enfrentar qualquer texto.
mente para o leitor que ele tem conhecimento de muitas Você verá que várias destas palavras já são conhecidas
das palavras daquele texto e de que, assim, ele é capaz de por você, assim, na verdade, terá que memorizar bem menos
fazer uso dessas informações para responder às questões destas. Um número bem significativo delas está presente em
propostas. Trata-se de um recurso que usamos para dar qualquer tipo de texto. Quanto mais palavras você souber,
mais relevância e importância às palavras que já sabemos mais poderá grifar! Apoie-se nelas e bom estudo!
em um texto, pois é nelas que nos apoiaremos para re-
solver exercícios e para entender os textos. É muito mais 001 although embora
inteligente voltar nosso foco para as palavras que têm al- 002 able capaz
gum significado para nós do que destacar aquelas que não 003 about sobre, aproximadamente
conhecemos. Além disso, ao grifar, você acaba relendo as 004 above acima
informações de uma maneira mais lenta, o que faz com que 005 according to de acordo com
perceba certos detalhes que não havia percebido antes. É 006 after depois, após
uma forma de quantificar em porcentagem aproximada o 007 again novamente, de novo
quanto se sabe daquele texto. É preciso lembrar que há um 008 against contra
número muito grande de palavras repetidas nos textos e 009 age idade
isso facilita para o estudante, pois ele poderá grifar mais de 010 air ar
uma vez a mesma palavra. 011 all tudo
e) Scanning: esta técnica de leitura visa dar agilidade na 012 almost quase
busca por informações específicas. Muitas vezes, após ler 013 alone só, sozinho
um texto, nós queremos reencontrar alguma frase ou al- 014 along ao longo de
guma palavra já lida anteriormente. Para efetuar esta busca 015 already já
não precisamos ler o texto inteiro de novo, podemos sim- 016 also também
plesmente ir direto ao ponto aonde podemos encontrar tal 017 always sempre
informação. Isso é o scanning, significa encontrar respostas 018 among entre (3 ou mais coisas)
de uma forma rápida e direta sem perder tempo relendo 019 an um, uma
o texto todo. Esta técnica em geral deve ser aplicada após 020 ancient antigo
uma ou mais leituras completas do texto em questão. As- 021 and e
sim o leitor diminuirá o risco de confundir informações, 022 another um outro
perder tempo ou de dar respostas erradas. Se desejar, o es- 023 any algum(a), qualquer
tudante pode ler o que os exercícios pedirão antes de fazer 024 anything qualquer coisa
o scanning, pois assim ele irá selecionar mais facilmente o 025 arm braço
que for mais importante para responder àquelas questões 026 army exército
direcionando-se melhor. 027 around em torno de, perto de
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INGLÊS
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INGLÊS
Existem algumas formas irregulares de plural. Alguns I have a piece of information for you. (Eu tenho uma
exemplos comuns são: informação para você)
woman women Can you give a word of advice? (Você pode me dar al-
man men gum conselho?)
child children He bought beautiful pieces of furniture for the be-
tooth teeth droom. (Ele comprou lindos móveis para o quarto)
foot feet I bring some news for your day. (Eu trago algumas no-
goose geese tícias para o seu dia)
mouse mice
louse lice
person people
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INGLÊS
GENEROS DOS SUBSTANTIVOS elementos separados. Por exemplo, não podemos contar
“water”. Podemos, sim, contar “bottles of water” ou “liters
Em inglês, existem três tipos de gêneros para os subs- of water”, mas não podemos contar a palavra “water”.
tantivos: feminino, masculino e neutro. Os substantivos Outros exemplos de substantivos incontáveis são: mu-
femininos, quando estiverem no singular, podem ser tro- sic, art, love, happiness, advice, information, news, furnitu-
cados pelo pronome “she”. Os substantivos masculinos, re, luggage, rice, sugar, butter, water, milk, coffee, electri-
quando no singular, podem ser trocados por “he”. city, gas, power, money, etc.
Os substantivos neutros são usados para fazer refe- Em geral, estudantes de língua inglesa têm dificuldade
rência a coisas ou animais, ou, ainda, para expressar uma de saber quando um substantivo é contável e quando é
ideia que sirva para ambos os sexos. Nesse último caso, não-contável. As dicas são sempre conferir a informação
podemos trocar o substantivo no singular pelo pronome num bom dicionário e também tentar memorizar alguns
pessoal “it”. No caso do plural, para todos os substantivos dos mais comuns para agilizar o seu estudo. Nos dicioná-
utilizamos o pronome pessoal “they”. rios, normalmente você encontra o símbolo [U] para iden-
Exemplos: tificar os uncountable nouns e [C] para os countable nouns.
My mother sent me a kiss. => She sent me a kiss. (Mi- Em várias situações necessitamos de fazer o uso de
nha mãe/Ela mandou-me um beijo) determinantes/quantificadores em conjunto com substan-
My brother loves soccer. => He loves soccer. (Meu ir- tivos contáveis e incontáveis.
mão/Ele ama futebol)
Is it a boy or a girl? (É menino ou menina?) Há determinantes específicos para os incontáveis: a
little, little, less, much.
O gênero pode ser reconhecido em palavras de duas
formas distintas: Exemplos:
Incontáveis são os substantivos que não possuem There are a lot of cars in the street tonight.
forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, There are many cars in the street tonight.
de non-countable nouns, ou até de non-count nouns, em
inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de me-
dida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias,
líquidos, pós, conceitos, etc., que não podemos dividir em
7
INGLÊS
Há dois tipos de pronomes possessivos: adjetivos e Artigos — são palavras que acompanham os substanti-
substantivos. vos e tem função de classifica-los.
Example: The killer selected a knife from an antique
Pronome collection. (The, a, e an são artigos que especificam ou de-
Pronome Posses- limitam seus respectivos substantivos)
Possessivo Tradução:
sivo Substantivo:
Adjetivo:
Advérbios— descrevem verbos, adjetivos, ou outros
My meu(s)/minha(s) Mine advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quan-
Your seu/sua Yours do. Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona
da mesma forma que um único advérbio funcionaria.
His dele His
Her dela Hers Exemplo: The woman carefully selected her best dress
dele/dela (coisas for the party. (Carefully é um advérbio que modifica o ver-
Its Its bo selected)
ou animais)
Our nosso(s)/ nossa(s) Ours
MODIFICADORES DE SUBSTANTIVOS
Your seus/suas Yours
Their deles/delas Theirs Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas
que qualificam o significado de outras palavras. O termo é
Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do bem genérico: qualquer parte da fala que funciona como
substantivo. um adjetivo ou advérbio é um modificador.
Os pronomes possessivos substantivos podem vir
após o substantivo ou podem substituir o substantivo a Note: Nos exemplos abaixo, o modifier está em itálico e
qual se referem assim reduzindo a frase. a palavra que ele modifica está sublinhada; a função do
modificador está descrita entre parênteses.
Exemplos:
Adjetivos — descrevem ou modificam nomes. Uma
His kid is playing with hers. (O filho dele está brincan- locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma
do com o dela) maneira que uma simples palavra funcionaria.
(His – pronome possessivo adjetivo, antes do subs-
tantivo kid. Hers – pronome possessivo substantivo, Exemplo: The yellow balloon flew away over
substituindo o substantivo kid, para evitar a repetição da the crying child. (O adjetivo yellow modifica o substantivo
mesma palavra várias vezes na mesma frase). balloon; crying modifica o nome child)
My friends went to the club with yours. (Meus ami- Artigos — são palavras que acompanham os substanti-
gos foram ao clube com os seus) vos e tem função de classifica-los.
Example: The killer selected a knife from an antique
Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza) collection. (The, a, e an são artigos que especificam ou de-
limitam seus respectivos substantivos)
Did you prefer his presentation or hers? (Você prefe-
riu a apresentação dele ou a dela?) Advérbios— descrevem verbos, adjetivos, ou outros
advérbios, completando a ideia de como, quanto ou quan-
MODIFICADORES DE SUBSTANTIVOS do. Uma locução adverbial ou cláusula adverbial funciona
da mesma forma que um único advérbio funcionaria.
Modifiers são palavras, locuções, frases, ou cláusulas
que qualificam o significado de outras palavras. O termo é Exemplo: The woman carefully selected her best dress
bem genérico: qualquer parte da fala que funciona como for the party. (Carefully é um advérbio que modifica o ver-
um adjetivo ou advérbio é um modificador. bo selected)
Note: Nos exemplos abaixo, o modifier está em itálico e
a palavra que ele modifica está sublinhada; a função do FORMAS POSSESSIVAS DOS NOMES. MODIFICA-
modificador está descrita entre parênteses. DORES DO NOME.
Adjetivos — descrevem ou modificam nomes. Uma CASOS POSSESSIVOS COM ‘S
locução adjetiva ou cláusula adjetiva funciona da mesma
maneira que uma simples palavra funcionaria. Quando falamos de posse, geralmente em inglês se usa
os pronomes adjetivos ou possessivos. Porém em algumas
Exemplo: The yellow balloon flew away over
situações nós queremos relacionar o objeto em questão
the crying child. (O adjetivo yellow modifica o substantivo
diretamente ao nome de seu proprietário.
balloon; crying modifica o nome child)
8
INGLÊS
Em Inglês, existe um “atalho” para este tipo de situa- Em geral, emprega-se o artigo definido the antes de
ção usando o ‘s. substantivos com a finalidade de especificá-los.
O ‘s é muito usado para informação e grau de paren- There is not enough food to everyone. (Não há comida
tesco o que pode confundir um pouco o estudante, por- suficiente para todos)
tanto faça a leitura com calma deste tipo de estrutura.
Exemplos: ADJETIVOS: GRAU COMPARATIVO E SUPERLATI-
VO: REGULARES E IRREGULARES. INDEFINIDOS.
Jack is my father’s brother.
(Jack é o irmão de meu pai) ADJETIVOS E COMPARATIVOS
Adjetivos são palavras ou grupo de palavras que indi-
Peter is her brother’s best friend. cam características dos substantivos, definindo-os, delimi-
(Peter é o melhor amigo do irmão dela). tando-os ou modificando-os.
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INGLÊS
She is beautiful. => They are beautiful. Passemos então a estudar, agora, o grau superlativo:
His car is red. => Their cars are red. Grau Superlativo de Superioridade (the + adjetivo cur-
to + est) = (o mais...)
Anna is intelligent. Jack is intelligent.
(cheap): This is the cheapest restaurant in town. (Este é
Quando o(s) adjetivo(s) aparece(m) junto a um subs- o restaurante mais barato da cidade)
tantivo, tal abjetivo(s) deve(m) vir antes do substantivo: (tall): Jennifer is the tallest girl in the group. (Jennifer é
a garota mais alta do grupo)
This is a big city. (dry): This is the driest region of the state. (Esta é a
They live in a huge white house. região mais seca do estado)
Marcos is a soccer player.
Grau Superlativo de Superioridade (the most + adjeti-
Os adjetivos em inglês também possuem graus diver- vo longo) = (o mais...)
sos, assim como ocorre em português. Veja:
This is the most modern TV set nowadays. (Este é o apare-
Grau Comparativo de Igualdade (as + adjetivo + as) = lho de TV mais moderno do momento)
(tão/tanto... quanto) He is the most handsome actor in the movies. (Ele é o
ator mais bonito do cinema)
Dereck is as short as Fred. (Dereck é tão baixo quanto Fred) Messy is the most famous soccer player now. (Messy
That motorcycle is as fast as this one. (Aquela moto é é o jogador de futebol mais famoso agora)
tão rápida quanto esta)
Julie is as beautiful as Sharon. (Julie é tão bela quanto Grau Superlativo de Inferioridade (the least + adjetivo)
Sharon) = (o menos...)
This is the least important detail. (Este é o detalhe
Grau Comparativo de Superioridade (adjetivo curto +
menos importante)
er + than) = (mais... do que..)
(strong): Tim is stronger than Peter. (Tim é mais forte
I’m always the least nervous during the tests. (Sempre
do que Peter)
sou o menos nervoso durante as provas)
(tall): An elephant is taller than a lion. (Um elefante é
mais alto que um leão)
That region is the least safe of the city. (Aquela região
(thin): Nancy is thinner than Sue. (Nancy é mais magra
do que Sue) é a menos segura da cidade)
Grau Comparativo de Superioridade (more + adjetivo Há algumas adaptações que precisamos fazer na es-
longo + than) = (mais... do que..) crita dos adjetivos quando acrescentamos -er e -est para
formarmos, consecutivamente, seus comparativos e super-
Dave is more intelligent than his brother. (Dave é lativos. Observe:
mais inteligente que seu irmão)
He is more careful than his father as a driver. (Ele é Aos que já são terminados em -e, acrescentamos ape-
mais cuidadoso que seu pai como motorista) nas -r (no comparativo) ou -st (no superlativo):
This house is more comfortable than the other. (Esta
casa é mais confortável que a outra) wide (largo) wider the widest
late (tarde) later the latest
Grau Comparativo de Inferioridade (less + adjetivo +
than) = (menos... do que...) Àqueles adjetivos curtos terminados em -y, substituí-
mos o -y por -i e depois colocamos -er ou -est:
Christopher is less famous than Brad. (Christopher é
menos famoso do que Brad) pretty (bonita) prettier the prettiest
Your city is less hot than mine. (Sua cidade é menos dirty (sujo) dirtier the dirtiest
quente do que a minha)
This language is less difficult than the others. (Esta lín- Quando o adjetivo for curto e terminar com a sequên-
gua é menos difícil do que as outras) cia consoante+vogal+consoante, dobra-se a última con-
soante antes de acrescentar -er ou -est:
Os graus de comparativo devem ser utilizados apenas
quando estamos comparando duas pessoas ou duas coi- thin (magro/fino) thinner the thinnest
sas. Por outro lado os graus de superlativo (como veremos fat (gordo) fatter the fattest
abaixo) são utilizados quando estamos comparando três
ou mais pessoas ou coisas. Geralmente as frases se referem
a uma totalidade (da classe, da cidade, etc.).
10
INGLÊS
Vamos estudar agora alguns adjetivos que possuem I have no idea to give you. (Não tenho nenhuma ideia
formas irregulares: para te dar)
I have no job to do today. (Não tenho nenhum traba-
Bad(mau) worse the worst lho para fazer hoje)
Good(bom) better the best I have no place to go on my vacation. (Não tenho
Far(longe) farther the farthest nenhum lugar para ir durante minhas férias)
Far further the furthest
Little(pouco) less the least ADJETIVOS TERMINADOS EM –ED E –ING
Many(muitos/as) more the most
Much(muito/a) more the most Muitos adjetivos na língua inglesa possuem termina-
ção –ed ou –ing.
*Os adjetivos indefinidos podem ser comparados aos
Adjetivos com terminação –ing se referem a uma ca-
pronomes indefinidos. Serão as mesmas palavras, mas com racterística de uma coisa ou de uma pessoa.
funções diferentes na frase. Reveja o tópico sobre prono- Adjetivos com terminação –ed se referem ao que a
mes indefinidos para mais detalhes. pessoa está sentindo.
11
INGLÊS
PRONOMES PESSOAIS
Pronome Pronome
Pessoal Tradução: Pessoal
Sujeito: Objeto:
I eu Me
You você You
He ele Him
She ela Her
ele/ela
It (para coisas ou It
animais)
We nós Us
You vocês You
They eles/elas Them
Exemplos:
January is the first month of the year. (Janeiro é o pri- Pronome Pronome
meiro mês do ano). Possessivo Tradução: Possessivo
Michael is the third winner. (Michael é o terceiro ga- Adjetivo: Substantivo:
nhador). My meu(s)/minha(s) Mine
John is the ninth student in the line. (John é o nono aluno Your seu/sua Yours
na fila).
His dele His
Os números ordinais também são usados em inglês Her dela Hers
para datas.
dele/dela (coisas
Its Its
ou animais)
January 28 (Vigésimo oitavo dia do mês de janeiro).
th
12
INGLÊS
Os pronomes possessivos adjetivos vem antes do *Os Pronomes Reflexivos podem ser precedidos pela
substantivo. preposição by. Nesse caso, dão o sentido de que alguém
Os pronomes possessivos substantivos podem vir após fez algo sozinho, sem ajuda ou companhia de ninguém.
o substantivo ou podem substituir o substantivo a qual se Exemplo:
referem assim reduzindo a frase.
Did you go to the party by yourself? => Você foi à festa
Exemplos: sozinho?
That old man wants to live by himself. => Aquele se-
His kid is playing with hers. (O filho dele está brincan- nhor quer viver sozinho.
do com o dela)
(His – pronome possessivo adjetivo, antes do substan- PRONOMES INDEFINIDOS
tivo kid. Hers – pronome possessivo substantivo, substi-
tuindo o substantivo kid, para evitar a repetição da mesma Os pronomes indefinidos, também conhecidos como
palavra várias vezes na mesma frase). Indefinite Pronouns são utilizados para falar de lugares,
My friends went to the club with yours. (Meus amigos coisas e pessoas indefinidos, de modo vago ou impreciso.
foram ao clube com os seus)
Our mother likes pizza. (Nossa mãe gosta de pizza) SOME (Algum, alguma, alguns, algumas):
É utilizado nas frases afirmativas e antes do substan-
Did you prefer his presentation or hers? (Você preferiu tivo.
a apresentação dele ou a dela?)
There are some trees in the park.
PRONOME REFLEXIVO Paul and Linda have some money.
(De modo vago estamos dizendo que existe uma quan-
Os Pronomes Reflexivos são usados quando a ação tidade razoável de árvores no parque e que Paul e Linda
do verbo recai sobre o próprio sujeito. Assim, o pronome tem uma quantidade razoável de dinheiro.)
reflexivo vem logo após o verbo e concorda com o sujeito.
Eles se caracterizam pelas terminações -self (nas pessoas O some também é utilizado, principalmente nos res-
do singular) e -selves (nas pessoas do plural). taurantes ou por um anfitrião, ao se oferecer uma comida,
myself (a mim mesmo, -me) bebida ou serviço:
yourself [a ti, a você mesmo(a), -te,-se] Would you like some water?
himself (a si, a ele mesmo, -se) Would you like some privacy?
herself (a si, a ela mesma, -se) SOME – Formas compostas
itself [a si mesmo(a), -se] => para coisas ou animais Somebody = someone = alguém.
ourselves [a nós mesmos(as), -nos] Somewhere = em algum lugar.
yourselves (a vós, a vocês mesmos(as), -vos,-se) Something = alguma coisa / algo.
themselves (a si, a eles mesmos, a elas mesmas, -se) Sometime = alguma vez / alguma hora.
Exemplos: Exemplos:
There is somebody at the door. (Tem alguém na porta.)
She is looking at herself in the mirror. Liz lives somewhere in Atlanta. (Liz vive em algum lu-
(Ela está olhando para si mesma no espelho) gar em Atlanta.)
I need something from the drugstore. (Eu preciso de
He hurt himself with a knife. algo da farmácia.)
(Ele machucou a si mesmo com a faca) Let’s have dinner sometime tonight. (Vamos jantar al-
guma hora hoje a noite.)
*O Pronome Reflexivo também é empregado certas
vezes para dar ênfase à pessoa que pratica a ação dizendo ANY (Algum, nenhum, qualquer)
que ele mesmo por si só praticou tal ação. Para tanto, po- Utilizamos any nas perguntas e respostas negativas,
demos posicioná-lo logo após o sujeito ou no fim da frase. antes do substantivo.
Este tipo de estrutura também é conhecida como Emphatic Nas perguntas any se requere a qualquer quantidade,
pronouns. por exemplo quando perguntando se você tem qualquer
quantidade de dinheiro.
Exemplos:
Carlos himself did the homework. Do you have any money?
(O próprio Carlos fez a tarefa.)
. Nas negativas, any tem a função de nada, zero, vazio,
Marilyn herself wrote that message. etc. Não podemos fazer negativas em Inglês negando no
(A própria Marilyn escreveu aquela mensagem.) auxiliar e em seguida com no quando queremos empregar
esta função:
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INGLÊS
There aren’t no fruits in the kitchen. NONE (nenhum, nenhuma, ninguém ou nada)
There aren’t any fruits in the kitchen. Utilizado no começo ou no fim da frase, ele é utilizado
There are no fruits in the kitchen. (“Auxiliar no infinitivo quando o verbo está na forma afirmativa, mas a idéia é
+ no” também é correto.) negativa. None é usado no lugar de um pronome ou subs-
tantivo.
ANY – Formas compostas
Anybody = anyone = Alguém, ninguém, qualquer um Exemplos:
Anywhere = Algum lugar, nenhum lugar, qualquer lu- Do you have any money?
gar None.
Anything = Alguma coisa, nenhuma coisa, qualquer
coisa None of them is my brother. (Nenhum deles é meu
irmão.)
Exemplos:
Is anybody out there? (Tem alguém aí?) PRONOMES RELATIVOS
You can buy bread anywhere (Você consegue comprar
pão em qualquer lugar.) Os Relative Pronouns são usados quando queremos
identificar ou adicionar alguém ou alguma coisa em uma
Do you have anything interesting? (Você tem alguma
oração; quando queremos informações que complemen-
coisa interessante?)
tem a oração anterior. Podemos também dizer que os pro-
nomes relativos unem duas orações, estabelecendo uma
EVERY – (Todo, toda) – Formas compostas
“relação” entre elas. Por isso, são chamados “relativos”.
Everybody = everyone = todos, todas, todo mundo.
Everywhere = todos os lugares. Who (quem, que): usado para pessoas.
Everything = tudo. Informações a serem unidas: That is the girl. She gave
a kiss.
Exemplos: That is the girl who gave me a kiss. (Aquela é a garota
Everybody at the party is happy. (Todos na festa estão que me deu um beijo)
felizes.)
(O pronome everybody concorda com o verbo no sin- Whom (que, quem, o qual, a qual): usado para pessoas,
gular.) normalmente após preposição. Formal.
You can see pollution everywhere now. (Você conse- Informações a serem unidas: We need to talk to so-
gue ver poluição em todos os lugares agora.) meone. The manager is the one.
I have to buy everything today. (Eu tenho que com- The manager is the one to whom we need to talk. (O
prar tudo hoje.) gerente é aquele com quem precisamos falar)
14
INGLÊS
PRONOMES INTERROGATIVOS What kind of movies do you like? (Que tipo de filmes
você gosta?)
Os Pronomes Interrogativos, Question Words, são uti-
lizados para obtermos informações mais específicas a res- What sports do you practice? (Que esportes você pra-
peito de algo ou alguém. As perguntas formuladas com tica?)
eles são conhecidas por wh-questions porque todos os What soccer team are you a fan of? (Para que time de
pronomes interrogativos possuem as letras wh. Na grande futebol você torce?)
maioria das vezes, os Interrogativos são posicionados antes How often do you go to the gym? (Com que frequên-
de verbos auxiliares ou modais, no início de frases. cia você vai à academia?)
How long is the Amazon river? (Qual o comprimento
What – O que, que, qual (usado para questões com do rio Amazonas?)
opções mais amplas de resposta): How much does this newspaper cost? (Quanto custa
What time is it now? (Que horas são agora?) este jornal?)
What are you doing here? (O que você está fazendo How many brothers do you have? (Quantos irmãos
aqui?) você tem?)
How good are you at tennis? (O quanto você é bom
Where – Onde: em tênis?)
Where do you work? (Onde você trabalha?) How old are you? (Quantos anos você tem?)
Where do your kids study? (Onde seus filhos estudam?) How far is São Paulo from Rio? (Qual a distância entre
São Paulo e Rio?)
When – Quando: How deep is this river? (Quão profundo é este rio?)
When did they move? (Quando eles se mudaram?)
When did you travel to Europe? (Quando você viajou Quando uma pergunta questiona sobre o sujeito da
para a Europa?) oração, não se usa verbo auxiliar. Assim, o pronome inter-
rogativo inicia a pergunta seguido das outras palavras na
Who – Quem: ordem afirmativa. Observe:
Who is that girl? (Quem é aquela garota?)
Who knows? (Quem sabe?)
Who arrived first in the race? (Quem chegou primeiro
What happened? (O que aconteceu?)
na corrida?)
Who likes to eat vegetables? (Quem gosta de comer
vegetais?)
Why – Por que:
What broke the window? (O que quebrou a janela?)
Why did you cry? (Por que você chorou?)
Who speaks English in this room? (Quem fala inglês
nesta sala?)
Why are you late for class? (Por que você está atrasado
Why go now? (Por que ir agora?)
para a aula?) How many people survived the accident? (Quantas
pessoas sobreviveram ao acidente?)
Whom – Quem (mais formal, geralmente antecedido Which came first: the egg or the chicken?
de preposição):
With whom did you go to the park? (Com quem você Em muitos casos, as perguntas são finalizadas por pre-
foi ao parque?) posições que complementam seu sentido:
To whom were you speaking last night? (Com quem
você estava falando ontem à noite?) Where are you from? (De onde você é?)
Whose – De quem: What is your city like? (Como é a sua cidade?)
Whose pen is this? (De quem é esta caneta?) Who did you play against? (Contra quem você jogou?)
Whose mansion is that? (De quem é aquela mansão?) Where did you send the letter to? (Para onde você en-
viou a carta?)
Which – Qual, quais (usado para questões com opções What is this for? (Para que é isto?)
limitadas de resposta):
Which of those girls is your sister? (Qual daquelas me-
ninas é a sua irmã?)
Which color do you prefer: yellow or blue? (Qual cor
você prefere: amarelo ou azul?)
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INGLÊS
Verbos irregulares são aqueles que não seguem uma mesma regra.
Presente:
Passado:
Os verbos irregulares não têm uniformidade quanto à escrita do passado simples e do particípio. Confira os três últimos
exemplos na tabela abaixo.
Simple Past
Infinitivo Tradução
Past tense Participle
to accept accepted accepted aceitar
to add added added adicionar, somar
to arrive arrived arrived chegar
to be was, were been ser, estar
to begin began begun começar, iniciar
to buy bought bought comprar
Abaixo segue uma tabela dos verbos mais utilizados na língua inglesa. Assim como as palavras mais comuns (aquela
lista não possui verbos) os verbos também são parte fundamental das frases. Quanto mais verbos o estudante souber –
mais facilmente ele entenderá todas as frases de um texto.
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INGLÊS
Simple
# Infinitive Tradução
Past
1 accept Accepted aceitar
2 agree Agreed concordar
3 answer Answered responder
4 appear Appeared aparecer
5 arrive Arrived chegar
6 ask Asked perguntar
7 attack Attacked atacar
8 bake Baked assar
9 be was, were ser, estar
10 become Became tornar-se
11 begin Began começar
12 believe Believed acreditar, crer
13 bet Bet apostar
14 bite Bit morder, picar
15 bleed Bled sangrar
16 borrow Borrowed pedir emprestado
17 break Broke quebrar, interromper
18 bring Brought trazer
19 build Built construir
20 burn burned, burnt queimar
21 buy Bought comprar
22 call Called ligar, chamar
23 cancel Canceled cancelar
24 carry Carried carregar
25 celebrate Celebrated celebrar, comemorar
26 change Changed trocar, mudar
27 chat Chatted bater papo
28 clap clapped, clapt bater palma
29 clean Cleaned limpar
30 climb Climbed subir, escalar
31 close Closed fechar
32 come Came vir, chegar
33 cook Cooked cozinhar
34 cost Cost custar
35 broadcast Broadcast transmitir
36 create Created criar
37 cry Cried chorar
38 cut Cut cortar
39 damage Damaged danificar, estragar
40 dance Danced dançar
41 date Dated sair para um encontro, namorar
42 decide Decided decidir
43 deliver Delivered entregar
44 depend Depended depender
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INGLÊS
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INGLÊS
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INGLÊS
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INGLÊS
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INGLÊS
Perceba que basta seguir a ordem “sujeito + verbo no Para negarmos, usamos not logo após o to be ou faze-
infinitivo sem to (+complemento)” para formar algumas mos contração entre eles.
sentenças. É a ordem natural das palavras em Português
também. Assim, se você souber uma boa gama de verbos, I am not a teacher.
poderá montar muitas frases para praticar. You aren’t a student.
He isn’t late.
Neste caso de sentenças afirmativas somente neces- She isn’t early.
sitamos tomar cuidado com os detalhes em negrito e em It isn’t tall.
sublinhado. Todas as vezes em que o sujeito da frase for We aren’t Brazilians.
a terceira pessoa do singular (he/she/it), devemos acres- You aren’t busy.
centar um -s no final do verbo. Em algumas situações será They aren’t happy.
um -es, e no caso do verbo ter (to have) a forma será has.
Repito: só nas afirmativas com 3ª pessoa singular. Finalizando, para transformarmos estas frases em inter-
As negativas precisam fazer o uso dos verbos auxiliares rogações, temos que por o to be antes dos sujeitos. Lembre-
do e does, acrescidos de not (do+not=don’t / does+not=- te: ponto de interrogação! Assim:
doesn’t). Doesn’t será usado somente com 3ª pessoa sin- Am I a teacher?
gular. Exemplos: Are you a student?
Is he late?
I don’t work in the evening. Is she early?
You don’t like to dance. Is It tall?
He doesn’t sleep a lot. Are we Brazilians?
She doesn’t cook well. Are you busy?
It doesn’t bark too much. Are they happy?
We don’t speak English fluently.
You don’t drive fast. PASSADO SIMPLES: indica alguma ação completa no
They don’t drink beer. passado, ou seja, algo já finalizado. O passado simples carac-
teriza-se pela adição da terminação -ed ao verbos REGULA-
Para fazermos perguntas, posicionaremos do e does RES nas afirmativas. Nas interrogativas, usamos Did antes dos
antes do sujeito da frase e acrescentaremos o ponto de sujeitos das frases e, nas negativas, did not ou didn’t. Vejamos:
interrogação.
I worked yesterday. (Eu trabalhei ontem)
Do I work in the evening? You answered my e-mail. (Você respondeu ao meu
Do you like to dance? e-mail)
Does he sleep a lot? He traveled a lot. (Ele viajou muito)
Does she cook well? She watched the movie. (Ela assitiu o filme)
Does it bark too much? It barked all night. (Ele/Ela latiu a noite toda)
Do we speak English fluently? We stayed here. (Nós ficamos aqui)
Do you drive fast? You played very well. (Vocês jogaram muito bem)
Do they drink beer? They parked far. (Eles estacionaram longe)
Ótimo. Agora, para finalizarmos o presente simples, I didn’t work yesterday. (Eu não trabalhei ontem)
passemos ao principal verbo inglês: o to be. A conjugação You didn’t answer my e-mail. (Você não respondeu ao
do presente do to be possui três formas: am, is e are. Este meu e-mail)
verbo significa duas coisas ao mesmo tempo: ser e estar. He didn’t travel a lot. (Ele não viajou muito)
Mas como identificar se numa frase ele quer se referir ao She didn’t watch the movie. (Ela não assistiu o filme)
verbo ser ou se ao verbo estar? Resposta: depende da fra- It didn’t bark all night. (Ele/Ela não latiu a noite toda)
se, depende do contexto. Veja: We didn’t stay here. (Nós não ficamos aqui)
You didn’t play very well. (Vocês não jogaram muito bem)
I am a teacher. (Eu sou um professor) They didn’t park far. (Eles não estacionaram longe)
You are a student. (Você é um aluno)
He is late. (Ele está atrasado) Did I work yesterday? (Eu trabalhei ontem?)
She is early. (Ela está adiantada) Did you answer my e-mail? (Você respondeu ao meu
It is tall. (Ele/Ela é alto/a) e-mail?)
We are Brazilians. (Nós somos brasileiros) Did he travel a lot? (Ele viajou muito?)
You are busy. (Vocês estão/são ocupados) Did she watch the movie? (Ela assistiu o filme?)
They are happy. (Eles/Elas estão/são felizes) Did it bark all night? (Ele/Ela latiu a noite toda?)
Did we stay here? (Nós ficamos aqui?)
Note que am é usado na primeira pessoa do singular, Did you play very well? (Vocês jogaram muito bem?)
is na terceira do singular e are nas outras. Did they park far? (Eles estacionaram longe?)
22
INGLÊS
Quanto aos verbos irregulares, procederemos da mes- I’m going to visit my mother tonight (Eu irei visitar mi-
ma forma. A única diferença é nas afirmações, pois eles não nha mãe hoje a noite.)
recebem terminação -ed. É essencial memorizar as formas Jack is going to swim tomorrow. (Jack irá nadar amanhã.)
irregulares. Vejamos: It is going to rain in a few minutes. (Irá chover em alguns
minutos.)
I went to the beach. (to go: ir)
You left early. (to leave: sair, deixar) Como o futuro imediato é composto do to be, para fazer-
He drank too much. (to drink: beber) mos frases interrogativas e negativas, basta utilizar as mes-
She had a sister. (to have: ter) mas regras acrescentando not após o to be, ou colocando o
It slept under the bed. (to sleep: dormir) mesmo antes do sujeito para a interrogativa.
We stood in line. (to stand: ficar de pé)
You won together. (to win: vencer, ganhar) Steve is not going to dance samba. (Steve não irá dançar
They cut the meat. (to cut: cortar) samba.)
They aren’t going to play soccer. (Eles não irão jogar fu-
Faz-se necessário, também revisar o passado do verbo tebol.)
to be. Ele será da seguinte forma:
I was tired. Is he going to buy a new car? (Ele vai comprar um carro
You were sad. novo?)
He was late. Are you going to call Ann? (Você irá ligar pra Ann?)
She was early.
It was beautiful. Apenas em conversas e diálogos informais o going to
We were in São Paulo. pode ser substituído pela expressão/abreviação gonna:
You were elegant.
They were at the bank. I’m gonna study tonight. (Eu irei estudar hoje a noite.)
Are you gonna help me? (Você irá me ajudar?)
Nas negativas: wasn’t e weren’t. E nas interrogativas:
Was I...?, Were you...?, Was he…?, etc.
PRESENTE PERFEITO: formado pela utilização do auxi-
liar have ou has (has para he, she, it) mais a forma do parti-
FUTURO SIMPLES: Usamos o futuro simples para dizer
cípio de outro verbo (conhecida como “a terceira forma do
que algo vai acontecer ou deverá acontecer, para expres-
verbo”). Indica dois tipos de situações.
sar ações que iremos fazer mas que não tínhamos planeja-
do anteriormente, para fazer previsões sobre o futuro, uma
Quando a ação é contínua, que têm acontecido por um
vez que não temos certeza se essa previsão irá mesmo se
concretizar ou não. Usamos também o futuro simples para certo período e que ainda não acabaram, que continuam
promessas, ofertas e propostas. A estrutura é formado pela acontecendo.
utilização do auxiliar will após o sujeito seguido de algum
verbo. A negativa é obtida com will not ou com a contração I have worked here for five years. (Tenho trabalhado
won’t. Para perguntar no futuro simples, é só colocar will aqui há cinco anos)
antes do sujeito. Exemplos: She has gone to the club a lot lately. (Ela tem ido muito
ao clube ultimamente)
I will buy a car. (Eu vou comprar um carro.) Dave and Mike have studied together since 2010. (Dave
You will have a baby. (Você vai ter um bebê.) e Mike têm estudado juntos desde 2010)
He will study abroad. (Ele irá estudar no exterior.)
She will go to the park. (Ela irá para o parque.) Quando descrevemos situações que já ocorreram, mas
It will stay at the veterinarian. (Ele/ela* irá permane- que não sabemos quando. O tempo é indefinido, não inte-
cer no veterinário.) ressa, ou simplesmente não importa, pois o que importa é o
We will make a barbecue. (Nós iremos fazer um chur- fato acontecido.
rasco.)
You will help me later. (Você irá me ajudar depois.) Mike has seen the ocean for the first time. (Mike viu o
They will be partners. (Eles serão parceiros.) oceano pela primeira vez)
Sheila and Susan have already been to New York. (Sheila
FUTURO IMEDIATO: Utilizamos o futuro imediato e Susan já estiveram em Nova Iorque)
para expressar algo que já foi planejado e por isso existe a I have already made my bed. (Eu já arrumei minha cama)
certeza de que irá acontecer. Por ser algo que temos cer-
teza que iremos fazer o futuro imediato acaba sendo usa- As formas negativas podem serão:
do frequentemente para expressar ações que acontecerão
num futuro bem próximo, por isso chamado de imediato. I haven’t made my bed. (Eu não arrumei minha cama)
A estrutura do futuro imediato é o sujeito + o verbo to be Mike hasn’t seen the ocean. (Mike não viu o oceano)
no presente (am, is, are) + going to + verbo principal + Sheila and Susan haven’t been to New York. (Sheila e
complemento. Susan não foram a Nova Iorque)
23
INGLÊS
Se quisermos, podemos acrescentar no final da frase a PASSADO PERFEITO: usado para dizer que alguma
palavra yet, que significa “ainda”, para modificar um pouco coisa ocorreu antes de outra no passado. Formado por had
o sentido da conversa: mais o particípio de algum verbo. Veja no próximo exem-
(apenas nas negativas) plo que há duas situações acontecendo, mas, aquela que
aconteceu primeiro está usando o past perfect. E aquela
I haven’t made my bed yet. (Eu ainda não arrumei mi- que aconteceu em seguida está no passado simples. Am-
nha cama) bas as orações estão unidas por when.
Mike hasn’t seen the ocean yet. (Mike ainda não viu o
oceano) I had already left when my father called home. (Eu já
Sheila and Susan haven’t been to New York yet. (Sheila tinha saído quando meu pai ligou para casa)
e Susan ainda não foram a Nova Iorque)
Não é extremamente necessário que haja duas ora-
Para fazermos perguntas no present perfect, basta co- ções. Pode have apenas uma. Veja;
locar have ou has antes do sujeito da frase. Às vezes, fa-
zemos uso da palavra ever, que significa “alguma vez”, em David had bought meat for the barbecue this mor-
perguntas: ning. (David tinha comprado carne para o churrasco hoje
(o uso da palavra ever é opcional) de manhã)
Have you bought Milk for the baby? (Você comprou A negativa é formada com had not ou hadn’t. Para per-
leite para o bebê?) guntar, devemos posicionar o had antes do sujeito.
Has he talked to the police officer? (Ele falou com o
policial?) He hadn’t gone to the bar. (Ele não tinha ido ao bar)
Has Tina ever traveled to Salvador? (A Tina viajou a Sal- Had you brought me those documents? (Você tinha me
vador alguma vez?) trazido aqueles documentos?)
Have you ever seen a famous person? (Você alguma
vez viu uma pessoa famosa?) VERBOS AUXILIARES
PRESENTE PERFEITO CONTÍNUO: formado pela uti- Em perguntas você pode mudar o tempo verbal de uma
lização do auxiliar have ou has (has para he, she, it) mais o frase simplesmente alterando o verbo auxiliar. Por exemplo:
presente perfeito do verbo be e o gerúndio do verbo prin-
cipal. Esta forma verbal enfatiza uma ação que começou no Do you work? = Você trabalha?
passado e que contina se repetindo até hoje. Does He work? = Ele trabalha?
Did you work? = Você trabalhou?
I have been playing tennis for one hour. (Eu estou Will you work? = Você vai trabalhar?
jogando tennis há uma hora)
Daniel has been waiting for two hours. (Daniel está Os verbos auxiliares não possuem tradução nas frases:
esperando a duas horas)
Anna has been teaching in the university since April. Do you play volleyball? = Você joga vôlei?
(Anna tem lecionado na universidade desde Abril.)
A presença de um verbo auxiliar numa frase nos indica
As formas negativas serão: em que tempo verbal ela está (no presente, no passado
ou no futuro), dependendo do auxiliar que foi usado. Do e
She has not been working at that company for three does indicam tempo presente, did indica tempo passado, e
years (Ela não trabalha naquela companhia a três anos). will indica tempo futuro.
I haven’t been watching much television lately. (Eu
não tenho assistido muita televisão ultimamente). Suas formas negativas são don’t (do not), didn’t (did
Roberto hasn’t been feeling well in the past few days. not) e won’t (will not).
(Roberto não tem se sentido bem nos últimos dias).
Para montarmos interrogações, basta posicionar o au-
Para fazermos perguntas no present perfect continuos, xiliary desejado antes do sujeito da frase.
basta colocar have ou has antes do sujeito da frase.
O auxiliar também pode facilitar as coisas nas respos-
Has David been doing his homework everyday? (David tas. Ele pode substituir o verbo e todos os seus comple-
está fazendo sua tarefa todos os dias?). mentos. Assim, se alguém faz um pergunta muito longa,
Have Donald and Mike been training for the race? você pode responder rapidamente:
(Donald e Mike estão treinando para aquela corrida?).
Have you been playing video games all day? (Você Do you always go to work by car on weekdays? (Você
está jogando video games o dia inteiro?) sempre vai para o trabalho de carro nos dias da semana?).
24
INGLÊS
Sua resposta pode ser, simplesmente, “Yes, I do”. -May e Might podem indicar possibilidade mais certa
Estas respostas curtas são conhecidas como short ans- ou probabilidade mais remota:
wers. It may rain. (Pode chover) => may indica algo com
mais certeza do que might.
Os verbos auxiliares seguidos de um verbo principal It might rain. (Pode chover) => a probabilidade de cho-
são usados praticamente só em perguntas ou frases ne- ver é pequena.
gativas: He might come to the party, but I don’t think he will.
(Ele pode vir à festa, mas não creio que virá)
Do you like pizza? (Você gosta de pizza?) -May e might podem ser usados para exprimir um pro-
I don’t like pizza (Eu não gosto de pizza) pósito, uma aspiração ou uma esperança:
May he rest in peace. (Que ele repouse em paz)
Numa frase afirmativa diríamos: I hope that he might like this cake. (Espero que ele pos-
sa gostar deste bolo)
I like pizza. (Eu gosto de pizza) May all your dreams come true. (Que todos os seus
sonhos se realizem)
As formas does e doesn’t são usadas quando o sujeito -Para dizermos algo no passado e no futuro, ao invés
da frase no presente for terceira pessoa do singular (he, de may e might, normalmente usamos os verbos “to be
she, it). allowed to” ou “to be permitted to”, que significam “ser
permitido”:
I don’t eat pizza. (Eu não como pizza) He will be allowed to leave prison. (Ser-lhe-á permitido
You don’t eat pizza. (Você não come pizza) sair da prisão)
I wasn’t allowed to enter without a uniform. (Não me
She doesn’t eat pizza. (Ela não come pizza)
deixaram entrar sem um uniforme)
He doesn’t eat pizza. (Ele não come pizza)
It doesn’t eat pizza. (Ela/Ele não come pizza)
-May e might não são usados na interrogativa expri-
We don’t eat pizza. (Nós não comemos pizza)
mindo probabilidade ou possibilidade. Usamos to think, to
You don’t eat pizza. (Vocês não comem pizza)
be likely e can:
They don’t eat pizza. (Eles não comem pizza)
Do you think he is listening for us? (Você acha que ele
Do I eat pizza? (Eu como pizza?)
está nos ouvindo?)
Do you eat pizza? (Você come pizza?)
Is it likely to happen? (É possível/provável que isso
Does she eat pizza? (Ela come pizza?) aconteça?)
Does he eat pizza? (Ele come pizza?) Can this plan come true? (Poderá este plano se tornar
Does it eat pizza? (Ela/Ele come pizza?) realidade?)
Do we eat pizza? (Nós comemos pizza?)
Do you eat pizza? (Vocês comem pizza?) -May e Might podem ser empregados na negativa,
Do they eat pizza? (Eles comem pizza?) mas sem contração:
He may or may not agree with you. (Ele pode concordar
VERBOS MODAIS ou não com você)
Os verbos modais são distintos dos regulares e irregu- Must (precisar, dever, ter que):
lares pois possuem características próprias:
-Must é usado no presente e no futuro. Must pode ex-
Não precisam de auxiliares na formação de negativas primir ordem, necessidade, obrigação, dever. É equivalente
e interrogativas; a have to (ter que):
Sempre após os modais, usamos um verbo regular ou I must go now. (Preciso ir agora)
irregular no infinitivo, mas sem o “to”; You must obey your parents. (Você deve obedecer a
Não sofrem alteração na terceira pessoa do singular seus pais)
do presente. Logo, nunca recebem “s”, “es” ou “ies” para You must follow your doctor’s advice. (Você tem que
he/she/it. seguir os conselhos do seu médico)
He has worked a lot; he must be tired. (Ele trabalhou
São verbos modais: can, could, may, might, should, muito; deve estar cansado)
must, ought to.
-A forma negativa mustn’t (must not) exprime uma
May, Might (poder): proibição ou faz uma advertência:
Visitors must not feed the animals. (Visitantes estão
-May pode ser usado para pedir permissão: proibidos de alimentar os animais)
May I open the window? (Posso abrir a janela?) You mustn’t miss the 9:00 train. (Você não pode perder
May I use your bathroom? (Posso usar seu banheiro?) o trem das 9:00)
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INGLÊS
Could (conseguia, podia, poderia): Para entender como um two-word verb funciona, você
tem que refletir sobre o significado básico de “turned”. Ge-
-Usamos could para expressar ideias como sendo o ralmente, se for possível substituir o verbo e sua preposição
passado de Can: por outra palavra, uma palavra que signifique exatamente
When I was a teenager I could swim better. (Quando a mesma coisa, então, o verbo é realmente um two-word
eu era adolescente eu podia nadar melhor) verb. Poderíamos reescrever as frases da seguinte maneira:
I could run, now I can’t anymore. (Eu podia correr, mas
agora não consigo mais) Fred put the light in the “on” position. (Fred pôs a luz
na posição “ligada”)
-Para pedir permissão, could é mais educado e formal Mary lowered the gas. (Mary reduziu o gás)
que Can: Ralph raised the volume on the stereo. (Ralph aumen-
Could you help me? (Você poderia me ajudar?) tou o volume do som)
Could I borrow your cell phone? (Eu poderia pegar Susan flipped the pancake. (Susan girou a panqueca)
emprestado seu celular?) The committee refused the request. (O comitê recusou
o pedido)
Should e Ought to (deveria):
Muitos phrasal verbs não têm objeto:
-Usamos para expressar nossa opinião, para dar su-
gestão ou conselho:
After their fight, Susan and Paul made up. (Após a bri-
He should travel more. (Ele deveria viajar mais)
ga, Susan e Paul fizeram as pazes)
I ought to go right now. (Eu deveria ir imediatamente)
During the wedding, the groom passed out. (Durante o
-As formas negativas são Shouldn’t e Ought not to.
casamento, o noivo passou mal)
You shouldn’t talk like that. (Você não deveria falar
daquele jeito)
Contudo, outros phrasal verbs pedem objeto:
I ought not to see her. (Eu não deveria vê-la)
They put up with the inconvenience. (Eles toleraram a
inconveniência)
PHRASAL VERBS (VERBOS DE DUAS PALAVRAS)
We decided on the rose wallpaper. (Nós seleciona-
O Inglês tem uma grande variedade de two-word verbs mos o papel de parede rosa)
(verbos de duas palavras). Talvez o melhor termo para iden- The scientists wrote up their research. (Os cientistas es-
tificá-los seja phrasal verbs (verbos frasais), assim chama- creveram algo sobre sua pesquisa)
dos pelo fato de serem compostos, possuindo mais de uma The traffic cop wrote up the offender. (O guarda de
palavra, parecendo-se com um tipo de frase. Um phrasal trânsito deu uma multa ao infrator)
verb é composto por um verbo regular ou irregular junto Fred flipped off the policeman. (Fred fez um gesto
com alguma partícula, que pode ser uma preposição ou ofensivo para o policial)
um advérbio, ou ambos. Os phrasal verbs têm significados
novos, diferentes das palavras que os compõem lidas sepa- Quanto a posição do phrasal verb.
radamente. Eles precisam ser entendidos como um grupo e Quando falamos de substantivos a grande maioria dos
não com suas palavras de forma isolada. phrasal verbs aceitam ser colocados de duas maneiras:
26
INGLÊS
I’ll hang up my coat. / I’ll hang my coat up. (Eu vou A voz passiva também é utilizada para dar foto ao ob-
pendurar o meu casaco) jeto mas por fim informando quem foi o autor da obra ou
O substantivo pode vir após o phrasal verb ou no meio do acontecimento. Para isso nós utilizamos a preposição by.
dele.
Kennedy was killed by Lee Harvey Oswald. (Kennedy foi
Entretanto, quando falamos de pronomes, eles obriga- morto por Lee Harvey Oswald)
toriamente devem vir no meio do phrasal verb:
O USO DO GERUNDIO
I’ll hang it up (Eu vou pendurar [o meu casaco.])
Let’s help him out. (Vamos ajudar ele.) O gerúndio no inglês é usado em algumas situações
especiais. Abaixo nós iremos listar as mais comuns.
VOZ ATIVA E PASSIVA
Após Preposições:
Há duas vozes verbais: ativa e passiva Exemplos:
She is not interested in living with us.
A voz ativa é a voz “normal” do verbo, pois é com ela (Ela não está interessada em morar conosco.)
que normalmente nos comunicamos. Nela o foco é o sujeito
fazendo uma ação sobre o objeto. Observe os exemplos sob Read more about this by clicking here.
a ótica da ordem normal das palavras numa frase (Sujeito+- (Leia mais sobre isto clicando aqui.)
verbo+objeto):
Após alguns verbos “especiais” (existem mais verbos,
Cats eat fish. (Gatos comem peixes) estes são os mais comuns): admit, avoid, consider, con-
tinue, deny, dislike, enjoy, escape, finish, forgive, imagine,
A voz passiva é menos comum de ser usada. Ela é mais include, keep, mention, miss, practice, reccommend, resist,
formal. Nela o foco é sobre o objeto que está recebendo a risk, suggest, try, understand, quit.
ação. Neste caso o sujeito recebe muita pouca atenção ou Exemplos:
as vezes nem aparece na frase. Se compararmos com a voz I enjoy studying English.
ativa, veremos uma inversão no posicionamento do sujeito (Eu aprecio estudar Inglês.)
e do objeto.
I don’t mind helping her.
Fish are eaten by cats. (Peixes são comidos por gatos)
(Eu não me importo de ajudar ela.)
A voz passiva é comumente utilizada pelos meio de co-
Após algumas expressões (novamente estas são
municação para a divulgação de crimes, uma vez que não se
apenas as mais comuns): can’t stand, it’s worth, be used
sabe a quantidade ou o sexo dos bandidos.
to, can’t help, feel like, it’s no good, look forward to, what
about, how about, it’s no use, in spite of.
The bank was robbed last night (O banco foi roubado
noite passada.) Exemplos:
É incorreto dizer “alguém” roubou o banco. Alguém? I can’t stand watching this game.
Apenas uma pessoa? (Eu não suporto assistir este jogo.)
A estrutura da voz passiva é bem simples: sujeito + be + I’m looking forward to meeting your parents.
verbo principal no particípio. (Eu estou ansioso para conhecer os seus pais.)
O be deve ser conjugado conforme o tempo verbal da
frase. Exemplo: am, is, are para o presente. Was, were para Para transformar um verbo em substantivo:
o passado, will be para o futuro, etc. Assim como o verbo Exemplos:
principal também deve sofrer as modificações necessárias. Dancing is his favorite activity.
Por fim, a voz passiva existe em todos os tempos verbais. (Dançar é sua atividade favorita.)
27
INGLÊS
He said: “Close the door”. (Ele me disse: “Feche a por- -First Conditional: usado para falar sobre prováveis
ta”) eventos no futuro se alguma coisa vier a acontecer (If+pre-
He told me to close the door. (Ele me disse para fe- sent tense; future tense will). Exemplos:
char a porta)
He said: “Don’t close the door”. (Ele me disse: “Não If I pass the exam, I will have a big party! (Se eu passar
feche a porta”) no exame, eu farei uma grande festa!)
He told me not to close the door. (Ele me disse para
não fechar a porta) If you don’t stop talking, I will send you to the principal.
(Se você não parar de falar, eu vou te enviar ao diretor)
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INGLÊS
-Second Conditional: usado para falar sobre situações tante; quite, completamente; slightly, ligeiramente; equally,
improváveis ou impossíveis (If+past tense; would, could, igualmente; exactly, exatamente; greatly, grandemente;
might). Exemplos:’’ very, muito; sufficiently, suficientemente; too, muito, de-
masiadamente; largely, grandemente; little, pouco; merely,
If I won the lottery, I would give all the money to an or- meramente; etc.
phanage. (Se eu ganhasse na loteria, eu daria todo dinheiro
a um orfanato) Advérbios de Lugar: anywhere, em qualquer lugar;
around, ao redor; below, abaixo; everywhere, em todo
People might behave differently if they had the chance lugar; far, longe; here, aqui; near, perto; nowhere, em ne-
to repeat their lives. (As pessoas poderiam se comportar nhum lugar; there, lá; where, onde; etc.
diferentemente se elas tivessem a chance de repetir suas
vidas) Advérbios de Modo: actively, ativamente; wrongly, er-
roneamente; badly, mal; faithfully, fielmente; fast, rapida-
-Third Conditional: usado para especular sobre o pas- mente; gladly, alegremente; quickly, rapidamente; simply,
sado (If+past perfect; would have, could have, might ha- simplesmente; steadily, firmemente; truly, verdadeiramen-
ve+past participle). Exemplos: te; well, bem; etc.
If we had saved more money, we would have gone to Advérbios de Negação: no, not, não.
Canada last year. (Se nós tivéssemos economizado mais di-
nheiro, nós teríamos ido ao Canadá ano passado) Advérbios de Ordem: firstly, primeiramente; secondly,
em segundo lugar; thirdly, em terceiro lugar; etc.
If you had told me the truth, I wouldn’t have asked the Advérbios de Tempo: already, já; always, sempre; early,
teacher. (Se você tivesse me dito a verdade, eu não teria cedo; immediately, imediatamente; late, tarde; lately, ulti-
perguntado ao professor) mamente; never, nunca; now, agora; soon, em breve, bre-
vemente; still, ainda; then, então; today, hoje; tomorrow,
ADVÉRBIOS: TIPOS: FREQUÊNCIA, MODO, LU-
amanhã; when, quando; yesterday, ontem; etc.
GAR, TEMPO, INTENSIDADE, DÚVIDA, AFIRMAÇÃO.
EXPRESSÕES ADVERBIAIS.
Advérbios Interrogativos: how, como; when, quando;
ADVÉRBIOS
where, onde; why, por que; etc.
Advérbios são palavras que modificam:
Alguns exemplos:
- Um verbo (He ate slowly. = Ele comeu lentamente) -
Como ele comeu? She moved slowly and spoke quietly. (Ela se moveu
- Um adjetivo (He drove a very slow car. = Ele pilotou lentamente e falou sussurrando)
um carro muito lento) - Como era a rapidez do carro? She still lives there now. (Ela ainda mora lá agora)
- Outro advérbio (She walked quite slowly down the It’s starting to get dark now. (Está começando a ficar
aisle. = Ela andou bem lentamente pelo corredor) - Com escuro agora)
que lentidão ela andou? She finished her tea first. (Primeiramente ela terminou
seu chá)
Advérbios frequentemente nos dizem quando, onde, She left early. (Ela saiu cedo)
por que, ou em quais condições alguma coisa acontece ou Oscar is a very bright man. (Oscar é um homem muito
aconteceu. Os advérbios são geralmente classificados em: brilhante)
The children behaved very badly. (As crianças se com-
Advérbios de Afirmação: certainly, certamente; indeed, portaram muito mal)
sem dúvida; obviously, obviamente; yes, sim; surely, certa- This apartment is too small for us. (Esse apartamento é
mente; etc. pequeno demais para nós)
The coffee is too sweet. (O café está doce demais)
Advérbios de Dúvida: maybe, possivelmente; perhaps, Jack is much taller than Peter. (Jack é muito mais alto
talvez; possibly, possivelmente; etc. do que Peter)
São Paulo is far bigger than Recife. (São Paulo é muito
Advérbios de Frequência: daily, diariamente; mon- maior que Recife)
thly, mensalmente; occasionally, ocasionalmente; often/ The test was pretty easy. (A prova estava um tanto fácil)
frequently, frequentemente; yearly, anualmente; seldom/
rarely, raramente; weekly, semanalmente; always, sempre; Duas ou mais palavras podem ser usadas em conjunto,
never, nunca; sometimes, às vezes; hardly ever, quase nun- formando, assim, as Locuções Adverbiais, como:
ca, raramente; usually/generally, geralmente; etc.
Advérbios de Intensidade: completely, completamente; Locução Adverbial de Afirmação: by all means, certa-
enough, suficientemente, bastante; entirely, inteiramente; mente; in fact, de fato, na verdade; no doubt, sem dúvida;
much, muito; nearly, quase, aproximadamente; pretty, bas- of course, com certeza, certamente, naturalmente; etc.
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INGLÊS
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INGLÊS
After: depois de: She always wakes up after 9:00. Inicialmente, podemos considerar as conjunções sob
Against: contra: The car crashed against the wall. três aspectos básicos:
Among: entre (vários ítens): The little boy was among
many criminals. -Conjunções podem ser apenas uma palavra:
Around: em volta de: They traveled all around the cou-
ntry. And, but, because, although, or, nor, for, yet, so, since,
Before: antes de: She always arrives before 7 o’clock. unless, however, though.
Behind: atrás de: Tim sits behind Peter. -Conjunções podem ser compostas de mais de uma
Below: abaixo de: Answer the questions below. palavra:
Beside/Next to: ao lado de: The microphone is beside/ Provided that, as long as, in order to, in spite of.
next to the monitor.
Besides: além de: Besides English, she can also speak -Conjunções podem ser correlativas, cercando um ad-
Spanish. vérbio ou adjetivo:
Between: entre (dois ítens): He was sitting between two
So... that, neither… nor.
beatuful girls.
Beyond: além de, após, atrás de: The lake is beyond the
Além disso, as conjunções podem expressar diversos
mountains.
But: exceto: Everybody went to the party, but Chris. tipos de ideias:
By: por, junto, ao lado de: Let’s sleep by the fireplace.
Down: abaixo, para baixo: Their house is down the hill. -Tempo: after, as, while, when, before, until, till, next,
Up: acima, para cima: Their house is halfway up the hill. meanwhile, finally.
During: durante: He was in the army during the war.
For: a favor de: Who’s not for us is against us. -Acréscimo de ideias: and, also, furthermore, as well
For: por, para, há (tempo): Do it for me! Fish is good for as, in other words, in addition to, besides, moreover, both...
health. They’ve lived here for many years. and, not only... but also.
From: de (origem): Where is he from?
In front of: na frente de: Peter sits in front of the teacher -Alternativa: or, either... or.
in the classroom.
Inside/outside: dentro de/fora de: Let the dog sleep in- -Negação: neither... nor.
side/outside the house.
Instead of: em vez de: You should study more instead -Condição: if, as long as, provided that, unless, whe-
of playing video-games. ther.
Into: para dentro, em: The plane disappeared into the
cloud. -Causa ou razão: as, because, since, for.
Near: perto de: The post office is near here.
Off: para fora (de uma superfície): Mark fell off his mo- -Consequência ou resultado: so, therefore, then, ac-
torcycle. cordingly, thus, for this reason, as a result of, consequently,
Out of: para fora de: Put these books out of the box. hence.
Over: sobre, acima de, por cima de, mais que: There
were over 1.000 people in the show. -Finalidade ou propósito: so that, so.
Through: através de: The guys walked through the fo-
rest.
-Modo: as, as if, as though.
Till/until: até (tempo): The message will arrive until to-
morrow.
-Contraste: although, instead of, rather than, though,
To: para: Teresa will go to Italy next week.
but, yet, even though, however, in spite of that, neverthe-
Towards: para, em direção a: The boy threw the rock
towards the window. less, whereas, while, on the other hand.
Under: em baixo de: The cat sleeps under the bed.
With/without: com/sem: Come with me. I can’t live wi- -Comparação: like, alike, likewise, correspondingly, si-
thout you. milarly, in the same way, in this manner.
Within: dentro de: I will go there within a week.
Exemplos:
CONJUNÇÕES
Jack and Jill went to the mountains.
Uma conjunção é uma palavra ou grupo de palavras The water was warm, but I didn’t enter.
(locuções conjuntivas ou locuções adverbiais) que juntam I went swimming although it was cold.
duas partes de uma sentença ou que unem uma cláusula Russia is a beautiful country. It’s very cold, though.
dependente subordinada a uma cláusula principal. As con- I don’t care what you did as long as you love me.
junções auxiliam na coesão textual, garantindo a interliga- He is so strong that broke the brick with his fist.
ção de ideias.
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QUESTÕES
01)
In It would be wise to say something nice to Liz, as well. AS WELL means
A. too.
B. thus.
C. please.
D. instead.
E. therefore.
Resposta: A
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02)
Resposta: Errado
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INGLÊS
02. (ANVISA – ANALISTA ADMINISTRATIVO – CE- with such uncanny clarity that they might be halluci-
TRO/2013) nations. Yet always the shadows encroach, the pools
of blackness that threaten to obliterate all. Looking at
Alzheimer’s disease this picture is like looking at the world of flashes of
lightning.
Alzheimer’s disease (AD) is a form of dementia, Caravaggio’s life is like his art, a series of lightning
which is a brain disorder. It damages nerve cells in the flashes in the darkness of nights. He is a man who can
brain. This affects your ability to remember things, never be known in full because almost all that he did,
think clearly, and care for yourself. AD begins slowly, said and thought is lost in the irrecoverable past. He
and symptoms get worse with time. Eventually, a per- was one of the most electrifying original artists ever to
son with AD might need help in many areas, including have lived, yet we have only one solitary sentence from
eating and getting dressed. For some people in the him on the subject of painting – the sincerity of which
early or middle stages of the disease, medicine might is, in any case, questionable, since it was elicited from
help symptoms, such as memory loss, from getting him when he was under interrogation for the capital
worse for a limited time. Other drugs may help people crime of libel.
feel less worried or depressed. Dealing with Alzheimer’s When Caravaggio emerges from the obscurity of
disease can be extremely difficult, but planning ahead the past he does so, like the characters in his own pain-
and getting support can lighten the lead. AD usually
tings, as a man in extremis. He lived much of his life
begins after age 60, and risk goes up with age. The risk
as a fugitive, and that is how he is preserved in his-
is also higher if a family member has had AD. Scientists
tory – a man on the run, heading for the hills, keeping
are working to better understand AD. Ongoing studies
to the shadows. But he is caught, now and again, but
are looking at whether some things can help prevent or
the sweeping beam of a searchlight. Each glimpse is
delay the disease. Areas that are being explored include
different. He appears in many guises and moods. Cara-
exercise, eating omega-3 fatty acids, and keeping your
vaggio throws stones at the house of his landlady and
brain active.
sings ribald songs outside her window. He has a fight
Available: www.womenshealth.gov with a waiter about the dressing on a plate of articho-
kes. His life is a series of intriguing and vivid tableaux
Read the sentence below and choose the alternative – scenes that abruptly switch from low farce to high
that presents a synonym to the underlined word. drama.
“Ongoing studies are looking at whether some New York - London. W. W. Norton & Company,
things can help prevent or delay the disease.” 2010 (adapted)
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INGLÊS
04. (INSTITUTO RIO BRANCO – DIPLOMATA – CES- A questão pede que o candidato determine. As pala-
PE/2012) vras “mangled” (destroçado) e “suffused” (impregnado,
inundado) significam respectivamente. Ruined – arruinado,
Godzilla’s grandchildren destruído. Permeated – permeado, penetrado. Mutilated –
mutilado. Obscured – obscurecido. Subdued – subjugado,
In Japan there is no kudos in going to jail for your dominado.
art. Bending the rules, let alone breaking them, is lar- Covered – coberto. Humongous – gigante. Imbued –
gely taboo. That was one reason Toshinori Mizuno was embutido. Torn – rasgado. Zeroed in on – mirado em.
terrified as he worked undercover at the Fukushima
Dai-ichi nuclear-power plant, trying to get the shot RESPOSTA: “A”.
that shows him in front of the mangled third reactor
holding up a referee’s red card. He was also terrified of 05. (SEFAZ/ES – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ES-
the radiation, which registered its highest reading whe- TADUAL – CESPE/2013)
re he took the photograph. The only reason he did not
arouse suspicion, he says, is because he was in regula- It is well accepted and acknowledged that service
tion radiation kit. And in Japan people rarely challenge quality is essential for firm success. The problem with
a man in uniform. the measurement of service quality is that it is not ea-
Mr. Mizuno is part of ChimPom, a six-person collec- sily identifiable and measurable. Unlike the quality of
tive of largely unschooled artists who have spent a lot goods, which can be measured objectively, service qua-
of time getting into tight spots since the disaster, and lity is an abstract and elusive construct because of three
are engagingly thoughtful about the results. features unique to services: intangibility, heteroge-
It is easy to dismiss ChimPom’s work as a publicity neity, and inseparability of production and consump-
stunt. But the artists’ actions speak at least as loudly tion. Despite the complexity of the issue, a consensus
as their images. There is a logic to their seven years of has emerged in the literature to measure service quality
guerrilla art that has become clearer since the nuclear
using clients’ perceptions of the service delivered.
disaster of March 11th 2011. In fact, Noi Sawaragi, a
Only few studies in auditing have adopted the ser-
prominent art critic, says they may be hinting at a new
vice quality approach, where clients are asked to assess
direction in Japanese contemporary art.
their current (and/or former) auditor (i.e., audit firm
Radiation and nuclear annihilation have suffused
and/or audit team). However, the latter approach has
Japan’s subculture since the film Gojira (the Japanese
several advantages because it allows overall client sa-
Godzilla) in 1954. The two themes crop up repeatedly
tisfaction to be determined and also identification of
in manga and anime cartoons.
Other young artists are ploughing similar grou- the attributes that drive client satisfaction.
nd. Kota Takeuchi, for instance, secretly took a job at
Fukushima Dai-ichi and is recorded pointing an angry Internet: http://onlinelibrarywhiley.com (adapted)
finger at the camera that streams live images of the
site. Later he used public news conferences to pressure The word “unlike” (L.4) is the same as
Tepco, operator of the plant, about the conditions of (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
its workers inside. His work, like ChimPom’s blurs the por conta da diagramação do material.)
distinction between art and activism. A) Aside from.
Japanese political art is unusual and the new sub- B) Similar to.
versiveness could be a breath of fresh air; if only anyo- C) Contrasted with.
ne noticed. The ChimPom artists have received scant D) Resembling.
coverage in the stuffy arts pages of the national news- E) Despite.
papers. The group held just one show of Mr. Mizuno’s
reactor photographs in Japan. He says: “The timing has A questão pede que o candidato determine. A palavra
not been right. The media will just want to make the “unlike” (o contrário) é o mesmo que. Aside from – além de.
work look like a crime.” Similar to – similar à. Contrasted with – contrastadas com.
Resembling – semelhante. Despite – apesar de.
Internet: www.economist.com (adapted)
RESPOSTA: “C”.
The words “mangled” (L.6) and “suffused” (L.23)
mean respectively
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
por conta da diagramação do material.)
A) “Ruined” and “permeated”.
B) “Mutilated” and “obscured”.
C) “Subdued” and “covered”.
D) “Humongous” and “imbued”.
E) “Torn” and “Zeroed in on”.
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INGLÊS
06. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013) The intelligence chiefs appeared against a backdrop
of angry accusations by European allies that the United
The difficulty for health policy makers the world States spies on their leaders and citizens, accusations
over is this: it is simply not possible to promote heal- prompted by highly classified documents that Snowden
thier lifestyles through presidential decree or through leaked to media organizations.
being overprotective towards people and the way they Army General Keith Alexander, testifying with other
choose to live. Recent history has proved that one-si- U.S. spy chiefs before the House of Representatives In-
ze-fits-all solutions are no good when public health telligence committee, sought to defuse a growing con-
challenges vary from one area of the country to the troversy over reports of NSA snooping on citizens and
next. But we cannot sit back while, in spite of all this, so leaders of major U.S. allies.
many people are suffering such severe lifestyle-driven The hearing took place as Congress in weighing new le-
ill health and such acute health inequalities. gislative proporsals that could limit some of the NSA’s more
Internet: www.gov.uk (adapted) expansive electronic intelligence collection programs.
The expression “the world over” (L.1) is synony- More than any previous disclosures from the Snow-
mous with “in some parts of the world”. den documents, the reports of spying on close U.S. allies
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar have forced the White House to promise reforms and
por conta da diagramação do material.) even acknowledge that America’s electronic surveillance
A) Certo. may have gone too far.
B) Errado.
Internet: www.reuters.com (adapted)
A questão pede que o candidato determine. A expres-
são “the world over” (no mundo todo) é sinônimo com “in The word “beleaguered” (L.2) is synonymous with
some parts of the world” (em algumas partes do mundo). “besieged”
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar
RESPOSTA: “B”. por conta da diagramação do material.)
A) Certo.
07. (FUNASA – TODOS OS CARGOS – CESPE/2013) B) Errado.
The difficulty for health policy makers the world A questão pede que o candidato determine. A palavra
over is this: it is simply not possible to promote heal- “beleaguered” (cercada) é sinônimo com “besieged” (cerca-
thier lifestyles through presidential decree or through da, sob ataque).
being overprotective towards people and the way they
choose to live. Recent history has proved that one-si- RESPOSTA: “A”.
ze-fits-all solutions are no good when public health
challenges vary from one area of the country to the 09. (TCE/ES – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO –
next. But we cannot sit back while, in spite of all this, so CESPE/2012)
many people are suffering such severe lifestyle-driven
ill health and such acute health inequalities. Welcome to Oxford
40
INGLÊS
A questão pede que o candidato determine. A palavra Shift workers of all types face challenges to getting
“tangle” (emaranhar, entrelaçar, complicar) pode ser cor- enough sleep while managing long hours, overnight
retamente substituida por “line” (linha, fila, alinhamento) shifts, and changing schedules that fluctuate between
day and night. Research shows that:
RESPOSTA: “B”. • People who engage in shift work get less sleep
overall than those of us who work more regular hours.
10. (DECEA – CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO • Shift workers are at higher risk for illness and
CÓDIGO – CESGRANRIO/2012) chronic disease.
• The sleep deprivation associated with shift work
increase the risk of accidents, injuries and mistakes in
Air traffic controllers asleep on the job...still
high-profile, public-safety related industries like medi-
Michael J. Breus, Ph. D., in Sleepnewzzz
cine and law enforcement, as well as air traffic control.
In addition to making people more prone to acci-
Here’s some news of workers sleeping on the job dents and injury, sleep deprivation causes a number of
that’s downright scary. A news investigation produced negative effects – both physical and psychological – that
a story and footage of air traffic controllers at West- can impair the on-the-job performance of air traffic con-
chester County Airport sleeping during their shifts. trollers and other shift workers. Sleep deprivation:
The video, provided to the news outlet by an emplo- • Slows reaction time.
yee in the air traffic control tower at Westchester Air- • Interferes with memory.
port, also shows controllers reading and using laptops • Causes fatigue.
and cell phones while on duty. The Federal Aviation • Compromises judgment.
Administration (FAA) bans its controllers from use of • Impairs the ability to retain new information.
cell phones, personal reading material and electric de- I think we can all agree that we don’t want the peo-
vices while on duty. Sleeping is prohibited anywhere ple responsible for guiding our planes to be sluggish,
in air traffic control towers. slow-reacting, forgetful, fatigued and of questionable
All of these violations are alarming and dangerous, judgment. But that’s exactly what being sleep deprived
and pose a serious public safety problem. It is impor- can make them!
tant, I believe, to separate the issue of air traffic con- It’s the FAAs responsibility to create workplace regu-
lations that enable air traffic controllers to get the rest
trollers sleeping on the job from their choice to play
they need. This can include not just mandating reasona-
with laptops and cell phones when they are supposed
ble time off between shifts, but also giving controllers
to be working. The video images showing air traffic
breaks during shifts and allowing them to nap on their
controllers slumped over and sleeping at their stations breaks. There are also some basic things that controllers
is truly frightening. But the issue of sleep deprivation themselves – or any shift workers – can do to help avoid
among air traffic controllers is a very real one, and sleep deprivation:
means that some instances of falling asleep – however • Make sure to get adequate rest before a shift
dangerous and wrong – is not entirely the controllers’ beings. Take a nap before work, if needed be.
fault, or even within their control. • Limit your reliance on caffeine. While it’s okay
Unfortunately this is not a new problem. We’ve as an occasional pick–me–up, caffeinated beverages are
seen several instances of air traffic controllers falling not substitutes for adequate sleep. And caffeine can in-
asleep on duty in recent months. terfere with your sleep when you actually want and need
In response to these cases, the FAA in 2011 revised to be sleepy.
its regulations for air traffic controllers to include ad- • Keep a strong and consistent sleep routine both
ditional time for rest between shifts. The FAA: during your workdays and your days off. It’s not always
• Raised the minimum amount of time off bet- easy, but shift workers in particular need to build their
ween work shifts to 9 hours from 8 hours. off – duty schedules around making sure they get the
• Prohibited air traffic controllers from sleep they need.
Similarly to the recent changes in health care, the
swapping shifts without having a minimum of 9 hours
FAA is moving in the right direction to help its emplo-
off in between shifts.
yees get the sleep they need to do their jobs safely. As
• Increased supervisor coverage in air traffic
this latest incident at Westchester Airport confirms, the-
control towers during late night an early morning re is a great deal of work still to be done.
shifts.
• Prohibited air traffic controllers from picking And it’s in everyone’s best – and safest – interest that
up and overnight shift after a day off. progress continues to be made.
These adjustments are a step in the right direction, Sweet Dreams,
but they don’t go far enough. Managing schedules for Michael J. Breus, PhD
shift workers in these high-pressure jobs where public The Sleep Doctor TM
safety is at stake is too important to settle for impro- www.thesleepdoctor.com
vements that don’t actually solve the problem. Available at http://www.theinsomniablog.com
41
INGLÊS
In text I, the expression “downright scary” in “He- on the market have an excellent safety track record.
re’s some news of workers sleeping on the job that’s However, the studies on them continue and this one
“downright scary.”” (lines 1-2) can be replaced, wi- has thrown up a possible link – not a cause and effect
thout change in meaning by – with depression.”
A) Faintly alarming.
B) Really encouraging. (www.bbc.co.uk)
C) Not at all terrifying.
D) A little intimidating. O termo likely em – People who drank four cups a
E) Absolutely frightening. day were 10% less likely to be diagnosed with depres-
sion during the 10-year study period than those who
A questão pede que o candidato determine. A ex- drank no coffee. – transmite a ideia de:
pressão “downright scary” no trecho pode ser substituída A) Preferência.
sem perder o sentido por. “Downright scary” quer dizer B) Propensão.
francamente assustador. C) Impossibilidade.
D) Exclusividade.
RESPOSTA: “E”. E) Diminuição.
O trecho em questão. Pessoas que beberam quatro
11. (CETESB – ADVOGADO – VUNESP/2013) copos por dia eram 10% menos prováveis de serem diag-
nosticadas (...)
Diet Drinks “Link to depression” questioned
RESPOSTA: “B”.
Experts are questioning whether diet drinks could
raise depression risk, after a large study has found a 12. (CETESB – ADVOGADO – VUNESP/2013)
link.
Diet Drinks “Link to depression” questioned
The US research in more than 250.000 people fou-
nd depression was more common among frequent Experts are questioning whether diet drinks could
consumers of artificially sweetened beverages. The raise depression risk, after a large study has found a
work, which will be presented all the American Aca- link.
demy of Neurology’s annual meeting, did not look at
the cause for this link. The US research in more than 250.000 people fou-
Drinking coffee was linked with a lower risk of de- nd depression was more common among frequent
pression. consumers of artificially sweetened beverages. The
work, which will be presented all the American Aca-
People who drank four cups a day were 10% less
demy of Neurology’s annual meeting, did not look at
likely to be diagnosed with depression during the 10-
the cause for this link.
year study period than those who drank no coffee.
Drinking coffee was linked with a lower risk of de-
But those who drank four cans or glasses of diet fizzy
pression.
drinks or artificially sweetened juice a day increased
People who drank four cups a day were 10% less
their risk of depression by about a third. Lead resear-
likely to be diagnosed with depression during the 10-
cher Dr Honglei Chen, of the National Institutes of
year study period than those who drank no coffee.
Health in North Carolina, said: “Our research suggests
But those who drank four cans or glasses of diet fizzy
that cutting out or down on sweetened diet drink or
drinks or artificially sweetened juice a day increased
replacing them with unsweetened coffee may natu-
their risk of depression by about a third. Lead resear-
rally help lower your depression risk.” cher Dr Honglei Chen, of the National Institutes of
But he said more studies were needed to explore Health in North Carolina, said: “Our research suggests
this. There are many other factors that may be invol- that cutting out or down on sweetened diet drink or
ved. And the findings – in people in their 50s, 60s, replacing them with unsweetened coffee may natu-
70s and 80s and living in the US – might not apply rally help lower your depression risk.”
to other populations. The safety of sweeteners, like But he said more studies were needed to explore
aspartame, has been extensively tested by scientists this. There are many other factors that may be invol-
and is assured by regulators. ved. And the findings – in people in their 50s, 60s, 70s
Gaynor Bussell, of the British Dietetic Association, and 80s and living in the US – might not apply to other
said: “Sweeteners used to be called ‘artificial’ swee- populations. The safety of sweeteners, like aspartame,
teners and unfortunately the term ‘artificial’ has evo- has been extensively tested by scientists and is assu-
ked suspicion. As a result, sweeteners have been very red by regulators.
widely tested and reviewed for safety and the ones
42
INGLÊS
Gaynor Bussell, of the British Dietetic Association, O adjetivo aware se refere ao fato de estar ciente de
said: “Sweeteners used to be called ‘artificial’ sweete- algo, consciente de uma decisão.
ners and unfortunately the term ‘artificial’ has evoked
suspicion. As a result, sweeteners have been very wi- RESPOSTA: “D”.
dely tested and reviewed for safety and the ones on the
market have an excellent safety track record. However, 14. (CTA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – VU-
the studies on them continue and this one has thrown NESP/2013)
up a possible link – not a cause and effect – with de-
pression.” Web content inventories of existing sites com-
(www.bbc.co.uk) monly take the form of a spreadsheet file with multiple
worksheets, containing long listings of every page in
The term “whether” in – Experts are questioning the site, along with such essential characteristics as the
whether diet drinks could raise depression risk, after a page title, URL, people responsible for the content, and
large study has found a link. – introduces: so on. Each page typically gets a row on the spread-
A) A supposition. sheet, with columns listing such basic information as:
B) A certainty. • Unique id number for project purposes.
C) A denial. • Page title.
D) A dismissal. • Page template or type.
E) An acceptance. • URL.
• General type of content.
O termo “whether” é usado para fazer o contraste • Person responsible for the content.
quando pode ou não acontecer. Nesta frase, experts estão • Keep/revise/discard decisions.
perguntando se os refrigerantes diet podem ou não au- • Create new content?
• Review status
mentar o risco de depressão (...)
Extraido de: webstyleguide.com
RESPOSTA: “A”.
No texto, a expressão and so on pode ser substituí-
13. (CTA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – VU-
da, sem perda de sentido, por:
NESP/2013)
A) And finally.
B) Certainly.
Two of the greatest technologies of our age are C) Et cetera.
telecommunications and computer engineering. Tele- D) Otherwise.
communications is concerned with moving information E) Thereby.
from one point to another point or from one point to
many other points. I think it is no exaggeration to say A expressão and so on é usado no fim de uma lista no
that the telecommunications industry is largely taken sentido de assim por diante, ou neste caso et cetera.
for granted by the vast majority of people. If you were
to ask the average person what the greatest technolo- RESPOSTA: “C”.
gical feat of 1969 was, they would probably reply ‘The
first manned landing on the moon’. A much more mag- 15. (TERMOBAHIA – TÉCNICO DE SEGURANÇA JÚ-
nificent achievement was the ability of millions of peo- NIOR – CESGRANRIO/2012)
ple half a million kilometers away to watch what was
taking place on the moon in their own homes. However, Committee decides to lower the use of thermoelec-
if most people are not aware of the great developments tric power generation
in the telecommunications industry, they will not have GTCIT Magazine
missed the microprocessor revolution. In the last few
years powerful computers have become even more po- The Monitoring Committee of the Electric Sector
werful and minicomputers and microprocessors have (CMSE) decided on Monday (may 30, 2012), to dimi-
spread to industry education, research and the home. nish the thermoelectric power generation in Brazil as
of next week. According to the Ministry of Mines and
Extraido de: The Principles of Computer Hardware, Energy, Márcio Zimmermann, the thermoelectric ge-
Alan Clements, International Student Edition, 2nd, 1991) neration, which currently averages 4.000 megawatts
(MW), should now be reduced to 2.500 MW.
No texto, o termo aware tem significado de: These plants are used in Brazil mainly to prevent a
A) Preocupado. power outage in the country in times of drought, when
B) Indiferente. the reservoirs of the dams are low. But the ministry as-
C) Insensível. sured that the reservoir of the hydroelectric plants are
D) Consciente. satisfactory, and that there will be no need to resort to
E) Desinformado. the thermoelectric resources.
43
INGLÊS
According to the Minister Zimmermann, the Sou- The 2012 average unemployment rate was in line
theast has an average of 90% of its reservoirs full, whi- with the 5.5% median estimate of economists polled
ch is an excellent level for this time of year. Even the by the local Estado news agency. Analysts had also
Northeast, whose reservoir levels are a little lower, do pegged December’s unemployment rate at 4.4%.
not compromise system security. Brazil’s unemployment rate remains at historically
“The system is operating perfectly within the cur- low levels despite sluggish economic activity. Salaries
rent conditions, which safely allows us to reduce the have also been on the upswing in an ominous sign for
generation of thermoelectric energy. This will give us inflation – a key area of concern for the Brazilian Cen-
an economic surplus that can be used towards system tral Bank after a series of interest rate cuts brought lo-
maintenance and in the implementation of new quality cal interest rates to record lows last year. Inflation en-
programs for the energy sector”, he said. ded 2012 at 5.84%.
He also explained that: “of course, this does not The average monthly Brazilian salary retreated
mean that the committee will not be flexible as to this slightly to 1.805,00 Brazilian reais ($908.45) in Decem-
decision in case the current conditions take an unex- ber, down from the record high BRL 1.809,60 registered
in November, the IBGE said. Wages trended higher in
pected turn.” They will be following the reduction of
2012 as employee groups called on Brazilian companies
the projection for the coming months and, if neces-
and the government to increase wages and benefits to
sary, the plans will be changed according to the de-
counter higher local prices. Companies were also forced
mands vis-avis resources.
to pay more to hire and retain workers because of the
country’s low unemployment.
Available at: www.gtcit.com The IBGE measures unemployment in six of Brazil’s
largest metropolitan areas, including São Paulo, Rio de
In the text, the word in bold-face type is similar to Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Recife and Porto Ale-
the word/expression in italics in: gre. Brazil’s unemployment rate, however, is not fully
comparable to jobless rates in developed countries as
(OBS: Os números das linhas na questão podem variar a large portion of the population is either underemplo-
por conta da diagramação do material.) yed or works informally without paying taxes. In addi-
A) Prevent (line 8) – induce. tion, workers not actively seeking a job in the month
B) Outage (line 9) – abundance. before the survey don’t count as unemployed under
C) Drought (line 9) – lack of rain. the IBGE’s methodology. The survey also doesn’t take
D) Dams (line 10) – river beds. into account farm workers.
A) Resort (line 13) – throw.
(www.nasdaq.com, Adaptado)
A questão pede que o candidato determine. No texto,
a palavra em negrito similar com a palavra/expressão em O trecho do quinto parágrafo – workers not actively
itálico é. Prevent – prevenir. Induce – induzir. Outage – Fal- seeking a job – pode ser reescrito, sem alteração de sen-
ta. Abundance – abundância. Drought – período de seca. tido, com:
Lack of rain – falta de chuva. Dams – represa, reservatório A) Employers that aren’t actively pursuing a job.
em barragem. Resort – recorrer. Throw – jogar, arremessar. B) Workers whose job wasn’t active.
C) Workers which found an active employment.
RESPOSTA: “C”. D) Workers who weren’t actively looking for a job.
16. (CTA – ANALISTA EM C&T JÚNIOR – ADMINIS- E) Active employees that have just found work.
TRAÇÃO – VUNESP/2013) O trecho em questão – trabalhadores que não procu-
ram ativamente um emprego (no mês anterior a pesquisa
(...)).
Brazil’s Average Unemployment Rate Falls to Re-
cord Low in 2012
RESPOSTA: “D”.
By Down Jones Business News 17. ANVISA – ANALISTA ADMINISTRATIVO – CE-
TRO/2013)
January 31, 2013
FDA seems to take light approach to Allergan and
Brazil’s unemployment rate for 2012 fell to 5.5%, LAP-BAND
down from the previous record low of 6.0% recorded In 1960, a young inspector for the Food and Drug
last year, the Brazilian Institute of Geography and Sta- Administration faced down a powerful drug company
tistics, or IBGE, said Thursday. In December, unemploy- by rejecting its application to sell a morning-sickness
ment fell to 4.6% compared with 4.9% in November, drug in the United States. The company, Richardson-
besting the previous record monthly low of 4.7% regis- Merrell, griped about her repeated demands for more
tered in December 2011, the IBGE sad. safety data. They complained to her superiors, bran-
44
INGLÊS
ding her as nitpicker. But she stood firm. The drug is A questão pede que o candidato escolha a melhor al-
question was thalidomide, and worldwide as many as ternativa que represente a melhor alternativa para o verbo
12.000 children were born with severe birth defects af- sublinhado. Na frase, a FDA de hoje pode ser vencida. O
ter their mothers used it, in the U.S., where Frances Kel- verbo steamrollered vem da expressão do rolo compressor,
sey blocked Merrell from disturbing the drug expect to passar por cima de algo com aquela máquina que possui
a few doctors for ‘experimental’ trials, the toll was 17. um rolo gigante que passa por cima do asfalto quando o
Today’s FDA isn’t that FDA. mesmo está sendo aplicado. No texto a expressão é usada
Today’s FDA can be steamrolled. Today’s FDA just para dizer que a agência que na década de 60 era forte
approved an application by Allergan to expand the target e “peitava” as poderosas companhias farmacêuticas, hoje
market of its Lap-Band weight-loss device potentially by pode ser vencida, pode ser derrotada pelas companhias.
tens of millions of patients. How much safety data did
the FDA review before giving Allergan the green light? RESPOSTA: “D”.
Mainly the results of one year of study of 149 patients.
Kelsey has said that she demanded more information
18. (TERMOBAHIA – TÉCNICO DE ADMINISTRA-
form Merrell, thalidomide’s U.S. manufacturer, because
ÇÃO E CONTROLE JÚNIOR – CESGRANRIO/2012)
its history of conflicts with the agency made her suspi-
cious. Is there any reason to mistrust Allergan? Let’s look
at the record. In September, Allergan pleaded guilty to Committee decides to lower the use of thermoelec-
one criminal count and paid $600 million in fines and tric power generation
penalties to settle federal charges that it had illegally
marketed Botox for uses the FDA hadn’t approved. In GTCIT Magazine
accepting the plea bargain, the government charged
that the company had made under-the-table payments The Monitoring Committee of the Electric Sector
to doctors who used Botox to treat unapproved con- (CMSE) decided on Monday (may 30, 2012), to dimi-
ditions, created front groups and websites to push the nish the thermoelectric power generation in Brazil as
broader uses of the drug while concealing Allergan’s of next week. According to the Ministry of Mines and
backing, and coached physicians to over-diagnose a Energy, Márcio Zimmermann, the thermoelectric ge-
condition for which Botox could be legally marketed so neration, which currently averages 4.000 megawatts
it could sell more product. Allergan took these steps, (MW), should now be reduced to 2.500 MW.
the government contended, because the approved uses These plants are used in Brazil mainly to prevent a
had meager sales potential. The most prevalent condi- power outage in the country in times of drought, when
tion for which Botox treatment was approved, cervical the reservoirs of the dams are low. But the ministry as-
dystonia, is a neck spasm that affects only about 27.000 sured that the reservoir of the hydroelectric plants are
people, Allergan wanted doctors to prescribe Botox for satisfactory, and that there will be no need to resort to
headaches. Botox’s sales grew 1.407% and by 2007, to- the thermoelectric resources.
tal Botox sales exceeded $500 million. More than 70% According to the Minister Zimmermann, the Sou-
of that was unapproved uses. theast has an average of 90% of its reservoirs full, whi-
This didn’t seem to enter into the FDA’s review of ch is an excellent level for this time of year. Even the
Allergan’s application to expand its marketing of the Northeast, whose reservoir levels are a little lower, do
Lap-Band, a device that’s surgically implanted around not compromise system security.
the stomach. So far, the approved use has been for mor- “The system is operating perfectly within the cur-
bidly obese people. An FDA advisory panel, which gave
rent conditions, which safely allows us to reduce the
preliminary approval to Allergan’s application, wasn’t
generation of thermoelectric energy. This will give us
entirely happy with the company’s data supporting its
an economic surplus that can be used towards system
safety and efficacy claims for the Lap-Band – its own
149-patient study and six other studies, at least three maintenance and in the implementation of new quality
of which conducted by researchers with financial links programs for the energy sector”, he said.
to Allergan – but they felt that the Lap-Band’s benefits He also explained that: “of course, this does not
outweighed the risks. mean that the committee will not be flexible as to this
decision in case the current conditions take an unex-
(HILTZIKLOS, M., Adapted from Los Angeles Times, pected turn.” They will be following the reduction of
22/02/2011) the projection for the coming months and, if neces-
“Today’s FDA can be steamrollered.” sary, the plans will be changed according to the de-
Choose the alternative that presents the best sy- mands vis-avis resources.
nonymous to the underlined verb.
A) To deceive. Available at: www.gtcit.com
B) To trap. In the text, the word in bold-face type is similar to
C) To impress. the word/expression in italics in:
D) To overpower. (OBS: Os números das linhas na questão podem variar
E) To bully. por conta da diagramação do material.)
45
INGLÊS
RESPOSTA: “A”.
46
MATEMÁTICA
1) Teoria dos Conjuntos e Conjuntos Numéricos: representação de conjuntos, subconjuntos, operações: união, inter-
seção, diferença e complementar. Conjunto universo e conjunto vazio; conjunto dos números naturais e inteiros: ope-
rações fundamentais, Números primos, fatoração, número de divisores, máximo divisor comum e mínimo múltiplo;
conjunto dos números reais: operações fundamentais, módulo, representação decimal, operações com intervalos reais;
e números complexos: operações, módulo, conjugado de um número complexo, representações algébrica e trigono-
métrica. Representação no plano de Argand-Gauss, Potencialização e radiciação. Extração de raízes. Fórmulas de Moi-
vre. Resolução de equações binomiais e trinomiais................................................................................................................................... 01
2) Funções: definição, domínio, imagem, contradomínio, funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras, funções pares e ím-
pares, funções periódicas; funções compostas; relações; raiz de uma função; função constante, função crescente, função
decrescente; função definida por mais de uma sentença; as funções y=k/x, y= raiz quadrada de x e seus gráficos; função
inversa e seu gráfico; e translação, reflexão de funções........................................................................................................................... 14
3) Função Linear, Função Afim e Função Quadrática: gráficos, domínio, imagem e características; variações de sinal;
máximos e mínimos; e inequação produto e inequação quociente. .................................................................................................. 16
4) Função Modular: o conceito e propriedades do módulo de um número real; definição, gráfico, domínio e imagem da
função modular; equações modulares; e as inequações modulares.................................................................................................... 18
5) Função Exponencial: gráficos, domínio, imagem e características da função exponencial, logaritmos decimais, carac-
terística e mantissa; e as equações e inequações exponenciais. .......................................................................................................... 19
6) Função Logarítmica: definição de logaritmo e propriedades operatórias; gráficos, domínio, imagem e características
da função logarítmica; e equações e inequações logarítmicas.............................................................................................................. 21
7) Trigonometria: trigonometria no triângulo (retângulo e qualquer); lei dos senos e lei dos cossenos; unidades de me-
didas de arcos e ângulos: o grau e o radiano; círculo trigonométrico, razões trigonométricas e redução ao 1º quadrante;
funções trigonométricas, transformações, identidades trigonométricas fundamentais, equações e inequações trigo-
nométricas no conjunto dos números reais; fórmulas de adição de arcos, arcos duplos, arco metade e transformação
em produto; as funções trigonométricas inversas e seus gráficos, arcos notáveis; e sistemas de equações e inequações
trigonométricas e resolução de triângulos..................................................................................................................................................... 26
8) Contagem e Análise Combinatória: fatorial: definição e operações; princípios multiplicativo e aditivo da contagem; arranjos,
combinações e permutações; e o binômio de Newton: desenvolvimento, coeficientes binomiais e termo geral. ..................... 33
9) Probabilidade: experimento aleatório, experimento amostral, espaço amostral e evento; probabilidade em espaços
amostrais equiprováveis; probabilidade da união de dois eventos; probabilidade condicional; propriedades das proba-
bilidades; e a probabilidade de dois eventos sucessivos e experimentos binomiais. .................................................................. 37
10) Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares: operações com matrizes (adição, multiplicação por escalar, transposi-
ção produto); matriz inversa; determinante de uma matriz: definição e propriedades; e os sistemas de equações linea-
res................................................................................................................................................................................................................................... 41
11) Sequências Numéricas e Progressões: sequências Numéricas; progressões aritméticas: termo geral, soma dos ter-
mos e propriedades; progressões Geométricas: termo geral, soma dos termos e propriedades............................................ 47
12) Geometria Espacial de Posição: posições relativas entre duas retas; posições relativas entre dois planos; posições
relativas entre reta e plano; perpendicularidade entre duas retas, entre dois planos e entre reta e plano; e a projeção
ortogonal. ................................................................................................................................................................................................................... 51
13) Geometria Espacial Métrica: prismas: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; pirâmide: con-
ceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; cilindro: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes
e troncos; cone: conceito, elementos, classificação, áreas e volumes e troncos; esfera: elementos, seção da esfera, área,
volumes e partes da esfera; projeções; sólidos de revolução; e inscrição e circunscrição de sólidos.................................... 53
14) Geometria Analítica Plana: ponto: o plano cartesiano, distância entre dois pontos, ponto médio de um segmento e
condição de alinhamento de três pontos; reta: equações geral e reduzida, interseção de retas, paralelismo e perpendi-
cularidade, ângulo entre duas retas, distância entre ponto e reta e distância entre duas retas, bissetrizes do ângulo entre
duas retas, Área de um triângulo e inequações do primeiro grau com duas variáveis; circunferência: equações geral e
reduzida, posições relativas entre ponto e circunferência, reta e circunferência e duas circunferências; problemas de
tangência; e equações e inequações do segundo grau com duas variáveis; elipse: definição, equação, posições relativas
entre ponto e elipse, posições relativas entre reta e elipse; hipérbole: definição, equação da hipérbole, posições relativas
entre ponto e hipérbole, posições relativas entre reta e hipérbole e equações das assíntotas da hipérbole; parábola:
definição, equação, posições relativas entre ponto e parábola, posições relativas entre reta e parábola; reconhecimento
de cônicas a partir de sua equação geral....................................................................................................................................................... 60
MATEMÁTICA
15) Geometria Plana: Ângulo: definição, elementos e propriedades; Ângulos na circunferência; Paralelismo e perpen-
dicularidade; Semelhança de triângulos; Pontos notáveis do triângulo; Relações métricas nos triângulos (retângulos e
quaisquer); Relação de Stewart; Triângulos retângulos, Teorema de Pitágoras; Congruência de figuras planas; Feixe de
retas paralelas e transversais, Teorema de Tales; Teorema das bissetrizes internas e externas de um triângulo; Quadriláte-
ros notáveis; Polígonos, polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos; Perímetro e área de polígonos,
polígonos regulares, circunferências, círculos e seus elementos; Fórmula de Heron; Razão entre áreas; Lugares geomé-
tricos; Elipse, parábola e hipérbole; Linha poligonal; e a inscrição e circunscrição........................................................................ 73
16) Polinômios: função polinomial, polinômio identicamente nulo, grau de um polinômio, identidade de um polinômio,
raiz de um polinômio, operações com polinômios e valor numérico de um polinômio; divisão de polinômios, Teorema
do Resto, Teorema de D’Alembert e dispositivo de Briot-Ruffinni; relação entre coeficientes e raízes. Fatoração e multi-
plicidade de raízes e produtos notáveis. Máximo divisor comum de polinômios;......................................................................... 84
17) Equações Polinomiais: teorema fundamental da álgebra, teorema da decomposição, raízes imaginárias, raízes racio-
nais, relações de Girard e teorema de Bolzano............................................................................................................................................ 86
MATEMÁTICA
Números Naturais
ℕ = 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … .
1
MATEMÁTICA
- Vários números formam uma coleção de números na- Para melhor entendimento desta operação, associare-
turais consecutivos se o segundo é sucessor do primeiro, mos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos
o terceiro é sucessor do segundo, o quarto é sucessor do números inteiros negativos a ideia de perder.
terceiro e assim sucessivamente. Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+5) + (+3) = (+8)
Exemplos: Perder 3 + perder 4 = perder 7 (-3) + (-4) = (-7)
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos. Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+8) + (-5) = (+3)
b) 5, 6 e 7 são consecutivos. Perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (-8) + (+5) = (-3)
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos. O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispen-
sado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um ser dispensado.
antecessor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente Propriedades da adição de números inteiros: O con-
de zero. junto Z é fechado para a adição, isto é, a soma de dois
a) O antecessor do número m é m-1. números inteiros ainda é um número inteiro.
b) O antecessor de 2 é 1.
c) O antecessor de 56 é 55. Associativa: Para todos a,b,c em Z:
d) O antecessor de 10 é 9. a + (b + c) = (a + b) + c
Subconjuntos de ℕ! 2 + (3 + 7) = (2 + 3) + 7
Vale lembrar que um asterisco, colocado junto à letra Comutativa: Para todos a,b em Z:
que simboliza um conjunto, significa que o zero foi excluí- a+b=b+a
do de tal conjunto. 3+7=7+3
ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, … . }
Elemento Neutro: Existe 0 em Z, que adicionado a
Números Inteiros cada z em Z, proporciona o próprio z, isto é:
z+0=z
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos 7+0=7
números naturais, o conjunto dos opostos dos números
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por: Elemento Oposto: Para todo z em Z, existe (-z) em Z,
tal que
= {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...} z + (–z) = 0
Subconjuntos do conjunto : 9 + (–9) = 0
1) * = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, ...} - Este é o con- Subtração de Números Inteiros
junto dos números inteiros, excluindo-se o 0 (zero).
2) + = {0, 1, 2, 3, 4, ...} - Este é o conjunto dos núme- A subtração é empregada quando:
ros inteiros não negativos. - Precisamos tirar uma quantidade de outra quantida-
3) - = {..., -4, -3, -2, -1, 0} - Este é o conjunto dos de;
números inteiros não positivos. - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
uma delas tem a mais que a outra;
Módulo: chama-se módulo de um número inteiro a - Temos duas quantidades e queremos saber quanto
distância ou afastamento desse número até o zero, na reta falta a uma delas para atingir a outra.
numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. A subtração é a operação inversa da adição.
2
MATEMÁTICA
3
MATEMÁTICA
Números primos
Um número é primo quando é divisível apenas por um
e por ele mesmo.
Ex: 2, 3, 5, 7, 11, 13,...
O número que tem mais que dois divisores é chama-
do número composto.
Ex: 4 é divisível por 1, 2 e 4
12 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6 e 12
O número 1 não é primo nem composto pois tem ape-
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.
nas um divisor.
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
Fatoração divisão com algum dos números, não é necessário que os
Fatorar um número é decompor em um produto de dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
fatores primos. Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Ex: Assim, o mmc (15,24) = 2³ × 3 × 5 = 120
Números Racionais
4
MATEMÁTICA
5 1 1 3 3
0,005 = =
1000 200 ∙ =
2 4 8
2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;
para tanto, vamos apresentar o procedimento através de Divisão
alguns exemplos:
A divisão de frações resume-se a inversão das frações
Exemplo 1 divisoras, trocando-se o seu numerador pelo seu deno-
minador e realizando-se então a multiplicação das novas
Seja a dízima 0, 333... . frações.
Para realizar essa divisão, basta inverter:
Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os mem-
bros por 10: 10x = 0,333 2 5 10 5
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade ∙ = =
da segunda:
3 4 12 6
10x – x = 3,333... – 0,333... 9x = 3 x = 3/9
Potenciação
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração 3 .
9 Os números envolvidos em uma multiplicação são cha-
Exemplo 2 mados de fatores e o resultado da multiplicação é o pro-
Seja a dízima 5, 1717... . duto, quando os fatores são todos iguais existe uma forma
Façamos x = 5,1717... e 100x = 517,1717... . diferente de fazer a representação dessa multiplicação que
Subtraindo membro a membro, temos: é a potenciação.
99x = 512 x = 512/99
512 2 . 2 . 2 . 2 = 16 → multiplicação de fatores iguais.
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
99
5
MATEMÁTICA
Propriedades
Exemplos:
54 . 53 = 54+3= 57
Casos (5.5.5.5) .( 5.5.5)= 5.5.5.5.5.5.5 = 57
! ! !!! !
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. 1 1 1 1
∙ = = = 2!! . 2!! = 2!! !
0 2 2 2 2
1 =1
50 = 1 2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes-
2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
número.
Exemplos:
31 = 3 96 : 92 = 96-2 = 94
41 = 4
! ! !!! !!
1 1 1 1
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, : = = = 2!
resulta em um número positivo. 2 2 2 2
−2 2 = 4 3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-
−4 2 = 16 tiplica-se os expoentes.
2 Exemplos:
1 1 (52)3 = 52.3 = 56
− =
2 4
! !
2 2!"
= !
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím- 3 3
par, resulta em um número negativo.
Radiciação
3
−2 = −8
Radiciação é a operação inversa a potenciação
−3 3 = −27
3
1 1
− =−
3 27
02 = 0
03 = 0 64=2.2.2.2.2.2=26
6
MATEMÁTICA
a na Exemplo
n =
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente
a 5 .b 3 = a 4 .a.b 2 .b = a 4 .b 2 . a.b = a 2b ab
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice
Propriedade dos Radicais
dos termos do radicando.
2ª Propriedade:
1 1 1
1º Caso
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:
O índice do radical e o expoente do radicando têm
fator comum. De acordo com a 4ª propriedade dos radicais
n
a.b = n a .n b
podemos dividir o índice e o expoente pelo fator comum.
Radical de um produto Produto dos radicais
Exemplo
Dividindo o índice 9 e o expoente 3 e 6 por 3, temos: O radical de índice inteiro e positivo de um produto
indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
9
2 3.a 6 = 9:3 2 3:3.a 6:3 = 3 2a 2 dos fatores do radicando.
7
MATEMÁTICA
a na
n =
b nb
Radical de um quociente Quociente dos radicais
Então: 12
38 = 3 3 2 e3 3 2 = 12 38 Racionalização de Denominadores
3
Multiplicação
2 − 10
𝑎∙ 𝑏 = 𝑎∙𝑏 Devemos multiplicar de forma que obtenha uma
diferença de quadrados no denominador:
Exemplo
2∙ 3 = 6 3 3 2 + 10 6 + 3 10
= ∙ =
2 − 10 2 − 10 2 + 10 4 − 10
Divisão
6 + 3 10 1
𝑎 𝑎 = = −1 − 10
= −6 2
𝑏 Módulo
𝑏
Exemplo Dado um número real x, o módulo de x, denotado por
é igual a x se x≥0 e igual a –x se x<0.
!, !"!! ≥ 0
! = !
−!, !"!! < 0
8
MATEMÁTICA
Intervalos Conjunto:{x∈R|x≤b}
Podemos representar o conjunto dos números reais Semirreta esquerda, aberta de origem b – números
associando cada número x ∈ R a m ponto de uma reta r. reais menores que b.
Assim, adota-se uma unidade e um sentido positivo para
essa reta.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo:[a,+ ∞[
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou Conjunto:{x∈R|x≥a}
iguais a e menores do que b ou iguais a b.
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais
maiores que a.
Intervalo:[a,b] Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Conjunto:{x∈R|x>a}
Números complexos
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b.
Algumas equações não tem solução no conjunto dos
números reais.
Exemplo
Intervalo:]a,b[ x! + 1 = 0
Conjunto:{x∈R|a<x<b} x ! = −1
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores S=∅
que a ou iguais a a e menores do que b. !
Mas, se tivermos um conjunto para o qual admita a
existência de ! −1!!, a equação passará a ter solução não-
vazia.
9
MATEMÁTICA
1. Adição
Para somarmos dois números complexos basta somar-
mos, separadamente, as partes reais e imaginárias desses
números. Assim, se z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1+z2=(a+c) + (b+d)i
2. Subtração
Para subtrairmos dois números complexos basta sub-
trairmos, separadamente, as partes reais e imaginárias des-
ses números. Assim, se z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1-z2=(a-c) + (b-d)i
10
MATEMÁTICA
Radiciação
Denomina-se argumento do complexo z não-nulo, a
medida do ângulo formado por com o semi-eixo real
Ox. Denomina-se raiz enésima do número complexo z=ρ(-
O argumento que pertence ao intervalo [0,2π[ é deno- cosθ+i∙senθ) a todo número complexo w, tal que wn=z,
minado argumento principal e é representado por : para n=1, 2, 3,...
! !
θ + 2kπ θ + 2kπ
w! = z= p(cos + i ∙ sen! )
n n
!
Os números ρ e θ são as coordenadas polares do pon- Exercícios
to P(a,b).
Forma Trigonométrica 1. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
BRASILEIRO/2013) Uma determinada empresa de biscoi-
Todo número complexo z=a+bi, não0nulo, pode sr ex- tos realizou uma pesquisa sobre a preferência de seus con-
presso em função do módulo, do seno e do cosseno do
sumidores em relação a seus três produtos: biscoitos cream
argumento z:
cracker, wafer e recheados. Os resultados indicaram que:
- 65 pessoas compram cream crackers.
- 85 pessoas compram wafers.
- 170 pessoas compram biscoitos recheados.
- 20 pessoas compram wafers, cream crackers e re-
cheados.
- 50 pessoas compram cream crackers e recheados.
Substituindo, temos: - 30 pessoas compram cream crackers e wafers.
- 60 pessoas compram wafers e recheados.
z=a+bi - 50 pessoas não compram biscoitos dessa empresa.
11
MATEMÁTICA
! !
B) z = 2(cos + i ∙ sen )
! !
Sabe-se que pertence apenas ao conjunto A o dobro
do número de elementos que pertencem à intersecção en- C) z =
! !
(cos ! + i ∙ sen ! )
!
tre A e B. Sabe-se que pertence, apenas ao conjunto C, o !
dobro do número de elementos que pertencem à intersec-
ção entre B e C. Sabe-se que o número de elementos que ! !
D) z = (cos + i ∙ sen )
!
12
MATEMÁTICA
Respostas
1. RESPOSTA: “B”.
80-x+x+60-x=100
-x=100-140
X=40%
5. RESPOSTA: “C”.
A=2.16=32
5+10+15+20+30+40+80+50=250 pessoas C=2.20=40
B=(16+20)/2=18
2. RESPOSTA: “C”. A+B+C=32+40+18=90
90+16+20=126.
7 vereadores se inscreveram nas 3.
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 6. RESPOSTA: “A”.
12 não deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos con-
juntos, pois ele já desconsidera os que se inscreveram nos 7
três) ∙ 9270 = 7210!ℎ!"#$%!&!!ã!!!"#$%&!'!!"#!!"#$%&'(
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento bá- 9
sico.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comis- 9270 − 7210 = 2060!!ã!!é!!"#$%&%
sões, pois 13 dos 43 não se inscreveram. !
Portanto, 30-7-12-8=3
Se inscreveram em educação e saneamento 3 verea- 7. RESPOSTA: “E”.
dores.
Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3
de R$ 0,50 e 1 de R$0,25(maiores valores).
Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75
E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de
R$0,10=R$0,40.
A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35
8. RESPOSTA: “C”.
Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18
1 7 8
3. RESPOSTA: “E”.
+ = !!"!!"#!"#$!!!!"#"#$%&'
10 10 10
A∩B∩C={4,11}
Agora, precisamos descobrir os valores de x,y,z para ! !
saber quais são os outros 3 elementos da interseção !"#$: 1 − !" = !"
Como os números estão em ordem crescente:
X=9, para poder ser outro elemento da interseção.
Y=12
Z=15 !
A∩B∩C={4,9,11,12,15}
120 ∙ !" = 24!"
Soma:x+y+z=9+12+15=36 !
4. RESPOSTA: “B”. 9. RESPOSTA: “A”.
13
MATEMÁTICA
!
!=
4
! !
! = 2(cos + ! ∙ !"# )
4 4 Reconhecemos, graficamente, uma função injetora
! quando, uma reta horizontal, qualquer que seja interceptar
10. RESPOSTA: “E”. o gráfico da função, uma única vez.
62/4=15 e resto 2 então i62=i2=-1
123/4=30 e resto 3 então i123=i3=-i
! !" + ! !"# = −1 − !
!
−1 + (−1)² = 2=1,41...
!
14
MATEMÁTICA
f(x) é sobrejetora
(não interceptou o gráfico) Função definida por mais de uma sentença
Bijetora: Quando apresentar as características de fun- Seja uma função f: R+→R, onde f(x)=x².
ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, O domínio dessa função é formado pelos reais não-ne-
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos gativos. Ao ser feito seu gráfico, tem-se apenas um pedaço
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me- da parábola.
nos um elemento do domínio.
! ! !!"!! ≥ 0 !
! ! =
−! − 2!!!!"!! < 0
Função Decrescente a < 0
15
MATEMÁTICA
As duas funções podem ser reunidas numa única fun- Na linguagem de função dizemos que: a concentra-
ção. Sua representação será feita da seguinte forma ção de monóxido de carbono na atmosfera é uma função
da quantidade de carros, a quantidade de carros é uma
função do tempo e, portanto, a concentração de monóxido
de carbono na atmosfera é uma função do tempo.
Dessa maneira, a concentração de monóxido de car-
bono na atmosfera, como função do tempo, é uma função
composta.
Função Afim
Conceito
16
MATEMÁTICA
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto, Relação do ∆= ! ! − 4!" !na função
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres- Quando ∆> 0!, a parábola y=ax²+bx+c intercepta o
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a. eixo x em dois pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, são raízes da equação ax²+bx+c=0
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente. Quando ∆= 0!, a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao
eixo x, no ponto – ! , 0 .!
1º Caso:a>0 2!
Repare que, quando tivermos o discriminante , as duas
raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais a − ! ! .
2!
Raízes
−! ± !! − !"#
!=
!"
Considerações
Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0
17
MATEMÁTICA
Imagem x Y
O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx + c, a
0, é o conjunto dos valores que y pode assumir. Há duas -3 6
possibilidades: -2 2
-1 0
1ª - quando a > 0,
-1/2 -1/4
0 0
1 2
2 6
a>0
2ª quando a < 0,
Módulo
!, !"!! ≥ 0
! = !
−!, !"!! < 0
Equação Modular
18
MATEMÁTICA
Solução Exemplo
Faça o gráfico da função f(x)=|x²-5x+4|
2! − 4 = ! + 2 !
2! − 4 = −! − 2 Solução
Inequação Modular
𝑥 − 𝑎 ≤ 𝑏 ↔ −𝑏 ≤ 𝑥 − 𝑎 ≤ 𝑏 ↔ 𝑎 − 𝑏 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎 + 𝑏
𝑥 ≥ 𝑏 ↔ 𝑥 ≤ −𝑏 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 𝑏
Exemplo
O gráfico da função f(x)=|x²-5x+4| será
Resolva as inequações:
a) 𝑥 ≥2
b) 2𝑥 + 5 < 3
Solução
a) x≤-2 ou x≥2
S={x∈R| x≤-2 ou x≥2}
b) -3<2x+5<3
-3-5<2x<3-5
-8<2x<-2
-4<x<-1
S={x∈R|-4<x<-1}
Função Modular
Uma função f:R→R dada por f(x)=|x| denomina-se fun- 5) FUNÇÃO EXPONENCIAL: GRÁFICOS,
ção modular. DOMÍNIO, IMAGEM E CARACTERÍSTICAS
DA FUNÇÃO EXPONENCIAL, LOGARITMOS
As principais características dessa função modular são: DECIMAIS, CARACTERÍSTICA E MANTISSA;
-domínio:R E AS EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
-imagem:R+ EXPONENCIAIS.
Função exponencial
Função crescente
-
Se temos uma função exponencial crescente,
qualquer que seja o valor real de x.
19
MATEMÁTICA
No gráfico da função ao lado podemos observar que à Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica- pode ser escrita como a potência de base e com expoente
mente vemos que a curva da função é crescente. x, isto é:
Gráfico ex = exp(x)
Equação Exponencial
20
MATEMÁTICA
Exemplo
6) FUNÇÃO LOGARÍTMICA: DEFINIÇÃO Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
DE LOGARITMO E PROPRIEDADES a)log 6
b) log1,5
OPERATÓRIAS; GRÁFICOS, DOMÍNIO,
c) log 16
IMAGEM E CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO
LOGARÍTMICA; E EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES Solução
LOGARÍTMICAS.
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781
!
Logaritmo b) log 1,5 = log = log 3 − !"#2 = 0,1761
a)
!
!
a)c) log 16 = log 2! = 4 log 2 = 1,2040
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
! Função Logarítmica
com a ≠1, existe um número c tal que:
Uma função !: !!∗ → !! dada por , em que a constante
!! = ! a é positiva e diferente de 1, denomina-se função logarít-
A esse expoente c damos
! o nome de logaritmo de N mica.
na base a
log ! ! = ! ↔ !! = !
Gráficos
Ainda com base na definição podemos estabelecer
condições de existência:
Exemplo
log ! 8 = !
2! = 8
2! = 2!
!=3
!Consequências da Definição
Equações Logarítmicas
1.!! log ! ! = 1
2.!! log ! 1 = 0 Utilizando as propriedades operatórias, podemos re-
3. log ! !! = ! solver equações que envolvem logaritmos. A resolução de
equações logarítmicas se dá em três etapas básicas:
1
4. log ! = −1 1. Estabelece-se a condição de existência
!
5.!!!!"#! ! = ! 2. Resolve-se a equação utilizando as propriedades
operatórias
Propriedades! 3. Faz-se a interseção entre a solução encontrada e
as condições de existência
log ! MN = log ! ! + log ! !
Exemplo
!
log ! = log ! ! − log ! !
! Resolva a equação:
log ! !! = ! ∙ log ! !
! ! log2 𝑥 + 7 − log2 2𝑥 − 1 = 2 𝑒𝑚 𝑅
log ! !! = log ! ! ! ≠ 0
! Condição de Existência
!
Mudança de Base
𝑥 + 7 > 0 → 𝑥 > −7 1
log ! ! 1 � 𝐷𝑎𝑠 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑥 >
log ! ! = , (! > 0!!!! ≠ 1)! 2𝑥 − 1 > 0 → 𝑥 > 2
log ! ! 2
log2 𝑥 + 7 − log2 2𝑥 − 1 = 2
!
21
MATEMÁTICA
𝑥+7
log2 =2
2𝑥 − 1
Da definição, temos:
𝑥+7
22 =
2𝑥 − 1
𝑥 + 7 = 8𝑥 − 4
11
𝑥=
7
Como x satisfaz a condição de existência:
11
𝑆=
7 2. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
BRASILEIRO/2013) Uma indústria produz mensalmente x
Inequação Logarítmica lotes de um produto. O valor mensal resultante da venda
deste produto é V(x)=3x²-12x e o custo mensal da produ-
Chama-se inequação logarítmica aquela que apresenta ção é dado por C(x)=5x²-40x-40. Sabendo que o lucro é
a incógnita no logaritmando ou na base do logaritmo. obtido pela diferença entre o valor resultante das vendas
Para a resolução de uma inequação: e o custo da produção, então o número de lotes mensais
-estabelecem condições de existência dos logaritmos que essa indústria deve vender para obter lucro máximo é
-convertem-se os logaritmos para uma mesma base igual a
-a>1, forma uma nova inequação com os logaritman- A) 4 lotes.
dos, mantendo o sentido da desigualdade original() B) 5 lotes.
-0<a<1, forma-se uma nova inequação com os loga- C) 6 lotes.
ritmando, invertendo o sentido da desigualdade original. D) 7 lotes.
-resolve-se a nova inequação e faz-se a intersecção E) 8 lotes.
com as condições de existência.
3. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
Exemplo BRASILEIRO/2013) Na figura abaixo, está representado
o gráfico da função y = log x. Nesta representação estão
log2 3𝑥 − 1 > 3
destacados três retângulos cuja soma das áreas é igual a:
CE A) log2 + log3 + log5
3x-1>0 B) log30
x>1/3 C) 1+log30
3x-1>8 D) 1+2log15
3x>9 E) 1+2log30
x>3
Exercícios
22
MATEMÁTICA
a)
d)
b)
23
MATEMÁTICA
Substituindo:
Log2+1-log2+2log15
Se g(x) assume valor máximo quando x=xM, conclui-se 1+2log15
que xQ é igual a
A) 3 4.RESPOSTA: “A”.
B) 7
20000
C) 9 2000 =
D) 11 2 + 15 ∙ 4!!!
E) 13
2000 2 + 15 ∙ 4!!! = 20000
9. (CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA/2013) Em 2 + 15 ∙ 4!!! = 10
um laboratório de pesquisa descobriu-se que o crescimen- 15 ∙ 4!!! = 8
to da população de um determiado tipo de bactéria é des- 8
crito pela função ! ! = ! ∙ 3!" ! , onde !(!)! é o número 4!!! =
15
!
24
MATEMÁTICA
Aplicando log
-! ! + 2! + 3 = 0
8
log 4!!! = log
15 ∆
!
-2tlog 2²=log 2³ –log 15 ℎ!"#â!"#$% = !! = −
4!
−4! log 2 = 3 log 2 − log 3.5
−4! ∙ 0,3 = 3 ∙ 0,3 − (log 3 + log 5) ∆= ! ! − 4!" = 4 + 12 = 16
10
log 5 = log = 1 − log 2 = 1 − 0,3 = 0,7 ℎ!"#â!"#$% = 4
2
! !
Substituindo: Base: -1até 0 e 0 até 3
Base: 1+3=4
25
MATEMÁTICA
1 ℎ!"#$%&'() !
7) TRIGONOMETRIA: TRIGONOMETRIA NO sec ! = = =
TRIÂNGULO (RETÂNGULO E QUALQUER); LEI cos ! !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
DOS SENOS E LEI DOS COSSENOS; UNIDADES
DE MEDIDAS DE ARCOS E ÂNGULOS: O GRAU 1 ℎ!"#$%&'() !
E O RADIANO; CÍRCULO TRIGONOMÉTRICO, !"#$!!! = = = !
!"#$ !"#$#%!!"!#$!!!!! !
RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS E !
REDUÇÃO AO 1º QUADRANTE; FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS, TRANSFORMAÇÕES, Triângulo Retângulo
Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado
IDENTIDADES TRIGONOMÉTRICAS
triangulo retângulo.
FUNDAMENTAIS, EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos
TRIGONOMÉTRICAS NO CONJUNTO DOS são:
NÚMEROS REAIS; FÓRMULAS DE ADIÇÃO
DE ARCOS, ARCOS DUPLOS, ARCO METADE
E TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTO; AS
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS
E SEUS GRÁFICOS, ARCOS NOTÁVEIS; E
SISTEMAS DE EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS E RESOLUÇÃO DE
TRIÂNGULOS. a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo tenusa
26
MATEMÁTICA
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo- Dizemos que a medida do arco é 1 radiano(1rad)
tenusa pela altura relativa à hipotenusa. Transformação de arcos e ângulos
cateto!adjacente!a!! !
cos ! = =
hipotenusa !
cateto!oposto!a!! !
tg!α = =
!"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
1 !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
!"#$!! = = =
!"!! !"#$#%!!"!#$!!!!! !
Considere um arco , contido numa circunferência de
raio r, tal que o comprimento do arco seja igual a r.
1 ℎ!"#$%&'() !
sec ! = = =
cos ! !"#$#%!!"#!$%&'%!!!! !
1 ℎ!"#$%&'() !
!"#$!!! = = = !
!"#$ !"#$#%!!"!#$!!!!! !
!
27
MATEMÁTICA
Logo, Im=[1,3]
Função Tangente
Função seno
Relação Fundamental
Im=[-2,2]
Função Cosseno
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²
A função cosseno é uma função !: ! → ! ! que a todo
arco de medida x∈R associa a abscissa x do ponto M. Dividindo os membros por c²
! ! !! ! !
= +
!! !! !!
!! ! !
1= !+ !
! !
Como
! !
!"# Â = !!!!!"# ! = , !"#$%
! !
D=R
Im=[-1,1] !"!! ! + !"! ! ! = 1
!
28
MATEMÁTICA
Exemplo
Duplicação de arcos
2!"#
!"2! =
1 − !!! !
! 𝜋
Arco metade 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋
3
𝜋
! 1 − !"#$ 𝑆 = 𝑥 ∈ 𝑅 𝑥 = ± + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
!"# =± 3
2 2
Inequações Trigonométricas
! 1 − !"#$
!" =±
2 1 + !"#$
!
Transformação de Soma em produto
!+! !−!
!"#$ + !"#!! = 2!"#( ) ∙ cos!( )
2 2
!−! !+!
!"#$ − !"#!! = 2!"#( ) ∙ cos!( )
2 2
!+! !−!
!"#$ + !"#$ = 2 cos ∙ cos Cos x< ½ em todo o resto da circunferência que não
2 2 está marcado de vermelho.
!+! !−! 𝜋 5𝜋
!"#$ − !"#$ = −2 sen ∙ sen 𝑆 = {𝑥 ∈ 𝑅| <𝑥< }
2 2 3 3
!
29
MATEMÁTICA
Uma função f, de domínio D possui inversa somente se f for bijetora, por este motivo nem todas as funções trigono-
métricas possuem inversas em seus domínios de definição, mas podemos tomar subconjuntos desses domínios para gerar
novas função que possuam inversas.
Consideremos a função f(x)=sen(x), com domínio no intervalo [-π/2,π/2] e imagem no intervalo [-1,1]. A função inversa
de f, denominada arco cujo seno, definida por f-1:[-1,1][-π/2,π/2] é denotada por f-1(x) = arcsen(x)
Função arco-cosseno
Seja a função g(x)=cos(x), com domínio [0,pi] e imagem [-1,1]. A função inversa de f, denominada arco cujo cosseno é
definida por g-1:[-1,1][0,pi] e denotada por g-1(x) = arc cos(x)
Função arco-tangente
Dada a função f(x)=tan(x), com domínio (-π/2,π/2) e imagem em R, a função inversa de f, denominada arco-tangente é
definida por f-1:R(-π/2, π/2) e denotada por f-1(x) = arc tan(x)
30
MATEMÁTICA
31
MATEMÁTICA
x²=6²+2²
x²=36+4
x²=40
Respostas
! !
1. RESPOSTA: “C”. !" =
3 9
!
3=
9
!=9 3
!
4. RESPOSTA: “E”.
32
MATEMÁTICA
50km---60 minutos
12------x
X=14,4 minutos
Diferença: 16,92-14,4=2,52≅2,6
5. RESPOSTA: “B”. 13²=12²+x²
169=144+x²
3 25=x²
!"#30° =
!" X=5
5
3 ! = 12 ∙ = 30!!"²!
0,5 =
!"
2
!" = 6!
! 8) CONTAGEM E ANÁLISE COMBINATÓRIA:
FATORIAL: DEFINIÇÃO E OPERAÇÕES;
6. RESPOSTA: “A”. PRINCÍPIOS MULTIPLICATIVO E ADITIVO DA
CONTAGEM; ARRANJOS, COMBINAÇÕES E
PERMUTAÇÕES; E O BINÔMIO DE NEWTON:
DESENVOLVIMENTO, COEFICIENTES
BINOMIAIS E TERMO GERAL.
Exemplo
A menor distância de B a D é:
X²=12²+5²
X²=144+25
X²=169
X=13
1cm---50m
13 cm---y
Y=650m
33
MATEMÁTICA
Números Binomiais
! !!
= ,! ≥ ! ≥ 0
! !! ! − ! !
!
Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
Triângulo de Pascal
Permutação Simples
34
MATEMÁTICA
35
MATEMÁTICA
1. RESPOSTA: “A”. !!
!!,! = =1
!!!!
9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
!!,! = = = 126
5! 4! 5! ∙ 24 !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 1 = 3
!
2. RESPOSTA: “C”. ! 3ª possibilidade:3 ventiladores e 3 lâmpadas
_______
P5.4.3.2.1 A=120 !!
120.2(letras E e U)=240 !!,! = !!!! = 1
120+240=360 anagramas com a letra P !!
!!,! = !!!! = 4
360.4=1440 (serão 4 tipos por ter 4 consoantes)
6 ∙ 5 ∙ 4! Espaço Amostral
∙ 24 = 360 Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
2! 4! resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
! indica por E.
9. RESPOSTA: “A”. No lançamento de um dado, observando a face volta-
da para cima, tem-se:
Engenheiros E={1,2,3,4,5,6}
No lançamento de uma moeda, observando a face vol-
3! tada para cima:
!!,! = =3 E={Ca,Co}
1! 2!
! Evento
Técnicos É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6! E={1,2,3,4,5,6}
!!,! = = = 84! Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento
6! 3! 6! ∙ 6 {5}:Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.
Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.
𝑛 𝐴
𝑃 𝐴 =
𝑛 𝐸
37
MATEMÁTICA
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se ocorreu o evento B, definido por:
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A. ! !∩!
!(!/!) =
! !
!
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}
Exemplo
Propriedades
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada 1) A Probabilidade é uma unidade de medida. Seu va-
uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter sido lor está entre 0 e 1 , isto é, 0 ≤ P(A) ≤ 1. Se, em seus cálcu-
retirada uma bola que não seja vermelha. los, a probabilidade encontrada estiver fora dessa faixa de
valores, você certamente errou alguma coisa.
Solução 2) P(Ω) = 1. Isso se deve aos fatos de que um evento é
um subconjunto do espaço amostral, mas todos conjunto
!"!!"!#$%&!! = !"#$!!"#$"%ℎ!! !!! = !"#$!!ã!!!"#$"%ℎ! ! é subconjunto de si mesmo e, portanto, o próprio espaço
são complementares. amostral é um evento. Como, para que um evento ocorra, é
preciso que apenas uma de suas possibilidades tome lugar,
temos que a probabilidade do espaço amostral é 1, ou seja,
este é um evento certo.
3) P(A) + P(AC) = 1. Em outras palavras, a probabilidade
Adição de probabilidades do evento A somada à probabilidade do evento comple-
mentar de A – isso é, de todos os elementos do espaço
amostral que não pertencem a A, é igual a 1. Disso, pode-
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E,
mos concluir que, para calcular a probabilidade comple-
finito e não vazio. Tem-se:
mentar de A basta fazer P(AC) = 1 – P(A).
4) P(∅) = 0, mas o fato de a probabilidade de um evento
! !∪! =! ! +! ! −! !∩! A ser igual a 0 não assegura que A = ∅.
! 5) P(A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B). 6) Se A1 … An são
Exemplo eventos mutuamente exclusivos, P(A1 ∪ … ∪ An) = P(A1) +
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de … + P(An)
se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
Solução Exercícios
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
Sejam os eventos 1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
A={2,4,6} n(A)=3 MA/2013) Escolhido ao acaso um elemento do conjunto
B={1,2,3,4} n(B)=4 dos divisores de 30, qual a probabilidade de que tal ele-
mento seja um número divisível por 3?
A) 75%
B) 60%
C) 45%
D) 30%
E) 50%
38
MATEMÁTICA
39
MATEMÁTICA
20 5 9.RESPOSTA: “D”.
!= = !
32 8 Seja A o conjunto dos números inteiros entre 1 e 13.
A={1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13}
Números pares:
4. RESPOSTA: “D”.
B={2,4,6,8,10,12}
! ! ∪ ! = ! ! + ! ! − !(! ∩ !) Números ímpares
C={1,3,5,7,9,11,13}
! ! ∪ ! = 0,2 + 0,4 − 0,2 ∙ 0,4 Para o produto de dois número ser ímpar, os dois nú-
! ! ∪ ! = 0,6 − 0,08 = 0,52 meros tem que ser ímpar.
!
5. RESPOSTA: “D”. 7 6 7
∙ = !
13 12 26
Policiais sexo feminino: 24
Policiais sexo masculino: 24+8=32 10. RESPOSTA: “E”.
Total de policiais 24+32=56
Os números são: 20, 21, 22, 23, 24
32 4 Os pares são: 20, 22, 24
!= = !
56 7
6. RESPOSTA: “B”.
40
MATEMÁTICA
Multiplicação de matrizes
10) MATRIZES, DETERMINANTES E
SISTEMAS LINEARES: OPERAÇÕES COM O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)
MATRIZES (ADIÇÃO, MULTIPLICAÇÃO POR mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
ESCALAR, TRANSPOSIÇÃO PRODUTO); de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
MATRIZ INVERSA; DETERMINANTE DE UMA ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
MATRIZ: DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES; E OS mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim
SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES obtidos.
Dada as matrizes:
Adição de Matrizes
41
MATEMÁTICA
Regra 1:
! − 2! = −3! 3! − 4! = −5
!!!!!!!!!!!
2! + ! = 4 ! + 2! = 5
!
Regra 2 São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto
solução S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequên-
cia ordenada de números reais que verifica, simultanea-
mente, todas as equações do sistema.
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar
todas as sequências ordenadas de números reais que satis-
façam as equações do sistema.
!= 2 9
7 −5
2 9 ! ∙ ! ! = −20
7 −5 ! 6
!
42
MATEMÁTICA
3. Sistema Impossível
!+! =7
!+! =1 Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
! Multiplicando a equação por -2:
Não existe um par real que satisfaça simultaneamente Somando as duas equações:
as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
tanto é impossível.
Sistema Escalonado
Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-
incógnitas das equações lineares estão escritas em uma ro de Incógnitas
mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação Quando o sistema linear apresenta nº de equações
anterior. igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
Exemplo
ficientes (incompleta), e:
- Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.
Sistema 2x2 escalonado.
- Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
! + 3! = 4 impossível.
!=1 Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-
! nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
Sistema 3x3 lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
Exemplos
segunda tem dois e a terceira, apenas um.
- Discutir, em função de a, o sistema:
! + 2! − ! = 2
5! + ! = 1
!=7
!
43
MATEMÁTICA
x + 3 y = 5 x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~ 1 !!!5!!!!!!!! − 1
← −2 0 x + 0 y = −9
C)
1 −15!!!!!!!!11
1 5!!!!!!!!!!!!1
Que é um sistema impossível. D)
Assim, temos: 1 15!!!!11
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível) −1 5!!!!!!!!! − !!1
E)
1 15!!!! − 11
Exercícios !
44
MATEMÁTICA
45
MATEMÁTICA
6. RESPOSTA: “A”. 1
! = 2!!
Mulheres: x 3
Homens: y
x-y=1500
2
! + ! = 56!!! ! −
3
2 1 ! − ! = 1500 ! − 2
! + ! = 24 !
3 4 ! − 2! = 0
!
2 2 112
− !− !=− −2! + 2! = −3000
3 3 3
2 1 !
! + ! = 24 ! − 2! = 0
3 4 !
! !
Somando as duas equações: Somando as duas equações
2 1 112 !
− !+ !=− + 24 −2 + ! = −3000
3 4 3 !
!
Mmc(3,4)=12
!
− ! ! = −3000
−8! + 3! = −448 + 288!
-5y=-160
! = 1800! ∴ ! = 300
y=32 !
Portanto o total de arquivos é 1800+300=2100
x=24
9. RESPOSTA: “D”.
razão de mulheres pra homens:
Mônica:x
24 3 Lívia : y
= ! x-y=20
32 4 x-6=3(y-6)
x-6=3y-18
7. RESPOSTA: “D”. x-3y=-12
Litro de gasolina: x
Litro de álcool: y ! − ! = 20
! − 3! = −12
! + ! = 248 ! − 8,5
11,5! + 8,5! = 2600 ! − ! = 20!!!!(−1)
! − 3! = −12
−8,5! − 8,5! = −2108 −! + ! = −20
11,5! + 8,5! = 2600 ! − 3! = −12
! !
Somando as equações:
3x=492 Somando as duas equações:
X=164
Y=248-164=84 −2! = −32
! = 16!! ∴ ! = 36
Diferença: 164-84=80
!
Final do jogo Mônica tinha 6 fichas a menos, então:
8. RESPOSTA: “C”. 36-6=30
46
MATEMÁTICA
Progressão Aritmética
1 0!!!1 ! !!!!!! 1 0!!!0
2 1!!!!0 ∙ ! !!!!!!!! = 0 1!!!!0 Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
0!!!!!1!!!!!1!!!! !!!!!!ℎ!!!!!!!!!!! !!!!0!!!!!0!!!!!1!!!! em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
!+! ! + ℎ!!!!! + ! te r chama-se razão da PA.
1 0!!!0
2! + 2! 2! + !!!!!!!2! + ! = 0 1!!!!0
! + !!!!!!!!!!!!!!! + ℎ!!!!!!!!!!!!! + !!!!!! !!!!0!!!!!0!!!!!1!!!!
! Exemplo
Como queremos saber o elemento da segunda linha e A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
terceira coluna(f):
!+! =0
2! + ! = 0!
!+! =1
Classificação
Da primeira equação temos:
c=-i
substituindo na terceira: As progressões aritméticas podem ser classificadas de
f-c=1 acordo com o valor da razão r.
2! + ! = 0 ! − 1 r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
!−! =1 r=0 PA constante
−2! − ! = 0
!−! =1 Propriedades das Progressões Aritméticas
!
Somando as equações: -Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
-3c=1 média aritmética entre o anterior e o posterior.
C=-1/3
f=2/3
47
MATEMÁTICA
Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.
Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multi-
Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes plicando o anterior por uma constante q, chamada razão
dos extremos é igual à soma dos extremos. da PG.
Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per- Exemplo
mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
gressão aritmética. Dada a sequência: (4, 8, 16)
q=2
Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
Exemplo - Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O 0 < q < 1.
último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri- - Decrescente: Quando cada termo é menor que o an-
meiro termo? terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.
Solução - Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda - Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
para solucionar a questão: de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto
ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.
Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de igual à posição do termo menos uma unidade.
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.
1º Caso: q=1
48
MATEMÁTICA
49
MATEMÁTICA
50
MATEMÁTICA
2x=2200
!! = 21!!!! = 1 X=1100
!!!! = !! + ! − 1 ! Portanto, o salário de Carlos é 1100+800=1900
!! = 21 + 4 = 25 = !
! 9.RESPOSTA: “B”.
Décimo terceiro termo é o 7º termo da sequência im- a1=-7
par r=-9-(-7)=-2
A sequência ímpar(1ºtermo,3ºtermo..) a r=-1
!!" = !! + 11!
!! = !! − ! − 1 ! !!" = −7 + 11 ∙ −2
!!! = 20 − 6 = 14 = ! !!" = −7 − 22 = −29
! !" !
= !" = 0,56 = 56%
! 10.RESPOSTA: “D”.
!
6.RESPOSTA: “D”. !! = 30
an=71 !! =?
a1=5 ! = −3
r=8-5=3
!! = !! + ! − 1 ! !! = !! + 4!
71 = 5 + ! − 1 3 !! = 30 − 12 = 18
3! − 3 + 5 = 71
!
3! = 69 !! = (!! + !! ) ∙ !
! = 23!!"#$%&
! !
7.RESPOSTA: “B”. !! = 30 + 18 ∙ ! = 120!!"
O último número ímpar e múltiplo de 3 é o 159. !
Sequência ímpar: 1,3,5,7,9 11,13,15,17,19,21....
Sequência múltiplo: 3,6,9,12,15,18,21...
A cada 6 números (3,9,15..) o número estará nas duas 12) GEOMETRIA ESPACIAL DE POSIÇÃO:
comissões. POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DUAS RETAS;
a1=3 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DOIS PLANOS;
an=159 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETA E PLANO;
r=6 PERPENDICULARIDADE ENTRE DUAS RETAS,
ENTRE DOIS PLANOS E ENTRE RETA E
!! = !! + ! − 1 ! PLANO; E A PROJEÇÃO ORTOGONAL.
159 = 3 + ! − 1 6
6! − 6 + 3 = 159
6! = 156 Posições Relativas de Duas Retas
! = 26 Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são deno-
26
!= = 0,1625 = 16,25% minadas retas reversas.
160
! Retas Coplanares
Participarão de ambas as comissões 16,25% a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum
8. RESPOSTA: “E”.
Álvaro ganha: x
De Álvaro para Bento:r
Álvaro para Carlos: 2r
Álvaro para Danilo: 3r
3r=1200
r=400
x+r+x+2r=3400
x+400+x+800=3400 -Duas retas concorrentes podem ser:
51
MATEMÁTICA
!≠B
! ∈ !, ! ∈ ! r ⊂ α ↔ r ∩ α = r!
! ∈ !, ! ∈ !
52
MATEMÁTICA
-Planos Coincidentes
13) GEOMETRIA ESPACIAL MÉTRICA:
Dois planos são coincidentes se tiverem todos os pon- PRISMAS: CONCEITO, ELEMENTOS,
tos comuns. CLASSIFICAÇÃO, ÁREAS E VOLUMES
E TRONCOS; PIRÂMIDE: CONCEITO,
ELEMENTOS, CLASSIFICAÇÃO, ÁREAS
E VOLUMES E TRONCOS; CILINDRO:
CONCEITO, ELEMENTOS, CLASSIFICAÇÃO,
ÁREAS E VOLUMES E TRONCOS; CONE:
CONCEITO, ELEMENTOS, CLASSIFICAÇÃO,
ÁREAS E VOLUMES E TRONCOS; ESFERA:
ELEMENTOS, SEÇÃO DA ESFERA, ÁREA,
VOLUMES E PARTES DA ESFERA; PROJEÇÕES;
SÓLIDOS DE REVOLUÇÃO; E INSCRIÇÃO E
CIRCUNSCRIÇÃO DE SÓLIDOS.
-Planos Concorrentes
53
MATEMÁTICA
Prisma Regular
-Triangular Área
Área cubo:
Área paralelepípedo:
A área de um prisma:
Volume
-Quadrangular
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³
Demais:
Tronco de prisma
54
MATEMÁTICA
Pirâmides Cones
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú- Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
mero de lados da base. um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
Área e Volume
Área lateral:
Classificação
Onde n= quantidade de lados
-Reto:eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.
Tronco de Pirâmide
Áreas !! = ℎ! + !²
!
Temos as seguintes áreas: -Oblíquo: eixo não é perpendicular
a) área lateral (AL): soma das áreas dos trapézios isós-
celes congruentes que formam as faces laterais
b) área total (AT): soma da área lateral com a soma das
áreas da base menor (Ab) e maior (AB)
!
! ! = !! + ! ! + ! !
Volume
ℎ!
!= (! + !! ∙ !! + !! )
3 !
!
55
MATEMÁTICA
! ! = !! + ! ! + ! !
!! = ! ! + ! ! + ! ! + ! !
!
Áreas
!! = 4!"²
!!"#$%" = !ℎ(4! − ℎ)
!
Volumes
4
!!"#!$% = !!!
3
!ℎ! ! !ℎ! 3! − ℎ
!= (! + ! ! + !") !!"#$%" =
3 3
! !
Esferas
Exercícios
Superfície esférica de centro O é o conjunto de pontos
do espaço cuja distância a O é igual a R. 1. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
BRASILEIRO/2013) Considere que uma laranja tem a for-
ma de uma esfera de raio 4 cm, composta de 12 gomos
exatamente iguais. A superfície total de cada gomo mede:
! !!
A) !
!!!!
! !!
B) !
!!!!
!! !
D) !!!!
!
E) 4! !!!!!
!
56
MATEMÁTICA
2. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB – ASSESSOR TÉCNICO LEGISLATIVO – FCC/2013) Uma chapa metálica retangu-
lar é formada por três retângulos idênticos e seis quadrados idênticos. Um dos lados dessa chapa mede x metros, conforme
indica a Figura 1. Dos “cantos” da chapa foram retirados quatro dos seis quadrados, conforme indica a Figura 2. Em seguida,
a chapa foi dobrada nas indicações tracejadas formando uma caixa com a forma de paralelepípedo reto retangular com
uma aresta medindo 4 m, conforme indica a Figura 3.
3. (CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDATEC/2013) Para responder a questão, observe a figura a seguir:
A figura acima apresenta um porta-lápis que é formado por um cubo, com aresta de 12cm, do qual foi retirado uma
parte cônica. Nesse sentido, o volume do porta-lápis é
A) 1728π cm³
B) 1588π cm³
C) (1728-432π) cm³
D) 1548π cm³
E) (1728-144π) cm³
57
MATEMÁTICA
5. (SEAP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PE- 7. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Uma garrafa
NITENCIÁRIA – VUNESP/2013) Um vaso de base quadra- de vidro tem a forma de dois cilindros sobrepostos, ambos
da, medindo 15 cm de lado, tem água até uma altura de 12 com 8 cm de altura e bases com raios R e r, conforme mos-
cm, conforme mostra a figura. tra a figura.
58
MATEMÁTICA
2. RESPOSTA: “E”.
!!! !!!
! = 4 ∙ ! ∙ ! = 25
! ! − 8! + 16 = 25
! ! − 8! − 9 = 0
∆= 64 + 36 = 100
!±!"
!= !
!! = 9
! = 2!" = 2! ∙ 4 = 8!
!!! = −1 !ã!!!"#$é!
á!"#!!"#$ = 2 ∙ 8! = 16!!!!!
!
Então valor de x=9. !
59
MATEMÁTICA
7.RESPOSTA:
! =“B”.
!!! ℎ
! !"#"$%&'
14) GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA: PONTO:
96! = !!! 6 O PLANO CARTESIANO, DISTÂNCIA ENTRE
!! = 16 DOIS PONTOS, PONTO MÉDIO DE UM
! = 4!!" SEGMENTO E CONDIÇÃO DE ALINHAMENTO
!! !"#$% = !!! ℎ DE TRÊS PONTOS; RETA: EQUAÇÕES GERAL
!! = ! ∙ 16 ∙ 8 = 128!!!!! E REDUZIDA, INTERSEÇÃO DE RETAS,
PARALELISMO E PERPENDICULARIDADE,
!!"#"$%&' !"#$% = 178! − 128! = 50!"!! ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS, DISTÂNCIA
50! = !! ! ∙ 8 ENTRE PONTO E RETA E DISTÂNCIA
! ! = 6,25 ENTRE DUAS RETAS, BISSETRIZES DO
! = 2,5 ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS, ÁREA
!8. RESPOSTA: “E”. DE UM TRIÂNGULO E INEQUAÇÕES DO
PRIMEIRO GRAU COM DUAS VARIÁVEIS;
CIRCUNFERÊNCIA: EQUAÇÕES GERAL
A=5a² E REDUZIDA, POSIÇÕES RELATIVAS
ENTRE PONTO E CIRCUNFERÊNCIA,
A área do cubo normal é 6a², mas no caso em questão
não tem tampa, por isso é 5 RETA E CIRCUNFERÊNCIA E DUAS
A=5.25²=3125 cm² CIRCUNFERÊNCIAS; PROBLEMAS DE
TANGÊNCIA; E EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
Como vai ser pintado por dentro e por fora: DO SEGUNDO GRAU COM DUAS VARIÁVEIS;
3125.2=6250 cm²=0,625 m² ELIPSE: DEFINIÇÃO, EQUAÇÃO, POSIÇÕES
RELATIVAS ENTRE PONTO E ELIPSE,
9.RESPOSTA: “D”. POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETA E ELIPSE;
HIPÉRBOLE: DEFINIÇÃO, EQUAÇÃO DA
h-altura da caixa HIPÉRBOLE, POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE
294ml=294 cm³ PONTO E HIPÉRBOLE, POSIÇÕES RELATIVAS
Vcaixa=5.6.h
ENTRE RETA E HIPÉRBOLE E EQUAÇÕES DAS
294=30h
h=9,8 cm ASSÍNTOTAS DA HIPÉRBOLE; PARÁBOLA:
DEFINIÇÃO, EQUAÇÃO, POSIÇÕES RELATIVAS
10.RESPOSTA: “A”. ENTRE PONTO E PARÁBOLA, POSIÇÕES
RELATIVAS ENTRE RETA E PARÁBOLA;
V=Ab.h= πr²h RECONHECIMENTO DE CÔNICAS A PARTIR
At=2 πr(h+r) DE SUA EQUAÇÃO GERAL.
Sendo h=r
V= πr³ Estudo do Ponto
At=2 πr(2r)=4 πr²
! !"³
=
!! 4!"²
!
2=
4
60
MATEMÁTICA
Exemplo
Ponto Médio
72 – 72 = 0
Dados os pontos P(xp,yp) e Q(xq,yp), as coordenadas do
ponto M(xM, yM) médio entre A e B, serão dadas pelas se- Os pontos somente estarão alinhados se o determi-
missomas das coordenadas de P e Q. nante da matriz quadrada calculado pela regra de Sarrus
for igual a 0.
O ponto M terá as seguintes coordenadas:
Estudo da Reta
61
MATEMÁTICA
Coeficiente angular
62
MATEMÁTICA
!! = !! ↔ !! = !! !
! !
+ = 1!
! !
!! ≠ !! ↔ !! ≠ !! !
63
MATEMÁTICA
!! !! !! !!
! ! ≠ !! ↔ − ≠− ↔ ≠
!! !! !! !!
Retas perpendiculares
1 .
!! = − !!
!!
!
De fato: ! ⊥ ! ↔ !! = !! + !
2
Ângulo entre duas retas
sen !! = cos !!
cos !! = −sen !! → tan !! = − cotg !! ! Conhecendo os coeficientes angulares e de duas re-
tas, e , não paralelas aos eixos e , podemos determinar o
ângulo agudo formado entre elas:
Como
1
cotg !! = :
tan !!
1 1
tan !! = → !! =
tan !! !!
Então: Se uma das retas for vertical, teremos:
1
!! ⊥ ! → !! = −
!!
E, reciprocamente, se
1
!! = − → !! ⊥ !
!!
Logo,
1
!! ⊥ ! ↔ !! = −
!!
!
!!! + !!! + !
!!" = !
!! + ! !
64
MATEMÁTICA
Aplicação
D =
D = -7 + 2k + 28 -2
D = 2k + 19
Área de um triângulo Substituindo a fórmula teremos:
25= 2k + 19
Na geometria plana encontramos a área de um triân- 2 2
gulo fazendo uma relação com o valor de suas dimensões, 25 = 2k + 19
e na trigonometria, com o valor do seno de um ângulo 25 – 19 = 2k
interno relacionado com os lados do triângulo é possível 6 = 2k
também encontrar a sua área. 6:3 = k
A geometria analítica também possui seus artifícios k=3
para o cálculo da área de um triângulo, nesse caso é ne-
cessário que saibamos as coordenadas de seus três vértices Inequação de Primeiro Grau
para que o triângulo possa ser representado em um plano Exemplo
cartesiano. y>x+1
Considere o triângulo de vértices A(xA, yA), B(xB, yB) e Devemos traçar os pontos para y=x+1
C(xC, yC), veja a sua representação em um plano cartesiano:
x y
0 1
-1 0
!
!= !
2
A partir dessa representação podemos dizer que o cál- A parte azul são os pontos y>x+1
culo da área (A) de um triângulo através dos conhecimen-
tos da geometria analítica é dado pelo determinante dos Circunferência
vértices dividido por dois.
Equações da circunferência
Equação reduzida
65
MATEMÁTICA
Assim:
66
MATEMÁTICA
a) P é exterior à circunferência
b) P pertence à circunferência
c) P é interior à circunferência
Assim, para determinar a posição de um ponto P(m, n) em relação a uma circunferência, basta substituir as coordenadas
de P na expressão (x - a)2 + (y - b)2 - r2:
- se ( m - a)2 + ( n - b)2 - r2 > 0, então P é exterior à circunferência;
- se ( m - a)2 + ( n - b)2 - r2 = 0, então P pertence à circunferência;
- se ( m - a)2 + ( n - b)2 - r2 < 0, então P é interior à circunferência.
Dadas uma reta s: Ax + Bx + C = 0 e uma circunferência de equação ( x - a)2 + ( y - b)2 = r2, vamos examinar as po-
sições relativas entre s e :
67
MATEMÁTICA
Também podemos determinar a posição de uma reta em relação a uma circunferência calculando a distância da reta ao
centro da circunferência. Assim, dadas a reta s: Ax + By + C = 0 e a circunferência :
Assim:
68
MATEMÁTICA
Inequação 2º grau Como é válido na elipse que a2 = b2 + c2 , vem que:
! >!−2
!
!! + !! < 4
Elipse
Elementos
(! − !")! (! − !")!
+ = 1!
!! !!
Excentricidade
e = c/a
69
MATEMÁTICA
Equação
(! − !")! (! − !")!
− =1
!! !!
!
Hipérbole sobre o eixo y
Parábola
(! − !")! (! − !")!
− = 1!
!! !!
Excentricidade
70
MATEMÁTICA
Respostas
1.RESPOSTA: “B”.
(x+2)²-4+(y+5)²-25+25=0
(x+2)²+(y+5)²=25
71
MATEMÁTICA
C(-2,-5). ay=5-2x
Se o ponto P é simétrico em relação ao eixo x: (-1,1). y=-2x/a+5/a
-2/a=-1/2
Distância PC: a=4
4. 3y=-2x+5
!
!!" = −2 − −1 + (−5 − −1 )² = 17! 2! 5 2
!=− + !!!!! = −
3 3 3
Circunferência concêntrica:
(x+2)²+(y+5)²=17 2! + 3! = 5(: 5)
X²+4x+4+y²+10y+25=17
X²+y²+4x+10y+12=0 ! !
+ =1
5 5
2. RESPOSTA: “E”.
2 3
!
5. k.5-0-3k+6=0
(3x-6)²-36+(5y+5)²-25-164=0 5k-3k+6=0
[3(x-2)]²+[5(y+1)]²=164+36+25 2k+6=0
9(x-2)²+25(y+1)²=225 k=3
72
MATEMÁTICA
Geometria plana
A geometria plana, também chamada geometria ele-
mentar ou Euclidiana, teve início na Grécia antiga. Esse es- Duas retas paralelas cortadas por uma transversal de-
tudo analisava as diferentes formas de objetos, e baseia-se termina os seguintes pares de ângulos:
em três conceitos básicos: ponto, reta e plano. O concei- Ângulos correspondentes: â e ê , d e h , b
to de ponto é um conceito primitivo, pois não existe uma e f , c e g
definição aceita de ponto, indicamos um ponto por uma Ângulos OPV: a e c , b e d , e e g , f e h
letra maiúscula do alfabeto (A, G, P,. . ). Podemos definir Ângulos alternos internos: c e e , f e d
uma reta como sendo um número infinito de pontos . Não Ângulos alternos externos: a e g , b e h
é difícil perceber que sobre um ponto passa um número Ângulos colaterais internos : e e d , f e c
infinito de retas, porém sobre dois pontos distintos pas- Ângulos colaterais externos: a e h , b e g
sa apenas uma reta distinta.Indicamos uma reta por letras
minúsculas de nosso alfabeto( a, b, r...) . Se tivermos três O pares de ângulos correspondentes, opv, alternos in-
pontos distintos, teremos então um plano o qual contém ternos e alternos externos são congruentes, ou seja , têm
os três pontos e todas as retas que passarem por dois des- mesma medida.
tes pontos estarão contidas no plano, assim como também Os pares de ângulos colaterais internos e colaterais ex-
estarão contidas no plano todas as retas paralelas às retas ternos são suplementares, ou seja, somam 180º.
dadas. Indicaremos um plano por uma letra do alfabeto Ex: As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a
grego ( α , β , θ ...). medida do ângulo â, nos seguintes casos:
pontos: letras maiúsculas do nosso alfabeto
a)
73
MATEMÁTICA
b) 8
x=
5
Problemas:
1. Encontre o valor de x:
c)
Teorema de tales
74
MATEMÁTICA
4. (Saresp–SP) No desenho abaixo estão representa- 2) LAL: Dois triângulos são congruentes quando têm
dos os terrenos I, II e III. dois lados congruentes e o ângulo formado por eles tam-
bém é congruente.
Semelhança de triângulos
Respostas
1. a) x=4
b) x=5
2. x = 6 , y = 8, z = 6
3. x = 6
4. 32 metros
5. 20 metros Ex:
6. 7,5 Verifique se os triângulos a seguir são proporcionais.
75
MATEMÁTICA
Temos agora que verificar a proporcionalidade dos lados. 4. Paralelogramo: Lados opostos congruentes, ângu-
los opostos congruentes.
Exercícios:
76
MATEMÁTICA
Respostas:
1. 9y + 16° = 7y + 40°
9y = 7y + 40° - 16°
9y = 7y + 24°
9y - 7y = 24°
2y = 24° Caso tenha um ângulo com medida maior que 180º ele
y = 24º /2 será classificado como não convexo ou côncavo.
y = 12°
Então:
x + (7 . 12° + 40°) = 180°
x = 180º - 124°
x = 56°
= =
Polígonos – lados e ângulos
77
MATEMÁTICA
78
MATEMÁTICA
n = 11 Respostas:
Si = (n – 2) · 180º 1. a) a² = b² + c²
Si = (11 – 2) · 180º 2. a² = 24² + 18²
Si = 9 · 180º a² = 576 + 324
Si = 1 620º a² = 900
a = 30
A soma das medidas dos ângulos internos vale 1 620º b) a.h = b . c
Relações métricas no triângulo retângulo 30 .h = 24 . 18
30 . h = 432
Triângulo retângulo é todo triângulo que tem um ân- H = 432/30
gulo reto e dois ângulos agudos. H = 14,4
Exercícios
79
MATEMÁTICA
x . 6 = 24 . 8
6x = 192
x = 192/6
x = 32
x = 12
Execícios
1. Encontre o valor de x:
RP . RQ = RT . RS
80
MATEMÁTICA
2. Determine o valor de x e y:
PA = 8 cm e PC = 12 cm
Respostas:
1. a) 3.x = 4 . 9
3. x = 36
X = 12
b) 8 . x = 12 . 6
8 . x = 72
X = 72/8
X=9
c) 2x . x = 8 . 9
2x² = 72
X² = 72/2
X² = 36
X=6
2. 4 (4 + y) = 18 . 2
16 + 4y = 36
4y = 36 – 16
4y = 20
Y=5
X² = 18 . 2
X² = 36
x=6
81
MATEMÁTICA
a+b+c
p=
2
D.d
3. Losango : A = ( D é a medida da diagonal
2
maior e d é a diagonal menor)
( B + b). h
5.Trapézio : A = 2 (B é a medida da base
maior, b é a base menor e h é a altura)
82
MATEMÁTICA
A= π . r2
2 2
A = 3,14 . 5 l A = 3,14 . 25 ⇒ A = 78,50 cm
83
MATEMÁTICA
(A) 200.
(B) 250. 16) POLINÔMIOS: FUNÇÃO POLINOMIAL,
(C) 275. POLINÔMIO IDENTICAMENTE NULO, GRAU
(D) 300. DE UM POLINÔMIO, IDENTIDADE DE UM
(E) 325.
POLINÔMIO, RAIZ DE UM POLINÔMIO,
OPERAÇÕES COM POLINÔMIOS E VALOR
Respostas
NUMÉRICO DE UM POLINÔMIO; DIVISÃO
1. A = 4 3 cm
2 DE POLINÔMIOS, TEOREMA DO RESTO,
P = 12 cm TEOREMA DE D’ALEMBERT E DISPOSITIVO
DE BRIOT-RUFFINNI; RELAÇÃO ENTRE
2. 188,40 cm COEFICIENTES E RAÍZES. FATORAÇÃO E
2
MULTIPLICIDADE DE RAÍZES E PRODUTOS
3. 117,75 cm NOTÁVEIS. MÁXIMO DIVISOR COMUM DE
POLINÔMIOS;
4. 1256 m
5. 6. 3,76 km = 376000 cm
V amos calcular o comprimento da roda Polinômios
C=2. .R Denomina-se polinômio a função:
C = 2 . 3,14 . 30
C = 188,40 cm
376000 : 188,40 = 1995,75 voltas
6. A = = 1256
Área do quadrado = 50 . 50 = 2500 m² Grau de um polinômio
2500 – 1256 = 1244 m² Se an ≠0, o expoente máximo n é dito grau do polinô-
Resp: Alternativa A mio. Indicamos: gr(P)=n
Exemplo
7. Sabendo que o perímetro é 60 cm e que um lado P(x)=7 gr(P)=0
mede 10 cm, temos 2 lados de 10 cm e 20 lados medindo P(x)=7x+1 gr(P)=1
20 cm cada. 10 + 10 + 20 + 20 = 60 cm
Para calcular a altura usamos o teorema de Pitágoras Valor Numérico
no triangulo retângulo formado onde a base mede 6 cm e O valor numérico de um polinômio P(x), para x=a, é
a hipotenusa 10 cm: o número que se obtém substituindo x por a e efetuando
todas as operações.
H² = 10² - 6² Exemplo
H² = 100 – 36 P(x)=x³+x²+1 , o valor numérico para P(x), para x=2 é:
H² = 64 P(2)=2³+2²+1=13
H = 8 cm O número a é denominado raiz de P(x).
84
MATEMÁTICA
Ordenação de um polinômio
A ordem de um polinômio deve ser do maior para o
menor expoente.
4x4+2x³-x²+5x-1
! ! ∙ ! ! = 3! ! − ! ! − 2! ! + 15! ! + 10!
!
Divisão de Polinômios
Considere P(x) e D(x), não-nulos, tais que o grau de
P(x) seja maior ou igual ao grau de D(x). Nessas condições,
podemos efetuar a divisão de P(x) por D(x), encontrando o
polinômio Q(x) e R(x): Portanto, Q(x)=3x²+x+3 e R(x)=4
P(x)=D(x)⋅Q(x)+R(x)
P(x)=dividendo Teorema do Resto
Q(x)=quociente
D(x)=divisor Um polinômio P(x) é divisível por (x – a) se e somente
R(x)=resto se P(a) = 0.
Método da Chave
Teorema de D’Alembert
Passos
O teorema de D’Alembert é uma consequência imedia-
1. Ordenamos os polinômios segundo as potências ta do teorema do resto, que são voltados para a divisão de
decrescentes de x. polinômio por binômio do tipo (x – a). O teorema do resto
2. Dividimos o primeiro termo de P(x) pelo primeiro diz que um polinômio G(x) dividido por um binômio x – a
de D(x), obtendo o primeiro termo de Q(x). terá resto R igual a P(a), para x = a.
3. Multiplicamos o termo obtido pelo divisor D(x) e O matemático francês D’Alembert provou, levando em
subtraímos de P(x). consideração o teorema citado acima, que um polinômio
4. Continuamos até obter um resto de grau menor qualquer Q(x) será divisível por x – a, ou seja, o resto da
que o de D(x), ou resto nulo. divisão será igual à zero (R = 0) se P(a) = 0.
85
MATEMÁTICA
86
MATEMÁTICA
Exercícios 2x²-x-1=0
∆=1+8=9
1. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCITO
BRASILEIRO/2013) Sabendo que 2 é uma raiz do polinô-
mio !(!) ! = !2! ! ! − !5! ! ! + !!! + !2!, então o conjun- 1±3
to de todos os números reais x para os quais a expressão !=
!(!)! está definida é:
4
A) {!! ∈ ℝ!/1! ≤ !! ≤ 2} !! = 1
!
B) {!"ℝ/!!!! ≤ − !}
! 1
C) {! ∈ ℝ/!− ! ≤ ! ≤ 1!!"!! ≥ 2!}! !! = −
2
D) {! ∈ ℝ!/!! ≠ 2} !
E) {! ∈ ℝ/!! ≠ 2!!!!! ≠ 1} P(x) ≥0
!
2. (ESPCEX – CADETES DO EXÉRCITO – EXÉRCI-
TO BRASILEIRO/2013) Dado o polinômio que satisfaz a
equação ! ! ! + !!! ! ! − !!! + !! = ! (!! − !1) ! · !!(!)!
e sabendo que 1 e 2 são raízes da equação
! ! ! + !!! ! ! − !!! + !! = !0! , determine o intervalo no
qual ! ! ≤ 0! :
A) [-5,-4]
B) [-3,-2]
1
{! ∈ ℝ/!− ≤ ! ≤ 1!!"!! ≥ 2!}!
C) [-1,2] 2
D) [3,5] !
E) [6,7]
2. RESPOSTA: “C”.
3. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Se 1 é raiz da
equação ,3x³-15x²-3x+m=0 então as outras duas raízes são
A) -1 e 5.
B) -2 e 3.
C) -1 e -5.
D) -2 e -3.
4. (Escola de Aprendizes-Marinheiros/2012) Os
valores numéricos do quociente e do resto da divisão de
p(x) = 5x4 – 3x2 + 6x – 1 por d(x) = x2 + x + 1, para x = -1 são,
respectivamente,
a) -7 e -12
b) -7 e 14 Como 1 e 2 são raízes
c) 7 e -14
d) 7 e -12
e) -7 e 12 ! + ! = 0!!(! − 1)
4! + ! = −6
5. Escreve de forma reduzida o polinômio: 0,3x – 5xy
+ 1,8y + 2x – y + 3,4xy.
6.
−! − ! = 0!!
7. Qual é a forma mais simples de se escrever o po- 4! + ! = −6
linômio expresso por: 2x(3a – 2x) + a(2x – a) – 3x(a + x)? !
87
MATEMÁTICA
1±3 Q(-1)=5(-1)²-5(-1)-3=7
!= R(-1)=14(-1)+2=-12
2
6.Resposta “2,3x – 1,65xy + 0,8y”.
!! = 2
Solução:
0,3x – 5xy + 1,8y + 2x – y + 3,4xy =
!! = −1 = 0,3x + 2x – 5xy + 3,4xy + 1,8y – y = → propriedade
! comutativa
= 2,3x – 1,65xy + 0,8y → reduzindo os termos seme-
lhantes
∆= 16 + 20 = 36
x²-4x-5=0
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
!±!
!= !
1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
!! = 5!!!!!! = −1 MA/2013) Dentre os nove competidores de um campeona-
to municipal de esportes radicais, somente os quatro pri-
!
meiros colocados participaram do campeonato estadual.
4.RESPOSTA: “D”. Sendo assim, quantas combinações são possíveis de serem
formadas com quatro desses nove competidores?
A) 126
B) 120
C) 224
D) 212
E) 156
9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
!!,! = = = 126
5! 4! 5! ∙ 24
!
RESPOSTA: “A”.
88
MATEMÁTICA
A) 24. A) 80.
B) 25. B) 120.
C) 26. C) 240.
D) 27. D) 720.
E) 28.
AR_ _ _ _ _
Anagramas de RENATO 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1=120
______
6.5.4.3.2.1=720 RESPOSTA: “B”.
89
MATEMÁTICA
__ RESPOSTA: “C”.
6.3=18
12. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ-
Tirando as possibilidades de papel e texto iguais: TICA – IMA/2014) Se enfileirarmos três dados iguais, obte-
P P e V V=2 possibilidades remos um agrupamento dentre quantos possíveis.
18-2=16 possiblidades A) 150
B) 200
RESPOSTA: “C”. C) 410
D) 216
11. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SEGU- E) 320
RANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Numa sala !!,! ∙ !!,! ∙ !!,!
há 3 ventiladores de teto e 4 lâmpadas, todos com inter-
ruptores independentes. De quantas maneiras é possível
ventilar e iluminar essa sala mantendo, pelo menos, 2 ven- 6! 6.5!
tiladores ligados e 3 lâmpadas acesas? !!,! = = =6
A) 12. 1! 5! 5!
B) 18.
C) 20. 6 ∙ 6 ∙ 6 = 216
D) 24. !
E) 36. RESPOSTA: “D”.
90
MATEMÁTICA
91
MATEMÁTICA
Para Alberto:5+4=9
Para Bianca:4
Para Carolina: 12
___ Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18
9.4.12=432
RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “E”.
22. (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Dos
20. (SAMU/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – 46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15
SPDM/2012) O total de números de 3 algarismos que ter- deles também estão aptos para classificar processos e os
minam por um número par e que podem ser formados pe- demais estão aptos para atender ao público. Há outros 11
los algarismos 3,4,5,7,8, com repetição, é de: técnicos que estão aptos para atender ao público, mas não
A) 50
são capazes de arquivar documentos. Dentre esses últimos
B) 100
técnicos mencionados, 4 deles também são capazes de
C) 75
classificar processos. Sabe-se que aqueles que classificam
D) 80
processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando que to-
O último algarismo pode ser 4 ou 8
___ dos os técnicos que executam essas três tarefas foram cita-
5.5.2=50 dos anteriormente, eles somam um total de
A) 58.
RESPOSTA: “A”. B) 65.
C) 76.
21. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI- D) 53.
NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma ci- E) 95.
dade, 13 dele não se inscreveram nas comissões de Edu-
cação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos vereadores 15 técnicos arquivam e classificam
se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles se 46-15=31 arquivam e atendem
inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e 4 classificam e atendem
oito deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e Classificam:15+4=19 como são 27 faltam 8
92
MATEMÁTICA
10 elementos
23. (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI- 25. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE
FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sabendo
que ! ∩ ! = {!}, ! ∪ ! = {!; !; !; !; !}!!!! − ! = {!; !},!!
atletas da delegação de um país nos jogos universitários
assinale a alternativa que apresenta o conjunto B.
por medalha conquistada. Sabe-se que esse país conquis- A) {1;2;3}
tou medalhas apenas em modalidades individuais. Sabe-se B) {0;3}
ainda que cada atleta da delegação desse país que ganhou C) {0;1;2;3;5}
uma ou mais medalhas não ganhou mais de uma meda- D) {3;5}
lha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De acordo com o E) {0;3;5}
diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse país
ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro. A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento
de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em B.
Então de A ∪ B, tiramos que B={0;3;5}.
RESPOSTA: “E”.
Intersecções:
6 ∙ 2 = 12
1∙2=2
4∙2=8
3∙3=9
!
Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46 O número de pessoas que preferem apenas a marca
C2 é zero.
RESPOSTA: “D”. RESPOSTA: “A”.
93
MATEMÁTICA
A+B+C=90
Simpatiza com as três: 10
Não simpatizam com nenhuma 20
90+10+20 =120 pessoas
Como têm 160 pessoas:
X+Y+Z=160-120=40 pessoas
Portanto, a quantidade de sócios que simpatizam com
pelo menos 2 são 40 (dos sócios que simpatizam com duas
pessoas) + 10 (simpatizam com três)=50
RESPOSTA: “D”.
94
PORTUGUÊS
1) Leitura, Interpretação e Análise de Textos: Leitura, interpretação e análise dos significados presentes num texto e
relacionamento destes com o universo em que foi produzido............................................................................................................. 01
2) Fonética: Fonemas, sílaba, tonicidade, ortoépia, prosódia, ortografia, acentuação gráfica, notações léxicas, abreviatu-
ras, siglas e símbolos............................................................................................................................................................................................... 08
3) Morfologia: Estrutura das palavras, formação das palavras, sufixos, prefixos, radicais gregos e latinos, origens das pa-
lavras da Língua Portuguesa. Classificação e flexão das palavras (substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, preposição, conjunção, interjeição, conectivos e formas variantes). .............................................................................. 18
4) Semântica: Significação das palavras. ........................................................................................................................................................ 58
5) Sintaxe: Análise sintática, termos essenciais da oração, termos integrantes da oração, termos acessórios da oração,
período composto, orações coordenadas, orações principais e subordinadas, orações subordinadas substantivas, ora-
ções subordinadas adjetivas, orações subordinadas adverbiais, orações reduzidas, estudo complementar do período
composto, sinais de pontuação, sintaxe de concordância, sintaxe de regência (verbal e nominal), sintaxe de colocação,
emprego de algumas classes de palavras, emprego dos modos e dos tempos, emprego do infinitivo, emprego do verbo
haver.............................................................................................................................................................................................................................. 64
6) Teoria da Linguagem: História da Língua Portuguesa; linguagem, língua, discurso e estilo; níveis de linguagem e fun-
ções da linguagem. ................................................................................................................................................................................................ 89
7) Estilística: Figuras de linguagem, língua e arte literária. ...................................................................................................................103
8) Alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado
em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste, aprovado no Brasil pelo Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008
e alterado pelo Decreto nº 7.875, de 27 de dezembro de 2012. .......................................................................................................106
9) Literatura Brasileira: literatura e a história da literatura; os gêneros literários; a linguagem poética; elementos da
Narrativa; Trovadorismo; Humanismo; Classicismo; Quinhentismo; Barroco; Arcadismo; Romantismo prosa e poesia;
Realismo/ Naturalismo; Parnasianismo; Simbolismo; Pré-Modernismo; movimentos de Vanguarda Europeia no Brasil;
Modernismo Brasileiro prosa e poesia (1ª, 2ª e 3ª gerações); e as tendências da Literatura Contemporânea.................115
PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
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já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o texto, buscando os conceitos definidores da opinião explicitada
do início ao fim. Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este pelo autor. Esta operação fará com que o significado do
momento. Fique atento! Aproveite todas as informações texto “salte aos olhos” do leitor. Exemplo:
que a pré-leitura ofereceu. Não pare a leitura para buscar
significados de palavras em dicionários ou sublinhar textos, “Incalculável é a contribuição do famoso neurologista
isto será feito em outro momento. austríaco no tocante aos estudos sobre a formação da
personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939)
O Quarto Nível de leitura é o denominado de controle. conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da
Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente psique humana: o inconsciente e subconsciente. Começou
acabar com qualquer dúvida que ainda persista. estudando casos clínicos de comportamentos anômalos
Normalmente, os termos desconhecidos de um texto são ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração
explicitados neste próprio texto, à medida que vamos com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos
adiantando a leitura. sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados
Um mecanismo psicológico fará com que fiquemos
obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até hoje
com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos
é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de ideias
a resposta. Caso não haja explicação no texto, será na
e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por palavras
etapa do controle que lançaremos mão do dicionário. Veja
bem: a esta altura já conhecemos bem o texto e o ato de dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a fonte das
interromper a leitura não vai fragmentar a compreensão perturbações mentais.
do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa que Para este caminho de regresso às origens de um trauma,
sublinharemos os tópicos importantes, se necessário. Para Freud se utilizou especialmente da linguagem onírica dos
ressaltar trechos importantes opte por um sinal discreto pacientes, considerando os sonhos como compensação
próximo a eles, visando principalmente a marcar o local do dos desejos insatisfeitos na fase de vigília.
texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a cronologia Mas a grande novidade de Freud, que escandalizou o
e a sequência deste fato importante, situando-o. Aproveite mundo cultural da época, foi a apresentação da tese de
bem esta etapa de leitura. que toda neurose é de origem sexual.”
(Salvatore D’Onofrio)
Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da repetição
aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo do texto, Primeiro Conceito do Texto: “Incalculável é a
mas aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos contribuição do famoso neurologista austríaco no tocante
prática, ou seja, que tenhamos experiência do que foi lido aos estudos sobre a formação da personalidade humana.
na vida. Você só pode compreender conceitos que tenha Sigmund Freud (1859-1939) conseguiu acender luzes nas
visto em seu cotidiano. Nada como unir a teoria à prática. camadas mais profundas da psique humana: o inconsciente
Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição e subconsciente.” O autor do texto afirma, inicialmente, que
aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles brancos Sigmund Freud ajudou a ciência a compreender os níveis
quando queremos evocar o assunto. Observe agora os mais profundos da personalidade humana, o inconsciente
trechos sublinhados, trace um diagrama sobre o texto, e subconsciente.
esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras.
Procure associar o assunto lido com alguma experiência Segundo Conceito do Texto: “Começou estudando
já vivida ou tente exemplificá-lo com algo concreto, como casos clínicos de comportamentos anômalos ou
se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração
turma de alunos interessados. É importante lembrar que
com os colegas Joseph Breuer e Martin Charcot (Estudos
esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30
sobre a histeria, 1895). Insatisfeito com os resultados
dias posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas
obtidos pelo hipnotismo, inventou o método que até
durante a leitura e ao retornarmos ao texto, consultamos
as anotações. Não pense que é um exercício monótono. hoje é usado pela psicanálise: o das ‘livres associações’ de
Nós somos capazes de realizar diariamente exercícios ideias e de sentimentos, estimuladas pela terapeuta por
físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. palavras dirigidas ao paciente com o fim de descobrir a
Pois bem, embora não tenhamos condições de ver com o fonte das perturbações mentais.” A segunda ideia núcleo
que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la mostra que Freud deu início a sua pesquisa estudando
quando melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, os comportamentos humanos anormais ou doentios por
a prontidão de informações e, obviamente, nossos meio da hipnose. Insatisfeito com esse método, criou o das
conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no “livres associações de ideias e de sentimentos”.
início e criar um método de leitura eficiente e rápido.
Terceiro Conceito do Texto: “Para este caminho de
Ideias Núcleo regresso às origens de um trauma, Freud se utilizou
especialmente da linguagem onírica dos pacientes,
O primeiro passo para interpretar um texto consiste considerando os sonhos como compensação dos desejos
em decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias insatisfeitos na fase de vigília.” Aqui, está explicitado que
básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico a descoberta das raízes de um trauma se faz por meio
2
PORTUGUÊS
da compreensão dos sonhos, que seriam uma linguagem 01. Os dados expostos no terceiro parágrafo indicam
metafórica dos desejos não realizados ao longo da vida do que os profissionais do Ministério Público brasileiro são
dia a dia. mais eficientes que os dos órgãos equivalentes nos demais
países da América do Sul.
Quarto Conceito do Texto: “Mas a grande novidade de
Freud, que escandalizou o mundo cultural da época, foi a 02. Com base nos dados apresentados no texto, é
apresentação da tese de que toda neurose é de origem correto concluir que a situação do Brasil, no que diz respeito
sexual.” Por fim, o texto afirma que Freud escandalizou a ao número de promotores existentes no Ministério Público
sociedade de seu tempo, afirmando a novidade de que por habitante, está pior que a da Guatemala, mas melhor
todo o trauma psicológico é de origem sexual. que a do Peru.
3
PORTUGUÊS
Michael Sandel, em “O que o Dinheiro Não Compra”, (E) falta de legislação específica no que se refere à
levanta bons argumentos contra a prática. Para o professor venda de uma vaga de uma pessoa que ficou em uma fila
de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o critério de guardando lugar a outra. O autor do texto concorda com
distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para esse posicionamento de Sandel.
tornar-se monetário, acabam corrompendo as instituições.
Diferentes bens são repartidos segundo diferentes 10. Nas considerações de Sandel, o dinheiro
regras. Num leilão, o que vale é o maior lance, mas no (A) cria caminhos alternativos para ações eficientes,
cinema prepondera a fila. Universidades tendem a oferecer minimizando as diferenças sociais e resguardando as
vagas com base no mérito, já prontos-socorros ordenam instituições.
tudo pela gravidade. O problema com o dinheiro é que ele (B) anda por diversos caminhos para ser eficiente,
é eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta, rechaçando as diferenças sociais e preservando as
logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final instituições.
é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres (C) está na base dos caminhos eficientes, visando
se tornam cada vez mais acentuadas. combater as diferenças sociais e a corrupção das
Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades. instituições.
Para começar, os argumentos de Sandel também (D) é eficiente e abre caminhos, mas reforça as
recomendam a proibição da prostituição e da barriga desigualdades sociais e corrompe as instituições.
de aluguel, por exemplo, que me parecem atividades (E) percorre vários caminhos sem ser eficiente, pois
legítimas. Mais importante, para opor-se à destruição de deixa de lado as desigualdades sociais e a corrupção das
valores ocasionada pela monetização, em muitos casos é
instituições.
preciso eleger um padrão universal a ser preservado, o que
exige a criação de uma espécie de moral oficial – e isso é
Leia o texto para responder às questões de números
para lá de problemático.
11 e 12.
(Hélio Schwartsman, A ética da fila. Folha de
S.Paulo,
O que é ler?
08. Em sua argumentação, Hélio Schwartsman revela-se
Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com
(A) perturbado com a situação das grandes cidades,
alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito
onde se acabam criando situações perversas à maioria dos
porque conheço a língua e as coisas indicadas pelas palavras,
cidadãos.
(B) favorável aos guardadores de vagas nas filas, uma assim como sei identificar as experiências ali relatadas.
vez que o pacto entre as partes traduz-se em resultados Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível
que satisfazem a ambas. de palavras, coisas, fatos, experiências, depositados pela
(C) preocupado com os profissionais dos escritórios da cultura instituída e sedimentados no mundo de ambos.
Faria Lima, que acabam sendo explorados pelos flanelinhas. De repente, porém, algumas palavras me “pegam”.
(D) indignado com a exploração sofrida pelos flanelinhas, Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comum
que fazem trabalho semelhante ao dos estacionamentos e e costumeiro e elas me arrastam, como num turbilhão,
recebem menos. para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas.
(E) indiferente às necessidades dos guardadores de O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não
vagas nas filas, pois eles priorizam vantagens econômicas apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em mim com
frente às necessidades alheias. palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia
soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me,
09. Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse arrasta-me para o que eu não sabia, para o novo. O escritor
professor uma ideia contrária à não convida quem o lê a reencontrar o que já sabia, mas
(A) venda de uma vaga de uma pessoa a outra, sendo toca nas significações existentes para torná-las destoantes,
que aquela ficou na fila com intenção comercial. O autor do estranhas, e para conquistar, por virtude dessa estranheza,
texto concorda com esse posicionamento de Sandel. uma nova harmonia que se aposse do leitor.
(B) comercialização de uma prática que consiste Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da
no pagamento a uma pessoa para que ela fique em “retomada do pensamento de outrem através de sua
seu lugar em uma fila. O autor do texto discorda desse palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos
posicionamento de Sandel. próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty,
(C) criação de uma legislação que normatize a venda de “começo a compreender uma filosofia deslizando para
vagas de uma fila de uma pessoa a outra. O autor do texto dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento”, isto
discorda desse posicionamento de Sandel. é, em seu discurso.
(D) falta de incentivo para que a pessoa fique em uma
vaga e, posteriormente, comercialize-a com quem precise. (Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal,
O autor do texto discorda desse posicionamento de Sandel. Antologia de Textos Filosóficos. Adaptado)
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PORTUGUÊS
11. Com base nas palavras de Marilena Chauí, entende- O grande problema é saber se estaríamos aptos a
se que ler é assimilar o formidável acréscimo de informação sensível
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos que isso acarretaria. O mais provável é que essa súbita
cristalizados. mutação – a desobstrução das portas e órgãos da
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está percepção – produzisse não a revelação mística imaginada
ausente. por Blake, mas um terrível engarrafamento cerebral: uma
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da sobrecarga de informações acompanhada de um estado de
ideologia dominante. aguda confusão e perplexidade do qual apenas lentamente
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do conseguiríamos nos recuperar. As informações sensíveis a
escritor. que temos acesso, embora restritas, não comprometeram
(E) um produto em que o posicionamento do outro se nossa sobrevivência no laboratório da vida. Longe disso.
neutraliza. É a brutal seletividade dos nossos sentidos que nos
protege da infinita complexidade do Universo. Se o muro
12. Com a frase – O escritor me invade, passo a pensar desaba, o caos impera.
de dentro dele e não apenas com ele... – (2.º parágrafo), a
(Adaptado de: Eduardo Gianetti, O valor do
autora revela que
amanhã, São
(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do
Paulo, Cia. das Letras, 2010. p. 139-143)
escritor.
(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor. 13. No texto, o autor
(C) sua reflexão está integrada ao pensamento do (A) lamenta o fato de que nossos sentidos não sejam
escritor. capazes de captar a imensa gama de informações presentes
(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor. no Universo.
(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor. (B) aponta para a função protetora dos órgãos sensoriais,
cuja seletividade, embora implique perdas, nos é benéfica.
(FCC – TRT-12ªRegião – 2013) (C) constata que, com o uso da tecnologia, a percepção
visual humana pode alcançar o nível de percepção visual
Para responder a questão de número 13, considere o das abelhas, e vir a captar raios ultravioleta.
texto abaixo. (D) discorre sobre uma das máximas de William Blake,
para quem a inquietação humana deriva do fato de não se
As certezas sensíveis dão cor e concretude ao presente franquearem as “portas da percepção”.
vivido. Na verdade, porém, o presente vivido é fruto de (E) comprova que alterações na percepção sensorial
uma sofisticada mediação. O real tem um quê de ilusório humana causariam danos irreparáveis ao cérebro.
e virtual.
Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são Para responder às questões de números 14 e 15,
altamente seletivos naquilo que acolhem e transmitem considere o texto abaixo.
ao cérebro. O olho humano, por exemplo, não é capaz
de captar todo o espectro de energia eletromagnética bem no fundo
existente. Os raios ultravioleta, situados fora do espectro
visível do olho humano, são, no entanto, captados pelas no fundo, no fundo,
abelhas. bem lá no fundo,
Seletividade análoga preside a operação dos demais a gente gostaria
de ver nossos problemas
sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda
resolvidos por decreto
que o grau de sensibilidade dos indivíduos varie de acordo
a partir desta data,
com idade, herança genética, treino e educação. Há mais
aquela mágoa sem remédio
coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos − é considerada nula
e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços e sobre ela − silêncio perpétuo
− são capazes de detectar. extinto por lei todo o remorso
Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz maldito seja quem olhar pra trás,
cientes não passa, portanto, de uma fração diminuta do lá pra trás não há nada,
que há. Mas o que aconteceria se tivéssemos de passar e nada mais
a lidar subitamente com uma gama extra e uma carga mas problemas não se resolvem,
torrencial de percepções sensoriais (visuais, auditivas, táteis problemas têm família grande,
etc.) com as quais não estamos habituados? Suponha que e aos domingos saem todos passear
uma mutação genética reduza drasticamente a seletividade o problema, sua senhora
natural dos nossos sentidos. O ganho de sensibilidade e outros pequenos probleminhas
seria patente. “Se as portas da percepção se depurassem”,
sugeria William Blake, “tudo se revelaria ao homem tal qual (Paulo Leminski, Toda Poesia, São Paulo,
é, infinito”. Cia. das Letras, 2013. p. 195)
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09-B 13-B
Michael Sandel, reproduz uma ideia contrária à A confirmação da alternativa “B” fica evidente nos
comercialização de uma prática que consiste no pagamento parágrafos 02 e 03: “Os órgãos sensoriais que nos ligam
a uma pessoa para que ela fique em seu lugar em uma ao mundo são altamente seletivos naquilo que acolhem
fila. Podemos verificar essa afirmação na passagem: “Para e transmitem ao cérebro. O olho humano, por exemplo,
o professor de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o não é capaz de captar todo o espectro de energia
critério de distribuição de vagas deixe de ser a ordem de eletromagnética existente. Os raios ultravioleta, situados
chegada para tornar-se monetário, acabam corrompendo fora do espectro visível do olho humano, são, no entanto,
as instituições”. captados pelas abelhas.
Seletividade análoga preside a operação dos demais
10-D sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda
Podemos confirmar esta afirmativa no trecho: “O que o grau de sensibilidade dos indivíduos varie de acordo
com idade, herança genética, treino e educação. Há mais
problema com o dinheiro é que ele é eficiente demais.
coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos −
Sempre que entra por alguma fresta, logo se sobrepõe a
e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços
critérios alternativos e o resultado final é uma sociedade na − são capazes de detectar.”
qual as diferenças entre ricos e pobres se tornam cada vez E quando finaliza o texto: “É a brutal seletividade dos
mais acentuadas”. nossos sentidos que nos protege da infinita complexidade do
Universo.”
11-A
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos 14-D
cristalizados. (Correta) I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está apenas nosso desejo para a resolução de dificuldades.
ausente. (Correta)
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do “mas problemas não se resolvem,
pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma problemas têm família grande,
reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios e aos domingos saem todos passear
pensamentos”. o problema, sua senhora
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da e outros pequenos probleminhas”
ideologia dominante.
Errada, não há ideologia dominante. “Ler é fazer a II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado,
bastando, para tanto, que não se evoque o passado a todo
experiência da “retomada do pensamento de outrem
o momento. (Incorreta)
através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que Pois, a gente gostaria
enriquece nossos próprios pensamentos”. de ver nossos problemas
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do resolvidos por decreto
escritor. a partir desta data,
Errada. Ler é ter muita sensibilidade, “é uma reflexão”. aquela mágoa sem remédio
(E) um produto em que o posicionamento do outro se é considerada nula
neutraliza. e sobre ela − silêncio perpétuo
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do extinto por lei todo o remorso
pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma maldito seja quem olhar pra trás,
reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios lá pra trás não há nada,
pensamentos”. e nada mais
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- Hipopótamo: tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” 06. Quantos fonemas existem na palavra paralelepípe-
não tem som. do:
- Galinha: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem a) 7
um único som. b) 12
- Pássaro: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem c) 11
um único som. d) 14
- Nascimento: 10 letras e 8 fonemas, já que não se pro- e) 15
nuncia o “s” e o “en” tem um único som.
- Exceção: 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som o 07. Os vocábulos pequenino e drama apresentam, res-
“x”.
pectivamente:
- Táxi: 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de
a) 4 e 2 fonemas
“ks”.
- Guitarra: 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um b) 9 e 5 fonemas
único som e o “rr” também tem um único som. c) 8 e 5 fonemas
- Queijo: 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um d) 7 e 7 fonemas
único som. e) 8 e 4 fonemas
Repare que através do exemplo a mudança de apenas 08. O “I” não é semivogal em:
uma letra ou fonema gera novas palavras: C a v a l o / C a v a) Papai
a d o / C a l a d o / C o l a d o / S o l a d o. b) Azuis
c) Médio
Exercícios d) Rainha
e) Herói
01. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas
são as letras que a compõem é: 09. Assinale a alternativa que apresenta apenas hiatos:
a) importância a) muito, faísca, balaústre.
b) milhares b) guerreiro, gratuito, intuito.
c) sequer c) fluido, fortuito, Piauí.
d) técnica
d) tua, lua, nua.
e) adolescente
e) n.d.a.
02. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não
um, mas dois fonemas? 10. Em qual dos itens abaixo todas as palavras apresen-
a) exemplo tam ditongo crescente:
b) complexo a) Lei, Foice, Roubo
c) próximos b) Muito, Alemão, Viu
d) executivo c) Linguiça, História, Área
e) luxo d) Herói, Jeito, Quilo
e) Equestre, Tênue, Ribeirão
03. Qual palavra possui dois dígrafos?
a) fechar Respostas:
b) sombra
c) ninharia 01-D (Em d, a palavra possui 7 fonemas e 7 letras. Nas
d) correndo demais alternativas, tem-se: a) 10 fonemas / 11 letras; b) 7
e) pêssego fonemas / 8 letras; c) 5 fonemas / 6 letras; e) 9 fonemas /
11 letras).
04. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos 02-B (a palavra complexo, o x equivale ao fonema /ks/).
apresenta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato,
03-D (Em d, há o dígrafo “rr” e o dígrafo nasal “en”).
hiato, ditongo.
04-B (Observe os encontros: oi, u - i, u - í e eu).
a) jamais / Deus / luar / daí
b) joias / fluir / jesuíta / fogaréu 05-D / 06-D / 07-C / 08-D / 09-D / 10-C
c) ódio / saguão / leal / poeira
d) quais / fugiu / caiu / história Sílaba
05. Os vocabulários passarinho e querida possuem: A palavra amor está dividida em grupos de fonemas
a) 6 e 8 fonemas respectivamente; pronunciados separadamente: a - mor. A cada um des-
b)10 e 7 fonemas respectivamente; ses grupos pronunciados numa só emissão de voz dá-se
c) 9 e 6 fonemas respectivamente; o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba é
d) 8 e 6 fonemas respectivamente; sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca
e) 7 e 6 fonemas respectivamente. há mais do que uma vogal em cada sílaba. Dessa forma,
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para sabermos o número de sílabas de uma palavra, deve- Classificação das palavras quanto à posição da sí-
mos perceber quantas vogais tem essa palavra. Atenção: laba tônica
as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem
representar semivogais. De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábu-
los da língua portuguesa que contêm duas ou mais sílabas
Classificação das palavras quanto ao número de sí- são classificados em:
labas - Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última.
Exemplos: avó, urubu, parabéns
- Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúl-
- Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exemplos: tima. Exemplos: dócil, suavemente, banana
mãe, flor, lá, meu; - Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a an-
- Dissílabas: possuem duas sílabas. Exemplos: ca-fé, tepenúltima. Exemplos: máximo, parábola, íntimo
i-ra, a-í, trans-por;
- Trissílabas: possuem três sílabas. Exemplos: ci-ne-ma, Saiba que:
pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir; - São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister,
- Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exem- Nobel, novel, ruim, sutil, transistor, ureter.
plos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor - São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, aziago,
-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta. boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, decano,
filantropo, fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impu-
Divisão Silábica dico, inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, misantropo,
necropsia (alguns dicionários admitem também necrópsia),
Normandia, pegada, policromo, pudico, quiromancia, rubri-
Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as
ca, subido(a).
seguintes normas: - São palavras proparoxítonas, entre outras: aerólito,
bávaro, bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ôme-
- Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: ga, pântano, trânsfuga.
foi-ce, a-ve-ri-guou; - As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla
- Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exem- tonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceâ-
plos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa; nia/Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/reptil,
- Não se separam os encontros consonantais que ini- zângão/zangão.
ciam sílaba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co;
- Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin- Exercícios
ga, fi-el, sa-ú-de;
- Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. 1-Assinale o item em que a divisão silábica é incorreta:
Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len- a) gra-tui-to;
te; b) ad-vo-ga-do;
- Separam-se os encontros consonantais das sílabas c) tran-si-tó-rio;
d) psi-co-lo-gi-a;
internas, excetuando-se aqueles em que a segunda con-
e) in-ter-stí-cio.
soante é l ou r. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção,
a-brir, a-pli-car. 2-Assinale o item em que a separação silábica é incor-
reta:
Acento Tônico a) psi-có-ti-co;
b) per-mis-si-vi-da-de;
Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, c) as-sem-ble-ia;
percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade sonora d) ob-ten-ção;
do que as demais. e) fa-mí-lia.
calor - a sílaba lor é a de maior intensidade.
faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade. 3-Assinale o item em que todos os vocábulos têm as
sólido - a sílaba só é a de maior intensidade. sílabas corretamente separadas:
a) al-dei-a, caa-tin-ga , tran-si-ção;
b) pro-sse-gui-a, cus-tó-dia, trans-ver-sal;
Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas
c) a-bsur-do, pra-ia, in-cons-ci-ên-cia;
palavras, em meio à sílabas de menor intensidade, é um d) o-ccip-tal, gra-tui-to, ab-di-car;
dos elementos que dão melodia à frase. e) mis-té-rio, ap-ti-dão, sus-ce-tí-vel.
Classificação da sílaba quanto a intensidade
4-Assinale o item em que todas as sílabas estão corre-
-Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade. tamente separadas:
- Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensida- a) a-p-ti-dão;
de. b) so-li-tá-ri-o;
- Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária. c) col-me-ia;
Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas, correspon- d) ar-mis-tí-cio;
dendo à tônica da palavra primitiva. e) trans-a-tlân-ti-co.
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5- Assinale o item em que a divisão silábica está errada: proveitosa pressupõe, além do conhecimento linguístico
a) tran-sa-tlân-ti-co / de-sin-fe-tar; propriamente dito, um repertório de informações exteriores
b) subs-ta-be-le-cer / de-su-ma-no; ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de
c) cis-an-di-no / sub-es-ti-mar; mundo. A compreensão do texto depende também do
d) ab-di-ca-ção / a-bla-ti-vo; conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de
e) fri-is-si-mo / ma-ci-is-si-mo. que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de
Português, mas também de todas as outras disciplinas sem
6- Existe erro de divisão silábica no item: exceção.
a) mei-a / pa-ra-noi-a / ba-lai-o; Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem
b) oc-ci-pi-tal / ex-ces-so / pneu-má-ti-co; compreendido é a resposta a
c) subs-tân-cia / pers-pec-ti-va / felds-pa-to; três questões básicas:
d) su-bli-nhar / su-blin-gual / a-brup-to; - Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao
e) tran-sa-tlân-ti-co / trans-cen-der / tran-so-ce-â-ni- tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado
co.
a distinguir as questões secundárias da principal, isto é,
aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o
7- A única alternativa correta quanto à divisão silábica
leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe
é:
apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de que ele
a) ma-qui-na-ri-a / for-tui-to;
b) tun-gs-tê-nio / ri-tmo; ; precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não
c) an-do-rin-ha / sub-o-fi-ci-al; tem repertório suficiente para compreender o que está
d) bo-ê-mi-a / ab-scis-sa; diante de seus olhos.
e) coe-são / si-len-cio-so. - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta
em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem vários
8- Indique a alternativa em que as palavras “sussurro”, indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma
”iguaizinhos” e “gnomo”, estão corretamente divididas em leitura competente não terá dificuldade em identificá-la.
sílabas: Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de
a) sus - su - rro, igu - ai - zi - nhos, g - no - mo; leitura desatenta e dispersiva.
b) su - ssu - rro, i - guai - zi - nhos, gno - mo; - Quais são os argumentos utilizados pelo autor
c) sus - su - rro, i - guai - zi - nhos, gno - mo; para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender por
d) su - ssur - ro, i - gu - ai - zi - nhos, gn - omo; argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para
e) sus - sur - ro, i - guai - zi - nhos, gno - mo. convencer o leitor de que ele está falando a verdade.
Saber reconhecer os argumentos do autor é também um
9- Na expressão “A icterícia nada tem a ver com he- sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor
modiálise ou disenteria”, as palavras grifadas apresentam- acompanhou o desenvolvimento das ideias. Na verdade,
se corretamente divididas em sílabas na alternativa: entender um texto significa acompanhar com atenção o
a) i-cte-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria; seu percurso argumentativo.
b) ic-te-rí-ci-a, he-mo-diá-li-se, dis-en-te-ria;
c) i-c-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria; O primeiro passo para interpretar um texto consiste
d) ic-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ri-a; em decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias
e) ic-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria. básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico
buscando os conceitos definidores da opinião explicitada
10- Assinale a única opção em que há, um vocábulo pelo autor. Esta operação fará com que o significado
cuja separação silábica não esta feita de acordo com a nor-
do texto “salte aos olhos” do leitor. Ler é uma atividade
ma ortográfica vigente:
muito mais complexa do que a simples interpretação dos
a) es-cor-re-gou / in-crí-veis;
símbolos gráficos, de códigos, requer que o indivíduo
b) in-fân-cia / cres-ci-a;
seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o
c) i-dei-a / lé-guas;
d) des-o-be-de-ceu / cons-tru-í-da; e incorporando-o à sua bagagem pessoal, ou seja, requer
e) vo-ou / sor-ri-em. que o indivíduo mantenha um comportamento ativo diante
da leitura.
Respostas: 1-E / 2-C / 3-E / 4-D / 5-C / 6-D / 7-A /
8-E / 9-E / 10-D Os diferentes níveis de leitura
Interessa a todos saber que procedimento se deve Para que isso aconteça, é necessário que haja
adotar para tirar o maior rendimento possível da leitura maturidade para a compreensão do material lido, senão
de um texto. Mas não se pode responder a essa pergunta tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em
sem antes destacar que não existe para ela uma solução nossa memória sem uso, até que tenhamos condições
mágica, o que não quer dizer que não exista solução cognitivas para utilizar. De uma forma geral, passamos
alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura por diferentes níveis ou etapas até termos condições de
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aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis que fiquemos com aquela dúvida incomodando-nos até
são cumulativas e vão sendo adquiridas pela vida, estando que tenhamos a resposta. Caso não haja explicação no
presente em praticamente toda a nossa leitura. texto, será na etapa do controle que lançaremos mão do
O Primeiro Nível é elementar e diz respeito ao dicionário. Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o
período de alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral texto e o ato de interromper a leitura não vai fragmentar
muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas a compreensão do assunto como um todo. Será, também,
conhecermos os códigos, a gramática, a semântica, é nessa etapa que sublinharemos os tópicos importantes,
preciso que tenhamos um bom domínio da língua. se necessário. Para ressaltar trechos importantes opte por
um sinal discreto próximo a eles, visando principalmente a
O Segundo Nível é a pré-leitura ou leitura inspecional. marcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o
Tem duas funções específicas: primeiro, prevenir para a fixar a cronologia e a sequência deste fato importante,
que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para situando-o. Aproveite bem esta etapa de leitura.
que tenhamos chance de escolher qual material leremos, Um Quinto Nível pode ser opcional: a etapa da
efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira repetição aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo
impressão sobre o texto. É a leitura que comumente do texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que
desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por meio do salteio de tenhamos prática, ou seja, que tenhamos experiência do
partes, respondem basicamente às seguintes perguntas: que foi lido na vida. Você só pode compreender conceitos
- Por que ler este livro? que tenha visto em seu cotidiano. Nada como unir a teoria
- Será uma leitura útil? à prática. Na leitura, quando não passamos pela etapa da
- Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar? repetição aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles
brancos quando queremos evocar o assunto. Observe
Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas agora os trechos sublinhados, trace um diagrama sobre o
que se seguem, procurando usar de imparcialidade texto, esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras.
quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando Procure associar o assunto lido com alguma experiência já
preconceitos. Se você se propuser a ler um texto sem vivida ou tente exemplifica-lo com algo concreto, como
interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê- se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma
lo, provavelmente o aproveitamento será muito baixo. Ler
turma de alunos interessados. É importante lembrar que
é armazenar informações; desenvolver; ampliar horizontes;
esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30
compreender o mundo; comunicar-se melhor; escrever
dias posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas
melhor; relacionar-se melhor com o outro.
durante a leitura e ao retornarmos ao texto, consultamos
as anotações. Não pense que é um exercício monótono.
O Terceiro Nível é conhecido como analítico. Depois
Nós somos capazes de realizar diariamente exercícios
de vasculharmos bem o texto na pré-leitura, analisamos.
físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde.
Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero
Pois bem, embora não tenhamos condições de ver com o
o texto se enquadra: trata-se de um romance, um tratado,
que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la
uma notícia de jornal, revista, entrevista, neste caso, existe
quando melhoramos nossas aptidões como o raciocínio,
apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No
caso de ser um texto teórico, que requeira memorização, a prontidão de informações e, obviamente, nossos
procure criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no
veja, realmente, o que está lendo, dando vida e muita início e criar um método de leitura eficiente e rápido.
criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai
acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é ser capaz Ideias Núcleo
de resumir o assunto do texto em duas frases. Já temos
algum conteúdo para isso, pois o encadeamento das ideias O primeiro passo para interpretar um texto consiste
já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o texto, em decompô-lo, após uma primeira leitura, em suas “ideias
do início ao fim. Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este básicas ou ideias núcleo”, ou seja, um trabalho analítico
momento. Fique atento! Aproveite todas as informações buscando os conceitos definidores da opinião explicitada
que a pré-leitura ofereceu. Não pare a leitura para buscar pelo autor. Esta operação fará com que o significado do
significados de palavras em dicionários ou sublinhar textos, texto “salte aos olhos” do leitor. Exemplo:
isto será feito em outro momento.
“Incalculável é a contribuição do famoso neurologista
O Quarto Nível de leitura é o denominado de controle. austríaco no tocante aos estudos sobre a formação da
Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente personalidade humana. Sigmund Freud (1859-1939)
acabar com qualquer dúvida que ainda persista. conseguiu acender luzes nas camadas mais profundas da
Normalmente, os termos desconhecidos de um texto são psique humana: o inconsciente e subconsciente. Começou
explicitados neste próprio texto, à medida que vamos estudando casos clínicos de comportamentos anômalos
adiantando a leitura. Um mecanismo psicológico fará com ou patológicos, com a ajuda da hipnose e em colaboração
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03. Seriam mantidas a coerência e a correção gramatical é eficiente demais. Sempre que entra por alguma fresta,
do texto se, feitos os devidos ajustes nas iniciais maiúsculas logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final
e minúsculas, o período “É correto (...) o Brasil” (l.11-12) é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres
fosse iniciado com um vocábulo de valor conclusivo, como se tornam cada vez mais acentuadas.
logo, por conseguinte, assim ou porquanto, seguido de Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades.
vírgula. Para começar, os argumentos de Sandel também
recomendam a proibição da prostituição e da barriga
04. O objetivo do texto é provar que o número total de de aluguel, por exemplo, que me parecem atividades
promotores no Brasil é menor que na maioria dos países legítimas. Mais importante, para opor-se à destruição de
da América Latina. valores ocasionada pela monetização, em muitos casos é
preciso eleger um padrão universal a ser preservado, o que
05. No primeiro período do terceiro parágrafo, exige a criação de uma espécie de moral oficial – e isso é
é estabelecido contraste entre a maior extensão das para lá de problemático.
obrigações do Ministério Público brasileiro, em comparação (Hélio Schwartsman, A ética da fila. Folha de
com as de órgãos equivalentes em outros países, e o S.Paulo,
número de promotores em relação à população do país,
o que evidencia situação oposta à que se poderia esperar. 08. Em sua argumentação, Hélio Schwartsman revela-se
(A) perturbado com a situação das grandes cidades,
06. No último período do texto, a palavra “atribuições” onde se acabam criando situações perversas à maioria dos
está subentendida logo após o vocábulo “as” (l.13), que cidadãos.
poderia ser substituído por aquelas, sem prejuízo para a (B) favorável aos guardadores de vagas nas filas, uma
correção do texto. vez que o pacto entre as partes traduz-se em resultados
que satisfazem a ambas.
07. Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência (C) preocupado com os profissionais dos escritórios da
do texto se o primeiro parágrafo fosse assim reescrito: Faria Lima, que acabam sendo explorados pelos flanelinhas.
Quando se examina o contexto internacional, concluímos (D) indignado com a exploração sofrida pelos flanelinhas,
que não há situação como a do Brasil no que se refere a que fazem trabalho semelhante ao dos estacionamentos e
existência e desempenho do Ministério Público. recebem menos.
(E) indiferente às necessidades dos guardadores de
vagas nas filas, pois eles priorizam vantagens econômicas
(VUNESP – TJ-SP – 2013) frente às necessidades alheias.
Leia o texto para responder às questões de números
08 a 10. 09. Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse
professor uma ideia contrária à
A ética da fila (A) venda de uma vaga de uma pessoa a outra, sendo
que aquela ficou na fila com intenção comercial. O autor do
SÃO PAULO – Escritórios da avenida Faria Lima, em texto concorda com esse posicionamento de Sandel.
São Paulo, estão contratando flanelinhas para estacionar (B) comercialização de uma prática que consiste
os carros de seus profissionais nas ruas das imediações. O no pagamento a uma pessoa para que ela fique em
custo mensal fica bem abaixo do de um estacionamento seu lugar em uma fila. O autor do texto discorda desse
regular. Imaginando que os guardadores não violem posicionamento de Sandel.
nenhuma lei nem regra de trânsito, utilizar seus serviços (C) criação de uma legislação que normatize a venda de
seria o equivalente de pagar alguém para ficar na fila em vagas de uma fila de uma pessoa a outra. O autor do texto
seu lugar. Isso é ético? discorda desse posicionamento de Sandel.
Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo (D) falta de incentivo para que a pessoa fique em uma
grandes problemas nesse tipo de acerto. Ele não prejudica vaga e, posteriormente, comercialize-a com quem precise.
ninguém e deixa pelo menos duas pessoas mais felizes O autor do texto discorda desse posicionamento de Sandel.
(quem evitou a espera e o sujeito que recebeu para ficar (E) falta de legislação específica no que se refere à
parado). Mas é claro que nem todo o mundo pensa assim. venda de uma vaga de uma pessoa que ficou em uma fila
Michael Sandel, em “O que o Dinheiro Não Compra”, guardando lugar a outra. O autor do texto concorda com
levanta bons argumentos contra a prática. Para o professor esse posicionamento de Sandel.
de Harvard, dublês de fila, ao forçar que o critério de
distribuição de vagas deixe de ser a ordem de chegada para 10. Nas considerações de Sandel, o dinheiro
tornar-se monetário, acabam corrompendo as instituições. (A) cria caminhos alternativos para ações eficientes,
Diferentes bens são repartidos segundo diferentes minimizando as diferenças sociais e resguardando as
regras. Num leilão, o que vale é o maior lance, mas no instituições.
cinema prepondera a fila. Universidades tendem a oferecer (B) anda por diversos caminhos para ser eficiente,
vagas com base no mérito, já prontos-socorros ordenam rechaçando as diferenças sociais e preservando as
tudo pela gravidade. O problema com o dinheiro é que ele instituições.
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(C) está na base dos caminhos eficientes, visando (A) sua visão de mundo destoa do pensamento do
combater as diferenças sociais e a corrupção das escritor.
instituições. (B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.
(D) é eficiente e abre caminhos, mas reforça as (C) sua reflexão está integrada ao pensamento do
desigualdades sociais e corrompe as instituições. escritor.
(E) percorre vários caminhos sem ser eficiente, pois (D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.
deixa de lado as desigualdades sociais e a corrupção das (E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.
instituições.
(FCC – TRT-12ªRegião – 2013)
Leia o texto para responder às questões de números
11 e 12. Para responder a questão de número 13, considere o
texto abaixo.
O que é ler?
As certezas sensíveis dão cor e concretude ao presente
Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com vivido. Na verdade, porém, o presente vivido é fruto de
alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito uma sofisticada mediação. O real tem um quê de ilusório
porque conheço a língua e as coisas indicadas pelas palavras, e virtual.
assim como sei identificar as experiências ali relatadas. Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são
Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível altamente seletivos naquilo que acolhem e transmitem
de palavras, coisas, fatos, experiências, depositados pela ao cérebro. O olho humano, por exemplo, não é capaz
cultura instituída e sedimentados no mundo de ambos. de captar todo o espectro de energia eletromagnética
De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. existente. Os raios ultravioleta, situados fora do espectro
Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comum visível do olho humano, são, no entanto, captados pelas
e costumeiro e elas me arrastam, como num turbilhão, abelhas.
para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. Seletividade análoga preside a operação dos demais
O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não sentidos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda
apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em mim com que o grau de sensibilidade dos indivíduos varie de acordo
palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia com idade, herança genética, treino e educação. Há mais
soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, coisas entre o céu e a terra do que nossos cinco sentidos −
arrasta-me para o que eu não sabia, para o novo. O escritor e todos os aparelhos científicos que lhes prestam serviços
não convida quem o lê a reencontrar o que já sabia, mas − são capazes de detectar.
toca nas significações existentes para torná-las destoantes, Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz
estranhas, e para conquistar, por virtude dessa estranheza, cientes não passa, portanto, de uma fração diminuta do
uma nova harmonia que se aposse do leitor. que há. Mas o que aconteceria se tivéssemos de passar
Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da a lidar subitamente com uma gama extra e uma carga
“retomada do pensamento de outrem através de sua torrencial de percepções sensoriais (visuais, auditivas, táteis
palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos etc.) com as quais não estamos habituados? Suponha que
próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, uma mutação genética reduza drasticamente a seletividade
“começo a compreender uma filosofia deslizando para natural dos nossos sentidos. O ganho de sensibilidade
dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento”, isto seria patente. “Se as portas da percepção se depurassem”,
é, em seu discurso. sugeria William Blake, “tudo se revelaria ao homem tal qual
é, infinito”.
(Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal, O grande problema é saber se estaríamos aptos a
Antologia de Textos Filosóficos. Adaptado) assimilar o formidável acréscimo de informação sensível
11. Com base nas palavras de Marilena Chauí, entende- que isso acarretaria. O mais provável é que essa súbita
se que ler é mutação – a desobstrução das portas e órgãos da
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos percepção – produzisse não a revelação mística imaginada
cristalizados. por Blake, mas um terrível engarrafamento cerebral: uma
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está sobrecarga de informações acompanhada de um estado de
ausente. aguda confusão e perplexidade do qual apenas lentamente
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da conseguiríamos nos recuperar. As informações sensíveis a
ideologia dominante. que temos acesso, embora restritas, não comprometeram
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do nossa sobrevivência no laboratório da vida. Longe disso. É
escritor. a brutal seletividade dos nossos sentidos que nos protege
(E) um produto em que o posicionamento do outro se da infinita complexidade do Universo. Se o muro desaba, o
neutraliza. caos impera.
12. Com a frase – O escritor me invade, passo a pensar (Adaptado de: Eduardo Gianetti, O valor do
de dentro dele e não apenas com ele... – (2.º parágrafo), a amanhã, São
autora revela que Paulo, Cia. das Letras, 2010. p. 139-143)
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Radical:
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de base para o significado? Esse elemento é chamado de pronúncia de uma determinada palavra. Exemplos: pari-
radical (ou semantema). Elemento básico e significativo das siense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i); gas
palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático. -ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira,
É encontrado através do despojo dos elementos secundá- cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.
rios (quando houver) da palavra. Exemplo: cert-o; cert-eza;
in-cert-eza. Formação das Palavras: existem dois processos bá-
sicos pelos quais se formam as palavras: a Derivação e a
Afixos: são elementos secundários (geralmente sem Composição. A diferença entre ambos consiste basica-
vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para mente em que, no processo de derivação, partimos sempre
formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do de um único radical, enquanto no processo de composição
morfema “-mente”, por exemplo, cria uma nova palavra a sempre haverá mais de um radical.
partir de “certo”: certamente, advérbio de modo. De ma-
neira semelhante, o acréscimo dos morfemas “a-” e “-ar” Derivação: é o processo pelo qual se obtém uma pa-
lavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente,
à forma “cert-” cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar
chamada primitiva. Exemplo: Mar (marítimo, marinheiro,
são morfemas capazes de operar mudança de classe gra-
marujo); terra (enterrar, terreiro, aterrar). Observamos que
matical na palavra a que são anexados.
«mar» e «terra» não se formam de nenhuma outra palavra,
Quando são colocados antes do radical, como aconte- mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por
ce com “a-”, os afixos recebem o nome de prefixos. Quan- meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e
do, como “-ar”, surgem depois do radical, os afixos são terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.
chamados de sufixos. Exemplo: in-at-ivo; em-pobr-ecer;
inter-nacion-al. Tipos de Derivação
Desinências: são os elementos terminais indicativos - Derivação Prefixal ou Prefixação: resulta do acrés-
das flexões das palavras. Existem dois tipos: cimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significa-
- Desinências Nominais: indicam as flexões de gêne- do alterado: crer- descrer; ler- reler; capaz- incapaz.
ro (masculino e feminino) e de número (singular e plural) - Derivação Sufixal ou Sufixação: resulta de acrésci-
dos nomes. Exemplos: aluno-o / aluno-s; alun-a / aluna-s. mo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração
Só podemos falar em desinências nominais de gêne- de significado ou mudança de classe gramatical: alfabetiza-
ros e de números em palavras que admitem tais flexões, ção. No exemplo, o sufixo -ção transforma em substantivo
como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do subs-
telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal tantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.
de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência
nominal de número. A derivação sufixal pode ser:
Nominal, formando substantivos e adjetivos: papel –
- Desinências Verbais: indicam as flexões de número papelaria; riso – risonho.
e pessoa e de modo e tempo dos verbos. A desinência Verbal, formando verbos: atual - atualizar.
“-o”, presente em “am-o”, é uma desinência número pes- Adverbial, formando advérbios de modo: feliz – feliz-
soal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do mente.
singular; “-va”, de “ama-va”, é desinência modo-temporal:
caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do in- - Derivação Parassintética ou Parassíntese: Ocorre
quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâ-
dicativo, na 1ª conjugação.
neo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da
parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos)
Vogal Temática: é a vogal que se junta ao radical, pre-
e verbos. Considere o adjetivo “triste”. Do radical “trist-”
parando-o para receber as desinências. Nos verbos, distin- formamos o verbo entristecer através da junção simultâ-
guem-se três vogais temáticas: nea do prefixo “en-” e do sufixo “-ecer”. A presença de
- Caracteriza os verbos da 1ª conjugação: buscar, bus- apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma
cavas, etc. nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras
- Caracteriza os verbos da 2ª conjugação: romper, “entriste”, nem “tristecer”. Exemplos:
rompemos, etc. emudecer
- Caracteriza os verbos da 3ª conjugação: proibir, proi- mudo – palavra inicial
birá, etc. e – prefixo
mud – radical
Tema: é o grupo formado pelo radical mais vogal te- ecer – sufixo
mática. Nos verbos citados acima, os temas são: busca-,
rompe-, proibi- desalmado
alma – palavra inicial
Vogais e Consoantes de Ligação: As vogais e con- des – prefixo
soantes de ligação são morfemas que surgem por motivos alm – radical
eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a ado – sufixo
19
PORTUGUÊS
Não devemos confundir derivação parassintética, em Os processos de derivação vistos anteriormente fazem
que o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente parte da Morfologia porque implicam alterações na forma
simultâneo, com casos como os das palavras desvaloriza- das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basi-
ção e desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acopla- camente com seu significado, o que acaba caracterizando
dos em sequência: desvalorização provém de desvalorizar, um processo semântico. Por essa razão, entendemos o mo-
que provém de valorizar, que por sua vez provém de valor. tivo pelo qual é denominada “imprópria”.
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas
por parassíntese: não se pode dizer que expropriar provém Composição: é o processo que forma palavras com-
de “propriar” ou de “expróprio”, pois tais palavras não exis- postas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem
tem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo dois tipos:
acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.
- Derivação Regressiva: ocorre derivação regressiva - Composição por Justaposição: ao juntarmos duas
quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética:
por redução: comprar (verbo), compra (substantivo); beijar passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor. Em «giras-
(verbo), beijo (substantivo).
sol» houve uma alteração na grafia (acréscimo de um «s»)
justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.
Para descobrirmos se um substantivo deriva de um
verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte
orientação: - Composição por Aglutinação: ao unirmos dois ou
- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou
e o verbo palavra primitiva. mais de seus elementos fonéticos: embora (em boa hora);
- Se o nome denota algum objeto ou substância, veri- fidalgo (filho de algo - referindo-se a família nobre); hi-
fica-se o contrário. drelétrico (hidro + elétrico); planalto (plano alto). Ao agluti-
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo in- narem-se, os componentes subordinam-se a um só acento
dicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não tônico, o do último componente.
ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um objeto.
Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao - Redução: algumas palavras apresentam, ao lado de
verbo ancorar. sua forma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por
automóvel; cine - por cinema; micro - por microcomputa-
Por derivação regressiva, formam-se basicamente dor; Zé - por José. Como exemplo de redução ou simpli-
substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome ficação de palavras, podem ser citadas também as siglas,
de substantivos deverbais. Note que na linguagem popu- muito frequentes na comunicação atual.
lar, são frequentes os exemplos de palavras formadas por
derivação regressiva. o portuga (de português); o boteco - Hibridismo: ocorre hibridismo na palavra em cuja
(de botequim); o comuna (de comunista); agito (de agitar); formação entram elementos de línguas diferentes: auto
amasso (de amassar); chego (de chegar) (grego) + móvel (latim).
O processo normal é criar um verbo a partir de um - Onomatopeia: numerosas palavras devem sua ori-
substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em gem a uma tendência constante da fala humana para imi-
sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo. tar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são
vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as
- Derivação Imprópria: A derivação imprópria ocorre vozes dos seres: miau, zumzum, piar, tinir, urrar, chocalhar,
quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acrésci-
cocoricar, etc.
mo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical.
Neste processo:
Prefixos: os prefixos são morfemas que se colocam
Os adjetivos passam a substantivos: Os bons serão
contemplados. antes dos radicais basicamente a fim de modificar-lhes o
Os particípios passam a substantivos ou adjetivos: sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de
Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso. classe gramatical. Os prefixos ocorrentes em palavras por-
Os infinitivos passam a substantivos: O andar de Ro- tuguesas se originam do latim e do grego, línguas em que
berta era fascinante; O badalar dos sinos soou na cidade- funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como
zinha. vocábulos autônomos. Alguns prefixos foram pouco ou
Os substantivos passam a adjetivos: O funcionário fan- nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tive-
tasma foi despedido; O menino prodígio resolveu o pro- ram grande vitalidade na formação de novas palavras: a- ,
blema. contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- ,
Os adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que anti-.
ninguém escutasse.
Palavras invariáveis passam a substantivos: Não enten- Prefixos de Origem Grega
do o porquê disso tudo.
Substantivos próprios tornam-se comuns: Aquele a-, an-: afastamento, privação, negação, insuficiência,
coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente) carência: anônimo, amoral, ateu, afônico.
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PORTUGUÊS
ana-: inversão, mudança, repetição: analogia, análise, ambi-: duplicidade: ambidestro, ambiente, ambiguida-
anagrama, anacrônico. de, ambivalente.
anfi-: em redor, em torno, de um e outro lado, duplici- ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação: bene-
dade: anfiteatro, anfíbio, anfibologia. fício, bendito.
anti-: oposição, ação contrária: antídoto, antipatia, an- bis-, bi-: repetição, duas vezes: bisneto, bimestral, bi-
tagonista, antítese. savô, biscoito.
apo-: afastamento, separação: apoteose, apóstolo, circu(m)-: movimento em torno: circunferência, cir-
apocalipse, apologia. cunscrito, circulação.
arqui-, arce-: superioridade hierárquica, primazia, ex- cis-: posição aquém: cisalpino, cisplatino, cisandino.
cesso: arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário. co-, con-, com-: companhia, concomitância: colégio,
cata-: movimento de cima para baixo: cataplasma, ca- cooperativa, condutor.
tálogo, catarata. contra-: oposição: contrapeso, contrapor, contradizer.
di-: duplicidade: dissílabo, ditongo, dilema.
de-: movimento de cima para baixo, separação, nega-
dia-: movimento através de, afastamento: diálogo, dia-
ção: decapitar, decair, depor.
gonal, diafragma, diagrama.
de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação: des-
dis-: dificuldade, privação: dispneia, disenteria, dispep-
ventura, discórdia, discussão.
sia, disfasia.
ec-, ex-, exo-, ecto-: movimento para fora: eclipse, e-, es-, ex-: movimento para fora: excêntrico, evasão,
êxodo, ectoderma, exorcismo. exportação, expelir.
en-, em-, e-: posição interior, movimento para dentro: en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para
encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo. um estado ou forma, revestimento: imergir, enterrar, em-
endo-: movimento para dentro: endovenoso, endocar- beber, injetar, importar.
po, endosmose. extra-: posição exterior, excesso: extradição, extraordi-
epi-: posição superior, movimento para: epiderme, epí- nário, extraviar.
logo, epidemia, epitáfio. i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação: ilegal,
eu-: excelência, perfeição, bondade: eufemismo, eufo- impossível, improdutivo.
ria, eucaristia, eufonia. inter-, entre-: posição intermediária: internacional, in-
hemi-: metade, meio: hemisfério, hemistíquio, hemi- terplanetário.
plégico. intra-: posição interior: intramuscular, intravenoso, in-
hiper-: posição superior, excesso: hipertensão, hipér- traverbal.
bole, hipertrofia. intro-: movimento para dentro: introduzir, introverti-
hipo-: posição inferior, escassez: hipocrisia, hipótese, do, introspectivo.
hipodérmico. justa-: posição ao lado: justapor, justalinear.
meta-: mudança, sucessão: metamorfose, metáfora, ob-, o-: posição em frente, oposição: obstruir, ofuscar,
metacarpo. ocupar, obstáculo.
para-: proximidade, semelhança, intensidade: paralelo, per-: movimento através: percorrer, perplexo, perfurar,
parasita, paradoxo, paradigma. perverter.
peri-: movimento ou posição em torno de: periferia, pos-: posterioridade: pospor, posterior, pós-graduado.
peripécia, período, periscópio. pre-: anterioridade: prefácio, prever, prefixo, prelimi-
pro-: posição em frente, anterioridade: prólogo, prog- nar.
nóstico, profeta, programa. pro-: movimento para frente: progresso, promover,
pros-: adjunção, em adição a: prosélito, prosódia.
prosseguir, projeção.
proto-: início, começo, anterioridade: proto-história,
re-: repetição, reciprocidade: rever, reduzir, rebater,
protótipo, protomártir.
reatar.
poli-: multiplicidade: polissílabo, polissíndeto, politeís-
retro-: movimento para trás: retrospectiva, retrocesso,
mo.
sin-, sim-: simultaneidade, companhia: síntese, sinfo- retroagir, retrógrado.
nia, simpatia, sinopse. so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima,
tele-: distância, afastamento: televisão, telepatia, telé- inferioridade: soterrar, sobpor, subestimar.
grafo. super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso: su-
percílio, supérfluo.
Prefixos de Origem Latina soto-, sota-: posição inferior: soto-mestre, sota-voga,
soto-pôr.
a-, ab-, abs-: afastamento, separação: aversão, abuso, trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movi-
abstinência, abstração. mento através: transatlântico, tresnoitar, tradição.
a-, ad-: aproximação, movimento para junto: adjun- ultra-: posição além do limite, excesso: ultrapassar, ul-
to,advogado, advir, aposto. trarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta.
ante-: anterioridade, procedência: antebraço, antessa- vice-, vis-: em lugar de: vice-presidente, visconde, vi-
la, anteontem, antever. ce-almirante.
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PORTUGUÊS
Sufixos: são elementos (isoladamente insignificativos) mentício; -ico – geométrico; -il – febril; -ino – cristalino;
que, acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua -ivo – lucrativo; -onho – tristonho; -oso – bondoso; -udo
principal característica é a mudança de classe gramatical – barrigudo.
que geralmente opera. Dessa forma, podemos utilizar o
significado de um verbo num contexto em que se deve - de verbos:
usar um substantivo, por exemplo. Como o sufixo é coloca- -(a)(e)(i)nte: ação, qualidade, estado – semelhante,
do depois do radical, a ele são incorporadas as desinências doente, seguinte.
que indicam as flexões das palavras variáveis. Existem dois -(á)(í)vel: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação
grupos de sufixos formadores de substantivos extrema- – louvável, perecível, punível.
mente importantes para o funcionamento da língua. São -io, -(t)ivo: ação referência, modo de ser – tardio, afir-
os que formam nomes de ação e os que formam nomes mativo, pensativo.
de agente. -(d)iço, -(t)ício: possibilidade de praticar ou sofrer uma
ação, referência – movediço, quebradiço, factício.
Sufixos que formam nomes de ação: -ada – caminha- -(d)ouro,-(t)ório: ação, pertinência – casadouro, prepa-
da; -ança – mudança; -ância – abundância; -ção – emoção; ratório.
-dão – solidão; -ença – presença; -ez(a) – sensatez, beleza;
-ismo – civismo; -mento – casamento; -são – compreen- Sufixos Adverbiais: Na Língua Portuguesa, existe ape-
são; -tude – amplitude; -ura – formatura. nas um único sufixo adverbial: É o sufixo “-mente”, derivado
do substantivo feminino latino mens, mentis que pode sig-
Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) – se- nificar “a mente, o espírito, o intento”.Este sufixo juntou-se
cretário; -eiro(a) – ferreiro; -ista – manobrista; -or – luta- a adjetivos, na forma feminina, para indicar circunstâncias,
dor; -nte – feirante. especialmente a de modo. Exemplos: altiva-mente, bra-
va-mente, bondosa-mente, nervosa-mente, fraca-mente,
Sufixos que formam nomes de lugar, depositório: pia-mente. Já os advérbios que se derivam de adjetivos ter-
minados em –ês (burgues-mente, portugues-mente, etc.)
-aria – churrascaria; -ário – herbanário; -eiro – açucareiro;
não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora
-or – corredor; -tério – cemitério; -tório – dormitório.
uniformes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês.
Sufixos que formam nomes indicadores de abun-
Sufixos Verbais: Os sufixos verbais agregam-se, via
dância, aglomeração, coleção: -aço – ricaço; -ada – pa-
de regra, ao radical de substantivos e adjetivos para for-
pelada; -agem – folhagem; -al – capinzal; -ame – gentame;
mar novos verbos. Em geral, os verbos novos da língua
-ario(a) - casario, infantaria; -edo – arvoredo; -eria – cor-
formam-se pelo acréscimo da terminação-ar. Exemplos:
reria; -io – mulherio; -ume – negrume.
esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar; nivel-ar; (a)fin-ar; tele-
fon-ar; (a)portugues-ar.
Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciên-
cia: Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de
-ite - bronquite, hepatite (inflamação), amotite (fós- ação.
seis). -ar: cruzar, analisar, limpar
-oma - mioma, epitelioma, carcinoma (tumores). -ear: guerrear, golear
-ato, eto, Ito - sulfato, cloreto, sulfito (sais), granito -entar: afugentar, amamentar
(pedra). -ficar: dignificar, liquidificar
-ina - cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais). -izar: finalizar, organizar
-ol - fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto).
-ema - morfema, fonema, semema, semantema (ciên- Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação re-
cia linguística). petida.
-io - sódio, potássio, selênio (corpos simples) Verbo Factitivo: é aquele que envolve ideia de fazer
ou causar.
Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas fi- Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pou-
losóficas, sistemas políticos: - ismo: budismo, kantismo, co intensa.
comunismo.
Exercícios
Sufixos Formadores de Adjetivos
01. Assinale a opção em que todas as palavras se for-
- de substantivos: -aco – maníaco; -ado – barbado; mam pelo mesmo processo:
-áceo(a) - herbáceo, liláceas; -aico – prosaico; -al – anual; a) ajoelhar / antebraço / assinatura
-ar – escolar; -ário - diário, ordinário; -ático – problemá- b) atraso / embarque / pesca
tico; -az – mordaz; -engo – mulherengo; -ento – cruento; c) o jota / o sim / o tropeço
-eo – róseo; -esco – pitoresco; -este – agreste; -estre – d) entrega / estupidez / sobreviver
terrestre; -enho – ferrenho; -eno – terreno; -ício – ali- e) antepor / exportação / sanguessuga
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PORTUGUÊS
02. A palavra “aguardente” formou-se por: 08. Assinale a série de palavras em que todas são for-
a) hibridismo madas por parassíntese:
b) aglutinação a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer
c) justaposição b) solução, passional, corrupção, visionário
d) parassíntese c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
e) derivação regressiva d) biografia, macróbio, bibliografia, asteróide
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo
03. Que item contém somente palavras formadas por
09. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são
justaposição?
formadas por:
a) desagradável – complemente
a) derivação
b) vaga-lume - pé-de-cabra b) onomatopeia
c) encruzilhada – estremeceu c) hibridismo
d) supersticiosa – valiosas d) composição
e) desatarraxou – estremeceu e) prefixação
04. “Sarampo” é: 10. Assinale a alternativa em que uma das palavras não
a) forma primitiva é formada por prefixação:
b) formado por derivação parassintética a) readquirir, predestinado, propor
c) formado por derivação regressiva b) irregular, amoral, demover
d) formado por derivação imprópria c) remeter, conter, antegozar
e) formado por onomatopéia d) irrestrito, antípoda, prever
e) dever, deter, antever
05. Numere as palavras da primeira coluna conforme
os processos de formação numerados à direita. Em segui- Respostas: 1-B / 2-B / 3-B / 4-C / 5-E / 6-E / 7-D / 8-A
da, marque a alternativa que corresponde à sequência nu- / 9-D / 10-E /
mérica encontrada:
CLASSES DE PALAVRAS
( ) aguardente 1) justaposição
( ) casamento 2) aglutinação Adjetivo
( ) portuário 3) parassíntese
( ) pontapé 4) derivação sufixal Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
( ) os contras 5) derivação imprópria característica do ser e se relaciona com o substantivo.
( ) submarino 6) derivação prefixal Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, per-
( ) hipótese cebemos que, além de expressar uma qualidade, ela pode
ser colocada ao lado de um substantivo: homem bondoso,
a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1 moça bondosa, pessoa bondosa.
b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6 Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua-
c) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6 lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho-
d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6 mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade,
e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6 portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
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PORTUGUÊS
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe- De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
rioridade Sintético
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su-
perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: Note bem:
bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
grande/maior, baixo/inferior. dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
etc., antepostos ao adjetivo.
Observe que: 2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob
duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular,
a) As formas menor e pior são comparativos de supe- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo
rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res- radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo
pectivamente. ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A
forma popular é constituída do radical do adjetivo portu-
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas guês + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei- 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariís-
tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve- simo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as
se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais gran- formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desa-
de e mais pequeno. Por exemplo: gradável hiato i-í.
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
mentos. Advérbio
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
duas qualidades de um mesmo elemento. O advérbio, assim como muitas outras palavras exis-
tentes na Língua Portuguesa, advém de outras línguas.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In- Assim sendo, tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a
ferioridade ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz
Sou menos passivo (do) que tolerante.
referência ao processo verbal, no sentido de caracterizá-lo,
ou seja, indicando as circunstâncias em que esse processo
Superlativo
se desenvolve.
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no senti-
O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
do de caracterizar os processos expressos por ele. Contu-
vado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser ab-
do, ele não é modificador exclusivo desta classe (verbos),
soluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Se-
guem alguns exemplos:
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto,
um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
senta-se nas formas: você está até bem informado.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o ad-
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de pala- jetivo alheio, representando uma qualidade, característica.
vras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo:
O secretário é muito inteligente. O artista canta muito mal.
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos
de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo. pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra
funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar
Observe alguns superlativos sintéticos: demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim
benéfico beneficentíssimo não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chama-
bom boníssimo ou ótimo mos de locução adverbial, representada por algumas ex-
comum comuníssimo pressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de
cruel crudelíssimo modo algum, entre outras.
difícil dificílimo Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér-
doce dulcíssimo bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez
fácil facílimo expressas por:
fiel fidelíssimo
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres-
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral,
Essa relação pode ser: frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior
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PORTUGUÊS
parte dos que terminam em -”mente”: calmamente, triste- Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, modo são flexionados, sendo que os demais são todos in-
docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa- variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
mente categoria dos advérbios é a de grau:
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, inconstitucionalissimamente, etc.;
de todo, de muito, por completo.
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en- Artigo
fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata-
mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou
quando, de quando em quando, a qualquer momento, de indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o
tempos em tempos, em breve, hoje em dia gênero e o número dos substantivos.
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Classificação dos Artigos
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, Artigos Definidos: determinam os substantivos de ma-
adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter- neira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de
maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
um animal.
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
Combinação dos Artigos
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel-
É muito presente a combinação dos artigos definidos
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por
essas combinações:
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe-
tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
tavelmente (=sem dúvida). Preposições Artigos
o, os
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- a ao, aos
mente, simplesmente, só, unicamente de do, dos
em no, nos
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- por (per) pelo, pelos
bém a, as um, uns uma, umas
à, às - -
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente da, das dum, duns duma, dumas
na, nas num, nuns numa, numas
de designação: Eis pela, pelas - -
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan- - As formas à e às indicam a fusão da preposição a com
do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhe-
para quê? (finalidade) cida por crase.
Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres- - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso
pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza,
apressadamente. A Bahia...
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PORTUGUÊS
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e
cultativo: a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. As palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma Observe: Gosto de natação e de futebol.
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter Nessa frase as expressões de natação, de futebol são
é uns vinte anos. partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra
“e” está ligando termos de uma mesma oração.
- O artigo também é usado para substantivar palavras
oriundas de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de Morfossintaxe da Conjunção
tudo isso.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome re-
Classificação
lativo cujo (e flexões).
- Conjunções Coordenativas
Este é o homem cujo amigo desapareceu. - Conjunções Subordinativas
Este é o autor cuja obra conheço. Conjunções coordenativas
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no
sentido de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), Dividem-se em:
a menos que venham especificadas. - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gos-
Eles estavam em casa. to de cantar e de dançar.
Eles estavam na casa dos amigos. Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas tam-
Os marinheiros permaneceram em terra. bém, não só...como também.
Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de opo-
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de trata- sição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
mento, com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa Principais conjunções adversativas: mas, porém, contu-
excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria. do, todavia, no entanto, entretanto.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do - ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
nome de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora,
Estado de S. Paulo.
quer...quer, já...já.
Morfossintaxe - CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às ora-
ções. Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
relações com o substantivo. Assim, nas orações da língua (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex.
do substantivo a que se refere. Tal função independe da É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá
função exercida pelo substantivo: fora.
A existência é uma poesia. Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (an-
Uma existência é a poesia. tes do verbo), porquanto.
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PORTUGUÊS
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PORTUGUÊS
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
chamando! Ei, espere!” - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
em um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
favor, faça silêncio!” me, Deus!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto
puxa: interjeição; tom da fala: decepção é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter
tristeza, dor, etc. claro, neste caso, que não se trata de um processo natural
dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a
Você faz o que no Brasil?
linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
Eu? Eu negocio com madeiras.
até loguinho.
Ah, deve ser muito interessante.
Locução Interjetiva
2) Sintetizar uma frase apelativa
Cuidado! Saia da minha frente. Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma ex-
pressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bo-
As interjeições podem ser formadas por: las! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus!
- palavras: Oba!, Olá!, Claro! Alto lá! Muito bem!
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!,
Ora bolas! Observações:
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
A ideia expressa pela interjeição depende muitas ve- Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! =
zes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode Peço-lhe que me desculpe.
ocorrer que uma interjeição tenha mais de um sentido. Por
exemplo: - Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contra- seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes
riedade) gramaticais podem aparecer como interjeições.
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria) Viva! Basta! (Verbos)
Classificação das Interjeições Fora! Francamente! (Advérbios)
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra-
Comumente, as interjeições expressam sentido de: se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
Atenção!, Olha!, Alerta!
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô! - Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitati-
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva! vas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba!
Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo
Boa! e não a fazemos depois do “ó” vocativo.
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora! - Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas
- Desculpa: Perdão! no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho!
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Obrigadinho!
Oh!, Eh!
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Interjeições, leitura e produção de textos
Epa!, Ora!
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Usadas com muita frequência na língua falada informal,
Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos-
Cruz!, Putz! tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali-
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dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços Flexão dos numerais
pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o
temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro-
o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais
conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter- são invariáveis.
jeições presença constante nos textos publicitários. Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/ primeira segunda milésima
morf89.php primeiros segundos milésimos
Numeral primeiras segundas milésimas
Numeral é a palavra que indica os seres em termos nu- Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
méricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço
em determinada sequência. e conseguiram o triplo de produção.
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri-
Eu quero café duplo, e você? plas do medicamento.
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e nú-
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! mero. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência terças partes
de “fila”] Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se sentido. É o que ocorre em frases como:
trata de numerais, mas sim de algarismos. “Me empresta duzentinho...”
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a É artigo de primeiríssima qualidade!
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala- O time está arriscado por ter caído na segundona. (= se-
vras consideradas numerais porque denotam quantidade, gunda divisão de futebol)
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
dúzia, par, ambos(as), novena. Emprego dos Numerais
Classificação dos Numerais *Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número bá- décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral
sico: um, dois, cem mil, etc. venha depois do substantivo:
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PORTUGUÊS
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas:
abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
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PORTUGUÊS
Vale ressaltar que essa concordância não é caracterís- Dicas sobre preposição
tica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome
palavra pode se dar a partir de dois processos: pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
seja um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
preposição a + artigos definidos o, os nino.
a + o = ao A dona da casa não quis nos atender.
preposição a + advérbio onde Como posso fazer a Joana concordar comigo?
a + onde = aonde - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Preposição + Artigos Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro-
De + o(s) = do(s) curar um tratamento adequado.
De + a(s) = da(s)
De + um = dum - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
De + uns = duns lugar e/ou a função de um substantivo.
De + uma = duma Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
De + umas = dumas parte da família
Em + o(s) = no(s) Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
Em + a(s) = na(s) Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
Em + um = num
Em + uma = numa 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + uns = nuns das preposições:
Em + umas = numas Destino = Irei para casa.
A + à(s) = à(s) Modo = Chegou em casa aos gritos.
Por + o = pelo(s) Lugar = Vou ficar em casa;
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Por + a = pela(s)
Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
Preposição + Pronomes
tamento.
De + ele(s) = dele(s)
Instrumento = Escreveu a lápis.
De + ela(s) = dela(s)
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + este(s) = deste(s)
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + esta(s) = desta(s)
Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + esse(s) = desse(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + essa(s) = dessa(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + aquele(s) = daquele(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquela(s) = daquela(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + isto = disto Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isso = disso Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + aquilo = daquilo Fonte:
De + aqui = daqui http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + aí = daí
De + ali = dali Pronome
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s) Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou
Em + este(s) = neste(s) a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o
Em + esta(s) = nesta(s) de alguma forma.
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s) A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
Em + aquela(s) = naquela(s) [substituição do nome]
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
Em + aquilo = naquilo [referência ao nome]
A + aquele(s) = àquele(s) Essa moça morava nos meus sonhos!
A + aquela(s) = àquela(s) [qualificação do nome]
A + aquilo = àquilo Grande parte dos pronomes não possuem significados
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PORTUGUÊS
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1ª pessoa do plural: nós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada - 2ª pessoa do plural: vós
pessoa do discurso. - 3ª pessoa do plural: eles, elas
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
como complementos verbais na língua-padrão. Frases
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
fala] evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as
próprias formas verbais marcam, através de suas desinên-
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
cias, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fi-
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
zemos boa viagem. (Nós)
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
através do pronome seja coerente em termos de gênero
Pronome Oblíquo
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
tença, exerce a função de complemento verbal (objeto di-
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- reto ou indireto) ou complemento nominal.
sa escola neste ano. Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma
adequada] variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
[neste: pronome que determina “ano” = concordância indica a função diversa que eles desempenham na oração:
adequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- marca o complemento da oração.
dância inadequada] Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, tônicos.
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
Pronome Oblíquo Átono
Pronomes Pessoais
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
São aqueles que substituem os substantivos, indicando são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve fraca: Ele me deu um presente.
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con-
“vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e figurado:
“ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa - 1ª pessoa do singular (eu): me
ou às pessoas de quem fala. - 2ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2ª pessoa do plural (vós): vos
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Pronome Reto
Observações:
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en-
Nós lhe ofertamos flores. tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê- acompanhar diretamente uma preposição, o pronome
nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a “lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração.
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PORTUGUÊS
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Atenção: Há construções em que a preposição, apesar
diretos como objetos indiretos. de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o
objetos diretos. verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi- nome, deverá ser do caso reto.
nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, Não vá sem eu mandar.
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: - A combinação da preposição “com” e alguns prono-
- Trouxeste o pacote? mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Não contaram a novidade a vocês? quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
- Não, no-la contaram. companhia.
No português do Brasil, essas combinações não são Ele carregava o documento consigo.
usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
é muito raro.
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o todos, ambos ou algum numeral.
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma Você terá de viajar com nós todos.
lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal Estávamos com vós outros quando chegaram as más no-
é suprimida. Por exemplo: tícias.
fiz + o = fi-lo Ele disse que iria com nós três.
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la Pronome Reflexivo
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome as-
sume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
viram + o: viram-no nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
repõe + os = repõe-nos da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
retém + a: retém-na expressa pelo verbo.
tem + as = tem-nas O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Pronome Oblíquo Tônico Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Assim tu te prejudicas.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica Conhece a ti mesmo.
forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim con- - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
figurado: Guilherme já se preparou.
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo Ela deu a si um presente.
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
Antônio conversou consigo mesmo.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nos.
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
Lavamo-nos no rio.
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô- Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.
- As preposições essenciais introduzem sempre prono-
mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso A Segunda Pessoa Indireta
reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
língua formal, os pronomes costumam ser usados desta A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se
forma: quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem
Não há mais nada entre mim e ti. nosso interlocutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados prono-
Não há nenhuma acusação contra mim. mes de tratamento, que podem ser observados no quadro
Não vá sem mim. seguinte:
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- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser
o problema. expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
- semelhante(s): Não compre semelhante livro. aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
Cada povo tem seus costumes.
- tal, tais: Tal era a solução para o problema. Certas pessoas exercem várias profissões.
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05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2011). Assinale a alterna- (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
tiva cujo emprego do pronome está em conformidade com (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
a norma padrão da língua. (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
lada.
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks. 10. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013-
(D) Conformado, se rendeu às punições. adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras dos
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. estabelecimentos felizmente comprovam os acontecimen-
tos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investigação.
– de acordo com a norma-padrão, os pronomes que subs-
06. (Papiloscopista Policial = Vunesp - 2013). Assinale
tituem, corretamente, os termos em destaque são:
a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de
A) os comprovam … ajudá-la.
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. B) os comprovam …ajudar-la.
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que C) os comprovam … ajudar-lhe.
eles sejam sempre trazidos junto ao corpo. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- E) lhes comprovam … ajudá-la.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida.
(C) Nos sentimos impotentes quando não conseguimos GABARITO
restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe que 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
abrisse a bolsa que encontrara. 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma ten-
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. RESOLUÇÃO
07. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). 1-) Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primei-
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ- ro, não está claro até onde pode realmente chegar uma
tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______ política baseada em melhorar a eficiência sem preços ade-
prazo. quados para o carbono, a água e (na maioria dos países
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos
Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com-
e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di-
A) a que … acaba … à gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer
B) com que … acabam … à preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som-
C) de que … acabam … a bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
D) em que … acaba … a neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.
E) dos quais … acaba … à E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde
sempre será a segunda opção.
08. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013- 2-)
adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e res- A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
pectivamente, as lacunas do trecho. B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
______alguns anos, num programa de televisão, uma jo- desalentado
vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
sujeito de forma cômica. conhecê-las ?
A) Fazem... a ... de que D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
B) Faz ...a ... que parecia sê-lo
C) Fazem ...à ... com que 3-) transpor [...] as matas espessas= transpô-las
D) Faz ...à ... que
4-)
E) Faz ...à ... a que
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta.
(B) A menina tinha se distanciado muito da família.
09. (TRF 3ª região- Técnico Judiciário - /2014) (C) A garota disse que se perdeu dos pais.
As sereias então devoravam impiedosamente os tripu- (E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança
lantes.
... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a cabe- 5-)
ça... (A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos.
... e fez de tudo para convencer os tripulantes... (B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba-
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos lada.
grifados acima foram corretamente substituídos por um (D) Conformado, rendeu-se às punições.
pronome, na ordem dada, em: (E) Todos querem que se combata a corrupção.
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Saiba que: Substantivos de origem grega terminados A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo mas-
em ema ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem
sistema, o sintoma, o teorema. o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
variam em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a A criança chorona chamava-se João.
rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital (ci- A criança chorona chamava-se Maria.
dade)
Outros substantivos sobrecomuns:
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
criatura.
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
aluna. Marcela faleceu
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
masculino: freguês - freguesa Comuns de Dois Gêneros:
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
três formas:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
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A distinção de gênero pode ser feita através da análise (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem administração da crisma e de outros sacramentos), a crisma
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de
cês - repórter francesa curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície
- A palavra personagem é usada indistintamente nos de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (docu-
dois gêneros. mento, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada pre- peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa
(recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
ferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
personagens dos contos de carochinha.
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
O problema está nas mulheres de mais idade, que não acei- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
tam a personagem. (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (estação emissora), o
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo voga (remador), a voga (moda, popularidade).
fotográfico Ana Belmonte.
Observe o gênero dos substantivos seguintes: Flexão de Número do Substantivo
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- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço fiz farei fizesse.
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pes-
soais:
* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais
verbos impessoais são:
** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.
** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figu-
rado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?
* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.
Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu
bastante.
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, caca-
rejar: galinha, coaxar: sapo, cricrilar: grilo
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
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- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de
sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de
formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento
e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.
- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
(particípio irregular). Observe:
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
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Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
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Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mes-
ma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abs-
ter-se, ater- -se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia re-
flexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
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- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos - Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o obje- pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
to representado por pronome oblíquo da mesma pessoa apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
pronomes mencionados, formando o que se chama voz 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
boa colocação.
Maria penteou-me.
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo
Observações: ou advérbio. Por exemplo:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad-
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem vérbio)
função sintática. Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de ad-
- Há verbos que também são acompanhados de pro- jetivo)
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente
pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos refle- Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em
xivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exem- plo:
plo: Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me
- Particípio: quando não é empregado na formação
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
Modos Verbais nero, número e grau. Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis-
tem três modos: Quando o particípio exprime somente estado, sem ne-
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sem- nhuma relação temporal, assume verdadeiramente a fun-
pre estudo. ção de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a alu-
na escolhida para representar a escola.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Tal-
vez eu estude amanhã. Tempos Verbais
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for- - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste co-
mas que podem exercer funções de nomes (substantivo, légio.
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe: - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
num momento anterior ao atual, mas que não foi comple-
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo tamente terminado: Ele estudava as lições quando foi inter-
de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de rompido.
substantivo. Por exemplo:
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
Viver é lutar. (= vida é luta)
momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) Ele estudou as lições ontem à noite.
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen- - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato
te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha es-
exemplo: tudado as lições quando os amigos chegaram. (forma com-
É preciso ler este livro. posta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
Era preciso ter lido este livro. (forma simples).
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- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse
dinheiro, viajaria nas férias.
2. Tempos do Subjuntivo
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por
exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.
Presente do Indicativo
Pretérito mais-que-perfeito
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Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.
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PORTUGUÊS
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
correspondente.
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
Infinitivo Pessoal
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02. (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) 06. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
... e então percorriam as pouco povoadas estepes da FCC/2012) ...Ou pretendia.
Ásia Central até o mar Cáspio e além. O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:
grifado acima está em: a) ... ao que der ...
(A) ... e de lá por navios que contornam a Índia... b) ... virava a palavra pelo avesso ...
(B) ... era a capital da China. c) Não teria graça ...
(C) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... d) ... um conto que sai de um palíndromo ...
(D) ... dispararam na última década. e) ... como decidiu o seu destino de escritor.
(E) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chine-
sas... 07. (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) É importante
que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura
empresarial, por meio das ações e projetos de Educação Am-
03. (TRF - 2ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO -
biental, esteja alinhada a esses conceitos.
FCC/2012) O emprego, a grafia e a flexão dos verbos estão
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o
corretos em: verbo grifado na frase acima está em:
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty (A) ... a Empresa desenvolve todas as suas ações, polí-
não prescindiram e não requiseram mais do que o esqueci- ticas...
mento e a passagem do tempo. (B) ... as definições de Educação Ambiental são abran-
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para gentes...
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge (C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentá-
do esquecimento, em 1974. vel...
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a impor- (D) ... e incorporou [...] também aspectos de desenvol-
tância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, so- vimento humano.
breviram longos anos de esquecimento. (E)... e reforce a identidade das comunidades.
(D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando
as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos 08. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JA-
atropelos do turismo selvagem. NEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIO-
(E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para TECONOMIA – FGV PROJETOS /2014) Na frase “se você
que obtesse, agora em definitivo, o prestígio de um polo quiser ir mais longe”, a forma verbal empregada tem sua
turístico de inegável valor histórico. forma corretamente conjugada. A frase abaixo em que a
forma verbal está ERRADA é
(A) se você se opuser a esse desejo.
04. (TRF - 3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - (B) se você requerer este documento.
FCC/2014) Tinham seus prediletos ... (C) se você ver esse quadro.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o (D) se você provier da China.
grifado acima está em: (E) se você se entretiver com o jogo.
(A) Dumas consentiu.
(B) ... levaram com eles a instituição do “lector”. 09. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO –
(C) ... enquanto uma fileira de trabalhadores enrolam ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) Considere as frases:
charutos... I. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câmara.
(D) Despontava a nova capital mundial do Havana. II. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicional
(E) ... que cedesse o nome de seu herói... de 5,4 bilhões de reais por ano.
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Assinale a alternativa que, respectivamente, substitui o (D) A Casa Azul envidará todos os esforços, refreando
verbo haver pelo verbo existir, conservando o tempo e o as ações predatórias, para que a cidade não sucumba aos
modo. atropelos do turismo selvagem.
(A) Existe – existe (E) Paraty imbuiu da sorte e do destino os meios para
(B) Existem – existirão que obtesse, (obtivesse) agora em definitivo, o prestígio de
(C) Existirão – existirá um polo turístico de inegável valor histórico.
(D) Existem – existirá
(E) Existiriam – existiria 4-)Tinham = pretérito imperfeito do Indicativo. Vamos
às alternativas:
10. (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012) Consentiu = pretérito perfeito / levaram = pretérito
... pois assim se via transportado de volta “à glória que foi perfeito (e mais-que-perfeito) do Indicativo
a Grécia e à grandeza que foi Roma”. Despontava = pretérito imperfeito do Indicativo
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o Cedesse = pretérito do Subjuntivo
grifado acima está em:
a) Poe certamente acreditava nisso... 5-)
b) Se Grécia e Roma foram, para Poe, uma espécie de A) Os que levam a vida pensando apenas nos valores
casa... absolutos talvez fariam melhor se pensassem no encanto
c) ... ainda seja por nós obscuramente sentido como dos pequenos bons momentos.
verdadeiro, embora não de modo consciente. B) Há até quem queira saber quem é o maior bandido
d) ... como um legado que provê o fundamento de nos- entre os que recebem destaque nos popularescos progra-
sas sensibilidades. mas da TV.
e) Seria ela efetivamente, para o poeta, uma encarnação C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gos-
da princesa homérica? tem tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tem
aspirações a ser metafísica.
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levassem em
GABARITO
conta nossa condição de mortais, não precisariam preocu-
par-se com os degraus da notoriedade.
01.E 02. B 03. D 04. D 05. E
06.B 07. E 08. C 09. D 10.B
6-) Pretendia = pretérito imperfeito do Indicativo
a) ... ao que der ... = futuro do Subjuntivo
RESOLUÇÃO
b) ... virava = pretérito imperfeito do Indicativo
c) Não teria = futuro do pretérito do Indicativo
1-) Correção à frente:
d) ... um conto que sai = presente do Indicativo
(A) Absteu-se = absteve-se e) ... como decidiu = pretérito perfeito do Indicativo
(B) mas já os reaveram = reouveram
(C) se vocês verem = virem 7-) O verbo “esteja” está no presente do Subjuntivo.
(D) Só haverá acordo se nós propormos = propusermos (A) ... a Empresa desenvolve = presente do Indicativo
(E) Antes do jantar, a criançada se entretinha com jogos (B) ... as definições de Educação Ambiental são = pre-
eletrônicos. sente do Indicativo
(C) ... também se associa o Desenvolvimento Sustentá-
2-) Percorriam = Pretérito Imperfeito do Indicativo vel... = presente do Indicativo
A = contornam – presente do Indicativo (D) ... e incorporou [...] = pretérito perfeito do Indicativo
B = era = pretérito imperfeito do Indicativo (E)... e reforce a identidade das comunidades. = presen-
C = foi = pretérito perfeito do Indicativo te do Subjuntivo.
D = dispararam = pretérito mais-que-perfeito do Indi-
cativo 8-)
E = acompanham = presente do Indicativo (A) se você se opuser a esse desejo.
(B) se você requerer este documento.
3-) Acrescentei as formas verbais adequadas nas ora- (C) se você ver esse quadro.= se você vir
ções analisadas: (D) se você provier da China.
(A) A revalorização e a nova proeminência de Paraty (E) se você se entretiver com o jogo.
não prescindiram e não requiseram (requereram) mais do
que o esquecimento e a passagem do tempo. 9-) Há = presente do Indicativo / haverá = futuro do
(B) Quando se imaginou que Paraty havia sido para presente do indicativo.
sempre renegada a um segundo plano, eis que ela imerge Ao substituirmos pelo verbo “existir”, lembremo-nos de
(emerge) do esquecimento, em 1974. que esse sofrerá flexão de número (irá para o plural, caso
(C) A cada novo ciclo econômico retificava-se a impor- seja necessário):
tância estratégica de Paraty, até que, a partir de 1855, so- I. Existem diversos projetos de lei em tramitação na Câ-
breviram (sobrevieram) longos anos de esquecimento. mara.
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II. Caso a bondade seja aprovada, existirá custo adicio- a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
nal de 5,4 bilhões de reais por ano. O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi-
Existem / existirá. cativo)
10-) Foi = pretérito perfeito do Indicativo b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
a) Poe certamente acreditava = pretérito imperfeito do O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
Indicativo
b) Se Grécia e Roma foram = pretérito perfeito do In- c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
dicativo O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
c) ... ainda seja = presente do Subjuntivo - Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume
d) ... como um legado que provê = presente do Indi- o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
cativo Observe a transformação da frase seguinte:
e) Seria = futuro do pretérito do Indicativo O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
Vozes do Verbo
Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para analítica com outros verbos que podem eventualmente
indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar-
ação. São três as vozes verbais: cada pela doença.
- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação 2- Voz Passiva Sintética
expressa pelo verbo. Por exemplo:
Ele fez o trabalho. A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com
sujeito agente ação objeto (pacien- o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
te) Por exemplo:
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a Abriram-se as inscrições para o concurso.
ação expressa pelo verbo. Por exemplo: Destruiu-se o velho prédio da escola.
O trabalho foi feito por ele. Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva
sujeito paciente ação agente da pas- sintética.
siva Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la-
- Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agen- tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio-
te e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem
O menino feriu-se. o significado de voz passiva como sendo a voz que expres-
sa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE
a noção de reciprocidade: Os lutadores feriram-se. (um ao e AGENTE DA PASSIVA.
outro)
Formação da Voz Passiva Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva
A voz passiva pode ser formada por dois processos: Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
analítico e sintético. tancialmente o sentido da frase.
Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o
da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo
preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de solda- assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
dos. Observe mais exemplos:
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar mestres.
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- - Eu o acompanharei.
ção das frases seguintes: Ele será acompanhado por mim.
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PORTUGUÊS
Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, (A) são enfrentados.
não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: (B) tem enfrentado.
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. (C) tem sido enfrentada.
(D) têm sido enfrentados.
Saiba que: (E) é enfrentada.
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
xivos, são chamados neutros. 04. (TRF - 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
O vinho é bom. FCC/2012) Para o Brasil, o fundamental é que, ao exercer a
Aqui chove muito. responsabilidade de proteger pela via militar, a comunida-
de internacional [...] observe outro preceito ...
- Há formas passivas com sentido ativo: Transpondo-se o segmento grifado acima para a voz
É chegada a hora. (= Chegou a hora.) passiva, a forma verbal resultante será:
Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.)
a) é observado.
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
b) seja observado.
c) ser observado.
- Inversamente, usamos formas ativas com sentido pas-
d) é observada.
sivo:
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) e) for observado.
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
05. (Analista de Procuradoria – FCC – 2013-adap) Trans-
- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido pondo- -se para a voz passiva a frase O poeta teria
cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o aberto um diálogo entre as duas partes, a forma verbal re-
sujeito é paciente. sultante será:
Chamo-me Luís. A) fora aberto.
Batizei-me na Igreja do Carmo. B) abriria.
Operou-se de hérnia. C) teria sido aberto.
Vacinaram-se contra a gripe. D) teriam sido abertas.
E) foi aberto.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf54.php 06.(SEE/SP – PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II E PRO-
FESSOR II – LÍNGUA PORTUGUESA - FCC/2011) ...permite
Questões sobre Vozes dos Verbos que os criadores tomem atitudes quando a proliferação de
algas tóxicas ameaça os peixes.
01. (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A fra- A transposição para a voz passiva da oração grifada aci-
se que admite transposição para a voz passiva é: ma teria, de acordo com a norma culta, como forma verbal
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado. resultante:
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma (A) ameaçavam.
grande diversidade de fenômenos. (B) foram ameaçadas.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- (C) ameaçarem.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. (D) estiver sendo ameaçada.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da (E) forem ameaçados.
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
07. (INFRAERO – ENGENHEIRO SANITARISTA –
e da falsa consciência.
FCC/2011) Transpondo-se para a voz passiva a frase Um
figurante pode obscurecer a atuação de um protagonista, a
02. (TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) ... a
Coreia do Norte interrompeu comunicações com o vizinho ... forma verbal obtida será:
Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma (A) pode ser obscurecido.
verbal corretamente obtida é: (B) obscurecerá.
a) tinha interrompido. (C) pode ter obscurecido.
b) foram interrompidas. (D) pode ser obscurecida.
c) fora interrompido. (E) será obscurecida.
d) haviam sido interrompidas.
e) haveriam de ser interrompidas. 08.(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – PRO-
CON – ADVOGADO – CEPERJ/2012) “todos que são impac-
03. (FCC-TRE-Analista Judiciário – 2011) Transpondo-se tados pelas mídias de massa”
para a voz passiva a frase Hoje a autoria institucional en- O fragmento transcrito acima apresenta uma constru-
frenta séria concorrência dos autores anônimos, obter-se-á ção na voz passiva do verbo. Outro exemplo de voz passiva
a seguinte forma verbal: encontra-se em:
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PORTUGUÊS
A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões 4-) a comunidade internacional [...] observe outro pre-
de compra de uma família” ceito = se na voz ativa temos um verbo, na passiva tere-
B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do mos dois: outro preceito seja observado.
mercado para a persuasão do público infantil”
C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as 5-) O poeta teria aberto um diálogo entre as duas par-
crianças brasileiras nas práticas de consumo.” tes = Um diálogo teria sido aberto...
D) “Elas são assediadas pelo mercado”
E) “valores distorcidos são de fato um problema de or- 6-) Quando a proliferação ameaça os peixes = voz ativa
dem ética” Quando os peixes forem ameaçados pela proliferação...
= voz passiva
09. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – CASA CI- 7-) Um figurante pode obscurecer a atuação de um
VIL – EXECUTIVO PÚBLICO – FCC/2010) Transpondo a frase protagonista.
o diretor estava promovendo seu filme para a voz passiva, Se na voz ativa temos um verbo, na passiva teremos
dois; se na ativa temos dois, na passiva teremos três. Então:
obtém-se corretamente o seguinte segmento:
A atuação de um protagonista pode ser obscurecida por
(A) tinha recebido promoção.
um figurante.
(B) estaria sendo promovido.
(C) fizera a promoção. 8-)
(D) estava sendo promovido. A) “As crianças brasileiras influenciam 80% das deci-
(E) havia sido promovido. sões de compra de uma família” = voz ativa
B) “A publicidade na TV é a principal ferramenta do
10. -) (MPE/PE – ANALISTA MINISTERIAL – FCC/2012) mercado para a persuasão do público infantil” = ativa (ver-
Da sede do poder no Brasil holandês, Marcgrave acompa- bo de ligação); não dá para passar para a passiva
nhou e anotou, sempre sozinho, alguns fenômenos celestes, C) “evidenciaram outros fatores que influenciam as
sobretudo eclipses lunares e solares. crianças brasileiras nas práticas de consumo.” = ativa
Ao transpor-se a frase acima para a voz passiva, as for- D) “Elas são assediadas pelo mercado” = voz passiva
mas verbais resultantes serão: E) “valores distorcidos são de fato um problema de or-
a) eram anotados e acompanhados. dem ética” = ativa (verbo de ligação); não dá para passar
b) fora anotado e acompanhado. para a passiva
c) foram anotados e acompanhados. 9-) o diretor estava promovendo seu filme = dois ver-
d) anota-se e acompanha-se. bos na voz ativa, três na passiva: seu filme estava sendo
e) foi anotado e acompanhado. produzido.
RESOLUÇÃO
4) SEMÂNTICA: SIGNIFICAÇÃO DAS
1-) PALAVRAS.
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
Consideremos as seguintes frases:
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
explicada pelo conceito... Vamos! Coloque logo a mão na massa!
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- As crianças estão com as mãos sujas.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
vida (...). Chegamos à conclusão de que se trata de palavras
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem
e da falsa consciência. o mesmo significado?
Existe uma parte da gramática normativa denominada
2-) ... a Coreia do Norte interrompeu comunicações Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significa-
com o vizinho = voz ativa com um verbo, então a passiva dos que uma mesma palavra apresenta de acordo com o
terá dois: comunicações com o vizinho foram interrompi- contexto em que se insere.
das pela Coreia... Tomando como exemplo as frases já mencionadas,
3-) Hoje a autoria institucional enfrenta séria concor- analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo
rência dos autores anônimos = Séria concorrência é en- com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo
frentada pela autoria... dicionário.
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Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, efi- Sentido Próprio e Figurado das Palavras
ciência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o
significado é de: participação, interação mediante a uma Pela própria definição acima destacada podemos per-
tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por ceber que a palavra é composta por duas partes, uma delas
último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa. relacionada a sua forma escrita e os seus sons (denominada
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per- significante) e a outra relacionada ao que ela (palavra) ex-
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de pressa, ao conceito que ela traz (denominada significado).
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdivi-
consideração as situações de aplicabilidade. dem-se assim:
Há uma infinidade de outros exemplos em que pode-
mos verificar a ocorrência da polissemia, como por exem-
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o senti-
plo:
O rapaz é um tremendo gato. do comum que costumamos dar a uma palavra.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figura-
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua do”, que podemos dar a uma palavra.
sobrevivência Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes
O passarinho foi atingido no bico. contextos:
1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
Polissemia e homonímia 2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagra-
dável, que adota condutas pouco apreciáveis)
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante 3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que co-
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi- nhece muito sobre alguma coisa, “expert”)
cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido co-
quando duas ou mais palavras com origens e significados mum (ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho- em sentido figurado.
monímia. Podemos então concluir que um mesmo significante
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode (parte concreta) pode ter vários significados (conceitos).
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
polissemia porque os diferentes significados para a palavra
Denotação e Conotação
manga têm origens diferentes, e por isso alguns estudiosos
mencionam que a palavra manga deveria ter mais do que
uma entrada no dicionário. - Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar com o seu significado primitivo e original, com o sentido
o elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou do dicionário; usada de modo automatizado; linguagem
a caligrafia de um determinado indivíduo. Neste caso, os comum. Veja este exemplo: Cortaram as asas da ave para
diferentes significados estão interligados porque remetem que não voasse mais.
para o mesmo conceito, o da escrita. Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido
próprio, comum, usual, literal.
Polissemia e ambiguidade
MINHA DICA - Procure associar Denotação com Di-
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na cionário: trata-se de definição literal, quando o termo é uti-
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode lizado em seu sentido dicionarístico.
ser ambíguo, ou seja, apresenta mais de uma interpreta-
ção. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação - Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em com o seu significado secundário, com o sentido amplo (ou
uma frase. Vejamos a seguinte frase: Pessoas que têm uma simbólico); usada de modo criativo, figurado, numa lingua-
alimentação equilibrada frequentemente são felizes. Neste
gem rica e expressiva. Veja este exemplo:
caso podem existir duas interpretações diferentes. As pes-
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes
soas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são
felizes porque têm uma alimentação equilibrada. que seja tarde demais.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter- figurada, fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle
pretação. Para fazer a interpretação correta é muito impor- de ações; disciplina, limitação de conduta e comportamen-
tante saber qual o contexto em que a frase é proferida. to.
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2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- 6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques-
- ADAPTADO) Para responder à questão, considere a se- tão, considere o texto abaixo.
guinte passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereoti-
pando: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, A marca da solidão
99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido penumbra na tarde quente.
dela. Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
(C) adotar como referência de qualidade. tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
(D) julgar de acordo com normas legais. pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
palavras destacadas nas seguintes passagens do texto: No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido
Desde o surgimento da ideia de hipertexto... figurado é
... informações ligadas especialmente à pesquisa aca- (A) menino.
dêmica, (B) chão.
... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por (C) testa.
analogia e associação... (D) penumbra.
Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a (E) tenda.
ideia de hipertexto...
... 20 anos depois de seu artigo fundador... 7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
As palavras destacadas que expressam ideia de tempo NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à
são: questão.
(A) algo, especialmente e Quando.
(B) Desde, especialmente e algo. RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
(C) especialmente, Quando e depois. Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a ci-
(D) Desde, Quando e depois. dade. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equi-
(E) Desde, algo e depois. pes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão per-
correndo as ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas
4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) onde não devem e alertá-los para o que os espera. Em breve,
A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o mo- com guardas municipais, policiais militares e 600 fiscais em
vimento cordelista pode ser comparada à de outros dois ação, as multas começarão a chegar para quem tratar a via
grandes nomes... pública como a casa da sogra.
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os
prejuízo da correção, o elemento grifado pode ser subs- recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas
tituído por: que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas,
(A) contrastada. pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, quebrar
(B) confrontada. orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, depredar ban-
(C) ombreada. cos, saquear lojas e, por uma estranha compulsão, destruir
(D) rivalizada. lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de fogo
(E) equiparada. com ele.
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jogo (subst.) e jogo (verbo); mos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de
denúncia (subst.) e denuncia (verbo); robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também
providência (subst.) e providencia (verbo). aprendem a consertar computadores antigos. “O nosso pro-
jeto só funciona por causa do lixo eletrônico. Se tivéssemos
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e di- que comprar tudo, não seria viável”, completou.
ferentes na escrita: Em uma época em que celebridades do mundo digital
acender (atear) e ascender (subir); fazem campanha a favor do ensino de programação nas es-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); colas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da
cela (compartimento) e sela (arreio); turma avançada de robótica do CMID que, aos 16 anos, já
censo (recenseamento) e senso ( juízo); sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No
paço (palácio) e passo (andar). início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me
interessando”, disse.
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São (Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013.
palavras iguais na escrita e na pronúncia: Adaptado)
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.); 02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns
livre (adj.) e livre (verbo). sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... –
pode ser substituída, sem alteração do sentido da mensa-
- Parônimos gem, pela seguinte expressão:
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro A) Pelo menos
e couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede B) A contar de
e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; au- C) Em substituição a
tuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir D) Com exceção de
e diferir; suar e soar. E) No que se refere a
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PORTUGUÊS
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. 2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos
comprar, é tudo reciclagem”...
Escolha a alternativa que oferece a sequência correta
de vocábulos para as lacunas existentes: 3-) antônimo para o termo destacado : “No início das
a) concerto – há – a – cessões – há; aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me interes-
b) conserto – a – há – sessões – há; sando”
c) concerto – a – há – seções – a; “No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas
d) concerto – a – há – sessões – há; depois fui me interessando”
e) conserto – há – a – sessões – a .
4-)
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso
NESP – 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para res- por homicídio. – o termo em destaque pode ser substituí-
do, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
ponder à questão.
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes trans-
reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à liberta-
mitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
ção. = correta
lhes impuseram limites de disciplina.
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma dife-
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
rente aqui no presídio devido ao bom comportamento. –
trecho, é: pode-se substituir a expressão em destaque por “em razão
A) de desprendimento. do”, sem alterar o sentido do texto. = correta
B) de responsabilidade.
C) de abnegação. 5-)
D) de amor. 1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi;
E) de egoísmo. 2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe)
vida em Marte.
07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser 3 – As sessões da câmara são verdadeiros pro-
preenchida com a primeira alternativa da série dada nos gramas de humor.
parênteses: 4- Há dias que não falo com Alfredo. (=
A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das en- tempo passado)
chentes. (afim- a fim).
B) A bandeira está ________. (arreada - arriada). 6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (in- transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e
flingirem - infringirem). não lhes impuseram limites de disciplina.
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse
(concelhos - conselhos). trecho, é de egoísmo
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cer- Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado
ca de - acerca de). nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações
08. Assinale a alternativa correta, considerando que à de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filan-
direita de cada palavra há um sinônimo. tropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes per-
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar cebida, também, como sinônimo de solidariedade. Esse
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as incli-
nações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
coletivas).
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
7-)
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das
GABARITO
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para in-
dicar que uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas
01. A 02. D 03. A 04. A que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos)
05. D 06. E 07. E 08. A B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar
arreio no cavalo)
RESOLUÇÃO C) Serão punidos os que infringirem o regulamen-
to. (inflingirem = aplicarem a pena)
1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses D) São sempre valiosos os conselhos dos mais ve-
imigraram para o Brasil no século passado, hoje os bra- lhos; (concelhos= Porção territorial ou parte administrativa
sileiros emigram para a Europa e para o Japão, à busca de um distrito).
de uma vida melhor; internamente, migram para o E) Moro a cerca de cem metros da praça principal.
Sul, pelo mesmo motivo. (acerca de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.).
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- Quem ............ , ................. algo/alguém: Todo verbo 02.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013). Donos
que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO DIRETO. Por de uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens [...],
exemplo, o verbo comer: Quem come, come algo; ou o ver- sabiam os paulistas como...
bo amar: Quem ama, ama alguém. O segmento em destaque na frase acima exerce a mes-
ma função sintática que o elemento grifado em:
- Quem ............ , ................. + prep. + algo/alguém: Todo A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mos-
verbo que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO INDI- tradores para a volta.
RETO. Por exemplo, o verbo gostar: Quem gosta, gosta de B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescenta-
algo ou de alguém. As preposições mais comuns são as riam aqueles de considerável...
seguintes: a, de, em, por, para, sem e com. C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o
sinal.
- Quem ............ , ................. algo/alguém + prep. + algo/ D) Uma sequência de tais galhos, em qualquer flores-
alguém: Todo verbo que se encaixar nessa frase será TRAN- ta, podia significar uma pista.
SITIVO DIRETO E INDIRETO - também denominado de BI- E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-
TRANSITIVO. Por exemplo, o verbo mostrar: Quem mostra, nos a vila de São Paulo como centro...
mostra algo a alguém; ou o verbo informar: Quem informa,
informa alguém de algo ou Quem informa, informa algo a 03. Há complemento nominal em:
alguém. A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de
É importante salientar que um verbo só será TRAN- ganhar a vida.
SITIVO se houver complemento (objeto direto ou objeto C)Ela estava na janela do edifício.
indireto). A análise de um verbo depende, portanto, do D)... sem saber ao certo se gostávamos dele.
ambiente sintático em que ele se encontra. Um verbo que E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mo-
aparentemente seja transitivo direto pode ser, na realida- cinho de cinema.
de, intransitivo, caso não haja complemento. Por exemplo,
observe a seguinte frase: 04. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o ter-
O pior cego é aquele que não quer ver. mo destacado é:
O verbo “ver” é, aparentemente, transitivo direto, uma A) pronome possessivo
vez que se encaixa na frase Quem vê, vê algo. Ocorre, po- B) complemento nominal
rém, que não há o “algo”. O pior cego é aquele que não C) objeto indireto
quer ver o quê? Não aparece na oração; não há, portanto, D) adjunto adnominal
o objeto direto. Como não o há, o verbo não pode ser tran- E) objeto direto
sitivo direto, e sim intransitivo.
Observe, agora, esta frase: Quem dá aos pobres, empres- 05. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito
ta a Deus. das seguintes orações em relação aos verbos destacados:
Os verbos “dar” e “emprestar” são, aparentemente, - Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de
transitivos diretos e indiretos, uma vez que se encaixam nas vida.
frases Quem dá, dá algo a alguém e Quem empresta, em- - Neste ano, quero prestar serviço voluntário.
presta algo a alguém. Ocorre, porém, que não há o “algo”.
Quem dá o que aos pobres empresta o que a Deus? Não A)Tu – vós
aparece na oração; não há, portanto, o objeto direto. Como B)Nós – eu
não o há, os verbos não podem ser transitivos diretos e C)Vós – nós
indiretos, e sim somente transitivos indiretos. D) Ele - tu
FONTE: http://www.gramaticaonline.com.br/texto/1231
06. Classifique o sujeito das orações destacadas no tex-
Questões sobre Análise Sintática to seguinte e, a seguir, assinale a sequência correta.
É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatu-
01. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os ral. É frequente a mistura de assuntos relativos ao naciona-
trabalhadores passaram mais tempo na escola... lismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses
O segmento grifado acima possui a mesma função sin- tomam partido e interferem nas aventuras dos heróis, aju-
tática que o destacado em: dando-os ou atrapalhando- -os.
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. A)simples, composto
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. B)indeterminado, composto
C) O crescimento da escolaridade também foi impul- C)simples, simples
sionado... D) oculto, indeterminado
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino mé-
dio... 07. (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres”.
E) ...impulsionado pelo aumento do número de uni- Identifique a alternativa que classifica corretamente a fun-
versidades... ção sintática e a classe morfológica dos termos destacados:
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PORTUGUÊS
01. C 02. D 03. B 04. C 05. B 06. C 07. E O período composto caracteriza-se por possuir mais de
uma oração em sua composição. Sendo Assim:
RESOLUÇÃO - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
ção)
1-) Os trabalhadores passaram mais tempo na escola
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
= SUJEITO
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. = ob- (Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
jeto direto - Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-
= objeto direto ções).
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsio- Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corres-
nado... = sujeito paciente ponde a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio... é um período simples, pois tem apenas uma oração, os
= objeto direto dois outros exemplos são períodos compostos, pois têm
E) ...impulsionado pelo aumento do número de univer- mais de uma oração.
sidades... = agente da passiva Há dois tipos de relações que podem se estabelecer en-
tre as orações de um período composto: uma relação de
2-) Donos de uma capacidade de orientação nas bre- coordenação ou uma relação de subordinação.
nhas selvagens [...], sabiam os paulistas como... = SUJEITO Duas orações são coordenadas quando estão juntas em
A) Nas expedições breves = ADJUNTO ADVERBIAL um mesmo período (ou seja, em um mesmo bloco de infor-
B) nada acrescentariam aqueles de considerável...= ad- mações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas,
junto adverbial estruturas individuais, como é o exemplo de:
C) seria perceptível o sinal. = predicativo
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
D) Uma sequência de tais galhos = sujeito
(Período Composto)
E) apresentam-nos a vila de São Paulo como = objeto
direto Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar.
3-) 2. Irei à praia.
A) o beijo da madrugada. = adjunto adnominal Separando as duas, vemos que elas são independentes.
B)a sua possibilidade de ganhar a vida. = complemento É esse tipo de período que veremos: o Período Com-
nominal (possibilidade de quê?) posto por Coordenação.
C)na janela do edifício. = adjunto adnominal Quanto à classificação das orações coordenadas, temos
D)... sem saber ao certo se gostávamos dele. = objeto dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sin-
indireto déticas.
E) a brincar de bandido e mocinho de cinema = objeto
indireto Coordenadas Assindéticas
4-) esta lhe deu cem mil contos = o verbo DAR é bitran- São orações coordenadas entre si e que não são ligadas
sitivo, ou seja, transitivo direto e indireto, portanto precisa através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
de dois complementos – dois objetos: direto e indireto.
Deu o quê? = cem mil contos (direto) Coordenadas Sindéticas
Deu a quem? lhe (=a ele, a ela) = indireto
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
5-) - Amanhã ( nós ) teremos uma palestra sobre qua-
lidade de vida. tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
- Neste ano, ( eu ) quero prestar serviço voluntário. denativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração
uma classificação. As orações coordenadas sindéticas são
6-) É notável, nos textos épicos, a participação do so- classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alterna-
brenatural. É frequente a mistura de assuntos relativos ao tivas, conclusivas e explicativas.
nacionalismo com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os
deuses tomam partido e interferem nas aventuras dos he- Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
róis, ajudando-os ou atrapalhando-os. cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
Ambos os termos apresentam sujeito simples só... como, assim... como.
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PORTUGUÊS
- Não só cantei como também dancei. 03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia. o eguinte trecho:
- Comprei o protetor solar e fui à praia. Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas prática.
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan- Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão. norma- -padrão da língua portuguesa, ao se substituir o
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. termo em destaque, o trecho estará corretamente reescrito
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dan- em:
çando. A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como qua-
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para
praia. nossa vida prática.
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; para nossa vida prática.
seja...seja. C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carrei- sa vida prática.
ras diferentes. D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quar- toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
to. sa vida prática.
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con- sa vida prática.
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo)
04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.)
- Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao auto-
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
móvel mas também da necessidade de maior número de
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
viagens... –, os termos em destaque estabelecem relação de
- A situação é delicada; devemos, pois, agir
A) explicação.
B) oposição.
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
C) alternância.
principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
D) conclusão.
de, pois (anteposto ao verbo). E) adição.
- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo. 05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que
- Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do- estaremos a seu lado sempre.
mingo. Marque a opção correta quanto à sua classificação:
A) Coordenada sindética aditiva.
Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/oracoes- B) Coordenada sindética alternativa.
coordenadas-assindeticas-e-sindeticas/ C) Coordenada sindética conclusiva.
D) Coordenada sindética explicativa.
Questões sobre Orações Coordenadas
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor ad-
01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplan- versativo é:
tação integral de gosto e de estilo” tem valor: A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”.
A) conclusivo B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
B) adversativo C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa
C) concessivo de pedir esmola”.
D) explicativo D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manu-
E) alternativo tenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da so-
ciedade”.
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de di-
A oração em destaque é: nheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cul-
a) coordenada explicativa tura, acesso à saúde E à educação”.
b) coordenada adversativa
c) coordenada aditiva 07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjun-
d) coordenada conclusiva ção sublinhada está corretamente indicado entre parênte-
e) coordenada assindética ses.
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PORTUGUÊS
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pre- C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
tende trabalhar como advogado. (explicação) toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição) sa vida prática. = conclusiva
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
preocupe. (oposição) toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. sa vida prática. = explicativa
(alternância)
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu
toda a chuva. (conclusão) substituir por porque; como conclusiva: substituo por por-
tanto.
08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas
no texto “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na 4-) fruto não só do novo acesso da população ao auto-
casa, nem assustou seus habitantes.” A seguir, classifique móvel mas também da necessidade de maior número de
viagens... estabelecem relação de adição de ideias, de fatos
-as, respectivamente, como coordenadas:
A) adversativa e aditiva.
5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sem-
B) explicativa e aditiva.
pre.
C) adversativa e alternativa.
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sin-
D) aditiva e alternativa. dética explicativa
09. Um livro de receita é um bom presente porque aju- 6-)
da as pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque” A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não
pode ser substituída, sem alteração de sentido, por ajuda (ideia contrária)
A) entretanto. B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
B) então. = adição
C) assim. C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa
D) pois. de pedir esmola”. = adição
E) porém. D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manu-
tenção da miséria E prejudica o desenvolvimento da socie-
10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, te- dade”. = adição
mos a presença de uma oração coordenada que pode ser E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de di-
classificada em: nheiro, de moradia digna, emprego, segurança, lazer, cul-
A) Coordenada assindética; tura, acesso à saúde E à educação”. = adição
B) Coordenada assindética aditiva; 7-)
C) Coordenada sindética alternativa; A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pre-
D) Coordenada sindética aditiva. tende trabalhar como advogado. = adversativa
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se
GABARITO preocupe. = conclusão
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
01. B 02. E 03. D 04. E 05. D = explicativa
06. A 07. B 08. A 09. D 10. D E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam
toda a chuva. = alternativa
RESOLUÇÃO
8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva
1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação inte-
gral de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portan- 9-) Um livro de receita é um bom presente porque aju-
to: oração coordenada sindética adversativa da as pessoas que não sabem cozinhar.
= conjunção explicativa: pois
2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames =
a oração em destaque não é introduzida por conjunção, 10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adi-
então: coordenada assindética ção, soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva.
3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
(e ideia) adversativa
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como qua- “Eu sinto que em meu gesto existe o
se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para teu gesto.”
nossa vida prática. = conclusiva Oração Principal Oração Subordinada
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como Observe que na oração subordinada temos o verbo
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância “existe”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
para nossa vida prática. = conformativa do presente do indicativo. As orações subordinadas que
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PORTUGUÊS
apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tem- Atenção: Observe que a oração subordinada substanti-
pos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são va pode ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos
chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas. Pode- um período simples:
mos modificar o período acima. Veja: É fundamental isso. ou Isso é fundamental.
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
Oração Principal Oração Subordinada a função de sujeito
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu principal:
sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
subordinada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que 1- Verbos de ligação + predicativo, em construções
a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo
Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas
- É claro - Está evidente - Está comprovado
orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
É bom que você compareça à minha festa.
surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou
não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzi-
2- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-
das ou implícitas.
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anun-
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual- ciado - Ficou provado
mente, introduzidas por preposição. Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
=3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS importar - ocorrer - acontecer
SUBSTANTIVAS Convém que não se atrase na entrevista.
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é sub-
A oração subordinada substantiva tem valor de subs- jetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pes-
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção in- soa do singular.
tegrante (que, se).
b) Objetiva Direta
Suponho que você foi à biblioteca hoje. A oração subordinada substantiva objetiva direta exer-
Oração Subordinada Substantiva ce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Você sabe se o presidente já chegou? Todos querem sua aprovação no concurso.
Oração Subordinada Substantiva Objeto Direto
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também Todos querem que você seja aprovado. (= Todos
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem querem isso)
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Oração Principal oração Subordinada Substantiva
como). Veja os exemplos: Objetiva Direta
O garoto perguntou qual era o telefone da
moça. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substantiva desenvolvidas são iniciadas por:
Não sabemos por que a vizinha se mudou. - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
Oração Subordinada Substantiva
“se”:
A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas
Substantivas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às
De acordo com a função que exerce no período, a ora- vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
ção subordinada substantiva pode ser: O pessoal queria saber quem era o dono do carro im-
portado.
a) Subjetiva
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às
do verbo da oração principal. Observe: vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
É fundamental o seu comparecimento à reunião. Eu não sei por que ela fez isso.
Sujeito
c) Objetiva Indireta
É fundamental que você compareça à reunião. A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem
Subjetiva precedida de preposição.
69
PORTUGUÊS
A oração subordinada substantiva predicativa exerce Quando são introduzidas por um pronome relativo e
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração princi- apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
pal e vem sempre depois do verbo ser. orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Nosso desejo era sua desistência. das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
Predicativo do Sujeito reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
era isso) verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
Oração Subordinada Substantiva Predicativa particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
“de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não
fui bem na prova. No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
f) Apositiva
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor-
A oração subordinada substantiva apositiva exerce fun-
dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re-
ção de aposto de algum termo da oração principal.
lativo e seu verbo está no infinitivo.
Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de
seu casamento. Aposto Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu Na relação que estabelecem com o termo que caracte-
casamento chegasse. rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de
Oração Subordinada Substantiva Apositiva duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou
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PORTUGUÊS
especificam o sentido do termo a que se referem, indivi- No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto
dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”.
sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem No segundo período, esse papel é exercido pela oração
também orações que realçam um detalhe ou amplificam “Quando vi a estátua”, que é, portanto, uma oração su-
dados sobre o antecedente, que já se encontra suficiente- bordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvi-
mente definido, as quais denominam-se subordinadas ad- da, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa
jetivas explicativas. (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicati-
vo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
Exemplo 1: reduzi-la, obtendo-se:
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de
homem que passava naquele momento. minha vida.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma
Nesse período, observe que a oração em destaque res- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata- introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
se de um homem específico, único. A oração limita o uni- preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, Obs.: a classificação das orações subordinadas adver-
mas sim àquele que estava passando naquele momento. biais é feita do mesmo modo que a classificação dos ad-
juntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
Exemplo 2: oração.
O homem, que se considera racional, muitas vezes age Circunstâncias Expressas
animalescamente. pelas Orações Subordinadas Adverbiais
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido
a) Causa
restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que
oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar
provoca um determinado fato, ao motivo do que se decla-
contida no conceito de “homem”.
ra na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina
Saiba que:
um acontecimento”.
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é repre-
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre in-
sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação
troduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois
seja indicada como forma de diferenciar as orações expli-
cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre que, já que, uma vez que, visto que.
isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve al-
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce b) Consequência
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. As orações subordinadas adverbiais consecutivas expri-
Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, mem um fato que é consequência, que é efeito do que se
fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, declara na oração principal. São introduzidas pelas conjun-
vem introduzida por uma das conjunções subordinativas ções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que,
(com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa
Oração Subordinada Adverbial dor.)
Observe que a oração em destaque agrega uma cir- Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con-
cunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração cretizando-os.
subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida
são termos acessórios que indicam uma circunstância refe- de Infinitivo)
rente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto
adverbial depende da exata compreensão da circunstância c) Condição
que exprime. Observe os exemplos abaixo: Condição é aquilo que se impõe como necessário para
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de a realização ou não de um fato. As orações subordinadas
minha vida. adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocor-
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de rer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expres-
minha vida. so na oração principal.
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PORTUGUÊS
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PORTUGUÊS
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de C) Ignoras quanto custou meu relógio?
desconcentração, incentivando a criação de diversos centros D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
urbanos, na visão de que isso levaria a uma maior facilidade E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião
de deslocamento. 04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com
centros e o aumento das distâncias multiplicam o número de seu Namorado Lute.
viagens, dificultando o investimento em transporte coletivo e
aumentando a necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a des-
concentração ao extremo, ficam claras as consequências.
Numa região rica como a Califórnia, com enorme investi-
mento viário, temos engarrafamentos gigantescos que vira-
ram característica da cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com
elevado adensamento e predominância do transporte coleti-
vo, como mostram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade
mais bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura
de telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras
grandes cidades, essa deveria ser a região mais adensada da
metrópole. Mas não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento
gradual do centro, com deslocamento das atividades para
diversas regiões da cidade.
A visão de adensamento com uso abundante de trans-
porte coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será pos-
sível reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do
transporte individual, fruto não só do novo acesso da popu-
lação ao automóvel, mas também da necessidade de maior
número de viagens em função da distância cada vez maior
entre os destinos da população.
(Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adap- (Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013)
tado)
As expressões mais denso e menos trânsito, no título, É correto afirmar que a expressão contanto que estabe-
estabelecem entre si uma relação de lece entre as orações relação de
(A) comparação e adição. A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja traba-
(B) causa e consequência. lhar depois de casada.
(C) conformidade e negação. B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso
(D) hipótese e concessão. como cantor romântico.
(E) alternância e explicação C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já
02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VU- pensam em casamento.
NESP – 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positi- D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão
vo por eles se tornarem uma referência positiva dentro da de músico provavelmente ganhará pouco.
unidade, já que cumprem melhor as regras, respeitam o E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido
próximo e pensam melhor nas suas ações, refletem antes torne-se um artista famoso.
de tomar uma atitude. – o termo em destaque estabelece
entre as orações uma relação de 05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em –
A) condição. Apesar da desconcentração e do aumento da extensão
B) causa. urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver
C) comparação. e adensar ainda mais os diversos centros já existentes... –,
D) tempo. sem que tenha seu sentido alterado, o trecho em destaque
E) concessão. está corretamente reescrito em:
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Ex-
03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas tensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvol-
que aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, ver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
exceto: B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au-
A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço. mento da extensão urbana no Brasil, é importante desen-
B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita volver e adensar ainda mais os diversos centros já existen-
sobre sua vida. tes...
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PORTUGUÊS
C) Assim como são verificados a desconcentração e o 10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alter-
aumento da extensão urbana no Brasil, é importante de- nativa que substitui o trecho em destaque na frase – Assi-
senvolver e adensar ainda mais os diversos centros já exis- narei o documento, contanto que garantam sua autenti-
tentes... cidade. – sem que haja prejuízo de sentido.
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da (A) desde que garantam sua autenticidade.
extensão urbana verificados no Brasil, é importante desen- (B) no entanto garantam sua autenticidade.
volver e adensar ainda mais os diversos centros já existen- (C) embora garantam sua autenticidade.
tes... (D) portanto garantam sua autenticidade.
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen- (E) a menos que garantam sua autenticidade.
to da extensão urbana verificados no Brasil, é importante
desenvolver e adensar ainda mais os diversos centros já GABARITO
existentes...
01. B 02. B 03. C 04. D 05. A
06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – 06. C 07. D 08. E 09. C 10. A
É fundamental que essa visão de adensamento com uso
abundante de transporte coletivo seja recuperada para RESOLUÇÃO
que possamos reverter esse processo de uso… –, a expres-
são em destaque estabelece entre as orações relação de 1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, conse-
A) consequência. quentemente, menos trânsito, então: causa e consequência
B) condição.
C) finalidade. 2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece en-
D) causa. tre as orações uma relação de causa com a consequência
E) concessão. de “tem um efeito positivo”.
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração su-
bordinada substantiva objetiva direta
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.).
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou
Considere o trecho: “Como as músicas eram de protesto,
seja, não se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos
naquele mesmo ano foi enquadrado na lei de segurança na-
verbos “convir”, “parecer”, “importar”, “constar” etc., e tam-
cional pela ditadura militar e exilado.” O termo Como, em
bém não inicia com as conjunções integrantes “que” e “se”.
destaque na primeira parte do enunciado, expressa ideia
de
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
de condição (condicional)
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme. 5-) Apesar da desconcentração e do aumento da ex-
D) causa e tem sentido equivalente a visto que. tensão urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que. B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o au-
mento da extensão urbana no Brasil, = causal
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças C) Assim como são verificados a desconcentração e o
Públicas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjun- aumento da extensão urbana no Brasil = comparativa
tor, tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho D) Visto que com a desconcentração e o aumento da
que chega a contaminar-me. –, a construção tanto ... que extensão urbana verificados no Brasil = causal
estabelece entre as construções [com tanto orgulho] e [que E) De maneira que, com a desconcentração e o aumen-
chega a contaminar-me] uma relação de to da extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas
A) condição e finalidade. 6-) para que possamos = conjunção final (finalidade)
B) conformidade e proporção.
C) finalidade e concessão. 7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa
D) proporção e comparação. ideia de causa da consequência “foi enquadrado” = causa
E) causa e consequência. e tem sentido equivalente a visto que.
8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a
09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país construção estabelece uma relação de causa e consequên-
bem mais fechado – embora em doze dias recebam o mes- cia. (a causa da “contaminação” – consequência)
mo número de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alter-
nativa que substitui a expressão em negrito, sem prejuízo 9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país
ao conteúdo, é: bem mais fechado – embora em doze dias recebam o mes-
A) já que. mo número de imigrantes que o Brasil em um ano.” =
B) todavia. conjunção concessiva: ainda que
C) ainda que.
D) entretanto. 10-) contanto que garantam sua autenticidade. = con-
E) talvez. junção condicional = desde que
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PORTUGUÊS
PONTUAÇÃO Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas.
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que - Comprei lápis, canetas, cadernos...
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve- 2- Indica interrupção violenta da frase.
jamos as principais funções dos sinais de pontuação co- “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
nhecidos pelo uso da língua portuguesa.
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
Ponto
- Este mal... pega doutor?
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em
que se encontra. - Deixa, depois, o coração falar...
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava. Vírgula
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
Não se usa vírgula
Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma *separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
importância. gam-se diretamente entre si:
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo - entre sujeito e predicado.
pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; Todos os alunos da sala foram advertidos.
os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) Sujeito predicado
2- Separa partes de frases que já estão separadas por - entre o verbo e seus objetos.
vírgulas. O trabalho custou sacrifício aos realizadores.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta- V.T.D.I. O.D. O.I.
nhas, frio e cobertor.
Usa-se a vírgula:
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
- Para marcar intercalação:
tivos, decreto de lei, etc.
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
- Ir ao supermercado;
- Pegar as crianças na escola; dância, vem caindo de preço.
- Caminhada na praia; b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
- Reunião com amigos. produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
Dois pontos trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
1- Antes de uma citação querem abrir mão dos lucros altos.
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: - Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
2- Antes de um aposto Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à chadas.
tarde e calor à noite. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven- c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
do a rotina de sempre. maio de 1982.
- Para separar entre si elementos coordenados (dispos-
4- Em frases de estilo direto tos em enumeração):
Maria perguntou:
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
- Por que você não toma uma decisão?
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
susto, súplica, etc. Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! - Para isolar:
2- Depois de interjeições ou vocativos - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei-
- Ai! Que susto! ra, possui um trânsito caótico.
- João! Há quanto tempo! - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
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(E) Os congestionamentos e o número de motoristas na 2-) A oração restringe o grupo que participará da cam-
rua, são as principais causas da ira de trânsito. panha (apenas os que não têm o nome do pai na certidão
08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS de nascimento). Se colocarmos uma vírgula, a oração tor-
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU- nar-se-á “explicativa”, generalizando a informação, o que
MARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo dará a entender que TODAS as pessoa não têm o nome do
econômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, pai na certidão.
você aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada RESPOSTA: “CERTO”.
para te dizer, agora afasta que abriu o sinal.”
No período acima, as vírgulas foram empregadas em 3-)
“Paciência, minha filha, este é [...]”, para separar (A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o trei-
(A) aposto. no. = mantê-la (termo deslocado)
(B) vocativo. (B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos espor-
(C) adjunto adverbial. tes? = mantê-la (vocativo)
(D) expressão explicativa. (C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se pre-
para para o evento.
09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL = mantê-la (explicação)
PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O perío- (D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimo-
do corretamente pontuado é: ramento do desportista.
(A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivência = pode retirá-la (advérbio de tempo)
em condições hostis nem sempre conseguem agradar, aos (E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda:
espectadores. judô, natação e canoagem.
(B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en- = mantê-la (enumeração)
tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma
história ficcional. 4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou fal-
(C) A história de heroísmo e de determinação que nem tante:
sempre, é convincente, se passa em um cenário marcado, a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem!
pelo frio.
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da
(D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr
transação.
riscos iminentes que comprometem, a sobrevivência.
c) Maria, você trouxe os documentos?
(E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema.
liberdade, nada poderia parecer, realmente intransponível.
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma mo-
vimentação estranha.
GABARITO
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
01. C 02. C 03. D 04. C 05. E quadas
06. D 07. A 08. B 09.B (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem
RESOLUÇÃO eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas de onde o código foi acionado.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando dizendo que a criança foi encontrada.
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a (D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega
sua dona. primeiro às , (X) areias do Guarujá.
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma 6-)
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Pau-
sua dona. lo(A). O programa desenvolve ainda oficinas e cursos para
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa as crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e corre-
e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti- ta(B). Os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam de
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) atividades sobre cidadania e reciclagem(C). As escolas parti-
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a cipantes se tornam também centros de descarte de garrafas
sua dona. PET(D), destinadas depois para reciclagem(E). O programa
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde das crian-
embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in- ças e transformação das comunidades em lugares melhores
timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , para se viver.
(X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posi-
a sua dona. ção (D), pois antecipa um termo explicativo.
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PORTUGUÊS
7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas: - No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali- poderá ir para o plural:
viada. Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
(B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse, Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
porque você está junto; (X) com os outros motoristas cujos 3) Quando o sujeito é representado por expressões
comportamentos, (X) são desconhecidos. partitivas, representadas por “a maioria de, a maior parte
(C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros de, a metade de, uma porção de” entre outras, o verbo tanto
podem ser uma extensão de nossa personalidade. pode concordar com o núcleo dessas expressões quanto
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X) com o substantivo que a segue: A maioria dos alunos resol-
aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas. veu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar.
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas na
rua, (X) são as principais causas da ira de trânsito. 4) No caso de o sujeito ser representado por expres-
sões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”,
8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:
para se dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo. Cerca de mil candidatos se inscreveram no concurso.
9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão ina- 5) Em casos em que o sujeito é representado pela ex-
dequadas ou faltantes: pressão “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais
(A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência de um candidat agradeceu o convite.
em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X)
aos espectadores. 12) Casos relativos a sujeito representado por substan-
(B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en- tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns
tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma aspectos que os determinam:
história ficcional. - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver-
(C) A história de heroísmo e de determinação (X) que bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi-
nem sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de
marcado, (X) pelo frio. Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.
(D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam-
correr riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobre- bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po-
vivência. tência mundial.
(E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar - Casos em que o artigo figura no singular ou em que
a liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intrans- ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
ponível. Unidos é uma potência mundial.
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos 1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
nos referindo à relação de dependência estabelecida entre gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es-
um termo e outro mediante um contexto oracional. Desta tando relacionado a dois pressupostos básicos:
feita, os agentes principais desse processo são representa- - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as
dos pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
e o verbo, o qual desempenha a função de subordinado. - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexio-
Dessa forma, temos que a concordância verbal carac- nar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são
teriza-se pela adaptação do verbo, tendo em vista os que- primos.
sitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplifi-
cando, temos: O aluno chegou atrasado. Temos que o verbo 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an-
apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz refe- teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus
rência a um sujeito, assim também expresso (ele). Como dois filhos compareceram ao evento.
poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver-
Casos referentes a sujeito simples bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus
o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado. dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
2) Nos casos referentes a sujeito representado por 4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pes- com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no
soa do singular: A multidão, apavorada, saiu aos gritos. singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a
Observação: felicidade do mundo.
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Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à h) Muito, pouco, caro
regra geral mostrada acima. - Como adjetivos: seguem a regra geral.
a) Um adjetivo após vários substantivos Comi muitas frutas durante a viagem.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o Pouco arroz é suficiente para mim.
plural ou concorda com o substantivo mais próximo. Os sapatos estavam caros.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui. - Como advérbios: são invariáveis.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. Comi muito durante a viagem.
Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
Comprei caro os sapatos.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
i) Mesmo, bastante
- Ela tem pai e mãe louros.
- Como advérbios: invariáveis
- Ela tem pai e mãe loura.
Preciso mesmo da sua ajuda.
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria-
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
mente para o plural.
- Como pronomes: seguem a regra geral.
- O homem e o menino estavam perdidos.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
j) Menos, alerta
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos - Em todas as ocasiões são invariáveis.
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o Preciso de menos comida para perder peso.
mais próximo. Estamos alerta para com suas chamadas.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco. k) Tal Qual
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: com o consequente.
concorda com o mais próximo ou vai para o plural. As garotas são vaidosas tais qual a tia.
Estavam feridos o pai e os filhos. Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
Estava ferido o pai e os filhos.
l) Possível
c) Um substantivo e mais de um adjetivo - Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “me-
- antecede todos os adjetivos com um artigo. lhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as ex-
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. pressões.
A mais possível das alternativas é a que você expôs.
- coloca o substantivo no plural. Os melhores cargos possíveis estão neste setor da em-
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. presa.
As piores situações possíveis são encontradas nas fave-
d) Pronomes de tratamento las da cidade.
- sempre concordam com a 3ª pessoa.
Vossa Santidade esteve no Brasil. m) Meio
- Como advérbio: invariável.
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado Estou meio (um pouco) insegura.
- Concordam com o substantivo a que se referem. - Como numeral: segue a regra geral.
As cartas estão anexas. Comi meia (metade) laranja pela manhã.
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(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
também existem umas que não merecem nossa atenção. O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos-
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural,
está em:
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla-
peregrinação. neta)
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu- (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O
ral caso o segmento grifado seja substituído por: consumo mundial de barris de petróleo)
(A) Há folheteiros que (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
(B) A maior parte dos folheteiros no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(C) O folheteiro e sua família (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es-
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
(D) O grosso dos folheteiros
climáticas)
(E) Cada um dos folheteiros
10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
nale a alternativa em que a concordância das formas ver-
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas bais destacadas está de acordo com a norma-padrão da
em: língua.
(A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel (A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higie-
sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir nização subterrânea.
dessas criações poéticas tão originais. (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os
(B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status trabalhadores da área de limpeza.
atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos
nas melhores universidades do país. riscos de se contrair alguma doença.
(C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era
a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles sete da manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer. (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente,
(D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e começou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção
a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser de seus funcionários.
resultado do puro e simples desconhecimento.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble- GABARITO
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
representatividade. 01. A 02. A 03. A 04. E 05. A
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C
08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – RESOLUÇÃO
FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con-
cordância verbal e nominal em: 1-) Fiz os acertos entre parênteses:
a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica- lores que determinam as escolhas dos governantes, para
das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
de hoje.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
b) A importância de intelectuais como Edward Said e
valores e princípios que regem a prática política.
Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
escreveram. tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so- crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
menos de terem alguma trégua. (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
que admiradores. 2-)
e) No final do século XX já não se via muitos intelec- A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa
tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimo-
notícia pelos livros que publicavam como pelas posições ramento intelectual, estão na capacidade de criação do au-
que corajosamente assumiam. tor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta
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PORTUGUÊS
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PORTUGUÊS
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
no custo da matéria-prima... Constantes aumentos) = “re- de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém,
flete” passaria para “refletem-se” não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es- diferentes formas em frases distintas.
forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
climáticas) = “pressiona” permaneceria no singular Verbos Intransitivos
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PORTUGUÊS
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guístico muito importante, pois além de permitir a correta A torcida chamou o jogador mercenário.
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades A torcida chamou ao jogador mercenário.
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, A torcida chamou o jogador de mercenário.
estão: A torcida chamou ao jogador de mercenário.
AGRADAR CUSTAR
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
nhos, acariciar. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada Frutas e verduras não deveriam custar muito.
quando o revê. - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / ou transitivo indireto.
Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo. Muito custa viver tão longe da família.
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjeti-
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar va
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento Intransitivo Reduzida de Infinitivo
introduzido pela preposição “a”. Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela
O cantor não agradou aos presentes. atitude.
O cantor não lhes agradou. Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjeti-
va
ASPIRAR Indireto Reduzida de Infinitivo
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi-
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Obs.: a Gramática Normativa condena as construções
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado
como ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida.
por pessoa. Observe:
(Aspirávamos a elas)
Custei para entender o problema.
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é
Forma correta: Custou-me entender o problema.
pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais áto-
nas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela
IMPLICAR
(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
Aspiravam a ela)
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
implicavam um firme propósito.
ASSISTIR
b) Ter como consequência, trazer como consequência,
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
tar assistência a, auxiliar. Por exemplo: acarretar, provocar: Liberdade de escolha implica amadure-
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. cimento político de um povo.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. - Como transitivo direto e indireto, significa compro-
meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- econômicas.
ciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário. Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transi-
Não assisti às últimas sessões. tivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
Essa lei assiste ao inquilino. quem não trabalhasse arduamente.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de PROCEDER
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
conturbada cidade. cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se,
agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado
CHAMAR de adjunto adverbial de modo.
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, so- As afirmações da testemunha procediam, não havia
licitar a atenção ou a presença de. como refutá-las.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá cha- Você procede muito mal.
má-la. - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. sição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apre- O avião procede de Maceió.
sentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo Procedeu-se aos exames.
preposicionado ou não. O delegado procederá ao inquérito.
85
PORTUGUÊS
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.
Quero muito aos meus amigos.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
VISAR
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.
ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma
coisa).
SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.
NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.
OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
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PORTUGUÊS
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
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PORTUGUÊS
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). (A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em responsabilidade pelo problema.
partes desiguais... (B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que se perdido.
o grifado acima está empregado em: (C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a de um índio na porta do prédio.
extremos de sutileza. (D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado perdido de sua família.
nos troncos mais robustos.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
à garotinha.
rientam, não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho
na serra de Tunuí... 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
gentio, mestre e colaborador... lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
o da frase acima se encontra em: mídia pode exercer sobre os jovens.
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do A) dos … na
verbo latino dirigere... B) nos … entre a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das C) aos … para a
sociedades... D) sobre os … pela
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado E) pelos … sob a
pela justiça.
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira- 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
ções da justiça... Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sen-
da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
timento de justiça.
cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa dez mil tomadas.
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
nominal e à pontuação. um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida- C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço criar logotipos e negociar.
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, D) O taxista levou o autor a indagar no número de to-
do que em outros. madas do edifício.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapida- E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor repa-
mente seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço rasse a um prédio na marginal.
seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!,
do que em outros. 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As-
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra- sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um língua e sem alteração de sentido.
exemplo, do que em outros. Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
direitos dos trabalhadores domésticos.
mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
A) da
seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
B) na
– do que em outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamen- C) pela
te, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço D) sob a
seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) E) sobre a
do que em outros.
GABARITO
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina-
le a alternativa correta quanto à regência dos termos em 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
destaque. 06. A 07. C 08. A 09. C
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PORTUGUÊS
RESOLUÇÃO 6-)
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das ou- se perdido.
tras ciências ... (C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de
Facilitar – verbo transitivo direto um índio na porta do prédio.
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de liga- (D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdi-
ção do de sua família.
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo (E) A família toda se organizou para realizar a procura
de ligação pela garotinha.
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo tran-
sitivo direto e indireto 7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = já assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
verbo transitivo indireto corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito A pesquisa faz um alerta para a influência negativa
nos filhos do sueco.
que a mídia pode exercer sobre os jovens.
Pedir = verbo transitivo direto e indireto
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = tran-
8-)
sitivo direto
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de ha-
ligação ver um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia... C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em
=verbo intransitivo criar logotipos e negociar.
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevi- D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de
mento. =transitivo direto tomadas do edifício.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor repa-
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada rasse em um prédio na marginal.
em partes desiguais...
Constar = verbo intransitivo 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado direitos dos trabalhadores domésticos.
nos troncos mais robustos. =ligação
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
rientam, não raro, quem... =transitivo direto
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho 6) TEORIA DA LINGUAGEM:
na serra de Tunuí... = transitivo direto HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA;
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o LINGUAGEM, LÍNGUA, DISCURSO E ESTILO;
gentio, mestre e colaborador...=transitivo direto
NÍVEIS DE LINGUAGEM E FUNÇÕES DA
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... LINGUAGEM.
Lidar = transitivo indireto
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das
sociedades... =transitivo direto Como instrução geral, podemos dizer que uma hipóte-
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado se interpretativa é aceitável sempre que o texto apresenta
pela justiça. =ligação
pista ou pistas que a confirmam e sustentam. O texto abai-
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspira-
xo é bastante apropriado.
ções da justiça... =transitivo direto e indireto
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sen-
timento de justiça. =transitivo direto “Aquela senhora tem um piano.
Que é agradável, mas não é o correr dos rios.
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pon- Nem o murmúrio que as árvores fazem...
tuação também. Assinalei apenas os desvios quanto à re- Por que é preciso ter um piano?
gência (pontuação encontra-se em tópico específico) O melhor é ter ouvidos
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam, E amar a Natureza.”
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pon-
tuação) Que simboliza o piano no poema?
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto Dentro do contexto que se insere o piano, representa
à pontuação) um bem cultural, o que se percebe pela oposição que o
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapi- texto estabelece entre o som do piano (bem cultural) e o
damente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o correr dos rios e o murmúrio das árvores (bens naturais). O
avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um poema descarta a necessidade do piano, dando preferên-
exemplo) do que em outros. cia à fruição dos sons da Natureza.
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debaixo das... debaixo disso aqui, ora!”, disse, colocando a Esse trecho do livro “Viagens de Gulliver” narra um pro-
mão no tronco da árvore. “Como é que essa coisa se chama? jeto dos sábios de Balnibarbi: substituir as palavras – que,
É bem capaz de não ter nome nenhum... ora, com certeza no seu entender, têm o inconveniente de variar de língua
não tem mesmo!” para língua – pelas coisas. Quando alguém quisesse falar
Ficou calada durante um minuto, pensando. Então, de de uma cadeira, mostraria uma cadeira, quem desejasse
repente, exclamou: - Ah, então isso terminou acontecendo! E discorrer sobre uma bolsa, mostraria uma bolsa, etc. Trata-
agora quem sou eu? Eu quero me lembrar, se puder. se de uma ironia de Swift às concepções vulgares de que
a compreensão da realidade independe da língua que a
Lewis Carroll. Aventuras de Alice. nomeia, como se as palavras fossem etiquetas aplicadas
Trad. Sebastião Uchôa Leite. a coisas classificadas independentemente da linguagem,
3ª ed. São Paulo, Summus, p 165-166 quando, na verdade, a língua é uma forma de categorizar o
mundo, de interpretá-lo.
Esse texto, reproduzido do livro “Através do espelho e o O que inviabiliza o sistema imaginado pelos sábios de
que Alice encontrou lá”, mostra que a protagonista, ao en- Balnibarbi não é apenas o excesso de peso das coisas que
trar no bosque em que as coisas não têm nome, é incapaz cada falante precisaria carregar: é o fato de que as coisas
de apreender a realidade em torno dela, de saber o que as não podem substituir as palavras, porque a língua é bem
coisas são. Isso significa que as coisas do mundo exterior mais que um sistema de demonstração de objetos ou mera
só têm existência para os homens quando são nomeadas. cópia do mundo natural. As coisas não designam tudo que
uma língua pode expressar.
A linguagem é uma forma de apreender a realidade: só
Mostrar um objeto, por exemplo, não indica sua inclu-
percebemos aquilo a que a língua dá nome.
são numa dada classe. No léxico de uma língua, agrupamos
Roberto Pompeu de Toledo, articulista da Veja, comen-
os nomes em classes. Maçã, pera, banana e laranja perten-
ta essa questão na edição de 26 de junho de 2002 (p. 130),
cem à classe das frutas. Ao mostrar uma fruta qualquer,
ao falar da expressão “risco país”, usada para traduzir o
não consigo exprimir a ideia da classe fruta; não posso,
grau de confiabilidade de um país entre credores ou inves-
então, expressar ideias mais gerais. Não produzimos pala-
tidores internacionais:
vras somente para designar as coisas, mas para estabelecer
relações entre elas e para comentá-las. Mostrar um objeto
(...) As coisas não são coisas enquanto não são nomea- não exprime as categorias de quantidade, de gênero (mas-
das. O que não se expressa não se conhece. Vive na inocência culino e feminino), de número (singular e plural); não per-
do limbo, no sono profundo da inexistência. Uma vez iden- mite indicar sua localização no espaço (aqui/aí/lá), etc. A
tificado, batizado e devidamente etiquetado, o “risco país” língua não é um sistema de demonstração de objetos, pois
passou a existir. E lá é possível viver num país em risco? Lá é permite falar do que está presente e do que está ausente,
possível dormir em paz num país submetido à medição do do que existe e do que não existe; permite até criar novas
perigo que oferece com a mesma assiduidade com que a um realidades, mundos não existentes.
paciente se tira a pressão? É como viajar num navio onde se A linguagem é uma atividade simbólica, o que significa
apregoasse, num escandaloso placar luminoso, sujeito a tan- que as palavras criam conceitos, e eles ordenam a realida-
tas oscilações como as das ondas do mar, o “risco naufrágio”. de, categorizam o mundo. Por exemplo, criamos o conceito
- A linguagem é uma forma de interpretar a realidade. de pôr-do-sol. Sabemos que, do ponto de vista científico,
o Sol não “se põe”, uma vez que é a Terra que gira em
O segundo projeto era representado por um plano de torno dele. Contudo esse conceito, criado pela linguagem,
abolir completamente todas as palavras, fossem elas quais determina uma realidade que nos encanta a todos. Outro
fossem (...). Em vista disso, propôs-se que, sendo as palavras exemplo: apagar uma coisa escrita no computador é uma
apenas nomes para as coisas, seria mais conveniente que to- atividade diferente de apagar o que foi escrito a lápis, a
dos os homens trouxessem consigo as coisas de que precisas- caneta ou mesmo a máquina. Por isso, surgiu uma nova
sem falar ao discorrer sobre determinado assunto (...). ...mui- palavra para denominar essa nova realidade, deletar.
tos eruditos e sábios aderiram ao novo plano de se expressa- No entanto, se essa palavra não existisse, não perce-
rem por meio de coisas, cujo único inconveniente residia em beríamos a atividade de apagar no computador como uma
que, se um homem tivesse que falar sobre longos assuntos e ação diferente de apagar o que foi escrito a lápis. Uma
de vária espécie, ver-se-ia obrigado, em proporção, a carre- nova realidade, uma nova invenção, uma nova ideia exigem
gar nas costas um grande fardo de coisas, a menos de poder novas palavras, e estas é que lhes conferem existência para
pagar um ou dois criados robustos para acompanhá-lo (...). toda a comunidade de falantes.
Outra grande vantagem oferecida pela invenção con- As palavras formam um sistema independente das
siste em que ela serviria de língua universal, compreendida coisas nomeadas por elas, tanto é que cada língua pode
em todas as nações civilizadas, cujos utensílios e objetos são ordenar o mundo de maneira diversa, exprimir diferentes
geralmente da mesma espécie, ou tão parecidos que o seu modos de ver a realidade. O inglês, por exemplo, para ex-
emprego pode ser facilmente percebido. pressar o que denominamos carneiro, tem duas palavras:
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver. sheep, que designa o animal, e mutton, que significa a car-
Rio de Janeiro/São Paulo, Ediouro/Publifolha, p. ne do carneiro preparada e servida à mesa. Em português,
194-195. dizemos as duas coisas numa palavra só: Este carneiro tem
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PORTUGUÊS
muita lã e Este carneiro está apimentado, ou seja, não apli- A função informativa da linguagem tem importância
camos a distinção que os falantes da língua inglesa têm central na vida das pessoas, consideradas individualmente
incorporada à sua visão de mundo. Isso mostra que a lin- ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
guagem é uma maneira de interpretar o universo natural nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
e segmentá-lo em categorias, segundo as particularidades de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de cada cultura. Por essa razão, a linguagem modela nossa meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
maneira de perceber e de ordenar a realidade. É a função informativa que permite a realização do
A linguagem expressa também as diferentes maneiras trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
de interpretar uma ocorrência. Querendo desculpar-se, o possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
filho diz para a mãe: O jarro de porcelana caiu e quebrou. A A função informativa costuma ser chamada também de
mãe replica: Você derrubou o jarro e, por isso, ele quebrou. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Observe-se que, na primeira formulação, não existe um que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
responsável pela queda e pela quebra do objeto. É como se coisas ou os eventos a que fazem referência.
isso se devesse ao acaso. Na segunda formulação, atribui-
se a responsabilidade pelo acontecimento a um agente.
- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado:
Função Conativa.
- A linguagem é uma forma de ação.
Existem certas fórmulas linguísticas que servem para “Vem pra Caixa você também.”
agir no mundo. Quando um padre diz aos noivos “Eu vos
declaro marido e mulher”, quando alguém diz “Prometo Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a
estar aqui amanhã”, quando um leiloeiro proclama “Arre- aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica
matado por mil reais”, quando o presidente de alguma câ- Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a
mara municipal afirma “Declaro aberta a sessão”, eles não adotar esse comportamento, formulou-se um convite com
estão constatando alguma coisa do mundo, mas realizando uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a
uma ação. O ato de abrir uma sessão realiza-se quando forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de
seu presidente a declara aberta; o ato da promessa realiza- venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta
se quando se diz “Prometo”. Em casos como esses, o dizer quando se usa você.
se confunde com a própria ação e serve para demonstrar Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de-
que a linguagem não é algo sem consequência, porque ela terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen-
também é ação. tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode-
Funções da Linguagem se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos,
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiterada-
Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua- mente a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso
gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni- aprende a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos
car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, apren-
transmitir informações. É também exprimir emoções, dar demos os preconceitos contra a mulher.
ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve Não se interfere no comportamento das pessoas ape-
a linguagem? nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e
- A linguagem serve para informar: Função Referencial. seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se
“Estados Unidos invadem o Iraque”
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres-
Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
sas pela linguagem também servem para fazer fazer.
bre um acontecimento do mundo.
Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci-
memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes- dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo,
soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so- quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem,
mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem
alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe questionar.
de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os. Emprega-se a expressão função conativa da linguagem
Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender quando esta é usada para interferir no comportamento das
ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma su-
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren- gestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo la-
demos desde as mais banais informações do dia a dia até tino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo).
as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas - A linguagem serve para expressar a subjetividade:
filosóficos mais avançados. Função Emotiva.
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PORTUGUÊS
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver- te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado logo interativo):
Virgílio Guimarães: - locutor - quem fala (e responde);
- locutário - quem ouve e responde;
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu - interlocução - diálogo
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais,
uma dor de consciência e bata em retirada.” faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria.
(Folha de S. Paulo) As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação
Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria- Lembramo-nos:
mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
para informar, para influenciar, para manter os laços so- - Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no
ciais, etc. No segundo, para produzir um efeito prazero- “eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a
so de descoberta de sentidos. Em função estética, o mais esta função está, por norma, a poesia lírica.
importante é como se diz, pois o sentido também é cria- - Função apelativa (imperativa): com este tipo de men-
do pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição das sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este
palavras, etc. assuma determinado comportamento; há frequente uso
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é
de Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, frequentemente usada por oradores e agentes de publici-
/t/, /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos: dade.
- Função metalinguística: função usada quando a lín-
E o bosque estala, move-se, estremece... gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na
Da cavalgada o estrépito que aumenta análise de um texto, investigamos os seus aspectos morfo-
Perde-se após no centro da montanha... sintáticos e/ou semânticos).
- Função informativa (ou referencial): função usada
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed. quando o emissor informa objetivamente o receptor de
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi- uma realidade, ou acontecimento.
cos. - Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
Observe-se que a maior concentração de sons oclu- textos publicitários (centra-se no canal de comunicação).
sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o - Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa-
barulho dos cavalos aumenta. gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
Quando se usam recursos da própria língua para acres- mos agradáveis, etc.
centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se Também podemos pensar que as primeiras falas cons-
que estamos usando a linguagem em sua função poética. cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei-
Para melhor compreensão das funções de linguagem, ções”. As primeiras ferramentas da fala humana.
torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
cação. A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de- que mais profundamente distingue o homem dos outros
senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta animais.
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto Podemos considerar que o desenvolvimento desta
outro escuta em silêncio, etc). Exemplo: função cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e
a libertação da mão, que permitiram o aumento do volume
Elementos da comunicação do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores
- Emissor - emite, codifica a mensagem; e da mímica facial
- Receptor - recebe, decodifica a mensagem; Devido a estas capacidades, para além da linguagem
- Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de
- Código - conjunto de signos usado na transmissão e animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur-
recepção da mensagem; dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni-
- Referente - contexto relacionado a emissor e recep- cação entre surdos, mas também para utilizar em situações
tor; especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
- Canal - meio pelo qual circula a mensagem. animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas
que se podem observar entre si.
Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu- Potencialidades da Linguagem
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi- Depois de analisar as funções da linguagem, conclui-
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PORTUGUÊS
se que ela é onipresente na vida de todos nós. Cerca-nos - Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que
desde o despertar da consciência, ainda no berço, segue- a Igreja ajude.
nos durante toda a vida e acompanha-nos até a hora da - Terça-feira à noite: sopão dos pobres, depois oração e
morte. Sem a linguagem, não se pode estruturar o mundo medicação.
do trabalho, pois é ela que permite a troca de informa- - (...) lembre-se de todos que estão tristes e cansados de
ções e de experiências e a cooperação entre os homens. nossa igreja e de nossa comunidade.
Sem ela, o homem não pode conhecer-se nem conhecer - Para aqueles que têm filhos e não sabem, nós temos
o mundo. Sem ela, não se exerce a cidadania, porque os uma creche no segundo andar.
eleitores não podem influenciar o governo. Sem ela não se - Quinta-feira às 5h haverá reunião do Clube das Jovens
pode aprender, expressar os sentimentos, imaginar outras Mamães. Todos aqueles que quiserem se tornar uma Jovem
realidades, construir as utopias e os sonhos. No entanto, a Mamãe, devem contatar padre Cavalcante em seu escritório.
linguagem parece-nos uma coisa natural. Não prestamos (...)
muita atenção a ela. Nem sempre dedicamos muito tempo (Jornal da USP, 9, p. 15)
ao seu estudo. Conhecer bem a língua materna e línguas
estrangeiras é uma necessidade. Humor à parte, esses exemplos comprovam que apren-
Que é saber bem uma língua? Evidentemente, não é der não só a norma culta da língua, mas também os meca-
saber descrevê-la. A descrição gramatical de uma língua nismos de estruturação do texto.
é um meio de adquirir sobre ela um domínio crescente.
Saber bem uma língua é saber usá-la bem. No entanto, o A palavra texto é bastante usada na escola e também
emprego de palavras raras e a correção gramatical não são em outras instituições sociais que trabalham com a lingua-
sinônimos do uso adequado da língua. Falar bem é atingir gem. É comum ouvirmos expressões como “O texto cons-
os propósitos de comunicação. Para isso, é preciso usar um titucional desceu a detalhes que deveriam estar em leis or-
nível de língua adequado, é necessário construir textos sem dinárias”; “Seu texto ficou muito bom”; “O texto da prova de
ambiguidades, coerentes, sem repetições que não acres- Português era muito longo e complexo”; “Os atores de nove-
centam nada ao sentido. las devem decorar textos enormes todos os dias”. Apesar de
O texto que segue foi dito por um locutor esportivo: corrente, porém, o termo não é de fácil definição: quando
perguntamos qual é o seu significado, percebemos que a
“Adentra o tapete verde o facultativo esmeraldino a fim maioria das pessoas é incapaz de responder com precisão
de pensar a contusão do filho do Divino Mestre, mola pro- e clareza.
pulsora do eleven periquito.” Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por
(Álvaro da Costa e Silva. In: Bundas, p.33.) dois brancos e produzido por um sujeito num dado tempo
e num determinado espaço.
O que o locutor quis dizer foi: Entra em campo o mé- O texto é um todo organizado de sentido, isso quer
dico do Palmeiras a fim de cuidar da contusão de Ademir dizer que ele não é um amontoado de frases simplesmente
da Guia (filho de Domingos da Guia), jogador de meio de colocadas umas depois das outras, mas um conjunto de
campo do time do Parque Antártica. Certamente, aquele frases costuradas entre si. Por isso o sentido de cada parte
texto não seria entendido pela maioria dos ouvintes. Por- depende da sua relação com as outras partes, isto é, o sen-
tanto não é um bom texto, porque não usa um nível de tido de uma palavra ou de uma frase depende das outras
língua adequado à situação de comunicação. Outros exem- palavras ou frases com que mantêm relação. Em síntese, o
plos: sentido depende do contexto, entendido como a unidade
maior que compreende uma unidade menor, a oração é
“As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas contexto da palavra, o período é contexto da oração e as-
fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de sim sucessivamente. O contexto pode ser explícito (quando
dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que é exposto em palavras) ou implícito (quando é percebido
as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas por- na situação em que o texto é produzido). Observe os três
nográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda pequenos textos abaixo:
os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a
companhia ou autorização dos pais.” - Todos os dias ele fazia sua fezinha. Na noite de segun-
(Jornal Folha do Sudoeste) da-feira sonhou com um deserto e jogou seco no camelo.
- Nos desertos da Arábia, o camelo é ainda o principal
Certamente a portaria não deveria obrigar os pais a meio de transporte dos beduínos.
acompanhar os filhos aos motéis nem a dar-lhes uma au- - O camelo aqui carrega a família inteira nas costas,
torização por escrito para ser exibida na entrada desse tipo porque lá ninguém trabalha.
de estabelecimento.
O jornal da USP publicou uma série de textos encon- Em cada uma dessas frases a palavra camelo tem um
trados em comunicados de paróquias e templos. Todos são sentido diferente. Na primeira, significa “o oitavo grupo do
mal escritos, embora neles não se encontrem erros de or- jogo no bicho, que corresponde ao número 8 e inclui as de-
tografia, concordância, etc.: zenas 29, 30, 31 e 32”; na segunda, “animal originário das
regiões desérticas, de grande porte, quadrúpede, de cor ama-
95
PORTUGUÊS
relada, de pescoço longo e com duas saliências no dorso”; na Apud: Manuel Bandeira.
terceira, “pessoa que trabalha muito”. O que determina essa Gonçalves Dias: Poesia. 7ª ed. Rio de Janeiro
diferença de sentido da palavra é exatamente o contexto, o Agir, 1976, p. 18. Coleção Nossos Clássicos.
todo em que ela está inserida. No texto, portanto, o sentido
de cada parte não é independente, tudo são relações. Aliás, Essa hipótese de leitura, se não é absurda quando iso-
a palavra texto significa “tecido”, que não é um amontoado lamos os versos em questão, não encontra amparo quando
de fios, mas uma trama arranjada de maneira organizada. os confrontamos com o restante do texto. Murilo Mendes
O sentido não é solitário, é solidário. Vejamos outros dois mostra, na verdade, que as características da brasilidade
períodos: não têm valor positivo, não concorrem para a exaltação da
pátria: o poeta denuncia que a cultura brasileira é postiça,
- Marcelinho é um bom atacante, mas é desagregador. é uma miscelânea de elementos advindos de vários países.
- Marcelinho é desagregador, mas é um bom atacante. Ele mostra que os “poetas são pretos que vivem em torres
de ametista”, alienados num mundo idealizado, evitando as
Esses períodos relacionam diferentemente as orações. mazelas do mundo real, sem se preocupar com os negros,
No primeiro, a oração é “desagregador” é introduzida por que vivem, em geral, em condições muito precárias (trata-
“mas”, enquanto no segundo é a oração “é um bom ata- se de uma referência irônica ao Simbolismo e, principal-
cante” que é iniciada por essa conjunção. O sentido é com- mente, a Cruz e Sousa); que “os sargentos do exército são
pletamente diferente, pois o “mas” introduz o argumen- monistas, cubistas”, ou seja, em vez da preocupação com
to mais forte e, por conseguinte, determina a orientação seu ofício de garantir a segurança do território nacional,
argumentativa da frase. Isso significa que, quando afirmo, têm pretensões de incursionar por teorias filosóficas e es-
“não quero o jogador no meu time”; quando digo, “acredito téticas; que “os filósofos são polacos vendendo a prestações”,
que todos os seus defeitos devem ser desculpados”. são prostituídos (polaca é termo designativo de prostituta)
Observe agora o poema “Canção do Exílio” de Murilo pela venalidade barata; que “os oradores” se identificam
Mendes: com “os pernilongos” em sua oratória repetitiva; que o ro-
mantismo gonçalvino estava certo ao afirmar que a natu-
Minha terra tem macieiras da Califórnia reza brasileira é pródiga, só que essa prodigalidade não é
onde cantam gaturamos de Veneza. acessível à maioria da população. A exclamação do final é,
Os poetas da minha terra ao mesmo tempo, a manifestação do desejo de ter contato
são pretos que vivem em torres de ametista, com coisas genuinamente brasileiras e um lamento, pois o
os sargentos de exército são monistas, cubistas, poeta sabe que não se tornará realidade.
os filósofos são polacos vendendo a prestações. O texto de Murilo faz referência ao de Gonçalves Dias,
A gente não pode dormir mas, diferentemente do poema gonçalvino, não celebra
com os oradores e os pernilongos. ufanisticamente a pátria. Ao contrário, ironiza-a, lamenta a
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda. invasão estrangeira. O exílio é a própria terra, desnaturada
Eu morro sufocado a ponto de parecer estrangeira.
em terra estrangeira. Desse modo, os dois primeiros versos não podem ser
Nossas flores são mais bonitas interpretados como um elogio ao caráter cosmopolita da
nossas frutas mais gostosas cultura brasileira. Ao contrário, devem ser lidos como uma
mas custam cem mil réis a dúzia. crítica ao caráter postiço da nossa cultura. Isso porque só
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade a segunda interpretação se encaixa coerentemente dentro
e ouvir um sabiá com certidão de idade! do contexto.
Por exemplo, comprova-se que o significado das fra-
Poesias (1925-1953). Rio de Janeiro, ses não é autônomo. Num texto, o significado das partes
José Olympio, 1959, p. 5. depende do todo. Por isso, cada frase tem um significado
Tomando apenas os dois primeiros versos, pode-se distinto, dependendo do contexto em que está inserida.
pensar que esse poema seja uma apologia do caráter uni- Que é que faz perceber que um conjunto de frases
versalista e cosmopolita da brasilidade: macieiras e gatu- compõe um texto? O primeiro fator é a coerência, ou seja,
ramos representam a natureza vegetal e animal, respec- a compatibilidade de sentido entre elas, de modo que não
tivamente; Califórnia e Veneza são a imagem do espaço haja nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo. Ou-
estrangeiro, e minha terra, a do solo pátrio. No Brasil, até a tro fator é a ligação das frases por certos elementos que
natureza acolhe o que é estrangeiro. recuperam passagens já ditas ou garantem a concatena-
Pode-se ainda acrescentar, em apoio a essa tese, que ção entre as partes. Assim, em “Não chove há vários meses.
esses versos são calcados nos dois primeiros do poema Os pastos não poderiam, pois, estar verdes”, a palavra “pois”
homônimo de Gonçalves Dias, que é uma glorificação da estabelece uma relação de decorrência lógica entre uma e
terra pátria: outra frase. O segundo fator, entretanto, é menos impor-
tante que o primeiro, pois mesmo sem esses elementos
Minha terra tem palmeiras, de conexão, um conjunto de frases pode ser coerente e,
Onde canta o Sabiá; portanto, um todo organizado de sentido.
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PORTUGUÊS
Linguagem é a capacidade que possuímos de expres- Outro, no entanto, pode optar por:
sar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos.
Está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há co- A família de Regina era muito pobre.
municação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos
de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, As diferenças e semelhanças constatadas devem-se
tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais às diversas manifestações da fala de cada um. Note, além
convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por disso, que essas manifestações devem obedecer às regras
exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem pode gerais da língua portuguesa, para não correrem o risco de
ser classificada como qualquer sistema de sinais que se va- produzir enunciados incompreensíveis como:
lem os indivíduos para comunicar-se.
A linguagem pode ser: Família a paupérrima de era Regina.
- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comu- Não devemos confundir língua com escrita, pois são
nicar algo. dois meios de comunicação distintos. A escrita represen-
ta um estágio posterior de uma língua. A língua falada
é mais espontânea, abrange a comunicação linguística em
toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom
de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisiono-
mias. A língua escrita não é apenas a representação da lín-
gua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido,
uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas
As figuras acima nos comunicam sua mensagem atra- e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos
vés da linguagem verbal (usa palavras para transmitir a in- falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da
formação). língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de - Fatores Regionais: é possível notar a diferença do
comunicação, que não são as palavras. Dentre elas estão a português falado por um habitante da região nordeste e
linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a lingua- outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma
gem corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc. região, também há variações no uso da língua. No estado
do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a
língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aque-
la utilizada por um cidadão do interior do estado.
- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a for-
mação cultural de um indivíduo também são fatores que
colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa
escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da
pessoa que não teve acesso à escola.
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para co- - Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de
municar o que representam. acordo com a situação em que nos encontramos: quando
conversamos com nossos amigos, não usamos os termos
A Língua é um instrumento de comunicação, sendo que usaríamos se estivéssemos discursando em uma sole-
composta por regras gramaticais que possibilitam que de- nidade de formatura.
terminado grupo de falantes consiga produzir enunciados - Fatores Profissionais: o exercício de algumas ativi-
que lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Por dades requer o domínio de certas formas de língua cha-
exemplo: falantes da língua portuguesa. madas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos,
A língua possui um caráter social: pertence a todo um essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio
conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de
membro da comunidade pode optar por esta ou aquela direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e ou-
forma de expressão. Por outro lado, não é possível criar tros especialistas.
uma língua particular e exigir que outros falantes a com- - Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes
preendam. Dessa forma, cada indivíduo pode usar de ma- sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo.
neira particular a língua comunitária, originando a fala. A Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que
fala está sempre condicionada pelas regras socialmente um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem
estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para adulta.
permitir um exercício criativo da comunicação. Um indiví- Fala
duo pode pronunciar um enunciado da seguinte maneira:
É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato
97
PORTUGUÊS
individual, pois cada indivíduo, para a manifestação da fala, Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade
pode escolher os elementos da língua que lhe convém, e ao desenvolvimento da liberdade de expressão e com-
conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a preensão.
situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente socio-
cultural em que vive, etc. Desse modo, dentro da unidade Estudo do Significado
da língua, há uma grande diversificação nos mais variados
níveis da fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, O papel essencial da linguagem, em quaisquer das suas
conhece também o que os outros falam; é por isso que formas, é a produção de significado: ao se relacionar com
somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados as coisas, o homem faz uso de sinais que as representam.
graus de cultura, embora nem sempre a linguagem delas A linguagem pode ser usada pelo homem para múlti-
seja exatamente como a nossa. plas finalidades: para ajudá-lo a compreender a si mesmo,
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar o mundo físico e as pessoas que o rodeiam, para influenciar
alguns níveis: o outro e até para trapacear, fingindo uma intenção para
esconder outra. A linguagem pode também manifestar-se
- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das sob grande variedade de formas:
pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em situa- - Sons produzidos pela voz (linguagem verbal)
ções informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao - Cores, formas e volumes (linguagem visual)
utilizá-lo, não nos preocupamos em saber se falamos de - Movimentos do corpo (linguagem corporal, dança)
acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela - Sons produzidos por instrumentos (linguagem mu-
língua. sical)
- Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente - Imagens em movimento (cinema), etc.
utilizado pelas pessoas em situações formais. Caracteriza-
se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obe- Para resumir, costumamos distinguir duas grandes di-
diência às regras gramaticais estabelecidas pela língua. visões para definir as formas de linguagem:
- Linguagem Verbal: mais especificamente constituída
Signo pela língua, seja ela oral, seja escrita.
- Linguagens não-verbais: constituídas por todas as
É um elemento representativo que apresenta dois as- outras modalidades diferentes da língua: pintura, escultura,
pectos: o significado e o significante. Ao escutar a palavra música, dança, cinema, etc.
“cachorro”, reconhecemos a sequência de sons que formam
essa palavra. Esses sons se identificam com a lembrança Hoje em dia, graças sobretudo à facilidade de reprodu-
deles que está em nossa memória. Essa lembrança constitui ção de sons, cores, movimentos e imagens, é muito comum
uma real imagem sonora, armazenada em nosso cérebro a exploração conjunta de várias formas de linguagem: a
que é o significante do signo “cachorro”. Quando escuta- linguagem do cinema e da televisão é uma demonstração
mos essa palavra, logo pensamos em um animal irracional eloquente da exploração conjunta de sons musicais e da
de quatro patas, com pelos, olhos, orelhas, etc. Esse concei- voz humana, de cores, de imagens em movimento.
to que nos vem à mente é o significado do signo “cachorro” Qualquer que seja a forma de manifestação, toda lin-
e também se encontra armazenado em nossa memória. guagem tem um ponto em comum: nenhuma opera com a
Ao empregar os signos que formam a nossa língua, realidade tal que ela é, mas com representações da realida-
devemos obedecer às regras gramaticais convencionadas de. Dizendo de outra maneira, toda linguagem é constituí-
pela própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível da de signos. E o que são signos?
colocar o artigo indefinido “um” diante do signo “cachor- São qualquer forma material (sons, linhas, cores, vo-
ro”, formando a sequência “um cachorro”, o mesmo não lumes, imagens em movimento) que representam alguma
seria possível se quiséssemos colocar o artigo “uma” diante coisa diferente dela mesma. Em outras palavras, todo sig-
do signo “cachorro”. A sequência “uma cachorro” contraria no é constituído de algo material, perceptível pelos órgãos
uma regra de concordância da língua portuguesa, o que dos sentidos (ouvido, olho) e de algo imaterial, uma repre-
faz com que essa sentença seja rejeitada. Os signos que sentação mental, inteligível. A dimensão material do signo
constituem a língua obedecem a padrões determinados costuma ser designada por dois nomes: plano de expres-
de organização. O conhecimento de uma língua engloba são ou significante.
tanto a identificação de seus signos, como também o uso A dimensão imaterial e inteligível é chamada por dois
adequado de suas regras combinatórias. nomes: plano de conteúdo ou significado. Por uma ques-
tão de simplificação, usaremos a seguinte nomenclatura:
Signo: elemento representativo que possui duas par-
tes indissolúveis: significado e significante. Significado (é Signo: qualquer tipo de sinal material usado para re-
o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata presentar algo, isto é, tornar presente alguma coisa ausen-
do signo) + Significante (é a imagem sonora, a forma, a te.
parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas).
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que Uma árvore plantada no bosque não é um signo, por-
obedecem às regras gramaticais. que não passa de uma árvore, não representa nada além
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PORTUGUÊS
de si mesma. Prova disso é que não podemos trazer para truímos um universo paralelo ao universo real. Se levarmos
este livro a árvore real, apenas uma representação dela, em conta que as relações entre os homens são determina-
formada de cores e formas sobre uma superfície de papel. das mais pelas representações que fazemos das coisas do
Que o signo não passa de representação da realidade é que pelas coisas em si, vamos compreender que interpretar
um tema que tem sido objeto de debate entre os homens. e produzir significados é a competência de maior impor-
O célebre pintor surrealista belga René Magritte (1898- tância para quem deseja dominar os segredos da lingua-
1967), pintou um cachimbo com requintes de pormenores, gem.
dando a máxima impressão de realismo. Relacionando o aprendizado do português com esses
Surpreendentemente, num jogo de ironia, escreveu dados preliminares, podemos encadear os seguintes racio-
abaixo da pintura a frase Ceci n’est pás une pipe (“Isto não cínios:
é um cachimbo”). - A principal função de qualquer forma de linguagem é
Aos que o contestavam, achando absurda a ideia de a construção de significados para atingir certos resultados
negar que aquilo fosse um cachimbo, conta-se que ele de- planejados pelo construtor.
safiava: - O português é uma forma de linguagem.
- Portanto a competência mais importante para os fa-
__ Então acenda-o e comece a fumá-lo. lantes da língua portuguesa é saber construir significados e
decifrar os significados produzidos por meio dela.
Após essas considerações, vamos fazer duas observa- Esse é um dado de extrema importância tanto para
ções de ordem terminológica: quem ensina quanto para quem aprende não só o por-
- a representação do cachimbo é um signo do cachim- tuguês como qualquer outra língua com o propósito de
bo, não o objeto cachimbo; usá-la para o mundo do trabalho, para o exercício da cida-
- ao objeto chamamos de referente, ou a coisa real. dania e para a aquisição de novos conhecimentos.
Para quem aprende uma língua com esse tipo de in-
Podemos, então, após esses dados, montar um esque- teresse, o que mais importa é adquirir a capacidade de
ma daquilo que os estudiosos chamam de signo: compreender, com a máxima proficiência, os significados
direcionados para atingir os resultados programados.
Signo: é qualquer objeto, forma ou fenômeno material Resumindo tudo, para quem estuda uma língua do
que representa a ideia de algo diferente dele mesmo. ponto de vista de quem vai conviver e trabalhar com ela, o
que mais importa é a capacidade de produzir e compreen-
Assim sendo, o signo apresenta três dimensões: der significados.
Todos os demais tipos de aprendizado linguístico es-
- Significante (ou plano de expressão): é a parte ma- tão subordinados a essas duas competências mais amplas
terial do signo (um objeto, uma forma ou um fenômeno e mais altas.
perceptível pelos sensores do corpo humano). A Semântica é um ramo da Linguística que se ocupa
- Significado (ou plano de conteúdo): é o conceito, ou a do significado das formas linguísticas em geral. Por formas
forma mental criada no intelecto pelo significante. linguísticas vamos entender tanto as mínimas unidades de
- Referente: é a coisa representada pelo signo. É dado significado constituintes das palavras (os prefixos e sufixos,
de realidade trazido à mente por meio do signo. por exemplo) quanto enunciados maiores, como orações
e períodos. Analisar, pois, uma palavra ou uma frase sob o
São os signos que nos permitem trazer para a lem- ponto de vista semântico equivale a tentar decifrar o que
brança referentes que já deixaram de existir. As palavras, elas significam ou o que querem dizer.
por exemplo, são signos e, por meio delas, podemos trazer Dado que a finalidade última de qualquer linguagem
para o presente pessoas e fatos que já desapareceram. To- é a produção de significado, não é preciso destacar a im-
memos, por exemplo, uma palavra como Camões. portância fundamental da Semântica dentro dos estudos
Trata-se de um signo, pois o referente (o poeta em linguísticos. Nem é preciso também falar da importância
carne e osso) não existe mais. Significante: uma conjunto desse tópico nas provas de concursos na matéria de língua
de sons, representado pelo espectro de uma onda sono- portuguesa em geral.
ra. Significado: o conceito associado no intelecto quando Para facilitar a compreensão de certas particularidades
ouvimos essa combinação de sons. O referente é o famoso relativas ao significado das palavras e das formas linguís-
poeta português Luís Vaz de Camões, que, como se sabe, ticas em geral, uma noção primária se impõe como neces-
morreu faz tempo. sária: a de que o significado de um signo não é constituído
Observação: A rigor, não é exato usar um retrato de por uma peça única, mas por um punhado de significados
Camões para ilustrar o significado da palavra Camões, pois menores que se combinam entre si para criar a noção com
este, na verdade, é de instância intelectual. Excluindo esse que representamos as coisas ou os eventos do mundo.
inconveniente, a pintura, serve para sugerir o conceito que Dizemos de outra maneira, o significado das palavras
a combinação de sons (k – a – m – õ – e – s) cria no nosso não é simples, mas complexo, constituído de um feixe de
intelecto. unidades menores a que os estudiosos chamam de traços
A conclusão mais importante de tudo isso é que usa- semânticos ou traços de significado.
mos os signos no lugar das coisas e, pela linguagem, cons- São os traços semânticos que usamos para definir o
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PORTUGUÊS
significado das palavras. Tomemos um exemplo que já fi- des de uma melodia e que sucede às notas finais, etc.
cou clássico nos estudos de Semântica, usado pelo linguis- O texto é produzido por um sujeito num dado tempo
ta francês contemporâneo Bernard Pottier. Segundo ele, e num determinado espaço. Esse sujeito, por pertencer a
a palavra “cadeira” é um móvel doméstico que contém os um grupo social que vive num dado tempo e num certo
seguintes traços semânticos: espaço, expõe em seus textos as ideias, os anseios, os te-
- com encosto. mores, as expectativas desse grupo. Todo texto, assim, rela-
- sobre pernas. ciona-se com o contexto histórico e geográfico em que foi
- para uma só pessoa. produzido, refletindo a realidade apreendida por seu autor,
Para sentar-se. que sobre ela se pronuncia.
O poema de Murilo Mendes que comentamos ante-
Se aos quatro traços da palavra “cadeira” acrescentar- riormente mostra o anseio de uma geração, no Brasil, em
mos mais um, “com braços”, teremos a palavra “poltrona”. certa época, de conhecer bem o país e revelar suas mazelas
Uma mesma palavra pode, num dado contexto, trocar um para transformá-lo.
traço semântico por outro e ganhar novo sentido. É o que Não há texto que não reflita o seu tempo e o seu lugar.
acontece, por exemplo em: Cabe lembrar, no entanto, que uma sociedade não produz
Peixe não vive fora d’água. uma única forma de ver a realidade, um modo único de
analisar os problemas estabelecidos num dado contexto.
A palavra “peixe” é marcada, nesse contexto, pelo traço Como a sociedade é dividida em grupos sociais, que têm
semântico “não humano”. Esse traço pode ser trocado, por interesses muitas vezes antagônicos, ela produz ideias di-
exemplo, por um traço “humano”, noutro contexto como vergentes entre si. A mesma sociedade que gera a ideia de
este: que é preciso pôr abaixo a floresta amazônica para explorar
suas riquezas, produz a ideia de que preservá-la é mais ren-
Na festa de aniversário da minha prima, eu era um peixe tável. É bem verdade, no entanto, que algumas ideias, em
fora d’água. certas épocas, exercem domínio sobre outras.
“Peixe”, nesse contexto, não fará sentido se não trocar- É necessário entender as concepções correntes na épo-
mos o traço semântico “não humano” por “humano”. ca e na sociedade em que o texto foi produzido, para não
Em síntese, concluímos que, por ser constituído de fei- correr o risco de entendê-lo de maneira distorcida. Como
xes de traços semânticos, o sentido da palavra não é es- não há ideias puras, todas as ideias estão materializadas
tável, podendo sofrer variações de época para época, de em textos, analisar a relação de um texto com sua época é
lugar para lugar, de contexto para contexto. estudar a sua relação com outros textos.
Há contexto em que uma palavra não pode ser inter- É preciso que fiquem bem claras estas conclusões:
pretada com todos os traços semânticos que comumente a - No texto, o sentido não é solitário, mas solidário.
definem. Por isso é que os bons dicionários costumam dar - O texto está delimitado por dois espaços de não-sen-
os diferentes sentidos possíveis de uma palavra, acompa- tido.
nhados do contexto em que ela adquire cada um dos seus - O texto revela ideais, concepções, anseios, expectati-
vários sentidos. vas e temores de um grupo social numa determinada épo-
Tomemos como exemplo uma palavra como “cadeia” e ca, em determinado lugar.
alguns de seus múltiplos sentidos no português:
Funções de Linguagem
- Prisão: Sonegar imposto dá cadeia.
- Rede, conjunto de emissoras: O presidente falará em Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
cadeia nacional. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
- Sequência: As ruínas são cercadas por uma cadeia de car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
montanhas. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
Levando esses dados em consideração, torna-se mais a linguagem?
fácil compreender as particularidades sobre o significado
das palavras. - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
O texto é delimitado por dois brancos. Se ele é um Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
todo organizado de sentido, ele pode ser verbal, visual (um bre um acontecimento do mundo.
quadro), verbal e visual (um filme), sonoro (uma música), Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
etc. Mas em todos esses casos ele será delimitado por dois memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
espaços de não-sentido, dois brancos, um antes de come- soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
çar o texto e outro depois. É o branco do papel; é o tempo mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
de espera para que um filme comece e o que está depois alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
da palavra FIM; é o silêncio que precede os primeiros acor- de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
100
PORTUGUÊS
Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender tino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo).
ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren- - A linguagem serve para expressar a subjetividade:
demos desde as mais banais informações do dia a dia até Função Emotiva.
as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
filosóficos mais avançados. “Eu fico possesso com isso!”
A função informativa da linguagem tem importância
central na vida das pessoas, consideradas individualmente Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação
ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co- com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva-
nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções.
de conhecimentos e a transferência de experiências. Por Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
meio dessa função, a linguagem modela o intelecto. amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero,
É a função informativa que permite a realização do desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes,
trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos social-
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender. mente. Durante o governo do presidente Fernando Henri-
A função informativa costuma ser chamada também de que Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A intenção
função referencial, pois seu principal propósito é fazer com do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O Fernando
que as palavras revelem da maneira mais clara possível as tem mudado o país”. Essa maneira informal de se referirem
coisas ou os eventos a que fazem referência. ao presidente era, na verdade, uma maneira de insinuarem
intimidade com ele e, portanto, de exprimirem a importân-
- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: cia que lhes seria atribuída pela proximidade com o poder.
Função Conativa. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos para afir-
marmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa valentia
“Vem pra Caixa você também.” ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou nossa
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você. - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- Função Fática.
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen-
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de __Que calorão, hein?
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Também, tem chovido tão pouco.
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiterada- outros.
mente a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
aprende a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos
dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, apren- Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
demos os preconceitos contra a mulher. num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e cer hostil.
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. se histórias que todos conhecem, contam-se anedotas ve-
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- lhas. A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, que não seja manter os laços sociais. Quando encontra-
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, mos alguém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem,
questionar. se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem maneira de estabelecer um vínculo social.
quando esta é usada para interferir no comportamento das Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma su- entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
gestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo la- de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
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PORTUGUÊS
que as pessoas não entendam bem o significado da letra Emílio de Menezes, quando soube que uma mulher muito
do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara,
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes fez o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um
da comunidade de brasileiros. banco quebrar por excesso de fundos”. A palavra banco
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão está usada em dois sentidos: “móvel comprido para sen-
função fática para indicar a utilização da linguagem para tar-se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois
estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa- sentidos o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
lante e seu interlocutor. Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
- A linguagem serve para falar sobre a própria lingua- Virgílio Guimarães:
gem: Função Metalinguística.
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um continência para os militares, bateu palmas para o Collor e
substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan- quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata
do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan- uma dor de consciência e bata em retirada.”
te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen- (Folha de S. Paulo)
tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a
própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços so-
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos ciais, etc. No segundo, para produzir um efeito prazero-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- so de descoberta de sentidos. Em função estética, o mais
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que importante é como se diz, pois o sentido também é cria-
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a do pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição das
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a palavras, etc.
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Pa- de Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/,
rodiando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássi- /t/, /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
ca, vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
podem pescar”. E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos no- cos.
vos mundos, outras realidades. Essa é a grande função da
arte: mostrar que outros modos de ser são possíveis, que Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
outros universos podem existir. O filme de Woody Allen “A sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
rosa púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem barulho dos cavalos aumenta.
expressiva. Quando se usam recursos da própria língua para acres-
Nele, conta-se a história de uma mulher que, para con- centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
solar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligidos que estamos usando a linguagem em sua função poética.
pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras ve- Para melhor compreensão das funções de linguagem,
zes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o galã torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e ambos cação.
vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra rea- Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
lidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
amor nunca diminui e assim por diante. - alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
outro escuta em silêncio, etc). Exemplo:
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. Elementos da comunicação
- Emissor - emite, codifica a mensagem;
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
para delas extrairmos satisfação. recepção da mensagem;
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- tor;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
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Eufemismo Anacoluto
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são Consiste numa mudança repentina da construção
desagradáveis. sintática da frase.
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu Ele, nada podia assustá-lo.
= morrer) - Nota: o anacoluto ocorre com frequência na linguagem
Os homens públicos envergonham o povo. (homens falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando
públicos = políticos) o que havia dito para reconstruí-la novamente.
Hipérbole Anáfora
É um exagero intencional com a finalidade de tornar Consiste na repetição de uma palavra ou expressão
mais expressiva a ideia. para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior
Ela chorou rios de lágrimas. expressividade.
Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda. Cada alma é uma escada para Deus,
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Ironia Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o Para Deus e em Deus com um sussurro noturno.
contrário do que pensamos. (Fernando Pessoa)
Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
Se você gritar mais alto, eu agradeço. Silepse
Ocorre quando a concordância é realizada com a ideia
e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse:
Onomatopeia
gênero, número e pessoa.
Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz
- De gênero: Vossa excelência está preocupado com as
natural dos seres.
notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à
Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram. forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a
Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não
toda. com o sujeito).
- De número: A boiada ficou furiosa com o peão e
Aliteração derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com
Consiste na repetição de um determinado som a ideia de plural da palavra boiada).
consonantal no início ou interior das palavras. - De pessoa: As mulheres decidimos não votar em
O rato roeu a roupa do rei de Roma. determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse
tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os
Elipse participantes de um sujeito em 3ª pessoa).
Consiste na omissão de um termo que fica subentendido
no contexto, identificado facilmente. Fonte:http://juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/
Após a queda, nenhuma fratura. figuraslinguagem001.asp
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São conhecidas pelo nome de figuras de pensamento Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
os recursos estilísticos utilizados para incrementar o estão por perto.
significado das palavras no seu aspecto semântico. “Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, /
São oito as figuras de pensamento: burra como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade).
6) Hipérbole Elipse
É a expressão intencionalmente exagerada com o Tal figura se caracteriza pela omissão de um termo na
intuito de realçar uma ideia, proporcionando uma imagem oração não expresso anteriormente, contudo, facilmente
emocionante e de impacto. Exemplos: identificado pelo contexto. Vejamos um exemplo:
“Faz umas dez horas que essa menina penteia esse
cabelo”. Rondó dos cavalinhos
Ele morreu de tanto rir. [...]
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Vi uma estrela tão alta, Percebemos que o pronome oblíquo (lhe) faz referência
Vi uma estrela tão fria! à terceira pessoa do singular, já expressa. Trata-se, portanto,
Vi uma estrela luzindo de uma repetição de ordem sintática demarcada pelo que
Na minha vida vazia. chamamos de objeto direto pleonástico.
Era uma estrela tão alta! Observação importante: O pleonasmo utilizado sem
Era uma estrela tão fria! a intenção de conferir ênfase ao discurso, torna-se o que
Era uma estrela sozinha denominamos de vício de linguagem – ocorrência que deve
Luzindo no fim do dia. ser evitada. Como, por exemplo: subir para cima, descer
[...] para baixo, entrar para dentro, entre outras circunstâncias
Manuel Bandeira linguísticas.
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(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo *após ditongos: coisa, pausa, pouso
gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa- *em verbos derivados de nomes cujo radical termina
lácio ou passo, movimento durante o andar). com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-
se observar as seguintes regras: Escreve-se com Z e não com S:
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
O fonema s: tivo: macio - maciez / rico - riqueza
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan- origem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, cretizar
corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / *como consoante de ligação se o radical não terminar
ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis +
inho - lapisinho
/ submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im-
pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer
O fonema j:
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir
- consensual
Escreve-se com G e não com J:
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri- *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, gesso.
prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir *estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
- agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / *as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - Observação: Exceção: pajem
compromisso / submeter - submissão *as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com litígio, relógio, refúgio.
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
trico / re + surgir - ressurgir *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- gir.
plos: ficasse, falasse *depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
nado com j: ágil, agente.
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos
de origem árabe: cetim, açucena, açúcar Escreve-se com J e não com G:
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
Juçara, caçula, cachaça, cacique *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, boia, manjerona.
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, *as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
esperança, carapuça, dentuço
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / O fonema ch:
deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
*após ditongos: foice, coice, traição Escreve-se com X e não com CH:
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): *as palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
caxi, muxoxo, xucro.
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J):
xampu, lagartixa.
O fonema z:
*depois de ditongo: frouxo, feixe.
*depois de “en”: enxurrada, enxoval.
Escreve-se com S e não com Z: Observação: Exceção: quando a palavra de origem
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs- não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc. Escreve-se com CH e não com X:
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me- *as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
tamorfose. chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
quiseste. As letras e e i:
*nomes derivados de verbos com radicais terminados *os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem.
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
empresa / difundir - difusão *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - escritos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os
Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
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- atenção para as palavras que mudam de sentido (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do só-
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (su- cio de descançar após o almoço sob a frondoza árvore do
perfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expan- pátio.
dir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de (D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa má-
estância, que anda a pé), pião (brinquedo). goa pode estar sendo o grande impecilho na superação
dessa sua crise.
Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portu- (E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta
gues/ortografia quantia, mas não quiz ser taxado de conivente na conces-
são de privilégios ilegítimos.
Questões sobre Ortografia
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre escrita?
as frases que seguem, a única correta é: A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou-
a) Ele se esqueceu de que? pansa.
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distri- B) O mendigo não depositou na caderneta de poupan-
bui-lo entre os presentes. ça.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas crí- C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
ticas. sa.
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
dos funcionários. pansa.
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alter- 06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – VU-
nativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo NESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas
com a norma- -padrão. ela cresceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. verbo no tempo futuro.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. (A) Mas elas cresceram...
(B) Mas elas cresciam...
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo-
(C) Mas elas cresçam...
cal.
(D) Mas elas crescem...
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
(E) Mas elas crescerão...
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
07. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP –
FUJB/2011) Assinale a alternativa em que a frase NÃO con-
2013). Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para
traria a norma culta:
informar os usuários sobre o festival Sounderground.
A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios,
Prezado Usuário por isso posso me queixar com razão.
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do B) Sempre houveram várias formas eficazes para ultra-
metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, passarmos os infortúnios da vida.
começa o Sounderground, festival internacional que presti- C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes
gia os músicos que tocam em estações do metrô. que vermos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen- vida.
tarão e divirta-se! D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento,
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se principalmente daqueles que procuram viver com dignida-
preencher as lacunas, correta e respectivamente, com as de e simplicidade.
expressões E) As dificuldades por que passamos certamente nos
A) A fim ...a partir ... as fazem mais fortes e preparados para os infortúnios da vida.
B) A fim ...à partir ... às
C) A fim ...a partir ... às GABARITO
D) Afim ...a partir ... às
E) Afim ...à partir ... as 01.E 02. D 03. C
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - 04. A 05. B 06. E 07. E
FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na se- RESOLUÇÃO
guinte frase:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é 1-)
boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa- (A) Ele se esqueceu de que? = quê?
geiros nos aeroportos. (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontanei- distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
dade, mas nada que ponha em cheque sua reputação de (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex-
pessoa cortês. cessivos nas críticas.
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(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi- D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto so-
cações dos funcionários. frimento, principalmente daqueles que procuram viver com
(E) Não sei por que ele mereceria minha consideração. dignidade e simplicidade.
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) pas-
2-) samos certamente nos fazem mais fortes e preparados
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = ta- para os infortúnios da vida.
beliães
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. HÍFEN
= cidadãos
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório lo-
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
cal. = certidões
para ligar os elementos de palavras compostas (couve-
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = de-
graus flor, ex-presidente) e para unir pronomes átonos a verbos
(ofereceram-me; vê-lo-ei).
3-) Prezado Usuário Serve igualmente para fazer a translineação de palavras,
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do me- isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas
trô, a partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
o Sounderground, festival internacional que prestigia os mú-
sicos que tocam em estações do metrô. Uso do hífen que continua depois da Reforma
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresen- Ortográfica:
tarão e divirta-se!
A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; 1. Em palavras compostas por justaposição que formam
antes de horas: há crase uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem
4-) Fiz a correção entre parênteses: para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense,
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas,
boa a ansiedade com que enfrentam o excesso de passa- guarda-chuva, arco- -íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
geiros nos aeroportos.
(B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
espontaneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque)
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
sua reputação de pessoa cortês.
menina, erva-doce, feijão-verde.
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio
de descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza
(frondosa) árvore do pátio. 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém
(D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-
dessa mágoa pode estar sendo o grande impecilho (empe- casado, aquém- -fiar, etc.
cilho) na superação dessa sua crise.
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas
dessa alta quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de coni- algumas exceções continuam por já estarem consagradas
vente na concessão de privilégios ilegítimos. pelo uso: cor- -de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito,
pé-de-meia, água-de- -colônia, queima-roupa, deus-dará.
5-)
A) O mindingo não depositou na cardeneta de pou- 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-
pansa. = mendigo/caderneta/poupança Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans- históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil,
sa. = mendigo/caderneta/poupança Alsácia-Lorena, etc.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
pansa. =mendigo/depositou/caderneta/poupança 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-
quando associados com outro termo que é iniciado por r:
6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas
hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.
elas crescerão...
7-) Fiz as correções entre parênteses: 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infor- ex- -presidente, vice-governador, vice-prefeito.
túnios, por isso posso me queixar com razão.
B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-
para ultrapassarmos os infortúnios da vida. natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes
que vermos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se,
de nossa vida. abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
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10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo 02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do
termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, eletro- hífen:
higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano, A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que
semi-hospitalar, super- -homem. faria uma superalimentação.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada.
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
termina na mesma vogal do segundo elemento: micro- D) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.
ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc. E) O autodidata fez uma autoanálise.
Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros
03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
do hífen, respeitando-se o novo Acordo.
A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.
- Lembre-se: ao separar palavras na translineação
B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal
(mudança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja
do campeonato.
formada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo:
C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
escreverei anti-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti- D) O recém-chegado veio de além-mar.
”. Na linha debaixo escreverei: “-inflamatório” (hífen em E) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
ambas as linhas).
04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro
Não se emprega o hífen: (avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
hífen é obrigatório:
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo A) em nenhuma delas.
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou B) na segunda palavra.
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: C) na terceira palavra.
antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema, D) em todas as palavras.
minissaia, microrradiografia, etc. E) na primeira e na segunda palavra.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal 05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. Qual
diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, alternativa completa corretamente as lacunas?
autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, A) sobreumano/interregional
infraestrutura, etc. B) sobrehumano-interregional
C) sobre-humano / inter-regional
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos D) sobrehumano/ inter-regional
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: E) sobre-humano /interegional
desumano, inábil, desabilitar, etc.
06. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub-
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando às palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale
o segundo elemento começar com “o”: cooperação, aquela que tem de ser escrita com hífen:
A) (sub) chefe
coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição,
B) (sub) entender
coexistir, etc.
C) (sub) solo
D) (sub) reptício
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram
E) (sub) liminar
noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas,
paraquedista, etc. 07.Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
grafadas corretamente:
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: A) autocrítica, contramestre, extra-oficial
benfeito, benquerer, benquerido, etc. B) infra-assinado, infra-vermelho, infra-som
C) semi-círculo, semi-humano, semi-internato
Questões sobre Hífen D) supervida, superelegante, supermoda
E) sobre-saia, mini-saia, superssaia
01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o
novo Acordo, está sendo usado corretamente: 08.Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto.
A) Ele fez sua auto-crítica ontem. A) infraestrutura / super-homem / autoeducação
B) Ela é muito mal-educada. B) bem-vindo / antessala /contra-regra
C) Ele tomou um belo ponta-pé. C) contramestre / infravermelho / autoescola
D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. D) neoescolástico / ultrassom / pseudo-herói
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões. E) extraoficial / infra-hepático /semirreta
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As formas verbais que possuíam o acento tônico na 03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE –
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa-
“e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.: lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
Antes Depois ( ) CERTO ( ) ERRADO
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS
argúi (arguir) argui
GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação.
vir) A) tevê – pôde – vê
A regra prevalece também para os verbos conter, ob- B) únicas – histórias – saudáveis
ter, reter, deter, abster. C) indivíduo – séria – noticiários
D) diário – máximo –
ele contém – eles contêm satélite
ele obtém – eles obtêm
ele retém – eles retêm 05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
ele convém – eles convêm PE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego
do acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que (...) CERTO ( ) ERRADO
antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme-
lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas
06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
exceções, como:
PE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência”
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen- recebem acento gráfico com base na mesma regra de
do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa acentuação gráfica.
do singular do presente do indicativo). Ex: (...) CERTO ( ) ERRADO
Ela pode fazer isso agora.
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... 07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – CES-
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da GRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas mes-
preposição por. mas regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”,
respectivamente, são
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co- a) trajetória, inútil, café e baú.
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto: b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: c) necessário, túnel, infindáveis e só.
Faço isso por você. d) médio, nível, raízes e você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
e) éter, hífen, propôs e saída.
Questões sobre Acentuação Gráfica
08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São acen-
01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA – tuados graficamente de acordo com a mesma regra de
VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras acentuação gráfica os vocábulos
são acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que A) também e coincidência.
justificam, respectivamente, as acentuações de: década, B) quilômetros e tivéssemos.
relógios, suíços. C) jogá-la e incrível.
(A) flexíveis, cartório, tênis. D) Escócia e nós.
(B) inferência, provável, saída. E) correspondência e três.
(C) óbvio, após, países.
(D) islâmico, cenário, propôs. 09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
(E) república, empresária, graúda. PE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
(...) CERTO ( ) ERRADO
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo
as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio GABARITO
e antropológico.
(A) Distúrbio e acórdão. 01. E 02. D 03. E 04. C 05. E
(B) Máquina e jiló. 06. C 07. D 08. B 09. E
(C) Alvará e Vândalo.
(D) Consciência e características.
(E) Órgão e órfãs.
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Barroco
9) LITERATURA BRASILEIRA: LITERATURA
E A HISTÓRIA DA LITERATURA; OS O Barroco foi um movimento literário e artístico que
GÊNEROS LITERÁRIOS; A LINGUAGEM se estendeu do séc. XVII ao séc. XVIII por isso podendo ser
chamado também de Seiscentismo. Tendo surgido com a
POÉTICA; ELEMENTOS DA NARRATIVA; unificação da Península Ibérica, o que culminou num for-
TROVADORISMO; HUMANISMO; te domínio espanhol em todas as suas atividades. Daí o
CLASSICISMO; QUINHENTISMO; BARROCO; nome Escola Espanhola ou Barroco Lusitano. Surgiu após
ARCADISMO; ROMANTISMO PROSA E o Renascimento e manteve-se até 1756 com a fundação
POESIA; REALISMO/ NATURALISMO; da Arcádia Lusitana dando origem ao Arcadismo. No Bra-
PARNASIANISMO; SIMBOLISMO; PRÉ- sil teve seu marco inicial com Bento Teixeira com sua obra
MODERNISMO; MOVIMENTOS DE “Prosopopeia”. No campo da literatura podemos destacar:
VANGUARDA EUROPEIA NO BRASIL;
MODERNISMO BRASILEIRO PROSA E POESIA - Gregório de Matos (1663-1696): baiano, era conside-
rado o maior barroco do país; cultista por fazer uso de uma
(1ª, 2ª E 3ª GERAÇÕES); E AS TENDÊNCIAS DA
linguagem culta. Era um escritor satírico, irônico e crítico.
LITERATURA CONTEMPORÂNEA. Todo esse senso crítico lhe rendeu o apelido de “Boca do
Inferno”. Não teve nenhum livro publicado em vida, o que
se conhece é fruto de pesquisas em coletâneas.
Quinhentismo - Bento Teixeira Pinto (1560-1618): Poeta português,
nascido na cidade do Porto, escreveu a primeira obra bar-
Todas as manifestações literárias produzidas no Brasil, roca brasileira: Prosopopeia (1601), considerada pobre e
durante o séc. XVI à época do seu descobrimento corres- uma cópia mal escrita de “Os Lusíadas” de Camões. Foi a
ponde ao Quinhentismo. Muitos viajantes, navegadores, sua única obra.
missionários e aventureiros que aqui estiveram escreveram - Padre Antônio Vieira (1608-1697): Era conceptista
(ideias complicadas), nasceu em Lisboa e faleceu na Bahia
relatos sobre o que viam no Brasil, seus habitantes, suas
em 1697. Foi um grande orador religioso e foi marcante
características físicas, sua fauna e flora, etc. Esses escritos
por ter escrito sermões admiráveis com o “Sermão da Sexa-
forma
gésima”, onde apresentou uma teoria sobre a arte de pre-
m o que chamamos de Literatura informativa.
gar. Seus sermões eram cheios de crítica às causas políticas.
- Manuel Botelho de Oliveira e Frei Manuel de Santa
O primeiro documento oficial sobre o Brasil foi a carta
Maria Itaparica também marcaram o movimento com suas
escrita por Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel I, infor- obras.
mando-o de que foram encontradas novas terras no cami-
nho para as Índias. Essa carta descrevia o Brasil e as impres- Alguns aspectos são marcantes neste movimento,
sões de Pero Vaz de Caminha acerca desta terra. Hoje ela onde podemos elencar:
está guardada na Torre do Tombo, arquivo nacional portu- - O cultismo, definido pelo uso de linguagem culta;
guês, em Lisboa. - O conceptismo, definido pelo jogo de ideias, de con-
ceitos;
Principais obras da literatura informativa - O escritor barroco sempre marca seus textos com as-
pectos religiosos conflitantes, onde o homem está sempre
- Diálogo sobre a conversão do gentio, padre Manuel dividido entre fé e razão, corpo e alma, material e espiritual,
da Nóbrega. Deus e diabo, vida e morte, amor e ódio, entre outros.
- Tratado da Terra do Brasil e história da Província de - Sempre coloca a emoção acima da razão, são satíri-
Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil, Pero de cos, apresentam características de homens atormentados
Magalhães Gandavo. e confusos. Preocupam sobremaneira com a brevidade da
- Tratado descritivo do Brasil, Gabriel Soares Souza. vida humana e a efemeridade do tempo.
- História do Brasil, Frei Vicente do Salvador. - Também é comum o uso de figuras de linguagem
- Diálogos das grandezas do Brasil, Ambrósio Fernan- como hipérboles, metáforas, anacolutos e antíteses.
des Brandão. Como exemplo deste movimento apresentamos a poe-
- Tratados da terra e da gente do Brasil, Fernão Cardim. sia sacra de Gregório de Matos para elucidar os aspectos
barrocos:
O autor mais importante do séc. XVI foi José de An-
chieta que nasceu em 1534, nas Ilhas Canárias (Espanha). A Jesus Cristo Crucificado
Aos 17 anos ingressou na Companhia de Jesus e em 1553 Estando o Poeta para Morrer
veio para o Brasil e aqui ficou até morrer em 1597. Par-
ticipou da fundação da cidade de São Paulo e trabalhou Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
com a catequização dos índios. Anchieta produziu poesias em cuja lei protesto de viver,
líricas, épicas, peças de teatro e uma importante gramática em cuja santa lei hei de morrer
da língua tupi. animoso, constante , firme e inteiro:
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neste lance, por ser o derradeiro, 1783- Independência dos Estados Unidos;
pois vejo a minha vida anoitecer, 1789- Inicia-se a Revolução Francesa;
é, meu Jesus, a hora de se ver 1792- Tiradentes é enforcado no Rio de Janeiro;
a brandura de um pai, manso cordeiro. 1798- Conjuração Baiana que termina com a execução
Mui grande é o vosso amor e o meu delito; e exílio de vários participantes.
porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor, que é infinito. Foi esse clima de luta por liberdade e igualdade espa-
Esta razão me obriga a confiar, lhado pela Revolução Francesa que acabou por influenciar
que, por mais que pequei, neste conflito movimentos de independência em vários países, inclusive
espero em vosso amor de me salvar. no Brasil. Teve grande influência de filósofos iluministas
como Montesquieu, Rousseau, Diderot e D’Alembert. Dian-
Nesta poesia está presente a preocupação do poeta te desse cenário surgiu o Arcadismo no Brasil que já estava
com sua salvação espiritual, teme pelos seus pecados, mas, em ascensão em Portugal e tinha por característica um es-
espera pela bondade de Deus em salvá-lo. Nela podemos tilo diferente do Barroco.
perceber a angústia de ter pecado agravada pela sensação
de brevidade da vida humana e efemeridade do tempo, O Arcadismo expressava uma visão mais materialista
onde tudo passa muito rápido. Estas constituem algumas da existência, pregando o gozo pelo momento presente, os
das características marcantes do estilo barroco em sua prazeres do amor físico, uma vida simples em contato com
construção literária. a natureza. Era uma ideologia pela vida campestre, onde os
textos eram povoados por pastores e pastoras que viviam
O Barroco nas Artes Plásticas felizes cuidando de sues rebanhos. Defendiam o bucolismo
(vida simples e em contato com a natureza). Os poetas ár-
O estilo barroco nas artes plásticas foi bastante difun- cades, por identificarem-se com os pastores, criaram pseu-
dido. Na escultura, suas obras são marcadas pela religio- dônimos gregos e latinos; entre eles o mais conhecido é
“Dirceu”, pseudônimo de Tomás Antonio Gonzaga.
sidade e seus momentos dolorosos, como a crucificação
de Cristo, por exemplo. Na arquitetura rompeu com o es-
A figura da mulher era idealizada, nutriam por elas
tilo renascentista de linhas retas e rígidas e propôs linhas
um amor platônico, como foi o caso de Dirceu por Marília,
sinuosas. O que o Barroco mais buscava era embelezar
Daí a coletânea de poesias “Marília de Dirceu”. No Brasil, o
portas e janelas e ornamentar interiores. Colunas, altares
Arcadismo encontrou suas maiores expressões em Minas
e púlpitos eram decorados com figuras de anjos, monstros
Gerais em torno de Vila Rica (a atual Ouro Preto). Vila Rica
e flores.
era um dos principais centros econômicos do país devi-
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814):
do à descoberta de ouro e diamante naquela região, daí
é considerado por suas obras de esculturas e arquiteturas
o surgimento da Conjuração mineira que lutava contra os
como um dos maiores representantes do movimento bar-
abusos da cobrança de impostos sobre as pedras preciosas
roco. encontradas.
Arcadismo Ou Neoclassicismo Os principais poetas árcades
no Brasil foram:
O Arcadismo foi um estilo literário bastante influencia-
do pelos acontecimentos do séc. XVIII, que foi marcado por Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810): Nasceu em
grandes revoltas que buscavam a Independência. Portugal, viveu alguns anos no Brasil e foi exilado para
Moçambique por ter se envolvido com o movimento da
Cronologia dos fatos históricos do séc. XVIII Conjuração mineira. Lá ele constituiu família e morreu. Em
seu exílio escreveu sob o pseudônimo de Dirceu, poesias
1720- Revolta em Vila Rica em oposição às Casas líricas que falavam do amor que sentia pela pastora Marí-
de Fundição; lia. Escreveu também, uma obra satírica em versos: “Cartas
1750- Marquês de Pombal é nomeado ministro do rei chilenas”, que circulou anonimamente ridicularizando o
D. José I; governador da capitania de Minas, Cunha Meneses. Os no-
1751- Pensadores franceses, como Voltaire, Diderot mes das pessoas e da região foram substituídos. Também
publicam obras que combatem a religião e colocam a ra- escreveu sobre o tempo que passou na prisão onde refletia
zão e a ciência como responsáveis pelo progresso social, sobre o destino e a justiça dos homens.
político e econômico.
1756- Fundação da Arcádia Lusitana, o que dá início ao Cláudio Manuel da Costa (1729-1789): Mineiro, escre-
Arcadismo em Portugal; veu um livro de poesias líricas chamado “Obras”. Um poe-
1759- Expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil meto épico chamado Vila Rica e outras obras de menor
pelo Marquês de Pombal; importância.
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Basílio da Gama (1740-1795): Também mineiro; mor- entusiasmo da independência proclamada em 1822, sur-
reu em Portugal. Escreveu o poema épico “O Uraguai” que gindo daí o desejo de criar uma literatura com autentici-
criticava a atitude dos jesuítas que incitaram a guerra de dade nacional, apesar dessa atitude ser bastante criticada
espanhóis e portugueses contra os índios na região dos por alguns autores puristas que prezavam pela linguagem
Sete Povos das Missões do Uruguai. poética praticada em Portugal.
Santa Rita Durão, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto
também contribuíram com este estilo literário. O Romantismo e o teatro
Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Com a ascensão sociocultural dos brasileiros e com a
Silva Alvarenga eram escritores líricos. Basílio da Gama, chegada da família real em 1808, que trouxe consigo cos-
santa Rita Durão e Cláudio Manuel da Costa eram escrito- tumes da corte portuguesa; o Brasil era frequentemente
res épicos. Tomás Antônio Gonzaga era satírico. visitado por companhias portuguesas de teatro e ópera.
Então, foi crescendo a vontade pela criação de um teatro
Principais obras do Arcadismo brasileiro: brasileiro. O ator e empresário João Caetano fundou, em
1834, a Companhia Dramática Nacional e deu a seu teatro
- Obras (1768): poesias de Cláudio Manuel da Costa; o nome de Teatro Nacional. Em 1836, o poeta Gonçalves de
- O Uraguai (1769): poema de Basílio da Gama; Magalhães lhe entregou a peça “Antônio José ou o Poeta
- Caramuru (1781): poema de José de Santa Rita Durão e a Inquisição”, encenada em 1838, representando a pri-
e; meira obra teatral de assunto e autor brasileiros. O teatro
- Marília de Dirceu (1792): poesias de Tomás Antonio brasileiro ampliou-se com o comediógrafo Martins Pena
Gonzaga. tornando-se autenticamente popular. Em 1843, foi criado
o Conservatório Dramático e em 1855, o teatro Ginásio
Romantismo Dramático, recebendo o apoio de escritores como José de
Alencar e Joaquim Manuel de Macedo.
O Romantismo surgiu na Inglaterra e na Alemanha na
metade do séc. XVIII a partir de escritores que descreviam O Indianismo romântico
os tempos medievais; valorizavam os heróis nacionais e os
sentimentos populares; falavam de amor e saudade de for- Nos países da Europa os autores voltavam-se aos he-
ma pessoal e íntima. Esse subjetivismo era intenso na nova róis nacionais dos tempos medievais. No Brasil, a literatura
literatura e então surgiu o Romantismo. Esse estilo chega desenvolveu a corrente indianista responsável pelo nacio-
à França e estende-se aos demais países da Europa. É um nalismo romântico. Como exemplo dessa linha podemos
estilo rico de características, onde algumas delas são: citar o romance “O guarani”, de José de Alencar, onde o
- busca por liberdade política; índio Peri salva Cecília, filha do colonizador português D.
- valorização da natureza, sinal da manifestação divina Antônio de Mariz em razão de um ataque indígena onde
que serve como refúgio para o homem angustiado; toda a família de Cecília é morta. Os índios ganham uma
- exposição de sentimentos íntimos, dos estados da imagem de herói neste estilo literário, é considerado no-
alma e das paixões; bre, valoroso, fiel e cavalheiro na intenção de valorizar as
- preferência por ambientes noturnos, solitários que origens da nacionalidade. O índio surge com símbolo do
propiciam aos desabafos mais íntimos. nacionalismo romântico, umas das características básicas
- descarta a ideia centrada na razão do estilo anterior e do Romantismo.
inspira-se em subjetividades como a fé, o sonho, a intuição,
a saudade e as lendas nacionais.
Romantismo (poesia)
O que propiciou que o Romantismo se difundisse com
maior velocidade foi o desenvolvimento do meio de comu- As três gerações de poetas românticos:
nicação jornalístico e a ascensão da classe burguesa que
tinha acesso aos jornais, onde começaram a ser publicados Primeira geração romântica: foi a geração que intro-
os folhetins com histórias românticas e de suspense publi- duziu as ideias românticas no Brasil e tem como caracte-
cadas em capítulos. Então, a literatura começou a popula- rísticas principais a exaltação da natureza, o indianismo, a
rizar-se. expressão da religiosidade e o sentimento amoroso. Repre-
sentantes dessa geração são: Gonçalves Dias e Gonçalves
O Romantismo no Brasil de Magalhães.
No Brasil, o Romantismo inicia-se com a publicação Segunda geração romântica: considerada “mal do sé-
do livro de poesias de Gonçalves de Magalhães, “Suspiros culo” ou “ultra-romântica” é uma geração que tem uma vi-
poéticos e saudades” e no mesmo ano é lançada em Pa- são trágica da existência e um profundo desencanto pela
ris a revista “Niterói” por iniciativa de Araujo Porto Alegre, vida. Seus poemas falam de morte, tédio, solidão e melan-
Torres Homem, Pereira da Silva e Gonçalves de Magalhães. colia. Seus poetas morreram muito jovens. Seus melhores
Tornando uma porta-voz dos ideais românticos. Também, representantes foram: Álvares de Azevedo, Junqueira Frei-
junto à política o Romantismo se expressou envolvido pelo re, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela.
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Terceira geração romântica: sua característica princi- 1862- Lucíola, de José de Alencar
pal é a preocupação com os problemas sociais, tendo com 1865- Iracema, de José de Alencar.
objetivo denunciar as injustiças e lutar pela liberdade. Seu 1872- Inocência, de Taunay; O seminarista, de Bernardo
maior representante é Castro Alves. Guimarães
Gonçalves Dias: Nasceu no Maranhão em 1823, for- 1874- Ubirajara, de José de Alencar.
mou-se em direito em Coimbra e morreu num naufrágio 1875- Senhora e o Sertanejo, de José de Alencar; A es-
em 1864. Escreveu poemas de amor, mas é sempre lem- crava Isaura, de Bernardo Guimarães.
brado como poeta indianista. Exaltou a honra e a valentia 1876- O cabeleira, de Franklin Távora.
do índio em poemas como “I-Juca Pirama”, “Canção do Ta-
moio”, ”Canto do Piaga”, “Deprecação”, entre outros. Em Joaquim Manuel de Macedo: Nasceu no Rio de Janeiro,
poemas de amor escreveu “Leito de folhas verdes” e “Ma- em 1820 e ali morreu em 1882. Escrevia textos com assun-
rabá”. Como poeta lírico-amoroso escreveu: “Se se morre tos corriqueiros e tradicionais, reproduzia a vida social da
de amor”, “Como? és tu?”, “Ainda uma vez – adeus!”, “Seus burguesia, com seus mocinhos e mocinhas, casos amoro-
olhos”. sos, cenas engraçadas e finais felizes. Não há análises so-
Álvares de Azevedo: Manuel Antônio Álvares de Aze- ciais, mas um pouco de suspense e muita emoção passa-
vedo nasceu em São Paulo, em 1831 e faleceu em 1852. geira.
Considerado o melhor autor ultra-romântico, com influên- A moreninha: Conta a história de uma aposta entre
cia dos poetas europeus como Byron. Seus poemas são dois rapazes, Filipe e Augusto. Augusto, que se diz incapaz
marcados por mulheres perfeitas e inacessíveis, por isso se
de se apaixonar por uma mulher, aposta com Filipe que se
lamenta. Também é marcante em sua obra o tema “morte”,
isso acontecer ele irá escrever um romance contando sua
cheios de carga emotiva, fazendo dele um dos poetas mais
história de amor. Ele encontra seu grande amor, Carolina,
lidos do nosso Romantismo. Escreveu o poema “Lira dos
irmã de Filipe. Ele perde a aposta e escreve o romance inti-
vinte anos”, uma obra dramática “Macário” e um volume de
contos “Noite na taverna”. tulado A moreninha.
Castro Alves: Antônio de Castro Alves nasceu na Bahia Manuel Antonio de Almeida: Anonimamente escreveu
em 1847 e ali morreu em 1871. Abolicionista, ficou conhe- o folhetim “Memórias de um sargento de milícias”, que fez
cido como “Poeta dos escravos” por manifestar em seus muito sucesso entre os leitores. Este folhetim retratava com
versos a indignação perante a escravidão. riqueza de detalhes os becos, as praças, as tradições e os
Também escreveu poesias amorosas, diferentemente moradores da cidade do Rio de Janeiro. Mais tarde publi-
dos outros românticos, a mulher tinha uma imagem bas- cou a história em livro e se destacou entre os escritores do
tante erótica e sensual. Suas obras mais importantes são: romance brasileiro.
“Espumas flutuantes”, “A cachoeira de Paulo Afonso”, “Os Memórias de um sargento de milícias: Conta a histó-
escravos”, “Navio negreiro” e a “Canção do africano”. ria de um menino, Leonardo, filho enjeitado de Leonardo
Pataca. Relata seus dramas cotidianos, casos engraçados
Outros poetas românticos e suas obras e o cotidiano da vila onde morava. Diferentemente de “A
moreninha” sai do ambiente burguês e dá ao romance um
Junqueira Freire: Inspirações do Claustro; toque de realismo.
Casimiro de Abreu: As primaveras;
Fagundes Varela: Vozes da América; Estandarte auriver- José de Alencar: José Martiniano de Alencar nasceu
de; Cantos do ermo e da cidade; Cantos religiosos; Diário no Ceará em 1829 e morreu no Rio de Janeiro em 1877.
de Lazaro; Anchieta ou O Evangelho nas selvas. É o mais importante prosador do nosso Romantismo. Ele
abrange com seus romances as quatro linhas da época:
Romantismo (prosa)
Social ou urbana: Cinco minutos; A viuvinha; Lucíola;
Com o Romantismo surgiu o romance brasileiro. O ro- Diva; A pata da gazela; Sonhos d’ ouro, Senhora(considera-
mance tornou-se popular entre os jovens da classe média,
do seu 2º melhor livro); Encarnação.
principalmente do Rio de Janeiro; liam apenas por distra-
Regionalista: O gaucho, O tronco do ipê, Til, O serta-
ção. Acompanhavam as histórias dos folhetins e torciam
nejo.
por um final feliz que sempre acontecia.
Histórica: O guarani (livro épico, considerado seu me-
Principais romances do Romantismo lhor livro), As minas de prata, A guerra dos Mascates.
Indianista: Iracema, Ubirajara.
1844- A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.
1845- O moço loiro, de Joaquim Manuel de Macedo. Senhora: Romance baseado na história de uma mulher
1852/53- Memórias de um sargento de milícias, de (Aurélia) que dividida entre o amor e o desejo de vingan-
Manuel Antônio de Almeida. ça por ter sido abandonada quando era pobre; ao herdar
1856- Cinco minutos, de José de Alencar. uma herança resolve comprar o homem que a abandonou
1857- O guarani, de José de Alencar. (Fernando Seixas) em busca de um casamento rico e espera
118
PORTUGUÊS
ansiosamente que ele não aceite o trato feito por Lemos, O cortiço: Este romance tem como personagem princi-
seu porta-voz. Mas, para seu descontentamento ele aceita pal João Romão, vendeiro português, que tem por meta de
se casar por dinheiro e aceita também a condição de co- vida ascender socialmente; tinha por amante uma escrava
nhecer a noiva apenas alguns dias antes da cerimônia. fugida que o ajudou a enriquecer (Bertoleza). Seu sonho
Quando Fernando descobre quem é a noiva fica feliz era adquirir boa posição social com a de seu patrício Mi-
porque ele ainda a ama, mas ele cai no conceito de Aurélia randa, que tinha um sobrado ao lado do cortiço, e ficar
que o maltrata e o humilha após o casamento. Apaixonado noivo de sua filha. Mas para isso ele tinha de se livrar de
e ferido ele resolve trabalhar com afinco e depois de onze Bertoleza que poderia atrapalhar sua ascensão. Então, ele a
meses devolve à Aurélia o dinheiro que recebeu por ter se delata como escrava fugida. Ao perceber a traição de João,
casado com ela. Sem terem mais motivo para ficarem sepa- Bertoleza suicida-se. É um texto povoado de tipos huma-
rados, os dois se reconciliam e vivem um grande amor. Esse nos como lavadeiras, operários, prostitutas, mascates que
romance é uma crítica à sociedade que dava mais valor ao vivem num ambiente marginalizado, degradante e corrup-
dinheiro do que ao caráter e por isso, seu livro é dividido tor.
em quatro capítulos que representam o sistema financeiro: Machado de Assis: Joaquim Maria Machado de As-
preço, quitação, posse e resgate. sis nasceu no Rio de Janeiro, em 1839, e ali morreu em
1908. Mestiço, gago, epilético foi considerado símbolo de
Realismo esforço por nunca ter ido à escola. Foi tipógrafo, revisor,
colaborador da imprensa da época e primeiro presidente
O Realismo foi um estilo oposto ao Romantismo, seus da Academia Brasileira de Letras, que ajudou a fundar em
autores escreviam sobre a realidade de forma nua e crua, 1897; o melhor escritor brasileiro do séc. XIX e um dos mais
foi um abandono das realidades do modo de vida burguês importantes de toda a história literária em língua portu-
para a realidade da população anônima, marginalizada da guesa. Possuía um estilo preciso, não falava demais nem
sociedade do séc.XIX. Teve início na França, em 1857,com de menos, usava frases curtas, tinha um misto de graça e
a publicação do romance “Madame Bovary”, de Gustave amargura.
Flaubert. Em 1881, iniciou no Brasil com a publicação do Os contos: Machado de Assis tinha uma grande habi-
romance de Machado de Assis “Memórias póstumas de lidade para escrever histórias curtas baseadas na realida-
Brás Cubas”, e de Aluísio de Azevedo “O mulato”. de e na análise do comportamento humano (os contos).
Foi uma época de apogeu dos progressos científicos na Seus contos eram verdadeiras obras-primas. Dentre eles,
medicina, nas ciências, biológicas, genética e das filosofias estão: “O enfermeiro”, “ A cartomante”,”A igreja do diabo”,
(Positivismo de Augusto Conte, Determinismo de Hippolyte “O alienista”, “Pai contra mãe”, “A causa secreta”,”Conto de
Taine, Darwinismo de Charles Darwin, Evolucionismo social escola”, “Umas férias”, “Noite de almirante”, “O espelho”,
de Herbert Spencer, Socialismo Utópico de Saint-Simon e “Missa do galo”, “Uns braços” etc.
Socialismo científico de Karl Marx). O Realismo apresenta Os romances: Na primeira fase de sua produção, Ma-
chado de Assis, escreveu quatro romances com traços ro-
um trabalho realizado na realidade da vida humana e deixa
mânticos: Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Hele-
o sentimentalismo e o subjetivismo romântico de lado, o
na (1876), Iaiá Garcia (1878). Após essa fase ele assume um
romance deixa de ser visto como pura distração e passa a
aspecto realista em suas obras com Memórias póstumas
ser crítico e realista.
de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom casmurro
(1899), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908) e apro-
Principais romances realistas
funda suas análises psicológicas dos personagens.
Dom Casmurro: É um de seus romances mais famosos
1881- O mulato, de Aluísio Azevedo; Memórias póstu- pela incerteza que ele nos causa em relação à ambigüidade
mas de Brás Cubas, de Machado de Assis da personagem Capitu, onde ao final da história, não se
1884- Casa de pensão, de Aluísio Azevedo sabe se ela traiu ou não seu marido Bentinho com seu ami-
1888- O missionário, de Inglês de Sousa; O Ateneu, de go Escobar. Bentinho fez o seminário, mas, por influência
Raul Pompéia de Capitu, não se ordenou padre para casar-se com ela e,
1890- O cortiço, de Aluísio Azevedo Escobar, seu amigo de seminário, casou-se com a melhor
1891- Quincas Borba, de Machado de Assis amiga de Capitu, tornando-se muito próximos. Bentinho
1893- A normalista, de Adolfo Caminha e Capitu têm um filho, mas ele desconfia que o filho seja
1895- Bom-crioulo, de Adolfo Caminha do suposto amante de Capitu. Bentinho é apelidado Dom
1899- Dom Casmurro, de Machado de Assis Casmurro por viver recluso e o texto é uma retrospectiva
1903- Luzia-Homem, de Domingos Olímpio de sua vida.
1904- Esaú e Jacó, de Machado de Assis
1908- Memorial de Aires, de Machado de Assis Naturalismo
Aluísio Azevedo: Aluísio Tancredo Gonçalves de Azeve- Em obras de alguns autores brasileiros realistas pode-
do nasceu em São Luís, no Maranhão e faleceu em 1913, mos notar certas características que definem o Realismo
em Buenos Aires, na Argentina. Escreveu várias obras, mas extremo como Naturalismo. É um estilo que classifica os
nem todas tinham a mesma qualidade literária. As melho- homens de acordo com:
res são os romances “O mulato”, “Casa de Pensão” e “O - a raça, que determina o comportamento humano
cortiço”. previsível.
119
PORTUGUÊS
- o meio, que forma o homem em seus aspectos mo- Os principais poetas do Parnasianismo foram:
rais, e Alberto de Oliveira (1857-1937): Canções românticas,
- a situação social, que define o homem social e cultu- Meridionais, Sonetos e poemas, Versos e rimas.
ralmente. Raimundo Correia (1860-1911): Primeiros sonhos, Sin-
Portanto, o ser humano era fruto da ação do meio so- fonias, Versos e versões, Aleluias, Poesias.
cial em que vivia e da sua hereditariedade. Então, o homem Olavo Bilac (1856-1918): Via láctea, Sarças de fogo,
era previsível, teria sempre as mesmas reações, instintivas e Alma inquieta, O caçador de esmeraldas, Tarde.
incontroláveis. Era uma análise dessas reações com base na Vicente de Carvalho (1866-1924): Ardentias, Relicário,
Biologia, na Psicologia e na Sociologia sem interferência de Rosa, rosa de amor, Poemas e canções.
ordem pessoal ou moral.
O parnasianismo continua manifestando-se paralela-
Esses escritores sofreram a influência do francês Émi-
mente ao surgimento do Simbolismo e início do Moder-
le Zola, um dos mais importantes autores naturalistas. No
nismo.
Brasil, o primeiro romance naturalista publicado foi “O mu-
lato”, de Aluísio Azevedo.
Simbolismo
Parnasianismo No Brasil, o Simbolismo surge numa época de conflitos
políticos, marcados pela transição do regime escravocrata
O Parnasianismo é um estilo poético que teve origem para o regime assalariado, onde alguns escritores defen-
na França, em 1866, com a publicação do livro “O Parnaso diam a causa das liberdades civis. O Simbolismo foi uma
contemporâneo”. Parnaso era o nome de uma montanha, reação ao materialismo e ao cientificismo preconizados
na Grécia, consagrada a Apolo, deus da luz e das artes, e pelo Realismo e pelo Parnasianismo. Surgiu na França no fi-
às musas, entidades mitológicas ligadas às artes. No Bra- nal do séc.XIX e foi um movimento poético de revalorização
sil, a publicação que deu início ao Parnasianismo foi a do do poder sugestivo das imagens poéticas, do subjetivismo
livro “Fanfarras”, de Teófilo Dias. A principal característica e da vida espiritual. Deu ao estilo poético uma musicalida-
do Parnasianismo é o cuidado com a forma do poema que de inexistente nos estilos anteriores. Vejamos estes versos
deve ser objetivo, deve prezar pelas rimas ricas e raras e do poeta Cruz e Souza com sua expressão simbolista:
pelo uso de linguagem elaborada e perfeita. A expressão
poética não era o fundamental. Era um estilo bastante des- Busca palavras límpidas e castas,
critivo e detalhista. É o que podemos observar neste sone- Novas e raras, de clarões ruidosos,
to de Alberto de Oliveira: Dentre as ondas mais pródigas, mais vastas
Dos sentimentos mais maravilhosos.
Vaso chinês
Enche de estranhas vibrações sonoras
Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o A tua estrofe, majestosamente...
Casualmente, uma vez, de um perfumado Põe nela todo o incêndio das auroras
Contador sobre o mármor luzidio, para torná-la emocional e ardente.
Entre um leque e o começo de um bordado. Derrama luz e cânticos e poemas
Fino artista chinês, enamorado, No verso, e torna-o musical e doce,
Como se o coração nesses supremas
Nele pusera o coração doentio
Estrofes, puro e diluído fosse.
Em rubras flores de um sutil lavrado,
É um poema que ensina como deve ser escrito um
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
poema, que ele transmita musicalidade, que seja român-
Mas, talvez por contraste à desventura- tico sem ser sofrido. Vai na contramão do Parnasianismo
Quem o sabe?- de um velho mandarim que considera o poeta um escultor de obras perfeitas e va-
Também lá estava a singular figura: loriza o ritmo, as sensações, o uso dos sentidos ( o cheiro,
Que arte, em pintá-la! A gente acaso vendo-a o sabor), das sugestões. Retratam anseios e angústias que
Sentia um não-sei-quê com aquele chim atormentam o espírito sensível do poeta.
De olhos cortados à feição de amêndoa. Os poetas simbolistas fazem uso da sinestesia (sensa-
ção produzida pela interpenetração dos órgãos do sentido:
Estilo de texto descritivo comum ao Parnasianismo (cheiro doce), de figuras de linguagem para melhor expres-
onde o autor descreve detalhes de um vaso chinês, um sar seus sentimentos, como aliterações (repetição de letras
objeto de arte. O texto é construído sob formas perfeitas, ou sílabas numa mesma oração) e das assonâncias (repeti-
com rimas ricas, bem trabalhadas, porém, é um texto sem ção fônica das vogais). Todo esse jogo de palavras causa o
expressão, o que se percebe é a impessoalidade e a inex- que os poetas simbolistas tanto buscam, que é transmitir
pressividade do autor. É um texto bem escrito, porém po- seus anseios e angustias com musicalidade.
bre de conteúdo. Os maiores representantes deste movimento no Brasil
Nem todos os poetas conseguiam construir o poema foram Cruz e Sousa e Alphonsus Guimaraens. O Simbolis-
com a perfeição das rimas e quando isso acontecia e o sen- mo teve origem com a publicação de dois livros de Cruz e
timento fluía nos versos, belas poesias eram escritas. Sousa “Missal” e “Broquéis”.
120
PORTUGUÊS
Cruz e Sousa: João da Cruz e Sousa nasceu em 1861, Séc.XX onde as mudanças políticas e sociais estavam alte-
em Santa Catarina, e morreu em 1898, em Minas Gerais. rando a sociedade brasileira e alguns escritores usavam de
Um dos poetas mais importantes da nossa literatura, filho suas obras para fazer uma análise crítica da realidade bra-
de escravos, de vida difícil. Todas essas condições fizeram sileira. Seus maiores representantes foram Monteiro Loba-
com que ele voltasse seus versos para os marginalizados to, Euclides da Cunha, Lima Barreto e Graça Aranha. Esses
da sociedade. Cruz e Sousa escreveram os livros: Faróis, Úl- escritores queriam despertar seus leitores para a realidade
timos sonetos e Evocações. Com Virgilio Várzea escreveu e usavam de sua literatura para isso. Vejamos os aconteci-
Tropos e Fantasias. mentos sociais importantes dessa época:
Alphonsus de Guimaraens: Afonso Henrique da Costa Euclides da Cunha: Nasceu no Rio de Janeiro, em 1866,
Guimarães, nasceu em 1870 em Minas Gerais e ali faleceu e ali morreu assassinado em 1909. Cursou a escola militar
em 1921. Teve uma vida solitária e sua poesia remetia ao e a politécnica, formou-se em Engenharia. Após desligado
espiritualismo, carregada de rituais católicos, sonhos e de- do exercito trabalhou no jornal o estado de são Paulo, por
vaneios. Muito se preocupava com a morte, um dos seus quem foi designado a ir para a Bahia cobrir a Guerra de
temas. Escreveu Sentenário das dores de Nossa Senhora, Canudos. Baseando-se nesse trabalho, Euclides da Cunha
Câmara ardente, Dona mística, Kiriale, Pastoral aos crentes escreve o livro “Os sertões”, que causa um grande impacto
do amor e da morte. na sociedade por sua coragem e estilo.
Augusto dos Anjos: Augusto de Carvalho Rodrigues
Lima Barreto: Afonso Henrique de Lima Barreto nasceu
dos Anjos nasceu na Paraíba, em 1884, e morreu em 1914,
em 1881, no Rio de Janeiro e ali morreu em 1922. Pobre, fi-
em Minas Gerais. Foi considerado um poeta original, ocu-
lho de pais mestiços, sofreu muito preconceito por sua cor
pando um lugar á parte em nossa literatura por revelar tra- o que era influenciou bastante o seu trabalho. Seu estilo é
ços parnasianos e simbolistas ao usar a beleza do simbolis- simples e comunicativo, por isso o chamavam de deslei-
mo e as ciências biológicas do parnasianismo. Seus xado.
temas preferidos eram a morte, a decomposição da maté- Tinha uma visão crítica da sociedade e sensibilidade
ria e o vazio da existência. Auto intitulava-se o poeta das para representar a população humilde e marginalizada do
coisas mortas e deixei apenas um livro publicado chamado subúrbio. Sua visão critica da realidade o fez ocupar um lu-
“Eu”, em 1912. gar de destaque na literatura brasileira, no entanto, nunca
foi convidado a participar da Academia Brasileira de Letras.
Pré-Modernismo Escreveu crônicas, contos e romances, deixou também
um livro de memórias “O cemitério dos vivos”, fruto de sua
O Pré-Modernismo não é um movimento literário dolorosa experiência passada no Hospício Nacional, onde
como vimos acontecer até o momento, não se resume a esteve internado por causa de suas crise de alcoolismo.
textos para distrair. É o período dos primeiros 20 anos do Suas obras de destaque são Triste fim de Policarpo Quares-
121
PORTUGUÊS
ma, Recordações do escrivão Isaías Caminha, Vida e morte do Amaral, que contou com a participação de Manuel Ban-
de M. J. Gonzaga de Sá e os contos resumidos no volume deira, Di Cavalcanti, Graça Aranha, Guilherme de Almeida e
Histórias e sonhos. muitos outros.
Monteiro Lobato: José Bento Renato Monteiro Lobato Foi um evento bastante criticado, principalmente por
nasceu em Taubaté, em 1882, e morreu em 1948. Exerceu um artigo publicado por Monteiro Lobato no jornal “O
muitas funções; foi promotor, fazendeiro, jornalista, adido Estado de S. Paulo” intitulado “Paranóia ou mistificação?”.
comercial nos Estados Unidos e lutou arduamente na cam- Neste artigo, Monteiro Lobato mostrou-se bastante avesso
panha pela nacionalização do petróleo. Ficou por algum ao que era considerado moderno, chegando a ridicularizar
tempo preso, devido à pressão de empresas estrangeiras. a pintura de Anita Malfatti. A repercussão do artigo foi ins-
Depois, foi um exímio editor, contribuindo muito com nos- tantânea, quadros que haviam sido comprados foram de-
so mercado editorial. A estética de Monteiro Lobato volvidos. Apesar das críticas, a Semana de Arte Moderna foi
tem traços clássicos, conservadores e puristas, por isso ele uma das maiores influências sobre a arte até os dias atuais.
não pode ser considerado como genuíno modernista já
que temia que essa nova linguagem pudesse ser apenas A primeira fase (1922-1930)
uma influência estrangeira passageira. Mas sua face mo-
derna é revelada quanto faz críticas à sociedade e quando Apontaremos algumas características desta fase:
demonstra um nacionalismo lúcido e objetivo. - conquista definitiva do verso livre;
Ele tornou-se bastante popular pelos livros infantis - acentuada inspiração nacionalista;
que constituem metade de sua obra, onde as mais famosas - grande liberdade de criação;
são “Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho - maior aproximação entre a língua falada e a escrita.
(1933) e O Picapau Amarelo (1939).” Seu primeiro livro im- Alguns autores desse período:
portante foi “A menina do narizinho arrebitado”, em 1920, Oswald de Andrade (1890-1954): inovador, dinânmi-
que nunca foi re-editado, apenas por uma edição fac simi- co, polêmico. Foi jornalista, poeta, romancista e autor de
le em 1981. Suas histórias infantis normalmente passavam peças teatrais. Suas principais obras são: Poesia Pau-Brasil;
em um sítio no interior do Brasil, que tinham como perso- Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald De Andrade;
nagens a Dona Benta, seus netos Narizinho e Pedrinho e a Poesias reunidas; Memórias sentimentais de João Miramar;
empregada Tia Anastácia. As histórias eram complementa- Serafim Ponte Grande;Os condenados e peças teatrais: O
das por personagens do folclore brasileiro e animais que homem e o cavalo, A morta, O rei da vela.
ganhavam características humanas, e se passavam em lu- Manuel Bandeira (1886-1968): professor de literatura,-
gares fantasiosos como o fundo do mar, por exemplo. Tam- tradutor e crítico literário. Escreveu os seguintes livros de
bém escreveu contos,crônicas, romances, artigos e ensaio. poesia: A cinza das horas; Carnaval; Ritmo dissoluto; Liber-
Alguns dos livros de conto são “Urupês”, “Cidades mortas” tinagem; Estrela da manhã; Lira dos Cinquent’anos; Mafuá
e “Negrinha”. do Malungo; Belo belo;Opus; Estrela da tarde. Em prosa
escreveu: Crônicas da Província do Brasil, Itinerário de Pa-
Modernismo sárgada; Os reis vagabundos e mais cinquenta crônicas;
Andorinha, andorinha.
O Modernismo tem seu marco inicial com a Semana de Mário de Andrade (1893-1945): foi um escritor mui-
Arte Moderna de 1922 que foi uma época de culminância to fecundo, escreveu poesias, contos, romances, crônicas
de todo um processo de transformação pelo qual o país vi- e ensaios. Exerceu grande influência no Modernismo por
nha passando nas áreas tecnológicas, cientificas e culturais. ser crítico e dinâmico. Poesias: Há uma gota de sangue em
Nos primeiros anos do séc. XX, os pré-modernistas já se cada poema; Paulicéia desvairada; Losango Cáqui; Clã do
rebelavam contra o estilo Parnasiano. Eles buscavam algo jabuti; Remate de males; Poesias; Lira paulistana. Prosas:
novo, que abandonasse a cópia de estilos internacionais. Primeiro andar;Amar, verbo intransitivo; Macunaíma; O he-
Foram buscar novas formas de expressão, daí temos o ad- rói sem nenhum caráter; Belazarte; Contos novos.
vento do Futurismo, do Cubismo, do Expressionismo e do Antônio de Alcântara Machado (1901-1935): Apesar de
Surrealismo. ter morrido jovem, ele contribui bastante com o Modernis-
mo tendo colaborado com as revistas Terra roxa e outras
Dividindo didaticamente o Modernismo temos duas terras, Revista de Antropofagia e Revista nova. Suas me-
fases: lhores obras são os contos de Brás, Bexiga e Barra Funda e
1ª fase, de 1922-1930, marcada pela “destruição” ou Laranja da China, que hoje estão reunidos no livro Novelas
“combate” das antigas construções, principalmente do Par- paulistanas.
nasianismo.
2ª fase, de1930-1945, período chamado de “constru- A segunda fase (1930-1945)
ção”, é quando se consolidam as ideias do Modernismo e o
movimento assume características definidas. Nesta fase, o romance apresenta várias tendências:
A Semana de Arte Moderna ocorreu entre 13 e 18 de - Romance social nordestino: Jorge Amado, José Lins
fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. Muitas do Rego, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Gra-
foram as atividades realizadas neste evento. Havia confe- ciliano Ramos e outros.
rências, dança, música e leitura de poemas. O grupo que li- - Romance intimista e psicológico: Lúcio Cardoso, Cor-
derou a Semana foi chamado de Grupo dos cinco, formado nélio Pires e Ciro dos Anjos.
pelos escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e - Romance de temática social urbana: Érico Veríssimo,
Menotti Del Picchia e pelas pintoras Anita Malfatti e Tarsila Dionélio Machado e Marques Rebelo.
122
PORTUGUÊS
O romance social nordestino neo-realista é considera- seado na veracidade das situações e tem o intuito de inter-
do o estilo mais importante desse período. O início desse vir e lutar contra as injustiças sociais. É um retorno ao estilo
trabalho acontece com a publicação do livro “A bagaceira”, realista e naturalista com forte influência do Modernismo
de José Américo de Almeida, que tem por principal objeti- e do Marxismo. Este estilo é iniciado com a publicação do
vo denunciar as injustiças sócias no Nordeste, a exploração livro de José Américo de Almeida, “A bagaceira” e outros
do povo e o drama dos retirantes da seca. autores como, Jorge Amado, José Lins do Rego, Rachel de
Rachel de Queiroz (1910-2003): destacou-se ainda bem Queiroz, Graciliano Ramos adotam este estilo em suas pro-
jovem com a publicação do romance O quinze. Também duções literárias.
conhecida por outras obras, como: João Miguel, Caminhos
de Pedra, As três Marias, Memorial de Maria Moura. Questões
Jorge Amado (1912-2001): um dos maiores escritores
brasileiros. Em seus primeiros romances fazia denúncia so- 1) A história da literatura passou por vários estilos.
cial e participava na política. Dessa fase constam Cacau, Cada estilo recebeu um nome, como Barroco, por exemplo,
Jubiabá, Mar morto, Capitães da areia, Terras do sem-fim. que foi um estilo que predominou no séc. XVIII. Então, po-
Posteriormente modifica suas obras e passa a predominar demos dizer que estilo literário:
a crítica aos costumes e a sátira. Dessa fase destacam-se a) É a exata expressão do modo de pensar de todos
Gabriela, cravo e canela; Os pastores da noite, Dona flor os escritores de uma certa época.
e seus dois maridos; Tenda dos milagres, Tieta do agreste, b) É o conjunto dos estilos individuais de todos os
entre outros. autores de uma certa época.
Graciliano Ramos (1892-1953): considerado o mais im- c) É a forma como cada autor escreve.
portante prosador do Modernismo. Escreveu os romances d) São os procedimentos artísticos e as concepções
do mundo predominante nas obras de uma certa época.
Caetés, São Bernardo; Angústia, Vidas secas, o conto Insô-
nia, memórias Infância e memórias do cárcere e literatura
2) Relacione:
infantil Histórias de Alexandre.
(a) Arcadismo
José Lins do Rego (1901-1957): suas obras têm um
(b) Barroco
aspecto memorialista, faz alusão à época da Infância e da
(c) Modernismo
adolescência passadas no engenho do avô, na Paraíba.
(d) Simbolismo
Tratava nestes textos da decadência das estruturas eco-
nômicas do Nordeste e dos desmandos dos senhores de 1- Uma de suas principais características é o bucolis-
engenho. Suas obras “Menino de Engenho”. “Doidinho”, mo, a idealização da vida campestre. ( )
“Bangüê”, “Usina” e “Fogo morto”, formam o ciclo que 2- Estilo que faz uso exagerado de hipérboles e antí-
ele classifica de ciclo da cana-de-açúcar. “Pedra bonita” e teses. ( )
“Cangaceiros” compõem o ciclo do cangaço e “O moleque 3- Movimento político de revalorização do subjetivis-
Ricardo”, “Pureza”, “Riacho doce”, “Água-mãe” e “Eurídice”, mo e da vida espiritual, que desprezava a descrição deta-
falam do misticismo e da seca. lhada do Parnasianismo. ( )
Érico Veríssimo (1905-1975): nasceu no Rio Grande do
Sul e por isso algumas de suas histórias são naquele ce- 4- Estilo literário em que foi escrito “Macunaíma”. (
nário. Na primeira fase de suas obras os romances trans- )
correm em ambiente urbano e contemporâneo. As obras 5) Os autores das obras “Marília de Dirceu” e “A mo-
dessa fase são: ”Clarissa”, “Música ao longe”, “Um lugar ao reninha”, respectivamente, são:
sol”,” Olhai os lírios do campo”, “Saga” e “O resto é silên- a) Santa Rita Durão e Basílio da Gama.
cio”. Sua segunda fase é um retorno aos tempos passados b) Gonçalves Dias e Joaquim Manuel de Macedo.
do Rio Grande do Sul, onde ele discute sua formação social. c) Tomás Antônio Gonzaga e Joaquim Manuel de
Os romances que compõem essa fase recebem o título de Macedo.
“O tempo e o vento”, do qual fazem parte os romances “O d) Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga.
continente”, “ O retrato” e “O arquipélago”. 6) Podemos afirmar sobre Gregório de Matos:
Em seus últimos trabalhos há um retorno a contem-
poraneidade quando escreve “O prisioneiro”, “O senhor I) escreveu apenas poesias satíricas, razão pela qual fi-
embaixador” e “Incidente em Antares”. Após, publica seu cou conhecido pelo apelido de “Boca do Inferno”.
último livro, um livro de memórias “Solo de Clarineta”. II) escreveu o “ Sermão da Sexagésima” e outros ser-
No estilo poético dessa segunda fase do Modernismo mões.
os principais poetas foram: Carlos Drummond de Andrade III) não teve nenhum livro publicado em vida, o que
(além de ser o mais importante poeta desta fase, também conhecemos é fruto de pesquisas em coletâneas da época.
foi cronista, contista e tradutor), Cecília Meireles, Murilo IV) escreveu o poema “Caramuru”.
Mendes, Mário Quintana e Vinícius de Moraes.
a) I e III são verdadeiras
Neo-Realismo b) I, II e IV são verdadeiras
O neo-realismo foi um movimento que aconteceu em c) II, III e IV são verdadeiras
meados do séc.XX; um estilo que resgata o realismo, ba- d ) todas as alternativas são verdadeiras
123
PORTUGUÊS
7) Que obra representou uma crítica à Cunha Mene- - Uso da razão em contraposição à fé.
ses, governador da capitania de Minas? - Sofreu influências dos filósofos iluministas.
a) Marília de Dirceu. a) Barroco
b) O sermão da sexagésima. b) Arcadismo
c) Cartas chilenas c) Romantismo
d) Prosopopeia. d) Neo-realismo
8) Leia este trecho do texto do padre Vieira: 13) Podemos dizer que o Simbolismo:
a) retoma o espírito nacionalista do Romantismo.
“Os senhores poucos, os escravos muitos; os senho- b) Valoriza o poder sugestivo das imagens poéticas e
res rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senho- a musicalidade da linguagem.
res banqueteando, os escravos perecendo á fome; os se- c) busca obsessivamente a objetividade, por isso dá
nhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados preferência ao soneto descritivo.
de ferros”. d) faz da poesia uma forma de denúncia social, asse-
A que estilo literário pertence este texto? Qual a figura melhando-se, nesse ponto ao Realismo.
de linguagem utilizada pelo autor?
a) Simbolismo e pleonasmo. 14) Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar
b) Arcadismo e hipérbole. tipos:
c) Barroco e antítese. a) aristocratas do campo.
d) Realismo e aliteração. b) aristocratas da cidade
c) popular do subúrbio
9) Complete as lacunas com as palavras correspon- d) rústico do campo
dentes:
Podemos dizer que, historicamente, o Parnasianismo 15) Coloque V para verdadeiro e F para falso:
brasileiro teve início no século _____, com a publicação do
I- a análise crítica da realidade brasileira é uma das
livro ____ em ___ pelo escritor ____.
características em comum entre Monteiro Lobato e Lima
a) século XIX, Fanfarras, 1882, Teófilo Dias.
Barreto.( )
b) século XIX, Fanfarras, 1886, Olavo Bilac.
II- Lima Barreto produziu dois livros de memórias:
c) século XVIII, O Parnaso contemporâneo, 1780, Teó-
Diário íntimo e O cemitério dos vivos. ( )
filo Dias.
III- Negrinha e Cidades mortas são contos de Montei-
d) século XVIII, O Parnaso contemporâneo, 1780, Olavo
ro Lobato. ( )
Bilac. IV- Os sertões, de Euclides da Cunha, pode ser consi-
derado uma obra de história e literatura. ( )
8) Relacione autores e obras:
(a ) Bernardo Guimarães ( ) Lucíola a) III e IV são verdadeiras,
(b ) José de Alencar ( ) Inocência b) I,II e III são verdadeiras,
(c ) Joaquim M. de Macedo ( ) A escrava c) I e III são verdadeiras
Isaura d) Todas as alternativas são verdadeiras.
(d ) Taunay ( ) O moço loiro
16) Os romances abaixo citados estão numa sequencia
10) Qual das obras citadas abaixo não foi escrita por cronologicamente correta, exceto na alternativa:
José de Alencar? a) A moreninha - Grande sertão: veredas – O Ateneu.
a) O guarani. b) Iracema – O cortiço – Triste fim de Policarpo Qua-
b) Cinco minutos. resma.
c) A viuvinha. c) Senhora – Quincas Borba – O quinze.
d) O seminarista. d) Lucíola – Dom Casmurro – Fogo morto.
11) Assinale dois importantes autores que se destaca- 17) Assinale a alternativa correta:
ram no Romantismo e seus respectivos estilos literários. a) Cecília Meireles – Modernismo – séc. XX.
a) Gonçalves Dias (prosa) e José de Alencar (poesia). b) Cruz e Sousa – Simbolismo – Séc.XVII
b) Tomás Antônio Gonzaga (poesia) e Basílio da Gama c) Graciliano Ramos – Realismo – séc. XVI
(poesia). d) Érico Veríssimo – Modernismo – séc.XIX.
c) Aluísio Azevedo (romance) e Machado de Assis (con-
to) 18) Assinale a alternativa incorreta:
d) Gonçalves Dias (poesia) e José de Alencar (prosa). a) O autor de Fogo morto também escreveu Menino
de engenho.
12) Qual estilo literário tem as seguintes característi- b) O autor de O quinze também escreveu Memorial
cas? de Maria Moura.
- Apresenta como uma de suas principais característi- c) O autor de Incidente em Antares também escre-
cas o bucolismo e a idealização da vida campestre. veu Clarissa.
124
PORTUGUÊS
d) O autor de Vidas Secas também escreveu Capitães 4) a, Gregório de Matos em suas obras fazia críticas
da areia. ao governo, por isso suas poesias são consideradas satíri-
19) Assinale a cronologia correta dos movimentos lite- cas e recebeu o apelido de “Boca do Inferno”. Quem escre-
rários no Brasil: veu o Sermão da sexagésima foi o padre Vieira e caramuru
a) Quinhentismo – Barroco – Romantismo. foi escrito por Santa Rita Durão em 1781.
b) Quinhentismo – Arcadismo – Simbolismo. 5) c, Cartas chilenas são poemas satíricos que critica-
c) Quinhentismo – Romantismo – Barroco. vam o governador. Tinha esse nome porque supostamente
d) Quinhentismo – Barroco – Arcadismo. sua história se passava no Chile. Esta era uma forma das
poesias não serem censuradas e seu autor punido.
19) Quais acontecimentos históricos marcaram o Ar-
cadismo? 6) c, esse trecho é considerado Barroco porque foi
a) Primeira Guerra Mundial e Conjuração Mineira. escrito no séc.XVII, onde predominava esse estilo e o uso
b) Conjuração Mineira e Fundação da Arcádia Lusita- da figura de linguagem Antítese se prova quando o autor
na. faz uso de ideias contrárias, opostas. Ele fala de banquete e
c) Revolução Francesa e Segunda Guerra Mundial. de fome, de poucos e de muitos, entre outros.
d) Semana de Arte Moderna e Fundação da Arcádia
Lusitana. 7) a, Foi com o livro “Fanfarras”, de Teófilo Dias, que
o Parnasianismo tem início em 1882. Foi o livro que crista-
20) Formaram o Grupo dos cinco na Semana de Arte lizou o estilo naquele século.
moderna:
a) Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti 8) Bernardo Guimarães escreveu “A escrava Isaura”,
Del Picchia, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral. seu livro mais conhecido, foi publicado em 1875, o roman-
b) Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Menotti Del ce virou novelas em algumas redes de televisão do país e
Picchia, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral. foi exportado para mais de 150 países.
José de Alencar escreveu “Lucíola”, que faz parte dos
c) José Lins do Rego, Oswald de Andrade, Menotti
vários livros a quem ele intitula com adjetivos ou nomes
Del Picchia, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.
femininos: Senhora, Diva e Lucíola.
d) Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Érico Ve-
Joaquim Manuel de Macedo escreveu “O moço loiro”
ríssimo, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.
em 1845.
Alfredo Maria Adriano d’EscragnolleTaunay, primeiro e
Respostas
único Visconde de Taunay escreveu “Inocência” em 1872.
1) d, em cada época predomina um estilo literário,
9) d, os livros “O guarani”, ”Cinco minutos” e “A viu-
geralmente baseado nos acontecimentos históricos e na vinha” foram escritos por José de Alencar. “O seminarista”
cultura vigente naquele momento. Mas, nem todos que fa- foi escrito por Bernardo Guimarães em 1872.
zem parte deste contexto produzem sua obra da mesma
forma, é apenas algo predominante. 10) d, Gonçalves Dias foi um importante poeta do Ro-
mantismo e José de Alencar teve a prosa romântica como
2) 1-a, os poetas árcades prezavam por uma vida uma de suas principais vertentes e seus livros são bastante
simples em contato com a natureza, o que é chamado de requisitados em vestibulares.
bucolismo.
2-b, os escritores barrocos faziam uso de uma lin- 11) b, o estilo que assume estas características é o Ar-
guagem bastante trabalhada, culta, por isso em seus textos cadismo, são bucólicos; e por valorizarem o material estão
sempre havia figuras de linguagem. sempre a favor da razão e não usam a fé com tábua de
3-d, os simbolistas estavam cansados do estilo salvação e acima de tudo porque eram influenciados por
detalhista e sem expressão do Parnasianismo, por isso res- filósofos iluministas que buscavam na razão reformar a so-
gataram a expressividade e a musicalidade em suas obras. ciedade. Foi um movimento contra os abusos da igreja e do
4-c, Macunaíma, foi um rapsódia (compilação numa estado.
mesma obra de temas ou assuntos heterogêneos) cons-
truída a partir de um conjunto de escritos folclóricos, por 12) b, o Simbolismo foi um estilo marcado pela subje-
Mário de Andrade em 1928, durante, portanto, o Moder- tividade, pela musicalidade, por aquilo que a imagem su-
nismo. gere e não pelo que ela é fisicamente, como é o caso do
3) c, Tomás Antônio Gonzaga, escrevia sob o pseu- Parnasianismo, que dá riqueza de detalhes mas tem pobre-
dônimo de Dirceu à sua amada Marília, daí a coletânea de za de expressões e de sentimentos.
poesias que formou um livro chamado “Marília de Dirceu”. 13) c, Lima Barreto, por ser filho de mestiços e pobres,
Joaquim Manuel Macedo escrevia textos com assuntos foi vítima de preconceito e esse preconceito marcou toda
corriqueiros e tradicionais, reproduzia a vida social da bur- a sua obra onde ele criou tipos populares que viviam nos
guesia, com mocinhos e mocinhas, daí nasceu o romance subúrbios do Rio de Janeiro. Sentia-se em suas obras, um
“A moreninha”. pouco de sua própria história.
125
PORTUGUÊS
15) a,
A moreninha – 1844
Grande sertão: veredas – 1956
O Ateneu-1888
Iracema – 1865
O cortiço – 1890
Triste fim de Policarpo Quaresma -1911
Senhora – 1875
Quincas Borba – 1892
O quinze -1930
Lucíola – 1862
Dom Casmurro – 1899
Fogo morto -1943
126
REDAÇÃO
Dissertação – Tema: é a colocação do título; a correta interpretação do tema central; capacidade de reflexão; o não
tangenciamento, desvio ou fuga parcial do tema; ..................................................................................................................................... 01
a estrutura dissertativa, com introdução, desenvolvimento e conclusão, em que não haja características de relato puro,
pela incidência recorrente ou pela predominância de verbos no pretérito. Na introdução, a apresentação do assunto
geral, o direcionamento ou delimitação do tema e o posicionamento do aluno, ou objetivo do trabalho; no desenvol-
vimento, a abordagem do tema, a apresentação de no mínimo duas ideias-força, o aprofundamento necessário para
alicerçar cada uma delas, a clara intenção persuasiva, o grau de conhecimento, maturidade e capacidade de abstração
mental; na conclusão, a retomada do tema, a ratificação do objetivo do trabalho e o fecho. ................................................ 02
Linguagem: ADEQUAÇÃO VOCABULAR (coerência, coesão textual, clareza, estruturação frasal, períodos gramatical-
mente íntegros, impessoais, sem prolixidade, não utilização de pronome de tratamento “você”, não utilização de texto
apelativo, verbos no imperativo, aconselhamentos; utilização da norma culta da Língua, sem repetição viciosa, sem
marcas de oralidade e/ou gírias, não utilização de clichês). APRESENTAÇÃO (sem rasuras, letra padrão da Língua, mar-
ginação, capricho). .................................................................................................................................................................................................. 06
Gramática: cumprimento das normas gramaticais, de acordo com a norma culta da Língua................................................... 21
REDAÇÃO
1
REDAÇÃO
Reforçando: Exemplo:
Tema: É o assunto sobre o qual se escreve, ou seja, a Há três métodos pelos quais pode um homem chegar
ideia que será defendida ao longo da dissertação. Deve-se a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência,
ter o tema como um elemento abstrato. Nunca se refira a como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma
ele como parte da dissertação irmã; o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e
o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrup-
Título: É uma expressão, geralmente curta e sem ver- ção da corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os
bo, colocada antes da dissertação. Se não houver verbo que se valem do último desses métodos, pois os tais faná-
no título, não se usa ponto final. Não se deve pular linha ticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservien-
depois do título. A colocação de letras maiúsculas em to- tes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição
das as palavras, menos artigos, preposições e conjunções, todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros
é facultativa.
subordinando a maioria do senado, ou grande conselho,
Apesar de o título ser importante para uma disserta-
e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja
ção, julgo ser também perigoso, pois, como o estudante
não está acostumado a dissertar, pode equivocar-se e dar natureza lhe expliquei), garantem-se contra futuras pres-
um título que não corresponda ao âmago da redação. Por- tações de contas e retiram-se da vida pública carregados
tanto acredito que o ideal seria colocar título apenas quan- com os despojos da nação.
do a prova o exigir. Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234235.
2
REDAÇÃO
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem dis- - Narração: narrar um fato.
cutidos. Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consi-
go: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial,
fora para dentro...” de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais
importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona formas:
a um fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início
no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova
de inflação que a década colecionou, agravou vários dos
com este tipo de abordagem.
históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência,
principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente
identificada pela população brasileira.” - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar
a ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. definição.
- Convite: proposta ao leitor para que participe de al- - Comparação: estabelecer analogias, confrontar si-
guma coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na tuações distintas.
sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não
entre pelo cano! Faça parte desse time de vencedores des- - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta
de a escolha desse momento! pontos favoráveis e desfavoráveis.
- Contestação: contestar uma idéia ou uma situação.
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato
Ex: “É importante que o cidadão saiba que portar arma de
ou descrever uma cena.
fogo não é a solução no combate à insegurança.”
- Características: caracterização de espaços ou aspec- - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados es-
tos. tatísticos.
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
“Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque prováveis resultados.
de aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo,
existem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar - Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve
programas) e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem apresentar questionamento e reflexão.
sinais recebidos). (...)”
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: concei-
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
tos, valores, juízos.
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o as-
sunto do texto. Ex: “A principal característica do déspota - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
encontra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das porquês de uma determinada situação.
normas e das regras que definem a vida familiar, isto é, o
espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
pois decorre exclusivamente de sua vontade, de seu prazer
e de suas necessidades.” - Exemplificação: dar exemplos.
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fe-
que compõem o texto. chamento integrado de tudo que se argumentou. Para ela
convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se
faz a pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entu-
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
siasmo pelo futebol não é uma prova de alienação?”
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão
curiosidade do leitor. de quem lê.
Exemplo:
- Comparação: social e geográfica.
Direito de Trabalho
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um
triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e novo modelo econômico: o capitalismo, que até o século
das realidades que marcaram esses 100 últimos anos, apa- XX agia por meio da inclusão de trabalhadores e hoje pas-
rece a verdadeira doença do século...” sou a agir por meio da exclusão. (A)
3
REDAÇÃO
A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo momento de dissertar sobre algum assunto. Debater e pes-
o trabalho automático, devido à evolução tecnológica e a quisar são atitudes que favorecem o senso crítico, essencial
necessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca no desenvolvimento de um texto dissertativo.
o desemprego. Outro fator que também leva ao desempre-
go de um sem número de trabalhadores é a contenção de Ainda temos:
despesas, de gastos. (B)
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa cri- Tema: compreende o assunto proposto para discus-
se social que provém dessa automatização e qualificação, são, o assunto que vai ser abordado.
obriga que seja feita uma lei, em que será dada absoluta Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
garantia aos trabalhadores, de que, mesmo que as empre- discutido.
sas sejam automatizadas, não perderão eles seu mercado Argumentação: é um conjunto de procedimentos lin-
de trabalho. (C) guísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
Não é uma utopia?! opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É for-
Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na necer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma
colheita da cana de açúcar que devido ao avanço tecnoló- determinada tese.
gico e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o
meio ambiente, proibindo a queima da cana de açúcar para Estes assuntos serão vistos com mais afinco posterior-
a colheita e substituindo-os então pelas máquinas, desem- mente.
prega milhares deles. (D)
Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:
cursos de cabeleireiro, marcenaria, eletricista, para não
perderem o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessi-
classe de trabalhos informais. dade de pleno domínio do assunto e habilidade de argu-
Como ficam então aqueles trabalhadores que passa- mentação;
ram à vida estudando, se especializando, para se diferen- - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao
ciarem e ainda estão desempregados?, como vimos no úl- tema;
timo concurso da prefeitura do Rio de Janeiro para “gari”, - a coerência é tida como regra de ouro da dissertação;
havia até advogado na fila de inscrição. (E) - impõem-se sempre o raciocínio lógico;
Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos - a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
têm o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstra-
que almeja um futuro brilhante, deter, com urgência esse ção do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural,
processo de desníveis gritantes e criar soluções eficazes original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve
para combater a crise generalizada (F), pois a uma nação ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).
doente, miserável e desigual, não compete a tão sonhada
modernidade. (G) O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apre-
sentar: uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear)
1º Parágrafo – Introdução e uma ou mais frases que explicitem tal ideia.
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada
A. Tema: Desemprego no Brasil. (ideia central) porque oculta os problemas sociais realmen-
Contextualização: decorrência de um processo histó- te graves. (ideia secundária)”.
rico problemático. Vejamos:
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser comba-
2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento tida urgentemente.
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
remetem a uma análise do tema em questão. combatida urgentemente, pois a alta concentração de ele-
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro mentos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas,
dado da realidade. sobretudo daquelas que sofrem de problemas respirató-
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade rios:
de quem propõe soluções.
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição. - A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem
levado muita gente ao vício.
7º Parágrafo: Conclusão - A televisão é um dos mais eficazes meios de comuni-
F. Uma possível solução é apresentada. cação criados pelo homem.
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com - A violência tem aumentado assustadoramente nas ci-
modernidade. dades e hoje parece claro que esse problema não pode ser
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opi- resolvido apenas pela polícia.
nar sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos - O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise
é um dos recursos que permite uma segurança maior no atualmente.
4
REDAÇÃO
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a - O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanida-
sociedade brasileira. de que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras: em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.
- O espírito competitivo foi excessivamente exercido
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver
série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de numa sociedade fria e inamistosa.
características, funções, processos, situações, sempre ofe-
recendo o complemente necessário à afirmação estabele- Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos mar-
cida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os cam temporal e espacialmente a evolução de ideias, pro-
critérios de importância, preferência, classificação ou alea- cessos.
toriamente. Exemplos:
Exemplo:
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. De-
várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios pois deu um significado a cada grunhido. Muito depois,
sistemáticos e demasiada permanência diante de compu- inventou a escrita e só muitos séculos mais tarde é que
tadores e aparelhos de Televisão. passou à comunicação de massa.
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é gran- Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas
de o número de emissoras que dedicam parte da sua pro- úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma
gramação à veiculação de programas religiosos de crenças forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transfor-
variadas. mação da rocha em terra pela umidade e calor. Nas regiões
temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pou-
3- co profunda. (Melhem Adas)
- A Santa Missa em seu lar.
- Terço Bizantino.
Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se
- Despertar da Fé.
conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las
- Palavra de Vida.
mais compreensíveis.
- Igreja da Graça no Lar.
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue prove-
niente do coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão
4-
umbilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o
as artérias contém sangue vermelho-vivo, recém oxigena-
governo brasileiro diante de tantos desmatamentos, dese-
do. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais
quilíbrios sociológicos e poluição.
- Existem várias razões que levam um homem a enve- escuro e desoxigenado, que o coração remete para os pul-
redar pelos caminhos do crime. mões para receber oxigênio e liberar gás carbônico”.
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
porque pode trazer muitas consequências indesejáveis. Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação,
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua so- deve delimitar-se o tema que será desenvolvido e que po-
brevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer. derá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo,
- O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas o tema é a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a
em várias categorias. partir das seguintes ideias:
Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver - A violência contra os povos indígenas é uma constan-
através da comparação, que confronta ideias, fatos, fenô- te na história do Brasil.
menos e apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança. - O surgimento de várias entidades de defesa das po-
Exemplo: pulações indígenas.
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio
“A juventude é uma infatigável aspiração de felicida- brasileiro.
de; a velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e - A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.
persistente sentimento de dor, porque já estamos nos con-
vencendo de que a felicidade é uma ilusão, que só o sofri- Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver,
mento é real”. deve fazer a estruturação do texto.
(Arthur Schopenhauer)
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,
encontra no seu desenvolvimento um segmento causal Introdução: deve conter a ideia principal a ser desen-
(fato motivador) e, em outras situações, um segmento in- volvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura
dicando consequências (fatos decorrentes). do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar
Exemplos: a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o
5
REDAÇÃO
6
REDAÇÃO
verdade, das relações subjacentes ao texto, da não-con- “Pior fez o quarto-zagueiro Edinho Baiano, do Paraná
tradição entre as partes, da continuidade semântica, em Clube, entrevistado por um repórter da Rádio Cidade. O Pa-
síntese, da coerência. raná tinha tomado um balaio de gols do Guarani de Campi-
nas, alguns dias antes. O repórter queria saber o que tinha
A coerência é um fator de interpretabilidade do texto, acontecido. Edinho não teve dúvida sobre os motivos:
pois possibilita que todas as suas partes sejam englobadas __ Como a gente já esperava, fomos surpreendidos pelo
num único significado que explique cada uma delas. Quan- ataque do Guarani.”
do esse sentido não pode ser alcançado por faltar relação Ernâni Buchman. In: Folha de Londrina.
de sentido entre as partes, lemos um texto incoerente,
como este: A surpresa implica o inesperado. Não se pode ser sur-
preendido com o que já se esperava que acontecesse.
A todo ser humano foi dado o direito de opção entre a
mediocridade de uma vida que se acomoda e a grandeza de Coerência Argumentativa
uma vida voltada para o aprimoramento intelectual.
A coerência argumentativa diz respeito às relações de
A adolescência é uma fase tão difícil que todos enfren- implicação ou de adequação entre premissas e conclusões
tam. De repente vejo que não sou mais uma “criancinha” ou entre afirmações e consequências. Não é possível al-
dependente do “papai”. Chegou a hora de me decidir! Tenho guém dizer que é a favor da pena de morte porque é con-
que escolher uma profissão para me realizar e ser indepen- tra tirar a vida de alguém. Da mesma forma, é incoerente
dente financeiramente. defender o respeito à lei e à Constituição Brasileira e ser
favorável à execução de assaltantes no interior de prisões.
No país em que vivemos, que predomina o capitalismo, Muitas vezes, as conclusões não são adequadas às
o mais rico sempre é quem vence! premissas. Não há coerência, por exemplo, num raciocínio
como este:
Apud: J. A. Durigan, M. B. M. Abaurre e Y. F. Vieira
(orgs). Há muitos servidores públicos no Brasil que são verda-
A magia da mudança. Campinas, Unicamp, 1987, deiros marajás.
p. 53. O candidato a governador é funcionário público.
Portanto o candidato é um marajá.
Nesses parágrafos, vemos três temas (direito de opção;
adolescência e escolha profissional; relações sociais sob o Segundo uma lei da lógica formal, não se pode con-
capitalismo) que mantêm relações muito tênues entre si. cluir nada com certeza baseado em duas premissas parti-
Esse fato, prejudicando a continuidade semântica entre as culares. Dizer que muitos servidores públicos são marajás
partes, impede a apreensão do todo e, portanto, configura não permite concluir que qualquer um seja.
um texto incoerente. A falta de relação entre o que se diz e o que foi dito
Há no texto, vários tipos de relação entre as partes que anteriormente também constitui incoerência. É o que se vê
o compõem, e, por isso, costuma-se falar em vários níveis neste diálogo:
de coerência.
“__ Vereador, o senhor é a favor ou contra o pagamento
Coerência Narrativa de pedágio para circular no centro da cidade?
__ É preciso melhorar a vida dos habitantes das grandes
A coerência narrativa consiste no respeito às implica- cidades. A degradação urbana atinge a todos nós e, por con-
ções lógicas entre as partes do relato. Por exemplo, para seguinte, é necessário reabilitar as áreas que contam com
que um sujeito realize uma ação, é preciso que ele tenha abundante oferta de serviços públicos.”
competência para tanto, ou seja, que saiba e possa efetuá
-la. Constitui, então, incoerência narrativa o seguinte exem- Coerência Figurativa
plo: o narrador conta que foi a uma festa onde todos fu-
mavam e, por isso, a espessa fumaça impedia que se visse A coerência figurativa refere-se à compatibilidade das
qualquer coisa; de repente, sem mencionar nenhuma mu- figuras que manifestam determinado tema. Para que o lei-
dança dessa situação, ele diz que se encostou a uma colu- tor possa perceber o tema que está sendo veiculado por
na e passou a observar as pessoas, que eram ruivas, loiras, uma série de figuras encadeadas, estas precisam ser com-
morenas. Se o narrador diz que não podia enxergar nada, patíveis umas com as outras. Seria estranho (para dizer o
é incoerente dizer que via as pessoas com tanta nitidez. mínimo) que alguém, ao descrever um jantar oferecido no
Em outros termos, se nega a competência para a realização palácio do Itamarati a um governador estrangeiro, depois
de um desempenho qualquer, esse desempenho não pode de falar de baixela de prata, porcelana finíssima, flores, can-
ocorrer. Isso por respeito às leis da coerência narrativa. Ob- delabros, toalhas de renda, incluísse no percurso figurativo
serve outro exemplo: guardanapos de papel.
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é preciso ter lido textos de Caeiro. Por outro lado, é preciso Da terceira vez não vi mais nada
saber que o ortônimo (Fernando Pessoa ele mesmo) expri- Os céus se misturaram com a terra
me suas emoções, falando da solidão interior, do tédio, etc. E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face
[das águas.
Incoerência Proposital Poesias completas e prosa. Rio de Janeiro,
Aguilar, 1986, p. 214.
Existem textos em que há uma quebra proposital da
coerência, com vistas a produzir determinado efeito de Para percebermos a coerência desse texto, é preciso,
sentido, assim como existem outros que fazem da não- no mínimo, que nosso conhecimento de mundo inclua o
coerência o próprio princípio constitutivo da produção de poema:
sentido. Poderia alguém perguntar, então, se realmente
existe texto incoerente. Sem dúvida existe: é aquele em que O Adeus de Teresa
a incoerência é produzida involuntariamente, por inabili-
dade, descuido ou ignorância do enunciador, e não usada
A primeira vez que fitei Teresa,
funcionalmente para construir certo sentido.
Como as plantas que arrasta a correnteza,
Quando se trata de incoerência proposital, o enuncia-
A valsa nos levou nos giros seus...
dor dissemina pistas no texto, para que o leitor perceba
que ela faz parte de um programa intencionalmente dire-
cionado para veicular determinado tema. Se, por exemplo, Castro Alves
num texto que mostra uma festa muito luxuosa, aparecem
figuras como pessoas comendo de boca aberta, falando em Para identificarmos a relação de intertextualidade en-
voz muito alta e em linguagem chula, ostentando sua últi- tre eles; que tenhamos noção da crítica do Modernismo
mas aquisições, o enunciador certamente não está queren- às escolas literárias precedentes, no caso, ao Romantismo,
do manifestar o tema do luxo, do requinte, mas o da vul- em que nenhuma musa seria tratada com tanta cerimônia
garidade dos novos-ricos. Para ficar no exemplo da festa: e muito menos teria “cara”; que façamos uma leitura não
em filmes como “Quero ser grande” (Big, dirigido por Penny literal; que percebamos sua lógica interna, criada pela dis-
Marshall em 1988, com Tom Hanks) e “Um convidado bem seminação proposital de elementos que pareceriam absur-
trapalhão” (The party, Blake Edwards, 1968, com Peter Sel- dos em outro contexto.
lers), há cenas em que os respectivos protagonistas exibem
comportamento incompatível com a ocasião, mas não há Coesão
incoerência nisso, pois todo o enredo converge para que o
espectador se solidarize com eles, por sua ingenuidade e Uma das propriedades que distinguem um texto de um
falta de traquejo social. Mas, se aparece num texto uma fi- amontoado de frases é a relação existente entre os ele-
gura incoerente uma única vez, o leitor não pode ter certe- mentos que os constituem. A coesão textual é a ligação,
za de que se trata de uma quebra de coerência proposital, a relação, a conexão entre palavras, expressões ou frases
com vistas a criar determinado efeito de sentido, vai pensar do texto. Ela manifesta-se por elementos gramaticais, que
que se trata de contradição devida a inabilidade, descuido servem para estabelecer vínculos entre os componentes do
ou ignorância do enunciador. texto. Observe:
Dissemos também que há outros textos que fazem da
inversão da realidade seu princípio constitutivo; da incoe- “O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum
rência, um fator de coerência. São exemplos as obras de de anotações, que segurava na mão.”
Lewis Carrol “Alice no país das maravilhas” e “Através do es-
pelho”, que pretendem apresentar paradoxos de sentido,
Nesse período, o pronome relativo “que” estabelece
subverter o princípio da realidade, mostrar as aporias da
conexão entre as duas orações. O iraquiano leu sua decla-
lógica, confrontar a lógica do senso comum com outras.
ração num bloquinho comum de anotações e segurava na
Reproduzimos um poema de Manuel Bandeira que mão, retomando na segunda um dos termos da primeira:
contém mais de um exemplo do que foi abordado: bloquinho. O pronome relativo é um elemento coesivo, e a
Teresa conexão entre as duas orações, um fenômeno de coesão.
Leia o texto que segue:
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas Arroz-doce da infância
Achei também que a cara parecia uma perna
Ingredientes
Quando vi Teresa de novo 1 litro de leite desnatado
Achei que seus olhos eram muito mais velhos 150g de arroz cru lavado
[que o resto do corpo 1 pitada de sal
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando 4 colheres (sopa) de açúcar
[que o resto do corpo nascesse) 1 colher (sobremesa) de canela em pó
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“As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem “O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na
como um pensador cín iço e descrente do amor e da ami- sala de espetáculos. Curiosamente, a carteira tinha muito
zade.” dinheiro dentro, mas nem um documento sequer.”
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- Quando, em dado contexto, o anafórico pode refe- todo momento tomar graves decisões que afetam a vida de
rir-se a dois termos distintos, há uma ruptura de coesão, muitas pessoas; necessita acompanhar tudo o que acontece
porque ocorre uma ambiguidade insolúvel. É preciso que o no Brasil e no mundo. Um presidente deve começar a traba-
texto seja escrito de tal forma que o leitor possa determinar lhar ao raiar do dia e terminar sua jornada altas horas da
exatamente qual é a palavra retomada pelo anafórico. noite.”
A repetição do termo presidente estabelece a coesão
“Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor entre o último período e o que vem antes dele.
por causa da sua arrogância.”
“Observava as estrelas, os planetas, os satélites. Os as-
O anafórico “sua” pode estar-se referindo tanto à pala- tros sempre o atraíram.
vra ator quanto a diretor.
Os dois períodos estão relacionados pelo hiperônimo
“André brigou com o ex-namorado de uma amiga, que astros, que recupera os hipônimos estrelas, planetas, saté-
trabalha na mesma firma.” lites.
Não se sabe se o anafórico “que” está se referindo ao “Eles (os alquimistas) acreditavam que o organismo do
termo amiga ou a ex-namorado. Permutando o anafórico homem era regido por humores (fluidos orgânicos) que per-
“que” por “o qual” ou “a qual”, essa ambiguidade seria des- corriam, ou apenas existiam, em maior ou menor intensi-
feita. dade em nosso corpo. Eram quatro os humores: o sangue, a
fleuma (secreção pulmonar), a bile amarela e a bile negra.
Retomada por palavra lexical E eram também estes quatro fluidos ligados aos quatro ele-
(substantivo, adjetivo ou verbo) mentos fundamentais: ao Ar (seco), à Água (úmido), ao Fogo
(quente) e à Terra (frio), respectivamente.”
Uma palavra pode ser retomada, que por uma repeti- Ziraldo. In: Revista Vozes, nº3, abril de 1970, p.18.
ção, quer por uma substituição por sinônimo, hiperônimo,
hipônimo ou antonomásia. Nesse texto, a ligação entre o segundo e o primeiro
Sinônimo é o nome que se dá a uma palavra que pos- períodos se faz pela repetição da palavra humores; entre
sui o mesmo sentido que outra, ou sentido bastante apro- o terceiro e o segundo se faz pela utilização do sinônimo
ximado: injúria e afronta, alegre e contente. fluidos.
Hiperônimo é um termo que mantém com outro uma É preciso manejar com muito cuidado a repetição de
relação do tipo contém/está contido; palavras, pois, se ela não for usada para criar um efeito de
Hipônimo é uma palavra que mantém com outra uma sentido de intensificação, constituirá uma falha de estilo.
relação do tipo está contido/contém. O significado do ter- No trecho transcrito a seguir, por exemplo, fica claro o uso
mo rosa está contido no de flor e o de flor contém o de da repetição da palavra vice e outras parecidas (vicissitudes,
rosa, pois toda rosa é uma flor, mas nem toda flor é uma vicejam, viciem), com a evidente intenção de ridicularizar a
rosa. Flor é, pois, hiperônimo de rosa, e esta palavra é hi- condição secundária que um provável flamenguista atribui
pônimo daquela. ao Vasco e ao seu Vice-presidente:
Antonomásia é a substituição de um nome próprio
por um nome comum ou de um comum por um próprio. “Recebi por esses dias um e-mail com uma série de pia-
Ela ocorre, principalmente, quando uma pessoa célebre das sobre o pouco simpático Eurico Miranda. Faltam-me
é designada por uma característica notória ou quando o provas, mas tudo leva a crer que o remetente seja um fla-
nome próprio de uma personagem famosa é usada para menguista.”
designar outras pessoas que possuam a mesma caracterís- Segundo o texto, Eurico nasceu para ser vice: é vice
tica que a distingue: -presidente do clube, vice-campeão carioca e bi vice-cam-
peão mundial. E isso sem falar do vice no Carioca de futsal,
“O rei do futebol (=Pelé) som podia ser um brasileiro.” no Carioca de basquete, no Brasileiro de basquete e na
Taça Guanabara. São vicissitudes que vicejam. Espero que
“O herói de dois mundos (=Garibaldi) foi lembrado não viciem.
numa recente minissérie de tevê.” José Roberto Torero. In: Folha de S. Paulo,
08/03/2000, p. 4-7.
Referência ao fato notório de Giuseppe Garibaldi haver
lutado pela liberdade na Europa e na América. A elipse é o apagamento de um segmento de frase
que pode ser facilmente recuperado pelo contexto. Tam-
“Ele é um hércules (=um homem muito forte). bém constitui um expediente de coesão, pois é o apaga-
mento de um termo que seria repetido, e o preenchimento
Referência à força física que caracteriza o herói grego do vazio deixado pelo termo apagado (=elíptico) exige, ne-
Hércules. cessariamente, que se faça correlação com outros termos
presentes no contexto, ou referidos na situação em que se
“Um presidente da República tem uma agenda de tra- desenrola a fala.
balho extremamente carregada. Deve receber ministros, em- Vejamos estes versos do poema “Círculo vicioso”, de
baixadores, visitantes estrangeiros, parlamentares; precisa a Machado de Assis:
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Arrolam-se três argumentos em favor da tese que é o mentativa proposta, “Tanto maior será a corrupção entre os
interlocutor quem pode tomar uma dada decisão. O último agentes penitenciários quanto mais grave for o problema da
deles é introduzido por “e também”, que indica um argu- fuga de presos”.
mento final na mesma direção argumentativa dos prece- Muitas vezes a permutação dos segmentos leva a con-
dentes. clusões opostas: Imagine-se, por exemplo, o seguinte diá-
Esses operadores introduzem novos argumentos; não logo entre o diretor de um clube esportivo e o técnico de
significam, em hipótese nenhuma, a repetição do que já futebol:
foi dito. Ou seja, só podem ser ligados com conectores
de conjunção segmentos que representam uma progres- “__Precisamos promover atletas das divisões de base
são discursiva. É possível dizer “Disfarçou as lágrimas que para reforçar nosso time.
o assaltaram e continuou seu discurso”, porque o segundo __Qualquer atleta das divisões de base é tão bom quan-
segmento indica um desenvolvimento da exposição. Não to os do time principal.”
teria cabimento usar operadores desse tipo para ligar dois
segmentos como “Disfarçou as lágrimas que o assaltaram Nesse caso, o argumento do técnico é a favor da pro-
e escondeu o choro que tomou conta dele”. moção, pois ele declara que qualquer atleta das divisões de
base tem, pelo menos, o mesmo nível dos do time princi-
- Disjunção Argumentativa: há também operadores pal, o que significa que estes não primam exatamente pela
que indicam uma disjunção argumentativa, ou seja, fazem excelência em relação aos outros.
uma conexão entre segmentos que levam a conclusões Suponhamos, agora, que o técnico tivesse invertido os
opostas, que têm orientação argumentativa diferente: ou, segmentos na sua fala:
ou então, quer... quer, seja... seja, caso contrário, ao contrário.
“Não agredi esse imbecil. Ao contrário, ajudei a separar “__Qualquer atleta do time principal é tão bom quanto
a briga, para que ele não apanhasse.” os das divisões de base.”
O argumento introduzido por ao contrário é diame- Nesse caso, seu argumento seria contra a necessidade
tralmente oposto àquele de que o falante teria agredido da promoção, pois ele estaria declarando que os atletas do
alguém. time principal são tão bons quanto os das divisões de base.
- Explicação ou Justificativa: há operadores que in-
- Conclusão: existem operadores que marcam uma troduzem uma explicação ou uma justificativa em relação
conclusão em relação ao que foi dito em dois ou mais ao que foi dito anteriormente: porque, já que, que, pois.
enunciados anteriores (geralmente, uma das afirmações
de que decorre a conclusão fica implícita, por manifestar “Já que os Estados Unidos invadiram o Iraque sem au-
uma voz geral, uma verdade universalmente aceita): logo, torização da ONU, devem arcar sozinhos com os custos da
portanto, por conseguinte, pois (o pois é conclusivo quando guerra.”
não encabeça a oração).
Já que inicia um argumento que dá uma justificativa
“Essa guerra é uma guerra de conquista, pois visa ao para a tese de que os Estados Unidos devam arcar sozinhos
controle dos fluxos mundiais de petróleo. Por conseguinte, com o custo da guerra contra o Iraque.
não é moralmente defensável.”
- Contrajunção: os operadores discursivos que as-
Por conseguinte introduz uma conclusão em relação à sinalam uma relação de contrajunção, isto é, que ligam
afirmação exposta no primeiro período. enunciados com orientação argumentativa contrária, são
as conjunções adversativas (mas, contudo, todavia, no en-
- Comparação: outros importantes operadores discur- tanto, entretanto, porém) e as concessivas (embora, apesar
sivos são os que estabelecem uma comparação de igual- de, apesar de que, conquanto, ainda que, posto que, se bem
dade, superioridade ou inferioridade entre dois elementos, que).
com vistas a uma conclusão contrária ou favorável a certa Qual é a diferença entre as adversativas e as conces-
ideia: tanto... quanto, tão... como, mais... (do) que. sivas, se tanto umas como outras ligam enunciados com
orientação argumentativa contrária?
“Os problemas de fuga de presos serão tanto mais gra- Nas adversativas, prevalece a orientação do segmento
ves quanto maior for a corrupção entre os agentes peniten- introduzido pela conjunção.
ciários.”
“O atleta pode cair por causa do impacto, mas se levan-
O comparativo de igualdade tem no texto uma função ta mais decidido a vencer.”
argumentativa: mostrar que o problema da fuga de presos
cresce à medida que aumenta a corrupção entre os agen- Nesse caso, a primeira oração conduz a uma conclu-
tes penitenciários; por isso, os segmentos podem até ser são negativa sobre um processo ocorrido com o atleta,
permutáveis do ponto de vista sintático, mas não o são do enquanto a começada pela conjunção “mas” leva a uma
ponto de vista argumentativo, pois não há igualdade argu- conclusão positiva. Essa segunda orientação é a mais forte.
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Compare-se, por exemplo, “Ela é simpática, mas não é O conector introduz uma amplificação do que foi dito
bonita” com “Ela não é bonita, mas é simpática”. No primei- antes.
ro caso, o que se quer dizer é que a simpatia é suplanta-
da pela falta de beleza; no segundo, que a falta de beleza “Ele é um técnico retranqueiro, como aliás o são todos os
perde relevância diante da simpatia. Quando se usam as que atualmente militam no nosso futebol.
conjunções adversativas, introduz-se um argumento com O conector introduz uma generalização ao que foi afir-
vistas a determinada conclusão, para, em seguida, apresen- mado: não “ele”, mas todos os técnicos do nosso futebol
tar um argumento decisivo para uma conclusão contrária. são retranqueiros.
Com as conjunções concessivas, a orientação argu-
mentativa que predomina é a do segmento não introduzi- - Especificação ou Exemplificação: também há ope-
do pela conjunção. radores que marcam uma especificação ou uma exempli-
ficação do que foi afirmado anteriormente: por exemplo,
“Embora haja conexão entre saber escrever e saber gra- como.
mática, trata-se de capacidades diferentes.”
“A violência não é um fenômeno que está dissemina-
A oração iniciada por “embora” apresenta uma orien- do apenas entre as camadas mais pobres da população. Por
tação argumentativa no sentido de que saber escrever e exemplo, é crescente o número de jovens da classe média
saber gramática são duas coisas interligadas; a oração prin- que estão envolvidos em toda sorte de delitos, dos menos
cipal conduz à direção argumentativa contrária. aos mais graves.”
Quando se utilizam conjunções concessivas, a estraté-
gia argumentativa é a de introduzir no texto um argumen- Por exemplo assinala que o que vem a seguir especifica,
to que, embora tido como verdadeiro, será anulado por exemplifica a afirmação de que a violência não é um fenô-
outro mais forte com orientação contrária. meno adstrito aos membros das “camadas mais pobres da
A diferença entre as adversativas e as concessivas, por- população”.
tanto, é de estratégia argumentativa. Compare os seguin-
tes períodos: - Retificação ou Correção: há ainda os que indicam
uma retificação, uma correção do que foi afirmado antes:
ou melhor, de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer
“Por mais que o exército tivesse planejado a operação
dizer, ou seja, em outras palavras. Exemplo:
(argumento mais fraco), a realidade mostrou-se mais com-
plexa (argumento mais forte).”
“Vou-me casar neste final de semana. Ou melhor, vou
“O exército planejou minuciosamente a operação (argu-
passar a viver junto com minha namorada.”
mento mais fraco), mas a realidade mostrou-se mais com-
plexa (argumento mais forte).” O conector inicia um segmento que retifica o que foi
dito antes.
- Argumento Decisivo: há operadores discursivos que Esses operadores servem também para marcar um es-
introduzem um argumento decisivo para derrubar a argu- clarecimento, um desenvolvimento, uma redefinição do
mentação contrária, mas apresentando-o como se fosse conteúdo enunciado anteriormente. Exemplo:
um acréscimo, como se fosse apenas algo mais numa sé-
rie argumentativa: além do mais, além de tudo, além disso, “A última tentativa de proibir a propaganda de cigarros
ademais. nas corridas de Fórmula 1 não vingou. De fato, os interesses
dos fabricantes mais uma vez prevaleceram sobre os da
“Ele está num período muito bom da vida: começou a saúde.”
namorar a mulher de seus sonhos, foi promovido na empre-
sa, recebeu um prêmio que ambicionava havia muito tempo O conector introduz um esclarecimento sobre o que
e, além disso, ganhou uma bolada na loteria.” foi dito antes.
Servem ainda para assinalar uma atenuação ou um re-
O operador discursivo introduz o que se considera a forço do conteúdo de verdade de um enunciado. Exemplo:
prova mais forte de que “Ele está num período muito bom
da vida”; no entanto, essa prova é apresentada como se “Quando a atual oposição estava no comando do país,
fosse apenas mais uma. não fez o que exige hoje que o governo faça. Ao contrário,
suas políticas iam na direção contrária do que prega atual-
- Generalização ou Amplificação: existem operado- mente.
res que assinalam uma generalização ou uma amplificação
do que foi dito antes: de fato, realmente, como aliás, tam- O conector introduz um argumento que reforça o que
bém, é verdade que. foi dito antes.
“O problema da erradicação da pobreza passa pela ge- - Explicação: há operadores que desencadeiam uma
ração de empregos. De fato, só o crescimento econômico explicação, uma confirmação, uma ilustração do que foi
leva ao aumento de renda da população.” afirmado antes: assim, desse modo, dessa maneira.
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“O exército inimigo não desejava a paz. Assim, enquanto Nesses casos, os lugares dos diferentes conectores estarão
se processavam as negociações, atacou de surpresa.” indicados, na escrita, pelos sinais de pontuação: ponto-fi-
nal, vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos.
O operador introduz uma confirmação do que foi afir-
mado antes. “A reforma política é indispensável. Sem a existência da
fidelidade partidária, cada parlamentar vota segundo seus
Coesão por Justaposição interesses e não de acordo com um programa partidário. As-
sim, não há bases governamentais sólidas.”
É a coesão que se estabelece com base na sequência
dos enunciados, marcada ou não com sequenciadores. Esse texto contém três períodos. O segundo indica a
Examinemos os principais sequenciadores. causa de a reforma política ser indispensável. Portanto o
ponto-final do primeiro período está no lugar de um por-
- Sequenciadores Temporais: são os indicadores de que.
anterioridade, concomitância ou posterioridade: dois meses
depois, uma semana antes, um pouco mais tarde, etc. (são A língua tem um grande número de conectores e se-
utilizados predominantemente nas narrações). quenciadores. Apresentamos os principais e explicamos
sua função. É preciso ficar atento aos fenômenos de coe-
“Uma semana antes de ser internado gravemente são. Mostramos que o uso inadequado dos conectores e a
doente, ele esteve conosco. Estava alegre e cheio de planos utilização inapropriada dos anafóricos ou catafóricos ge-
para o futuro.” ram rupturas na coesão, o que leva o texto a não ter sen-
tido ou, pelo menos, a não ter o sentido desejado. Outra
- Sequenciadores Espaciais: são os indicadores de po- falha comum no que tange a coesão é a falta de partes
sição relativa no espaço: à esquerda, à direita, junto de, etc. indispensáveis da oração ou do período. Analisemos este
(são usados principalmente nas descrições). exemplo:
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recupera a palavra cidade, vinculando o terceiro ao segun- Como se vê, a simples mudança de lugar da conjunção
do período. O operador também realiza uma conjunção “e” altera a relação sintática entre os termos do enunciado
argumentativa, relacionando o quarto período ao terceiro. e afeta o sentido.
No entanto, esse conjunto não é um texto, pois não apre- No primeiro exemplo, falsa qualificando demente (é um
senta unidade de sentido, isto é, não tem coerência. A coe- adjunto adnominal). No segundo exemplo, o mesmo termo
são, portanto, é condição necessária, mas não suficiente, continua sendo um qualificador; nessa posição, porém, não
para produzir um texto. está mais associado a demente, mas a rainha, colocando
sob suspeita o título de majestade e não a demência da
Colocação das Palavras soberana, como na versão original. Por aí se vê que a al-
teração da ordem das palavras pode modificar a estrutura
Quando falamos ou escrevemos, nem sempre nos da- sintática da frase.
mos conta de que a simples mudança do lugar de uma Evidentemente, nem toda mudança na colocação das
palavra pode afetar consideravelmente o sentido de uma palavras interfere na estrutura sintática. Quando tratamos
frase, como é o caso deste exemplo: dos marcadores de correlação entre as palavras da frase,
a mudança de colocação só afeta o sentido do enunciado
Na festa dos bichos, só o sapo não veio. quando faltam outros marcadores de correlação.
Na festa dos bichos, o sapo não veio só.
Harmonia: a colocação interfere também na sonorida-
Outras vezes, a posição das palavras não afeta em nada de da frase. Observe os dois enunciados que seguem:
o sentido, mas prejudica a sonoridade. Com uma simples
mudança de posição, pode-se consertar tudo. Neste diálo- Não se farão concessões.
go, por exemplo: Não farão-se concessões.
A colocação interfere, muitas vezes, na estrutura da Como se pode perceber, o segundo enunciado, em
frase, como se pode observar num dos versos da seguinte matéria de clareza, é francamente preferível ao primeiro.
estrofe:
Expressividade: a colocação, por fim, serve para criar
Vou-me embora pra Pasárgada efeitos de sentido variados: o deslocamento de uma pala-
Aqui eu não sou feliz vra ou expressão pode conferir-lhe maior ou menor força
Lá a existência é uma aventura de expressão. Veja os exemplos a seguir, em que foi troca-
De tal modo inconsequente da a posição do adjetivo em relação ao substantivo:
Que Joana a louca de Espanha
Rainha e falsa demente Dize-me para onde vais, solitário peregrino!
Vem a ser contraparente Dize-me para onde vais, peregrino solitário!
Da nora que nunca tive. Confrontando os dois enunciados, fica evidente a ên-
Manuel Bandeira fase que ganha o adjetivo do primeiro enunciado pela sua
anteposição ao substantivo. No segundo enunciado, o
Tomemos o verso: Rainha e falsa demente. adjetivo posposto ao substantivo cria um efeito de mais
Agora, troquemos a posição do e: Rainha falsa e de- objetividade, de neutralidade. No primeiro, enfatiza a im-
mente. pressão subjetiva do enunciador.
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Topicalização: é o mesmo que colocar no topo. Con- - Frases Optativas (exprimem desejo): Deus nos prote-
sidera-se o início da frase como se fosse o topo. Assim, a ja. Se, nas frases optativas, o sujeito vem depois do verbo,
colocação de uma palavra ou expressão no início é uma usa-se a ênclise: Proteja-nos Deus.
forma de destacá-la no enunciado. Exemplo: O casarão,
não havia nada que chamasse mais atenção na paisagem. Com certos verbos: a próclise pode ser motivada tam-
bém pela forma verbal a que se prende o pronome.
Focalização: há palavras que se justapõem a outras - Com o gerúndio precedido de preposição ou de ne-
para dar-lhes destaque, como se fossem um objeto colo- gação: Em se ausentando, complicou-se; Não se satisfa-
cado sob o foco de luz num cenário. Exemplo: De todas as zendo com os resultados, mudou de método.
peças do jogo, o rei é que recebe mais luz nesse tabuleiro. - Com o infinito pessoal precedido de preposição: Por
se acharem infalíveis, caíram no ridículo.
Princípio Geral
Nossos estudos gramaticais não dispõem ainda de um Mesóclise
conjunto fechado de normas sobre a colocação das pala-
vras no enunciado. Apesar disso, podemos pautar-nos pela Usa-se a mesóclise tão somente com duas formas
seguinte fórmula: A disposição ideal das palavras (salvo os verbais, o futuro do presente e o futuro do pretérito, as-
casos sujeitos à expressividade) é aquela que confere à fra- sim quando não vierem precedidos de palavras atrativas.
se maior clareza e sonoridade. Exemplo: Exemplos:
Confrontar-se-ão os resultados.
As críticas mais severas dos deputados ao presidente Confrontar-se-iam os resultados.
vieram de seu próprio partido.
As críticas mais severas ao presidente dos deputados Mas:
vieram de seu próprio partido. Não se confrontarão os resultados.
Não se confrontariam os resultados.
Não há dúvida de que a disposição das palavras é mais
clara no primeiro do que no segundo exemplo. Não se usa a ênclise com o futuro do presente ou com
o futuro do pretérito sob hipótese alguma. Será contrária à
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos norma culta escrita, portanto, uma colocação do tipo:
Um dos aspectos da harmonia da frase refere-se à co- Diria-se que as coisas melhoraram. (errado)
locação dos pronomes oblíquos átonos. Tais pronomes si- Dir-se-ia que as coisas melhoraram. (correto)
tuam-se em três posições:
- Antes do verbo (próclise): Não te conheço. Ênclise
- No meio do verbo (mesóclise): Avisar-te-ei.
- Depois do verbo (ênclise): Sente-se, por favor. Usa-se a ênclise nos seguintes casos:
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REDAÇÃO
O Pronome Oblíquo Átono nas Locuções Verbais Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o
pronome após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde
- Com palavras atrativas: quando a locução vem essa colocação é mais comum. No Brasil, o uso da próclise
precedida de palavra atrativa, o pronome se coloca antes é mais frequente, por apresentar maior informalidade.
do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Exemplo: Mas, como devemos abordar os aspectos formais da
Nunca te posso negar isso; Nunca posso negar-te isso. É língua, a regra será ênclise, usando próclise em situações
possível, nesses casos, o uso da próclise antes do verbo excepcionais, que são:
principal. Nesse caso, o pronome não se liga por hífen ao - Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes,
verbo auxiliar: Nunca posso te negar isso. conjunção) atraem o pronome. Por “palavras invariáveis”,
entendemos os advérbios, as conjunções, alguns pro-
- No início da oração ou depois de pausa: quando a nomes que não se flexionam, como o pronome relativo
locução se situa no início da oração, não se usa o pronome que, os pronomes indefinidos quanto/como, os prono-
antes do verbo auxiliar. Exemplo: Posso-lhe dar garantia mes demonstrativos isso, aquilo, isto. Exemplos: “Ele não
total; Posso dar-lhe garantia total. A mesma norma é válida se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por
para os casos em que a locução verbal vem precedida de força do advérbio de negação. “Quando se encontra com
pausa. Exemplo: Em dias de lua cheia, pode-se ver a estra- a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise obrigatória por
da mesmo com faróis apagados; Em dias de lua cheia, pode força da conjunção;
ver-se a estrada mesmo com os faróis apagados. - Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que ex-
pressam desejo, chamadas de optativas (“Que Deus o
- Sem atração nem pausa: quando a locução verbal abençoe!”) – próclise obrigatória.
não vem precedida de palavra atrativa nem de pausa, ad- - Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se
mite-se qualquer colocação do pronome. Exemplo: acentua o pensador político” – uma oração subordinada
A vida lhe pode trazer surpresas. causal, como a da questão, exige a próclise.).
A vida pode-lhe trazer surpresas.
Emprego Proibido:
A vida pode trazer-lhe surpresas.
- Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-
me um copo d’água; Permita-me fazer uma observação.);
Observações
- Após verbo no particípio, no futuro do presente e
no futuro do pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a
- Quando o verbo auxiliar de uma locução verbal esti-
próclise (desde que não caia na proibição acima), modifica-
ver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, o pro-
se a estrutura (troca o “me” por “a mim”) ou, no caso dos
nome pode vir em mesóclise em relação a ele: Ter-nos-ia
futuros, emprega-se o pronome em mesóclise. Exemplos:
aconselhado a partir.
“Concedida a mim a licença, pude começar a trabalhar.”
(Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é proi-
- Nas locuções verbais, jamais se usa pronome oblíquo bido -nem “me concedida” – iniciar período com pronome
átono depois do particípio. Não o haviam convidado. (cor- é proibido). “Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não
reto); Não haviam convidado-o. (errado). poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”).
- Há uma colocação pronominal, restrita a contextos Exercícios
literários, que deve ser conhecida: Há males que se não
curam com remédios. Quando há duas partículas atraindo 01. A expressão sublinhada está empregada adequa-
o pronome oblíquo átono, este pode vir entre elas. Pode- damente na frase:
ríamos dizer também: Há males que não se curam com a) A inesgotabilidade da água é uma ilusão na qual
remédios. não podemos mais alimentar.
b) A cadeia econômica à qual o texto faz referência tem
- Os pronomes oblíquos átonos combinam-se entre si na água seu centro vital.
em casos como estes: c) Os maus tempos dos quais estamos atravessando
me + o/a = mo/ma devem-se a uma falta de previsão.
te + o/a = to/ta d) A água é um elemento cujo o valor ninguém mais
lhe + o/a = lho/lha põe em dúvida.
nos + o/a = no-lo/no-la e) A certeza em que ninguém mais pode fugir é a do
vos + o/a = vo-lo/vo-la valor inestimável da água.
Tais combinações podem vir: 02. Está correto o emprego de ambos os elementos
- Proclítica: Eu não vo-lo disse? sublinhados na frase:
- Mesoclítica: Dir-vo-lo-ei já. a) O autor preza a discussão à qual se envolvem os mo-
- Enclítica: A correspondência, entregaram-lha há mui- radores de um condomínio, quando os anima a aspiração
to tempo. de um consenso.
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REDAÇÃO
b) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candi- d) As miragens a que nos prendemos, ao longo da
dato Giscard não representava, de fato, uma posição com vida, são projeções de anseios cujo destino não é a satis-
a qual ninguém pudesse discordar. fação conclusiva.
c) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava, de e) A força do nosso trabalho, de que não relutamos
fato, o sentimento de superioridade do qual o discurso de em vender, dificilmente será paga pelo valor em que nos
Mitterrand era uma clara manifestação. satisfaremos.
d) Os candidatos em cujos argumentos são fracos cos- 06. É adequado o emprego de ambas as expressões
tumam valer-se da oposição entre o certo e errado à qual sublinhadas na frase:
se apóiam os maniqueístas. a) As fogueiras de que todos testemunhamos nos no-
e) O comportamento dos condôminos cuja a disposi- ticiários da TV constituem um sinal a quem ninguém pode
ção é o consenso deveria servir de exemplo ao dos candi- ser insensível.
datos que seu único interesse é ganhar a eleição. b) O encolhimento do Estado, ao qual muita gente foi
complacente, abriu espaço para a lógica do mercado, de
03. Está correto o emprego de ambos os elementos cuja frieza vem fazendo um sem-número de vítimas.
sublinhados na frase: c) Com essa sua subserviência, pela qual muitos se in-
a) A diferenciação entre profissionais, à que o autor faz surgem, o Estado deixa de cumprir o papel social de que
referência, tem como critério um padrão ético, de cujo de- tantos estão contando.
pende o rumo do processo civilizatório. d) As medidas repressivas de que o Estado vem se va-
b) Se há apenas avanço técnico, numa época onde lendo em nada contribuem para o encaminhamento das
impera a globalização, as demandas sociais ficarão sem o soluções a que os desempregados aspiram.
atendimento a que são carentes. e) Diante da pujança do Mercado europeu, de cuja
c) As razões porque a globalização não distribui a ri- poucos vêm desfrutando, os excluídos acendem fogueiras
queza prendem-se à relação mecânica entre oferta e de- cujo o vigor fala por si só.
manda, cuja a crueldade é notória.
d) Os tecnocratas maliciosos imputam para o exercício 07. A maior parte da água da chuva é interceptada pela
da democracia os desajustes econômicos em que assolam copa das árvores, ...... cobrem toda a região. ...... evapora
os excluídos da globalização. rapidamente, causando mais chuva, o que não ocorre em
e) O aumento da produção, de cuja necessidade não áreas desmatadas, ...... solo é pobre em matéria orgânica.
há quem discorde, deve prever qualquer impacto ecológi- As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas,
co, para o qual se deve estar sempre alerta. respectivamente, por
a) onde - A chuva - que o
04. Está correto o emprego de ambos os elementos b) nas quais - Aquela chuva - cujo
sublinhados na seguinte frase: c) em que - A água da chuva - que o
a) A simpatia de que não goza um ator junto ao eleito- d) que elas - Essa chuva - aonde
rado é por vezes estendida a um político profissional sobre e) que - Essa água – cujo
cuja honestidade há controvérsias.
b) O candidato a que devotamos nosso respeito tem 08. As razões ___ ele deverá invocar para justificar o
uma história aonde os fatos nem sempre revelam uma que fez não alcançarão qualquer ressonância ___ membros
conduta irrepreensível. do Conselho, ___ votos ele depende para permanecer na
c) Reagan teve uma carreira de ator em cuja não houve empresa. Preenchem de modo correto as lacunas da frase
momentos brilhantes, como também não houve os mes- acima, respectivamente, as expressões:
mos na de Schwarzenegger. a) a que - para com os - de cujos
d) Há uma ambivalência em relação aos atores na qual b) de que - junto aos - cujos os
espelha a divisão entre o respeito e o menosprezo que de- c) que - diante dos - de quem os
les costumamos alimentar. d) às quais - em vista dos - em cujos
e) Os atores sobre os quais se fez menção no texto e) que - junto aos - de cujos
construíram uma carreira cinematográfica de cujo sucesso
comercial ninguém pode discutir. 09. Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por
toda parte, razão pela qual a estratégia Neoliberal convoca
05. Está correto o emprego de ambos os elementos esses sonhos, atribui a esses sonhos um valor incomensu-
sublinhados na frase: rável, sabendo que nunca realizaremos esses sonhos. Evi-
a) Os sonhos de cujos nós queremos alimentar não tam-se as viciosas repetições dos elementos sublinhados
satisfazem os desejos com que a eles nos moveram. na frase acima substituindo-os, na ordem dada, por:
b) A expressão de Elio Gaspari, a qual se refere o autor a) há eles - convoca-os - atribui-lhes - realizaremo-los
do texto, é “cidadãos descartáveis”, e alude às criaturas de- b) os há - os convoca - lhes atribui - realizaremo-los
sesperadas cujo o rumo é inteiramente incerto. c) há-os - convoca-lhes - os atribui – realizá-los-emos
c) Os objetivos de que se propõem os neoliberais não d) há estes - lhes convoca - atribui-lhes - os realizare-
coincidem com as necessidades por cujas se movem os mos
“cidadãos descartáveis”. e) há-os - os convoca - atribui-lhes - os realizaremos
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- “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu pri- - “Porque” você foi? Sempre que estiver clara ou implí-
mo (...) mostrou que ele não era maligno”. Esta frase está cita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão)
ambígua, pois não se sabe se o pronome ele refere-se ao você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por
fígado ou ao primo. Para se evitar a ambiguidade, você que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas:
deve observar se a relação entre cada palavra do seu texto Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
está correta. - Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exi-
- “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas ge a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos
uma criança”. O conectivo mas indica uma circunstância de com a: A medida não agradou (desagradou) à população.
oposição, de ideia contrária a. Portanto, a relação adver- / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava
sativa introduzida pelo “mas” no fragmento acima produz ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta.
uma ideia absurda. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
- “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tem- - Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa
pestade sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma nor-
coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava ma: É preferível lutar a morrer sem glória.
que só estaríamos separadas carnalmente”. Não utilize pro- - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa
vérbios ou ditos populares. Eles empobrecem a redação,
com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do
pois fazer parecer que seu autor não tem criatividade ao
jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas
lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente.
denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o com-
- “Estou sem inspiração para fazer uma redação. Es-
crever sobre a situação dos sem-terra? Bem que o professor plemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
poderia propor outro tema”. Você não deve falar de sua re- - Não há regra sem “excessão”. O certo é exceção. Veja
dação dentro do próprio texto. outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta:
- “Todos os deputados são corruptos”. Evite pensamen- “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu”
tos radicais. É recomendável não generalizar e evitar, assim, (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso),
posições extremistas. “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustra-
- “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas do), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo”
coisas. Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impe-
que você tomou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas cilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).
você sabe - todos sabem - ele pensa diferente. É bom a gente - Quebrou “o” óculos. Concordância no plural: os ócu-
pensar como vai fazer para, enfim, para ele entender a deci- los, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus
são”. Não se esqueça que o ato de escrever é diferente do pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
ato de falar. O texto escrito deve se apresentar desprovido - Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles
de marcas de oralidade. não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você.
- “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se a bem e Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, man-
mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humora- dou-me.
do (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-inten- - Nunca “lhe” vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a
cionado, mau jeito, mal-estar. vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto:
- “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o
é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 ama.
dias. - “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito:
- “Houveram” muitos acidentes. Haver, como existir, Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se
também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia mui- evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se
tas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais. empregados.
- “Existe” muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar - “Tratam-se” de. O verbo seguido de preposição não
e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas
varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. /
esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças.
Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-
/ Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias.
se com os amigos.
- Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser
sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer. - Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exi-
- Entre “eu” e você. Depois de preposição, usa-se mim gem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao
ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti. cinema. / Levou os filhos ao circo.
- “Há” dez anos “atrás”. Há e atrás indicam passado na - Atraso implicará “em” punição. Implicar é direto no
frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás. sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. /
- “Entrar dentro”. O certo: entrar em. Veja outras redun- Promoção implica responsabilidade.
dâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio - Vive “às custas” do pai. O certo: Vive à custa do pai.
exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido. Use também em via de, e não “em vias de”: Espécie em via
- “Venda à prazo”. Não existe crase antes de palavra de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
masculina, a menos que esteja subentendida a palavra - Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cida-
moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A sal- dãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores,
vo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter. escrivães, tabeliães, gângsteres.
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- O ingresso é “gratuíto”. A pronúncia correta é gra- - Ele foi um dos que “chegou” antes. Um dos que faz a
túito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes
existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que
condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo. sempre vibravam com a vitória.
- A última “seção” de cinema. Seção significa divisão, - “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica ar-
repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, redondamento e não pode aparecer com números exatos:
função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brin- Cerca de 20 pessoas o saudaram.
quedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do - Ministro nega que “é” negligente. Negar que introduz
Congresso. subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que
- Vendeu “uma” grama de ouro. Grama, peso, é palavra seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido
masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente
Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a negar, vai deixar a empresa.
alface, a cal, etc. - Tinha “chego” atrasado. “Chego” não existe. O certo:
- “Por isso”. Duas palavras, por isso, como de repente Tinha chegado atrasado.
e a partir de. - Tons “pastéis” predominam. Nome de cor, quando ex-
- Não viu “qualquer” risco. É nenhum, e não “qualquer”, presso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa,
que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum ris- gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural
co. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
nenhuma confusão. - Queria namorar “com” o colega. O com não existe:
- A feira “inicia” amanhã. Alguma coisa se inicia, se Queria namorar o colega.
inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã. - O processo deu entrada “junto ao” STF. Processo dá
- Soube que os homens “feriram-se”. O que atrai o pro- entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do
nome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se (e não “junto ao”) Guarani. / Cresceu muito o prestígio do
realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjun- jornal entre os (e não “junto aos”) leitores. / Era grande a
ções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / sua dívida com o (e não “junto ao”) banco. / A reclamação
Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava foi apresentada ao (e não “junto ao”) Procon.
no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se - As pessoas “esperavam-o”. Quando o verbo termina
faz, aqui se paga. / Depois o procuro. em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma
- O peixe tem muito “espinho”. Peixe tem espinha. Veja no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos,
outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. / convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “ca- - Vocês “fariam-lhe” um favor? Não se usa pronome
beçário” (cabeçalho). átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do
- Não sabiam “aonde” ele estava. O certo: Não sabiam presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou parti-
onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, cípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? /
apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-se”).
- “Obrigado”, disse a moça. Obrigado concorda com a / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. /
pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela atenção. Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).
/ Muito obrigados por tudo. - Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco
- O governo “interviu”. Intervir conjuga-se como vir. minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a
Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substi-
intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos deriva- tuído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a
dos: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predis- (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distân-
se, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc. cia) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco
- Ela era “meia” louca. Meio, advérbio, não varia: meio menos de dez dias.
louca, meio esperta, meio amiga. - Blusa “em” seda. Usa-se de, e não em, para definir o
- “Fica” você comigo. Fica é imperativo do pronome material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de
tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui. - A artista “deu à luz a” gêmeos. A expressão é dar à luz,
- A questão não tem nada “haver” com você. A ques- apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado
tão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da dizer: Deu “a luz a” gêmeos.
mesma forma: Tem tudo a ver com você. - Estávamos “em” quatro à mesa. O em não existe: Es-
- A corrida custa 5 “real”. A moeda tem plural, e regular: távamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na
A corrida custa 5 reais. sala.
- Vou “emprestar” dele. Emprestar é ceder, e não tomar - Sentou “na” mesa para comer. Sentar-se (ou sentar)
por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa
emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta con- para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
cordância: Pediu emprestadas duas malas. - Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu.
- Foi “taxado” de ladrão. Tachar é que significa acusar Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou
de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano. contente porque ninguém se feriu.
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- O time empatou “em” 2 a 2. A preposição é por: O - Se eu “ver” você por aí... O certo é: Se eu vir, revir,
time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu
por. Da mesma forma: empate por. tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se
- À medida «em» que a epidemia se espalhava... O cer- ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer),
to é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda predissermos.
na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir - Ele “intermedia” a negociação. Mediar e intermediar
as leis, na medida em que elas existem. conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a
- Não queria que “receiassem” a sua companhia. O i negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem
não existe: Não queria que receassem a sua companhia. essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só - Ninguém se “adequa”. Não existem as formas “ade-
existe i quando o acento cai no e que precede a terminação qua”, “adeque”, etc., mas apenas aquelas em que o acento
ear: receiem, passeias, enfeiam). cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
- Eles “tem” razão. No plural, têm é assim, com acento. - Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pes-
Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e soas em que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodi-
vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele ram, etc. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “ex-
põe, eles põem. pluda”, substituindo essas formas por rebente, por exem-
- A moça estava ali “há” muito tempo. Haver concorda plo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pes-
com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito soas. Assim, não existem as formas “precavejo”, “precavês”,
tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos me- “precavém”, “precavenho”, “precavenha”, “precaveja”, etc.
ses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia - Governo “reavê” confiança. Equivalente: Governo re-
se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais- cupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos ca-
que-perfeito do indicativo.) sos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá,
- Não “se o” diz. É errado juntar o se com os pronomes reouvesse. Por isso, não existem “reavejo”, “reavê”, etc.
- Disse o que “quiz”. Não existe z, mas apenas s, nas
o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz
pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quisés-
(não se diz isso), vê-se-a, etc.
semos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
- Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos com-
- O homem “possue” muitos bens. O certo: O homem
postos, só o último elemento varia: acordos político-par-
possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação
tidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, me-
ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue:
didas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
Continue, recue, atue, atenue.
- Andou por “todo” país. Todo o (ou a) é que significa
- A tese “onde”... Onde só pode ser usado para lugar: A
inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a
casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brin-
tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo
cam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele
quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele
mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos. canta... / Na entrevista em que...
- “Todos” amigos o elogiavam. No plural, todos exige - Já “foi comunicado” da decisão. Uma decisão é co-
os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas municada, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa.
as contradições do texto. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão.
- Favoreceu “ao” time da casa. Favorecer, nesse senti- Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os emprega-
do, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favore- dos da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a
ceu os jogadores. decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos
- Ela “mesmo” arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale empregados.
a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / - “Inflingiu” o regulamento. Infringir é que significa
As vítimas mesmas recorreram à polícia. transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não “inflin-
- Chamei-o e “o mesmo” não atendeu. Não se pode gir”) significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: - A modelo “pousou” o dia todo. Modelo posa (de
Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos re- pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confun-
uniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos da também iminente (prestes a acontecer) com eminente
servidores (e não “dos mesmos”). (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
- Vou sair “essa” noite. É este que designa o tempo no - Espero que “viagem” hoje. Viagem, com g, é o subs-
qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a tantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar):
semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que Espero que viajem hoje. Evite também “comprimentar” al-
estou lendo), este século (o século 20). guém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cum-
- A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singu- primentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Compri-
lar sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora. do (extenso) e cumprido (concretizado).
- Comeu frango “ao invés de” peixe. Em vez de indica - O pai “sequer” foi avisado. Sequer deve ser usado
substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse
significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu. sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
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REDAÇÃO
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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada 4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
ou faltante: Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes mesma regra que distribuídos.
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X) (A) sócio
diárias dessa fonte. (B) sofrê-lo
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes (C) lúcidos
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias (D) constituí
dessa fonte. (E) órfãos
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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Distribuímos = regra do hiato (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa
(A) sócio = paroxítona terminada em ditongo Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o
(B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome seu presidente, de acordo com o Manual de Redação da
oblíquo. Nunca!) Presidência da República (1991).
(C) lúcidos = proparoxítona (Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-
(D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” detail.php?id=393)
– oxítona: cons-ti-tui)
(E) órfãos = paroxítona terminada em “ão” RESPOSTA: “E”.
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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- c) Será preciso, talvez: redefinir a infância, já que as
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver com
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. as de ontem.
d) Será preciso, talvez redefinir a infância? - já que as
RESPOSTA: “A”. crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver com
as de ontem.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) A e) Será preciso, talvez, redefinir a infância, já que as
frase que admite transposição para a voz passiva é: crianças de hoje, ao que tudo indica, nada têm a ver com
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra- as de ontem.
do.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma Devido à igualdade textual entre os itens, a apresenta-
grande diversidade de fenômenos. ção da alternativa correta indica quais são as inadequações
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
nas demais.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
RESPOSTA: “E”.
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
e da falsa consciência. 12-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALU-
NO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No tre-
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra- cho: “O crescimento econômico, se associado à ampliação
do. do emprego, PODE melhorar o quadro aqui sumariamente
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma descrito.”, se passarmos o verbo destacado para o futuro
grande diversidade de fenômenos. do pretérito do indicativo, teremos a forma:
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e A) puder.
explicada pelo conceito... B) poderia.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- C) pôde.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. D) poderá.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da E) pudesse.
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
e da falsa consciência. Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode-
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração
RESPOSTA: “B”. é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes-
soa do singular (ele) = poderia.
10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO
- FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, vê deze- RESPOSTA: “B”.
nas de caminhões parados”, revelou o analista ambiental
Geraldo Motta. 13-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) En-
Substituindo-se Quando por Se, os verbos sublinha- tre as frases que seguem, a única correta é:
dos devem sofrer as seguintes alterações: a) Ele se esqueceu de que?
(A) entrar − vira b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distri-
(B) entrava − tinha visto
bui-lo entre os presentes.
(C) entrasse − veria
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas crí-
(D) entraria − veria
ticas.
(E) entrava − teria visto
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve- dos funcionários.
ria = entrasse / veria. e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
14-) (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRA- (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o pla-
TIVO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do neta não resistiu.
texto: (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
I, Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega- poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
tiva... (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
II,... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classifi- o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
cação do continente americano (2,0)... torções patológicas, não haverá vícios.
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e (D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos tão eficientes, talvez as coisas não ficaram tão baratas.
exemplos, em: (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia.
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da
maioria? Fiz as correções necessárias:
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o plane-
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha. ta não resistiu = resistirá
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia. poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
também existem umas que não merecem nossa atenção. o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. torções patológicas, não haverá = haveria
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos tão eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou
aos itens: teriam ficado)
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
tem (singular) cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia =
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) crescerá
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise-
ram (plural) RESPOSTA: “B”.
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem 17-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA
umas (plural) – VUNESP/2010) Assinale a alternativa que preenche ade-
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas quadamente e de acordo com a norma culta a lacuna da
as formas estão no plural) frase: Quando um candidato trêmulo ______ eu lhe faria a
pergunta mais deliciosa de todas.
RESPOSTA: “A”. (A) entrasse
15-) (CETESB/SP - ANALISTA ADMINISTRATIVO - RE- (B) entraria
CURSOS HUMANOS - VUNESP/2013 - ADAPTADA) Consi- (C) entrava
dere as orações: … sabíamos respeitar os mais velhos! / E (D) entrar
quando eles falavam nós calávamos a boca! (E) entrou
Alterando apenas o tempo dos verbos destacados para
o tempo presente, sem qualquer outro ajuste, tem-se, de O verbo “faria” está no futuro do pretérito, ou seja, in-
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa: dica que é uma ação que, para acontecer, depende de ou-
(A) … soubemos respeitar os mais velhos! / E quando tra. Exemplo: Quando um candidato entrasse, eu faria / Se
eles falaram nós calamos a boca! ele entrar, eu farei / Caso ele entre, eu faço...
(B) … saberíamos respeitar os mais velhos! / E quando
eles falassem nós calaríamos a boca! RESPOSTA: “A”.
(C) … soubéssemos respeitar os mais velhos! / E quan-
do eles falassem nós calaríamos a boca!
(D) … saberemos respeitar os mais velhos! / E quando
eles falarem nós calaremos a boca!
(E) … sabemos respeitar os mais velhos! / E quando eles
falam nós calamos a boca!
RESPOSTA: “E”.
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