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Disciplina: Sistemas Elétricos de Potência


Anotações do Prof. Me. Cesar Franco
AULA 3 de 4

UHE 14 de Julho

Prof. Me. Cesar Franco

cesar.franco@gmail.com

www.professorcdf.wordpress.com

São José do Rio Preto, Ano 2018

Disciplina SEP; São José do Rio Preto/SP, Prof. Me. Cesar Franco; cesar.franco@gmail.com www.professorcdf.wordpress.com
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Sumário
1 Programa da Disciplina .......................................................................................................... 4
1.1 Ementa .......................................................................................................................... 4
1.2 Carga horária total ........................................................................................................ 4
1.3 Objetivos ....................................................................................................................... 4
1.3.1 Metodologia .......................................................................................................... 4
1.3.2 Conteúdo programático ........................................................................................ 5
1.4 Critérios de Avaliação .................................................................................................... 5
1.5 Bibliografia Recomendada ............................................................................................ 5
2 Curriculum vitae do professor............................................................................................... 6
3 Circuitos trifásicos, componentes simétricas, cálculo de curto circuito trifásico, fase-terra,
bifásico e bifásico-terra ................................................................................................................. 7
3.1 Circuito Trifásico ............................................................................................................ 7
3.1.1 Sistema triângulo e estrela .................................................................................... 7
3.1.2 Tensões Fasoriais................................................................................................... 8
3.2 Circuito equivalente de linha – PI................................................................................ 10
3.3 Circuito equivalente de transformador....................................................................... 14
3.4 Circuito unifilar ............................................................................................................ 15
3.5 PU – Por Unidade ........................................................................................................ 18
3.6 Conversão de Base PU ................................................................................................. 20
3.7 Seleção da Base PU ..................................................................................................... 20
3.7.1 Exemplo A............................................................................................................ 21
3.7.2 Exercício para fazer em grupo ............................................................................. 23
3.8 Redução do circuito utilizando transformação Y-Δ e vice e versa .............................. 25
3.8.1 Exercício em grupo .............................................................................................. 26
3.9 Curto circuito trifásico sem carga ............................................................................... 30
3.9.1 Transiente em um circuito RL série – caso mais simples .................................... 30
3.9.2 Correntes de curto circuito e reatâncias das máquinas síncronas...................... 32
3.9.3 Exemplos ............................................................................................................. 33
3.9.4 Curto circuito trifásico no sistema com carga considerando a condição pré-falta.
40
3.9.5 Curto circuito trifásico com contribuição da carga. ............................................ 49
3.9.6 Componentes simétricas ..................................................................................... 54
3.9.7 Curto circuito F-F-T, F-F, F-T ................................................................................ 66
3.9.8 Curto circuito F-F sem carga................................................................................ 73
3.9.9 Curto circuito F-F-T sem carga ............................................................................ 77

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3.9.10 Formas de onda genéricas de curto circuitos ..................................................... 81


3.10 Curto circuito com carga ............................................................................................. 82
3.10.1 Exemplo Hidrogerador ........................................................................................ 82
3.10.2 Exemplo Gerador termoelétrica.......................................................................... 88

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1 Programa da Disciplina

1.1 Ementa
Disciplina: Sistemas Elétricos de Potência.
Ementa:
 Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
 Sistema elétrico brasileiro.
 Legislação do setor elétrico.
 Circuitos elétricos CA e CC.
 Circuitos trifásicos, componentes simétricas, cálculo de curto circuito trifásico, fase-
terra, bifásico e bifásico-terra.
 Introdução a Energias Renováveis.
 Eficiência energética.
 Energia Solar: estudos, analises e legislação.

1.2 Carga horária total


Aulas
Datas: 24 de março; 07,14 e 28 de abril de 2018.
Horário:
08h00 – 10h00 Aula
10h00 – 10h30 Intervalo
10h30 - 12h00 Aula
12h00 – 13h00 Almoço
13h00 – 15h00 Aula
15h00 – 15h30 Intervalo
15h30 – 16h30 Aula
1.3 Objetivos
O objetivo da disciplina Sistemas Elétricos de Potência é atualizar e capacitar os profissionais na
área de sistemas elétricos envolvendo as áreas de geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica.

1.3.1 Metodologia
Aulas expositivas com utilização de projetor.

Recomendado que o aluno leve nas aulas calculadora científica.

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1.3.2 Conteúdo programático


Dia 1
 Apresentação da turma
 Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
 Sistema elétrico brasileiro.
 Legislação do setor elétrico.
 Eficiência energética.
Dia 2
 Circuitos elétricos CA e CC.
 Circuitos trifásicos, componentes simétricas, cálculo de curto circuito trifásico, fase-
terra, bifásico e bifásico-terra.
Dia 3
 Circuitos elétricos CA e CC.
 Circuitos trifásicos, componentes simétricas, cálculo de curto circuito trifásico, fase-
terra, bifásico e bifásico-terra.
Dia 4
 Introdução a Energias Renováveis.
 Energia Solar: estudos, analises e legislação.

1.4 Critérios de Avaliação


Trabalhos em sala de aula e em casa.

1.5 Bibliografia Recomendada


 FUNDAMENTOS DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTENCIA, Luiz Cera Zanetta JR.; Editora
Livraria da Física, São Paulo – 2006
 INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇAO DE ENERGIA ELÉTRICA: Nelson Kagan,
Carlos César Barioni de Oliveira e Ernesto João ROBBA. Editora Edgard Blucher, 2006.
 EDMINISTER, Joseph. A., Circuitos Elétricos. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1985.
 STEVENSON, William D. Jr, POWER SYSTEM ANALYSIS, McGraw-Hill, Londres. 1955.
 FITZGERALD, A. E., Máquinas Elétricas, 6°Edição, Bookman, Porto Alegre/RS, 2006.
 KRAUSE, Paul, Analysis of Electric Machinery; IEEE Press; Nova York; 1994
 NOBLAT, B. de Metz, Cahier technique no. 158, Schneider Electric, 2005

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2 Curriculum vitae do professor

Prof. Me. Cesar Franco

Contato

E-mail LinkedIn

cesar.franco@gmail.com br.linkedin.com/pub/cesar-
franco/5/b58/28/

Formação

MBA Gestão Engenharia Técnico


Mestrado
Negócios Elétrica Eletrônica
USP Politécnica
FGV UNESP UNESP
2018-2016 2014-2012 2007-2003 2002-2000

Experiências Relevantes

Professor Pós- Engenheiro e


Engenheiro Engenheiro
Graduação Vendas
2018 2017 - 2012 2012 - 2008 2008 - 2007

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3 Circuitos trifásicos, componentes simétricas, cálculo de curto circuito


trifásico, fase-terra, bifásico e bifásico-terra

3.1 Circuito Trifásico

Para entender o circuito trifásico, vamos analisar a forma que as tensões trifásicas são geradas.

Figuras. Fonte EDMINISTER (1985).

Note que o gerador elétrico simplificado aqui representado apenas a título de ilustração, é um
gerador trifásico. Tendo em vista as três fases distribuídas igualmente no perímetro da parte
rotativa, determina-se que as bobinas estão defasadas em 120°. Tendo em vista que se trata de
uma máquina de dois polos, o ângulo mecânico de construção das bobinas é idêntico ao
desfasamento elétrico entre as fases. Isso significa dizer que as fases estão defasadas entre si
em 120°.

3.1.1 Sistema triângulo e estrela

Os terminais das bobinas desse gerador podem ser conectados em estrela (Y) ou triângulo (Δ).

No caso da ligação estrela (Y), o ponto comum de conexão é chamado de neutro (N).

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No caso da ligação triângulo (Δ) não há uma conexão do neutro.

Figura Ligação estrela (Y). Fonte EDMINISTER (1985).

Figura Ligação triângulo (Δ). Fonte EDMINISTER (1985).

3.1.2 Tensões Fasoriais

Definições:

 Tensão de linha tensão entre duas fases


 Tensão de fase tensão entre fase e neutro
𝑉 = √3 𝑉

 Tensão de pico é a diferença de potencial entre o pico da senoide de tensão e o


neutro.

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 Tensão pico a pico é a diferença de potencial entre o pico da senóide de tensão e o


vale da senóide de tensão.

 Tensão Eficaz também conhecido como Tensão rms. O valor rms de uma tensão CA
(ou corrente CA) é um valor equivalente a tensão CC (ou corrente CC) que resultaria na
mesma potência média.

𝑉 = √2 𝑉 𝑉 = √2 𝑉

Sequência ABC
𝑽 =𝑉 |120°
𝑽 =𝑉 |0°
𝑽 =𝑉 |240°
𝑉
𝑽 = |90°
√3
𝑉
𝑽 = |−30°
√3
𝑉
𝑽 = |−150°
√3

Sequência CBA
𝑽 =𝑉 |240°
𝑽 =𝑉 |0°
𝑽 =𝑉 |120°
𝑉
𝑽 = |−90°
√3
𝑉
𝑽 = |30°
√3
𝑉
𝑽 = |150°
√3

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3.2 Circuito equivalente de linha – PI

A representação das linhas de transmissão em modelos de circuito necessita uma análise


complexo, porém, muito interessante das relações eletromagnéticas e dielétrica entre a linha e
os diversos elementos da sua composição e seus entornos. Assim, há relações de autoindução,
indutância mútua, indução entre linha-linha, torre-linha, linha-cabo guarda, etc. Também há
relações dielétricas representadas por capacitores formados entre as linhas e a terra, etc.

Por exemplo, suponhamos um exemplo simples, onde há torre de transmissão bifásica a dois
condutores.

Fonte: Zanetta (2006)

Suponha esse circuito alimentando uma carga, conforme representando abaixo. Note que a
circulação de corrente nos condutores faz surgir um campo magnético que, de acordo com a
distância entre linhas, faz com que uma linha induza uma tensão na outra e vice e versa.

Fonte: Zanetta (2006)

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Fonte: Zanetta (2006)

Imagine agora uma construção mais complexa e mais típica, onde há um sistema trifásico
transmitido pelas torres, que por sua vez possuem Cabo-Guarda, eventualmente em uma torre
estaiada ou não, e ainda considerando a interação entre os cabos e o solo.

Fonte: Zanetta (2006)

Fonte: Zanetta (2006)

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Fonte: Zanetta (2006)

Note que do ponto de vista de circuitos, a relação entre os condutores e entre solo-condutores,
sejam eles de fase ou cabo guarda, pode ser esquematizada de diversas formas, como por
exemplo abaixo:

Fonte: Zanetta (2006)

Porém, a representação típica do circuito elétrico de uma linha de transmissão é dada pelo
modelo π.

Fonte: ROBBA (2006)

Tendo em vista que dependendo do comprimento da linha, os efeitos capacitivos e indutivos


são mais significativos ou não. Dessa forma, podemos dividir nos seguintes casos:

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 Modelo de Linha curta (comprimento 𝓵 aprox. até 100km)

𝑍 = ℓ(𝑟 + 𝑗𝑥) e →∞
Ou seja,

Fonte: Adaptado de ROBBA (2006)

Na nossa disciplina iremos utilizar o modelo mais simples, ou seja, o de linha curta. Outros
modelos abaixo são apenas informativos.

 Modelo de Linha média, π nominal



𝑍 = ℓ(𝑟 + 𝑗𝑥) e = 𝑦

 Modelo de Linha longa, π equivalente


ℓ ℓ
𝑍 = ℓ(𝑟 + 𝑗𝑥) ℓ
e = 𝑗𝜔𝐶 ℓ

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3.3 Circuito equivalente de transformador

Circuito elétrico equivalente do transformador:

Fonte FITZGERALD (2006).

𝑅 = Resistência do enrolamento primário

𝑋 = Reatância de dispersão do enrolamento primário

𝑅 = Resistência do enrolamento secundário

𝑋 = Reatância de dispersão do enrolamento secundário

𝑅 = Resistência de perdas no núcleo

𝑋 = Reatância de magnetização

Circuito equivalente do transformador desprezando reatância de magnetização e resistências:

Adaptada de FITZGERALD (2006).

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3.4 Circuito unifilar

Tendo em vista que o circuito trifásico equilibrado pode ser resolvido de uma forma simplificada,
ou seja, observando apenas uma das fases e o neutro, também é mais simples representar esse
sistema trifásico por meio de um unifilar. Na representação unifilar, os componentes do sistema
elétrico são representados por símbolos padrões ao invés dos seus circuitos equivalentes.

Alguns símbolos comumente utilizados estão representados abaixo.

Máquina rotativa Disjuntos a ar

Transformador de Potência de dois


Ligação trifásica de três fios em delta
enrolamentos

Transformador de Potência de três


enrolamentos Ligação trifásica em estrela

Ligação trifásica de quatro fios, em estrela


Disjuntor de potência aterrada.

Figuras adaptadas de STEVENSON (1955)

Tipicamente são utilizados símbolos padrões. Os símbolos são também acompanhados com as
características nominais dos equipamentos, como potência, tensão, entre outros, dependendo
da necessidade para qual o unifilar foi preparado.

Abaixo segue representado um sistema elétrico de potência simples por meio de seu diagrama
unifilar.

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Figura Fonte STEVENSON (1955)

Gerador 1 – 20MVA, 6,6kV, X’’ = 0,655 ohms


Gerador 2 – 10 MVA, 6,6kV, X’’ = 1.31 ohms
Gerador 3 – 30 MVA, 3,81kV, X’’= 0,1452 ohms
T1 e T2 – cada transformador com 10MVA por fase, 3,8-38,1kV, X= 14,52 ohms referidos a alta
tensão.
Reatância da linha de transmissão = 17,4 ohms
Carga A = 15,000 kW, 6,6kV, pf=0,9 atrasado
Carga B = 30,000 kW, 3.81kV, pf=0,9 atrasado

Para que do diagrama unifilar seja possível realizar estudos de carga e mesmo estudos de curto
circuito, é necessário que os elementos do diagrama unifilar sejam representados por um
diagrama de impedâncias montado por meio dos circuitos equivalentes de cada elemento.

Figura. Figura. Fonte STEVENSON (1955)

No que o diagrama apresenta a linha de transmissão no modelo PI como já apresentado


anteriormente. Já os transformadores estão representados com suas respectivas resistências e
reatâncias de dispersão. Note que os geradores não têm representadas as reatâncias de surto
que limitam a corrente no neutro. Isso se dá, pois, no sistema balanceado não há tensão no
neutro e essas reatâncias não se manifestam. Note que mesmo em uma condição de falta

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algumas resistências podem ser omitidas para simplificar os cálculos, mesmo que isso adicione
um pouco de erro, não é um erro significativo tendo em vista que as reatâncias da linha são mais
determinantes. A respeito dos motores de síncronos, é importante que eles sejam inclusos
mesmo nos cálculos de curto circuito, pois os motores síncronos injetam tensão no circuito
contribuindo com a corrente de curto circuito com a ocorrência do curto. Já no caso dos motores
de indução, tipicamente a contribuição deles com a corrente de curto circuito é omitida pois a
contribuição dele some rapidamente em poucos ciclos de tensão após o curto-circuito.

Caso decidamos simplificar o cálculo de corrente de curto (corrente de falta) para poder realiza-
lo de forma analítica e, portanto, omitir as cargas estáticas, todas as resistências, as correntes
de magnetização dos transformadores e a capacitância da linha de transmissão, o diagrama de
impedância ficará resumido conforme abaixo:

Figura adaptada de STEVENSON (1955). Diagrama de reatâncias adaptado do circuito


anterior, omitindo as cargas, resistência e admitância shunt (neutro). Reatâncias estão
marcadas em ohms e referidas a alta tensão do transformador. Os valores em parênteses
estão em pu, nas bases 30MVA, 66kV.

O diagrama conforme representado acima é o diagrama de sequência positiva. Mais adiante


iremos tratar sobre componentes simétrica e então iremos entender o significado dessa
denominação.

Com relação aos transformadores representados pelos seus circuitos equivalentes, não há
transformação de tensão entre o alta e a baixa, apesar de isso apenas ser possível quando o
transformador possui o mesmo número de espiras em ambos lados. No entanto, tendo em vista
a representação em circuito equivalente está na base da alta tensão, ou seja, lado do interesse
do estudo, não é necessária correção.

A teoria dos transformadores diz que a impedância no lado secundário do transformador pode
ser transferida se multiplicarmos pela razão de espiras ao quadrado. Os geradores estão
justamente conectados no lado de baixa dos transformadores. No entanto, as reatâncias dos

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geradores precisam ser referidas ao lado de alta. Os geradores 1 e 2 estão conectados à rede
por transformadores Y-Y com a razão de transformação de 1:10. Dessa forma, as reatâncias dos
geradores transpostas para a alta tensão são:

 10² x 0,655 = 65,5 ohms (Gerador 1)


 10² x 1,31 = 131,0 ohms (Gerador 2)

Já no caso do gerador 3, que está conectado por meio de um transformador Δ-Y com relação de
espiras de 1:10. Para concluir sobre uma taxa de transformação de uma forma mais clara,
suponhamos substituir esse transformador Δ-Y por um Y-Y com a mesma relação de tensão.
Corresponderia então a uma transformação de 1: 17,32. Dessa forma, a reatância do gerador 3
referida da alta será de:

 17,32² x 0,1452 = 43,56 ohms (Gerador 3)

As tensões internas do gerador são também transpostas para a alta tensão pela multiplicação
da tensão pela taxa de transformação linha-linha entre baixa e alta tensão.

3.5 PU – Por Unidade

Tensão, potência, corrente e impedância são tipicamente representados em valores


percentuais, ou também conhecidos como valores por unidade (PU). Os valores assim
representados necessitam de uma base (referência). Por exemplo se escolhemos a tensão de
base 100kV, temos que 90kV, 120kV e 105kV podem ser escritos em PU como 0,90, 1,20 e 1,05.

Utilizar PU é muito prático nos estudos de Sistemas Elétricos de Potência, haja visto que os
cálculos e análises ficam mais simplificadas meio a diferentes níveis de tensão, corrente e
potência.

As grandezas Tensão, Corrente, Potência e impedância estão intimamente relacionadas, tanto


que com a definição da base de pelo menos duas pelas, já determina a base das outras duas.

𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑘𝑉𝐴
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠 =
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑚 𝑘𝑉

𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠


𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 =
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝐴𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠
(𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑚 𝑘𝑉) × 1000
=
𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑘𝑉𝐴

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𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑘𝑊 = 𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑘𝑉𝐴

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝑃𝑈 𝑑𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜


𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑜ℎ𝑚𝑠
=
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑜ℎ𝑚𝑠

Tendo em vista que os circuitos trifásicos são resolvidos pela representação unifilar com neutro,
é importante atentar se os dados de determinado diagrama são fase-fase ou fase-neutro. Apesar
de, por exemplo, para tensão fase-fase e fase-linha existir uma relação de √3, a tensão em PU é
a mesma (considerando o sistema balanceado). Isso ocorre, pois, as bases fase-fase e fase-linha
possuem a mesma relação de √3. Similarmente ocorre para potência. A potência trifásica é 3
vezes maior que a potência por fase. No entanto, em PU para uma carga equilibrada, a potência
PU é numericamente a mesma. Assim, quando for realizada a conversão de PU para kVA, é
necessário atentar a base correta, sendo a base trifásica nesse último exemplo 3 vezes maior
que a base da potência de fase. Com relação a impedância, independentemente de observamos
o circuito como fase-fase ou fase-neutro, a base será a mesma. É possível calcular tanto a base
da impedância para os dois cenários (fase-fase e fase-linha) utilizando a fórmula abaixo, o que
irá resultar no mesmo valor de base para a impedância nos dois cenários.
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑘𝑉𝐴
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠 =
√3 × 𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑚 𝑘𝑉

(𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑚 𝑘𝑉/√3) × 1000


𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 =
𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑘𝑉𝐴/3
(𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑚 𝑘𝑉) × 1000
=
𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑘𝑉𝐴
Exemplo:

Grandeza Base Fase- Fase Base Fase - Neutro

30.000 kVA / 3 =
Potência 30.000 kVA
= 10.000 kVA
120 kV / √3 =
Tensão 120 kV
= 69,2kV
30.000 kVA / (√3x 120 kV) = 10.000/ 69,2kV =
Corrente
= 144 kA = 144.3 kA

Impedância 480 ohms 480 ohms

Calcular o valor PU com as bases acima para potência trifásica de 18.000kVA e tensão
de linha (fase-fase) de 108kV.

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Note que 18.000kVA (fase-fase) deve ser divido por 3 para obtermos o equivalente por
fase, ou seja, 6.000kVA (por fase)

Note que 108kV (fase-fase) deve ser divido por √3 para obtermos o equivalente fase-
linha, ou seja, 62,4kV.

Assim:

PU PU
Fase- Fase Fase – Neutro
18.000 / 30.000 = 6.000 / 10.000 =
= 0,60 pu = 0,60 pu
108 / 120 = 62,4 / 69,2 =
= 0,90 pu = 0,90 pu

Note que as tensão e potência em pu tem o mesmo valor tanto para o cálculo fase-fase como
para fase-neutro.

3.6 Conversão de Base PU

𝐵𝑎𝑠𝑒_𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝐾𝑉 𝐵𝑎𝑠𝑒_𝑛𝑜𝑣𝑎𝐾𝑉𝐴
𝑍 = 𝑍 × ×
𝐵𝑎𝑠𝑒_𝑛𝑜𝑣𝑎𝐾𝑉 𝐵𝑎𝑠𝑒_𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙𝐾𝑉𝐴

3.7 Seleção da Base PU

A seleção da base é feita de forma a reduzir máximo possível o trabalho de cálculo.

1. Primeiramente a base é escolhida de acordo com uma das partes do circuito;


2. As bases das outras partes do circuito separadas da primeira parte por um
transformador são então definidas considerando a relação de transformação;
3. Quando o fabricante de um equipamento fornece os dados do equipamento em pu,
entende-se que a base utilizada são os valores nominais desse equipamento. No caso
de transformadores, tipicamente a impedância de dispersão definida em PU tem a base
considerando a potência nominal do equipamento e a tensão na baixa, salvo indicado
pelo fabricante;
4. Note que para o caso dos transformadores, a relação entre as bases da tensão em alta
e baixa tensão devem preservar a mesma relação de espiras para quando houver o
mesmo tipo de ligação (Y-Y ou Δ- Δ). Quando o tipo de ligação mudar entre os lados do
transformador, as bases deverão respeitar o tipo de ligação (Y-Δ);
5. No transformador trifásico, depois de calculado o valor da impedância de dispersão em
PU, o valor em PU não irá mudar independentemente do tipo de ligação (Y-Y, Δ -Δ ou Y-
Δ);

Para o caso do transformador, caso ocorra de necessitar calcular a impedância de dispersão em


relação a alta ou baixa tensão, vide exemplo de como proceder:

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𝑘𝑉
𝑍 = ×𝑍
𝑘𝑉

𝑍 ( )
(𝑘𝑉 /𝑘𝑉 ) ×𝑍 × 𝑘𝑉𝐴
=
(𝑘𝑉 ) × 1000
𝑍 × 𝑘𝑉𝐴
=
(𝑘𝑉 ) × 1000
=𝑍 ( )

3.7.1 Exemplo A

O circuito abaixo pode ser dividido em três parte: A, B e C. As partes são conectadas entre si
através de transformadores, como mostrado na figura. As características nominais dos
transformadores são:

A-B 10.000kVA, 13,8-138 kV, Reatância de dispersão 10%

B-C 10.000kVA, 69-138kV, Reatância de dispersão 8%

Se escolhemos para o circuito B como base os valores de 10.000kVA, 138kV:

I. Encontre o valor em PU da impedância de 300 Ω localizada no circuito C;


II. Desenhe o diagrama de impedâncias negligenciando a corrente de magnetização,
resistência do transformador e impedância de linha;

Figura. Fonte STEVENSON (1955)

Solução:

Tensão base para o circuito A é × 138 = 13,8 𝑘𝑉

Tensão base para o circuito C é × 138 = 69 𝑘𝑉

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× .
Impedância base para o circuito C é .
= 476 Ω

I. Sendo assim, o valor da carga no circuito C em pu será de:


300
476 = 0,63 𝑝𝑢
Tendo em vista que a seleção de bases diferentes nas diferentes partes do circuito, de
acordo com a relação de transformação, a impedância em pu da carga em C representada em
qualquer das partes do circuito continuará sendo 0,63 𝑝𝑢. Isso é possível verificar a seguir.
× .
Impedância base circuito B .
= 1.900 Ω

Impedância da carga referida em B é 300 × 2 = 1.200 Ω


.
Impedância em pu da carga na base B .
= 0,63 𝑝𝑢

Fazendo a mesma verificação, agora no circuito A, temos


, × .
Impedância base circuito A .
= 19,0 Ω

Impedância da carga referida em A é 300 × 2 × (1/10) = 12 Ω

Impedância em pu da carga na base A = 0,63 𝑝𝑢

II. Considerando o que foi enunciado que o transformador A-B tem reatância de dispersão
10% e o transformador B-C 8%, temos o diagrama de impedância

Figura. Fonte STEVENSON (1955)

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3.7.2 Exercício para fazer em grupo

Um gerador trifásico de 30.000kVA, 13,8kV tem uma reatância subtransiente de 15%. O gerador
supre dois motores através de uma linha de transmissão tendo transformadores dos dois lados,
conforme circuito unifilar abaixo. Os motores têm potência nominal de 20.000kVA e 10.000kVA,
ambos a 12,5kV com reatância subtransiente de 20%. Os transformadores trifásicos têm
potência nominal 35.000kVA, 13,2 Δ- 115 Y kV com reatâncias de dispersão de 10%. Reatâncias
em série da linha de transmissão é de 80Ω. Desenhe o diagrama de reatâncias com todas as
reatâncias em pu. Utilize as características do gerador como a base pu.

Figura. Fonte STEVENSON (1955)

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SOLUÇÃO:

A base de 30.000kVA e 13,8kV do gerador transposta para os outros circuitos é:

Na linha de Transmissão 13,8 × ,


= 120 𝑘𝑉

,
No circuito dos motores 120 × = 13,8 𝑘𝑉

As reatâncias do transformador devem ser convertidas para a base de 35.000kVA 13,2kV para a
base de 30.000kVA e 13,8kV conforme segue:

30.000 13,2
𝑅𝑒𝑎𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜𝑟 = 0,1 × = 0,0784 𝑝𝑢
35.000 13,8
A impedância base da linha de transmissão é

120 × 1.000
= 480 Ω
30.000
E a reatância da linha é
80
= 0,167 𝑝𝑢
480
Reatância do motor 1

30.000 12,5
0,2 × = 0,246 𝑝𝑢
20.000 13,8
Reatância do motor 2

30.000 12,5
0,2 × = 0,492 𝑝𝑢
10.000 13,8

Figura. Fonte STEVENSON (1955)

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3.8 Redução do circuito utilizando transformação Y-Δ e vice e versa

Figura. Fonte STEVENSON (1955)

Transformação de Y para Δ Transformação de Δ para Y


𝑍 𝑍 +𝑍 𝑍 +𝑍 𝑍 𝑍 𝑍
𝑍 = 𝑍 =
𝑍 𝑍 +𝑍 +𝑍
𝑍 𝑍 +𝑍 𝑍 +𝑍 𝑍 𝑍 𝑍
𝑍 = 𝑍 =
𝑍 𝑍 +𝑍 +𝑍
𝑍 𝑍 +𝑍 𝑍 +𝑍 𝑍 𝑍 𝑍
𝑍 = 𝑍 =
𝑍 𝑍 +𝑍 +𝑍

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3.8.1 Exercício em grupo

Quatro barras intituladas como a, b, c e d estão interconectadas como mostrado do diagrama


unifilar abaixo.

Figura. Fonte STEVENSON (1955)

Para simplificar a análise, os geradores 1, 2 e 3 são representadas por uma reatância e um fonte
de tensão. O diagrama de reatâncias que representa o circuito acima é representado a seguir:

Figura. Fonte STEVENSON (1955)

Simplifique o diagrama de reatâncias mantendo os pontos e, f e g.

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SOLUÇÃO:

𝑍 = 𝑗1,0 + 𝑗0,1 = 𝑗1,1


𝑍 = 𝑗0,9 + 𝑗0,1 = 𝑗1,0

𝑍 = 𝑗0,05 + 𝑗0,9 = 𝑗0,95

𝑗0,3 ∗ 𝑗0,1 + 𝑗0,3 ∗ 𝑗0,3 + 𝑗0,3 ∗ 𝑗0,1


𝑍 = = 𝑗0,5
𝑗0,3
𝑗0,3 ∗ 𝑗0,1 + 𝑗0,3 ∗ 𝑗0,3 + 𝑗0,3 ∗ 𝑗0,1
𝑍 = = 𝑗0,5
𝑗0,3
𝑗0,3 ∗ 𝑗0,1 + 𝑗0,3 ∗ 𝑗0,3 + 𝑗0,3 ∗ 𝑗0,1
𝑍 = = 𝑗1,5
𝑗0,1

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𝑗0,3 ∗ 𝑗0,5
𝑍 // = = 𝑗0,1875
𝑗0,3 + 𝑗0,5
𝑗0,3 ∗ 𝑗0,5
𝑍 // = = 𝑗0,1875
𝑗0,3 + 𝑗0,5

𝑗1,5 ∗ 𝑗0,1875
𝑍 = = 𝑗0,15
𝑗1,5 + 𝑗0,1875 + 𝑗0,1875
𝑗1,5 ∗ 𝑗0,1875
𝑍 = = 𝑗0,15
𝑗1,5 + 𝑗0,1875 + 𝑗0,1875
𝑗0,1875 ∗ 𝑗0,1875
𝑍 = = 𝑗0,0188 ≅ 𝑗0,02
𝑗1,5 + 𝑗0,1875 + 𝑗0,1875

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𝑗1,25 ∗ 𝑗1,1 + 𝑗1,25 ∗ 𝑗1,02 + 𝑗1,1 ∗ 𝑗1,02


𝑍 = = 𝑗3,42
𝑗1,1
𝑗1,25 ∗ 𝑗1,1 + 𝑗1,25 ∗ 𝑗1,02 + 𝑗1,1 ∗ 𝑗1,02
𝑍 = = 𝑗3,02
𝑗1,25
𝑗1,25 ∗ 𝑗1,1 + 𝑗1,25 ∗ 𝑗1,02 + 𝑗1,1 ∗ 𝑗1,02
𝑍 = = 𝑗3,70
𝑗1,02

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3.9 Curto circuito trifásico sem carga

Quando o curto ocorre em um sistema elétrico de potência, a corrente fluindo é determinada


pelas tensões internas das máquinas elétricas (gerador ou motor) no sistema, pelas impedâncias
das máquinas e pela impedância da rede entre as máquinas e o local do curto.

Vamos por hora olhar o curto circuito trifásico do ponto de vista do curto circuito nos terminais
de um gerador síncrono. A corrente que circula na máquina síncrona imediatamente após a falta
(curto) e durante alguns ciclos de tensão é diferente da tensão após esse período, ou seja, em
regime permanente. Isso ocorre devido ao efeito da armadura sobre o fluxo que gera a tensão
na máquina elétrica. Assim, dividimos basicamente o estudo do curto circuito em um período
subtransitório, transitório e em regime permanente.

Fonte: Zanetta (2006)

Vamos agora passo a passo desenvolver os conceitos para finalmente calcular o curto circuito.

3.9.1 Transiente em um circuito RL série – caso mais simples

Vamos partir a princípio de um caso mais simples para poder então evoluir para uma máquina
elétrica síncrona e trifásica.

Como visto no início do curso, no que se refere aos circuitos RL, os circuitos RL quando
energizados tem uma corrente transitoriamente diferente da corrente nominal em regime
permanente.

Para então exploramos os efeitos do curto circuito em uma máquina elétrica trifásica, vamos
primeiramente analisar o que ocorre em um circuito RL simples.

Suponhamos um circuito RL simples qual é aplicada uma tensão |𝑉 |𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝛼) através de


uma chave que fecha em t=0, e quando ocorrem esse fechamento, α=0.

Podemos escrever a seguinte equação para o circuito:


𝑑𝑖
|𝑉 |𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝛼) = 𝑅𝑖 + 𝐿
𝑑𝑡

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Vamos agora isolar a corrente na formula para entender o comportamento dela. Tendo em vista
que o exemplo acima é uma simplificação didática que servirá apenas para desenvolver a lógica
do que será apresentada no caso do sistema elétrico, não iremos discorrer sobre a resolução no
corpo desse capítulo. A solução da equação acima é:
|𝑉 |
𝑖= 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 𝛼 − 𝜃) − 𝑒 𝑠𝑒𝑛(𝛼 − 𝜃)
|𝑍|
Onde

|𝑍| = 𝑅 + (𝜔𝐿)
𝜔𝐿
𝜃 = tan
𝑅
Nessa equação de corrente, a corrente pode ser dividida em duas componentes. Uma
componente senoidal e uma componente exponencial não periódica, ambas em função do
tempo.

Comportamento da corrente no tempo para


a situação onde 𝛼 − 𝜃 = 0 ou 𝛼 − 𝜃 = 𝜋.

Comportamento da corrente no tempo para


a situação onde 𝛼 − 𝜃 = −90°

Figuras. Fonte STEVENSON (1955)

Note que a corrente exponencial dc não existe quando 𝛼 − 𝜃 = 0 ou 𝛼 − 𝜃 = 𝜋.

Note também que a composição das duas parcelas da corrente está representada pela
somatória da parcela periódica(senoidal) com a parcela exponencial. Assim é possível notar que
a corrente passa por um estágio transitório e depois estabelece um estado permanente.

No caso do gerador síncrono, a tensão gerada nos terminais consiste em um fluxo girante que
gera tensão na armadura (tipicamente o estator) que consiste em uma indutância e uma
resistência, a exemplo do circuito RL. A corrente que flui no gerador elétrico quando a máquina
é curto-circuitada é similar ao caso do circuito RL exemplificado. A diferença importante é que
no caso do circuito RL simples, a fonte de tensão não sofria influência devido ao curto-circuito,
ou seja, a tensão dela era a mesma. Já no gerador síncrono, a corrente de curto-circuito faz
surgir um fluxo girante que se opõe ao fluxo girante do campo da máquina. Por conta dessa
oposição, há também um decaimento no módulo da tensão periódica que descreve a corrente
de curto circuito. A melhor forma de visualizar isso é através de um oscilógrama, como por
exemplo o de baixo:

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Figura. Fonte STEVENSON (1955)

Devido a defasagem de 120° entre as tensões das fases do gerador, a tensão de cada fase tem
um comportamento. Não obstante, todas as tensões das fases estão sujeitas ao mesmo
decaimento decorrente

e da reação de armadura

3.9.2 Correntes de curto circuito e reatâncias das máquinas síncronas

Nessa etapa, surgirá o termo eixo direto e eixo de quadratura. Esses temas serão tratados em
mais detalhes na matéria de Máquinas Elétricas. Assim, por não ser o foco dessa disciplina,
iremos meramente utilizar as reatâncias e informar qual delas estivermos utilizando. É
importante lembrar também que a resistência da máquina elétrica é muito pequena se
comparada com a indutância.

Na figura anterior apresentado o curto-circuito da máquina elétrica, definimos como reatância


síncrona de eixo-direto (Xd) a reatância obtida de relação entre tensão em circuito aberto rms
dividida pela corrente rms em regime permanente após ocorrência da falta. A resistência por
ser muito pequena é desprezada. Se, por outro lado, estendermos a curva que envelopa a forma
de tensão até o eixo vertical, desprezando os primeiros ciclos, teremos a corrente transitória.
Nesse caso em particular, é possível obter a reatância transitória de eixo direto ao dividir a
tensão terminal de circuito aberto pela corrente transitória. Se estendermos novamente a curva
que envelopa a corrente, agora considerando apenas os primeiros ciclos, obtemos a corrente

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subtransitória. Ao dividir a tensão terminal antes do curto por essa corrente iremos obter a
reatância subtransitória de eixo direto. Em resumo:
𝑜𝑎 𝐸
𝐼= =
√2 𝑗𝑋
𝑜𝑏 𝐸
𝐼 = =
√2 𝑗𝑋
𝑜𝑐 𝐸
𝐼 = =
√2 𝑗𝑋

Onde:

 𝐼 Corrente de estado permanente, valor em rms


 𝐼 Corrente transiente, valor em rms
 𝐼 Corrente Subtransiente, valor em rms
 𝑋 reatância síncrona de eixo direto
 𝑋 reatância transitória de eixo direto
 𝑋 reatância subtransitória de eixo direto
 𝐸 Tensão terminal fase-terra sem carga
 𝑜𝑎, 𝑜𝑏 e 𝑜𝑐 estão mostrados no gráfico.

Quando outros elementos são adicionados, como por exemplo, uma reatância nos terminais do
gerador, esses elementos devem ser considerados no cálculo da corrente de curto circuito.

Fonte: Zanetta (2006)

3.9.3 Exemplos

3.9.3.1 Exemplo A

Dois geradores estão conectados em paralelo no lado de baixa tensão de um transformador


trifásico Δ-Y conforme mostrado na figura. O gerador 1 tem potência nominal de 50.000kVA e
tensão de 13.8kV. O gerador 2 tem potência nominal de 25.000kVA e tensão nominal de 13.8kV.
Cada gerador tem uma reatância subtransiente de 25%. O transformador tem potência nominal
de 75.000kVA, tensão 13.8 Δ- 69Y em kV, com reatância de 10%. Antes da falta ocorrer, a tensão
do lado de alta-tensão é de 66kV. O transformado está sem carga e não há corrente circulando
entre os geradores. Encontre a corrente subtransitória em cada gerador quando ocorre o curto
circuito trifásico no lado de alta tensão do transformador.

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Figura. Fonte STEVENSON (1955)

Solução:

Vamos selecionar a tensão do circuito de alta como base pu, sendo ela 69kV e 75.000kVA. Então,
a tensão base do lado de baixa será de 13.8kV.

Gerador 1:
75.000
𝑋 = 0,25 × = 0,375 𝑝𝑢
50.000
66
𝐸 = = 0,957 𝑝𝑢
69
Gerador 2:
75.000
𝑋 = 0,25 × = 0,750 𝑝𝑢
25.000
66
𝐸 = = 0,957 𝑝𝑢
69
Transformador:

𝑋 = 0,10 𝑝𝑢

A figura abaixo mostra o diagrama de reatâncias antes da falta. A falta trifásica no ponto P é
simulada pelo fechamento da chave S. A tensão interna dos dois geradores pode ser considerada
paralela, desde que idênticas em magnitude e em ângulo de fase já que não há circulação de
corrente entre os equipamentos.

Figura. Fonte STEVENSON (1955)

A reatância subtransitória equivalente entre os geradores é:


0,375 × 0,75
𝑗 = 𝑗0,25
0,375 + 0,75

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Portanto,
0,957
𝐼 = = −𝑗2,735 𝑝𝑢
𝑗0,25 + 𝑗0,10
Já que há um divisor de correntes entre os geradores, de forma que a corrente se divide de
forma inversa as impedâncias, temos:

Gerador 1
0,75
𝐼 = −𝑗2,735 × = −𝑗1.823 𝑝𝑢
0,75 + 0,375
No gerador 2
0,375
𝐼 = −𝑗2,735 × = −𝑗0.912 𝑝𝑢
0,75 + 0,375
Para encontrar a corrente em amperes, o valor pu são multiplicados pela base da corrente do
circuito, como segue:

Gerador 1:
75.000
𝐼 = −𝑗1,823 × = 5.729 𝐴
√3 × 13,8
Gerador 2:
75.000
𝐼 = −𝑗0,912 × = 2.860 𝐴
√3 × 13,8
3.9.3.2 Exemplo B
Agora vamos considerar que quando a falta ocorre, o gerador está sob carga. Na figura (a) temos
a representação do circuito equivalente do alternador que está alimentando uma carga
equilibrada trifásica. Uma impedância externa é representada entre os terminais do gerador e
o local da falta (curto). O curto trifásico é simulado pela chave S. Antes do curto, circula a
corrente 𝐼 , a tensão na falta é 𝑉 , e a tensão terminal do gerador é 𝑉 .

O circuito pode ser resolvido por Thévenin, que é aplicável para circuitos lineares e bilaterais.

Circuito original Equivalente Thévenin


Figuras. Circuito equivalente do gerador suprindo a uma carga trifásica equilibrada. Fonte
STEVENSON (1955).

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A impedância é medida da perspectiva do ponto onde é aplicada a falta, olhando para o circuito
com todas as fontes de tensão curto-circuitadas (conforme método de Thévenin já estudado). A
reatância subtransitória deve ser utilizada no cálculo já que é desejável saber o valor inicial da
corrente após a falta.

O valor da impedância 𝑍 pode ser calculado:


(𝑍 + 𝑗𝑋 )𝑍
𝑍 =
(𝑍 + 𝑗𝑋 + 𝑍 )

Na ocorrência do curto no ponto P, simulado pelo fechamento da chave S, a corrente


subtransiente é:
𝑉 𝑉 (𝑍 + 𝑗𝑋 + 𝑍 )
𝐼 = =
𝑍 (𝑍 + 𝑗𝑋 )𝑍

Com relação ao cálculo em estado permanente, o gerador elétrico é considerado como tendo a
tensão interna 𝐸 igual a tensão terminal quando está sem carga e uma reatância interna
chamada de reatância síncrona.

Analogamente, quando vamos analisar outros estados, podemos fazer as mesmas definições na
condição subtransiente e transiente. Ou seja, na condição subtransiente há uma tensão interna
𝐸 (subtransiente) e a reatância subtransiente. O mesmo para a condição transiente, sendo 𝐸 a
tensão transiente.

Certamente, quando não há carga, as tensões 𝐸 , 𝐸 e 𝐸 são iguais e não há carga no gerador
antes do curto. Assim 𝐸 pode ser utilizado para calcular as correntes nas três condições
(síncrona, transitória e subtransitória).

Caso o gerador esteja com carga, para calcular a condições subtransitória, iniciamos calculando
a corrente conforme apresentado acima e reproduzido novamente a seguir:

𝑉 𝑉 (𝑍 + 𝑗𝑋 + 𝑍 )
𝐼 = =
𝑍 (𝑍 + 𝑗𝑋 )𝑍

E por definição do circuito estudado, é possível definir que:


𝐸
𝐼 =
𝑍 + 𝑗𝑋

Substituindo 𝐼 da equação acima na equação anterior e sabendo que 𝐼 = 𝑉 ⁄𝑍 , obtemos:

𝐸 𝑉 (𝑍 + 𝑗𝑋 + 𝑍 )
=
𝑍 + 𝑗𝑋 (𝑍 + 𝑗𝑋 )𝑍
𝑉 (𝑍 + 𝑗𝑋 + 𝑍 )
𝐸 =
𝑍
𝐸 = 𝐼 (𝑍 + 𝑗𝑋 + 𝑍 )
Sabendo que 𝐼 (𝑍 + 𝑍 ) = 𝑉 , temos:

𝐸 = 𝑉 + 𝑗𝐼 𝑋

E por similaridade

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𝐸 = 𝑉 + 𝑗𝐼 𝑋

Essas duas últimas equações são úteis para determinar as tensões internas quando a tensão e
corrente na carga antes do surto são conhecidas.

Motores síncronos têm reatâncias do mesmo tipo que os geradores elétricos. Assim, quando o
motor sofre um curto circuito e não mais recebe energia da linha, seu campo magnético ainda
está energizado, e a inércia do rotor e a carga mecânica ao eixo acoplada continua dando giro
ao motor de forma indeterminada. Dessa forma, ainda existirá uma tensão interna ao motor, e
essa tensão irá contribuir com a corrente de curto fazendo o motor contribuir como se fosse um
gerador.

Por analogia as fórmulas desenvolvidas, temos que para o motor síncrono as seguintes
equações:

𝐸 = 𝑉 − 𝑗𝐼 𝑋

𝐸 = 𝑉 − 𝑗𝐼 𝑋

Vamos verificar a aplicação na resolução do problema abaixo:

3.9.3.3 Exemplo C

Um gerador e um motor síncrono tem potência nominal de 30.000kVA e tensão nominal de


13.2kV. Ambos têm reatância sutransitória de 20% e a linha que os conecta tem reatância de
10% na base dos dados nominais do motor. O motor está absorvendo 20,000kW com fator de
potência de 0,8 (Atrasado) e a tensão terminal é de 12.8kV quando a falta trifásica ocorre nos
terminais do motor.

Encontre a corrente subtransiente de falta, no gerador e no motor considerando as tensões


internas da máquina.

Fonte STEVENSON (1955). Representação antes da falta.

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Fonte STEVENSON (1955). Representação durante a falta.

Resolução:

Escolhendo como base a potência de 30.000kVA e tensão 13.2kV.

Conforme o enunciado, antes da falta, a tensão terminal do motor era de 12,8kV, ou seja:
12,8
𝑉 = = 0,97|0° 𝑝𝑢
13,8

Sendo a corrente base = 30.000⁄ √3 ∗ 13,2 = 1.310 𝐴


20.000
𝐼 = = 1,128|36.9° 𝐴
0,8 × √3 × 12,8
1.128
𝐼 = = 0,86|36.9° 𝑝𝑢
1.310
𝐼 = 0,86[cos(36,9°) + jsen(36,9°) ] = 0,86(0,8 + j0,6)
𝐼 = 0,69 + 𝑗0,52 𝑝𝑢

Para o gerador

𝐸 = 𝑉 + 𝑗𝐼 𝑋
Sendo que na ocorrência da falta, segundo o diagrama de circuito sabemos que 𝑉 = 𝑉 +
𝐼 𝑗0,1, assim temos:

𝑉 = 0,97|0° + (0,69 + 𝑗0,52) 𝑗0,1

𝑉 = 0,97 + 0,069𝑗 − 0,052 = 0,918 + 0,069𝑗

Podemos então determinar a tensão subtransitória interna do gerador

𝐸 = 𝑉 + 𝑗𝐼 𝑋

𝐸 = (0,918 + 0,069𝑗) + 𝑗(0,69 + 𝑗0,52)0,2


𝐸 = 0,918 + 0,069𝑗 + 𝑗0,138 − 0,104 = 0,814 + 𝑗0,207 𝑝𝑢

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Sendo assim, a corrente de curto do gerador será:


𝐸 0,814 + 𝑗0,207 0,814 + 𝑗0,207
𝐼 = = = = 0,69 − 𝑗2,71 𝑝𝑢
𝑗0,2 + 𝑗0,1 𝑗0,2 + 𝑗0,1 𝑗0,3
𝐼 = 1.310 × (0,69 − 𝑗2,71) = 904 − 𝑗3.550 𝐴

Para o motor:

𝑉 = 𝑉 = 0,97|0° 𝑝𝑢

𝐸 = 𝑉 − 𝑗𝐼 𝑋
𝐸 = 0,97|0° − 𝑗0,2(0,69 + 𝑗0,52) = 1,074 − 𝑗0,138 𝑝𝑢

1,074 − 𝑗0,138
𝐼 = = −0,69 − 𝑗5,37 𝑝𝑢
𝑗0,2
𝐼 = 1.319 × (−0,69 − 𝑗5,37) = −904 − 𝑗7.083 𝐴

No local da falta:

𝐼 = 𝐼 + 𝐼 = (0,69 − 𝑗2,71) + (−0,69 − 𝑗5,37) = −𝑗8,08 𝑝𝑢

𝐼 = −𝑗8,08 × 1.310 = −𝑗10.590 𝐴

NOTA

Estudar o curto circuito tem como principal objetivo calcular e prever as condições de correntes
e tensões no sistema elétrico de potência sob a ocorrência do defeito. Determinar essas
correntes e tensões de curto circuito são relevantes para:

 Dimensionar equipamentos do sistema para suportar, dentro de certos limites,


as condições de sobrecorrente do sistema, exemplo, linhas e transformadores
(rompimento de isolação, torques, etc);
 Especificar equipamentos de proteção (disjunto, relés, fusíveis, etc);
 Proteção de pessoas (efeitos que envolvem tensão de passo, por exemplo);

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3.9.4 Curto circuito trifásico no sistema com carga considerando a condição pré-falta.

Conforme já enunciado anteriormente, quando o curto ocorre em um sistema elétrico de


potência, a corrente fluindo é determinada pelas tensões internas das máquinas elétricas
(gerador ou motor) no sistema, pelas impedâncias das máquinas e pela impedância da rede
entre as máquinas e o local do curto.

Destacando novamente que, na existências no sistema de cargas que contribuam com o curto
circuito (ex.motores), a contribuição devido a essas cargas são na maioria dos casos passíveis de
serem desprezadas. Estando a rede nos níveis de tensão nominais (1pu), pode-se proceder a
determinação das correntes de curto circuito trifásico considerando a rede em vazio, sem cargas
e com tensão de 1 pu em todas as barras.

Tendo em vista o desenvolvimento do curto circuito trifásico nos terminais do gerador, vamos
agora aumentar a complexidade da situação, posicionando o gerador no sistema e submetendo
um curto circuito em um ponto específico do sistema que não seja nos terminais do gerador.

Sabendo agora que não se trata apenas de um gerador praticamente isolado, vamos considerar
também que o sistema opera em uma condição inicial. No desenvolvimento, essa condição
iniciar irá determinar um estado do sistema qual será sobreposto conforme teoria da
superposição a condição de falta.

Nesse desenvolvimento iremos observar o sistema no momento subtransitório.

Segundo definido por ROBBA (2006), considere para o próximo exemplo que a queda de
tensão na linha curta é determinada pela fórmula:

𝛥𝑉 = ℓ𝑖 ( 𝑟 𝑐𝑜𝑠ø − 𝑥 𝑠𝑒𝑛 ø)
Sendo:

 ℓ em km;
 i em A;
 r em Ω/km;
 x em Ω/km.

E para resolução do exemplo abaixo considere modelar a carga como uma fonte de corrente
constante com tensão.

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3.9.4.1 Exemplo
Determine as correntes e as tensões em todas as barras da rede da figura abaixo quando ocorre
um curto-circuito trifásico no ponto B. Considere as condições pré-falta e a rede em vazio antes
do curto circuito. Considere que para a resolução do exemplo abaixo considere modelar a carga
como uma fonte de corrente constante com tensão.

Primeiramente vamos determinar o diagrama das impedâncias.

Fonte: Adaptado de ROBBA (2006)

Gerador: 𝑥 = 0,1 𝑝𝑢 𝑆 = 10 𝑀𝑉𝐴 𝑉 = 13,8 𝑘𝑉 𝑉 = 1 𝑝𝑢

Linhas: 𝑟 = 0,2 Ω/𝑘𝑚 𝑥 = 0,5 Ω/𝑘𝑚

Considere a queda de tensão na linha curta determinada pela fórmula:

𝛥𝑉 = ℓ𝑖 ( 𝑟 𝑐𝑜𝑠ø − 𝑥 𝑠𝑒𝑛 ø)

Considerando como base 𝑆 = 10 𝑀𝑉𝐴 e 𝑉 = 13,8 𝑘𝑉, podemos definir a impedância base
em pu/km como sendo:
𝑟 + 𝑗𝑥 0,2 + 𝑗0,5
𝑧= = = 0,0105 + 𝑗0,0263 𝑝𝑢/𝑘𝑚
13,8 /10 13,8 /10
Sendo assim, podemos determinar:
𝑝𝑢
𝑧 = (2𝑘𝑚) × 0,0105 + 𝑗0,0263 = 0,0210 + 𝑗0,0525
𝑘𝑚
𝑝𝑢
𝑧 = (1𝑘𝑚) × 0,0105 + 𝑗0,0263 = 0,0105 + 𝑗0,0263
𝑘𝑚

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𝑝𝑢
𝑧 = (1𝑘𝑚) × 0,0105 + 𝑗0,0263 = 0,0105 + 𝑗0,0263
𝑘𝑚
𝑝𝑢
𝑧 = (1𝑘𝑚) × 0,0105 + 𝑗0,0263 = 0,0105 + 𝑗0,0263
𝑘𝑚
Já as potências nos Barras são:

 Barra 2
2 𝑗1
𝑆 = + = 0,2 + 𝑗0,1
10 10
 Barra 3
3 𝑗2
𝑆 = + = 0,3 + 𝑗0,2
10 10
 Barra 4
2 𝑗1
𝑆 = + = 0,2 + 𝑗0,1
10 10

Assim, as correntes e quedas de tensão nos trechos são:

 Trecho entre Barra 1-2

Conforme definido no enunciando do exercício, a tensão no Barra 1 é de 1 pu, ou seja,


𝑉 = 1 |0° 𝑝𝑢.

i) Potência
Sabendo que as potências entregues aos Barras passam todas por esse trecho (já que
no Barra 1 está o único gerador do sistema), podemos então determinar a corrente no
trecho entre o Barra 1 e 2.

𝑆 = 𝑆 + 𝑆 + 𝑆 = 0,2 + 𝑗0,1 + 0,3 + 𝑗0,2 + 0,2 + 𝑗0,1


𝑆 = 0,7 + 𝑗0,4
ii) Corrente
𝑆 0,7 + 𝑗0,4
𝐼∗ = = = 0,806 | + 29,7°
𝑉 1 |0°

𝐼 = 0,806 | − 29,7° = 0,7 − 𝑗0,4

iii) Queda de Tensão

𝛥𝑉 = ℓ𝑖 ( 𝑟 𝑐𝑜𝑠ø − 𝑥 𝑠𝑒𝑛 ø) = 2 × 0,806 [0,0105 × cos(−29,7°) − 0,0263 × sen(−29,7°)]


𝛥𝑉 = 0,0358 𝑝𝑢
iv) Tensão no Barra 2

𝑉 = 𝑉 − 𝛥𝑉 = 1 − 0,0358 = 0,9642

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 Trecho entre Barra 2-3


i) Potência

𝑆 = 𝑆 + 𝑆 = 0,3 + 𝑗0,2 + 0,2 + 𝑗0,1


𝑆 = 0,5 + 𝑗0,3
ii) Corrente
𝑆 0,5 + 𝑗0,3
𝐼∗ = = = 0,583 | + 30,96°
𝑉 1 |0°

𝐼 = 0,583 | − 30,96°

iii) Queda de Tensão


𝛥𝑉 = ℓ𝑖 ( 𝑟 𝑐𝑜𝑠ø − 𝑥 𝑠𝑒𝑛 ø)
𝛥𝑉 = 1 × 0,583 [0,0105 × cos(−30,96°) − 0,0263 × sen(−30,96°)]
𝛥𝑉 = 0,0131 𝑝𝑢

iv) Tensão no Barra 3

𝑉 = 𝑉 − 𝛥𝑉 = 0,9642 − 0,0131 = 0,9511

 Trecho entre Barra 3-4


i) Potência

𝑆 = 𝑆 = 0,2 + 𝑗0,1
ii) Corrente
𝑆 0,2 + 𝑗0,1
𝐼∗ = = = 0,224 | + 26,56°
𝑉 1 |0°

𝐼 = 0,224 | − 26,56°

iii) Queda de Tensão


𝛥𝑉 = ℓ𝑖 ( 𝑟 𝑐𝑜𝑠ø − 𝑥 𝑠𝑒𝑛 ø)
𝛥𝑉 = 1 × 0,224 [0,0105 × cos(−26,56°) − 0,0263 × sen(−26,56°)]
𝛥𝑉 = 0,0047 𝑝𝑢
iv) Tensão no Barra 4

𝑉 = 𝑉 − 𝛥𝑉 = 0,9511 − 0,0047 = 0,9464

 Trecho entre Barra 3-B

i) Potência

𝑆 =0
ii) Corrente

𝐼 = 0 |0°

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iii) Queda de Tensão


𝛥𝑉 = ℓ𝑖 ( 𝑟 𝑐𝑜𝑠ø − 𝑥 𝑠𝑒𝑛 ø) = 0

iv) Tensão no Barra B

𝑉 = 𝑉 = 0,9512

Resumindo:

Condição Pré-Falta
Carga Corrente trecho
Barra 𝜟𝑽 Tensão barra
Barra r x (pu) (pu)
anterior (pu) (pu)
p q i
1 - - - - - - - 1,0000
2 1 0,0210 0,0525 0,2 0,1 0,806 | − 29,7° 0,0358 0,9642
3 2 0,0105 0,0263 0,3 0,2 0,583 | − 30,96° 0,0131 0,9511
4 3 0,0105 0,0263 0,2 0,1 0,224 | − 26,56° 0,0047 0,9464
B 3 0,0105 0,0263 0,0 0,0 0 0 0,9512

Circuito equivalente pré-falta

Figura: Circuito equivalente pré-falta.

Note que as cargas no circuito pré-falta estão modeladas como fontes de corrente com um
tensão sobre elas, conforme apresentado no enunciado em na teoria de ROBBA(2006).

Conhecendo a condição pré-falta temos, portanto, um estado inicial do circuito antes da


ocorrência da falta. Segundo ROBBA(2006) podemos calcular separadamente as duas situações
e, aplicando o teorema da superposição, conhecer finalmente a condição do sistema durante a
falta no período transitório (conforme solicitado no enunciado).

Circuito equivalente na falta

Para compor o circuito na falta vamos considerar que o resultado final será obtido pela aplicação
da teoria da superposição. E, conforme calculado anteriormente na condição pré-falta, já termos

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modelada a influencia de todas as fontes, exceto uma nova fonte de corrente que representa
justamente a corrente de curto-circuito.

Sendo assim, vamos aplicar os princípios estudados para o teorema da superposição, ou seja,
as fontes de corrente se tornam circuitos abertos e as fontes de tensão curto-circuito. Assim,
adicionando a nova fonte de corrente que representa o curto-circuito, temos:

Figura. Circuito Equivalente na falta.

A tensão VB já foi determinada na condição pré-falta. Assim, é possível determinar a corrente


de curto-circuito.

𝑍 =𝑍 +𝑍 +𝑍 + 𝑗𝑋′′
𝑍 = (𝑟 + 𝑗𝑋 ) + (𝑟 + 𝑗𝑋 ) + (𝑟 + 𝑗𝑋 ) + 𝑗𝑋′′
𝑍 = 0,0210 + 0,0105 + 0,0105 + 𝑗(0,0525 + 0,0263 + 0,0263 + 0,1)
𝑍 = 0,042 + 𝑗0,205
Sabendo a tensão no ponto B na condição pré-falta e agora também conhecendo a impedância
equivalente de Thevenin, podemos de terminar a corrente de curto circuito.

𝑉 0,9512 |0° 0,9512|0°


𝑖 = = = = 4,546| − 78,42°
𝑍 0,042 + 𝑗0,205 0,2073|78,42°

Ainda na condição de falta, considerando o circuito equivalente apresentado, vamos


determinar as quedas de tensão nos elementos do circuito:

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 V1

𝑉 = −𝑖 𝑗𝑋 = −4,546| − 78,42° × 𝑗0,1 = −4,546| − 78,42° × 0,1|90° =

𝑉 = −0,4546|11,58°

 Barra 2
𝑉 = −𝑖 (𝑟 + j𝑋 + j𝑋 ) = −4,546| − 78,42° × (0,021 + j0,0525 + 𝑗0,1)
𝑉 = −4,546| − 78,42° × 0,1539|82,16°
𝑉 = −0,6998|3,74°
 Barra 3
𝑉 = −𝑖 (𝑟 + j𝑋 + 𝑟 + j𝑋 + j𝑋 ) =
𝑉 = −4,546| − 78,42° × (0,021 + j0,0525 + 0,0105 + j0,0263 + 𝑗0,1)
𝑉 = −4,546| − 78,42° × 0,1816|80,00°
𝑉 = −0,8253|1,58°

 Barra 4 = Barra 3, pois na condição estudada não há corrente nesse ramo no circuito
equivalente de falta.

 Barra B
𝑉 = −0,9512 |0° por definição.

Resumindo
Resultado Final
Barr Rede Antes da Falta Rede só com idef
Barr Sobreposição
a
a Tensão
ant. Corrente (pu) Tensão (pu) Corrente (pu) Tensão (pu) Corrente (pu)
(pu)
1 - 1,0000 - −0,4589|11,58° - 0,5581| − 9,50° --
|0°
2 1 0,9642 −0,6698|3,74° 4,546| − 78,42° 0,299| − 8,40° 5,114| − 71,6°
0,806 | − 29,7°
|0°
3 2 0,9511 −0,8253|1,58° 4,546| − 78,42° 0,128| − 10,23° 4,958| − 73,4°
0,583 | − 30,96°
|0°
4 3 0,9464 −0,8253|1,58° 0 0,128| − 10,23°
0,224 | − 26,56° 0,224 | − 26,6°
|0°
B 3 0,9512 −0,9512 |0° 4,546| − 78,42° 0 4,546| − 78,42°
|0° 0

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3.9.4.2 Exercícios valendo nota:


Considere agora para o exemplo anterior a rede operando em vazio antes da falta e
determine:

A. As tensões e correntes no circuito preenchendo a tabela abaixo.


B. Qual a diferença em percentual entre o resultado da corrente de curto no
ponto B dessa forma de resolver (considerando o sistema sem carga) e da
forma anterior (considerando carga no sistema). Qual a diferença
percentual?

Dica:

i. Nesse caso temos a condição antes da falta já preenchida abaixo;


1 |0° 1 |0°
ii. 𝑖 = = = 4,779| − 78,42°
, ,
iii. Outras dicas indicadas em amarelo na tabela que segue.

Fonte: Adaptado de ROBBA (2006)

Gerador: 𝑥 = 0,1 𝑝𝑢 𝑆 = 10 𝑀𝑉𝐴 𝑉 = 13,8 𝑘𝑉 𝑉 = 1 𝑝𝑢

Linhas: 𝑟 = 0,2 Ω/𝑘𝑚 𝑥 = 0,5 Ω/𝑘𝑚


Resultado Final
Rede Antes da Falta Rede só com idef
Barra Sobreposição
Barra
Ant. Tensão Corrente
Tensão (pu) Corrente (pu) Tensão (pu) Corrente (pu)
(pu) (pu)
1 - 1,0000|0° - ? - ? --
2 1 1,0000|0° 0 ? ? ? ?
3 2 1,0000|0° 0 ? ? ? ?
4 3 1,0000|0° 0 ? 0 ? 0
B 3 1,0000|0° 0 -1,0000|0° 4,779| − 78,42° 0 4,779| − 78,42°

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3.9.5 Curto circuito trifásico com contribuição da carga.

Um conjunto de dez motores síncronos de 5MVA cada, representados por sua potência
equivalente, é conectado a um sistema elétrico por meio de uma linha de transmissão de 69kV,
com 60km de comprimento e as respectivas transformações de tensão no início e fim da linha.
O sistema elétrico de alimentação apresenta a potência de curto-circuito trifásica indicada no
diagrama.

Sabemos que o conjunto de motores opera com tensão nominal na barra 4, absorvendo a
potência de 46,5MW com fator de potência unitário.

Adaptado de ZANETTA (2006)

Considerando um curto circuito trifásico na barra 2, vamos calcular as correntes de fase no


primário e no secundário do transformador 𝑇 admitindo superposição com a condição pré-
falta.

A potência base será de 𝑆 100 MVA.

Considere nessa base que a impedância do gerador j0,2.

Partimos para a solução obtendo o diagrama de impedâncias de sequencia positiva e zero em


valores por unidade.

Impedância de base

(𝑉 ) × 1000 (69) × 1000


𝑍 = = = 47,61Ω
𝑉𝐴 100.000
Reatância de linha em valores por unidade
0,4388 × 60 0,4388 × 60
𝑥 =𝑗 =𝑗 = 𝑗0,553
𝑍 47,61
Reatância do transformador em valores por unidade
100
𝑥 = 𝑗0,12 = 𝑗0,2
60

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100
𝑥 = 𝑗0,1 = 𝑗0,2
50
Reatância da carga em por unidade
100
𝑥′′ = 𝑗0,18 = 𝑗0,36
50

Figura circuito pré-falta. Fonte ZANNETTA(2006).

A partir da condição pré-falta, vamos determinar as tensões e as correntes do circuito.

Conforme enunciado, os motores têm tensão nominal na barra 4 (𝑉 = 1|0°) sendo


que os motores estão absorvendo potência de 46,5MW com fator de potência unitário. Assim
sendo:

𝑆 = 𝑉𝐼 ∗
46,5/100 = 1 |0° 𝑖 ∗

𝑖 = 0,465|0°

Figura circuito pré-falta. Adaptado de ZANNETTA(2006).

Sabendo a corrente, podemos então determinar a tensão na barra 2, ou seja, onde


ocorre o curto circuito.

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𝑉 = [1 + (𝑗0,2 + 𝑗0,553) × 0,465] × 1 |30°

𝑉 = 1,06 |19,3° × 1 |30° = 1,06 |49,3°

Já as correntes nas barras 1 e 2 são

Barra 1

𝑖 = 0,465|0°

Barra 2

𝑖 = 0,465|30°

Figura circuito pré-falta. Fonte: ZANNETTA(2006).

Condição de falta na Barra 2.

Figura circuito na falta. Fonte: ZANNETTA(2006).

𝑍 = (𝑗0,2 + 𝑗0,2) // (𝑗0,553 + 𝑗0,2 + 0,36) =


𝑍 = (𝑗0,4) // (𝑗1,113) = 𝑗0,294

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Cálculo da corrente de falta

Como determinado no circuito pré-falta, a tensão

𝑉 = 1,06 |49,3°

Já que 𝑍 é conhecido, podemos então determinar:


1,06 |49,3°
𝑖 = = 3,60 | − 40,7°
𝑗0,294

Fonte: ZANNETTA(2006)

Com relação a corrente de curto circuito, esse é o valor final (𝑖 = 3,60 | − 40,7°), pois não há
corrente pré-falta para fazermos a superposição.

No entanto, podemos analisar a contribuição de cada parte do circuito para a corrente de curto.
Para tanto, vamos observar o divisor de corrente desenvolvido uma etapa antes de determinar
a impedância de Thevenin.

Fonte: ZANNETTA(2006)

Observemos primeiro a contribuição do secundário do transformador 1, aplicando o divisor de


corrente.

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𝑗1,113
𝑖 = 3,60 | − 40,7° = 2,648 | − 40,7°
(𝑗1,113 + 𝑗0,4)
Da mesma forma, obtemos a contribuição do lado da linha de transmissão:
𝑗0,4
𝐼 = 3,60 | − 40,7° = 0,952 | − 40,7°
(𝑗1,113 + 𝑗0,4)
Conhecendo as correntes na falta, podemos superpor as correntes pré-falta e determinar:

𝑖 =𝑖 + 𝑖 = 0,465|30° + 2,648 | − 40,7° = 2,836| − 31,80°

Passando o valor para kA, temos:


100
𝐼 = 2,836 × | − 31,80° = 2,373| − 31,80°𝑘𝐴
√3 × 69
Sendo as correntes de fase

𝐼 = 𝐼 | − 120°

𝐼 = 𝐼 | + 120°

Para obter as correntes no primário, apenas atente ao fato de que a corrente pré-falta no
primário já foi calculada com o ângulo correto. Apenas ao superpor a corrente de falta para o
primário, será necessário considerar a mudança do ângulo devido a ligação estrela triângulo.

𝐼 =𝐼 + 𝐼 × 1| − 30° = 2,836| − 61,80°

100
𝐼 = 2,836 × | − 61,80° = 11,87| − 61,80°𝑘𝐴
√3 × 13,8

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3.9.6 Componentes simétricas

A teoria das componentes simétricas foi desenvolvida em 1918 pelo Dr. Fortescue no American
Institute of Electrical Engineers, mais tarde conhecido como IEEE. Faltas assimétricas em linhas
de transmissão, ou seja, curto circuito F-F, F-T, F-F-T e a abertura de condutores são estudados
utilizando a técnica das componentes simétricas.

Dr. Fortescue provou que um sistema desbalanceado de n fasores pode ser resolvido por n
sistemas de balanceados chamados de componentes simétricas. Os n fasores de cada grupo de
componentes são iguais em comprimento e o ângulo entre os fasores adjacentes é igual. O
método é válido para qualquer sistema polifásico desbalanceado, no entanto, iremos focar
nossos estudos no sistema trifásico.

De acordo com a teoria, um sistema desbalanceado trifásico pode ser representado pelos
seguintes conjuntos de componentes balanceadas:

 Componente de sequência positiva composta por 3 fasores de mesma magnitude e


defasados em 120° com a mesma sequência de fases do sistema original desbalanceado;
 Componente de sequência negativa composta por 3 fasores de mesma magnitude e
defasados em 120° com a sequência de fases oposta à do sistema original
desbalanceado;
 Componente de sequência zero composta por 3 fasores iguais em magnitude e sem
defasagem entre eles.

Componente de sequência Componente de sequência Componente de sequência


positiva negativa zero
Figura adaptada de STEVENSON (1955).

Note abaixo, que o sistema desbalanceado representado pelos fasores 𝑉 , 𝑉 e 𝑉 pode ser
representado pela soma fasorial das sequências positivas (𝑉 , 𝑉 e 𝑉 ), sequência negativa
(𝑉 , 𝑉 e 𝑉 ) e sequência zero (𝑉 , 𝑉 , 𝑉 ).

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𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉
𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉
𝑉 = 𝑉 +𝑉 +𝑉
3.9.6.1 Operações fasores complexos

Multiplicação

𝑉 |𝜃 × 𝑉 |∅ = 𝑉 × 𝑉 |𝜃 + ∅

j = Multiplicar pelo operador j significar realizar uma rotação de 90°

-1 = Multiplicar pelo operador -1 significa rotacionar em 180°

Divisão

𝑉 |𝜃 ÷ 𝑉 |∅ = 𝑉 ÷ 𝑉 |𝜃 − ∅

Outras funções do operador j

𝑗 = 1 |90° = 1 |−270° = 0 + 𝑗1

𝑗² = 1 |180° = 1 |−180° = −1 + 𝑗0 = −1

𝑗³ = 1 |270° = 1 |−90° = 0 − 𝑗1 = −𝑗

𝑗 = 1 |360° = 1 |0° = 1 + 𝑗0 = 1

𝑗 = 1 |450° = 1 |90° = 0 + 𝑗1 = 𝑗

Funções do operador a

𝑎 = 1 |120° = −0,5 + 𝑗0,866

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𝑎² = 1 |240° = −0,5 − 𝑗0,866

𝑎³ = 1 |360° = 1 + 𝑗0

𝑎 = 1 |120° = −0,5 + 𝑗0,866 = 𝑎

1+𝑎 = 1 |60° = 0,5 + 𝑗0,866 = −𝑎

1 − 𝑎 = √3 |−30° = 1,5 − 𝑗0,866

1 + 𝑎 = 1 |−60° = 0,5 − 𝑗0,866 = −𝑎

1 − 𝑎 = √3 |30° = 1,5 + 𝑗0,866

𝑎 − 𝑎 = 1 |180° = −1 − 𝑗0

𝑎 − 𝑎 = √3 |90° = 0 + 𝑗1,732

1 + 𝑎+𝑎 = 0 = +0 + 𝑗0
3.9.6.2 Componentes simétricas de fasores desbalanceados

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉
𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉
𝑉 = 𝑉 +𝑉 +𝑉
Tendo em vista o operador 𝑎, podemos reescrever:

𝑉 =𝑎 𝑉 𝑉 =𝑎 𝑉

𝑉 =𝑎 𝑉 𝑉 =𝑎 𝑉
𝑉 =𝑉 𝑉 =𝑉

Substituindo nas equações de fase temos as equações base abaixo

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉

𝑉 =𝑎 𝑉 +𝑎 𝑉 +𝑉

𝑉 =𝑎 𝑉 +𝑎 𝑉 +𝑉
Ao adicionar as equações acima um as outras, temos:

𝑉 + 𝑉 + 𝑉 = (1 + 𝑎 + 𝑎 )𝑉 + (1 + 𝑎 + 𝑎 )𝑉 + 3𝑉
Sabendo que

1 + 𝑎 +𝑎 = 0
Temos:
1
𝑉 = (𝑉 + 𝑉 + 𝑉 )
3

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Aqui notamos que não há sequência zero quando a soma das fasores desbalanceados é zero.

Se partimos de uma análise de tensão de linha, ou seja, entre fases, a somatória sempre será
zero, independente do desbalanceamento do sistema. Já a soma das tensões de fase (fase-
neutro) não necessariamente é zero, podendo conter componentes de sequência zero.

Para encontrar a equação da tensão de sequência positiva, multiplicamos por 𝑎 e 𝑎


respectivamente as seguintes equações apresentadas anteriormente:

𝑉 =𝑎 𝑉 + 𝑎𝑉 +𝑉

𝑉 = 𝑎𝑉 + 𝑎 𝑉 + 𝑉
E então, substituindo 1 por 𝑎 e 𝑎 por 𝑎 , temos:

𝑎𝑉 = 𝑎 𝑉 + 𝑎 𝑉 + 𝑎𝑉 = 𝑉 + 𝑎 𝑉 + 𝑎𝑉

𝑎 𝑉 =𝑎 𝑉 +𝑎 𝑉 +𝑎 𝑉 = 𝑉 + 𝑎𝑉 +𝑎 𝑉
Adicionando as duas equações acima a equação 𝑉 = 𝑉 +𝑉 +𝑉 , temos:

𝑉 + 𝑎𝑉 + 𝑎 𝑉 = 3𝑉 + (1 + 𝑎 +𝑎 )𝑉 + (1 + 𝑎 +𝑎 )𝑉
E já que 1 + 𝑎 +𝑎 = 0, temos:
1
𝑉 = (𝑉 + 𝑎𝑉 + 𝑎²𝑉 )
3
As componentes de sequência negativa são encontradas de jeito similar, assim, por similaridade
temos:
1
𝑉 = (𝑉 + 𝑎²𝑉 + 𝑎𝑉 )
3
Assim, temos o conjunto de equações:

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉

𝑉 =𝑎 𝑉 + 𝑎𝑉 +𝑉
𝑉 = 𝑎𝑉 + 𝑎 𝑉 + 𝑉
1
𝑉 = (𝑉 + 𝑎𝑉 + 𝑎²𝑉 )
3
1
𝑉 = (𝑉 + 𝑎²𝑉 + 𝑎𝑉 )
3
1
𝑉 = (𝑉 + 𝑉 + 𝑉 )
3
Para correntes o mesmo é válido:

𝐼 =𝐼 +𝐼 +𝐼

𝐼 =𝑎 𝐼 + 𝑎𝐼 +𝐼
𝐼 = 𝑎𝐼 +𝑎 𝐼 +𝐼

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1
𝐼 = (𝐼 + 𝑎𝐼 + 𝑎²𝐼 )
3
1
𝐼 = (𝐼 + 𝑎²𝐼 + 𝑎𝐼 )
3
1
𝐼 = (𝐼 + 𝐼 + 𝐼 )
3
Sabendo que

𝐼 +𝐼 +𝐼 = 𝐼

E sabendo que 𝐼 = (𝐼 + 𝐼 + 𝐼 ), temos que:

𝐼 = 3𝐼
Note que caso o neutro esteja desconectado ou seja uma ligação em Δ, a corrente de neutro
será zero, 𝐼 = 0.

3.9.6.3 Determinação de tensões de fase a partir de tensões de linha assimétricas

Quando uma tensão de linha assimétrica é aplicada aos terminais de uma carga em Y
balanceada, o método de componentes simétricas provê um meio de determinar a tensão de
fase (entre fase e neutro) se nenhuma corrente de sequência zero circular pelas impedâncias. A
tensão de fase causadas pela corrente de sequência positiva serão de sequência positiva
também, pois a tensão de fase causada pela corrente de sequência positiva será igualmente
deslocada no ângulo de fase por conta da carga balanceada. O mesmo vale para a sequência
negativa. Já para a corrente de sequência zero, se não há circulação de corrente para o neutro,
também não há tensão de sequência zero.

Seguindo a decomposição da tensão de linha nas suas componentes simétricas para


determinação da tensão de fase, vamos partir da relação existente quando uma tensão
balanceada é aplicada a uma carga balanceada. Em uma situação de carga e tensões
balanceadas, temos a representação abaixo das tensões de sequência positiva e negativa.

Componente de sequência positiva tensão Componente de sequência negativa de


de linha (fase-fase) tensão de linha (fase-fase)
Figura adaptada de STEVENSON (1955).

Nessa situação, as relações entre as tensões são:


1
𝑉 = 𝑉 |−30°
√3

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1
𝑉 = 𝑉 |30°
√3
E temos que a tensão de fase é a somas das sequencias negativa e positiva (lembrando que
nessa situação hipotética a sequência zero é nula).

𝑉 =𝑉 +𝑉
Note que se os valores estiverem em pu e a tensão de em 𝑉 e 𝑉 estiverem na base fase-
neutro e a tensão 𝑉 e𝑉 estiverem na base da tensão de fase, então o operador 1⁄√3
pode ser omitido.

3.9.6.4 Exemplo A

Três resistores idênticos estão conectados em Y e constituindo uma carga trifásica de


características nominais 2.300V e 500kVA. O neutro não está disponível. O resistor está
conectado em um sistema trifásico assimétrico quais as tensões são apresentadas a seguir:

|𝑉 | = 1.840 𝑉
|𝑉 | = 2.760 𝑉
|𝑉 | = 2.300 𝑉
Encontre a corrente em cada fase pelo método das componentes simétricas.

Solução:

Vamos selecionar a base pu como sendo 2.300 V e 500kVA, sendo assim, cada resistor da carga
trifásica tem resistência de 1 pu. A corrente de base será
500𝑘
𝐼 = = 125,51𝐴
√3 2.300
e

1.840 𝑉
|𝑉 | = = 0,80 𝑝𝑢
2.300 𝑉

2.760 𝑉
|𝑉 | = = 1,20 𝑝𝑢
2.300 𝑉

2.300 𝑉
|𝑉 | = = 1,00 𝑝𝑢
2.300 𝑉

Figura adaptada de STEVENSON (1955).

Sabendo que a somatória das tensões de linha(fase-fase) de um sistema trifásico é zero, o


triangulo formado pelo fasores das tensões de linha pode ser resolvido para encontrar os
ângulos de cada fasor.

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A tensão 𝑉 é colocada como referência no ângulo de 180°, considerando a sequência de fases


abc.

Qualquer outra referência poderia ter sido adotada. A partir dessa referência, aplicamos agora
a lei dos cossenos:

(𝑉 ) = (𝑉 ) + (𝑉 ) − 2 ∗ 𝑉 𝑉 ∗ cos(∝ )
(1,2) = (0,8) + (1,0) − 2 ∗ 1 ∗ 0,8 ∗ cos(∝ )

1,44 = 0,64 + 1 − 1,6 ∗ cos(∝ )


1,44 = 1,64 − 1,6 ∗ cos(∝ )
0,20 = 1,6 ∗ cos(∝ )
0,20
= cos(∝ )
1,6
0,20
= cos(∝ )
1,6
0,125 = cos(∝ )
arcos(0,125) =∝
∝ = 82,8°

Agora para o ângulo ∝ :

(𝑉 ) = (𝑉 ) + (𝑉 ) − 2 ∗ 𝑉 𝑉 ∗ cos(∝ )

(0,8) = (1,2) + (1,0) − 2 ∗ 1 ∗ 1,2 ∗ cos(∝ )

0,64 = 1,44 + 1 − 2,4 ∗ cos(∝ )


0,64 = 2,44 − 2,4 ∗ cos(∝ )
1,80 = 2,4 ∗ cos(∝ )
1,80
= cos(∝ )
2,4
1,80
= cos(∝ )
2,4
0,75 = cos(∝ )
arcos(0,75) =∝
∝ = 41,4°

Assim, temos:

𝑉 = 0,8 |82,4° 𝑝𝑢

𝑉 = 1,2 |−41,4° 𝑝𝑢

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𝑉 = 1,0 |180° 𝑝𝑢

Transformando as tensões em suas componentes simétricas, fazemos:


1 1
𝑉 = (𝑉 + 𝑎𝑉 + 𝑎²𝑉 ) = 0,8 |82,4° + 1,2 |−41,4° + 120° + 1,0 |180° + 240°
3 3
1
= (0,1 + 𝑗0,794 + 0,237 + 𝑗1,177 + 0,5 + 𝑗0,866)
3
1
= (0,837 + 𝑗2,837) = 0,279 + 𝑗0,946 = 0,985 |73,6° 𝑝𝑢
3
𝑉 = 0,985 |73,6° 𝑝𝑢

1 1
𝑉 = (𝑉 + 𝑎²𝑉 + 𝑎𝑉 ) = 0,8 |82,4° + 1,2 |−41,4° + 240° + 1,0 |180° + 120°
3 3
1
= (1,0 + 𝑗0,794 − 1,138 − 𝑗0,383 + 0,5 − 0,866)
3
= −0,179 − 𝑗0,152 = 0,235|220,3° 𝑝𝑢

𝑉 = 0,235|220,3° 𝑝𝑢

1
𝑉 = (𝑉 +𝑉 +𝑉 )=0
3
(é 0 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑎 𝑠𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑡𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 é 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑧𝑒𝑟𝑜
independente do desbalanceamento do sistema)

Verificação:

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉
𝑉 = 0,985 |73,6° + 0,235|220,3° + 0

𝑉 = 0,279 + 𝑗0,946 − 0,179 − 𝑗0,152 + 0


𝑉 = 0,10 + 𝑗0,794 𝑝𝑢

Sabendo que o neutro não está conectado, ou seja, então não há componente zero, podemos
calcular as tensões de fase (fase-neutro) usando a transformação já estudada. Lembrando que
por estarmos trabalhando em pu, não é necessário multiplicar pelo fator 1⁄√3 .

Assim, temos:

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𝑉
𝑉 = = 0,985 |73,6° − 30° = 0,985 |43,6° 𝑝𝑢
1|30°
𝑉
𝑉 = = 0,235|220,3° + 30° = 0,235 |250,3° 𝑝𝑢
1|−30°

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉 = 0,985 |43,6° + 0,235 |250,3° + 0

𝑉 = 0,713 + 𝑗0,679 − 0,079 − 𝑗0,221 = 0,634 + 𝑗0,459 = 0,783 |35,9° 𝑝𝑢

𝑉 =𝑎 𝑉 = 0,985 |43,6° + 240° = 0,232 − 𝑗0,958 𝑝𝑢

𝑉 =𝑎 𝑉 = 0,235 |250,3° + 120° = 0,231 + 𝑗0,042 𝑝𝑢

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉 = 0,232 − 𝑗0,958 + 0,231 + 𝑗0,042 + 0 = 0,463 − 𝑗0,916


= 1,027 |−63,2° 𝑝𝑢

𝑉 =𝑎 𝑉 = 0,985 |43,6° + 120° = −0,945 + 𝑗0,278 𝑝𝑢

𝑉 =𝑎 𝑉 = 0,235 |250,3° + 240° = −0,152 + 𝑗0,179 𝑝𝑢

𝑉 =𝑉 +𝑉 + 𝑉 = −0,945 + 𝑗0,278 − 0,152 + 𝑗0,179 + 0 = −1,097 + 𝑗0,457


= 1,19 |157,3° 𝑝𝑢

A corrente em cada fase é igual a tensão de fase (fase-neutro) dividia pela resistência de cada
fase e multiplicada pela base da corrente (125,5 A). A resistência de cada fase, conforme
calculado no início do exercício, é de 1 |0°. Assim:

𝑉
𝐼 = × 125,5 = 0,783 35,9° × 125,5 = 98,3 35,9°𝐴
1 |0°
𝑉
𝐼 = × 125,5 = 1,027 |−63,2° × 125,5 = 128,9|−63,2° 𝐴
1 |0°
𝑉
𝐼 = × 125,5 = 1,19 157,3° × 125,5 = 149,35 157,3°𝐴
1 |0°

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3.9.6.5 Considerações para uma carga em 𝜟

Para uma carga em 𝛥 podemos, por analogia a carga em estrela, entender que as relações das
tensões na carga em Y são semelhantes às da corrente da carga em 𝛥. Como por exemplo:

Figura adaptada de STEVENSON (1955).

Note que a corrente de sequência zero é nula pois não há retorno pelo neutro.

Acima a figura apresenta as correntes de fase e de linha, assim como as componentes de


sequência positiva e negativa.

Observando o diagrama fasorial, podemos estabelecer as seguintes relações:

1
𝐼 = 𝐼 |30°
√3
1
𝐼 = 𝐼 |−30°
√3

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3.9.6.6 Exercício em grupo

As correntes de linha entrando em uma carga equilibrada em Δ são 𝐼 = 5 𝐴, 𝐼 = 4 𝐴, 𝐼 = 3 𝐴.


Encontre a corrente na fase ab da carga utilizando o método das componentes simétricas.

Utilize como referência a fase c, ou seja:

𝐼 = −3 − 𝑗4 𝐴
𝐼 = 0 + 𝑗4 𝐴
𝐼 = 3 + 𝑗0 𝐴

Dica 1:
1
𝐼 = (𝐼 + 𝑎𝐼 + 𝑎²𝐼 )
3
1
𝐼 = (𝐼 + 𝑎²𝐼 + 𝑎𝐼 )
3
1
𝐼 = (𝐼 + 𝐼 + 𝐼 )
3

Dica 2:

1
𝐼 = 𝐼 |30°
√3
1
𝐼 = 𝐼 |−30°
√3

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RESOLUÇÃO

Utilizando as relações estudadas anteriormente (Dica 1), podemos definir 𝐼 e 𝐼 .

1 1
𝐼 = (𝐼 + 𝑎𝐼 + 𝑎²𝐼 ) = −3 − 𝑗4 + 4 |90° + 120° + 3 |240°
3 3
1
= (−3 − 𝑗4 + 3,465 − 𝑗2 − 1,5 − 𝑗2,6) = −2,655 − 𝑗2,867
3
= 3,9 |227,25° 𝐴

1 1
𝐼 = (𝐼 + 𝑎𝐼 + 𝑎²𝐼 ) = −3 − 𝑗4 + 4 |90° + 240° + 3 |120°
3 3
1
= (−3 − 𝑗4 + 3,465 − 𝑗2 − 1,5 − 𝑗2,6) = −0,345 − 𝑗1,133
3
= 1,19 |253,1° 𝐴

1
𝐼 = (𝐼 + 𝐼 + 𝐼 ) = 0
3

Considerando a Dica 2, temos:


1 3,9
𝐼 = 𝐼 |30° = |257,25° = −0,496 − 𝑗2,20 𝐴
√3 √3
1 1,19
𝐼 = 𝐼 |−30° = 𝐼 |−223,1° = −0,501 − 𝑗0,470 𝐴
√3 √3

Sabendo que não há corrente de sequência zero na ligação estrela, assim temos:

𝐼 =𝐼 +𝐼 = −0,997 − 𝑗2,670 = 2,85 |249,5°𝐴

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3.9.7 Curto circuito F-F-T, F-F, F-T

A maioria das faltas são assimétricas. Sejam elas curto circuitos assimétricos, faltas assimétricas
através de impedância, ou abertura de condutores. Faltas assimétricas podem ser Fase-Fase,
Fase-Terra, Fase-Fase-Terra. E quando as faltas ocorrem, podem haver ou não impedância entre
os pontos do curto circuito. A abertura de um condutor ou dois condutores por conta do mal
funcionamento de um sistema de secção podem resultar em uma falta assimétrica.

Vamos agora analisar faltas F-F, F-T e F-F-T, todas em condições sem carga. O curto circuito com
carga não é o foco desse estudo. No entanto, eventualmente iremos discutir alguns casos.

O estudo das faltas nos terminais do gerador, ou seja, no caso genérico do gerador sem carga, é
o início para o entendimento das faltas nos sistemas.

Vamos partir do caso simples.

Um gerador sem carga e de neutro aterrado indicado na figura abaixo é submetido a uma falta
entre as fases b e c.

Figura adaptada de STEVENSON (1955).

Para calcular as correntes de curto, podemos utilizar as componentes simétricas aprendidas


anteriormente. É importante destacar que ao desmembrar o modelo matemático nas
sequências de fase, será verificado que cada sequência de fase possuirá um circuito equivalente
para a respectiva sequência de fase. Assim, haverá a impedância de sequência positiva,
impedância se sequencia negativa e impedância de sequência zero.

Assim, a análise de uma falta assimétrica em um sistema simétrico consiste em encontrar as


componentes simétricas das correntes desbalanceadas que estão fluindo. Sabendo que as
correntes componentes de determinada sequência de fase provocam queda de tensão apenas
nessa mesma sequência, e são independentes de correntes de outras sequências, em um
sistema balanceado correntes de qualquer uma das sequencias pode ser considerada percorrer
em uma malha independente composta por impedâncias daquele sequencia apenas.

O circuito unifilar equivalente composto por impedâncias para a corrente daquela sequência é
chamada de circuito de sequência, seja positiva, negativa ou zero. O circuito de sequência inclui
as fontes de tensão que estão na respectiva sequência. Assim, para calcular o efeito da falta pelo

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método das impedâncias de sequência simétricas, é essencial determinar impedâncias de cada


sequência e combiná-las para formar uma rede única.

Os geradores são projetados para gerar apenas tensão equilibrada, assim, os geradores
síncronos geram apenas tensão na sequência positiva. Dessa forma, a malha de sequência
positiva possui uma fonte de tensão e a impedância de sequência positiva. As malhas de
sequência negativa e zero não possuem fonte de tensão, no entanto, possuem impedâncias do
gerador para as correntes de sequência negativa e zero.

Sequência positiva

Sequência negativa

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Sequência zero
Figuras adaptadas de STEVENSON (1955).

Os diagramas de sequência acima são redes unifilares quais as componentes simétricas e as


correntes desbalanceadas fluem. A fonte de tensão na sequência positiva é a tensão terminal
fase-neutro na condição sem carga, que é a mesma tensão interna do gerador (gerador sem
carga). A reatância de sequência positiva pode ser a reatância síncrona, transiente ou
subtransiente, dependente do momento qual se há interesse de calcular.

A referência das malhas de sequência positiva e negativa é o neutro do gerador. Sendo assim,
tanto a malha de sequência positiva e de sequência negativa estão no potencial do terra, já que
no neutro do gerador apenas circula corrente na sequencia zero. A referência para a sequência
zero é o terra do gerador.

A corrente fluindo pela 𝑍 , ou seja, a impedância entre o neutro e o terra é 3𝐼 . Dessa forma,
a queda de tensão da sequência zero do ponto a para o terra é de −3𝐼 𝑍 − 𝐼 𝑍 , onde 𝑍
é a impedância de sequência zero por fase do gerador. A impedância de sequência zero, que é
um circuito unifilar assume portar apenas a sequência de fase zero de uma fase, deve, portanto,
ter uma impedância de 3𝑍 + 𝑍 . Assim, a impedância total de sequência zero é:

𝑍 = 3𝑍 + 𝑍

Com relação a fase a, podemos encontrar as correntes e tensões nessa fase utilizando as
equações dos circuitos de sequências de fase. As equações que descrevem a queda de tensão
entre o ponto a para a referência (no caso o terra) podem ser deduzidas pela figura do exemplo
como:

𝑉 =𝐸 −𝐼 𝑍
𝑉 = −𝐼 𝑍
𝑉 = −𝐼 𝑍
Onde 𝐸 é a tensão de sequência positiva em circuito aberto (sem carga) entre fase-neutro, 𝑍
e 𝑍 são as impedâncias de sequência positiva e negativa do gerador, e 𝑍 é definido pela
equação anterior (𝑍 = 3𝑍 + 𝑍 ). As equações acima que são aplicáveis a qualquer gerador
submetido a correntes desbalanceadas, são o ponto de partida para a derivação de equações
para as correntes de diferentes tipos de falta.

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3.9.7.1 Curto circuito F-T para um gerador sem carga

O diagrama abaixo representa um gerador conectado em Y com neutro aterrado por meio de
uma reatância, qual a fase a é na qual ocorre a falta. As relações aqui desenvolvidas serão validas
apenas quando a falta ocorrer na fase a, no entanto, isso não deve ser um problema para
extrapolar para outros casos já que as fases são nomeadas arbitrariamente.

Figura. Diagrama de circuito para falta fase-terra na fase a em um gerador sem carga qual está
aterrado por uma reatância. Fonte STEVENSON (1955).

As condições de falta são

𝐼 =0
𝐼 =0
𝑉 =0
Quando as relações acima são substituídas nas fórmulas desenvolvidas anteriormente e
descritas abaixo, obtemos:
1 1
𝐼 = (𝐼 + 𝑎𝐼 + 𝑎²𝐼 ) = (𝐼 )
3 3
1 1
𝐼 = (𝐼 + 𝑎²𝐼 + 𝑎𝐼 ) = (𝐼 )
3 3
1 1
𝐼 = (𝐼 + 𝐼 + 𝐼 ) = (𝐼 )
3 3
Portanto:

𝐼 =𝐼 =𝐼
Pela equação descrita nos tópicos anteriores, considerando 𝑉 = 0

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉 =0
E

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𝑉 = −𝑉 − 𝑉
Então, pelo circuito:

𝑉 = −𝑉 − 𝑉 = 𝐸 −𝐼 𝑍
𝐼 𝑍 +𝐼 𝑍 =𝐸 −𝐼 𝑍
Sabendo que 𝐼 =𝐼 =𝐼

𝐼 𝑍 +𝐼 𝑍 =𝐸 −𝐼 𝑍
Resolvendo a equação acima

𝐼 = 𝐸 ⁄(𝑍 + 𝑍 + 𝑍 )
As equações 𝐼 = 𝐼 = 𝐼 e 𝐼 = 𝐸 ⁄(𝑍 + 𝑍 + 𝑍 ) são equações especiais para falha
fase-terra. Elas são utilizadas com as equações 𝑉 = 𝐸 − 𝐼 𝑍 , 𝑉 = −𝐼 𝑍 , 𝑉 =
−𝐼 𝑍 junto com as relações de componente simétrica para determinar todas as correntes e
tensões da falta. Se as malhas das três sequências de fase forem conectadas em série, como
representado abaixo, de formas que as tensões e correntes satisfação na representação em
circuito o que foi deduzido matematicamente, as três impedâncias de sequência estão em série
com a tensão 𝐸 . Note que a tensão sobre cada circuito de sequência é a respectiva tensão de
sequência de 𝑉 (𝑉 , 𝑉 e 𝑉 ).

Essa representação do circuito é uma forma fácil de memorizar o cálculo da corrente de curto
Fase-Terra.

Circuitos de sequência conectados em série representando o que foi matematicamente


deduzido para a falta F-T. Fonte STEVENSON (1955).

Caso o neutro estiver aberto, ou seja, não estiver conectado ao terra, a rede de sequência zero
estará com circuito aberto, e 𝑍 é infinito. Assim, nessa hipótese não haverá circulação de
corrente no evento do curto.

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3.9.7.2 Exemplo F-T

Um gerador de 20.000kVA, 13.8kV tem uma reatância subtransiente de eixo direto (𝑋 ) de 0,25
pu.

A reatância de sequência negativa e zero, respectivamente, são 0,35 e 0,10 pu. O neutro do
gerador está aterrado.

Determine a corrente subtransiente no gerador e a tensão de linha (fase-fase) para as condições


subtransientes quando ocorre uma falta fase-terra nos terminais do gerador operando sem
carga a tensão nominal. Desconsidere as resistências.

Solução:

Utilizaremos a base 20.000kVA, 13,8kV, 𝐸 = 1,0 𝑝𝑢 já que a tensão interna é igual a tensão
terminal quando sem carga.

𝐸 1,0 + 𝑗0
𝐼 = = = −𝑗1,43
𝑍 +𝑍 +𝑍 𝑗0,25 + 𝑗0,35 + 𝑗0,10
𝐼 = 3𝐼 = −𝑗4,29 𝑝𝑢
Corrente base pu
20.000
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑝𝑢 = = 836,7 𝐴
√3 × 13,8
Corrente subtransiente na fase a é 𝐼 = −𝑗4,29 × 836,7 = −𝑗3.589,4 𝐴

As componentes simétricas da tensão do ponto a para o terra é:

𝑉 = 𝐸 − 𝐼 𝑍 = 1,0 − (−𝑗1,43)(𝑗0,25) = 1,0 − 0,357 = 0,643 𝑝𝑢


𝑉 = −𝐼 𝑍 = −(−𝑗1,43)(𝑗0,35) = 0,50 𝑝𝑢
𝑉 = −𝐼 𝑍 = −(−𝑗1,43)(𝑗0,10) = −0,143 𝑝𝑢
As tensões Fase-terra são:

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉 = 0,643 − 0,50 − 0,143 = 0 𝑝𝑢


𝑉 = 𝑎 𝑉 + 𝑎𝑉 + 𝑉 = 0,643(−0,50 − 𝑗0,866) − 0,50(−0,5 + 𝑗0,866) − 0,143
= −0,322 − 𝑗0,556 + 0,25 − 𝑗0,433 − 0,143 = −0,215 − 𝑗0,989 𝑝𝑢
𝑉 = 𝑎𝑉 + 𝑎 𝑉 + 𝑉 = 0,643(−0,50 + 𝑗0,866) − 0,50(−0,5 − 𝑗0,866) − 0,143
= −0,322 + 𝑗0,556 + 0,25 + 𝑗0,433 − 0,143 = −0,215 + 𝑗0,989 𝑝𝑢
Assim, as tensões de linha (fase-fase) são:

𝑉 = 𝑉 − 𝑉 = 0,215 + 𝑗0,989 = 1,01|77,7° 𝑝𝑢

𝑉 = 𝑉 − 𝑉 = 0 − 𝑗1,978 = 1,978|270° 𝑝𝑢

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𝑉 = 𝑉 − 𝑉 = −0,215 + 𝑗0,989 = 1,01|102,3° 𝑝𝑢

Já que a tensão 𝐸 com referência ao neutro é de 1 pu, as tensões de linha acima são expressas
em pu nessa mesma base. Assim, para calcula-las em volts, será necessário multiplicar pela base
de 𝐸 , ou seja, base da tensão de fase. Assim:
13,8
𝑉 = 1,01 × |77,7° = 8,05|77,7° 𝑘𝑉
√3
13,8
𝑉 = 1,978 × |270° = 15,73|270° 𝑘𝑉
√3
13,8
𝑉 = 1,01 × |102,3° = 8,05|102,3° 𝑘𝑉
√3
Considerando que antes da falta as fases estavam balanceadas e com tensão igual a 13,8kV, e
considerando que 𝑉 = 𝐸 antes da falta, temos:

𝑉 = 13,8|30° 𝑘𝑉

𝑉 = 13,8|270° 𝑘𝑉

𝑉 = 13,8|150° 𝑘𝑉

Sendo os respectivos diagramas de fase pré-falta e pós-falta:

Pré-falta Pós-falta
Fonte STEVENSON (1955).

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3.9.8 Curto circuito F-F sem carga

Segue abaixo o diagrama do circuito para uma falta fase-fase em um gerador sem carga e
conectado em Y. A fase ocorre entre as fases b e c.

Fonte STEVENSON (1955).

As condições de falta são apresentadas nas equações abaixo.

𝑉 =𝑉
𝐼 =0
𝐼 = −𝐼
𝑉 na equação 𝑉 = 𝑉 resulta em:

𝑎 𝑉 + 𝑎𝑉 +𝑉 = 𝑎𝑉 +𝑎 𝑉 +𝑉

(𝑎 − 𝑎)𝑉 = (𝑎 − 𝑎)𝑉
𝑉 =𝑉
Substituindo 𝐼 = 0 e 𝐼 = −𝐼 nas equações deduzidas anteriormente 𝐼 = (1⁄3) (𝐼 +
𝑎𝐼 + 𝑎²𝐼 ), 𝐼 = (1⁄3) (𝐼 + 𝑎²𝐼 + 𝑎𝐼 ), 𝐼 = (1⁄3) (𝐼 + 𝐼 + 𝐼 ), temos:

1 𝑗𝐼
𝐼 = (0 + 𝑎𝐼 − 𝑎 𝐼 ) =
3 √3
1 𝑗𝐼
𝐼 = (0 + 𝑎 𝐼 − 𝑎𝐼 ) = −
3 √3
1
𝐼 = (0 + 𝐼 − 𝐼 ) = 0
3
Portanto,

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𝐼 = −𝐼

Então, considerando as equações anteriormente apresentadas 𝑉 =𝐸 −𝐼 𝑍 e 𝑉 =𝑉 ,


temos:

𝑉 =𝑉 =𝐸 −𝐼 𝑍
E adicionando as equações anteriormente desenvolvidas
𝑉 = −𝐼 𝑍 e 𝐼 = −𝐼 , temos:

−𝐼 𝑍 = −𝐼 𝑍 = 𝐸 − 𝐼 𝑍
Resolvendo para 𝐼
𝐸
𝐼 =
𝑍 +𝑍

As equações aqui especialmente apresentadas 𝐼 = , 𝐼 = −𝐼 e 𝑉 =𝑉 são


especialmente voltadas para a falta fase-fase. Essas equações combinadas com as equações
𝑉 = 𝐸 − 𝐼 𝑍 , 𝑉 = −𝐼 𝑍 , 𝑉 = −𝐼 𝑍 e as relações de componentes simétricas para
determinar as tensões e correntes na falta. As equações especialmente apresentadas para essa
falta em específico indicam como os circuitos de sequência devem ser conectados para
representar a falta. Já que 𝑍 não entra nessas equações, o circuito de sequência zero não é
utilizado. Os circuitos de sequência positiva e negativa devem estar em paralelo para satisfazer
a relação 𝑉 = 𝑉 . A conexão em paralelo das sequências positivas e negativas sem a
sequência zero faz com que 𝐼 = −𝐼 , confirmando o especificado anteriormente. As
conexões da sequência de fase para a falta fase-fase são apresentadas abaixo. As tensões e
correntes conforme representação de circuito satisfazem as equações deduzidas.

Representação do circuito na condição de Representação do circuito de sequência


curto entre as fases b e c com o gerador sem para o gerador sem carga e com as fases b e
carga e com neutro aterrado c em curto circuito.
Fonte STEVENSON (1955).

Tendo em vista que na falta não há terra, ou seja, a falta é entre fases, há então apenas um terra
que está conectado ao neutro do gerador, e não há circulação de corrente ao terra. Ao iniciar o
equacionamento da falta fase-fase, identificamos que 𝐼 = 0. Isto é consistente com o fato de

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não haver corrente fluindo para o neutro, já que a corrente 𝐼 é igual a 3𝐼 . A presença ou
ausência do aterramento do neutro nessa falta não afeta a corrente de falta.

3.9.8.1 Exemplo F-F

Encontre as correntes subtransientes e as tensões de fase na falta sob condições subtransientes


quando a falta fase-fase ocorre nos terminais do gerador de 20.000kVA, 13.8kV com reatância
subtransiente de eixo direto (𝑋 ) de 0,25 pu. A reatância de sequência negativa e zero,
respectivamente, são 0,35 e 0,10 pu. O neutro do gerador está aterrado.

Assuma que o gerador está sem carga e com tensão terminal nominal quando a falta ocorre.
Despreze a resistência.

Solução:
𝐸 1 + 0𝑗
𝐼 = = = −𝑗1,667 𝑝𝑢
𝑍 +𝑍 𝑗0,25 + 𝑗0,35
𝐼 = −𝐼 = 𝑗1,667 𝑝𝑢
𝐼 =0
𝐼 =𝐼 +𝐼 +𝐼 = −𝑗1,667 + 𝑗1,667 = 0
𝐼 =𝑎 𝐼 + 𝑎𝐼 + 𝐼 = −𝑗1,667(−0,5 − 𝑗0,866) + 𝑗1,667(−0,5 + 𝑗0,866)
= 𝑗0,834 − 1,446 − 𝑗0,834 − 1,446 = −2,892 + 𝑗0 𝑝𝑢
𝐼 = −𝐼 = +2,892 + 𝑗0 𝑝𝑢
Corrente base pu
20.000
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑝𝑢 = = 836,7 𝐴
√3 × 13,8
Sendo assim:

𝐼 =0𝐴
𝐼 = −2,892 × 836,7 = 2.420 |180° 𝐴

𝐼 = 2,892 × 836,7 = 2.420 |0° 𝐴

Já as componentes simétricas da tensão são:

𝑉 =𝑉 = 𝐸 − 𝐼 𝑍 = 1 − (−𝑗1,667)(𝑗0,25) = 1 − 0,416 = 0,584 𝑝𝑢


𝑉 = 0 (𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑡á 𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜)
Tensão de fase (fase-terra) são:

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉 = 0,584 + 0,584 + 0 = 1,168 |0° 𝑝𝑢

𝑉 = 𝑎 𝑉 + 𝑎𝑉 + 𝑉 = 0,584(−0,50 − 𝑗0,866) − 0,584(−0,5 + 𝑗0,866) + 0


= −0,584 𝑝𝑢
𝑉 =𝑉

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Tensão de linha é

𝑉 = 𝑉 − 𝑉 = 1,168 + 0,584 = 1,752|0° 𝑝𝑢

𝑉 = 𝑉 − 𝑉 = −0,584 + 0,584 = 0 𝑝𝑢
𝑉 = 𝑉 − 𝑉 = −0,584 − 1,168 = 1,752|180° 𝑝𝑢

Passando para volts, lembrando novamente que é necessário multiplicar pela base de tensão
fase-terra, apenas de se a tensão fase-fase, tendo em vista que a tensão aqui apresentada foi
calculada utilizando as expressões de tensão de fase.
13,8
𝑉 = 1,752 = 13,95|0° 𝑘𝑉
√3
𝑉 = 0 𝑘𝑉
13,8
𝑉 = −1,752 = 13,95|180° 𝑘𝑉
√3

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3.9.9 Curto circuito F-F-T sem carga

Segue abaixo o diagrama representando o curto circuito Fase-Fase-Terra de um gerador


conectado em Y sem carga representando a falta Fase-Fase-Terra.

Fonte STEVENSON (1955).

A falta ocorre entre as fases b e c, sendo as condições de falta expressas abaixo:

𝑉 =𝑉 =0
𝐼 =0
Substituindo 𝑉 = 0 e 𝑉 = 0 nas equações apresentadas anteriormente e replicadas abaixo,
temos:
1 1 𝑉
𝑉 = (𝑉 + 𝑎𝑉 + 𝑎²𝑉 ) = (𝑉 + 0 + 0) =
3 3 3
1 1 𝑉
𝑉 = (𝑉 + 𝑎²𝑉 + 𝑎𝑉 ) = (𝑉 + 0 + 0) =
3 3 3
1 1 𝑉
𝑉 = (𝑉 + 𝑉 + 𝑉 ) = (𝑉 + 0 + 0) =
3 3 3
Portanto,

𝑉 =𝑉 =𝑉
Resolvendo as equações 𝑉 = −𝐼 𝑍 e 𝑉 = −𝐼 𝑍 para 𝐼 e 𝐼 , substituindo 𝑉 por 𝑉

e 𝑉 , obtermos:
𝑉 𝑉
𝐼 =− =−
𝑍 𝑍
𝑉 𝑉
𝐼 =− =−
𝑍 𝑍

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Substituindo 𝑉 por 𝐸 − 𝐼 𝑍 , temos:


𝐸 −𝐼 𝑍
𝐼 =−
𝑍
𝐸 −𝐼 𝑍
𝐼 =−
𝑍
E sabendo que 𝐼 = 0

𝐼 =𝐼 +𝐼 +𝐼
0=𝐼 +𝐼 +𝐼
𝐸 −𝐼 𝑍 𝐸 −𝐼 𝑍
0=𝐼 − −
𝑍 𝑍
0 = 𝐼 𝑍 𝑍 − 𝑍 (𝐸 − 𝐼 𝑍 ) − 𝑍 (𝐸 − 𝐼 𝑍 )
0=𝐼 𝑍 𝑍 −𝑍 𝐸 +𝐼 𝑍 𝑍 −𝑍 𝐸 +𝐼 𝑍 𝑍
𝐸 (𝑍 + 𝑍 ) 𝐸 (𝑍 + 𝑍 ) 𝐸
𝐼 = = =
𝑍 𝑍 +𝑍 𝑍 +𝑍 𝑍 𝑍 (𝑍 + 𝑍 ) + 𝑍 𝑍 𝑍 (𝑍 + 𝑍 )+𝑍 𝑍
(𝑍 + 𝑍 )
𝐸
𝐼 =
𝑍 + 𝑍 𝑍 ⁄(𝑍 + 𝑍 )

As equações 𝐼 = ⁄( )
e𝑉 =𝑉 =𝑉 são equações especiais para a falta Fase-
Fase-Terra. Essas equações combinadas com as equações 𝑉 = 𝐸 − 𝐼 𝑍 , 𝑉 = −𝐼 𝑍 ,
𝑉 = −𝐼 𝑍 e as relações de componentes simétricas para determinar as tensões e correntes
na falta. As equações especialmente apresentadas para essa falta em específico indicam que os
circuitos de sequência devem ser conectados em paralelo, como mostrado na figura abaixo, já
que as tensões de sequência positiva, negativa e zero são iguais durante a falta. As tensões e
correntes conforme representação de circuito satisfazem as equações deduzidas.

Circuitos de sequência de um gerador sem carga sob uma falta Fase-Fase-Terra nas fases b-c.

Fonte STEVENSON (1955).

O diagrama de rede mostra que a corrente de sequência positiva 𝐼 é determinada pela tensão
𝐸 sob 𝑍 em série com a associação em paralelo de 𝑍 e 𝑍 . Isso pode ser notado na equação
𝐼 = ⁄( )
.

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Na ausência de uma conexão com o terra no gerador, nenhuma corrente pode fluir para terra
no ocorrência da falta. Nesse caso, 𝑍 seria infinito e 𝐼 será zero. Assim, nessa situação o
resultado seria idêntico ao da outra falta estudada, a falta Fase-Fase.

3.9.9.1 Exemplo F-F-T

Encontre as correntes subtransientes e as tensões de linha para a falta nas condições


subtransientes quando ocorre uma falta Fase-Fase-Terra nos terminais do gerador de
20.000kVA, 13.8kV com reatância subtransiente de eixo direto (𝑋 ) de 0,25 pu. A reatância de
sequência negativa e zero, respectivamente, são 0,35 e 0,10 pu. O neutro do gerador está
aterrado.

Considere o gerador sem carga e operando a tensão nominal quando a falta ocorre. Rejeite as
resistências.

Solução

𝐸 1 + 𝑗0 1
𝐼 = = = = −𝑗3,05 𝑝𝑢
𝑍 + 𝑍 𝑍 ⁄(𝑍 + 𝑍 ) 𝑗0,25 + 𝑗0,35 × 𝑗0,10 𝑗0,3277
𝑗0,35 + 𝑗0,10
𝑉 =𝑉 =𝑉 = 𝐸 − 𝐼 𝑍 = 1 − (−𝑗3,05)(𝑗0,25) = 1 − 0,763 = 0,237 𝑝𝑢

𝑉 0,237
𝐼 =− =− = 𝑗0,68 𝑝𝑢
𝑍 𝑗0,35
𝑉 0,237
𝐼 =− =− = 𝑗2,37 𝑝𝑢
𝑍 𝑗0,10
𝐼 =𝐼 +𝐼 +𝐼 = −𝑗3,05 + 𝑗0,68 + 𝑗2,37 = 0
𝐼 =𝑎 𝐼 + 𝑎𝐼 + 𝐼 = −𝑗3,05(−0,5 − 𝑗0,866) + 𝑗0,68(−0,5 + 𝑗0,866) + 𝑗2,37
= 𝑗1,525 − 2,64 − 𝑗0,34 − 0,589 + 𝑗2,37 = −3,299 + 𝑗3,555
= 4,81|132,5° 𝑝𝑢

𝐼 = 𝑎𝐼 +𝑎 𝐼 + 𝐼 = 𝑗3,05(−0,5 + 𝑗0,866) + 𝑗0,68(−0,5 − 𝑗0,866) + 𝑗2,37


= 𝑗1,525 + 2,64 − 𝑗0,34 + 0,589 + 𝑗2,37 = 3,229 + 𝑗3,555 = 4,81|47,5° 𝑝𝑢

𝐼 = 3𝐼 = 3 × 𝑗2,37 = 𝑗7,11 𝑝𝑢
𝐼 = 𝐼 + 𝐼 = −3,229 + 𝑗3,555 + 3,229 + 𝑗3,555 = 𝑗7,11 𝑝𝑢

𝑉 =𝑉 +𝑉 +𝑉 = 3𝑉 = 3 × 0,237 = 0,711 𝑝𝑢
𝑉 =𝑉 =0
𝑉 = 𝑉 − 𝑉 = 0,711 𝑝𝑢
𝑉 =0

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𝑉 = 𝑉 − 𝑉 = −0,711 𝑝𝑢

Expresso em amperes e volts, temos:


𝐼 =0𝐴

𝐼 = 836 × 4,81 132,5° = 4.025 132,5°𝐴

𝐼 = 836 × 4,81|47,5° = 4.025|47,5° 𝐴

𝐼 = 836 × 7,11 90° = 5.950 90°𝐴

𝐼 = 𝐼 + 𝐼 = −3,229 + 𝑗3,555 + 3,229 + 𝑗3,555 = 𝑗7,11 𝑝𝑢

13,8
𝑉 = 0,711 = 5,66 |0° 𝑘𝑉
√3
𝑉 =0
13,8
𝑉 = 0,711 180° = 5,66 180°𝑘𝑉
√3

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3.9.10 Formas de onda genéricas de curto circuitos

Fonte: NOBLAT(2005)

a) Subtransiente
b) Transiente
c) Síncrono
d) Componente periódica
e) Composição das componentes acima.

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3.10 Curto circuito com carga

Tendo em vista as limitações de tempo e a quantidade de conteúdo apresentada na matéria,


não serão explorados os casos particulares de curto circuito com carga. Em razão da quantidade
adicional de conceitos que necessitariam ser estudados até poder apresentar o estudo de curto-
circuito com carga, será apresentado apenas formas de onda de ocorrências de curto circuito a
título de entendimento do fenômeno.

A importância do cálculo do curto circuito está da determinação das sobrecorrentes e


sobretensões que dão subsidio para:

 Proteção contra sobrecorrentes dos componentes do sistema, como, por exemplo,


transformadores e linhas;
 Especificação dos equipamentos de proteção, tais como disjuntores, relés, fusíveis;
 Proteção de pessoas nos defeitos que envolvam terra
 Análise de sobretensões no sistema para verificar risco de rompimento da isolação de
equipamentos.

3.10.1 Exemplo Hidrogerador

Fonte: KRAUSE (1994)

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 Falta Trifásica

Fonte: KRAUSE (1994)

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 Falta Trifásica

Fonte: KRAUSE (1994)

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 Falta Fase-Terra

Gráficos Falta fase- terra, (fase a), hidrogerador em condições nominais. Fonte: KRAUSE (1994)

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 Falta Fase-Fase

Gráficos Falta Fase-Fase, (fase a e b) hidrogerador em condições nominais. Fonte: KRAUSE


(1994)

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 Falta Fase-Fase-Terra

Gráficos Falta Fase-Fase-Terra (fases a e b), hidrogerador em condições nominais. Fonte:


KRAUSE (1994)

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3.10.2 Exemplo Gerador termoelétrica

Fonte: KRAUSE (1994)

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Aula 3, pág. 89/91

Fonte: KRAUSE (1994)

Disciplina SEP; São José do Rio Preto/SP, Prof. Me. Cesar Franco; cesar.franco@gmail.com www.professorcdf.wordpress.com
Aula 3, pág. 90/91

Fonte: KRAUSE (1994)

Disciplina SEP; São José do Rio Preto/SP, Prof. Me. Cesar Franco; cesar.franco@gmail.com www.professorcdf.wordpress.com
Aula 3, pág. 91/91

Fonte: KRAUSE (1994)

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