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Muito se ouve falar em recadastramento municipal e, na realidade, a cada início de Administração Municipal,
sente-se a necessidade de atualizar os dados constantes do cadastro.
Isto ocorre por vários motivos. O crescimento das cidades é extremamente dinâmico, como é a vida das pessoas
que nelas vivem e trabalham. O processo migratório é constante, em busca de novas oportunidades. São novas
empresas que se instalam nos municípios, ampliando o número de empregos; são empresas que se encerram por motivos
variados, causando desemprego e o êxodo populacional para outras localidades.
Esse processo migratório traz intrínseca a problemática habitacional e a necessidade de oferecimento de
serviços públicos de iluminação, de água e esgoto, de transporte, de escolas, de centros de saúde, enfim, toda uma
infraestrutura urbana é requisitada, na medida em que se ampliam as necessidades dos munícipes que provocam a
ampliação e o crescimento do Município, muitas vezes desordenado.
E esse crescimento desordenado vai refletir-se sobre a própria população que o causou, colocando-a em
situações de risco, pois é constante a ocupação de áreas próximas de rios, represas e encostas de morros, que, nas
épocas de chuvas fortes, são alvos de enchentes e deslizamentos, causando destruição e morte.
Outra situação decorrente do movimento populacional é a instalação de loteamentos irregulares, que terminam
por exigir do Poder Público Municipal a sua regularização e a implantação de infraestrutura viária, calçamento de vias e
logradouros, equipamentos comunitários, independentemente de qualquer planejamento anterior.
Com essas situações emergentes, amplia-se o número de construções também irregulares, imóveis que são
construídos sem licença da Prefeitura, e que, por vezes, nem ao menos o terreno encontra-se averbado no órgão
municipal.
A proliferação desses aglomerados urbanos irregulares traz consigo inúmeras atividades econômicas, também
irregulares, como, por exemplo, pequenas indústrias alimentícias e muitas outras formas de comércio que não têm
qualquer tipo de registro no Município.
Entretanto, apesar de as pessoas se instalarem nas cidades sem qualquer planejamento, passam a viver e a
necessitar do apoio das mesmas para suas demandas de saúde, educação, transporte e lazer, sem qualquer contrapartida.
Muitas são as implicações negativas decorrentes desse crescimento desordenado, sem o acompanhamento da
Administração Municipal.
Além da demanda acima já mencionada, do dispêndio, por parte dos municípios, de recursos para o
oferecimento dos serviços públicos essenciais, abertura e calçamento de vias e logradouros, ampliação de rede de
esgoto e de iluminação pública, escolas e postos de saúde, existe aí uma grande evasão tributária, que deixa de ser
auferida pelos cofres municipais.
Exemplificando, temos:
• Loteamentos irregulares e imóveis não averbados = perda de receita de IPTU, de alvará de construção e de
habite-se.
• Muitos loteamentos são feitos como sítios de recreio, em zona considerada rural, pagando ITR ao INCRA,
quando, na realidade, são verdadeiros condomínios de luxo, que, em decorrência de um recadastramento, podem ser
transformados em zona de expansão urbana através de lei municipal e comunicados ao INCRA; assim, deixam de ser
tributados como rural e passam a ser sujeitos passivos de IPTU, ampliando a receita do Município.
• Atividades econômicas informais também incorrem em evasão de receitas municipais, pois deixam de obter o
alvará de licença para localização e funcionamento e de pagar o ISSQN quando se trata de serviços. Além da Receita
Municipal, quando se trata de comércio, lesam o Estado, deixando de recolher o ICMS, lesando, também, o Município,
pois o ICMS que deixam de recolher ao Estado não entra na parcela de sua distribuição ao Município.
• Sabe-se que o censo populacional do IBGE, que serve de base para a repartição de receita aos municípios -
FPM, não ocorre com a frequência desejada, fazendo com que haja uma defasagem muito grande. Embora o
Recadastramento Municipal não tenha em vista um censo demográfico, há possibilidade de coletar essas informações ao
mesmo tempo, possibilitando, ao final, chegar a um resultado bem mais próximo do cálculo do FPM, em caso de
incremento populacional.
Assim, com um Cadastro Técnico Municipal bem feito, pode o município manter, dentro do quadro de
servidores municipais, uma equipe de fiscalização permanente, e, com um bom sistema de informatização, serem
constantemente atualizados os dados cadastrais, sabendo-se exatamente o que acontece em sua cidade, o seu
crescimento, a sua demanda, e, consequentemente, mantendo e ampliando a sua receita, para assim oferecer aos
municípios serviços públicos com a qualidade necessária.
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http://www.etecnico.com.br/paginas/mef24390.htm 2/2