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Expediente

Sistema FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro


Presidente Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira

Conselho de Política Econômica e Industrial do Sistema FIRJAN


Presidente Carlos Mariani Bittencourt

Diretoria Geral do Sistema FIRJAN


Diretor Augusto Franco Alencar

Diretoria de Desenvolvimento Econômico


Diretora Luciana Costa M. de Sá

Gerência de Estudos e Pesquisas


Gerente Hilda Nogueira Alves Rocha

Divisão de Estudos Econômicos


Chefe Guilherme Mercês

Equipe Técnica:
Tatiana d’Aboim Inglez Sanchez
Gabriel Bichara Santini Pinto
William Figueiredo
Bernardo Pelka (estagiário)

.................................................................................................
Elaboração do Estudo
DDE – Diretoria de Desenvolvimento Econômico
GPE – Gerência de Estudos e Pesquisas
DECON – Divisão de Estudos Econômicos
Sumário
Resumo Executivo 3

Introdução 8

Cenário Econômico e Social de 2007 10

Resultados IFDM 2007 12

Municípios Brasileiros 12

Maiores e Menores 16

Evolução das Regiões do Brasil 18



Capitais 21

Estados 22

Áreas de Desenvolvimento 23
I. Emprego&Renda 23
II. Educação 25
III. Saúde 27

Anexo Metodológico 29
RESUMO EXECUTIVO

Nesta edição, o Sistema FIRJAN apresenta o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal


(IFDM) referente ao ano de 2007. O IFDM constitui um farol amplo, suprindo a ausência de
um acompanhamento sócio-econômico sistemático no que concerne ao desenvolvimento
dos municípios brasileiros por sua metodologia pioneira e única de periodicidade anual,
recorte municipal e abrangência nacional. O IFDM considera, com igual ponderação, as
três principais áreas de desenvolvimento humano: Emprego&Renda, Educação e Saúde.
Outra característica importante é possibilitar o acompanhamento dos 5.564 municípios
brasileiros com base exclusiva em dados oficiais. Importante ressaltar que, não obstante o
recorte municipal, foi possível gerar um resultado nacional discriminado por estado, graças
à divulgação oficial das variáveis componentes para esse recorte geográfico¹.

Ano de novo mandato presidencial, 2007 foi marcado por mudanças ministeriais
e lançamento de importantes programas de governo na Economia, na Saúde e na
Educação. O Programa de Aceleração do Crescimento, a nova gestão da Saúde e o Plano
Nacional de Desenvolvimento da Educação deram as diretrizes para o desenvolvimento
sócio-econômico, num ano que soma os resultados do quadro internacional favorável
ao bom desempenho da economia brasileira, alcançado em 2005 e 2006.

Nesse cenário, o IFDM Brasil atingiu 0,7478 pontos e evoluiu 1,4% em relação ao
ano anterior. Mais de dois terços dos municípios brasileiros avançaram em termos
de desenvolvimento. No mesmo sentido, o grupo de municípios que apresentou
involução do IFDM em 2007 foi 19,9% menor do que o encontrado em 2006. A
nota máxima do IFDM 2007 pertenceu novamente a um município de São Paulo -
Araraquara (0,9349 pontos) - e a mínima, a um município do Maranhão - Marajá
do Sena (0,3394 pontos). A análise dos indicadores municipais mostrou grandes
avanços: pela primeira vez, Educação apareceu como área de desenvolvimento de
maior influência no desempenho do índice geral – desbancando Emprego&Renda
– enquanto Saúde manteve sua trajetória ascendente.

O crescimento do índice observado de 2000 a 2006 prosseguiu em 2007, com


aumento da concentração de municípios com índices na faixa de desenvolvimento
moderado (entre 0,6 e 0,8 pontos) oriundos, sobretudo, das faixas inferiores.
Entretanto, apesar da evolução positiva do IFDM ao longo dos anos e da tendência
de redução das desigualdades, ainda há forte contraste entre as regiões do País.

1
A leitura dos resultados é bastante simples, variando entre 0 e 1, sendo quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento
da localidade. Para facilitar a análise, foram criadas as seguintes classificações: municípios com IFDM entre 0 e 0,4 são considerados
de baixo estágio de desenvolvimento; entre 0,4 e 0,6, de desenvolvimento regular; entre 0,6 e 0,8, de desenvolvimento moderado;
e entre 0,8 e 1,0, de alto desenvolvimento.

3
As regiões Sul e Sudeste do País mantiveram a predominância encontrada em 2006
entre os 500 maiores IFDMs. Foi registrado aumento da participação de municípios
do Centro-Oeste no grupo dos 500 melhores IFDM devido, principalmente, aos
bons índices provenientes de Goiás. Dentre os municípios do Norte e do Nordeste,
apenas 11 figuraram entre os 500 maiores IFDMs, dos quais nove são capitais.

Em termos relativos, o Sudeste tinha 19,8% de seus 1.668 municípios entre os 500
maiores IFDMs, enquanto o Sul ficou com a fatia de 11,4% de seus 1.188 municípios.
Menor região em termos de quantidade de municípios (466), o Centro Oeste possuiu
5,2% deles nesse grupo, percentual muito superior ao observado nas regiões Norte
(1,1%) e Nordeste. Essa última, embora seja a região com maior número de municípios
(1.793) possuiu apenas 0,3% entre os 500 maiores IFDMs 2007.

Na outra ponta do ranking, predominavam municípios das regiões Norte e Nordeste:


entre os 500 menores IFDMs, 96,2% provêm dessas regiões. A Bahia continuou com o
maior número de representantes, seguida do Maranhão, Pará e Piauí.

Em relação à quantidade de municípios, o Norte apareceu em pior situação –


um quarto de seus municípios dentre os 500 piores. O Nordeste apareceu logo em
seguida, com um quinto de seus municípios nesse grupo. Apesar de ser a segunda
maior região do País, o Sudeste (1.668 municípios) possuiu apenas 1% entre os
menores IFDMs – todos de Minas Gerais. O Centro-Oeste, por sua vez, contribui com
ínfimos 0,4%, enquanto a região Sul é a única que não possuiu nenhum município
nessa área do ranking, permanecendo fora da lista. Vale mencionar, entretanto, que
apesar de ainda apresentarem índice de baixo desenvolvimento, a grande maioria
dos municípios das regiões Norte e Nordeste evoluiu em 2007.

O ranking IFDM-Capitais 2007 apresentou poucas variações em seus primeiros


lugares. Seguindo o padrão dos anos anteriores, as capitais do Sul e do Sudeste
se mantiveram nas primeiras colocações, o destaque, entretanto, ficou a cargo da
ascensão de capitais do Centro-Oeste. As posições intermediárias do ranking novamente
couberam às demais capitais do Centro-Oeste e às capitais do Nordeste, enquanto os
índices mais baixos pertenceram majoritariamente às capitais da região Norte.

No topo do ranking, houve redistribuição entre Curitiba (0,8687), Vitória


(0,8669) e São Paulo (0,8469), que se revezam nas primeiras colocações desde
2005. Vale ressaltar que estas são as únicas capitais dentre os cem municípios
com IFDM mais altos, apesar de outras sete capitais também apresentarem alto
desenvolvimento. Ainda que abaixo da variação nacional, a maioria das capitais
brasileiras apresentou crescimento do IFDM em 2007. Na comparação com 2006, o

4
índice médio das capitais manteve-se estável (0,0%), enquanto o País apresentou
evolução positiva de 1,4%, o que indica continuidade do processo de interiorização
do desenvolvimento.

Os dados agregados para os estados demonstram que o desenvolvimento do


Brasil avança de forma gradual e generalizada: 23 das 27 unidades federativas,
incluindo o Distrito Federal, aumentaram ou mantiveram praticamente estável o grau
de desenvolvimento apresentado no ano anterior. Pelo terceiro ano consecutivo,
São Paulo e Paraná mantiveram as primeiras colocações no ranking, além de se
firmarem como os únicos estados com alto desenvolvimento. O Rio de Janeiro ficou
com a terceira colocação.

O IFDM-Emprego&Renda constituiu-se na única vertente a apresentar


acomodação em relação a 2006 (de 0,7642 para 0,7520 pontos). Pelo segundo
ano consecutivo, Hortolândia-SP obteve o melhor resultado nacional nessa área
(0,9853 pontos). Caminhando em direção oposta, o pior resultado coube a Coronel
Ezequiel-RN (0,0446).

Entre as 500 primeiras colocações da vertente Emprego&Renda, fica clara a


relevância dos estados mais industrializados do País. Nesse grupo figuram 183
municípios de São Paulo (36,3%), 60 de Minas Gerais (12,0%) e 41 do Paraná
(8,2%). Em termos relativos, entretanto, considerando a quantidade de municípios
de cada estado, São Paulo aparece com 28,4% de seus municípios entre os 500
primeiros, Rio de Janeiro com 27,2%, e Santa Catarina com 11,3%. Dentre os
índices estaduais, o Rio de Janeiro ficou com a primeira colocação no ranking
IFDM-Emprego&Renda, trocando posição com São Paulo, que caiu para a segunda
colocação. Em terceiro lugar ficou o Paraná.

O IFDM-Educação 2007 registrou crescimento de 4,4% em relação a 2006,


passando de 0,6787 para 0,7083. Em 2007, 77,0% dos municípios brasileiros
obtiveram índice de educação superior a 0,6 pontos (nível de desenvolvimento de
moderado a alto). O melhor resultado veio do município de Terra Roxa-SP (0,9931)
e, na outra ponta, o pior resultado ficou com Bagre-PA (0,3337), que, mesmo com
baixo nível de desenvolvimento, mostrou alguns avanços na área em 2007.

No ranking de Educação, a supremacia paulista salta aos olhos: dos 100 primeiros
lugares em 2007, 92 municípios pertencem ao estado de São Paulo. Contudo, em
2007, ocorreu importante evolução em outros estados: Paraná, Rio Grande do Sul
e Santa Catarina aumentaram sua participação entre os 500 melhores. O estado
de São Paulo figura como o primeiro do ranking IFDM-Educação estadual – único

5
com índice de alto desenvolvimento na vertente – seguido pelo Distrito Federal
e Santa Catarina (0,7909). Entre as capitais, pela ordem, aparecem São Paulo,
Vitória, Rio de Janeiro e Brasília.

Em 2007, o IFDM-Saúde nacional cresceu 1,7%, alcançando 0,7830 pontos


e apresentando a mesma taxa de variação observada de 2005 para 2006. Dez
municípios atingiram a nota máxima (cinco a mais do que em 2006), sendo nove
do Rio Grande do Sul e um de Santa Catarina: Alto Alegre, Saldanha Marinho e
Rondinha (esses três pelo segundo ano consecutivo), Capitão, Paim Filho, Nicolau
Vergueiro, Montauri, Inhacora, Guabiju e Paial-SC. Na outra ponta, o menor índice
ficou para Santa Rosa do Purus-AC (0,3410).

O Paraná manteve o primeiro lugar no ranking de saúde, seguido por São Paulo
e pelo Rio Grande do Sul. Com a evolução de Mato Grosso do Sul, dez estados
apresentaram índice de desenvolvimento alto em 2007. Apesar do terceiro lugar no
ranking estadual, o Rio Grande do Sul conseguiu, pelo terceiro ano consecutivo,
colocar o maior número de municípios entre os 100 melhores IFDMs (54) e um
terço de seus municípios entre os 500 maiores.

Por fim, com base no cruzamento entre IFDM e dados demográficos, pode-
se depreender que o contraste entre os municípios das diferentes regiões reflete
os padrões de desenvolvimento em que vive a população brasileira. O resultado
do IFDM 2007 evidencia que 40 milhões de brasileiros ainda se encontram em
condições precárias, com pouco – ou nenhum – acesso a serviços básicos de
qualidade em Educação e Saúde, aliado a um mercado formal de trabalho ainda
incipiente. Enquanto a maior parte da população (47%) vive em municípios de
desenvolvimento moderado 2, um terço dos brasileiros (31%) mora em cidades de
alto desenvolvimento.

Há, entretanto, diferenças entre as regiões brasileiras. Enquanto no Norte e


Nordeste metade da população se encontra em municípios com desenvolvimento
regular ou baixo, no Sul e Centro-Oeste a maior parte está em locais de
desenvolvimento moderado. Embora nessas duas últimas regiões já se
encontre um terço da população em municípios de alto desenvolvimento, apenas
o Sudeste possui a maior parte de seus habitantes nessa faixa mais alta de
desenvolvimento.

2
Em municípios de desenvolvimento moderado, apesar de terem acesso mínimo aos serviços básicos, ainda são necessários
incentivos para que esses municípios possam alcançar estágio mais avançado de desenvolvimento em uma ou mais áreas.

6
Introdução

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) nasceu em resposta à necessidade


de se monitorar anualmente o desenvolvimento sócio-econômico de uma região, considerando
as diferentes realidades de sua menor divisão federativa: o município. Nesse sentido,
dando continuidade à proposta lançada em 2008 – correspondente à ação 97 do Mapa do
Desenvolvimento 3 – o Sistema FIRJAN apresenta o resultado do IFDM referente a 2007 4.

Emprego&renda, Educação e Saúde constituem as três esferas contempladas pelo IFDM,


todas com peso igual no cálculo para determinação do índice de desenvolvimento dos
municípios brasileiros. O índice varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, maior
será o nível de desenvolvimento da localidade, o que permite a comparação entre municípios
ao longo do tempo. Devido à atribuição de notas de corte fixas, essa metodologia possibilita
determinar com precisão se a melhora relativa ocorrida em determinado município decorre
da adoção de políticas específicas, ou se o resultado obtido é apenas reflexo da queda dos
demais municípios.

O IFDM constitui um farol amplo, suprindo a ausência de um acompanhamento sócio-


econômico sistemático no que concerne ao desenvolvimento dos municípios brasileiros.

O IFDM distingue-se por ter periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional.
Por ter recorte municipal, foram privilegiados os aspectos básicos indispensáveis ao
desenvolvimento local. Contudo, cabe ressaltar que o olhar municipalizado do desenvolvimento
de uma região não recai exclusivamente sobre as responsabilidades de suas prefeituras, mas
sim – e sobretudo – sobre as ações conjuntas e responsáveis das três esferas de governo,
setor empresarial e sociedade civil organizada.

O cenário sócio-econômico no qual os municípios estão inseridos também deve ser considerado
nas análises decorrentes da divulgação dos resultados, uma vez que não há como deixar de
lado as realidades distintas existentes no Brasil. Assim, a ênfase da leitura não deve apenas
se restringir a uma questão de posição no ranking, mas sim de se verificar se, de fato, houve
progresso num determinado município ou região, em dado período de tempo.

3
A publicação do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro está disponível no site www.firjan.org.br.
4
A existência de defasagem temporal de três anos entre a divulgação do resultado e o ano a que se refere o índice decorre do fato
de serem utilizadas apenas estatísticas oficiais. Com efeito, somente em 2010 foi possível reunir concomitantemente os dados dos
Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho para 2007.

8
Melhorar o patamar de um índice que reflete o grau de desenvolvimento local constitui
resultado muito mais significativo do que galgar algumas posições no ranking.

Importante ressaltar que, não obstante o recorte seja municipal, foi possível gerar um resultado
nacional discriminado por Unidades da Federação, graças à divulgação oficial das variáveis
componentes por estados.

Abaixo quadro-resumo das variáveis que compõem o cálculo do Índice FIRJAN de


Desenvolvimento Municipal (ver resumo metodológico em anexo).

Quadro-Resumo das Variáveis Componentes do IFDM


– por Área de Desenvolvimento –

9
Cenário Econômico e Social de 2007

Ano de novo mandato presidencial, 2007 foi marcado por mudanças ministeriais e lançamento
de importantes programas de governo na Economia, na Saúde e na Educação. O Programa de
Aceleração do Crescimento, a nova gestão da Saúde e o Plano Nacional de Desenvolvimento
da Educação dão as diretrizes para o desenvolvimento sócio-econômico, num ano que soma
os resultados do quadro internacional favorável ao bom desempenho brasileiro alcançado em
2005 e 2006.

Os avanços da massa salarial nos anos anteriores impactaram positivamente o consumo das
famílias, o que resultou no maior crescimento econômico do País em 21 anos. Além disso, o
cenário inflacionário benigno permitiu a redução da taxa básica de juros a seu piso histórico
naquela data e, por conseguinte, avanços da oferta doméstica dos setores do Comércio de
Bens e Serviços, Agropecuária e Indústria - com aumento da produção acima da média da
década. Com efeito, o nível de utilização da capacidade instalada dos setores produtivos
atingiu em 2007 recordes mensais até hoje não superados.

Diante do crescimento da produção, as empresas criaram 1,6 milhão de empregos formais


- resultado 31,6% maior do que o obtido em 2006. Com isso, no final de 2007, a taxa de
desemprego atingiu o piso histórico: 7,5% 5. São novos postos de trabalho, espalhados em
diversos setores e nas diferentes regiões do País, com destaque para maior contratação
fora das áreas metropolitanas (54%), o que reforçou a interiorização do desenvolvimento.
Entretanto, a maior oferta de postos de trabalho não foi acompanhada na mesma intensidade
por uma melhor remuneração do trabalhador, o que, em certa medida, reflete baixa qualidade do
emprego gerado em 2007. O crescimento da renda média habitualmente recebida acompanhada
pelo IBGE, embora positiva, foi 50% menor do que a observada no ano anterior.

No que tange à saúde, se por um lado os indicadores apontam para a contínua melhoria do
quadro geral, por outro ainda persistem velhos problemas. Uma epidemia de dengue, com
158 óbitos no País, e o retorno da rubéola, com 8 mil casos registrados (ante 1,5 mil no ano
anterior), marcaram 2007. Entre as crianças de um a quatro anos de idade, causas externas,
doenças do aparelho respiratório e doenças infecciosas e parasitárias continuaram como os
principais fatores responsáveis pela mortalidade infantil.

Esse quadro varia de região para região. Enquanto no Sul a taxa de mortalidade infantil foi
12,7 por mil, no Nordeste foi mais do que o dobro – 27,2 por mil. No Brasil ainda morrem

5
O resultado de 1,6 milhão é fornecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, enquanto a taxa de desemprego pelo IBGE.

10
crianças e adultos, tanto por doenças relacionadas às precárias condições de vida e moradia,
à pobreza e à desnutrição, como pela dificuldade de acesso aos serviços básicos de saúde,
abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem
urbana. Em geral, as curas para todos esses males resultam da melhoria das condições
sócio-econômicas e da prevenção educativa, ou seja, têm relação estreita com a renda e o
nível educacional do indivíduo.

Por sua vez, houve conquistas na Educação: aumento real de 4% dos gastos da União, estados
e municípios e lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação, com foco na educação
básica. Dentre as ações do Plano, destaca-se a busca da valorização e incentivo à capacitação
e certificação dos professores que atuam nesse segmento – uma das bases do IFDM.

Certamente, os resultados desses investimentos virão a longo prazo, mas já em 2007 pode-se
observar melhorias. A segunda edição do Ideb - Índice de desenvolvimento da educação básica
– registrou grandes avanços: a média dos anos iniciais do ensino fundamental pulou de 3,8 em
2005 para 4,2 em 2007, ultrapassando a meta estipulada de 3,9 para o período. Nessa mesma
direção, os resultados dos anos finais do ensino fundamental apresentaram elevação de 3,5 para
3,8 – também acima da meta para o ano.

11
 Resultados IFDM 2007

Municípios Brasileiros

O IFDM Brasil alcançou 0,7478 pontos e evoluiu 1,4% em relação ao ano anterior. A análise dos
indicadores municipais mostrou grandes avanços: pela primeira vez, Educação aparece como
área de desenvolvimento de maior influência no desempenho do índice geral – desbancando
Emprego&Renda – enquanto Saúde mantém sua trajetória ascendente.

O resultado consolidado evidencia que mais de um quinto da população brasileira (22%) ainda
se encontra em condições precárias, com pouco – ou nenhum – acesso a serviços básicos de
qualidade em Educação e Saúde, aliado a um
População em municípios de ALTO
mercado formal de trabalho ainda incipiente. desenvolvimento
22% 31%
Enquanto a maior parte da população (47%) vive População em municípios de
desenvolvimento MODERADO
em municípios de desenvolvimento moderado6,
47%
um terço dos brasileiros (31%) vive em municípios População em municípios de
desenvolvimento REGULAR ou BAIXO
de alto desenvolvimento.

Analisando o mapa georreferenciado, pode-se constatar que os níveis de desenvolvimento


encontrados nos 5.564 municípios brasileiros continuam bastante heterogêneos. Apesar da evolução
positiva do IFDM ao longo dos anos (gráfico1) e da tendência de redução das desigualdades (gráfico2),
ainda há forte contraste entre as regiões do País, como observado na Figura1 a seguir. De fato,
Sudeste, Sul, e Centro-Oeste apresentam indicadores superiores (coloração predominantemente
azul) aos do Norte e Nordeste (coloração amarela e vermelha). Não por acaso, a nota máxima do
IFDM 2007 pertence novamente a um município de São Paulo - Araraquara (0,9349 pontos) - e a
mínima, a um município do Maranhão - Marajá do Sena (0,3394 pontos).

Gráfico1. Figura1.
Evolução IFDM e Áreas de Desenvolvimento IFDM 2007 Georreferenciado
2000 2005 2006 2007
0,7830
0,7699
0,7642

0,7576
0,7520
0,7478
0,7376
0,7129

0,7120
0,7083
0,6960

0,6850
0,6787
0,5954

0,5854
0,4889

Baixo
Regular
IFDM Emprego&Renda Educação Saúde
Moderado
Alto

6
Em municípios de desenvolvimento moderado, apesar de terem acesso mínimo aos serviços básicos, ainda são necessários
incentivos para que esses municípios possam alcançar estágio mais avançado de desenvolvimento em uma ou mais áreas.

12
A evolução do desenvolvimento no Brasil ao longo dos anos pode ser acompanhada pela
distribuição dos municípios segundo o valor de seus IFDMs (Gráfico2). Entre 2000 e 2007,
há evidente mudança dos níveis de desenvolvimento dos municípios brasileiros. Ao mesmo
tempo, entre anos consecutivos observam-se variações menos intensas nos avanços do
desenvolvimento, o que indica mudança gradual, porém consistente, dos indicadores.

Para que o desenvolvimento seja sustentável no longo prazo, espera-se a movimentação


lenta e gradual dos indicadores no curto prazo7.

Gráfico 2
Distribuição dos municípios Brasileiros por intervalos de Desenvolvimento

33,3%
29,6%
IFDM 2000

31,4%
IFDM 2005
29,0%
27,7%

IFDM 2006
26,0%
25,5%
25,3%

IFDM 2007

18,0%
22,5%
22,0%

14,5%
19,5%
16,8%

15,9%
15,0%

3,8%
7,6%
1,4%

0,5%

0,2%
0,1%
0,0%

0,0%
0,0%

3,6%
2,1%

0,3%
3,9%
4,0%

0,0%
0,1%
0,2%
0,0%

0 - 0,2 0,2 - 0,3 0,3 - 0,4 0,4 - 0,5 0,5 - 0,6 0,6 - 0,7 0,7 - 0,8 0,8 - 0,9 0,9 - 1
IFDM

Reforça-se aqui que este é exatamente o padrão de desenvolvimento esperado, que não se
caracteriza pelo desempenho de um único ano, mas sim pelo resultado de um processo contínuo,
ao longo dos anos.

A evolução observada de 2000 a 2006 prosseguiu em 2007, com aumento da concentração


de municípios com índices na faixa de desenvolvimento moderado (entre 0,6 e 0,8 pontos)
oriundos, sobretudo, das faixas inferiores (Gráfico2).

Com efeito, se em 2000 18,25% dos municípios brasileiros apresentavam índices abaixo de 0,4
pontos (baixo desenvolvimento), em 2007 esse percentual quase se extingue, ficando limitado
a apenas 0,6% dos municípios brasileiros. Na outra ponta, a participação de municípios com
IFDM acima de 0,6 – menor que um terço (30,4%) em 2000 – sobe para mais da metade em
2007 (55,3%), o que evidencia uma clara tendência de redução da desigualdade no grau de
desenvolvimento entre os municípios brasileiros.

7
Em municípios de desenvolvimento moderado, apesar de terem acesso mínimo aos serviços básicos, ainda são necessários
incentivos para que esses municípios possam alcançar estágio mais avançado de desenvolvimento em uma ou mais áreas.

13
É possível inferir também que sair da condição de baixo desenvolvimento é relativamente
mais simples do que ingressar – e, sobretudo, se manter – no grupo de alto desenvolvimento.
Prova disso é que a participação de municípios com IFDM acima de 0,8 pontos (alto
desenvolvimento) permanece estável desde 2005, a despeito da evolução observada nas
faixas mais baixas de IFDM no mesmo período.

O desenvolvimento nos municípios brasileiros Gráfico 3


pode ainda ser visualizado pela distribuição Dispersão da Variação 2006 X 2007
Variação Percentual dos IFDM por Intervalo Indicado
da variação percentual dos índices entre
anos. Esse cruzamento resulta no gráfico por
quadrantes (Gráfico3), onde os municípios
de IFDM moderado a alto situam-se na parte
superior (acima da linha de 0,6 pontos) e os
municípios de IFDM regular a baixo, na parte
inferior (abaixo da linha de 0,6 pontos). A
visualização dos quadrantes permite identificar
ainda a evolução – negativa ou positiva – dos
municípios mediante a leitura dos quadrantes
à esquerda ou à direita, respectivamente.

Segundo essa distribuição, a melhor situação


de desenvolvimento pertence aos 1.938
municípios situados no quadrante AZUL, que
agrupa casos em que houve, de um ano para
outro, manutenção ou crescimento do índice em nível de desenvolvimento de moderado a alto
(acima de 0,6). No quadrante AMARELO, estão os 1.139 municípios que merecem atenção, pois
recuaram entre 2006 e 2007 – embora ainda ocupem uma faixa de desenvolvimento de moderado
a alto. Em situação inversa, estão os 1.807 municípios localizados no quadrante VERDE, que,
apesar de classificados em nível de desenvolvimento baixo e regular, apresentaram melhoria
de seus indicadores em 2007. Por fim, no quadrante VERMELHO, estão os 676 municípios que
registraram queda em seus índices na comparação anual e estão em zona de baixo grau de
desenvolvimento (IFDM menor que 0,6 pontos).

A análise comparativa indica que os resultados são promissores. Se em 2006 59,2% dos
municípios brasileiros apresentaram crescimento de seus índices – e consequente melhoria
em suas condições de desenvolvimento – esse percentual subiu para 67,3% em 2007.

Mais de dois terços dos municípios brasileiros avançaram em termos de desenvolvimento.


Em sentido inverso, o grupo de municípios que apresentou involução do IFDM em 2007 foi
19,9% menor do que o encontrado em 2006.

14
Analisando a movimentação dos municípios brasileiros entre 2006 e 2007, verificou-se que
85,0% deles apresentaram variação positiva de até 10% em seu desenvolvimento. As maiores
variações – principalmente as positivas acima de 10% – concentraram-se nos municípios
cujos IFDMs estão abaixo de 0,6 pontos.

Em municípios com nível de desenvolvimento de regular a baixo, há mais espaço para grandes
variações relativas positivas, o que também tem ocorrido em anos anteriores.

Por outro lado, variações negativas maiores que 10% foram observadas em apenas 1,3% dos
municípios e não apresentam padrão específico – metade acima e metade abaixo da linha
de 0,6 pontos.

Vale destacar que gráfico de dispersão


ideal é aquele em que o triângulo Gráfico 4
Dispersão da Variação 2000 X 2007
formado pela plotagem dos dados Variação Percentual dos IFDM por Intervalo Indicado

se posiciona cada vez mais à direita,


indicando, assim, aumento dos IFDMs,
ainda que em diferentes níveis de
desenvolvimento.

Nesse sentido, o Gráfico4, que retrata


a variação acumulada do IFDM entre
2000 e 2007, evidencia a tendência de
crescimento dos índices dos municípios
em períodos mais longos. Com base
nessa análise, é possível constatar a
melhoria do nível de desenvolvimento
encontrado no Brasil nesse período:
mais de 90% dos municípios encontram-
se nos quadrantes à direita, ou seja,
tiveram crescimento de seus índices no
período de 2000 a 2007.

15
Maiores e Menores

A análise comparativa entre os maiores e menores IFDMs municipais permite comprovar as fortes
diversidades regionais existentes no Brasil. Seria desejável que os níveis de desenvolvimento
das regiões brasileiras fossem proporcionais – ou, pelo menos, próximos – à quantidade de
municípios que possuem. No entanto, nosso País ainda está muito distante dessa realidade.

As regiões Sul e Sudeste do País – que juntas possuem 51% dos municípios brasileiros - mantiveram
a predominância encontrada no ano anterior dentre os 500 maiores IFDM. Por outro lado, Norte e
Nordeste – que possuem 40% dos municípios brasileiros – permaneceram entre os 500 menores
(Gráfico5 e Gráfico6).

Apesar da redução das desigualdades ao longo dos anos, as diferenças dos níveis de
desenvolvimento ainda são consideráveis, reforçando a imagem dos dois “Brasis”.

Gráfico 5 Gráfico 6
500 Maiores IFDM 2007 500 Menores IFDM 2007

O Gráfico 5 evidencia a manutenção da posição privilegiada do Sudeste e do Sul entre as


primeiras 500 colocações do ranking (66% e 27%, respectivamente).

Houve, entretanto, redução da participação do Sudeste entre os 500 primeiros – principalmente


São Paulo – devido à ascensão de municípios do Sul – em sua maioria gaúchos. Nas primeiras
colocações estão os estados de São Paulo com 263 municípios, Rio Grande do Sul (53),
Paraná (49), Minas Gerais (39) e Santa Catarina (36).

É válido registrar que o aumento da participação de municípios do Centro-Oeste – de 3,2% para 4,8%
– ocorreu, principalmente, devido aos bons índices provenientes de Goiás. Dentre os municípios do
Norte e do Nordeste, apenas 11 figuram entre os 5008 maiores IFDMs, dos quais nove são capitais.

8
Para fazer parte dos 500 maiores foi necessário alcançar IFDM 2007 superior a 0,7557.

16
Em termos relativos, o Sudeste possui 19,8% de seus 1.668 municípios entre os 500 maiores
IFDMs, enquanto o Sul fica com a fatia de 11,4% de seus 1.188 municípios. Menor região em
termos de quantidade de municípios (466), o Centro Oeste possui 5,2% deles nesse grupo,
percentual muito superior ao observado nas regiões Norte (1,1%) e Nordeste que, embora
seja a região com maior número de municípios (1.793), possui a menor participação (0,3%)
entre os 500 maiores IFDMs 2007.

O Gráfico6 ilustra a outra ponta do ranking, onde predominam municípios das regiões Norte e
Nordeste: entre os 500 menores IFDMs: 96,2% provêm dessas regiões. A Bahia segue com o maior
número de representantes (186 municípios), seguida pelo Maranhão (77), Pará (55) e Piauí (44).

No grupo dos 500 municípios menos desenvolvidos 9, foi possível observar importantes
movimentações. Houve nova redução da participação do Nordeste (80,4% para 73,6%),
principalmente com a saída de municípios do Maranhão e da Paraíba. Em contrapartida,
houve crescimento na região Norte (15,8% para 22,6%) devido à entrada de municípios do
Pará e do Amazonas.

Em relação à quantidade de municípios de cada região, o Norte apareceu em pior situação:


um quarto de seus municípios dentre os 500 piores. O Nordeste figurou logo em seguida, com
um quinto de seus municípios nesse grupo. Apesar de ser a segunda maior região do País,
o Sudeste (1.668 municípios) possuía apenas 1% entre os menores IFDMs – todos de Minas
Gerais. O Centro-Oeste, por sua vez, contribuiu com ínfimos 0,4% dentre os piores IFDMs,
enquanto a região Sul foi a única que não possuía nenhum município nessa área do ranking,
permanecendo fora da lista.

Analisando os 100 melhores resultados do ranking, pode-se constatar que o quadro de 2007
ficou praticamente estável em relação a 2006. A participação do Sudeste (89%) não se alterou
e São Paulo manteve a liderança (81 municípios), mesmo resultado do ano anterior. O Rio de
Janeiro, por sua vez, passou de dois para quatro municípios nas 100 primeiras colocações
em 2007: Macaé, Niterói, Porto Real e Volta Redonda. O Centro-Oeste voltou a ter um único
município representante, Lucas do Rio Verde – MT, conquistando espaço do Sul. Santa
Catarina perdeu duas colocações, uma delas para o Rio Grande do Sul que, pela primeira
vez, apareceu entre os 100 primeiros na classificação nacional com o município de Marau.

Quanto aos 100 piores resultados, manteve-se a participação exclusiva de municípios do


Norte e Nordeste. As mudanças mais relevantes foram aumento do número de municípios da
Bahia (34 para 39) e do Amazonas (9 para 13) e redução da participação do Pará (9 para 4
municípios). O Maranhão manteve os mesmos 27 municípios de 2006.

9
Municípios com IFDM abaixo de 0,4754 fazem parte dessa lista.

17
Além de especificar os valores médios observados nas extremidades do ranking, o Gráfico7
demonstra a evolução dos maiores e menores IFDMs. A média dos 100 IFDMs mais baixos
totalizou 0,4023, próxima à linha de 0,4 pontos, o que indica existência de parcela do País ainda
no limite inferior do desenvolvimento regular. Registra-se, porém, que essa média apresentou
crescimento entre 2006 e 2007 e ultrapassou o limite de baixo desenvolvimento (0,4 pontos).
Dentre os 500 menores, também é clara a melhora geral dos indicadores de desenvolvimento
com significativo crescimento da média para 0,4426 pontos, ante 0,4171 em 2006.

Nos municípios de IFDMs mais elevados, o grande desafio consistiu em manter as altas médias
alcançadas. Prova disso é que a evolução positiva das médias ocorreu de forma menos intensa.

Gráfico 7
Maiores e Menores: 2006 e 2007
Média dos IFMD por Graus de Desenvolvimento Apresentado

Interessante notar que a baixa rotatividade nas posições do ranking confirma a máxima de
que o desenvolvimento municipal é, de fato, um processo gradual e de longo prazo. Dos 500
maiores IFDMs de 2006, 75% continuam na mesma faixa do ranking em 2007 (e 91% entre os
750 primeiros). O mesmo acontece na outra ponta, ainda que com maior movimentação: 69%
dos 500 menores IFDM de 2006 permaneceram nesse grupo em 2007 e 86% entre os 750.

Evolução das Regiões do Brasil

Ao replicar a análise de quadrantes para as regiões federativas do País, projetando os


municípios de cada região sobre a amostra total em azul escuro (Gráficos a seguir), podem-
se observar padrões específicos de desenvolvimento que retratam a tendência de cada região
geográfica brasileira.

18
A região Sul seguiu com a expressiva maioria
(92,7%) de seus municípios com IFDM superior Gráfico 8
Dispersão Região SUL
a 0,6 pontos (quadrantes AMARELO e AZUL).
Destaque para 59,8% de municípios que
avançaram em seus indicadores em 2007 e, com
isso, conquistaram, ou reafirmaram, posição dentre
aqueles com moderado e alto desenvolvimento
(quadrante AZUL). É a região que possui maior
percentual de municípios com desenvolvimento
avançando em níveis mais altos (acima de 0,6
pontos). Outra marca importante confirma o
diagnóstico positivo da região Sul: em 2007, apenas
87 municípios apresentaram desenvolvimento
regular e nenhum baixo desenvolvimento em
contraste com os números de 2000, quando 534
municípios pertenciam a essas faixas. Gráfico 9
Dispersão Região SUDESTE
Quanto ao Sudeste, não houve mudanças
acentuadas, mantendo-se distribuição praticamente
idêntica à encontrada em 2006 com 79,4% dos
municípios com IFDM acima de 0,6 pontos. Destaque
para 43,8% dos municípios que entraram – ou se
mantiveram – no quadrante AZUL por crescimento
nos seus indicadores de desenvolvimento. Vale
destacar ainda a saudável diminuição de 10,4%
para 7,7% dos municípios com indicadores de
desenvolvimento abaixo da linha de 0,6 pontos e
também em queda (quadrante VERMELHO).

A região Centro Oeste surge em 2007 com Gráfico 10


grande força nos quadrantes de IFDM mais Dispersão Região CENTRO-OESTE
elevados (AMARELO e AZUL) e nos de
movimentação positiva do índice (AZUL e
VERDE). De fato, os resultados mostram claro
avanço do desenvolvimento entre 2006 e 2007
quando 20% dos municípios dessa região
brasileira foram alçados à parte superior da
pirâmide, acima de 0,6 pontos. Com isso, o
IFDM registrou condição de desenvolvimento
moderado a alto em 74,5% dos municípios do
Centro-Oeste, ante 54,2% de 2006, delineando
um quadro semelhante ao encontrado no Sul e
no Sudeste do País.

19
Por fim, não obstante as notórias diferenças em relação às demais regiões brasileiras, retratadas
pela concentração na base da pirâmide (quadrantes VERMELHO e VERDE), as regiões Norte e
Nordeste também apresentaram desempenho positivo em termos de desenvolvimento. A maior
parte dos municípios dessas duas regiões se encontra no quadrante VERDE (52,8% do Norte e
70,2% do Nordeste), o que indica índices baixos, mas em crescimento entre 2006 e 2007.

Apesar de ainda apresentarem os índices de desenvolvimento mais baixos do Brasil, a grande maioria
dos municípios das regiões Norte e Nordeste evoluiu em 2007.

Gráfico 11 Gráfico 12
Dispersão Região Norte Dispersão Região Norte

Com base no cruzamento entre IFDM e dados demográficos, pode-se depreender que o
contraste entre os municípios das diferentes regiões reflete os padrões de desenvolvimento
em que vive a população brasileira. Enquanto no Norte e Nordeste metade da população se
encontra em municípios com desenvolvimento regular ou baixo, no Sul e Centro-Oeste a maior
parte está em locais de desenvolvimento moderado. Embora nessas duas últimas regiões já
se encontre um terço da população em municípios de alto desenvolvimento, apenas o Sudeste
possui a maior parte de seus habitantes nessa faixa mais alta de desenvolvimento (Grafico13).

Gráfico 13
População por nível de Desenvolvimento

20
Capitais

O ranking IFDM-Capitais 2007 apresentou poucas variações em seus primeiros lugares.


Seguindo o padrão dos anos anteriores, as capitais do Sul e do Sudeste se mantiveram
nas primeiras colocações, o destaque, entretanto, ficou a cargo da ascensão de capitais do
Centro-Oeste. As posições intermediárias do ranking novamente couberam às demais capitais
do Centro-Oeste e às capitais do Nordeste, enquanto os índices mais baixos pertenceram
majoritariamente às capitais da região Norte.

No topo do ranking, houve redistribuição


entre Curitiba (0,8687), Vitória (0,8669) e São
Paulo (0,8469), que se revezam nas primeiras
colocações desde 2005. Vale ressaltar que
Curitiba, Vitória e São Paulo são as únicas
capitais dentre os cem municípios com IFDM
mais altos, apesar de outras sete capitais
também apresentarem alto desenvolvimento.

Embora tenha havido alteração de posições, as


últimas colocações continuam com as mesmas
capitais: Porto Velho (0,7117), Macapá (0,6964)
e Rio Branco (0,6921) – todas da região Norte
do país. Dessas, apenas Macapá apresentou
avanço no seu grau de desenvolvimento e,
dessa forma, saiu da última colocação – posição
em que se encontrava há dois anos – deixando
o posto para Rio Branco.

Na comparação com 2006, o índice médio das capitais manteve-se estável (0,0%), enquanto
o País apresentou evolução positiva de 1,4%, o que indica continuidade do processo de
interiorização do desenvolvimento. Ainda que abaixo da variação nacional, a maioria das
capitais brasileiras apresentou crescimento do IFDM em 2007. Destaque para São Luis
(+3,0%), que galgou duas posições e alcançou 0,7903 pontos – percentual muito próximo aos
0,8 pontos que caracterizam o alto desenvolvimento. Cabe mencionar ainda a trajetória de
Belo Horizonte, que caiu 6 posições no ranking sem que, entretanto, alterasse a classificação
dessa capital como de alto desenvolvimento 10.

10
Em 2006, Belo Horizonte havia conquistado posição dentre os 100 maiores IFDM nacionais, mas não conseguiu manter o mesmo
padrão de desenvolvimento em 2007 e apresentou decréscimo de 3,5% no IFDM.

21
Estados

Embora o IFDM seja um índice para acompanhamento do desempenho dos municípios, a


divulgação de estatísticas oficiais das unidades da Federação permite a geração do índice
consolidado para cada estado e Distrito Federal 11.

Pelo terceiro ano consecutivo, São Paulo


(0,8697) e Paraná (0,8244) mantiveram as
primeiras colocações no ranking estadual, além
de se firmarem como os únicos estados com
alto desenvolvimento. Ainda que tenha mantido
a terceira colocação alcançada em 2006, o Rio
de Janeiro não se consolidou como estado de
alto desenvolvimento, retornando à fronteira
mais alta da pontuação dentre os estados de
desenvolvimento moderado (0,7985 pontos). De
2006 para 2007, as 11 primeiras colocações do
ranking não sofreram alterações.

Os dados agregados para as unidades da


Federação demonstram que o desenvolvimento
do Brasil avança de forma gradual e generalizada:
23 dos 27 estados, incluindo o Distrito Federal,
aumentaram ou mantiveram praticamente estável
o grau de desenvolvimento apresentado no ano
anterior.

Os avanços mais significativos ocorreram em Mato Grosso, no Ceará, e no Rio Grande do


Norte, que ainda assim permanecem na zona de desenvolvimento moderado. Acre, Bahia, e
Paraíba também evoluíram, ultrapassando a linha dos 0,6 pontos e alcançando desempenho
moderado em 2007 – e não mais regular como nos anos anteriores. Vale mencionar ainda
o grande esforço do Maranhão que, apesar de ainda figurar na parte mais baixa do ranking,
apresentou crescimento de 3,1% do IFDM.

O cruzamento entre os resultados agregados das unidades da Federação e das capitais


permite identificar se a força propulsora do desenvolvimento de um determinado estado
concentra-se na capital ou em seus demais municípios.

11
O resultado estadual não é a média simples dos IFDMs de seus municípios, mas sim os resultados agregados para essas
Unidades da Federação pelos Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho.

22
Áreas de Desenvolvimento

I. Emprego&Renda

O IFDM Emprego&Renda acompanha a movimentação e as características do mercado formal


de trabalho, com base nos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Como o próprio nome sugere, o indicador trabalha com dois subgrupos, ambos com o mesmo
peso (50% do total) no indicador final: emprego formal (postos de trabalho gerados) e renda
(remuneração média mensal do trabalhador formal).

O IFDM-Emprego&Renda constituiu-se na única vertente a apresentar acomodação em relação


a 2006 (de 0,7642 para 0,7520 pontos). Esse resultado reflete o fraco desempenho da renda
em relação ao ano anterior, o que aliado à maior oferta de postos de trabalho indica baixa
qualidade do emprego gerado em 2007. A vertente mais conjuntural do IFDM (e, portanto,
mais volátil) mostra que há ainda grandes desafios ao mercado de trabalho formal brasileiro
onde apenas 3% dos municípios apresentaram índice maior que 0,8 pontos tanto em 2007
quanto em 2006 12. Nesse sentido, a imagem georreferenciada abaixo segue apontando para
grandes áreas brasileiras com baixo índice de emprego e renda – tonalidade vermelha.

Pelo segundo ano consecutivo, Hortolândia-SP obteve o melhor resultado nacional na


vertente Emprego&Renda (0,9853 pontos). Município da região metropolitana de Campinas e
importante polo tecnológico e industrial do País, Hortolândia conta com empresas de grande
porte nas áreas de computação, metalurgia, siderurgia, farmácia e material de transporte 13.
O pior resultado coube a Coronel Ezequiel-RN (0,0446), município localizado em região com
expressivos atrasos de desenvolvimento econômico e que faz parte da extensa zona vermelha
das regiões Norte e Nordeste (Imagem georreferenciada a seguir).

Além de Hortolândia, São Paulo possui outros 48 municípios - um a mais do que em 2006
- classificados entre os 100 maiores indicadores de Emprego&Renda 14. Participam desse
seleto grupo seis municípios do Rio de Janeiro. Destaques para Macaé, que saltou da 23ª
posição em 2006 para a 5ª em 2007, e para Itaguaí-RJ que, embora tenha perdido 6 posições,
continuou entre os 10 maiores IFDM – Emprego&Renda na 10ª colocação nacional.

Entre as capitais, Vitória, que ocupava a terceira colocação em 2006, despontou na liderança
em 2007 (0,9062 pontos). Natal (0,8978), que estava em quarto lugar em 2006, subiu para

12
Esse resultado é, entretanto, maior do que o de 2000, quando apenas 19 municípios estavam nessa faixa de pontuação.
13
Dentre outros fatores, o desenvolvimento industrial deve-se à localização privilegiada da cidade. A proximidade de Hortolândia ao
Aeroporto Internacional de Viracopos, a presença de importantes vias rodoviárias no seu entorno e o fato de a cidade estar situada numa
região de grande concentração de desenvolvimento, considerada pólo científico e industrial do País, são fatores fundamentais para atrair
novos empreendimentos.
14
Para permanecer entre os 100 primeiros do IFDM Emprego&Renda em 2007 foi preciso obter um indicador superior a 0,8491 pontos.

23
para a segunda posição, enquanto Curitiba (0,8975), que figurava na 14ª colocação, ocupou
a terceiro lugar em 2007. À exceção de Maceió (0,7960), Porto Velho (0,7704) e Rio Branco
(0,6700), todas as capitais encontram-se acima da divisão de 0,8 pontos sendo, portanto,
classificadas como municípios de alto desenvolvimento na área de Emprego&Renda.

Entre as 500 primeiras colocações da vertente Emprego&Renda , fica clara a relevância dos
estados mais industrializados do País. Nesse grupo, figuram 183 municípios de São Paulo
(36,3%), 60 de Minas Gerais (12,0%) e 41 do Paraná (8,2%). Em termos relativos, entretanto,
considerando a quantidade de municípios de cada estado, São Paulo aparece com 28,4% de
seus municípios entre os 500 primeiros, Rio de Janeiro com 27,2% (25 municípios), e Santa
Catarina com 11,3% (33 municípios).

Dentre os índices estaduais, o Rio de Janeiro ficou com a primeira colocação no ranking
IFDM-Emprego&Renda (0,8810 pontos), trocando posição com São Paulo (0,8695), que caiu
para a segunda colocação. Em terceiro lugar ficou o Paraná (0,8427).

Baixo
Regular
Moderado
Alto

Baixo
Regular
Moderado
Alto

15
Para estar entre os 500 primeiros do IFDM Emprego&Renda em 2007 foi preciso obter um indicador superior a 0,6186 pontos.

24
Por último, o gráfico de dispersão de emprego&renda não tem um padrão de comportamento
definido, o que reflete o caráter conjuntural característico dessa vertente, com variações
acentuadas – tanto positivas quanto negativas – e presença maior de municípios com níveis
mais baixos de desenvolvimento.

II. Educação

O IFDM-Educação foi idealizado para captar tanto a oferta como a qualidade da educação
infantil e do ensino fundamental nos municípios brasileiros, de acordo com as competências
constitucionais dos municípios.

Desse modo, apesar de não ser viável e/ou eficiente esperar que haja uma universidade em
todo município brasileiro – nem mesmo ensino médio, esse de competência estadual – pode-
se exigir que todo município apresente ensino fundamental de qualidade. Uma das formas de
distribuição de riqueza é a garantia de educação em alto nível, possibilitando oportunidade
para que homens e mulheres não apenas realizem seu potencial como indivíduos, mas também
deem um passo importante para a conquista da cidadania.

O IFDM-Educação 2007 capturou aumento dos níveis de desenvolvimento no Brasil. O índice


nacional registrou crescimento de 4,4% em relação a 2006, passando de 0,6787 para 0,7083.
Em 2007, 77,0% dos municípios brasileiros obtiveram índice de educação superior a 0,6
pontos (nível de desenvolvimento de moderado a alto). Vale a pena lembrar que em 2006 esse
percentual era de 64,4% e em 2000, de apenas 39,7%. O melhor resultado veio do município
de Terra Roxa-SP (0,9931), que conseguiu nota máxima na variável IDEB acompanhada pelo
IFDM16. Na outra ponta, o pior resultado ficou com Bagre-PA (0,3337), que, mesmo com baixo
nível de desenvolvimento, mostrou alguns avanços na área em 2007.

No ranking de Educação, a supremacia paulista salta aos olhos: dos 100 primeiros lugares em
2007, 92 municípios pertencem ao estado de São Paulo. Contudo, em 2007, ocorreu importante
evolução em outros estados: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina aumentaram sua
participação entre os 500 melhores, com mais 18, 16 e 14 municípios, respectivamente, pela
melhoria da Educação Básica 17.

Diante do ótimo desempenho de seus municípios, São Paulo figura como primeiro do ranking
IFDM-Educação estadual (0,8697 pontos) – único com índice de alto desenvolvimento na

16
A nota média do IDEB 2007 (peso de 25% no IFDM-Educação) do município de Terra Roxa foi 6,35 (acima ou igual a 6, o
indicador IDEB recebe nota máxima, ou seja, 1). Esse resultado está acima da meta fixada pelo Ministério da Educação para
2021,o que demonstra o avanço do município. Somente mais nove municípios conseguiram desempenho similar: Taquarivaí-SP
(6,25), Turmalina-SP (6,05), Três Arroios-RS (6,10), Santa Rita D’Oeste-SP (6,25), Santa Fé do Sul-SP (6,50), Adolfo-SP (6,25),
Cosmorama-SP (6,00), Candido Godói-RS (6,00) e Centenário-RS (6,00).
17
Entre os 500 melhores IFDM-Educação, 77,4% continuam sendo de municípios de São Paulo. Para figurar entre as 500 primeiras
colocações do IFDM Educação em 2007 foi preciso apresentar indicador superior a 0,8426 pontos.

25
vertente – seguido por Distrito Federal (0,7922) e Santa Catarina (0,7909), que estão na
fronteira para obter a classificação de alto desenvolvimento.

A tonalidade azul escura no mapa ilustra claramente a posição privilegiada da educação de


São Paulo e o avanço de outros estados como Santa Catarina e Minas Gerais, bem como
da região Centro-Oeste. Pode-se observar ainda a diminuição dos pontos em vermelho (que
representam baixo desenvolvimento) no Nordeste. Somada a esses dados, a análise do gráfico
de dispersão da variação do índice mostra concentração nos quadrantes à direita, indicativos
de crescimento do índice de educação, o que reforça a existência de reais avanços nessa
área. De fato, 83,0% dos municípios tiveram alta do IFDM-Educação em 2007.

Entre as capitais, pela ordem, aparecem São Paulo (0,8125), Vitória (0,8084), Rio de Janeiro
(0,7992) e Brasília (0,7747). Macapá (0,5929) e Maceió (0,5739) são as únicas capitais com
nível de desenvolvimento regular nessa vertente (abaixo de 0,6 pontos) e, portanto, figuram
nas últimas posições.

Baixo
Regular
Moderado
Alto

Baixo
Baixo
Regular
Regular
Moderado
Moderado
Alto
Alto

26
III. Saúde
Segundo a OMS, a atenção básica “é o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da
comunidade com o sistema nacional de saúde pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais
proximamente possível aos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro
elemento de um continuado processo de assistência à saúde18”. Partindo da premissa de que
o nível primário de atendimento à população é prioritário e deve existir em todos os municípios
brasileiros19, o IFDM adotou as variáveis Atendimento Pré-Natal, Óbitos Mal Definidos e Óbitos
Infantis por causas evitáveis por se constituírem fatores reconhecidamente de atenção básica.

Em 2007, o IFDM-Saúde nacional cresceu 1,7%, alcançando 0,7830 pontos e apresentando


a mesma taxa de variação observada de 2005 para 2006. Dez municípios atingiram a
nota máxima (cinco a mais do que em 2006), sendo nove do Rio Grande do Sul e um de
Santa Catarina: Alto Alegre, Saldanha Marinho e Rondinha (esses três pelo segundo ano
consecutivo), Capitão, Paim Filho, Nicolau Vergueiro, Montauri, Inhacora, Guabiju e Paial-SC.
Na outra ponta, o menor índice ficou com Santa Rosa do Purus-AC (0,3410).

Mais de 90% dos municípios obtiveram índice superior a 0,6 pontos 20 (nível de desenvolvimento
de moderado a alto). Vale lembrar que em 2006 essa participação era de 84,7% e em
2000, 62,3%. Destaque para o avanço do numero de municípios com mais alto nível de
desenvolvimento (acima de 0,8 pontos), que ultrapassaram os 17,2% de 2000 e os 38,4% de
2006 , chegando a 42,2% em 2007.

O mapa georreferenciado abaixo evidencia o avanço generalizado da Saúde básica no País:


crescimento das áreas azuis e diminuição das áreas amarelas. É clara também a divisão entre
Norte-Nordeste, com menor desenvolvimento, e Sul-Sudeste, com maior desenvolvimento. No
gráfico de dispersão, a concentração de municípios nos quadrantes à direita permite constatar
que a Saúde básica avançou no Brasil entre 2006 e 2007.

Entre as unidades da Federação, apesar da variação positiva de todos os índices, não


ocorreram mudanças significativas no ranking. O Paraná manteve o primeiro lugar (0,8762
pontos), seguido por São Paulo (0,8700) e pelo Rio Grande do Sul (0,8546). Com a evolução
de Mato Grosso do Sul (acima da linha de 0,8 pontos), passam a ser dez os estados com
índice de desenvolvimento alto em 2007.

18
A Declaração de Alma-Ata (1978) é considerada a primeira declaração internacional que despertou a importância da atenção
primária em saúde e, desde então, é defendida pela OMS.
19
O mesmo não pode ser dito dos níveis mais elevados de atendimento – secundário e terciário - que demandam estruturas e
serviços especializados, ainda que encaminhados pelo nível primário. Não é plausível, nem economicamente viável, exigir dos 5.564
municípios brasileiros exames e hospitais de ponta, equipes especializadas e serviços em todas as áreas.
20
Vale enfatizar que o IFDM acompanha exclusivamente variáveis passíveis de averiguação em âmbito nacional, razão pela qual um
diagnóstico mais detalhado da qualidade da Saúde de cada município brasileiro deve ser complementado pela leitura de indicadores
locais, ressalvadas as características dessas populações e o atendimento de saúde em níveis mais complexos.

27
Importante ressaltar que, apesar do terceiro lugar no ranking estadual, o Rio Grande do
Sul conseguiu, pelo terceiro ano consecutivo, colocar o maior número de municípios entre
os melhores IFDMs-Saúde: 54 entre os 100 primeiros. Expandindo a análise para os 500
primeiros municípios 21, nota-se novamente aumento na participação do Rio Grande do Sul,
que passa a responder por quase um terço dos municípios nessa região do ranking (31,4%).

Entre as capitais, os melhores resultados de 2007 foram novamente auferidos por Curitiba
(0,9403), Campo Grande (0,8969), Vitória (0,8860) – que ganhou duas posições –, Goiânia
(0,8791) e Porto Alegre (0,8775). Ao mesmo tempo, as últimas colocações, com leve alternância
de posições, continuaram com Rio Branco (0,7227), Manaus (0,7090), Fortaleza (0,7069),
Porto Velho (0,6978) e Macapá (0,6500).

Baixo
Regular
Moderado
Alto

Baixo
Regular
Moderado
Alto

21
Para estar entre as 500 primeiras colocações foi preciso apresentar índice superior a 0,9126 em 2007.

28
Anexo Metodológico (informativo)

O IFDM considera, com igual ponderação, as três principais áreas de desenvolvimento


humano: Emprego&Renda, Educação e Saúde. A leitura dos resultados – seja por áreas de
desenvolvimento, seja pela análise dos índices finais – é bastante simples, variando entre 0 e
1 (quanto mais próximo de 1, maior será o nível de desenvolvimento da localidade).

Com base nessa metodologia, estipularam-se as seguintes classificações:


a) municípios com IFDM entre 0 e 0,4 à baixo estágio de desenvolvimento;
b) municípios com IFDM entre 0,4 e 0,6 à desenvolvimento regular;
c) municípios com IFDM entre 0,6 e 0,8 à desenvolvimento moderado;
d) municípios com IFDM entre 0,8 e 1,0 à alto estágio de desenvolvimento.

Por ter periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional, a metodologia do


IFDM é pioneira e única, na medida em que possibilita o acompanhamento do desenvolvimento
humano, econômico e social de todos os municípios brasileiros.

A defasagem temporal de três anos entre o IFDM e sua divulgação decorre do fato de serem
utilizadas apenas estatísticas oficiais. Com efeito, somente em 2010 foi possível reunir
concomitantemente dados dos Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho para o ano
sob análise. 

29
A primeira área abordada pelo IFDM é o emprego formal e a renda da população empregada.
Além de apresentar efeito multiplicador da maior qualidade, o emprego formal impacta
diretamente na economia como um todo, gerando aumento da movimentação da renda criada,
melhoria do acesso ao crédito e incremento da circulação legal de mercadorias e serviços.

Além disso, nos locais onde ocorre alta formalização do mercado de trabalho, recolhem-
se mais tributos, melhoram-se as condições de trabalho e respeitam-se muito mais as leis
trabalhistas, o que faz com que as empresas elegíveis à atuação nos mercados nacional e
internacional se tornem mais competitivas.

Conforme apontado pelo Índice do Emprego Formal do BNDES 22, existe clara vinculação
direta entre a qualidade de vida de uma localidade e sua taxa de emprego formal, resultado da
relação entre o número de empregos e a população em idade ativa de determinado município,
gerando, inclusive, impacto positivo sobre as condições do trabalho informal.

O IFDM-Emprego&Renda acompanha a movimentação e as características do mercado formal de


trabalho, com base nos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho. As vertentes emprego
formal e salário médio mensal têm o mesmo peso no indicador final de emprego e renda, cabendo
a cada uma 50% do total.

O emprego formal é composto por três indicadores, o que possibilita visão mais ampla sobre as
condições de geração de emprego. A primeira variável é Taxa de Geração de Emprego Formal
sobre o Estoque de Empregados, com peso de 10% no indicador final de Emprego&Renda.
A segunda, também com peso de 10%, é a Média Trienal de Criação de Emprego, que
permite lançar um olhar de sustentabilidade quanto à variação do emprego. Por fim, leva-se
em consideração o Saldo Anual Absoluto de Geração de Empregos (peso de 30%) , que
privilegia a análise dos dados mais recentes 23.

22
Emprego Formal, Qualidade de Vida e o Papel do BNDES em: REVISTA DO BNDES, RIO DE JANEIRO, V. 14, N. 27, P. 5-26,
JUN. 2007.
23
Para o ano t, o peso foi de 15% e para os anos t-1 e t-2, 10% e 5%, respectivamente.

30
O indicador do salário médio mensal também é constituído por três indicadores, o que
possibilita avaliar as condições de renda e poder de compra da população de cada município.
A primeira vertente é a Taxa de Crescimento do Salário Médio (peso de 7,5%), a segunda
mede a tendência de Crescimento Trienal Médio do Salário (peso de 7,5%) e a terceira
avalia o Valor Corrente Trienal do Salário (peso de 35%), com o objetivo de captar o poder
de compra propriamente dito

A segunda área do IFDM, a Educação, constitui-se em um dos principais pilares para o


desenvolvimento de um país. Não é por acaso que os países que conseguiram dar um salto em
seu desenvolvimento realizaram grandes reformas em seus sistemas educacionais. Com efeito,
uma população com educação de qualidade está mais apta a receber investimentos produtivos
na economia, pois possui mão de obra mais qualificada – ou mais facilmente qualificável,
capaz de incorporar novas tecnologias e adaptar-se às exigências do mundo moderno.

Do mesmo modo, o retorno de uma educação de qualidade não se restringe apenas ao aluno, ou
à escola, mas, sobretudo, à comunidade onde a escola se insere, reforçando os valores morais,
éticos e sociais e traçando as principais diretrizes para a conduta da vida em sociedade.

O IFDM-Educação foi idealizado para captar tanto a oferta como a qualidade da educação do
ensino fundamental e pré-escola, oferecida nos municípios brasileiros, em escolas públicas e
privadas, segundo as competências constitucionais de todo município. Desse modo, se não se
espera que haja uma universidade – ou até mesmo ensino médio, esse de competência estadual
– pode-se ao menos exigir que todo município apresente ensino fundamental de qualidade.

Para atingir tal finalidade, definiu-se um conjunto de indicadores para a composição do IFDM-
Educação. No que tange ao ensino infantil, considerou-se o número de matrículas em creches
e pré-escolas registradas, comparativamente ao número de crianças pertencentes à faixa etária
adequada a esta modalidade educacional (de 0 a 5 anos de idade), com base nos dados do
Censo Escolar de 2000 24.

24
Como o crescimento vegetativo vem apresentando queda ao longo das últimas décadas, podemos estimar que a população em
idade escolar obrigatória diminuiu nos últimos anos, diminuindo também a matrícula escolar. Por esse motivo, é possível utilizar os
dados do Censo 2000 como denominador fixo, sem o risco de se incorrer em grandes distorções, capazes de prejudicar o resultado
do município avaliado.
25
Estima-se que atualmente o percentual de crianças matriculadas em idade escolar já ultrapasse os 98%.

31
Considerando o ensino fundamental, houve um grande salto na cobertura oferecida para
crianças em idade escolar. Se em 1970 esse percentual era de 67%, no último censo em
2000, 96,4% das crianças em idade escolar estavam matriculadas 25. Dessa forma, muito mais
do que investigar quantos vão à escola, a verdadeira questão que se impõe é o quanto se
aprende na escola. Para tentar responder a essa questão, foram selecionados os seguintes
indicadores:
a) Taxa de Distorção Idade-série;
b) Percentual de Docentes com Curso Superior;
c) Número Médio Diário de Horas-Aula;
d) Taxa de Abandono Escolar; e
e) Resultado Médio no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

Ao ensino fundamental foi atribuído peso de 80% do IFDM, distribuído entre seus cinco
indicadores: 55% para indicadores-meio e 25% para indicadores-fim 26. Por seu poder de
influenciar a aprendizagem futura, o residual de 20% foi alocado para o ensino infantil.

A terceira e última área considerada no IFDM foi a Saúde. Analisar a Saúde através das
estatísticas disponíveis é sempre um desafio, pela falta de consenso entre os pesquisadores
sobre quais os melhores indicadores da situação do serviço público – principalmente se
considerarmos as distintas realidades brasileiras.

A principal dificuldade está em encontrar dados fidedignos relativos a uma determinada


localidade. Primeiramente, pela própria característica do sistema de Saúde, capilar e de
atendimento nos municípios-polos, ou seja – frequentemente realizado em município diferente
do de residência do paciente. Há que se registrar também a baixa qualidade dos registros
– mesmo os obrigatórios e municipalizados – como os da atenção básica, onde ocorre com
frequência a sub ou super notificação.

Para minimizar esses problemas, o IFDM-Saúde procurou focar na saúde básica e utilizar
bancos de dados considerados pelos especialistas como relevantes e confiáveis. Foram
então priorizados os bancos de dados dos Sistemas de Informação sobre Mortalidade 27 (SIM)
e os bancos de dados sobre Nascidos Vivos (Sinasc). Ademais, optou-se por indicadores

26
Referente ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
27
O SIM (SIM/SVS/MS) foi criado pelo Ministério da Saúde em 1975 para a consolidação de dados sobre mortalidade, com
abrangência nacional, sendo alimentado pelas secretarias municipais e estaduais de saúde com base na Declaração de Óbito.

32
de variáveis de controle reconhecidamente local, uma vez que não se pode exigir dos 5.564
municípios brasileiros hospitais de ponta em todas as especialidades médicas.

Dessa forma, o indicador IFDM-Saúde objetivou avaliar a qualidade do Sistema de Saúde


Municipal referente à Atenção Básica. Com peso de 33,3% para cada indicador, as variáveis
acompanhadas foram: Quantidade de Consultas Pré-Natal, Taxa de Óbitos Mal-Definidos; e
Taxa de Óbitos Infantis por Causas Evitáveis.

A primeira vertente mede a qualidade do atendimento à gestante, considerado um dos


procedimentos mais básicos que um município deve oferecer à sua população. O indicador de
Óbitos por Causas Mal Definidas está relacionado ao acesso aos serviços de saúde, uma vez
que o indicador permite inferir a qualidade da atenção médica, que, em geral, varia na mesma
direção das variações da qualidade no preenchimento das declarações de óbito28. Finalmente,
dados sobre morte evitável podem constituir indicadores sensíveis à qualidade da atenção básica à
Saúde, dos quais podem derivar medidas de resultado ou de impacto sobre a ação pública.

BOX: Quais são as principais vantagens do IFDM em comparação com o IDH-m?

Enquanto o IFDM é anual, o IDH-m é decenal*. Dessa forma, graças ao IFDM, é possível
assistir ao filme em vez de ver apenas fotos esparsas a cada dez anos. Assim, o IFDM pode ser
considerado uma ferramenta de gestão pública, na medida em que permite o acompanhamento
sistemático da realidade dos municípios brasileiros.

O IFDM permite a comparação relativa e a absoluta entre municípios ao longo do tempo,


uma vez que sua metodologia possibilita determinar com precisão se a melhora relativa ocorrida
em determinado município decorre da adoção de políticas específicas, ou se o resultado obtido
é apenas reflexo da queda dos demais municípios. O IDH-m, por sua vez, permite apenas
a comparação relativa, pois as notas de corte são determinadas pela amostra do ano em
questão.

Enquanto o IFDM foi criado para avaliar o desenvolvimento dos municípios, com
variáveis que espelham, com maior nitidez, a realidade municipal brasileira, o IDH-m é mera
adaptação do IDH, desenvolvido para analisar os mais diferentes países.

* O IDH-m é realizado com base nos dados do Censo Populacional que, atualmente, é realizado no Brasil a cada dez anos.

28
Fonte: Pesquisas do Ministério da Saúde e da FIOCRUZ

33

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