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ENFERMAGEM ONCOLOGIA

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ÍNDICE
Oncologia - introdução.............................................................................................. 3
Conceitos Básicos..................................................................................................... 3
Detecção Precoce do Câncer.................................................................................... 4
Estadiamento Geral do Câncer (Simplificado)........................................................... 5
Causas do Câncer..................................................................................................... 5
Vida Saudável Previne o Câncer................................................................................ 12
Modalidades Terapêuticas.......................................................................................... 13
Cuidados Paliativos.................................................................................................... 13
Tratamento do Futuro ............................................................................................... 16
Dor Oncológica.......................................................................................................... 18
Câncer de cabeça e Pescoço.................................................................................... 22
Câncer de Bexiga...................................................................................................... 23
Câncer de Colo Uterino............................................................................................. 25
Câncer de Mama....................................................................................................... 27
Osteossarcoma ......................................................................................................... 29
Câncer na Infância e Adolescência .......................................................................... 31
Quimioterapia............................................................................................................. 34
Radioterapia............................................................................................................... 39
Processo de Luto, Morte e o Morrer........................................................................... 42
Direitos Sociais da Pessoa com Câncer................................................................... 51
Referencias ............................................................................................................... 58

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Oncologia
Introdução

Câncer sempre foi palavra assustadora para todos, mesmo para os médicos. Quando recebem este
diagnóstico, muitos têm a reação de quem acabou de ser condenado à morte. Apesar das
informações e dos grandes avanços terapêuticos obtidos na área, nos últimos anos, a primeira
reação ainda é de desespero.
Existem, no entanto, muitas idéias erradas em nosso meio sobre o câncer. Hoje, no Brasil, é possível
fazer diagnósticos precisos, tratamentos apropriados, obter qualquer tipo de informação. E isto tudo,
quando acompanhado de um bom suporte emocional, pode curar ou controlar o tumor e ainda
oferecer uma boa qualidade de vida aos pacientes. Estude sobre o câncer!
Conceitos Básicos:
Definição
Câncer (ou neoplasia, ou tumor maligno) é uma classe de doenças caracterizadas pelo crescimento
descontrolado de células aberrantes. O câncer pode matar devido à invasão destrutiva de órgãos
normais por estas células, por extensão direta ou por disseminação à distância, que pode ser através
do sangue, linfa ou superfície serosa.
O comportamento anormal das células cancerosas é geralmente espelhado por mutações genéticas,
expressões de características ontológicas, ou secreção anormal de hormônios ou enzimas.
Todos os cânceres têm o potencial de invasão ou de metastatização, mas cada tipo específico tem
características clínicas e biológicas, que devem ser estudadas para um adequado diagnóstico,
tratamento e acompanhamento.

Incidência e Mortalidade
As neoplasias são a terceira maior causa de morte no Brasil (superadas apenas pelas doenças do
aparelho circulatório e pelas causas externas / violência). Espera-se que no meio do século 21 o
câncer já seja a principal causa de morte no Brasil.
Os motivos que levam ao crescimento da incidência do câncer são o aumento da expectativa de vida
da população em geral, associada a maior exposição a fatores de risco. O tipo de câncer que mais
cresce é o de pulmão, principalmente devido à propagação do hábito de fumar, que cresce desde há
40 anos.
No Brasil os registros estatísticos sobre o câncer ainda são bastante falhos, e não retratam a
realidade brasileira. Nos últimos anos há uma tentativa de dar maior confiabilidade aos dados
divulgados, e esperamos em breve poder conhecer melhor o que ocorre em nosso país. Os leitores

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podem encontrar os dados estatísticos mais atualizados sobre câncer no site do Instituto Nacional do
Câncer, que centraliza os dados nacionais.
Vários elementos podem causar ou contribuir diretamente para a ocorrência de uma seqüência de
eventos que levem ao surgimento do câncer. O caminho final comum dos cânceres é alguma
alteração genética, que converte uma célula bem constituída, participante do corpo como um todo,
numa outra, "renegada", destrutiva, que não responde mais a comandos de uma comunidade de
células.
Promotores (oncogenes) e supressores têm um papel central e decisivo em muitos casos.
Substâncias químicas (como o benzeno e nitrosaminas), agentes físicos (como radiação gama e
ultravioleta), e agentes biológicos (como alguns tipos de vírus), contribuem para a carcinogênese em
algumas circunstâncias. O agente carcinogênico mais importante para a população em geral é o
tabaco, pois ele causa ou contribui para o desenvolvimento de aproximadamente um terço de todos
os cânceres, principalmente em pulmão, esôfago, bexiga e cabeça e pescoço.

Detecção Precoce do Câncer


Quando a prevenção do câncer através da mudança de hábitos não é possível, a detecção precoce é
a melhor estratégia para reduzir a mortalidade. Campanhas de esclarecimento da população, e
também de profissionais de saúde são feitas nesse sentido. Infelizmente, no Brasil são bastante
falhas.
A oncologia, nos últimos anos, tornou-se uma complexa e interessante disciplina que conta com o
auxílio de outras especialidades, como cirurgia, pediatria, patologia, radiologia, psiquiatria e outras,
que faz do sucesso um mérito das ações multidisciplinares. Há três passos principais na oncologia,
para o bem do paciente.
O primeiro objetivo trata de curar os pacientes, para devolvê-los a um lugar na sociedade. Deve ser
tentado em todos os tipos de câncer, mesmo naqueles em que a chance de cura é pequena. Requer
uma atitude de esperança e determinação para se derrotar dificuldades e perigos, e às vezes para se
enfrentar insucessos.
Se mesmo assim a cura não é possível, o médico deve apontar ao segundo objetivo, que seria uma
longa e satisfatória remissão da doença, deixando o paciente bem consigo mesmo pelo maior tempo
possível, longe de efeitos da doença e de hospitalizações. Quando a chance de remissão é remota, o
objetivo passa a ser controlar a doença e seus sintomas pelo uso correto de terapêutica paliativa.
O objetivo final visa melhorar a qualidade de vida do paciente, e não apenas o prolongamento de
uma vida sofrida. O médico deve ajudar o paciente a manter a sua dignidade, entender sua fraqueza,
e evitar sentimentos de frustração, animosidade ou até excessiva amizade, para desenvolver o bom
julgamento para o interesse do paciente. O principal é sensibilidade e bom senso.
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Estadiamento Geral do Câncer (Simplificado)
Estágio 1. Localizado. Geralmente confinado ao órgão de origem. Geralmente curável com medidas
locais, como cirurgia ou irradiação.
Estágio 2. Localizado, mas extenso. Pode se estende para fora do órgão de origem, mas mantém a
proximidade. É às vezes curável com medidas locais (cirurgia e irradiação), às vezes em conjunto
com a quimioterapia.
Estágio 3. Disseminado Regionalmente. Estende-se para fora do órgão de origem, atravessando
vários tecidos. Pode atingir linfonodos (gânglios) na região do tumor. Tem ainda o potencial de ser
curado, embora as recidivas sejam mais freqüentes. O tratamento local ou sistêmico depende das
características do tumor.
Estágio 4. Disseminado difusamente. Geralmente envolve múltiplos órgãos distantes e é raramente
curável.

Causas do câncer (em números)


Em muitos aspectos, o câncer é uma obra do acaso, uma infeliz convergência de um erro genético
com agressão ambiental. Ambiente, neste contexto, refere-se a qualquer causa externa, e não
apenas o ar, a água e o solo.
De fato, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, o câncer não está "ao nosso redor".
Apenas 2% das mortes por câncer são causadas pela poluição ambiental. O fator predominante é,
sem dúvida, o comportamento humano - tabagismo, maus hábitos alimentares, sedentarismo -
responsável por quatro em cada cinco casos de câncer.

Porcentagem nas mortes Associada com estes tipos


Causa
por câncer de câncer
Pulmão, esôfago, laringe, garganta,
Tabaco 30%
cavidade oral, bexiga, rim, pâncreas

Mama, cólon, reto, próstata, endométrio


Maus hábitos alimentares e obesidade 30%
(útero), ovário, intestino delgado

Cólon, próstata, mama, endométrio


Sedentarismo 5%
(útero), ovário

Mama, ovário, cólon, próstata, pulmão,


pâncreas, rim, estômago, tireóide,
Herança genética 5%
melanoma, cérebro, sarcomas de partes
moles, fígado, leucemia, linfomas

Fígado, colo do útero, linfomas,


Vírus e outros agentes infecciosos 5% nasofaringe, sarcomas de partes moles,
estômago, leucemia

5
Pulmão e pleura, bexiga, pele, laringe,
Carcinógenos ocupacionais cavidade nasal, leucemia, garganta,
5%
(da profissão) linfomas, fígado, sarcomas de partes
moles

Fígado, cavidade oral, laringe, garganta,


Etilismo 3%
esôfago, mama

História reprodutiva Mama, endométrio (útero), colo do útero,


3%
(exposição a hormônios e outros fatores) ovário

Poluição ambiental 2% Pulmão

Radiação ambienal
2% Melanoma e pele em geral
(solar)

Sal, aditivos alimentares e contaminantes 1% Estômago, fígado, intestino delgado

Tratamentos médicos prévios Leucemias, tireóide, mama, cérebro,


(radioterapia, quimioterapia, 1% bexiga, linfomas, sarcomas de partes
imunossupressão, terapia hormonal) moles, endométrio (útero)

Outros fatores em geral 8%

O câncer é fundamentalmente uma doença genética. Quando o processo neoplásico se instala, a


célula-mãe transmite às células filhas a característica neoplásica. Isso quer dizer que, no início de
todo o processo está uma alteração no DNA de uma única célula. Esta alteração no DNA pode ser
causada por vários fatores, fenômenos químicos, físicos ou biológicos. A esta alteração inicial damos
o nome de estágio de iniciação.

Uma só alteração no DNA não causa câncer,são necessárias várias mutações em seqüência, que
ao mesmo tempo não sejam mortais para a célula, e causem lesões estruturais suficientes para
causarem uma desregulação no mecanismo de crescimento e multiplicação.
O estágio de promoção é o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente
alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como
oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para
que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente
cancerígeno promotor.

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Observamos que o câncer ocorre mais freqüentemente em pessoas idosas. A partir dos 55 anos, a
incidência da doença cresce em nível exponencial. Isso quer dizer que quanto mais tempo uma
pessoa tem para expor seu material genético a um fator qualquer que possa alterá-lo, maior será a
chance disso acontecer.Todas as células têm um mecanismo de reparo do DNA. Mutações
genéticas mínimas ocorrem muito freqüentemente, em todas as pessoas. Só que não desenvolvemos
câncer rapidamente porque nossos mecanismos de reparo são em geral eficientes. Só que quanto
mais tempo se passar, maior será a chance de um "escape". Se vivêssemos até 200 anos, todos
provavelmente teríamos algum tipo de câncer. Isso porque passou tempo suficiente para que se
acumulassem mutações genéticas em nossas células.
Se o tempo é um fator importante para permitir ao organismo uma maior exposição a elementos
potencialmente lesivos para o DNA celular, a exposição a uma maior quantidade desses elementos
lesivos também exerce grande importância no desenvolvimento do câncer.
A esses elementos lesivos que acabam por acarretar um aumento na probabilidade de ocorrência de
lesões no DNA, e portanto, aumento da incidência de neoplasias, é dado o nome de carcinógenos.
A ocorrência de mutações, logicamente, ocorre no momento da divisão celular. Isso porque a célula
deve estar duplicando o seu DNA, e a possibilidade de erros é maior. Assim, substâncias que levam a
um aumento na população de determinadas células são também, indiretamente, agentes capazes de
aumentar a ocorrência de mutações genéticas.
A radiação é um tipo de carcinógeno que age lesando diretamente o DNA da célula.
A inflamação crônica de algum órgão, como o intestino, por exemplo, causa aumento da divisão
celular, e aumenta a chance de alguma mutação. Dessa forma, gorduras animais, que causam um
tipo de inflamação na mucosa intestinal, são carcinógenos "indiretos". É por essa razão que se
orienta uma dieta com fibras. Essa dieta aumenta o volume do bolo fecal, diminuindo o tempo de
exposição de todas as substâncias à mucosa intestinal, além de diminuir a concentração da gordura
animal na massa fecal total.
A ação de hormônios é semelhante. Eles aceleram a divisão celular de alguns tipos de células,
facilitando a ocorrência de mutações.
O fumo, por sua vez, desenvolve uma ação carcinogênica mista. Ele é capaz tanto de lesar o DNA
das células do corpo inteiro, diretamente, quanto irritar mucosas, causando inflamação crônica na

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boca, garganta, brônquios e pulmões. É por isso que o fumo pode causar também câncer de bexiga e
pâncreas, por exemplo, não ficando limitado apenas às vias aéreas.
As neoplasias ditas hereditárias estão relacionadas com a perda de genes supressores de tumor.
Isso explica a quase totalidade das doenças neoplásicas que existem em crianças, geralmente
produzidas por um aumento da predisposição ao desenvolvimento de tumores já ao nascimento.
Outras situações em que pode ocorrer lesão direta do DNA é quando ocorre invasão celular por
vírus. Como exemplo mais evidente temos o vírus das hepatites B e C, que a longo prazo podem
causar câncer hepático. Também há a associação do papilomavirus (HPV) com o câncer de colo de
útero. As alterações específicas geradas no DNA que estes tipos de vírus causam ainda não estão
bem determinadas. O que se sabe é que pode haver uma completa integração do genoma do vírus
no genoma (DNA) da célula hospedeira, sendo que esta célula dará origem à oncogênese.
O estágio de progressão é o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação
descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo
até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença.

Não podemos encarar o câncer como um processo que tenha uma causa específica. A neoplasia é o
produto de um processo genético inicial, invariavelmente seguido de um outro, e assim por diante,
desencadeando algo como uma cascata de derrubadas de dominó. Por carcinogênese se entende,
portanto, todo o processo que se inicia na primeira mutação e termina nas alterações moleculares
que resultam no câncer clinicamente detectado.
Emoções podem causar tumores malignos
Nos últimos anos, tem crescido a suspeita de que a mente tem um papel importante em influenciar o
desenvolvimento do câncer. Uma teoria popular sugere que estados emocionais, como a depressão,
podem estimular o crescimento de uma doença maligna. Outra teoria sustenta que o estresse e
sentimentos negativos suprimem a função imunológica, que é tida como crucial para a prevenção da
doença.
Uma grande indústria promove livros, artigos, vídeos, leituras e palestras dedicadas à proposição de
que emoções, pensamentos e atitudes positivas podem manter o câncer à distância e mesmo
derrotá-lo quando ele já se instalou.
Alguns pesquisadores psicológicos encontram alguns traços e agrupam-nos em uma "personalidade
pró-câncer". Outros indicam estratégias mentais para derrotar a malignidade. De fato, até alguns
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estudos "mente-corpo" mais radicais chegam perto de culpar os doentes, por terem falhado na luta
contra a doença.
A verdade científica destas afirmações é variável. Poucos estudos científicos mostram uma relação
entre fatores mentais e o início ou desenvolvimento do câncer, e outros mostram que não existe nada
relacionado. Críticos, ainda, mostram que os estudos que indicam a relação entre o status emocional
e o câncer são mal desenhados e mal conduzidos.
No início de 2003 foi publicado o primeiro estudo com padrão científico rigoroso, que mostrou que
mulheres que passaram por momentos de stress emocional apresentam chance maior do
desenvolvimento de câncer de mama. Em especial, mulheres após o divórcio ou a morte do cônjuge
apresentaram chances aumentadas da doença.
O que sabemos é que realmente deve existe algum impacto do estado emocional na progressão da
doença. Os mecanismos exatos e em que doenças o impacto é maior ainda não sabemos ao certo.
Porém, comprovadamente, existe um modo em que as emoções podem afetar o risco de câncer de
forma direta: o hábito de fumar, alcoolismo, e outros comportamentos ligados ao câncer às vezes
representam uma alternativa que caminha junto com o estresse e depressão
A probabilidade de cura depende basicamente do tipo de câncer e do seu estágio. Alguns tumores
malignos como os de pele, linfomas de Hodgkin e seminomas de testículo, têm alto índice de cura
mesmo em fases avançadas. Outros, como câncer do pulmão, do estômago, e do pâncreas,
costumam ter resultados ruins na maior parte das vezes, mesmo quando detectados em estágios
mais iniciais. Isto porque são tumores que se espalham rapidamente pelo sangue, para outros
lugares do corpo ou insistem em voltar, apesar dos tratamentos disponíveis.
A maior parte dos tumores malignos tem alto índice de cura, com poucas complicações, se o
diagnóstico é feito precocemente. Ao contrário, quando o diagnóstico é tardio, tem baixo índice de
cura e usualmente mais complicações.
É importante lembrar que mesmo pacientes que não têm cura podem viver por muitos anos e com
excelente qualidade de vida, com a doença controlada e tratada, como uma doença crônica. Isto é
comum em oncologia, portanto, ainda mais por esta razão, todo caso de câncer, mesmo em fase
adiantada, deve ser visto por um oncologista.
Uma das situações mais dramáticas pelas quais passam os médicos que tratam pacientes com
câncer é a de reconhecer que não há mais possibilidade de tratamento curativo. Ou seja, nada
conhecido pode curar o paciente. Muitas vezes o desespero do paciente ou da família acaba indo de
encontro com interesses de charlatães que oferecem vários tipos de tratamentos alternativos sem
nenhuma prova científica de benefício, mas que podem acabar com as economias da família e, mais
que isso, piorar a qualidade de vida do paciente.

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Câncer é a doença crônica mais curável hoje. Nos países desenvolvidos, cerca de 50% dos casos
são curados. Infelizmente, no Brasil estima-se que este número seja menor, principalmente pelo fato
de que os diagnósticos são feitos mais tardiamente.
Sintomas persistentes são especialmente importantes como alertas para o câncer. Apesar de na
maioria das vezes serem alarmes falsos, é sempre melhor ter os sintomas checados.
É difícil lembrar de todos os sintomas dos mais de 200 tipos de câncer, então, estabeleço os
seguintes 7 sintomas que são pistas comuns do câncer:
1. mudança no hábito intestinal ou urinário
Uma mudança na rotina de quantas vezes se vai ao banheiro, para urinar ou evacuar. Uma mudança
em qualquer rotina pode ser um sinal de câncer: constipação crônica, ou, contrariamente, diarréia de
longa duração, podem ser sintomas de câncer de cólon ou reto. A avaliação médica é importante,
pois o tratamento sintomático com laxativos ou constipantes pode retardar o diagnóstico.
Sangramento nas fezes também deve ser prontamente investigado por um médico, bem como
também deve-se procurar um médico caso haja dificuldade ou dor para urinar, ou sangramento na
urina - pode significar câncer de próstata ou bexiga.
2. Feridas que não cicatrizam
O câncer de pele pode sangrar, ou parecer um machucado que não cicatriza. Pode surgir em
qualquer lugar do corpo, incluindo os órgãos genitais. Estas feridas também podem aparecer na boca
ou garganta, e devem ser avaliadas logo que notadas; isto é particularmente importante para
fumantes, ou pessoas que bebem grande quantidade de álcool.
3. Sangramento não usual
Sangramento anormal pode ocorrer no câncer inicial ou avançado. Tosse com escarro com sangue
pode significar câncer de pulmão. Uma mulher com sangramento vaginal entre os períodos de
menstruação, ou após a menopausa, deve procurar um médico imediatamente - câncer de
endométrio ou de colo do útero podem causar sangramento vaginal.
Sangue nas fezes pode significar câncer de cólon e reto, e sangue na urina pode significar câncer de
bexiga ou rins. Secreção sanguinolenta pelo mamilo pode ser um sinal de câncer de mama.
4. edema ou nódulos na mama ou de outro órgão
Muitos tumores podem ser sentidos através da pele, principalmente na mama, nos testículos ou
partes moles do corpo. Também o aparecimento de gânglios (nódulos) como por exemplo nas axilas
ou no pescoço, pode ser algum sinal de que algo não vai bem. Em geral, qualquer nódulo ou
aumento de volume de algum órgão deve ser prontamente relatado a um médico, para avaliação.
5. Indigestão ou dificuldade para engolir
Estes dois sintomas são conhecidos como dispepsia e disfagia, e podem indicar câncer de esôfago,
estômago ou faringe (o tubo que conecta a boca ao esôfago). Geralmente quando estes sintomas
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estão presentes, o tumor pode estar num estágio mais avançado, portanto a procura de um médico
deve ser imediata.
6. Mudança recente numa verruga ou mancha
Verrugas ou manchas que mudam de cor, perdem a definição das bordas, sangram, ou crescem
devem ser vistas por um médico imediatamente. Estas lesões podem significar melanoma, uma
doença bastante agressiva, mas com altas taxas de cura se tratadas precocemente.
7. Tosse ou rouquidão persistente
O desenvolvimento de tosse que dura mais do que duas semanas é um sinal importante, que deve
ser visto por um médico. Juntamente com rouquidão prolongada, pode indicar uma neoplasia de
pulmão, laringe (caixa da voz), ou tireóide. Podem sugerir estágios mais avançados da doença e por
isso a procura de um médico deve ser rápida.

Perda de peso, fraqueza, febre, dor podem também ser sintomas muito importantes
Muitas pessoas não fazem exames de rotina porque elas têm medo de descobrir que têm câncer.
oportunidade de cura e sobrevida, com a melhor qualidade de vida. O câncer não pára de crescer só
porque a pessoa não está pronta para lidar com ele.
Sumário das recomendações da American Cancer Society para detecção precoce do câncer em
pessoas assintomáticas

Tipo de exame Sexo Idade Freqüência


Sigmoidoscopia
M&F 50 anos ou mais cada 3 - 5 anos
(preferencialmente flexível)

Teste de sangue oculto nas fezes M&F 50 anos ou mais anualmente

Toque retal M&F 40 anos ou mais anualmente

Exames de próstata M 50 anos ou mais anualmente

18 anos ou mais (sexualmente


Teste de Papanicolaou F anualmente*
ativa)

Exame pélvico 18 a 40 anos cada 1 - 3 anos


F
(ginecológico) acima de 40 anos anualmente

Auto-exame de mama F 20 anos ou mais todo mês

20 a 40 anos cada 3 anos


Exame clínico da mama F
acima de 40 anos anualmente

40 a 50 anos cada 2 anos


Mamografia F
acima de 50 anos anualmente

Aconselhamento médico e exame físico acima de 20 anos cada 3 anos


M&F
de rotina acima de 40 anos anualmente

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* depois de três exames consecutivos normais, o teste de Papanicolaou pode ser realizado com uma freqüência
menor, a ser determinado pelo médico.
A maioria dos exames preventivos não diz se tem câncer ou não. O que eles fazem é indicar
condições anormais, que podem ser causadas pelo câncer - ou que podem ser precursoras do
câncer.
Um exame preventivo positivo requer uma investigação mais completa. Alguns exames adicionais
podem ser realizados para encontrar a causa do resultado positivo, e determinar se o câncer está ou
não presente.
É importante lembrar que estas são recomendações da Sociedade Americana do Câncer. Não são
regras..
VIDA SAUDÁVEL - PREVINE O CÂNCER
Alimentação
 Diminuir a ingestão de gorduras.
 Preferência às carnes brancas, como a do frango, sem pele, peru ou peixe. Retirar toda a
gordura da carne antes de prepará-la.
 Leite e derivados desnatados ou semi-desnatados.
 Evitar molhos à base de ovos e óleo, como maionese.
 Incluir frutas, verduras e legumes variados na sua alimentação diária (pelo menos cinco
porções diárias).
 Comer alimentos ricos em fibra, como cereais integrais, farelos de cereais, frutas e vegetais.
Atividade Física
 Usar escadas ao invés de elevador quando subir ou descer até três andares.
 Descer do ônibus, trem ou metrô um ponto antes de seu destino.
 Estacionar o carro um pouco mais distante do que o habitual.
 Evitar usar o carro, sempre que possível.
 Passar menos tempo em frente da TV ou computador.
Hábitos
 Parar de fumar!
 Limitar a ingestão de bebidas alcoólicas. não se deve tomar mais do que um drinque por dia.
 A mulher deve fazer auto-exame de mama todo mês.
 O homem deve fazer auto-exame de testículos todo mês.
 Evitar a exposição prolongada ao sol e use filtro solar fator 15, no mínimo.
 Fazer regularmente auto-exame de boca e pele.

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MODALIDADES TERAPÊUTICAS
CIRURGIA: É o mais antigo e mais definitivo, quando o tumor é localizado, em circunstâncias
anatômicas favoráveis. Em geral é o tratamento mais importante, que influencia mais na cura do
paciente. Para alguns tipos de câncer, no entanto, apenas a cirurgia não é suficiente, devido à
disseminação de células cancerosas local ou difusamente.
RADIOTERAPIA: É o mais utilizado para tumores localizados que não podem ser ressecados
totalmente, ou para tumores que costumam recidivar localmente após a cirurgia. Pode causar efeitos
colaterais localizados, principalmente por lesão de tecidos normais adjacentes ao tumor. A
quantidade de radiação utilizada depende do tipo de tumor, e é medida em rads.
QUIMIOTERAPIA: É o tratamento sistêmico para o câncer. Consiste na utilização de medicamentos
que tem ação citotóxica (causa danos às células). Podem ser utilizadas combinações de vários
medicamentos diferentes, pois nos tumores há freqüentemente subpopulações de células com
sensibilidade diferente às drogas antineoplasicas. Os mecanismos de ação das drogas são
diferentes, mas em geral acabam em lesão de DNA celular. A toxicidade contra células normais é a
causa da maioria dos efeitos colaterais (náuseas, vômitos, anemia, mielossupressão). Pode ser
usada como tratamento principal (leucemias, linfomas, câncer de testículo), mas normalmente é
adjuvante, após tratamento cirúrgico ou radioterápico, ou paliativo, em doenças mais avançadas.
TERAPIA BIOLÓGICA: Usam-se modificadores da resposta biológica do próprio organismo frente ao
câncer, "ajudando-o" a combater a doença (linfoquinas, anticorpos monoclonais). Pode-se usar
também drogas que melhoram a diferenciação das células tumorais, tornando-as de mais fácil
controle.
O sucesso da terapia contra o câncer depende da escolha das modalidades de tratamento que mais
se adequam ao paciente e à sua doença, necessitando muito a cooperação entre especialidades.
Suporte geral também é muito importante, incluindo controle de distúrbios metabólicos, infecciosos,
cardiopulmonares, freqüentes nos pacientes submetidos a tratamentos agressivos.

CUIDADOS PALIATIVOS

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em conceito definido em 1990 e


atualizado em 2002, "Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma
equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus

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familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do
sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais
sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais"

Nas fases iniciais do câncer, o tratamento geralmente é agressivo, com objetivo de cura ou
remissão, e isso é compartilhado com o doente e sua família de maneira otimista. Quando a
doença já se apresenta em estágio avançado ou evolui para esta condição mesmo durante o
tratamento com intenção curativa, a abordagem paliativa deve entrar em cena no manejo dos
sintomas de difícil controle e de alguns aspectos psicossociais associados à doença. Na fase
terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, o tratamento paliativo se impõe para,
através de seus procedimentos, garantir qualidade de vida.

O término de uma terapia curativa para o câncer não significa o final de um tratamento
ativo, mas mudanças em focos de tratamento. A OMS enfatiza que o tratamento ativo e o
tratamento paliativo não são mutuamente excludentes e propõe que "muitos aspectos dos
cuidados paliativos devem ser aplicados mais cedo, no curso da doença, em conjunto com o
tratamento oncológico ativo" e são aumentados gradualmente como um componente dos
cuidados do paciente do diagnóstico até a morte. A transição do cuidado ativo para o cuidado
com intenção paliativa é um processo contínuo e sua dinâmica difere para cada paciente.

Os cuidados paliativos devem incluir as investigações necessárias para o melhor


entendimento e manejo de complicações e sintomas estressantes tanto relacionados ao
tratamento quanto à evolução da doença. Apesar da conotação negativa ou passiva do
termo paliativo, a abordagem e o tratamento paliativo devem ser eminentemente ativos,
principalmente em pacientes portadores de câncer em fase avançada, onde algumas
modalidades de tratamento cirúrgico e radioterápico são essenciais para alcance do controle
de sintomas. Considerando a carga devastadora de sintomas físicos, emocionais e
psicológicos que se avolumam no paciente com doença terminal, faz-se necessário um
diagnóstico precoce e condutas terapêuticas antecipadas, dinâmicas e ativas, respeitando-se
os limites do próprio paciente.

Os princípios dos Cuidados Paliativos são:

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 Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, anorexia,
dispnéia e outras emergências oncológicas.
 Reafirmar vida e a morte como processos naturais.
 Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado
do paciente.
 Não apressar ou adiar a morte.
 Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente,
em seu próprio ambiente.
 Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente
possível até sua morte.
 Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e
psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao
luto.

PONTOS CONSIDERADOS FUNDAMENTAIS NO TRATAMENTO SÃO:

 A unidade de tratamento compreende o paciente e sua família.

 Os sintomas do paciente devem ser avaliados rotineiramente e gerenciados de forma


eficaz através de consultas freqüentes e intervenções ativas.

 As decisões relacionadas à assistência e tratamentos médicos devem ser feitos com


base em princípios éticos.

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 Os cuidados paliativos devem ser fornecidos por uma equipe interdisciplinar,
fundamental na avaliação de sintomas em todas as suas dimensões, na definição e
condução dos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos, imprescindíveis para
o controle de todo e qualquer sintoma.

 A comunicação adequada entre equipe de saúde e familiares e pacientes é a base


para o esclarecimento e favorecimento da adesão ao tratamento e aceitação da
proximidade da morte.
Os cuidados paliativos modernos estão organizados em ¿graus de complexidade¿
que se somam em um cuidado integral e ativo. Os cuidados paliativos gerais referem-se à
abordagem do paciente a partir do diagnóstico de doença em progressão, atuando em todas
as dimensões dos sintomas que vierem a se apresentar. Cuidados paliativos específicos são
requeridos ao paciente nas últimas semanas ou nos últimos seis meses de vida, no momento
em que torna-se claro que o paciente encontra-se em estado progressivo de declínio. Todo o
esforço é feito para que o mesmo permaneça autônomo, com preservação de seu
autocuidado e próximo de seus entes queridos. Os cuidados ao fim de vida referem-se, em
geral, aos últimos dias ou últimas 72 horas de vida. O reconhecimento desta fase pode ser
difícil mas é extremamente necessário para o planejamento do cuidado e preparo do
paciente e sua família para perdas e óbito. Mesmo após o óbito do paciente, a equipe de
cuidados paliativos deve dar atenção ao processo de morte: como ocorreu, qual o grau de
conforto e que impactos trouxe aos familiares e à própria equipe interdisciplinar. A
assistência familiar pós-morte pode e deve ser iniciada com intervenções preventivas.

TRATAMENTOS DO FUTURO
Imunoterapia
A possibilidade do sistema imunológico ser utilizado para destruir as células neoplásicas sempre foi
vista como uma possibilidade muito interessante. Nos últimos anos, a imunologia tem feito novas
descobertas impressionantes. O tratamento imunoterápico do câncer se baseia na ativação do
16
sistema imune contra a célula maligna. Ela produz alguns tipos de proteínas que passariam a ser
reconhecidas pelas células de defesa do organismo. Haveria então a destruição das células do tumor.
Há várias formas de se estimular o organismo a atacar as células neoplásicas. Inespecificamente,
através da inoculação de bactérias (por exemplo, a BCG) pouco ativas para produzir doença, mas
ativas o suficiente para evocar uma severa reação inflamatória, tornando as células de defesa mais
agressivas. Funciona bem se aplicarmos localmente, no tumor.
Há ainda outras propostas, como a produção de anticorpos monoclonais, contra proteínas
específicas, encontradas nas paredes das células neoplásicas. Estes anticorpos ajudariam o sistema
imune a reconhecer as células neoplásicas como estranhas. Poderiam também, carregar consigo
toxinas que atingiriam apenas as células com aquela proteína, no caso, as células do câncer.
Há também a possibilidade das vacinas, onde se separam antígenos específicos da célula tumoral, e
se reinjetam no paciente, que teria seu sistema imune ativado (como já é feito com vírus e bactérias,
atualmente).
Ainda outra possibilidade, que está em estudo, é a produção de linfócitos por engenharia genética,
que levariam à destruição das células tumorais. Estes linfócitos seriam retirados do próprio paciente,
o que tornaria o tratamento mais específico.
Tratar o câncer a nível molecular envolve o reparo do DNA alterado, desligar proteínas-chave no
crescimento celular, e aumentar a sensibilidade das células tumorais às terapias convencionais, como
a radioterapia.
Neste campo entram os estudos sobre ciclo celular, e proteínas relacionadas com a regulação do
crescimento e multiplicação celular.
O gene p53 é o mais conhecido supressor tumoral. Ele encontra-se alterado em aproximadamente
50% dos cânceres. Encontrar alguma maneira de corrigi-lo seria uma forma inteligente de bloquear o
câncer, pois ele levaria as células à autodestruição (apoptose). Além do p53 há vários outros genes
envolvidos, e os estudos são promissores.
A perda da senescência (envelhecimento) das células tumorais é outro ponto que pode ser tratado.
Os inibidores da telomerase, que é uma enzima que dá uma espécie de "rejuvenescimento" à célula,
são potenciais novas armas contra o câncer.
Inibidores de proteínas que ativam o crescimento celular também são potenciais armas poderosas no
combate ao câncer, assim como inibidores de proteínas que ajudam as células tumorais a quebrar a
estrutura normal do tecido, fazendo invasão e metástases (proteases e colagenases).

Antiangiogênese

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Os inibidores de angiogênese têm também alvos moleculares. Eles levariam as células tumorais à
morte por falta de nutrientes, pois bloqueariam a produção de vasos sangüíneos, essenciais para
levar o sangue com os nutrientes ao tumor.
As células tumorais produzem substâncias que fazem os vasos sangüíneos crescerem, para
aumentar o fluxo de sangue no local, levando oxigênio e nutrientes. As novas drogas seriam
bloqueadoras dessas substâncias produzidas pelos tumores.
Vários estudos ainda estão sendo feitos, sendo a antiangiogênese uma das grandes esperanças no
combate ao câncer.

Primeiro: Antes do tratamento, com a irrigação Depois: Com a irrigação sangüínea bloqueada,
sangüínea normal o tumor diminui de tamanho

Aplicação dos Tratamentos


Existe uma ansiedade muito grande em relação à aplicabilidade dos novos tratamentos, na
expectativa de se encontrar a cura definitiva das neoplasias.É importante lembrar que os tratamentos
citados são na grande maioria das vezes considerados experimentais. Isto significa dizer que são
necessários ainda mais estudos para se checar se estas novas terapias são melhores do que as que
temos atualmente, como padrão.
Com freqüência somos levados a pensar que quanto mais moderno o tratamento, melhor ele será.
Nem sempre é assim, e existem tratamentos bem estabelecidos, que são o padrão há 20 anos, e que
se mostram superiores em termos de resultados, ainda, se comparados às mais novas terapias.
Mas temos grandes esperanças de que novos e mais efetivos tratamentos sejam desenvolvidos, e de
que através do método científico encontraremos o mais rapidamente possível a cura.

Dor oncológica (o desafio do tratamento)


A cada dia, cerca de 9 milhões de pessoas no mundo sofrem a experiência de dor relacionada ao
câncer. Mas uma estatística mais importante é que mais 90% podem ter alívio dessa dor através de
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tratqmento adequado. Quem sente dor relacionada ao câncer ao ao seus tratamentos tem o direito de
receber tratamento adequado.
Durante muito tempo, a importância do tratamento da dor relacionada ao câncer foi subestimada. A
dor era vista como algo para ser suportada, como uma conseqüência inevitável do processo da
doença. No entanto, pesquisas dão grandes evidências de que, na grande maioria dos casos, a dor
pode ser controlada.
O controle da dor significa tratá-la de forma agressiva para prover o máximo grau de alívio possível.
Geralmente isto significa tratamento com medicamentos e outros métodos, eventualmente até
cirurgia.
A dor significa simplesmente algum sentimento que fere. Através do corpo há milhares de
terminações nervosas que reagem quando há algo errado nas suas proximidades. Estes sinais viajam
através dos nervos para o cérebro, que processa a informação sensitiva.
O câncer causa dor quando invade ossos, músculos, ou vasos sangüíneos. Também pode aparecer
quando o tumor comprime nervos e vasos sangüíneos, ou quando produz alguma inflamação local.
No entanto, a dor apresenta várias dimensões, que vão além da explicação física. Quanto mais
tempo a dor persiste, maior o sofrimento causado em praticamente todos os aspectos da vida: comer,
se vestir, andar. Pode causar ansiedade, depressão ou raiva. Prejudica a dignidade pessoal,
atrapalha a relação com amigos e familiares. É uma experiência única, para cada pessoa.
Estratégias para o controle da dor
 Ficar acima da dor. Antecipar quando possível, e responder a mudanças com rapidez. O
quanto mais for evitado de que a dor se torne severa, mais fácil será o tratamento, e menores
doses de medicação serão necessárias;
 Não esperar que a dor se torne insuportável para procurar ajuda. Geralmente, quanto mais
forte a dor, mais tempo se levará para controlá-la;
 Não ter medo de admitir que está com dor. Familiares e médicos só poderão ajudar se
souberem o que o paciente está sentindo. Não ter medo de atrapalhar o cotidiano dos outros,
ou de ser um "paciente difícil" para o médico. O alívio da dor é fundamental para o tratamento
do câncer;
 Não comparar a própria situação e sintomas com o de outros pacientes. A dor é um sintoma
único, diferente para cada pessoa;
 Seguir as orientações médicas. Se a medicação foi prescrita em um intervalo fixo, seguir o
horário recomendado, mesmo que a dor não esteja piorando novamente. Se houver dúvida,
perguntar ao médico sobre mudança de doses ou de horários;

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 Deixar as pessoas saberem se as medicações não são suficientes, ou não correspondem às
expectativas;
 Tomar nota dos efeitos colaterais causados pelas técnicas de combate à dor. Discuir com o
médico depois, sobre isso.

Biópsia
É a retirada de uma amostra do tecido para um exame chamado anatomopatológico. A biópsia pode
ser feita com agulhas ou com bisturi. O material é acondicionado de forma apropriada e enviado a um
patologista experiente. A biópsia é a única forma da confirmação do tipo de tumor.

Bioterapia
Ou imunoterapia, é o tratamento baseado em substâncias que estimulam o sistema imunológico do
paciente, levando a destruição de células tumorais diretamente pelas células de defesa do organismo
e pela produção de anticorpos específicos. Os tipos mais comuns de bioterapia são a base de
vacinas, ou interferons ou interleucinas.

Estadiamento
Necessário para se decidir qual o tratamento ideal para o paciente. O bom senso diz que um tumor
pequeno precisa de menos tratamento do que um tumor grande, e um tumor pequeno tem uma maior
chance de cura. Isto é estadiamento. Existem tabelas que explicam como estadiar cada câncer. Os
estadios costumam ir de I a IV. Em geral, estadios I e II são considerados tumores iniciais, e estadios
III e IV, tumores avançados.

Hematologista
É o médico especialista em doenças do sangue (hematológicas). Pode ou não também ser
especialista em neoplasias hematológicas, como leucemias e linfomas - neste caso ele é chamado
onco-hematologista.

Marcador Tumoral
Em alguns tipos de câncer, alguns pacientes exibem níveis elevados de proteínas e outras
substâncias no sangue, urina, ou outros tecidos. Estas substâncias são os marcadores tumorais, que
podem ser produzidos pelo próprio tumor, ou pelo corpo, em resposta à presença do câncer.

Metástase
É o aparecimento do tumor em locais distantes do tumor primário. Chama-se tumor primário o lugar
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onde o câncer começa. Algumas células tumorais podem se desprender deste tumor primário, ir a
outros lugares do organismo e ali crescer. Isto se chama metástase, ou tumor secundário. As
metástases podem ocorrer por várias vias: direta, por implante, linfática ou hematogênica
(sangüínea).

Oncologista
É o médico especialista em câncer. Quem tem a doença nunca deve deixar de consultar um
oncologista antes do tratamento ou até do diagnóstico

Quimioterapia
É o tratamento antineoplásico baseado em medicamentos capazes de destruir células tumorais.
Administrada de forma sistêmica (geralmente por via endovenosa ou via oral), é capaz de atacar
células tumorais que já metastizaram a locais distantes do tumor primário. Isto ocorre porque as
drogas quimioterápicas em geral entram na circulação sangüínea e são, juntamente com o sangue,
distribuídas pelo corpo todo. A quimioterapia ainda pode ser administrada de forma local, em casos
selecionados (administração intraarterial e intraperitoneal, por exemplo). Você pode encontrar neste
site um guia para pacientes em quimioterapia.

Sobrevida
Quando falamos em índice de sobrevida em cinco anos, isto quer dizer, estatisticamente, quantas
pessoas estarão vivas após cinco anos do diagnóstico de câncer. Isto quer dizer que, se um câncer
tem índice de sobrevida em cinco anos de 80%, a pessoa que tem este tipo de câncer tem 80% de
chance de estar viva após cinco anos do diagnóstico, esteja ela curada ou não

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CÂNCER DE CABEÇA E P ESCOÇO

Incidência
Serão considerados, neste texto, os cânceres de cavidade oral, faringe e laringe.
Se somados em conjunto, os tumores de cabeça e pescoço somam 5 a 10% de todos os tipos de
câncer. São muito mais comuns em homens, e são mais freqüentes na população com mais de 50
anos. Estatísticas brasileiras praticamente não existem. Nos Estados Unidos há aproximadamente
61500 novos casos ao ano.
Mortalidade
Estima-se que ocorram aproximadamente 20000 mortes por ano nos Estados Unidos devido ao
câncer de cabeça e pescoço.
Fatores de risco
O uso concomitante do álcool e do tabaco é o fator de risco mais importante. Isoladamente, o etilismo
e o tabagismo também representam fatores de risco. Outros são: má higiene oral, inalação de
compostos industriais, infecção pelo vírus EBV (relacionada ao câncer de nasofaringe), exposição ao
níquel (associado ao câncer de seios paranasais).
Sinais de alerta
Úlcera, ou afta que não cicatriza. Dor. Rouquidão persistente, dificuldade para engolir ou respirar.
Sangramento e obstrução nasal, com inchaço, sensação de mau cheiro. Gânglios aumentados no
pescoço.
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Diagnóstico precoce
Tem altas chances de cura se diagnosticado precocemente. O diagnóstico pode ser feito com o
exame físico, através de simples inspeção. Faz-se a biópsia das lesões suspeitas.
O câncer de cabeça e pescoço dissemina, principalmente para linfonodos próximos através de
invasão de vasos linfáticos. Podem ocorrer também metástases à distância, mais freqüentes nos
pulmões.

Tratamento
Depende muito do estadiamento. A cirurgia é o método preferencial, levando a maior chance de cura.
Só é possível em estágios iniciais. Nos casos mais avançados, quimioterapia e radioterapia têm papel
importante.
A quimioterapia pode ser feita antes da cirurgia ou da radioterapia, para diminuir o tamanho do tumor,
e melhorar as chances de sucesso do tratamento. Pacientes com doença avançada, com
acometimento de linfonodos, devem receber radioterapia nos linfonodos, ou cirurgia para sua
retirada. Em caso de recorrência após o tratamento, pode ser tentada nova cirurgia ou radioterapia.
Quimioterapia pode ser considerada, com intenção paliativa.
Sobrevivência
Varia muito de acordo com a localidade do tumor, e seu estadiamento. A sobrevida em 5 anos pode
chegar perto dos 100%, nos casos superficiais e de fácil cirurgia, ou a aproximadamente 14%, nos
casos mais avançados

CÂNCER DE BEXIGA

Incidência
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Nos EUA, são estimados 53.000 casos novos anuais, com predomínio de incidência em regiões mais
industrializadas. No Brasil, estima-se que 3,9% dos cânceres masculinos sejam de bexiga, sendo
8600 casos novos ao ano. É 2,5 vezes mais comum no homem do que na mulher. A média etária
para o seu aparecimento é de 68 anos.

Mortalidade
Setenta e quatro por cento dos pacientes apresentam-se na época do diagnóstico com lesões não-
músculo-invasivas, o que justifica sua baixa mortalidade (1,8% de todos os óbitos por câncer). Graças
ao diagnóstico mais precoce e ao tratamento efetivo das lesões superficiais, a sobrevida dos
portadores tem aumentado substancialmente nas últimas três décadas. No Brasil, estimam-se 1500
mortes ao ano, decorrentes de câncer de bexiga.

Fatores de risco
O fumo é o principal causador do câncer de bexiga. Também têm um risco aumentado trabalhadores
de indústrias de borracha, couro e metal, pintores, e outras pessoas expostas a detritos industriais.
Quem abusa de certos medicamentos para dor também tem um risco mais alto.
Sinais de alerta
Sangue na urina. Dor ao urinar. Urgência ou necessidade freqüente para urinar.

Diagnóstico precoce
Análise de urina para detectar sangue na urina (hematúria) é o melhor método de screening. Células
cancerosas podem ser vistas na urina com um simples microscópio. Cistoscopia pode revelar áreas
anormais. O diagnóstico é confirmado através de biópsia.
Como se espalha
O tumor pode crescer através do músculo da bexiga, até a gordura que o envolve, e até estruturas
vizinhas, como reto, vagina, útero e ossos pélvicos. Pode também penetrar diretamente em pequenos
vasos sangüíneos e linfáticos, que irrigam a parede vesical. Se isto ocorrer, o tumor pode envolver
linfonodos da pelve, ou ser carregado pelo sangue até pulmões, ossos e fígado.

Tratamento
Cânceres precoces, localizados à parede da bexiga, sem invasão de tecido muscular, podem ser
removidos com o cistoscópio. Após a remoção, pode-se infundir a bexiga com uma solução contendo
uma bactéria (BCG) capaz de estimular o sistema imunológico, e diminuir a chance de recorrência.
Drogas quimioterápicas também podem ser colocadas diretamente na bexiga, com a mesma
intenção.
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Quando há invasão do tecido muscular, a cirurgia com a retirada da bexiga é recomendada. Em
casos específicos, quimioterapia e radioterapia podem ser aplicadas Alguns especialistas
recomendam a aplicação de quimioterapia, após a cirurgia, com a intenção de diminuir o risco de
recidiva.

Sobrevivência
A sobrevida em cinco anos varia de 93%, para tumores localizados, a 48% para tumores
regionalmente disseminados, e até a 6% para aqueles com doença metastática.

CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

Incidência
Já diminuiu consideravelmente nos países do Primeiro Mundo, como os Estados Unidos, mas
permanece alta no Brasil. Estimam-se 20.000 casos novos por ano no país, ocupando o terceiro lugar
entre os cânceres mais incidentes no sexo feminino.

Mortalidade
Ainda é a terceira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, com 3.300 óbitos estimados
anualmente. Em São Paulo, perfaz 5,9% dos óbitos femininos por câncer; se forem somadas as
mortes atribuídas a todos os cânceres do útero, chega-se a 1.233 óbitos (10,2% do total).

Fatores de risco
Início da atividade sexual muito precoce. Muitos parceiros sexuais. Infecção pelo vírus sexualmente
transmissível papilomavirus. Tabagismo.
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Sinais de alerta
Geralmente é assintomático. Sangramento e dor ocorrem no estágio final da doença.
Diagnóstico precoce
O exame de Papanicolau é o método mais eficiente para o diagnóstico precoce. Toda mulher deve
consultar um ginecologista, anualmente, para controle.
Como se espalha
Uma vez que o câncer de colo do útero tornou-se invasivo, ele pode envolver localmente a parte
superior da vagina, parede pélvica, podendo atingir até a bexiga, e ureteres (a ligação dos rins com a
bexiga), causando obstrução e insuficiência renal. O tumor pode também invadir o sistema linfático,
atingindo linfonodos na parede pélvica. Metástases pelo sangue são muito raras.

Tratamento
Em geral é realizada cirurgia, ou radioterapia, ou ambos, dependendo do estadiamento. Lesões pré-
cancerosas podem ser eliminadas através de cauterização ou de uma cirurgia local. Não responde
bem à quimioterapia.

Sobrevivência
A sobrevida em 5 anos, em casos iniciais é de praticamente 100%. Para cânceres localizados, essa
taxa chega a 90%. Para o tumor já invasivo, vai de 10 até 50%, dependendo do grau de infiltração.

LI NFO M AS
São doenças malignas que surgem de células linforeticulares. Estas células estão localizadas
principalmente nos linfonodos (gânglios). Podem também ocorrer em outros locais do corpo, como os
pulmões, trato gastrointestinal, ossos, testículo e cérebro, por exemplo.
A definição de linfoma abrange um grupo heterogêneo de doenças que apesar do grande número de
aspectos comuns, têm diferenças quanto à epidemiologia, histologia e prognóstico. Dependendo da
histologia, dividem-se dois grupos: os linfomas Hodgkin (LH) e os linfomas não-Hodgkin (LNH).

Incidência
Nos EUA, são estimados 60.000 casos novos anuais, com predomínio de incidência em regiões mais
industrializadas. A taxa de incidência é muito variável de um país para outro. Os homens brancos têm
uma taxa de incidência maior de LH e LNH. Entre as crianças, porém, os LNH são mais comuns na

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África e no Oriente Médio do que na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil não há estatísticas
confiáveis em relação aos linfomas.

Mortalidade
Estima-se que ocorram nos EUA 27.000 mortes anualmente, por linfomas.

Fatores de risco
A depressão do sistema imunológico aumenta a susceptibilidade a estas doenças, então pacientes
com infecção pelo HIV ou HTLV-1 têm maior risco. Estão sendo estudados alguns agentes químicos,
como herbicidas, que podem ser importantes por exposição ocupacional. Também tem sido
demonstrado associação dos linfomas com infecção por certos tipos de vírus, como o EBV
(EpsteinBarr vírus).

Sinais de alerta
Aumento de linfonodos (gânglios), febre sem motivo aparente, sudorese noturna, perda de peso,
anemia, prurido generalizado. Ocasionalmente, pacientes com LH podem referir dor à ingestão de
álcool e em áreas de acometimento linfomatoso.

Diagnóstico precoce
O diagnóstico requer exame histológico do linfonodo afetado, o que se faz por biópsia, devendo-se
retirar o linfonodo inteiro, junto com sua cápsula. Aspiração por agulha é insuficiente. Exames gerais
são indicados para se avaliar o quanto a doença já se disseminou.

Tratamento
Varia muito de acordo com o tipo histológico da doença. Não se justifica a cirurgia radical nas áreas
nodais. A cirurgia pode ser indicada nos estágios iniciais de linfomas do trato gastrointestinal, mas a
radioterapia local é tão eficiente quanto a cirurgia. Em geral, pacientes com linfomas em estágios
iniciais são tratados com radioterapia, sendo a quimioterapia usada em estágios mais avançados. O
transplante de medula óssea, após quimioterapia radical, tem se mostrado uma forma eficaz de
tratamento, mas não para casos avançados.

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CÂNCER DE MAMA

Incidência
estima-se em 35.000 o número de casos novos para cada ano, no Brasil, sendo o segundo tumor
maligno mais incidente em mulheres. somente no estado de São Paulo, por ano, estima-se a
ocorrência de 11.000 casos novos.

mortalidade
são estimadas aproximadamente 6.500 mortes no Brasil, a cada ano, por esta doença. no estado de
São Paulo, são 2.000 mortes por ano devidas ao câncer de mama, perfazendo 17% de todas as
mortes por tumores em mulheres, é a primeira causa de óbito por câncer no sexo feminino.

fatores de risco
mutações genéticas, hereditárias (genes brca1 e brca2), aumento da idade, início precoce da
menstruação, menopausa tardia, não ter filhos, ou tê-los depois dos 30 anos, história pessoal ou
familiar de câncer de mama e dieta rica em gorduras.

sinais de alerta
a percepção de um nódulo doloroso na mama é típica, mas a dor pode aparecer apenas tardiamente.
Qualquer alteração da coloração, superfície ou textura na pele da mama, ou do mamilo. descarga
(saída de secreção) através do mamilo

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diagnóstico precoce
O auto-exame de mama é o principal. exame da mama pelo médico. mamografias uma vez por ano,
para mulheres acima de 50 anos, e para algumas mulheres jovens, dependendo dos fatores de risco.
como se espalha depois que o câncer aparece, pode-se demorar alguns anos até que apareça um
nódulo palpável. O comportamento é muito diferente, de uma pessoa para outra. o tumor pode ficar
confinado à mama por vários anos, ou podem surgir metástases em linfonodos ou em outros órgãos
distantes antes mesmo de se perceber algum nódulo na mama.

tratamento
Para tumores localizados, a mastectomia (retirada da mama) pode ser apropriada, mas uma cirurgia
conservadora, onde se faz remoção apenas do tumor e do tecido adjacente, seguido por radioterapia
local, às vezes é preferível. apesar das recorrências ocorrerem mais freqüentemente na cirurgia
conservadora, elas podem ser então tratadas com mastectomia. a sobrevida é semelhante para os
dois tratamentos. em ambos os casos, pode ser necessário quimioterapia, antes ou após a cirurgia,
ou tratamento com bloqueadores hormonais. se as células do tumor forem positivas para receptores
para estrógeno, é um bom sinal, porque a terapia com bloqueadores hormonais pode parar o
crescimento do câncer.

sobrevivência
Estatísticas dos estados unidos mostram uma sobrevida geral em torno de 80%, em 5 anos. isso,
porém, depende da época de diagnóstico da doença. a sobrevida em cinco anos passa de 96%, em
tumores localizados, para cerca de 20%, nos tumores já disseminados.

OSTEOSSARCOMA
Autora: Emma Chen Sasse
Pediatra
INTRODUÇÃO

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Os tumores ósseos de maneira geral correspondem ao sexto grupo de malignidade a incidir na
infância e adolescência. O osteossarcoma (também chamado de sarcoma osteogênico) e o sarcoma
de Ewing são os dois principais tumores ósseos da população pediátrica.

INCIDÊNCIA
O osteossarcoma é mais freqüentes durante a adolescência e costumam atingir as extremidades dos
ossos longos. Locais primários mais comuns de aparecimento são o fêmur e tíbia (próximos ao
joelho) e úmero (próximo ao ombro), mas podem acometer outros ossos, chamados ossos chatos
(vértebras, bacia, mandíbula) assim como em crianças mais novas e adultos.
Certas condições genéticas e hereditárias aumentam a chance deste tipo de tumor, por exemplo, na
síndrome de Li-Fraumeni, doença de Paget, retinoblastoma hereditário, osteogênese imperfeita, entre
outros.

PATOLOGIA
O osteossarcoma aparece na região entre a cortical (superfície) e a medular (interior) dos ossos
longos e tipicamente crescem através da cortical e invadem os tecidos moles que rodeiam o local. O
tumor pode também invadir através do interior do osso, dando lesões que podem estar a uma certa
distância do tumor primário.
Os osteossarcomas podem ser classificados em: osteoblástico, condroblástico ou fibroblástico (ou um
misto desses). Existem ainda variantes mais raras como os osteossarcomas teleangiectásico, o e o
periosteal.

SINTOMAS
Os sintomas mais comuns são dor localizada e inchaço do local. É freqüente o paciente associar a
dor a um trauma recente. No exame físico podemos encontrar aumento do volume local, dor, calor
local e limitação na movimentação da articulação comprometida.
As metástases ocorrem principalmente para pulmões e outros ossos e geralmente dão pequenos
sintomas desde um estágio precoce da doença.

DIAGNÓSTICO
Dor persistente, profunda e localizada, principalmente se associada com massa palpável, necessita
de uma avaliação radiológica, onde poderá ser levantada a suspeita de tumor. A biópsia da lesão
suspeita deve ser realizada, e este procedimento deverá ser feito pelo cirurgião que fará a cirurgia
definitiva para se preservar a opção de se manter o membro afetado. Estudos de imagem incluem
tomografia do tórax para procurar metástase pulmonar e cintilografia óssea para pesquisa de
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metástase óssea, além de ressonância nuclear magnética do tumor primário para total avaliação da
extensão dentro da medula e dos tecidos moles que rodeiam o osso.

TRATAMENTO
O tratamento inclui a quimioterapia e ressecção cirúrgica completa. A radioterapia não tem valor no
tratamento destes tumores, sendo a cirurgia o tratamento principal. O uso de quimioterapia agressiva
previamente à cirurgia trata a doença metastática oculta, e a resposta do tumor a essa quimioterapia
serve como um indicador prognóstico. Além disso, com a quimioterapia prévia, existe maior chance
de preservação do membro de 60 a 80%, sem a necessidade de amputação. No entanto é necessário
ressaltar que a retirada completa do tumor é essencial para se alcançar a cura.
Independente da técnica cirúrgica usada, a reabilitação extensiva é crucial para o paciente.Meses de
exercícios intensivos podem ser necessários para se atingir a função máxima. Quando a amputação
é necessária, os pacientes devem ser previamente orientador quanto a sensação de membro
fantasma (o cérebro ainda pensa que o membro está presente, mesmo após a amputação). O uso de
prótese deve ser estimulado o mais precocemente possível.

PROGNÓSTICO
Atualmente se espera cura de no mínimo 66% dos pacientes que não apresentam metástases ao
diagnóstico. Estas taxas variam dependendo do subtipo do tumor. Os pacientes que já apresentam
metástases ao diagnóstico, esperam-se menos de 20% de taxa de sobrevida. Uma parcela dos
pacientes com metástase pulmonar (20 a 30%) pode ter sucesso no tratamento, se todos os nódulos
puderem ser ressecados e se for administrado quimioterapia agressiva. Quanto menos nódulos,
melhor o prognóstico. Crianças com doença metastática óssea ou com doença extensa em pulmão
não são curáveis com os tratamentos disponíveis atualmente.

Câncer na Infância e Adolescência


Autora: Emma Chen Sasse
Pediatra
INFORMAÇÕES GERAIS
Quando falamos em câncer em algum parente querido, ou mesmo em apenas um conhecido,
costumamos ter sentimentos profundos de dor e angústia. Imagine quando a pessoa doente é uma
criança, um filho, um neto... Muitos pais se culpam, pensam que fizeram algo que pode ter provocado
o aparecimento desta terrível doença, que poderia ter sido evitado de alguma maneira. A dor é
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imensa, sendo encarado por muitos como um castigo divino ou provação para os pais.
No interior das pessoas, esta doença ainda está ligada fortemente a outra palavra: a morte. Até a
duas décadas atrás isto poderia ser uma grande verdade, mas isto já está começando a mudar com
todos os avanços atuais que a medicina têm oferecido. E o desafio está apenas começando.

De uma maneira geral, é importante ressaltar que câncer em crianças e adolescentes é evento raro.
Sempre. Quando esta doença é suspeitada ou diagnosticada, as crianças e adolescentes devem ser
encaminhados o mais rapidamente possível a algum centro especializado que possua todo um time
multidisciplinar com experiência no tratamento de cânceres desta faixa etária. Estes centros podem
garantir a oferta do melhor tratamento atualizado, cuidados de suporte e reabilitação para se ter as
maiores chances de cura e qualidade de vida.
Outro conceito importante é a diferença na visão geral do tratamento do câncer no jovem em relação
ao adulto. Neste último, nem sempre o objetivo do tratamento é a cura, pois leva em conta a idade e
o estágio do tumor e se enfatiza muito em qualidade de vida. Se para uma pessoa de 70 anos, que já
construiu sua vida, 5 anos a mais de vida, podendo comer, andar e fazer coisas que lhe dão prazer
podem significar o sucesso do tratamento, isto não é válido no tratamento do câncer infantil. Nestas,
a cura total da doença é sempre o objetivo final. Queremos que a criança possa crescer, trabalhar e
constituir família, isto é, viver toda uma vida. Isto explica porque as terapias convencionais são mais
agressivas em crianças, mesmos em casos avançados de doença ao diagnóstico. Mas quando isto
falha, tudo é feito para se garantir uma boa qualidade de vida a ela também.

Causas do câncer na idade jovem


As causas que levam ao aparecimento de câncer nos jovens são diferentes das nos adultos. Estão
muito mais ligadas a fatores genéticos do que a exposição no ambiente a agentes carcinogênicos.
Em aproximadamente 10 a 15% dos casos são reconhecidos outros casos na família, ou a criança
possui alguma doença genética que confere maior propensão a determinados tipos de câncer, por
exemplo, na Síndrome de Down, onde os portadores têm maior chance de desenvolver leucemia.
Outros fatores que estão associados ao aparecimento de câncer nesta idade seria: exposição à
radiação ionizante, vírus (Epstein-Barr), exposição intra-uterina a hormônio (diethylstilbestrol).

Exames preventivos
Diferente dos adultos, não existe nenhum exame específico associado à idade que pode ser feito de
rotina para se detectar precocemente o câncer na criança, na população geral. O mais importante é
que toda criança seja seguida periodicamente por um pediatra, como recomenda a OMS, e que os

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responsáveis levem a este pediatra se suspeitarem de qualquer sinal que a criança apresente. Este
profissional deve ser capaz de examinar cuidadosamente e suspeitar de câncer caso seja pertinente
e então encaminhar ao centro especializado que convém, mesmo sem a certeza do diagnóstico.
Sinais de alerta
A maioria dos tumores da infância é curável, sendo que o prognóstico está fortemente ligado ao tipo
de tumor, extensão da doença ao diagnóstico e eficácia do tratamento. Os sinais e sintomas dos
tumores infantis envolvem manifestações comuns a outras doenças não malignas, por isso somente
um exame cuidadoso e a história obtida pelo pediatra levanta a suspeita. Isto se torna mais fácil se o
médico já conhece e acompanha a criança há mais tempo. Entre as manifestações mais comuns
temos:
 Palidez, anemia
 Petéquias ou equimoses espontâneas, não ligadas a traumas
 Febre baixa, diária, de origem indeterminada
 Perda de peso
 Sudorese noturna
 Dor óssea ou nas juntas persistente sem história de trauma local
 Aumento persistente, progressivo e indolor de linfonodos (ínguas)
 Massa abdominal ou em tecidos moles
 Dor de cabeça com dificuldade para andar e vômitos não associados à alimentação
 Mancha brilhante dentro do olho (tipo "olho de gato")

Tipos de câncer infantil


Os tumores mais comuns da infância seguem listados abaixo:
 Leucemia linfoblástica aguda
 leucemia mielocítica aguda
 Tumores cerebrais: Gliomas, astrocitomas cerebelar e cerebral, meduloblastoma
 Sarcoma de Ewing ou tumores da família Ewing
 Tumor de células germinativas
 Linfoma de Hodgkin
 Linfoma Não-Hodgkin
 Neuroblastoma
 Câncer hepático
 Osteossarcoma/Histiocitoma fibroso maligno do osso
 Retinoblastoma

33
 Rabdomiossarcoma
 Tumor de Wilms
 Sarcoma de tecidos moles

Tratamento
No câncer infantil, assim como nos adultos, o tratamento está baseado no uso de quimioterapia
associada à cirurgia e radioterapia. O uso dessas armas vai depender do tipo e a extensão da doença
ao diagnóstico. Porém, existe uma diferença crucial do tratamento de jovens em relação aos adultos:
não podemos nos esquecer que estamos tratando pessoas em fase de crescimento e
desenvolvimento. A radioterapia e mesmo o uso de várias drogas tóxicas ao organismo podem levar,
a longo prazo, a conseqüências desastrosas para o futuro da criança como baixa altura ou até
mesmo um segundo câncer. Isto torna ainda mais desafiador a luta contra o câncer e estimula a
procura de novos métodos de tratamento mais eficientes e menos agressivos.

QUIMIOTERAPIA
1. Quimioterapia
Quimioterapia o tratamento com a utilização de medicamentos cuja função é atuar nas células dos
tumores, visando destruí-las, impedindo o crescimento e aliviando os sintomas causados pelo
desenvolvimento do tumor.
A quimioterapia pode ser indicada antes ou após uma cirurgia, ou ainda isoladamente, sem que haja
indicação cirúrgica. Pode, ainda, ser feita em conjunto com outro tipo de tratamento, que é a
radioterapia. A indicação do tipo de tratamento a ser feito depende de vários fatores, como o tipo de
tumor, localização e estágio da doença.
A quimioterapia interfere nas células anormais do câncer, impedindo o seu crescimento e
multiplicação desordenados.
Na maioria das vezes, não é preciso que o paciente fique internado, para fazer a quimioterapia,
geralmente, é feita numa sala especial, dentro do próprio ambulatório onde são feitas as consultas
com os médicos.
Existem várias maneiras de se administrar a quimioterapia: por via oral, através de comprimidos;
através da veia, por meio de soro; ou através de injeções intramusculares, mais raramente. Durante a
aplicação não são observados sintomas, porém é importante que quando receba o soro, o paciente
mantenha o braço bem posicionado, para evitar vazamentos. Caso o paciente perceba alguma
alteração no momento da aplicação, deve comunicar imediatamente a equipe de enfermagem.

34
Duração do tratamento
O tratamento quimioterápico é planejado, entre outros aspectos, de acordo com o tipo de tumor e o
estágio da doença. A partir destes dados são definidos os tipos de drogas e as quantidades a serem
utilizadas
As aplicações podem ser diárias, semanais, mensais, obedecendo aos intervalos programados pelo
médico. Durante o período de tratamento é feito um acompanhamento das condições do organismo
através de exames de sangue. A maneira de o organismo reagir às drogas utilizadas é um dos
fatores importantes na determinação do intervalo e da duração do tratamento.
A quimioterapia é feita sempre de acordo com uma programação, que deve ser discutida com o
médico, quando o tratamento será iniciado. A duração desse tratamento pode depender, entre outras
coisas, da resposta do tumor às drogas utilizadas.

Efeitos adversos da quimioterapia


As drogas quimioterápicas têm a vantagem de se distribuir por todos os locais do corpo, atingindo,
desta forma, todas as células que estão com problemas. No entanto, células normais também são
atingidas, podendo provocar alguns sintomas, que são chamados de efeitos colaterais.
Estes efeitos não são obrigatoriamente apresentados por todas as pessoas que fazem quimioterapia,
uma vez que dependem tanto do tipo de drogas utilizadas quanto da forma que o organismo
responde ao tratamento. Assim, alguns pacientes podem apresentar efeitos colaterais mais severos
enquanto outros podem mesmo não apresentar sintoma algum. De uma forma ou de outra, o médico
deve ser informado sobre os sintomas apresentados e seu tempo de duração.
De um modo geral, a maioria desses sintomas desaparece à medida que o paciente vai se
distanciando do final das últimas sessões. Dentre as alterações mais comumente apresentadas,
destacamos:

Náuseas e Vômitos
As drogas quimioterápicas geralmente causam irritação nas paredes do estômago e intestino
provocando enjôos e vômitos. Esses sintomas ocorrem principalmente no dia da infusão, podendo-se
prolongar por até 4 dias. A intensidade varia de acordo com o organismo do paciente e com o tipo de
quimioterapia utilizada. Algumas mudanças nos hábitos alimentares auxiliam o paciente no combate
desses sintomas, tais como:
 preferir alimentos com rápida digestão
 não encher o estômago de uma só vez, preferindo fazer várias alimentações ao dia, em pequenas quantidades
 evitar alimentos gordurosos e frituras
 comer devagar, mastigando bem os alimentos
35
 preferir alimentos frios, ou em temperatura ambiente
 evitar odores fortes
 procurar não exercer atividades que exijam esforço físico
 procurar vestir roupas leves

Lesões na boca
Alguns quimioterápicos podem provocar aparecimento de aftas, irritação nas gengivas, na garganta e
até feridas na boca. Isso pode causar muita dor e ainda dificultar a alimentação. Algumas medidas
podem ser seguidas, nestes casos:
 manter a boca sempre limpa, escovando os dentes com maior freqüência
 evitar ingerir alimentos duros, quentes, ácidos e condimentados
 procurar usar cremes dentais mais suaves, fazendo bochechos quando necessário com
produtos indicados pelo médico
 ingerir maior quantidade de líquidos (água, chás e sucos)

Hipertermia (febres)
Alguns dias após a quimioterapia, há uma diminuição temporária das defesas do organismo, que fica
predisposto a contrair mais facilmente infecções por vírus, bactérias e fungos. A febre é um sinal de
alerta para a existência de infecções no organismo.
Nesta situação, o médico deve ser imediatamente avisado, para que possa iniciar o tratamento
adequado. O risco de infecções mais graves, pelo fato de o paciente estar com a imunidade baixa é
muito maior.

Diarréia
Algumas drogas quimioterápicas podem causar diarréia em maior ou menor intensidade, dependendo
da reação do organismo. Se ela persistir por mais de 24 horas, o paciente deverá obter orientação
médica. Nos casos menos intensos, algumas medidas podem ajudar:
 procurar manter uma alimentação mais líquida (chás, água e sucos)
 evitar tomar leite e derivados
 procurar fazer pequenas refeições, evitando alimentos gordurosos e frituras

Queda de cabelo
Algumas drogas quimioterápicas atingem o crescimento e a multiplicação das células que dão origem
ao cabelo, podendo provocar a queda de cabelos, de forma total ou parcial. Não se pode prever
36
exatamente como e em que proporção os cabelos serão afetados, porém é importante lembrar que a
queda é geralmente temporária; o processo de nascimento do cabelo se reinicia logo após o término
da quimioterapia, e em alguns casos, ainda durante a quimioterapia.
Nesta fase, alguns pacientes preferem cortar os cabelos antes, como uma forma para se preparar
para o processo da queda. Outros esperam que os cabelos comecem a cair, para então tomar a
decisão de cortar e/ou usar um artifício como boné, lenço ou peruca.

Alterações da pele e unhas


Dependendo do tipo de quimioterapia, o paciente pode apresentar alterações na pele, como
vermelhidão, coceira, descamação, ressecamento e manchas. As unhas também podem apresentar
escurecimento e rachaduras.
Alguns desses efeitos podem ser amenizados pelo próprio paciente, que deverá manter a pele limpa,
fazer uso de hidratantes, evitando a exposição ao sol. O médico é ainda a pessoa mais apropriada
para indicar os cuidados e medicamentos que podem ser utilizados. Geralmente as alterações
desaparecem após algum tempo do tratamento.

Orientações ao Paciente
Alimentação
Não há necessidade de grandes modificações na alimentação. No entanto, o paciente deve incluir
nas refeições diárias frutas, verduras, cereais, carnes, para que possa obter todos os nutrientes de
que o organismo precisa. É importante que o paciente esteja sempre bem alimentado, para ter
melhores condições de reagir aos efeitos colaterais, ficando também menos predisposto a infecções.

Bebidas alcoólicas
Devem ser evitadas, tendo em vista que o álcool pode interagir com os medicamentos utilizados no
tratamento, podendo reduzir os efeitos esperados, e aumentando efeitos colaterais.

Atividades físicas
Durante o período de tratamento não há contra-indicação à prática de exercícios físicos ou
modalidades esportivas. Porém, o indivíduo pode ficar menos disposto. Por esta razão, o paciente
deve estar atento para não forçar suas condições físicas.

Trabalho
A maioria dos pacientes pode e deve continuar trabalhando durante o tratamento. Não há indicação
para que as atividades habituais sejam paralisadas, a menos que sejam bastante pesadas e exijam
37
muita condição física. Na maioria das vezes o paciente precisa apenas ajustar o dias das sessões e
os dias em que os efeitos colaterais estejam mais fortes, para que possa entrar em acordo e ser
dispensado do trabalho.

Relações sexuais
A quimioterapia, para muitos pacientes, provoca tensões físicas e emocionais que podem estar
ligadas não só aos efeitos colaterais, como também às mudanças no ritmo de vida, alimentação e
trabalho, além de ansiedades em relação à saúde, à família. Todos esses aspectos juntos podem
contribuir para que haja uma diminuição no interesse sexual.
No entanto, é importante que o paciente saiba que a quimioterapia não o impede de manter relações
sexuais normalmente.

Ciclo menstrual
As drogas utilizadas na quimioterapia podem reduzir temporariamente a produção de hormônios,
provocando em algumas mulheres alteração do ciclo menstrual. A quantidade de sangramento pode
ser alterada, e às vezes pode ocorrer interrupção completa da menstruação. Geralmente, após o
término do tratamento, o ciclo menstrual vai voltando ao seu funcionamento normal.

Gravidez
Durante o período de quimioterapia a gravidez deve ser evitada, já que as drogas usadas podem
causar riscos na formação do bebê. É importante pedir orientação ao médico sobre o melhor método
de anticoncepção a ser usado durante o tratamento.

Uso de outros medicamentos


Alguns medicamentos, mesmo os homeopáticos e "naturais", podem interferir no tratamento
quimioterápico. Por isso, o médico deve ser sempre consultado antes de o paciente fazer uso de
qualquer medicamento.
5. Sintomas que merecem cuidados imediatos
Caso o paciente apresente algum sintoma novo que o incomode, ou ainda um dos sintomas
relacionados abaixo, deve procurar orientação médica, o mais rápido possível.
 febre (temperatura igual ou maior que 38 graus)
 falta de ar ou dificuldade respiratória
 dificuldade de controlar a urina
 dificuldade na visão (dupla ou borrada)
 dor de localização ou intensidade anormal
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 sangramento de qualquer região, que persista por tempo mais prolongado

RADIOTERAPIA
Radioterapia: baseia no emprego da radiação para tratamento, utilizando vários tipos de energia
que podem atingir o local dos tumores ou áreas do corpo onde se alojam as enfermidades, com a
finalidade de destruir suas células. A radioterapia pode ser usada para dar alívio ao paciente e
melhorar a qualidade de vida, diminuir o tamanho dos tumores, diminuir ou estancar hemorragias, ou
atuar sobre outros sintomas, como dor.
As células do câncer crescem e se multiplicam muito mais rapidamente do que as células normais
que as rodeiam. O tratamento se baseia justamente na fase de multiplicação celular.

Procedimento da radioterapia
O médico radioterapeuta - especialista em radioterapia - limita cuidadosamente a área afetada pelo
câncer, e a ela dirige o tratamento radioterápico.
A aplicação do tratamento pode ser externa ou interna. A aplicação de radiação por via interna
também é chamada de braquiterapia. A forma mais usada de tratamento é a radioterapia externa.

Radioterapia externa
A escolha da radioterapia depende do tipo de câncer e da profundidade em que se encontra o tumor.
A área de tratamento é marcada antes do início da radioterapia, o que é chamado de planejamento. A
aplicação é feita com o paciente sempre na mesma posição em que foi feito o planejamento. Cada
aplicação dura alguns minutos.
Um técnico, através de um circuito de televisão sempre observa o paciente, e pode ouvi-lo através de
um alto-falante. O paciente durante o tratamento não sente dor, pois a radiação não é sentida nem
ouvida.
Tempo de tratamento
O tratamento é planejado, entre outros aspectos, de acordo com o tipo de tumor e o estágio da
doença. As aplicações geralmente são diárias, obedecendo aos intervalos programados pelo médico.
Durante o período de tratamento é feito um acompanhamento das reações do organismo ao
tratamento. A maneira de o organismo reagir é um dos fatores importantes na determinação da
duração do tratamento.
A radioterapia é feita sempre de acordo com uma programação, que deve ser discutida com o
médico, quando o tratamento será iniciado. A duração desse tratamento pode depender, entre outras
coisas, da resposta do tumor às aplicações.
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Riscos da Radioterapia
Como qualquer tratamento, o uso da radioterapia pode apresentar riscos. As altas doses de radiação,
que destroem o tumor, podem atingir também os tecidos normais, causando os efeitos colaterais.
Estes efeitos não são obrigatoriamente apresentados por todas as pessoas que fazem radioterapia,
uma vez que dependem da forma que o organismo responde ao tratamento. Assim, alguns pacientes
podem apresentar efeitos colaterais mais severos enquanto outros podem mesmo não apresentar
sintoma algum. De uma forma ou de outra, o médico deve ser informado sobre os sintomas
apresentados e seu tempo de duração.
De uma forma geral, os sintomas relacionados decorrem do dano celular dos tecidos ao redor do
tumor, e dependem basicamente da localização da lesão. Atualmente, com a utilização de métodos
modernos de planejamento e tratamento, a área irradiada tem se restringido cada vez mais apenas à
lesão neoplásica, diminuindo estes efeitos.
Entre os efeitos colaterais mais comuns, destacamos:

Feridas na boca
A irradiação de tumores de cabeça e pescoço pode provocar aparecimento de aftas, irritação nas
gengivas, na garganta e até feridas na boca. Isso pode causar muita dor e ainda dificultar a
alimentação. Algumas medidas podem ser seguidas, nestes casos:
 manter a boca sempre limpa, escovando os dentes com maior freqüência
 evitar ingerir alimentos duros, quentes, ácidos e condimentados
 procurar usar cremes dentais mais suaves, fazendo bochechos quando necessário com
produtos indicados pelo médico
 ingerir maior quantidade de líquidos (água, chás e sucos)

Queimaduras na pele
Podem ocorrer queimaduras na pele que recobre a área irradiada. Para diminuir os efeitos locais, é
ideal manter a pele bem hidratada, e não utilizar substâncias que podem irritar ainda mais o local.

Diarréia

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A irradiação de tumores localizados no abdome e na pelve pode causar diarréia em maior ou menor
intensidade, dependendo da reação do organismo. Se ela persistir por mais de 24 horas, o paciente
deverá obter orientação médica. Nos casos menos intensos, algumas medidas podem ajudar:
 procurar manter uma alimentação mais líquida (chás, água e sucos)
 evitar tomar leite e derivados
 procurar fazer pequenas refeições, evitando alimentos gordurosos e frituras
Dor para urinar
A irradiação de tumores localizados na pelve pode causar irritação na bexiga, causando desconforto
ou dor para urinar, e às vezes até sangramento. O paciente deve procurar orientação médica para
controlar os sintomas e diminuir o risco de complicações.

Boca seca (xerostomia)


A irradiação em tumores de cabeça e pescoço pode causar irritação nas glândulas salivares,
causando diminuição da salivação. Atualmente existem medicamentos que aplicados
concomitantemente à radioterapia podem diminuir este efeito. Para controle dos sintomas, o paciente
deve aumentar a ingesta de líquidos, e ocasionalmente recorrer a produtos artificiais que imitam a
saliva (saliva artificial).
Existem ainda os riscos de toxicidade tardia, geralmente decorrentes de alterações inflamatórias nos
locais que receberam irradiação. O médico especialista em radioterapia deve esclarecer ao paciente
os riscos e os sintomas possíveis, que dependem da dose utilizada e da área utilizada, bem como da
aparelhagem e tipo de energia utilizada.

ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
Alimentação
Não há necessidade de grandes modificações na alimentação. No entanto, o paciente deve incluir
nas refeições diárias frutas, verduras, cereais, carnes, para que possa obter todos os nutrientes de
que o organismo precisa. É importante que o paciente esteja sempre bem alimentado, para ter
melhores condições de reagir aos efeitos colaterais.

Atividades físicas
Durante o período de tratamento não há contra-indicação à prática de exercícios físicos ou
modalidades esportivas. Porém, o indivíduo pode ficar menos disposto. Por esta razão, o paciente
deve estar atento para não forçar suas condições físicas.

Trabalho
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A maioria dos pacientes pode e deve continuar trabalhando durante o tratamento. Não há indicação
para que as atividades habituais sejam paralisadas, a menos que sejam bastante pesadas e exijam
muita condição física. Na maioria das vezes o paciente precisa apenas ajustar o período e o horário
das sessões, para que possa entrar em acordo e ser dispensado do trabalho se necessário.

Relações sexuais
O tratamento contra o câncer, para muitos pacientes, provoca tensões físicas e emocionais que
podem estar ligadas não só aos efeitos colaterais, como também às mudanças no ritmo de vida,
alimentação e trabalho, além de ansiedades em relação à saúde, à família. Todos esses aspectos
juntos podem contribuir para que haja uma diminuição no interesse sexual.
Ocasionalmente, os efeitos locais da radioterapia na pelve do paciente, podem causar desconforto
local, queimaduras e até mesmo sangramento local. Isto pode atrapalhar muito uma relação sexual.
No entanto, é importante que o paciente saiba que a radioterapia por si só não o impede de manter
relações sexuais normalmente.

Gravidez
Durante o período de radioterapia a gravidez deve ser evitada, já que a radiação utilizada causa
riscos na formação do bebê. É importante pedir orientação ao médico sobre o melhor método de
anticoncepção a ser usado durante o tratamento.

Uso de outros medicamentos


Alguns medicamentos, mesmo os homeopáticos e "naturais", podem interferir no tratamento
radioterápico. Por isso, o médico deve ser sempre consultado antes de o paciente fazer uso de
qualquer medicamento.
6. Sintomas que merecem cuidados imediatos
Caso o paciente apresente algum sintoma novo que o incomode, ou ainda um dos sintomas
relacionados abaixo, deve procurar orientação médica, o mais rápido possível.
 febre (temperatura igual ou maior que 38 graus)
 falta de ar ou dificuldade respiratória
 dificuldade de controlar a urina
 dificuldade na visão (dupla ou borrada)
 dor de localização ou intensidade anormal
 sangramento de qualquer região, que persista por tempo mais prolongado

PROCESSO DE LUTO, MORTE E O MORRER


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“Morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte que se morre de velhice
antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de
doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).”
João Cabral de Melo Neto

Filhas do Príncipe Consorte Albert, de luto em


1861 ao lado de um busto representativo do pai

O luto é um conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente pela morte de


outro ser. Segundo John Bowlby quanto maior o apego ao objeto perdido (que pode ser uma
pessoa, animal, fase da vida, status social...) maior o sofrimento do luto. O luto tem
diferentes formas de expressão em culturas distintas.

Entende-se por luto não somente a reação vivenciada diante da morte ou perda de um
ser amado, mas também as manifestações ocorridas em outras perdas, como separações
familiares, de amigos, conjugais. Lembranças de valores emocionais, como mudanças de
casa e de país, remetem ao processo de luto. Frente à instalação destas perdas
significativas, o luto é visto como um processo mental que as designa.

A morte e o processo de morrer ainda constituem um assunto tabu na sociedade


ocidental contemporânea. Ainda assistimos à negação da própria finitude, atitude que acaba

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por se repercutir na diminuição da atenção e do cuidado aos que se encontram na fase final
da vida.

O amor pela vida, quando a toma como um fim em si mesma, transforma-se num culto
incessante por esta. A medicina que se preocupa “insensivelmente” com as “condições
vitais”, deixando de lado as “qualidades vitais”, promove implicitamente esse culto idólatra à
vida.

Neste âmbito, a psiquiatra de origem suíça Elisabeth Kübler-Ross, desperta-nos para


a necessidade de educarmos para a morte, contra o tabu social instituído que marca a
prática da sociedade em geral e dos profissionais de saúde em particular, nos cuidados ao
doente em fase terminal.

Particularmente interessante é o trabalho que a autora desenvolveu junto dos


moribundos através dos seminários On Death and Dying, que lhe permitiu identificar um
conjunto de reacções emocionais pelas quais passa o doente em fase terminal.

O Modelo de Kübler-Ross propõe uma descrição de cinco estágios discretos pela qual as
pessoas passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia. Segundo esse modelo, pacientes
com doenças terminais passam por esses estágios.

Estes estágios popularizaram-se e são conhecidos como Os Cinco Estágios do Luto (ou
da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte).

Os estágios são:

1. Negação e isolamento: "Isto não me está a acontecer."

A Negação e o Isolamento são mecanismos de defesas temporários do Ego contra a dor


psíquica diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem
de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar
com essa dor. Em geral, a Negação e o Isolamento não persistem por muito tempo

2. Raiva: "Como é que isto me aconteceu?"

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Por causa da raiva, que surge devido à impossibilidade do Ego manter a Negação e o
Isolamento, os relacionamentos tornam-se problemáticos e todo o ambiente é hostilizado
pela revolta de quem sabe que vai morrer. Junto com a raiva, também surgem sentimentos
de revolta, inveja e ressentimento.

Nesta fase, a dor psíquica do enfrentar a morte manifesta-se por atitudes agressivas e de
revolta; - porque comigo? A revolta pode assumir proporções quase paranóides; “com tanta
gente má para morrer porque eu, eu que sempre fiz o bem, sempre trabalhei e fui honesto…”
É importante neste estágio, haver compreensão dos que rodeiam o doente, sobre a angústia
transformada em raiva na pessoa que sente interrompidas as suas actividades de vida pela
doença ou pela morte.

3. Barganha: "Deixe-me viver até eu ver o meu filho com o curso acabado."

Tendo deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não
resolveu, a pessoa entra no terceiro estágio; a barganha. As barganhas tendem a ser
organizadas com Deus e, normalmente, mantidas em segredo.

Como dificilmente a pessoa tem alguma coisa a oferecer a Deus, além da sua vida, e como
Este parece estar a retirá-la, quer a pessoa queira quer não, as barganhas assumem mais as
características de súplicas. A pessoa implora que Deus aceite a sua “oferta” em troca da
vida, como por exemplo, promete uma vida dedicada à igreja, aos pobres, à caridade… Na
realidade, a barganha é uma tentativa de adiamento. Nesta fase o paciente mantém-se
sereno, reflexivo e dócil (não se pode negociar com Deus e ao mesmo tempo hostilizar-se as
pessoas).

4. Depressão: "Não consigo suportar isto, fazer minha família passar por isto."
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A Depressão aparece quando o paciente toma consciência da sua debilidade física, quando
já não consegue negar as suas condições de doente, quando as perspectivas da morte são
claramente sentidas.

Evidentemente, trata-se de uma atitude evolutiva; negar não adiantou, agredir e revoltar-se
também não, fazer barganhas não resolveu. Surge então um sentimento de grande perda. É
o sofrimento e a dor psíquica de quem percebe a realidade nua e crua. É a consciência plena
de que nascemos e morremos sozinhos. Aqui a depressão assume um quadro clínico mais
típico e característico; desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro, etc.

5. Aceitação: "Estou pronto, não quero lutar mais."

Neste estágio o paciente já não experimenta o desespero e não nega mais a sua realidade.
Este é um momento de repouso e serenidade antes da longa viagem.

Se esta etapa for alcançada, o processo até a morte pôde ser experimentado em clima de
serenidade por parte do paciente e, pelo lado dos que ficam, de conforto, compreensão e
colaboração para com o paciente. Numa cultura determinada a varrer a morte para debaixo
do tapete e escondê-la aí, Kübler Ross desafiou o senso comum ao trazer e expor essa
etapa final da existência para que não tivéssemos mais medo dela.

A compreensão deste processo pode auxiliar o profissional de saúde a entender estes


sentimentos e a auxiliar estas pessoas de uma forma mais adequada a esta situação de
crise. Muitas pessoas abordam as situações de crise apenas pelo seu lado ameaçador, pelo
risco envolvido. Porém, a palavra crise também comporta uma interpretação de
oportunidade, de uma chance de crescimento. Desta forma, uma má notícia pode também
ser geradora de crescimento pessoal, às vezes associado a muito sofrimento, mas que pode
ser suportado desde que entendido e elaborado adequadamente.

Direitos do paciente à luz da legislação brasileira

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1. O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os
profissionais de Saúde. Tem direito a um local digno e adequado para seu atendimento;
2. (32) o paciente tem direito a morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a
família ou responsável, por local ou acompanhamento, e ainda se quer ou não o uso de tratamentos
dolorosos e extraordinários para prolongar a vida;
3. (33) o paciente tem direito a dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis
devem ser avisados imediatamente após o óbito;
4. (34) o paciente tem direito a não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação;

FASES DO PROCESSO DE LUTO:

O Enlutado:
Sintomas físicos, que são decorrências fisiológicas normais do enlutamento:
1. Solidão e isolamento;
2. A forte intensidade do luto às vezes acompanhado por sentimentos de pânico ou
idéias suicidas;
3. Medo do colapso nervoso, muitas vezes referido após a experiência de ver ou ouvir o
morto;
4. Falta de um espaço para a expressão de culpa ou raiva, uma vez que a família está
enlutada e, muitas vezes, não oferece espaço para essas manifestações.
O que fazer...

1. Escute - Seja “rápido no ouvir”, uma das coisas mais prestimosas que podemos fazer
é partilhar a dor da pessoa enlutada por escutar.
2. Inspire confiança - Assegure-lhes que fizeram tudo o que era possível (ou aquilo que
sabe ser verdadeiro e positivo).
O que não fazer...

1. Não evite o contato com eles por não saber o que dizer ou fazer;
2. Não se precipite em aconselhá-los a desfazer-se dos objetos pessoais do falecido
antes de estarem dispostos a fazer;
3. Não os pressione para deixarem de sentir pesar;
4. Não evite mencionar a pessoa falecida;
47
5. Não se precipite em dizer: “Assim foi melhor”.

PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM E A MORTE

Os profissionais da equipe de enfermagem mostram diferentes reações ao assistir o


paciente durante o processo de morrer, e também o sofrimento dos seus familiares. E
vivenciar essas situações provoca um sério desgaste emocional nesses profissionais.
O profissional de enfermagem é gente que cuida de gente, e como todo ser humano
tem suas tristezas, irritações, receios, dentre outros sentimentos. Quando pensamos sobre
esta problemática, supomos ser esta a primeira implicação para o profissional de
enfermagem com relação ao lidar com seu paciente: o afastar de seus sentimentos e receios,
de forma que ao os isolar, minimize suas tensões para assegurar que as suas respostas
individuais não prejudiquem o paciente que está sendo atendido. Tendo esta questão bem
definida, é possível chegar ao doente, configurar diagnósticos, planejar sistematicamente a
assistência e a partir daí, implementá-la, avaliá-la e modificá-la quando houver necessidade.

AÇÕES DA ENFERMAGEM NA MORTE:

ASPECTO DE BIOSEGURANÇA E ERGONOMIA

1. O profissional deverá realizar lavagem das mãos antes e depois do procedimento e


durante o mesmo deverá utilizar luvas e capas protetoras, principalmente ao manipular
secreções e excreções, bem como mucosas.
2. O corpo a ser preparado deverá ser colocado em posição supina, com bom
alinhamento, para prevenir problemas com o Rigor Mortis e livor mortis da face e tórax
superior.

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA:

1. Notificar ao médico plantonista o óbito, se o mesmo já não estiver presente no


momento da morte.
2. Procurar serviço social ou avisar aos familiares presentes, o óbito, percebendo se um
deles deseja participar da arrumação do corpo;
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3. Revisar a política da instituição para os cuidados Post Mortem;
4. Seguir a norma da instituição a respeito do manuseio de pertences de pacientes;
5. Preparar todo o material necessário, e levar para próximo do corpo;
6. Se houver outro paciente (em caso de enfermaria), levá-lo para outro cômodo, e se
não for possível, utilizar pelo menos um biombo;
7. Considerar todos os passos para evitar infecção, ou seja: lavagem das mãos usa de
capas protetoras e luvas;
8. Retirar todos os objetos de valor e guardá-los em um envelope identificado, para
protocolar para a família;
9. Colocar o corpo em posição supina, com bom alinhamento, a cabeça ligeiramente
elevada;
10. Fechar os olhos se estiver abertos;
11. Retirar todos os dispositivos, drenos, sondas e equipamentos conectados ao paciente;
12. Realizar limpeza de ferimentos, curativos, punções, cobrindo-os com gaze e
esparadrapo;
13. Realizar tamponamento nasal, auricular, bucal, genital e anal, com bolas de algodão e
pinça Pean;
14. Colocar fralda descartável;
15. Fechar a boca do mesmo, fixando-a com atadura amarrada no mento (queixo);
16. Fixar mãos e pés com atadura ou esparadrapo;
17. Colar etiqueta de identificação no tórax do corpo;
18. Enrolar o corpo com lençol;
19. Colar etiqueta de identificação no tórax do corpo, sobre o lençol;
20. Transportar corpo para a maca;
21. Entregar pertences aos familiares;
22. Transportar corpo ao necrotério do hospital, em companhia de familiar responsável ou
agente funerário;
23. Escrever em prontuário o procedimento realizado.

OBSERVAÇÕES:

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1. Em algumas instituições a roupa trazida pelos familiares é vestida pela equipe de
enfermagem, ao arrumar o corpo.
2. Este procedimento requer sempre duas pessoas, devendo haver respeito ao corpo e
aos seus familiares.

TANATOLOGIA:

Palavra de origem grega; Tanathos = Deus da morte;


Logia =Estudo, ciência

Esta ciência foi re-descoberta por Elizabeth Kübler Ross.


Na prática, a tanatologia consiste no estudo dos fenômenos cadavéricos, ou seja, da morte e
seus fatores associados (fenômenos). Demonstra o que acontece com o corpo humano após
a morte, fornecendo o tempo que ocorreu o falecimento, qual o seu motivo dentre outras
coisas.

Para a enfermagem, a tanatologia será associada ao preparo do corpo após o óbito.

1. Morte aparente – são quadros diversos que aparentam ou simulam a morte;


catalepsia. Atualmente, com os aparelhos existentes, consegue-se detectar este
estado e raramente acontece a catalepsia.
2. Morte clínica – momento em que ocorre a parada cardio-respiratória.
3. Morte cerebral – Morte irreversível das funções cerebrais. Neste estágio, não há
como reverter as funções cognitivas e funcionais.
4. Morte real – parada da atividade biológica de todas as células que ocorre em média,
oito horas após a parada cardio-respiratória (não havendo a possibilidade de
reanimação da pessoa).
5. Imediatos – aparecem imediatamente após a parada cardio-respiratória, sendo eles:
 Imobilidade
 Ausência de sinais de respiração e circulação
 Flacidez
 Insensibilidade
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 Arreflexia

Mediatos ou consumativos – ocorrem em minutos a horas, após a morte:


 Hipóstases (manchas de sangue)
 Resfriamento cadavérico
 Rigidez cadavérica (4 a 5 horas após a morte)
 Putrefação do cadáver (24 h)
 Dissecação da pele.

Fenômenos tardios, destrutivos ou destruidores:

Putrefação – Fases:
 Fase cromática – Mudança de coloração
 Mancha verde escuro abdominal => intestino
 Fase gasosa –Produção de gás sulfídrico
 Aumento de volume do cadáver-Desarticulação
 Fase coliquativa – Tecidos liquefeitos
Esqueletização

REFLEXÃO

"Espera-se que a equipe de enfermagem, mediante o cuidado profissional, desenvolva


suas ações objetivando não somente assistir o ser humano no instante sublime que é
seu nascimento, mas se comprometer com esse momento desconhecido em sua
essência, ou seja, o momento da morte."

Direitos Sociais da Pessoa com Câncer


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1. Saque do FGTS

O trabalhador com câncer pode realizar o saque do FGTS, na fase sintomática da doença, o
trabalhador cadastrado no FGTS que tiver neoplasia maligna (câncer) ou que tenha dependente
portador de câncer poderá fazer o saque do FGTS.
Uma das documentações exigidas é o atestado médico com validade não superior a trinta dias,
contados a partir de sua expedição, firmado com assinatura sobre carimbo e CRM do médico
responsável pelo tratamento, contendo diagnóstico no qual relate as patologias ou enfermidades que
molestam o paciente, o estágio clínico atual da moléstia e do enfermo.

DOCUMENTOS COMPLEMENTARES
- Carteira de trabalho na hipótese de saque de trabalhador; ou
- Cópia autenticada da ata de assembléia que deliberou pela nomeação de diretor não empregado;
cópia do Contrato Social registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou na Junta
Comercial, ou ato próprio da autoridade competente publicado em Diário Oficial; e
- Cartão do Cidadão ou Cartão de Inscrição PIS/PASEP.
OBS.: É indispensável levar original e cópia de todos os
O valor recebido será o saldo de todas as contas pertencentes ao trabalhador, inclusive a conta do
atual contrato de trabalho. No caso de motivo de incapacidade relacionado ao câncer, persistindo os
sintomas da doença, o saque na conta poderá ser efetuado enquanto houver saldo, sempre que
forem apresentados os documentos necessários.

2. Saque do PIS/PASEP
O PIS pode ser retirado na Caixa Econômica Federal e o PASEP no Banco do Brasil pelo trabalhador
cadastrado no PIS/PASEP antes de 1988 que tiver neoplasia maligna (câncer), na fase
sintomática da doença, ou que possuir dependente portador de câncer.
OBS: Atestado médico com validade não superior a trinta dias, contados a partir de sua
expedição, firmado com assinatura sobre carimbo e CRM do médico responsável pelo
tratamento, contendo menção à Resolução 01/96 de 15/10/1996 do Conselho diretor do Fundo de
Participação PIS/PASEP e diagnóstico no qual relate as patologias ou enfermidades que molestam o
paciente, o estágio clínico atual da moléstia e do enfermo e indicando expressamente “paciente
sintomático para a patologia classificada sob o código da Classificação Internacional das Doenças
(CID)” (de 140 a 208 ou de 230 a 234 ou C00 a C97 ou D00 a D09).
O trabalhador receberá o saldo total de suas quotas e rendimentos.
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3. Auxílio-Doença

É um benefício mensal a que tem direito o segurado quando este fica temporariamente incapaz para
o trabalho em virtude de doença por mais de 15 dias consecutivos. O portador de câncer terá direito
ao benefício, independente do pagamento de 12 contribuições, desde que esteja na qualidade
de segurado. A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada por meio de exame realizado pela
perícia médica do INSS.
A pessoa deve comparecer à agência da Previdência Social mais próxima de sua residência ou
ligar para 135 solicitando o agendamento da perícia médica. É indispensável Carteira de trabalho ou
documentos que comprovem a sua contribuição ao INSS, além de declaração ou exame médico (com
validade de 30 dias) que descreva o estado clínico do segurado.

4. Aposentadoria por Invalidez

A aposentadoria por invalidez é concedida desde que a incapacidade para o trabalho seja
considerada definitiva pela perícia médica do INSS. Tem direito ao benefício o segurado que não
esteja em processo de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência (independente de estar recebendo ou não o auxílio-doença).
O portador de câncer terá direito ao benefício, independente do pagamento de 12
contribuições, desde que esteja na qualidade de segurado.

Acréscimo de 25% na aposentadoria por invalidez

Terá direito a este acréscimo o segurado do INSS que necessitar de assistência permanente de outra
pessoa. O valor da aposentadoria por invalidez poderá ser aumentado em 25% nas situações
previstas no anexo I, do Decreto 3.048/99.

5. Amparo Assistencial ao Idoso e ao Deficiente (Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS)


A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) garante um benefício de um salário-mínimo mensal ao
idoso com 65 anos ou mais, que não exerça atividade remunerada, e ao portador de deficiência
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incapacitado para o trabalho e para uma vida independente. Crianças de zero a 10 anos
e adolescentes entre 12 e 18 anos têm os mesmos direitos.
Para ter direito ao benefício, outro critério fundamental é de que a renda familiar seja inferior a ¼ (um
quarto) do salário-mínimo. Esse cálculo considera o número de pessoas que vivem no mesmo
domicílio: o cônjuge, o(a) companheiro(a), os pais, os filhos e irmãos não emancipados de qualquer
condição, menores de idade e inválidos. O critério de renda caracteriza a impossibilidade do paciente
e de sua família de garantir seu sustento.
A pessoa com câncer tem direito ao amparo assistencial ou Benefício de Prestação Continuada,
desde que se enquadre nos critérios de idade, renda ou deficiência descritos acima. Nos casos em
que o paciente sofra de doença em estágio avançado, ou sofra conseqüências de seqüelas
irreversíveis do tratamento oncológico, pode-se também recorrer ao benefício, desde que haja
uma implicação do seu estado de saúde na incapacidade para o trabalho e nos atos da vida
independente.
O requerente também não pode estar vinculado a nenhum regime de previdência social ou receber
quaisquer benefícios. Mesmo quando internados, tanto o idoso como o deficiente têm direito ao
benefício. O amparo assistencial é intransferível, não gerando direito à pensão a herdeiros ou
sucessores. O beneficiário não recebe 13º salário.
Para solicitar o benefício, a pessoa deve fazer exame médico pericial no INSS. Informações sobre as
documentações necessárias você pode obter ligando para o 135 ou pelo site da previdência.

6. Tratamento Fora de Domicílio (TFD) no Sistema Único de Saúde (SUS)


A Portaria SAS nº 055, de 24 de fevereiro de 1999, dispõe sobre a rotina de Tratamento Fora de
Domicílio. Esta normatização tem por objetivo garantir o acesso de pacientes de um município
a serviços assistenciais em outro município, ou ainda, em caso especiais, de um Estado para outro
Estado. O TFD pode envolver a garantia de transporte para tratamento e hospedagem, quando
indicado. O TFD será concedido, exclusivamente, a pacientes atendidos na rede pública e
referenciada. Nos casos em que houver indicação médica, será autorizado o pagamento de despesas
para acompanhante.

7. Vale Social (Lei Estadual nº 4.510, de 13/01/2005)


Trata-se de um documento que assegura a gratuidade em ônibus intermunicipais, trem, metrô e barca
no Estado do Rio de Janeiro, para portadores de deficiência ou doença crônica.
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Todo portador de deficiência ou doente crônico que esteja em tratamento médico continuado cuja
interrupção acarrete o risco de morte.
Pacientes menores de idade e adultos incapazes, que sejam doentes crônicos ou mentais com
indispensável indicação de acompanhante, mencionada em laudo médico, têm direito ao vale social.

8. RIOcard

É um cartão eletrônico assegurado pelos municípios que oferece gratuidade no transporte rodoviário.
Para os pacientes com doença crônica, incluindo o câncer, residentes no município do Rio de
Janeiro, o cartão RIOcard está sendo concedido judicialmente desde 2008, mediante laudo médico
contido no formulário próprio fornecido pelos postos de cadastramento.
Nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) localizados em seu município você obterá
as informações necessárias para realizar o cadastramento.

9. Isenção do Imposto de Renda na aposentadoria


Os pacientes estão isentos do imposto de renda relativo aos rendimentos de aposentadoria, reforma
e pensão, inclusive as complementações (RIR/1999, art. 39, XXXIII; IN SRF nº 15, de 2001,art. 5º,
XII). Mesmo os rendimentos de aposentadoria ou pensão recebidos acumuladamente não
sofrem tributação, ficando isento quem recebeu os referidos rendimentos (Lei nº 7.713, de 1988, art.
6º, inciso XIV).
Para solicitar a isenção a pessoa deve procurar o órgão pagador da sua aposentadoria (INSS,
Prefeitura, Estado etc.) munido de requerimento fornecido pela Receita Federal. A doença será
comprovada por meio de laudo médico, que é emitido por serviço médico oficial da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos municípios, sendo fixado prazo de validade do laudo pericial, nos
casos passíveis de controle (Lei nº 9.250, de 1995, art. 30; RIR/1999, art. 39, §§ 4º e 5º; IN SRF nº
15, de 2001, art. 5º, §§ 1º e 2º).

10. Quitação do financiamento da casa própria


A pessoa com invalidez total e permanente, causada por acidente ou doença, possui direito à
quitação, caso exista esta cláusula no seu contrato. Para isso deve estar inapto para o trabalho e a
doença determinante da incapacidade deve ter sido adquirida após a assinatura do contrato de
compra do imóvel .Está incluído nas parcelas do imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de
Habitação (SFH) um seguro que garante a quitação do imóvel em caso de invalidez ou morte.
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Em caso de invalidez, este seguro cobre o valor correspondente à cota de participação do paciente
no financiamento. A entidade financeira que efetuou o financiamento do imóvel deve encaminhar os
documentos necessários à seguradora responsável.

11. Isenção de IPI na compra de veículos adaptados


O IPI é o imposto federal sobre produtos industrializados.
O paciente com câncer é isento deste imposto apenas quando apresenta deficiência física nos
membros superiores ou inferiores que o impeça de dirigir veículos comuns. É necessário que o
solicitante apresente exames e laudo médico que descrevam e comprovem a deficiência.
Automóveis de passageiros ou veículos de uso misto de fabricação nacional, movidos a combustível
de origem renovável. O veículo precisa apresentar características especiais, originais ou resultantes
de adaptação, que permitam a sua adequada utilização por portadores de deficiência física. Entre
estas características, o câmbio automático ou hidramático (acionado por sistema hidráulico) e a
direção hidráulica.
A adaptação do veículo poderá ser efetuada na própria montadora ou em oficina especializada. O IPI
incidirá normalmente sobre quaisquer acessórios opcionais que não constituam equipamentos
originais do veículo adquirido. O benefício somente poderá ser utilizado uma vez. Mas se o veículo
tiver sido adquirido há mais de três anos, poderá ser utilizado uma segunda vez.
A Lei nº 10.182, de 12/02/2001, restaura a vigência da Lei nº 8.989, de 24/02/1995, que dispõe sobre
a isenção do IPI na aquisição de automóveis destinados ao transporte autônomo de passageiros e ao
uso de portadores de deficiência.

O é IPVA é o imposto estadual referente à propriedade de veículos automotores.


Cada Estado tem a sua própria legislação sobre o imposto. Confira na lei do seu Estado se existe a
regulamentação para isentar de impostos os veículos especialmente adaptados e adquiridos por
deficientes físicos.
Os estados que possuem a regulamentação são Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas
Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande
do Sul e São Paulo.

OBS: A isenção do IPVA é concedida simultaneamente à obtenção da isenção do ICMS.

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12. Isenção de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) - Alguns
municípios prevêem, em sua Lei Orgânica, isenção do IPTU para pessoas portadoras de doença
crônica, segundo critérios estabelecidos por cada Prefeitura.

13. Bilhete de Viagem do Idoso - Transporte interestadual gratuito - A carteira do idoso é um


documento de direito ao acesso a transporte interestadual gratuito (duas vagas por veículo) ou
desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens. Este direito está
determinado no Estatuto do Idoso - Lei Nº 10741/2003, no art. 40 e o Decreto Nº 5934/2006
estabelece os mecanismos e critérios a serem adotados na aplicação do ICMS . Idosos com 60 anos
de idade ou mais e com renda individual de até dois salários mínimos.
Trata de duas vagas gratuitas em cada veículo, comboio ferroviário ou embarcação do serviço de
transporte interestadual de passageiros. O idoso terá direito ao “Bilhete de Viagem do Idoso”, que
é intransferível. Caso as duas vagas reservadas para este fim tenham sido ocupadas, outros idosos
que queiram fazer o mesmo percurso
poderão obter descontos de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) no valor da passagem para os
demais assentos do veículo. Não estão incluídas no benefício, as tarifas de pedágio e de
utilização dos terminais-tarifa de embarque, que serão pagas pelo idoso, no momento da aquisição
da passagem.
Os interessados devem solicitar um único “Bilhete de Viagem do Idoso” nos pontos de venda
próprios da transportadora, com antecedência de, pelo menos, três horas em relação ao horário de
partida do ponto inicial da linha.

14. Laudo Médico para Afastamento de Trabalho - É uma documentação exigida para acesso aos
diferentes direitos previdenciários, das iniciativas pública ou privada. O médico assistente é o
profissional que acompanha o paciente em sua doença e evolução e, quando necessário, emite o
devido atestado ou relatório médico. De acordo com o artigo 3º da Resolução CFM 1851/2008, o
médico assistente especificará o tempo concedido de dispensa às atividades de trabalho e
estudantil, necessário para recuperação do paciente.

15. Laudo Médico para Atestado de Lucidez - Este atestado é usualmente utilizado para fins de
procuração a terceiros. Conforme Resolução CFM 1658/2002, o atestado médico é parte integrante
do ato médico, sendo seu fornecimento direito inalienável do paciente, inclusive para fornecimento de
atestados de sanidade, em suas diversas finalidades (arte. 1º e 7°).

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Referências
1. ANDRADE, M.; SILVA, S. R. da. Administração de quimioterápicos: uma proposta de
protocolo de enfermagem. Rev. bras. enferm. 2007, vol.60, n.3, pp. 331-335.

2. ANJOS, A.C.Y; ZAGO, M.M.F. A experiência da terapêutica quimioterápica


oncológica na visão do paciente. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2006, vol.14,
n.1, pp. 33-40.

3. Controle do Câncer:uma proposta de integração ensino-serviço. 2 ed.rev.atual. - Rio


de Janeiro:Pro-Onco. 1993

4. MURRAY, M.E.; ATKINSON, L.D. Fundamentos de Enfermagem –introdução ao


processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.

5. SCHULL, P. D. Enfermagem básica – teoria e prática. São Paulo: Rideel, 2000.

6. www.google.com.br/#q=cuidados+paliativos+em+oncologia, acesso em 03/01/2014

7. www.google.com.br/imagensmorte, acesso em 03/01/2014

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