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RIO DE JANEIRO
2018
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RIO DE JANEIRO
2018
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Banca examinadora
__________________________________
Prof. Dr. Luis Eduardo Acosta
__________________________________
Prof. Dr. José Augusto Bisnetto
___________________________________
Prof. Dr. Rogério Lustosa Bastos
Orientador
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Sou um técnico,
mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido,
com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos usuários do CAPS Franco Basaglia, que me acolheram e
confiaram a mim suas histórias de vida, anseios, revoltas e sonhos. Que me
ensinaram, com suas atitudes, que tudo pode ser compartilhado, inclusive o último
trago do cigarro, e que a solidariedade dos oprimidos pelos oprimidos é
indispensável; mostraram-me que de fato, como menciona em poesia Bertold
Brecht, ela é a Esperança do Mundo.
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AGRADECIMENTOS
Sou profundamente grata à minha mãe Gládis, pela parceria incondicional, pelas
palavras sábias e amigas, pelas reflexões que me ajuda a fazer; ao meu pai João
Carlos, igualmente incondicional quanto ao apoio, que muito contribui para minhas
análises sobre as coisas; à minha irmã Lara, que ao longo dos anos sempre me
auxilia a pensar melhor e que neste trabalho teve participação fundamental, graças
às trocas de ideia e sugestões bibliográficas; ao meu amor e companheiro Victor
Hugo, que esteve sempre ao lado, sobretudo nos momentos mais difíceis, me
alimentou, cuidou e apoiou, sendo fundamental para o êxito de todos os meus
projetos. Meu amor, minha admiração e gratidão pelos quatro são infinitos.
Agradeço aos meus amigos e demais familiares pela importância cotidiana em todos
os aspectos da existência, não citarei nomes para não correr o risco de esquecer
alguém especial, coisa bastante provável de acontecer.
Agradeço ao meu professor, orientador e amigo Rogério Lustosa, pela maravilhosa
orientação que recebi, pelas prosas ao longo dos encontros, pelo apoio e pela
bibliografia indicada, que possibilitou que este trabalho fosse produzido com grande
prazer.
Agradeço a todos os trabalhadores, colegas e professores da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, onde dei início a esta graduação.
Agradeço, igualmente, a todos os trabalhadores, colegas e professores da Escola
de Serviço Social da UFRJ. Considero uma imensa sorte a oportunidade de poder
cursar minha graduação em Universidades tão importantes para este país,
sobretudo por serem Universidades Públicas, imprescindíveis para a construção de
uma sociedade mais justa e democrática.
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RESUMO
Este trabalho estuda a autonomia dos usuários dos serviços de saúde mental em
face da sociedade capitalista atual, principalmente após a reforma psiquiátrica.
Pretende-se, a partir de uma discussão sobre vínculos e comunidade, analisar o
papel dos técnicos na chamada sociedade “do bem-estar”, a qual, em geral,
mascarando uma face de violência e controle, concede essa tarefa ao poder técnico
(médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros etc.). Almeja-se pesquisar se
há chances de se reverter não só essa concepção tradicional de controle que tende
a moldar a saúde mental dos usuários, como também as racionalizações que
dominam esse procedimento que se incide, no mais das vezes, contra o
comportamento divergente, frequentemente reduzido aqui ao mero “desvio”.
Paradoxalmente, em tese, esse modo de proceder é oferecido como “remédio”,
embora, no cotidiano, tenda a trazer esse grupo para uma maior cronificação,
dificultando ainda mais a possibilidade de uma inserção social autônoma e crítica.
Em contraponto, destacamos a importância do vínculo para a construção de um
novo espaço social para as pessoas em sofrimento psíquico, sinalizando para a
importância de transformar a relação entre a sociedade e a loucura, centralizando a
necessidade de sensibilizar e desfazer, na comunidade, a imagem comum da
loucura, fundamentalmente discriminatória.
RESUMEN
Este trabajo estudia la autonomía de los usuarios de los servicios de salud mental
frente a la sociedad capitalista actual, principalmente después de la reforma
psiquiátrica. Se pretende, a partir de una discusión sobre vínculos y comunidad,
analizar el papel de los técnicos en la llamada sociedad "del bienestar", la cual, en
general, enmascarando una cara de violencia y control, concede esa tarea al poder
técnico (médicos, psicólogos, asistentes sociales, enfermeros, etc.). Se busca
investigar si hay posibilidades de revertir no sólo esa concepción tradicional de
control que tiende a moldear la salud mental de los usuarios, así como las
racionalizaciones que dominan ese procedimiento que se refiere, en el más de las
veces, contra el comportamiento divergente, a menudo reducido aquí al mero
"desvío". Paradójicamente, en tesis, ese modo de proceder es ofrecido como
"remedio", aunque, en el cotidiano, tiende a traer ese grupo para una mayor
cronificación, dificultando aún más la posibilidad de una inserción social autónoma y
crítica. En contraposición, destacamos la importancia del vínculo para la
construcción de un nuevo espacio social para las personas en sufrimiento psíquico,
señalando la importancia de transformar la relación entre la sociedad y la locura,
centralizando la necesidad de sensibilizar y deshacer, en la comunidad, la imagen
común de la locura, fundamentalmente discriminatoria.
SUMÁRIO
Introdução……………....…………………………………….…………………………….9
Capítulo 1 - A reforma e contra reforma psiquiátrica no Brasil Contemporâneo: uma
análise a partir da experiência no CAPS Franco Basaglia……………………………11
1.1 A Reforma e contra reforma psiquiátrica no Brasil contemporâneo: uma reflexão
dos prós e contras………………………………………………………………………….11
1.2 CAPS Franco Basaglia: uma discussão sobre vínculos
......................……………………………………....……………………………………...19
Capítulo 2 - Usuários do CAPS Franco Basaglia e a possível inserção fora dos
muros: entre o comportamento desviante e divergente……………………………….29
Conclusão……………………………………………………………...…………………..42
Referências ………………………………………………………………………………..47
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INTRODUÇÃO
”Somos muitos Severinos”, como já nos dizia João Cabral de Melo, “iguais em tudo
na vida”, em especial, na criação de desencontros. Sim, temos uma vida Severina,
sejamos usuários dos serviços de saúde mental, sejamos “técnicos” profissionais
(assistentes sociais, psicólogos, médicos, enfermeiros etc.). Daí a dificuldade de
atentarmos às relações humanas – ou às vinculações afetivas – entre estes atores.
A produção do “bom encontro”, impreterivelmente se dá através dos afetos, da
abertura de cada profissional frente ao usuário. A leitura de que o sofrimento
psíquico parte de uma doença ou de um distúrbio simplesmente, torna o ambiente
terapêutico árido, estéril, pouco ou nada produtivo, em geral, aumentam a
possibilidade de cronificação e assujeitamento destas pessoas. Dado isso, que para
muitos, e em especial, para os usuários de saúde mental, tal existência é um
caminho de pedras, é a própria morte severina, em que se morre um pouco a cada
dia.
Este é um trabalho demarcado por uma clara posição em favor dos usuários
dos sistemas de saúde mental e da classe trabalhadora como um todo. Pretendeu
analisar a vida social numa perspectiva que não privilegie apenas a concepção das
sociedades como sendo um sistema de normas, leis e regras; nem compreenda a
política - atividade fundamental da vida em sociedade, como meramente um circuito
de bens e riquezas, mas a partir do entendimento de que a vida social também é
composta pela instauração de afetos e que a reprodução desta vida social está
também vinculada à maneira como os afetos circulam.
No primeiro capítulo, a pesquisa abordará a reforma e contra reforma
psiquiátrica no Brasil contemporâneo, seus prós e contras, desde uma análise a
partir da experiência no CAPS Franco Basaglia, trazendo uma discussão sobre a
importância dos vínculos no projeto terapêutico dos usuários para uma inserção
crítica na sociedade.
O segundo capítulo abordará a possibilidade de inserção dos usuários para
além dos muros institucionais, trazendo uma abordagem a cerca do comportamento
desviante e divergente, sinalizando para a importância da arte na produção de outra
subjetividade, capaz de perceber a vida não de acordo com os valores do mercado,
10
1
Socióloga, professora do Instituto de Medicina Social da UERJ. Texto escrito em 1980.
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com o problema das condições de vida das classes trabalhadoras, por isso, tais
políticas podem conter um caráter tanto de inclusão como de exclusão de classe e
as políticas de saúde mental têm sido formas sistemáticas de exclusão econômica e
social (LUZ, 1994).
A política de saúde mental, europeia e norte americana, era travada por uma
disputa entre o modelo clássico da internação e segregação e a proposta da
intervenção territorial, em que o doente mental pudesse ser tratado de maneira
eficaz em serviços comunitários. Tais disputas criaram opções políticas e teóricas
diferentes para o enfrentamento prático das questões que envolvem as instituições
manicomiais nestes países (BARROS, 1994).
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A Classificação Internacional de Doenças (CID) foi adotada internacionalmente em 1893 para ser
uma classificação de 77 causas de mortes. Em suas sucessivas edições, tal instrumento estatístico
de classificação de causas de morte ampliou-se, tornando-se uma classificação de doenças e de
motivos de consulta (Laurenti, 1994: 112-113).
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(as) os (as) trabalhadores (as) por seus direitos à saúde, justiça e melhores
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condições de vida! (Carta de Bauru, 1987) .
O Serviço Social e seu projeto ético-político, junto ao CAPS III5, têm muito a
fertilizar e contribuir, assim como ao movimento antimanicomial e a saúde mental:
3
BAURU, dezembro de 1987 - II Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental.
4 o
Art. 1 Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei,
são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual,
religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou
tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
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Os CAPS possuem modalidades; os CAPS III oferecem acolhimento noturno para atenção à crise
de transtornos mentais graves, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas. Recebe usuários de
todas as faixas etárias, exceto crianças e atende cidades ou regiões com pelo menos 150 mil
habitantes.
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É por isso que tornar pública a trajetória do SUS fortalece a sua construção
coletiva e estimula a mobilização da sociedade para lutar pela superação dos
desafios do setor da saúde e a ampliação dos direitos sociais. O princípio de
controle societário do SUS merece destaque, pois impele o protagonismo e a
autonomia dos usuários dos serviços na gestão dos processos de trabalho no
campo da saúde coletiva, a partir do princípio de participação comunitária 6.
Partilhando destes princípios:
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Estabelecida e regulada pela Lei nº 8.142/90, a participação comunitária expos a relevância da
inserção da população brasileira na formulação de políticas públicas em defesa do direito à saúde.
Além disso, atribuiu importância a instâncias populares na fiscalização e controle das ações do
Estado considerando as especificidades de cada região brasileira. Os Conselhos de Saúde são
órgãos deliberativos que atuam como espaços participativos.
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No entanto, para além desta rede básica de atenção à saúde mental, parece
fundamental criar, manter e ampliar a rede comunitária de cuidado nos territórios;
não apenas do ponto de vista da saúde mental, como objeto concreto para a
consolidação da Reforma Psiquiátrica, mas também relacionados a outros tipos de
cuidado, como ao idoso, às crianças, às pessoas portadoras de deficiências, etc.
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Afecção é uma modificação de corpos. É um efeito de um corpo sobre o outro; é uma mistura de
corpos; um corpo age sobre o outro e o que recebe, recebe as características do primeiro corpo
(idéia de causa-efeito).
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existe é o bom e o mau. O bom está relacionado aos “bons encontros” e o mau, está
atrelado aos “maus encontros”.
decidir quem, como e com qual intensidade será punido se desobedecer ou não se
adequar às regras socialmente impostas.
8
transformações acontecem, criam-se novos “empreendedores morais” , que
acabam por gerar novas classes de outsiders.
8
Howard Becker os denomina também “reformadores cruzados”, que são aqueles sujeitos que
procuram impor a sua moral aos outros pensando que assim lhes farão bem, sem nunca se
questionarem sobre a vontade ou necessidade dos outros de incorporarem o sentido moralizante das
suas regras.
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A objetivação não é a condição objetiva do doente, mas se localiza no interior da relação entre
doente e terapeuta, no interior, portanto, da relação com o doente e a sociedade que delega ao
médico sua cura e tutela (...) a doença não é condição objetiva do doente, mas o que o faz assumir o
aspecto que tem reside na relação com o médico que o codifica e a sociedade que o nega. (Basaglia,
1985: 109, 129)
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Além de o conjunto social ser composto por seres singulares, diferentes entre
si, em gostos, crenças, valores, desejos e fantasias, ainda nos separam questões
materiais de acesso a bens e serviços básicos para a manutenção de uma vida
digna. Uma sociedade que se recusa a viver em comunidade, mantendo e
perpetuando diferenças de classe, raça e gênero tão profundas, não pode tentar
convencer, a partir de orientações acadêmicas conservadoras - ou pela mídia
corporativa - que é possível a existência de um universo harmônico em meio a
tantos problemas estruturais e desprezo pela dignidade humana.
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Consideramos que o conceito de anomia de Merlon, em termos de fonte original, está bem próximo
ao conceito de anomia de Durkheim (2000).
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Estimulados por essa análise crítica, podemos afirmar que a estrutura social é
múltipla, comportando sujeitos com experiências variadas e oportunidades distintas;
que a ordem hegemônica deve ser questionada e desafiada, sobretudo pelos
desigualmente situados, excluídos e injustiçados. O exercício do pensamento
dialético permite-nos analisar o mundo sob o aspecto também de sua inadequação
interna, no qual os autores estão envolvidos e interagindo, contrapondo-se às
teorias simplistas a respeito da vida em sociedade.
Para que se exerça tal controle, foi necessário dificultar o acesso dos povos
aos elementos necessários para a tomada de consciência sobre a sua própria
exploração e sobre a alienação intrínseca a esse modo de vida, que tem na
servidão voluntária dos indivíduos a principal arma para o seu controle. Revelar a
dominação profunda desta realidade exige que busquemos a essência do sentido
das palavras, que, mistificadas, ocultam as condições de subserviência global a
esse tipo de racionalidade; a chamada democracia liberal é uma farsa, em que dita
que a economia precisa ser livre, enquanto a política necessita ser conservadora,
mas a farsa maior se revela na conformação do mundo, que não tem absolutamente
nada de democrático nem de liberal, uma vez que quem controla o planeta, no
sentido estrito, são grandes corporações financeiras internacionais, como Banco
Mundial, FMI e a OMC. Em suma, o capitalismo tardio dita que fora do mercado não
há saída, ainda que tal afirmação ao ser analisada com profundidade exponha
exatamente o contrário:
Marcuse considera, com base nas categorias marxistas, que toda esta
estrutura de dominação e servidão voluntária se mantém e perpetua, pois o trabalho
permanece alienado e a maioria das forças e instituições sociais, assim como
lideranças políticas, está em conformidade com os ditames do “deus mercado” e da
“Santíssima Trindade” (FMI, Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio),
tal como trata Ianni (2004), por isso Marcuse aponta a relevância da arte na
produção do estranhamento e de uma sensibilidade distinta, que seja capaz de
“diluir” tais congruências:
É importante mencionar que a arte aqui referida está longe de ser confundida
com os produtos mercadológicos vazios que as produtoras, a indústria fonográfica e
audiovisual tentam incutir na vida de todos como sendo expressão artística,
enquanto, na realidade, esmagam e marginalizam verdadeiros artistas que não se
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CONCLUSÃO
Essa questão lacunar, em tese, pode ser identificada menos como um fator
individual e mais como uma questão cultural, pois atualmente, em que se pesem as
exceções, estamos vivendo sob uma cultura tecnicista, em detrimento dos afetos.
Essa relação tecnicista tenta, basicamente, abafar a singularidade, ainda que se
apresente com todo um discurso a favor dela, na realidade, quer meramente
enquadrá-la ao estabelecido, desertificando-a. Evidentemente, o caminho oposto
aqui, o investimento nas relações dos afetos e vínculos que funcionem como uma
espécie de continente, também não é algo já predeterminado e com resultados
excelentes para todos os casos. Mas, por tal caminho que deverá ser construído
pela relação humana, demasiadamente humana, sem linha reta para ninguém,
teremos uma maior chance de que esses usuários possam reconstruir seus
desencontros, sua autonomia, frente a interminável luta de mostrarem suas
diferenças junto ao grupo social.
É importante ressaltar que nós não somos contra o remédio, entendemos que
a medicação tem seu momento, no entanto estamos questionando a medicalização
como panaceia. Quer dizer, uma suposta solução farmacêutica para todo e qualquer
problema, bem como algo que acaba sendo a questão central nos projetos
terapêuticos dos usuários.
Enfim, é por esses e outros fatos, os quais precisam ser observados e não
“negados” que estamos diante dessa lacuna que dificulta a criação do vínculo -
quesito terapêutico principal para uma inserção crítica dos usuários na sociedade.
Isso implica que, segundo Bleger (1977), como vimos, quando somos
socializados na família simbiótica, em geral, apresentamos uma forma de vinculação
muito dependente e pegajosa. Quando somos socializados na família esquizóide,
tendemos a apresentar uma vinculação extremamente individualista. O autor ainda
afirma aqui, esse tipo de vinculação, além de nos causar sérios problemas com o
outro (extrema dependência ou extremo individualismo), tende a se repetir na
escola, no trabalho, no grupo religioso, etc (socialização secundária).
Uma terceira conclusão de nosso trabalho aponta que considerando que esta
pesquisa não tem a pretensão de esgotar o objeto em questão, faz-se necessário
também desenvolver outras pesquisas sobre ele. Neste sentido, entre outras
sugestões, ressaltamos que se desenvolva pesquisa sobre a questão dos vínculos
entre os usuários e “técnicos”, sobretudo, através de estudos empíricos, por
exemplo.
Nesse sentido, vimos também que Espinosa (1991) desenvolve a sua teoria
dos afetos, com base no princípio dos encontros, que podem ser “bons” ou “maus”,
em que nos constituímos como sujeito nas primeiras experiências sociais, que se
dão numa interrelação permanente, ou seja: eu afeto o outro e outro me afeta. Para
Espinosa, a capacidade de afetarmos e sermos afetados são o que nos torna, entre
outras coisas, humanos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Tradução Raquel Ramalhete. 23. ed. Rio de
Janeiro: Vozes, 2000
MARCUSE, Herberth; Hegel and the rise of social theory – Boston: Beacon Press,
1960. Da tradução brasileira Razão e Revolução – Hegel e o advento da teoria
social RJ, Paz e Terra, 2004.
50
MERTON, Robert King – Sociologia, Teoria e Estrutura. São Paulo: Mestre Jou,
1970.
VELHO, Gilberto. Desvio e Divergência: uma crítica à patologia social, 1974. Rio de
Janeiro: Editora: Jorge Zahar, 1974.