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Faculdade de Educação
Quarta-feira/ manhã
São Paulo
2018
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho será baseado em uma pesquisa realizada com quatro participantes;
um homem e três mulheres, cujas idades variam entre 17 e 65 anos e o tipo de escola
frequentada se divide entre rede pública (1) e rede particular (3). Dos quatro
participantes, metade respondeu o questionário via email (participantes 1 e 4) e o resto
(participantes 2 e 3), presencialmente. A pesquisadora selecionou para a tarefa uma
professora universitária que pensa a educação, um engenheiro, uma aluna do ensino
médio da rede particular e uma estudante de uma Etec. A escolha destes sujeitos se deu
seguindo o critério de idade - metade com menos de 20 anos e metade com mais de 50
anos -, de gênero e de profissão, considerando-se que havia uma grande probabilidade
de a professora e o engenheiro terem noções diferentes de justiça, umas vez que suas
formações acadêmica e perfis têm traços bastante distintos.
2. MARCO TEÓRICO
Participante 1
1. Relate uma situação justa/injusta vivida por você ou por alguém em uma escola:
diga quando, como, onde, com quem, entre quem....
Uma escola justa seria uma escola onde coisas que estão enraizadas em nossa
sociedade (como por exemplo o machismo, a homofobia, o racismo e etc.) fossem
completamente desconstruídas na mente de todos os alunos. Apesar de uma escola justa
a esse ponto parecer quase uma ideia utópica demais para se tornar realidade, faz jus a
um pensamento de que, uma escola justa é uma escola em que todxs se sentem
confortáveis, onde não há opressão, bullying e etc.
Sexo: Feminino
Idade: 17
Escolaridade: Ensino médio incompleto
Escola: particular
Participante 2
1. Relate uma situação justa/injusta vivida por você ou por alguém em uma escola:
diga quando, como, onde, com quem, entre quem....
Sexo: Feminino
Idade: 56 anos
Escolaridade: Superior completo
Tipo de escola: particular
Profissão: professora universitária
Participante 3
1. Relate uma situação justa/injusta vivida por você ou por alguém em uma escola:
diga quando, como, onde, com quem, entre quem....
A escola começou a exigir carteirinha para entrar no segundo horário e para sair
pelo portão. A carteirinha custa R$25,00 e vários alunos não a tem por não conseguirem
pagar ou por precisarem gastar seu dinheiro com outras coisas. É injusto a escola cobrar
e tornar obrigatório algo que eles não dão, principalmente por ser uma escola pública,
onde nem todos os alunos têm condições iguais.
Se a escola desse a carteirinha, aí seria justo ela ser cobrada. Se ela continuar
sendo paga, não deveria ser obrigatória. Mas acredito que mais justo ainda seria os
alunos terem liberdade para entrar e sair da escola quando quisessem.
Uma escola com diálogo com os alunos e onde eles tenham liberdade de ter
autonomia para tomar suas próprias decisões.
Sexo: Feminino
Idade: 17
Escolaridade: Ensino médio incompleto
Escola: pública (Etec)
Participante 4
1. Relate uma situação justa/injusta vivida por você ou por alguém em uma escola:
diga quando, como, onde, com quem, entre quem....
Sexo: Masculino
Idade: 65 anos
Escolaridade: Superior completo
Tipo de escola: particular
Profissão: engenheiro
Na visão da participante, uma escola justa deve ser aberta ao diálogo, o que
implica a possibilidade de o grupo discente participar ativamente da construção da
instituição, das suas regras, dos valores adotados, das práticas legitimadas. Isto requer
que a diferença de poder entre alunos/as, docentes e a equipe gestora seja pequena,
havendo espaço para que todas e todos tenham sua opinião considerada na tomada de
decisões. Nesse sentido, a aluna retoma a liberdade como fator essencial ao justo,
pontuando a possibilidade de autonomia, de influir nas decisões que os/as afetam.
Na cena descrita pelo quarto participante, tem-se uma escola injusta, pois
uniformiza a todos, a despeito de suas particularidades, e possui regras arbitrárias, que
não parecem ser compreendidas pelos estudantes e que não podem ser por eles
disputadas. Nesta instituição, parece haver pouco espaço para a diferença e para a
modificação das práticas instituídas.
Em sua definição de uma escola justa, ele ressalta a clareza dos valores e regras
e a imparcialidade, que garante os mesmos direitos e deveres, critérios de avaliação e
respeito a todos e todas, independente de sua posição hierárquica, além do cumprimento
da escola de suas obrigações enquanto instituição educadora. O que fica mais evidente
nesta definição é a noção de respeito ao pacto estabelecido dentro da comunidade
escolar; as regras devem ser claras, destinam-se a todos/as e por eles/as devem ser
cumpridas, escola e estudantes devem respeitar o que foi acordado mutuamente, por
mais que as decisões não sejam tomadas por todos. Em resumo, o justo seria ter clareza
do que se deve fazer e cumprir estas expectativas, tanto por parte da escola, como por
parte do alunado.
4. DISCUSSÃO
A seguir, realizaremos uma síntese do que foi trazido pelos quatro participantes
da pesquisa:
5. CONCLUSÃO
6. BIBLIOGRAFIA
Dubet, François. (2004). O que é uma escola justa?. Cadernos de Pesquisa, 34(123),
539-555. https://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742004000300002